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Ação Janeiro/Fevereiro 2010 | 1 Jornal Ação relembra a trajetória da maior entidade de classe da América Latina ANABB 24 anos de representatividade ANABB 24 anos de representatividade Rede credenciada é foco na Cassi A entidade empenha-se para melhorar o relacionamento com prestadores e a assistência aos participantes Projeto Cão-Guia Deficientes visuais ganham importante aliado para a independência Aposentadoria Saiba quais fatores devem ser levados em conta ao escolher a cidade onde morar quando se aposentar ANO XXIV - N O 205 - JANEIRO/FEVEREIRO 2010

ANO XXIV - NO 205 - JANeIrO/feVereIrO 2010 Rede ... · WILLIAm JOSé ALVeS BeNTO ... Armando César Ferreira dos Santos Augusto Carvalho Cecília Garcez ... Desde o lançamento, em

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Ação Janeiro/Fevereiro 2010 | 1

Jornal Ação relembra a trajetória da maior entidade de classe da América Latina

ANABB24 anos derepresentatividade

ANABB24 anos derepresentatividade

Rede credenciadaé foco na CassiA entidade empenha-se para melhorar o relacionamento com prestadores e a assistência aos participantes

Projeto Cão-GuiaDeficientes visuais ganham importante aliado para a independência

AposentadoriaSaiba quais fatores devem ser levados em conta ao escolher a cidade onde morar quando se aposentar

ANO XXIV - NO 205 - JANeIrO/feVereIrO 2010

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CArTAS

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser re-sumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras entidades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações, envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DF.

jornal Ação

ANABB: SCRS 507, Bl. A, Lj. 15 – CEP: 70351-510 – Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442 9696Site: www.anabb.org.br redação: Priscila Mendes, Tatiane Lopes, Elder Ferreira e Ariane Póvoa Anúncio: Fabiana Castro E-mail: [email protected] edição: Ana Cristina Padilha revisão: Cida Tabozaeditoração: Raido Propaganda foto da capa: Photos to Go Tiragem: 105 milBanco de imagem: Photos to GoImpressão: Gráfica Positiva fotolito: Photoimage

DIreTOrIA eXeCUTIVA

CONSeLHO DeLIBerATIVO

VALmIr CAmILOPresidente

WILLIAm JOSé ALVeS BeNTOVice-presidente Administrativo e Financeiro

NILTON BrUNeLLI De AzeVeDOVice-presidente de Comunicação

emíLIO SANTIAgO rIBAS rODrIgUeSVice-presidente de Relações Funcionais eLAINe mICHeLVice-presidente de Relações Institucionais

Antonio gonçalves (presidente)Alcir Augustinho Calliari Ana Lúcia Landin Antilhon Saraiva Armando César Ferreira dos SantosAugusto Carvalho Cecília Garcez Denise Vianna Douglas Scortegagna Élcio BuenoGenildo Ferreira dos ReisGraça MachadoInácio da Silva Mafra Isa Musa José Antônio Diniz de OliveiraJosé Branisso José Sampaio de Lacerda Júnior Luiz Antonio CareliMércia PimentelRomildo Gouveia Vitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSeLHO fISCAL

Cláudio José zucco (presidente)Antônio José de Carvalho Saul Mário MatteiMaria do Céu BritoTereza Cristina Godoy Moreira Santos Vera Lúcia de Melo

DIreTOreS eSTADUAIS

Ivan Pita de Araújo (AL)Ângelo Raphael Celani Pereira (AM)Olivan de Souza Faustino (BA)Maria José Faheina de Oliveira (Mazé) (CE)Elias Kury (DF)Sebastião Ceschim (ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Campos Drumond Júnior (MA)Wagner Cardoso de Mesquita (MG)Edson Trombine Leite (MS)Ivan Demetri Silva (MT)Fábio Gian Braga Pantoja (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Francisco Carvalho Matos (PI)Moacir Finardi (PR)Marcelo Antonio Quaresma (RJ)Hermínio Sobrinho (RN)Sidnei Celso da Silva (RO)Paulo Edgar Trapp (RS)Carlos Francisco Pamplona (Chico Pamplona) (SC)Almir Souza Vieira (SE)José Antônio Galvão Rosa (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

SINAL DOS TempOS IRecebi o Jornal Ação 204 e, entre todas as matérias, muito boas por sinal, gosta-ria de parabenizar o Brunelli pelo tema “O Sinal dos Tempos”. Ele escreveu de uma maneira muito simples e agradá-vel, inclusive vivenciei as diversas co-locações que ele fez. Portanto, gostaria de agradecê-lo pelos momentos de boa leitura e lembranças que me proporcio-nou. Parabéns. Sérgio Ricardo ArecoCuritiba – pr

SINAL DOS TempOS IILi a opinião “O Sinal dos Tempos”, es-crita pelo Sr. vice-presidente de Comu-nicação, Nilton Brunelli, e resolvi exter-nar também a minha opinião. Parabéns Brunelli, pela exposição irretocável, per-feita. Cheguei a me emocionar com as lembranças que o texto me trouxe. Apo-sentei-me em 1992 e vivenciei isso tudo que foi escrito. Relembrei tudo com lá-grimas nos olhos e o coração apertadi-nho, pois sei que isso é passado; o mun-do e o BB de hoje são completamente outros. Mas foi um passado gigantesco, cheio de glórias, crescimento, muitas alegrias e poucas tristezas. Valeu!Alexandre Zaia NetoBrasília – Df

preVIExcelentes matérias do Jornal Ação 204: “Previ: Isonomia no Plano de Be-nefícios 1” e “Que Previ Queremos?”. Preocupante o fato de nossos diretores na Previ estarem mais para patrão do que para empregado. Fiscalização pú-blica externa paga pelo fiscalizado, isso

é antidemocrático, perigoso, se não ile-gal, é ilegítimo. Será que as empresas estão correndo o risco de ter que pagar diretamente pela fiscalização da Recei-ta Federal etc? Absurdo. Isonomia. Senti alívio imenso quando vi o assunto trata-do pela Associação.José Morellimaringá – pr

VITórIA NA JUSTIçA IInformo que recebi a correspondência sobre o processo de IR venda de férias, licenças-prêmio e abonos. Cientifico que a importância já foi creditada em minha conta-corrente. Aproveito para agrade-cer o empenho e parabenizar pela for-ma competente que o caso foi conduzi-do. Grato.Rômulo Lagorecife – pe

VITórIA NA JUSTIçA IIQuero agradecer e parabenizá-los por mais uma vitória no processo de IR ven-da de férias, licenças-prêmio e abonos. Tem sido muito bom o trabalho de vo-cês. Obrigado. Marcos Antônio SilvaSão paulo – Sp

VITórIA NA JUSTIçA IIIRecebi correspondência da ANABB/ DIFAP sobre meu processo de IR ven-da de férias, licenças-prêmio e abonos. Aproveito o ensejo para agradecer por mais essa vitória da ANABB, sempre contribuindo para melhorar a vida de seus associados.Zulma Pequeno Paes BarretoCachoeiro de Itapemirim – eS

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anunciadas por algumas entidades e sindicatos de bancários contra a tal resolução. Exatamente porque nossa entidade ti-nha e tem clara certeza de que este era e é mais um ato teatral dos sindicatos e apenas ingênuos movimentos de entidades que ainda acreditam no poder de decisão rápida da Justiça no Brasil. A Resolução CGPC nº 26 é política e deve ser resolvi-da politicamente pelos pais da matéria, ou seja, Lula e Partido dos Trabalhadores. No entanto, até agora, nada foi feito poli-ticamente pelo governo e pelo PT para mudar esta situação. Tampouco as “vitoriosas” decisões judiciais conseguiram im-pedir o Banco do Brasil de contabilizar mais de R$ 7 bilhões do superávit da Previ em seu balanço. E, concretamente, durante o período de edição da Resolução CGPC nº 26 do Lula, só fo-ram penalizados, mais uma vez, os participantes e associados da Previ.

Vale acrescentar ainda que, passados mais de sete anos do início do governo Lula, o Voto de Minerva deixou de ser do FHC, somente, para ser o Voto de Minerva do FHC e do Lula. Isto por uma razão bem simples: os dois governos utilizaram o dispositivo para atingir seus objetivos e sete anos é tempo por demais suficiente para mudar este dispositivo estatutário na Previ, caso houvesse verdadeiramente interesse na mudan-ça. Para que não fiquem dúvidas, acho bom ressaltar que esta análise prende-se exclusivamente aos temas Voto de Minerva e Resolução CGPC nº 26, no comparativo entre os dois gover-nos. Uma observação mais completa entre os dois governos e suas relações com o Banco do Brasil e seus funcionários deve-rá ser objeto de outra carta.

CArTA DO preSIDeNTe

VOTO De mINerVA vERSuS reSOLUçãO CgpC Nº 26

Valmir CamiloPresidente da ANABB

No fim do ano passado, li uma matéria publicada no Jor-nal Espelho, editado pela chamada Comissão de Empresa – mesa negociadora representante dos sindicatos de bancários ligados à Contraf-CUT –, em que a diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília e Conselheira Deliberativa eleita da Previ Mirian Focchi tecia opiniões e críticas ao Voto de Minerva. Ape-nas para lembrar, o Voto de Minerva é o dispositivo estatutário da Previ que garante ao presidente do Conselho Deliberativo, indicado pelo Banco do Brasil, decidir as votações quando os três conselheiros deliberativos eleitos votarem diferente dos três conselheiros deliberativos indicados pela empresa, provo-cando o empate nas votações. A dirigente chamou o dispositi-vo estatutário de Voto de Minerva do FHC.

No auge das discussões sobre a crise econômica que se abateu pelo mundo no fim de 2008 e pouco depois de ter sido deflagrado processo interno de discussão para distribuição do superávit da Previ no fim de 2007, foi editada a Resolução CGPC nº 26. A norma legal foi assinada pelo atual ministro da Previdência e colega do Banco do Brasil, ex-diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, deputado federal pelo Partido dos Tra-balhadores e ex-integrante da Executiva Nacional dos Funcio-nários do Banco do Brasil – mesa negociadora representante de todos os sindicatos de bancários do país –, José Pimentel. A resolução foi obra encomendada para facilitar a vida do Banco do Brasil e bloquear a distribuição de superávit aos par-ticipantes da nossa Caixa de Previdência. Seguindo o raciocínio da senhora Mirian Focchi, posso chamar a resolução de Reso-lução CGPC nº 26 do Lula.

Resolvi, então, fazer pequena análise sobre o que foi pior para os participantes da Previ, se o Voto de Minerva do FHC ou a Resolução CGPC nº 26 do Lula. O dispositivo estatutário da Previ foi usado no governo FHC uma vez, para que a enti-dade pagasse cerca de R$ 2 bilhões em impostos considera-dos devidos pelo governo. Neste caso, os eleitos foram contrá-rios ao pagamento e os indicados foram favoráveis; então, o presidente do Conselho Deliberativo usou o Voto de Minerva. Em julho de 2007, no governo Lula, mais uma vez os eleitos foram derrotados pelo Voto de Minerva na proposta de anteci-pação da aposentadoria para as mulheres aos 45 anos. Assim, no caso do Voto de Minerva, a contabilidade aponta empate entre os governos Lula e FHC. No entanto, uma vitória de dois a zero do governo contra os participantes e associados da Previ.

