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Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12 Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12 ANO 20 Nº 204 Set/12 Páginas 04 e 05 O Conselho Técnico da Aiba concluiu o 4º e último levan- tamento da safra 2011/12, e já começa a consolidar os pri- meiros números de intenção de plantio para 2012/13. A pro- dução de grãos no cerrado cresceu, aproximadamente, 4% ante 2010/11, chegando a 7.147.158 toneladas em 2011/12. O algodão e a soja foram as culturas mais afetadas pela es- tiagem. Logística: as chuvas vão voltar e com elas piora a situação nas precárias estradas estaduais do Oeste da Bahia Página 06 l Aiba presente na posse do novo presidente do BNB em Fortaleza. l Aiba convida para uma oportuna palestra com Thomé Guth. l Plantio antecipado de soja irrigada será em torno de 28 mil hectares. l Custos de produção do café: coeficientes de insumos estabelecidos. l S.O.S Seca: a solidariedade não pode secar! Veja como anda a nossa campanha para ajudar os agricultores e pecuaristas que sofrem com a seca. l Fundesis Alimentos será o novo passo da solidariedade sustentavel. Página 03 Página 03 Página 07 Página 07 Página 07 Página 08 Ainda nesta edição:

ANO 20 Nº 204 Set/12 Aiba divulga último levantamento …aiba.org.br/wp-content/uploads/2013/12/informaiba-setembro-2012.pdfda safra 2011/12 ANO 20 Nº 204 Set/12 ... além dos ministros

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Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12

ANO 20 Nº 204 Set/12

Páginas 04 e 05

O Conselho Técnico da Aiba concluiu o 4º e último levan-tamento da safra 2011/12, e já começa a consolidar os pri-meiros números de intenção de plantio para 2012/13. A pro-dução de grãos no cerrado cresceu, aproximadamente, 4% ante 2010/11, chegando a 7.147.158 toneladas em 2011/12. O algodão e a soja foram as culturas mais afetadas pela es-tiagem.

Logística: as chuvas vão voltar e com elas piora a situação nas precárias

estradas estaduais do Oeste da Bahia

Página 06

l Aiba presente na posse do novo presidente do BNB em Fortaleza.

l Aiba convida para uma oportuna palestra com Thomé Guth.

l Plantio antecipado de soja irrigada será em torno de 28 mil hectares.

l Custos de produção do café: coeficientes de insumos estabelecidos.

l S.O.S Seca: a solidariedade não pode secar! Veja como anda a nossa campanha para ajudar os agricultores e pecuaristas que sofrem com a seca.

l Fundesis Alimentos será o novo passo da solidariedade sustentavel.

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Ainda nesta edição:

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ANO 20 Nº 204 Set/12 2

ANO 20 - Nº 204 - Set/12Publicação mensal editada pela Associação de

Agricultores e Irrigantes da Bahia - Aiba

Jornalista Responsável:Catarina Guedes - DRT 2370-BA

Aprovação Final:Alex Rasia

Editoração Eletrônica:Eduardo Lena (77) 3611-8811

Impressão: Gráfica Irmãos Ribeiro

(77) 3614-1201

Tiragem:2.500 exemplares

Comentários sobre o conteúdo editorial desta publicação, sugestões e críticas, devem ser encaminhadas através

de e-mail para: [email protected]

Matérias da Abapa, Fundeagro e Fundação Bahia são de responsabilidade das referidas entidades.

A reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação é permitida e até recomendada, desde que

citada a fonte.

Av. Ahylon Macêdo, 11, Barreiras - BA - CEP. 47.806-180 - Fone: (77) 3613-8000 Fax: (77) 3613-8020

www.aiba.org.brAgrícola Xingu S/A

Antão Vladimir de Souza LeiteCopalem - Cooperativa de Produtores Rurais de LEM

Por Eneas Porto¹

O El Niño, fenômeno atmosférico-oceânico ca-racterizado por um aquecimento anormal das

águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, pode afetar o clima regional e global. Entre as principais consequências, atua mudando os padrões mundiais de vento, afetando os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.

