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r - . >"•. .." ¦"* N gm ' -' wJã No Rio _5QO Mos Estados. . . . S6QO ANNO XXIV RIO DE IANEIRO. 28 DE AGOSTO DE 1929 TUfTv /Impei «_tj NUM. 1.247 S Lamparina continua com aquella velha mania de perseguir os ninhos. Outro dia. quando ella mettia as màos en. tre a folhagem, qualquer coisa se enroscou. .. .-.-.no seu braço, e eila sahiu aos pulos, gritan- do: Cobra! Cobrai 9 " Jujuba veiu ao seu encontro, attrahido por ... cuidado, aquillo que tanto affligia a ne- aquelles gritos e tirou, com. «..grinha ardilosa. Era apenas um pedaço inoffensivo de Cipó.

ANNO XXIV RIO DE IANEIRO. 28 DE AGOSTO DE 1929 NUM. …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01247.pdfSumursal em Sao faulo, dirigida pelo ür. Plínio Cavaloantl — Rua Senador

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No Rio _5QOMos Estados. . . . S6QO

ANNO XXIV RIO DE IANEIRO. 28 DE AGOSTO DE 1929

TUfTv /Impei «_tjNUM. 1.247

S

Lamparina continua com aquella velhamania de perseguir os ninhos.

Outro dia. quando ella mettia as màos en.tre a folhagem, qualquer coisa se enroscou. ..

.-.-.no seu braço, e eila sahiu aos pulos, gritan-do: — Cobra! Cobrai

9 "

Jujuba veiu ao seu encontro, attrahido por ... cuidado, aquillo que tanto affligia a ne-aquelles gritos e tirou, com. «.. grinha ardilosa.

Era apenas um pedaço inoffensivo deCipó.

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ü TICO-TICO .-2 — 28 — Agosto 1929

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28 ~ Agosto 1929 *- á — O TICO-TICO

MUDARAM-SE OS ESCRITÓRIOS DO "0 MALHO"Os escriptorios da Sociedade Anonyma "O Malho" muda-

ram-se para a TRAVESSA DO OUVIDOR, 21, onde serão re-cebidas, com a attenção de sempre, as ordens de seus annuncian-

tes, agentes e leitores.,

As officinas, porém, como a Redacção das diversas revistas

desta Empresa, continuam no edificio próprio da Rua Viscondede Itaúna, 419, onde sempre estiveram.,

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— Agosto — 1929 O TICO-TICO

Bg^ S^isaO Nariz das Senhorasem Perigo

A Rinite/ /icca po/terior:

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MUITO PEOR QUE A TERRÍVELOZBNA" É PROVENIENTE DO[)JO DE CERTO/ PO' DE ARROZ,QUÀ/I /EMPRE CARO/ E POM-PO/AMENTE ÁNNUNCIADO/.0 USO E MESMO 0 ABUSO DO FAMOSO

PO DE ARROZ LADY, JUSTIFICA-SEPORQUE, PELOS EXAMES MÉDICOSFEITOS EM PESSOAS QUE O PREFEREME ADOPTAM HA LONGOS ANNOS E NASOPERÁRIAS QUE O FABRICAM E MANU-SEIAM DIARIAMENTE. ESTÃO COM ASSUAS NARINAS SÃS, SEGUNDO OS AT-TESTADOS DÕ ILLUSTRE ESPECIALISTA

DR. MAURILLO DE MELLO.

Çi/£ £ O MELHOR £ MO É O A/À/S CARO, DEPãRFUME A6RÁÔÃ3/L/SS/M0 DE FLORES, OFFERECE-VOS AS MELHORESGARANT/AS DE BÔA SAÚDE E BULEZA. '

NAO SE ILLUDAM COM OS PÓ DEARROZ. (QUE DE PÓ DE ARROZ SÓ TEM 0 NOME) BARATOS OO CAROSMAS QUE, NA VERDADE* NÃO SÃO OS MELHORES.

USEM POIS COM ABSOLUTA CONFIANÇA O EXPERIMENTAOOE FINÍSSIMO PO _L__JO __^ ° 9UAL DESAFIA CONFRONTOCOM OS MELHORES FEITOS *™*mP0RTÂT10N POUR L£ 8RLS/L"

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VVVVVVVVVNA<VVVVVVVV\VVVVV\/V^AA«^^

O TICO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIADADE ANONYMA "O MALHO")I.e<lnc.or-C-ie_e: Carlos Manliãcs — Dlrector-ücrente: Antônio A. de Souza e SUra

3_S<>00Ad.-lKiiafnrn. — Ilr.-isüi 1 nu nu. U5,01>0| 6 aiec», 111*000 — Estrangeiro! 1 nnno. 00S0OO; d m _<-»,JA? assignaturas começam sempre no dia 1 do ms em que forem tomadas e serão acceltas annual on semestralmente{TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de din heiro. (que pôde ser feita por vale postal ou carta registrada

com valor declarado), deve ser dirigida & Sociedade Anonyma O MALHO — Travessa do Ouvidor, 21. Endereço tele_raphiooí',0 JUAI.HO — Rio. Telepnones: Oerenola: Norte. 640S. Kscrlptorlo: Norte: 6818 Annuncios: Norte. 6181. Offlolnaa: Villa, 624T,Sumursal em Sao faulo, dirigida pelo ür. Plínio Cavaloantl — Rua Senador feljô n. 27, 8* andar. Salas 86 6 8T.

L«v ___* m <$ Wm^mB o a_ s A c c o e-s

Meus netinhos:

A maior alegria para os corações bemformados é a pratica de uma bôa acção.,Cada um de vocês pode ter essa alegriase, diariamente fôr autor de um acto di-gno, de acção útil e elcgiavel.

Dar um conselho útil, ajudar a ou-trem, assistir a seu semelhante em qual-quer mister embaraçoso em que se encon-tre, instruir os que ignoram, poupar asarvores e os animaes de damnos e casti-gos — são boas acções. Tão boas, meusnetinhos, que essa maravilhosa escola deformação de caracteres, chamada escotis-mo as encerra em seu código, catechismoda honra que todo o menino não deve secansar de lêr e praticar.

Haverá sequer um netinho de tantosque me lêem que não encontre no decor-rer de um dia ensejo para a pratica deuma bôa acção? Não, não pôde haver.,

Todos os dias, talvez mesmo sem es-perar, meus netinhos praticam acçõeslouváveis.

O facto, por exemplo, de obteremboas notas nas lições dadas nos collegios,é uma acção que leva a alegria aos paes eaos mestres. E, só por isso, é ella louvável.

Ceder o logar, nos bondes ou trens,

a uma pessoa idosa, guiar os anciãos e òicegos na travessia das ruas, tratar cari-nhosamente dos ferimentos dos animaes,impedir por meio de conselhos brandosque outros meninos maltratem cães, ga-tos e outros bichos e inutilizem plantas eflores — são, repete o Vovô, acções gene-rosas que patenteiam virtudes e nobrezade caracter.

Comecem, pois, os meninos de hojepor deante, a tomar comsigo mesmos òcompromisso de praticarem, diariamente,uma boa acção, por menor que seja.

Verão, não restará duvida, como sesentirão satisfeitos e ennobrecidos, orgu-lhosos, justamente, dos actos que pratica-rem.

Uma única acção generosa basta pa-ra levar um individuo á consideração deseus semelhantes.,

Vocês, porém, não hão de quererpraticar apenas uma só acção, mas mui-tas, tantas quantas permittirem a consci-encia do cumprimento do dever, da leal-dade, da estima, da generosidade que to-dos os meus netinhos possuem.,

Realizem, meus meninos, a alegriado coração pela pratica constante do bem.,

VOVÔ

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o rico-tico — 6 — 28 — Anosto — 1929

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•OTÍCOTICOí Ti "" - ii ii f } \^J I I vIl*/"***~*M I ' V__^'_S5*-J • W* T.V4_^-**»"T»*-%«__i.

NASCIMENTOS

*$> ^ Chama-se Daisy a garotinha quo vem encher denovas alegrias o casal Clarisse Lopes Lucidi-Cuinto Lucidi,desde 10 do corrente, dia em que veiu á luz.

<$> <ê> Veiu á luz no dia 10 ultimo a menina Elia,filhinha do casal Zenayde Ramos Torres-Alvaro Torres, oque tem sido motivo de muita alegria.

? *& Desde o dia 2 do corrente que se acham possuídosde justa alegria o Sr. Darcilio Ribeiro Loures e sua es-Dosa Sra. D. Lilia Vieira Loures, por terem tido a feli-cidade de ver o seu lar enriquecido com um galante e espertomenino que receberá na pia baptismal o noms de Aloysio.

® <*¦ O lar do Sr. Antônio Corrêa de Araujo e se-nhora, acha-se em júbilo pelo nascimento da encantadoraWanda, sabbado ultimo.

A N N I V E R S A R I O S

<S> <$> Faz amios hoje o menino Arl.ndo Vianna deAlmeida.

3> * Maria Lúcia de Carvalho completou hontem seisannos de idade.

¦$> <•> Viu passar sabbado ultimo a data de seu anui-versado natalicio a graciosa Hilda, filhinha do Dr. Al-varo de Lemos.

$ <'> Lelly Vieira, nossa graciosa amiguinha, festejouhontem a passagem de seu anniversario natalicio.

$> G> Octavio Pimentel, nosso nuerido leitor, filho doSr. Lino Pimentel e suaesposa D. Odila Arruda Pi-mentel, festejou seu anniverosario a 23 do corrente.

EM LEILAO...:

3* $> Estão cm leilãoâs seguintes moças de Ma-dureira: Quanto dão peloscabellos louros de Iracema?pelos olhos de Victoria M. ?pelo andar de Edith? pelosmodos de Zoé? pelos sorri-sos de Elmaza? pela sym-pathia de Yolanda? pelo na-riz de Noemia? pela bon-dade de Alice? pela "pose"de Alice R. ? pela alegria deCeciba? pelo comportamentode Jurema? pela altura deEsmenia? pelo falar de Li-na? pela amizade de Lelia?pela belleza de Dolores?pela gordura de Dina? —Um admirador.

NO JARDIM...

* ® Passando em Pe-tropolis, vi no jardim denma amiguinha as seguintesflores: Luiz Bueno, um cravorajado; Graziella M., umarosa-chá; Virgínia GomesKetto. uma açucena; Eljsa

P.udge, uma violeta; João P., um beijo de Venus; StellaNunes, uma margarida; Henriqueta Cunha, uma hortensia;Stelle N., uma trepadeira; Annibal M., um jasmin; Noemi..Alves uma camelia; M. de Lourdes Magalhães uma azaléa.