Relativamente à Resolução CGPC nº 26 do Lula, a ANABB sempre se posicionou contra as medidas judiciais “vitoriosas”

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CApA

ANABB24 ANOS A SerVIçO DO fUNCIONALISmO e DO BBA maior associação de uma única classe de trabalhadores da América Latina completou 24 anos. São mais de duas décadas de conquistas e vitórias que beneficiam os mais de 100 mil associados

Por Priscila Mendes

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Tudo começou em 1986. Naquela época, o cenário era de luta por mudanças que fizeram funcionários do Banco do Brasil mobilizarem-se em torno da criação de uma entidade que de-fendesse o Banco e os interesses e direitos do funcionalismo. Nascia então a ANABB.

Hoje, a Associação é uma instituição consolidada, que busca se fortalecer ainda mais e conta com a participação dos asso-ciados (corpo social) para as decisões de grande importância, a exemplo da votação em 2009 que aprovou a reforma estatutá-ria da entidade. O novo estatuto adequou a ANABB à realidade do funcionalismo do BB. Entre outras melhorias, está a amplia-ção da defesa feita pela entidade em favor dos associados no que diz respeito aos direitos do consumidor.

Durante esses 24 anos, todo o trabalho foi realizado com o propósito de garantir os direitos do corpo social e de defender o funcionalismo, o Banco do Brasil e a sociedade, além de ofere-cer aos associados produtos e serviços criados especialmente para eles. Veja a seguir.

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ANABBPrev – fundo de pensão instituído pela ANABB que em ape-nas um ano já possui patrimônio de R$ 2 milhões. É um fundo multi-patrocinado, inserido na previdência associativa e sem fins lucrativos. Desde o lançamento, em dezembro de 2008, o plano bateu todos os recordes do setor. Isso mostra credibilidade, e os associados reconhe-cem a importância de investir e pensar no futuro.

“Tenho um plano de previdência, mas quis complementá-lo com o ANABBPrev. Quero ampliar o conceito de cultura previdenciária. Além disso, tenho uma filha e pensei na segurança financeira e na tranquilidade da minha família”, Hélio Gregório da Silva.

“O serviço de assessoria jurídica é feito pela ANABB com competência e dedicação. A entidade leva a sério seu papel em defesa do funcionalismo”, Celso Benini.

Assessoria Jurídica – a entidade está atenta a todas as questões ligadas ao fun-cionalismo e não mede esforços para resolvê-las. Prova disso são as ações judiciais em que a ANABB fez valer o direito dos associados. São diversas modalidades de ações (coletivas e individuais) que tramitam na Justiça. A primeira ação impetrada pela ANABB em favor dos associados foi em 1986, ano de sua fundação. Desde então, já foi pago pela Justiça mais de R$ 1,6 bilhão em ações judiciais aos asso-ciados representados pela entidade.

Convênios – a ampliação dos convênios trouxe mais um benefício para os as-sociados da ANABB. São descontos em produtos e serviços, como em monta-doras de automóveis, instituições de ensino, restaurantes, academias, médicos, consultorias, locação de carros, lojas de vestuário, hotéis e muito mais. Essa é uma parceria entre a Associação e entidades comerciais, prestadores de serviços e profissionais que integram uma rede com mais de 1.200 convênios.

“Meu filho cursa Comunicação Social no Distrito Federal. É um curso caro. Tenho 20% de desconto e isso ajuda. Re-presenta mais dinheiro no meu bolso”, Elpídio Taube.

A ANABBpreV ATINgIU, em ApeNAS Um ANO, pATrImÔNIO De r$ 2 mILHÕeS.

fOI pAgO peLA JUSTIçA mAIS De r$ 1,6 BILHãO em AçÕeS JUDICIAIS AOS ASSOCIADOS.

A ANABB CeLeBrOU mAIS De 1.200 CONVÊNIOS.

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OdontoANABB – em janeiro de 2008, foi criado o plano odontológico sem custo adicional para todos os associados. Também é possível incluir de-pendentes, inclusive filhos solteiros de qualquer idade, por um baixo custo. O OdontoANABB conta com uma rede de mais de 14 mil dentistas creden-ciados em todo o país.

Seguros ANABB – todos os associados da ANABB possuem o Decesso Automático, que garante R$ 3 mil, em caso de óbito do associado, do cônjuge e dos filhos (menores de 24 anos). Os associados que mantêm a mensalidade em dia concorrem ao Prêmio Pontualidade, com quatro sorteios mensais. Ainda é possível ampliar a cobertura com aquisição do Decesso Complementar ou Complementar Master. Nas duas modalidades, os segurados também concorrem ao valor das apólices em vida.

ANABB Cidadania – a ANABB sempre se preocupou em pôr em prática o conceito de responsabilidade social em suas administrações. O primeiro trabalho foi em 1993, em parceria com o projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, dirigido pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. O programa ANABB Cidadania está ao alcance de todos e tem o intuito de incentivar os funcionários do BB a participarem de ações sociais, destinando recursos aos comitês para que possam contribuir com o desen-volvimento das comunidades menos assistidas de norte a sul do país.

“Foi uma surpresa, quando recebi o telefonema da ANABB. Pesquisei sobre o prêmio e o conferi com a Loteria Federal. A ANABB me ajudou na compra do meu carro”, Alessandra Vieira Soares.

“É fundamental que nossas apresentações sejam de qualidade. E a doação dos equipamentos pelo programa da ANABB tornou vi-ável a continuidade do nosso projeto”, Rejane Pacheco, maestrina do projeto Reciclando Sons na Vila Estrutural (DF).

“Os funcionários do Banco têm um excelente plano de saúde, porém estava faltando um plano que cuidasse da parte odonto-lógica. Quando a ANABB criou o OdontoANABB, foi ótimo, pois cobriu mais uma necessidade”, Décio Bottechia Júnior.

O ODONTOANABB pOSSUI 107.212 TITULAreS e 29.839 DepeNDeNTeS.

A ANABB JÁ pAgOU 5.862 SegUrOS, em Um TOTAL SUperIOr A r$ 18 mILHÕeS.

mAIS De 100 prOJeTOS SOCIAIS eSTãO SeNDO BeNefICIADOS.

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Este espaço foi reservado para relembrar a atuação da ANABB em acontecimentos que marcam a história da entidade.

1987Informação

O jornal da entidade, criado em mar-ço de 1987, foi batizado como Ação, em sua terceira publicação, em outu-bro daquele ano. Desde então, o jornal passou a ser referência entre as publi-cações direcionadas ao funcionalismo do Banco do Brasil. Com mais de 200 edições, o Ação é distribuído em todo o Brasil e chega à casa de milhares de associados. Informação de qualidade e de interesse dos bancários do BB são marcas registradas do jornal da maior associação da América Latina.

1991Compromisso

A entidade entregou em 1991 sub-sídios para deputados federais elabo-rarem projetos de lei que tratassem da nova configuração do sistema financei-ro nacional. A ANABB defende a tese de que o BB deve cumprir papel efetivo de banco público.

1993 e 2007Cidadania

Em 1993, a ANABB embarcou no caminho da responsabilidade social com o programa Brasil sem Fome. Uniu-se a Betinho, à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), à Associação Brasileira de Impren-sa (ABI) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para estimular os funcionários do BB a participarem do projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Na oca-sião, foram criados mais de 2 mil co-mitês no âmbito do Banco do Brasil. Em 2007, a ANABB ampliou o progra-ma e deu a ele novo nome: ANABB Cidadania. O programa expandiu a área de atuação dos projetos, como os de res-socialização de presidiários e de jovens e adolescentes em conflito com a lei.

1994Intervenção

O governo fez ataques aos fundos

de pensão em 1994. Exigia que os re-cursos das entidades fossem aplicados na compra de títulos da dívida pública, com juros de 8% a 12% ao ano, enquan-to a inflação superava 2.700% ao ano. A ANABB conseguiu liminar na Justiça para evitar a compra desses títulos, que afetaria o patrimônio da Previ.

1995representação

Mobilização total da ANABB em mea-dos de 1995, quando o então presiden-te do BB, Paulo César Ximenes, implan-tou o Programa de Demissão Voluntária (PDV), sem ter feito planejamento estra-tégico. A Diretoria da ANABB publicou nota nos principais jornais do país cujo título, “O desmonte do Banco do Brasil”, não deixava dúvidas sobre a equivoca-da política administrativa dos então di-rigentes do Banco e o pesado ônus que o governo havia imposto à instituição. A ANABB também encaminhou denún-cia à Procuradoria-Geral do Trabalho

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contra o Banco do Brasil e seus direto-res, no sentido de evitar os grandes pre-juízos, estimados em R$ 650 milhões, provocados pela implantação do PDV e seus desdobramentos. Foi aí que o Ban-co se viu forçado a firmar compromisso de acabar com a figura discriminatória dos “elegíveis” e a não efetuar demis-sões compulsórias.

ConquistaEm setembro de 1995, a ANABB

obteve liminar no mandato de segu-rança ajuizado contra a Receita Fe-deral para impedir o recolhimento do Imposto de Renda pelo Banco sobre a venda de benefícios (férias, licenças-prêmio, abonos ou folgas). A partir daí, o IR passou a ser depositado em juízo. Em agosto de 1999, os associados puderam reaver esse dinheiro deposi-tado. No total, foram disponibilizados a 83 mil associados R$ 247.326.475,90. A vitória foi ainda maior! Com o julga-mento, essas verbas passaram a ser consideradas indenizatórias e, por isso, definitivamente isentas de IR. Somente em janeiro de 2009, a Receita Federal publicou, no Diário Oficial da União, Solução de Divergência, comunicando que os valores referentes à venda de férias estão isentos da retenção de IR.

1996participação

Foi lançado o Clube de Investimento dos Funcionários do BB (CIN), que abriu ao funcionalismo a oportunidade de participar do capital do Banco e ocupar espaço no Conselho de Administração.

ConhecimentoEm 1996, a ANABB lançou o

Clipping. Eram enviados, aos direto-res estaduais e aos representantes da Associação, recortes com o notici-ário da grande imprensa sobre o BB. Os anos se passaram, a comunica-ção ficou mais ágil e dinâmica. Hoje, a

Associação envia, gratuitamente, para o e-mail dos associados o resumo das prin-cipais notícias de jornais de todo o Brasil. Atualmente, o Clipping é enviado diaria-mente para 30 mil e-mails. Para o asso-ciado que tem interesse em receber as notícias dos principais jornais de grande circulação do país, basta entrar no site da ANABB, no link autoatendimento, e solici-tar o recebimento do Clipping.

1997política

Em 1997, a ANABB participou da luta contra a Reforma da Previdên-cia. Naquele ano, além da atuação no Congresso Nacional, a Associação inci-tou o debate com os seminários Rumos da Previdência no Brasil e I Seminário Nacional dos Funcionários Aposenta-dos do BB. Com base nessa discussão, foi publicado o caderno Repensando a Previdência, que, além de orientar os associados, consolidava toda a discus-são política e técnica sobre o assunto.

