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Conscientizar para transformar o Planeta em junho/ julho - 2012 Ano XI 61 A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação

Ano XI 61 nº - sme.pmmc.com.br · mentais e organizações internacionais. À luz desta legitimidade, um cres- ... e responsabilidade compartilhada vol-tado para o bem-estar de toda

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Conscientizar para transformar o Planeta

em

junho/ julho - 2012 Ano XI

nº 61A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação

Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes

Editorial

Expediente

Como solucionar tantos problemas ambientais? Há diversas ma-neiras de se analisar esta questão, seja do ponto de vista simplis-ta com foco apenas na preservação dos recursos naturais ou de uma maneira mais ampla, visando a uma sociedade sustentável, justa e pacífica. É esse olhar que nos traz a Carta da Terra, docu-mento publicado após 8 anos de discussão com mais de 100 mil pessoas de 46 países, que temos a honra de publicar nesta edição da Revista Educando em Mogi dedicada à Educação Ambiental.Sobre este tema fundamental para o futuro do nosso Planeta, destacamos a vinda à Mogi das Cruzes de um dos redatores des-te importante documento, o professor e escritor Leonardo Boff. Ele falou aos nossos educadores sobre como a Carta da Terra pode ser trabalhada na escola. A escola que é tida como base para formação de indivíduos conscientes e responsáveis com o próximo e o meio ambiente. Portanto, um aprendizado focado na educação sustentável com certeza irá gerar cidadãos preocupados com os problemas am-bientais e com suas devidas soluções. Mas para isso, é preciso

difundir a importância da sustentabilidade na escola e como ela interfere na formação dos alunos, seja no ensino infantil ou na universidade. Assim, trazemos nesta edição a história da Educação Ambiental nas escolas municipais e os avanços ao longo dos anos, principalmente, após a implantação da Escola Am-biental de Mogi das Cruzes. Além deste histórico, temos as ações realizadas nas escolas. É na escola que teoria e prática se unem, onde nossos professores, que por sua vez são formados e orientados por especialistas no assunto, apresentam como este conhecimento pode ser aplicado no dia a dia. Cuidar para que tenhamos um mundo sustentável pode ser uma tarefa grande para uma pessoa, mas se cada cidadão contribuir de alguma forma essa tarefa torna-se possível, torna possível termos um futuro sustentável com respeito ao próximo, conscientização e valorização do nosso Planeta.

Secretaria Municipal de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação SocialAv. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SPCEP 08790-900Tel.: (11) 4798-5085Fax: (11) 4726-5304www.mogidascruzes.sp.gov.br■ Conselho EditorialMaria Geny Borges Avila HorleKelen Cristiane dos Santos ChaconMaria Estela Ribeiro FernandesEulália Anjos SiqueiraMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti■ Jornalista ResponsávelKelli Correa Brito – MTB 40.010■ Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro

■ Colaboraram nesta ediçãowww.cartadaterrabrasil.orgMaria Geny Borges Avila HorleEscola Ambiental de Mogi das CruzesKelli Correa BritoAna Maria de O. BritoEmília Gianotti GuerreiroRosemeide Gonçalves Lica FerreiraMariene Kulsar do PradoTaciano Segóvia MachadoFlávia Moreira dos Santos■ Nossa capaTrabalho dos alunos da E.M. Prof.ª Cleonice Feliciano■ Fotos Guilherme Berti e arquivo das Escolas Municipais

■ Fotolito, impressão e acabamentoMarpress Gráfica e EditoraAv. Henrique Peres, 1.500Mogi das Cruzes/SPTel.: (11) 4723-6600 www.marpress.com.br■ Projeto Gráfico e DiagramaçãoJorge Ricardo (CCS) ■ Tiragem4.000 exemplaresA Revista Educando em Mogi nº 61 é uma publicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social, e não se responsabiliza por conceitos emi-tidos em artigos assinados.

Índice

4 Um marco para uma sociedade justa, pacífica e sustentável - Carta da Terra

12 Educação Ambiental na Rede Municipal de Ensino de Mogi das Cruzes

20 Escola Ambiental tem trabalho aprovado em Salvador

24 Leonardo Boff convida todos a mudar pela Terra

26 Educação Ambiental o caminho para a mudança

30 Crianças participam do I Fórum Infantil Carta da Terra no Piatã

32 Educação sustentável: um compromisso com o meio ambiente

33 Robótica Educacional e Educação Ambiental Uma nova proposta transdisciplinar

38 A robótica no ensino-aprendizagem

Carta da Terra

Um marco para uma sociedade justa, pacífica e

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de do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governa-mentais e organizações internacionais.

À luz desta legitimidade, um cres-cente número de juristas internacionais reconhece que a Carta da Terra está ad-quirindo um status de lei branca (“soft law”). Leis brancas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, são consideradas como moralmente, mas não juridicamente obrigatórias para os Governos de Estado, que aceitam subscrevê-las e adotá-las, e muitas vezes servem de base para o desenvolvimento de uma lei stritu senso (“hard law”).

Neste momento em que é urgen-temente necessário mudar a maneira como pensamos e vivemos, a Carta da Terra nos desafia a examinar nossos va-lores e a escolher um melhor caminho. Alianças internacionais são cada vez mais necessárias, a Carta da Terra nos encoraja a buscar aspectos em comum em meio à nossa diversidade e adotar uma nova ética global, partilhada por um número crescente de pessoas por todo o mundo. Num momento onde educação para o desenvolvimento sus-tentável tornou-se essencial, a Carta da Terra oferece um instrumento educa-cional muito valioso.

www.cartadaterrabrasil.org

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma so-ciedade global justa, sustentável e pací-fica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada vol-tado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

A Carta da Terra se preocupa com a transição para maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano sus-tentável. Integridade ecológica é um tema maior. Entretanto, a Carta da Ter-ra reconhece que os objetivos de prote-ção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitati-vo, respeito aos direitos humanos, de-mocracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Consequentemente oferece um novo marco, inclusivo e integral-mente ético para guiar a transição para um futuro sustentável.

A Carta da Terra é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto da Carta da Terra começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000, a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacio-nal independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos.

A redação da Carta da Terra envolveu o mais inclusivo e participativo proces-so associado à criação de uma decla-ração internacional. Esse processo é a fonte básica de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimida-

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PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crí-tico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependen-te e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperan-ça. Para seguir adiante, devemos reco-nhecer que, no meio de uma magnífi-ca diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para ge-rar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natu-reza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra provi-denciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade depen-dem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas eco-lógicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupa-ção comum de todos os povos. A pro-teção da vitalidade, diversidade e bele-za da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem preceden-tes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ame-açadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supri-das, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tec-nologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambien-tais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interliga-dos e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando--nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espíri-to de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na espe-rança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão co-mum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacio-nais será dirigida e avaliada.

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PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. ■ Reconhecer que todos os seres são interdependen-

tes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

■ Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os se-res humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e es-piritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

■ Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.

■ Assumir que, com o aumento da liberdade, dos co-nhecimentos e do poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

■ Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

■ Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.

■ Reconhecer que a liberdade de ação de cada gera-ção é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

■ Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológi-cos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.

■ Adotar, em todos os níveis, pla-nos e regulamentações de desenvolvi-mento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

■ Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e pre-servar nossa herança natural.

■ Promover a recuperação de espé-cies e ecossistemas ameaçados.

■ Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses organismos prejudiciais.

■ Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos flo-restais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.

■ Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como mine-rais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

■ Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.

■ Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com

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que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.

■ Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.

■ Impedir a poluição de qualquer parte do meio am-biente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

■ Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos hu-manos e o bem-estar comunitário.

■ Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

■ Atuar com moderação e eficiência no uso de ener-gia e contar cada vez mais com fontes energéticas renová-veis, como a energia solar e do vento.

■ Promover o desenvolvimento, a adoção e a transfe-rência equitativa de tecnologias ambientais seguras.

■ Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consu-midores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.

■ Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

■ Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e pro-mover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conheci-mento adquirido.

■ Apoiar a cooperação científica e técnica internacio-nal relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

■ Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicio-nais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contri-buem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

■ Garantir que informações de vital importância para a

saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permane-çam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um impe-rativo ético, social e ambiental.

■ Garantir o direito à água potá-vel, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.

■ Prover cada ser humano de educa-ção e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.

■ Reconhecer os ignorados, prote-ger os vulneráveis, servir àqueles que so-frem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e insti-tuições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.

■ Promover a distribuição equitati-va da riqueza dentro das e entre as nações.

■ Incrementar os recursos intelectu-ais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.

■ Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sus-tentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

■ Exigir que corporações multina-cionais e organizações financeiras interna-cionaisatuem com transparência em bene-fício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.

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11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegu-rar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

■ Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

■ Promover a participação ativa das mulheres em to-dos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.

■ Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o ca-rinho de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiri-tual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

■ Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

■ Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritu-alidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.

■ Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

■ Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significa-do cultural e espiritual.

IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exer-cício do governo, participação inclusiva na tomada de deci-sões e acesso à justiça.

■ Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e to-dos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

■ Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indiví-

duos e organizações interessados na tomada de decisões.

■ Proteger os direitos à liberda-de de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.

■ Instituir o acesso efetivo e efi-ciente a procedimentos judiciais admi-nistrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.

■ Eliminar a corrupção em to-das as instituições públicas e privadas.

■ Fortalecer as comunidades lo-cais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir respon-sabilidades ambientais aos níveis go-vernamentais onde possam ser cum-pridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os co-nhecimentos, valores e habilidades neces-sárias para um modo de vida sustentável.

