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Antes de Partir

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Nancy Guthrie

Encarand o a Morte c om Confiança Corajosa em Deus

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Caixa Postal 1601CEP: 12230-971

São José dos Campos, SPPABX: (12) 3919-9999

www.editorafiel.com.br

Antes de Partir - Encarando a morte com confiança corajosa em DeusTraduzido do original em inglêsO Love that will not let me go, editado por Nancy Guthrie

Publicado por Crossway Books,Um ministério de publicações de Good News Publishers1300 Crescent StreetWheaton, Illinois 60187, USA.

Copyright © 2012 Editora Fiel1a Edição em Português: 2013

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária

Proibida a reProdução deste livro Por quaisquer meios, sem a Permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Presidente: James Richard Denham IIIPresidente Emérito: James Richard Denham Jr.Editor: Tiago J. Santos FilhoTradução: Ingrid Rosane de Andrade FonsecaRevisão: Tiago J. Santos FilhoDiagramação: Rubner DuraisCapa: Rubner Durais

ISBN: 978-85-8132-045-8

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Eu dedico carinhosamente este livro à minha irmã em Cristo, Marion Williams Kelley (1929-2009). Eu tive o privilégio de compartilhar os primeiros capí-tulos desse livro com a Marion em seus últimos dias na terra. A sua alegria nessas verdades, a sua determi-nação em morrer bem e a sua confiança corajosa nas promessas de Deus foram uma demonstração viva do

objetivo desse livro e uma inspiração para mim en-quanto eu trabalhava nele.

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Eu não temo encarar o rei dos terroresPorque sei que serei atraído, não dirigido,para fora do mundo.

Até então, deixe-me brilhar continuamente e queimar por Ti,E, quando a última grande mudança vier,deixe-me acordar em Tua semelhança.

O Vale da Visão

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Prefácio ......................................................................................................................13

Parte Um Uma Realidade Que Não Será Negada

1. Somente Quando Você Sabe Como Morrer, Você Pode Saber Como Viver .....19 J. I. Packer

2. O Aguilhão da Morte é Removido, Mas a Sua Mordida Permanece ................ 25 Michael S. Horton

3. Ele Chamava a Morte por Doces Nomes ........................................................... 35 John Piper

4. Não do Mundo ................................................................................................... 43 Martyn Lloyd-Jones

5. Seria Cristo o Carregador das nossas Doenças? ..................................................47 B. B. Warfield

6. A Nossa Fé está em Deus, Não na Cura ............................................................ 53 Joseph Bayly

Parte Dois Um Objetivo Que Me Mantém Persistindo

7. Chegando ao Fim com Poucos Arrependimentos ............................................. 65 Randy Alcorn

8. Meu Pai me Ensinou a Como Morrer ............................................................... 75 R. C. Sproul

9. Luz Espiritual Reluzindo do seu Leito de Morte ................................................81 Abraham Kuyper

Índice

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10. Uma Testemunha na Forma Como Morremos ................................................. 85 John Eaves

11. Doença: O Desvestir da Alma ............................................................................ 93 Jeremy Taylor

Parte Três Uma Esperança Que Me Salva do Desespero

12. Trazendo Esperança para a Realidade da Morte...............................................103 Timothy Keller

13. A Esperança é uma Graça Gloriosa ..................................................................111 John Owen

14. Instruções para uma Partida Pacífica ................................................................115 Richard Baxter

15. O que Mais Deus Deve Fazer para Persuadi-lo a Aceitar a Morte de Bom Grado? ...125 Matinho Lutero

16. O Conforto ao invés dos Temores da Hora da Morte ......................................131 Thomas Boston

Parte Quatro Um Futuro Que Não Desapontará

17. Desprezando a Vida Presente ............................................................................143 João Calvino