Mesmo sem encerrar o dissídio, o Banco demitiu 500 funcionários, em abril de 1997. A medida estimulou ajuizamento do dissídio pela Contec. A ANABB procurou o apoio de parla-

mentares e representantes do Judiciá-rio para reverter as demissões. O resul-tado foi a instauração de inquérito civil contra a Diretoria do Banco e a revisão de 150 demissões.

1997 e 2007estratégia

Atenta ao dia a dia do Banco, em maio de 1997, a ANABB encomendou pesquisa para aferir o nível de motiva-ção do funcionalismo. Os resultados constataram que, segundo 80% dos entrevistados, os sentimentos que me-lhor definiam o espírito do corpo fun-cional eram de mágoa, descrença no futuro e insegurança. A consulta envol-veu a opinião de 800 funcionários de todo o país. Em novembro de 2007, a ação repetiu-se e nova pesquisa foi en-comendada pela ANABB, em que foram ouvidos mais de mil funcionários lota-dos em agências. Eles se manifestaram sobre diferentes questões, como remu-neração, motivação, imagem do BB etc. Um dos pontos de insatisfação dos fun-cionários, levantados nessa pesquisa, foi a política de metas do BB. Mais de 50% dos 1.088 funcionários entrevista-dos a desaprovaram.

1999

Entrega dos cheques da ação do IR sobre venda de férias, licenças-prêmio e abonos

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CompromissoEm 2000, o governo encomendou

relatório sobre as instituições finan-ceiras públicas federais à consultoria Booz-Allen & Hamilton para mostrar que essas instituições não são com-petitivas e devem mudar estrategica-mente. Entre as propostas, estava a privatização. Diante disso, a ANABB encomendou trabalho ao professor Alberto Matias, economista da Uni-versidade de São Paulo (USP), que fez análise técnica sobre o parecer e encontrou erros de conceitos e fór-mulas, além de imprecisões técnicas. As informações levaram Matias a clas-

sificar o relatório como cientificamen-te inválido. O tema foi apresentado à sociedade durante o I Fórum Nacional de Debates ANABB. Cópia do docu-mento também foi encaminhada ao Ministério da Fazenda e à Presidência do Banco. O relatório Booz-Allen & Ha-milton foi engavetado.

2002Atuação

Em 2002, a ANABB iniciou ação civil pública para limitar o valor das parcelas do financiamento imobiliá-rio Previ/Carim e desobrigar o des-conto em folha salarial. Foi também nesse ano que a ANABB impetrou ação que reivindicava a correção do cálculo da multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS para os asso-ciados que saíram no PDV.

2003Habitação

Em abril de 2003, foi criada a COOP-ANABB, uma cooperativa habi-tacional que possibilita aos coopera-dos a aquisição segura de imóvel de boa qualidade, com facilidade de pa-gamento e a preço mais acessível que os cobrados pelo mercado imobiliário convencional. Três empreendimentos já foram entregues, sendo dois no Distrito Federal e um em Salvador.

2003 e 2008Benefícios

No Ação nº 161, de junho de 2003, os associados liam a seguinte notícia: “Plano de saúde odontológico: vantagem para os associados ANABB − A ANABB e a Fenabb firmaram parceria para ofere-cer a seus associados os benefícios do melhor plano odontológico empresarial do país. (...) Trata-se da Odontoprev, que, com 15 anos de experiência no mercado, atende a mais de 650 mil associados, através da assistência prestada por cer-ca de 8.500 especialistas. (...) O acesso aos benefícios custará apenas R$ 15,94 mensais por usuário.”

Em pouco mais de quatro anos, o que era bom ficou ainda melhor: no fim de 2007, os associados recebiam a se-guinte notícia: “2008: ano pra você sor-rir à toa − Os associados pediram e a ANABB inicia 2008 com uma novida-de: o OdontoANABB. Todo associado da ANABB terá direito a plano odontológico sem custo adicional.”

Prefeito de Porto Alegre (na época) Raul Pont recebe relatório Booz-Allen Campanha Salarial dos Bancários

2000

2003

Fórum Regional de Debates ANABB, Natal – RN

Ação Janeiro/Fevereiro 2010 | 11

2004Defesa

O Banco do Brasil lança o Plano de Afastamento Incentivado (PAI 50). A ANABB foi contra o programa de demissão por não pagar multa de FGTS e oferecer baixo incentivo. Me-nos de dois meses depois, o BB lançou o Plano de Estímulo ao Afastamento (PEA), com melhores oportunidades. A ANABB, por considerar injusto o lan-çamento de dois planos para o mes-mo público, com direitos diferentes, denunciou a política de demissões incentivadas do BB ao Ministério do Trabalho.

2005Debates

Nos dias 8 e 9 de agosto de 2005, a ANABB realizou o III Fórum Nacional de Debates, em Brasília. O evento teve a participação de aproximadamente 250 pessoas, com destaque para li-deranças ligadas a: Banco do Brasil, Cassi, Previ, Cooperforte, Sindicatos, Afabbs, Fenabb, Cesabbs, Dieese, Contec e associações de funcionários de quase todo o Brasil. Os temas abor-dados foram: Banco do Brasil, Cassi, Previ e relações trabalhistas.

2006 e 2009espaço

A ANABB abre espaço para novos fun-cionários do BB participarem dos proces-sos decisórios da entidade, integrando os Grupos Assessores Temáticos: Relações Institucionais e Comunicação; Previdên-cia e Aposentadoria; Saúde e Qualidade de Vida; Cidadania e Responsabilidade Socioambiental; e Relações Trabalhistas e Sindicais. O papel dos grupos é realizar estudos, debater questões de interesse da categoria e produzir subsídios para apoiar decisões do Conselho Deliberativo e da Diretoria Executiva. Em 2009, houve novas eleições para os pós-98 e a criação de três novos grupos: Produtos e Serviços da ANABB; Novos Funcionários (pós-98 e bancos incorporados); e Previdência e Aposentadoria II.

2008

2007

2008 e 2009Superávit da previ

A ANABB iniciou o debate sobre a utilização do superávit da Previ. Abriu as portas para as outras entidades do funcionalismo do BB discutirem, de forma democrática, o emprego desses recursos. A Associação, inclusive, re-alizou transmissão ao vivo pela inter-net, a fim de possibilitar que todos os associados participassem do debate. Também realizou votação para que os associados da Previ escolhessem a melhor forma de utilizar os recursos. Por motivos da crise mundial e de ou-tras pendências na Previ, as discus-sões do superávit foram suspensas, mas a ANABB está sempre atenta e continuará defendendo a escolha dos associados nas próximas discussões.

ANABB promove Encontro de Mulheres

Ciclo de Debates ANABB

ANABB participa do Cinfaabb em Maceió – AL

ANABB realiza encontro de entidades

de aposentados

ANABB lança o Manual do Candidato – Eleições Municipais, no Senado

Federal (na foto, dep. federal Sandra Rosado – PSB/RN)

CASSIBUSCA meLHOrIAS NA reDe CreDeNCIADADiretoria Executiva concentra esforços para resolver pagamentos a prestadores

Por Priscila Mendes

CASSI

Durante alguns anos, a Cassi concentrou esforços para restabelecer o equilíbrio financeiro do Plano de Associados. O objetivo foi atingido em 2007, quando houve reestruturação na Caixa de Assistência por meio da reforma estatutária e do aporte financeiro do Banco do Brasil de R$ 150 milhões – em total de R$ 300 milhões, sendo o restante pago em três parcelas. As contas daquele ano fecharam superavitárias em R$ 326,5 milhões – sendo R$ 137,5 milhões do Cassi Famí-lia e R$ 189 milhões do Plano de Associados, considerados os recursos repassados pelo BB. De lá pra cá, o equilíbrio se manteve, com resultado líquido consolidado de R$ 262,3 milhões em 2008 – com aporte de R$ 52,7 milhões do BB –, e a tendência é que o balanço do último ano (2009) também feche com saldo positivo.

Agora, as atenções dos dirigentes da Cassi estão volta-das para a Central de Pagamentos. De acordo com a dire-tora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Denise Vianna, um problema generalizado nessa central está provocando atrasos nos repasses de pagamentos aos prestadores e comprometendo o bom relacionamento com a rede credenciada. “Eram duas centrais de pagamentos, uma em São Paulo e outra em Brasília. Mas todo o trabalho foi concentrado em Brasília e a central da capital paulista foi desativada. As reclamações sobre pagamentos aos presta-dores aumentaram muito, inclusive com ameaças, no Brasil inteiro, de grandes hospitais paralisarem o atendimento pela Cassi, por conta do problema”, alertou Denise Vianna.

A Central de Pagamentos está vinculada à Diretoria de Administração e Finanças, sob responsabilidade de um di-rigente indicado pelo Banco do Brasil. O problema no atraso dos pagamentos foi percebido devido ao grande número de reclamações feitas às centrais de atendimento e às unida-des da Cassi. “Os relatórios da Central de Pagamentos que chegavam à Diretoria Executiva não condiziam com o volume de reclamações recebidas. Por isso, foi afastado o gerente da Central e designada uma pessoa para rever tudo e fazer um diagnóstico, que apontou situação crítica. Diante disso, a presidente do Conselho Deliberativo, Graça Machado, so-licitou auditoria, composta por auditores do Banco do Brasil e da Cassi, para fazer varredura nos processos de pagamen-tos e identificar as razões que causaram os problemas”, afir-mou Denise Vianna.

De acordo com a diretora Denise, não adianta fazer todo um trabalho de reestruturação sem que a Cassi ponha em dia o pagamento aos prestadores. “Isso impacta em todos os setores da entidade, inclusive nas diretorias dos eleitos. Dificulta o credenciamento de novos profissionais e a preser-vação daqueles que já estão na rede credenciada. Além dis-so, os associados reclamam pela dificuldade na marcação de consultas com um credenciado e pela demora do ressar-cimento de despesas”, ressaltou.

A gestão da Caixa de Assistência é compartilhada en-tre dirigentes eleitos e indicados pelo Banco do Brasil. De acordo com o diretor de Saúde e Rede de Atendimento,

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Ação Janeiro/Fevereiro 2010 | 13

Atualmente, o número de prestadores ultrapassou 40 mil e a Cassi possui mais de 770 mil participantes.Nos últimos cinco anos, mais de40 mil pessoas passaram a integrara Caixa de Assistência

Douglas Scortegagna, os eleitos e os indicados não apro-vam nada sozinhos. “A Cassi é uma empresa complexa de se administrar. Tudo depende de ampla negociação entre as partes. Os representantes da patrocinadora centram muito suas decisões na parte econômica da entidade, com a preocupação de não gerar déficits e comprometer o BB a ter de, eventualmente, fazer novo aporte. Isso atrasa, mui-tas vezes, as tomadas de decisões importantes que trazem benefícios para os associados ou participantes e, em boa parte, resultariam em redução de despesas”, ressaltou Scortegagna.

