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51 EDIÇÃO DE APECA ANTÓNIO A. JACOB I VA MUDANÇA DE REGIME – 30 QUADROS IDEALIZADOS PARA O EFEITO – REVISTOS – ATUALIZADOS – MELHORADOS 3.ª EDIÇÃO I VA AGOSTO/2013

APECA - IVA Mudança de Regime

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51EDIÇÃO DE

APECA ANTÓNIO A. JACOB

IVAMUDANÇA DE REGIME

– 30 QUADROS IDEALIZADOS PARA O EFEITO– REVISTOS– ATUALIZADOS– MELHORADOS

3.ª EDIÇÃO

IVA

AGOSTO/2013

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

1

IVAMUDANÇA DE REGIME

25 ANOS

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

2

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

3

António A. Jacob

I VAMUDANÇA DE REGIME

3.ª edição

– 30 QUADROS IDEALIZADOS PARA O EFEITO

– REVISTOS

– ATUALIZADOS

– MELHORADOS

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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Título

IVA – MUDANÇA DE REGIME – 30 quadros idealizados para o efeito – revistos – atualizados – melhorados(3.ª edição)

Autor

António A. Jacob

Edição

APECA - Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração

Depósito Legal

363028/13

I.S.B.N.978-989-8095-13-8

Tiragem:3.000 exemplares

Execução Gráfica

Tipografia do Ave, s.a. - Vila do Conde

Rua Avelino Santos Leite, 16 - Apartado 1205 - 4471-909 MAIATelef. 229 488 348 / 229 489 018 / 229 411 101 - Fax 229 449 382E-mail: [email protected] – Internet: www.apeca.pt

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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Este trabalho, rotulado com o título “IVA – Mudança de Regime”, foi, pela

primeira vez, concebido e publicado em 1995, e, devido às mudanças

significativas que entretanto se haviam operaram nesta área, republicado

em 2005.

Dado o tempo decorrido, e algumas alterações importantes entretanto

operadas após a sua republicação, nomeadamente através do Decreto‑Lei

n.º 33/2006, de 28/7, da Lei n.º 53‑A/2006, de 29/12, do Decreto‑Lei

n.º 67‑A/2007, de 31/12, do Decreto‑Lei n.º 102/2008, de 20/6, da Lei

n.º 64‑B/2011, de 30/12, e do Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, bem como

do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29/1, que, para além de introduzir diversas

alterações ao Código do IVA, aprova o Regime da Renúncia à isenção do

IVA nas operações relativas a bens imóveis, consideramos oportuno voltar

a fazer uma nova edição devidamente atualizada.

É um trabalho prático, esquematizado de uma forma muito clara e objetiva,

que envolve 30 quadros idealizados para o efeito, onde, em cada um se

explica, pormenorizadamente, tal como nas edições anteriores, quando se dá

a passagem de um regime para o outro, quer seja por imposição normativa,

quer seja por simples opção dos sujeitos passivos, bem como desde quando

produz efeitos e, bem assim, quais as obrigações declarativas que lhe estão

associadas.

O Autor,

INTRODUÇÃO

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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Para uma melhor adequação às realidades económicas do nosso país,

criou o Código do IVA dois regimes para os sujeitos passivos: O REGIME

NORMAL, com periodicidade mensal ou trimestral, e o REGIME ESPECIAL,

subdividindo‑se este ainda nos Regimes de Isenção e dos Pequenos

Retalhistas.

O Regime Especial foi ditado por considerações de ordem estrutural das

pequenas empresas de produção, de comércio ou de serviços que, devido

à sua reduzida dimensão, não possuem a organização administrativa

indispensável ao cumprimento das obrigações decorrentes da aplicação do

imposto às suas operações.

Na sua criação teve‑se ainda em consideração o interesse da Administração

Fiscal que, de outra forma, se veria enredada em infindáveis ações de

fiscalização cujo resultado não obteria compensação no imposto arrecadado.

A sua base assenta no n.º 1 do artigo 24.º da 6.ª Diretiva do Conselho das

Comunidades Europeias, de 17/05/77, ao permitir que os Estados membros

que se deparem com dificuldades na aplicação do REGIME NORMAL do

imposto às pequenas empresas, em virtude da sua atividade ou estrutura,

possam aplicar, dentro dos limites e nas condições por eles estabelecidas

(sob reserva, porém, da consulta do Comité prevista no artigo 29.º da

mesma Diretiva), modalidades simplificadas, de tributação e de perceção

do imposto, nomeadamente regimes forfetários, desde que daí não resulte

desagravamento do imposto.

REGIMES

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

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2 – Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados;

b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento.

Artigo 66.ºPassagem compulsiva ao regime normal de tributação

Nos casos em que haja fundados motivos para supor que o regime especial de tributação previsto no artigo 60.º concede ao retalhista vantagens injustificadas ou provoca sérias distorções de concorrência, a administração fiscal pode, em qualquer altura, obrigá-lo ao regime normal de tributação.

Artigo 67.ºObrigações declarativas e de pagamento do imposto

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a:

a) Declarar o início, a alteração e a cessação da sua atividade nos termos dos artigos 31.º, 32.º e 33.º;

b) Pagar nos locais de cobrança legalmente autorizados, por meio de guia de modelo aprovado (Modelo P2), e até ao dia 20 do 2.º mês seguinte a cada trimestre do ano civil, o imposto que se mostre devido; nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no serviço de finanças competente e no mesmo prazo, declaração adequada;

c) Apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições efetuadas no ano civil anterior.

2 – No caso de alteração dos volumes de compras que obrigue o sujeito passivo à aplicação do regime normal do imposto, a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º deve ser apresentada durante o mês de janeiro do ano civil seguinte àquele a que respeitam tais volumes de compras.

3 – Sempre que tenha sido fixado definitivamente um rendimento tributável em IRS baseado em volumes de compras superiores aos limites estabelecidos no artigo 60.º, o sujeito passivo deve apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º no prazo de 15 dias a contar daquela fixação.

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

É nos artigos 53.º a 59.º, do Código do IVA, que se encontra regulamentado o Regime Especial de Isenção, regime este que assenta na dimensão económica do contribuinte e não na atividade por ele exercida, salvo os casos de importação, exportação ou atividades conexas.

A inclusão neste regime está condicionada à existência, simultânea, dos seguintes pressupostos:

a) Os sujeitos passivos que não possuam, nem sejam obrigados a possuir, contabilidade organizada para efeitos de IRS ou IRC;

b) Não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas com alguma destas operações (nas atividades conexas, com a importação e a exportação, estão compreendidos os despachantes oficiais e os comissionistas quando estes atuam como intermediários na compra ou venda de mercadorias de ou para países terceiros);

c) Não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação de serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA (bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis);

d) Não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA);

e) Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros; ou

f) Embora com o volume de negócios superior a 10.000 euros, mas inferior a 12.500 euros, se fossem tributados, os sujeitos passivos preencheriam as condições de inclusão no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (cfr. n.º 2 do artigo 53.º do CIVA).

g) Que, estando enquadrados num regime de tributação (Regime Normal ou Regime Especial dos Pequenos Retalhistas) à data da cessação da atividade, os sujeitos passivos reiniciem, essa ou outra atividade, só depois de terem passados 12 meses após a cessação [cfr. alínea a) do n.º 2 do artigo 56.º do CIVA].

h) Os sujeitos passivos que, se não tivessem declarado a cessação da sua atividade seriam enquadrados, por força da alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º, no regime normal, não reiniciem essa ou outra atividade no ano seguinte ao da cessação [cfr. alínea b) do n.º 2 do artigo 56.º do CIVA].

Artigo 53.ºÂmbito de aplicação

1 – Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS ou IRC, nem praticando operações de importação, exportação ou atividades conexas, nem

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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exercendo atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao presente Código, não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 10.000.

2 – Não obstante o disposto no número anterior, são ainda isentos do imposto os sujeitos passivos com um volume de negócios superior a € 10.000, mas inferior a € 12.500, que, se tributados, preencheriam as condições de inclusão no regime dos pequenos retalhistas.

3 – No caso de sujeitos passivos que iniciem a sua atividade, o volume de negócios a tomar em consideração será estabelecido de acordo com a previsão efetuada relativa ao ano civil corrente, após confirmação pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

4 – Quando o período em referência, para efeitos dos números anteriores, for inferior ao ano civil, deve converter‑se o volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual correspondente.

5 – O volume de negócios previsto nos números anteriores é o definido nos termos do artigo 42.º.

Artigo 54.º

Passagem dos regimes de tributação ao regime especial de isenção

1 – Se, verificados os condicionalismos previstos no artigo anterior, os sujeitos passivos não isentos pretenderem a aplicação do regime nele estabelecido, deverão apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º.

2 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os condicionalismos referidos no artigo anterior, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da apresentação.

3 – Os sujeitos passivos que beneficiem da isenção do imposto nos termos do artigo anterior, estão excluídos do direito à dedução prevista no artigo 19.º.

4 – Os sujeitos passivos que utilizem a possibilidade prevista no n.º 1 devem proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução efetuada quanto a bens do ativo imobilizado e, quando anteriormente abrangidos pelo regime normal, devem também efetuar a regularização do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo, em qualquer dos casos, as referidas regularizações ser incluídas na declaração ou guia referente ao último período de tributação.

Artigo 55.ºRenúncia

1 – Os sujeitos passivos susceptíveis de beneficiarem da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis ou, no caso de serem retalhistas, pelo regime especial previsto no artigo 60.º.

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime de isenção, com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.

Artigo 56.ºMudança de regime

1 – Nos casos de passagem de regime de isenção a um regime de tributação, ou inversamente, a Autoridade Tributária e Aduaneira pode tomar as medidas que julgue necessárias a fim de evitar que o sujeito passivo em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de negócios pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais.

2 – Não podem beneficiar do regime de isenção:

a) Nos 12 meses seguintes ao da cessação, os sujeitos passivos que, estando enquadrados num regime de tributação à data da cessação de atividade, reiniciem essa ou outra atividade;

b) No ano seguinte ao da cessação, os sujeitos passivos que reiniciem essa ou outra atividade e que, se não tivessem declarado a cessação, seriam enquadrados, por força da alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º, no regime normal.

Artigo 57.ºFaturação

As faturas emitidas pelos sujeitos passivos referidos no artigo 53.º no exercício da sua atividade devem sempre conter a menção «IVA – regime de isenção». (redação dada pela Lei

n.º 51/2013, de 24/7)

REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO

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Artigo 58.º

Obrigações de faturação, declarativas e período em que passa a ser devido o imposto

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º. (redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

2 – Quando se deixarem de verificar as condições de aplicação do regime de isenção do artigo 53.º, os sujeitos passivos são obrigados a apresentar a declaração de alterações prevista no artigo 32.º, nos seguintes prazos:

a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que tenha sido atingido um volume de negócios superiores aos limites de isenção previstos no artigo 53.º;

b) No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável em sede de IRS ou IRC baseado em volume de negócios superiores àqueles limites;

c) No prazo de 15 dias a contar do momento em que deixar de verificar qualquer das demais circunstâncias referidas no n.º 1 do artigo 53.º.

3 – Verificando-se as circunstâncias referidas no número anterior, os sujeitos passivos que, tendo iniciado a atividade em data anterior à entrada em vigor do Código, foram dispensados do cumprimento das obrigações de registo previstas no Decreto-Lei n.º 394-A/84, de 26 de dezembro, devem apresentar no mesmo prazo a declaração do início de atividade a que se refere o artigo 31.º. (revogado pelo artigo 123.º da Lei n.º 64‑B/2011,

de 30/12)

4 – Sempre que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha de indícios seguros para supor que um sujeito passivo isento ultrapassou em determinado ano o limite de isenção, procede à sua notificação para apresentar a declaração a que se refere o artigo 31.º ou artigo 32.º, conforme os casos, no prazo de quinze dias, com base no volume de negócios que considerou realizado.

5 – É devido imposto com referência às operações efetuadas pelos sujeitos passivos a partir do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega das declarações a que se referem os n.os 2 ou 4.

6 – Não obstante o disposto no número anterior, nos casos em que se deixam de verificar as circunstâncias a que se refere a alínea c) do n.º 2, a aplicação do regime normal de tributação produz efeitos a partir desse momento.

Artigo 59.ºDispensa de obrigações

Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º estão dispensados das demais obrigações previstas no presente diploma.

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

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REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

É nos artigos 60.º a 68.º, do Código do IVA, que se encontra regulamentado o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, regime este que, com base no artigo 24.º da 6.ª Diretiva do Conselho das Comunidades Europeias, o legislador teve necessidade de criar perante o elevado número de comerciantes existentes que, não podendo ser incluídos no Regime Especial de Isenção, face ao seu volume de vendas, também não deveriam ser incluídos no Regime Normal uma vez que não poderiam suportar todo o peso das estruturas que o Código impõe como necessárias para o cumprimento das obrigações para os sujeitos abrangidos por este Regime.

É um regime que se carateriza pela simplificação e pelo menor rigor, estando reduzidas ao mínimo as obrigações a cumprir pelos sujeitos por ele abrangidos.

São condições indispensáveis para a inclusão neste Regime que o sujeito passivo reuna, cumulativamente, os seguintes requisitos:

a) Que seja retalhista (pessoa singular) sujeito à incidência do IRS com rendimentos abrangidos pela categoria B;

b) Que não possua nem seja obrigado a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

c) Que não tenham tido no ano civil anterior um volume de compras superior a 50.000 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

d) Que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (cfr. art.º 60.º, n.º 6);

e) Que não façam importação, exportação ou atividades com elas conexas ou ainda operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

f) Que o valor anual das prestações de serviços não isentas, seja igual ou inferior a 250 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

g) Que não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA, ou seja bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

h) Que não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime);

i) Que não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA);

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j) Que, estando enquadrado no Regime Normal à data da cessação da atividade, os sujeitos passivos reiniciem, essa ou outra atividade, só depois de terem passado 12 meses após a cessação (cfr. art.º 64.º, n.º 2 do CIVA).

Artigo 60.ºÂmbito de aplicação

1 – Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 53.º, os retalhistas que sejam pessoas singulares, não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS e não tenham tido no ano civil anterior um volume de compras superior a € 50.000, para apurar o imposto devido ao Estado aplicam um coeficiente de 25% ao valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a vendas sem transformação.

2 – Ao imposto determinado nos termos do número anterior será deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º.

3 – O volume de compras a que se refere o n.º 1 é o valor definitivamente tomado em conta para efeitos de tributação em IRS.

4 – No caso de retalhistas que iniciem a sua atividade, o volume de compras é estabelecido de acordo com a previsão efetuada relativa ao ano civil corrente, após confirmação pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

5 – Quando o período de referência, para efeitos dos n.os 1, 3 e 4, for inferior ao ano civil, deve converter‑se o volume de compras relativo a esse período num volume de compras anual correspondente.

6 – Para efeitos do disposto no n.º 1, consideram-se retalhistas aqueles cujo volume de compras de bens destinados a venda sem transformação atinja pelo menos 90% do volume de compras, tal como se encontra definido no n.º 3.

7 – No caso de aquisição de materiais para transformação dentro do limite previsto no número anterior, ao montante de imposto calculado nos termos do n.º 1 acresce 25% do imposto suportado nessa aquisição.

8 – Não podem beneficiar do regime especial previsto no n.º 1 os retalhistas que pratiquem operações de importação, exportação ou atividades com elas conexas, operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º ou prestações de serviços não isentas de valor anual superior a € 250, nem aqueles cuja atividade consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao presente Código.

9 – São excluídas do regime especial, ficando sujeitas à disciplina particular ou geral do IVA,

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

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consoante o caso, as transmissões de bens e as prestações de serviços mencionadas no anexo E ao presente Código efetuadas a título ocasional, bem como as transmissões de bens do ativo imobilizado dos retalhistas sujeitos ao regime previsto no presente artigo, os quais devem adicionar, se for caso disso, o respetivo imposto ao apurado nos termos do n.º 1, para efeitos da sua entrega nos cofres do Estado.

Artigo 61.ºPassagem do regime normal ao regime especial

1 – Se, verificados os condicionalismos previstos no artigo anterior, os sujeitos passivos incluídos no regime normal pretenderem a aplicação do regime especial dos pequenos retalhistas, devem apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º.

2 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os condicionalismos referidos no artigo anterior, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da apresentação.

3 – Os sujeitos passivos enquadrados no regime de tributação previsto nesta subsecção não beneficiam do direito à dedução constante da secção I do Capítulo V do presente diploma, salvo no que respeita às aquisições dos bens referidos no n.º 2 do artigo anterior.

4 – Os sujeitos passivos que utilizem a possibilidade prevista no n.º 1 aplicam um coeficiente de 25% ao valor do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo o valor resultante, adicionado do próprio imposto, ser incluído na declaração ou guia referente ao 1.º período de tributação no regime dos pequenos retalhistas.

Artigo 62.ºFaturação

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – Não confere direito à dedução”. (Redação

dada pelo Dec. Lei n. 197/2012, de 24/8)

Artigo 63.ºRenúncia

1 – Os sujeitos passivos suscetíveis de usufruírem do regime especial de tributação previsto no artigo 60.º podem renunciar a tal regime e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis.

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

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2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos, respetivamente, a partir da apresentação da declaração de início ou do período de imposto seguinte ao da apresentação da declaração de alterações.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime especial dos pequenos retalhistas.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime especial com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.

Artigo 64.ºMudança de regime

1 – Nos casos de passagem do regime normal de tributação ao regime especial referido no artigo 60.º, ou inversamente, a Autoridade Tributária e Aduaneira pode tomar as medidas que julgue necessárias a fim de evitar que o retalhista usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de compras pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais.

2 – Não podem beneficiar do regime dos pequenos retalhistas os sujeitos passivos que, estando enquadrados no regime normal à data de cessação de atividade, reiniciem essa ou outra atividade nos doze meses seguintes ao da cessação.