No Brasil, o fenômeno El Niño provoca prolonga-mento das secas no Nordeste do país e intensificação das chuvas na Região Sul,conforme figura abaixo.

Previsão para o comportamento atmosférico para os meses de meses de novembro e dezembro.

Editorial El Niño ameaça atrasar chuvas na região Oeste

da Bahia

Fonte: CPTEC, 2012.

Segundo o Centro de Previsões do Tempo e Clima (CPTEC), no mês de julho foram observadas anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região central do Pacífico, que estiveram da ordem de 0,5°C a 1°C acima do padrão climatológico. Nas proximidades da costa oeste da América do Sul, a TSM continuou mais aquecida que o normal, com anomalias da ordem de 1°C a até 2°C.

De acordo com os modelos de previsão climática, há indicação de aquecimento, o que caracteriza condi-ções típicas de um fenômeno El Niñodurante os meses de agosto, setembro e outubro de 2012. Isso indica que o regime de chuvas pode sofrer um atraso considerável para o Oeste da Bahia, onde o período chuvoso normal inicia no mês outubro.

Contudo, em virtude das limitações no conhecimen-to científico sobre o fenômeno, não é possível prever, ao certo, a intensidade das consequências provocadas.

¹Geógrafo, Formado pela Universidade Federal da Bahia.

NOVOS SÓCIOS

Em setembro de 1992, a Aiba publicou a primeira edição do “Informativo Aiba”, o embrião do Informaiba, que este mês completa 20 anos existência. Datilografado, sem pretensões estéticas ou jornalísticas, nasceu como a voz rouca de uma terra “distante”, então, pouco conhecida e até desacreditada. Mas, basta uma olha-da na primeira página da Edição Número 1, que reproduzimos abaixo, para tirar algumas conclusões felizes e outras, nem tanto.É muito bom comprovar, neste documen-to histórico, que o espírito da Aiba, a mais antiga e representativa entidade de classe dos agricultores do Oeste da Bahia, se manteve intacto. A filosofia para solucionar os problemas que entra-vam o desenvolvimento regional perma-nece a mesma: isolar a demanda, levan-tar informações, propor soluções técnicas e economicamente viáveis, e se empenhar para, junto com o Poder Publico, resolver a questão.É bom lembrar de momentos importantes, rever a passagem de pessoas que por aqui deixaram a sua marca. É interessante cons-tatar a preocupação do setor com a preser-vação dos recursos naturais da região, como a água, que, desde a criação da Aiba, foi uma das suas bandeiras mais importantes.Mas, é um tanto frustrante notar que a pas-sagem do tempo mudou os problemas que enfrentamos, mas não a natureza deles. E se tem algo que não evoluiu neste tempo, foi a logística. Nesta edição de setembro de 2012, trazemos um especial de notas sobre a ques-tão. Doses homeopáticas do transtorno que so-fre diariamente o setor produtivo nesse grande polo agrícola. Esperamos que a capa do Infor-maiba de setembro 2032, que mal conseguimos imaginar que recursos tecnológicos compatíveis com sua época terá, traga em seu editorial uma realidade bem diferente do que vemos hoje, no que concerne às estradas do Oeste. Boa Leitura!

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ANO 20 Nº 204 Set/12 3

O diretor regional da Aiba, João Lopes

Araújo, representou a en-tidade no dia 06 de setem-bro, durante a posse do novo presidente do Ban-co do Nordeste do Brasil (BNB), Ary Joel Lanzarin, no centro administrativo do BNB, em Fortaleza (CE). O novo executivo do banco foi empossado pelo ministro da Fazen-da, Guido Mantega, em cerimônia que contou, ainda, com a presença do ministro da Integra-ção Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Na so-lenidade, Guido Mantega anunciou redução de juros no BNB, notadamente, os praticados no âmbito do FNE - cuja menor taxa caiu de 3,75% para 3,5%, e as mais elevadas, de 10% para 8% - além do crédito para investimento, que passa a ser de 2,5% ao ano. Já o ministro Fer-nando Bezerra anunciou a aprovação de recursos adicionais para o FNE no montante de R$500 mi-lhões a título de crédito emergencial para as viti-mas da estiagem.

