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“MÚSICA DO SILÊNCIO”: QUESTÕES DE GÊNERO E
REPRESENTATIVIDADE POÉTICA
Bruna Caroline da Silva1
Prof. Dr. Walter Valdevino do Amaral2
Em virtude da política do patriarcalismo, as mulheres tiveram e têm suas imagens
invisibilizadas e subjugadas. Evidenciando que a memória e a narrativa histórica são
masculinizadas, a literatura de autoria feminina suscita um novo olhar sobre a produção literária
produzida desde meados do século passado até os dias de hoje. Por isso, nosso objetivo é dar
visibilidade a escrita e existência da poetisa Maria do Carmo Barreto Campello, em que seu
protagonismo caiu em esquecimento, mesmo tendo contribuído para a literatura pernambucana.
A grande intelectual nordestina, nasceu na cidade do Recife em 21 de julho de 1924 e falece em
23 de julho de 2008. Passou sua infância entre a capital pernambucana e a cidade do Rio de
Janeiro, onde teve fortes influências eruditas e católicas. Tornou-se imortal pela Academia
Pernambucana de Letras, em 1982, ocupando a cadeira número 29. Profissionalmente atuou
como professora, jornalista e técnica em comunicação social na Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Em tal trabalho procuramos demonstrar alguns
traços da personalidade da autora a partir das obras: “Música do silêncio – 1º momento: Os
símbolos. 2º momento: os sobreviventes” (1968) e “Música do silêncio – 3º momento: Ciclo da
Solidão” (1971). A intelectual viveu e escreveu sobre dor, amor e solidão, nessa perspectiva, ao
decorrer de suas poesias ela busca fundamentar a compreensão e entendimento do seu
pertencimento e solitude, demonstrando a representatividade da fragilidade humana com suas
angústias e perplexidades. Ao analisarmos as poesias de Maria do Carmo, percebemos que, a
liberdade é o estado de espírito que melhor representa a produção de seus versos, pois sua
escrita não segue padrões métricos e seus versos são livres. Como aportes teóricos-
metodológicos utilizamos a análise dos estudos de gênero proposta por Joan Scott, as discussões
biográficas apresentada pela historiadora Margareth Rago, e a categoria de representação
desenvolvida pelo historiador Roger Chartier.
1Graduada em História pela Universidade Católica de Pernambuco. Integrante do Cactos – Núcleo Unicap de Estudos de Gênero. E-mail: [email protected]. 2Professor do Curso de História da Universidade Católica de Pernambuco. Coordenador do Cactos – Núcleo Unicap de Estudos de Gênero. E-mail: [email protected].
Palavras-Chave: Gênero. Literatura. Intelectuais.
Introdução
A ausência de mulheres na escrita da História evidencia que a memória, a
narrativa histórica é masculinizada. Entendemos que, a importância de escrever sobre
mulheres, para conhecer e reconhecer suas experiências de luta e superações seja uma
contribuição relevante para o conhecimento histórico, o qual, em geral, é construído a
partir do masculino. Portanto, acreditamos que, a realização do estudo sobre a escritora
Maria do Carmo Barreto Campello de Melo e suas obras “Música do Silêncio – 1º
momento: Os Símbolos; 2º momentos: Os Sobreviventes” e “Música do Silêncio – 3º
momento: Ciclo da Solidão”, poderão contribuir para uma maior visibilidade de uma
escritora que, devido a sua contribuição literária no contexto regional, é por muitos
considerada uma das mais importantes poetisas pernambucanas na contemporaneidade.