Artigo 65.ºRegistos das operações e livros obrigatórios

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos a bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º. (Redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012,

de 24/8)

REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS

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4 – A aplicação do regime normal produz efeitos a partir do período do imposto seguinte àquele em que se torna obrigatória a entrega da declaração de alterações a que se referem os números anteriores.

5 – Sempre que o sujeito passivo passe a efetuar operações referidas no n.º 8 do artigo 60.º, ou passe a dispor, ou esteja obrigado a dispor, de contabilidade organizada para efeitos de IRS, deve proceder à entrega da declaração a que se refere o artigo 32.º, no prazo de 15 dias, ficando enquadrado no regime normal de tributação a partir do momento em que se verifique qualquer uma daquelas situações.

6 – No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação das declarações a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.

7 – No caso de passagem do regime especial de tributação prevista no artigo 60.º para o regime normal, a declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 deve ser apresentada no prazo previsto na alínea b) do mesmo número e reporta‑se à parte do período anual em que o sujeito passivo esteve enquadrado no regime especial dos pequenos retalhistas.

Artigo 68.ºPrazo de conservação dos livros, registos e documentos de suporte

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º.

QUADRO 01 – Passagem do RN para o REI

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01 – Passagem do

Regime Normal

Para o

Regime Especial de Isenção

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Se a passagem for devida à simples alteração do volume de negócios, para os montantes previstos no artigo 53.º do Código do IVA, isto é, igual ou inferior a 10.000 euros ou, no caso de se tratar de retalhistas, embora superior a 10.000 euros seja inferior a 12.500 euros (a passagem do RN para o REI neste caso é meramente facultativa, já que o sujeito passivo pode continuar no regime em que se encontra), produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da respetiva declaração de alterações (cfr. art.º 54.º, n.º 2),

declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º do Código do IVA (cfr. art.º 54.º, n.os 1 e 2), isto é:

– não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS ou de IRC;

– não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas;

– não exerçam transmissões de bens ou prestações de serviços mencionados no anexo E ao Código (Lista dos bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas ‑ regime especial de tributação – Lei n.º 33/2006, de 28/7);

– não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros ou, no caso de serem retalhistas, embora superior a 10.000 euros seja inferior a 12.500 euros.

b) Se a passagem for devida a outras alterações diferentes do volume de negócios (v.g. possuía ou era obrigado a possuir contabilidade organizada e deixou de se verificar tal requisito; fazia importações, exportações ou atividades conexas, e deixou de as fazer, ou exercia atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados no anexo E e deixou de a exercer), e passando assim a reunir todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º do Código do IVA (incluindo, como é óbvio, o volume de negócios), produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da respetiva declaração de alterações (cfr. art.º 54.º, n.º 2),

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declaração esta que só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifique a ocorrência de tais alterações (cfr. art.º 54.º, n.os 1 e 2).

NOTAS:

1 – Artigo 54.º do CIVA

1 – Se, verificados os condicionalismos previstos no artigo anterior, os sujeitos passivos não isentos pretenderem a aplicação do regime nele estabelecido, devem apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º.

2 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os condicionalismos referidos no artigo anterior, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da apresentação.

3 – Os sujeitos passivos que beneficiem da isenção do imposto nos termos do artigo anterior, estão excluídos do direito à dedução prevista no artigo 19.º.

4 – Os sujeitos passivos que utilizem a possibilidade prevista no n.º 1 devem proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução efetuada quanto a bens do ativo imobilizado e, quando anteriormente abrangidos pelo regime normal, devem também efetuar a regularização do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo, em qualquer dos casos, as referidas regularizações ser incluídas na declaração ou guia referente ao último período de tributação.(artigo 54.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção devida à simples alteração do volume de negócios, para os montantes previstos no artigo 53.º do Código do IVA, o sujeito passivo deve assinalar os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09 da declaração de alterações.

Se a passagem for devida a outras alterações diferentes do volume de negócios (v.g. fazia importações, exportações ou atividades conexas, e deixou de as fazer; possuía ou era obrigado a possuir contabilidade organizada e deixou de se verificar tal requisito; ou exercia atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis,

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mencionados no anexo E e deixou de a exercer), passando assim a reunir todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º do CIVA, além de assinalar os campos 10, 11 e 12 do Quadro 9 da declaração de alterações, terão também que ser assinalados os campos 3 e/ou 5 do mesmo Quadro 09, assim como o campo 1 do Quadro 16, e/ou a quadrícula Não |_| do Quadro 26.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Tal como consta do n.º 2 do artigo 54.º do Código do IVA, se a passagem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção for devida à simples alteração do volume de negócios, para os montantes previstos no artigo 53.º do mesmo diploma, isto é, igual ou inferior a 10.000 euros ou, no caso de se tratar de retalhistas, embora superior a 10.000 euros seja inferior a 12.500 euros, a declaração de alterações só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos previstos para o efeito.

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

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5 – Regularizações do imposto a favor do Estado

Os sujeitos passivos que, utilizando a possibilidade prevista no n.º 1 do artigo 54.º do Código do IVA, passem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção, em obediência ao disposto no n.º 4 do mesmo preceito, devem:

– nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, proceder à regularização da dedução do IVA efetuada quanto a bens do ativo imobilizado, desde que não tenham decorrido os 5 anos ali referidos (cfr. art.º 54.º, n.º 4); bem como

– efetuar a regularização do IVA deduzido e respeitante às mercadorias e/ou matérias-primas existentes em 31 de dezembro do ano anterior ao da sua passagem para o novo regime (cfr. art.º 54.º, n.º 4).

Em ambos os casos, tais regularizações a favor do Estado devem constar da declaração periódica do IVA referente ao último período de tributação pelo Regime Normal (dezembro ou 4.º trimestre), ou seja, no caso de estar na periodicidade mensal, a apresentar até ao dia 10 de fevereiro do ano seguinte ou, no caso da periodicidade ser trimestral, até ao dia 15 de maio do ano seguinte, e levar ao campo 41 do Quadro 06 (cfr. art.º 54.º, n.º 4).

Exemplo:

Um sujeito passivo, enquadrado no Regime Normal de tributação, em 2012 adquiriu um computador para o exercício da sua atividade, e exerceu o direito à dedução do imposto suportado nos termos gerais do Código, tendo nesse ano deduzido o IVA que então o fornecedor lhe liquidou, no montante de 500 euros.

Em 2014, por reunir todos os pressupostos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, opta pela sua passagem ao Regime Especial de Isenção.

Na última declaração periódica de IVA entregue, enquanto sujeito passivo enquadrado no Regime Normal, referente ao ano de 2013, deve proceder à regularização a favor do Estado de 3/5 do valor do IVA deduzido no ano da aquisição, ou seja, 300 euros. Esta regularização deve ser levada ao campo 41 do quadro 06 da declaração periódica do IVA.

6 – Situação de crédito à data da passagem

Os sujeitos passivos que, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 54.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA).

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7 – Medidas que a Autoridade Tributária e Aduaneira pode tomar

Nos casos de passagem do Regime Normal para o Regime Especial de

Isenção, a Autoridade Tributária e Aduaneira, usando do poder discricionário

que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgue necessárias a fim

de evitar que o sujeito passivo em questão usufrua vantagens injustificadas

ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente,

não atender a modificações do volume de negócios pouco significativas

ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. art.º 56.º, n.º 1, do CIVA).

Da decisão em causa pode o sujeito passivo recorrer hierarquicamente, nos termos

do Código de Procedimento e do Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º do CIVA.

Se tal acontecer, a decisão deverá ser notificada ao sujeito passivo, o qual poderá,

querendo, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e do

Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º, do CIVA).

Tal recurso, a existir, deverá ser dirigido ao Director‑Geral da Administração

Tributária, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação

da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do

Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz

que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico

do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato

respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de

Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

8 – Exclusão do direito à dedução

Os sujeitos passivos que beneficiem do Regime Especial de Isenção, a que se

refere o artigo 53.º do Código do IVA, estão, nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do

mesmo diploma, excluídos do direito à dedução do imposto suportado a montante,

previsto no artigo 19.º, igualmente do CIVA.

Na verdade, de acordo com o citado n.º 3 do artigo 54.º, se tais sujeitos passivos

não realizam operações tributadas, isto é, se nas transmissões de bens e prestações

de serviços que efetuam não liquidam imposto, o que sucede em termos normais,

não poderão deduzir o imposto suportado a montante nos termos do artigo 19.º,

ficando, assim, equiparados, de certo modo, a consumidores finais.

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9 – Imputação de despesas comuns dos profissionais liberais

Três advogados exercem, em nome individual, a sua atividade nas mesmas instalações. Entre outros, os documentos referentes ao telefone, luz e água estão em nome de um deles, que se encontra registado em IVA e enquadrado no Regime Normal. Assim, no fim de cada mês, este profissional debita aos seus colegas as importâncias acordadas.

Caso não se considerem estas importâncias como fazendo parte do volume de negócios, aquele profissional não ultrapassa os 10.000 euros anuais de serviços prestados.

Poderá passar do Regime Normal, em que se encontra, para o Regime Especial de Isenção?

O conceito de prestação de serviços resultante do artigo 4.º do CIVA é um conceito residual. Como tal, no caso exposto, o débito das despesas aos seus dois colegas é, efetivamente, considerado uma prestação de serviços.

Porque não se trata de quantias pagas em nome e por conta dos adquirentes, que possam ser registadas em contas de terceiros apropriadas, não tem aqui aplicação o disposto na alínea c) do n.º 6 do artigo 16.º do Código do IVA. Assim sendo, aquelas importâncias terão que fazer parte do valor tributável dos serviços prestados, e como tal influenciar o volume de negócios para efeitos do artigo 53.º do CIVA.

10 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas ou «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela

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não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

11 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos abrangidos pelo Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º do CIVA, ou seja:

– emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– indicar na declaração recapitulativa a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias, nos prazos e nas condições previstos no artigo 30.º desse Regime, as prestações de serviços efetuadas a sujeitos passivos que tenham noutro Estado membro da Comunidade a sede, um estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, quando tais operações não sejam aí tributáveis em território nacional em resultado da aplicação do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º [alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

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– a entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º do CIVA);

– a entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º do CIVA);

– a entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º do CIVA).

(cfr. n.º 1 do artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

13 – Passagem para o Regime Especial de Isenção por motivo de alteração do volume de negócios

Por força da alteração do volume de negócios, e reunindo todos os demais condicionalismos previsto no artigo 53.º do Código do IVA, o sujeito passivo pode passar do Regime Normal de tributação para o Regime Especial de Isenção. Neste caso, a passagem ao regime de isenção é facultativa.

Exemplo:

Um empresário em nome individual, que exerce a atividade de “retalhista de produtos alimentares” desde 2004, encontra‑se enquadrado, para efeitos de IVA, no regime normal trimestral.

Em 2012 teve um volume de negócios inferior a 12.500 euros (se não fosse “retalhista” mas sim um grossista ou prestador de serviços era necessário que o volume de negócios fosse igual ou inferior a 10.000 euros).

Dado que, como se diz em cima, se verificam todas as condições para este sujeito passivo estar enquadrado no regime de isenção, pode, se assim o desejar, entregar a declaração de alterações para ficar abrangido pelo Regime Especial de Isenção, declaração essa que, neste caso, devida ser entregue durante o mês de janeiro de 2013, ficando enquadrado no novo regime a partir de 1 do mesmo mês de janeiro.

Um outro exemplo:

O sujeito passivo “D” iniciou a sua atividade em 01/02/2012.

Na declaração de início de atividade indicou, para onze meses de atividade (01/02/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios estimado de € 9.900.

Feita a conversão no volume de negócios anual correspondente

[VnAC = € 9.900 x 12 / 11 = 10.800],

nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do CIVA, verifica‑se que ultrapassa o limite previsto para beneficiar, no ano de início de atividade (2012), do enquadramento no

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regime de isenção previsto no artigo 53.º do CIVA, ficando desde logo enquadrado no regime de tributação.

Em dezembro de 2012, o sujeito passivo constata que naqueles onze meses de atividade auferiu, de fato, um volume de negócios de € 8.800.

Com base no volume de negócios efetivo (€ 8.800) e dado que no final do ano de 2012 o sujeito passivo já conhece o montante real do volume de negócios que auferiu nos onze meses desse ano, impõe‑se verificar, com base nesse valor concreto e nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do Código, qual o volume de negócios que teria auferido nos 12 meses.

Pela aplicação da fórmula anterior

[VnAC = € 8.800 x 12 / 11]

obtém‑se o volume de negócios anual correspondente de € 9.600 o que significa que o sujeito passivo reúne condições para passar ao Regime Especial de Isenção no ano seguinte.

Nesta situação pode o sujeito passivo, caso assim o pretenda, passar ao Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do Código. Para o efeito, nos termos dos n.os 1 e 2, ambos do artigo 54.º do citado diploma, deve apresentar a declaração de alterações durante o mês janeiro de 2013, passando a ficar enquadrado no Regime Especial de Isenção a partir do dia 1 do referido mês de janeiro.

Note‑se que a apresentação da declaração de alterações é facultativa pelo que, não sendo apresentada no prazo referido (janeiro de 2013), a mesma não produz efeitos, permanecendo o sujeito passivo no regime de tributação.(Exemplo 5 do n.º 7 do Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, da Direção de Serviços do IVA)

14 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

De acordo com o disposto no artigo 53.º do Código do IVA, a inclusão no Regime Especial de Isenção está condicionada aos sujeitos passivos que reunam, cumulativamente, os seguintes pressupostos:

– Não possuam, nem sejam obrigados a possuir, contabilidade organizada para efeitos de IRS ou IRC (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

– Não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas (nas atividades conexas, com a importação e a exportação, estão compreendidos os despachantes oficiais e os comissionistas quando estes atuam como intermediários na compra ou venda de mercadorias de ou para países terceiros) (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

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– Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA); ou

– Embora com o volume de negócios superior a 10.000 euros, mas inferior a 12.500 euros, se fossem tributados, os sujeitos passivos preencheriam as condições de inclusão no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (cfr. n.º 2 do artigo 53.º do CIVA);

– Não exerçam atividade que consista na transmissão dos bens ou prestações dos serviços mencionados no Anexo E ao Código, ou seja, dos bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas ‑ regime especial de tributação – Lei n.º 33/2006, de 28/7 (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA).

– Não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

Contudo, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 56.º do Código do IVA, não podem beneficiar do Regime Especial de Isenção os sujeitos passivos que:

a) Nos 12 meses seguintes ao da cessação, estando enquadrados num regime de tributação à data da cessação de atividade, reiniciem essa ou outra atividade;

b) No ano seguinte ao da cessação, reiniciem essa ou outra atividade e que, se não tivessem declarado a cessação, seriam enquadrados, por força da alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º, no regime normal.

15 – Valores a considerar quando, simultaneamente, se exerce a atividade como trabalhador independente e como empregado por conta de outrem

Imagine‑se um sujeito passivo que é empregado de escritório numa empresa e que, simultaneamente, exerce, como empresário em nome individual, aatividade de “comissionista”, a que se refere a rubrica 1319 da tabela deatividades do artigo 151.º do CIRS, conforme Anexo I à Portaria n.º 1011/2001, de 21 de agosto.

No exercício de 2012 o referido sujeito passivo auferiu as seguintes remunerações:

– ordenados pagos pela entidade patronal ................... € 28.000,00– proveitos da sua atividade independente .................... € 7.000,00 Total ....... € 35.000,00

Este operador, apesar de ter recebido durante o ano remunerações no total de 35.000,00 euros, no que respeita ao volume de negócios, reúne condições para beneficiar do Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do CIVA, uma vez que os rendimentos conexos com os serviços prestados no âmbito

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da sua atividade independente (neste caso concreto os únicos sujeitos a IVA) ascendem apenas a 7.000,00 euros, não ultrapassando, consequentemente, o limite de isenção de 10.000 euros.

16 – Vantagens e inconvenientes do enquadramento no Regime Especial de Isenção

O Regime Especial de Isenção, pela sua própria natureza, tem vantagens e inconvenientes para os sujeitos passivos.

No caso das vantagens, elas são tão reduzidas e insignificantes que, na economia do imposto, são legalmente assumidas pelo sistema face à própria dimensão que as mesmas assumem no contexto dos restantes contribuintes (o volume de negócios é suficientemente reduzido para que se possa falar em vantagens apreciáveis).

No caso dos inconvenientes, é ressalvada, através do artigo 55.º, a possibilidade de renúncia, por parte dos sujeitos passivos, a tal regime de isenção, uma vez que se encontra ali prevista a possibilidade de opção pela aplicação do regime normal.

Um desses inconvenientes é o de não poderem deduzir, nos termos do artigo 19.º, o imposto suportado a montante, o que lhe é vedado enquanto se mantiverem no Regime Especial de Isenção.

Nestes termos, cabe ao sujeito passivo, enquadrado (ou enquadrável) em tal regime, averiguar, a todo o momento, se lhe é vantajoso ou não usufruir da possibilidade legal de se manter no mesmo.

Não o sendo, ou assume tais desvantagens, mantendo‑se no Regime Especial de Isenção em que se encontra enquadrado (ou em que pode ser enquadrável), ou, usando da faculdade que lhe confere o n.º 1 do artigo 55.º do CIVA, solicita a sua passagem ao Regime Normal de tributação.

17 – Venda de tabaco pelos revendedores

No volume de negócios a considerar (10 000 euros ou 12 500 caso se trate de retalhistas), não deve ser tomado em consideração o volume da venda de tabaco efetuada pelos revendedores, tal como prevê o n.º 3 do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 346/85, de 23 de agosto.

A este respeito lembramos que, em sede do imposto especial sobre oconsumo de tabacos, o IVA é devido pelo produtor, importador ou adquirente

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intracomunitário. Consequentemente, os revendedores de tabaco não são sujeitos passivos de imposto, ficando apenas obrigados a registar separadamente, as suas vendas na hipótese de transacionarem também bens de outra natureza. Se operarem apenas os referidos bens não têm qualquer obrigação em sede de IVA.

