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1 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 Jan/2017 Ano 3 | nº 10 | Nov/Dez/Jan R$ 10,00 Saia da pressão Confira como não deixar que o estresse afete seu corpo e sua mente

Ano 3 | nº 10 | Nov/Dez/Jan...Ele faz parte do estilo de vida atual e pode causar de doenças de pele à depressão. Mas existem formas de senão evitá-lo, ao menos, eliminar suas

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1Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

Ano 3 | nº 10 | Nov/Dez/Jan

R$ 10,00

Saia da pressãoConfira como não deixar que o estresse afete seu corpo e sua mente

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EDITORIAL

Expediente

Como podemos desacelerar?

Enquanto o tempo acelera e pede pressaEu me recuso faço hora vou na valsa

A vida é tão rara (Lenine)

Respire, pare e pense: será que você não está acelerado demais? Ok, os mil afazeres desta vida pós-moderna nos coloca invariavelmente numa roda viva veloz que acaba nos deixando estressados. Mas é bom saber que viver nesse pique não provoca apenas cansaço, como também afe-ta o coração, a pele, propicia dores, obesidade e desencadeia processos depressivos, entre muitos outros malefícios. A matéria de capa da Algo-mais Saúde desta edição explica em detalhes o estresse e oferece dicas preciosas para senão evitá-lo, pelo menos aliviar as suas consequências.Vivemos mais estressados também por causa – quem diria? - das novas tecnologias como computadores, smartphones, tablets. Confira o porquê na matéria da página 12. Mas, de antemão saiba que essas maravilhas do mundo moderno não são nenhum demônio, nós é que devemos saber usá-las de forma a não comprometer nossa saúde física e mental. Elas, na verdade, podem até ajudar a nos manter mais saudáveis. Veja na repor-tagem como os games on-line têm sido usados com sucesso nas sessões de psicoterapia.E para combater o estresse, nada como realizar exercícios físicos. Mas se você é daqueles que morrem de preguiça de suar a camisa, veja na maté-ria desta edição que existem maneiras de se motivar a malhar. Falando em motivação, na seção de nutrição, você saberá quais são os alimentos que nos fornecem energia.Outro assunto importante deste número são os tratamentos para a in-continência urinária feminina. O sintoma afeta 30% das mulheres em todo o mundo, causa grande impacto social, mas já existem várias ma-neiras de tratá-lo.

Boa leitura!

DIRETORIA EXECUTIVARicardo de AlmeidaFrancisco Cunha

EDITORA-GERALCláudia Santos

REPORTAGENSRafael DantasMaria Regina Jardim

EDITORIA DE ARTERivaldo Neto

FOTOGRAFIADiego Nóbrega

Uma publicação da SMF- TGI EDITORA R. Barão de Itamaracá, 293 - Espinheiro - Recife - PE - Brasil CEP 52.020-070 - Tel.: (81) 3134 1740 - Fax: (81) 3134.1741

Os artigos publicados são de inteira e única responsabilidade de seus respectivos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião da revista.

SUMÁRIOCapa. Saia da roda viva e combata o estresse. Página 08

Tecnologia. Ela pode nos deixar mais fatigados, mas também ajudar nas terapias. Página 12

Incontinência urinária. Novos tratamentos garantem mais qualidade de vida. Página 18

Óculos escuros. Eles auxiliam a prevenir doenças da visão. Página 24

Mexa-se. Saiba como espantar a preguiça e ter ânimo para malhar. Página 28

EDIÇÃO 10

Cláudia Santos - Editora [email protected]

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É posssível aliviar o estresseEle faz parte do estilo de vida atual e pode causar de doenças de pele à depressão. Mas existem formas de senão evitá-lo, ao menos, eliminar suas consequências

COMPORTAMENTO

O exaustivo estilo de vida pós--moderno e o acúmulo de atividades na rotina parecem levar as pessoas a um destino

inevitável: o estresse. Essa teoria, no en-tanto, não é uma verdade absoluta e há várias formas de evitar ou, pelo menos, amenizar os efeitos do cotidiano estres-sante. Quando a tensão emocional se torna constante, pode causar um des-gaste extremo a ponto de evoluir para diversas doenças físicas e psicológicas. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia e Controle do Estresse (IPCS) em todo o Brasil revelou que cer-ca de 52% dos entrevistados disseram ter ou já ter tido o diagnóstico de estres-se.

De acordo com o instituto, trata-se de uma reação do organismo a situa-ções que exigem esforço emocional para serem superadas. Quanto mais esse contexto durar ou quanto mais grave ele for, mais estressada a pessoa pode ficar. E, se ela não souber lidar com esse tipo de experiência, o corpo e a mente podem entrar em colapso. En-tre os fatores que mais causam estresse nos brasileiros estão relacionamentos, problemas financeiros e sobrecarga de trabalho.

O psiquiatra pernambucano

Amaury Cantilino explica que o estres-se pode desencadear uma reação fi-siológica comum a todos os seres humanos, na qual o organismo produz substâncias que dão vigor e energia. "Essa reação envolve a liberação de nora-drenalina, um neurotrans-missor, pelo cérebro e do hormônio cortisol pelas glândulas adrenais. Juntos, os dois vão provocar efeitos no corpo, como aumento nas frequências cardíaca e respiratória, diminuição da circulação sanguínea e au-mento da pressão arterial", conta.

"Isso é algo com que con-seguimos lidar razoavelmente bem em curto prazo. O proble-ma é quando essas situações se tornam crônicas e o corpo começa a liberar as substân-cias constantemente, duran-te semanas ou meses", revela Amaury Cantilino. Segundo ele, as reações se tornam crônicas, geralmente, porque as situações de estresse podem persistir duran-te um tempo ou porque o indivíduo não conseguiu recobrar o seu estado de

MARIA REGINA JARDIM

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funcionamento normal. "Então, vai ter uma exposição prolongada ao cortisol e à noradrenalina, o que vai gerar proble-mas", completa.

Segundo estudos do IPCS, o proces-so do estresse emocional se desenvolve em quatro estágios. O primeiro é a fase de alerta, em que o cérebro produz uma quantidade saudável de substâncias

que preparam o indivíduo a enfren-tar emergências. Eventualmente, podem surgir dor muscular, azia, espinhas, nervosismo, ansiedade e inquietação, no entanto, se a cau-sa do estresse desaparecer ou for solucionada, o organismo conse-gue sair do processo sem sequelas.

O segundo estágio, a resistên-cia, se desenvolve quando a situa-ção de estresse persiste ou piora. Nesta fase, o corpo tenta resistir ao alto nível de tensão. Os sintomas principais são dificuldades com a memória e muito cansaço. Se o esforço a mais do organismo for suficiente para lidar com esse pro-cesso, o estresse pode ser elimina-do com certa facilidade.

