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“A Chave de cada degrau é o próprio aspirante....“A Chave de cada degrau é o próprio aspirante. Não é o temor a Deus que representa o começo da Sabedoria, mas o conhecimento

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  • “A Chave de cada degrau é o próprio aspirante. Não é o temor a Deus que representa o começo da Sabedoria,

    mas o conhecimento do Eu, que é a própria Sabedoria.” Professor Henrique José de Souza

    emo-nos utilizado deste espaço como uma espécie de conversa ao pé do ouvido com nossos diletos leitores, para abordarmos assuntos do cotidiano, que, devido a sua constância, embora sejam

    verdadeiras aberrações, passam a ser considerados uma normalidade: o descrédito de nossas instituições, o descaso do cidadão, a inversão de valores, péssimas referências, deixadas para gerações vindouras. Para os estudiosos do assunto, tudo isso faz parte de um final de ciclo. Diversas teogonias e segmentos espiritualistas, há muito tempo, já apontavam para o caótico momento atual.

    T

    Não queremos ser lembrados como Arautos do Apocalipse, mas a realidade é que a degradação se dá em metástase. O Karma coletivo da humanidade, acumulado ao longo dos tempos, começa a ser cobrado. A natureza, como narra todas as Escrituras Sagradas das mais diversas e remotas civilizações, começa a cobrar essa pesada conta, corroborando com a máxima: “Os tempos são chegados!”

    Mais do que nunca, as atenções se voltam para as previsões do Calendário Maia, mas, de modo geral, despreocupada com o que vai acontecer, a humanidade continua, sem compromisso com o amanhã, a cometer as mesmas atrocidades contra si mesmo.

    A ganância pelo materialismo, gerando injustiça social, a vulgarização da mulher e a aniquilação da instituição família traçaram um tortuoso caminho involucional, morro abaixo, pelo qual a humanidade insiste em descer.

    Atentem para as palavras de Krishna a Arjuna, seu discípulo, no Baghavad Ghitâ: “Todas às vezes, ó filho de Bharata, que Dharma - a Lei Justa - declina e Adharma (o contrário de Dharma) se levanta, Eu me

    manifesto para a salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da Lei Eu nasço em cada Yuga (Idade)”.Diversos segmentos religiosos apontam para esse momento, nos dias atuais. Todos são unânimes em afirmar que o

    mundo passará por uma transformação muito grande e o joio será separado do trigo. Enquanto esperam por um Salvador, descendo das nuvens, continuam a praticar sua “fé cega”, esfolando seus joelhos em pagamento de promessas. Buscam enxergar externamente o que somente poderão sentir dentro de seus próprios corações – a manifestação da Divindade!

    O tema dessa edição, “As Cruzadas”, é um grito de alerta para o despertar daquela “fé cega”, que, por 200 anos, levou a humanidade a cometer crimes horrendos, “em nome de Deus”, fato que, lamentavelmente, ainda, acontece.

    A matéria, “Maçonaria, Uma Escola de Vida”, aborda valores que nossa Ordem, através de sua doutrina, oferece, direcionando seus membros a um caminho de Luz. Aproveitando o mês de julho, relembrando uma grande efeméride maçônica, a Revolução Francesa, apresentamos a matéria, “A Queda de Nossas Bastilhas”, para que possamos enxergar o feudalismo moderno da injustiça social.

    Julho, também, é mês de fogueira, e, oportunamente, apresentamos a matéria, da lavra de nosso querido Irmão João Camanho, Revisor desta Revista, intitulada “A Origem Mística da Fogueira de São João”, mostrando que seu sentido real é muito mais profundo que o atribuído no folclore brasileiro. Ainda, na coluna Trabalhos, chamo atenção para a matéria “Os Quatros Evangelista e a Maçonaria”, assim como para “A Comissão de Sindicância”, dada sua enorme importância na aquisição de novos membros para a Ordem Maçônica.

    Nesse período em que várias Lojas trocam sua administração, desejamos que reine a harmonia, a paz e a tolerância entre os Irmãos. Que aqueles que compuseram a chapa, que não logrou êxito, unam-se aos da Chapa escolhida, com a consciência de que a Loja, a Potência, a Ordem é e sempre será soberana. Lembremo-nos de que nossa missão, como iniciados, é muito mais nobre que nossos desejos pessoais, pois somente seremos fortes, se estivermos unidos!

    É privilégio de poucos poder pertencer a essa Sacrossanta Ordem, entender e vivenciar seus excelsos ensinamentos! Façamos Maçonaria de Verdade, o tempo urge!

    Na edição de agosto, teremos um novo e prazeroso encontro. ? a b

  • Capa – As Cruzadas..........................................................CapaEditorial.....................................................................................2Destaques - Maçonaria – Uma Faculdade na Escola de Vida........3 - A Queda de Nossas Bastilhas.............................................4Informe Cultural - VII EMAC........................................................................6

    Os Grandes Iniciados - HPB....................................................6Ritos Maçônicos - As Cruzadas – Parte I...............................7Trabalhos - A Origem Mística da Fogueira de São João......9 - Os Quatro Evangelistas e a Maçonaria.............10 - A Comissão de Sindicância.................................11 Reflexões - Meu Compromisso!..............................................12 - Introspecção..........................................................13

    Maçonaria – Uma Faculdade na Escola da VidaMaçonaria – Uma Faculdade na Escola da Vida

    “Não podemos viver felizes, se não formos justos, sensatos e bons”(Epícuro – Filósofo grego).

    Carlos Augusto Camargo da Silva

    vida é uma escola. Desde a concepção no útero materno, estamos a aprender. Após o nascimento, o aprendizado se intensifica. Aprendemos a andar, a

    falar, somos alfabetizados, educados e vivemos em sociedade. As leis dos homens regulam nossas condutas sociais. O uso e os costumes, a moral e as leis traçam nosso comportamento. Dentro dessa escola da vida, alguns homens têm o privilégio de ingressarem numa faculdade, que se chama Maçonaria. Alguns terminarão o curso e receberão o diploma. Outros desistem no início, no meio ou no fim. Outros, ainda, são reprovados e perdem a oportunidade. São o livre arbítrio e as regras do curso. A faculdade começa na iniciação e termina na diplomação, que é a comunhão total e final, cuja banca examinadora é o Tribunal de nossa consciência e a misericórdia do Grande Arquiteto do Universo.