18 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.os 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

b) Das operações referidas nos n.os 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

NOTA:

Conversão do volume de negócios do período de referência em volume anual correspondente

Tendo em conta que, quando iniciam a atividade, os sujeitos passivos não dispõem, por regra, de dados relativos ao seu volume de negócios que possibilitem o enquadramento inequívoco num determinado regime de IVA e subsistindo dúvidas, nomeadamente, quando à forma de conversão do volume de negócios prevista nos n.os 3 e 4 do artigo 53.º do CIVA, esclarece‑se o seguinte:

1 – Os sujeitos passivos que iniciem a sua atividade devem declarar, na respetiva declaração de início de atividade, a previsão do volume de negócios relativo ao ano civil corrente, a qual, depois de confirmada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), é tida em consideração no enquadramento desse mesmo ano (n.º 3 do artigo 53.º).

2 – No entanto, quando o período em referência for inferior ao ano civil, deve converter‑se o volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual correspondente (n.º 4 do artigo 53.º), mediante a aplicação da fórmula

VnAC = VnP x 12 : Nm

QUADRO 01 – Passagem do RN para o REI

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Em que:

VnAC significa o volume de negócios anual correspondente;VnP significa o volume de negócios previsto; eNm significa o número de meses que decorre entre o mês correspondente à data de início declarada e o mês de dezembro, inclusive.

3 – O volume de negócios assim apurado, porque se trata de uma previsão,

releva unicamente para efeitos do enquadramento em IVA aquando do início de

atividade. Será o volume de negócios anual correspondente, convertido com base

no volume efetivamente realizado nesse ano que determina a continuação, ou

não, no regime especial de isenção, no ano seguinte.

4 – Em qualquer das situações, quando o período em referência é inferior ao ano

civil, a conversão efetuada tem como única finalidade determinar se o sujeito

passivo pode, ou não, permanecer, no ano seguinte, no regime especial de isenção

estabelecido no artigo 53.º do CIVA.

Esta conversão não altera o volume de negócios efetivamente realizado pelo

sujeito passivo, definido nos termos do artigo 42.º do Código (n.º 5 do artigo 53.º),

o qual releva, nomeadamente, para efeitos de IRS.

Exemplo:

O sujeito passivo iniciou a sua atividade em 01/08/2012.

Na sua declaração de início declarou, para cinco meses de atividade (01/08/2012

a 31/12/2012), um volume de negócios previsto de € 3.000.

Como o volume de negócios que prevê auferir é referente a cinco meses

do ano, esse montante deve ser convertido em volume de negócios anual

correspondente, em conformidade com o estabelecido no n.º 4 do artigo 53.º do

Código do IVA, utilizando a forma

VnAC = VnP x 12 : Nm

Ou seja:

VnAC = € 3.000 x 12 : 5

VnAC = € 7.200

Aplicada a fórmula, (€ 3.000 x 12 / 5 = € 7.200) verifica‑se que o volume de negócios

declarado/presumido, convertido num volume de negócios anual correspondente,

não ultrapassa o limite de € 10.000.

QUADRO 01 – Passagem do RN para o REI

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O sujeito passivo fica enquadrado no regime de isenção previsto no artigo 53.º

do Código do IVA, no ano de início de atividade (2012).

(n.os 1, 2, 3 e 4 do Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, da Direção de Serviços do IVA)

19 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012,

de 24/8)

No que se refere aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, previsto no artigo 53.º do CIVA, o artigo 115.º do Código do IRS diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

Lembramos ainda que os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º, quando emitam faturas no exercício da sua atividade, as mesmas devem sempre conter a menção «IVA – Regime de isenção» (cfr. art.º 57.º do CIVA, com a

QUADRO 01 – Passagem do RN para o REI

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redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7). Esta expressão significa, para o adquirente dos bens ou beneficiário dos serviços, que as operações efetuadas não foram passíveis de IVA, não conferindo direito a qualquer dedução, consignando, ao mesmo tempo, o motivo justificativo da não liquidação do imposto na respetiva fatura.

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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02 – Passagem do

Regime Normal (para onde tinha ido por opção)

Para o

Regime Especial de Isenção

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Desde que o sujeito passivo optou pela passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal, em princípio, é obrigado a permanecer no Regime por que optou durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. artigo 55.º, n.º 3).

Se findo tal prazo, desejar voltar novamente ao REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO, desde que reuna todas as condições previstas no artigo 53.º do Código do IVA, deve apresentar a respetiva declaração de alterações, e preencher o campo 3 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. artigo 55.º, n.º 4),

declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção (cfr. artigo 55.º, n.º 4).

b) Todavia, no caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencha todos os requisitos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente (o da área do respetivo domicílio fiscal – cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA), a sua passagem ao Regime Especial de Isenção, a qual, no caso de merecer deferimento, produz efeitos a partir da:

– data que, para o efeito, for mencionada na notificação a efetuar ao sujeito passivo de acordo com o artigo 82.º do CIVA (cfr. artigo 55.º, n.º 5).

Caso a decisão do pedido seja o indeferimento terá a mesma que ser notificada aos interessados, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário, indicando os critérios que a fundamentam (cfr. art.º 82.º do CIVA).

Em tal situação, os sujeitos passivos podem, querendo, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 83.º do CIVA, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Tais recursos, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 66.º do Código de

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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Procedimento e de Processo Tributário, serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

NOTAS:

1 – Artigo 55.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos suscetíveis de beneficiarem da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis ou, no caso de serem retalhistas, pelo regime especial previsto no artigo 60.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime de isenção, com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.

(artigo 55.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, reunindo todos os condicionalismos para ser enquadrado no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, o sujeito passivo, na altura própria, optou pelo seu enquadramento no Regime Normal de tributação, decorrido que esteja o prazo que o vinculava ao regime de tributação pelo qual optou, caso pretenda que esta opção deixe de produzir efeitos, voltando assim ao Regime Especial de Isenção, deve assinalar o campo 3 do Quadro 13 da declaração de alterações.

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Como já antes se disse, os sujeitos passivos que, reunindo todos os condicionalismos para ficar enquadrados no Regime Especial de Isenção, optaram pela sua passagem ao Regime Normal, podem, se assim o desejarem, e decorrido que esteja o prazo mínimo de permanência naquele regime, passar novamente ao Regime Especial de Isenção. Para tal, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 55.º do Código do IVA, terão que apresentar a declaração de alterações, declaração esta que só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos previstos para o efeito.

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do artigo 35.º e n.º 5 do artigo 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Regularizações

Os sujeitos passivos que, utilizando a possibilidade prevista no n.º 1 do artigo 54.º

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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do Código do IVA, passem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção, em obediência ao disposto no n.º 4 do mesmo preceito, devem:

– nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, proceder à regularização da dedução do IVA efetuada quanto a bens do ativo imobilizado, desde que não tenham decorrido os 5 anos ali previstos (cfr. art.º 54.º, n.º 4); bem como

– efetuar a regularização do IVA deduzido e respeitante às mercadorias e/ou matérias-primas existentes em 31 de dezembro do ano anterior ao da sua passagem para o novo regime (cfr. art.º 54.º, n.º 4).

Em ambos os casos, tais regularizações a favor do Estado devem ser incluídas na declaração periódica do IVA referente ao último período de tributação pelo Regime Normal (dezembro ou 4.º trimestre), ou seja, no caso de estar na periodicidade mensal, a apresentar até ao dia 10 de fevereiro do ano seguinte ou, no caso da periodicidade ser trimestral, até ao dia 15 de fevereiro do ano seguinte, e levar ao campo 41 do Quadro 06 (cfr. art.º 54.º, n.º 4).

Exemplo:

Um sujeito passivo, enquadrado no Regime Normal de tributação, em 2011 adquiriu um computador para o exercício da sua atividade, e exerceu o direito à dedução do imposto suportado nos termos gerais do Código, tendo nesse ano deduzido o IVA que então o fornecedor lhe liquidou, no montante de 500 euros.

Em 2013, por reunir todos os pressupostos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, opta pela sua passagem ao Regime Especial de Isenção.

Na última declaração periódica de IVA entregue, enquanto sujeito passivo enquadrado no Regime Normal, referente ao ano de 2012, deve proceder à regularização a favor do Estado de 3/5 do valor do IVA deduzido no ano da aquisição, ou seja, 300 euros. Esta regularização deve ser levada ao campo 41 do quadro 06 da declaração periódica do IVA.

6 – Situação de crédito à data da passagem

Os sujeitos passivos que, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 54.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3).

Porém, como na situação em causa, a passagem do Regime Normal (para onde

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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tinha ido por opção) para o Regime Especial de Isenção, não se verifica ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 54.º, mas sim ao abrigo do disposto nos n.os 3 a 5 do artigo 55.º, afigura‑se‑nos que, se à data de tal passagem os sujeitos passivos se encontrem em situação de crédito de imposto, não podem beneficiar de tal dispositivo, salvo se o crédito a seu favor exceder € 3.000 (cfr. última parte do n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3).

7 – Notificação

No caso de no pedido de mudança se invocar a modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, a decisão do deferimento ou indeferimento terá que ser notificada aos interessados nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário, devendo, em caso de indeferimento do pedido, indicar os critério que a fundamentam (cfr. art.º 82.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 66‑B/2012, de 31/12).

8 – Recurso hierárquico

Indeferido o pedido, os sujeitos passivos podem, querendo, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 83.º do CIVA, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Como a decisão a proferir é do Diretor‑Geral da Administração Tributária, o recurso deverá ser‑lhe dirigido, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

Tais recursos, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

9 – Exclusão do direito à dedução

Os sujeitos passivos que beneficiem do Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, estão, nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do mesmo diploma, excluídos do direito à dedução do imposto suportado a montante, previsto no artigo 19.º, igualmente do CIVA.

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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Na verdade, de acordo com o citado n.º 3 do artigo 54.º, se tais sujeitos passivos não realizam operações tributadas, isto é, se nas transmissões de bens e prestações de serviços que efetuam não liquidam imposto, o que sucede em termos normais, não poderão deduzir o imposto suportado a montante nos termos do artigo 19.º, ficando, assim, equiparados, de certo modo, a consumidores finais.

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012,

de 24/8)

No que se refere aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, previsto no artigo 53.º do CIVA, o artigo 115.º do Código do IRS diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

Lembramos ainda que os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º, quando emitam faturas no exercício da sua atividade, as mesmas devem sempre

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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conter a menção «IVA – Regime de isenção» (cfr. art.º 57.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7). Esta expressão significa, para o adquirente dos bens ou beneficiário dos serviços, que as operações efetuadas não foram passíveis de IVA, não conferindo direito a qualquer dedução, consignando, ao mesmo tempo, o motivo justificativo da não liquidação do imposto na respetiva fatura.

11 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

12 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos abrangidos pelo Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias a contar da emissão da fatura ou documento equivalente. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

QUADRO 02 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REI

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13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º do CIVA, ou seja:

– emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– a enviar a declaração recapitulativa, a que se refere alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI), quando efetuarem prestações de serviços a sujeitos passivos estabelecidos noutros Estados membros da União Europeia, declaração esta que deve ser enviada, por transmissão eletrónica de dados, até ao dias 20 do mês seguinte àquele em que se realizem tais operações [alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– a entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– a entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– a entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º).

(cfr. n.º 1 do artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

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03 – Passagem do

Regime Normal

Para o

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Se a passagem for devida à simples alteração do volume de compras, para o montante aceite pelo artigo 60.º do Código do IVA (não superior a 50.000 euros), a passagem do RN para o REPR é meramente facultativa, já que o sujeito passivo pode, neste caso, continuar no regime em que se encontra, produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da respetiva declaração de alterações (cfr. artigo 61.º, n.º 2),

declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos previstos no artigo 60.º do Código do IVA (artigo 61.º, n.os 1 e 2), isto é:

– que sejam retalhistas (pessoas singulares), sujeitas à incidência do IRS com rendimentos abrangidos pela categoria B;

– que não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (n.º 1 do art.º 60.º);

– que o seu volume de negócios seja igual ou superior a 12 500 euros e que no ano civil anterior o montante das compras, das mercadorias destinadas a venda, seja igual ou inferior a 50.000 euros (com exclusão do imposto) (n.º 1 do art.º 60.º);

– que não efetuem importação, exportação ou atividades com elas conexas (n.º 8 do art.º 60.º);

– que não pratiquem operações intracomunitárias, tal como são definidas e reguladas pelo Regime do IVA nas Transmissões Intracomunitárias (RITI) (n.º 8 do art.º 60.º);

– que o valor anual das prestações de serviços não isentas de imposto, seja igual ou inferior a 250 euros (n.º 8 do art.º 60.º);

– que não realizem transmissão de bens ou prestação dos serviços constantes do anexo E ao Código do IVA (bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis com regime especial de tributação) (n.º 8 do art.º 60.º);

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

43

– que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (n.º 6 do art.º 60.º);

– que não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades (cfr. art.º 17.º do respetivo Regime, aprovado pelo Dec. Lei n.º 199/96, de 18/10).

b) Se a passagem for devida a outras alterações (v.g. possuía ou era obrigado a possuir contabilidade organizada, e deixou de se verificar tal requisito; fazia importações, exportações ou atividades conexas, e deixou de as fazer; fazia operações intracomunitárias tal como são definidas e reguladas pelo Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias, e deixou de as fazer; efetuava transmissões de bens em segunda mão, objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro, e deixou de as fazer; não era retalhista e passou a ser), reunindo, consequentemente, todos os condicionalismos previstos no artigo 60.º do Código do IVA (incluindo, como é óbvio, o volume de compras), produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da respetiva declaração de alterações (cfr. artigo 61.º, n.º 2),

declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifique a ocorrência de tais alterações (cfr. artigo 61.º, n.os 1 e 2).

NOTAS:

1 – Artigo 61.º do CIVA

1 – Se, verificados os condicionalismos previstos no artigo anterior, os sujeitos passivos incluídos no regime normal pretenderem a aplicação do regime especial dos pequenos retalhistas, deve apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º.

2 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os condicionalismos referidos no artigo anterior, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da apresentação.

3 – Os sujeitos passivos enquadrados no regime de tributação previsto nesta subsecção não beneficiam do direito à dedução constante da secção I do Capítulo V do presente diploma, salvo no que respeita às aquisições dos bens referidos no n.º 2 do artigo anterior.

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

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4 – Os sujeitos passivos que utilizem a possibilidade prevista no n.º 1 aplicam um coeficiente de 25% ao valor do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo o valor resultante, adicionado do próprio imposto, ser incluído na declaração ou guia referente ao 1.º período de tributação no regime dos pequenos retalhistas.(artigo 61.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas devida à simples alteração do volume de compras, para o montante previsto no artigo 60.º do Código do IVA, o sujeito passivo deve assinalar os campos 13, 14 e 15 do Quadro 09 da declaração de alterações.

Se a passagem for devida a outras alterações (v.g. fazia importações, exportações ou atividades conexas, e deixou de as fazer; fazia operações intracomunitárias tal como são definidas e reguladas pelo Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias, e deixou de as fazer; não era retalhista e passou a ser; possuía ou era obrigado a possuir contabilidade organizada, e deixou de se verificar tal requisito), reunindo, consequentemente, todos os condicionalismos previstos no artigo 60.º do Código do IVA, além de assinalar os campos 13, 14 e 15 do Quadro 9 da declaração de alterações, terão também que ser assinalados os campos 3 e/ou 5, ou 7 e/ou 9 do mesmo Quadro 09, assim como o campo 1 do Quadro 16, e/ou a quadrícula Não |_| do Quadro 26.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Tal como consta do n.º 1 do artigo 61.º do Código do IVA, se a passagem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas for devida à simples alteração do volume de compras, para o montante aceite pelo artigo 60.º do Código do IVA (igual ou inferior a 50 000 euros), ou a qualquer das outras antes referidas, tal como já se disse, a declaração de alterações só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos os condicionalismos previstos para o efeito.

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte,

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

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nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Bens de investimento existentes

Quanto aos bens de investimento existentes à data da passagem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, cujo IVA suportado (quando da sua aquisição) tenha sido objeto de dedução, não existe aqui, contrariamente ao que se verifica quando da passagem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção, obrigação de fazer qualquer regularização do imposto então deduzido, pela simples razão do n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA permitir, aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, deduzir o valor do imposto suportado nas aquisições de bens de investimento, já que os mesmos continuam sujeitos a imposto nos termos gerais, em conformidade com o n.º 9 do citado artigo 60.º, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º.

6 – Mercadorias existentes (liquidação e pagamento do imposto que se mostra devido)

A mudança do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas obriga o sujeito passivo a aplicar um coeficiente de 25% ao valor do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano (31 de dezembro), devendo o valor resultante, adicionado do próprio imposto, ser incluído no documento de cobrança mod. P2, a que se refere a Portaria n.º 92/2004,

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de 23/1, do 1.º período de tributação no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para que passou.

(cfr. n.º 4 do artigo 61.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

7 – Situação de crédito à data da passagem

Os sujeitos passivos que, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 61.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3).

8 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

Nos casos de passagem do Regime Normal de tributação para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a Administração Tributária, usando do poder discricionário que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgar necessárias a fim de evitar que o retalhista em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de compras pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. art.º 64.º, n.º 1, do CIVA).

De tal decisão, mais concretamente no artigo 82.º do Código do IVA, nada se diz que deve ser notificada aos sujeitos passivos, para, querendo, recorrerem hierarquicamente, sabido que, também no artigo 83.º do CIVA, nem em qualquer outro normativo do mesmo diploma, se diz que, nestes casos, é admitido o recurso hierárquico (contrariamente ao que se passa quando da passagem do regime de isenção a um regime de tributação, ou inversamente – n.º 1 do artigo 56.º). Em tais circunstâncias os sujeitos passivos ficam, pois, impedidos de reagir contra o poder discricionário que assiste à Administração Tributária.

9 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA, ao imposto determinado nos termos do n.º 1, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos).