Se o problema continuar, o corpo entra na terceira etapa do

estresse, o estágio de quase-exaustão, e começa a sofrer um colapso gradual. É aí que a queda na qualidade de vida se tor-na bastante perceptível. Entre os sinto-mas, insônia, falta de libido, problemas de pele, queda de cabelo, gastrite ou úl-cera, perda ou aumento de peso, apatia, cansaço mental, dificuldade de concen-tração, infecções ginecológicas, tumores, crises de pânico, pressão alta e alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos.

O último estágio, da exaustão, en-globa todos os sintomas da terceira fase, porém mais intensificados, impedindo a sensação de bem-estar no indivíduo. O or-ganismo, desgastado e cansado, fica vul-nerável a doenças graves, como depres-são, diabetes, enfarte - levando à morte em casos extremos. Nessa etapa, a ajuda médica e psicológica é indispensável.

XÔ, TENSÃO!Segundo Amaury Cantilino, há muitas

formas de evitar e combater o estres-se no dia a dia. O mais importante é saber reconhecer seu limite e evitar sobrecargas emocionais no trabalho e em relacionamentos. “Todos nós temos limites, mas muitos acabam perdendo a consciência disso. Eventualmente, nos submetemos a uma quantidade de tarefas maior do que nosso organismo pode aguentar. As pessoas se expõem a constantes tomadas de decisões, situa-ções difíceis durante muito tempo”, diz. “É importante sabermos identificar as nossas prioridades, os nossos valores. Dizer sim para as coisas que prioriza-mos e saber dizer não para o que for ex-cedente. Um dos grandes fatores de pre-venção ao estresse é saber dizer não”.

Hábitos bastante simples podem afastar o estresse da rotina. É preciso identificar as atividades que causam prazer e praticá-las diariamente. "Cer-tas ocupações geram engajamento e relaxamento, fazendo a pessoa esque-cer temporariamente dos problemas. Tocar um instrumento, ver um filme, fazer ioga, conversar com os amigos são coisas simples que fazem a diferença. Encaixar essas atividades ao longo dos

seus dias para contrabalançar os efeitos do estresse é essencial", aconselha Cantilino.

Manter o corpo saudável também uma das principais

formas de se proteger contra o es-tresse. Uma alimentação balancea-

da, rica em frutas, verduras e legu-mes, e a prática de exercícios físicos

podem ser fundamentais para uma vida mais tranquila. Atividades aeró-bicas como caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar ou pular corda, podem reduzir bastante os efeitos da tensão emocional.

"O exercício aeróbico também causa a produção de noradrenalina, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Quando se pratica essas atividades três vezes por semana por 40 minutos, o organismo se adapta melhor à descarga dessa substância", explica Amaury Cantilino. "O corpo compensa essa exposição no dia a dia, diminuindo o tônus noradrenérgico e dando uma sensação de maior relaxa-mento", diz.

O PODER DA MEDITAÇÃOCom o crescente aumento do número

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de pacientes diagnosticados com estres-se, a neurociência vem aprofundando pesquisas em novas técnicas de com-bate e prevenção do mal. Atualmente, uma técnica de meditação conheci-da mundialmente como mindfullness ("atenção plena", em tradução livre) se destaca na área. "O mindfullness é ab-surdamente eficaz. É uma das práticas mais estudadas hoje em dia em termos de neurociência e tem efeitos neurobio-lógicos comprovados", revela o psiquia-tra Amaury Cantilino.

Segundo o especialista, pessoas que praticam e vivenciam a meditação pos-suem mais ativação do córtex pré-fron-tal, região cerebral relacionada à regu-lação emocional e ao planejamento de comportamentos. "É como se as pessoas aprendessem a lidar melhor com as próprias emoções depois de praticar a meditação", simplifica. "A técnica não está ligada a nenhuma religião e deve ser realizada constantemente para que se ganhe experiência e consiga voltar totalmente a atenção para o momento presente", detalha Cantilino.

A professora de meditação trans-cendental Adriane Brasileiro acredita que é possível ter uma vida livre do es-tresse. "Nosso estilo de vida não preci-sar ser exaustivo, em que só se acumu-la cansaço e não se descansa da forma correta. O repouso precisa ser parte da nossa rotina. O maior filtro antiestres-se é o descanso profundo", defende.

De acordo com ela, o ritmo metabó-lico, medido pelo consumo de oxigênio, diminui à medida que a mente acalma. Entre os benefícios da meditação, está o fortalecimento do sistema nervoso, do sistema imunológico e do sistema car-diovascular. "Com a meditação, é possí-vel viver uma vida livre de tensão, den-tro de uma rotina que contrabalanceie os estímulos excessivos. A ansiedade diminui, a qualidade do sono melhora, assim como os sintomas da depressão e da crise do pânico", conta Brasileiro.

Praticante há poucos meses, a fotógra-fa e produtora cultural Helena Brennand, 31, sentiu-se motivada a praticar a medita-ção transcendental após enfrentar uma si-tuação de estresse. "Passei por um momen-to turbulento e decidi conhecer a técnica. Faz pouco tempo que pratico, mas já sinto muitas mudanças positivas em mim", diz. "A meditação traz equilíbrio no sono, na alimentação, no emocional. Antes, eu

precisava tomar remédio para dormir e, agora, não tomo mais. Tenho sido mais paciente e mais feliz, não sinto mais tanta ansiedade. Além disso, venho sendo mais criativa para resolver questões que eu não conseguia solucionar", completa.

Segundo Adriane Brasileiro, a meditação transcendental é técnica científica, praticada duas vezes ao dia, durante 20 minutos. Essa prática

não implica em nenhuma mudança no estilo de vida ou comportamento e tam-bém não requer uma crença específica. "Devemos praticar a meditação sentados de forma confortável e com os olhos fechados. Durante o processo, a mente é levada espontaneamente para níveis mais sutis do pensamento. O silêncio e a quietude crescem à medida que mer-gulhamos", conta a professora.

SOBRECARGA | AMAURY CAN-TILINO: "NÓS NOS SUBME-TEMOS A UMA QUANTIDADE DE TAREFAS MAIOR DO QUE NOSSO ORGANISMO PODE AGUENTAR"

TUDO ZEN | SEGUNDO ADRIANE (D), MEDITAR MELHORA A ANSIEDADE

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Como a tecnologia afeta a saúde

VIDA MODERNA

Já pensou em usar filtro solar antes de trabalhar no computador? Ou já passou por sua cabeça que o cansa-ço ou a insônia que você sente po-

dem ser motivados pelo smartphone? E que jogos online são uma ferramenta importante nas sessões de psicoterapia? Pois é, as novas tecnologias invadiram o cotidiano trazendo transformações que impactam a saúde física e mental, e também as formas de tratamento.

