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Mecanismos de Aquisição de Resistência Bacteriana a Antimicrobianos.

Antibiótico 5

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Page 1: Antibiótico 5

Mecanismos de Aquisição de

Resistência Bacteriana a Antimicrobianos.

IOSHIE IBARA TANAKADisciplina e Serviço de Microbiologia - 2005

Page 2: Antibiótico 5

Como as bactérias vêm ao mundo?

• Por divisão binária da célula-mãe;• Tempo de geração: 20 a 30 minutos;• Informação genética: cromossomo ou plasmídios;• Genes de resistência bacteriana:

1. como definir bactéria sensível ou resistente?2. para que drogas? A quantas drogas?3. como as bactérias adquirem estes genes? Resistência natural ou adquirida? exemplos: E.coli – benzil-penicilina e ampicilina.

Page 3: Antibiótico 5

Mecanismos de aquisição de resistência – genes de resistência

• MUTAÇÃO (cromossomo)• TRANSFERÊNCIA DE GENES DE RESISTÊNCIA:

- genes cromossomais- genes extracromossomais (plasmídios): conjugação, transdução e transformação.

Page 4: Antibiótico 5

Como são traduzidas as informações carreadas por estes genes de resistência?� Produção de enzimas que modificam a parte ativa da molécula do antibacteriano; � produção de novas enzimas que não sofrem ação do antibacteriano (PBPs alteradas), sem perda da atividade metabólica;� alteração do sítio de ação (alvo)� diminuição da permeabilidade� expulsão do antibacteriano - bombas de efluxo� outros

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FUNGOS: Penicillium penicilinasCephalosporium cefalosporinas

BACTÉRIAS:�Streptomyces - estreptomicina, canamicina, neomicina, tobramicina, eritromicina, rifampicina, tienamicina, vancomicina�Micromonospora gentamicina, sisomicina�Bacillus polimixinas, bacitracina�Chromobacterium aztreonam

ORIGEM DOS PRINCIPAIS ANTIBIÓTICOS

Page 6: Antibiótico 5

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOSPENICILINAS (betalactâmicos)�penicilinas naturais - penicilina G�penicilinas resistentes a beta-lactamases -oxacilina, cloxacilina e meticilina

�aminopenicilinas - ampicilina, amoxicilina� carboxipenicilinas - carbenicilina, ticarcilina� ureidopenicilinas - piperacilina, mezlocilina, azlocilina. OPLUSTIL et all, 2000

Page 7: Antibiótico 5

BETALACTÂMICOS + INIBIDORES DE BETA-LACTAMASES

�amoxicilina + ácido clavulânico�ampicilina + sulbactam� ticarcilina + ácido clavulânico�piperacilina + tazobactam

OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 8: Antibiótico 5

CEFENS (betalactâmicos)� cefalosporinas de 1ª geração: cefalotina, cefazolina, cefalexina� cefamicinas (cefalosporinas de 2ª geração): cefoxitina,

cefotetan, cefmetazol� cefalosporinas de 2ª geração: cefuroxima sódica (parenteral),

cefamandol, cefaclor, cefuroxima acetil (oral)� cefalosporinas de 3ª geração: cefotaxima, ceftriaxona,

ceftazidima, cefixima, cefpodoxima� cefalosporinas de 4ª geração: cefepima OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 9: Antibiótico 5

MONOBACTAM (betalactâmico)�aztreonamCARBAPENENS (betalactâmico)� imipenem, meropenem e ertapenemOPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 10: Antibiótico 5

AMINOGLICOSÍDIOS�amicacina, gentamicina, netilmicina, tobramicina, estreptomicina, neomicina, canamicina

LINCOSAMIDAS� clindamicina, lincomicina OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 11: Antibiótico 5

QUINOLONAS�ácido nalidíxico, ácido pipemídicoFLUOROQUINOLONAS� ciprofloxacina, ofloxacina, norfloxacina, levofloxacina, gatifloxacina, sparfloxacina, lomefloxacina, grepafloxacina OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 12: Antibiótico 5

ANSAMICINAS� rifampicinaMACROLÍDIOS�eritromicina, azitromicina, claritromicina, roxitromicina

GLICOPEPTÍDIOS� vancomicina, teicoplanina OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 13: Antibiótico 5

TETRACICLINA� tetraciclina, doxiciclina, minociclinaFENICOL� cloranfenicolNITROFURANTOÍNA�nitrofurantpínaNITROMIDAZOL�metronidazol OPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 14: Antibiótico 5

ESTREPTOGRAMINA� quinupristina/dalfopristinaOXAZOLIDINONA� linezolidaINIBIDORES DO ÁCIDO FÓLICO� sulfametoxazol/trimetoprima, sulfonamidasOPLUSTIL et all, 2000

PRINCIPAIS CLASSES DE ANTIMICROBIANOS

Page 15: Antibiótico 5

MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBACTERIANOSpenicilinas/

vancomicina/teicoplaninapenicilinas/cefalosporinas aminoglicosídios/tetraciclinasCloranfenicol/eritromicina, lincomicina e clindamicinapolimixinasmetronidazolquinolonasrifampicina sulfonamidastrimetoprima

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As bactérias são resistentes às drogas por:� Produção de enzimas que modificam a parte ativa da molécula do antibacteriano; � produção de novas enzimas que não sofrem ação do antibacteriano (PBPs alteradas), sem perda da atividade metabólica;� alteração do sítio de ação (alvo)� diminuição da permeabilidade� expulsão do antibacteriano - bombas de efluxo� outros

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RESISTÊNCIA BACTERIANA:Fenômeno biológico natural ou problema significante de Saúde Pública?

