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1. Introdução
1.1. Contexto do Problema:
A questão da informalidade se faz relevância na actualidade, especialmente pela crescente
participação dessa na composição dos mercados, assim, estudar a informalidade é estudar a
propria modernidade e suas questões sociais. Temos como parâmetro central deste estudo, a
compreensão dos motivadores e implicações socioeconomicas do mercado cambial informal,
concretamente dos “Kinguilas” e os “Doleiros” termos conhecido popularmente em Angola,
como uma realidade em expansão, mas que, todavia, é criticado e colocado em fase de estinção
pelo estado sem qualquer perspectiva de serem formalizados.
É consensualmente reconhecido por analistas nacionais, e até internacionais, e por todas as
franjas da sociedade angolana que o sector informal angolano é uma realidade incontornável e
visível nos dias de hoje, e esta realidade vem do passado, tanto nos meios urbanos como nos
rurais que, para a maioria da população, a venda de bens e serviços pela via do mercado informal
é o único veículo de subsistência dos agregados familiares no país. Poderá dizer-se que entre 60
e 75 por cento da população de Angola vivem e sobrevivem dos rendimentos do comércio
informal, daí que esta realidade deve ser tida em conta, quando se avalia a economia angolana
(Jornal de economia e Finaças 2014).
Segundo Carvalho, Santos e Massala (2012), desde a década de noventa, a convivência com altas
taxas de inflação de preçostem sido uma das características da economia angolana. A inflação de
preços, definido como sendo um aumento continuo, generalizado do nivel geral de preços, ou
seja uma perda progressiva do poder de compra da moeda, atinge a todos mesmo que não de
forma igual. A inflação gera custos economicos bem como sociais, pelo que o governo angolano,
como a maioria dos governos, tem-se preocupado com este fenómeno, tentando de várias formas
lutar contra ela através, fundamentalmente, da implementação de políticas monetárias, cambial e
fiscal.
Segundo a lei Nº 5/97, estabelece que o Banco Nacional de Angola é a autoridade cambial da
República de Angola podendo delegar os seus poderes noutras entidades relativamente às
actividades especificas (Art.3º).
Fernando C. V. miranda
Segunso Lima (2011), Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda
estrangeira ou vice-versa. Por exemplo, quando uma pessoa vai viajar para o exterior e precisa de
dinheiro para sua estadia ou para suas compras, o banco vende a essa pessoa moeda estrangeira
(recebe moeda nacional e lhe entrega moeda estrangeira). Quando essa pessoa retorna da viagem
ao exterior e ainda possui algum dinheiro do país que visitou, o banco compra a moeda
estrangeira (recebe a moeda estrangeira e lhe entrega moeda nacional).
Mercado cambial informal, à margem da lei, funciona um segmento denominado mercado
paralelo, mercado negro, ou câmbio negro. Todos os negócios realizados no mercado paralelo
São ilegais, bem como a posse de moeda estrangeira, sem origem justificada, são ilegais e
sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei (Lima, 2011).
Segundo Lopes (2004), a expressão identifica de forma genérica os operadores económicos
engajados em Luanda no comércio ilegal de divísas. Comércio que é ilegal porque a legislação
angolana tem restringido o exercício da actividade, numa primeira fase exclusivamente ao banco
central, e em fases posteriores e na actualidade, também aos bancos comerciais e às casas de
câmbios. Está actualmente em estudo legislação especifica para permitir que hoteis e outros
operadores turistas possam igualmente proceder à troca de kwanzas por moeda estrangeiras em
transação de montante não elevado, como é previsto na lei cambial.
As implicações que este mercado causa na economia nacionalsão inúmeras. Primeiro, o Estado
não recebe as receitas fiscais com origem na venda de bens e serviços provenientes da economia
informal. Em segundo, é a falta de controlo dos bens que são vendidos nas ruas. A qualidade e a
variação dos preços são outro problema. Além disso, prejudica imenso aqueles agentes cuja
actividade contribui para o produto interno bruto (PIB). Depois, temos ainda as pessoas que
trabalham sem quaisquer contribuições para o INSS, e outros benefícios que as empresas formais
normalmente prestam ao cidadão e ao Estado no geral (Jornal de Economia e Finanças 2014).