Uma da consequências mais evi-dentes dessa realidade é a chamada “fadiga cognitiva”. Estudiosos como o filósifo alemão Harmut Rosa cons-tatam que as recentes revoluções tec-nológicas aceleraram o ritmo de vida. Muitos não conseguem se adaptar a essa velocidade, principalmente os mi-grantes digitais (que nasceram e cres-ceram antes da internet). E aí sentem--se cansados. “Isso nos desestabiliza bastante. Exige uma adaptação cogni-tiva”, analisa Véronique Donard, psi-canalista, professora da Universidade Católica, membro do Grupo de Pesqui-sa Humanidades Digitais da Unicap.

Redes sociais e-mails tornaram-se

Médicos e até filósofos estudam como redes sociais e computadores interferem no nosso bem-estar. Saiba o que eles descobriram e como se prevenir

alguns dos motivadores desse cansaço. “São ferramentas que exigem uma res-posta imediata. Se você não responde em pouco tempo é como se estivesse em dé-bito. O que torna o cotidiano fatigante”, constata Leopoldo Barbosa, psicólogo da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS).

A fadiga também acomete o homem pós-moderno porque as novas tecnolo-gias aceleraram sua produtividade, mas não aumentaram suas horas de ócio. Vé-ronique exemplifica apontando que hoje um funcionário produz um relatório no computador mais rapidamente do que na época da máquina de escrever. O pro-blema é que ele terminará o trabalho e imediatamente fará outra atividade. “Por isso as pessoas se esgotam. A tecnologia ajuda, mas a possibilidade de conceber uma ideia ou texto burocrático é de uma pessoa só”, distingue a psicóloga.

Mas antes de demonizar computadores e gadgets (dis-positivos portáteis como smartphones, tablets) pelos males que afetam a saúde é bom entender que a culpa não é deles.“As novas tecno-

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CLÁUDIA SANTOS

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logias são um instrumento para o bem viver, quem faz o mau viver somos nós”, alerta Véronique. Para a psicó-loga devemos, na medida do possível, impor nosso ritmo. “Quem responde às mensagens somos nós, portanto, devemos responder no momento que considerarmos mais adequado”.

Muito se tem debatido também so-bre as consequências das novas tecno-logias no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Barbosa acha preocu-pante, por exemplo, o fato da garotada se acostumar aos textos breves e sem profundidade característicos da web. “Termina deixando o cérebro moldado a ler uma quantidade menor de infor-mações. Muitos estudantes que se de-pararam com textos mais aprofunda-dos reclamam”. O psicólogo também se preocupa com a valorização que eles dão para a quantidade de curtidas que recebem no Facebook. “Eles passam a se mensurar pelo número de pessoas

que curtiram seu post”. Véronique, no entanto, as-

segura que muitos dos males atribuídos às novas tecno-logias são provenientes de dificuldades psicoló-gicas preexistentes. O fato de a criança passar muito tempo nas redes sociais ou em jogos digi-

tais, por exemplo, pode não configurar um problema. Mas se ela está solitá-ria, triste, engordando, tirando notas ruins são um alerta para os pais. “Essa criança precisa ir ao psicólogo não por causa do jogo, mas pelo seu comporta-mento”, orienta.

Não se pode esquecer que por in-termédio das redes sociais, as pessoas não estão sozinhas, estão em contatos outras pessoas e muitas têm recupe-rado o círculo de amizades antigas. Benefícios que não se restringem à geração digital. Barbosa destaca que muitos idosos se comunicam com amigos e familiares pelo Facebook ou WhatsApp e se sentem menos so-litários e mais incluídos socialmente. E para os que pensam que games são brincadeiras inconsequentes, estudos mostram as vantagens desses jogos na saúde e no comportamento. Por meio deles, aprende-se a trabalhar em equi-pe, porque o jogador faz parte de uma comunidade digital, e a cumprir com-promissos. “Se o adolescente acordou às 4 da manhã para jogar é porque ele marcou com seu time e está aprenden-do a ser pontual”, pondera Véronique.

Pesquisas científicas feitas com ressonância magnética, segundo a psi-cóloga, mostraram que o uso intensivo do game on-line pode favorecer efeitos positivos sobre o funcionamento do

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FADIGA COGNITIVA| BARBOSA: E-MAILS E WHATSAPP CAUSAM CANSAÇO

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cérebro. “Na França são usados em psi-coterapia com autistas, na reabilitação de funções cognitivas e até em pessoas com esquizofrenia”, informa Véroni-que. “Pessoas com Alzheimer e idosos que usam kinect (tecnologia que permi-te jogar com os movimentos do corpo), também se beneficiam com exercícios de equilíbrio”, acrescenta a psicóloga

Nas sessões de psicoterapia os games também estão presentes. Para jogar, é pre-ciso criar um avatar, um personagem de si mesmo. Psicólogos descobriram que o jogador, muitas vezes, projeta nessa reali-dade virtual um mundo em que ele gosta-ria de viver. “É um mundo que expressa sentimentos ou insatisfações”, resume Barbosa.

A boa notícia é que a Universidade Católica está desenvolvendo um jogo para ser utilizado por psicólogos na mediação terapêutica com os pacien-tes. Véronique, que já trabalhava com games on-line na França, participa do projeto. “A Unicap conta com um la-

Visão e pele merecem atenção

Se você costuma ficar horas diante de computador ou smartphone, não esqueça de usar filtro solar. Pode pare-cer uma recomendação estranha, mas especialistas afirmam que a luz desses aparelhos estimulam a liberação de ra-dicais livres, que impulsionam a produ-ção de melanina. Resultado: manchas na pele. Também afeta a produção de fibroblastos (células que produzem o colágeno que dá sustentação à pele). E aí pode acelerar o envelhecimento.

“Mas não se deve ficar alarmado”, tranquiliza Patrícia Guimarães, der-matologista do Real Derma (Hospital Português). “A luz solar é muito mais danosa. Oito horas de exposição à luz do computador equivalem a 1 minuto e 20 segundos exposto aos raios UVA e UVB”, compara a médica. Os efeitos, portan-to, são perceptíveis no longo prazo em pessoas que permanecem muito tempo usando esses equipamentos. Entretanto, é possível se prevenir com o uso de filtro

solar. Mas, atenção: “deve-se utilizar os protetores físicos, a maioria dos produ-tos vendidos nas farmácias são filtros químicos”, adverte a dermatologista.

A luz emitida por esses aparelhos também podem ser uma das causas da insônia. É fácil entender o porquê: pos-suímos um relógio biológico, no qual, no período de 24 horas a produção de grande parte dos hormônios aumen-ta e diminui de forma cíclica, condi-

cionando o nosso corpo em aspectos como o sono e a vigília. Esse ritmo diário é regulado por estímulos, como a luz. Por isso, pessoas que usam com-putadores e gadgets à noite podem ter problemas para dormir.

“Luz forte e branca, cientificamen-te é uma condição para a insônia”, explica Bernardo Cavalcanti, oftal-mologista do Hope. O médico afirma também ser cada vez mais frequente adolescentes e crianças com miopia e acredita-se que seja pelo intensivo uso das novas tecnologias. “O esforço visual para a visão de perto aumentou com esses aparelhos e isso provocou uma redução da capacidade para en-xergar de longe”, explica.

