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FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO HENRIQUE AVELINO LANA APRESENTAÇÃO: CÉSAR FIUZA PREFÁCIO: EDUARDO GOULART PIMENTA POSFÁCIO: DANIEL MOREIRA DO PATROCÍNIO

Raros – senão inexistentes – DE EMPRESAS

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DE EMPRESASANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

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HENRIQUE AVELINO LANA

Raros – senão inexistentes – são os institutos comparáveis à recuperação de empresas no que se refere ao grau de di-versidade de matérias jurídicas diretamente necessárias à sua implementação.

O trabalho de Henrique Aveli-no Lana, com o qual obteve o grau de Doutor em Direito pela PUC Minas, é um exemplo da-queles que efetivamente con-seguem analisar os diversos aspectos relevantes da recu-peração de empresas com a necessária interação entre eles para, a partir daí, prestar uma real contribuição àqueles que busquem conhecimento sobre o tema.

Não seria de se esperar nada diferente, dada a reconhecida competência e seriedade do autor tanto na atividade de ad-vogado quanto na de profes-sor e doutrinador.

Eduardo Goulart Pimenta

É Doutor, Mestre, Especialista e Graduado em direito pela PUC/MG. Cursou o Mestrado e Doutorado como bolsista CAPES PROSUP, modalidade I. Advogado militante, sócio do escritório MP&AL – Moreira do Patrocínio & Avelino Lana Advogados. Foi professor nos cursos de graduação em direito, administra-ção, economia e contabilidade da UFMG. Professor dos cursos de direito, administra-ção, contabilidade e ciências atuariais da PUC/MG. Foi professor nos cursos de direito da Faculdade Pitágoras de BH/MG e FEAD. Professor dos cursos de direito, administra-ção, contabilidade, economia, gestão finan-ceira, logística, gestão pública, gestão da qualidade, processos gerenciais, gestão co-mercial e marketing do Centro Universitário UNA. Professor na Pós-Graduação em Direi-to do CEDIN - Centro de Estudos em Direito Internacional, na Pós-Graduação da Facul-dade Estácio de Sá em BH/MG, na Pós Gra-duação da Universidade de Vila Velha / ES e na Pós Graduação da Faculdade de Ciências Jurídicas / FEVALE - MG. É diretor e orien-tador do Instituto de Investigação Científica, Constituição e Processo - IICCP, vinculado à PUC MINAS. Membro da Comissão Especial de Direito Societário da Ordem dos Advoga-dos do Brasil - OAB/MG. Membro Associado da ABDE - Associação Brasileira de Direito e Economia. Associado ao CONPEDI - Conse-lho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. Pesquisador e Orientador do Grupo de Pesquisa Empresa, Direito e De-senvolvimento Social, vinculado ao Centro Universitário UNA. Membro do NAP - Nú-cleo Acadêmico de Pesquisa da PUC/MG.

E-mail: [email protected]

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HENRIQUE AVELINO LANA APRESENTAÇÃO:

CÉSAR FIUZA

PREFÁCIO:

EDUARDO GOULART PIMENTA

POSFÁCIO:

DANIEL MOREIRA DO PATROCÍNIO

A obra visa estudar a recuperação judicial da empresa sob a óti-ca da análise econômica do Direito. O trabalho cuida da Lei 11.101/05, relativa ao processo de falência e de recuperação

judicial de empresas, como se disse, sob o enfoque da análise econô-mica do Direito. Suas ferramentas metodológicas são extremamente úteis ao estudo da eficiência, pedra de toque da atividade empresarial. O autor almeja, assim, demonstrar que há na legislação comparada procedimentos que deveriam inspirar a Lei 11.101/05, os quais propi-ciam redução das informações incompletas ou assimétricas, melhores mecanismos de coordenação de divergências junto aos credores, mais adequada distribuição dos credores trabalhistas, maior preservação e maximização do ativo, além do aperfeiçoamento, quanto aos incenti-vos positivos a novos financiamentos junto aos fornecedores e parcei-ros comerciais. No mesmo sentido, aduz que conduziria à maior efi-ciência na Lei 11.101/05 a unificação, em contraposição à dicotomia de procedimentos; a redução dos custos pela imposição de sanção ao devedor omisso; adoção de incentivos positivos à iniciativa de sanear os credores, o Estado e empregados, além da profissionalização do administrador judicial.

Trata-se, por tudo isso, de trabalho bastante inovador, que abre no-vos horizontes ao estudioso da matéria, seja por razões acadêmicas ou práticas.