? "S> Querendo organizar um bouquet de flores, escolhias seguintes meninas e meninos da Escola João Pinheiro, 4'anno, 2o turno: Victoria, por ser uma rosa; Maria J., umavioleta; Ernestina, uma camelia; Maria L., um amor-perfeito;Yolanda, unia hortensia; Nareisa, uma accacia; Argentina,um bogary; Bellanisia, uma sempre-viva; Elza M., um gira-sol; Diva, uma saudade; Guiomar, uma angélica; Juracy,um crysanthemo; Altair, um copo de leite; Áurea, uma florde cera; Iedda, um jasmin do Cabo; Dinah, uma cravina;Geraldina, uma espirradeira; Guühermina, um mal-me-quer;Lilia, um hei otrope; Attrelia, uma magnolia; Loardes, limadhalia; Ivonne, uma açucena; Julieta, uma margarida; 0!g:t.uma bonina; Laudeüna, um cravo; Joel, um bogary; Djalma,um monsenhor. — Rainha das flores.

NO VIVEIRO...,

Q" <$> No jardim da minha casa encontram-se as se-guintes aves: Alzira Margaritelli, o pardal; Antonia NunesF., o quero-quero; Alda P., a tesoura; Carolina Caldas, ocanário; Claudina M., a andorinha; Clotiide d'Agostino, apatativa; Elza Golfetti, o cardeal; Ermelinda Vicente, opavão; Giselda Sucupira Henworthy, o rouxinol; Hida V.Marques, o meiro; Igncs Leite, o serrá-serra; Lydia Romit;,o beija-flor; Ludovina A., o colibri; Olga M.. o bem-te-vi;

Olivia C., a arara; Jose-phina M., o periquito;Yvonne A., o tico-tico; Ze-lia V. Marques, a pombi-nha; Zenith Ribeiro R., osabiá, e cu, o papagaio.

NO C I N E M A . L, _r

3* ^ Querendo organi-zar um film, contractei asseguintes alumnas e alu-mnos do 5o anno da EscolaSão Paulo (2o turno) : Cia-ra, a Dolores Del Rio; Ma»rilia, a Lia Tora; Yedeb,a Clara Bow; Edna, a Ina

-Claire; Doilce, Vilma Bati-ky; Laura, a Dorothy Se-bastian; Ondina, a JoanCrawford; Lair, a LupeVelez; Oswaldo, o JohnGilbert.

<$> <$> Foram contracta-dos para um film a ser le-vado brevemente as seguin-tes creanças: Paulo, o Co!»lier Jr.; Glorinha, a MaryAstor; Joel, o HaroldLloyd; Conceição, a BettyCompson; Augusto, o Con-rad Nagel; Semiramis, aJanet Gaynor; Geraldo, oTom Mix; Jacy, a MaryPickford; Milton, o RodLa Rocque;

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28 — Aoosto — 1929 — 7 O TICO-TICO

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Folhas que eaem

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Estavam cahindo as folhas do arvoredo sobre a relváesmeralda do pomar. Cada folha, amarella, que cahia eracomo uma lagrima da arvore chorando uma saudade. Umasaudade grande das flores que murcharam, do cantar estri-dente das cigarras de azas de ouro e corpo côr de mel. E àarvore, outr'ora tão copada, foi deixando cahir folha por fo-lha. .. Agora, aquelle encanto, reducto amado de mil pas-sarinhos, mostrava um corpo esguio, de galhos nús e finos.Eoram-se as folhas todas do arvoredo.. . A relva do pomarfoi recebendo o pranto de saudade — folhagcí 5 côr de sol —

que as arvores choraram... Que tristeza é rtna arvore semfolhas! Parece uma existência, prestes a se estinguir no tor-mento da dôr, da desventura, da saudade de tudo quepassou.

Como as folhas queimadas, resequídas, que cahiam dasarvores do pomar são os anceios de felicidade que toda gentetem. Vão desapparecendo pouco a pouco, aos embates da

sorte traiçoeira. As arvores, de novo, hão de florir e secobrir de folhas, novas e verdes, cheias de esperan-

ça. Mas á vida da gente quem pode garantirque voltarão os momentos sonhados deventura, as alegrias de um viver feliz?...

CARLOS MANHA ES

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O TICO-TICO — 8 28 — Agosto 1929

- ,, __ cyo.l!ccctaT.e.sX 'a***"''»^ rMaararaaraaraaraaaajBHa-B .1.1.11 -n—mmmcmmmmmm>,mmmm^B^ca^M^aMrma

Os Três Fios de Cabello do DiaboFeito isto, deixaram-no dor- CONTO MEDIEVAL matta aproveitando-se alguém

mlr socegadamente no banco, Capitulo IV do meu somno". O rei tornouaté o dia seguinte; quando ac- irritado:cordou, restituiram-lhe a carta e indicaram-lhe "Não me serve essa desculpa, e tanto quea estrada real. Entretanto, a rainha, apenas minha filha não te pertence emquanto não meleu a carta, que passara como escripta pelo rei, trouxeres do inferno três cabellos de ouro daordenou grandes festas para o casamento da fi- cabeça do diabo; satisfeita esta condição resti-lha com o moço nascido num folie tuo-te a princeza." O soberano, falando assim,

Como este era perfeito, amoravel e dotado cuidava que ficaria livre delle d'uma vez parade bom coração, a princeza vivia feliz e satis- sempre. Como resposta, o moço nascido numfolie disse ao rei:

"De bôa vontade acceito a sua proposta detrazer os três cabellos de ouro, tanto mais quenão me arreceio do diabo!"

Ditas que foram estas palavras, despediu-se e poz-se a caminho.

A estrada ia ter a uma cidade, ás portasda qual estava uma sentinella que lhe pergun**tou em que elle poderia ser-lhe útil e o que éque sabia. — "Sei tudo", respondeu o mo-via escnpto. O rei leu-a, e viu que fora ço nascido num folie. — "Nesse casotrocada. Perguntou ao moço o que podes indicar-nos com facilidade a ra-havia feito da carta que lhe confia- zão por que a fonte do mercadora, e como é q u e havia trazido d'onde corria vinho hoje não dei-Jtra- ta nem uma gotta de agua?" —

Não sei!" respondeu o mo- "Depois o direi", respondeu Cíceroço. Só se me foi roubada o nosso viandante. Vallada-

na noite que passei na "Espere que eu volte". res

feita.Passado tanto tempo, o soberano regres-

sou ao palácio, e, com grande espanto seu, viuque a predicção se realizara do moço nascidonum folie casar com a princeza,"Como foi isto arranjado?" perguntou árainha. "Havia dado outra ordem na minhacarta".

A rainha apressou-se a mostrar-lhea carta, afim de certificar-se do que ha

Ulustrações

dc

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HELCIO, /Wfim SUI^. ANTÔNIO,filho do casal Lucas-Simas e //0//a\ __kS\^\\ filhiijho do Sr. M. Alvaresneto do Sr. Emilio Simas, //////^m ___aw. Moreira,estimado chefe do correio 11llm\ i___A\\a\\ Macahé — Estado do Rio.

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I (j(í j| \\\ J))i ^jfci _ .f-^j

\\\\ filhinho do Sr. Arthur Burger. Ifl( *\ ^t^ ¦**kmrmmWÊÈ^w\\.

GASTAO FERNANDO DACOSTA K SOARES.

Alegrete—1 _i<» Cirande lio Sul.JO. i'

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N O E L ARAÚJO.Santo Amaro.

Nirce Gravina e Yára Christo.Ladeado — Rio Grande do Sul.

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Marino,filhinho doSr. ManoelC. Xisto.Brumadinho,Minas.

SolonBorges.CampinasEstadode SãoPaulo.

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HISTORIA DENOSSA PÁTRIA

Desenho de CiceroValladares OS JESUÍTAS

1A_\ *

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Àr jáw À_WÂ___r9-_f\ WS.

Quasi todos os in-dios receberam mui-to bem os primeiroscolonos que vierampara o Brasil. Masdepois começaram adesconfiar dos colo-nos, porque estes,como já vimos, que-riam obrigaí-os a tra-balhar. E dahi os ódios e as lutas emque se puzeram as duas raças. Taes lutas ro-ram os maiores embaraços que perturbaram avida da colônia.

Viu-se logo que só pela força não se leva-riam os índios, e que o melhor seria leval-os porbons modos, falando-lhes primeiro ao coração efazendo-lhes vêr que seriam mais felizes se qui-zessem viver com os portuguezes.

Para este trabalho tão difficil e tão impor-tante é que.vieram logo, com o primeiro gover-nador geral, os primeiros Padres da Compa-nhia, como se chamavam os Jesuítas.

E depois, vieram outros muitos.,Estes padres eram de uma fé, paciência,r .

coragem e dedicação, como não se tinha vistoainda no mundo.

Empregaram-se com tanta bondade e esfor-ço em ensinar as creanças e em proteger

os indios grandes, que estes logo se tor-naram os seus melhores amigos.

Foi a desses padres a obra mais bel-Ia que se fez, não só no Brasil,

mas em toda a America.Entre esses homens admira-

veis, que para aqui vieram

Padre José Anchieta

Padre Antônio Vieira

só com o pensamento de civi-iizar os indios; contam se ai-guns que se fizeram celebres

pela sua grande alma e pelosseus feitos, como o padre Anchieta e

o padre Nobrega.O padre Anchieta passou quarenta e tantos

annos aqui, como um santo, aconselhando oscolonos e soccorrendo os indios.

Uma occasião, quando os indios de S. Vi-cente se revoltaram todos contra os colonos, es-tes dois padres metteram-se entre elles e con-seguiram fazer a paz.

Foi por este tempo que Anchieta, obrigadoa ficar prisioneiro dos indios como fiador doscolonos, escrevia para consolar-se, nas areias dnpraia, poesias á Virgem. Diziam os colonos queeste padre fazia milagres só pela virtude do seucoração, tão grande e tão puro como se fosse ode um anjo. Aos que duvidassem disto, basta-ria dizer que só a palavra do padre Anchietaconseguiu amansar um chefe indio, que pare-cia um gigante, chamado Cunhambeba,verdadeira fera, que só comia carne deportuguez. Mais tarde, entraram tam-bem os Jesuítas no Maranhão e noPará, por onde passou, comouma grande luz, a figura in-confundivel do illustre jesui-ta padre Antônio Vieira.