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Consequentemente, as deduções possíveis de efetuar por estes sujeitos passivos são as relacionadas com o imposto suportado com:

– a aquisição ou locação de bens de investimento, no qual se compreendem as viaturas não consideradas de turismo;

– 50% com a aquisição de gasóleo, GPL ou gás natural, para utilização em viaturas automóveis não consideradas de turismo afetas ao exercício da atividade;

– o IVA suportado nas rendas pagas pela locação da loja onde o sujeito passivo exerce a sua atividade num Centro Comercial;

– outros bens para uso da própria empresa (água, energia elétrica, gás, o calor, o frio e similares).

Para efeitos da consideração de bens, chama‑se a atenção para o disposto no n.º 2 do artigo 3.º do CIVA, sendo de considerar como tal a energia elétrica, o gás, o calor, o frio e similares.

Não é dedutível o imposto suportado com a aquisição, manutenção e todas as despesas relacionadas com viaturas de turismo, assim como as despesas com a aquisição de serviços, nomeadamente, deslocação, transportes, alimentação, alojamento, telefone, honorários, trabalhos especializados, etc..

Para o efeito, considera‑se viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de 9 lugares, com inclusão do condutor (cfr. n.º 1 do art.º 21.º do CIVA).

10 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para efeitos do artigo 60.º do Código do IVA, são condições indispensáveis para a inclusão neste Regime que o sujeito passivo reuna, cumulativamente, os seguintes requisitos:

– que sejam pessoas singulares cuja atividade consista na venda a retalho;

– que não possuam nem sejam obrigadas a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que não tenham tido no ano civil anterior um volume de compras superior a € 50.000 (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem

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transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (cfr. art.º 60.º, n.º 6);

– que não façam importações, exportações ou atividades com elas conexas ou ainda operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que o valor anual das prestações de serviços não isentas, seja igual ou inferior a 250 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA, ou seja bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

A par da implementação da regra de inversão, os sujeitos passivos, cuja atividade habitual consista na transmissão dos bens e na prestação de serviços mencionados no referido anexo E, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 33/2006, de 28/7, passaram a ser excluídos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do CIVA;

– que não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime);

– que não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

– que, estando enquadrado no Regime Normal à data da cessação da atividade, os sujeitos passivos reiniciem, essa ou outra atividade, só depois de terem passado 12 meses após a cessação (cfr. art.º 64.º, n.º 2 do CIVA).

Do exposto, fácil é de concluir que não é possível enquadrar no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas sujeitos passivos que exerçam a sua actividade como grossista, mesmo que esta atividade seja exercida, simultaneamente, com a de retalhista.

11 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se referem os artigos 60.º a 68.º do Código do IVA, não se aplica aos sujeitos passivos que efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. artigo 17.º do citado Regime).

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A) Para efeitos do presente Regime Especial, e segundo o disposto na lista anexa ao Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18/10, entende-se por objetos de arte os seguintes bens:

Quadros, colagens, e peças similares, pinturas e desenhos, inteiramente executados à mão pelo artista, com exclusão dos desenhos de arquitetos, engenheiros e outros desenhos industriais, comerciais, topográficos ou similares, dos artigos manufaturados decorados à mão, das telas pintadas para cenários de teatro, fundos de estúdios ou utilizadores análogos (código NC 9701),

Gravuras, estampas e litografias, ou seja, provas tiradas diretamente a preto ou a cores em número não superior a 200 exemplares, de uma ou várias chapas inteiramente executadas à mão pelo artista, independentemente da técnica ou do material utilizados, excluindo qualquer processo mecânico ou fotomecânico (código NC 9702 00 00);

Tapeçarias (código NC 5805 00 00) e têxteis para guarnições murais (código 6304 00 00) de confeção manual a partir de desenhos originais fornecidos por artistas, desde que não sejam confecionados mais de oito exemplares de cada;

Exemplares únicos de cerâmica, inteiramente executados à mão pelo artista e por ele assinados;

Esmaltes sobre cobre, inteiramente executados à mão, limitados a oito exemplares numerados e assinados pelo artista ou pela oficina de arte, com exclusão de artigos de bijutaria, ourivesaria ou joalharia;

Fotografias realizadas pelo artista, tiradas por ele ou sob o seu controlo, assinadas e numeradas até ao limite de 30 exemplares, independentemente do respetivo formato ou suporte.

B) Entende-se por objetos de coleção os seguintes bens:

Selos de correio, selos fiscais, carimbos postais, envelopes de 1.º dia, blocos postais e análogos, obliterados, ou então não obliterados, mas que não estejam em circulação nem se destinem a ser postos em circulação (código NC 9704 00 00), coleções e espécimes para coleções de zoologia, botânica, mineralogia ou anatomia ou que tenham interesse histórico, arqueológico, paleontológico, etnográfico ou numismático (código NC 9706 00 00).

C) Entende-se por antiguidades os bens, com exclusão dos objetos de arte e dos objetos de coleção, com mais de 100 anos de idade (código NC 9706 00 00).

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12 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Contrariamente ao que se passa no Regime Normal, em que o imposto é liquidado sobre as vendas e/ou serviços prestados, o imposto devido pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a entregar ao Estado, é calculado, não sobre as vendas realizadas, mas sim com base nas compras, e encontra‑se da seguinte forma:

– 25% do valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a venda sem transformação (cfr. n.º 1 do art.º 60.º do CIVA), acrescido de:

– 25% do imposto suportado com a aquisição de materiais para transformação (cfr. n.º 7 do art.º 60.º do CIVA).

Ao imposto determinado nos termos do n.º 1 do artigo 60.º é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (cfr. n.º 2 do art.º 60.º do CIVA).

13 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

Da regra especial da liquidação do IVA por parte dos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante do artigo 60.º do Código respetivo, e de acordo com o seu n.º 9, são excluídas:

– As transmissões de bens do ativo imobiliário, que ficam sujeitas ao regime geral conste do Código do IVA. Significa isto que os retalhistas abrangidos por este regime especial, ao venderem qualquer bem do ativo imobiliário têm de liquidar, nessa venda, o respetivo imposto segundo a regra geral, imposto esse que é adicional ao valor do imposto apurado no regime especial (25% do imposto suportado nas compras).

– As transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E do Código do IVA (ou seja, bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis), quando efetuadas a título ocasional, que ficam sujeitos ao respetivo regime especial de tributação (Lei n.º 33/2006, de 28/7), isto é, a liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regas da inversão do sujeito passivo.

Nestes casos das transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E, as faturas emitidas pelos transmitentes dos bens ou prestadores de serviços devem conter a expressão “IVA autoliquidação” (cfr. n.º 13 do art.º 36.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8).

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14 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Em casos normais, o imposto apurado pelos sujeitos passivos enquadrados do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, incluindo o relativo à venda de bens do ativo imobilizado, deve ser pago, no Serviço de Finanças competente, até ao dia 20 do segundo mês seguinte a cada trimestre do ano civil, através do documento de cobrança Mod. P2, conforme Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro, e Ofício‑Circulado n.º 20.021, de 06/02/2004, da DSC.

Nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no Serviço de Finanças competente, no prazo acima referido, a declaração modelo 1074.[cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6]

No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação da declaração a que se refere a alínea b) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.[cfr. n.º 6 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 32‑B/2002, de 30/12]

NOTA:

A contagem dos prazos para o cumprimento da obrigação, quando o seu termo não coincida com dia útil, obedece ao disposto no artigo 279.º do Código Civil. Assim, e à luz desta disposição legal, sempre que o prazo para o cumprimento da obrigação é designado por meses, e o último dia do mês coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, a obrigação tem que ser cumprida até ao fim do mês em causa, não podendo, consequentemente, transferir‑se para o primeiro dia útil do mês seguinte, salvo se, por razões pontuais e casuísticas, a Administração Fiscal assim o permitir. Por sua vez, quando os prazos são designados por dias, ou “até ao dia”, e esse dia coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o último dia para o cumprimento da obrigação transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte.

15 – Livros de escrituração e registos das operações

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos aos bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 – Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados (Mod. 10);

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b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento (Mod. 11).

(artigo 65.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

NOTA:

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º, ou seja, 10 anos.(cfr. artigo 68.º do CIVA)

16 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas são obrigados a:

– entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º);

– apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições (compras) efetuadas no ano civil anterior.(cfr. n.º 1 do artigo 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

As declarações de início, alterações e cessação da atividade, são enviadas por transmissão eletrónica de dados ou apresentadas em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início da atividade, à alteração dos dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado (cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA).

A declaração anual referente às aquisições (compras) deve ser apresentada no serviço de finanças competente. Para o efeito considera‑se serviço de finanças competente o da área fiscal onde o sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio. Contudo, tratando‑se de sujeitos passivos titulares de rendimentos sujeitos a IRS, considera‑se serviço de finanças competente o da área do respetivo domicílio fiscal. (cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

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17 – Venda de tabaco pelos revendedores

O valor das operações relativas à venda de tabacos não é tomado em consideração, para os efeitos da aplicação aos respetivos revendedores dos limites fixados nos artigos 53.º e 60.º, do Código do IVA, devendo registar separadamente das demais transações tanto as aquisições como as vendas desses bens.

Os revendedores de tabaco não entregam qualquer imposto ao Estado relativamente às transmissões dos mesmos bens, mas também não têm direito à dedução do IVA contido no seu preço.(cfr. artigo 3.º do Dec. Lei n.º 346/85, de 23/8)

18 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, pelo que, por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 29.º, são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – não confere direito a dedução” (cfr. art.º 62.º).

19 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

Tratando‑se da venda de bens do ativo imobilizado, porque, quanto a estes, não se aplica o regime especial, mas sim o regime geral, é obrigatória a emissão de fatura que deve conter os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA, e sem a mensagem referida no artigo 62.º, na medida em que o imposto liquidado nestas condições é dedutível de acordo com a regra geral.

20 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Com o aditamento da alínea e) do n.º 1 do artigo 40.º do CIVA, pela Lei n.º 51/2013, de 24 de julho, passa agora a ser possível a emissão de faturas simplificadas

QUADRO 03 – Passagem do RN para o REPR

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para titular operações em que não ocorre a liquidação do imposto (por exemplo, operações efetuadas nos termos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas previsto no artigo 60.º do CIVA), devendo, nestes casos, a fatura conter o motivo justificativo da não liquidação do imposto.(cfr. ponto 2 do Ofício‑Circulado n.º 30 149, de 26/7, da Área da Gestão Tributária do IVA)

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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04 – Passagem do

Regime Normal (para onde tinha ido por opção)

Para o

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Desde que o sujeito passivo optou pela passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, em princípio, é obrigado a permanecer no Regime por que optou durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. art.º 63.º, n.º 3).

Se findo tal prazo desejar voltar novamente ao REGIME ESPECIAL DOS PEQUENOS RETALHISTAS deverá apresentar (desde que reuna todas as condições previstas no artigo 60.º do Código do IVA), a respetiva declaração de alterações, e preencher o campo 3 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. artigo 63.º, n.º 4),

declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção (cfr. artigo 63.º, n.º 4).

b) Todavia, no caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencha todos os requisitos previstos no artigo 60.º do Código do IVA, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente (o da área do respetivo domicílio fiscal ‑ cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA), a sua passagem ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a qual, no caso de merecer deferimento, produz efeitos a partir da:

– data que, para o efeito, for mencionada na notificação a efetuar ao sujeito passivo, e em que lhe é dado conhecimento do deferimento do seu pedido (cfr. artigo 63.º, n.º 5).

NOTAS:

1 – Artigo 63.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos suscetíveis de usufruírem do regime especial de tributação previsto no artigo 60.º podem renunciar a tal regime e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis.

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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2 – O direito de opção será exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos, respetivamente, a partir da apresentação da declaração de início ou do período de imposto seguinte ao da apresentação da declaração de alterações.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime especial dos pequenos retalhistas.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente, a passagem ao regime especial com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.(artigo 63.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, reunindo todos os condicionalismos para ser enquadrado no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se refere o artigo 60.º do Código do IVA, o sujeito passivo, na altura própria, optou pelo seu enquadramento no Regime Normal de tributação, decorrido que esteja o prazo que o vinculava ao regime de tributação pelo qual optou, se pretender que esta opção deixe de produzir efeitos, voltando assim ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, deve assinalar o campo 3 do Quadro 13 da declaração de alterações.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Como já antes se disse, os sujeitos passivos que, reunindo todos os condicionalismos para ficar enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, optaram pela sua passagem em Regime Normal, podem, se assim o desejarem, e decorrido que esteja o prazo mínimo de permanência naquele regime, passar novamente ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas. Para tal, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 63.º do Código do IVA, terão que apresentar a declaração de alterações, declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos previstos para o efeito.

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Bens de investimento existentes

Quanto aos bens de investimento existentes à data da passagem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, cujo IVA suportado (quando da sua aquisição) tenha sido objeto de dedução, não existe aqui, contrariamente ao que se verifica quando da passagem do Regime Normal para o Regime Especial de Isenção, obrigação de fazer qualquer regularização do imposto então deduzido, pela simples razão do n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA permitir, aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, deduzir o valor do imposto suportado nas aquisições de bens de investimento, já que os mesmos continuam sujeitos a imposto nos termos gerais, em conformidade com o n.º 9 do citado artigo 60.º, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º.

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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6 – Mercadorias existentes (liquidação e pagamento do imposto que se mostra devido)

A mudança do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas obriga o sujeito passivo a aplicar um coeficiente de 25% ao valor do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano (31 de dezembro), devendo o valor resultante, adicionado do próprio imposto, ser incluído no documento de cobrança mod. P2, a que se refere a Portaria n.º 92/2004, de 23/1, do 1.º período de tributação no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para que passou.(cfr. n.º 4 do artigo 61.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei nº 102/2008, de 20/6)

7 – Situação de crédito à data da passagem

Os sujeitos passivos que, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 61.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA).

Porém, como na situação em causa, a passagem do Regime Normal (para onde tinha ido por opção) para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não se verifica ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 61.º, mas sim ao abrigo do disposto nos n.os 3 a 5 do artigo 63.º, afigura‑se‑nos que, se à data de tal passagem os sujeitos passivos se encontrem em situação de crédito de imposto, não podem beneficiar de tal dispositivo, salvo se o crédito a seu favor exceder € 3.000 (cfr. última parte do n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3).

8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA, ao imposto determinado nos termos do n.º 1, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos).

Consequentemente, as deduções possíveis de efetuar por estes sujeitos passivos são as relacionadas com o imposto suportado com:

– a aquisição ou locação de bens de investimento, no qual se compreendem as viaturas não consideradas de turismo;

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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– 50% com a aquisição de gasóleo, GPL ou gás natural, para utilização em viaturas automóveis não consideradas de turismo afetas ao exercício da atividade;

– o IVA suportado nas rendas pagas pela locação da loja onde o sujeito passivo exerce a sua atividade num Centro Comercial;

– outros bens para uso da própria empresa (água, energia elétrica, gás, o calor, o frio e similares).

Para efeitos da consideração de bens, chama‑se a atenção para o disposto no n.º 2 do artigo 3.º do CIVA, sendo de considerar como tal a energia elétrica, o gás, o calor, o frio e similares.

Não é dedutível o imposto suportado com a aquisição, manutenção e todas as despesas relacionadas com viaturas de turismo, assim como as despesas com a aquisição de serviços, nomeadamente, deslocação, transportes, alimentação, alojamento, telefone, honorários, trabalhos especializados, etc..

Para o efeito, considera‑se viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com caráter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de 9 lugares, com inclusão do condutor (cfr. n.º 1 do art.º 21.º do CIVA).

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Contrariamente ao que se passa no Regime Normal, em que o imposto é liquidado sobre as vendas e/ou serviços prestados, o imposto devido pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a entregar ao Estado, é calculado, não sobre as vendas realizadas, mas sim com base nas compras, e encontra‑se da seguinte forma:

– 25% do valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a venda sem transformação (cfr. n.º 1 do art.º 60.º do CIVA), acrescido de:

– 25% do imposto suportado com a aquisição de materiais para transformação (cfr. n.º 7 do art.º 60.º do CIVA).

Ao imposto determinado nos termos do n.º 1 do artigo 60.º é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (cfr. n.º 2 do art.º 60.º do CIVA).

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

Da regra especial da liquidação do IVA por parte dos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante do artigo 60.º do Código respetivo, e de acordo com o seu n.º 9, são excluídas:

– As transmissões de bens do ativo imobiliário, que ficam sujeitas ao regime geral conste do Código do IVA. Significa isto que os retalhistas abrangidos por este regime especial, ao venderem qualquer bem do ativo imobiliário têm de liquidar, nessa venda, o respetivo imposto segundo a regra geral, imposto esse que é adicional ao valor do imposto apurado no regime especial (25% do imposto suportado nas compras).

– As transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E do Código do IVA (ou seja, bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis), quando efetuadas a título ocasional, que ficam sujeitos ao respetivo regime especial de tributação (Lei n.º 33/2006, de 28/7), isto é, a liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regas da inversão do sujeito passivo.

Nestes casos das transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E, as faturas emitidas pelos transmitentes dos bens ou prestadores de serviços devem conter a expressão “IVA autoliquidação” (cfr. n.º 13 do art.º 36.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8).

11 – Livros de escrituração e registos das operações

1 ‑ Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos aos bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 ‑ Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados (Mod. 10);

b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento (Mod. 11).

(artigo 65.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

NOTA:

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º, ou seja, 10 anos.(cfr. artigo 68.º do CIVA)

12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas são obrigados a:

– entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º);

– apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições (compras) efetuadas no ano civil anterior.

(cfr. n.º 1 do artigo 67.º do CIVA)

NOTA:

As declarações de início, alterações e cessação da atividade, são enviadas por transmissão eletrónica de dados ou apresentadas em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início da atividade, à alteração dos dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado (cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA).