■ Prover a todos, especialmen-te a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contri-buir ativamente para o desenvolvimen-to sustentável.

■ Promover a contribuição das ar-tes e humanidades, assim como das ciên-cias, na educação para sustentabilidade.

■ Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.

■ Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

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■ Impedir crueldades aos animais mantidos em so-ciedades humanas e protegê-los de sofrimento.

■ Proteger animais selvagens de métodos de caça, ar-madilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolon-gado ou evitável.

■ Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz. ■ Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solida-

riedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.

■ Implementar estratégias amplas para prevenir con-flitos violentos e usar a colaboração na resolução de pro-blemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

■ Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

■ Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e ou-tras armas de destruição em massa.

■ Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.

■ Reconhecer que a paz é a plenitude criada por re-lações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na História, o destino comum nos con-clama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promes-sa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valo-res e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsa-bilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com ima-ginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão

suas próprias e distintas formas de re-alizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unida-de, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as insti-tuições educativas, os meios de comu-nicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma lide-rança criativa. A parceria entre gover-no, sociedade civil e empresas é essen-cial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade glo-bal sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos in-ternacionais existentes e apoiar a im-plementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento interna-cionalmente legalizado e contratual so-bre o ambiente e o desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a in-tensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.

Fonte: www.carta-daterrabrasil.org

Educação Ambiental na Rede Municipal de Ensino de Mogi das Cruzes

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O Programa de Educação Ambiental da rede municipal de ensino de Mogi das Cruzes começou tímido, tal como todos os demais que desenvolvemos a partir de 2001, após a criação do Sistema Municipal de Ensino e a Reorganização da Secretaria de Educação.

A princípio foram ações pontuais, mas como nas demais áreas, as ações isoladas buscavam incentivar as escolas a participar e criarem seus planos e projetos. Da mesma for-ma, sabíamos que nenhuma área do conhecimento vive de eventos, que são importantes para provocar a discussão e incentivar o trabalho, mas que é preciso um programa de estudos sistematizado e global para que realmente alcance seus objetivos.

Por isto, entendo a instalação da ESCOLA AMBIEN-TAL como um divisor de águas entre as ações preliminares antes realizadas e o consistente trabalho de ensino, pesquisa e extensão na área ambiental que depois se desenvolveu.

Maria Geny Borges Avila Horle

O ínicio

Em 2001 realizamos nossa primeira ação global com foco no meio ambiente. Em razão da necessidade de economia de energia, consequência do “apagão” enfrentado pelos brasileiros naquele ano, o professor Aroldo Saraiva, como sempre ousado e inventivo, concebeu e as escolas munici-pais e estaduais executaram o Pró-luz, projeto realizado nos meses de junho e julho com o objetivo de orientar sobre o uso racional da água e da energia elétrica.

Os bons resultados do trabalho levaram a administração mu-nicipal a designar, a partir de 2002, um assessor para a Secretaria da Educação, o professor Ricardo Arouca Jr., para responder pela organização das ações e orientação das unidades escolares na implementação de projetos na área ambiental, através de reuniões com os educadores, pais e alunos e visitas às escolas.

Elaboramos então, nosso primeiro“Programa de Educa-ção Ambiental”com o objetivo de formar cidadãos aptos a decidirem e atuarem na realidade sócio-ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global.

O programa compreendia três projetos: “Biodiversidade, enfatizando o Rio Tietê e a Serra do Itapety”;“Redescobrindo o Lixo” e “Horta na Escola”. As escolas foram aderindo aos diferentes eixos oferecidos conforme sua realidade e opção das equipes.

Em 2003, a empresa Furnas Centrais Elétricas nos ofere-ceu uma parceria relevante: participar de dois Projetos que vinha implementando em vários municípios com o apoio da Fundação Roberto Marinho: “A Natureza da Paisagem” e “Tom da Mata”. Todas as escolas de ensino fundamen-tal os desenvolveram durante o ano, culminando com uma exposição dos trabalhos no Mogi Shopping e premiação, na Universidade Braz Cubas, aos alunos participantes do Concurso “Prêmio Furnas 2003 – Conservando Energia e Cuidando do Meio Ambiente”. No ano seguinte estes pro-jetos tiveram continuidade em várias escolas.

Em 2004 teve início o “Caminhando e Conhecendo”, um programa de excursões escolares que tem sido, até hoje, o grande viabilizador dos Projetos de Educação Ambiental, dando condições para os alunos se deslocarem aos diferen-

A busca da melhoria das condições de ensino, incentivo e apoio ao desenvolvimento de uma política de conservação de nossos recursos naturais, conservação ambiental e vida sustentável.

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tes locais do município, ou fora dele, para vivenciarem o que estudam na teoria ou o que veem virtualmente.

Neste ano foram realizadas 66 excursões de caráter edu-cativo ao Núcleo Municipal de Educação Ambiental da Ilha Marabá, Parque Municipal Natural da Serra do Itapety (Chi-quinho Veríssimo), Parque Leon Feffer e Parque das Ne-blinas, bem como na Font’agua, Instituto Butantã, Jardim Zoológico, Nascente do Rio Tietê, todas fazendo parte dos Projetos de Educação Ambiental das escolas.

Digno de nota foi o “Plantando para o Futuro”, ideali-zado por um grupo de diretoras de escolas de Jundiape-ba e que teve a adesão de todas as unidades escolares e da comunidade do Distrito. O objetivo era arborizar o bairro, tornando-o mais bonito e atrativo.

Atendendo a convite de várias instituições e empresas, o prof. Arouca deu início a uma outra vertente do trabalho, a educação ambiental não-formal com palestras externas proferidas por ele.

Além disto, também participávamos de ações realizadas por outras instituições com foco na preservação ambiental, como o Concurso “Crie e Recrie III”, organizado pela OAB – Ordem dos Advogados do Brasil de Mogi das Cruzes; a constituição da Agenda 21 da Serra do Itapety e seu entor-no, junto à Câmara de Vereadores de Mogi das Cruzes; Pro-posta de coleta seletiva de lixo, junto à Empresa STRALU; Projetos sócio-ambientais, junto à ONG Bio-brás; Progra-ma da SOS Mata Atlântica, “Mãos a obra pelo Rio Tietê”, junto à ONG Rede das Águas.

Contamos sempre com a parceria do Núcleo Municipal de Educação Ambiental da Ilha Marabá, do Parque Muni-cipal Natural da Serra do Itapety, hoje Parque Chiquinho Veríssimo, Parque Leon Feffer e Parque das Neblinas do Instituto Ecofuturo, tendo portanto, um vasto campo de trabalho para investir na formação das crianças.

A Escola Ambiental

Em abril de 2004, o professor Aroldo Saraiva me chamou dizendo que o prefeito Junji Abe queria falar comigo. Quan-do cheguei na porta do Gabinete falou: “o Junji quer saber se você quer ganhar uma escola ambiental de presente!” Parei, assustada. Entramos e aí o prefeito explicou que o sr. Fumio Horii havia construído e mobiliado um prédio para instalar uma escola ambiental numa parte do terreno do Paradise Hotel, uma exigência do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) como compensa-ção ambiental por causa do empreendimento que fora auto-rizado. A ideia da instalação da Escola foi dos engenheiros Luiz Carlos Miya e Josemar Garcia dos Santos, mas eles che-garam à conclusão que não daria para que o DAEE tocasse diretamente a unidade, precisavam de alguém da área educa-cional e pensaram na Secretaria Municipal de Educação.

Topei, mas alertei que teríamos que investir em um con-sistente programa educacional e não ambientalista, pois verba da educação não se usa para outro fim. Fiquei encar-regada de redigir o Projeto a ser apresentado numa reunião que aconteceria no Hotel no dia seguinte, com represen-tantes do DAEE de Mogi e São Paulo, sr. Fumio Horii e assessores, prefeito Junji Abe e assessores.

Escrevi a proposta, o Prefeito e o Aroldo leram e aprova-ram e lá fomos nós para a tal reunião. Houve concordância geral e tiveram início as tratativas para que, legalmente, o prédio da Escola, seu mobiliário e equipamentos fossem doados para o município de Mogi das Cruzes, sem nenhum ônus. Só em 2005 o processo foi encerrado, após percorrer os longos caminhos da burocracia nas Secretarias e Gover-no do Estado de São Paulo, Prefeitura e Câmara Municipal de Mogi e nos escritórios do Paradise.

Vencidos os desafios burocráticos, 2005 foi o ano de pre-parar a nova unidade educacional. Reformar o prédio que, embora nunca utilizado, ficou fechado tanto tempo que se deteriorou. Comprar novos mobiliários e equipamentos ade-quados à proposta elaborada. Comprar livros, DVDs, equipa-mentos para o laboratório, ornamentar o local, transformar o pré-projeto num Projeto Político Pedagógico completo para dar base ao programa educativo que ali seria desenvolvido.

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2006 – o ano da virada

Criada pela Lei Municipal nº 5.889, de 12 de maio de 2006, a ESCOLA AMBIENTAL DE MOGI DAS CRUZES foi inaugurada em 05 de junho daquele ano, com a proposta arrojada de funcionar como um Centro de Pesquisa, desen-volvimento e aprimoramento de educadores mogianos que militem nos diferentes níveis de ensino, proporcionando-lhes competências e habilidades para trabalhar na área ambiental.