Este trabalho não pretende abordar medidas para combater a informalidade no mercado cambial,
pelo facto de apresentar implicações negativas ao nivel economico e social, mas sim mostrar
alguns aspectos de reflexão. Não é o simples facto do registo da actividade, tão pouco parece
conveniente a existência de políticas que visam a extinção desta actividade, só o
desenvolvimento global da economia e da sociedade poderá ir trânsformando esta pratica,
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através de investimentos públicos e privados que ofereçam estes serviços com qualidade, que
actuem no quadro do ordenamento jurídico, e que funcionem segundo as regras do mercado e da
ética dos negócios. Mas, para que isso aconteça, é necessário desinformalizar a administração e a
economia formal, eliminar as promiscuidades e introduzir relações sociais e economicas
facilitadoras do desenvolvimento em bases transparentes e de seriedade profissional.
O trabalho que nós propomos desenvolver permitirá analizar os motivadores e implicações
socioeconomicas do mercado cambial informal, bem como estudar asbarreras e perspectivas que
os individuos que operam neste mercado encontram em formalizarem as suas actividades, que
tem sido um alvo à extinção.
1.2. Declaração do Problema
1.2.1. Problema Científico
A economia informal, tal como o comércio, surge como estratégia de sobrevivência dos pobres
por incapacidade, do que se chama de economia formal, em absorver o factor trabalho e de gerar
rendimentos. É ainda uma consequência de desequilíbrios, distorções ou rupturas de mercado e
de políticas desajustadas. O comércio informal termina por se sustentar da economia e do
comércio formal, estabelecendo relações de reforço mútuo, em ocasiões fora da lei, e
transaccionando muitas vezes bens e serviços ilícitos (Sarthi, 1983; Macckintosh, 1989).Deste
modo a pergunta central que esta pesquisa se propõe a responder é: Quaisos motivadores e
implicações socioeconomicas do mercado paralelo de câmbio,existe barreiras eperspectiva da
sua formalização?
1.2.2. Objecto de Estudo
Este trabalho tem como objeto de estudo um determinado segmento de “Kinguilas” e
“Doleiros”(individuos que compõem o mercado cambial informal em Angola), que exercem
actividades nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo e Bié, bem como as casas de cambios
e bancos existente nestas províncias.
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1.3. Objectivos gerais e específicos da pesquisa 1.3.1. Objectivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é de compreender os motivadores e implicações socioeconomicas do mercado cambial informalem Angola, e do mesmo modo mostrar a importância da sua formalização.
1.3.2. Objectivos específicos
Revisar a bibliografia e documentação relacionado com o tema em estudo.
Perceber o funcionamento da actividade cambial no mercado informal, e procurar compreender a promoção desta actividade.
Monstrar o surgimento do mercado cambial informal em Angola, como estratégia de sobrevivéncia das Kinguilas e Doleiros.
1.4. Motivação para a escolha do tema
Ao ouvir através dos orgão de difusão, a crescente preocupação do estado em reduzir a inflação e acabar com a dolarização na economia, usando para este efeito instrumentos de políticas monetárias e cambiais, e ao registrar na economia angolana uma crescente expanção do comércio cambial no sector informal, surgiu da minha parte a ânsia em contribuir com este trabalho, e estudar com maior cuidado os motivadores e implicações socioeconomicas do mercado cambial informal, bem como estudar as barreiras e perspectivas da sua formalização.
1.5. Importância e relevância do tema
Formalização da economia nacional, de forma a que esta substitua a forte actividade informal e passe para o circuito legal, o fim da venda ambulante e a criação de postos de trabalho, constituem num dos maiores desafios do Executivo angolano para os próximos anos. Dados de instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) , Banco Mundial (BM) e analistas nacionais afirmam que esta actividade representa perto de 70 por cento, o que torna precário e vulnerável o crescimento e o desenvolvimento da economia de Angola (Jornal de Economia e Finanças, 2014). Este trabalho ajudara o executivo angolano em alguns aspectos de reflexão concernente ao mercado informal de câmbio. A instituição de ensino também terá benefícios com a elaboração deste trabalho, uma vés que o autor estará expondo as experiências adquiridas para os demais acadêmicos.