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O TICO-TICO 12 2S — Afjosto _ 1929

E S E N H PARA G L

Depois de coloridos a lápis de côr ou aquarella de-vem os desenhos acima ser enviados á redacção d'0Tico-Tico. Os nomes dos autores dos melhores tra-Joelhos serão publicados.

Na semana finda recebemos muitos desenhos co-loridos, e destacámos, como melhores, os dos seguin-tes amiguinhos:

José de Serpa Bernardes, Ilidia Marques Machado

dos Santos, Manoel Machado does Santos, AurelinoBarroso Dantas, Estella de Azevedo Alves, Helena daCosta Proença, Maria José Destri, Celcka Passos, Or-lando Campos de Oliveira, Roberto Granville Costa,Lúcia Loborque, Diva Meinberg Porto, Libian líime.Eugenia Pires, Emilio Innocente, Luzy Oliveira, Con-ceição de Oliveira, Ruth Silva, Miguel Peimador, Gil-berto S. Dutra, Paulo Villarinho.

A S E D ASeja qual fôr o processo utilisado, para a fabricação da

seda artificial, chamada seda vegetal, a matéria prima paraisso empregada é sempre a cellulose. A cellulose constitue abase dos vegetaes, é a parte principal da matéria. O algodãoé também cellulose quasi pura, Eis porque nos servimos dealgodão cu da matéria para conseguir a seda vegetal ou ar-tificial.

Foi um francez, o conde Hilaire de Chardonnet, queteve cm primeiro logar a idéa de fazer fiar uima solução decellulose- Suas pesquizas, começadas em 1878, foram co-

VEGETALroadas de êxito em 1889, figurando então as primeiras' sedasirtific!aes na Exposição de Paris, desse mesmo anno.,

Prepara-se primeiro uma espécie de pasta, como se fazpara o papel, dissolvendo a cellulose; essa pasta é, em se«guida, transformada em "visgosa", immergida em recipi-entes de soda cáustica, enxuta, amassada e misturada comsulfureto de carbono muito volátil.

Depois, por processos mecânicos, íabrlcam-se os fios deseda vegetal.

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28 Agosto — 1929 — 13 —

AS AVENTURASF I N O 1 N

DO ZÉ) RICO

O TICO-TICO

A C A C 0

¦VHOJE VOU BANCAR O IMPORtante' installei o reie-

^ ^S PHONE 5 COMO^AICOA NAO

ESTA LIQAOO...

COMO È &\sV\í//\ \

Eu fare, como se o estivesse '\f0ff<CAVÃL„Ele0 i reN„A 8oNDAQUALQUER PESSOA QUE ME PffOCLI- '

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ffTõR*E MAMQA-O ENTRAI?...

/'oe De sentar se e csperai?

C/a/CO MINUTOS ?

CSrOU ArAR£FAD>SS"^IOCOM OS CHAMADOS AO

At-LÒ ALLÒ AM'.e'c D'RECTOR\ /Sim SOU EU ZE MACAçrTDO BANCO? \[ME R£SE*V£ m'f (\POIS S/Mf LOCO A TAROE IREI ACÇOES DA SUA EMPR\*»J

OEPOSirAR SOO CONTOS'

\ (O SEHHOP ESrA 4** ~X ^ÍO SEHHOP ESrA f^^\~ ]ADMIRADO? 1EISSO O D'A \^ JZA."'Amm^ inteiro' ^/

AÇORA O CAVALReiRO TERÁ \( _- .' }( ^ ^_ "*l+ EU SOU DA Linur nescuLRF cr /^ *^^N.*^A BOHDADE DE DIZER O QUE l/IM . ,^„„ L„ '" DESCULPE SE/ £ „ \

s. V/" 4_/Ç/,/? O TELEPHONE1 NAÕ fUi MMSyél&Çe f __¦£) Cl k<p OESEJA. "AS. SEJA 6REV£.„ *> **N 7/V^ U>\ J&

^\ \f)a-' Asõ,

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O TICO-TICO •ü 14 Aijosti VdX)

A DR1NHA DA V E RI NHAQue pena que mamãe não tenha arranjado, tam-

bem, uma fada para ser minha madrinha, dizia Veri-nha para o irmãozinho Maurício, emquanto Maricota,a irmã mais velha, lia para os dois pequenotes, os lin-dos contos de fadas do "Tico-Tico".

Se a minha madrinha fosse uma fada, tudoquanto eu quizesse, havia de ter; e depois ella haviade arranjar algum principe encantado, para casar-se com-migo.

Não sejas tola, isto de fadas são historias, res-ponde-lhe o irmãozinho, que, na sabedoria dos seus seisannos, já não acreditava naquellas cousas...

—¦ Não diga tolices, seu sabichão, papai outro diame disse que as fadas moram em um paiz que fica riofim do mundo, porque se aborreceram com as rhàlda-des que os homens fazem... mas que ellas têm umreino muito bonito, em que só ha felicidade.

Discutiram ainda os pequenos, até a hora de deitar.Verinha, já acomodada na sua caminha côr de rosa, ain-da pensava na immensidade de bom-bons e brinquedosque teria, se tivesse uma fada por madrinha.

Nesse momento, em uma das paredes do quartoappareceu um ponto, brilhante como uma estrella, quefoi augmentando, augmentando, até que o quarto illumi-nou-se todo, com uma luz azulada e resplendente.

Com immenso espanto da Verinha, que attemon-sada chegou a cobrir a cabeça com o lençol, uma vozlhe disse: Descobre sem medo a tua cabecinha! Eu soua Fada das Borboletas, e quero ser tua madrinha.

Verinha foi aos poucos afastando o lençol, e viuuma grande nuvem de borboletas azues, que esvoaça-vam em torno de uma linda moça de cabellos louro» edourados, e que tinha leves azas azues, como as borbo-letas.

Entra para o meu carro, minha afilhada, diz afada, mostrando um minúsculo carrinho todo trançadode flores perfumadas, que as borboletas puxavam pre-sas por fios quasi invisíveis.

E o Maurício, nós não o levamos? pergunta Ve-rinha.

Não... elle não acredita em fadas! Amanhã,quando tu lhe contares as maravilhas que vais ver, elleha de ficar muito triste; é o castigo que elle merece.

Verinha sentcu-se no carro, ao lado da fada, e asborboletas partiram velozmente, levando-as pelo espa-ço.

Dahi a alguns instantes, Verinha começou a ouviruma musica maravilhosa.

Já estamos chegando, disse a madrinha,O carro, puxado pelas borboletas, entrou pelas lar-

gas janellas de um palácio, que brilhava todo de ouroe pedrarias.

No meio de uma sala immensa, viu Verinha umamesa colossal, cheia de doces, os mais variados e sano-rosos. Em volta, atarefadoí, uma multidão de ccelhi»nhos brancos, todos com barrete de cozinheiro c deavental, andando de um lado para outro, trazendo osdoces e mudando os pratos.

Uma nuvem de borboletas azues, sustentando cadaqual, uma pequena lanterna, illuminaram o vasto saião.

Come algum doce, minha querida, e depois vemencontrar-me na sala ao lado, que é o reino dos brin-quedes disse a fada, mostrando uma larga porta; masnão te demores, pois temos que estar de volta antes demeia noite.

Verinha olhou para aquella multidão de doces, semsaber por onde havia de começar. Afinal, depois demexer de um lado e de outro, tircu um pedaço de umgrande bolo alto como uma torre e, anciosa, dirigiu-seá sala que a fada dissera ser o reíno dos brinquedos.

Que deslumbramento! De um lado eram batalhõesde soldadinhos de chumbo, que marchavam ao sorn deuma musica guerreira; ali, eram benecas de todos ostamanhos e feitios, que de mãos dadas dansavam aroda; mais adeante, uma grande arca, para dentro daqual Noé e sua familia se esforçavam para tocar umaquantidade de animaes... de páu.

Oh! gulosa, como demoraste e perdeste o tem-po em comer, agora escolhe ahi qualquer brinquedo esobe para o carro, pois tens de chegar em casa antes dameia noite.

Verinha apanhou algumas bonecas, jogou o Noédentro da arca com todos os bichos, e subiu para o car-ro; mas lembrando-se do irmãozinho voltou para apa-nhar alguns soldados.

Que imprudência! já vae bater a primeira da meianoite e diz a fada, que segurando a menina fel-a voitarpara o carro, que partiu célere.

As badaladas da meia noite suecediam-se rápida-mente, e as borboletas voavam cada vez mais depressa!

Verinha já avistava o telhado de sua casa, quandobateu a ultima badalada. As borboletas sumiram o car-ro desapareceu, e Verir.ha levou um grande trambulhãoda cama ao chão.

Todos correram assustados. Mas Verinha, conven-cida de que tudo era verdade, diz ao irmãozinho que dei-Ia caçoava: Você está rindo-se de mim, mas se eu nãotivesse perdido o tempo em querer apanhar uns íoldadospara você, eu tinha chegado antes da meia noite, e teriaagora todos os brinquedos que me deu a minha madri-nha, a Fada das Borboletas.

FIM

Maria Rideiro de Almeida.

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28 — Agosto — 1929 ^ 15 — O TICO-TICO

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POÇA . Ey-fOÜ l l PREFIRO O EMPRE-1| OH; SUPREMO jTACRIFI-;] |,Cj0h0 ,'QU-|.DlR-A, |(VAMOf PEOiR_/V 16-0

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O TICO-TICO — 16 — 28 Agosto — 1929

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=JZ^Íí 0 Príncipe valente Q Ym^— Conte, avózinha, uma historia daquellas que

você sabe; uma historia muito linda, mas que façaadormecer e sonhar com tudo aquillo que a avózinhanos contou.

Pois bem. Prestem attenção.Diga lá.Era uma vez uma princeza real, cujo pae annun-

ciara que a daria em casamento ao principe mais va-lente que demonstrasse, cora provas, o seu valor ecoragem.

Naquelle tempo era o reino infestado por Uílrões

que assatlavam nas estradas os viajantes indefesos, rou-bando-lhes o que tinham.

Appareceu um mancebo que, desembainhando aespada, partiu contra os salteadores e os fez correr de

pavor, fugindo para as montanhas onde ficaram per-didos ou foram, por grandes lobos e por ursos, de-varados.

