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Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320 Estímulo à inovação e ao empreendedorismo marca os novos passos do setor durante o Ideas for Milk Págs. 8 a 10 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente Não existe n 0 indicado Falecido Ausente Não procurado EM / / Responsável notícias Ano XIX- nº 72 - Dezembro a Fevereiro 2017 Saúde com Sabor Leite é um ótimo reforço para a reconstrução dos músculos após atividades físicas Págs. 14 e 15 Entrevista João Lúcio Barreto Carneiro, presidente do Silemg, aborda as expectativas do setor em 2017 Págs. 6 e 7 PARA O NOVAS IDEIAS LEITE

Ano XIX- nº 72 - Dezembro a Fevereiro 2017silemg.com.br/wp-content/uploads/2017/03/Silemg-Notícias... · 2017. 3. 30. · Iniciamos o ano de 2017 cientes de que o cenário econômico

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Estímulo à inovação e ao empreendedorismo marca os novos passos do setor durante o Ideas for Milk

Págs. 8 a 10

EMPRESA BRASILEIRADE CORREIOS E TELÉGRAFOS

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notíciasAno XIX- nº 72 - Dezembro a Fevereiro 2017

Saúde com SaborLeite é um ótimo reforço para a reconstrução dos músculos após atividades físicasPágs. 14 e 15

EntrevistaJoão Lúcio Barreto Carneiro, presidente do Silemg, aborda as expectativas do setor em 2017Págs. 6 e 7

PARA ONOVAS IDEIAS

LEITE

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Iniciamos o ano de 2017 cientes de que o cenário econômico conti­nuará preocupante. O alto índice de desemprego, ultrapassando o núme­ro de 12 milhões de brasi leiros, inter­fere na economia de uma forma geral e, em particular, na cadeia do leite. Consumidores perderam seu poder de compra e, consequentemente, presenciamos pro dutos parados no estoque, com baixo giro no mercado.

Porém, especialistas afirmam que, a partir do segundo semestre, voltaremos a enxergar outro hori­zonte com a volta do crescimento econômico, e é nisso que apostamos e que nos faz ter esperança. Até lá, é preciso trabalhar medidas para o en­fretamento desse delicado momento e agir com prudência.

Temos estimulado, de forma cada vez mais intensa, o consumo de lácteos. Uma das iniciativas em busca desse objetivo é o Concurso de Desenho e Redação, realizado em parceria com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep­MG). Diante de re­sultados tão satisfatórios, a edição 2017 será ampliada e contempla­rá, além das escolas particulares, alunos e professores dos ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas estaduais e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). As ações serão promovidas com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pe­cuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e da Secretaria de Educação de Minas Gerais (See).

Estamos muito felizes em ver o quanto essa nossa iniciativa cres­ceu. A educação é uma impor­tante ferramenta para mostrar­mos aos jovens a importância de consumir produtos saudáveis e o reflexo para a saúde em razão do seu consumo regular. Dessa for­ma, apoiamos outras iniciativas que visem despertar nas pessoas o real valor do setor laticinista. Um exemplo é o Ideas for Milk, desta­que desta edição do Silemg Notí-cias. Durante o evento, realizado pela Embrapa, tivemos a oportu­nidade de conhecer projetos de inovação e desenvolvimento de tecnologia aplicada, que nos apre­sentam alternativas para o cresci­mento da cadeia leiteira.

Também sabemos o quanto é importante entender sobre o con­sumo consciente. Cada vez mais, lidamos com uma sociedade bem­informada e exigente, que busca conhecer a procedência da­quilo que consome. Por isso, além de investirmos em novas tecno­logias, precisamos estar atentos a esse movimento e estudar estra­tegicamente o nosso consumidor e seus anseios. Esta é uma nova forma de gerir os negócios. E te­mos que estar preparados para nos manter no topo.

Boa leitura!

João Lúcio Barreto Carneiro Presidente do Silemg

PRÓXIMOS PASSOS

ANO XIX / Número 71 / Outubro e Novembro/2016SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: 3.500 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVAJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaPresidenteGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceVice-presidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTACarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda Carlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri Ltda Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda Estevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda José Márcio Fernandes Silveira - F. Silveira Campos José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios Ltda Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria Ltda Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticínios Jussara S/A Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A Luiz Fernando Esteves Martins - Efetivo Barbosa & Marques S/A Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda

CONSELHO FISCAL SUPLENTECloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa CruzElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceJoão Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTESGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A

PRODUÇÃO: REDE COMUNICAÇÃO DE RESULTADOJornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Gráfico: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Camila Corrêa, Lorena Carmo, Pamella Berzoini e Rayane DieguezDiagramação: Danilo FonsecaFoto de capa: Shutterstock

EXPEDIENTEEDITORIAL

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ZELO DO COMEÇO AO FIM

GIRO NOS ASSOCIADOS 3

Uma pequena produção criada nos fundos de uma lan­chonete, que, após 26 anos de atuação, ganhou destaque no mercado de lácteos. Assim pode ser resumida a história do Laticínios Curral de Minas, localizado em Oliveira, no cen­tro­oeste mineiro. “Comprava o leite da minha mãe, que era produtora, para fazer queijos muçarela e provolone, comer­cializando­os no meu próprio estabelecimento”, conta Ramiz Junqueira, proprietário da empresa.