Atualmente, o número de prestadores ultrapassou 40 mil e a Cassi possui mais de 770 mil participantes. Nos últimos cinco anos, cerca de 40 mil pessoas passaram a integrar

a Caixa de Assistência. Os esforços para oferecer aos asso-ciados toda a assistência necessária à saúde são muitos. A Central de Atendimento 0800 foi toda modernizada e o atendimento passou a ser feito de maneira mais rápida. Para fidelizar e atrair novos prestadores, os eleitos solicita-ram ao BB que analisasse a viabilidade de um portfólio de produtos a serem oferecidos a credenciados da Cassi. “É cla-ro que isso merece um esforço do BB e da Cassi para que se torne realidade. Mas, depois de quase dois anos, o Banco ainda não nos apresentou proposta que viabilizasse essa in-tenção”, afirmou o diretor de Saúde e Rede de Atendimento, Douglas Scortegagna. Segundo a diretora Denise Vianna, o assunto já foi levado ao novo presidente da Cassi, Hayton Rocha, que já agendou reuniões com a Presidência do BB.

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Autogestão em evidêNciAO sistema de autogestão dos planos de saúde no

Brasil são os mais bem avaliados, tanto na cobertura de procedimentos, quanto nos preços cobrados aos servidores de instituições que optaram por esse modelo. Há no país cerca de 200 planos de autogestão.

A Cassi tem se destacado no segmento, tanto que conquistou o Prêmio Top Hospitalar 2008 e é finalista de 2009. O resultado sairá em março deste ano. O prêmio é concedido a empresas e profissionais que se destacam na área da saúde. Para escolher os finalistas na categoria, o comitê de avaliação leva em conta investimentos realizados pelas empresas, posicionamento de mercado e relação com clientes e prestadores de serviços.

serviços PróPriosA Cassi expandiu, em 2009, os Serviços Próprios de Saú-

de com base no Estratégia Saúde da Família (ESF), deno-minados CliniCassi. Os serviços são oferecidos em todas as capitais do Brasil e a instituição passou a ter represen-tação em diversas cidades do interior. Em 2010, serão 68 CliniCassi funcionando em todo o país. Destas, 12 devem ser inauguradas ainda no primeiro semestre, finalizando as instalações previstas para este ano. “Foram definidos crité-rios técnicos e, hoje, toda cidade no Brasil que tiver mais de 1.200 participantes, dos quais pelo menos 800 sejam do Plano Associados, contará com uma CliniCassi, que aten-derá nossos participantes pelo programa Estratégia Saúde

da Família, anteriormente disponível apenas em algumas capitais do país e de forma precária”, afirmou Douglas Scortegagna.

PolíticA fArmAcêuticAOs dirigentes eleitos apresentaram proposta, aprovada

pelo Conselho Deliberativo, modificando a política farmacêu-tica existente na Cassi, que apresentava falhas nos controles e tinha gastos elevados. A nova política está em fase piloto em três estados (Espírito Santo, Paraná e Pernambuco) e proporcionará economia na ordem de, pelo menos, R$ 15 milhões por ano para a Cassi, sem prejuízo da qualidade do atendimento aos mais de 50 mil beneficiários do programa. E, além disso, serão agregados benefícios a todos os partici-pantes da Cassi, que gozarão do programa desconto-farmá-cia. Atualmente, a instituição gasta com a política farmacêu-tica, aproximadamente, R$ 80 milhões por ano.

doeNtes crôNicosTambém em fase piloto nos estados de Pernambuco e

Rio de Janeiro está o acompanhamento dos participan-tes portadores de doenças crônicas. Esse programa dará maior tranquilidade aos pacientes nessas condições e a to-dos os seus familiares, porque a Cassi vai controlar melhor as condições de saúde do assistido e prestará atendimento personalizado. Com isso, proporcionará mais qualidade de vida ao paciente, além de grande economia de despesas para a entidade.

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Resultado consolidado (em milhões – R$)

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Total Cassi Família Plano de Associados

Número de participantes da Cassi

775.373760.467751.224734.898 744.853

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Resultado consolidado (em milhões – R$)

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Total Cassi Família Plano de Associados

Número de participantes da Cassi

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Veja o balanço financeiro da Cassi e a evolução do quadro de participantes nos últimos cinco anos

cAssi em Números

Fonte: Relatório anual da Cassi 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008.

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O processo eleitoral brasileiro deste ano terá uma novidade em 51 municípios. Na hora de votar, o eleitor será identificado pela digital. Essa tecnologia se chama biometria e permite identificar uma pessoa pelas suas características biológicas únicas, como a íris, a retina, a impressão digital e o formato do rosto, por exemplo.

Mas por que adotar essa tecnologia nas eleições? De acor-do com o secretário substituto de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Elmano Amâncio de Sá, esse projeto trará para os cidadãos brasileiros a garantia do contínuo aprimoramento do processo eleitoral do país, de for-ma a impedir que alguém vote no lugar de outra pessoa. Entre todos os habitantes do planeta Terra, não existe uma impres-são digital igual à de outra pessoa.

O processo não é novidade no Brasil. Nas eleições muni-cipais de 2008, três cidades participaram do projeto-piloto: São João Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS). “O sucesso do recadastramento nesses três mu-nicípios foi determinante para a afirmação do projeto, para a aprovação pela administração e pelo governo como um todo”, destaca Elmano.

O sucesso do recadastramento é refletido nos eleito-res das cidades participantes. É o caso do bancário Paulo Miguel Roos, morador de São João Batista. “Na cidade, a aceitação foi muito boa, o processo foi um sucesso. Não teve fila, o processo foi ágil. A sociedade ficou empolgada. A bio-metria nas eleições vai gerar maior transparência e mais se-gurança. A possibilidade de fraude diminui bastante, já que a identificação do eleitor passa a ser pela digital”, comemora.

TeCNOLOgIA

Novo modelo de votação será adotado por 51 municípios brasileiros, tornando o processo eleitoral ainda mais seguro

Por Elder FerreiraEspecial para o Jornal Ação

reCADASTrAmeNTO BIOméTrICO NAS eLeIçÕeS

A Justiça Eleitoral está recadastrando os eleitores de 51 municípios de 19 estados brasileiros. No total, 1.122.886 pessoas serão identificadas pelas impressões digitais nas eleições de 2010. O recadastramento é obrigatório para essas localidades. O período de recadastramento teve iní-cio em novembro de 2009 e termina em março deste ano. Os eleitores encontram a relação dos municípios que parti-cipam do recadastramento no site do TSE (www.tse.gov.br). Eles serão avisados pela Justiça Eleitoral sobre local e período de recadastramento. Quem não se recadastrar terá seu título cancelado. E, para regularizar sua situação, deverá procurar o Cartório Eleitoral mais próximo. O TSE pretende cadastrar todos os brasileiros até 2018.

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COmO fUNCIONAApós o processo de recadastramento, o eleitor estará

apto a votar em outubro. De acordo com o TSE, no novo sistema o votante é identificado por sua impressão digital e sua fotografia. Esta última é reproduzida na folha de vota-ção que será manuseada pelo mesário. Além disso, não é mais necessário que o mesário habilite a urna e a libere para o eleitor votar. Será suficiente o simples registro da digital para o próprio eleitor liberar a urna para o voto. “O sistema de identificação do eleitor pela digital praticamente elimina

qualquer possibilidade de erro na identificação”, destaca o secretário de Tecnologia, Elmano Amâncio.

Ele lembra ainda que o Brasil não é pioneiro na identifi-cação biométrica nas eleições, mas que esse sistema eleva o nome do Brasil internacionalmente. “Vários países já têm o cadastramento biométrico dos eleitores; nesta questão, o Brasil não é pioneiro. Mas, no volume de cidadãos, de elei-tores, é um projeto bem audacioso que, com certeza, ganha notoriedade e eleva a imagem do país, melhorando cada vez mais o processo eleitoral brasileiro.”

Neste ano, haverá eleições gerais, e projetos de lei para combater a corrupção e moralizar o sistema político brasileiro estão em pauta no Congresso Nacional. Ao todo, 13 propostas estão prontas para ser votadas no Plenário da Câmara dos Deputados. Os projetos preveem, por exemplo, punição mais rigorosa para os crimes praticados por detentores de mandato eletivo, maior transparência na gestão pública e obrigatorie-dade de ficha limpa para os candidatos à eleição.

Um projeto de lei de iniciativa popular, denominado “Ficha Limpa”, está na lista de prioridades para votação em 2010. O projeto reuniu mais de 1,3 milhão de assinaturas, recolhi-das pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, forma-do por 43 entidades, entre estas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A iniciativa tem como item principal a impossibilidade de candidatura a cargos eletivos de pessoas condenadas em primeira ou única instância. Em casos de crimes de impro-bidade administrativa, conhecidos como “colarinho branco”, é necessário apenas que a denúncia seja recebida por qual-quer instância de um órgão colegiado para impedimento da candidatura.

O cientista político David Fleischer acredita que dificilmente o projeto “Ficha Limpa” seja aprovado na Câmara. “Os depu-tados não vão aprovar esse projeto, quando quase metade

deles tem condenação em primeira instância e mais um terço tem em segunda instância”, alertou.

LApSOS De memórIAEm anos de processos eleitorais, os debates giram em torno

de uma temática: eleição e corrupção combinam? Na teoria não deveriam combinar, mas na prática elas têm andado lado a lado.

Nos últimos dez anos, mais de 125 escândalos de corrup-ção foram denunciados no país. Na década de 1990, foram 96 casos e, na de 1980, foram apenas 17. Para o historiador Estevão de Rezende, o grande obstáculo para combater a cor-rupção na política é a imunidade parlamentar. Essa concepção “absurdamente grande de imunidade acaba protegendo cor-ruptos. Nem o chefe do Poder Executivo possui tanta imunida-de quanto os parlamentares”, ressaltou.

Rezende defende a suspensão preventiva da função e até prisão preventiva para casos de corrupção aceitos pela Justi-ça. “Essa atitude é tomada em praticamente todos os países civilizados do mundo, onde se leva a sério a responsabilidade pública do político”, afirmou.

Pela primeira vez na história, o Superior Tribunal de Justi-ça (STJ) avançou neste assunto. O governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem-partido, ex-DEM), foi

As tentativas de moralizar a política brasileira são diversas. A iniciativa considerada mais eficaz seria combater a corrupção nas urnas

Por Priscila Mendes

COrrUpçãOUm DIfíCIL COmBATe

pOLíTICA

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Nos últimos dez anos, mais de 125 escândalos de corrupção foramdenunciados no país. Na décadade 1990, foram 96 casos e,na de 1980, foram apenas 17

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preso, acusado de tentar subornar testemunhas no inquérito da operação da Polícia Federal conhecida como “Caixa de Pan-dora” – em que é suspeito de comandar “organização crimino-sa” – e de obstrução à Justiça. Segundo despacho do ministro do STJ Fernando Gonçalves, que preside o caso, Arruda e seu grupo valeram-se “do poder econômico e político para atrapa-lhar as investigações e garantir a impunidade”. De acordo com o historiador, “não há nenhum outro caso, no Brasil, em que um mandatário em exercício tenha sido preso sem um golpe de estado, por determinação da Justiça”.