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    A Maçonaria é uma faculdade na vida, que incentiva a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância. Que recomenda o respeito às leis, aos costumes, às autoridades e, sobretudo, à opção religiosa de cada um. A Maçonaria não se preocupa em retribuir as ofensas injustas recebidas pelos que não a conhecem, mas devemos nos defender, mostrando aos nossos algozes o que é a Maçonaria. Filosófica, moral e espiritualista é a Maçonaria. Filosófica, porque leva o homem a se ajudar na busca da verdade, que ele procura, a vencer suas paixões e submeter sua vontade à verdadeira razão. É moral, porque só aceita homens de bons costumes, que comem o pão com o suor de seus rostos. É espiritualista, por não admitir ateus em suas fileiras. Aliás, nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem, harmoniosamente, católicos, espíritas, protestantes, budistas, maometanos, judeus, etc.

    Alguns apressados poderiam pensar que isso significa que os Maçons sejam transformados em seres, absolutamente, passivos, submissos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em nosso país e no mundo. Outra inverdade, pois os Maçons se preocupam com tudo o que acontece, a Maçonaria é universal. Se os Maçons têm como compromisso maior a busca incessante da verdade, é claro que precisam

    exercitar, continuadamente, o direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem. Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros Maçons, os quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados da estupidez da guerra, da guerrilha, do terrorismo, do radicalismo e da ignorância.

    A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar. Jamais pode ser radical, pois a virtude mora no meio, no bom senso,

    na equidade e isonomia. Mas, como exige de seus adeptos uma vida de constante exercício de cavar masmorras aos vícios e erguer templos às virtudes, ela sabe que o maior ensinamento, que os Maçons possam oferecer, reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre, que não se esquece do polimento da pedra bruta, que somos, e da necessidade de erigirmos nosso templo interior. É aí que valorizamos o entendimento de Cícero:

    mailto:[email protected]

  • “Sou livre porque sou escravo da lei! Andar na lei é difícil, fácil é andar fora dela”. O Maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que, somente, terá vencido suas paixões, quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano, nunca se acovardando, ao exigir de qualquer um o cumprimento da lei. Principalmente, diante da covardia de maiorias, que procuram esmagar, impiedosamente, as minorias, ou fanáticos, que usam métodos covardes para valerem suas condutas.

    A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando a misericórdia para com os vencidos. Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. Portanto, todos os Maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre, a comida a quem tem fome, o agasalho a quem tem frio, uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes, a levar o conhecimento a quem o deseja. Sabe a nossa Instituição, que quanto mais se propagar a luz, menor será o espaço a ser ocupado pelas trevas. Com isso, poderemos guiar-nos mais seguramente na direção do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, luz irradiante, que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância per “omnia secula seculorum”!

    Não somos – e estamos longe de sermos – uma confraria de anjos, arcanjos ou querubins. Simplesmente, homens buscando a prática do bem sem olhar a quem, sem alarde, sem soar a trombeta. Uma faculdade na escola da vida, onde temos o privilégio de podermos conhecer a fé, a esperança e a caridade, sem necessidade de nos apegarmos a alguma religião ou seita. Conseguimos o que muitos acham impossível, ou seja, a reunião de homens de todas as crenças, unidos pelo laço da irmandade, pelo pensamento uníssono de que, pela boa obra, conhece-se o bom pedreiro. Enquanto algumas religiões se dizem donas da verdade, nós estamos à busca dela sem querermos ser seu dono. Não nos interessa a transmutação dos metais, não nos interessa interferirmos na fé alheia. O que nos interessa é o exercício da caridade, pois sabemos que, sem

    ela, não há salvação. Não existe fé sem caridade, sem esperança e sem amor. A fé nos põe em contato com o Criador, na sintonia de emissor e receptor. Somente palavras ou pensamentos não nos põem em sintonia com Ele, pois, se assim fosse, os fariseus, que praticavam, com grande pontualidade, os ritos prescritos e davam importância aos estudos das Escrituras, não teriam sido convidados a deixarem o templo, mencionados pelos Evangelhos como hipócritas e orgulhosos.

    Podemos concluir, sem medo de errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria como contrária a fé. O comportamento digno, que nossa Ordem impõe a seus membros, honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa, pois cada um de nós tem o direito de professar e praticar sua religião no mundo profano. Garante a Constituição brasileira que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cultos e às suas liturgias. Em Templo Maçônico, deixamos, do lado de fora, as diferenças religiosas e passamos à pratica comum da igualdade, liberdade e fraternidade. “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos”.

    Os rótulos nem sempre garantem o conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior é que deve permanecer sempre limpo, livre da sujeira, que as iniquidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor, sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é, apenas, uma gota diante de um oceano de coisas, que ignoramos. Ensina-nos a Maçonaria que o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o soerguimento de qualquer um, que queira levantar-se. Como Ele saberá, a qualquer tempo, separar o joio do trigo, nós, os Maçons, somos, sempre, recomendados a produzir mais trigo, mais trigo, mais trigo... ?

    *Esse trabalho foi baseado em artigos de autoria do Maçom Pedro Campos de Miranda, Loja Maçônica Spinosa nº 181, com emendas do Maçom Carlos Augusto Camargo da Silva, Loja Maçônica Estrela Caldense de Poços de Caldas, MG.

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    A Queda de nossas BastilhasA Queda de nossas Bastilhas

    Edson Oliveira dos Santos dia 14 de julho de 1789 nos remete a um movimento revolucionário histórico, que teve profunda repercussão nos destinos da humanidade, chancelada pela Revolução Francesa.O

    O Rei Luís XVI subira ao trono da França, em um momento bastante caótico, herdando, assim, uma pesada carga político-administrativa deixada, por seus predecessores, em uma sociedade dividida em três estados ou classes: o Clero (1º Estado), a Nobreza (2º Estado) e o Povo (3º Estado).

    Na realidade, a França era um reino antigo, com uma densidade populacional, orbitando em uma faixa de 2,5 milhões de habitantes, dos quais o clero e a nobreza, em conjunto, representavam aproximadamente 2% daquela população. Imperava, na época, o fausto dos banquetes palacianos, os jogos de pela e os prazeres da caça. Por sua vez, o orçamento da Casa Real oscilava a cifra de aproximadamente 33 milhões de libras, consumidas nebabescamente pelos quatro mil nobres que frequentavam a Casa de Versalhes. A nobreza sangrava, incontrolavelmente, os cofres do Tesouro em favor dos seus protegidos, incluindo-se os gastos supérfluos de Maria Antonieta e seu famoso amante, o sueco Axel de Fersen.