Aumentou também as queixas de olho seco. “Ao permanecer muito tem-po no computador passamos a piscar menos, reduzindo a lubrificação da lágrima na superfície do olho”, escla-rece o oftalmologista. .

Mas, pode-se amenizar esses efeitos. Basta fazer intervalos de 10 minutos a cada 45 ou 60 minutos de uso desses aparelhos. “Recomenda-se também situar a tela do computador abaixo da linha de visão para que a maior parte da pálpebra cubra o olho e o lubrifique”, orienta o médico.

AVATAR | VÉRONIQUE DONARD UTILIZA JO-GOS ONLINE EM SESSÕES TERAPÊUTICAS E ATUA NUM GRUPO QUE DESENVOLVE GAMES PARA ESSA FINALIDADE

PELE | PATRÍCIA: USAR FILTRO FÍSICO

boratório de criação de jogos digitais aplicados à psicologia. Serão usados em deficiências cognitivas e mediação de processo clínicos. O primeiro jogo digital está sendo feito”. É a tecnologia tornando mais lúdico o tratamento.

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Este ano, pela primeira vez, o Instituto Harrop

incluiu o segmento de clínicas e hospitais de

olhos no JC Recall de Marcas, promovido pelo

Jornal do Commercio. De acordo com dados

da pesquisa, o Hospital de Olhos Santa Luzia

teve a marca entre as três mais lembradas,

sendo a segunda colocada na categoria

como hospital particular. Considerando

apenas as classes A e B, o Santa Luzia é a

segunda marca mais lembrada, com índices

percentuais muito próximos da primeira. Um

reconhecimento do público pelo trabalho

sério e dedicado de uma equipe médica

competente, aliado a uma estrutura física de

qualidade, dotada de equipamentos da mais

alta tecnologia. Isto mostra por que no Santa

Luzia não falta brilho nos olhos de todos.

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MITO OU VERDADE?

Verdade. Desde que associado a outros fa-tores locais. A instabilidade emocional induzida pelo estresse é capaz de aumentar significativamente a se-creção ácida do estômago através da estimulação do nervo vago (um nervo que percorre uma grande parte do corpo humano, do cérebro até o abdômen). Isso pode produzir uma agressão na mucosa gástrica e causar inflama-ção. “O desenvolvimento da gas-trite ou lesão da mucosa (úlcera) pode ser consequente dessa hi-persecreção ácida, aliada a outros fatores locais responsáveis pelo dano da mucosa”, explica o cirurgião do aparelho digestivo, Tercio Bacelar, que integra a equipe do Hospital Espe-rança Recife.

Nervosismo pode provocar gastrite e úlcera

Alimentos de cor vermelha são bons para a próstataVerdade. Os alimentos de cor vermelha, como o tomate e subprodutos, a goiaba, a melancia, a pitanga e o mamão possuem li-copeno, um carotenoide (uma espécie de pig-mento natural) que tem demonstrado poten-te ação antioxidante. Ele auxilia o organismo no combate aos radicais livres e atua na pre-venção de várias doenças como as cardiovas-culares e o câncer de próstata. “Estudos cien-tíficos demonstram a relação inversa entre o consumo desse caratenoide e a incidência de câncer de próstata”, informa a nutricionista Sandra Viana, que dá uma dica importante: “o aquecimento aumenta a biodisponibilida-de desse carotenoide. Portanto o molho de tomate tem uma quantidade três vezes maior de licopeno do que o tomate cru”.

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Incontinência urinária tem tratamento

MULHERES

Sintoma que atinge 30% da população feminina pode ser tratado com terapia inovadoras como o laser, além de fisioterapia, e em casos mais graves, a cirurgia

Ela afeta a qualidade de vida, a sociabilidade e até os relacio-namentos sexuais. A inconti-nência urinária acomete 25%

a 30% da população feminina mundial entre 30 e 60 anos, um contingente que passa por limitações em razão da perda involuntária de urina. Mas já existem tratamentos eficazes que vão desde a cirurgia tradicional, passando por fisioterapia até o uso de laser.

A incontinência de esforço é a mais frequente e que ocorre durante a reali-zação de uma atividade como espirrar, tossir, rir ou levantar peso na academia. Afeta principalmente mulheres no perío-do da menopausa, quando ocorre uma redução da produção de estrógeno. Uma das funções do hormônio é manter fir-me a musculatura do assoalho pélvico, um conjunto de músculos que auxilia na sustentação de alguns órgãos como a INOVAÇÃO |BEATRIZ: LASER TRATA O PROBLEMA E MELHORA VIDA SEXUAL

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bexiga, útero e intestino. Eles funcionam também como esfíncteres, isto é, como válvulas de fechamento, permitindo a retenção ou saída de urina. “Paciente na pós-menopausa, que teve muitos partos vaginais, tendem a ficar com a muscu-latura do assoalho pélvico mais frouxa levando à incontinência urinária”, escla-rece Dimas Lemos Antunes, urologista do Hospital Jayme da Fonte.

Também chamada de bexiga hipera-tiva, a incontinência de urgência é carac-terizada por uma vontade súbita e impe-riosa de urinar e, muitas vezes, a mulher não consegue chegar ao banheiro a tempo para evitar o escape de xixi. A sua bexiga se contrai independentemente de sua von-tade. Os fatores que a causam até hoje são uma incógnita para a medicina. “Algumas mulheres apresentam os dois tipos de in-continência”, acrescenta Antunes.

NOVIDADEPara os casos de incontinência de esfor-ço - de leve a moderada – o mais recente tratamento é o uso do laser Fotona. Ele é introduzido na vagina por meio de um instrumento chamado ponteira e a sua luz estimula a produção de colágeno (pro-teína que dá sustentação à pele) tornando mais tonificada toda a musculatura da vulva e do canal vaginal. “O tratamento é realizado em três sessões, com inter-valos de um mês, no próprio consultório médico. É indolor, sem cortes, nem san-gramentos e não requer anestesia geral”, explica a dermatologista Beatriz Almei-da. Também não é preciso se afastar das atividades rotineiras, apenas ter absti-nência de sexual entre cinco a sete dias.

A especialista recomenda realizar as aplicações a cada ano. A nova terapia tem ainda reflexos na melhoria da quali-dade da vida sexual, porque o laser além de promover um estreitamento das pare-des da vagina, também produz aumento da lubrificação. “A paciente deixa de sentir dor durante a relação sexual, pro-vocada pelo ressecamento que é comum nas mulheres menopausadas. Além dis-so, ao eliminar o relaxamento vaginal, o sexo torna-se mais prazeroso para ela e seu parceiro”, assegura Beatriz.

Inovações tecnológicas também chegaram à fisioterapia, beneficiando pacientes com incontinência uriná-ria. E o melhor, de forma lúdica, pois as técnicas foram associadas a games e podem ser empregadas nos casos de

incontinência de esforço, de urgência e mista. Os nomes são um tanto com-plicados - estimulação elétrica com corrente bifásica e biofeedback – mas o funcionamento é fácil de entender.