É sua função ainda colaborar na elaboração, divulgação e

execução das Matrizes Curriculares da Educação Básica, na área das Ciências Naturais e Sociais.

Propunha-se que atuasse em parceria com Universidades, Instituições e ONGs, garantindo condições para que as es-colas pudessem formular projetos em Educação Ambiental, conforme orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os Parâmetros Curriculares publicados pelo MEC, além do disposto nas Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da Infância de Mogi das Cruzes.

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Educação Ambiental da Ilha Marabá e no Núcleo de Edu-cação Ambiental do Parque Municipal da Serra do Itapeti.

Sua equipe de trabalho é formada por profissionais da rede municipal de ensino, com estudos de graduação ou de pós-graduação na área ambiental e por pessoal de apoio ad-ministrativo.

Esses profissionais têm como atribuição propor, organi-zar e realizar ações que propiciem o alcance dos objetivos da unidade, inclusive articulando-se com as universidades, secretarias municipais, de estado e órgãos federais, respon-sáveis pela orientação de programas ambientais ou educa-cionais. Para os cursos, palestras e conferências poderão ser contratados profissionais de reconhecido saber e experiên-cia na área.

O Diretor do Departamento Pedagógico é o responsável pela ESCOLA AMBIENTAL, estando todos os seus fun-cionários a ele subordinados.

Tratando-se de atividade destinada à educação continua-da de educadores e à melhoria das condições do ensino, as despesas para a manutenção da ESCOLA AMBIENTAL correm por conta da verba própria da Secretaria Municipal de Educação.

Condições básicas de funcionamento

A ESCOLA AMBIENTAL está subordinada à Divisão de Educação Ambiental do Departamento Pedagógico, órgão da Secretaria Municipal de Educação encarregado da orientação pedagógica do Sistema Municipal de Ensino e do desenvolvimento profissional dos docentes e demais profissionais da educação, propiciando sua formação e atualização para aprimorar a qualidade dos serviços pres-tados à população.

Para o alcance destes objetivos, a ESCOLA AMBIEN-TAL conta com laboratório de ciências, que permite es-tudos sobre o meio ambiente; biblioteca multimídia, que proporciona o acesso ao conhecimento através das dife-rentes mídias: livros, revistas, vídeos, DVDs e Cd-Rom so-bre o meio ambiente e a metodologia de ensino para a área; jornais e periódicos, obras de referência; computadores ligados à internet para uso dos professores, pesquisadores e estudantes, duas salas de aula, com todo o aparato tec-nológico necessário ao trabalho a ser lá realizado; viveiro ambiental, horta educativa e espaços administrativos.

Do projeto inicial constava, também, que as atividades da ESCOLA AMBIENTAL poderiam ser desenvolvidas, ainda: no entorno do prédio sede da escola, no Núcleo de

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O início do funcionamento

Enquanto eram concluídos os trabalhos de preparo da infraestrutura física, os profissionais que formariam a equi-pe foram convidados e começaram a trabalhar na organiza-ção do Plano de Trabalho, na visita às unidades escolares e estudo das ações que estavam em desenvolvimento. Neste primeiro momento, a equipe ocupou uma sala do prédio do Departamento de Alimentação Escolar, até que as instala-ções da Escola estivessem prontas.

A primeira equipe estava assim formada: coordenador Ri-cardo Arouca Junior, biólogo, com especialização em Ges-tão Ambiental; Ana Paula Dantas Passos, bióloga, mestre em Fisiologia Comparada,professora de Ciências no ensino fundamental ciclo II do CEMPRE Benedito Ferreira Lo-pes; Simone Teodoro da Silva, bióloga, pós-graduada em Gestão Ambiental, professora de ensino fundamental ciclo I da EM Prof. Mario Portes e Maria Inês Soares Costa Ne-ves, bacharel em Ciência da Computação, com especializa-ção em Educação Ambiental, mestranda em Biotecnologia com tese em Educação Ambiental, professora de educação infantil da EM José Cury Andere.

Foi bastante significativa na ocasião a contribuição da bió-loga Lucila Manzatti, graduada em Ecologia e mestre em Ci-ências Florestais, que aceitou nosso convite para orientar os estudos iniciais desta equipe visando a elaboração do Plano de Trabalho da nova Escola. A profª Lucila voltou a atuar na Escola em 2011, temporariamente, como membro da equipe.

Importante citar, ainda, a inestimável contribuição da Profª Dra.Rosely Imbermonn, da USP-Leste. A profª Rose-ly mora em Mogi das Cruzes, trabalhou por muitos anos na Universidade Braz Cubas, ocasião em que nos conhecemos e realizamos muitas ações conjuntas. Ela se encantou com a nova unidade de pesquisa e ensino e voluntariamente se prontificou a nos ajudar na sua edificação. Foi assim que conseguimos, além de uma excelente mestre para nossos professores, uma embaixatriz junto à USP-Leste, nos abrin-do as portas daquela importante academia.

Embora já citados como mentores da criação da Escola, é preciso também ressaltar o inquestionável apoio técnico e operacional dados pelos engenheiros Luiz Carlos Miya e Jo-semar Garcia dos Santos no decorrer de todos estes anos. Sempre estiveram prontos para dar sugestões e orientações à equipe, para viabilizar materiais para os programas em desen-volvimento, para voluntariamente serem os professores em muitas ações de formação contínua de nossos educadores.

No decorrer dos anos, a equipe foi se alterando, confor-me a maior ou menor adaptação dos profissionais àquele

tipo de atividade e também conforme a conveniência de sua vida profissional.

Assim é que, a profª Maria Inês Soares Costa Neves as-sumiu a coordenação da escola ainda em 2006 e lá ficou até agosto de 2010, quando se afastou para ser a nova secretá-ria municipal do Verde e Meio Ambiente e o prof. Ricardo Arouca passou a se dedicar mais às ações ambientalistas de educação não-formal. Coordena hoje a Escola Ambiental a ProfªLucimeyre Gonçalves.

Outros profissionais que trabalharam na escola e com ela contribuíram: Rosa Aparecida de Sousa Correa, diretora de escola, pedagoga, especialista em Educação Ambiental; Vera Lucia de Oliveira, diretora de escolar, bióloga e quí-mica, especialista em Educação Ambiental; Claudia Rocha Moretti, professora de Educação Infantil, graduada em Ci-ências Físicas e Biológicas e Pedagogia, pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior, Ciências Ambientais, Mestranda em Biotecnologia com tese em Educação Am-biental; Zenaide Oliveira dos Santos, professora de Edu-cação Infantil, pedagoga; Stela Dalva Sorgon, técnica em Nutrição, licenciada em Ciências Biológicas, pós-graduada em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; Lucimeyre Gonçalves, professora do Ensino Fundamental, licenciada em Geografia, pós-Graduanda em Educação Ur-bana e Gestão Ambiental; Valter Roberto Machado Giner, agente escolar graduado em Agronegócios; e os imprescin-díveis profissionais de apoio Vanderlei Rodrigues da Silva, Alexandra dos Santos, Geraldo Rodolfo Lorena, Elisa Ro-drigues de Souza e Claudia de Cassia dos Anjos Ferreira.

A todos estes profissionais, a Secretaria de Educação agradece pela inestimável colaboração no desenvolvimento científico, cultural e educacional de Mogi das Cruzes.

Entendo que graças a esta equipe e ao cumprimento do projeto que estabelecemos ainda em 2004, em nossa pri-meira reunião de trabalho, a ESCOLA AMBIENTAL DE MOGI DAS CRUZES, que neste ano completou 6 anos, apresenta um trabalho consolidado junto às escolas e ao seu foco principal: a formação dos educadores mogianos. É referência para outros municípios brasileiros e até mesmo, para outros países conforme observamos em nossas parti-cipações em congressos internacionais.

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A gestão compartilhada

Buscando um desenvolvimento sustentável, com qualidade de vida à população e respeito ao meio ambiente, a administra-ção municipal vem investindo seriamente em ações na esfera ambiental. Dentro da macro política para a área, em 2010, foi proposta a alteração na organização das instâncias responsáveis pela condução da educação ambiental no município, passan-do as Secretarias Municipais de Educação e do Verde e Meio Ambiente a atuarem em parceria, numa gestão compartilhada dos três principais núcleos responsáveis por esta tarefa: Escola Ambiental, Ilha Marabá e Parque Municipal.

O Plano de Trabalho ficou assim estabelecido:

Objetivos:

Ampliar de forma democrática e abrangente a Educação Am-biental Formal e Não-formal no município de Mogi das Cruzes.

Utilizar os espaços disponíveis com forte vocação para Educação Ambiental, como espaços integralizadores, pos-sibilitando a ação concreta dentro dos temas como - biodi-versidade, água, educação científica, formação de professo-res, cursos livres para a comunidade, resíduos sólidos, etc.

Propostas:

Envolver a Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, Nú-cleo Ambiental Ilha Marabá e Parque Natural Chiquinho Veríssimo nas atividades de Educação Ambiental, fortale-cendo no município a visão holística, além de formadora em uma educação ambiental moderna, obedecendo a voca-ção de cada ambiente.

Promover na cidade de Mogi das Cruzes amplo e concre-to trabalho em Educação Ambiental que envolva conheci-mento, consciência, comportamento, habilidades e partici-pação efetiva.