Ficou, assim, livre o reino dos ladrões que nellehaviam. Volta o cavalleiro audaz e o rei lhe concedea mão da princeza sua filha.

Porém, já perto das bodas, eis que surge uma"cruzada", — guerra santa — contra os mouros queoccupavam as sagradas terras de Jerusalém.

Segue o principe valente em defeza do Sepulchro,levando no escudo e ao peito a Cruz de Nosso Senhor.

Combateu como um gigante por longos mezes afio, até que, em meio a um assalto, de vez, desappare-

ceu. Passaram-se bem tres annos e, como elle nãovoltasse, foi, por fim, dado por morto

A princeza chorou muito com saudades do seunoivo, e, fiel á sua memória, quiz entrar para um con-vento.; O rei, seu pae, não permitte, pois se ella nãose casasse, ficaria sem herdeiros directos seu throno eo nome illustre dos seus avós.

, Porém a jovem princeza declara que morreria sicom um outro se casasse; e o pae, então, se conforma,ci.viando-a para um convento.

Mas na hora em que ella iria, para sempre, profes-sar, cortar os longos cabellos, vestir o burel de freira,chegou ao templo um cavalleiro que havia fugido aosmouros que o mantinham preso a ferros. Quebroucorrentes, algumas, e veio, no seu ginete, em busca dasua dama. Era o Principe Valente!

Fez-se, então, seu casamento com grande pompa eesplendor. O rei lhe cedeu seu throno e, feliz, foi re-pousar...

— Que linda historia, avózinha!. ..— Agora durmam que é tarde, e sonhem com a

grande festa que houve, nesse casamento. Musica,dansas e flores; doces que não tinham fim. A noiva,linda, a sorrir, e, aos seus pés, como um cordeiro man-so, o Principe Valente!

M. MAIA.,

—**********—******-**- •• -— in i

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28 _ Afloslo — 1929 — 17 — Q TICO-TICO

p ^d>-^z^r ^=^"

Catharina era uma pobre orphã,

e tinha uns sapatinhos encarna-

dos de baile, dos quaes gostava mui-

to. Quando uma senhora, tendo

pena delia, a adoptou, Catharina não

poude deixar de dizer:

"Os meus sapatinhos deram-me

sorte".

Aos domingos, em vez de calçar

botas pretas para ir á missa, Catha-

rina ia para a egreja com os seus

sapatinhos de baile. Havia um sol-

dado velho que estava sentado á

porta da egreja e costumava ganhar

alguns cobres tirando o pó do cal-

çado dos fieis. Um domingo, ao ver

os sapatinhos de Catharina, bateu-

lhes ao de leve e disse:

"Oxalá sc te peguem aos pés

quando dances!"

Durante a missa Catharina não

fazia outra cousa senão pensar em

que bonitos eram os seus sapatos.

Os sapatinhos

. encarnados"Sim, os teus sapatos são muito

bonitos", disse-lhe o soldado velho

á sahida.

Então Catharina começou a dan-

çar, e só tirando os sapatos é que

podia parar com a dança. No di*3

seguinte foi convidada para um

baile, mas, como adoeceu a senhora

que a adoptara, Catharina não te-

ve remédio senão ficar em casa."Não importa", disse comsigo.

"Vou pôr os meus sapatinhos en-

carnados." E logo que os. pôz, sa-

hiu a dançar pela rua fora até ao

bosque. AH deu com o soldado,

que, quando ella passava, lhe disse:"Que bonitos são cs teus sapa-

tos!"

Quiz Catharina tiral-os, mas não

poude, e assim foi dançando, dan-

çando, noite e dia, por campos, col-

linas e pântanos. Ia para entrar na

egreja, mas á porta appareccu-lhe

o soldado, que lhe disse:"Que bonitos sapatos que tu le-

vas I"

E ella seguiu para deante, dan-

çando cada vez mais depressa entre

a chuva, o vento e a escuridão.

Uma noite, dançando nas margens

d'uma lagoa, chegou á cabana d'tira

verdugo e bateu á porta."Eu corto a cabeça aos crimino-

sos", disse-lhe o verdugo."Não me cortes a cabeça, mas

sim os pés", disse-lhe Catharina.

E contando-lhe o que se passa-va, convenceu-o a cortar-lhe 09

pés, que depois de cortados conti-

nuaram bailando por si, sempre

dentro 'dos sapatos, pela superfície

da lagoa.

O verdugo fez depois a Catharí-

na um par de pézinhos de madeira;

e a pequena foi de ali para casa

d'um padre, onde aprendeu a serboa. E um domingo de manhã,

quando todos estavam na missa,

Catharina pediu humildemente per-dão a Deus. Então appareceu de ré-

pente um anjo e, pegando na alei-

jadinha ao collo, Ievpu-a para océu.

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o C A-R RO DO CHIquin H O - (PAGINA DE ARMAR)

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O TICO-TICO —. 20 — 28 Agosto — 1929

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"^~\ AT~<A. II rSr ,\<-

LEO PERACCHI (S. Paulo) — Sua letra ty-pographica é indicio de senso esthetico, creação ar-tistica, havendo ainda energia, força de vontade,reserva, elegância, delicadeza, um pouco de vaidade,amor próprio susceptível.

O horóscopo dos nascidos a 30 de Setembro éeste: são affectuosos e affaveis, são felizes nas suasemprezas e têm predilecção pela musica. Reserva-dos e discretos, pode-se -lhes confiar qualquer se-gredo. Gostam dos jogos de cartas, gosam boa sau-de, apparcntando sempre mocidade, e viverão muitosannos.

BUTUCA LOURA (Rio) — O meu velhoamigo Graphologo já lhe" respondeu pelo "Para-todos" n.° 554 de 27 de Julho. Eu concordo com elleem tudo, logo, não ha necessidade da Butuquinhaemagrecer dez kilos á espera da minha resposta.Fique como está que está muito bem assim, comesses seus olhos vivos e curiosos como a vi ha diasna Avenida....

D'ARTAGNAN (Rio) — Letra regular de-notando calma, ordem, exactidão, constância. Alémdisso vê-se ainda bondade, sentimentalidade, fra-queza de animo e um pouco de despreoccupação pelodia de amanhã. Optimismo, achando tudo muito bom.

O horóscopo dos nascidos a 9 de Setembro é omesmo que dei a Leo Peracchi um pouco antes.

SILVA (Rio) — Letra incerta, mal desenhada,demonstrando rudeza de espirito, nenhuma culturaliterária, insignificancia, pretensão, alguma ambição,desejo de ser ainda alguma cousa para o que traba-lha sem descanso.

O horóscopo de quem nasce a 2 de Dezembro éeste: é franco, enérgico, activo, ao ponto de lhe fa-zer mal a inactividade dos outros.

Amigo de viajar é possível que morra longe daterra em que nasceu. Temperamento nervoso, gusaporém de boa saúde e viverá longos annos.

PORTUGUEZ RESENDE (Rio) — Espiritoainda mais inculto do que o precedente, pouco amorá verdade, impaciente, nervoso quando não é obcde-cido ou não obtém o que deseja. Intelligente nos ne-gocios.

O horóscopo dos nascidos em 15 de Novembroé o seguinte: Têm grande ambição e força de vonta-de para conseguir seus intentos. Dureza de coração,insensível a supplicas e a lagrimas. Amigos de con-tar anecdotas picantes. Bom tino para qualquer cm-preza ou transacção. Dão para enfermeiros pelo gei-to que têm de lidar com enfermos.. Gostam de sevestir bem, tendo muita lábia para' enganar os ou-tros.

Para conseguir seus fins não se esquivam desacrificar até os próprios amigos.

GRES (S. João D'E1-Rey) — Letra ora ver-tical, ora inclinada para esquerda: energia, frieza, re-serva, calculo e ao mesmo tempo volubilidadc, des-confiança, dissimulação, inconstância, contensão deespirito. No arredondado das letras divulga-se ai-.gtima bondade e indulgência. Sua assignatura é dequem liga pouca importância ao juízo que possam fa-zer da sua pessoa, o que é confirmado pela maneirade fazer o til. Não gosta de ser contrariado e achaque o que fez está muito bem feito, embora seja ummal de que não se mostra arrependido.

O horóscopo dos nascidos em 26 de Abril é.este 2"Têm grande poder intellectual e fazem prosperaras emprezas que dependem da sua capacidade men-tal. Têm ainda propensão para as artes, sendo bonsprofessores de musica, embora impacientes e nervo-sos em extremo.

São inconstantes, não perseverando em cousa ai-guma e bastante ciumentos. Amigos dos pobres, re-partem com elles seus haveres.

LILITA SOLANGE (?) — Recebidos os trestrabalhos que serão publicados. Mande mais.

NINON ROSE (Rio) — A ditferença que notoagora é que sua assignatura está um pouco diversada letra do corpo xda carta e isto significa dissimula-ção, receio de parecer aos outros tal qual é; pensaruma cousa e dizer ou fazer outra; não é assim? Façaum exame de consciência e veja si não está procedeu-do agora desta maneira? —

JORGE FRANCA LEAL (Rio) — Seus ver-sinhos estão fracos; entretanto não_ desanime; pro-cure ler os bons autores e educar seu ouvido ao ty-thmo, á cadência da métrica.

Na quadrinha que se segue vccê tem versos ciesete e de seis syllabas misturados como verá:

•'Margarida! Margarida; 7Flor do meu coração; 6Este será o penúltimo, 7Da minha inspiração." 6

Não queira começar pelo "futurismo"

porque co-lneçará mal.

AMÉRICO V. PINHEIRO (Rio) — O reme-dio de que fala poderá ser encontrado na DrogariaGranado. O doente é você? Não parece.

DR. SABE-TUDO.

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28 — Agosto — 1929 -- 21 — O TICO-TICQ

UMA FUGA A 0 LUARHaverá uns mil annos, vivia na

Normandia um mocito chamadoRicardo, neto do celebre Rollo queviera com os Vikings, do Norte,

para conquistar os ricos territóriosregados pelo Sena. O pequeno Ri-cardo passou uma infância bemtriste. A madrasta não gostava dei-le e o pobre pequeno via poucas ve-zes o pae, Guilherme Longsword.Quando completou oito annos ca-hiu o pae gravemente doente e, jul-gando próximo o seu fim, levou ofilho á cidade de Bayeux e fezcom que os barões jurassem fideli-dade ao seu herdeiro.