Prestigiaram a cerimô-nia, além dos ministros da Fazenda e da Integração Nacional, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, o presidente do Conselho de Adminis-tração do BNB, Dyogo Oliveira, o governador do Ceará, Cid Gomes, sena-dores, deputados, ex-pre-sidentes do BNB e repre-sentantes de instituições parceiras do desenvolvi-mento regional.

“Foi uma solenidade, muito concorrida, na qual notamos um grande en-tusiasmo, inclusive, por parte do funcionalismo do banco. O presidente

Aiba presente na posse do novo presidente do BNB em FortalezaAry Joel Lanzarin se comprometeu a visitar o Oeste da Bahia em breve

demonstrou sua familiari-dade com o agronegócio. Ele começou em Sinop, no Mato Grosso. Trata-se de um profissional que tem muita bagagem. Quando foi chamado para o BNB, estava como diretor de Controle do Banco do Brasil, coorde-nando cinco mil agências do BB”, pondera João Lopes Araújo, segundo quem, Ary Joel Lanzarin foi muito aplaudido pela plateia e elogiado pelo governador do Ceará. Em reunião com o presiden-te do BNB e o diretor de Negócios, Paulo Sergio Ferraro, o diretor regional da Aiba ganhou de Ary Joel Lanzarini a garantia de uma visita em breve ao Oeste da Bahia.

Estreitos laços

Um dos maiores finan-ciadores do agronegócio do Oeste da Bahia, o BNB já aplicou na região ativos superiores a R$1 bilhão em crédito para investi-mento e custeio. “Quando o Oeste da Bahia ainda não estava consolidado, e os riscos eram grandes, o BNB nos apoiou. Hoje, a oferta de crédito no mer-cado é volumosa, mas temos certeza de que, em tempos difíceis, que oca-sionalmente podem acon-tecer, poderemos continu-ar contando com o BNB, assim como o Banco do Brasil”, lembra o presi-dente da Aiba, Walter Ho-rita.

Para o vice-presidente da Associação, Sergio Pitt, um fator decisivo para o estreitamento dos laços entre BNB e Aiba foi o trabalho de mobili-zação do diretor de Ne-gócios do BNB, Paulo

Sérgio Ferraro. “Ao longo dos anos, desenvolveu-se uma parceria na discussão dos gargalos e na busca de soluções criativas e ino-vadoras que fomentaram a aplicação de um impor-tante ativo do banco na região Oeste, com taxas competitivas, e contra-partida social”, diz Sergio Pitt.

O Banco do Nordeste é um dos mais constan-tes parceiros da Aiba em iniciativas diversas. Cria-do em 2003, o Fundo de

Aval para Garantia de Operações e Empréstimo dos Associados da Aiba é considerado o primeiro instrumento para a ala-vancagem da agricultura do cerrado da Bahia. Ou-tra parceria importante foi a criação do Fundo para o Desenvolvimento Integra-do e Sustentável da Bahia (Fundesis), que já aplicou mais de R$2,2 milhões não reembolsáveis no fi-nanciamento de projetos de instituições sociais da região.

Dyogo Oliveira, Ary Joel Lanzarin e Guido Mantega

Palestra com Thomé GuthNeste momento de definições para o próximo plantio, a Aiba traz para conversar com seus associados o

Gerente de Oleaginosas e Produtos Pecuários da Conab, Eng. Agrônomo Thomé Guth, que compartilhará informações sobre o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de oferta e demanda, reduzindo as estimativas para a produção de soja e milho nos Estados Unidos. O documento foi divulgado no último dia 12 de setembro. Thomé Guth acaba de chegar dos EUA e da Europa, onde esteve em missão para o Governo Brasileiro, levantando dados concretos sobre a situação.

Não perca esta oportunidade de compreender o que este cenário representa para o seu negócio e para o Brasil.