Ao decorrer da pesquisa, identificamos na escrita da autora elementos
autobiográficos. Tal característica é de extrema importância para nós, uma vez que,
conforme Margareth Rago, não é comum às mulheres escreverem sobre si mesmas,
contribuindo para algumas lacunas na historiografia feminina, as quais reforçam a
invisibilidade dado a elas. Analisando as poesias de Maria do Carmo, percebemos que
elas refletem seu dia a dia, em sua maneira de ser, de agir, na análise em que a atribuía
ao contexto social e cultural, ou seja, muito do que ela escrevia estava relacionado com
perspectivas que a envolvia. Nesse sentido, as contribuições do historiador Roger
Chartier acerca da relação autor/a e obra, são essenciais para o desenvolvimento deste
trabalho, pois nos ajuda a analisar a intensidade do cruzamento da vida e obra da
escritora.
Durante muito tempo, foram negadas as mulheres a autonomia e subjetividade
necessárias para o trabalho histórico e literário, o que favoreceu que muitas ficassem à
mercê e as sombras dos homens. “A história das mulheres narra e revela uma história do
silêncio, uma história do confinamento, mais do que do esquecimento” (TEDESCHI,
2016, p.155). Dessa forma, entendemos a importância de problematizar questões
referentes a visibilidade feminina no cenárioliterário e historiográfico, pois, a escrita
produzida por mulheres teve e continua tendo, de conviver com um ocultamento que
trouxe consequências quase que irreparáveis.
Questões de Gênero e Representação: As Mulheres na Literatura
A noção de representação é um dos elementos de grande relevância no meio
literário e nos estudos de gênero. Para Roger Chartier, o conceito de representação
reforça a ideia anteriormente apresentada, por meio de palavras ou imagens, para tornar
presente algo que está ausente, sendo a palavra entendida como “Instrumento de um
conhecimento mediador que faz ver um objeto ausente através da substituição por uma
imagem capaz de o reconstituir em memória e de o figurar como ele é.” (ROSSINI apud
CHARTIER, 1990, p.10).
A partir da representação podemos articular as relações dos indivíduos com as
sociabilidades. Representação esta que, são variáveis e determinadas a partir do grupo
social. Representar abrange o conceito do tornar perceptível, “pode também significar
falar em nome do outro” (ROSSINI, 2016, p. 05). É Importante salientarmos sobre os
detentores do discurso no contexto literário, sendo estes normalmente do sexo
masculino, cisnormativo, branco e de elite.
Em meados do século XX, a presença feminina passou a ter uma maior
consistência no campo literário. O cânone literário perdurou por séculos como uma
produção masculinazada. Nessa perspectiva, as mulheres foram consideradas
historicamente como inferiores ao indivíduo masculino, não havendo o reconhecimento
destas no meio intelectual. É importante mencionar que: “Pensar a literatura feminina de
maneira política significa garantir que mulher saia de sua condição de representada para
assumir o lugar daquele que se auto representa” (COLLING; TEDESCHI, 2019, p.460).
Não raramente, pensa-se na literatura de autoria feminina associada ao
feminismo. A crítica literária feminista intervém com o objetivo de irromper o caráter
de representação até então incluída, em que, as mulheres eram sujeitas a invisibilidade e
marginalização. Portanto, a crítica literária feminista vêm possibilitar a representação de
perspectivas sociais que o cânone literário masculino não fora capaz de evidenciar,
descortinando a história tradicional e sexista da representação das mulheres no terreno
literário de autoria masculina e, assim, permitir a inclusão de vozes antes
marginalizadas, tanto na produção dos textos, quanto na representação literária, o que
contribuiu para que essas vozes passassem a ser imersas no campo literário, que fossem
legitimadas (ROSSINI, 2016, p. 05).
A historiadora Joan Scott defende a necessidade de considerar a existência de
uma história que aborde a noção de representação e dominação do poder desigual dada
pela dominação masculina. São os homens que formulam as regras, que organizam
questões sociais, estabelecem fronteiras etc. As menções destinadas às mulheres seguem
de acordo com apropriações daquilo que seria do feminino, sendo virtuosas e belas (Cf.
SCOTT, 1995, p. 49).