O grande número de casos de corrupção prejudica a ima-gem do Brasil no exterior. “O país acaba sendo malvisto por outras nações, porque está em péssima colocação na ava-liação da Transparência Internacional”, disse David Fleischer. No último relatório sobre o nível da corrupção mundial, divulga-do em 2009, o Brasil ficou na 75ª colocação.

Com a proximidade das elei-ções, aumenta a probabilidade de escândalos políticos virem à tona, na tentativa de tirar de cena candidatos suspeitos de atos ilícitos − o que nem sem-pre impede a candidatura e a eleição desses políticos. De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, pelo menos 145 parlamenta-res envolvidos em algum tipo de escândalo em 2009 tentarão voltar à vida pública nas próximas eleições ou permanecerão nos cargos em que estão por mais alguns anos e no mínimo 87 buscarão a reeleição.

O grande número de envolvidos em irregularidades na atu-al legislatura provavelmente não terá tanto reflexo nas urnas como nas últimas eleições – quando a maioria dos envolvidos no escândalo dos sanguessugas (máfia que desviava dinhei-ro para a compra de ambulâncias, descoberta em 2006) não retornou à Câmara. Isso porque o fato, quando não ocorrido próximo do pleito, costuma cair no esquecimento.

A renúncia é a saída mais utilizada pelos políticos para fugir do processo por quebra de decoro que pode resultar na sus-pensão de direitos políticos. O projeto “Ficha Limpa” prevê que políticos que renunciarem a cargos eletivos para fugir da cassa-ção dos mandatos, e pessoas condenadas por compra de voto, também não poderão se candidatar.

Na própria eleição de José Roberto Arruda para o governo do Distrito Federal, os eleitores não levaram em considera-ção o fato ocorrido em 2001, quando Arruda, naquela época senador, renunciou ao mandato para não sofrer processo de cassação, depois do episódio da violação do painel eletrônico. Em 2006, ele teve mais uma chance. Mas a imagem pública de Arruda foi mais uma vez abalada, quando, em novembro de 2009, vídeos mostraram o governador e deputados distritais recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, delator do es-quema. Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram “regularmente registrados e contabilizados”. As investigações da operação “Caixa de Pandora” encontram-se em andamento.

Especialistas apontam a falta de punição e de transparên-cia nos atos públicos como principais causas para justificar a corrupção no país. Para o cientista político Ricardo Caldas, a comprovação de corrupção seria o bastante para o cidadão brasileiro punir o candidato nas urnas, mas isso não aconte-ce. Uma pesquisa realizada pelo cientista político mostrou que

10% de 3.027 entrevistados não entendem o que significa ética e 40% não se importam com o descumprimento da lei. Prova disso é o número de infrações no trânsito, local em que os cidadãos mais ignoram a legislação.

Segundo David Fleischer, deveriam ser feitos três tipos de controle para combater a cor-rupção: o da mídia, que ele já considera eficiente; o dos órgãos de Estado, como Polícia Federal e Ministério Público; e o das or-ganizações não governamentais (ONGs).

Para o cientista político Antônio Flávio Testa, outros instru-mentos fundamentais para a transparência em um governo é fazer a Justiça funcionar com mais agilidade. “A divulgação [dos gastos] é apenas uma obrigação burocrática. Não resolve nada. A corrupção não está nos relatórios, que são maquiados e de difí-cil interpretação. A ação criminosa está na forma de contratação de serviços, nas compras e na apropriação indevida do dinheiro público. Causa muito prejuízo para a democracia e a sociedade o servidor público, de qualquer poder, corrupto”, disse.

“não há nenhum outro caso, no Brasil, em que um mandatário em exercício tenha sido preso sem um golpe de estado, por determinação da Justiça”

Estevão de Rezende, historiador

pODer pOpULArOs projetos de lei de iniciativa popular são uma oportunidade de par-

ticipar efetivamente da democracia. De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, é preciso atender os seguintes requisitos:

√ É obrigatória a apresentação das assinaturas de 1% dos eleitores brasileiros divididos entre cinco estados, com não menos de 0,3% do eleitorado de cada estado.

√ A assinatura de cada eleitor deverá ser acompanhada de nome completo, endereço e número completo do título eleitoral − com zona e seção.

√ As listas de assinatura devem ser organizadas por município e por estado, de acordo com formulário que deve ser retirado na Câmara dos Deputados.

√ Entidades poderão patrocinar a apresentação de projetos de lei, desde que se responsabilizem pela coleta de assinaturas.

√ O projeto deve ter informações da Justiça Eleitoral quanto aos dados de eleitores por estado, aceitando-se os números referentes ao ano anterior caso não haja números atualizados.

√ O projeto deve ser protocolado na Secretaria-Geral da Mesa, que tem a obrigação de verificar as exigências.

√ O projeto de lei de iniciativa popular ganhará então um número e passará a ter a mesma tramitação dos demais.

√ Cada projeto deve citar apenas um assunto. √ Os projetos de iniciativa popular não podem ser rejeitados por ques-

tões técnicas. Nesse caso, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) é obrigada a adaptar a redação do texto.

22 | Ação Janeiro/Fevereiro 2010

Com mais de 200 anos de existência, o Banco do Brasil é hoje a maior instituição financeira do país. Incluindo os bancos incorporados, ao todo são mais de 106 mil funcionários na ativa e mais de 57 mil funcionários aposentados. Na última década, mui-tas mudanças acompanharam a vida profissional e pessoal dos empregados do Banco. Aqueles que ingressaram na instituição no início do ano 2000 completam dez anos de funcionalismo e avaliam os resultados dos serviços prestados, o reconhecimen-to profissional que tiveram, bem como as relações desenvolvidas na entidade durante o período.

Há dez anos, Thiago Moura não imaginava estar aonde chegou hoje. Ele ingressou no BB em 2001, quando tinha apenas 19 anos de idade. Foi caixa durante os dois primeiros anos e hoje ocupa o cargo de assessor de Tecnologia da Informação do Banco.

No começo, Thiago não pretendia ficar na entidade por muito tempo. Segundo ele, o salário inicial e a ideia de trabalhar em agência não o atraíam. Porém, com o passar dos anos, ele adquiriu outra visão.

10 ANOS De fUNCIONALISmO NO BB

Mudanças significativas acompanharam a vida pessoal e profissional dos funcionários que ingressaram no Banco do Brasil na última década. As oportunidades e os benefícios oferecidos pela instituição são fatores determinantes para a permanência dos novos bancários no quadro

Por Ariane Póvoa

BANCO DO BrASIL

“A área em que trabalho hoje é o cérebro da instituição. A tecnologia é responsável pelo monitoramento das agên-cias, pelo funcionamento dos terminais de autoatendimen-to e do Portal BB na internet, bem como pela segurança en-tre as operações realizadas nesses meios. Há setores que funcionam 24 horas por dia”, disse.

No início, o que incentivou Thiago a ficar foi o benefício que teve para concluir a faculdade. O BB custeou parte do curso de Direito e, mais adiante, MBA em Gestão de Ne-gócios Financeiros – área de interesse do Banco. Depois que teve a oportunidade de trabalhar em outros setores e conseguiu ascender profissionalmente, Thiago adquiriu um carro, deu entrada em um apartamento e mudou a pers-pectiva que tinha sobre a carreira na instituição. “É possível traçar um caminho brilhante no BB. Mas a verdade é que as oportunidades só aparecem para quem corre atrás. Eu estou fazendo a minha parte.”

Thiago lembra que, quando iniciou como caixa, para efetuar uma transferência entre bancos, o serviço era fei-to manualmente, o processo era demorado e isso acabava prejudicando o cliente. A par-tir da criação da Transferência Eletrônica Disponível (TED), a compensação passou a ocorrer no mesmo dia, quase em tempo real, e garantiu ao cliente maior segurança e economia. “Uma década para a área de tecnolo-gia significa muita mudança. Com a expansão da internet, ganhamos agilidade nos serviços prestados e também pos-sibilitamos melhor atendimento aos clientes. O Banco do Brasil foi o primeiro banco brasileiro a apresentar acesso gratuito à internet. O lançamento do Portal BB aconteceu em 2000 e facilitou a vida de muita gente”, afirmou.

Há uma série de diferenças que caracterizam os funcio-nários que ingressaram no Banco do Brasil até 1998 e os que ingressaram após essa data. Isso porque, nessa época, houve mudança no plano de cargos e salários dos bancos públicos federais. Essa mudança, instituída em um momen-to político, gerou a segmentação dos funcionários em duas categorias: os pré e os pós-98. Nesse contexto, muitas al-terações ocorreram, prejudicando, relativamente, os que ingressaram na instituição após 1998.

A opinião de Thiago sobre a reestruturação da carreira bancária está alinhada com o que a maioria dos funcioná-rios pós-98 tem defendido. Para ele, a luta pela isonomia é

necessária e se justifica, inclusive, pelo que ele tem observa-do atualmente. “As agências sofrem muito com o pouco tem-po que os funcionários ficam lá. A rotatividade é muito grande, pois ninguém quer ficar em agência. A baixa remuneração é um dos principais fatores. Tudo isso acaba prejudicando, de certa forma, a população em geral”, explicou Thiago.

Para o bancário Rodrigo Gurgel, gerente de divisão de patrocínios na Diretoria de Marketing e Comunicação do BB, as questões políticas não prejudicaram a ascensão pro-fissional. Rodrigo, que este ano completa exatamente dez anos de funcionalismo no BB, faz parte da primeira geração de bancários que ingressou na carreira após as mudanças no plano de cargos e salários. Ele mesmo afirma que se sur-preendeu com a velocidade de crescimento que teve na em-presa. “Entrei como escriturário em 2000. Com dois meses, era caixa; sete meses depois, eu virei assessor júnior; com mais um ano, assessor pleno; mais outro ano, assessor sê-nior; e, atualmente, sou gerente de divisão”, disse.

Rodrigo foi o criador do primeiro grupo de discussão na internet voltado para funcioná-rios do Banco do Brasil. Essa foi a razão de ter obtido des-taque e de ter sido convidado a deixar Juiz de Fora, cidade onde ingressou como bancá-rio, para morar em Brasília. Executivos que, em 2000, montavam o BB Internet o convidaram para trabalhar na

área. “O BB Internet era uma área totalmente de vanguar-da no Banco. Se hoje somos considerados um dos melho-res em internet banking do mundo, isso começou com o BB Internet, unidade criada para alavancar os negócios do Banco em ambiente virtual”, disse.

Uma pesquisa encomendada pela ANABB destacou que, embora o concurso público para escriturário do BB exija apenas ensino médio completo, 79,8% das pessoas que ingressaram no Banco após 1998 possuem nível superior. Gabriela Parente fez o concurso realizado em 2006 e foi chamada em dezembro do ano passado. Hoje é caixa da agência central do BB, que fica no Setor Bancário Sul, em Brasília, e é um exemplo do que pensa a nova geração de funcionários do Banco. “Eu não esperava mais ser chama-da. Foi uma excelente oportunidade ingressar em uma em-presa com o reconhecimento do Banco do Brasil”, disse Ga-briela, que é formada em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília (UnB).