Escola Ambiental de Mogi das Cruzes

Finalidade: Desenvolver trabalhos como um Centro de Pesquisa e Formação de Professores das redes municipal, estadual e particular, em parceria com Universidades, Insti-tuições e ONGs, garantindo e assegurando condições para que as escolas formulem projetos em Educação Ambiental que levem a ações concretas de preservação, conforme as referências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-cional e Parâmetros Curriculares publicados pelo MEC e também pelas Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da Infância.

Núcleo Ambiental Ilha Marabá

Finalidade: Desenvolver trabalhos e oportunidades de visitas e estudos sobre os temas mata ciliar, rio Tietê e bio-diversidade às escolas municipais, particulares e estaduais e promover cursos para a comunidade em geral sobre temas pertinentes, com apoio de parcerias locais e Universidades.

Parque Natural Municipal Chiquinho Veríssimo

Finalidade: Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica, promover educação ambiental e pesquisa da biodiversidade e recursos hídricos existentes, além de abrigar e acompanhar a implantação da Univer-sidade Livre do Meio Ambiente de Mogi das Cruzes.

Para que este modelo pudesse se concretizar consolidou--se a gestão compartilhada dos espaços ambientais do Mu-nicípio a partir da atuação dialógica, articulada, solidária e colaborativa entre as Secretarias Municipais de Educação e do Verde e Meio Ambiente. Nesta organização, a Secretaria de Educação passou a ser responsável pela orientação e co-ordenação pedagógica e administrativa da Escola Ambien-tal e pelo seu suporte logístico e operacional e à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente cabem a orientação técnica e definição da linha conceitual e teórica na área am-biental, além de ações visando o trabalho integrado entre a Escola Ambiental, a Ilha Marabá e o Parque Municipal.

Maria Geny Borges Avila Horle é secretária municipal de Educação.

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Educação Ambientalalém da sala de aula

O artigo “A Importância da Horta Escolar no Con-texto Pedagógico como Formação Continuada” sobre o curso “Horta Escolar - A importância da horta no contexto escolar”, realizado pela Escola Ambiental de Mogi das Cruzes em 2011 foi aprovado para a apresen-tação no VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental - Rumo à Rio + 20 e às Sociedades Sustentáveis, reali-zado março em Salvador e promovido pela Rede Bra-sileira de Educação Ambiental (REBEA) e organizado pela Rede Baiana de Educação Ambiental (REABA). O trabalho foi inscrito pela equipe da Escola Ambiental: a coordenadora, Lucimeyre Gonçalves e as educadoras Stela Dalva Sorgon e Zenaide Oliveira dos Santos.

O curso foi realizado em parceria pelas secretarias muni-cipais de Educação e Verde e Meio Ambiente com apoio da Fatec de Mogi das Cruzes e Secretaria Municipal de Agricultura. Pela internet e na prática, educadores da rede municipal analisaram aspectos relacionados aos resíduos sólidos com destaque para os resíduos gerados na área escolar e sua reutilização, mas, principalmente, foram es-timulados a implantar a horta escolar como recurso peda-gógico, dinâmico, participativo e multidisciplinar. O curso também abordou a questão da alimentação saudável e os hábitos culturais alimentares da região.

Um dos objetivos foi levar ao educando uma forma de aprendizagem holística, fortalecendo valores e atitudes a fim de permitir o desenvolvimento global do ser humano, proporcionando conceitos básicos de Educação Ambiental.

Escola Ambiental tem trabalho aprovado em Salvador

No dia 17 de março, cerca de 40 educadores da rede mu-nicipal estiveram na Barragem de Ponte Nova, em Salesó-polis, para assistir a palestra “Água e Floresta”, ministrada pelo diretor do DAEE, Josemar Garcia dos Santos e o bió-logo Marcos Daniel. Os palestrantes falaram sobre as áreas de preservação permanente, as condições do Rio Tietê e da Mata Ciliar e as floresta da região da região do Alto Tietê. Após a palestra, os educadores conheceram o Radar Meteo-rológico e a criação de peixes no local.

Visita à Barragem em Salesópolis

Alunos da rede municipal participaram do Programa de Prospecção Arqueológica e de Educação Patrimonial, pro-movido pelo Núcleo de Arqueologia da Universidade Braz Cubas, na Escola Ambiental. As crianças participaram de uma oficina de arqueologia (o que é um sítio arqueológi-co, o que são artefatos, a importância das descobertas e sua preservação). Foram simulados procedimentos como a es-cavação. A prática arqueológica é uma produção de conhe-cimento sobre o passado e também um compromisso social com o presente. (FUNARI, 2006)

Arqueologia e educação patrimonial

contato

Educação Ambiental na Rede Municipal de Ensino de Mogi das Cruzes

Outras matérias

Carta da Terra

Um marco para uma sociedade justa, pacífica e

sustentável

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambien-te, comemorado no dia 5 de junho e ao seu aniversá-rio de 6 anos, a Escola Ambiental de Mogi das Cruzes promoveu palestras e oficinas para 400 alunos da rede municipal. Com o tema Educação Ambiental além da sala de aula, estudantes e professores foram divididos em diferentes espaços da escola em Jundiapeba, onde aprenderem mais sobre horta, reciclagem, cuidado com os animais, água, ciências, entre outros temas.

Escola Ambiental comemora seis anos

Em março, 529 alunos da rede municipal entre 3 e 10 anos tiveram uma aula diferente. A Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, em parceria com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo, organizou o plantio de mudas de árvores nativas na Barra-gem de Taiaçupeba, em Jundiapeba. O evento fez parte das comemorações pelo Dia da Floresta, festejado no dia 21 de março e o Dia da Água comemorado no dia 22. Pais e edu-cadores participaram do plantio e assistiram a uma palestra sobre a importância dos rios e da mata ciliar para a manu-tenção da biodiversidade e da vida humana com Josemar Garcia dos Santos, diretor do DAEE.

Plantio em Jundiapeba

A manifestação de piolhos em meio a um aglome-rado de crianças é um sério problema enfrentado pela maioria das escolas. Com esta preocupação, as equipes das escolas têm convidado as educadoras da Escola Am-biental para uma palestra sobre o tema para alunos e a comunidade escolar. O objetivo do encontro é amenizar as infestações na unidade escolar, reconhecer o piolho, identificando-o entre outros insetos, entender os prejuí-zos causados a uma pessoa contaminada e compreender os processos de transmissão e combate.

Palestras sobre piolhos nas escolas

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Em março, os alunos da EM Profª Maria José Te-nório de Aquino Silva, no Jardim Camila, aprenderam na prática como é o ciclo da água e sua importância para a preservação da vida no Planeta. Crianças de 3 e 5 anos assistiram vídeos e participaram de um bate-papo com a equipe da Escola Ambiental. Com uma bacia de plástico, bandeja de alumínio, pedrinhas de gelo e água quente, eles acompanharam a transformação da água em seus diferentes estados físicos. As crianças também observaram em um microscópio algas e protozoários presentes em uma amostra de água.

Pequenos aprendem sobre água

O layout apresentado do site http://projetonasaladeaula.blogspot.com.br é meramente ilustrativo

A equipe da Escola Ambiental participa de reuniões de Organização do Trabalho Escolar (OTE) nas unidades es-colares da rede municipal. Uma destas reuniões aconteceu na EM José Cury Andere, Jardim Cecília. No encontro, que contou com a equipe gestora, professores e funcioná-rios, foram abordados resíduos sólidos e horta escolar. Os profissionais assistiram a apresentações e um vídeo sobre o lixo, além de participarem de uma oficina sobre com-postagem e produção de mudas. O objetivo foi despertar a consciência critica sobre as graves questões ambientais.

Participações em reuniões nas escolas

O Circuito Ambiental é realizado nos diferentes espaços da Escola Ambiental e tem como tema os resíduos sólidos. Na sala de estudos, é abordada a importância da separação dos resíduos e as possibilidades da reutilização. No laborató-rio, os alunos conhecem diferentes tipos de solos e os mais diferentes organismos (minhocas), que contribuem na manu-tenção e riqueza dos ecossistemas naturais e cultivados. Na área externa, os alunos conhecem no viveiro-estufa as princi-pais espécies arbóreas da Mata Atlântica da região, exemplos de sustentabilidade ecológica (mini-ecossistemas), e também participam de atividades na horta e na composteira.

A unidade também oferece o curso “Resíduos Sólidos na Educação Ambiental” para educadores da rede munici-pal. A formação aborda a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305 de 02/08/10 e Decreto nº 7.404 de 23/12/10), a Origem, Definição, Classificação e Caracte-rísticas dos resíduos e sua situação no Brasil e no Mundo. Baseado nas Matrizes Curriculares Municipais para a Edu-cação Básica – Ciências Naturais e Sociais, o curso incentiva que os professores pesquisem o tema para aprimorar o con-teúdo que será trabalhado em sala de aula.

Resíduos Sólidos é tema de Circuito Ambiental e curso

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As escolas do programa Escola de Tempo Integral contam com a oficina de Educação Ambiental, que são ministradas por estagiários da área. A Escola Ambiental promove formação contínua para os universitários. No final de maio, eles participaram das oficinas Fermento Biológico: Reação Química com Silvana Zugaib, bióloga e pós-graduada em Microbiologia e de Reciclagem de Pa-pel com as educadoras da escola. As mesmas atividades foram feitas com alunos em junho durante as comemo-rações pelo aniversário de 6 anos da unidade.