  • No entanto, do outro lado daquela cidadela de fausto e luxúria, das belas carruagens, das belíssimas mansões de mármore, da magia e esplendor dos castelos, do brilho da prata e do ouro, das melhores cartas de vinhos e inigualáveis iguarias, vivia uma camada social miserável, que constituía a maioria da população, explorada, pagando altíssimos impostos e tributos de toda ordem, convivendo com a sujeira das ruas e dos cortiços e obrigando-se a cumprir uma árdua jornada de trabalho de 15 a 18 horas, principalmente, no trabalho dos campos.

    Com a mão de obra sucateada e explorada cruelmente, a expectativa de vida dessa gente desafortunada chegava abaixo do limite dos trinta anos. A fome, o desemprego, a mendicância, as doenças contrastavam com a opulência e a bem-aventurança dos nobres e do clero. Como se vê, o cidadão francês não ganhava o suficiente para proporcionar a si e a sua família o mínimo de 3800 calorias, mesmo na hipótese de se incluir toda a família no trabalho, com as crianças de 7 a 8 anos, o que era muito comum. Comum era, também, eleger o rato como alimento para a plebe, tal era o estágio de penúria em que vivia. A corrupção, a venda de favores, a bajulação eram as normas sociais de conveniência. Mercê de tantos desperdícios e malversação do dinheiro público, a França chegou a mais completa bancarrota.

    Sob intensa pressão, o Rei se viu obrigado a buscar uma saída a qualquer preço. Menos o da moral. A troca de Ministros ligados a finanças do reino se sucedia, e, no desespero, convocou uma assembleia consultiva do reino, denominada de “Estados Gerais”, onde os três estados sociais (o clero, a nobreza e o povo) se faziam representar. A convocação feita para o dia 5 de maio de 1789 levou o 3º Estado (o Povo), que possuía maior número de representantes, a exigir a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte, com amplos poderes deliberativos e não-consultivos. O fermento e a efervescência da revolução começam a se delinear, sensibilizando muitos

    nobres e membros do clero a aderir às posições populares. O momento político se tornava insuportável.

    Por sua vez, o Rei mostrando total desequilíbrio, ameaçou fechar a Assembleia Constituinte. O povo se insurge, invadindo o Arsenal Real e armando-se. Segue, ainda, a Comuna, que, mais tarde, seria a Guarda Nacional, e investe contra um dos mais odiados símbolos do poder real, a Bastilha, velha prisão do Estado. A população se insurge, invadindo vitoriosamente aquela fortaleza, e, em uma avalancha incontrolável, assume o comando da situação, sufocando a tropa do reino. Todavia, no rescaldo da tomada, infelizmente, só encontra poucos prisioneiros do Velho Regime, alguns já haviam enlouquecido, outros, decrépitos e

    doentes, só esperavam pela hora da morte.

    Agora, depois que se passaram 220 anos da Queda da Bastilha, será necessário que façamos uma séria reflexão e nos projetemos para as próximas eleições do Brasil. Principalmente, quando vemos, às escâncaras, a formação de várias “Bastilhas”: bastilha desenfreada da corrupção; da incompetência política; da subversão de valores; da miséria; da injustiça social; do sucateamento das Forças Armadas; do descaso da educação; do medo; do abandono de nossa Amazônia;

    da prática do nepotismo; do abandono da saúde; do achatamento dos salários; da quebra da Soberania Nacional; dos prejuízos irreparáveis às Instituições e ao próprio Estado democrático de direito; da desobediência civil sob o comando da reforma agrária; da vergonha na cara, sobretudo. É necessário que estejamos prontos para derrubarmos as muralhas de nossas Bastilhas sem derramamento de sangue. Nesse viés, somente, devemos utilizar a nossa inteligência, para que cada um de nós derrube essas paredes da vergonha, usando como arma o nosso voto secreto. O candidato, envolvido em qualquer tipo de maracutaia, deve ser expurgado do cenário político e banido para sempre. Basta, somente, delatar.

    Movimento pró-queda de nossas Bastilhas, por um Brasil melhor! ?

    a b

    mailto:[email protected]://www.qualizan.com.br/

  • VII EMAC - Encontro Municipal dos Aprendizes e CompanheirosVII EMAC - Encontro Municipal dos Aprendizes e Companheiros

    Carlos Eduardo Pires Galvão A:.R:.L:.S:. Thomaz Idineu Galera nº 2221, jurisdicionada ao GOB, promove o VII EMAC - Encontro Municipal dos Aprendizes e Companheiros, de São Caetano do Sul, que reúne todas as potências maçônicas do município, GOSP, GOB e GLESP. Acontecerá no dia 29 de agosto, das 7h às 13h, no SENAI, Rua Niterói, nº 180, Centro, São Caetano do Sul.

    AO tema escolhido para esse Encontro será “Construir o Brasil – Construir o Mundo”. Na ocasião, vários assuntos

    serão discutidos, tais como: “Teoria sobre a origem da Maçonaria, o envelhecimento e o paradigma da Ordem”; “A Sociedade humanista e humanitária”; “A Maçonaria e cidadania”; “Ética e moral na Maçonaria”; “Inclusão social e liberdade”; "Educação e Juventude"; “Energia e consciência ecológica na Maçonaria”; “Defesa do ambiente: emergência”; “urgência e exigência”, “Soberania de um povo” e “Brasil sustentável e democrático: uma proposta de investigação e mobilização social”.

    Para mais informações, entrar em contato através do correio eletrônico [email protected] ou [email protected] (Ir∴ Carlos Galvão) e do website www.loja2221.com.br

    A coluna INFORME CULTURAL tem como objetivo divulgar Campanhas, Encontros e Eventos, em prol da cultura maçônica. O espaço é gratuito e teremos prazer em colaborar, divulgando o evento cultural de sua Loja! ?

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    HelenaHelena Petrovna Blavatsky Petrovna Blavatsky

    elena Petrovna Hahn Fadéef Blavatsky nasceu em Ekaterinoslav, na Ucrânia, a zero hora de 30 para 31 de julho, a única noite, em que, segundo uma

    crença popular russa, os espíritos do mal não têm nenhum poder. Era de sangue real e aparentada com as mais nobres famílias da velha Rússia. Filha de Pedro Hahn, da família nobre germânica Macklenburg, e de Helena Fadéef, princesa Dolgorouki, da nobreza imperial russa Deixava todos esses privilégios, honrarias e riquezas, puramente materiais, com o fim único de dedicar-se à verdadeira felicidade humana, a da Iluminação pelos conhecimentos reais ou divinos, ou melhor, que conduzem o homem à Meta desejada.

