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5 . " A quimera da origem". Fucault, o Iluminismo e a Revolução Francesa A bra de Fuc au ã se de ixa submee r acime e às pe ra- ções implicadas pe cmeári. Um a prje supõe cm eei- que um cer úmer de exs i rs arigs cerêcias e reisas ec. ) se ja csiderad cm rmad uma "bra que essa bra pssa ser aribuda a um "aur cu me própri " Fu caul) remea a u ididu paricuar dad de uma bigraa si gular e que a parir da lei ura desse ex primeir a " bra de Fucaul ) se ja egim prduzir um ur disc urs e m rma de cmeári. Ora após Fucau essas rês perações perderam a eidêcia e imedaism que pr mui emp ram s seus a "h isória radicia das idéias . Fucau deles reiru primeiramee sua supsa uiersai dad e resiuid sua ariabiidade . Assim deermiad as cdi çõe s hisóricas especas urdicas e pl icas) qu e azem emergir me própri cm caegria udamea da cassicaçã das bras que ch ama de " uçãaur e e cida a uma i er I Mh at "Q' t n at , Bulletn de la Socétéf nçae de ph l oo he htmb 1969, 104; tmad e Dt et éct 954- 988 dçã tab da b a dçã d Dan Dt anç wad, m a abã d Ja a gang Pa Gamad 99, t I 954-969, 921 L d re du dco ur Leçon nau gu au Co l ge de F nce ononcée le décembre 970 Pa Gamad 91 123

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5 . "A quimera da origem".Fucault, o Iluminismoe a Revolução Francesa

A bra de Fucau ã se deixa submeer acimee às pera-ções implicadas pe cmeári. Um a prje supõe cm eei- que um cer úmer de exs irs arigs cerêciasereisas ec. ) seja csiderad cm rmad uma "bra queessa bra pssa ser aribuda a um "aur cu me própri "Fu

caul) remea a u ididu paricuar dad de uma bigraasigular e que a parir da leiura desse ex primeir a "bra deFucaul ) seja egim prduzir um ur discurs em rma decmeári. Ora após Fucau essas rês perações perderam aeidêcia e imedaism que pr mui emp ram s seus a"hisória radicia das idéias.

Fucau deles reiru primeiramee sua supsa uiersaidade resiuid sua ariabiidade. Assim deermiad as cdições hisóricas especas urdicas e plicas) que azem emergir me própri cm caegria udamea da cassicaçã dasbras que chama de "uçãaur ee cida a uma ier

IMh at "Q' t n at, Bulletn de la Socétéfnçae de phloohehtmb 1969, 104; tmad e Dt et éct 954-988 dçã tabda b a dçã d Dan Dt anç wad, m a abaçã d Ja agang Pa Gamad 99, t I 954-969, 921 Ldredu dcour Leçon naugu au Colge de Fnce ononcée le décembre 970 Pa Gamad 91

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rogação sobre as razões e os eeos dessa operação: garanr a un-dade de ua obra relaconandoa a u únco núcleo de expressãoresolver as possíves conradções enre os exos de um meso "au-

or explcadas pelo desenrolar de ua rajeóra bográca esa-belecer graças à edação do ndvíduo nscro e seu epo uarelação enre a obra e o und socal

Por ouro lado odas as operações que desgna e dreconaas obras deve sepre ser consderadas coo operações de seleçãoe de exclusão "Denre os lhões de raços dexados por alguéapós sua ore coo se pode denr ua obra?: responder à perguna reque� ua decsão de dvsão que dsngue segundo cré-ros que não ê ne esabldade ne generaldade os exos queconsue a obra e aqueles que dze respeo a ua escruraou a ua palavra "se qualdades e que não são porano arbuíves à "unçãoauor

n para Foucaul essas derenes operações delarua obra arbuíla a u auor produzr u coenáro sobre ela não são neuras las são susenadas por ua esa unção de-

nda como ua "unção resrva e posva que vsa a conro-lar os dscursos classcandoos ordenandoos e dsrbundoos

O prero e eível desao lançado por Foucaul a seus leo-res resde no segune: azer vaclar ssurar o que undaena enossa conguração de saber a nelgbldade e a nerpreação deoda obra nclusve da sua) É ass crada ua vergnosa e úncaensão onde oda leura de u exo de Foucaul é sempre ao mes-

o epo e necessaraene quesonaeno dessa leura e dosconceos usuas "auor "obra "comenáro que e nossa socedad governa a relação co os exos ua obseração de Lreu cours [A Orde do Dscurso one alvez ele conessa algo des esmo Foucaul não sena o auor da subssão às caegoras quecaracera e u oeno hsórco partcular o ege de produção dos dscursos:

Penso que desde uma erta époa pelo menos o indvíduo que se põea esrever um teto no horonte do qual ronda uma ora possível eto-ma or sua onta a função do autor o que esreve e o ue não esreve,

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o que delineia, mesmo a título de rasunho prvisóri?, omo o esboço'da br, e qe dexa de lad m delaraçes tdanas, d esseogo de diferenças é presrito pela funçãoator, tal omo a reebe desua époa, ou tal omo ee, por sua vez, a moda. Com efeto, ele po?emuito bem mexer om a imagem tradiiona que se tem do autor; e a

partir de uma nova posição do autor que ee reortar, em tudo que po-deria ter dito, em tudo o que diz todos os dias, a todo instante, o perlainda trmulo de sua obra.

A ncorporação pelo auor das caegoras que dão conta das obras naorde cou dos dscursos é o que orna possível a arculação en-re a escrura copreendda coo ua prátca lvre abundan alea-óra e os procedenos que vsa a conrolar organzar e seleco-

nar os exos nreano a cou aceaço pelo nérpree e peloauor das convenções que coanda o odo de arbução e de clas-scação das obras não deve no enano azer co que seja cons-deradas neuras e unversas

A ese prero desao Foucaul acrescena u ouro Todoseu projeo de análse críca e hsórca dos dscursos esá de aobaseado e ua recusa explíca dos conceos classcaene anpulados pela "hsóra radconal das déas que peranece o

recurso as medaamene oblzável para copreender e azerco que se copreenda u exo ua obra u auor O posula-do da undade e da coerênca da obra a ênase da orginaldade cra-dora a nscrição da sgncação no dscurso: caegoras contas quasdeve ser consruído u ouro procedeno aeno be ao con-ráro às desconnudades e às regulardades que resrnge a pro-dução dos dscursos Copreender u conjuno de enuncados

supõe porano para Foucaul recorrer a prncípos de nelgbl-dade que reea as velhas noções mal reguradas neses úlosepos da hsóra das déas