Seus produtos ganharam visibilidade, a princípio, no mercado de São Paulo e, com o tempo, houve a necessidade de expansão dos negócios. Ocorreu, assim, o crescimento e a consolidação do Laticínios Curral de Minas. “O diferencial da nossa marca está na qualidade dos produtos, que visam manter a tradição e o sabor. Procuramos, constantemente, trabalhar com transparência, seriedade e compromisso com nossos consumidores e colaboradores, sempre focados no in­vestimento em tecnologia e modernização do processo pro­dutivo”, pondera Ramiz.

LATICÍNIOS CURRAL DE MINAS Telefone: (37) 3332­7000 Localização: Rodovia 381, Km 617 ­ Zona Rural, Oliveira Site: www.curraldeminas.com.br

Evolução constanteEm 2016, ocorreu a ampliação da fábrica para aumentar a

capacidade industrial instalada, de 40 para 100 mil litros de leite por dia. “Esse processo de crescimento e modernização fará com que a nossa empresa se torne mais competitiva no mercado. Nos­so objetivo é alavancar a área comercial, ampliando o campo de atuação e lançando novos produtos. Assim, poderemos utilizar a capacidade máxima da indústria”, planeja o empresário.

O Laticínios Curral de Minas está presente nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e parte do nordeste do país. Entre o mix de produtos oferecidos, com mais de 25 itens, têm­se: queijos, requeijão, manteiga e doce de leite.

Esse é o segredo do Laticínios Curral de Minas para se manter competitivo no mercado por mais de duas décadas

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Transparência e compromisso com consumidores e colaboradores são marcas registradas do laticínio

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CATAVENTO LATICÍNIOS Telefone: (32) 3264­1162 Localização: BR 267 Km 55, Guarará Site: www.cataventolaticinios.vitrinevirtual.net

GIRO NOS ASSOCIADOS 4

O Catavento Laticínios é reconhecido pela qualidade e tradição passada entre gerações. Fundada em 1994, na re­gião de Guarará, Zona da Mata mineira, pelo engenheiro civil Luiz Gonzaga, a empresa é administrada na atualidade por sua filha Raquel e seu genro, Antônio Felipe Vieira. Essa gestão próxima e familiar sempre lhes permitiu, entre ou­tros resultados, garantir a efetividade e o alinhamento dos processos de produção. “Temos um controle de qualidade rigoroso. Para isso, oferecemos treinamentos e cursos de ca­pacitação para os nossos funcionários, duas vezes ao ano. Acredito que esse é o grande diferencial da nossa empresa: investir em pessoas e na qualidade dos produtos para cres­cermos ainda mais”, ressalta Antônio Felipe.

O laticínio começou com a produção exclusiva de leite pasteurizado, de saquinho, que atingia uma média diária de 200 litros, e era direcionada para o comércio de Juiz de Fora. Com o passar dos anos, a demanda aumentou e a família de­cidiu investir no desenvolvimento de novos produtos. Hoje, com uma produção diária de 10 mil litros, o laticínio pro­duz, além do leite pasteurizado, ricota, queijo minas e queijo muçarela e conta com uma praça maior para venda – as ci­dades de Juiz de Fora, Mar de Espanha, Bicas e Leopoldina.

Gerando emprego e renda para a região, a empresa mantém 12 funcionários e investe na compra de leite de produtores regionais. “Além de contribuir para a economia dos municípios próximos à fábrica, estamos mantendo a qualidade da nossa matéria­prima, uma vez que comercia­lizamos com produtores que também se preocupam com a pureza do leite”, comenta Antônio Felipe. Para este ano, o objetivo é ampliar a capacidade produtiva do laticínio, de modo que ele possa comportar a fabricação de novos produtos, entre eles requeijão e doce de leite.