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1.6. Visão geral da metodologia da investigação1.6.1. Tipo de Investigação
Este trabalho adoptara o tipo de pesquisa exploratória, e a forma de abordagem quantitativa e qualitativa.
1.6.2. População e amostra
Consideramos como população alvo, na execusão deste trabalho a totalidade de kinguilas e doleiros nas provinsias de Luanda, Benguela, Huambo e Bié, num horitonte de tempo de um mês.
Segundo Lakatos e Marconi (1996), quanto mais representativa a amostra, maior a força indutiva do argumento. Ao analisarmos o tamanho da população, é bastante grande para podermos considerar na sua totalidade, no entanto analizaremos um numero limitado de kinguilas e doleiros das provincias mencionadas, num total de 200 individuos que exercem a sua actividade como kinguilas e doleiros no período estipulado.
1.6.3. Horizonte Temporal
O horizonte temporal presvisto para a elaboração deste trabalho será de 6 meses a contar apartir da data da entrega do ante-projecto, isto é, de Março aAgosto do presente ano.
1.6.4. Métodos de Análise de Dados
O metodo proposto para este trabalho é o metodo indutivo, usando as tecnicas de inqueritos por intervista e inquerito por questionario. Os dados serão analisados e quantificados pelo software estatístico SPSS.
1.7. Estrutura do trabalho
Este trabalho estará estruturado da seguinte forma:
Introdução. Corpo do trabalho ou Desenvolvimento:
Capitulo I. Revisão da Bibliografia
Capitulo II. Metodologia
Capitulo III. Analise dos Resultados
Conclusão. Bibliografia. Anexos.
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2. Cronograma de Realização da Monografia
Actividades Meses
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Escolha e Definição do Tema x
Elaboração do Ante-Projecto xEntrega do Ante-Projecto xPesquisa do Conteúdo x x x x x x x x xElaboração da Parte Introdutória xRevisão da Bibliografia xElaboração da Metodologia e do Inquerito x Recolha dos Dados x Tratamento dos Dados xConclusão e Revisão Geral da Monografia xEntrega da Monografia xPré-Defesa xDefesa da Monografia x
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3. Bibliografia
Carvalho, J. L. Santos, M. E. D. Massanga, L. D. K. (2012). Determinantes da inflação em
Angola, Luanda, Editora: Departamento de Estudo Economico – Banco Nacional de Angola.
Lei Nº 5/97, Sistema monetário e cambial Legislação.
Lima, F. U. (2011). Câmbio e Finanças, São Paulo.
Lopes, C. M. (2004). Candongueiros, Kinguilas, Roboteiros e Zungueiros uma digressão pela
economia informal de Luanda.
Sarthi, A. (1983).O setor informal em países em desenvolvimento: um ponto de vista de macro.
Diário da Ásia Contemporânea 13 (4), pp. 13-33.
Macckintosh, M. (1989). Gênero, Classe e Transição Rural. Agroindústria e a Crise de Comida
no Senegal. zed reserva: novo Jeersey.
Jornal de Economia e finanças, (2014). Informalidade da economia prejudica o crescimento.
Lakatos, E. Marconi, M. (1996), Fundamentos de metodologia cientifica. S. Paulo, Editora Atlas.
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Universidade José Eduardo dos SantosFaculdade de Economia
Huambo
Ao Departamento de Investigação Científica e Publicações
=Huambo=
Assunto: Entrega do Ante-Projecto da Monografia de Fim de Curso
Eu, Fernando Cândido Via Miranda, faço a entrega do ante-projecto da monografia de fim de curso, com o tema: Motivadores e Implicações Socioecnomicas do Mercado Cambial Informal, Estudo das Barreiras e Perspectivas da sua Formalização nas Províncias de Luanda, Benguela, Huambo e Bié, ao Departamento de Investigação Científica e Publicações, em conformidade com o regulamento da Faculdade de Economia da Universidade José Eduardo dos Santos.
Huambo, 15 de Março de 2014
Entreguei Recebi__________________________ _________________________Fernando Cândido Via Miranda
O Tutor_____________________________Raimundo M. M. Santa Rosa, MBA
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