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    Um dos efeitos mais preciosos de sua missão é o de impelir os homens a estudarem e destruírem neles todo fanatismo. As qualidades de HPB acham-se tão acima do nível ordinário, que resultam completamente estranhas para a maioria das pessoas. Todos os que a conheceram concordaram em que possuía extraordinário poder

    espiritual; que gozava de incrível capacidade para realizar trabalhos intensos, e paciência sobre-humana para levar a cabo seu ideal e o cumprimento da vontade do Mestre. Possuía sinceridade sem limites, manifestada em toda a expressão de sua alma ardente, na espontaneidade de suas cartas, como em cada detalhe de sua vida cheia de sofrimento.

    Blavatsky foi sempre variável, diferente de quantos a rodeavam, diferente dela mesma, diferente até o ponto de se ver nela personalidade diversa, e algumas vezes oposta. Permaneceu sendo a Esfinge e partiu levando consigo seu segredo, o que acontece com aqueles que passam pela vida incompreendidos. Helena foi uma dessas pessoas, em que uns não vêem senão a fraude e a impostura, enquanto outros descobrem o jogo de forças raras. Desempenhou, na formação da Sociedade Teosófica, uma atividade a toda prova. A Teosofia fez numerosos adeptos na América e na Índia; dali se espalhou pela Europa, zelosamente guardados nos altares de certos templos, centros de "iniciação", os ensinamentos místicos, escritos na língua tibetana ou signos ideográficos, apresentados sob forma simbólica.

    mailto:[email protected]://www.loja2221.com.br/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • Essas sentenças, indecifráveis para os não-iniciados, têm uma origem pré-Budismo e são a expressão das ideias orientais sobre os problemas da alma e do mundo. Em suas peregrinações e visitas às escolas ocultistas da Índia, HPB aprendeu a decifrar esses livros sagrados. Retendo, de memória, algumas das estâncias ali contidas, as traduziu e compôs um pequeno tratado, chamado "A Voz do Silêncio", obra das mais admiráveis no gênero.

    É indiscutível que a teoria da reencarnação fez mais amplo o campo do pensamento popular, trazendo às especulações religiosas um auxílio necessário. E isso é um grande passo, associado ao nome de Blavatsky. Ela e seus seguidores construíram uma ponte sobre o abismo, entre o materialismo do Ocidente e o ocultismo e a metafísica do Oriente. Difundiram a fraternidade humana e nos fizeram pensar na possibilidade de uma religião universal, com bases mais amplas que as possibilidades reconciliadoras do Cristianismo, sonhadas hoje.

    Só vivia realmente à noite, quando abandonava seu corpo para ir ao encontro dos Mestres; muita coisa, que escreveu, lhe foi ditada enquanto dormia. Com efeito, escreveu com correção em latim, grego, hebraico, sânscrito, o que nem sequer podia ler em estado normal. Aos dezoito anos,

    encontrou fisicamente seu Mestre, em Londres. O mesmo que ela via a seu lado, desde a infância, como verdadeiro Anjo Protetor e que a livrara em vários momentos de grave perigo.

    Conheceu o Coronel Olcott em 1873 e, com ele, fundou em Nova Iorque, em 17 de novembro de 1875, a Sociedade Teosófica. Blavatsky foi universalmente malcompreendida. Ofuscando o mundo pela lei de sua doutrina, que a maioria não

    conseguiu alcançar, porque era completamente nova, a olharam com receio, e os representantes da ignorância científica, saturados de vaidade, chamaram-na "a maior impostora do século", porque suas mentes estreitas não puderam elevar-se à grandeza de seu espírito.

    Em 1877, publicou "Ísis sem Véu", que, como "A Doutrina Secreta" (Seu "Magnus Opus", publicado em 1888), lhe foi em parte ditada, em parte inspirada. O conteúdo dessas duas obras, principalmente a segunda, representa a evolução passada, presente e futura da humanidade, que será, durante séculos, o livro de texto do Ocultismo. Depois

    traduziu "A Voz do Silêncio", escreveu a "Chave da Teosofia", "No País das Montanhas Azuis”, "Pelas Grutas e Selvas do Indostão", "Narrações Ocultistas", "Glossário Teosófico", "Ocultismo Prático".?

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    As Cruzadas – Parte IAs Cruzadas – Parte I

    200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus

    Francisco Feitosaniciamos, a partir desta edição, uma série de matérias sobre As Cruzadas, e, para tanto, utilizar-nos-emos do espaço desta coluna, “Ritos Maçônicos”. Baseada

    em um minucioso trabalho de pesquisas e compilações de alguns autores, a série “As Cruzadas: 200 anos de guerras, roubos e crimes em nome de Deus”, visa a alertar nossos leitores para o surgimento avassalador, nos últimos anos, dos mais variados tipos de religiões e seitas, com mensagens enganadoras sobre salvação, levando, sempre, o homem a buscar fora o que está dentro de si mesmo, desviando-o do verdadeiro caminho de volta à Casa do Pai.

    I

    As Cruzadas foram um movimento que durou dois séculos; oficialmente, buscava recuperar os Lugares Santos das mãos dos “Infiéis” muçulmanos e defender e proteger os

    cristãos do Oriente. As Cruzadas (1095-1270) deveram seu nome à cruz que os soldados levavam no peito como distintivo. Foram em número de oito: quatro na

    Palestina, duas no Egito, uma em Constantinopla e uma no Norte da África.

    Com relação à origem das Cruzadas, Franco Cardini nos diz:

    “Para uns, foi somente a forma medieval de um inevitável conflito armado entre Oriente e Ocidente. Segundo outros, nas Cruzadas, deve se ver a reação à agressão muçulmana contra a Europa. Mas aqui a cronologia não se enquadra: em primeiro lugar, os muçulmanos golpearam o mundo oriental muito

    mais que o ocidental; segundo, o impulso expansionista do Islam, muito forte entre os séculos VII e X, parecia esgotado aos fins do XI”.