VOCÊ NO SILEMG NOTÍCIAS!A história da sua empresa e cooperativa pode aparecer em nossa revista. Os interessados em participar podem enviar e­mail para [email protected], que a nossa equipe entrará em contato.

notíciasAno XVIII - nº 66 - Novembro/Dezembro 2015

Empresas do setor lácteo inovam para

atender um público mais informado,

exigente e que preza por uma vida saudável

Págs. 8 a 11

InovaçãoLaticínios usam redes sociais como o principal

canal de comunicação com o consumidor

págs. 12 e 13Entrevista Marta Pimentel, professora da Fundação Dom

Cabral, fala sobre a importância da marca

págs. 6 e 7

EMPRESA BRASILEIRA

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MERCADOUM NOVOnotíciasAno XIX - nº 67 - Janeiro/Fevereiro 2016

VENDAS ONLINEE-commerce ganha força no país e cria oportunidade para a indústria de laticínios Págs. 8 a 11

De olhoInvestir em nicho de mercado garante vantagem competitivapágs. 12 e 13

EntrevistaValter Galan, da Milk Point, fala sobre o cenário leiteiro e as previsões para 2016págs. 6 e 7

notícias

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ENTRE GERAÇÕES

Catavento Laticínios aposta em um rigoroso controle de quali­dade para a fabricação de seus produtos

A gestão familiar e o investimento nas pessoas permitem ao Catavento Laticínios alcançar resultados competitivos

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115DE OLHO

LADO A LADO

O 1º Concurso de Desenho e Redação promovido pelo Silemg em 2016, junto com o Sindicato das Escolas Parti­culares de Minas Gerais (Sinep­MG), foi um grande suces­so e permitiu que mais de 1.000 alunos se aprofundassem no universo do leite e seus derivados. Os resultados foram tão positivos que, em 2017, o concurso será ampliado e terá uma edição especial para a rede estadual de ensino, ação que se estenderá por quatro anos.

Para o diretor­executivo do Silemg, Celso Moreira, ini­ciativas como essa são fundamentais para que a indústria se aproxime, ainda mais, de seus consumidores. “Promover o conhecimento sobre os benefícios do leite para a saúde é o principal objetivo da atuação do Silemg. A conscientização de crianças e jovens possibilita que essa nova geração saiba, desde cedo, que tem no leite um importante aliado para cres­cer forte e ser um adulto saudável”, reforça.

Oportunidade para toda MinasO concurso será realizado no primeiro semestre deste

ano, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e a Secretaria de Educação de Minas Gerais (See); e contará com a partici­pação dos alunos dos ensinos Fundamental e Médio, além do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).

Com o tema Leite, meu companheiro de aventuras, os alunos do 1º ao 5º ano serão convidados a ilustrar como o alimento pode ser o melhor companheiro nas aventuras vividas na infância, além de um grande aliado nos estu­dos e em seu crescimento. Para as redações dos alunos do 6º ao 9º ano, do Ensino Médio e do EJA, a proposta é trazer para a sala de aula a discussão sobre os mitos e as verdades em relação aos benefícios do leite, tema que vem ganhando força nos últimos anos, principalmente após a chegada das redes sociais.

Os trabalhos serão avaliados por uma comissão forma­da por representantes das instituições envolvidas, além de um corpo técnico composto por profissionais do ensino. Serão premiados três alunos de cada grupo, além dos pro­fessores dos estudantes que conquistarem o primeiro lugar.

GERAÇÕES Estímulo ao consumo de lácteos é tema de concurso envolvendo crianças e jovens de escolas públicas estaduais

REPERCUSSÃO NACIONALA premiação do concurso acontecerá durante a 14ª edição da Exposição do Agronegócio do Leite – Megaleite 2017, realizada entre os dias 28 de junho e 1º de julho, no Expominas, em Belo Horizonte.

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A crise econômica e política vivenciada no país, ao longo dos últimos dois anos, tem afetado diretamente o mercado lácteo. A produção leiteira diminuiu, os cus­tos subiram, o alto índice de desemprego impactou na venda de produtos e as importações apresentaram um crescimento de 8%.

Porém, mesmo diante de um cenário conturbado, a cadeia leiteira comemorou importantes conquistas, tais como o constante trabalho na melhoria da qualidade do leite, por meio da capacitação de produtores rurais, que vem atingindo resultados positivos, e a união do setor no diálogo com a sociedade, de forma a valorizar os benefícios para a saúde através do consumo regular do leite.

Buscar caminhos alternativos como esses é a melhor forma para manter a competitividade do setor. É o que afir­ma o presidente do Silemg, João Lúcio Barreto Carneiro, que, nesta entrevista à primeira edição de 2017 do Silemg Notícias, apresenta os desafios e as expectativas para a ca­deia leiteira nos próximos meses. Confira a seguir.

O ano de 2016 foi de grandes desafios para a indústria de laticínios. O que 2017 reserva para o setor?