A declaração anual referente às aquisições (compras) deve ser apresentada no serviço de finanças competente. Para o efeito considera‑se serviço de finanças competente o da área fiscal onde o sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio. Contudo, tratando‑se de sujeitos passivos titulares de rendimentos sujeitos a IRS, considera‑se serviço de finanças competente o da área do respetivo domicílio fiscal. (cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA).

13 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Em casos normais, o imposto apurado pelos sujeitos passivos enquadrados do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, incluindo o relativo à venda de

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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bens do ativo imobilizado, deve ser pago, no Serviço de Finanças competente, até ao dia 20 do segundo mês seguinte a cada trimestre do ano civil, através do documento de cobrança modelo P2, conforme Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro, e Ofício‑Circulado n.º 20.021, de 06/02/2004, da DSC.

Nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no Serviço de Finanças competente, no prazo acima referido, a declaração modelo 1074.[cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6]

No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação da declaração a que se refere a alínea b) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.[cfr. n.º 6 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pela Lei nº 32‑B/2002, de 30/12]

A contagem dos prazos para o cumprimento da obrigação, quando o seu termo não coincida com dia útil, obedece ao disposto no artigo 279.º do Código Civil. Assim, e à luz desta disposição legal, sempre que o prazo para o cumprimento da obrigação é designado por meses, e o último dia do mês coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, a obrigação tem que ser cumprida até ao fim do mês em causa, não podendo, consequentemente, transferir‑se para o primeiro dia útil do mês seguinte, salvo se, por razões pontuais e casuísticas, a Administração Fiscal assim o permitir. Por sua vez, quando os prazos são designados por dias, ou “até ao dia”, e esse dia coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o último dia para o cumprimento da obrigação transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte.

NOTA:

1 – O chefe do serviço de finanças competente procede à liquidação oficiosa do imposto quando o sujeito passivo não cumpra as obrigações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 67.º.

2 – A liquidação referida no número anterior tem como base os elementos recolhidos em visita de fiscalização ou outros ao dispor dos serviços.

(artigo 89.º do CIVA, com a redação dada pelo De. Lei n.º 102/2008, de 20/6, e pela Lei

n.º 3‑B/2010, de 28/4)

14 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, pelo que, por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 29.º, são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou

QUADRO 04 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção) para o REPR

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prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – não confere direito a dedução” (cfr. art.º 62.º).

15 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

Tratando‑se da venda de bens do ativo imobilizado, porque, quanto a estes, não se aplica o regime especial, mas sim o regime geral, é obrigatória a emissão de fatura que deve conter os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA, e sem a mensagem referida no artigo 62.º, na medida em que o imposto liquidado nestas condições é dedutível de acordo com a regra geral.

16 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Com o aditamento da alínea e) do n.º 1 do artigo 40.º do CIVA, pela Lei n.º 51/2013, de 24 de julho, passa agora a ser possível a emissão de faturas simplificadas para titular operações em que não ocorre a liquidação do imposto (por exemplo, operações efetuadas nos termos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas previsto no artigo 60.º do CIVA), devendo, nestes casos, a fatura conter o motivo justificativo da não liquidação do imposto.(cfr. ponto 2 do Ofício‑Circulado n.º 30 149, de 26/7, da Área da Gestão Tributária do IVA)

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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05 – Passagem do

Regime Normal

Para a

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Se, por motivo de alteração de atividade, o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, o novo enquadramento (isenção do art.º 9.º) produz efeitos imediatos, no entanto a dispensa do envio da declaração periódica apenas produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que apresenta a respetiva declaração de alterações a comunicar tal alteração de atividade (cfr. art.º 29.º, n.º 4).

declaração esta que deverá ser entregue no prazo de 15 dias a contar da data da alteração (cfr. n.º 2 do artigo 32.º do CIVA).

Contudo, em termos informáticos, o enquadramento no regime de isenção (art.º 9.º) ocorre apenas em janeiro do ano seguinte.

NOTAS:

1 – Artigo 29.º, n.º 4 do CIVA

Se, por motivo de alteração da atividade, o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, a dispensa do envio da declaração referida na alínea c) do n.º 1 produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que é apresentada a respetiva declaração.(n.º 4 do artigo 29.º do CIVA, cuja redação inicial não sofreu qualquer alteração)

2 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma.

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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3 – O contribuinte fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Normal para a Prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º do Código do IVA, o sujeito passivo deve preencher os campo 1 e 2 do Quadro 08 da declaração de alterações, circunstância em que, para além da descrição da atividade, se deve indicar também o respetivo código, bem como assinalar o campo 2 do Quadro 11.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 ‑ As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(n.º 2 do art.º 24.º e art.º 29.º do R.G.I.T.)

6 – Declaração periódica

Tal como já antes se disse, o novo enquadramento, no regime de isenção a que se refere o artigo 9.º, produz efeitos imediatos. No entanto a dispensa do envio da declaração periódica apenas produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que os sujeitos passivos apresentem a respetiva declaração de alterações a comunicar tal alteração (cfr. artigo 29.º, n.º 4).

Isto significa que, muito embora os sujeitos passivos passem a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, nesse ano, não ficam, desde logo, dispensados do envido da declaração periódica, mas tão somente a partir do primeiro período (mês ou trimestre) do ano civil seguinte àquele em que apresentaram a declaração de alterações a comunicar tal facto.

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Após os 30 dias posteriores aoda prática da infração

25% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Até ao termo do procedimentoda inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

€ 37,50 € 75,00 € 225,00€ 75,00 € 150,00 € 450,00

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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Como se sabe, o envio da declaração periódica, não significa obrigatoriedade de liquidação de imposto, pelo que, havendo a prática exclusiva de operações isentas que não conferem o direito à dedução, não haverá imposto liquidado, nem imposto dedutível, nem quaisquer valores respeitantes aos restantes campos da declaração periódica, com exceção do campo 09 (valor as operações isentas que não conferem o direito à dedução). Nestes termos, as declarações periódicas a apresentar pelos contribuintes em referência, serão apenas preenchidas no campo 9, apresentando‑se os campos 91 e 92 a zeros.

(cfr. Ofício‑circulado n.º 23 611, Proc. C 110 A, de 21/08/1986, da Direção de Serviços do IVA, com

as adaptações necessárias resultantes de alterações posteriores de legislação, transcrito no Manual

de Operações – Alteração de Atividade, versão de setembro de 2012)

7 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

8 – Mercadorias em existência

Neste caso, se houver mercadorias em existência que tenham sido objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, haverá lugar à liquidação do imposto que se mostra devido pela sua afetação ao setor isento, em conformidade com o disposto na alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA.

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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A taxa a aplicar (taxa reduzida, taxa intermédia ou taxa normal) é a correspondente a cada um dos bens transmitidos.

O respetivo valor tributável deve ser determinado em conformidade com o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 16.º do CIVA (preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na sua falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações).

Ainda de acordo com o disposto no n.º 7 do citado artigo 36.º do CIVA, tal documento interno deve mencionar apenas a data, natureza da operação, valor tributável, taxa de imposto aplicável e montante do mesmo.

9 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

Os sujeitos passivos que passem do Regime Normal para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução, devem, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, proceder à regularização da dedução do IVA efetuada quanto a bens do ativo imobilizado, quando ainda seja devida.

Neste caso, tais regularizações, a favor do Estado, devem ser levadas ao campo 41 do Quadro 06 da declaração periódica do IVA.

Exemplo:

Um sujeito passivo, enquadrado no Regime Normal de tributação, em 2011 adquiriu um computador para o exercício da sua atividade, e exerceu o direito à dedução do imposto suportado nos termos gerais do Código, tendo nesse ano deduzido o IVA que então o fornecedor lhe liquidou, no montante de 500 euros.

Em 2013, por efeitos da alteração da sua atividade, passa a praticar exclusiva operações isentas que não conferem direito à dedução, atividade essa que beneficia da isenção consagrada no artigo 9.º do Código do IVA.

Na última declaração periódica de IVA entregue, enquanto sujeito passivo enquadrado no Regime Normal, referente ao ano de 2012, deve proceder à regularização a favor do Estado de 3/5 do valor do IVA deduzido no ano da aquisição, ou seja, 300 euros.

10 – Situação de crédito à data da passagem

Os contribuintes que, por se verificarem reunidos os condicionalismos previstos nos n.os 3 e 4 do artigo 29.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime de Isenção previsto no artigo 9.º (prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução) e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros.(cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3)

11 – Acupunctura (enquadramento)

O sujeito passivo A, exercendo a atividade de “Outros técnicos paramédicos” – CIRS 5019, vem solicitar informação vinculativa quanto ao correto enquadramento, em sede de IVA, da atividade que exerce (acupunctura).

Exposição do sujeito passivo

1 – O sujeito passivo A refere ser “um profissional das Medicinas Complementares (Acupunctura)” e que é licenciado pela Faculdade de Medicina Tradicional Chinesa X.

2 – Refere, ainda, que foi por persistirem dúvidas relativamente ao enquadramento a atribuir à sua atividade que terá sido registado como paramédico e, por consequência, enquadrado na isenção do artigo 9.º do Código do IVA.

3 – Questiona‑se, contudo, se a isenção a aplicar à atividade de acupunctura não seria antes a prevista no artigo 53.º do mesmo diploma.

4 – Alega que as Medicinas Complementares têm, na área da saúde, uma procura cada vez maior, pelo que, a não serem consideradas isentas nos termos do artigo 9.º do CIVA, o seu exercício tornar‑se‑á mais caro para o utente. No entanto, não querendo incorrer em falta e tendo ultrapassado o limite para a isenção prevista no artigo 53.º, procedeu à alteração do seu enquadramento para o regime de tributação, em janeiro de 2007.

Enquadramento legal da atividade

5 – Nos termos da alínea b), do n.º 1, do artigo 9.º do Código do IVA, estão isentas “as prestações de serviços efetuadas no exercício das profissões de médico, odontologista, parteiro, enfermeiro e outras profissões paramédicas”.

6 – Relativamente ao exercício da atividade de acupunctura por médicos ou enfermeiros, refira‑se o ofício n.º 2892, de 03/05/2005, e o ofício n.º 4309, de 16/05/2005, respetivamente, da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros, de onde se transcrevem os seguintes entendimentos:

Ordem dos Médicos:«A Ordem dos Médicos não aceita métodos ou terapêuticas sem bases científicas ou que se revelem ineficazes quando passam pelo crivo do método científico, como é o caso da homeopatia, da aromoterapia, da irídiologia, entre outras.

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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No entender da Ordem, os médicos que apliquem e se arroguem cultores destes métodos ou terapêuticas fazem‑no sem legitimidade técnica e podem, inclusive, incorrer em falta deontológica passível de procedimento disciplinar.

Não obstante poderá o médico, a título excecional, utilizar aquelas terapêuticas tendo em vista o chamado “efeito placebo”.

Neste caso não se poderá considerar que aquele é cultor de uma técnica específica, designadamente a homeopatia, a aromoterapia e outras, pelo que a atividade não merece ser individualizada.

Por fim importa esclarecer que a acupunctura está reconhecida como “Competência” por esta Ordem, pelo que ao ser praticada por médicos corresponde a uma atividade normal da profissão».

Ordem dos enfermeiros:

“...o enfermeiro decide das técnicas e dos meios a utilizar e integra‑os no planeamento dos cuidados de enfermagem”.

“...o enfermeiro com competências nas abordagens terapêuticas complementares, cuja prática ao ser incluída no planeamento dos cuidados de enfermagem traz ganhos para o cliente pode utilizá‑las, com o devido consentimento, não podendo contudo intitular‑se com outro título profissional que não o de enfermeiro”.

7 – Quanto às profissões paramédicas, dado que não existe no Código do IVA um conceito que as defina, há que recorrer ao Decreto‑Lei n.º 261/93, de 24 de julho, bem como ao Decreto‑Lei n.º 320/99, de 11 de agosto, uma vez que são estes dois diplomas que contêm em si os requisitos a observar para o exercício dessas atividades.

8 – As atividades paramédicas encontram‑se elencadas em lista anexa ao Decreto‑Lei n.º 261/93, de 24 de julho, e compreendem a utilização de técnicas de base científica com fins de promoção de saúde e de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, ou da reabilitação.

9 – Relativamente à atividade de acupunctura, a mesma não se encontra elencada nas atividades previstas na Lista anexa ao referido Decreto-Lei.

10 – No entanto, a Lei n.º 45/2003, de 22 de agosto – “Lei do enquadramento base das terapêuticas não convencionais” – veio estabelecer o enquadramento das atividades e do exercício dos profissionais que aplicam estas terapêuticas.

11 – Este diploma, conforme o seu artigo 2.º, aplica‑se a todos os profissionais que exerçam atividades terapêuticas não convencionais nele reconhecidas, sendo a acupunctura uma das atividades reconhecidas para efeitos da aplicação desta Lei (n.º 2, art.º 3.º).

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12 – O artigo 4.º do citado normativo define os princípios orientadores das terapêuticas não convencionais, visando a defesa da saúde individual e pública, uma adequada formação profissional de quem exerce tais atividades, bem como, a promoção da investigação científica, relativamente às diferentes áreas das terapêuticas não convencionais e complementaridade com outras profissões de saúde.

13 – Estabelecem os artigos 6.º e 7.º da presente Lei, que o Ministério da Saúde tutela e credencia a prática destas terapêuticas, cabendo aos Ministérios da Educação e da Ciência e do Ensino Superior, não só a certificação de habilitações como a definição e as condições para o exercício destas atividades.

14 – Verifica‑se, contudo, ainda não existir regulamentação subjacente à Lei n.º 45/2003, de 22 de agosto, nomeadamente, no que diz respeito ao processo de credenciação, formação e certificação dos profissionais de terapêuticas não convencionais, pelo que, em sede de IVA, o enquadramento destas atividades (onde se encontra incluída a atividade de acupunctura), se mantém no regime de tributação.

Conclusão

15 ‑ Pelo exposto, a atividade de acupunctura poderá beneficiar da isenção prevista na alínea b), do n.º 1 do artigo 9.º do CIVA, desde que exercida por médicos ou enfermeiros, no âmbito das respetivas profissões. Quando exercida por quaisquer outros profissionais, atendendo, nomeadamente ao referido no ponto 14 desta informação, a mesma fica afastada do campo de aplicação da referida isenção, sem prejuízo de poder beneficiar do regime especial de isenção do artigo 53.º do CIVA, desde que reunidas cumulativamente as condições aí estabelecidas.

(Informação vinculativa, Proc. 1301 2007027, sancionada por despacho do Diretor‑Geral dos

Impostos, em 21/08/2007)

12 – Dispensa de obrigações

Os sujeitos passivos que passem a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, previstas no artigo 9.º do Código, ficam, para efeitos de IVA, relativamente às operações realizadas para a frente (não se aplica, como é obvio, às regularizações que tenham de efetuar nos termos dos artigos 24.º e 26.º do CIVA – cfr. n.º 5 do artigo 29.º), dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 do mesmo artigo, ou seja:

– de emitir, para efeitos de IVA, fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA);

QUADRO 05 – Passagem do RN para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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– de enviar, mensal ou trimestralmente, a declaração periódica;

– de dispor de contabilidade adequada ao apuramento e fiscalização do imposto.

13 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações que não conferem direito a dedução, a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro.

(cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

14 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto ao abrigo do disposto no artigo 9.º do Código do IVA, estão dispensados da obrigação de emitir fatura, nos termos do n.º 3 do artigo 29.º do CIVA.

No entanto, se procederem à emissão de qualquer fatura, devem comunicar os respetivos elementos à Administração Tributária, nos termos do disposto no artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.

(cfr. ponto 2.2 do Ofício‑Circulado n.º 30 136, de 19/11/2012, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

A dispensa de emissão de fatura é apenas para efeitos do Código do IVA, uma vez que essa dispensa não existe para efeitos do Código do IRS, nomeadamente no artigo 115.º de tal diploma, onde se diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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06 – Passagem do

Regime Normal (para onde tinha ido por opção, por na altura já praticar exclusivamente operações isentas que não conferiam o direito a dedução)

Para a

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (algumas das operações compreendidas no artigo 9.º)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Tendo exercido o direito de opção nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 12.º do Código do IVA, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. art.º 12.º, n.º 3).

Se, findo tal prazo, desejar voltar ao Regime de Isenção previsto no artigo 9.º, deverá apresentar, durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, a respetiva declaração de alterações e preencher o campo 3 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação [cfr. artigo 12.º, n.º 3, alínea a)].

NOTAS:

1 – Artigo 12.º, n.º 3 do CIVA

Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, no caso de desejar voltar ao regime de isenção:

a) Apresentar, durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, a declaração a que se refere o artigo 32.º, a qual produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação;

b) Sujeitar a tributação as existências remanescentes e proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução quanto a bens do ativo imobilizado.

(artigo 12.º, n.º 3 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, reunindo todos os condicionalismos para ser enquadrado no Regime de Isenção a que se refere o

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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artigo 9.º do Código do IVA, o sujeito passivo, na altura própria, usando da faculdade prevista nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 12.º, optou pelo seu enquadramento no Regime Normal de tributação, decorrido que esteja o prazo que o vinculava ao regime de tributação pelo qual optou, se pretender que esta opção deixe de produzir efeitos, voltando assim ao Regime de Isenção em que se encontrava antes da opção, deve assinalar o campo 3 do Quadro 13 da declaração de alterações.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Os sujeitos passivos que exercendo alguma das atividades constantes das alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 12.º do Código do IVA (prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução), tenham renunciado à isenção e optado pelo Regime Normal, decorrido o período mínimo de permanência naquele regime (5 anos), podem voltar novamente ao regime de isenção, desde que para tal reunam as condições necessárias e apresentem a respetiva declaração de alterações.

Tal declaração só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção [cfr. alínea a) do n.º 3 do art.º 12.º do CIVA].