O autor, Henrique Avelino Lana, é doutor em Direito pela PUCMG, pro-fessor universitário e advogado atuante. É pessoa da mais alta capaci-dade intelectual, sendo capaz de aliar teoria e prática, numa obra que merece todos os nossos encômios.

César Fiuza

ISBN 978-85-8425-586-3ISBN 978-85-8425-720-1

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DE EMPRESASANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

HENRIQUE AVELINO LANA

editora

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Copyright © 2017, D’Plácido Editora.Copyright © 2017, Henrique Avelino Lana.

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa, projeto gráficoLetícia Robini

DiagramaçãoChristiane Morais de Oliveira

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

LANA, Henrique Avelino. Falência e recuperação de empresas: análise econômica do Direito -- Belo

Horizonte: Editora D’Plácido, 2017.

Bibliografia.ISBN: 978-85-8425-720-1

1. Direito 2. Direito Empresarial. I. Título. II. Autor

CDU340 CDD342.1

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À minha mãe e meu pai, por não terem me dado tudo o que quis,

mas sim tudo que eu precisava.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. Eduardo Goulart Pimenta, exemplo de trajetória acadêmica, meu professor na Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado, obrigado pela oportunidade de orientação eivada de respeito, seriedade, conhecimento, técnica, dedicação e compromisso.

Ao Professor Dr. César Fiuza, pelo apoio, incentivo e por ter contribuído para minha primeira e fundamental oportunidade como professor.

Ao Professor Dr. Rodrigo Almeida Magalhães, também meu professor na Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado, obri-gado pelo incentivo e pela oportunidade de lecionar pela primeira vez na PUC.

Ao Professor Dr. Rodolpho Barreto Sampaio Júnior, pelo apoio e oportunidades acadêmicas.

À Professora Dra. Maria Emília, pelo incentivo e oportunidade como professor.

Ao Professor Dr. Leonardo Poli, pela troca de experiências pro-fissionais e conselhos dados.

Ao Professor Dr. Roberto Porto, pelo incentivo, desde a minha graduação.

Ao Professor Dr. Fernando Horta Tavares, pela amizade, parce-rias e oportunidade que tive no Instituto de Investigação Científica Constituição e Processo - IICCP.

Ao Dr. Daniel Moreira, meu professor, incentivador, amigo e parceiro de lutas, derrotas e vitórias.

À Rachel Farias Patrocínio, por confiar em mim.À minha mãe por ter proporcionado todas, absolutamente todas,

as condições para que este momento se concretizasse.

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Ao meu pai, que é meu ídolo, por ser exemplo de honestidade, vontade em aprender e por inspirar as pessoas que o cercam.

Aos meus tios e tias, por terem me ensinado qual é o verdadeiro anel de ouro dos homens.

Aos colegas e alunos que leram a minuta deste trabalho, fizeram importantes indagações e contribuições, incentivando-me ao longo das madrugadas a fio.

A todos, minha sincera gratidão e, ainda no plano terreno, gostaria de retribuir-lhes, na mesma proporção.

Muito obrigado!

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“Depois de longos anos de sala de aula, tenho certeza de que, se estamos onde um dia queríamos estar, é por que, lá atrás,

tivemos a humildade de ouvir nossos professores.” (MIRANDA, 2016).

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Inadimplência PJ 53

GRÁFICO 2 - Inadimplência das empresas 54

GRÁFICO 3 - Falências e recuperações judiciais 55

GRÁFICO 4 - Recuperação judicial deferida 61

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Variações nas falências e recuperações judiciais 55

TABELA 2 - Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte 56

TABELA 3 - Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor 57

TABELA 4 - Número de falências e recuperações - Análise janeiro a dezembro 58

TABELA 5 - Número de falências e recuperações - Análise mensal 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC Adiantamentos a Contratos de Câmbio

AED Análise Econômica do Direito

AgRg. Agravo Regimental

art. artigo

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CC Conflito de Competência

CND Certidão Negativa de Débito

CNUMDI Comissão das Nações Unidas para o Direito Mercantil Internacional

CPC Código de Processo Civil

CPEREF Código dos Processos Especiais de Recuperação da Empresa e de Falência

CTN Código Tributário Nacional

DJe Diário de Justiça Eletrônico

DL Decreto Lei

INRE Instituto Nacional de Recuperação de Empresas

LF Lei Federal

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LREF Lei de Recuperação de Empresas e Falência