O ano será de expectativas e muita cautela. Precisa­mos ver como o país se comportará com o novo Governo, em um cenário com um desemprego de mais de 12 mi­lhões de pessoas, fato que causa a retração do consumo e impacta, diretamente, as indústrias de laticínios. Teremos que agir, novamente, com muito tato, tomando decisões coerentes com a realidade econômica que vivemos. O pri­meiro passo é continuar pensando em medidas de redu­ção de custos, sempre focadas em controles internos, ao invés de aumentar o preço dos produtos, visto que é mui­to importante manter a nossa capacidade competitiva.

A boa notícia é que a economia deve voltar a crescer no segundo semestre de 2017. Mas, a princípio, não podemos ser tão otimistas, pois ainda seremos afetados pelo efeito da crise desses últimos anos.

ENTREVISTA 6

Para João Lúcio Barreto Carneiro, presidente do Silemg, a indústria de laticínios deve agir com cautela e focar em estratégias que incrementem as

vendas e estimulem o consumo de lácteos

A SEGUIR?QUAL O CAMINHO

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Minas Gerais tem grande destaque na produção leiteira. Hoje, quais são os principais gargalos que dificultam o setor no estado a crescer ainda mais?

Minas Gerais lidera a produção brasileira de leite, abas­tece os lares de 20 milhões de mineiros e exporta, para ou­tras unidades da Federação, mais de 50% da sua produção, que atingiu, em 2016, o total de 9,5 bilhões de litros.

Ao comercializar para outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, e o Sul do país, deparamo­nos com uma tributação diferente, o que faz com que os nossos produtos sejam sobretaxados, fato que interfere diretamente no bol­so do consumidor e afeta nossa competitividade fora das fronteiras mineiras.

E no mercado nacional? Quais são as principais dificul-dades enfrentadas na atualidade?

O maior vilão é a importação de produtos lácteos que competem, diretamente, no mercado nacional. É necessário que o Governo crie medidas de controle da entrada desses produtos, de forma a garantir mais estabilidade e segurança em nossa participação junto ao mercado de consumo.

Outro ponto importante, que também prejudica o setor, é o acesso à propriedade rural. Muitas das estradas que nos levam ao produtor apresentam condições precárias, além da constante falta de energia elétrica. Essa situação piora em períodos chuvosos e gera um alto custo para as indústrias. E, por fim, a falta de recursos para investimentos. Com juros altos e crédito escasso, a indústria não consegue captar recursos para investir e alavancar o setor.

Ao falarmos sobre a importância do nosso estado na produção leiteira, vem à mente a questão da qualidade do leite. Como esse desafio avançou em 2016?

Essa é uma das bandeiras do Sindicato e estamos satisfei­tos em ver como as empresas têm atuado junto aos produ­tores de leite, estimulando­os nessa busca e mostrando­lhes os benefícios em oferecer uma matéria­prima de qualidade. Isso vem acontecendo a partir de investimentos da própria indústria, por meio de capacitação desses profissionais e do maior estímulo ao pagamento pela qualidade do leite ao produtor. Instituições parcerias do setor, como a Embrapa, também têm disponibilizado ferramentas que nos ajudam a avaliar os resultados das análises laboratoriais do leite.

Neste ano será preciso manter esse trabalho para que pos­samos eliminar, de vez, a figura dos tanqueiros, que prejudi­cam diretamente a cadeia leiteira, sem qualquer compromisso com a qualidade do leite, os produtores e os consumidores.

Como o senhor analisa a atuação do Silemg durante o ano de 2016?

Cada vez mais, somos reconhecido pelos trabalhos de­senvolvidos e lembrados como entidade referência. Isso vem acontecendo devido ao exercício contínuo de representar e defender o interesse das indústrias de laticínios mineiras.

Em 2016 destaco, como um dos pontos fortes, a nossa tra­dicional e concorrida Assembleia Geral, que, a cada ano, atrai um número maior de associados e se firma como um momen­to estratégico para o diálogo e o debate dos temas que impac­tam o setor, resultando em um volume de informações signifi­cativo com vistas ao entendimento de futuro. Outro destaque é o Concurso de Desenho e Redação, que se tornou a principal ferramenta do Silemg para valorizar e estimular o consumo do leite e a pesquisa entre os jovens sobre o assunto. O 1º Encon­tro de Entidades do Setor Lácteo também foi um importante marco no ano, ao propor a união entre as principais entidades representativas do setor em prol da cadeia leiteira.

E quais são as estratégias já definidas para 2017? Continuaremos cumprindo nosso papel de atuar para

o fortalecimento do setor em Minas Gerais, acompanhan­do todas as ações voltadas para o mercado, de forma a gerar informação e conhecimento aos nossos associados. Além disso, manteremos o auxílio às indústrias de laticínios nas tomadas de decisão e no fortalecimento do associativismo no país e buscaremos trabalhar firmes junto aos governos estadual e federal, de forma a assegurar a competitividade da cadeia produtiva do leite.