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º

102/2008, de 20/6)

5 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

6 – Mercadorias em existência

Neste caso, se houver mercadorias em existência que tenham sido objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, haverá lugar à liquidação do imposto que se mostra devido pela sua afetação ao setor isento, em conformidade com o disposto na alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA [cfr. primeira parte da alínea b) do n.º 3 do artigo 12.º do CIVA].

A taxa a aplicar (taxa reduzida, taxa intermédia ou taxa normal) é a correspondente a cada um dos bens transmitidos.

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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O respetivo valor tributável deve ser determinado em conformidade com o disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 16.º do CIVA (preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na sua falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações).

Ainda de acordo com o disposto no n.º 7 do citado artigo 36.º do CIVA, tal documento interno deve mencionar apenas a data, natureza da operação, valor tributável, taxa de imposto aplicável e montante do mesmo.

7 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

Os sujeitos passivos que, na altura própria, beneficiando do regime de isenção previsto no artigo 9.º do Código do IVA, optaram, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 12.º do mesmo diploma, pela aplicação do imposto às suas transmissões, ficando então enquadrados no Regime Normal, decorrido o período obrigatório de permanência neste regime (pelo menos 5 anos) se desejarem voltar àquele regime de isenção, terão de proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização do imposto que, na devida altura, foi objeto de dedução, relativamente aos bens do ativo imobilizado adquiridos nos últimos 5 anos, pelo período remanescente.

Assim, para cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 12.º do CIVA, deve‑se proceder à regularização do imposto deduzido, a favor do Estado, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do CIVA, do seguinte modo:

Bens móveis:

Considerando que o prazo de regularização estabelecido no n.º 1 do artigo 24.º é de 5 anos (ano do início de utilização do bem e os 4 anos civis posteriores), a regularização do imposto deduzido corresponde a 1/5 do imposto deduzido multiplicado pelo número de anos por decorrer até ao terminus do período de regularização (o ano de alteração do enquadramento conta como período por decorrer).

Bens imóveis:

Sendo que o prazo de regularização estabelecido no n.º 2 do artigo 24.º é de 10 anos ou de 20 anos, este para os imóveis adquiridos ou cujo início de ocupação tenha tido lugar após a entrada em vigor do Decreto‑Lei n.º 31/2001, de 8 de fevereiro, contado a partir do ano de aquisição ou início de ocupação do respetivo imóvel, a regularização do imposto deduzido corresponde a 1/10 (ou 1/20) do imposto deduzido multiplicado pelo número de anos por decorrer até ao terminus do período de regularização (o ano de alteração do enquadramento conta como período por decorrer).

O montante do imposto regularizado deve constar do campo 41 do Quadro 06

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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da declaração periódica referente ao período em que se operou a alteração do enquadramento (declaração periódica referente a dezembro ou ao 4.º trimestre do ano anterior ao da apresentação da declaração de alterações).

8 – Situação de crédito à data da passagem

Os sujeitos passivos que, por se verificarem reunidos os condicionalismos previstos nos n.º 4 do artigo 29.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para o Regime de Isenção previsto no artigo 9.º (prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução) e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, podem, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (n.º 6 do art.º 22.º do Código do IVA).

Contudo, como neste caso, a passagem do Regime Normal (para onde tinham ido por opção) para o Regime de Isenção previsto no artigo 9.º, não se verifica pelo facto de ter havido alteração da atividade (n.º 4 do art.º 29.º), mas simplesmente por razões de opção, se à data de tal passagem os contribuintes se encontrem em situação de crédito de imposto, entendemos que não poderão beneficiar de tal dispositivo, salvo se o crédito a seu favor exceder € 3.000 (cfr. última parte do n.º 6 do art.º 22.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 10/2009, de 10/3).

9 – Dispensa de obrigações

Os sujeitos passivos que passem a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, previstas no artigo 9.º do Código, ficam, para efeitos de IVA, relativamente às operações realizadas para a frente (não se aplica, como é óbvio, às regularizações que tenham de efetuar nos termos dos artigos 24.º e 26.º do CIVA – cfr. n.º 5 do artigo 29.º), dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 do mesmo artigo, ou seja:

– de emitir, para efeitos de IVA, fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA);

– de enviar, mensal ou trimestralmente, a declaração periódica;

– de dispor de contabilidade adequada ao apuramento e fiscalização do imposto.

10 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações que não conferem direito a dedução, a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

QUADRO 06 – Passagem do RN (para onde tinha ido por opção)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

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No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

11 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto ao abrigo do disposto no artigo 9.º do Código do IVA, estão dispensados da obrigação de emitir fatura, nos termos do n.º 3 do artigo 29.º do CIVA.

No entanto, se procederem à emissão de qualquer fatura, devem comunicar os respetivos elementos à Administração Tributária, nos termos do disposto no artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.(cfr. ponto 2.2 do Ofício‑Circulado n.º 30 136, de 19/11/2012, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

A dispensa de emissão de fatura é apenas para efeitos do Código do IVA, uma vez que essa dispensa não existe para efeitos do Código do IRS, nomeadamente no artigo 115.º de tal diploma, onde se diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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07 – Passagem do

Regime Normal (com operações totalmente tributáveis)

Para o

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade com operações (transmissões e ou prestações de serviços) totalmente tributáveis, ou isentas com direito à dedução, e passem, em qualquer altura do ano, a exercer uma atividade mista, isto é, operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução (alguma das operações previstas no artigo 9.º do Código do IVA), ficam obrigados a entregar, no prazo de 15 dias, a contar da data da alteração da atividade, a declaração de alterações, em obediência ao disposto no artigo 32.º do Código respetivo, com preenchimento obrigatório do seu Quadro 11, e sujeitos, no que concerne ao imposto suportado nas aquisições, à disciplina do artigo 23.º do mesmo diploma, produzindo efeitos a partir do:

– dia em que se verifique a alteração da atividade, ou seja daquele em que deixou de praticar exclusivamente operações tributáveis e ou isentas com direito à dedução, para passar a exercer uma atividade mista.

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 ‑ Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações. 2 ‑ A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma.

3 ‑ O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, forçosamente terão que ser assinalados, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações, bem como, na hipótese de se pretender efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade segundo o método da afetação real total, deve‑se assinalar ainda os campos 3 e 5.

Caso se pretenda efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade e, relativamente aos inputs de bens ou serviços utilizados indistintamente no setor tributado e no setor isento, com recurso a uma percentagem de dedução ou pro rata – afetação real parcial –, além de se assinalarem, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações, devem também ser assinalados os campos 3 e 6, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

Pretendendo‑se, para efeitos da dedução do imposto suportado em todos os bens e serviços, utilizar o método da percentagem de dedução (pro rata), determinada nos termos do n.º 4 do artigo 23.º do Código do IVA, além de se assinalarem, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações, deve também ser assinalado o campo 4, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º

102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações:

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

81

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(n.º 2 do art.º 24.º e art.º 29.º do R.G.I.T.)

5 – Liquidação do imposto das mercadorias e bens que passem para o setor isento

Se, à data da passagem do Regime Normal (com operações totalmente tributáveis), para o Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução) existirem mercadorias em existência

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Após os 30 dias posteriores aoda prática da infração

25% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Até ao termo do procedimentoda inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

€ 37,50 € 75,00 € 225,00€ 75,00 € 150,00 € 450,00

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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e/ ou bens do ativo imobilizado que tenham sido objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, há que ter em atenção o seguinte:

a) Se, na declaração de alterações que entregou, assinalou que vai efetuar a dedução do imposto suportado, em todos os bens e serviços, utilizando o método da afetação real:

i) caso essas mercadorias e/ou bens do ativo imobilizado fiquem afetos ao setor tributado, não serão objeto de liquidação de imposto;

ii) caso essas mercadorias e/ou bens do ativo imobilizado fiquem afetos ao setor isento:

– no que se refere às mercadorias existentes, haverá lugar à liquidação do imposto que se mostra devido em conformidade com o disposto na alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA, com base no preço de aquisição ou preço de custo [cfr. alínea b) do n.º 2 do art.º 16.º do CIVA].

Tal liquidação deve ser efetuada em documento interno, conforme o n.º 7 do artigo 36.º do CIVA, e o seu montante constar dos campos 2, 6 ou 4 do Quadro 06 da declaração periódica, conforme se trate de imposto liquidado à taxa reduzida, taxa intermédia ou taxa normal.

– no que se refere aos bens do ativo imobilizado, entendemos que se deve fazer aqui a regularização prevista no n.º 5 artigo 24.º do CIVA, relativamente aos bens adquiridos nos últimos 5 anos, pelo período remanescente, ou seja o valor correspondente a 1/5 do IVA suportado (e efetivamente deduzido) por cada ano ainda não decorrido, no máximo de 4 anos.

b) Se, na declaração de alterações que entregou, assinalou que vai efetuar a dedução do imposto suportado, em todos os bens e serviços, utilizando o método da percentagem ou prorata, há que fazer a regularização a favor do Estado do imposto entretanto deduzido quando da sua aquisição, tanto para as mercadorias existentes como para os bens do ativo imobilizado, de acordo com a percentagem estimada que se fez constar do campo 5 do Quadro 11 daquela declaração de alterações. Contudo, tenha‑se em atenção que, tratando‑se de bens do ativo imobilizado, a regularização deve ser feita apenas relativamente aos bens adquiridos nos últimos 5 anos, pelo período remanescente, ou seja o valor correspondente a 1/5 do IVA suportado (e efetivamente deduzido) por cada ano ainda não decorrido, no máximo de 4 anos, utilizando, como já se disse, a percentagem estimada.

6 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

Sujeitos passivos mistos são aqueles que, no âmbito da sua atividade económica, realizam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito.

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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Para estes sujeitos passivos o direito à dedução é incompleto, pois apenas podem deduzir o imposto suportado para a realização das operações que lhe conferem esse direito (as tributadas e as isentas com direito à dedução).

Assim sendo, o imposto suportado na aquisição de bens e serviços que sejam utilizados na realização de ambos os tipos de operações, a dedução é efetuada do seguinte modo:

– afetação real – para as operações fora do conceito de atividade económica;

– percentagem de dedução (pro rata) ‑ para as operações decorrentes do exercício de uma atividade económica, parte da qual não confere direito à dedução.

(cfr. n.os 1 e 2 do artigo 23.º do CIVA)

7 – Conceito de atividade económica

Considera‑se atividade económica “qualquer atividade de produção, comercialização ou de prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões liberais ou equiparadas. É em especial considerada económica a exploração de um bem corpóreo com o fim de auferir receitas com caráter de permanência”.

Estão fora deste conceito:

– os dividendos de participações;

– as mais‑valias de vendas de ações e de outros títulos negociáveis;

– os juros de obrigações;

– os rendimentos de aplicações em fundos de investimento;

– os juros pela concessão ocasional de créditos pelas holding com recurso aos dividendos distribuídos pelas participadas;

– as entradas para o capital de uma sociedade civil;

– a emissão de ações representativas do capital de uma sociedade comercial. (cfr. Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008, do Gabinete do Subdiretor‑Geral – Área de

Gestão Tributária ‑ IVA)

8 – Métodos a adotar, para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

Quando o sujeito passivo, exerça uma atividade mista, isto é, quando pratique operações que conferem o direito à dedução, simultaneamente com operações que não conferem esse direito, o imposto suportado nas aquisições é, como se sabe, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, dedutível apenas na percentagem (pro rata) correspondente ao montante anual de operações que dêem lugar a dedução.

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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Contudo, de acordo com o estabelecido no n.º 2 do citado artigo 23.º, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo a afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, sem prejuízo de a Administração Tributária lhe vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificarem distorções significativas na tributação.

Na maioria dos casos, o uso de qualquer um destes métodos, depende de simples opção dos sujeitos passivos que, para o efeito, deverá ser declarado quando do preenchimento da declaração de início de atividade ou da declaração de alterações, conforme os casos, nos respetivos campos do Quadro 11.

Assim, se pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da percentagem ou prorata (art.º 23.º, n.º 1) deverão assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 4. Neste caso terão ainda que indicar no campo 7 a percentagem estimada (pro rata) que irão utilizar.

No caso de pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real (art.º 23.º, n.º 2) deverão assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 3, e se for de todos os bens e serviços ainda o campo 5, ou o campo 6 se for apenas de parte dos bens e serviços.

9 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

O método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é uma forma de cálculo usada para determinar a percentagem de IVA dedutível nos casos em que o sujeito passivo efetua operações que conferem o direito à dedução do IVA e, simultaneamente, operações que não conferem esse direito. Nestes casos, tem de se calcular a proporção das operações que conferem o direito à dedução no total de operações e proceder à dedução do IVA suportado usando essa proporção.

Para tal, e de acordo com o disposto no n.º 4 do mesmo artigo 23.º, temos então que calcular a respetiva percentagem de dedução, a qual resulta de uma fração que comporta, no numerador, o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º (ou seja, as operações sujeitas a IVA e dele não isentas e das operações isentas com direito a dedução) e, no denominador, o montante anual, imposto excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes do exercício de uma atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, incluindo as subvenções não tributadas que não sejam subsídios de equipamento.

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

85

Exemplo:

Um médico exerce a sua profissão clínica simultaneamente com a atividade de comércio de equipamentos médicos. A primeira atividade está isenta de IVA, pelo que não confere o direito à dedução do IVA suportado. No entanto, a segunda atividade está sujeita ao regime normal e confere o direito à dedução do imposto suportado a montante.

Neste caso, porque se trata de um sujeito passivo misto, usando o método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), a percentagem do cálculo do IVA dedutível acha‑se através da fórmula prevista no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA, tendo‑se em atenção que no cálculo referido são de excluir, quer do numerador quer do denominador (caso as haja), nos termos do n.º 5 do mesmo artigo 23.º:

– as transmissões de bens do ativo imobilizado utilizado na atividade da empresa;

– as operações imobiliárias e financeiras, quando consideradas acessórias da atividade exercida pelo sujeito passivo;

– os subsídios de equipamento

– as operações fora do conceito de atividade económica.

10 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

O método da afetação real, previsto no n.º 2 do artigo 23.º do Código do IVA, é de utilização obrigatória para os bens e serviços que tenham uma utilização, ainda que parcial, em operações não decorrentes de uma atividade económica.

Para os bens e serviços que tenham uma utilização mista em operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo o método da afetação real de todos ou parte os bens e serviços utilizados.

A determinação do uso efetivo dos bens e serviços de utilização mista deve ter por base critérios objetivos de imputação, como por exemplo:

– área ocupada pelo setor;

– horas/homem;

– horas/máquina;

– massa salarial afeta a cada tipo de operações.

Na definição destes critérios deve ter‑se em conta a natureza dos bens ou serviços, o tipo de atividades exercidas, a forma como a empresa se encontra organizada e qual o grau de utilização que é dada pela empresa aos bens e serviços em causa.

O sujeito passivo que opte pela utilização do método da afetação real não tem que

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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comunicar o facto à administração fiscal. No entanto, cabe à Autoridade Tributária e Aduaneira, impor fundamentadamente, outros critérios.

11 – Nutricionista e formador nutricionista (sujeito passivo misto)

1. A exponente está enquadrada, para efeitos de IVA, no regime normal, periodicidade trimestral, desde 01/10/2001, com o CAE : 80422 – Outras atividades educativas, n.e., e com o Código CIRS 5013 – Nutricionistas.

2. Refere que exerce as atividades de formadora nutricionista, efetuando as respetivas consultas numa clínica.

3. A atividade de formadora é uma atividade sujeita a imposto e dele não isenta, pelo que deverá ser liquidado imposto à taxa normal.

4. Relativamente à atividade de Nutrição, a alínea b) do n.° 1 do artigo 9.° do CIVA, determina que estão isentas de imposto as prestações de serviços efetuadas no exercício das profissões de “médico, odontologista, parteiro, enfermeiro e outras profissões paramédicas”, encontrando‑se as atividades paramédicas regulamentadas pelo Decreto‑Lei n.° 261/93, de 24 de julho.

5. Na Lista anexa ao referido diploma, constam as atividades paramédicas, sendo que, no item 5 da referida Lista encontra‑se prevista a atividade de Dietética, que consiste na “aplicação de conhecimentos de nutrição e dietética na saúde em geral e na educação de grupos e indivíduos, quer em situação de bem‑estar quer na doença, designadamente no domínio da promoção e tratamento e da gestão de recursos alimentares”.

6. Tendo em conta a definição de Nutricionismo (“área de estudo que tem por objeto a nutrição, particularmente nos seres humanos”), refira‑se que a aplicação de conhecimentos de nutrição efetuados por Nutricionistas se enquadra na descrição prevista para o exercício da atividade de dietética, sendo, portanto, as prestações de serviços efetuadas por esses profissionais, igualmente, abrangidas pela isenção da alínea b) do n.° 1 do artigo 9° do CIVA, pelo que não liquida imposto nas referidas prestações de serviços.

7. Assim, face às atividades descritas, estamos perante um sujeito passivo “misto”, porquanto efetua operações sujeitas que conferem direito à dedução do imposto suportado (formação) e operações isentas que não conferem tal direito (nutricionista), ficando abrangido pela disciplina do artigo 23.º do CIVA.

8. Estabelece o n.° 1 do artigo 23.° do CIVA que “quando o sujeito passivo, no exercício da sua atividade, efetue transmissões de bens e prestações de serviços, parte das quais não confira direito à dedução, o imposto suportado nas aquisições

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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é dedutível apenas na percentagem correspondente ao montante anual de operações que dêem lugar a dedução”.

9. Esta regra geral, normalmente conhecida por “método de percentagem de dedução” (pro rata), poderá ser afastada por aplicação nos termos dos n.os 2 e 3 do mesmo artigo 23.° do chamado “método de afetação real”, que consiste na possibilidade de deduzir a totalidade do imposto suportado na aquisição de bens e serviços destinados a atividades que dêem lugar a dedução, mas impedindo, simultaneamente, a dedução do imposto suportado nas operações que não conferem direito à dedução.