MC Medida Cautelar

Min. Ministro

n. número

ONU Organização das Nações Unidas

p. página

PIB Produto Interno Bruto

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

Rel. Relator

REsp Recurso Especial

SCPC Serviço Central de Proteção ao Crédito

SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

STF Supremo Tribunal Federal

STJ Superior Tribunal de Justiça

TJ Tribunal de Justiça

UNCITRAL United Nations Commissions on International Trade Law

UPIs Unidades Produtivas Isoladas

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SUMÁRIO

Prefácio 21

Apresentação 23

1. Introdução 25

2. O atual cenário e a necessidade de mudança 29

2.1. Função social e a preservação da empresa 30

2.2. A necessidade de aperfeiçoamento 41

2.3. Informações empíricas sobre o atual cenário da Recuperação Judicial 53

3. A pertinência da análise econômica do direito junto ao tema 63

3.1. A tendência internacional pela unificação de procedimentos e a busca pela eficiência 84

4. Por uma maior eficiência na legislação recuperacional brasileira 93

4.1. A Lei brasileira e as legislações modernas da Alemanha, Argentina, Estados Unidos, Espanha, França e Portugal 98

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4.1.1. A necessidade de redução das informações incompletas ou assimétricas 102

4.1.2. A importância dos mecanismos de coordenação de divergências junto aos credores 114

4.1.2.1. O automatic stay, a Lei 11.101/05 e sua problemática 117

4.1.2.2. O embaraço da desnecessidade de fundamentação econômica para que o plano seja aprovado 139

4.1.2.3. Criação, especificação, jurisdição e categorização dos credores 147

4.1.2.3.1. O problema da especificação da sujeição ao plano por vontade do devedor 147

4.1.2.3.2. A turbulenta especificação da submissão ao plano conforme previsto em lei 156

4.1.2.4. A categorização dos credores 209

4.1.3. A distribuição dos credores trabalhistas 214

4.1.3.1. Submissão à recuperação judicial 215

4.1.3.2. Inserção no stay de 180 dias 217

4.1.3.3. Sujeição à verificação de créditos 225

4.1.3.4. Anterioridade no recebimento 231

4.1.4. Preservação do valor do ativo 232

4.1.4.1. Repercussão da recuperação sobre relações jurídicas do devedor 232

4.1.4.2. Custos indiretos e diretos da recuperação 239

4.1.5. Incentivo positivo a novos financiamentos junto aos fornecedores e parceiros 243

5. Em prol do aperfeiçoamento da lei brasileira 249

5.1. Unificação, em contraposição a dicotomia de procedimentos 249

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5.2. Predominância internacional da unidade de procedimentos 251

5.3. Eficiência baseada nos procedimentos unificados 254

5.4. Minoração dos custos pela imposição de sanção ao devedor que seja omisso 262

5.5. Incentivar positivamente a iniciativa de sanear os credores, o Estado e empregados 265

5.6. Essencial profissionalização do administrador judicial 273

6. Conclusão 281

Referências 291

Posfácio 325

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Raros – senão inexistentes – são os institutos comparáveis à recuperação de empresas no que se refere ao grau de diversidade de matérias jurídicas diretamente necessárias à sua implementação.

O estudo e a aplicação da recuperação de empresas exigem conhecimentos de diferentes – e muitas vezes conflitantes – áreas jurídicas, demandando dos envolvidos aprofundamento em matéria empresarial, cível, processual, trabalhista, tributária, administrativa e mesmo constitucional.

Tal exigência se aplica ainda, por óbvio, àqueles acadêmicos que pretendam, com seriedade, enfrentar questões duvidosas ou polêmicas sobre este tema ainda cheio de controvérsias.

O trabalho de Henrique Avelino Lana, com o qual obteve o grau de Doutor em Direito pela PUCMG, é um exemplo daqueles que efetivamente conseguem analisar os diversos aspectos relevantes da recuperação de empresas com a necessária interação entre eles para, a partir daí, prestar uma real contribuição àqueles que busquem conhecimento sobre o tema.

Não seria de se esperar nada diferente, dada a reconhecida com-petência e seriedade do autor tanto na atividade de advogado quanto na de professor e doutrinador.