Dentro desse planejamento, uma das grandes expectativas é a segunda edição do Encontro de Entidades do Setor Lácteo, a ser realizada pela Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), em São Paulo. O momento será de grande valia para analisarmos, na prática, se os resultados das medidas propos­tas no último ano, entre elas o levantamento de informações junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para orientar os laticínios na tomada de decisão, e o compartilhamento de boas práticas no estímulo ao consumo de leite entre as entidades representativas do setor, foram real­mente efetivas. Dessa forma, poderemos entender melhor os pontos de atenção para, então, seguirmos em frente.

BUSCAREMOS TRABALHAR FIRMES JUNTO AOS GOVERNOS

ESTADUAL E FEDERAL, DE FORMA A ASSEGURAR A

COMPETITIVIDADE DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE

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8CAPA

UMA NOVA ERA

PARA O LEITEUma competição entre empreendedores na busca de

soluções tecnológicas para aumentar a eficiência nos seg­mentos da cadeia produtiva do leite no Brasil. Essa foi a premissa do Ideas for Milk, evento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que mo­vimentou o setor e contou com a participação de pesqui­sadores de instituições renomadas do país, expoentes do agronegócio e investidores.

Um time de especialistas levantou uma série de proble­mas e demandas relacionadas à cadeia do leite, e o desafio dos participantes era apresentar iniciativas para solucioná­las. Ao todo, foram inscritos 137 projetos, que tiveram o apoio de consultorias de mentores designados pela Embrapa. Nas finais regionais, as 40 propostas selecionadas foram apresentadas presencialmente para um corpo de jurados formado por re­presentantes do setor de leite, das áreas de tecnologia da infor­mação e comunicações e especialistas em empreendedorismo.

Estímulo à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas trazem alternativas para o crescimento do setor

Já a final nacional reuniu os oito vencedores regionais para apresentação em Brasília (DF), no final do ano pas­sado. Na ocasião, além de mostrar os trabalhos à banca, eles puderam estar em contato direto com investidores e entender mais a fundo a realidade do setor.

O grande diferencial do Ideas for Milk, porém, foi o es­tímulo ao diálogo entre áreas que até então tinham pouca interface. “Estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial em que a automação e as aplicações da tecnologia não podem ser ignoradas. Nossa economia exige precisão de detalhe na execução, e o agronegócio ainda está a margem disso. Precisamos atrair inteligência para o setor. Somos um ter­reno muito fértil a ser desenvolvido. Aproximar essa de­manda de quem cria as soluções é imprescindível”, explica o chefe­geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins.

Atualmente, o mercado do leite emprega quatro milhões de trabalhadores e conta com 1,3 milhões de produtores atuando

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Paulo Martins, chefe­geral da Embrapa durante a final do Ideas for Milk, em Brasília

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CAMPEÕES DA INOVAÇÃOO Ideas for Milk deu visibilidades a projetos de tec­nologia desenvolvidos por novos empreendedores brasileiros. Conheça os trabalhos de destaque:

1º Lugar: Equipe SCL Rota – Regional Belo HorizonteProjeto: SCL Rota ­ Sistema de Coleta de Leite

O grupo desenvolveu uma plataforma composta por um aplicativo de celular e um software de ge­renciamento web, que automatiza e informatiza o processo de coleta e captação de leite de ponta a ponta. O carreteiro que faz a coleta registra o che­cklist direto na plataforma integrada à base da em­presa que receberá o leite. Além de mais rápido e eficiente, o procedimento diminui a possibilidade de erro e fraude no processo.

2º Lugar: Equipe Salvati & Morais – Regional Juiz de ForaProjeto: Systech feeder ­ Nutrição de precisão para bezerras leiteiras

Trata­se de um sistema integrado hardware/software que monitora, em tempo real, o consumo de con­centrados de bezerras. Por meio de um comedou­ro equipado com um sensor, é possível mensurar a quantidade que o animal está comendo e, a partir disso, definir o momento do desaleitamento, otimi­zar tempo e mão de obra, promover ganho em de­sempenho e reduzir custo alimentar com gerencia­mento eficiente e preciso.

em 99% dos municípios brasileiros. Segundo a Associação Bra­sileira das Indústrias de Leite Longa Vida (ABLV), em 2016, o faturamento do setor atingiu a casa de R$ 100 bilhões. Apesar de todo esse potencial, ele ainda é pouco explorado pelas áreas de tecnologia. “Como pesquisador, vi a abertura de novas pers­pectivas e oportunidades. Essa interação entre a universidade e o mercado possibilita mirarmos em problemas reais e criarmos conhecimento para ser colocado em prática efetivamente”, co­menta Fernando Rangel, professor do departamento de Enge­nharia Elétrica e Eletrônica da Universidade Federal de Santa Catarina, que participou do desafio com alguns alunos.