� O uso inadequado de antibióticos poderosos = drogas cada vez menos efetivas;� A estratégia mais efetiva contra RB é fazer certo da primeira vez, destruindo os micróbios, derrotando a resistência antes que ela aflore.

ANVISA

Page 18: Antibiótico 5

Expansão e Desenvolvimento da Resistência Bacteriana�Falta de informação ➜➜➜➜ pacientes consomem doses insuficientes do antibiótico, suspensão quando se sentem melhor (países em desenvolvimento);�Drogas falsificadas (5%de todos os antibióticos vendidos no mundo são falsificados - OMS - 1992-1994):�51% - nenhum ingrediente ativo�17% - ingrediente errado�11% - concentrações baixas do princípio ativo�70% dessas ocorrências foram em países em desenvolvimento.

ANVISA

Page 19: Antibiótico 5

Expansão e Desenvolvimento da Resistência Bacteriana�Propaganda desenfreada - TV, revistas ou jornais, internet favorece a resistência bacteriana;�Deficiência na formação dos profissionais de saúde - a RB éabordada superficialmente até mesmo nos países industrializados, ou é limitada ao ensino dos especialistas;�Profissionais em formação - carecem de supervisão em vários hospitais-escola;�Alimentos - Resíduos e presença de agentes infecciosos no que comemos e bebemos.

ANVISA

Page 20: Antibiótico 5

Expansão e Desenvolvimento da Resistência Bacteriana�Profissionais de saúde: atenção no emprego de novas drogas, prescrição adequada e meios para garantir a aderência do paciente ao tratamento;�Medicamentos livremente disponíveis para os pacientes de maior poder aquisitivo: maioria recorre a produtos de qualidade duvidosa/ tratamentos truncados ➜➜➜➜ seleção de cepas resistentes (países subdesenvolvidos);�Prescrição desnecessária por atitude defensiva, atuação sob pressão (países desenvolvidos e subdesenvolvidos);�Carência de recursos diagnósticos ➜➜➜➜ atuação a partir de hipóteses diagnósticas não confirmadas ➜➜➜➜ prescrição inadequada (países subdesenvolvidos). ANVISA

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PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALRES� Staphylococcus aureus/SCN� Enterococcus spp� Streptococcus pneumoniae� Pseudomonas aeruginosa� Acinetobacter� ESBL: Klebsiella pneumoniae, K.oxytoca, Proteusmirabilis, Escherichia coli � CESP: Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Providencia

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RESISTÊNCIA EM S.aureus�MAIORIA RESISTENTE À PENICILINA – betalactamase(plasmídios);�OXACILINA (penicilina resistente à beta-lactamase)�S.aureus resistente à oxacilina – resistente a todos os beta-lactâmicos; tratamento é com glicopeptídios (vancomicina e teicoplanina); linezolida, quinupristin-dalfopristin.�1996 - cepa vancomicina resistente (VISA/GISA) – Japão.� Brasil – cepa com resistência intermediária – SP, Curitiba.� EUA – cepa VRSA - 2002

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RESISTÊNCIA em Enterococcus spp– Terapia combinada: penicilina + aminoglicosídio

– VRE (1988) - VanA, VanB, VanC, VanD e VanE.

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RESISTÊNCIA em Streptococcus pneumoniae�Resistência à penicilina�nunca se detectou produção de betalactamase;

�mortalidade por pneumonia pneumocócica: na era pré-antib.: 20 a 85%, atual: 5%, futuro: ? (Tavares, 1996).

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RESISTÊNCIA em Pseudomonas aeruginosa �apresenta resistência natural a vários betalactâmicos, tetraciclinas, cloranfenicol e outros; adquire resistência às drogas eficientes no seu tratamento, como a gentamicina, amicacina, carbenicilina, e exceto para polimixina.

�Alteração da porina, expressão da bomba de efluxo e metalobetalactamases.

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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM Acinetobacter spp

– naturalmente resistentes à: penicilinas, ampicilina, cefalosporinas e cloranfenicol.– sensíveis à: quinolonas, aminoglicosídios e imipenem.– Droga de escolha: ampicilina-sulbactam

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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM Klebsiella pneumoniae, K.oxytoca, Proteus mirabilis e Escherichia coli- produtoras de ESBL - betalactamases de espectro ampliado, codificadas por plasmídios.