Agende-se:Palestra:Realidade das culturas da Soja e Milho nos Estados Unidos – Efeitos e Consequências para o

Setor Produtivo Brasileiro.Data / Horário: 27 de setembro, às 19h.Local: Hotel Solar Rio de Pedras – Luís Eduardo Magalhães

CONVITE

Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Ary Joel Lanzarin exercia a função de diretor de Distribuição da estatal, da qual também foi diretor de Micro e Pequenas Empresas. Entre suas mais recentes atividades, estão a de conselheiro do Sebrae Nacional, presidente da Comissão Nacional de Orientação do Fundo de Aval à Micro e Peque-nas Empresas, e a vice-presidência da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE).

Segundo Ary Joel, para cumprir sua meta anual de apli-cações, que é de R$ 22 bilhões, o Banco do Nordeste deve contratar R$ 1,8 bilhão por mês até o final do ano, para o qual restam apenas 74 dias úteis. “Este desafio será cumpri-do com a cooperação do corpo funcional, o ativo mais va-lioso da organização”, afirmou o novo presidente do Banco do Nordeste.

O novo presidente

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Os preços favorá-veis das commodities agrícolas no cenário mundial, sobretudo do milho e da soja, animam o produtor do Oeste da Bahia, mas não anulam a frustração, princi-palmente, da expecta-tiva de colheita, que a maior seca da história agríloca do cerrado baiano ocasionou na safra 2011/12. A Asso-ciação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) concluiu o 4º e último levantamento da safra 2011/12, e já começa a consolidar os primeiros números de intenção de plantio para 2012/13. No total, a produção de grãos no cerrado cresceu, apesar da seca, apro-ximadamente, 4% ante 2010/11, chegando a 7.147.158 toneladas na safra que acaba de ser concluída. O algo-dão e a soja foram as culturas mais afetadas pela estiagem. O mi-lho, que já estava em estágio de produção mais avançado,sofreu menos quando a seca iniciou em meados de fevereiro desse ano.

Para o diretor do Conselho Técnico da Aiba, AntonioGres-pan, quando se faz o balanceamento das va-riáveis climáticas com as de mercado, a safra 2011/12 pode ser con-siderada boa. “O Oeste da Bahia é uma região de grandes dimensões

Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12e múltiplas caracterís-ticas climáticas. Assim, alguns produtores fo-ram mais afetados que outros. A rotação de culturas com milho, e o uso intensivo de tecno-logia, absorveu em par-te o impacto da seca. Trata-se de uma região consolidada, capaz de superar adversidades como esta e manter seus produtores em ativida-de”, avalia Grespan.

Algodão

A falta de água afe-tou em cheio a produ-tividade do algodão, que era esperada em 265 arrobas de capulho por hectare e ficou em 204@/ha, 24% menor que em 2010/11. No final, o Oeste da Bahia colheu 1.184.670 to-neladas de algodão em capulho (473.599 ton. pluma), contra 1.501.992 registradas na safra anterior, uma redução de 21%. “Esse resultado, mais a pres-são dos preços da com-modity, freou a euforia pela qual vinha passan-do a cultura nos últi-mos dois anos, quando o preço chegou a US$2 por libra-peso, o que se refletiu em um aumen-to de área da ordem de 50% em 2010/11”, pondera o assessor de Agronegócios da Aiba, Ernani Sabai. Segundo Sabai, para muitos co-tonicultores da região, os custos de produção

não foram compensa-dos com o resultado final, e a expectativa é de uma redução na área em 2012/13, de cerca de 30%, observadas estimativas da Abapa. Esse número somente será confirmado após a conclusão do primeiro levantamento da Safra 2012/13, que a Aiba divulgará no próximo mês.

Soja

De uma maneira ge-ral, o produtor que em 2010/11 colheu 56 sa-cas de soja por hectare, nesta safra, colheu ape-nas 48 sacas, uma que-da de 14%. A soja foi a segunda cultura mais afetada pela estiagem. A produção fechou em 1.184.670 toneladas, o que equivale a 10% a menos que na safra anterior. Mas, com pre-ços na casa dos US$ 17 o bushel, neste mês de setembro, o ânimo dos produtores se mantém elevado. Apontamen-tos iniciais de intenção de plantio para a safra 2012/13 já indicam uma possível migração de áreas de algodão e pastagens, assim como novas aberturas para o plantio da oleagi-nosa em 2012/13. Em 2011/12. O Oeste, que é a única região de plan-tio de soja da Bahia, dedicou 1,15 milhão de hectares de sua área cultivada para a soja.