10. Por todo o exposto, e feito o enquadramento das atividades exercidas pela exponente, deverá entregar uma declaração de alterações nos termos do artigo 32.° do CIVA, ou através de declaração verbal de acordo com o artigo 35.º do mesmo código, declarando que pratica operações do tipo 1 e 2 (quadro 11 da referida declaração de alterações) e qual dos métodos a utilizar (campo 3 ou 4 do referido quadro 11), para efeitos da dedução do imposto suportado.

(Informação vinculativa, Proc. I301 2005133 ‑ despacho do SDG dos Impostos, em substituição

do Director‑Geral, em 22‑02‑2007, com a devida atualização de alguns artigos citados)

12 – Protésicos dentários, estomatologistas, médicos dentistas ou odontologistas (fabricação de próteses)

As prestações de serviços efetuadas por estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas e por protésicos dentários estão isentas de imposto. Se estes profissionais fabricarem próteses que utilizarem exclusivamente nos seus pacientes, não há IVA a liquidar, devendo suportá‑lo sem direito a dedução em relação a todas as suas aquisições.

Se os mesmos profissionais venderem as próteses que fabricam também a outrem que não os seus pacientes, estando enquadrados no Regime Normal, passam a exercer uma atividade mista, que, quanto ao método de dedução do imposto suportado a montante, terão que observar o disposto no artigo 23.º do Código do IVA.

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além de outras obrigações, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais, emitir obrigatoriamente uma factura (1) por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

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data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

(1) – As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

Estão dispensados da obrigação de emitir fatura os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA).

Para cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA, as faturas podem ser elaboradas pelo próprio adquirente dos bens ou serviços ou por um terceiro, em nome e por conta do sujeito passivo (cfr. n.º 14 do art.º 29.º do CIVA).

A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita à seguintes condições (cfr. n.º 11 do art.º 36.º do CIVA):

a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;

b) O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da factura e aceitou o seu conteúdo;

c) Conter a menção “autofaturação”.

Não é permitido aos sujeitos passivos a emissão e entrega de documentos de natureza diferente da fatura para titular a transmissão de bens ou prestação de serviços aos respetivos adquirentes ou destinatários, sob pena de aplicação das penalidades legalmente previstas (cfr. n.º 19 do art.º 29.º do CIVA).

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Um sujeito passivo misto (com uma atividade isenta de IVA ao abrigo do artigo 9.º e outra sujeita e enquadrada no regime normal do IVA) terá que emitir faturas por todas as operações efetuadas ou apenas pelas operações sujeitas a IVA?

QUADRO 07 – Passagem do RN (com operações totalmente tributáveis) para o RN com atividades mistas

89

Em caso afirmativo, é obrigatória a comunicação de todas as faturas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) por transmissão eletrónica de dados?

O sujeito passivo em questão, enquadrado no regime normal do IVA como sujeito passivo misto, dado que, para além de operações isentas nos termos do artigo 9.º, também efetua operações sujeitas a imposto, não beneficia da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, já que não pratica, exclusivamente, operações isentas de imposto, pelo que terá que emitir faturas (ou faturas simplificadas a que se refere o art.º 40.º do CIVA) por todas as transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas, mesmo por aquelas que beneficiam da isenção do artigo 9.º.

No que se refere à obrigação de comunicação dos elementos das faturas, nos termos do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 2 de agosto, terá que comunicar os elementos de todas as faturas por si emitidas.

QUADRO 08 – Passagem do RN (com atividades mistas) para o RN com tributação de todas as operações (por opção)

90

08 – Passagem do

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações não tributáveis)

Para o

Regime Normal com tributação de todas as operações (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo, ou passem a exercer, uma atividade mista, isto é, pratiquem, ou passem a praticar, simultaneamente, operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução, à luz do disposto no artigo 12.º do Código do IVA nem todos podem renunciar a tal isenção, mas apenas:

a) As entidades com competência nos domínios da formação e reabilitação profissional, ou reconhecidas como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, quanto às prestações de serviços que tenham por objeto a formação profissional, bem como as transmissões de bens e as prestações de serviços conexas [cfr. art.º 9.º, alínea 10) e art.º 12.º, n.º 1, alínea a)].

b) As entidades patronais que forneçam aos seus empregados serviços de alimentação e bebidas [cfr. art.º 9.º, alínea 36) e art.º 12.º, n.º 1, alínea a)].

c) Os estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a instituições privadas integradas no Sistema Nacional de Saúde, que efetuem prestações de serviços médicos e sanitários e operações com ela estreitamente conexas [cfr. art.º 9.º, alínea 2) e art.º 12.º, n.º 1, alínea b)].

d) As cooperativas que, não sendo de produção agrícola, desenvolvam uma atividade de prestação de serviços aos seus associados agricultores [cfr. art.º 9.º, alínea 34) e art.º 12.º, n.º 1, alínea c)].

Nestes casos, o direito de opção será exercido assinalando, na declaração de alterações, o campo 1 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir da:

– data em que apresenta a respetiva declaração de alterações onde faz a opção (cfr. art.º 12.º, n.º 2).

Como é compreensível, a opção não produz efeitos retroativos, uma vez que sendo a mesma uma manifestação da vontade dos sujeitos passivos só pode ser considerada a partir da data da sua materialização ou seja da apresentação da declaração em que foi exercido o direito de opção.

QUADRO 08 – Passagem do RN (com atividades mistas) para o RN com tributação de todas as operações (por opção)

91

NOTAS:

1 – Artigo 9.º, alíneas 2), 10), 34) e 36)

Estão isentas do imposto:

2) As prestações de serviços médicos e sanitários e as operações com elas estreitamente conexas efetuadas por estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares;

10) As prestações de serviços que tenham por objeto a formação profissional, bem como as transmissões de bens e as prestações de serviços conexas, como seja o fornecimento de alojamento, alimentação e material didático, efetuadas por organismos de direito público ou por entidades reconhecidas como tendo competência nos domínios da formação e reabilitação profissionais pelos ministérios competentes.

34) As prestações de serviços efetuadas por cooperativas que, não sendo de produção agrícola, desenvolvam uma atividade de prestação de serviços aos seus associados agricultores.

36) Os serviços de alimentação e bebidas fornecidos pelas entidades patronais aos seus empregados.

[artigo 9.º, alíneas 2), 10), 34) e 36) do CIVA]

2 – Artigo 12.º, n.os 1, 2 e 3 do CIVA

1 – Podem renunciar à isenção, optando pela aplicação do imposto às suas operações:

a) Os sujeitos passivos que efetuem as prestações de serviços referidas nos n.os 10) e 36) do artigo 9.º;

b) Os estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a instituições privadas integradas no sistema nacional de saúde, que efetuem prestações de serviços médicos e sanitários e operações com ela estreitamente conexas;

c) Os sujeitos passivos que efetuem prestações de serviços referidas na alínea 34) do artigo 9.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega, em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

QUADRO 08 – Passagem do RN (com atividades mistas) para o RN com tributação de todas as operações (por opção)

92

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, no caso de desejar voltar ao regime de isenção:

a) Apresentar, durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, a declaração a que se refere o artigo 31.º, a qual produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação;

b) Sujeitar a tributação as existências remanescentes e proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução quanto a bens do ativo imobilizado.

(artigo 12.º, n.os 1, 2 e 3 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

3 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Normal (com atividades mistas) para o Regime Normal com tributação de todas as operações, deve‑se assinalar o campo 1 do Quadro 11 da declaração de alterações.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Período mínimo de permanência

Os sujeitos passivos que usem do direito de opção pela tributação de todas as suas operações, ficam obrigados a permanecer na situação por que optaram durante um período mínimo de, pelo menos, 5 anos.(cfr. n.º 3 do artigo 12.º do CIVA)

6 – Regresso à situação anterior

Se findo tal prazo os sujeitos passivos desejarem voltar à situação anterior em que se encontravam antes da opção (Regime Normal com operações tributáveis

QUADRO 08 – Passagem do RN (com atividades mistas) para o RN com tributação de todas as operações (por opção)

93

e ou isentas com direito à dedução e operações isentas que não conferem direito à dedução) deverão:

a) Durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo de opção, apresentar a respetiva declaração de alterações e assinalar a sua intenção no campo 3 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da declaração de alterações [cfr. art.º 12.º, n.º 3, alínea a)].

b) Sujeitar a tributação, em conformidade com o disposto na alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA, as mercadorias em existência que tenham sido objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, e passem agora para o setor isento que não confere direito à dedução.

No que se refere aos bens do ativo imobilizado, e tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 3 do artigo 12.º do Código do IVA, deve‑se dar cumprimento ao disposto no n.º 5 artigo 24.º do CIVA, relativamente aos bens adquiridos nos últimos 5 anos, pelo período remanescente, ou seja o valor correspondente a 1/5 do IVA suportado (e efetivamente deduzido) por cada ano ainda não decorrido, no máximo de 4 anos.

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

94

09 – Passagem do

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações não tributáveis)

Para a

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

O sujeito passivo que, no exercício da sua atividade, vinha exercendo uma atividade mista (operações tributadas e operações não tributadas), se estivesse a utilizar o método de dedução do imposto por percentagem (prorata), o imposto suportado nas aquisições era apenas deduzido de acordo com a percentagem que utilizada, tal como se encontra previsto nos n.º 1 e 4 do artigo 23.º do CIVA.

Caso tivesse optado pela dedução do imposto suportados nos seus inputs utilizando o método da afetação real, previsto no n.º 2 do citado artigo 23.º do CIVA, não lhe era permitido deduzir qualquer imposto relativamente aos inputs destinados à realização de operações isentas sem direito à dedução, mas apenas o direito à dedução integral (ressalvadas as limitações do artigo 21.º do CIVA) quanto ao imposto incidente sobre os inputs destinados à realização de operações tributadas ou isentas com direito à dedução.

Se, por motivo de alteração de atividade, o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, o novo enquadramento (isenção do artigo 9.º) produz efeitos imediatos, no entanto a dispensa do envio da declaração periódica apenas produz efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que apresenta a respetiva declaração de alterações a comunicar tal alteração de atividade (cfr. art.º 29.º, n.º 4).

declaração esta que, depois de assinalado o campo 2 do Quadro 11, deverá ser entregue, em conformidade com o estabelecido no n.º 2 do artigo 32.º do Código do IVA, no prazo de 15 dias, a contar da data da alteração.

NOTAS:

1 – Artigo 29.º, n.º 4 do CIVA

Se, por motivo de alteração da atividade, o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, a

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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dispensa do envio da declaração referida na alínea c) do n.º 1 produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que é apresentada a respetiva declaração.

(n.º 4 do artigo 29.º do CIVA, cuja redação inicial não sofreu qualquer alteração)

2 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações. 2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma.

3 – O contribuinte fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.

(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, se por motivo de alteração da atividade desenvolvida o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução (isenção do art.º 9.º do CIVA), deve assinalar os campos 1 e 2 (e se for o caso também os campos 3 e 4) do Quadro 08 da declaração de alterações, circunstância em que, para além da descrição da atividade, se deve indicar também o respetivo código, bem como assinalar o campo 2 do Quadro 11.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(n.º 2 do art.º 24.º e art.º 29.º do R.G.I.T.)

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Após os 30 dias posteriores aoda prática da infração

25% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Até ao termo do procedimentoda inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

€ 37,50 € 75,00 € 225,00€ 75,00 € 150,00 € 450,00

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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6 – Declaração periódica

Tal como já antes se disse, o novo enquadramento, no regime de isenção a que se refere o artigo 9.º, produz efeitos imediatos. No entanto a dispensa do envio da declaração periódica apenas produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano civil seguinte àquele em que os sujeitos passivos apresentem a respetiva declaração de alterações a comunicar tal alteração (cfr. artigo 29.º, n.º 4).

Isto significa que, muito embora os sujeitos passivos passem a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, nesse ano, não ficam, desde logo, dispensados do envido da declaração periódica, mas tão somente a partir do primeiro período (mês ou trimestre) do ano civil seguinte àquele em que apresentaram a declaração de alterações a comunicar tal facto.

Como se sabe, o envio da declaração periódica, não significa obrigatoriedade de liquidação de imposto, pelo que, havendo a prática exclusiva de operações isentas que não conferem o direito à dedução, não haverá imposto liquidado, nem imposto dedutível, nem quaisquer valores respeitantes aos restantes campos da declaração periódica, com exceção do campo 09 (valor as operações isentas que não conferem o direito à dedução). Nestes termos, as declarações periódicas a apresentar pelos contribuintes em referência, serão apenas preenchidas no campo 9, apresentando‑se os campos 91 e 92 a zeros.(cfr. Ofício‑circulado n.º 23 611, Proc. C 110 A, de 21/08/1986, da Direção de Serviços do IVA, com as adaptações necessárias resultantes de alterações posteriores de legislação, transcrito no Manual de Operações ‑ Alteração de Atividade, versão de setembro de 2012)

7 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do Código do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

8 – Mercadorias em existência

Caso se tenha optado pela dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real, terá que se observar o seguinte:

– se tais mercadorias estiverem afetas ao setor isento, na medida em que não foram objeto de dedução quando da sua aquisição, não haverá lugar à liquidação de qualquer imposto.

– se estiverem afetas ao setor tributado, relativamente às mercadorias em existência que tenham sido objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, haverá lugar à liquidação do imposto que se mostra devido pela sua afetação ao setor isento, em conformidade com o disposto na alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA [cfr. primeira parte da alínea b) do n.º 3 do art.º 12.º do CIVA].

Neste caso a liquidação do imposto deve ser efetuada em documento interno, conforme o n.º 7 do artigo 36.º do CIVA, e o seu montante constar dos campos 2, 6 ou 4 do Quadro 06 da declaração periódica, conforme se trate de imposto liquidado à taxa reduzida, taxa intermédia ou taxa normal.

Tal documento interno deve mencionar apenas a data, natureza da operação, valor tributável, taxa de imposto aplicável e montante do mesmo (cfr. n.º 7 do art.º 36.º do CIVA).

Caso se tenha optado pela dedução do imposto suportado pelo método da percentagem ou prorata, em nosso entender, o imposto deduzido na altura, relativamente às mercadorias em existência, terá que ser agora objeto de regularização de modo a entregar‑se ao Estado o imposto que, em devido tempo, foi deduzido relativamente a essas mercadorias.

9 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

No que se refere aos bens do ativo imobilizado, em nosso entender, se o sujeito passivo que exercia uma atividade mista (operações tributadas e operações não tributadas) passa a exercer uma atividade isenta que não confere direito à dedução,

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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caso se tenha optado pela dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real, terá que se observar o seguinte:

– se tais bens estiverem afetos ao setor isento, na medida em que não foram objeto de dedução quando da sua aquisição, não haverá lugar à liquidação de qualquer imposto.

– se estiverem afetos ao setor tributado, uma vez que foram objeto de dedução do IVA suportado quando da sua aquisição, há que proceder agora à regularização que se mostra devido, a favor do Estado, em conformidade com o disposto no n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA [cfr. segunda parte da alínea b) do n.º 3 do art.º 12.º do CIVA].

Caso na altura se tenha optado pela dedução do imposto suportado pelo método da percentagem ou prorata, entendemos que o imposto então deduzido, terá que ser agora objeto de regularização, em conformidade com o disposto no n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, de modo a entregar‑se ao Estado, de acordo com tal percentagem, o imposto que se mostre devido pelo período ainda não decorrido.

10 – Situação de crédito à data da passagem

Os contribuintes que, por se verificarem reunidos os condicionalismos previstos nos n.os 3 e 4 do artigo 29.º do Código do IVA, passarem do Regime Normal para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (regime de isenção previsto no artigo 9.º) e, na data de tal passagem, se encontrem em situação de crédito, poderão, na última declaração que apresentarem naquele regime, solicitar o reembolso do respetivo imposto, desde que o seu valor seja igual ou superior a 25 euros (cfr. n.º 6 do art.º 22.º do CIVA).

11 – Dispensa de obrigações

Os sujeitos passivos que passem a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, previstas no artigo 9.º do Código, ficam, para efeitos de IVA, relativamente às operações realizadas para a frente (não se aplica, como é obvio, às regularizações que tenham de efetuar nos termos dos artigos 24.º e 26.º do CIVA ‑ cfr. n.º 5 do artigo 29.º), dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 do artigo 29.º, ou seja:

– de emitir, para efeitos de IVA, fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA);

– de enviar, mensal ou trimestralmente, a declaração periódica;

– de dispor de contabilidade adequada ao apuramento e fiscalização do imposto.

QUADRO 09 – Passagem do RN (com atividades mistas)para a prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito a dedução

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12 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações que não conferem direito a dedução, a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

13 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto ao abrigo do disposto no artigo 9.º do Código do IVA, estão dispensados da obrigação de emitir fatura, nos termos do n.º 3 do artigo 29.º do CIVA.

No entanto, se procederem à emissão de qualquer fatura, devem comunicar os respetivos elementos à Administração Tributária, nos termos do disposto no artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.(cfr. ponto 2.2 do Ofício‑Circulado n.º 30 136, de 19/11/2012, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

A dispensa de emissão de fatura é apenas para efeitos do Código do IVA, uma vez que essa dispensa não existe para efeitos do Código do IRS, nomeadamente no artigo 115.º de tal diploma, onde se diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

QUADRO 10 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por imposição legal)

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10 – Passagem do

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Para o

Regime Normal, com periodicidade mensal (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Salvo nos casos de opção, a mudança de periodicidade só se verificará por iniciativa dos Serviços de Administração do IVA, desde que no ano civil anterior, os sujeitos passivos tenham tido um volume de negócios, com exclusão do imposto, igual ou superior a 650 000 euros, produzindo efeitos a partir da:

– data constante da notificação a efetuar pela Direção de Serviços do IVA (cfr. art.º 41.º, n.º 7 e art.º 82.º).