Formação de Estagiários de Meio Ambiente

Alunos da rede municipal participam do programa “Conhecendo a Mata Atlântica” realizado no Parque das Neblinas, fruto de uma parceria entre a Prefeitura e o Instituto Ecofuturo. Educadores do Programa Escola de Tempo Integral são orientados sobre temas a serem trabalhados com os alunos antes e depois da visita. Para isso, foi organizada uma formação com os seguintes te-mas: a importância da Mata Atlântica para conservação dos recursos naturais, informações sobre as plantas e os animais nativos, a polinização das abelhas nativas e a dis-persão das sementes e a palmeira juçara (espécie impor-tante para a Mata Atlântica).

Estudo de campo no Parque das Neblinas

Em janeiro, a Escola Ambiental recebeu a visita de educadores de Guarulhos, que conheceram a experi-ência mogiana para aplicá-la em sua cidade. Estiveram na escola, a coordenadora de programas educacionais de Educação Ambiental, Carolina Gilli Hadg Karkachi Rocco e o gerente de Educação Ambiental, Rubens de Jesus Pereira. “Este espaço é reconhecido pelo seu trabalho e pensamos em aprender com quem já tem esse conhecimento”, disse a coordenadora.

Escola Ambiental é referência para outros municípios

Leonardo Boff convida todos a mudar pela Terra

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Estudantes, educadores e comunidade em geral estiveram no Cemforpe no dia 6 de junho para assistir a palestra “Carta da Terra - A escola deve se articular com a natureza diretamente” com o escritor e professor Leonardo Boff. O palestrante convidou a todos a mudar suas ações em prol da comunidade de vida, não só em relação à natureza, mas ao próximo. A atividade, que reuniu 600 pessoas no auditó-rio, encerrou a programação da Semana do Meio Ambiente 2012, organizada pela Prefeitura de Mogi das Cruzes.

Segundo o professor um encontro como este é importante para se encontrar caminhos possíveis para a mudança do nosso comportamento. “Tudo começa pela consciência. Este é um momento de socialização, problematização. É importante que as pessoas se encontrem, se conversem e se mobilizem”, disse.

O professor destacou que a mudança começa em casa, sendo a escola um prolon-gamento desta transformação que deve atingir toda a sociedade para que a Terra não chegue ao abismo. “Temos que ter um novo modo de ver, agir e pensar, isto requer mudança na mente e no coração. Devemos cuidar da Terra como cuidamos de nossa mãe. O pior que nos pode acontecer é não fazer nada”, disse. Boff mexeu com a pla-teia dizendo que não era estava ali para confortar ninguém. “Quero trazer angústia, ela é boa porque nos desinstala, nos move, manda conversar com outro”, comentou.

Sobre a Carta da Terra, o palestrante observou que ela foi a maior consulta feita pela humanidade para saber o que se quer para o futuro. “A Carta surgiu para respon-der a crise que o Planeta está passando e traz valores, princípios. Temos que enrique-cer o conceito de Meio Ambiente. Não precisamos de Meio Ambiente precisamos de um ambiente inteiro. É preciso cuidar de todos os seres humanos, mudar o nosso comportamento. Temos que produzir o que é suficiente para todos nós, progredir sem degradar o meio ambiente e sem causar desigualdade social”, disse Boff.

Leonardo Boff convida todos a mudar pela Terra

Kelli Correa Brito

Boff é autor de mais de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Música (www.leonardoboff.com). A maior parte está traduzida para outros idiomas. Atua como escritor, professor e conferencista no Brasil e no exterior. É assessor de movimentos sociais, como o Movimento dos Sem Terra para as quais prega a luta por uma sociedade mais justa e humana, um dos princípios da Carta da Terra.

Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação.

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Sobre o palestrante

Leonardo Boff é um dos princi-pais nomes da luta pelos direitos so-ciais na América Latina, foi um dos redatores da Carta da Terra junto a personalidades do cenário mundial como Mikhail Gorbachev, Maurice Strong, Steven Rockfeller e Merce-des Sosa. O documento começou a ser elaborado na Eco 92 e levou oito anos para ser concluído envolvendo mais de 100 mil pessoas de 46 pa-íses. A Carta foi um dos destaques da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá-vel, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro.

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lEducação Ambiental o caminho para a mudança

envolvendo todos que fazem parte do sistema. Conforme a autora Dalva Maria Bianchini Bonottocita

descreve em seu artigo, é importante trabalhar valores em Educação Ambiental de forma equilibrada no tratamento de três dimensões: “cognição: reflexão sobre as ideias, concepções, sentimentos e valores relativos a um foco de interesse, permitindo a elaboração de compreensões, análises e juízos de valor a seu respeito; afetividade: trabalho de sensibilização e envolvimento, identificação e expressão dos sentimentos; de apreciação estética com relação ao valor apresentado; ação: vivência de situações reais de envolvimento com o va-lor apresentado/desejado, buscando a complexidade das experiências, a serem tanto apreciadas como refletidas. A construção de um valor, em última instância, se revelará no plano da ação, como hábitos ou atitudes coerentes com o valor construído”.

Historicamente percebemos a ênfase que sempre foi dada à cognição, em que a preocupação era a transmissão de conhecimento através de conteúdos de forma racional para se atingir objetivos preestabelecidos de acordo com inte-resse especifico de cada sociedade sem uma ação reflexiva sobre o que se estava prendendo e o que é pior, sem levar em consideração as vivências do aluno. O conhecimento era tratado de forma fragmentada e estanque em todas as áreas, aliás, cada um na sua área de atuação, o que hoje não se admite principalmente no que se refere à Educação Am-biental, pois, todos têm responsabilidade e devem cumprir seu papel seja como profissional ou cidadão planetário.

Segundo Leff (2003: p.55), a crise ambiental não é cri-se ecológica, mas, crise da razão. Os problemas ambientais são, fundamentalmente, problemas do conhecimento que passou a reduzir, ou mesmo simplificar a realidade, que é

Ana Maria de O. Brito, Emília Gianotti Guerreiro e Rosemeide Gonçalves Lica Ferreira

A modernização e o consumismo levaram a degradação ambiental e a diminuição contínua de todos os tipos de ambientes naturais e da biodiversidade, além da geração de resíduos sólidos que se tornaram um grande problema. O consumo acelerado que leva ao bem estar pessoal, propor-cionado pela cultura atual de desenvolvimento, vem levan-do o meio ambiente à degradação incalculável.

Este comportamento ocorre devido à impregnação da cultura consumista presente nas sociedades já algum tempo e a falta de planejamento sem a preocupação em estabelecer limites e critérios. As consequências já estão sendo sentidas nos tempos atuais levando a uma preocupação com as futu-ras gerações. Nenhuma nação pode ficar indiferente, todos são responsáveis, principalmente os países desenvolvidos que degradaram em larga escala os recursos naturais.

Os problemas são mundiais, como as mudanças climá-ticas, poluição, perda da biodiversidade, dentre outros; em que todos têm sua parcela de culpa e devem procurar so-luções a curto e longo prazo para que se utilize de forma racional e sustentável os recursos naturais. São necessárias políticas públicas em todas as instâncias que promovam a conscientização de que os recursos naturais são finitos e não promovam o consumismo gerado pelo capitalismo.

A escola mais uma vez é vista como uma grande alia-da para a luta em prol do meio ambiente, pois reune um grande número de pessoas em formação que podem ser multiplicadores por meio de uma consciência ambiental proporcionada pela Educação Ambiental, que possibilite o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades, valores e atitudes visando a melhoria da qualidade de vida

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complexa. A compartimentalização do conhecimento cien-tífico em diferentes áreas do conhecimento passou a desen-volver estudos isolados, que deram suporte à realização de um mosaico de intervenções no ambiente, desvinculado do comprometimento de pensar sobre o todo planetário e sua capacidade de carga, resiliência ou sustentabilidade.

A sociedade vem transformando cada vez mais o Homem em individualista, que só tem como objetivo a satisfação pes-soal desconsiderando o interesse do coletivo. No que se refe-re ao meio ambiente sentimos este tipo de sentimento obser-vando a degradação da natureza. Novos estudos provam que cognição e afetividade devem estar no mesmo patamar, pois, para resolver problemas do mundo precisamos reconstruir o individuo, tendo em vista que a situação externa de uma nação reflete a situação interna de cada um de nós.

Explorar as possibilidades de trabalho educativo frente às questões ambientais está relacionado com as questões de valores fundamentados na moral e ética. Muitas das causas que afligem a humanidade estão na negação destes valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento inte-gral do potencial individual e consequentemente, do social. Quando temos valores incutidos em nossas ações procura-mos o bem coletivo e uma sociedade mais justa com atitu-des conscientes e coerentes que visem o bem comum e isto é essencial na Educação Ambiental, pois, é uma questão de sobrevivência da humanidade.

Valores devem permear toda nossa vida e existência já que só assim poderemos viver em sociedade, pois, sem respeito, ética e moral, é impossível conviver com o outro. Em Edu-cação não poderia ser diferente, principalmente na Educação Ambiental já que se trata do convívio sadio do homem com a natureza e todos os seres que habitam o planeta.

É evidente que nas práticas educativas teoria e prática têm que caminhar juntas. É o famoso aprende-se a fazer fazendo. Não adianta um discurso belíssimo, se na prática não acontece. O educando vai se tornar um cidadão cons-ciente se vivenciar no seu dia-a-dia um ambiente democrá-tico, onde haja espaço para diálogo, troca de experiências, momentos para discutir a vivência dos envolvidos.