Ação Janeiro/Fevereiro 2010 | 23

“Se hoje somos considerados um dos melhores em internet banking do mundo, isso começou com o BB Internet, unidade criada para alavancar os negócios do Banco em ambiente virtual”

Rodrigo Gurgel

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A nova bancária afirma, entretanto, que não concorda com o sistema de ingresso na entidade. Para ela, a realização de concurso público para um único cargo, o de escriturário, não valoriza capacidades, habilidades e experiências já conquis-tadas pelos que acabaram de entrar na instituição. “Você pode cair de paraquedas em uma área que não tem nada a ver com sua atuação profissional. Além disso, o salário ini-cial é muito baixo. Se houvesse seleção para cargos de nível su-perior, com remuneração mais vantajosa, tanto o Banco como os funcionários sairiam ganhan-do”, disse a bancária.

Sobre as perspectivas para os próximos anos na entidade, Gabriela avalia: “Pretendo per-manecer no Banco, caso as oportunidades não demorem a chegar. Tenho convicção de que terei de percorrer um caminho cheio de fases. Sei o meu potencial. Mas preciso ver meu trabalho sendo valorizado.”

Gabriela reconhece, porém, que não há postos comissio-nados suficientes para todos. Ela pensa que o Banco deve garantir plano de carreira que estimule os que não são comis-sionados a permanecerem na entidade, independentemen-te de um plano de cargos e comissões. “O Banco do Brasil

possui vários benefícios para o novo funcionário. Bolsas de estudo, cursos de aperfeiçoamento, a Cassi e a Previ, são alguns exemplos. Mas, além disso, precisamos de um plano que reestruture os cargos e os salários do bancário para que se tornem mais atraentes aos novos funcionários”, conclui.

Em relação às oportunidades de crescimento na institui-ção, Rodrigo Gurgel considera que os últimos anos apresen-

taram consideráveis avanços. “O Banco deu aos mais novos a chance de concorrerem em igualdade. Nós, constantemen-te, vemos vários postos de ge-rência ou de diretoria sendo ocupados por pessoas jovens e que entraram no Banco há pou-co tempo. Eu fui um exemplo disso. Esse reconhecimento é muito importante para estimu-lar o funcionário a permanecer na instituição”, disse.

O bancário afirma ainda que a instituição tem investido fortemente em novos negócios. “Cada segmento de merca-do é importante. Eu me orgulho muito de fazer parte de uma empresa com esse porte e que cumpre com o papel social de que toda sociedade precisa. O Banco do Brasil hoje é uma empresa que acabou de completar 200 anos com fôlego para mais 200”, declarou Rodrigo.

“Você pode cair de paraquedas em uma área que não tem nada a ver com sua atuação profissio-nal. Além disso, o salário inicial é muito baixo. Se houvesse seleção para cargos de nível superior, com remuneração mais vantajosa, tan-to o Banco como os funcionários sairiam ganhando”

Gabriela Parente

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ou de cidades diferentes. Os levantamentos que existem no Brasil hoje, na verdade, baseiam-se no orçamento das famí-lias, ou seja, no gasto que elas têm com vários bens e servi-ços adquiridos. É mais no sentido de observar a variação do custo de vida do que propriamente sua dimensão absoluta. Mas é facilmente verificado, na prática, que nas metrópoles o custo de vida é mais alto.”

Clóvis destaca ainda o cuidado que se deve ter na hora da escolha. “As grandes cidades oferecem algumas opções para pessoas da terceira idade em termos de diversão, de intera-ção social, que às vezes não se encontram em uma cidade pequena. Há ainda a questão da proximidade da família, o que no Brasil continua sendo um ponto de apoio importante. Então, o aposentado tem de analisar várias questões, e não só medir o valor monetário do custo de vida: se em São Paulo eu vou gastar x e em uma cidade pequena qualquer eu vou gastar x menos y, tem de pensar que morar longe dos amigos e familiares é ter um custo que ele não está contabilizando e que, às vezes, faz diferença”, aconselha.

Foi justamente a proximidade dos familiares que pesou na escolha da cidade do aposentado José Barbosa da Sil-

va, de 65 anos. “No meu caso, escolhi continuar em Brasília porque já criei raízes aqui. Vim de São Pau-

lo muito novinho. Minha vida foi toda feita em Brasília. Não quero ir para outra cidade me

aventurar; meus filhos todos têm raízes aqui. Essa proximidade é muito im-portante para mim.”

E não foi por falta de conhecer outras cidades que José Barbosa preferiu Brasília. O aposentado da Secretaria da Cultura já trabalhou em outros lugares pelo órgão. “Eu era montador de exposições de artes plásticas; já trabalhei em São Paulo, estive em Belo Horizonte, em Goiânia

A tão sonhada aposentadoria chegou e com ela a preocupação com o futuro. Algumas pessoas decidem con-tinuar trabalhando para complementar a renda, outras pre-ferem finalmente descansar. Para quem escolheu a segun-da opção fica a dúvida: em que cidade vou morar? Litoral, interior, capital?

Independentemente da escolha do local, você já parou para pensar quanto gastaria com moradia na cidade onde deseja morar? E com alimentação? Qual é o custo de vida na região? Os preços variam de um lugar para outro. De

acordo com o supervisor do Dieese no Distrito Fe-deral, Clóvis Scherer, diferenciar os preços do custo de vida não é tarefa fácil. “É muito difícil comparar o cus-to de vida de regiões

COmpOrTAmeNTO

A HOrA DA DeCISãOMudar de cidade ou continuar perto dos filhos após a aposentadoria. Você já fez sua escolha? Alguns fatores são importantes para essa decisão

Por Elder FerreiraEspecial para o Jornal Ação

e até em Portugal, na Fundação Golbequia. Mesmo assim, só largaria Brasília se fosse para morar em Alexânia, cidade de que eu gosto muito e onde o custo de vida é mais baixo”, des-taca o aposentado que gosta de passar os fins de semana em sua chácara no município goiano.

DisparidadeAo se aposentar em dezembro de 2009, Og Guimarães Mi-

randa optou por ficar perto dos filhos. “Eu vim para Brasília com meus filhos de 15 e 16 anos. Hoje, um já está casado e me deu um netinho e o outro está fazendo concurso público. Então, eu pretendo continuar por aqui.”

O aposentado do Banco do Brasil que já trabalhou em Reci-fe, Brasília e Rio de Janeiro dá a dica para quem ainda não de-cidiu. “Eu diria o seguinte: se você não tem família ou familia-res na cidade que te prendam, eu acho interessante ir para a beira do mar, como Recife, Salvador ou João Pessoa. Com o dinhei-ro do imóvel que você adquiriu aqui em Brasília, pode comprar um bem melhor e maior perto da praia. Eu acho que é preciso con-siderar também a questão dos amigos que você deixa no local onde costumava morar.”

Og Guimarães também observa o custo de vida e a dispa-ridade dos imóveis em comparação com a Capital Federal. “Aqui em Brasília, o imóvel é muito mais caro do que em Reci-fe. Temos o exemplo do setor Noroeste, um dos mais caros do Brasil. É uma disparidade muito grande. Dá para comprar dois na beira da praia ou até mesmo um bem melhor do que o que você tem aqui. Itens como educação, transporte e serviços básicos são muito mais baixos em Recife do que em Brasília. Tem de ficar atento a isso.”

Foi pensando nessas diferenças de custo de vida que a consultoria Mercer fez um estudo comparando o custo de vida em 15 cidades brasileiras. O levantamento foi feito em cima de alguns itens que têm impacto direto no orçamento das famílias, como lazer, moradia, transporte, eletrodomésticos, suprimentos domésticos e vestuário. O estudo, publicado na revista Você S/A em setembro de 2009, mostra que a diferen-ça entre o custo desses itens, entre a cidade mais barata e a mais cara, varia de 7% a 35%.

Custo médio dos imóveisDe acordo com o presidente do Conselho Federal de Corre-

tores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro da Silva, o preço médio do metro quadrado é muito variável no Brasil. “Considerando sempre a área mais nobre da cidade, a região Norte é a que ainda concentra os menores valores. Brasília e São Paulo são, sem dúvida, os maiores preços, atingindo marcas de R$ 10 mil por metro quadrado em alguns lugares de Brasília. Tudo isso, lógico, tendo em vista aspectos de localização, estrutura e até história do lugar”, avalia.

João observa que a diferença de preços se deve a uma série de fatores, como poder econômico da população, custo de vida, infraestrutura, geração de renda, entre outros, e cita as regiões mais procuradas. “Entre as cidades que podemos citar como mais procuradas estão as capitais: Fortaleza, Na-tal e Salvador. Hoje há procura maior pelo Nordeste, principal-mente nas cidades litorâneas. Lá ainda é possível encontrar

preços menores que os das re-giões Sul e Sudeste, com custo de vida também inferior e boa infraestrutra.”

A enquete da ANABB da primeira semana de fevereiro perguntou o que influencia na escolha da cidade para morar depois da aposentadoria. Dos 792 entrevistados, 63% vota-

ram na tranquilidade; 12%, no clima; 4%, no preço dos imó-veis; e 21% escolheram outras opções.

Como dica, o planejamento ainda é o melhor caminho na hora da escolha da cidade. “A mudança deve ser muito bem planejada, pois envolve fatores a serem analisados, como clima, infraestrutura e, principalmente, encontrar um imóvel em condições de preço e qualidade interessantes. Por isso, é preciso pesquisar. O mais importante para não correr riscos é consultar um corretor de imóveis, credenciado no Conse-lho Regional, que vai dar todas as orientações ao comprador. Ele é quem está apto a indicar localizações e possíveis proble-mas com documentação do imóvel”, explica João Teodoro.

“A mudança deve ser muito bem planejada, pois envolve fatores a serem analisados, como clima, infraestrutura e, principalmente, encontrar um imóvel em condições de preço e qualidade interessantes”

João Teodoro, presidente do Cofeci

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Muitos fatores influenciam na hora de escolher o lugar para se viver. A ANABB quer saber sua opinião. O que foi determinante para a escolha de sua cidade? Quem ainda está para se aposentar, já pensou em qual cidade vai morar? Você considera o preço dos imóveis caro ou barato na região em que mora? Mande um e-mail para a redação do Jornal Ação ([email protected]) e conte sua história. Alguns depoimentos serão publicados no Jornal Ação. Sua opinião é muito importante para nós.

Projeto que desenvolve treinamento e oferece assistência para cães acompanharem deficientes visuais necessita de ajuda e patrocínio para manter as atividades

CãO-gUIAmAIS qUe Um grANDe AmIgO

em 2004, Sheila guimarães de Sá ganhou um novo amigo. Não foi alguém que ela conheceu casualmente por aí, na pada-ria da esquina ou em uma conversa eventual. Sheila aguardou, ansiosamente, pelo encontro. Mais que um companheiro leal e fiel, Dino é um amigo de quatro patas. Sheila é deficiente vi-sual e foi o labrador preto que trouxe a ela a possibilidade de se locomover de maneira mais segura. “Dino representa minha liberdade e tê-lo por perto é um presente de Deus”, afirma.