Quem investe em tecnologia também acredita nessa sinergia entre pesquisadores, desenvolvedores e mercado. Para Rodol­fo Santos, CEO do BMG UpTech, empresa criada para apoiar startups de base tecnológica, propostas como o Ideas for Milk apontam para um caminho muito produtivo. “O agronegócio é um dos mercados mais promissores do país para aplicação de tecnologia. Iniciativas que fortalecem o ecossistema de startups e incentivam a inovação são cruciais para tornar o setor cada vez mais competitivo”, afirma.

Equipe SCL Rota foi premiada pelo desenvolvimento de um sistema de coleta de leite

Final do Ideas for Milk reuniu oito projetos de várias localidades

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1110DE OLHO

Especialização em doces é uma boa opção para empresários que desejam alavancar novos negócios

MERCADO AQUECIDO

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MERCADO AQUECIDO

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Quando o assunto é laticínio, logo lembramos de pro­dutos como leite, queijos e iogurtes. Mas, ao contrário do que muitos pensam, essas não são as únicas especialida­des da indústria. Além dos tradicionais derivados do leite, muitos laticinistas vêm apostando em outros queridinhos da cozinha mineira, os doces. Com a maior bacia leiteira do país, Minas Gerais já é o maior exportador de doces, seguido por São Paulo e Santa Catarina. Somente em 2016, de acordo com informações do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (Mapa), mais de 100 mil quilos de doce de leite foram exportados, o que equivale a US$ 309,774 em exportações no Brasil.

A boa aceitação do produto em outros países tem tor­nado o doce de leite como uma boa oportunidade de ne­gócio. Segundo informações da Exportaminas, entre os meses de janeiro e agosto de 2016, os embarques de doce de leite totalizaram US$ 106,42 mil em Minas Gerais. O produto tem ganhado aceitação nos Estados Unidos, Rei­no Unido, Angola e Bolívia.

Os proprietários da fábrica Doces da Vovó reco­nhecem – e comemoram – o bom momento. Situada na próspera região do Sul de Minas, em São Lourenço, a fábrica mantém a qualidade dos primeiros doces de compota, produzidos em 1942. O famoso doce de leite, que, com o passar dos anos, ganhou novos ingredientes, como frutas frescas e cristalizadas, caiu no gosto dos consumidores. Hoje, com ampla variedade de produtos, os doces que levam leite na composição continuam sen­do o carro­chefe da empresa.

“Atuamos em todas as fases da produção com absoluto rigor e atenção às normas e ao padrão de qualidade. O sabor único e inesquecível é mantido a partir dos proces­sos artesanais, que preservamos para manter a origem dos nossos produtos”, esclarece a executiva da empresa Márcia Dotti. Futuramente, a fábrica pretende alçar novos voos, ampliando a produção e adequando alguns processos para permitir a exportação.

De acordo com o Mapa, a exportação de doces depende da composição de cada produto e dos requisitos sanitários

TRADIÇÃO QUE NÃO SAI DE MODACom lugar cativo na mesa de todos os mineiros, o doce de leite é um dos principais quitutes pro­duzidos pelos laticínios do Estado. A fórmula simples de leite, açúcar e bicabornato de sódio é destaque na produção do Laticínio Funarbe, responsável pela produção e gestão dos produ­tos da marca Viçosa, com o apoio da Universi­dade Federal de Viçosa (UFV). O diferencial do produto está diretamente ligado à qualidade dos seus ingredientes, principalmente a do leite, que é proveniente da microrregião de Viçosa, constan­temente monitorada.

Neste ano, o doce de leite Viçosa confirmou o seu favoritismo e alcançou novamente o lugar mais alto do pódio no 42° Concurso Nacional de Pro­dutos Lácteos . O feito manteve o produto como o melhor doce de leite pastoso do Brasil. O prêmio é o nono recebido pela versão tradicional do doce de leite e o quinto consecutivo, o que amplia o seu próprio recorde de conquistas no concurso e o mantém como o mais premiado do país.

dos países importadores. Para fazer a venda de produtos de origem animal, por exemplo, o estabelecimento deve estar sob regime de fiscalização federal (SIF). “A burocra­cia é necessária e não intimida àqueles que querem crescer. Os números provam que estamos em um bom momento, o mercado está aquecido e o produto doce nunca foi tão querido e procurado”, acrescenta Márcia.

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RASTRO DA

QUALIDADENO

12SUSTENTABILIDADE

mesa. “É importante saber de onde o alimento vem, como ele foi produzido e os impactos gerados. Além da saúde, que é a minha prioridade, tem a questão socioambiental: pro­curo saber como os animais estão sendo tratados, se os tra­balhadores têm seus direitos garantidos. Cada uma dessas informações tem grande importância”, afirma.