A escola tem que ser um ambiente político e social. Cons-ciência ambiental não se consegue em um exato momento, numa determinada disciplina e sim todo tempo por todos os envolvidos. É evidente que o educador tem um papel impor-

tantíssimo proporcionando um ambiente democrático-polí-tico, onde a aprendizagem significativa é o caminho, pois, o aluno associa o que aprende na escola com sua realidade e vice-versa trazendo para a escola sua vivência, o que muitas vezes pode surpreender o professor (é necessário que o aluno tenha espaço para isto). Ser cidadão é viver em sociedade de forma harmoniosa e no que se refere à Educação Ambiental, também de forma sustentável e só conseguiremos isto res-gatando valores que levarão a comportamentos adequados individuais e consequentemente coletivos.

A sala de aula se constitui numa oportunidade privilegiada para a sistematização do conhecimento que está sendo veicula-do através das várias ações, dentre elas aulas práticas, atividades experimentais, isto é significativas, à medida que promovam a compreensão e ampliação do conhecimento em estudo.

Ao educando deve ser dada a oportunidade de observar atentamente os fenômenos, levantar hipóteses, testar, expe-rimentar, registrar os resultados, isto permite que os alunos ajam de forma ativa sobre o objeto de estudo, assim, pode-rão aprender de forma efetiva. Nesta perspectiva, o docente

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tem o papel de um agente transformador com novas com-petências técnicas e precisa desenvolver o espírito crítico e a criatividade, sendo um formador de opiniões. Portanto, é necessário um redirecionamento nos cursos de formação inicial de professores, bem como um processo de formação continuada em serviço.

A Educação Ambiental deve ser vista como diretriz para repensar o meio ambiente e está prevista na própria Cons-tituição Federal no capítulo VI, artigo 225 – inciso VI que diz: “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. A Educação Ambiental se constitui em uma ferramenta indispensável para transformação do indivíduo levando-o a ter uma consciência ambiental voltada para uma melhor qualidade de vida. É importante que os educandos tenham consciência que pequenos atos podem ser importan-tes e fazem a diferença, espera-se também que multipliquem este conhecimento levando para a família, bairro, comunida-de, enfim, envolvendo todos que os cercam formando uma grande teia do bem em prol do meio ambiente.

Referências Bibliográficas:

LEFF, Enrique (Coord.). A complexidade ambiental. Traduzido por Eliete Wolff. São Paulo: Cortez, 2003.

LOUREIRO, Carlos Frederico B. Trajetória e fundamentos da edu-cação ambiental. São Paulo: Cortez,2004.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federati-va do Brasil. Brasília, DF, Senado,1998.

BONOTTO, Dalva Maria Bianchini. Contribuições para o trabalho com valores em Educação Ambiental. Ciência &Educação -Versão impressa ISSN 1516-7313 - Ciênc. educ. (Bauru) v.14 n.2 Bauru

Ana Maria de O. Brito é pedagoga e pós-graduada em Coordenação e Supervisão de Educação Infantil, Gestão Escolar e Direito Educacional. Diretora de Escola, atualmente Coordenadora do Núcleo Ambiental Ilha Marabá.

Emília Gianotti Guerreiro é pedagoga, psicopedagoga, bacharel em Educação Física com especialização em Educação Física Infantil. Atual-mente é professora de Ensino Fundamental da rede municipal de Mogi das Cruzes.

Rosemeide Gonçalves Lica Ferreira é pedagoga e pós-graduada em Coordenação e Supervisão de Educação Infantil. Professora de Ensino Fundamental da rede municipal de Mogi das Cruzes, atualmente Coor-denadora do Núcleo Ambiental Ilha Marabá.

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lde 100 mil pessoas de 46 países e que busca um futuro sustentável, justo e pacífico para o Planeta.

A equipe escolar elaborou um cir-cuito de atividades em que todos os alunos participaram. Na quadra da escola, a oficina “Olimpíadas Indíge-nas”, animou as crianças com corrida de toras e cabo de guerra. Aqueles que não participavam ficavam na torcida e comemoravam cada vitória como mui-ta alegria. Outra atividade foi a conta-ção de histórias sobre o bullying. “Os professores levantaram quais eram as situações que deveríamos abordar com os alunos e uma professora de cada período interpretou uma história para os alunos”, explicou a diretora Andréa Rodrigues Barbosa Marinho.

Em uma árvore com bexigas verdes, chamada Árvore dos Sonhos, os alu-nos fizeram o formato de sua mão em papel e escreveram nela o que farão até o final do ano para contribuir para os princípios da Carta da Terra. Lucas Souza, 11 anos, destacou o respeito aos colegas. “Não é para bater nos ou-tros e temos que respeitar os colegas. O importante é a paz na escola”, disse. As crianças também participaram de passeios pelo bairro, assistiram um ví-deo sobre a Carta da Terra e fizeram um marcador de livros sobre o tema.

Há dois anos, a escola desenvolve ações para que as crianças e a comuni-dade valorizem sua comunidade. Em se-tembro, uma grande festa será o ponto alto do projeto e levará o nome de “Pia-tã: Meu Bairro Tem Cultura II + Rua Mais Feliz Cidadã”. “Buscamos que os nossos alunos e a comunidade reconhe-çam a cultura local e se vejam enquan-to cidadãos mogianos e como cidadãos mogianos do Piatã o que podem fazer pelo Planeta”, explicou Andrea.

Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes

Crianças participam do

I Fórum Infantil Carta da Terra

no Piatã

Kelli Correa Brito

Respeito e cuidado com as comunida-des de vida, integridade ecológica, justi-ça social e econômica e democracia, não violência e paz parecem conceitos com-plexos para crianças, mas não para os alunos da Escola Municipal Profª Cle-onice Feliciano, no Jardim Piatã. Estes são os princípios da Carta da Terra que eles já conhecem bem e demonstraram como colocá-los em prática durante as atividades do I Fórum Infantil Carta da Terra na Escola, realizado no dia 25 de maio pela comunidade escolar.

“O mundo não é só nosso, é dos ani-mais e das plantas também”, resumiu o garoto Júlio César da Silva de Oliveira, 9 anos, ao ser perguntado sobre o que aprendeu durante o Fórum. O evento fez parte de uma programação que a unidade realizou durante três dias so-bre a Carta da Terra, documento cria-do após 8 anos de discussão entre mais

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Vivemos em um mundo pautado na busca de conquistas econômicas, que nem sempre partilha ideias que gerem movi-mentos voltados para a sustentabilidade de nosso Planeta. Mas a cada dia vemos esse pensamento sustentável crescer, sendo difundido pelos meios de comunicação e cobrado aos nossos políticos. A educação não pode estar fora dessa disseminação da tomada de consciência e responsabilidade em cuidar da Ter-ra e deve ter uma postura de peça chave para as mudanças de valores e modos de vida.

Nunca é cedo demais para escolher o que é certo e apren-der os benefícios dessa escolha. Por isso o CEIC Caminho Feliz proporcionou aos alunos uma semana de reflexão so-bre o Meio Ambiente, em especial a água, por ser um bem natural de direito a todos e sem o qual não sobreviveríamos. Os pontos de partida foram os princípios de respeito e cui-dado com a comunidade da vida, descritos na Carta da Ter-ra. Com este tema, desenvolvemos atividades baseadas nos quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Entendemos que munida de conhecimento sobre a importância da água e sua preservação, cada criança poderá ser um multiplicador destas informações em sua comunidade.

Foi proposto às professoras que tratassem do tema de maneira ampla e de acordo com cada faixa etária atendida. Trabalhamos com as crianças: o ciclo da água; para que ela é utilizada em nosso cotidiano; a necessidade que temos dela e sua utilização de maneira correta. Destacamos o seu uso em nossa creche e na comunidade para que a partir destas informações, as crianças mudassem seus hábitos, reconhe-cessem o valor da água para a vida e soubessem como cuidar deste recurso natural pensando em nossa geração e também nas futuras.

Por meio de rodas de conversa, músicas temáticas, expe-riências e atividades artísticas e de reflexão, colocamos em prática a defesa do consumo consciente, em que os alunos tiveram lições de cidadania ao perceberem que esse bem na-tural é essencial à vida deles, de suas famílias, dos animais e de cada ser vivo. Foi firmado um compromisso com o meio ambiente, de respeitá-lo e cuidá-lo, seja na creche, em casa ou na rua; além de propagar o que aprenderam com seus pais e familiares. Esta é uma proposta realizada para o longo do ano letivo e ao longo da vida.

Educação sustentável: um compromisso com o meio ambiente

Mariene Kulsar do Prado

Mariene Kulsar do Pra-do é diretora pedagógica do CEIC Caminho Feliz

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Robótica Educacional e Educação Ambiental

Uma nova proposta transdisciplinar

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Introdução

O acesso às novas tecnologias e a farta informação no mun-do globalizado trazem desafios e oportunidades para se refletir a atual cultura tecnológica aplicada à educação pública.

A proposta deste artigo é fazer uma análise do uso da Tecnologia da Informação e Comunicação e o desafio de se implantar a Robótica Educacional conjugada com a Educa-ção Ambiental no ensino fundamental na Escola Municipal em Mogi das Cruzes.

O que é Robótica Educacional?