O objetivo é fazer a mulher ter cons-ciência dos músculos usados no controle da micção. Pode parecer estranho, mas a maioria das pessoas não consegue con-traí-los. “Colocamos eletrodos na vagina que emitem pulsos elétricos, indicando a região em que se deve fazer a contra-ção muscular”, relata Silvana Uchôa, fisioterapeuta técnica responsável da Clínica Confie e professora da Unicap.

Ao mesmo tempo, um computador exibe gráficos que mostram por quan-to tempo a paciente consegue manter o músculo contraído. “A técnica melhora a consciência do assoalho pélvico e sua contração muscular, aumentando o tô-nus e a força”, assegura a fisioterapeuta. A chamada gameterapia também pode fazer parte da terapia. Mulheres com incontinência de esforço, por exemplo, realizam contração com os eletrodos e jogam games com kinect (tecnologia que permite jogar com os movimentos do corpo). O jogo pode ser uma simulação de uma partida de tênis. “Ela vai treinar a contração enquanto faz a atividade até o momento em que conseguir automatizar os dois movimentos”, esclarece Silvana.

O tratamento compreende 10 a 30 sessões da fisioterapia, sendo duas por semana. Depois deve haver a manuten-ção anual. “Muitas pacientes continuam

assintomáticos há mais de cinco anos”, informa Silvana, que também destaca uma melhora no prazer sexual.

OUTRAS ALTERNATIVASJá a terapia comportamental é indi-cada principalmente para os casos de incontinência de urgência e mista. “Re-comendamos urinar a cada três horas, evitando que a bexiga fique cheia, redu-zindo a pressão do esfincter. Também orientamos reduzir a quantidade de ingestão de líquido quando a paciente vai viajar”, informa Dimas Antunes. Evitar refrigerantes à base de cola, café, tabagismo e obesidade e tratar a consti-pação são outras medidas necessárias. “Deve-se investigar, ainda, a existência de infecção urinária que pode favorecer à incontinência”, acrescenta o médico.

Se as medidas não funcionarem nos casos de bexiga hiperativa recorre-se a medicamentos. Se os remédios falha-rem, o especialista pode indicar a aplica-ção de botox na bexiga, que a torna me-nos contraída. Mas deve ser reaplicado periodicamente. Há ainda a técnica que introduz um dispositivo chamado neu-romodulador sacral. É uma espécie de marca-passo, ao ser implantado na raiz nervosa da bexiga emite pulsos elétricos, que estimulam o nervo a inibir as con-trações que provocam a micção.

Para os casos mais graves de incon-tinência por esforço, indica-se a cirur-gia, cuja taxa de sucesso, segundo An-tunes é alta. “Varia de 80% a 90%”.

GAMETERAPIA | SILVANA: ELETRODOS E JOGOS TÊM BONS RESULTADOS

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20 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

Uma boa dieta paradar mais pique

ALIMENTAÇÃO

Comer de forma balanceada e ter sempre na mesa alimentos energéticos e funcionais garantem mais energia para enfrentar o rojão do cotidiano

Para enfrentar a falta de ânimo, os maiores aliados, na dieta, são os alimentos energéticos e funcionais. Os primeiros têm

como propriedade fornecer os carboi-dratos, gorduras e proteínas básicas, necessárias para o bom funciona-mento do organismo. Os carboidratos funcionam como combustível para o corpo; as gorduras fornecem energia e transportam vitaminas, além de pro-tegerem os órgãos vitais do corpo. As proteínas, por sua vez, são fontes de energia e ajudam na construção de te-cidos dos órgãos.

A nutricionista esportiva Maria Auxiliadora Albuquerque afirma que, para ter um corpo saudável, o aspecto mais importante é manter uma dieta balanceada. “O teor de macronutrien-tes (carboidrato, proteína e gordura)

e micronutrientes (vitaminas e mi-nerais) deve estar nos parâmetros re-comendados, de acordo com a idade, sexo, atividade física e composição corporal”, explica.

Devido às especificidades de cada pessoa, a ajuda profissional é indis-pensável. “Se não existe um consumo equilibrado de todos os nutrientes, um só alimento não vai poder levar disposição e bem-estar ao indivíduo. A avaliação dos hábitos alimentares, da bioquímica e da composição corpo-ral são aspectos fundamentais para a composição de uma dieta adequada”, enfatiza Maria Auxiliadora.

Os principais alimentos energéti-cos são a aveia, exemplo de cereal, e os legumes e grãos, como batata, feijão, favas, lentilhas, ervilhas, milho e soja. Além deles, os de origem animal e os

laticínios: leite e derivados.Os alimentos funcionais, além de

suas funções nutricionais básicas, ofe-recem benefícios à saúde. Eles podem reduzir o risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, entre outras. Apesar de não agirem como medicamentos, se consumidos de maneira regular, produzem efeitos bastante positivos no organismo.

Entre os classificados como funcio-nais, estão os cereais integrais (aveia, centeio, cevada, farelo de trigo), peixes, tomate, uva, couve-flor e brócolis, hor-taliças com talo, linhaça, soja e deriva-dos. “A uva e as frutas vermelhas são grandes fontes da substância chamada resveratrol, que reduz a formação de radicais livres, provocadores do enve-lhecimento”, conta a nutricionosta.

Oleaginosas, como castanhas, no-

zes e amêndoas, são ricas em gorduras fundamentais na construção de novas células do sistema nervoso. Por isso, também são consideradas funcionais. “Outro tipo de alimentos importantes são os peixes ricos em ômega 3, pois fornecem substâncias anti-inflamató-rias. Já a aveia é considerada funcional por ajudar a baixar o colesterol”, deta-lha a especialista.

Segundo o nutricionista e treina-dor esportivo Diego Waller, o ideal é optar por alimentos naturais (sem pro-cessamento industrial) e integrais, que evitam picos de insulina indesejáveis, fornecendo energia gradualmente ao corpo. “Podemos, por exemplo, conse-guir boas fontes energéticas a partir de frutas como o abacate ou a partir de tubérculos como a batata doce”, ex-plica o profissional. Ele destaca a exis-tência de alimentos estimulantes, que contêm cafeína, capaz de estimular o sistema nervoso e provocar uma sen-sação de maior disposição. “Eles são classificados como termogênicos, por provocarem a termogênese, ou seja, o aumento da temperatura corporal. Embora gerem esse efeito, não há evi-

dências científicas de redução da gor-dura corporal”, diz o nutricionista.

“Podemos encontrar a cafeína no café, no chá verde e no cacau. Mas, indivíduos com certas patologias – a exemplo de hipertensão, cefaleia e la-birintite - devem consultar um profis-sional para adequar sua ingestão”, res-salta. Ele chama a atenção, ainda, para os alimentos que agem como “ladrões” de energia no organismo. Carboidra-tos simples, como doces e pães, geram um aumento instantâneo de insulina e tendem a causar sensação de sonolên-cia algumas horas após o consumo.