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Aiba divulga último levantamento da safra 2011/12Milho

Esta foi considerada a maior safra de milho da história do cerrado baiano. A área plantada de 243 mil hectares foi quase 60% maior que 2010/11, em função de uma virada positiva nos preços do cereal, que por muitos anos estiveram em baixa, assim como de ajustes nos mecanismos fede-rais de comercialização e escoamento do mi-

lho, que aumentaram a competitividade do produtor do cerrado. Assim, apesar de uma ligeira queda de produ-tividade (-5%) em rela-ção à safra anterior, o Oeste da Bahia colheu 50% mais milho, sain-do de 1.496.340 tone-ladas em 2010/11, para 2.259.900 em 2011/12.

A situação favorável tornou possível, pela primeira vez à região, embarcar milho para o exterior. A safra do Oes-

te da Bahia tem como destino, praticamente único, o Nordeste bra-sileiro. De acordo com o presidente da Aiba, Walter Horita, a seca nos Estados Unidos, a pior dos últimos 60 anos, juntamente com o aumento da demanda mundial, contribuiu para elevar o preço do milho a níveis nunca antes atingidos. “A deman-da mundial de milho para o consumo huma-no e animal aumentou

muito. Some-se a isso a matriz energética dos EUA, que produz eta-nol a partir do cereal”, explica Horita, segundo quem, estoques em bai-xa e consumo em alta de alimentos, como soja e milho devem se tornar uma preocupação para governos e sociedade. “Somos sete bilhões de pessoas que precisam comer e se vestir, e logo sentiremos com mais intensidade o impacto nos preços finais dos

alimentos. É preciso fomentar a tecnologia para aumentar produti-vidade e tambéma área de plantio, para atender a esta demanda”, pon-dera Horita.

Café

O clima seco tam-bém afetou o rendi-mento do café, que teve redução em torno de 9% na produtividade. O cafeicultor do cerra-do colheu em média 40

sacas por hectare. Com isso, a produção final ficou em 31.841 tonela-das do grão. A área vem se mantendo estável em 13.234 hectares produ-tivos e, aproximada-mente, 2.300 hectares, em formação e/ou reno-vação.

Participaram da reu-nião de fechamento, além da Aiba, Adab, Abapa, Abacafé, Fun-dação Bahia, Sindicato Rural de Barreiras, e Cargill.

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O Fundo que, com o nome de Prodeagros, fez parte do discurso do Governador Jaques Wagner na Bahia Farm Show - e em nova visita a LEM depois da feira-, está em análise nos di-versos níveis adminis-trativos da Secretaria da Fazenda: do secretá-rio aos técnicos.

Em 13 de setem-bro, foi apresentado

Convênio entre Aiba eDerba para Estrada da

Timbaúba já tem minutaO vice-presidente

da Aiba, Sérgio Pitt, e o diretor regional, João Lopes Araújo, já perde-ram a conta de quantas vezes foram ao Derba, só no último ano, para tratar dos problemas logísticos do Oeste da Bahia, e das soluções conjuntas que a Aiba propôs ao Governo, e que, embora tenham encontrado respaldo, não se concretizam com a agilidade que o agronegócio do cerrado requer.

Um desses exemplos é a Estrada da Timbaúba que, assim como a Ro-doagro, é uma Parceria Público Privada (PPP),

resultado de um proto-colo de intenções entre Aiba, Governo do Esta-do da Bahia e Banco do Nordeste (BNB), assina-do em 2009, para viabili-zar a construção, manu-tenção e pavimentação de rodovias no Oeste.

Na dia 13 de setem-bro, Pitt e Araújo saíram do Derba com a minuta do Convênio de Coope-ração Técnica a ser fir-mado entre o Derba e a Aiba, para a construção e pavimentação da Es-trada da Timbaúba, que ligará a BR020 ao Alto da Serra do Tocantins, em LEM, um trecho de 45,6 quilômetros de ex-tensão.