  • Um dos motivos principais para o surgimento das Cruzadas foram as lutas internas entre os reis europeus e as disputas religiosas. No fim, essas guerras foram inevitáveis, já que, ante as desordens e desvios da Igreja Católica Romana, o monge dominicano Martim Lutero escreve, no ano de 1517, suas “Noventa e Cinco Teses”, nas quais expõe os erros da Igreja Medieval em relação à Fé cristã. Assim, iniciam-se as modernas guerras religiosas no seio do Cristianismo – entre católicos e protestantes - que durariam séculos e ensanguentariam toda a Europa.

    A Europa padecia de escassez de alimentos, originando, por vezes, a prática de canibalismo, situação que desestabilizava o poder político e religioso, devido a muitas igrejas e monastérios terem roubadas suas colheitas e criações de animais. Essa questão se somou ao fervor religioso, que deu o impulso necessário ao povo, para empreender a marcha para a Terra Santa. A consequência foi que a maior parte das pessoas empreendendo a marcha para o Oriente Médio, morriam no caminho, com muito poucos, os mais bem preparados e alimentados, chegando ao destino, para, finalmente, serem dizimados pelos exércitos seljúcidas.

    Jerusalém caiu nas mãos dos infiéis e precisava ser libertada. "Deus quer" era o lema dos Cruzados. Seguiram-se, ao menos, duzentos anos de guerras para libertar os lugares sagrados. Duzentos anos de guerras inúteis. No final, Jerusalém permaneceu nas mãos dos muçulmanos. As Cruzadas deterioraram, irremediavelmente, as relações entre o Oriente ortodoxo e o Ocidente católico, e, em última análise, facilitaram a expansão turca. Em 1070, os turcos, povo de origem muçulmana, conquistaram Jerusalém, a cidade sagrada dos cristãos, meta de peregrinação de vários deles. Na verdade, havia séculos que Jerusalém estava sob o domínio dos árabes, que toleravam, no entanto, a presença cristã.

    Na primeira metade do século XI, as relações diplomáticas entre os dominadores árabes da cidade e o Império Bizantino eram bastante cordiais. Mas os novos conquistadores turcos, além de tornarem mais difícil a

    peregrinação, representavam uma ameaça à incolumidade do Império Cristão do Oriente e à própria Europa. A chamada à luta foi realizada pelo Papa Urbano II, no Concílio de Clermont Ferrand (1095) e teve lugar entre os séculos XI e XIII. Nesse ano, o Papa, respondendo ao pedido de ajuda do imperador bizantino, ameaçado pela invasão turca, convidou todo o Ocidente a intervir militarmente. Aos voluntários da Igreja, prometia a dilação do pagamento dos débitos, a anulação de eventuais condenações penais, a remissão dos pecados com as indulgências plenárias e outros prêmios. De acordo com cronistas da época, o discurso do Papa foi: "Ricos e pobres deveriam, igualmente, partir, deveriam parar de se matar uns aos outros e, em vez disso, lutar uma guerra justa, realizando a obra de Deus; Deus os guiaria. Quem morresse em combate receberia a absolvição e a remissão dos pecados”.

    O apelo do Papa Urbano II obteve, ao menos de início, uma resposta bem morna por parte dos soberanos e dos grandes senhores feudais, mas, ao contrário, uma adesão entusiasta, superior às previsões, nas classes mais baixas. Pregadores, que viajavam pela Europa anunciando a Cruzada, obtinham muito sucesso junto aos aventureiros, homens de armas miseráveis e camponeses famintos, que sonhavam em mudar de vida.

    Os europeus logo se lançaram ao feito, convencidos de que a conquista dos países mediterrâneos orientais seria fácil, pois era sabido que o domínio turco estava despedaçado em emirados

    hostis entre si, exatamente como os senhores feudais da Europa.

    Os bizantinos logo se dissociariam dos feitos dos Cruzados, seja porque estes, durante sua passagem, saquearam, também, cidades cristãs, seja porque a ideia de uma "guerra santa" com tantos bispos, abades e monges armados, era estranha à sua mentalidade.

    Especificamente, pode determinar-se como data de início, a tomada da cidade Jerusalém (1071), que se encontrava sob o domínio do Califado Fatimi do Egito. O fim das Cruzadas ocorre com a tomada da cidade de Acre (1291) pelas forças islâmicas.

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • Essas campanhas militares não foram somente contra os muçulmanos, antes, ao contrário, contra cristãos dissidentes, como os Cátaros, as forças oposicionistas políticas, como as de Frederico II, o império cristão bizantino e os povos pagãos da região do Mar Báltico. De certa forma, os exércitos cruzados foram o braço armado da política Papal.

    Em 1054, o Cristianismo sofre o cisma entre a Igreja de Roma e a Igreja Ortodoxa grega. O surpreendente é que o Papa Urbano convoca as Cruzadas com o argumento da defesa, feita aos cristãos do Oriente (ortodoxos gregos, armênios, sírios, coptos, etc.), perigando ante a ameaça dos turcos seljúcidas, que já dominavam parte da Ásia Menor.

    Desde os tempos primitivos da Igreja Cristã, seus fiéis visitaram seus santuários na Palestina. Ao ocorrer a conquista desta pelos árabes (637), o Califa Omar permitiu que os cristãos continuassem com suas práticas, sem dificultar, em nenhum sentido, a devoção dos peregrinos, satisfazendo-se só com a imposição do tributo (Yiziah) para as pessoas do Livro (Ahlul Al Kitab), que moravam no território islâmico.

    Deve-se ressaltar a tradição islâmica, na qual se relata que o Califa Omar, sucessor de Maomé, entrou em Jerusalém, montado com um companheiro em um só cavalo, questão que, nos relatos, descreve-se como uma situação, que se tornou confusa para os cidadãos da Cidade Santa, já que não sabiam a quem render homenagens. Esse fato explica o significado do selo templário de dois cavaleiros em um só cavalo.

    O único antecedente de agressão aos cristãos se observou quando o Califa Fatimi Al Hakim, mentalmente insano para a Lei Islâmica, destruiu uma parte das instalações do Santo Sepulcro (1010), reconstruído pelos próprios muçulmanos, que, a seguir, assassinaram Al Hakim.

    A Primeira Cruzada (1096 - 1099) foi chamada de “dos "mendigos", pois era composta, principalmente, por pessoas muito pobres e famílias camponesas, provenientes, na maioria, da França, Alemanha e Itália, que esperavam encontrar, no Oriente, a liberdade da opressão dos senhores feudais e novas terras, onde se estabelecessem. Mas isso é assunto para a próxima edição! ?