Comer alimentos energéticos e funcionais, no entanto, deve aconte-cer de forma regular e moderada. “Ne-nhum alimento deve ser ingerido em excesso de uma só vez no intuito de gerar mais energia no organismo. Não há uma relação entre quantidade e efeito”, explica a nutricionista Rosaura Almeida. “O acompanhamento de um nutricionista pode detectar a carência de ferro ou zinco ou ainda uma dieta pobre em carboidratos como causas da falta de ânimo no dia a dia. O equilí-brio é fundamental”, conclui.

Nutrionista pode detectar

falta de zinco, ferro ou carboidratos como causas do desânimo

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22 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

GOSTOSO & SAUDÁVEL*Sylvia Lobo é nutricionista da Prodieta. www.prodieta.com.br (81) 3241-5961

Quando se fala em atividade física, o tópico alimentação merece destaque, e para cada modalidade de exercício existe um plano alimentar específico, que considera fatores como idade e hábito alimentar do indivíduo, intensidade e duração do exercício, além de características clínicas específicas sem-pre elaboradas, de forma individual e personalizadas, pelo profissional de nutrição.

A refeição antes do treino ou competição tem grande im-portância, no sentido de prover energia ao corpo, tanto para ser armazenada, quanto utilizada no momento da atividade, assim como após o treino, com a função de repor o que foi utilizado e/ou obter resultados como hipertrofia muscular, por exemplo.

Antes do treino de musculação, maratonas ou outras atividades, o ideal é que a refeição seja leve, inclua todos os nutrientes, mas que predominem os carboidratos, que oferecem energia de uma forma mais imediata, ou mesmo gorduras do tipo insaturadas. Uma boa opção de pré-treino é a famosa combinação banana com polpa de açaí 100% na-tural ou com oleaginosas como castanha de caju, castanha do Pará, amêndoas, ou mesmo a fruta isolada. Isso deve ser programado de forma individual, uma vez que a necessidade é bem variável de pessoa para pessoa, e depende de quanto tempo após aquela refeição será o exercício.

Depois do treino, a refeição também precisa ser equilibra-

Alimentação e atividade

física

Descasque e corte as bananas em rodelas pequenas. Coloque-as em um recipiente e deixe repousar no congelador. Quando estiverem congeladas, tire as bananas do congelador e coloque-as em um liqui-dificador ou processador de alimentos. Liquidifique-as e adicione leite aos poucos, fazendo pausas para alcançar a consistência adequada, de maneira que seja possível servir em uma taça individual e comer com uma colher pequena. Antes de chegar ao ponto ideal, adicione baunilha e liquidifique uma última vez. Sirva o sorvete em recipientes individuais e salpique amêndoas ou nozes moídas.

SORVETE DE BANANA

4 bananasLeite desnatado1 colher de chá de baunilhaAmêndoas ou nozes moídas.

da em nutrientes, com predominância da proteína e algum teor de carboidrato associado a ela. Exemplos de alimentos que podem compor a refeição pós-treino são ovos, peito de frango, salmão, todos com função de cumprir com a oferta de proteína e micronutrientes específicos, combinados com batata doce, quinoa, ou mesmo frutas como laranja, abacaxi, kiwi, que atuam agregando nutrientes reparadores do tecido muscular, a exemplo da vitamina C.

A reposição de líquidos também tem grande importância, sendo a recomendação de 700ml a cada 500 gramas perdidos na atividade.

PAUSA | ATLETAS COMO DJOKOVIC COMEM BANANA NO JOGO

23Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

ANOS

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Eles não são meros acessórios

No Nordeste brasileiro, onde o clima de Verão dura pratica-mente o ano todo, os óculos escuros deixam de ser simples

acessórios de moda e se tornam essen-ciais para a saúde dos olhos. Com a che-gada da estação mais quente do ano no próximo mês, o uso das lentes protetoras é ainda mais importante e a atenção na qualidade do produto deve ser redobrada.

A Sociedade Brasileira de Oftalmo-logia (SBO) alerta que o maior cuidado a ser tomado é para que os óculos de sol tenham lentes com 100% de proteção contra a radiação ultravioleta (raios UVA e UVB), pois a nossa córnea é inca-paz de absorvê-la e filtrá-la. Uma lente escura em más condições pode causar danos graduais e, em casos extremos, culminar na perda total da visão.

De acordo com a SBO, os óculos sem proteção intensificam a radiação que penetra nos tecidos oculares, mesmo diminuindo a luminosidade do ambien-te. A baixa incidência da luz ocasiona o aumento da pupila, fazendo com que os olhos absorvam ainda mais os raios noci-vos. Por ocasionarem lesões cumulativas, a radiação solar deve ser evitada desde a infância. É importante que os pais habi-tuem as crianças a usarem óculos escu-ros logo nos primeiros anos.

O oftalmologista Theophilo Frei-

VISÃO

tas, do Hospital Santa Luzia, revela que doenças como a catarata e a degenera-ção macular relacionada à idade (DRMI) são os exemplos mais comuns de conse-quências da exposição solar sem prote-ção adequada. No verão, os riscos de irri-tações e queimaduras nas córneas, além de doenças infecciosas aumentam.

“Determinadas cores têm a capa-cidade de filtrar radiações de compri-mentos de ondas específicos. Isso tam-bém é um fator importante”, adverte Theophilo Freitas. As lentes castanhas, cinzas e verdes são as mais eficientes no cuidado com os olhos. Já os óculos mais claros tendem a ser mais suscetíveis à luz, pois apresentam menor quantida-de de pigmento e, consequentemente, menos bloqueio à luminosidade.

Para garantir a qualidade do produ-to, recomenda-se que as óticas façam a medição dos filtros na presença dos

usuários. Além disso, os óculos de qua-lidade não apresentam deformidade de reflexos. Para verificá-lo, basta checar posicionando as lentes contra a luz.

FORMA E TAMANHOA forma e o tamanho dos óculos tam-bém são fatores importantes a serem levados em conta. Os olhos também devem ser protegidos lateralmente devido à radiação indireta. Portan-to, lentes ligeiramente curvas, que se adaptem ao formato do rosto, são mais indicadas. Armações maiores e hastes mais grossas também bloqueiam a lu-minosidade e aumentam a proteção cobrindo grande parte da área dos olhos. Além de protegerem contra os raios solares, os óculos servem como uma barreira contra resíduos do am-biente como a poluição da rua, a areia da praia ou elementos alergênicos.

PROTEÇÃO| LENTES EVITAM PROBLEMAS COMO CATARATAS E INFECÇÕES

Óculos escuros são fundamentais para prevenir doenças que afetam os olhos

25Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017 Alysson Silva, Estudante FPS de Nutrição.