A parr daí surge ua dícl quesão: e que condções épossível produzr ua leura "oucaulana de Foucaul so é lersuas obras sua "obra a parr desa "pequena varação coo ele

ch ouaut L'Od du disous o. i 31

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escree ironicamente que consiste em trtar, não das representa-ções que podem existir por detrás dos discursos, mas dos discursoscomo séries reguares e descontínuas de acontecimentos e que per-

mite introduzir na própria raiz do pensamento, oacaso

odescontí

nuo e a matalidad Deese opor Foucaut a Foucaut e inscreerseu trabaho nas próprias categorias que ee consideraa impoten-tes para dar conta adequadamente dos discursos? Ou se dee sub-meter sua obra aos procedimentos de anáise crítica e geneaógicaque ea propôs e, conseqüentemente, anuar o que permite deimi-tar sa unicidade e singuaridade? Foucaut, em nenhuma dúida,estaa eiz por ter assim abricado esta pequena (e taez odiosa)maquinaria que semeia a inquietude no próprio seio do comentá-rio que pretende dizer o sentido ou a erdade da obra Nesse gopede mestre dado em todos aquees e ees oram e serão numerosos que se esorçam para êo, como não ouir, metáico e ugurante, o riso de Miche Foucaut?

A QUIE DA ORIGE

Para o historiador, esse riso ressoa ainda mais mordaz. Em umdos raros textos expicitamente consagrados ao que oi para ee areerência osóca undamenta ou seja, a obra de Nietzsche ,Foucaut az uma crítica deastadora da própria noção de origemta como os historiadores estão habituados a empregáa Por justi-

car uma busca sem dos começos e por anuar a originaidadedo acontecimento, supostamente já presente antes mesmo de seuadento, a categoria mascara, ao mesmo tempo, a descontinuidaderadica dos surgimentos, das emergências, irredutíeis a quaquerpreguração, e as discordâncias que separam as dierentes séries de

Mel de Cereau, "e re de Mel ouauIt Rdl Bibliotque nationa n 1,19, 1 016; reomado ob uma orma modada em Mel de Ceeau, Htoi et U-nalye ent iene e ion aenaã de ue Gard Pa, Gallmard 19, 514Mel ouaut "Nee, la généaloge l' ore, n Homma àJean Holte Par,P, 1 9 , 1 51 2; retomado em Dit e ét op it, t. , 1 970-1 975, 136156 taçõe 1619)

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discursos ou de práticas Quando sucumbe à quimera da origem,a história carrega, sem ter cara consciência disso, ários pressupos-tos de que cada momento histórico é uma totaidade homogênea,dotada de uma signicação idea e única presente em cada uma das

maniestações que a exprime; de que o deir histórico é organizadocomo uma continudade necessária; de que os atos encadeiamse eengendramse em um uxo ininterrupto, que permite decidir queum é causa ou origem do outro

Para Foucaut, é justamente dessas noções cássicas ( totaidade,continuidade, causaidade) que a geeaogia dee se desazer sequiser compreender adequadamente as rupturas e as ariações Oprimeiro dos traços próprios ao sentido histórico, ta como enten-

dido por Nietzsche, e que opõe a "wirkliche Historie à história tradiciona é inerter a reação geramente estabeecida entre a irrupção do acontecimento e a necessidade contínua Há toda uma tradição da história ( teoógica ou racionaista) que tende a dissoer oacontecimento singuar em uma continuidade idea moimentoteeoógico ou encadeamento natura A história 'eetia az ressur-gir o acontecimento no que ee pode ter de único e agudo

Com uma radicaidade permitida pea orma, a de um co-mentário dos textos de Nietzsche, Foucaut dá uma deniçãomuito paradoxa do acontecimento, isto que ea situa o aeató-rio, não nos acidentes do curso da história ou nas escohas dosindiíduos, mas naquio que para os historiadores parece maisdeterminado e menos ocasiona, ou seja, as transormações dasreações de dominação

onteimento devese entender por isso não uma deisão um tratado, um reino, ou uma bataha mas uma relação de forças que se inver-te, um poder onsado um voabulrio retomado e voltado ontra seususurios uma dominação que se enfraquee se distende, envenena a simesma uma outra que faz sua entrada, masarada. A forças que estãoem jogo na história não obedeem nem a uma destinação nem a umameânia mas ao acaso da luta o grifo é nosso] . Elas não se manifestamomo as forças suessivas e uma intenção primordia; tampouo assu-mem a aparnia de um resultado. Surgem sempre na eventualidade sin-

gular do acontecimento [o grifo é nsso .

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A abundânca dos fatos, a multplcdade das ntenções, o ema-ranhado das ações não podem, pos, ser referdos a nenhum sste-ma de determnações capaz de deles fornecer uma nterpretaçãoraconal sto é, de enuncar sua sgncação e causas. Somente ace-tando essa renúnca, "o sentdo hstórco se lbertará da hstóra su-prahstórca Para o hstorador clássco, o preço a pagar não é pe-queno, pos é o do abandono de qualquer pretensão ao unversal,um unversal tdo como a condção de possbldade e o objeto mes-mo da compreensão hstórca:

A hstóra eetva" stnguese daquea dos hstoradores peo ato de

não se apoiar em nenhuma constãncia: nada no home nem mesmoseu corpo é sucientemente xo para compreenr os outos homense neles se reconhecer. Tuo aquilo em que nos apoiaos para nos voltaros para a história e apreendêla em sua totalidade, tudo o que permite retraçála como um p('n�e movimento contínuo, tuo isso deveser sistematcamente romp E preciso partir em peaços o que permtia o jogo consolador os recocientos

FORMAÇÕES DISCURSVAS E REGIMES DE PRÁTCAS

Sobre as ruínas desta "hstóra que não se faz mas (ou que nãose devera mas fazer) , o que construr? Em város texos publcadosentre 1968 e 1970, em um momento de transção de sua trajetórantelectual, Foucault multplca as referêncas à prátca dos hstora-

dores cuja característca essencal ( "um certo uso da descontnudade para a análse das séres temporas) pode sustentar ntelectualmente e legtmar estrategcamente seu própro objeto de descrçãocrítca e genealógca dos dscursos No "trabalho real dos hstoradores, o essencal resde, não na nvenção de novos objetos, mas emuma "sstemátca colocação em jogo do descontínuo que rompefundamentalmente com a hstóra magnada ou sacralzada pela -

losoa uma hstóra que é narratva das contnudades e arma-ção da soberana da conscênca "Querer fazer da análse hstórcao dscurso do contínuo, e fazer da conscênca humana o sujetoorgnáro de todo saber e de toda prátca, es as duas faces de um