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    A Origem Mística da Fogueira de São JoãoA Origem Mística da Fogueira de São João

    “Há qualquer coisa de melancólico nessas festas juninas, nesses fogos, nessa insistência em conservar-se a tradição dos dias dedicados aos barulhentos

    São João, Santo Antônio e São Pedro.” Augusto Frederico Schimidt

    João Geraldo Camanhooda festa junina, que se pretenda tradicional, tem de ser tudo isso, apontado na transcrição acima pelo grande poeta. Humildemente,

    pedimos licença ao autor para acrescentarmos que, na referida festa, existem mais coisas. Muitos desconhecem a origem mística da fogueira de São João e o porquê de certas tradições juninas.

    T

    Vamos começar com a dança, a famosa quadrilha. Não sei se os Irmãos já repararam nas palavras que orientam a evolução dos dançarinos: “changê”, “anavã”, “anarriê”. Convenhamos, são palavras bastante esquisitas. Mas, na verdade, são expressões aportuguesadas da língua francesa. É que a quadrilha é uma dança inspirada nos bailes rurais da França, do século XVIII; os casais, em

    coreografias carregadas de mesuras, cumprimentavam-se e trocavam os pares, alegrando os salões das cortes europeias.

    Devemos à Família Real portuguesa o translado desse tipo de dança para o nosso país, em 1808. E os brasileiros, com sua proverbial criatividade, acrescentaram à quadrilha o tempero tropical, criando novos passos e interessantes personagens. Assim, surgiram o “padre”, o “noivo”, a “noiva”, o “delegado” e expressões como “olha a cobra no caminho”, etc.

    Em, “Sonho de Papel”, conhecida canção junina, os autores Carlos Braga e Alberto Ribeiro aquecem as emoções da ambiência festiva com a presença da fogueira:

    “O balão vai subindo, vem caindo a garoa / O céu é tão lindo e a noite é tão boa. / São João, São João! / Acende a fogueira do meu coração.”

  • Talvez, não suspeitassem os mistérios que a envolvem. De origem europeia, a fogueira joanina faz parte da antiga tradição pagã, em que se cultuava o Solstício de Verão. A Igreja Católica, como sempre, agindo nos bastidores, escamoteou o cunho esotérico da fogueira estival, associando-a à lenda católica, onde afirmava que o antigo costume de acendê-la, no começo do verão europeu, tinha suas raízes num acordo feito pelas primas: Maria, grávida de Jesus, e Isabel, grávida de João. Ficou combinado que Isabel acenderia uma fogueira, que pudesse ser vista a distância, para avisar à primeira o nascimento da criança.

    Mesmo com tal artimanha da Igreja, inculcando, no vulgo profano, a mudança da tradição pagã em manifestação católico-cristã, não se pôde apagar a verdade iniciática de milênios. O filho de Isabel, cuja excelsa missão era anunciar a vinda do Christo, o Avatara (Ava = antigo; Tara = Torah, Lei, Rota), a manifestação da Divina Lei para o segundo milênio (a Era de “Piscis”), veiculada na Terra por Jeoshua Bem Pandira (Jesus, o Cristo), foi, pois, o grande Yokanaan (o que prega, ensina, doutrina e batiza, anunciando esses Seres ungidos, dados como filhos de mães virgens e chamados o Sol, o Salvador, o Christo, o Messias).

    Pregando o batismo e a conversão para a remissão

    dos pecados, ao percorrer as terras do Jordão, o Rio Sagrado, diante de tanta autoridade e sabedoria, o povo lhe perguntou se era o Christo. Ele, então, redarguiu: “Eu vos batizo com a água, mas virá Outro muito mais poderoso que eu, cujas correias das sandálias não sou digno de desatar; Ele é que vos batizará com o Fogo do Espírito Santo”.

    Com tal esclarecimento, mais uma ponta dos velados mistérios pode ser levantada, pois, ao batizar Jesus no aludido Rio, restabeleceu a Nova Aliança, entre a Divindade e a humanidade, o pacto com o Salvador, com o Cordeiro de que nos falam as milenares profecias. Uma simbologia ligada à expressão, usada, ainda, no Ciclo atual, “Cordeiro de Deus”, indicadora do Fogo Místico, o Fogo Sagrado, que arde em todas as coisas, através das palavras latinas “Agnus Dei” e da palavra sânscrita, “Agni”.

    João, o Batista, está intimamente ligado ao Culto do Fogo, praticado por diversos povos, milhares de anos antes do Advento do Cristianismo. E, por isso mesmo, a permanência, nos dias de hoje, do acendimento das fogueiras de São João, que, embora entendido como simples manifestação folclórica, tem uma dimensão bem maior, sendo, na verdade, uma reminiscência do Culto ao Filho de Deus, representado pelo Sol, o Salvador da humanidade das durezas do inverno. ?

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    Os Quatro Evangelistas e a MaçonariaOs Quatro Evangelistas e a Maçonaria

    Carlos Toschi Netoe uma maneira suscinta e breve, faço um comentário sobre o que representaram os quatro Evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João – e as similitudes que

    registram com a Maçonaria.

    DMateus, também, chamado de Levi, era judeu e

    um publicano romano, ou seja, um cobrador de impostos, que, ao ser chamado por Jesus, o Cristo, deixou tudo e o seguiu, convicto da missão que lhe era reservada.

    Reportava-se principalmente aos judeus, ou seja, aos seus pares, aos seus Irmãos, e o propósito aparente da sua pregação era mostrar que Jesus era o Messias, mencionado nas profecias hebraicas.

    Contudo, o objetivo real do seu Evanhelho era o de testemunhar que o efetivo cumprimento das profecias se deram ao tempo de Jesus.

    Mateus refere uma série de parábolas encontradas somente em seus ensinamentos: o do joio e do trigo, a do credor incompassivo e a dos bodes e das ovelhas.

    Atentem, por favor: há sempre um profundo ensinamento moral em situações em que o dinheiro, a obrigação pecuniária é posta à lembrança.

    O Evangelista Mateus representa o nosso Tesoureiro, com o seu profundo apego à Ordem, ao cumprimento das nossas obrigações maçônicas, das quais é um fiel zelador, um guardião dos nossos interesses

    maçônicos, que, com a sua eficiência e método, assegura, sempre, ao Condutor do Rebanho a suficiente provisão de recursos.