Ainda, segundo Joan Scott, o conceito de gênero pode ser dividido em duas
proposições. A primeira traz o gênero como um elemento constitutivo de relações
sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos (SCOTT, 1995, p.86), que
abarca quatro elementos inter-relacionados: os símbolos culturalmente disponíveis; os
discursos normativos que expressam interpretações dos significados dos símbolos; as
organizações e instituições sociais e a identidade subjetiva. Já a segunda preposição,
define o gênero como “uma forma primária de dar significado às relações de poder.”
Seria melhor dizer: o gênero é um campo primário no interior do qual, ou por meio do
qual, o poder é articulado. (SCOTT, 1995, p.86). A partir do gênero podemos
compreender a organização simbólica e conexões de poder nas relações entre sexos e
que se consolida um determinado discurso e se constrói uma identidade masculina e
feminina que encarcera as mulheres.
A pressão social sobre os comportamentos e o lugar das mulheres, sobretudo
frente à questão da intelectualidade, também faz parte do universo masculino. Para isso,
atribui à importância do estudo de ambos os sexos na questão que envolve o ser
feminino ou masculino. Pois, “A ideia de masculinidade repousa sobre a repressão
necessária de aspectos femininos – do potencial bissexual do sujeito – e introduz o
conflito na oposição do masculino e do feminino” (SCOTT, 1995 p. 40). Ter o
entendimento sobre a questão de gênero para Joan Scott significa reconhecer que, tanto
homem como mulher,são “categorias vazias e transbordantes, pois que, quando parecem
fixadas, elas recebem, apesar de tudo, definições alternativas, negadas ou reprimidas”
(SCOTT, 1995. p.19).
Maria do Carmo Barreto Campello de Melo: Uma mulher que se fez poesia
A poetisa escreveu um total de treze livros, são eles: “Música do Silêncio - 1º
Momento: Os Símbolos, 2º Momento: Os Sobreviventes” (1968), “Música do Silêncio -
3º Momento: Ciclo da Solidão” (1971), “Música do Silêncio - 4º Momento: O Tempo
Reinventado” (1972), “VerdeVida: O Tempo Simultâneo” (1976), “Música do Silêncio
- 5º Momento: As Circunstâncias” (1976), “Ser em Trânsito” (1979), “Miradouro”
(1982), “Partitura Sem Som” (1983), “De Adeus e Borboletas” (1985), “Retrato
Abstrato” (1990), “Solidão Compartilhada” (1994), “Visitação da Vida” (2000).Além
deste, temos a publicação de Ana Flávia Campello de Melo, intitulandode “Sempre
poesia, obras completas” (2009), no qual, reuniu todas as poesias das obras da escritora.
Suas obras consistem em temáticas acerca a família, questões sociais, de si
mesma, sentimentos, solidão, família e religiosidade. Católica praticante, afirmava que a
inspiração é um dom do Espírito Santo; suas obras apresentam muito de sua fé e
religiosidade católica, sendo este, portanto, um de seus principais temas.
Imagem 1: Maria do Carmo Barreto Campello de Melo.
Maria do Carmo Barreto Campello de Melo nasceu na cidade do Recife, no dia
21 de julho de 1924. Passou sua infância no Antigo Engenho da Torre, o atual Bairro da
Torre. Filha do jurista e professor Francisco Barreto Campello e de Lilia Araújo Barreto
Campello. Fez bacharelado em Letras Clássicas e licenciatura em Didática de Letras
Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE). Realizou, ainda, cursos de
Especialização e Aperfeiçoamento em Literatura e Língua Portuguesa pela
Universidade Federal de Pernambuco.