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mesmo sstema de pensamento Nele, o tempo é concebdo em termos de totalização, e a revoução não passa nunca de uma tomadade conscênca 5

Contra esse "sstema de pensamento, a hstóra que Foucault

desgna como a "hstóra, tal como pratcada hoje entendamosaquela das conjun turas econômcas, dos movmentos demográcosdas mutações socas, domnante na década de 1960, na dupla refe-rênca aos modelos braudelano e labroussano consdera séresmúltplas e artculadas, cada uma delas comandada por um prncí

\po d: egulad�de sp cí

, cada uma deas relaconada às suascondIçoes propas de possbIhdad .

ontraramente ao que os hs-toradores pensam fazer (ou dzem que fazem) , tal abordagem não

sgnca absolutamente uma relegação do acontecmento, assmcomo a preferênca dada à longa duração tampouco mplca a den-tcação de estruturas móves Bem ao contráro, é pela construçãode séres homogêneas e dstntas que podem ser determnadas asdescontnudades e stuados os surgmentos À dstânca da "hstó-ra losóca e da análse esrutural, a hstóra que trata seralmen-te os arquvos macços (em L'Ordre du discours, Foucault mencona

as tabeas de preços de produtos, as certdões notaras, os regstrosparoquas, os arquvos portuáros) não é nem o relato contínuo deuma hstóra deal, nem a manera heelana ou marxsta nem uma

c,

descrção estrutural sem acontecmentos

É claro, há muito tempo a hstória não procura mais compreender osacontecimentos por meio e umjogo e causas e eeitos na uniae informe de um grane devi r vagamente homogêneo ou estritamente hierarquizado; mas não é par resgatar estruturas anteriores e estrangeiras,

hostis ao acontecimento E para estabeleer as séres dversas entreruzaas eqüentemente ivergentes mas não autônomas que pemtecircunscrever o lugar do aconteciento as margens e sua eventuali-daCe as condições e seu aparecimento6

5Michel Foucaul "Sur l'archéogie des sciences. Réponse au Cercle d' épistémologieCahies pou lAnalys 9 "Généalogie des sciences, verão 1968 p9-40; retomado em Ditset écits, op cit t r, 1954-1 969 p.696-731 (citação p699700).

Michel Foucaul L'Ode du disours op. cit p58

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Podese então pensa em uma aticulação ente a snguladade alea-tóa das emegêncas tal como a desgna a hstóa efetva e aseguladades ue govenam as sées tempoas dscusvas ou não

ue são o ópo obeto do tabalho emíco dos hstoadoesA at dsso a dupla constatação em foma de aadoxo emelação à caatezação ngenuamente anfactual da hstóa dos Anna e assoca a sée e o acontecmento e ue o destaca de toda efeênca a uma osoa do sueto E Foucault conclu: " o esse con-unto ue esa anáse dos dscusos na ual penso se acula ceamentenão sobe a temáca adconal ue os lósofos de onte� anda tomampela hstóa 'viva mas sobe o tabalho efetvo dos hstoadoes

Feüentemente Foucault oôs temo a temo a análse uevsa a detemna as fomações dscusvas e a hstóa ds déaseste velho solo gasto até a mséa. Conta os ctéos tadconasde c lasscação e de dentcação dos dscusos ( o auto o tex-to a oba a dscplna) a descção a ueoógca selecona ou-tos ncíos de ecote menos medatamente visíves Quando

em um gupo de enuncados podese detemna e desceve umefeencal um tpo de vaação enuncatva uma ede teóca umcampo de possbldades estatégcas então se ode esta ceto deue eles petencem ao ue se odea chama de foação iscusi-va ecso atenta au paa as vaações ue essas noções poõem em elação àuelas aaentemente pxmas ou dêntcasue aecem atas a ndvduala conuntos de enuncados. O e

feencial de uma sée de dscusos não é o "obeto estável únco eexteno ue ela suostamente vs o ue o dene são as egas defomação e de tansfomação dos objetos móves e múltplos ueesses dscusos constoem e estabelecem como ses efeentes vaação enunciativa desgna não uma foma únca e codcada deenuncação consdeada como óa a um conunto de dscusos

bd 59R Mhl Fuaul Lchéoloe du avo Paris, Gallimad 1969, 1 799Mhl Fuaul, "Sur l arhélg ds sns. Réns au Crl désémlgop t. 719

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mas um "egme de enuncação ue empega enuncados dse-sos e heteogêneos oelconados po um mesa pátc dscu-sva A ee teóca atua de mesma manea no nível conceptual v-sando as egas de fomação das noções clusve em suas oss-

ves contadções e não a pesença de um sstema de concetosemanentes e coeentes Enm o campo e possibiliaes esttécasecusa toda ndvdualação dos dscusos ue sea conduda aat da dentdade de sua temátca ou de suas onões; o ue eleetende desgna é a smltude de escolhas teócas ue podemmuto bem sustenta onões contáas ou ent ao contáio suasdfeenças auém de uma temátca comum

Duas azões levam a lemba essas uato noções tdas po fun-dadoas da descção aueológca dos dscusos nos textos de 1968e 1969 anda ue não guem mas exlctamente nem em L'Oeu iscous nem nas obas osteoes Com efeto é a at dsesdfeentes patamaes da análse ue Foucault no momento dnau-gua um novo estlo de tabalho dá uma coeênca etosectiva àobaá concluída Cada um dos lvos evamente publcados é ca-acteado como a exloação atavés do estudo de uma fomação

dscusva aticula de um oblema esecco da análse aueológca "a emegênca de todo um counto de obetos muto ema-anhado e comlexo e m Histoie folie [Hstóa da loucua naIdade Clássca] ( 1 9 6 1 as fomas de enuncação do dscuso emNasance e la clinique [Nascmento da clínca] ( 1963 as edes deconcetos e suas egas de fomação em Les Mots et les Choses [Asalavas e as cosas 1966 ! Não há dúvda de ue o meo dessaletua Foucault desgna seu óo tabalho com o auxlo de c-

téos (undade coeênca sgncação) ue etencem bem masà hstóa das déas do ue à aueologa ue ele oõe. Ela desg-na contudo uma dstânca fundamental dos ocedmentos da ta-dção ao consdea os dscusos como pátcas ue obedecem aegas de fomação e de funconamen to