Tendo consciência sobre a relevância dessa mudança comportamental para a competitividade dos negócios, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) elaborou uma plataforma voltada para a rastreabili­dade do leite. Trata­se de um aplicativo de celular, associado a um selo de garantia de origem, que possibilita ao consu­midor acessar, no ato da compra, as informações sobre o caminho percorrido pelo leite. Para garantir a confiabilida­de dos dados, os pesquisadores também criaram um equi­pamento para tecnificar a coleta e o transporte, captando informações de produção e qualidade do produto, aumen­tando, assim, a confiabilidade na cadeia produtiva.

O projeto nasceu do desafio Ideas for Milk, lança­do pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no ano passado, com objetivo de incentivar

A rastreabilidade alimentar pode ser a resposta a um consumidor cada vez mais consciente e exigente

O conceito não é novo. A rastreabilidade pode ser de­finida como a possibilidade de se identificar a origem dos produtos e o caminho percorrido por eles ao longo da cadeia produtiva até chegar às mãos do consumidor. Assim é parte fundamental dos programas de garantia de qualidade, segurança e integridade dos alimentos. O que mudou foi a consciência e a busca de informação por parte das pessoas.

A preocupação com a origem daquilo que se consome e sobre os modos de produção vem aumentando, principal­mente em relação à alimentação. Estima­se que o mercado de produtos orgânicos no Brasil tenha crescido mais de 30% no último ano. Uma das justificativas de quem compra esse tipo de alimento é a garantia de origem, como no caso da turismóloga Camila Medeiros que, há anos, passou a pres­tar mais atenção na escolha dos produtos que coloca na sua

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startups com soluções para o mercado leiteiro (veja na pág. 8). “Queríamos uma ferramenta que atingisse os atores dessa cadeia, de ponta a ponta, integrando fa­zenda, laticínios e consumidor. Ao oferecer informação ao comprador, o aplicativo dá visibilidade aos laticínios que trabalham com seriedade e comprometimento com a segurança e a qualidade do alimento”, pontua o profes­sor do Departamento de Veterinária da UFLA e um dos desenvolvedores do sistema, Marcos Mattos.

Qualidade de ponta a pontaÉ importante ressaltar, porém, que a rastreabilidade é

apenas um dos aspectos necessários à construção da qua­lidade de um produto. Ela não deveria ser encarada como um diferencial, mas como parte inseparável da concepção de uma agenda de qualidade, segurança e integridade dos alimentos. “Saber a origem e as condições de produção do leite desde a ordenha é fundamental para o laticínio e a indústria. Sem essas informações é impossível identificar falhas ou fraudes na cadeia, o que pode comprometer a integridade da empresa e a qualidade do que é produzido. Existem ainda várias questões que devem receber maior

atenção. Um exemplo é o controle da venda e do uso de medicamentos como antibióticos”, explica o especialista da Embrapa, Marcelo Bonnet.

Ele ainda defende a necessidade de iniciativas governa­mentais que permitam obter os dados necessários para a rastreabilidade, para que ofereçam uma base de informações qualificadas sobre a produção leiteira no país. Um exemplo é o Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite (SIMQL), desenvolvido pela Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa). O software permite gerenciar dados e informações relativos à qualidade do leite sob inspeção federal, conforme as amostras de leite analisadas pela Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), e monitorar, de forma ágil e transparente, a qualidade do produto entregue pelos laticí­nios. A expectativa é de que as informações sejam disponibi­lizadas para diferentes esferas do governo, além de empresas, universidades e centros de pesquisa, ajudando na elaboração de políticas públicas para desenvolvimento do setor.

“A qualidade do leite exige controles preventivos, proa­tivos e sistemáticos. A amostragem e a análise da matéria­­prima e dos produtos continuará sendo essencial, mas é sempre secundário ao processo de construção da qualidade ao longo de toda a cadeia. Por isso, é indispensável a cria­ção de políticas efetivas de Estado voltadas para educação, capacitação, empoderamento social, desde o campo até os pontos de venda, e envolvendo o consumidor. A rastreabi­lidade passa a ser, assim, parte dos programas necessários para construir a cadeia, demonstrando sua competência de forma transparente e atendendo às necessidades do consu­midor”, defende Marcelo.

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14SAÚDE COM SABOR

O leite é um item essencial nas dietas para quem busca aumento de massa magra

PROTEÍNA DEALTO VALOR

Ao praticar atividade física contínua e de alta intensi­dade, a regra é clara: antes do treino é importante consu­mir carboidratos, para dar energia, e, depois, proteínas, que se decompõe em aminoácidos, nutrientes essenciais para o corpo humano e para a recuperação dos músculos que se lesionam durante o exercício. E um dos alimentos que possui todos os nutrientes indispensáveis para essa reposição é o leite.