Entre os títulos que recebeu e funções que desenvolveu, destacamos que: foi
imortal pela AcademiaPernambucana de Letras, ocupando a cadeira nº 29, que tem
como patrono Padre Gomes Pacheco; acadêmica emérita da Academia Pernambucana
de Artes e Letras; membra efetiva do Seminário de Tropicologia; membra da
Associação de Imprensade Pernambuco; sócia da União Brasileira de Escritores (UBE-
PE); correspondente da ABRARTE Cultura Artística de Petrópolis; colaboradora do
Núcleo Freyriano da Fundação Gilberto Freyre; técnica em Comunicação Social e
redatora do Serviço Público na SUDENE; professora de Latim, Português, Literatura
Portuguesa e Brasileira; ocupou os cargos de Técnica em Assuntos Culturais da
FUNDARPE e de Chefe do Serviço da Delegacia do MEC-PE; consultora Literária da
Comissão de Linguística da Academia Pernambucana de Letras; e, também, colunista
do “Jornal do Commercio”, no qual assinava a coluna intitulada “Nossa Página”.
A escritora foi casada com o engenheiro e fotógrafo José Otávio de Melo, tendo
com ele oito filhos. Carminha, como era carinhosamente chamada, era a grande
matriarca da família Barreto Campello de Melo, sempre orquestrando a harmonia e
aconselhando a todos que nela buscavam soluções de seus problemas, como nos
mencionou seu filho, Carlos Alberto Barreto Campello de Melo.
Abaixo, temos o poema “A face”, publicado no livro “Música do Silêncio
(1968)”. Nele, podemos identificar a presença do “eu” e da relação com o outro em sua
escrita. Vejamos:
Trago-te
uma face magoada
trago-te
a sombra de minha face.
A boca guarda em silêncio os gritos interiores
e os ocasos se sucedem
nos meus olhos.
Sinto meus dedos que rompem as grades
das janelas
e se ferem de azul.
Mas as mãos,
(que desejariam voar)
estão quietas.
(Não me despedaceis
ó coisas,
com os vossos apelos mútiplos,
não me dividais.
Eu vos digo
que meus olhos adivinham azuis
mas agora eu só tenho
minha face triste)
Os relógios
(apriosionadores do tempo)
ficaram sem memória.
Só tu gritas o meu nome:
sei que sou
e estou só,
com meus olhos de crepúsculo.
O espelho me devolve
a tarde que não foi minha
e o arco-íris faz-se bruma
nos meus braços.
(MELO, 1968, p.54)
Como podemos observar, a poesia representa os conflitos, prisões e indagações
sobre a questão de si, sendo existente o que é mais comum em suas poesias: a solidão.
As obras da escritora refletem perspectivas que a mesma atribuía ao contexto
social, cultural e religioso no século XX. Ao falarmos de suas poesias, a liberdade é o
estado de espírito que melhor representa a produção dos seus versos, sua escrita não
segue padrões métricos, seus versos são livres e a sonoridade é o fator determinante na
composição.
As obras “Música do Silêncio – 1º momento: Os Símbolos; 2º momento: os
sobreviventes foi ”foi publicado em 1968, sendo sua primeira obra. “Música do Silêncio
– 3º momento: ciclo da solidão” foi publicado em 1971, segunda obra publicada por
Maria do Carmo. Ambos trabalhos poéticos se cruzam, sendo umo complemento do
outro, onde se dividem em três mometnos. Em ambas as obras, a presença do “eu” é
perceptível em diversos momentos: eu dúvida, eu existência, eu temporal, eu dúbio.
Traz consigo o sentido existencial,em que, as poesias se tornam uma tentativa de
definição da poetisa como ser no mundo e, também, como uma forma de compreensão e
entendimento do seu inserir social. O conflito existencial é abordado, nesse conflito, a
pessoa é colocada ao mesmo tempo como: sujeito e objeto. Analisamos que a
experiência poética se identifica com a experiência humana, não acontecendo a
separação de ambas as perspectivas, sendo considerada uma poesia de pura
essencialidade. Uma essência que parte da sua expressão, com sua forma plena e
autêntica de escrita.