O cão, que completará 8 anos de idade em abril, faz par-te do Projeto Cão-Guia de Cegos, desenvolvido pelo Instituto

de Integração Social e de Promoção de Cidadania (Integra). O projeto tem enfrentado dificuldades financeiras para manter as atividades e, caso não encontre solução, poderá fechar as portas. Além da preocupação com o futuro de Dino, Sheila está apreensiva com a situação do projeto. “Não tenho palavras para descrever o que essa iniciativa significa para mim. Dino não é simplesmente um cão-guia. É meu melhor amigo, meu confidente, meu companheiro. Ele me entende”, diz.

Dino está próximo de se aposentar e Sheila não sabe se o projeto terá capacidade de proporcionar a ela outro cão.

Por Ariane Póvoa Fotos: Arquivo Integra

CIDADANIA

Sheila de Sá com seu cão-guia Dino

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COmO fUNCIONA O prOJeTO CãO-gUIACom sede no Distrito Federal, o Projeto Cão-Guia de Cegos

existe desde 2001 e visa à integração do portador de necessi-dades especiais à sociedade, facilitando a locomoção e estimu-lando a independência do cego.

“Nosso objetivo é oferecer melhor qualidade de vida ao de-ficiente visual, proporcionando-lhe não apenas mobilidade e segurança, como também acesso ao estudo e à qualificação profissional para o mercado de trabalho, por meio de maior so-cialização”, disse Michele Pöttker, administradora do projeto.

A ideia de treinar cães para guiar deficientes visuais no Brasil surgiu a partir de um estudo baseado em projeto desenvolvido pela Fundação Mira, no Canadá, que possui reconhecimento mundial no treinamento de cães.

Entre as raças caninas mais utilizadas para o serviço de cão-guia, estão o Retriever do Labrador e o Golden Retriever. Essas raças se destacam por apresentar bom caráter e capa-cidade de se adaptar às diversas situações. “Eles são fiéis, in-teligentes, de natureza amigável, e são ideais para o serviço, principalmente por serem dóceis, sem qualquer traço de agres-sividade ou timidez exagerada”, disse Flanklin Amorim, treina-dor do projeto há três anos.

Os filhotes são selecionados aos 2 meses de idade e são en-tregues a famílias voluntárias, que permanecem com eles até completarem 1 ano. Durante esse período, a família voluntária é responsável pela socialização do animal. O cão deve ser leva-do a diversos lugares, para passear a pé ou de carro, em locais públicos, tranquilos ou movimentados. O animal deve ter conta-to com pessoas e outros animais, fazer viagens e participar de todos os acontecimentos familiares.

Segundo Michele, sob os cuidados da família, o filhote deve aprender a comportar-se educada e tranquilamente em todos os lugares por onde andar. Isso é fundamental para o futuro convívio social e o sucesso como cão-guia. “Para ser um volun-tário, basta entrar em contato conosco e preencher uma ficha para avaliação. Porém, por motivos financeiros, atualmente a reprodução de filhotes está suspensa, mas continuamos ca-dastrando voluntários e recebendo inscrições de deficientes visuais interessados em adquirir um cão-guia”, disse Michele.

CãO prepArADO pArA AUXíLIO DOS CegOSAo completar 1 ano de idade, o cão passa por rigorosa avalia-

ção em que será verificada a aptidão para o serviço de guia do cego, sendo observadas características de medo, dominância e hiperatividade. “Caso o animal não possua o perfil ideal pro-curado, nós o aproveitaremos no treinamento de cães de assis-tência (cães-guia de usuários de cadeira de rodas) ou, ainda,

no treinamento de cães de terapia (animais que frequentam asilos, orfanatos, hospitais, com o objetivo de levar conforto emocional)”, afirmou Amorim.

Se o animal tiver o perfil desejado, entra em proces-so de treinamento que dura de seis meses a um ano. O treinamento é feito na sede do projeto, construída na Academia de Bombeiro Militar do Distrito Federal, em área próxima à estação de integração do metrô, com localização privilegiada e de fácil acesso aos deficien-tes. Quando o cão já está treinado, ainda há um proces-so de adaptação ao novo dono que dura mais 30 dias. “É importante que o temperamento do cão seja compatível com a personalidade do usuário”, concluiu Amorim.

Normalmente, um cão-guia trabalha até 8 ou 10 anos de idade. Ao envelhecer, é aposentado, geralmente permane-cendo com o dono. Há cerca de 350 deficientes visuais na fila de espera por um cão-guia. O projeto teria capacidade de entregar de 20 a 25 cães por ano; porém, em 2009, foram entregues apenas quatro cães.

NeCeSSIDADe De AJUDAO Integra é uma associação civil sem fins lucrativos e de-

pende de patrocínios e doações voluntárias para manter o pro-jeto em andamento. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal é responsável pela coordenação técnica do projeto; o Hospital Veterinário da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília provém a assistência veterinária aos cães desde o nascimento até a aposentaria como cão-guia, realizando o atendimento clínico e cirúrgico; e a Premier Pet e a Bayer garantem a ração e os medicamentos dos cães do projeto. Mesmo com essas parcerias, o projeto encontra dificuldades em manter as atividades. A despesa com administração e pagamento de funcionários supera o to-tal arrecadado dos patrocinadores.

Ao todo, o projeto mantém 91 cães, entre os que já foram entregues e os que estão em processo de socialização e trei-namento. Cada cão custa ao projeto cerca de R$ 25 mil nos primeiros dois anos, ou seja, do nascimento até a entrega do animal ao deficiente. Mas Michele explica que, mesmo após o período de treinamento, o Integra continua sendo responsável pelo animal e deve arcar com despesas de alimentação, higie-ne, cuidados veterinários etc. “Na maioria das vezes, os defi-cientes que recebem um cão-guia são pessoas de baixa ren-da e não possuem condições de arcar com essas despesas”, afirma Michele.

Por esse motivo, o custo mensal do projeto passa dos R$ 45 mil. Porém, as doações não chegam a R$ 10 mil por mês.

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qual é o trabalho do cão-guia?Ele recebe os comandos do usuário (deficiente visual) e o

ajuda a se locomover com segurança e independência, evi-tando obstáculos e prevenindo acidentes. É um companhei-ro constante capaz de promover a independência do cego, melhorando sua qualidade de vida.

O cão-guia tem acesso a qualquer estabelecimento? A Lei Distrital nº 2.996/2002 e a Lei Fede-

ral nº 11.126/2005 regulamentam o acesso de cães-guia em qualquer

estabelecimento de uso coletivo e garantem o livre acesso não

só do deficiente visual e físico com o cão-guia, mas também

dos treinadores e das famílias hospedeiras a

qualquer estabelecimen-to e transporte público.

é permitido falar com um cão-guia, tocá-lo ou ali-mentá-lo?

Não. No trabalho, o cão-guia está muito concentrado. Falar com ele, tocá-lo ou alimentá-lo pode distrair o animal. Além disso, o cão-guia só se alimenta de ração. Alimentá-lo de outra forma pode atrapalhar o condicionamento e a con-centração do cão.

A pessoa cega paga por um cão-guia?Não. O cão-guia é de propriedade do Integra e é entregue

sem despesas ao usuário.

quem pode receber um cão-guia? Todos os deficientes interessados em utilizar um cão-

guia e que apresentem boas condições de orientação e mobilidade, mas o projeto dá preferência aos hipos-suficientes. O deficiente visual deve procurar a sede do Integra, localizada na Academia de Bombeiro Militar do Distrito Federal e preencher um cadastro para que a equi-pe técnica realize uma avaliação.

Em 2009, o Banco do Brasil apadrinhou Naná, uma labradora que foi entregue a Silvo Góis em novembro desse ano. Silvo participou da primeira turma do projeto em 2001 e Naná é o segundo cão que ele recebe. “Meu primeiro cão-amigo foi Zircon, que continua morando comigo, mas já es-tava velhinho para trabalhar. Eu tive sorte de poder receber a Naná”, disse.

Para evitar que o projeto tenha de encerrar as atividades, o Integra desenvolveu a campanha Seja Amigo do Cão-Guia, com o objetivo de conseguir voluntários que contribuam com parcela mensal mínima de R$ 10,00. “Precisamos de pessoas interessadas em manter nosso serviço. Qualquer valor já faria muita diferença”, disse Michele.

Se você quer ser um colaborador do projeto, entre em contato pelo telefone (61) 3345-5585 ou envie um e-mail para [email protected].

ENTENDA O PROJETO

VOCÊ TAMBÉM PODE PARTICIPAR

Carlos Dias, Michele Pöttker e Silvo Góis com Zircon e Naná

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32 | Ação Janeiro/Fevereiro 2010

Você já imaginou pagar suas contas de forma eletrônica, sem precisar manusear boletos bancários? Agora isso é possível. Está disponível, desde outubro de 2009, o sis-tema Débito Direto Automático (DDA), desenvolvido pela Fede-ração Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasilei-ra de Bancos Internacionais (Abbi), a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e a Associação Nacional de Bancos (Asbace), com o apoio do Banco Central do Brasil (Bacen).

Pelo DDA, os pagamentos podem ser feitos eletronicamen-te, dispensando o uso do papel. “O DDA substitui a emissão do boleto impresso por uma informação eletrônica. Em vez de receber vários boletos, a pessoa recebe uma informação por meio dos canais eletrônicos que o banco disponibiliza”, desta-ca o assessor técnico da Febraban, Walter Tadeu Pinto.

Antes da implementação do DDA, os bancos cedentes emi-tiam títulos, como contas de água, luz, academia, faculdade, e os enviavam para a casa dos clientes, que escolhiam o ban-co para pagamento. Com o projeto, os bancos geram a fatura eletrônica e a enviam ao DDA, evitando assim a emissão do

boleto de papel, e a pessoa efetua o pagamento eletronica-mente, por meio do internet banking, de caixas eletrônicos ou do telefone.

De acordo com Walter Tadeu, entre os benefícios do DDA estão a redução do uso de papel, a modernização do Sistema de Pagamento Brasileiro e a diminuição de filas. Ele acres-centa que um grande benefício é a segurança da informação. “Hoje, com o boleto de papel, existe o risco de o documento ser adulterado, extraviado e, muitas vezes, de você ser pro-testado porque recebeu e não pagou. Com o DDA, há, em um único local, todas as informações das cobranças registradas, o que facilita o controle e o fluxo de caixa do cliente.”

Além da segurança, o projeto DDA contribui para a conser-vação do meio ambiente. De acordo com a Febraban, anual-mente, deixarão de ser derrubadas 374.400 árvores, haverá economia de 1 bilhão de litros de água e de 46 milhões de KW/hora. “A preservação da natureza e a sustentabilidade são aspectos muito importantes nos dias atuais e o DDA con-tribui para isso”, celebra Walter Tadeu.