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26 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

OLHAR INTERIOR

A depressão é uma quebra de energia. Nosso corpo e nossa mente ficam sem energia para a vida. Esse estado de ânimo in-

flui no trabalho e nas relações familiares. Experiências negativas ou de perdas po-dem ser causas das depressões que tam-bém podem ter origem em disfunções de desequilíbrio de aspectos neurológicos do cérebro. Sensações de desmotivação, desânimo, frustração e incapacidade de reagir aos estímulos da vida são viven-ciadas, trazendo perturbações e inquieta-ções que se misturam com a ausência de energia para reagir.

A pessoa pode sentir dificuldades no sono e no apetite, preocupações, senti-mentos de culpa, de falta de confiança, fa-diga, desinteresse e irritabilidade, além de uma autoestima diminuída. A depressão pode acontecer nos idosos e nas crianças e incide mais nas mulheres, como atesta a Organização Mundial de Saúde. A de-pressão é diferente da tristeza que é parte normal da vida e permite a energia para superar os obstáculos do cotidiano.

Um acontecimento traumático pode originar a depressão. Perda de pessoa amada ou sensação de solidão, rejeição, mudanças de cidades ou países, demis-são, ou desemprego e mesmo aposen-tadoria podem desencadear episódios depressivos. Às vezes, os chamados que a alma nos faz e não atendemos ou não escutamos nos cobram e deprimimos. Percebemos que não fizemos o que o chamado interno orientou ou pediu. Essa conclusão pode nos debilitar, saber que nos traímos ou por acomodação, ou pelo financeiro. Perceber que transformamos a maravilha da vida em algo burocrático nos deprime.

Acidentes, violência e impactos da natureza (como inundações, terremotos) e outros podem também ser causas de depressão. Combinar o tratamento psi-coterápico com o tratamento médico é o recomendado. A avaliação médica pode

permitir que os sintomas possam ser bem elaborados e conduzidos. A psicoterapia é fundamental e permite que a pessoa en-contre as causas de seus sintomas, poden-do assim permitir-se a autodescoberta que lhe permita a travessia da noite escura da alma como referia São João da Cruz. Mui-tas vezes, somente a terapia já é suficiente. Não se faz necessário medicamentos. Nes-ses casos, recomenda-se o acompanha-mento de exercícios físicos que permitam à pessoa respirar mais profundamente.

ENERGIA. RESPIRAÇÃO. A ocupação ple-na do pulmão deve acontecer a cada respi-ração, ou seja, permitir que a parte inferior, a parte mediana e o alto do pulmão estejam envolvidos na atividade da respiração. Isso significa, respirar com o abdômen, o tórax e movendo inclusive as clavículas. Mas, no cotidiano, respiramos superficialmente sem darmos conta de que a energia está presente fundamentalmente na alimenta-ção e na respiração. Toda respiração consta de quatro etapas: inspiração, pausa, expira-ção e nova pausa. Respirar profundo pode ser um exercício diário e permanente, não somente para casos de depressão, mas para a vida de todos.

ALIMENTAÇÃO. Alimentos orgâni-cos, naturais e sem transgênicos, são ideais. Na prática, é difícil ainda ter acesso a esse tesouro. Essa alimenta-ção pura e sadia pode influir nos casos de depressão, trazendo energia para o organismo debilitado dela.

SOL. O Nordeste é uma parte do globo terrestre que recebe os raios de sol a maior parte do ano. Essa energia pode ser ab-sorvida, no dia a dia, pelas pessoas como armazenamento de energia. A vitamina D, de que o organismo e o sistema ósseo tanto necessitam, pode ser absorvida pela pele com banhos de sol de 15 a 20 minutos. Evite nos horários entre 10 e 16 horas. O sol do início da manhã e do final da tarde também é fontes de conforto e bem-estar.

SONO. A higiene do sono recomenda que cuidemos de todos os detalhes para dor-mirmos bem. Retirar zonas de claridade, eletricidade, ruídos são algumas providên-cias saudáveis. Travesseiros adequados, colchões que possam ser trocados a cada dois ou três anos e dormir a quantidade de horas que nos reconfortem e devolvam a energia gasta no dia. Recolher e acalmar a mente e o corpo das atribulações do dia podem também beneficiar o sono.

ÁGUA. Ingerir dois a três litros de água por dia. Água frequente como fonte de energia ao nosso organismo. Exercícios na piscina também são recomendados, bem como banhos de mar. Ah, chorar também faz muito bem porque o choro é uma forma de expressão.

Assim, podemos buscar mais energia a nossos corpos e, em casos de depressão, nos fortalecermos para enfrentar e sair de estados de baixa enérgica.

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Depressão

* Jayme Panerai Alves é psicoterapeuta do Libertas

27Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

28 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

Você não curte fazer atividade física? Ou é daqueles que se empolga para entrar na aca-demia, mas não resiste a duas

semanas levantando pesos? A dificuldade de manter-se disposto para se exercitar é um problema recorrente dos brasileiros. De acordo com o IBGE, apenas 28,5% da população pratica atividades físicas e so-mente 4% está matriculada em alguma academia ou centro de treinamento es-portivo. Cientes desse quadro desafiador, os especialistas da área tem se debruçado para entender os motivos desse compor-tamento “preguiçoso” e para criar meca-nismos motivacionais para essa pretensa geração saúde.

De acordo com o professor da UPE e dono da Academia Plataforma, Cláudio Barnabé, estudos indicam as razões que fazem a maioria das pessoas não conse-guiu ultrapassar as primeiras semanas de exercícios. “Os primeiros 45 dias são apenas calor, suor e cansaço. Esse é um período sem resultados, além de não haver ainda a aptidão nem a habilidade por parte do aluno. Isso desmotiva e faz o indivíduo pensar: Não nasci para isso”.

Para combater esse problema, o pro-fessor explica que é necessário ter um tra-balho fortemente motivacional e sem dor

Resista à preguiçaFITNESS

Motivação para enfrentar as primeiras semanas de atividade física é fundamental para não frustrar os planos de sair do sedentarismo

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29Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

no período de adaptação. “Hoje 33% dos clientes abandonam a academia com 5 dias de exercício, mesmo que tenham pago o ano inteiro. Para reverter isso, propomos um início com cargas absolutamente le-ves, menos tempo de musculação e mais exercício de flexibilidade e alongamento. Nesse começo o aluno terá uma melhora na qualidade do sono e na capacidade de raciocinar”, sugere.

Além dessa frustração inicial daqueles que tiveram essa experiência negativa do início ou retomada da academia, o espe-cialista indica que a falta de uma cultura de realizar atividades físicas entre os bra-sileiros desde a infância dificulta que pas-sem a gostar quando adultos. “Sem uma educação física adequada na escola, o in-divíduo só buscará uma atividade quando ouvir do médico que precisa, porque está hipertenso, com sobrepeso ou cardiopatia.