Das partesA obra está orçada em R$17 milhões. Pela parceria, cada parte aportará o equivalente a 50% do investimen-to. Caberá ao Derba o fornecimento das má-quinas e equipamentos, além dos operadores para a execução das

obras, normas técnicas, supervisão geral e licen-ças ambientais. A Aiba ficará responsável pelo custeio das despesas operacionais e aquisição dos insumos, como pro-dutos asfálticos, além de todo o transporte dos materiais.

Chuvas preocupam IA demora até che-

gar ao estágio atual das tratativas preocupa a Aiba, uma vez que se

aproxima o período chuvoso, que fatalmen-te paralisará as obras.

Chuvas preocupam 2O Anel da soja (BA

459/ 460), com aproxi-madamente 200 km, e a Coaceral(BA 225), com cerca de 70 km, que já estão em estado de calamidade, vão ficar intransitáveis quando as chuvas começarem. Essas duas estradas são as rodovias estaduais mais estratégicas para o escoamento da safra do cerrado baiano. “O Estado está deixando o patrimônio se de-preciar de uma forma irresponsável, compro-metendo e onerando o

setor produtivo. Isso colabora para deixar os alimentos ainda mais caros e põe em risco a vida de quem trafega pelas estradas. Nesse momento, estão sendo transportados todos os insumos para a próxima safra. Como podemos colocar uma máqui-na de R$800 mil cima de uma prancha numa estrada dessas? É um perigo”, disse um pro-dutor que não quis se identificar, denotando a insatisfação do setor produtivo.

ProatividadeSegundo Pitt, a

produção agrícola do cerrado da Bahia é hoje um dos principais lastros da economia baiana, e deveria ser prioridade para o Go-verno e seus órgãos dar à região os recursos logísticos necessários à produção. Os pro-dutores não apenas se mostram disponíveis para ajudar, como são os primeiros a propor soluções viáveis.

“Estamos sempre dispostos a colaborar. Foi assim na questão ambiental, com o Pla-no Oeste Sustentável, como também, no su-porte que estamos dan-do ao INCRA, através de convênio entre Se-agri e CDA, para dar vazão aos processos de Certificação de Geor-referenciamento. Para isso, montamos até uma equipe exclusiva”, diz Pitt.

PlanejamentoA propósito de lo-

gística e soluções para os problemas regionais, Sergio Pitt e João Lo-pes Araújo reuniram-se no dia 16 de julho com o secretário do Plane-jamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli, que assumiu a pasta este ano. Foi o primeiro contato dos produtores

do Oeste com o econo-mista.

Pitt apresentou as fotos das estradas de-gradadas, as iniciativas que já estavam sendo tomadas, e mostrou al-guns caminhos possí-veis para a participação do Oeste no financia-mento de obras de in-fraestrutura.

Fundo“Atualizamos o se-

cretário Gabrielli de todas as nossas bandei-ras. Apresentamos a ele o estudo que contrata-mos e temos defendi-do em várias escalas do Governo da Bahia,

para a criação de um Fundo geral para o agronegócio do Oeste que vai tornar possí-vel à iniciativa privada executar obras de in-fraestrutura de forma ágil e eficiente”.

Na Fazendaao novo subsecretário da SEFAZ, João Ba-tista Aslan. “Expli-camos ao novo exe-cutivo que estamos dispostos a abrir mão de créditos de ICMS para fazer, por nossa conta - gastando me-nos, inclusive - o que deveria ser feito pelo Poder Público com os impostos que geramos para o Estado”.