Pouco depois foi Guilherme trai-çoeiramente assassinado e começa-ram pana o joven Ricardo, dias at-tribulados. O rei Luiz de Françaera seu inimigo e cuidou que, porser Ricardo uma creança, poderiafacilmente despojal-o do seu duca-do.

Mas havia muitos barões leaes echefes que se collocaram a seu lado;e quando cahiu prisioneiro, resga-taram-no.

Não ficou, porém, muito tempoem liberdade, pois Luiz, fingindoter por elle amizade e interesse, tor-nou a apoderar-se de Ricardo, quetinha então onze annos, s encer-rou-o numa torre em Laon, sob águarda de um fidalgo normandochamado Osmundo.

Osmundo era intelligente e ha-bil e, durante as longas e solitariasihoras que passou com a creança natorre, ensinou-lhe tudo quanto sa-bia.

Gostava do pequeno e entristecia-se ao vel-o cada vez mais pallido efraco por falta de ar puro e de exer-cicio.

Uma vez atreveu-se a incorrer na!cólera do rei Luiz e levou o peque-no Ricardo para fora da torre, fa-zendo galopar o seu cavallo pelavasta campina. Fez tanto bem aorapazinho esta sahida, que Osmun-do, que lhe queria cada vez mais,resolveu-se a fugir com elle.

Succedia isto durante a estaçãodas chuvas e o frio e humidade datorre eram taes que o pequeno cahiudoente tão gravemente que o rei eos seus cortezãos julgaram que es-tava próxima a sua morte.

Osmundo exaggerava o mais quepodia a gravidade do mal, pois com-binara já o seu plano de fuga eesperava apenas uma boa occasiãopara o executar.

Não tardou muito essa occasiãoem apresentar-se. Celebrava-se umgrande banquete naquelle castello eo pequeno prisioneiro seguia coma vista, lá da janella de sua cella,os preparativos que se faziam comgrande ruído e alegria. Segundoas recommendações de Osmundoquando o official inspector fez asua costumada visita, encontrouRicardo na cama e mostrando talestado de fraqueza que mal se lheouvia o voz. Mas, apenas o offi-ciai sahiu da porta para fora Os-mundo disse ao seu pequeno amigoque fugiriam juntos naquella mes-ma noite, quando porém Ricardo,muito excitado, lhe perguntou:

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"Como?" não quiz dizer-lhe e 'sólhe respondeu:"Come tudo que te trouxeremporque vais precisar de todas astuas forças".

Foi correndo o dia e, quando cnc-gou a hora do banquete, foram che-gando os convidados, dirigindo-setodos para o grande salão. Osmun-do abriu então a porta da cella, de-bruçou-se na escada e poz-se á es-cuta. Fez signal a Ricardo que oseguisse. Desceram silenciosamen- •te e atravessaram o pateo esconden-do-se o melhor que podiam nasisombras das paredes. Osmundo co-nhecia bem aquelle caminho e eracapaz de o percorrer ás escuras..Assim avançaram os dois até che-garem ao palheiro; ahi Osmundojuntou um molho de feno e comuma corda atou-o em volta da cin-tura de Ricardo, de tal modo queninguém poderia suspeitar que den-tro d'elle se escondia uma creança.Depois, com muito cuidado, encos-tou o molho á parede, levantou-oe carregou-o ás costas."Não te mexas nem faças baru-lho!".;

Chegara agora a parte mais peri-gosa da aventura, pois Osmundotinha de atravessar um grande pateoilluminado pela lua, para alcançaras cavallariças. No emtanto con-seguiu passar com o seu fardo semninguém dar por elle, pois estavamtodos muito occupados como ban-quete. Ao entrar nas cavallariças,poz no chão a sua preciosa carga,apparelhou um cavallo, tirou Ri-cardo do feno e levou-o comsigo,conduziu o animal para fora docastello por uma sahida lateral.Montou, collocou o pequeno deantede si no arção da sella, e, embru-lhando-se no capote de modo a es-conder a creança, atravessaram si-lenciosamente as ruas da cidade.;Quando se viu fora das portas, Os-mundo metteu esporas ao cavallo epartiu como um relâmpago através-sando a toda a brida os campos il-#luminados pelo luar.

O pequeno Ricardo viveu e gò-vernou o seu ducado, conquistandoo amor e o respeito de todos osseus subditos.

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O TICO-TICO - 22 — 28 — Agosto — 1929

ÍRnnf mvwlttFrWtylr ¦"'/ '"V"^™"""" *—-"^?^5H Ja T^amT^^^*mi ^*\Wí^Mm Wm\ *\ \\\^^W tm\ riB Jl lisi íi líHi flBllU llln i II IfJllt/fejlK f

A primeira fabrica de Tijolos(Relato U&ihlico)

Emquanto viajava Moysés para o Egypto, afim deconcertar com seu imão Arão sobre a libertação dos fi-lhos de Israel, estes, cada vez mais opprimidos, traba-lhavam noite e dia na mais bem montada olaria que cmundo tem visto.

O ambicioso Pharaó, rei do Egypto, que oecupava,então, quasi toda a África, não se contentava com asinnumeras cidades, que surgiam sem parar, dentro de.seus domínios. Elle queria chegar a ter vinte mil cida-des, e pouco se incommodava que os miseros operárioscahissem exhautos, sob o peso da carga.

Quando Arão e Moysés se apresentaram na sala dothrono, afim de transmittirem ao rei as ordens de Je-hovah, o "Deus Todo-Poderoso,- Creador e Senhor detudo quanto existe", pedindo-lhe que permittisse aosfilhos de Israel uma peregrinação religiosa, para offe-recerem um sacrificio no deserto (isto é, em logar des-habitado, fora do distrieto urbano è suburbano)...Pharaó deu uma risada, e disse:

Quem é esse. Deus, que eu nunca vi? Isso épretexto para'divertimento. Vão trabalhar, que a ncio-sidade é que traz essas idéas vãs =

E mandou ordem ao prefeito das obras, que maisagravasse a tarefa do povo hebreu.

Entretanto, obedecendo á voz divina, os dois ir-mãos voltaram á presença do Monarcha ímpio, e este,em ar de zombaria, respondeu:

Façam milagres, que eu acreditarei. Peçam pro-digios a esse Deus, que é tão poderoso...

Nesse instante, a bengala de Arão transformou-seem uma víbora.

O rei, amedrontado, porém ainda obstinado, man-dou chamar os feiticeiros da corte, para que transfor-massem em serpentes outras bengalas...

Mas, nenhum conseguiu operar o mesmo prodigio;e acabaram declarando que era desconhecido o segre-do d'aquelles dois israelistas.

Foi longa a contenda, entre o soberano do Egyptoe os enviados de Deus!

Debalde, Nosso Senhor multiplicava avisos, provase castigos... O endurecido Pharaó não se deixava com-mover, senão á vista das calamidades que cahiam sobresua corte e sobre suas orgulhosas cidades...

Na hora do medo, chegou a pedir, tremendo, querezassem por elle, quando chegassem no deserto. De-pois, passado o castigo, e passado o medo, Pharaó man-dava seus exércitos ao encalço dos libertos, para tra-zêl-os de novo ao captiveiro.

. Longa foi a lueta, na qual, após muitos soffrimen-tos e humilhações, conseguiram os descendentes deAbraham, guiados por Moysés, á sanha do poderoso reL

Em memória da sua libertação, que deixou o nomede "êxodo", os hebreus, mais de tres mil annos passa-dos, nas suas festas commemorativas, presenteam-seuns aos outros com uma pasta de figos e uvas, cortadaem forma de ladrilhos, relembrando a dura tarefa eraque se consumiam, no tempo de sua escravidão no Egy-pto.

E' tão verdade que, mesmo aqui no Rio de Janei-ro, encontram-se á venda os deliciosos tijolinhos, corao nome impróprio de "figos turcos".

Maria Ribeiro de Almeida.

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28 — Agosto — 1929 23 — O TICO-TICO

A S ÁS COMPANHIAS

SS Kí^^^TllfS1!!^!

O hvppopo'amo escava rastardo no quanto o outro era viciado e devasso. Mal so O rhinoceronte negou-se a principio,rio, quando chegou o rhinoceronte. Esto encontraram, o hippopotamo convidou o rhino- nas acabou cedendo ao crnvite claquellaera um animal sóbrio, ajuizado, em- ceronte rara uma patuscada. ná companhia.

Foram ao boteauim e começaram tumado, ficou embriagado com pouca cousa; o Venha mais! A certa hora ambos esta-íoiam ao uoieuuim <= w» e.m outro> porém, ébrio acostumado não parava de pam que nao se agüentavam nas pernas

O rhinoceronte, que nao estava acos- beber e, esvasiando copos sobre copos, gritava: e assim foram para casa. Foi fácil ao

lif^

hippopotamo atravessar o lago, pois aágua era seu elemento. Mesmo embriaga-do como se achava, alcançou com facill-

dade a margem opposta. Ao rhinoceronte tal não as pernas e tirou-lhe a razão.E assim,aconteceu, log.) no entrar foi ao fundo do lago pois, perdeu a vida por ter acompanhadoK s6 voltou cadáver, e álcool entorpèeep-Iho ¦¦¦ um. máu, amigo, pela sua mâ companhia

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O TICO-TICO — 24 — 28 — Agosto — 1.29

E-fG^E^^^M ®ESCOTEIRO

Por que a senhora não quer que eu seja escotei-ro?... dizia á suà mamãe, o Paulo, um pequeno dedez annos. Dos meninos de minha classe, eu sou o uni-co que não sou escoteiro!...

Dona Fausta não queria que o filho fosse escoteiro.No exaggero de seus cuidados maternos, achava todasaquellas praticas perigosas.

Marchas, acampamentos, exercicios ao ar livre...eram, na sua opinião, coisas próprias para rapazes. Nãolevava em conta a boa senhora, que ao par das vanta-gens que a vida ao ar livre proporciona á saúde e robus-tez das crianças, os sãos e moraes princípios, pelos quaesseguiam os soldados de Baden-Powell, contribuem pode-rosamente para a formação do caracter, e são de gran-de influencia para o futuro.

Veja que bonito, mamãe, dizia Paulo, lendo umanoticia na secção escoteira do "O Tico-Tico". Um esco-teiro, com risco da própria vida, salvou um collega queestava se afogando, e vae ser condecorado pelo Presi-dente da Republica.