    Marcos, também, chamado de João Marcos, foi um companheiro de Paulo, a quem se uniu, se saparou, para, posteriormente, unir-se novamente.

    Marcos aponta Jesus como um incansável servo de Deus e de nós, homens, tendo se dirigido, especialmente, aos cristãos gentios, aos quais explicava as palavras e os costumes judaicos.

    Apontava Jesus como um exemplo das boas obras a serem seguidas, era incansável nas suas pregações, sendo uma pessoa a quem, constantemente, todos procuravam, em razão da sua profunda boa-vontade.

    Estava sempre pronto para o serviço, a tal ponto, que a sua característica maior foi a imediatitude das ações, sendo o mais breve dos evangelistas em suas colocações, do tipo “paft, puft”, tendo apontado o caráter divino de Jesus, mas não aprofundou tal colocação.

    Ocupa-se muito das profecias, estuda bastante os discursos de Jesus, faz-se um arauto de tais ensinamentos; entendo que Marcos represente o nosso Orador, que conhece muito os ensinamentos contidos na legislação maçônica, se debruça por sobre a mesma, cabendo, invariavelmente, distinguir entre o que é legalmente exigível daquilo que é moralmente aceitável, sendo, assim, um aplicador da norma.

    http://www.dirijarentacar.com.br/

  • Lucas foi muito amigo de Paulo e o acompanhou em suas viagens, rezando a tradição que foi médico, tendo dirigido os seus ensinamentos especialmente para os gentios, fazendo uma narrativa lógica e sistemática da vida de Jesus, da forma como a viram as testemunhas presenciais.

    Aponta, com clareza, as mais importantes lições de Jesus, foi o seu melhor biógrafo. É famosa a parábola, somente encontrada no seu Evangelho, conhecida como a do “Bom Samaritano”. Foi uma pessoa dedicada e sobretudo devotada à graça universal de Deus, que, em outras palavras, pode ser entendida como a Fé em Deus.

    Lucas, com o detalhamento com que se ocupou da missão crística, é o nosso Secretário, afeito às nossas Atas, aos relatos precisos e à guarda dos nossos registros.

    Por fim, João, o profeta do Apocalipse, autor do Livro mais profundo e de maior espiritualidade da Bíblia, teve por propósito inspirar a fé em Jesus, como Filho de Deus, e, consequentemente, como nosso Irmão.

    Foi um incansável narrador, principalmente, dos últimos dias de Jesus e, através de seus ensinamentos, fluem duas grandes linhas mestras do pensamento cristão: a Fé e Vida Eterna, ou, como queiram os mais pragmáticos, a realidade e a continuidade perene da Vida, admitida como pré-existência d'alma, ou reencarnação.

    Devemos ser, como em outros inúmeros exemplos, tal qual João, o bem-aventurado da construção espiritual, sem que jamais se tenha esquecido de que, pela Vida na Terra, alcança-se o Mundo Maior. ?

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    A Comissão de SindicânciaA Comissão de Sindicância

    Marco Antonio Perottoni abemos que a Maçonaria é uma sociedade que se iniciou em tempos passados. Muito se tem discutido e pesquisado para se chegar às suas reais

    origens, sendo que a mesma vem sobrevivendo por séculos, apesar das constantes mudanças ocorridas em nosso mundo.Essa sobrevivência vem sendo garantida pela constante renovação de seus membros, que mantêm seus segredos mais carismáticos. Rituais, fundamentos e segredos vêm sendo transmitidos de geração para geração, num clima de confiança e fraternidade.

    S

    Sendo uma Sociedade Iniciática, tem o dever de primar pela escolha de seus futuros membros, que darão continuidade à sua perpetuidade.

    Se necessitamos de membros ativos e conscientes, para perpetuá-la para as próximas gerações, é necessário que sejamos muito criteriosos nas escolhas de futuros Obreiros e que essa tarefa seja entregue a quem, efetivamente, tenha as qualidades necessárias para o fiel cumprimento da mesma.

    Sem nenhuma dúvida, o futuro de nossa Ordem está, diretamente, ligado à escolha e à análise das indicações feitas por seus atuais Obreiros, ficando as mesmas associadas aos padrões ético-morais e intelectuais dos indicadores, principalmente, os padrões éticos.

    De todos os trabalhos maçônicos, destaca-se, em nossa visão, um muito especial e, até diríamos,, extraordinário, em cujo desempenho o Maçom há de movimentar-se no interior do Templo e, especialmente, fora dele, no mundo profano: a “Sindicância”.

    É, como dissemos, um trabalho especial, que

    muito honra e dignifica o Irmão encarregado do seu desempenho, uma vez que tem excepcional importância para a construção das bases de progresso de uma Loja. É uma incumbência de grande vulto e estrita consideração para o Irmão escolhido pelo Venerável Mestre.

    Não estamos sendo nem um pouco original, dizendo que, ao sermos encarregados de uma “Sindicância”,

    deveremos ser minuciosos e severos no exame dos candidatos, pois, de nosso desempenho na busca das respostas dos quesitos, vamos gerar o convencimento dos demais Irmãos na admissão de um profano em nossa Ordem.

    Quando estamos examinando um candidato, temos que investigar além das características indicadas pelo proponente, que giram em torno de boa convivência social, trabalhado, moral reconhecida e honestidade.

    Sem dúvida, são características necessárias para ser aprovado, mas perguntamos: são as únicas? Com toda a certeza, temos outros valores e qualidades, que têm que ser avaliadas: ética, justiça, sabedoria, inteligência, liderança, perseverança e caridade. Quanto mais precisas as informações,

    que trazemos para a Sindicância, muito menos possibilidades de errarmos na escolha de um novo membro para a Ordem.

    Como vemos, o momento mais importante de um processo de iniciação de um novo integrante da Ordem é a “Sindicância”. É nesse momento que será montado o verdadeiro perfil, com os valores e qualidades do profano. O Sindicante não pode, jamais, atuar com desleixo nessa atividade, não pode deixar-se levar por afinidades pessoais, ou se preocupar em contrariar a quem fez a indicação. Se existirem problemas com o profano, estes devem ser levados ao conhecimento da Assembleia.

  • Num clube social em campanha de “mais um”, o que interessa é o número. Na Maçonaria, onde os princípios e finalidades são outros, bem diferentes devem ser os processos de admissão desse “mais um”. O que conta, em nossa Ordem, é a qualidade e, jamais, a quantidade dos candidatos.