Eduardo Goulart PimentaProfessor Adjunto de Direito Empresarial na UFMG e PUC/MG

Doutor e Mestre em Direito Empresarial pela UFMGProcurador do Estado de Minas Gerais

Sócio do escritório JBL Advocacia e Consultoria

PREFÁCIO

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A obra visa estudar a recuperação judicial da empresa sob a ótica da análise econômica do Direito. De fato, a empresa talvez seja uma das searas que mais mereçam a análise econômica, tendo em vista, principalmente, os fatores externos que podem implicar seu sucesso ou insucesso. O trabalho cuida da Lei 11.101/05, relativa ao processo de falência e de recuperação judicial de empresas, como se disse, sob o enfoque da análise econômica do Direito. Suas ferramentas meto-dológicas são extremamente úteis ao estudo da eficiência, pedra de toque da atividade empresarial. Fica muito claro para o leitor, pela análise de dados empíricos, que o percentual de êxito das recupe-rações judiciais no Brasil é baixo, o que torna a análise econômica imprescindível. Por meio de pesquisa bibliográfica especializada, legal e jurisprudencial, verifica-se quais sejam os mecanismos existentes na legislação comparada, mormente na Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, França e Portugal, os quais poderiam ser adotados no Brasil, a fim de propiciar à lei maior nível de eficiência. O autor almeja, assim, demonstrar que há na legislação comparada procedi-mentos que deveriam inspirar a Lei 11.101/05, os quais propiciam redução das informações incompletas ou assimétricas, melhores me-canismos de coordenação de divergências junto aos credores, mais adequada distribuição dos credores trabalhistas, maior preservação e maximização do ativo, além do aperfeiçoamento, quanto aos incentivos positivos a novos financiamentos junto aos fornecedores e parceiros comerciais. No mesmo sentido, aduz que conduziria à maior efici-ência na Lei 11.101/05 a unificação, em contraposição à dicotomia de procedimentos; a redução dos custos pela imposição de sanção ao devedor omisso; adoção de incentivos positivos à iniciativa de sanear

APRESENTAÇÃO

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os credores, o Estado e empregados, além da profissionalização do administrador judicial.

Trata-se, por tudo isso, de trabalho bastante inovador, que abre novos horizontes ao estudioso da matéria, seja por razões acadêmicas ou práticas.

O autor, Henrique Avelino Rodrigues de Paula Lana, é doutor em Direito pela PUCMG, professor universitário e advogado atuan-te. É pessoa da mais alta capacidade intelectual, sendo capaz de aliar teoria e prática, numa obra que merece todos os nossos encômios.

Belo Horizonte, julho de 2017.

César FiuzaDoutor em Direito pela UFMG.

Professor de Direito Civil na UFMG, na PUCMG e na FUMEC.

Professor colaborador na FADIPA. Advogado e consultor jurídico.

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1INTRODUÇÃO

Após mais de uma década desde a entrada em vigência da Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência) acredita-se que, academicamente, seja possível se fazer uma análise em relação a sua eficiência e objetivos alcançados. (BRASIL, 2005).

A recuperação é importante instrumento e mecanismo legal, está presente no dia a dia da sociedade em geral, empresas, empresários e sócios da sociedade empresária, sobretudo no atual contexto de notória crise econômica interna no Brasil.

A antiga concordata, prevista do Decreto Lei 7.661/45, ao longo de cerca de 60 anos, revelou-se insuficiente a possibilitar uma solução eficiente para o soerguimente das atividades empresariais em crise econômica, financeira e patrimonial, sobretudo ante a ausência de cooperação e intervenção adequada por parte dos credores e demais pessoas, cujos interesses, sociais e econômicos, gravitam sobre a ati-vidade negocial.(BRASIL, 1945).

Verifica-se que o atual contexto social e econômico de nosso país, por si, já impõe severas adversidades ao sucesso do empresário quando do exercício de sua atividade, tais como alta carga tributária, concorrência antiética e ônus advindos da legislação do trabalho.

O tema objeto deste trabalho se justifica, dada a sua cada vez maior presença no dia a dia do empresário.

Em tese, traria a Lei 11.101/05 novo remédio destinado a viabi-lizar a superação da crise, mediante melhor negociação entre credores e devedor empresário, de modo a se evitar a declaração de falência.

Sabe-se que quanto maiores, numerosas, contínuas, duradouras e tranquilo for o exercício das atividades econômicas, maior será o fomento para a dinamização da economia de nosso país, com geração

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de mais empregos, recolhimento de mais tributos e acumulação de mais parceiros comerciais.

O tema surgiu a partir da exposição de aulas nos cursos de graduação, em que, após o primeiro contato do aprendizado pelos alunos, vários chegavam à conclusão de que, infelizmente, a “lei de recuperação não funciona”.