Po essa azão a necessdade de pensa como as pátcas ds

Mhl uaul Lholo du vo t .6

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cursvas são artcladas a outras, de natreza dferente Esse tema,que se tornará central no trabalo de oalt a partr de Surveiller

et punir [Vgiar e punr] é váras vezes esboçado em L'rchéologe duSavoir [Arqueologa do saber] Contra as casaldades dretas e re-dutoras, mas também contra o postulado de uma "dependêncasoberana e soltára do dscrso "a arqueologa faz srgrem rela-ções entre as formações dscursvas e domínos não dscrsvos ( ns-ttuções acontecmentos olítcos, prátcas e processos econôm-cos Essas correlações não têm o objetvo de trazer à tona grandescon tndades cultras, ou slar mecansmos de causaldade Dante de um conjnto de fatos enuncatvos, a arqeologa não se per

gnta o que pôde motválo (esta é a bsca dos contextos de formulação) também não procra resgatar o qe neles se exprme (tare-fa de uma ermenêutca) ; ela tenta determnar como as regras deformação de que ele depende e que caracterzam a postvdade àqual pertence podem estar lgadas a sstemas não dscursvos: elabusca denr formas especícas de artculação 1

Em toda reexão sobre a Revolução rancesa e suas orgens,

esse programa tem uma pertnênca partclar De um lado, man-tém a exterordade e a especcdade das prátcas "que não são elasmesmas de natureza dscursva dante de dscursos qe, de múlt-plas maneras, são artculados sobre elas Reconecer que o acessoa essas prátcas sem dscursos só é possível graças à decfração dostextos qe as descrevem, prescrevem proscrevem, etc não mpl-ca, no entanto dentcar lógca qe as comanda ou a "raconal-dade qe as nforma àquelas que governam a produção dos dscr-sos A prátca dscursva é ortanto uma prátca especíca ("estra-nha escreve Foucault em algum lgar) qe não redz todos osoutros "regimes de prátca a suas estratégas, sas regulardades esus razões. Neste sentdo as posções atas que dssolvem as real-dades socas nas prátcas dscursvas12 anlam erroneamente, acre-dto a radcal dferença qe separa "a formaldade das prátcas

1 I  Ibid., p.21 2 2 Keith Michael Baker, Inventin the French Revolution. Essays on Fench Political Culture in 

theighteenth Centuy Cambidgé, Cambrige Univeriy Pres 1990. 

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t dz anos ants do Bcnnáo Foucau scva Quano àAulrung não conhço nnguém, dn aus u fazm anáss hstócas, u va nsso fao sonsáv o toaasmo

Pnso, aás, u ssa mana d vana o obma não ta ntss. 1 7 ata é , acdto, uma outa mana d ssaa o oduto d oda anás da Rvoução u o umogo d acuaçõs sucssvas, nscv 1 793 m 1 789, o acobnsmo nas dcsõsda onstunt, a voênca osa na oa da vontad ga.

D Histire la flie a Sureill et punir a Rvoução sá sn m todos os vos maos d Foucau Poém, m nnhumds é consdad como o mo d uma uua oa gobaoganzando todos os sabs, dscusos ácas o ssnca stám ouo uga nas dcaagns u atavssam a Rvoução nascontnudads u a nscvm m duaçõs u a uaassam. Aoba Archélgie u sair, fazndo o baanço da anás das fomaçõs dscusvas dntcadas m Histire e la flie Naissance e la cli-niue Les Mts et les Chses acnua as mas:

idia de um únio e mesmo reorte dividindo de uma só vez e em ummomento, toda as ormaões disursiva nteompenda om um úni-o movimento e reonsttuindas segndo as mesmas rega essa idianão poderia ser onsiderada [ Assim a Revoluão

anesa áe oi

em torno dela que se enaam at agora todas as analses arqueologas não desempenha o papel de um aonteimento externo os diss s doqual se deveria, para pensar omo se deve, ennra o eeto de dsao emtodos os disursos ela uniona omo um onunto omplexo aruladodesritível, de transormaões que deixaram intato um erto número de

positividades, que xaram para um �rto número detas regras que ainda são as nossas, que estabeleeram gualmente posvdades que aabamde se desaze ou ainda se desazem diante de nossos olos H

Rsa aos amgos da Weltanschauung cam dcconados ossa constaação u suba o aconcmnto a toda ossbdadd oazação não conadóa

1 7 "Pstface, em L'[mpossible Prison p. cit 316-318; retmado em Dits et écrits op cit, 

3537 taç 36 18Michel Fucault, rchéologe du savoi op  cit 228 e 231  

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onta a ctza d um advnto adca d uma nauguaçãoabsouta, u habta as aavas as dcsõs dos aos do aconcmnto, a nssênca nas dscodâncas u saam as dfntssés dscusvas (u são nvntadas ou ansfomadas com a R

voução ou u, ao ontáo, não são absoutamnt afadas oa), mba com vgo u a at da vounáa da açãohumana não fonc ncssaamnt a sgncação dos ocssoshsócos Tocuvl ocn, os dos auos mas füntmn vndcados os hstoados u dfndm com mas foçao tono do mado do oíco da déa da conscênca, zam ssa dmonstação sanando u os homns da Rvouçãofazm na adad o conáo do u dzm nsam faz Anda u os vouconáos ocamm uma utua absoua com oAntgo Rgm, fotficam concum sua ba cnazadoa. Anda u as s scacdas tndam contbu aa o bm comum no so d socdads d nsamnto acícas as a su as nvnam os mcansmos tosas da dmocaca acobna u s usona au não é a usza das duas anáss, massua cusa m nsa a Rvoução nas cagoas u a msma cou

a comça a ocamação d uma adca dsconnudad n a nova a oíca a anga socdad. A ngbdad doaconcmno suõ, ao conáo uma vaação m ação à conscênca u d tnham sus atos fato d u os vouconáos tnham acdado na absoua cáca do oíco, nvstdo dadua afa d fund o coo soca d gna o ndvíduonão obga a comaha sua usão. fao d u a Rvouçãoossa s caaczada ants d udo como a plitical phenmenn

a prfun tnsfatin fplitical iscurse inlingpweful nff plitical symblizatin expeentialy elabte in ically nvel mesf plitical actin that wee as unpreceente as th unanticipate9 [umfnômno oíco, uma ansfomação ofunda do dscuso oíco mcando novas odosas fomas d smbozação oíca,aboadas xmnamn m modos adcamnt novos da