18. Digamos ao Morrer, “Senhor Jesus, Recebe o meu Espírito” ...........................149 R. L. Dabney

19. Aqueles que Morrem Diariamente Morrem Facilmente ..................................157 Charles Haddon Spurgeon

20. Deus Reserva o Melhor para o Final ................................................................165 Richard Sibbes

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u me lembro de quando esta ideia me ocorreu. Eu estava grávida do meu filho, Matt, pelo que parecia ser uma eternida-de. Havia tantas coisas que eu realmente gostava acerca de estar grávida, e tantas pelas quais eu ansiava em ter um filho. Mas um dia, eu me dei conta de que para ter esse filho, eu teria de dar à luz. Lembro-me de ter pensado que ninguém simplesmente fica grávida para sempre, adiando o inevitável, e eu tinha pouco controle sobre quando este tempo viria. Eu olhei para a minha barriga que crescia e pensei: “Esse bebê vai ter que sair de um jeito ou de outro”, e isso me assustou. Gravidez – bom. Bebê – bom. O processo do parto – eu não tinha tanta certeza.

Às vezes, nós temos um processo de pensamento semelhante acerca da morte. Vida – bom. A vida após a morte com Deus – bom. É sobre o processo de trabalho de parto para a próxima vida que não estamos tão certos. Na verdade, nós realmente preferirí-amos não falar sobre isso, ou até mesmo, pensar sobre isso. No entanto, eu estou convencida de que existe uma liberdade real, e até mesmo alegria, ao pensar sobre essa questão, e que, explorar a morte à luz das Escrituras pode realmente acalmar os nossos medos e infundir aos nossos pensamentos sobre a morte esperança e paz.

Mas eu também percebo que algumas pessoas possam pensar que ler um livro inteiro sobre o tema de enfrentar a morte seja

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uma verdadeira chatice. Alguns podem pensar que é um pouco mórbido. E algumas pessoas, embora elas provavelmente detestem admitir isto, são um pouco supersticiosas sobre discutir a morte – com medo de que se tiverem uma conversa sobre isso, ou a levarem em consideração, ela venha de alguma forma um pouco mais cedo.

Há outros para quem a morte é tão relegada ao domínio da queda, que não há lugar em seu pensamento ou teologia para explorar o que significa enfrentar a morte de uma maneira que agrada e honra a Deus. Eles têm dado pouca ou nenhuma aten-ção ao que significa antecipar e preparar-se para a morte de uma forma que evidencie uma sólida confiança que glorifica a Deus em sua bondade, sua soberania e suas promessas.

Isso é o que os breves capítulos deste livro nos ajudarão a fazer. Eles nos ajudarão a nos afastar da negação generalizada da morte em nossa cultura e a enfrentar diretamente a realidade da morte através da mais bela e final realidade de Cristo. É Cristo, e somente Cristo, que torna o encarar a morte suportável. Cristo infunde aos aspectos mais dolorosos e desconcertantes do fim desta vida esperança e paz.

Eu não tenho a intenção de dizer ou sugerir que a morte para o crente é sempre um doce arrebatamento. Apesar de sua natureza universal, ela ainda não é natural; e nunca será. Deus não prometeu aos seus filhos uma morte fácil ou visões de glória no leito de morte (embora às vezes ele seja bondoso em lhes dar isso). Ele, no entanto, promete a sua presença conosco. Ele será o nosso Pastor enquanto caminhamos pelo vale da sombra da morte. E ele estará esperando para nos receber do outro lado.

Reconheço que pode haver algum constrangimento em dar este livro ou recebê-lo de alguém. Você precisa saber que, se alguém lhe deu este livro, não é, necessariamente, que eles espe-ram “o pior”. Você deve, em vez disso, assumir que eles querem estar ao seu lado, e abrir os seus braços com você para receber

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“o melhor” – quando este vier. Salomão escreveu que o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento (Ec. 7:1). Paulo des-creveu a partida desta vida para estar com Cristo como “muito melhor”. Se alguém lhe deu este livro, é por que acredita nisso juntamente com você. Dar esse livro para alguém que você gosta não quer dizer, “Eu acho que você morrerá em breve”. Mas sim: “Uma vez que todos nós iremos morrer em breve, vivamos agora como acreditamos que o evangelho é verdadeiro”.