Para se evitar a manutenção do senso comum que deveras pre-valece em um primeiro momento, buscou-se, de forma científica, com este trabalho, mediante o enfoque da Análise Econômica do Direito (AED) ou Law and Economics, aliada às suas ferramentas metodológicas da maximização do bem estar, incentivos, maxi-mização dos interesses, maximização das riquezas, externalidades e escolha racional, averiguar se a redação da Lei 11.101/05 é, ou não, eficiente.

Por dados empíricos, identificou-se que o percentual de ativida-des que pleiteam judicialmente a recuperação, que obtenham sucesso, e se reestabelecem no mercado, é baixo e inadequado.

Almejou-se neste trabalho, via método dedutivo de pesquisa, por meio de dados empíricos, demonstrar que o tema possui aplica-bilidade prática e o percentual de êxito das recuperações judiciais é sim inadequado, até mesmo para o progresso do país.

Mediante estudo da bibliografia especializada, legislações e ju-risprudência pertinente, verificaram-se quais seriam os mecanismos existentes nas legislações da Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, França e Portugal que poderiam ser adotados no Brasil a fim de propiciar maior eficiência da lei.

O problema a ser respondido nesta tese é: após 11 anos de vigên-cia da Lei 11.101/05, com base na legislação comparada, quais seriam os ajustes que lhe dariam maior eficiência econômica, considerando-se a tendência de unificação de procedimentos, custos, maximização do ativo, assimetria, coordenação de credores e incentivos?

Para clarear o leitor em relação às hipóteses de respostas dadas ao problema levantado, inicialmente dedicou-se o segundo capítulo para tratar do crítico atual cenário, econômico, legal e sua necessidade de aperfeiçoamento, diante dos princípios da preservação da empresa e função social.

Objetiva-se a adequada contextualização e compreensão do tema pelo leitor e, por isso,esta tese está didaticamente organizada em seis capítulos.

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Na introdução, justifica-se o caráter imperioso, pertinente, re-flexivo, construtivo, acadêmico e inovador do tema.

O segundo capítulo é dedicado à análise do atual cenário da recuperação judicial brasileira, apreciando-se a doutrina especializada, bem como dados empíricos e quantitativos, de credibilidade, os quais evidenciam a necessidade de seu aperfeiçoamento.

No terceiro capítulo, pretendeu-se cuidar sobre a pertinência da Análise Econômica do Direito para o deslinde do tema, relacionando--se com a tendência internacional pela unificação de procedimentos e a busca da eficiência.

Trabalhou-se nesta pesquisa partindo-se do pressuposto de que um processo de recuperação eficiente seja o que viabilize a nego-ciação entre devedor e credor, diminuindo-se os custos de transação, mediante, por exemplo, dar efetiva publicidade das informações referentes à situação de crise do devedor.

Ademais, pela leitura bibliográfica, viu-se que para ser eficiente uma lei falimentar, deve-se evitar que ocorra o fracionamento da atividade e ativo do devedor, em razão da ação oportunista e desor-denada do devedor e credores.

Para que haja eficiência, buscou-se abordar a imperiosidade de maximização do valor apurado em caso de eventual liquidação ou reorganização, o que configura a eficiência ex post. No mesmo sentido, ao se coordenar, de forma adequada a atuação dos agentes econômicos, antes de declarada a crise, permite-se a eficiência ex ante.

Assim, para responder ao problema proposto, no quarto capítulo, aprofundou-se no cerne do tema, com base na legislação comparada, ao se propor maior eficiência na lei 11.101/05, mediante procedimen-tos já existentes em outros ordenamentos que propiciam redução das informações incompletas ou assimétricas, melhores mecanismos de coordenação de divergências junto aos credores, mais adequada dis-tribuição dos credores trabalhistas, maior preservação e maximização do ativo, além do aperfeiçoamento quanto aos incentivos positivos a novos financiamentos junto aos fornecedores e parceiros comerciais.

No mesmo sentido, no quinto capítulo, para enfatizar pontos que conduziriam à maior eficiência na Lei 11.101/05, cuidou-se da unificação, em contraposição a dicotomia de procedimentos; predo-minância internacional da unidade de procedimentos; da eficiência baseada nos procedimentos unificados; redução dos custos pela im-posição de sanção ao devedor que seja omisso; incentivos positivos

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DE EMPRESASANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

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ITO

editora

HENRIQUE AVELINO LANA

Raros – senão inexistentes – são os institutos comparáveis à recuperação de empresas no que se refere ao grau de di-versidade de matérias jurídicas diretamente necessárias à sua implementação.