� th Mal Bakr Inentng the ench Revoluto op ct

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ação oca ão desodos de anecedenes uano neseados] ,ão mca ue a hsóa do aconecmeno dea se esca na n-ua ue a sua

ComSuveille et puni

e os exos ue eaam ou cecam oo, a Reoução como ue ansosa ea anáse De nenhumaanea, seu ecoe conoóco e seu conuno de aconecmen-s ocos são consdeados como enenes aa esoe o o-ema eanado a sabe Como o modeo coeco, cooa,oáio, seceo do od de un subsuu o moeo eesen o, cênco sncane, bco, coeo? Po e o exeo sco da nção 1 (e ue não o suco) subsuu, com a são,ue seu suoe nsucona , o oo soca dos snas de caso, eda esa acunda ue os aa ccua?2 Comeende o ue aencaceação coocada no ceno do ssema uno modeno esa a uesão de Suveille et puni ea a deemna um dom-o esecco de obeos e a consu uma emoadade óaue nada dee às eodaçes cásscas É com eeo, ene a Ida-de Cássca e a meade do scuo XIX ue dee se suada a oma

ção da socedade dscn ue nena as ecnooas de assu-eameno e os dsosos de ânca dos uas a são , aomesmo emo hedea e exema

A anáse desenoese acuando áas emoadades aada dos scuos XII e XIX, aa a assaem a uma enadadede deenção as dcadas de 760840 aa a edução dos sucose a ansomação da economa do easmo o eodo ue a da

seunda meade do scuo I ao scuo XIX, aa a eaboaçãodas cncas dscaes nas nsuções maes, mdcas, escoaes e manuaueas E ea bu à conunua do scuo XIIese ao undamena ue a eneaação das dscnas, comandada ea mucação dos homens, eo cescmeno dos aaehos de odução (ue não são aenas econômcos) e ea domna-ção buuesa Paa Foucau, de fao , as dscnas e as bedades,os anosmos de odos os das e as nomas udcas oam os

°Mie Fouaut uvellee pun Naane de la pon Pais, GaIimad 19, p. 134

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mecansmos ndssocáes ue asseuaam e eeuaam umanoa heemona, socamene desnada

Historiamente o proesso pelo qual a burguesia tonouse, no deor-

rer do séulo VII a lasse politiamente dominante abrigouse detrsda implantação de um quadro jurídio explíito odiado formalmenteiguaitrio, e através da organização de um regime de tipo parlamentare representativo Mas o desenvomento e a generaiação dos dispositivos disipinares onstituíram a outa vertente, obsura desse proesso . ] A disiplinas reais e orporais onstituíram o subsolo das l iberdades formais e jurídias 1

.

o danósco (eomado o Foucau na eneisa ue ecede a a

dução ancesa de Pantiue de Benham)22 sueende hoe em daeo ue oma do maxsmo mas udmena: o conceo uncado debuesa a caeoia de bedades omas, o modeo de um desen-omeno hsóco ue subsu uma case domnane o oua ue eenho dsso au não são essas caaceiaçes odas dscues,mas o ao de ue bem como o ecoe das emoadades ue oanam a demonsação, ee nscee o eodo eouconáio em umaduação mas ona, tandohe assm sua snuaidade

Assm, uma eseca açada aa uma comeensão hs-óca ue desacua a sncação do aconecmeno da conscê-ca dos ndduos É enão osse consdea ue a Reoução e oumnsmo eencem ,unos, a um ocesso de ona duação ueos enoba e os uaassa e ue, com modadades deenes, eesendem aa os mesmos ns emeados o execaas semehan-es Sem socoosmo eduo Ahonse Duon exmu com

oça essa da:Mundo do Iumnismo e Revolução Franesa situamse omo duas ma

Ibd p.2232242 L oei du pouvoir Etete ave Mie Fouaut i eremy Btam Le Pnop-que Pais, Pierre Befo 19 , p .9-3 etmado em Dt e é op m, 976 979 p 1 9020 "A burguesia ompreee peritamente que uma ova egisaçoOluma ova Costtuiço o e bastaro par gaatir sua egemoia ea ompreede que deve ivetar ma ova teoogia que garatiá a rrgaço em todo o orposoia e até seus gros mais os dos eeitos do podr (p . 98-1 99)

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nfetaçe ou epfeneno) de u poceo a ntegal o da denção de ua ocedade ndependente do oen to , e to neelge (no entdo tadconal do teo) ocedade odena" oueja ociedade e paado ne tadçe do peente e totalente

abe paa o futuo. O edadeo ínculo de caua e efeto ene uae outa ão aquele deta cou dependênca a u fenôeno htóco ai aplo a nteo que o eu pópo3

A vedadeia Revoução (omo eseve Dupont) não o ompexo de aonteimentos ue os atoes e os histoiadoes assim designaam mas um desenvovimento históio mais ampo [ . ] ue esseniamente a passage de uma mtia tadiiona (mtia da

eigião de saaidades de autoidade eigiosa e poítia) a umanova mítia ou f omum enovada uja amação mais veemente não se uee ou não se sae mtia4

o QUE É O ILUMINISMO?

A eação ente a Revoução e o uminismo está no ento doomentáio ue Fouaut fe em 983 de dois textos de Kant Qu 'est-ce ue les umies ?, de 8 e a segunda dissetação do Conjit esfacultés, de 98.5 naisando este útimo texto Fouaut segue passoa passo a demonstação atavs da ua Kant petende mosta emue a Revoução Fanesa onsttui o sina históio indisutívede ue existe uma ausa pemanente gaantindo o pogesso onstante do gêneo humao Paa fazêo ee distingue a Revoução

omo aonteimento gandioso omo empeendimento vountáioe a Revoução omo poduzindo em todos os poos uma simpatiade aspiação ue toa de peto o entusiasmo omo poesso históio a Revoução ue aumuou misias e atoidades pode tanto

'pons Dupont, Qu tc qu umÜ? Pars Gamard, co Foo / Hstore,1996 p33 p.19.

Mchel Foucaul, Qu'es-ce que le Lumêres? Un cours nédit", Le Magazine LittéaiTe, n. 207, mao 1984 p .35-39; reomado em Dts et écrits  o.  cit  I  1980-1988, p679688. Sobre o exto de Knt Qu 'est-ce que ls umis ? cf. Roger Charter es Oigines culturels d la Roluion fnçaise, Pars, Editions du Seuil 1990 p37-4 .  