A robótica é a área de conhecimento que se preocupa em projetar e construir dispositivos, ou seja, robôs, capazes de realizar tarefas com eficiência e precisão. Geralmente, eles substituem o homem em situações de risco ou repe-titivas. É uma ciência relativamente nova e em expansão. O seu núcleo de desenvolvimento e aplicação é por natu-reza transdisciplinar. Utiliza-se das áreas de conhecimento da engenharia mecânica, elétrica, eletrônica, computação e áreas específicas como inteligência artificial, dentre outras.

A Robótica, no âmbito educacional, permite que o conhe-cimento teórico tenha a aplicação prática, o robô como ar-tefato tecnológico a ser projetado e construído necessita de conceitos científicos. O professor que ensina a montagem, a automação, o controle e a programação destes dispositivos pelo computador aplica o conceito de Robótica Educacional.

Além de ser uma ferramenta facilitadora no processo de ensino e aprendizagem, também é motivadora por permi-tir que o aluno construa seu próprio brinquedo, aprende-se brincando. As disciplinas curriculares são trabalhadas de for-ma criativa, em que o conteúdo apresentado passa a ter uma aplicação prática no dia a dia do aluno, já que na Robótica Educacional as disciplinas se integram, fundem-se para for-mar um conhecimento homogêneo e com aplicação prática.

Ademais, o trabalho em equipe neste contexto é essencial, pois os vários sistemas que compõem o dispositivo devem ser cons-truídos e integrados. A interação social e o bom convívio en-tre os integrantes da equipe são fundamentais. As informações devem fluir de forma organizada e respeitosa a fim de que os alunos compartilhem o conhecimento e sugiram soluções.

A criança tem a oportunidade de construir, desmontar e reconstruir, quantas vezes for o necessário. O artefato ro-bótico passa a ser um meio onde o fluxo de informação e a convergência de disciplinas geram o conhecimento, neste processo é possível viabilizar a transdisciplinaridade. Durante o processo, observar o que deu errado pode ser mais impor-

Taciano Segóvia Machado

tante que achar a solução na primeira tentativa. As alternativas durante a pro-dução permitem praticar os conceitos teóricos, facilitam a fixação do conhe-cimento e abrem oportunidades para novas soluções.

Transdisciplinaridade

A formação do aluno, dentro do contexto da política pública de edu-cação com qualidade, deve oferecer não só o direito ao estudo, uma vaga; mas garantir que, no período escolar, seja dada a oportunidade para que ele se desenvolva integrado à sociedade, moldado por moralidade com aplica-ção da boa ética. O ser humano que tenha acesso ao conhecimento e com-preensão do mundo atual, que não es-teja à margem social, faz parte do Meio Ambiente como um todo, protagonis-ta tanto na busca do conhecimento quanto no fomento de soluções.

Partindo deste princípio, temos a Robó-tica Educacional e a Educação Ambiental como áreas de conhecimento que utili-zam as disciplinas curriculares para aju-dar o desenvolvimento do aluno. Vemos aqui a transdisciplinaridade, unindo várias realidades para formar o conhecimento. Nesse sentido, nos ensina Basarab[1]:

“A transdisciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das di-ferentes disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento”.

E ainda:“Por outro lado, a transdisciplinaridade se

interessa pela dinâmica gerada pela ação de vários níveis de Realidade ao mesmo tempo”.

A transdisciplinaridade aparece de forma obrigatória na Robótica Educa-cional, vejamos a tabela ao lado.

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As áreas do conhecimento e suas aplicações práticas na Robótica Educacional

Problema proposto Mecanismo ou peça Área do conhecimentoLocomoção do dispositivo ......................................Motor de corrente contínua.............................................................Elétrica / FísicaControle de velocidade ............................................... Resistores ou potenciômetro ................................................................ Eletrônica / Física (tensão elétrica e corrente)Transferência de trabalho .......................................Engrenagens ...................................................................................Física (polias)Leitura e compreensão dos procedimentos ...........Manual e instruções de montagem.................................................Língua PortuguesaRelatório .................................................................Preenchimento de fichas e conclusões ...........................................Língua Portuguesa (estilo literário)Invenções ...............................................................Surgimento das tecnologias ............................................................HistóriaTipo de terreno e solo ............................................Área geográfica: o sistema de tração varia conforme o relevo ........GeografiaConexão das rodas ao eixo.....................................O diâmetro da roda a ser usado e o centro da mesma ...................MatemáticaReutilização de material e reciclagem ....................Plataforma do robô ..........................................................................Educação Ambiental

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A Educação Ambiental

O indivíduo na atual sociedade tecnológica usufrui dos benefícios da ocupação do espaço natural. Os limites desta ocupação se expan-dem ou retraem-se dependendo da demanda da sociedade, por vezes para atender o cresci-mento demográfico, aquisição de matéria pri-ma (extrativismo) ou a manipulação desta pelo setor industrial.

A Educação Ambiental torna-se uma priorida-de de política pública, quando analisamos o dever do poder público democrático em gerir os limites desta expansão. Deste modo, a ocupação desen-freada e sem planejamento do solo tanto para atividades industriais, agricultura ou moradia é cerceada por leis que visam à ordem pública.

O Meio Ambiente não deve ser entendi-do apenas pela existência da natureza, segre-gando o ser humano. Esta separação permite perpetuar o contexto histórico da degradação da biodiversidade em prol de um consumismo desenfreado e até de autoritarismos de todos os gêneros.

A sociedade deve ser educada para se respon-sabilizar pelo mundo que habita, pois a mani-pulação do meio ambiente visando benefícios à sociedade pode trazer impacto e degradação ao meio como resultado desta ocupação.

É possível ver este impacto em um estudo realizado pela ONU em 2009 com os países emergentes: Brasil, China, México e Índia [2]. Dentre estes países, o Brasil será o mais afetado pelo descarte do lixo eletrônico com "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública" [3]. Neste estudo o Brasil é campeão em des-carte de lixo eletrônico per capita. Por ano cada brasileiro descarta 0,5 kg de lixo eletrônico de computadores e na China, que tem população maior, o descarte per capita é de 0,23 kg, na Ín-dia chega a 0,1 kg [3].

Robótica Educacional com a Educação Ambiental

Geralmente a implantação de Robótica Edu-cacional em escolas públicas trilha pelo caminho de baixo custo. Isto significa que nem sempre o poder público terá condições de arcar com kits didáticos para a Robótica Educacional. Estes são caros, principalmente se houver a necessi-dade de se comprar mais de uma unidade, o que acaba ocorrendo. Vale lembrar que em uma sala de aula com aproximadamente 30 alunos será possível fazer 5 grupos com 6 integrantes, se cada grupo necessitar de um kit, será necessário adquirir 5 kits.

Uma grande fonte de matéria prima para a Ro-bótica Educacional é a sucata eletrônica ou lixo eletrônico. A principal fonte deste recurso para atender as necessidades da implantação da Ro-bótica Educacional na Escola Municipal Profª Marlene Muniz Schmidt vem dos Ecopontos da cidade de Mogi das Cruzes, locais onde os cida-dãos entregam voluntariamente alguns materiais recicláveis, sendo um deles o lixo eletrônico [4].

Na sucata eletrônica encontramos elementos que comporão o artefato a ser construído, tais como: motores de corrente direta, fios, placas de circuito eletrônico, carcaça de impressoras, engrenagens dentre outros. Estes componen-tes serão reutilizados, por exemplo, como base ou plataforma estrutural do artefato ou um motor acoplado a uma roda de um carrinho.

A Robótica Educacional neste contexto abre o leque para se trabalhar fontes energéticas renováveis, reciclagem ou reutilização de ma-terial. Questões teóricas passam a ter escopo prático quando os alunos tem a oportunidade de transformar a matéria prima na construção de seu artefato, seja uma maquete utilizando papelão e caixa de leite ou um braço robótico pela reutilização da sucata eletrônica.

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Conclusão

A Robótica Educacional pedagógica não se define meramente na construção de dis-positivos ou no aprendizado sistemático das disciplinas, é um meio que permite veicular o conhecimento de forma lúdica, trabalho em equipe com respeito mútuo. É uma ferramenta motivadora para que o aluno sempre busque o querer aprender.

Este dispositivo tecnológico não é o centro das atenções, mas um conjunto de processos aplicados ao ambiente educacional como meio para a construção do conhecimento, conceden-do aos alunos uma oportunidade de potenciali-zar o raciocínio lógico, introduzir novas tecno-logias, trabalhar a matemática aplicada, assim como a física, tecnologias da informação e co-municação, eletrônica, língua portuguesa, histó-ria, geografia, educação ambiental e trabalho em equipe. Uma plataforma que permite um fluxo de trabalho transdisciplinar e motivador.

Desta forma a utilização da robótica educacional alinha-se com os Parâmetros Curriculares Nacio-nais, onde a escola pode informar o aluno sobre as mudanças e os avanços tecnológicos e oferecer-lhe condições de aprendizagem em ambientes coope-rativos [5]. Vem ao encontro a seguinte afirmação, segundo Papert[6]:

“A habilidade mais importante na determinação do padrão de vida de uma pessoa já se tornou a capacidade de aprender novas habilidades, de assimilar novos concei-tos, de avaliar novas situações, de lidar com o inesperado. Isso será crescentemente verdadeiro no futuro: a habilida-de competitiva será a habilidade de aprender”.

Direcionar o olhar do aluno para as questões de ordem ambiental e o inserir como agente ativo na transformação da realidade pela opor-tunidade de colocar a teoria em prática é o ob-jetivo de todo educador.