Joseph Bayly uma vez escreveu: “Os cristãos afirmam acre-ditar que o céu – estando Deus presente – é tão maravilhoso e, ainda assim, agem como se ir para lá fosse a maior tragédia”.1 O problema está com a nossa perspectiva, que é tão orientada para a vida aqui e agora. Mas eu acredito que tomando e mastigando as verdades expressas nesta coletânea de escritos de grandes pre-gadores e teólogos do passado e do presente, é possível mudar radicalmente a forma como pensamos e sentimos sobre a rea-lidade inevitável da morte. A morte, para o crente, não é uma tragédia. E para o crente, morrer bem – viver e morrer com o objetivo de glorificar a Deus, confiante de que Deus fará o bem em todas as suas promessas – é algo muito bonito.

Eu lhe convido a se juntar a mim em busca de uma vida e uma morte próprias à nossa crença no evangelho. Que as verda-des deste livro possam nos equipar e encorajar a viver e a morrer bem, para a glória de Deus.

Nancy Guthrie

1 Da coluna Out of Mind de Joseph Bayly na revista Eternity, em um artigo entitulado Three Sons [Os Três Filhos], publicado em 1966.

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Parte 1Uma Realidade Que

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o mundo de hoje, a morte é o grande tabu, exatamente como o sexo era há cem anos. Com exceção das demonstra-ções cínicas de um senso de trivialidade da vida (Grateful Dead, “aquele que morre com mais brinquedos, ganha”) e expressões egoístas da crença na reencarnação (a Nova Era, Shirley MacLai-ne), a morte não é comumente tratada fora dos círculos médi-cos. Iniciar uma discussão sobre isso, mesmo nas igrejas, parece ser indecoroso.

Tornou-se convencional pensar como se todos nós fosse-mos viver neste mundo para sempre e olhar cada caso de per-da como uma razão para duvidar da bondade de Deus. Todos nós certamente sabemos, lá no fundo, que isso é ridículo, mas acabamos fazendo o mesmo. E ao fazê-lo, nos distanciamos da Bíblia, do cristianismo histórico e de um dos princípios básico de viver corretamente, a saber, que somente quando você sabe como morrer, você pode saber como viver.

Somente Quando Você Sabe Como Morrer, Você Pode Saber Como Viver

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Existe um grande contraste aqui entre o passado e o pre-sente. Em todos os séculos até ao nosso, cristãos viram esta vida como uma preparação para a eternidade. Medievais, Puritanos e evangélicos posteriores pensaram e escreveram muito sobre a arte de morrer bem e instaram que toda a vida deveria ser vista como uma preparação para deixá-la para trás. Isso não era morbidez ociosa, mas sim sabedoria realista, já que a morte real-mente é o único fato certo da vida. Agir como um avestruz em relação a isso é uma tolice no mais alto grau.

Por que o Protestantismo moderno perdeu tão amplamen-te o seu entendimento sobre essa espiritualidade bíblica? A jun-ção de vários fatores produziu esse efeito.

Primeiro, a morte não é mais nossa companheira constan-te. Até ao século XX, a maioria das crianças morria antes de completar dez anos, e os adultos morriam em casa com a famí-lia ao seu redor. Mas, hoje em dia, mortes na família são mais raras e, quase sempre, acontecem em hospitais, de forma que nós esquecemos facilmente a certeza da nossa própria morte por vários anos.

Segundo, o materialismo moderno, com o seu corolário de que esta vida é a única para se aproveitar alguma coisa, infectou as mentes cristãs, produzindo a sensação de que é um ultraje cósmico para qualquer um ter que deixar este mundo antes de ter experimentado tudo o que ele tem para oferecer.