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ANO 20 Nº 204 Set/12 7

A Companhia Nacio-nal de Abastecimen-

to (CONAB), através da Superintendência Regio-nal Bahia/Sergipe, visan-do buscar elementos para subsidiar a PGPM - Polí-tica de Garantia de Preços Mínimos, promoveu jun-tamente com a Aiba, uma reunião para levantamen-to de coeficientes técnicos

Custos de produção do café: coeficientes de insumos estabelecidos

A Associação de Agricultores e Irri-

gantes da Bahia (Aiba) já contabiliza o equiva-lente a 28 mil hectares em solicitações de auto-rização de plantio ante-cipado da soja no Oes-te da Bahia. Este ano, excepcionalmente, os sojicultores irrigantes ganharam uma janela de 15 dias a mais para iniciar o plantio, consi-derado o período esta-belecido por lei para o Vazio Sanitário, que vai de 15 de agosto a 15 de outubro. Ao começar a semeadura no dia 1º de outubro, o produtor de soja irrigada poderá fa-zer duas safras na mes-ma área, entrando com o algodão logo na sequ-ência, ou até três safras, ajustando o calendário com outras culturas.

A antecipação foi aprovada pelo Comitê Estadual de Controle da Ferrugem da Soja, atendendo ao pedido da Aiba, durante reu-nião na Bahia Farm Show 2012. Porém,

Com sua contribuição, vamos turbinar o “Doa-dômetro” do S.O.S Seca!

A solidariedade não pode secar!

O semiárido baiano conta os dias para

a chegada de outubro, e, com ele, as primeiras chu-vas no sertão tão sofrido. Mas, a volta da chuva não é o fim dos problemas do sertanejo. A maior seca

dos últimos 60 anos na Bahia arrasou lavouras e plantéis. Quem plantou e perdeu tudo - e quem não pôde nem plantar - terá de partir do zero até se ajus-tar ao calendário agrícola, que não espera.

Por isso, toda ajuda é bem vinda e a nossa campanha de engajamento ao S.O.S

continua

Já enviamos 490 to-neladas de milho e

caroço de algodão para 10 municípios atingidos pela seca. Até o fechamento desta edição, consegui-mos arrecadar, aproxima-damente, 208 toneladas, e contamos com uma pro-messa de entrega de mais 187 toneladas. As doa-

ções estão sendo armaze-nadas na empresa Padin CereaisPadin Cereais, na BR 242/020, km 20, Bar-reiras.

Vamos fazer a nossa parte. Nada é mais grati-ficante que a sensação de fazer o bem. Mais infor-mações: 77 3613-800 e [email protected]

para o cálculo de custo de produção de Café, no mu-nicípio de Luís Eduardo Magalhães e região.

A reunião foi realiza-da na manhã do dia 14 de agosto na sede da Funda-ção Bahia, em Luís Edu-ardo Magalhães. O obje-tivo do encontro foi es-tabelecer os coeficientes técnicos de insumos es-

senciais no custo de pro-dução, como mão-de-obra, máquinas,equipamentos, implementos, sementes/mudas, fertilizantes, adu-bos, combustíveis e lu-brificantes, dentre outros, com as respectivas quan-tidades de uso, nomes co-merciais utilizados na pro-dução e os preços atualiza-dos no mercado local ou

na região de compra. As informações estão dispo-níveis na Aiba e podem ser solicitadas ao assessor de Agronegócios da entidade Ernani Sabai ([email protected]/77 3613-8000).

Participaram da reunião agricultores, consultores, representantes de cooperati-vas, de órgãos de pesquisas e de entidades de classe.

Plantio antecipado de soja irrigada será

em torno de 28 mil hectares

somente os produtores que fizeram o reque-rimento, assinaram o Termo de Responsabi-lidade e Compromisso, e apresentaram o pro-jeto técnico de contro-le da ferrugem asiática, puderam aproveitar o benefício. Essa primei-ra etapa dos procedi-mentos de requerimen-to e documentação foi operada pela Aiba, que encaminhou os proces-sos à Agência de De-fesa Agropecuária da Bahia (Adab), que irá acompanhar e fiscali-zar todas as áreas cul-tivadas.

O Vazio Sanitário é uma determinação le-gal instituída pela Por-taria de número 623 da Adab, que estabelece um período de 60 dias no qual não se pode manter lavouras ou ti-güeras de soja no terri-tório baiano. A medida serve para quebrar o ciclo de algumas doen-ças e pragas da soja, em especial, da ferrugem asiática.