Por ser de origem animal, o leite, assim como seus de­rivados e as carnes, oferece ao esportista proteínas de alto valor biológico, que possuem carboidratos e todos os ami­noácidos necessários, principalmente os chamados essen­ciais, que são adquiridos apenas por meio da alimentação.

O leite apresenta alto valor nutricional em sua com­posição, sendo rico em minerais (0,8%), como cálcio, po­tássio, sódio e magnésio, além de água (87%), carboidrato (5%), lipídios (4%), vitaminas (0,2%) e proteínas (3%), que possuem significativo valor biológico. São elas: caseínas (80%) e as proteínas do soro do leite (20%), responsáveis pela absorção de minerais e proteção imunológica.

Devido às altas propriedades proteicas do leite, a indús­tria de suplementos reaproveita muitos desses elementos em seus produtos, a exemplo da whey protein, produzida a partir do soro do leite. A whey, considerada “proteína pa­

drão ouro”, tem alta capacidade de oferta de aminoácidos essenciais ao organismo, o que leva a um resultado satisfa­tório na recuperação muscular e ganho de massa magra.

Uma opção de baixo custo, que também cumpre esse papel, mas de forma mais lenta por conter em sua compo­sição, além de proteínas, gorduras, carboidratos e lactose, é o leite. “A caseína é uma das porções proteicas encontra­das em abundância no leite de vaca. Presente no alimen­to, é uma opção alimentar consumida em lanches inter­mediários do dia ou antes de deitar. Por ser uma parcela proteica do leite de mais absorção, oferta aminoácidos para o sangue de forma gradativa enquanto dormimos”, explica a nutricionista esportiva Janaína Gordon.

Os adeptos às atividades físicas, porém, devem ficar atentos à quantidade ingerida de leite e derivados. Por mais que eles sejam uma ótima opção para a reposição de pro­teínas, é importante lembrar que se trata de uma fonte de gordura relevante. O integral, por exemplo, apresenta um teor mínimo de 3% de gordura, enquanto o semidesnata­do, tem de 0,6% a 2,9%, e o desnatado, até 0,5%.

“Esse é um ponto de atenção. Alimentos com alto teor de gordura vão na contramão do aumento da massa mus­cular. Por isso, deve­se sempre optar pelo consumo de leite e derivado semi ou desnatado. Essa é a melhor forma de consumir um alimento completo, cheio de propriedades saudáveis e sem restrições alimentares”, pondera Janaína.

Bom para todos

Quem não possui nível alto de intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca, pode incluir, sem medo, leite e deri­vados em sua dieta alimentar. “É um alimento que provoca saciedade, além de ser prático para consumo, o que contri­bui na dieta daqueles que têm uma rotina mais atribulada”, observa a nutricionista.

Uma dica é a mistura do leite com frutas, o que diminui o índice glicêmico da fruta e o impacto dos níveis de açú­car no organismo. A dieta também pode incluir derivados com baixo teor de gordura, como iogurtes, queijo cottage,

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requeijão light, ricota e minas frescal. “O leite, bem como seus derivados, é um alimento completo para quem pratica atividade física. Se a pessoa não apre­senta nenhuma restrição, é uma das fontes alimenta­res em qualquer dieta e reeducação alimentar.”

B2

NA QUANTIDADE IDEAL

Um adulto sedentário deve ingerir de 0,8 a 1,0 g de proteína por dia para cada quilo de seu peso, de modo a repor a quantidade de proteí­nas exigidas pelo corpo. Já quem faz atividade física, pode aumentar essa quantidade para até 2 g/dia, afim de reparar os músculos, visto que as proteínas costumam ser consumidas pelo metabolismo como fonte de energia.

Lembre­se: o corpo não tem estoque de proteínas. Elas precisam sempre ser repos­tas diariamente.

Fonte: Leite Faz Seu Tipo

O QUE O LEITE TEM!

Caseína: proteína rica em aminoácidos essenciais para o ganho de massa magra, absorvidas mais lentamente. São recomen­dadas ao deitar ou como lanches interme­diários no dia.

Minerais: um dos principais é o cálcio, que auxilia na constituição da massa óssea. Vale ressaltar, também, a presença de fósforo, magnésio, zinco e selênio.

Vitaminas: principal fonte da vitamina B2 ­ importante para o sistema respiratório e da vitamina A.

Proteína do soro do leite: auxilia na absorção de minerais e na proteção imunológica por oferecer aminoácidos essenciais que o corpo não sintetiza.

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