Terceiro, o escárnio marxista da esperança cristã (“Pie in the sky when you die” [Torta no céu quando você morrer])1 e a acusação de que ter esperança no Paraíso destrói o ardor para extinguir o mal na terra, deram aos cristãos uma falsa consciên-cia que os inibe de ter uma mentalidade celestial.

1 NT: Paródia do hino cristão “The Sweet By-and-by”, cunhada por um ativista marxista chamado Joe Hill

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Quarto, os cristãos modernos estão corretamente incomo-dados com a aridez cultural, a apatia social e a aparente falta de humanidade que, algumas vezes, têm acompanhado anseios pú-blicos pelo céu. Isso nos leva a suspeitar que tais anseios sejam escapistas e pouco saudáveis.

Quinto, a percepção natural do homem de ter sido feito para um destino eterno, o sentimento antigamente expresso pela frase “a grandeza da alma”, foi largamente atrofiada em meio às agitadas artificialidades da vida urbana ocidental.

Como, então, deveriam os cristãos pensar sobre a morte – sua própria morte, para começar?

1. A morte física é o sinal externo da separação eterna de Deus, que é o julgamento do Criador sobre o pecado. Essa separação só se tornará ainda mais profunda e dolorosa através do marcante evento da morte, a menos que a gra-ça salvadora intervenha. As pessoas não convertidas fazem bem, portanto, em temer a morte. Ela é na verdade terrível.

2. Para os cristãos, o aguilhão da morte é removido. A gra-ça interveio, e então, o dia de sua morte se torna um encontro marcado com o seu Salvador, que estará lá para levá-los ao descanso preparado para eles. Embora eles fiquem temporariamente sem corpo, o que não é realmente bom, eles estarão mais próximos de Cristo do

Morrer bem é uma das boas obras para as quais os cristãos são chamados.

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que jamais estiveram antes, “o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23).

3. Já que os crentes não sabem quando Cristo virá por eles, estar pronto para deixar este mundo a qualquer momen-to é sabedoria cristã vital. A cada dia deveríamos ser como crianças esperando ansiosamente pelas suas férias, que arrumam suas malas e se aprontam para ir, com bas-tante antecedência.

4. A fórmula para estar pronto é: “Viva cada dia como se fosse o teu último” (Thomas Ken). Em outras palavras, “sempre preste contas a Deus”. Uma vez ouvi Fred Mi-tchell, diretor da Overseas Missionary Fellowship, reforçar esse pensamento um pouco antes de sua própria chama-da instantânea para o céu quando o avião em que ele estava viajando se desintegrou nos ares. Mitchell vivia o que ensinava, e à sua biografia foi, com justiça, dado como título a última mensagem do piloto pelo rádio da aeronave condenada – Climbing on Track [Subindo na Rota]. Eu espero nunca esquecer suas palavras.

5. Morrer bem é uma das boas obras para as quais os cris-tãos são chamados, e Cristo capacitará a nós que o ser-vimos a morrer bem, não importa quão horrível seja o processo físico em si. E, assim, morrer em Cristo, através de Cristo e com Cristo será um desabrochar espiritual. Assim como nascer no mundo temporal foi o nosso nas-cimento inicial, e nascer no reino espiritual de Deus foi o nosso segundo nascimento, nascer através da morte fí-sica no mundo eterno será o nosso terceiro nascimento.

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Dag Hammarskjöld estava pensando de forma cristã quan-do escreveu que a filosofia que não pode dar sentido à morte, também não pode dar sentido à vida. Ninguém poderá viver corretamente até que essas verdades sobre a morte estejam an-coradas em seu coração.

Adaptado de O Plano de Deus Para Você © 2004 J. I. Packer, publicado no Brasil pela editora CPAD.James Innell Packer é docente em Teologia no Conselho Deliberativo do Regent College em Vancouver, Colúmbia Britânica.

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