O exercício é um remédio, não um prazer”, explica. De acordo com Cláudio Barnabé, essa barreira cultural não está presente nos países desenvolvidos, onde é comum a prática esportiva desde a infância.

Promover um ambiente descon-traído, que favoreça a rede de relacio-namentos, é outra preocupação das academias. Tanto ajuda a fidelizar aqueles que estão na luta dos primeiros dias, como motiva os mais experientes. Kialdo Lemos, 49 anos, sempre gostou de atividades físicas, desde o período colegial, quando jogava voleibol. Hoje, ele corre três vezes por semana, além de malhar até quatro dias. “Para mim a atividade é prazerosa. Quem busca uma academia, deve fazer novas ami-zades por lá, como fazia na infância quando se juntava para brincar ou jo-gar bola”, sugere. Além do ciclo de rela-cionamentos e do prazer em fazer exer-cícios, Kialdo destaca que a consciência de que precisa cuidar da saúde é outra motivação para se manter na ativa. A participação eventual em competições de pedestrianismo também o anima.

A identificação das modalidades que mais agradam os clientes e a diversidade das atividades propostas é outro segredo para vencer a desmotivação. “Como muita gente não curte malhar, as academias foram leva-das a promover outras alternativas, como o crosfit, aulas de ginástica, treinamento fun-cional. Isso é importante para que eles não fi-quem presos só ao ambiente da musculação.

Tem aluno que pratica um pouco de cada aula”, afirma o personal trainer da Academia Santeé, Fábio Siqueira Campos.

Funcionária da Prefeitura do Recife, Erika Crisóstomo, 38 anos, é do tipo que não suporta fazer academia. “Malho todos os dias por conta da saúde e tam-bém por motivação estética. Mas não vou com prazer”, conta. Com a prática de fazer exercícios há alguns anos, ela se habituou. Entrou na rotina e quando passa algum tempo longe da malhação, ela já sente falta. “O organismo já está habituado ao condicionamento”.

Com apenas 40 minutos por dia na academia Treno Fitness, nas Graças, ela conta que a diversificação dos exer-cícios é um dos segredos para não cair na desmotivação. “Meus professores sempre modificam meus treinos para não ficar monótono. Se dependesse só de mim não pegava embalo”, afirma. Associado às atividades, ela mantém uma alimentação sob orientação de uma nutricionista para ficar em forma. Essa dobradinha com outros profissio-nais, além do personal ou orientador da academia, ajuda também a acelerar os resultados almejados pelos alunos.

Encontrar espaços que com horários de funcionamento que se encaixem na sua rotina, que disponham de alternati-vas de modalidades do seu gosto e invis-tam em trabalho motivacional pode ser o empurrãozinho que faltava para você voltar à ativa.

SOLUÇÕES| ERIKA DIZ QUE O SEGREDO É VARIAR OS EXERCÍCIOS E KIALDO RECO-MENDA FAZER AMIGOS NA ACADEMIA

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30 Algomais Saúde • Nov/Dez/2016 • Jan/2017

O QUE HÁ DE NOVO SOBRE...

Síndrome do Burnout

Independentemente da profissão, o estresse faz parte da vida das pes-soas, em qualquer lugar do mun-do, que a cada dia é mais exigente,

competitivo e repleto de movimentos. As atividades profissionais/laborais não permitem, muitas vezes, que se te-nha tempo de lazer, hobbies e ativida-des físicas.

Um estudo americano da Right Ma-nagement revelou que 67% das pessoas gastam mais tempo no trabalho, e que está cada vez mais difícil se desvenci-lhar deste, seja para pequenas pausas diárias e ou conciliar férias integrais. Isso leva às situações de angústias, es-tresse, desmotivação, adoecimentos e baixa qualidade de vida.

No mundo atual, são grandes as co-branças de performance profissional, sejam relacionadas aos aspectos técnicos individuais, à capacidade de gerenciar crises, inteligência emocional e liderança junto às equipes. Essas situações podem estar relacionadas: 1. ao excesso de tra-balho e à falta de recursos estruturais e pessoais para responder às demandas laborais; 2. às relações tensas e ou con-flituosas com os companheiros/colegas/usuários/clientes, assim como políticas/valores da organização; 3. ao impedimen-to de gestores (stakeholders) e ou superior hierárquico para que o empregado/pro-fissional exerça a sua atividade laboral; 4. à impossibilidade de progredir ou ascen-der no trabalho; e, 5. o alto nível de exi-gência para se aumentar a produtividade, diminuir custos e atingir metas, muitas vezes, impossíveis de serem alcançadas.

Nesse contexto, surge o conceito da Síndrome do Burnout (“queimar por completo, exterior”), descrito em 1974 pelo médico americano Freudenberger, e reconhecida como Síndrome do Esgo-tamento Profissional (Brasil, Ministé-rio do Trabalho, 1999). Como o próprio

*Sylvia Lemos Hinrichsen é médica infectologista e professora universitária.

nome já sugere, é um conjunto de si-nais e sintomas relacionados a um des-gaste físico e mental que afetam a vida das pessoas. Pode ter consequências desastrosas, como estados de depressão e suicídios. Estes considerados como um problema de saúde pública pela OMS (Organização Mundial de Saúde), com taxas de 11,4% de mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, estando o Brasil em oitavo lugar do mundo em número de suicídios.

A Síndrome do Burnout, em geral, atinge principalmente, os profissio-

nais que lidam direta e intensamente com pessoas e influenciam suas vidas, como no caso de profissionais das áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombei-ros, policiais, agentes penitenciários, advogados, jornalistas, bancários, re-cepcionistas, gerentes, atendentes de telemarketing, motoristas de ônibus dentre outras. O  Burnout,  é, portanto, a resposta a um estado prolongado de estresse. Ocorre pela cronificação des-te quando o indivíduo tenta se adaptar a uma situação claramente descon-fortável no trabalho, relacionado com suas atividades profissionais, que es-tão desgastadas e sendo causa de des-motivação para trabalhar.

São diversos os sintomas, que, em fase inicial, até se confundem com estados clínicos depressivos, sendo, portanto, necessário um diagnósti-co mais detalhado, para evidenciar a presença de esgotamento físico e emo-cional que pode estar refletido através de comportamentos diferentes, como agressividade, isolamento, mudanças de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, falha da memória, ansiedade, tristeza, pessimismo, bai-xa autoestima, sentimentos negativos, medos, desconfiança paranoia e cons-tantes ausências no trabalho. Clinica-mente, observam-se queixas de dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudo-rese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma e distúrbios gastrointestinais, respirató-rios, cardiovasculares, e, em mulheres alterações no ciclo menstrual.

Assim, para que a Síndrome do Bur-nout seja prevenida, é fundamental a implementação e a priorização de estra-tégias: individuais (assertividade e ges-tão do tempo); grupais (apoio externo); e organizacionais (clima).

São grandes as cobranças de performance

profissional. Há um alto nível de exigência para

elevar a produtividade e atingir metas