Segue abaixo, a poesia “Autoretrato”, contida em “Música do Silêncio (1971)”,
onde, a intelectual se refere a um momento e local vivenciado pela mesma:
Aqui- meu território
limitado ao norte e oeste
pelos ombros brancos do muro
do alto de uma cratera acesa no meio
Este o território
onde finquei minhas raízes
onde eu (mulher) plantaram
E me regaram com a água da vida
por iso que floresci
e hoje sou como ilha
cercada de (filhos) por todos os lados.
Acreditamos que, seja importante reiterarmos sobre a unidade entre pessoa e
criação poética que Maria do Carmo faz em suas poesias, pois, como mencionado
anteriormente, uma das temáticas recorrentes é sobre seu “eu”. Na sua escrita
transparece a fragilidade humana, havendo o conjunto de sua infinita solidão, angústias
e interrogações, dispondo de uma construção literária que não seguem padrões métricos,
além de sua composição serquase toda em versos livres, ela rompe com as codificações
da língua.
Como já afirmamos, não era comum que mulheres escrevem sobre si, uma vez
que, são sujeitas ao sentimento de abnegação, tendendo a se colocarem num espaço
secundário. Pois, como Margareth Rago afirma:“falar de si aparece como expressão do
desejo de colocar-se em evidência, como arrogância e narcisismo acentuado, o que não
é recomendável às mulheres bem-comportadas ainda hoje” (RAGO, 2013, p.208).
Os homens sempre obtiveram o espaço de escrita, sobretudo o lugar da fala de
si, eram postos como heróis, protagonistas e inovadores, enquanto as mulheres eram
enquadradas como arrogantes. Estudar o sujeito feminino enquanto objeto histórico é
possível graças à constituição de um “indivíduo mulher” que teve voz e visibilidade
política, social e cultural. Dar lugar às mulheres na narrativa histórica, em decorrência
do movimento feminista, traz a tomada de espaços importantes, sobretudo da
intelectualidade, em que, tomamos a percepção de transformações vividas, sofridas e
promovidas que anteriormente eram contados no masculino. A ocupação de espaços no
meio literário realizado por mulheres geraram e, ainda, geram impactos numa sociedade
patriarcal e machista como a nossa.
A teórica feminista Glória Anzaldúa, menciona sobre o poder de uma mulher
que escreve e a importância desta:
Escrever é perigoso porque temos medo do que a
escrita revela: os medos, as raivas, a força de uma mulher
sob uma opressão tripla ou quádrupla. Porém nesteato
reside nossa sobrevivência, porque uma mulher que
escreve tem poder. E uma mulher com poder é temida
(ANZALDÚA, 2000, p.234).
Considerações Finais
Pretendemos aqui, apresentar a representação e importância da poetisa Maria do
Carmo Barreto Campello de Melo, que muitas vezes tem sido invisibilizada, apesar de
tantos feitos. Pois, como sabemos as mulheres sempre participaram da vida literária, no
entanto, normalmente foram colocadas às sombras dos homens, lugares estes, de
domínio e legitimação, encarregada principalmente de homens letrados. Portanto,
historiadores e cronistas “implicou num uso e abuso do poder simbólico em narrar,
relatar e significar determinadas parcelas da realidade ligadas diretamente aos triunfos,
aos grandes atos heroicos, com pretensões de superioridade e feitos de grande poder”
(TEDESCHI, 2016, p. 154). A escrita e o saber durante longo tempo foram atribuídos e
compreendidos como formas de poder e exclusão em meio ao silenciamento de diversas
mulheres inclusas na sociedade patriarcal, machista e sexista.
Por fim, a imortal aqui analisada deixou um vasto legado para o contexto
literário pernambucano, tanto a partir de suas obras, quanto desenvolvendo e
participando de atividades intelectuais no cenário recifense. Dessa forma, entendemos a
importância da visibilidade feminina para a construção historiográfica, pois, em tal
cenário, a escrita produzida por mulheres teve e continua tendo de conviver com o
ocultamento que trouxe consequências praticamente irreparáveis.
Referências
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