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te êxito uanto faassa e de uaue maneia seu peço tau dissuade paa sempe de eomeçáa não pode potanto setida omo demonstação a ineutaiidade do pogesso do gêneo humano em ao ontáio podeseia dize Em ompensaçãoa aohida dada ao aonteimento atesta a foça da tendênia moa da humanidade ue eva os homens a se dotaem de uma onstituição ivemente esohida em hamonia om o dieito natua(ou sea de ue auees ue oedeem à ei devem tamm eunidos egisa) e pópia a evita po pinpio uma guea ofensiva Nisso a Revoução ou antes as eações ue ea desenadeoueveam na natueza humana uma faudade paa pogedi maisfundamenta do ue as eventuaidades do aonteimento ue a

manifesta A pati da a onsatação de ant Sustento ue possopedize ao gêneo humano mesmo sem espito poftio de aodo om as apaênas e sinais peusoes de nossa poa ue eeaançaá este m e ao mesmo tempo tamm ue onseüentemente esses pogessos não seão mais uestionados Nem o uso nem o destino da Revoução ontam enuanto tais sua impotânia devese ao fato de ue ea dá uma visiiidade espetaua àsvituaidades ue fundam a AuJlung a taefa dos ósofos

Esclarecer o povo ennalhe publcaente eu deee e eu detoe face do Etado de que ele faz pae Coo e aa aqu apena dedeto natua deiando do bo eno cou eu anuncadoe ecoentata natua ão unto ao poo não o pofeoe ocai dedeto etabelecdo pelo Etado a pofeoe le to , lóofo que pecaente dedo a ea lbedade que e pete ão objeto de ecândalo paa o Etado que que epe apena eina e difaado ob o noe de prpagadores do Iluminsmo, coo peoa pego

a paa o Etado.6

om esse omentáio ue ae seu uso do Collge e Fnceem 198398, Fouaut petende mosta ue Kan t não está somentena oigem da tadição osóa ue estaeee omo enta a ues

Emmanue Kant Conjit d fculté n ti ction 1 798, traduzdo do aemo porGben Pars, Vrn, 1 988 Deuxme secon: Con de a facué de posope avec

a facuté de drot p931 2 (as cações dadas neste pargrfo p 10008)

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ão ds ondições de ossiiidde do oneieno veddeio desgn oo n d edde . fo éo ieio onsii o sene oo ojeo d ineogção -osó o o exo de 1 78 ssi oo o o de 798 "o dis

so deve eonside s idde de do enon se g óio e de oo dize se sendo en esei o odo d ção e e é z de exee no ineiodess idde 2 ss efeni o fndeno d dição e onside " esão do esene oo oneienoosó o eene o ósofo e f dee ee eiz o o de Fo o dde io nd

do e fó feüeneene id: "Mes ivos não são -dos de oso ne esdos isóios: no xio fgenososóos e os isóis.

Ms é do e onsii ese es do oenio deFo é ossve eenon s nises de Kn e são se o-jeo A de 1798 se signição d Revoção de ss eié-is fis A de 178 oe d one Po

do oõe ição inédi d oosição ene úi-o e ivdo não soene denindo o exeio público d zão os jgenos odzidos e onidos eos indivdospivaos gindo "oo sios o "n idde de dios sé denindo o úio oo esfe do nives e o ivdooo o donio dos ineesses ies e "doésios sejde sdo o de Igej Po oo do e dso di-ene nei oo deve se ensdos os iies eseeidosà vidde i: ees não são is denidos e nez dos oneúdos de enseno s e osição do indivdo e ens egiiene foçdo ndo exe os devees de se go o dse esdo neessiene ive ndo ge oo eo d "soiedde ivi nives E se esfoço si o g d oso se óio esene o e é Fo esising d Aulung, " iei éo e noei si s)

7Mhel Foal "Un ors néd cit 681

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o exo de Kn fonee inseno oeende oo Revoção inses no oesso de o dção e ons esço io e úio onde odi se vo on zãode sdo s exignis éis e es vi eegdo o foo d

onsini individ2

A TESE E O OBJETO

A eoéi nos úios nos do séo XVIII deineo es ind não es eseid se oç de-sen gns os e nos são ind ão desoneidos e

os onsideos geene oo viosene novos o soene ios o sso e dois séos não enos eeneno não io is) ees onsido sois sóid de noss exeini2: e Naissance e la cliniue, eoo is de e Suveille et puni Fo si no eio sé-o gosseiene dividido e engo Revoção e e vide 1 770/ 1 780 830/ 1 80 onsiição dos dissos e ds is e fnd "odenid

A nei oo ee eiz esse eodo deisivo foi feüeneene io oeendid. Se ese é xene o oenoe e os oedienos disiines s enoogis e vigiâni oseos nios são onsidos oo os enisos esseniisd ognizção e do onoe do esço soi isso não signi eneno e ees efeivene dividi oii e disiin ondo soi S oifeção eee não à s ei s à sfgiidde: "Qndo fo de soiedde 'disiin não se deve enen-de soiedde dsind Qndo fo d difsão de disiin issonão signi e os fneses são oedienes ! N nise dosoedienos indos noiz não ese de noizção Coo sejsene odos esses desenvovienos não

2RRenhard Kosele Ktik n e Ene tue zu Pthonee e blihen Welt Frbrgo Verlag Karl Alber 1959 reedção FranorsrleMan ( ção ransa LeRgne citque Pars dtons e Mn 1979)

!Mhel Foal Nne lnque Pas P U.F 1963 reedção 1990 2 12

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fossem popoconas a m nscesso pepéto Há potanto m veso na hstóa dos dspostvos dscpnaes m veso tamado de esstêncas, de desvos, de egasmos onta as etas edtoas de setabaho, Focat emba a foa dessas pátcas ebedes e espon

dem, de dvesas maneas, à mco técnc de coeão

É preco analar o conjunto da retênca ao panóptco e terode tátca e de etratéga dzendoe que cada ofena de u lado erede ponto de apoo a ua contraofena do outro. anále do ecano de poder não tende a otrar que o poder é ao eo tepoanôno e epre encedor. Tratae a contráro, de deternar apoe e o odo de aão de cada u a pobldade de retênca

e de contraataque de aboY

Estatéga, tátca, ofensva, contaofensva, posões, contaatae o vocabáo mta ndca e, mesmo não sendo ga,a patda e se oga ente os pocedmentos de assetamento eos compotamentos dos assetados tem sempe a foma de mconfonto, e não aea de ma seão nesse confonto e sedeve ov o g da bataha