Page 8: ANO 20 Nº 204 Set/12 Aiba divulga último levantamento …aiba.org.br/wp-content/uploads/2013/12/informaiba-setembro-2012.pdfda safra 2011/12 ANO 20 Nº 204 Set/12 ... além dos ministros

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O Fundo para o De-senvolvimento In-

tegrado e Sustentável da Bahia (Fundesis) avan-çou uma nova etapa em 2012. O Fundo, que foi criado em 2006, como uma parceria da Asso-ciação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) com o Banco do Nordeste, e, até o momento, já investiu aproximadamente R$ 2,2 milhões em recur-sos não reembolsáveis, em instituições sociais de diversos municípios do Oeste da Bahia, con-tará, a partir de agora, com um novo parceiro: o Sebrae. A instituição assinará em breve um Termo de Cooperação Técnica com a Aiba, pelo qual vai aplicar sua expertise no fomento ao empreendedorismo para ajudar as entidades so-ciais contempladas pelo Fundesis a gerir com eficiência os recursos captados, através da ca-pacitação profissional, qualificando-as, tam-bém, para a elaboração dos projetos.

Embora a assinatura oficial do termo esteja prevista para 16 de outu-

Fundesis fecha parceria com o Sebrae paracapacitação de gestores de entidades sociais

bro, o documento já está valendo, e as primeiras turmas acontecem já a partir deste mês. Com base nas informações e demandas levantadas pela Aiba, o Sebrae vai elaborar o conteúdo pro-gramático e os materiais didáticos para os cursos e treinamentos, que se-rão ministrados gratui-tamente. As aulas ocor-rerão na sede da Aiba, em Barreiras.

“O Fundesis é uma iniciativa extraordinária que denota o alto nível do empresariado do se-tor agrícola no Oeste da Bahia. Estamos muito satisfeitos em partici-par”, disse o diretor téc-nico do Sebrae na Bahia, Lauro Ramos.

O Fundesis não é compulsório. Ao optar por contribuir para o Fundo, o produtor rural, no momento de forma-lizar uma operação de custeio junto ao Banco do Nordeste, faz uma doação espontânea de 0,40% do valor contra-tado. Para a aplicação dos recursos, são publi-cados editais. Este ano, foram destinados R$700 mil, que já estão sendo

investidos pelas entida-des contempladas.

As entidades aspi-rantes ao benefício têm de apresentar um proje-to tecnicamente viável, e atender aos critérios de documentação e idonei-dade definidos no edital. Todo o processo desde a seleção das entidades a serem contempladas, até a verificação da aplicação dos recursos, passa pelo crivo de um Conselho, formado por integrantes da Aiba e do Banco do Nordeste.

Fundesis Alimentos será o novo passo da solidariedade sustentavel

O Fundesis é uma iniciativa con-

solidada, que vem sendo aprimorada desde a criação. Mas, como diz o vice-presidente da Aiba, Sergio Pitt, as de-mandas são maiores do que a capacida-de de supri-las. Por isso, a Aiba já pensa em ampliar o Fundo, criando uma verten-te chamada Funde-sis Alimentos.“Um

mecanismo seguro, efi-ciente e sustentável de promoção social”, de-fende o vice.

Pitt explica que o Fundesis Alimentos consiste em uma parce-ria da Aiba com as in-dústrias beneficiadoras de soja, milho e caroço de algodão da região Oeste, e não envolverá valores em reais, e, sim, produtos.

“Tudo principia com um convênio com

as indústrias. A Aiba enviará às indústrias as matérias-primas arre-cadadas através de um trabalho de articulação com os produtores as-sociados, e as indús-trias devolvem o equi-valente em produtos alimentícios que serão repassados às entidades sociais, através do pro-cesso de lançamento de edital para concorrên-cia pública, seleção e contratação das entida-

des selecionadas”, explica. Para entrar em vigor, a Aiba trabalha no momen-tojunto a Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz),na criação do marco legal do programa, de forma que todas as ope-rações de trânsito, entrada de matéria-prima na indústria e saída de produto final, estejam ampa-radas pela lei.