Referências Bibliográficas:

[1]BASARAB, N.Educação e transdisciplinarida-de; 2000 Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001275/127511por.pdf. Acesso em 03/03/12

[2] http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,brasil-e-o-campeao-do-lixo-eletronico-entre--emergentes,514495,0.htm. Acesso em 16/04/12.

[3] Sustainable Innovation & Technology Transfer – Industrial Sector Studies. http://www.estadao.com.br/especiais/2010/02/doc_ewaste.pdf. Acesso em 16 abril 2012.

[4] Secretaria do Verde e Meio ambiente, Mogi das Cruzes – SP. http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/verde/ecoponto.php. Acesso em 17/04/12

[5] Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/intro-ducao.pdf. Acesso em: 14 março 2012.

[6] PAPERT, S. A Máquina das Crianças. Editora: Artmed, Porto Alegre, 2002.

Sobre Robótica Educacional em Mogi das Cruzes

http://www.emfujitaronagao.pmmc.com.br/index.php/projetos/108-robotica-educacional.html

http://www.reflorestevida.com

Outros locais sobre Robótica

http://pan.nied.unicamp.br/projetos/projeto_deta-lhes.php?id=18

http://www.lume.ufrgs.br/

http://www.roboticalivre.org/portal/

http://www.roboticaeducacional.com.br

http://www.robocore.net/

Taciano Segovia Machado é bacharel em Ciências da Computação pela Universidade de Mogi das Cruzes e orientador de informáti-ca da EM Profª Marlene Muniz Schimidt.

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Despontamos para uma revolução tecnológica que torna cada vez mais importante a tecnologia no ambiente escolar para po-tencializar as diversas formas de ensino-aprendizagem, levando--se em conta as diversas possibilidades pedagógicas que a mesma pode proporcionar. Por isso, é importante que as crianças, mas não somente elas, de qualquer lugar do nosso país conheçam ou tenham contato. No Brasil, a inserção de recursos tecnológicos no auxílio do aprendizado caminha lentamente se comparado a outros países. Quando se fala em tecnologia, fica evidente que estamos falando não somente de computadores. Exemplo, mui-tas famílias do Japão compram kits de robótica para crianças a partir dos oito anos, auxiliando no desenvolvimento de certas capacidades cognitivas como observação, pesquisa, investigação e resolução de problemas e mesmo, como uma maneira insti-gante de tratar de conteúdos relacionados às máquinas, como mecânica, movimento e energia.

Neste contexto, apresentamos a robótica educacional ou robótica pedagógica com materiais recicláveis, como mais uma ferramenta moderna e eficiente para apoio ao apren-dizado. Entendemos a robótica educacional como um am-biente diversificado capaz de proporcionar por meio da prática, da experiência e de desafios, um recurso pedagó-gico interessante, mas só faz sentido utilizá-la para ajudar no ensino de ciência. Essa ideia vai de acordo com os Pa-râmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Ciências, Meio Ambiente e Saúde. Os quais abordam a utilização de novas tecnologias e o trabalho com o tema meio ambiente, que visa contribuir para que os educandos adotem posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a inte-rações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis.

No começo deste ano a Escola Municipal Fujitaro Nagao

Flávia Moreira dos Santos

inseriu o projeto de robótica educacional com materiais re-cicláveis para ampliar a forma de ensino-aprendizagem. O projeto envolve as oficinas de educação ambiental e infor-mática realizadas por meio do programa Escola de Tempo Integral para os alunos do 5° ano do ensino fundamental, com intuito de envolver as questões de sustentabilidade e ciência tecnológica em prol da reabilitação, conservação do meio ambiente e da manutenção da qualidade de vida. Como sabemos, no atual ritmo de consumo, não há como manter os padrões de crescimento sem que haja compro-metimento das gerações futuras. É necessário mudar de ati-tude o quanto antes. Transferir suas responsabilidades aos outros não trará resultados, é necessário olhar suas próprias atitudes e hábitos em casa, na escola e na comunidade.

A metodologia de um projeto de robótica incide em que os educandos sejam separados por grupos. O trabalho em grupo proporciona uma forma de interagir com os colegas na criação e execução, ensinando-o a respeitar, conceder, compreender, exigir, discutir e outras vertentes para a solu-ção de problemas. Para tanto, a classe foi dividida em gru-pos e como o projeto envolve questões ambientais, as equi-pes receberam nomes dos elementos da natureza: Fogo, Água, Ar e Terra.

A ideia principal é a construção de quatro carrinhos ro-bóticos com materiais recicláveis ou que normalmente são descartados. Incluindo peças de equipamentos eletrônicos quebrados, como motores de passo, leds, conectores e ou-tros. O carrinho será controlado por computador através de um programa computacional de operação de multiplicação. Ao final, deverá acontecer uma competição e será divulgada para os demais alunos, equipe escolar, pais e comunidade.

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Os alunos envolvidos no projeto deverão criar um cartaz para divulgação utilizando os recursos digitais.

No processo de realização os educandos são levados na-turalmente a passar por fases: teoria, formalização de ideias, experimentos, reflexão, avaliação, autoavaliação e competi-ção. E nessas fases serão envolvidos e trabalhados a questão dos 5 Rs : Respeitar, Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Para construir os carrinhos, as crianças precisaram colocar em prática os conhecimentos teóricos de matemática, além de coordenação motora, raciocínio lógico, trabalho em grupo e resolução de problemas (conflitos, individualismo, etc.).

A construção de um protótipo está passível a erros e im-previstos. “O erro faz parte do processo de aprendizagem e deve ser tratado não como incapacidade de aprender, mas como elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno, servindo para reorientar a prática pedagó-gica e fazer com que avance na construção de seu conheci-mento”. (PCNs, v l4)

Algumas orientações metodológicas para chegar ao objetivo: ■ Explanar conceitos sobre a robótica e introduzir as par-

tes do computador e transmissão de dados;■ Abordar a diferença entre materiais recicláveis e reutilizáveis;■ Levantar conhecimentos prévios dos alunos sobre sus-

tentabilidade. Leitura sobre sustentabilidade e aplicar jogos;■ Jogo e teoria sobre circuito eletrônico;■ Esquematização e Montagem de circuito eletrônico;■ Criar símbolos que representem as equipes;■ Contextualização e experiência sobre energias renová-

veis e não renováveis;■ Estrutura e Medidas usando o jogo: Monte seu carri-

nho reciclável;■ Multiplicação usando o jogo: Corrida da Tabuada;■ Experimento com limões para explicar corrente elétrica;■ Interação com o computador através de movimento

corporal - Sensor Kinect;■ SUPERLOGO.

“À medida que estabeleço contato com os estudos de alguns autores, como Piaget e Vigotsky, vou aperfeiçoando o projeto de robótica de for-ma a relacionar os conteúdos aprendidos em sala para a realidade fora do âmbito escolar.” Percebe-se na orientação metodológica, a aplicação de experimentos para contextualizar conceitos de sustentabilidade, a ênfase à questão das energias renováveis e aplicação de movimento corporal. Com certeza é um dis-paro para que o aluno talvez possa, no futuro, desenvolver novas tecnologias, e considerando que não é só conceito sobre energia, mas todo o resto. A questão está na forma em que ele pode utilizar isso para conseguir transformar em tecnologia, que nasce a partir da ciência e da transformação, por isso a importância em aplicá-la.

Os desafios a serem percorridos na implantação de um projeto de robótica são inúmeros, espaço, material, recursos e tempo. Mas é claro que não podemos nos deixar abater e desistir no início do processo. Por outro lado, o entusiasmo, a felicidade, os questionamentos, a curiosidade dos alunos, faz com que acreditemos que o caminho é esse: começar, acreditar e apostar na robótica educacional por meio do uso de produtos recicláveis.

Considerando que o projeto está em andamento, espera--se conseguir que os educandos desenvolvam seus carri-nhos robóticos para finalizar o trabalho e assim, que haja uma competição. Ainda sim, espera-se que divulguem o tra-balho usando os recursos digitais. Todo o trabalho em aula está sendo avaliado para que seja melhorado em aplicações futuras e, consequentemente, o ensino-aprendizagem seja renovado com o uso da robótica e experimentos. Segundo Papert (2008), nesta concepção o aprendizado é enfrentado como uma atitude ativa, onde o aluno constrói o próprio conhecimento por meio da interação e execução.

A memória pedagógica do trabalho de robótica que está sendo realizado pode ser encontrada no site da escola: http://www.emfujitaronagao.pmmc.com.br.

Referências Bibliográficas:

PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Uni-versitária, 1998.

VIGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Funda-mental. Parâmetros Curriculares Nacionais

Meio Ambiente - http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/li-vro091.pdf - Acesso em 01.mai.2012.

Ciências Naturais - http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/li-vro04.pdf - Acesso em 07.mai.2012.

Flávia Moreira dos Santos é graduada em engenharia da computação e atualmente é orientadora de Informática na Escola Municipal Fujitaro Nagao.

Agradeço a todos da equipe E.M Fujitaro Nagao, em especial a coordenadora pedagógica Terezinha Sandoval, as professora Meire Mi-dori Omura Bittencourt e Amarinha Penha Gonçalves e a estagiária de educação ambiental Bianka Arahata pelo apoio na aplicação deste projeto e elaboração deste artigo.

A robótica no ensino - aprendizagem

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