Outro dia, um jornal dava o retrato de um outro,que affrontou um grupo de vadios para tirar das mãosdelles um cachorrinho, com o qual elle judiavam, amar-rando uma lata na cauda.

Mas o que você não conta, respondeu a mãe, éque o que salvou o companheiro, quasi que se afogoutambem, e o que defendeu o cachorrinho foi bastantemaltratado pelos garotos.

Ora, mamãe, se não houvesse perigo, não have-ria valor nenhum! Porém dona Fausta não se deixa-vaconvencer.

A' tarde, quando sahiu do coliegio, Paulo voltavapara casa tristemente, emquanto os outros meninos iamás reuniões da tropa escoteira.

Um dia, Paulo voltava do coliegio. Travesso comoquasi todos, elle viajava no estribo do bonde; súbito,ouviu-se um grande alarido, e a attenção de todos os

DE CORAÇÃOpassageiros foi dispertada, por um cão que corria pelacalçada, perseguido por uma multidão de pessoas arma-das de paus e até de revolvers.

Era um cão damnado. Cabeça baixa, lingua pen-dente, da bocea escorria uma baba sanguinolenta.

Nesse instante, os passageiros do bond se levanta-ram, soltando um grito de horror!... A" porta de umacasa, justamente onde o cão devia passar, apparecera,tropega e descuidada, uma criancinha de dois annos, queseria fatalmente atacada pelo cão damnado.

Paulo, rápido, atira-se do bonde ainda em movimen-to, e, interpondo-se entre o pequenino e o animal pro-cura afastal-o a ponta-pés. O cão vibra-lhe uma denta-da e continua inconsciente a sua carreira, sendo mortomais adiante, a tiros e a pedradas, pelos populares.

Os passageiros desceram do bonde, acclamando o pe-queno heróe!...

Levado para a assistência, Paulo foi cercado pelosreporters, que queriam saber as razões de sua loucura.

— Eu sou escoteiro de coração! Minha mãe nãoquer que eu faça parte da tropa, mas sigo em tudo o co-digo dos escoteiros, e em tudo procuro imital-os...

A noticia do acto heróico do pequeno foi publica-da com todos os detalhes, acompanhados de seu retrato.

No dia seguinte, uma grande tropa escoteira para-va á porta da casa de Paulo.

Iam visitar o pequeno heróe, e levavam um offieio,pedindo á sua mãe que desse o seu consentimento paraa sua entrada no grupo dos escoteiros. Como presente,levavam para elle txma farda completa.

¦ Dona Fausta deixou-se convencer, e consentiuna entrada do pequeno, agora já celebre heróe.

Os escoteiros sahiram, levando em triumpho o novocompanheiro, que já era, pelas suas acções, um "esco-

teiro de coração"!

Gemma d'alba.,

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28 — Agosto — 1029 — 25 — O TICO-TICO

M O D A í N N i i.

i° — Lindo vestidinho de linlio ebordado ingiez, formando tres babado»na saia. 29 — Vestido de musselinabois de rose com redinhas acre, for-mando rosetinhas e collocadas em fór-ma de bico. 3o — vestidinho de musse-lina com cabeção de bordado, segurocom viez. 4* — Vestido do taffetá azulmarinho com flores facha rosa, ampla,com grande laço e babadinhos plissa-do». S° — Vestidcj de georgette cor depalha em pregas. Bordado de conta»azues no corpo. 6o — Vestido de mus-selina côr beije. Echarpe adornada defitinhas cruzadas sobre o corpo e ca-hindo em forma de pannos sobre a saia.Na cintura prende pequenos botões faa-tasia.

BORDADOS — i» — Lind» guar-nição para vestidos. 2* — Letras parafronhas, almofadas. Almofadas comcercadura de myosotis. 3» — Cestinhacom frutas para bordar ã seda de cores,4o — Cigana e raminho de cravos parabordar a seda de cores. 5* — Nome»figurados para marcar roupa branca.

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O TICO-TICO 26 -- 28 — Agosto 1929

Historia $a Prnieeáa eêçrâ(A' estimada Estherzinh a)

Naquella noite serena de lua cheia a avózinha con-íava aos netos curiosos a historia de uma princeza quehavia nascido cega.

Com os grandes olhos abertos ella olhava más nãovia. A luz, as cores, o céo eram extranhos á cega; aomenos como nós vemos; pois a princeza ligava a idéada côr aos sons; a própria belleza ao tacto, ao clphato,ao paladar,

Dizia, assim, que o azul, para ella que não via, eracomo um som de flauta. O vermelho "tinha o som" deuma trombeta de guerra. O amarello parecia o tinir demoedas de ouro...

Ser bonita é como a gente passar as mãos no

yelludo, no-setim ou então no arminho... Sentir umodor de flores, ou gosto de mel na bocea.

E ser feio? perguntavam^Ser feio?... E' como quem sente a aspereza

de um rochedo, a queimadura do fogo, um cheiro defruetos ácidos, sabor de amargo remédio...

Um dia um sábio doutor curou a princeza cega.Deu-lhe a vista clara e limpida aos grandes olhos aber-tos. •

E a princeza, então, viu como era diverso o mun-do daquillo que ella sonhara...

Achou o céo azul pallido mais feio que os sons daflauta; a própria belleza... feia, sem a maciez do vel-ludo, a calentura do arminho, sem perfume dos rosaesou gosto de mel na bocea.

Entretanto que ser feio, porém ser bom, era docecomo ò favo das abelhas, e suave como o perfume doincenso que dos altares das egrejas sobe aos céos emvolutas e espiraes...

E a princeza outr'ora cega de nascença lamentava,suspirando, hoje ter vir.ta para vêr como este mundo édifferente daquelle que ella via comparando a côr aossons, ao perfume, e a belleza ao paladar, ao tacto dassuas mãos delicadas, brancas, finas, mãos de princezareal.

E. Wanderley.

sDa minha janella contemplo embevecida a im-

ponencia com que a Natureza se revestiu esta manhã.Que soberbo quadro ella apresenta! Ao longe, meioencobertas pelas folhagens espessas, divulga-se umamontoado de casinhas brancas e, dominando-as, oaspecto severo do velho campanário que se ergueentre cilas. Para o céu azulado e sem nuvens,erguem-se tênues fios de fumaça que bafejam as cha-mines das rústicas moradias... No primeiro planoextende-se um vasto campo côr de esmeralda, cor-tado por marulhoso ribeiro que refulge aos ardeu-

Mtes raios solares, e cujas águas tomam scintillaçõesde prata... Tranquillo pasta o rebanho guardado poruma gentil menina que, se abriga do sol sob a som-bra das avelleiras floridas. — Seu rosto rubro comoas papoulas do campo está inclinado para um "cro-

chet" que tem entre as mãos, e no qual trabalha comactividade. A seus pés um lindo cão dormita, e nasramagens das arvores os pássaros entoam cançõescheias de ternura e harmonia.

LILITA SOLANGE.,

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HELEN E HEDDA, W&<*m DIOMAR E FLÁVIOfilhinhos do Dr. Athayde Pacheco ¦*• £-Mj| filhinhos do Sr Antônio De Franco— Aracatuba — São Paulo *%T**VI — Sã° p*»u*o —

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^Ç filhinho do Capitão Oséas Reli.— Capital —

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HIHbbbbbbhHbbbbbbbbbbbb "Safe.-.,*********************************'*****' ¦¦¦¦¦¦ . **»****¦ ggg^^^*******************************1*************

Leda Pagani Felicio dos Santose

Sérgio Pagani Felicio dos Santos.

NELLY E DULCE,filhinhas do casal Paulino da Silva.

— São Paulo —

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GAO.EROÂ fl»' O TiCO'TICO

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noel Mendonça Brandão.Vera Cruz — S . Paulo

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ADERALVO, filhinho do SrÁlvaro Borburema. — Capital

RUBIO BALLOUSSIER DESOUZA.

Capital

WALDYR, filhinho do Sr. OctavioPedro Vasco.

Anchleta — Capital

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28 — Agosto — 1929 — 29 — O TICO-TICO

^VMODELO DO LINDO PRESEPE QUE O TICO-TICO VAE TUBLICAR ESTE ANNQ

O MENINO JO Menino Jesus, no seu bercinho de palha, adorado

pelos Reis magos e pelos pastores da Judéa, é o quadro que,

pelo Natal, se expõe e se venera em toda parte, é o presepe

tradicional, que a alma religiosa do povo cultua. Este anno,

a exemplo do que sempre tem feito, "O Tico-Tico" encar-

regou hábil artista no gênero de confeccionar um marav!-

lhoso presepe, de armar, que será publicado de modo a pode-

rem os leitores e amigos tel-o armado antes do Natal.

Assim, já no próximo numero figurarão nas paginas

ccntraes, coloridas, desta revista scenas e figuras do ma-

jestoso presépio de que a gravura acima dá uma idéa.

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O TICO-TICO — 30 — 28 — Aflosto — 1929

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A saúde da criança ésvimmamente importante eas mães cuidadosas têmsempre em casa as

| PeqmieiniaLS PiMas

para attender desta maneira,sem demora, a qualquer in-dicio de prisão de ventre oude indisposição que se notena criança.

Quando uma pessoa se criasã durante a infância, pôde-se assegurar, que terá sau-de durante o resto da vida.

Únicos depositários:SOCIEDADE ANONYMA

LAMEIRO

Rio de Janeiro.

iraiiiiiifflraiiiiniii!m!iiiii!iiiiiiiiiiiii'.iKi!!i!iiiiiii!iiii|

ililill!llllii!lllllll!i!!!iillíllilllllll]:il!!llll!!li::i!li:!M

,^.w^^^.,v^^-,v^.w.w.",r.-u«'.v-wj-.---.-vw-v^-v.-.».-j".

AUGMENTE A SUA ESTATURAGRANDEMENTE SATISFAÇTORIO

CRESCEU 6 CENTÍMETROSMeu caro senhor:Depois de dois annos, dirijo-me á V. S. novamen-Como deverá recordar-se, comprei-lhe um appare-CHESCUUOR RACIONAL, que me tem dado ex-cellente resultado, em quatro mezes

cresci 6 eentimetros de altura.Com a presente desejaria quo V. S.

me vendesse outro methodo para umaminha irmã, que em virtude de emma-grecimcnto perdeu o methodo de exer-ciclos.