    Como atingir esse objetivo? Tal seleção, sempre procurada, é conseguida a contento, através das “Sindicâncias” bem elaboradas e levadas a efeito pelos Irmãos, escolhidos pelo Venerável Mestre, que prezam a distinção dispensada, ao serem selecionados para executarem tão honroso trabalho.

    Em razão disso, a “Sindicância” assume grau de importância, imprescindível para o bom andamento das propostas de iniciação e a garantia de bons resultados nos trabalhos, daí a deferência especialíssima da Loja para com o Irmão que for escolhido como Sindicante.

    Aqueles que não apreciam o devido valor, a enorme importância e responsabilidade dessa missão, ou não estão dispostos a consumir um tempo em benefício do progresso de sua Loja, fornecendo uma informação consistente e exata, não devem aceitar tão honroso encargo, porque uma boa “Sindicância” deve ser isenta de qualquer resquício de protecionismo, traçada com o intuito de iluminar os Irmãos que irão tomar parte da decisão, advinda dela.

    O Venerável Mestre elege, para tão valiosa e nobre tarefa, a Irmãos que lhe merecem respeito, consideração e a mais absoluta confiança. Estes formarão a Comissão de Sindicância, confidencial, pois só o é e deve permanecer do conhecimento do Venerável Mestre, portanto, desconhecida dos demais Irmãos da Loja.

    É importante afirmar que o Sindicante deve agir com a máxima lisura e honestidade, jamais utilizando essa condição, para constranger ou buscar favores ou benefícios pessoais em função da condição do sindicado, deixando de

    lado qualquer relação com credo, raça ou ideologia nos seus questionamentos ou julgamentos.

    Não é por se eleger uma Comissão de Sindicância que os demais Obreiros da Oficina deixam de ter responsabilidade na admissão dos candidatos, pois são, tacitamente, havidos como sindicantes aditivos ou complementares, que, tendo conhecimento de algum fato, vindo em benefício ou em desabono do candidato, têm o dever de comunicar à Loja.

    O meio mais discreto de fazer retornar a “Sindicância” às mãos do Venerável Mestre, a não ser a entrega direta, é através da Bolsa de Propostas e Informações.

    Há o prazo regulamentar, que deve ser observado na íntegra, estipulado no Regulamento Geral, após o recebimento “Sindicância” pelo sindicante. Este prazo, entendemos, poderá ser prorrogado por mais um período, a critério do Venerável Mestre, mediante solicitação por parte do sindicante.

    É importante que nos conscientizemos da relevância das informações e da honra, que nos é deferida no momento em que passamos a fazer parte de uma Comissão de Sindicância, pois, de nosso desempenho, depende, em muito, o progresso de nossa Loja. Lutemos por Sindicâncias feitas com qualidade, esclarecedoras e que, efetivamente, ajudem na decisão da Loja.

    Para finalizar, transcrevo um trecho de Luiz Prado, cujo livro “Roteiro Maçônico para o Quarto de Hora de Estudos” inspirou o desenvolvimento desta Peça de Arquitetura:

    “É a própria Loja curiosa de saber o que ocorre com os candidatos. Seu mister de garimpagem maçônica assemelha-se aos cuidados, empregados na escolha das “pedras” preciosas e diamantes embrionários, que, tarde ou cedo, irão ser transmutados por meio da lapidação, no caso o processo de iniciação”.?

    a b

    Meu Compromisso!Meu Compromisso!Autor desconhecido

    iante de mim, tendo eu mesmo por testemunha e sob pena de perder o respeito por minha própria palavra, me comprometo a buscar e defender qualidade de vida em tudo que faço em todos os

    lugares onde eu esteja.

    DE me comprometo a estar presente aqui e agora, a despeito do prazer

    e da dor que este momento me traz, fazendo a parte que me cabe, do melhor modo que eu sei, sem me queixar do mundo, nem culpar os outros por meus erros e fracassos, mas antes me aceitando imperfeito, limitado e humano.

    E, mesmo que tudo recomende o contrário, me comprometo a amar, a confiar e a ter esperança, sem quaisquer limites ou condições. E, embora só possa fazer pequeno, me comprometo a pensar grande e a me preparar com disciplina e coragem para os ideais que, ainda, espero e vou alcançar, sabendo que tudo começa simples e singelo.

    De corpo, cabeça e coração, me comprometo a crescer muito e sempre, de todos os modos possíveis, de todos os jeitos sonhados, até que a vida me considere apto para a morte.?

    a b

  • IntrospecçãoIntrospecçãoJorge Adoum

    uando o homem começa a aspirar, respirar e pensar, conscientemente, estende uma ponte para chegar ao sistema simpático, ou a seu mundo interno; pode ler no arquivo da natureza e penetrar no tempo passado.

    Poderá ler vidas passadas e descobrir a Lei de causa e efeito de todos os acontecimentos.

    QEntão, ele se dará conta de seus poderes internos, os quais devem ser

    desenvolvidos para o bem dos demais e jamais para danos e prejuízos.O estudante deve viver esses poderes de uma maneira natural e simples,

    até que nele se convertam em uma segunda natureza; então, perde o espírito exibicionista e principia a usá-los, conscientemente, sobre pessoas merecedoras.

    O aspirante, nesse estado, se assemelha ao sábio, que não se detém a explicar uma lei a crianças incapazes de compreender, senão, somente, a seres que aspiram aos ensinamentos e os assimilam. ?

    a b

    rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica,

    sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de 13.057 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.

    A

    Ao completar dois anos de idade, no último 24 de fevereiro, sua Revista Arte Real, de cara nova, sente-se muito honrada em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

    Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33ºRevisor: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º Colaboradores nesta edição: Carlos Augusto Camargo da Silva – Carlos Eduardo Pires Galvão – Carlos Toschi Neto – Edson Oliveira dos Santos – João Geraldo de Freitas Camanho – Jorge Adoum – Marco Antônio PerottoniEmpresas Patrocinadoras: Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Dirija Rent a Car - López y López Advogados – Olheiros.com - Santana Pneus – Sul Minas Lab. Fotográfico - Turmalina.

    Contatos: ( (35) 3331-1288 / 8806-7175 E-mail - [email protected] – francisco.feitosa.da.fonseca MSN – [email protected]

    As edições anteriores estão disponíveis para download em nosso Portal Entre Irmãos - http://www.entreirmaos.net

    Distribuição gratuita via Internet - Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. ?

    Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.entreirmaos.net/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.olheiros.com/

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