O trabalho de Henrique Aveli-no Lana, com o qual obteve o grau de Doutor em Direito pela PUC Minas, é um exemplo da-queles que efetivamente con-seguem analisar os diversos aspectos relevantes da recu-peração de empresas com a necessária interação entre eles para, a partir daí, prestar uma real contribuição àqueles que busquem conhecimento sobre o tema.

Não seria de se esperar nada diferente, dada a reconhecida competência e seriedade do autor tanto na atividade de ad-vogado quanto na de profes-sor e doutrinador.

Eduardo Goulart Pimenta

É Doutor, Mestre, Especialista e Graduado em direito pela PUC/MG. Cursou o Mestrado e Doutorado como bolsista CAPES PROSUP, modalidade I. Advogado militante, sócio do escritório MP&AL – Moreira do Patrocínio & Avelino Lana Advogados. Foi professor nos cursos de graduação em direito, administra-ção, economia e contabilidade da UFMG. Professor dos cursos de direito, administra-ção, contabilidade e ciências atuariais da PUC/MG. Foi professor nos cursos de direito da Faculdade Pitágoras de BH/MG e FEAD. Professor dos cursos de direito, administra-ção, contabilidade, economia, gestão finan-ceira, logística, gestão pública, gestão da qualidade, processos gerenciais, gestão co-mercial e marketing do Centro Universitário UNA. Professor na Pós-Graduação em Direi-to do CEDIN - Centro de Estudos em Direito Internacional, na Pós-Graduação da Facul-dade Estácio de Sá em BH/MG, na Pós Gra-duação da Universidade de Vila Velha / ES e na Pós Graduação da Faculdade de Ciências Jurídicas / FEVALE - MG. É diretor e orien-tador do Instituto de Investigação Científica, Constituição e Processo - IICCP, vinculado à PUC MINAS. Membro da Comissão Especial de Direito Societário da Ordem dos Advoga-dos do Brasil - OAB/MG. Membro Associado da ABDE - Associação Brasileira de Direito e Economia. Associado ao CONPEDI - Conse-lho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. Pesquisador e Orientador do Grupo de Pesquisa Empresa, Direito e De-senvolvimento Social, vinculado ao Centro Universitário UNA. Membro do NAP - Nú-cleo Acadêmico de Pesquisa da PUC/MG.

E-mail: [email protected]

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HENRIQUE AVELINO LANA APRESENTAÇÃO:

CÉSAR FIUZA

PREFÁCIO:

EDUARDO GOULART PIMENTA

POSFÁCIO:

DANIEL MOREIRA DO PATROCÍNIO

A obra visa estudar a recuperação judicial da empresa sob a óti-ca da análise econômica do Direito. O trabalho cuida da Lei 11.101/05, relativa ao processo de falência e de recuperação

judicial de empresas, como se disse, sob o enfoque da análise econô-mica do Direito. Suas ferramentas metodológicas são extremamente úteis ao estudo da eficiência, pedra de toque da atividade empresarial. O autor almeja, assim, demonstrar que há na legislação comparada procedimentos que deveriam inspirar a Lei 11.101/05, os quais propi-ciam redução das informações incompletas ou assimétricas, melhores mecanismos de coordenação de divergências junto aos credores, mais adequada distribuição dos credores trabalhistas, maior preservação e maximização do ativo, além do aperfeiçoamento, quanto aos incenti-vos positivos a novos financiamentos junto aos fornecedores e parcei-ros comerciais. No mesmo sentido, aduz que conduziria à maior efi-ciência na Lei 11.101/05 a unificação, em contraposição à dicotomia de procedimentos; a redução dos custos pela imposição de sanção ao devedor omisso; adoção de incentivos positivos à iniciativa de sanear os credores, o Estado e empregados, além da profissionalização do administrador judicial.

Trata-se, por tudo isso, de trabalho bastante inovador, que abre no-vos horizontes ao estudioso da matéria, seja por razões acadêmicas ou práticas.

O autor, Henrique Avelino Lana, é doutor em Direito pela PUCMG, pro-fessor universitário e advogado atuante. É pessoa da mais alta capaci-dade intelectual, sendo capaz de aliar teoria e prática, numa obra que merece todos os nossos encômios.

César Fiuza

ISBN 978-85-8425-586-3ISBN 978-85-8425-720-1