O na do séco XVII e o comeo do séco XIX são fndamentas, também, po consttíem ma nova ga do pode, anônma, atônoma, opeando atavés de pátcas e nenhm dscso acompanha o egtma Essa concepão do pode, sstentada potodos os dspostvos e vsam a tonáo, ao mesmo tempo, coectvo e dssmado, dssemnado e coeente, oganado e atomátco, não deve se absotamente confndda com o conceto do po

de e sea aee empegado po Focat Também a, conta m contasenso feente cometdo peos cítcos o peosadeptos) de Sureille e punr, ee eage vgoosamente

30Mce Foucaut "La poussre et e uage, op ct p1-1631 "Loe du pouvor Etrete avec Mce Foucau, em Jeremy Betam, e Paopt-que op. ct p2062 Mce Foucaut, Suvel et p op ct, p31 Lembremos aqu a útma rase do

vro "Nesta umadade cetra e cetrazada eeto e strumeto de reações dpoder compexas, corpos e orças assue tados por dspostvos de ecarceraço mútpos, obetos para dscursos que so ees própros eemetos dessa estratéga, deve-seouv o rugr da bataa

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autoatcdade do poder o caráer ecânco do dpoto ondeele toa corpo não é abolutaente a t do lo Ma é a déa noéculo XVIII de que tal poder era poel e deejáel é a buca teórca e prátca de ta ecano é a ontade nceanteente en-tão anfetada, de organzar eelante dpoto que conttuo objeto da anále Etudar a anera coo e qu raconalzar o po-der coo e concebeu, no éculo XVIII, ua noa econoa" darelae de poder otrar o portante papel que aí ocupou o teada áquna do olar, da glânca, da tranparênca etc. não gnca dzer ne que o poder é ua áquna, ne que tal déa urguaqunalente.3

A confsão ente a tese e o oeto fo ma das aões maoes, e ecoentes, da ncompeensão do tabaho de Focat Ea

maco as etas da céebe confeênca dada em 22 de feveeode 1969 dante da ocedade fancesa de osoa, Qestce nate [O e é m ato] , e com feênca dentcaameoneamente) a pegnta e ea fa o sea , a das condõesde emegênca e de dstbão da fnãoato, denda comoo modo de casscaão dos dscsos e os atb a m nome pópo e o tema da mote do ato, e eacona a sgncaão dasobas ao fnconamento mpessoa e atomátco da ngagem ma assmaão gamente eônea, sobe a ntenão de se tabaho, e Focat ecsa ando, no debate e sege sa confeênca, ee epca as obeões de Lcen Godmann

orte do oe é u tea que perte trazer tona a anera cooo conceto do oe fuconou no aber. [ . .. ] Não e trata de ararque o oe orreu tratae a partr do tea que não é eu, quenão ceou de er repetdo dede o nal do éculo XIX de que o o-

e orreu ou que a deaparecer, ou que erá ubttuído pelo uperoe), de er de que anera egundo que regra foroue efunconou o conceto de oe. Fz o eo co a noão de autor.Vao então egurar noa lágra 35

33Mce Foucaut, "La possre et uage, op. ct p1834 Roger Carter, "Fgures de auteur Cultue écte et océté ode de le XX cle Pars, b Mce 16 p4-80 aqu p48-0

35Mce Foucaut "Qu est-ce quu auter? op. ct p8

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Naissance  la clinique e Nassance   prison encontram, com 

doe anos de dsânca um mesmo problema como aclar a cons-

tituição de  uma nova formação discursiva  ( i.e o método anátomo

  clínico)  ou de um novo regime  de práticas  ( ie as disciplinas pan-

ópticas)  com o advento político  neste caso, a Revolução? Para re-solvêlo, Foucault recusa os dois modelos clássicos:  o modelo hege-

liano, que faz com que se considerem os diversos fenômenos histó

ricos como expressões de uma mesma forma e de um mesmo espí

rito", e o modelo histórico que, via consciência dos homens, estabe-

lece uma relação de causalidade en tre as mudanças políticas, as con-

gurações de saber e os dispositvos insttuconas. Entre essas diver-

sas séries de acontecimentos as relações que se deve pensar são de outra ordem. Vejamos o exemplo da medicina clínica Por um lado, 

ela postula a existência de um campo da experiência médica intei-

ramente aberto  [ . . ]  análogo, em sua geometria implícita, ao espa-

ço  social  com o  qual  sonhava a  Revolução, ao  menos em  suas  pri-

meiras formulações": há portanto um fenômeno de convergência 

entre as exigências da ideologa política e aquelas da ecnologa médica 

Em um  único movimento, médicos e homens de  Estado reclamam por meio de um vocabuláro por vezes semelhante mas por razões 

diferentemente enraizadas a supressão de tudo o que pode impe-

dir a constituição desse novo espaço"36 (os hospitais, a corporação 

dos médicos, as faculdades)  Por outro, a nova prática política e as 

reorganizações institucionais por ela engendradas  (por exemplo, 

mas não somente, as reformas hospitalares analisadas no capítulo V 

de Naísance de la clinique)  constituem uma das condições de possi-bilidade do discurso. Tratase, pois, para o procedimento arqueoló-

gico, de mostrar não como a prática política determinou o sentido 

e a forma do discurso médico, mas como e a que título ela faz parte 

de  suas condições de emergência, de  inserção e de funcionamen-

to"  entendamos o modo inédito como ela recora o objeto desse 

discurso, conferelhe uma nova função e o atribui a especialistas que 

dtêm seu monopólio.37

cel Foucault, Naiance de la clinique op. cit., p3cel Foucault, Lchéologie du avoi op. cit. p213-21

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, GCAS DISCURSVAS, LGCAS SCIAIS

Disinguindo, como m Lrchéoloe u savoir, as omas discuvas as páicas u não são as msmas d nauza discusiva ,osando, como m Surveil et punir, como páicas sm discusovêm conadiz, anua ou vampiiza (sgundo a xpssão dich d Cau as pocamaçõs da idoogia, o abaho doucau consva ho m dia oda sua pinência cíica ano mação ao seiolocal chalnge uano ao ono ao poíico.