DéBITO DIreTO AUTOrIzADONovo sistema permite que os cidadãos brasileiros possam optar por receber as contaseletronicamente e, assim, evitar a grande emissão de papéis. O projeto promete facilidadee segurança na hora de pagar as contas e ainda contribui para a sustentabilidade ambiental

Por Elder FerreiraEspecial para o Jornal Ação

SerVIçO

ADeSÕeSDe acordo com a Febraban, nos três primeiros meses de

campanha, 2,6 milhões de pessoas já aderiram ao DDA, optando por fazer seus pagamentos eletronicamente. Do lado dos cobradores, o número também é alto: 34,2 milhões de boletos eletrônicos já foram colocados no sistema. O re-sultado superou as expectativas, e a meta esperada para agosto de 2010 foi atingida em três meses.

A adesão ao DDA foi tema de enquete da ANABB. De 9 a 16 de novembro de 2009, a ANABB perguntou se o internau-ta era a favor da implementação do sistema Débito Direto Autorizado. O resultado mostrou equilíbrio de opiniões. Das 743 pessoas que participaram da enquete, 44% responde-ram que são a favor e que pretendem aderir ao novo sistema; 44% votaram contra e preferem pagar as contas por boletos impressos; 9% não tinham conhecimento sobre o assunto; e

3% votaram em “nenhuma das anteriores”.A funcionária do Banco do Brasil Mara Alves do Nascimen-

to não teve dúvidas e, assim que o projeto foi lançado, fez sua adesão. “Eu aderi logo na primeira semana. O que me motivou foi a segurança, a privacidade e, principalmente, a comodidade. Geralmente, os boletos que chegam em casa correm o risco de ser extraviados. Tive de ligar nas empre-sas como escola e academia cancelando o envio por meio impresso, pois eu aderi ao DDA. A responsabilidade socio-ambiental é um grande atrativo para esse projeto”, destaca a moradora de São José dos Pinhais (PR).

Para aderir ao DDA, a pessoa física ou jurídica deve se ca-dastrar como sacado eletrônico nos bancos em que possui conta. Caso queira deixar de ser sacado eletrônico, o cliente deve solicitar o cancelamento em todos os bancos em que se cadastrou.

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BrASIL

LuLA sANCiONA Lei que CriA O FuNdO NACiONAL dO idOsOO presidente Lula sancionou a lei que institui o Fundo Nacional do Idoso. A nova lei permite que pessoas físicas e jurídicas possam dedu-zir do Imposto de Renda doações feitas ao fun-do, nos âmbitos federal, estadual e municipal. O fundo é destinado a “financiar os programas e as ações relativas ao idoso com vista a as-segurar seus direitos sociais e criar condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade”. Ele será administrado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. A criação do fundo estava prevista no Estatuto do Idoso. Entre os recursos a serem aplicados no fundo estão a verba destinada ao orçamento da União, as contribuições dos governos e das entidades internacionais e o recurso resultante de apli-cações no mercado financeiro.Congresso em Foco, 21/1/2010

seCretáriOs exeCutiVOs VãO substi-tuir MiNistrOs que deixAreM CArgO pArA disputAr eLeiçãOO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os ministros que deixarem o cargo para disputar as eleições de outubro serão substi-tuídos pelos secretários executivos das pas-tas. “Vários ministros querem ser candidatos, acho legítimo e, na medida do possível, vou colocar os secretários executivos. Não vou in-ventar um novo ministro porque uma pessoa nova quer escolher novo chefe de gabinete, secretário executivo, aí, até ele montar o mi-nistério, terminou o mandato.” Lula fez a afir-mação durante a posse do novo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que era secretário executivo da pasta. Ele assume o cargo no lu-gar de Tarso Genro, que vai se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul. O presidente disse que a decisão de empossar secretários executivos irá evitar que se crie embaraço com partidos políticos aliados e até com o próprio PT, que poderiam pedir cargos.Agência Brasil, 10/2/2010

pArABóLICA

OperAdOrAs sãO prOibidAs de eNViAr MeNsAgeNs de CeLuLAr NãO AutOrizAdAs A pArtir de MAiO

TeLefONIA

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) acatou recomen-dação feita pelo Ministério Público Federal e proibiu as operadoras de telefonia móvel de encaminhar a seus clientes mensagens não autorizadas. A medida passará a valer a partir de 1º de maio. A agên-cia também determinou que os contratos das operadoras com seus clientes devem ser formatados com letras de, no mínimo, corpo 12. Segundo o Ministério Público, a Anatel enviou, em 25 de janeiro, um ofício com as determinações para todas as operadoras de serviço

móvel que operam no país. Pelo texto do ofício, os contratos devem ter cláu-

sulas em que o cliente possa optar por receber ou não as mensagens publicitárias que viraram mais uma fonte de renda para essas empresas. Nos contratos vigentes, os usuários que não quiserem mais receber mensagens pu-blicitárias no celular deverão entrar em contato com a ope-radora e pedir o bloqueio do serviço indesejado.Folha Online, 11/2/2010

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pOLíTICA

eCONOmIA

brAsiL sObe duAs pOsições NO RANkiNg de iNVestiMeNtOO Brasil subiu duas posições, ultra-passando Grã-Bretanha e Hong Kong, e tornou-se o quarto destino favorito para o investimento estrangeiro, diz pesquisa da consultoria A.T. Kearney. O relatório Índice de Otimismo do Investimento Estrangeiro, publicado desde 1998, ouve executivos das principais companhias do mundo para saber onde e como eles pretendem

CresCe A AVALiAçãO pOsitiVA dO gOVerNO LuLAA avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é positiva para 71,4% dos entrevistados pela pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e do Instituto Sensus, divulgada dia 1º de fevereiro. Na comparação com o levantamento anterior, de novembro do ano passa-do, a alta foi de 1,4 ponto percentual. A pesquisa era positiva para 70% dos entrevistados, até então. A avaliação negativa teve leve queda de 0,4 ponto percentual em relação à pesquisa anterior: passou de 6,2% na análise anterior para 5,8% na atual. Registrou alta também a avaliação do presidente Lula, que ficou em 81,7%, contra 78,9% constatados anteriormente. A desaprovação ficou em 13,9%, contra 14,6% de no-vembro. Já na avaliação em relação ao país, 54,86% acham que o Brasil está bem, e a expectativa dos que acham que haja melhoria nos próximos meses é de 74,1% da população. A pesquisa foi rea-lizada entre os dias 25 e 29 de janeiro nas cinco regiões, em 24 estados e 136 municípios, e foram entrevistadas 2 mil pessoas.Agência Brasil, 1º/2/2010

investir no futuro. No estudo de 2007, o Brasil estava na sexta colocação e, há seis anos, quando atingiu sua pior classificação, o país era apenas o 17º no ranking. “O Brasil vem em uma tra-jetória de alta no ranking desde 2004. Tendo crescido fortemente, apesar da gravidade da crise financeira, o país agora chegou às cinco primeiras posi-ções pela primeira vez desde 2001”, diz o relatório.BBC, 27/1/2010

brAsiL gerOu 995 MiLeMpregOs eM 2009Em 2009, o país gerou 995.110 pos-tos de trabalho com carteira assinada. O número ficou abaixo da estimativa do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que era de mais de 1 milhão de empregos. No período, foram admitidos 16.187.640 e demitidos 15.192.530 trabalhadores. No mês de dezembro, houve queda de 415.192 vagas, resultado da contrata-ção de 1.068.481 pessoas e da demis-são de 1.483.673. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado pelo ministro Carlos Lupi. Os setores que mais demi-tiram foram indústria, agricultura e ser-viços. O movimento aconteceu devido ao esgotamento da bolha de consumo provocada pelas isenções de impostos, a entressafra e o fim do ano escolar, consideradas características sazonais.Agência Brasil, 20/1/2010

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Atualmente, os pós-98 já são maioria e uma prospecção não muito distante indica a tendência de os pré-98 se tornarem comum raridade. O último grande concurso do Banco data de meados de 1982 e, depois disso, muitos outros pequenos concursos foram realizados, contudo nenhum com contingente significativo de novos funcionários. Essa geração, de 1982, já se prepara para a aposentadoria.

Dessa forma, espaços de poder − e de representação −, usualmente ocupados pela geração que antecede a Resolução no 9, abrir-se-ão àqueles que dela emergem. E uma preocupação torna-se latente: as insistentes e diminutas taxas de participação dessa parcela de novos funcionários nas entidades ligadas ao Banco do Brasil e seu funcionalismo.

Como demonstra a experiência, a definição sobre a ocupação dos cargos diretivos dessas entidades ocorre por meio de periódicas eleições, nas quais a participação dos aposentados − em um cenário otimista − gira em torno de 25%, sendo os funcionários da ativa responsáveis pela fatia de 75% − no mínimo – dos decisivos votos. Abre-se, assim, um horizonte inquestionavelmente poderoso para os pós-98 e, em breve, este horizonte estará mais amplo, uma vez que a tendência é também o preenchimento da alta cúpula do Banco. Demonstração clara disso foram as mudanças no alto escalão do BB em 2009, em que uma geração bem mais jovem foi indicada para importantes posições.

Os espaços já estão surgindo. Cabe a percepção da oportunidade, a organização desse grupo e o comprometimento com um Banco do Brasil mais socialmente responsável, mais justo e sensível aos direitos à isonomia tanto dos funcionários pós-98 quanto dos funcionários de outros bancos que foram incorporados ao conglomerado BB. Um Banco do Brasil que pense um Brasil de melhores condições para as gerações futuras.

OpINIãO

umA forçAAdormecidA

elaine michelVice-presidente de Relações Institucionais

Há hoje no Banco do Brasil certa situação que se pode dizer, no mínimo, peculiar: um banco e dois segmentos de trabalhadores, um que está se despedindo e outro que ainda não descobriu sua força. Esta situação estabeleceu-se, mais precisamente, a partir de outubro de 1996, oportunidade na qual foi editada a Resolução no 9, do Conselho de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (CCE)/Dest. Tal norma retirou dos novos funcionários de empresas vinculadas direta ou indiretamente à União uma série de pleitos já conquistados pela categoria.

A mudança seguiu o caminho planejado pelo corpo político dominante na administração pública do período e, como parte de tal, o Banco do Brasil também foi reformulado. Esta instituição passou, então, a obedecer ditames retrógrados no que tange às reivindicações trabalhistas até o momento conquistadas; a obediência limitava-se, confortavelmente, apenas ao mínimo estabelecido em lei. Assim sendo, se viram diminuídos direitos relativos a salário de ingresso, tabela de vencimento-padrão, licença-prêmio, abono, Programa de Assistência Social (PAS), remunerações diversas, férias de 35 dias após 20 anos de trabalho e outros.

Nasceram, no Banco do Brasil, os pós-98. E, concomitante-mente, configurava-se a esdrúxula situação de trabalhadores desempenhando a mesma função com direitos substancial-mente diferenciados. Fala-se que algumas destas “benesses”, na realidade, ainda são concedidas com os anuais acordos coletivos de trabalho. Realmente, são concedidas algumas. Mas é de bom tom lembrar que são concedidas sempre às expensas de greves, paralisações e reajustes salariais mais achatados.