A' espera de sua amável resposta,seu seguro servidor

(AssignadoJ: S. Giocn, Montevidéo•— Uruguay,

15

Meu caro senhor;Faz cerca de dois annos que com-

prel o apparelho CRESCEDOR RACIO-NAL, de sua representação, e como osresultados obtidos hajam sido grande-mente satisfactorios, um meu intimo ami-

go tem interesse em augmentar a sua altura, empres-tando-lhe eu o meu apparelho; porém como eu nãoposso gulal-o, poÍ9 minhas occupações me obrigam acontinuas viagens, e o methodo que acompanhava o meuapparelho está muito deteriorado, rogo-lhe a .fineza devender-me o methodo alludido. '

Esperando ser attendido, sauda-o com muita attenção(Asslenado): J. Vnll» — liuenos Aires, Argentina

Sr. F. MAS —Entre Rios 129. —Buenos Aires.sii va-si- rcmettcr-me grntla folheto» e testemunho*

N0MI3 , ... -....., ,.:,, aaDiriECCÃO K«PltOVINClA E CIDADE .,

í^«VWWWtfWMiVA' WVWiVWíWWir*

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28 Açio-to __. 1929 31 — O TICO-TICO

RESULTADO DO CONCURSO N. 3359

Solucionislas: — Murillo Lins MalletSoares, José Amazonas filho, João ToledoJoiceling, Mana Angela de Magalhães, Eu-genio üe Magalhães, Liesse M. Pereira,josé Carlos da Gama F. Lima, OdetteAquino de Andrade, Ary Lessa Tavares,Joanna de Oliveira, Waldemar Ludwich,Aicyr Leonardo Pereira, Yvonnette de An-drade e Silva, José de Silva Mangualde,João Cardoso, Walter Soebel, Ottilia Stie-bler, Nancy Conti, Laercio Casalino, Mi-chol Aragão, Joaquim Soares Araujo, Creu-sa de Magalhães, Aurelia Wilches, Yolan-da Rodrigues, Altair de Souza, José AlvesLinhares, Leda Mendes Campos, ArlindoFonseca, Orchidéa Pereira de Oliveira, Ru-bem Dias Leal, Epitacio Alexandre das Ne-ves, Lygia Muniz Flores de Oliveira, He-lio de Magalhães, Helia da Fonseca Ro-drigues Lopes, Roberto Veiga de Menezes,Ayrton Sá dos Santos, Carlos Toledo Riz-tini, Niso de Farias, José Bandeira daMello, Haydée Bastos de Albuquerque,Nelson P. Fontoura, Oswaldo A. Silva,Aluizio Martins, Adolpho Fonseca, Erici-na Gonçalves, Álvaro Saccadura SoaresFerreira, Rosalio de Azevedo, Ramiro "or-dão, Antônio Rufino, Maria de LourdesTeixeira de Azevedo, Isaura Alves Rosa,Cláudio Sampaio, João Silva, Nestor Lyra,Jar.y de Arruda Câmara, Egas Polônio,Nelson B. Lopes, Eugenia Maldonado, Ze-nith Hugo de Jesus, Antônio David Lomett,Solon Borges, Nadyr Hugo de Jesus, Zu-kika Hugo de Jesus, Elza da Silva, JoséAmazonas Filho, Olga Fusca, Djalma Fer-reira Mendes, Oscar Barbosa Filho, Ed-raéa Ferreira La. , Lecio Victor do Espi-rito Santo, Emilio Colle', Sylvio Coile,Ornar do Espirito Santo, Hélio Rodrigues,Ruth Silva, Abigail Rio, Orlando Phiselii,Amilcar Augusto Pereira de Castro, Nel-son Mallaco. Analpia Rocha da Silva, Lui-

i#."WWV^

PÍLULAS

(PÍLULAS DE PAPA1NA E PODO.PHILINA)

Empregadas com suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.-Estas pílulas, além de tônicas, são in«dicadas nas dyspepsias, dores de cabe-ça, moléstias do figado e prisão de ven-tre., São um poderoso digestivo e re-gularisador das funeções gastro-intes-tinaes.

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correio, 3Ç00O.— RIO DE TANEIRO —

za Costa, Gabriella de Niemeycr, AmericaÁurea Muniz, Dirceu de Miranda Coidilha,José Franco, Romeu Esteves Ribas, Fer-nando Panso Magalhães, Sylvano da Ca-mino, Bernardo de Oliveira Martins, Vir-ginia Maria de Niemeyer Portocarrero,Maria Cecília de Niemeyer Portocarrero,Wilson Cruz, Roberto Assis, Heitor AlvesVianna, Hélio Rezende, Waldemar Vianna,Zilene Faria, Dilson Alves Vianna, RuthSalles, Ledward Fonseca de Camargo, Os-waldo Vianna, Mario Scalice, João Jorgede Barros, Edith Marques d'Assumpção,Ney Villardo, Pedro Gomes, Celio Car-reirão Queluz, Sérgio Monteiro da Rocha,Cláudio Monteiro da Rocha, Wanda Mon-

teiro da Rocha, Dyla Robertson, CleonyceCorrêa, Bertlia de SanfAnna, Simião Bar-bosa, Moacyr Castro, Talitha Sampaio daFonseca, Pedro Augusto Grassi, Fernandode Araujo Gaspar, Francisco Petty Filho.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

Io Prtmio:

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de ii annos dc idade e residente á rua dosEstudantes — Villa Suissa n. _8, em SãoPaulo.

?,° Premio:

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de io annos de idade e residente' á ruaJoão Simões n. 5, Freguezia de São An-tonio, Estado da Bahia.

RESULTADO DO CONCURSO N. 33G4Respostas ceitas:i' — Pico — Rico — Tico' — Mico e

Fico.2" — Vírgula.

3* — Trapezio.4* — Não — Pão.5 — Águia — Guia.

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O TICO-TICO — 32 — 28 — Agosto — 1929

Romeiro Vianna, Ruth Silva, João Jorgede Barios, Vera Rangel, Eólo (Japiberibe,Waldemar Ludwtig, Egas Polônio, ZilcncTrindade Farias, Eneida Victor, Aida deAraújo Coriolano, Roberto; Rangel Reis,Odette Lucas de Faria, Orlando (jomes Lo-quês, Renato "Gomes Loques, Alice CaldasPereira, Anindo Cruz, Jauy de Arruda Ca-mara, Henrique Manoel de Lima, José Ga-briel Pereira, Rubem Dias Leal, Arlette daSilveira Duarte, Sylvio Augusto Bohn Vi-eira, Cecilia Bohn Vieira, Regina Alves deFigueiredo, Maria da, Gloria Martins, So-lon Borges, Armindo Domingues Pereira,Radiei Ramos, José Alves Linhares, Agos-tino Bruno, Conceição de Oliveira, Theo-doro Carvalho, Hilton Tavares, Lya Mar-garida dos Santos, Maria de Lourdes Pe-nante, Manoel Cerdeira, Yedda Regai Pos-solo, Maria da Conceição Silveira, PaulaSilva de Araújo, José Esinheiros Montai-vão, Eipiphah Antonia Dias, Elisa Fragosode Oliveira, "Camillo Antônio Brasil de Mi-randa, Olga Salies Perdigão, Cláudio Mon-teiro da Rocha, José Pedro da Silva, Wan-da Monteiro da Rocha, Sérgio Monteiro daRocha, Lugamminha Wbitaker, Dyla Ro-bertson, Dylson Drummond, José AmazonasFilho, Myrian Suthon, Maria Pires Tei-xeira, Paulo Emilio Santos, Abigail Rio,Jrahy Almira de Oliveira.

Foi premiada o roncurrente»

ALBERTO DO AMARAL OSÓRIO

de 12 annos de idade e residente áj rua Pro-fessor Gabizo n. 127, nesta; Capital.

CONCURSO N. 3.374

P.XRA OS LEITORES DESTA CAPITAL E D0&

ESTADOS PRÓXIMOS

Perguntas:

V — Qual o tempo de verbo que coma ultima letra trocada é uma cousa quenão é certa?

Odette Erlá(2 syllabas)2* — Qual o peixe cujo nome, tro-

cida a inicial, é o nome de um im-p«trador de Roma?

Fernando M. Tavares(2 syllabas)3* — Com P sou ferramenta

Com N não está vestidaCom L sou astroCom T não é meuCom R não sou avenida.

Manoel Guimarães(2 syllabas)4* — Qual a frueta cujo nome é for-

mado pelo adjertivo e pela parte docorpo?

Manoel M. Santos

A**! -a» ..^TL -a» ..' aaa

^TENDES FERIDAS, ESPINHAS,MANCHAS. ULCERAS. ECZEMAS.emfim Qualquer moléstia de origem

SYPHILITI-CA?usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do P&amic».

João da

JLi j;.wí*s*:3». Chimico

Süva Silveira

GRANDBDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho CreosotadoDO PHASaf. CHIM.

JoSo da Silva SilveiraPO DE RO SO FORTIFI.CANTE, PARA OS ANE-

1 MICOS E DEPAUPB-RADOS.

Empregado com successo uai\ Tosses, Bronchites • Fra-

queza GeraL

!' S*3\

(2 syllabas)5* — Qual a nota musical que é cri-

minosa?Hilda Vieira

(1 syllaba)

As soluções devem ser enviadas ã re-dacção â'0 Tico-Tico devidamente as-signadas, acompanhadas do vale nu-mero 3.374.

Para este concurso, que será encerra-do no dia 17 de Setembro, daremosprêmio, por sorte, entre as soluçõescertas, um rico livro de historiasinfantis.

miT^(y l

PARAOCOMCCRfO

TARA ACALENTAR ASCREANÇAS

Papae! Totó comeu meu pão!E que tem isso, filho meu !

Aprende a ter bom coração:Dá a metade do teu pãoA quem implora o gesto teu.

»— Mas papae não foi só a metade,Elle comeu foi todo. Assim,O coração delle é que é ruim.Teve foi muito má vontade:Comeu o pão que era p'ra mim!

Mas, dois minutos em seguida,O meu encanto, o meu BebêjJava um punhado de comidaAo cão, dizendo: Nesta vidaTotó, só gosto de você. ..

Olegario Marianno

O melhor presente e o que maioralegria dará a uma creança 6 semduvida uma bicycleta LUCIFER-

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28 **i Anosto — 1929 — 33 —. O TICO-TICO

CONCURSO N .., 3.373

PARA OS LEITORES DESTA CAPITAL E DOS ESTADOS

iUU[ „—^J¦ ¦ ..- I ¦—*

Recortem vocês os o'to pedaços doclichê junto e formem com elles afigura de uma circumferencia dentro deom quadrado.