Conhcms os undamnos da vavoa inísca popost aos hisoados dos xos das páic consida a inguagmcomo um sisma chado d signos u poduzm sndo apns po

uncionamno d suas açõs pnsa a aidad socia como sndoconsuída pa inguagm, indpndnmn d uau ência obva. Cona ss omuaçõs, Foucau (avz paadoxamn paa aus u zam d um suuaisa uo u smpiou vmnmn4 auxiia mbando a igiimidad da dução das páicas consiuvas do mundo socia à acionaidad ugovna os discusos A gica comandando as opaçõs u consom insuiçõs, dominaçõs açõs não é aua, hmnêuica ogocênica, u poduz comna os discusos. A idubiidad ds

cel de Certeau, "crotecque et dcour paoptque: u quproquo, Hitoe e pychnlye ente cince e ction op. cit., p339C a ére de artgo publcado em Amcn Hitocl Revi por o E. Towe, "tellectual Hto aer te Lgutc Tur Te utoomy oeag ad te rreducblty oExperece, A.R 92 outubro 198, p899 Davd Harla, "tellectua Htoy ad te Retur o Lterature, A 94,juo 1989, p81-69 Davd Hol!ger, Te Retur o te Prodgal: Te Pertece oHtocal owg A.

94,uo 1989, p61-621; e oyce ppleby, "Oe Good Tur Deerve oter ovg Beod e gu Repoe o Dad Hala A. 94 deembo 1989p 13261332. C Roger Carter, L tore etre coaace et réct ML. 19,1994 p.83-6, aqu p.81.40 Tal rejeço é exprea, or exemplo, a dcuo que egue a coerêca Quetce quu auteur? ( Quato a mm,jama empregue a palava etrutura. Procuremaem Le Mot et le Choe e o a ecotrro Eto, eu gotara que toda ea acldade obre o etruturalmo me foe oupada, ou que e dem ao trabalo de jutcá-a, op. cit p.81 6-8 1 , e a lço augural o Colge de nce E agora que aquele que têm lacua de vocabuláro dgam e o le covém ma do que le dz

que o é etrturalmo LOde du dco op cit., p 2) .

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rácas aos dscrsos artcas mas não homólogas ode ser cons-derada como a dsão ndadora ara toda hstóra ctra ncadasm a desconar de m so descontroado da categora de textoexcsamente emregada ara desgnar ácas cjos rcedmentos o obeece em nada ordem do dscrso

O tma o retorno ao otco tem freqüentemente a granesa o linsi turo Longe de ostar a atomatcdade darodo d sentdo ee acenta a berdade do seto a arte re-etda da aço a atonoma das decsões Conseqüentemente encotrmse recsados todos os rocedmentos qe s�m a estabelece as determnações desconhecdas elos nddos ao mesmotemo em qe é armado o rmado do oltco tdo como o nema sgncato de toda socedadeY Também aq Focalt odedar aoo ara denr ma ersecta oosta termo a termo a essaroosção. Por m ado consderando o nddo não na lber-de sosta de e e róro e searado mas como constrídoeas congraões (dscrsas o socas) qe determnam sase hsóas Por otr ostando não a absota atono-

a o tco as em cada momento hstórco artcar saeendnca em reação ao eqbro de tensões e moda sesdsostos e ao mesmo temo reslta de sa ecáca

Focat reocono damente a hstóra Em rmerogar tornose mosse deos dele consderar os objetos cjahstóra o hstorador retende escreer como objetos natras

como categoras nersas das qas se deera aenas determnaras rações hstórcs qer tenham or nome louu meiinaEstad o seualiae Por detrás da comoddade regçosa do o-cabáro o qe se dee reconhecer são recortes snglares dstrbçõs esecas ostdades artcares rodzdas or rátas dferencadas qe constroem gras (do saber o do oder)redtes mas s otras Como escree Pa Veyne:

4 e Gucet Cgemet e pgme e cece oce?LDébat 0, mooo p. 6

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A looa de Foucault não é ua looa do dcuro a ua o-oa da relação Po relação" é o noe do ue e degnou coo e-trutura" Ao né de u undo feto de ujeo o então de objeto oude ua dalétca de u undo onde a concênca conhece eu objetode anteão, ao ou é ela róra o que o objeto faze dela teo

u undo onde a relação é rera: ão a etrutura que dão ua onoa objeta à atéra42

Não há, portanto, objetos históricos preexistenes às reações ueos constituem, não há campo de discurso ou de reaidade deimitado de maneira estáve e imediata "A coisas são apenas as ojeti-vações de práticas determinadas, visto que a conSciência não as con-cebe Então, é identicando as divisões e as excusões que cons-

tituem os objetos que estbeece para si que a história pode pensá-los, não como expressões circunstanciadas de uma categoria uni-versal, mas, bem ao contrário, como "consteações individuais oumesmo singulares

Transformar a denição do objeto da história é, necessaramen-te, modicar as ormas da escritura Em seu comentário de Surveil et punir, Miche de Certeau enfatizou o desocamento retórico

e os perigos que impica uma história das prática sem discursoQuando, ao né de er u dcuro obre outro dcuro que o re-cedera, a teora arrcae e dono não erba ou éerb on<e encontra aena rtca e dcuro de acoanhaento ur-ge certo roblea. H ua bruca udança e a fundação, geralente tão egura oferecda ela lnguage fa então falta. A oeraão teórca encontrae reentnaente na etredade de eu terreno nraltal coo u carro que chega à bea de ua faléa Deo dela ae-na o ar Foucault trabalha à bera da faléa tentando nenar u d-curo ara tratar de rtca não dcura4

Pu Veye Foucut évoutoe 'toe, Pu Veye Cmmen n éct itieguo e ucult révluinne itire P Eto u Seu, p3 .4� Ibi p.44 Ibi p33

45ce e eteu cotecue e cou poptue: u upouo pit p

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Raão em Surv t punr e uma esciua conaióia ue o-ganiza o iscuso e sabe a pai os pópios poceimenos quesão seu objeo e que ao mesmo empo consói essas cções pan-

ópticas" paa exibi e subvee os funamenos a acionaliaepuniiva insauaa no nal o século XI: Em um pimeio n-vel o exo eóico e Foucaul é aina oganizao pelos pocessospanópicos que ele elucia. Mas em um seguno nvel esse iscuso panópico não passa e uma cena one uma máquina naavainvee nossa episemologia panópica iunfane".

À beia a falésia" A mgem é bela paa esigna a inuieu-

e pópia a oa hisóia que enta essa opeação limie a conana oem o iscuso a azão" ou a esazão as páicas an-o essas páicas ominan es ue oganizam nomas e insiuiçõesuano aquelas isseminaas e menoes que ecem o coianoou susenam os ilegalismos

Poém paa oos aueles que ele se apoximam há à beiaa falésia um apoio ampaao: o abalho e um pensameno quesempe se siuou no pono e cuzameno e uma aueologia daspoblemaizações e e uma genealogia as páicas

;Id .49j7  Mihe Foucault Hitoire d la sexualié t. 11 , L'Uage de plaiir, Paris, Gaimard 1984

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