- hidrolisa penicilinas, cefalosporinas (ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima) e aztreonam (monobactâmico).

- testes laboratoriais para confirmação da presença da enzima- opções de terapêutica:

carbapenêmicos/quinolonas/aminoglicosídios

Page 28: Antibiótico 5

ESBLESBL

Como reportar amostras produtoras Como reportar amostras produtoras de ESBL?de ESBL?

O NCCLS sugere que todas as amostras produtoras

de ESBL sejam reportadas como resistentes às

penicilinas, cefalosporinas, e aztreonam.

NCCLS, M100-S11 Tabela 2A, 2002

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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Providencia - CESP� produtoras de betalactamases (Amp C) mediadas por genes cromossômicos - induzidas por cefalosporinas de 3ª geração.

� resistência a todos os betalactâmicos, exceto imipenem e cefalosporinas de 4ª geração (cefepime e cefpiroma).

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De que material clínico isolamos os agentes bacterianos?

Escarro urina Líquidosponta de cateter

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Frascos de coleta estéreiscom meio de transporte

fezes

Secreções- respiratórias- ocular- genitais- pele- feridas

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Frascos de coleta estéreiscom meio de cultivo líquido

sangue

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Frascos de coleta estéreiscom meio de cultivo sólido

Cultura de líquorbacterioscopiaquimiocitológico

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DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO

orientação

bacterioscopia

identificação

orientação

antibiograma

cultura

material clínico

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• Isolado requer terapia antimicrobiana• Isolado cuja susceptibilidade não épreditiva• Isolado capaz de exibir resistência

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosQuando e por quê realizar o antibiograma?Quando e por quê realizar o antibiograma?

Page 36: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosDisco difusão - Procedimento

InInóóculoculo -- cultura puracultura pura

Page 37: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosDisco difusão - Procedimento

InoculaInoculaçção em salina 0,9% ão em salina 0,9% -- 4 a 5 colônias4 a 5 colônias

Page 38: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosDisco difusão - Procedimento

InInóóculoculo -- 0,5 de McFarland 0,5 de McFarland -- 3 x 103 x 1088 ufcufc /mL/mL

Page 39: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosDisco difusão - Procedimento

InoculaInocula çção do meio Muller Hinton com ão do meio Muller Hinton com suabesuabe

••

Page 40: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianos

• Laboratório Clínico• Infectologistas• Comissão de Infecção Hospitalar • Comissão de Controle de Antimicrobianos• Farmácia• guidelines NCCLS

SeleSeleçção dos antibião dos antibióóticosticos

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TESTE DE DISCO DIFUSÃO EM TESTE DE DISCO DIFUSÃO EM ÁÁGARGARPrincPrincíípio do mpio do méétodotodo

discos de antimicrobianos

Page 42: Antibiótico 5

Teste de sensibilidade aos antimicrobianosLeitura - medida do halo de inibição

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Etest®

Page 44: Antibiótico 5

Etest

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EXISTE REALMENTE INDICAÇÃO?�20 a 40% das prescrições no ambiente hospitalar;� custam caro;� efeitos colaterais;� não são anti-térmicos;� não são antivirais;� como escolher o melhor antibacteriano?�Há necessidade de fazer associação de atb?

FONSECA, 2004

Page 46: Antibiótico 5

EXISTE REALMENTE INDICAÇÃO?�Via, dose, duração do tratamento;�DEF só serve para saber o nome do medicamento;�Cuidado com o material de propaganda das empresas;�melhor material de leitura: o bom e insubstituível livro (edições recentes);� guidelines NCCLS; CDC;

FONSECA, 2004

Page 47: Antibiótico 5

Considerações finais� o laboratório de microbiologia é suporte fundamental para importantes ações de controle de infecção hospitalar;� na prática diária de um hospital o corpo clínico não deve dispensar o diagnóstico microbiológico, o respaldo do antibiograma;� a seleção, coleta e transporte do material clínico são etapas fundamentais para não comprometer o resultado final do exame;� o laboratório deve realizar levantamentos periódicos da sensibilidade e resistência das cepas;� deve informar o SCIH em caso de isolamento de cepa multirresistente, para a tomada de providências.

Page 48: Antibiótico 5

Considerações finais�Resistência bacteriana - um dos maiores desafios ao Controle de Infecções em Serviços de Saúde;� “...a emergência da resistência microbiana é o sinal mais evidente que nós não temos levado a sério a ameaça das doenças infecciosas” (OMS, relatório de 2000)� Resistência às drogas - como este problema estáminando a possibilidade de se tratar muitas doenças infecciosas (OMS, Relatório de 2000); � Utilização criteriosa dos antimicrobianos - nosso desafio e nossa meta (OMS, 2000)

ANVISA

Page 49: Antibiótico 5

Usem o antimicrobiano por

via oral, intravenosa mas nunca por via das

dúvidas!!!!

Page 50: Antibiótico 5

Obrigada pela atençãocontato: [email protected]

(14) 3402-1857