As soluções devem ser enviadas á re-dacção d'0 Tico-Tico devidamente as-

signadas, separadas das de outros quaes-quer concursos e acompanhadas não sóda declaração de idade e residência doconcorrente como também do vale quevae publicado a seguir e tem o n. 3.373.

Para este concurso, que será encei-rado no dia 2 de Outubro vindouro,

daremos como prêmios de 1* e 2o lo-gares, por sorte, entre as soluções cer-tas, dois livros illustrados para a in»fanciã.

ESTAS COM

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CERA DR. LUSTOSAPREFERIDA AOS REMÉDIOS

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O semanário mais apreciado ma sociedade brasileira

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O TICO-TICO 34 ,-, 2S —Agosto — 1929

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MÃES

BIBLIOTHECA DAS CREANÇASOS MYSTERIOS DE PARIS — Eugênio Sue — Romance

de aventuras próprio para rapazes.THEATRO DA INFÂNCIA — Peças religiosas, Operetas,

Comédias, Diálogos, Apólogos, Monólogos, etc.OS EXPLORADORES DA LUA — H. G. Well ^ Ro-

mance infantil de viagens e explorações.,A CAÇADA DA ONÇA — Monteiro Lobato — Novas

aventuras da Nanzinho e de Rabicó e demais compa-nheiros, acompanhado com diversos desenhos.

O REINO DAS MARAVILHAS «a Contos de gênios e rlcfadas, com figuras.

HISTORIA PARA CREANÇAS ** Contos tradicionaesportuguezes, muito illustrados.

PETER-PAN (Pedro, o Voador) •— Verdadeiro livro paracreanças, com illustrações.

CONTOS INFANTIS — Pequeno empório de contos ins-tructivos, com figuras.

ALAÜINO E A LÂMPADA MYSTERIOSA <¦=» Contospara creanças, com figuras e cores

SINDBAD, O MARINHEIRO —¦ Verdadeira jóia dascreanças, com figuras coloridas.

HISTORIAS INFANTIS — Com 30 bonitas illustraçõescoloridas, o encanto das creanças.

THEATRINHO INFANTIL *- Contendo pequenos dra-mas, comédias, monólogos, scenas cômicas e dramáticas,poesias cômicas, etc

D. QU1XOTE DE LA MANCHA — Tradicional historiaadaptada para creanças.

HISTORIA DA CAROCHINHA — E de João Ratão, quemorreu no caldeirão, com figuras. /

OS MEUS BRINQUEDOS — Figueiredo Pimentel ¦—Contos do berço, uma verdadeira maravilha paracreanças.

O MUNDO DOS MEUS BONITOS — Poemas de Augustode Santa Rita — Bonecos de cott. Teimo, lindos poemas.

UNS AMORZINHOS DE CREANÇAS — Optima collec-cção para pequerruchos, com lindos desenhos.

HISTORIETAS OUVIDAS A' LAREIRA — Obra illus-trada com 10 gravuras.

HISTORIAS DE JOÃO RATÃO — Vasco Lima — Lindolivro de historias illustradas que faz a alegria da me-ninada.

OS MELHORES TRECHOS DA LÍNGUA PORTU-GUEZA — Compêndio de trechos com Camillo, Eça,Júlio Diniz, Fialho, etc.

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DAEÂVaSSOS FILHOSLICOR..CACAU*Vermifugo de Xavier é o

melhor lombrigueiro porquenão tem dieta, dispensa o

purgante, nâo con*faz expellir os. fèm qJ^ é gOStOSO)vermesinfestinaes. 0 f0rfifjca aS•quetantamorfimdade CrÍanÇ«aS,•produz na* creanças.

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28 — Agosto — Ü)29 — 35 — 0 TICO-TICO

EDIÇÕES

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Bibliotheca Scientifica Brasileira

(dirigida pelo prof. Dr. Pontes d» Miranda).

INTRODUCÇÂO A SOCIOLOGIA GERAL,V prêmio da Academia Brasileira, peloprof. Dr. Pontes de Miranda, broch.16$, ene 20$000

TRATADO DE ANATOMIA PATHOLO-GIGA, pelo prof. Dr. Raul Leitão dáCunha, Cathedradico de Anatomia Pa-thologica na Universidade do Rio deJaneiro, broch. 35$, ene. 40$000

TRATADO DE OPHTHALMOLOGIA, peloprof. Dr. Abreu Fialho, Cathedratíco deClinica Ophthalmologica na Universidadedo Rio de Janeiro, 1* e 2o tomo do 1*vol., broch. 25$ cada tomo, ene. cada tomo 80$000

THERAPEUTICA CLINICA ou MANUALDE MEDICINA PRATICA, pelo prof.Dr. Vieira Romeira, 1* e 2° volumes, 1*vol. broch. 30$000, ene. 35$, 2* voL broch.25$, ene 80$000

CURSO DE SIDERURGIA, pdo prof. Dr.Ferdinando Labouriau, broch 20$, ene. . 25$000

FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITOCIVIL BRASILEIRO, pelo prof. Dr.Pontes de Miranda (é este t livro emque o autor tratou dos erros e lacunasdo Código Civil), broch. 25$, etc 80$000

IDÉAS FUNDAMENTAES DA MATHE-MATICA, pelo prof. Dr. Amoroio Costa,broch ene ••.......

TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA, pelaiprof. Dr. Otto Roth, broch. ....«., ene,

LITERATURA:

O SÁBIO E O ARTISTA, de Ponta deMiranda, edição de luxo

O ANNEL DAS MARAVILHAS, texfc efiguras de João do Norte ;••*>• 2í*!000

CASTELLOS NA AREIA, versos de Og.gario Marianno •• 6$000

COCAÍNA..., novella de Álvaro Moreyra 4$000PERFUME, versos de Onestaldo de Pea

nafort. •. ••• — B*000BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penalva $000

LEVIANA, novella do escriptor portuguêsAntônio Ferro ;*V b*W

ALMA BARBARA, contos gaúchos de Alei-des Maya * * * V

OS MIL E UM D/AS, Miss Capriee, 1 vol.broch UAtÍtuV

A BONECA VESTIDA DE ARLEQUIM,Álvaro Moreyra, 1 voL broch. •••••;*• o*"""

ALMAS QUE SOFFREM, Elisabeth Bastos,1 vol. broch ';i"*i*"*r,V

TODA A AMERICA, de Ronald de Car- ^^

ESPERANÇA"— 'êpópéâ*brasileira de Lin-

dolpho Xavier. . . .....V/'Lr*TSv"inÍàDESDOBRAMENTO, de Maria Eugenia

Celso, broch. ••

RIO DE JANEIROCONTOS DE MALBA TAHAN, adaptação

da obra do famoso escriptor árabe AliMalba Tahan, cart. 4$000

HUMORISMOS INNOCENTES, de Areimor 6$000

DIDÁTICAS:FORMULÁRIO DE THERAPEUTICA IN-

FANTIL, A. A. Santos Moreira, 4* edição 20$000CHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto a

mappas, para os cursos primários, porClodomiro R. Vasconcelios, cart. 10$000

CARTILHA, Clodomiro R. Vasconcelios, 1,vol. cart. 1$500

CADERNO DE CONSTRUCÇÕES GEO-MÉTRICAS, de Maria Lyra da Silva.. 2$500

QUESTÕES DE ARITHMETICA theoricase praticas, livro officialmente indicadono Collegio Pedro II, de Cecil Thiré.... 10$000

APONTAMENTOS DE CHIMICA GERALpelo Padre Leonel de Franca S. J.

cart 6$000LIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira (2»edição). 5$000ANTHOLOGIA DE AUTORES BRASILEI-

ROS, Heitor Pereira, 1 vol. cart. 10?000PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Fer-

reira de Abreu .« 8$0U0

VARIAS:

O ORÇAMENTO, por Agenor de Roure,1 vol. broch 18$00Ô

OS FERIADOS BRASILEIROS, de ReisCarvalho, 1 vol. broch 18?000

THEATRO DO TICO-TICO, repertório decançonetas, duettos, comédias, farças,poesias, diálogos, monólogos, obra far-tamente illustrada, de Eustorgio Wan-derley, 1 vol. cart. 61000

HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, porLeonidio Ribeiro (Dr.), 1 vol. broch. ..PROBLEMAS DO DIREITO PENAL E

DE PSYCHOLOGIA CRIMINAL, Eva.risto de Moraes, 1 vol= ene 20$, 1 voLbroch 16J000

CRUZADA SANITÁRIA, discursos deAmaury Medeiros (Dr.) 6$000

UM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO,de Roberto Freire (Dr.) J0$000ÍNDICE DOS IMPOSTOS EM 1926, deVicente Piragibe. 10$000

PROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CON-SUMO EM 1925, de Vicente Piragibe... 6$000

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COMO ESCOLHER UMA BÕA ESPOSA,de Renato Kehl (Dr.) 4$000

BÍBLIA DA SAÚDE, ene 16Ç000MELHOREMOS E PROLONGUEMOS A

,. VIDA, broch 6$000^GENIA E MEDICINA SOCIAL, broch. 6$noo£_*,ADA HYGIA, ene 4$000ou^> ESCOLHER UM BOM MARIDO,vrcVi 6$000IUK%LARIO DA BELLEZA, ene. 14$'J00

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO - O tiro sahiu pela culatra

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Chiquinho nâo passava um dia sem fazer Umacousa reprovável. Com a roupa do primo Jucá cgaroto quiz fazer uma troça t prima Quininha.

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Jagunço tomara o judas por homem ^^nho e cumpriu o seu dever de vigilau.. Chiquinho«ajustou contas çom o chinello

E, assim, preparou um judas, aproveitando tam-bem as botinas, chapéo e bengala Collocou-o nasala de espera e foi chamar a prima, dizendo que oprimo estava á sua espera e precisava muito lhe fa-lar. A dona Quininha, a principio duvidou, pois não*era crivei que o primo Jucá, aquella hora de traba-lho, deixasse a repartição e fosse procural-a Chi-quinho, porém, insistiu e ella cedeu ao convite.Quando chegaram á sala, onde devia estar o primoencontraram Jagunço acabando de estraçalhar oprimo, aliás, o judas, que Chiquinho armara. A de-eepgle (oi geo-l.

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