NOTAS:

1 – Artigo 41.º, n.º 7 do CIVA:

Sem prejuízo do disposto no n.º 2, a mudança de periodicidade só se verifica por iniciativa da Autoridade Tributária e Aduaneira, que, para o efeito, notifica o sujeito passivo da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade produz efeitos.(artigo 41.º, n.º 7 do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12)

2 – Artigo 82.º do CIVA

As notificações referidas nos n.os 1 do artigo 28.º, 4 e 6 do artigo 35.º, 7 do artigo 41.º, 5 do artigo 55.º, 4 do artigo 58.º, 5 do artigo 63.º, no artigo 91.º e n.º 3 do artigo 94.º, bem como as decisões a que se referem os n.os 3 do artigo 53.º e 4 do artigo 60.º, são efetuadas nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.(artigo 82.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 66‑B/2012, de 31/12)

3 – Dispensa da entrega de declaração de alterações

Sempre que, por imposição legal, haja lugar à mudança de periodicidade, os sujeitos passivos não têm que entregar qualquer declaração de alterações, uma vez que,

QUADRO 10 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por imposição legal)

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salvo nas situações de opção, a mudança de periodicidade só se verifica por iniciativa da Autoridade Tributária e Aduaneira, que, para o efeito, notifica o sujeito passivo da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade produz efeitos (cfr. n.º 7 do art.º 41.º do CIVA).

Consequentemente, enquanto não forem notificados, mesmo que já tenham atingido ou ultrapassado o volume de negócios de 650 000 euros, os sujeitos passivos devem permanecer na situação em que se encontram, isto é, continuam a enviar as declarações periódicas trimestralmente, até que recebam a notificação para a mudança de periodicidade.

4 – Notificação

Como já antes se disse, nestes casos, a mudança de periodicidade, só se verificará por iniciativa do Serviço de Administração Tributária, que, para o efeito, notificará os sujeitos passivos da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade irá produzir efeitos (cfr. art.º 41.º, n.º 7).

Tal notificação será efetuada nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. art.º 82.º).

5 – Recurso hierárquico

Após tal notificação, se os sujeitos passivos não concordarem com a mesma, podem, de acordo com o disposto no artigo 83.º do Código do IVA, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Como a decisão a proferir é do Diretor‑Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, o recurso deverá ser‑lhe dirigido, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

Tais recursos, que não têm efeitos suspensivos, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

QUADRO 10 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por imposição legal)

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6 – Venda de tabaco

No volume de negócios a considerar, não deve ser tomado em consideração o volume da venda de tabaco efetuada pelos revendedores, tal como prevê o n.º 3 do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 346/85, de 23 de agosto.

A este respeito lembramos que, em sede do imposto especial sobre o consumo de tabacos, o IVA é devido pelo produtor, importador ou adquirente intracomunitário. Consequentemente, os revendedores de tabaco não são sujeitos passivos de imposto, ficando apenas obrigados a registar separadamente, as suas vendas na hipótese de transacionarem também bens de outra natureza. Se operarem apenas os referidos bens não têm qualquer obrigação em sede de IVA.

7 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.os 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

b) Das operações referidas nos n.os 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

QUADRO 11 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por opção)

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11 – Passagem do

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Para o

Regime Normal, com periodicidade mensal (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos enquadráveis ou enquadrados no Regime Normal com periodicidade trimestral, podem optar, através de menção expressa na declaração, respetivamente, de início de atividade ou de alterações, pelo envio da declaração periódica mensal (cfr. art.º 41.º, n.º 2).

a) Nos casos de início de atividade, tal opção será feita no campo 1 do Quadro 14 da respetiva declaração de início, a qual produz efeitos a partir da:

– data da apresentação de tal declaração [cfr. art.º 41.º, n.º 3, alínea a)].

b) Nos casos de contribuintes já registados, tal opção será feita no campo 1 do Quadro 14 da respetiva declaração de alterações, que só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação [cfr. artigo 41.º, n.º 3, alínea b)].

NOTAS:

1 – Artigo 41.º, n.os 2, 3 e 4 do CIVA

2 – Os sujeitos passivos abrangidos pela alínea b) do n.º 1 podem, através de menção expressa nas declarações referidas nos artigos 31.º ou 32.º, conforme os casos, optar pelo envio da declaração periódica mensal prevista na alínea a) do mesmo número, devendo manter‑se neste regime por um período mínimo de três anos.

3 – Para o exercício da opção referida no n.º 2 observar‑se‑á o seguinte:

a) Nos casos de início de atividade, a opção é feita através da declaração referida no artigo 31.º, a qual produz efeitos a partir da data da sua apresentação;

b) Nos casos de sujeitos passivos já registados, e abrangidos pelo regime normal, a declaração referida no artigo 32.º só pode ser apresentada durante o mês de janeiro, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

QUADRO 11 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por opção)

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4 – Se, findo o prazo referido no n.º 2, o sujeito passivo desejar voltar ao regime normal de periodicidade trimestral, deve apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.(artigo 41.º, n.os 2, 3 e 4 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Normal com periodicidade trimestral, para o Regime Normal com periodicidade mensal (por opção), o sujeito passivo deve assinalar o campo 1 do Quadro 14 da declaração de alterações.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Tal como consta da alínea b) do n.º 3 do artigo 41.º do Código do IVA, a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º só pode ser apresentada durante o mês de janeiro.

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os

QUADRO 11 – Passagem do RN com periodicidade trimestral, para o RN com periodicidade mensal (por opção)

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elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Opção pela periodicidade mensal

Em relação aos sujeitos passivos já registados, pretende‑se que a opção pela periodicidade mensal da declaração e de pagamento se faça de modo a que os sujeitos passivos fiquem anos completos em cada periodicidade. Razão pela qual a declaração de alterações de opção só pode ser apresentada durante o mês de janeiro, para produzir efeitos a partir do dia 1 do próprio mês de janeiro do ano da sua apresentação.

QUADRO 12 – Passagem do RN com periodicidade mensal, para o RN com periodicidade trimestral

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12 – Passagem do

Regime Normal, com periodicidade mensal

Para o

Regime Normal, com periodicidade trimestral

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Tal passagem, que só é possível desde que os sujeitos passivos, no ano civil anterior, tenham tido um volume de negócios, com exclusão do imposto, inferior a 650.000 euros, só se verificará por iniciativa dos Serviços de Administração do IVA, e produz efeitos a partir da:

– data constante da notificação a efetuar, pela Direção de Serviços do IVA (cfr. art.º 41.º, n.º 7 e art.º 82.º).

NOTAS:

1 – Artigo 41.º, n.º 7 do CIVA

Sem prejuízo do disposto no n.º 2, a mudança de periodicidade só se verifica por iniciativa da Autoridade Tributária e Aduaneira, que, para o efeito, notifica o sujeito passivo da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade produz efeitos.(artigo 41.º, n.º 7 do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12)

2 – Artigo 82.º do CIVA

As notificações referidas nos n.os 1 do artigo 28.º, 3 do artigo 35.º, 7 do artigo 41.º, 5 do artigo 55.º, 4 do artigo 58.º, 5 do artigo 63.º, no artigo 91.º e n.º 3 do artigo 94.º, bem como das decisões a que se referem os n.os 3 do artigo 53.º e 4 do artigo 60.º, são efetuadas nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.(artigo 82.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

3 – Dispensa da entrega de declaração de alterações

Sempre que estejam reunidas as condições para a mudança de periodicidade, os sujeitos passivos não têm que entregar qualquer declaração de alterações, uma vez que, salvo nas situações de opção, a mudança de periodicidade só se verifica

QUADRO 12 – Passagem do RN com periodicidade mensal, para o RN com periodicidade trimestral

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por iniciativa da Autoridade Tributária e Aduaneira, que, para o efeito, notifica o sujeito passivo da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade produz efeitos (cfr. n.º 7 do art.º 41.º do CIVA).

Consequentemente, enquanto não forem notificados, os sujeitos passivos devem permanecer na situação em que se encontram, isto é, continuam a enviar as declarações periódicas mensalmente, até que recebam a notificação para a mudança de periodicidade trimestral.

4 – Notificação

Como já foi referido, nestes casos, a mudança de periodicidade só se verificará por iniciativa dos Serviços de Administração do IVA, que, para o efeito, notificarão os sujeitos passivos da data a partir da qual a referida mudança de periodicidade irá produzir efeitos (cfr. artigo 41.º, n.º 7).

Tal notificação será efetuada nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. artigo 82.º).

5 – Recurso hierárquico

Após a notificação da mudança de periodicidade, se os sujeitos passivos não concordarem com a mesma, podem, de acordo com o disposto no artigo 83.º do Código do IVA, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

Como a decisão a proferir é do Director‑Geral da Administração Tributária e Aduaneira, o recurso deverá ser‑lhe dirigido, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

Tais recursos, que não têm efeitos suspensivos, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

6 – Venda de tabaco

No volume de negócios a considerar, não deve ser tomado em consideração o volume da venda de tabaco efetuada pelos revendedores, tal como prevê o n.º 3 do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 346/85, de 23 de agosto.

QUADRO 12 – Passagem do RN com periodicidade mensal, para o RN com periodicidade trimestral

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A este respeito lembramos que, em sede do imposto especial sobre o consumo de tabacos, o IVA é devido pelo produtor, importador ou adquirente intracomunitário. Consequentemente, os revendedores de tabaco não são sujeitos passivos de imposto, ficando apenas obrigados a registar separadamente, as suas vendas na hipótese de transacionarem também bens de outra natureza. Se operarem apenas os referidos bens não têm qualquer obrigação em sede de IVA.

7 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.os 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

b) Das operações referidas nos n.os 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

QUADRO 13 – Passagem do RN com periodicidade mensal(para onde tinha ido por opção), para o RN com periodicidade trimestral

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13 – Passagem do

Regime Normal, com periodicidade mensal (para onde tinha ido por opção)

Para o

Regime Normal, com periodicidade trimestral

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que, reunindo todas as condições para ficarem enquadrados no Regime Normal com periodicidade trimestral, optem pela periodicidade mensal (quer quando do início da atividade, quer depois de registados), são obrigados a manter‑se na periodicidade mensal por um período mínimo de 3 anos (cfr. art.º 41.º, n.º 3)

Se findo os 3 anos, os sujeitos passivos desejarem passar ao Regime Normal de periodicidade trimestral, deverão (desde que tenham tido no ano anterior um volume de negócios inferior a 650.000 euros) apresentar a declaração de alterações durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, assinalando o campo 2 do Quadro 14, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da citada declaração de alterações (cfr. art.º 41.º, n.º 5).

NOTAS:

1 – Artigo 41.º, n.os 2 e 4 do CIVA

2 – Os sujeitos passivos abrangidos pela alínea b) do n.º 1 podem, através de menção expressa nas declarações referidas nos artigos 31.º ou 32.º, conforme os casos, optar pelo envio da declaração periódica mensal prevista na alínea a) do mesmo número, devendo manter‑se neste regime por um período mínimo de três anos.

4 – Se, findo o prazo referido no n.º 2, o sujeito passivo desejar voltar ao regime normal de periodicidade trimestral, deve apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.(artigo 41.º, n.os 2 e 4 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 13 – Passagem do RN com periodicidade mensal(para onde tinha ido por opção), para o RN com periodicidade trimestral

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2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Normal com periodicidade mensal, para onde tinha ido por opção, para o Regime Normal com periodicidade trimestral, decorrido que esteja o prazo respetivo (3 anos) que o vinculava à periodicidade mensal, pelo qual na altura optou, e pretendendo agora que esta opção deixe de produzir efeitos, o sujeito passivo deve assinalar o campo 2 do Quadro 14 da declaração de alterações.

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

Os sujeitos passivos que, reunindo todas as condições para ficarem enquadrados no Regime Normal com periodicidade trimestral, optaram pelo envio da declaração periódica mensal (quer quando do início da atividade, quer depois de registados), decorrido o período mínimo de permanência em tal periodicidade (3 anos), podem voltar à periodicidade trimestral, desde que, reunindo as condições para tal, apresentem a respetiva declaração de alterações.

Tal declaração só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção (cfr. n.º 4 do art.º 41.º).

Isto significa que não é possível a sua apresentação ser feita em qualquer outro mês do ano, mesmo que se pretenda pagar coima, como supostamente a sua entrega esteja a ser feita fora do prazo legal, para lhe dar efeitos retroativos, o que não é de modo algum permitido.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações:

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente

QUADRO 13 – Passagem do RN com periodicidade mensal(para onde tinha ido por opção), para o RN com periodicidade trimestral

112

autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Regresso à periodicidade trimestral

Os sujeitos passivos do IVA enquadrados no Regime Normal com periodicidade trimestral podem optar pela passagem à periodicidade mensal.

Caso exerçam a opção pela periodicidade mensal os sujeitos passivos devem permanecer nela pelo menos durante três anos.

Se posteriormente pretenderem regressar à periodicidade trimestral, após os três anos de permanência na periodicidade mensal, reunindo as restantes condições para tal, devem apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. n.º 4 do art.º 41.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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14 – Passagem do

Regime Especial de Isenção

Para o

Regime Normal (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Tratando‑se de sujeitos passivos de IRS, com rendimentos empresariais e/ou profissionais, enquadrados na categoria B, e a passagem for devida ao simples facto de, em qualquer altura do ano, terem atingido um volume de negócios superior a 10.000 euros (ou, no caso de retalhistas, igual ou superior a 12.500 euros e o montante das compras superior a 50.000 euros), produz efeitos a partir de:

– 1 de fevereiro do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega da declaração de alterações, declaração esta que, em obediência ao determinado na alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º do CIVA, tem de ser entregue durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que ultrapassou tal volume de negócios (cfr. art.º 58.º, n.º 5).

Lembramos que quando o último dia do mês de janeiro coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte, de acordo com o disposto no artigo 279.º do Código Civil.

b) Tratando‑se de sujeitos passivos de IRS, com rendimentos enquadrados na categoria B, ou sujeito a IRC que não possua nem seja obrigado a possuir contabilidade organizada, e a passagem for devida à fixação definitiva de um rendimento tributável, para efeitos daqueles impostos (IRS ou IRC), baseado em volume de negócios superior ao permitido para continuar no Regime Especial de Isenção, produz efeitos a partir do:

– primeiro dia do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega da respetiva declaração de alterações, declaração esta que, em obediência ao determinado na alínea b) do n.º 2 do artigo 58.º do CIVA, tem de ser entregue no prazo de 15 dias, a contar da data em que tal fixação se torne definitiva (cfr. art.º 58.º, n.º 5).

Neste caso, quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

114

c) Se a passagem for devida ao facto de passar a ter contabilidade organizada ou a fazer importações, exportações ou atividades conexas), produz efeitos:

– imediatos, isto é, no momento em que tais circunstâncias se alterem, devendo passar a liquidar o IVA referente às operações efetuadas a partir dessa data, sem prejuízo, como é óbvio, do prazo de 15 dias para a entrega da declaração respetiva (cfr. art.º 58.º, n.º 6).

NOTAS:

1 – Artigo 58.º do CIVA

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º.

2 – Quando se deixarem de verificar as condições de aplicação do regime de isenção do artigo 53.º, os sujeitos passivos são obrigados a apresentar a declaração de alterações prevista no artigo 32.º, nos seguintes prazos:

a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que tenha sido atingido um volume de negócios superiores aos limites de isenção previstos no artigo 53.º;

b) No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável em sede de IRS ou IRC baseado em volume de negócios superiores àqueles limites;

c) No prazo de 15 dias a contar do momento em que deixar de verificar qualquer das demais circunstâncias referidas no n.º 1 do artigo 53.º.

3 – Revogado pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12, por se tratar de norma desprovida de atualidade, cujo alcance foi, ao tempo, estabelecer a obrigação de registo para os sujeitos passivos enquadrados no regime de isenção que, com a entrada em vigência do Código, haviam sido dispensados dessa obrigação.

4 – Sempre que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha de indícios seguros para supor que um sujeito passivo isento ultrapassou em determinado ano o limite de isenção, procede à sua notificação para apresentar a declaração a que se refere o artigo 31.º ou artigo 32.º, conforme os casos, no prazo de quinze dias, com base no volume de negócios que considerou realizado.

5 – É devido imposto com referência às operações efetuadas pelos sujeitos passivos a partir do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega das declarações a que se referem os n.os 2 ou 4.

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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6 – Não obstante o disposto no número anterior, nos casos em que se deixam de verificar as circunstâncias a que se refere a alínea c) do n.º 2, a aplicação do regime normal de tributação produz efeitos a partir desse momento.(artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal devida à simples alteração do volume de negócios, para os montantes previstos no artigo 53.º do Código do IVA, terão que ser assinalados os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09 da declaração de alterações, bem como o campo 1 do Quadro 11.

Se a passagem for devida a outras alterações diferentes do volume de negócios, v.g. o sujeito passivo passou a fazer:

– importações, exportações ou atividades conexas; ou

– aquisições ou transmissões intracomunitárias; ou

– passou a possuir contabilidade organizada; ou

– a exercer a atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados no anexo E,

deixando assim de reunir todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, deverá assinalar, para além dos campos 10, 11 e 12 do Quadro 9 da declaração de alterações, bem como o campo 1 do Quadro 11, também os campos 2 e/ou 4 ou os campos 6 e/ou 8 do mesmo Quadro 09, assim como, em caso de passar a possuir contabilidade organizada, os respetivos campos do Quadro 16, e a quadrícula Sim |_| do Quadro 26 quando passe a exercer alguma atividade constante do anexo E.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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5 – Bens do ativo imobilizado e mercadorias existentes à data da passagem

Segundo o disposto no n.º 5 do artigo 25.º do Código do IVA, a dedução a que se refere tal normativo, relativa aos bens do ativo imobilizado (móveis e/ou imóveis), não é aplicável aos sujeitos passivos que, à data da alteração, se encontrem no Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º do CIVA.

Isto significa que, quando da passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal, não há lugar a qualquer desagravamento relativamente ao imposto suportado quando da aquisição de bens do ativo imobilizado. O mesmo se passa relativamente às mercadorias existentes à data da passem que tenham sido adquiridas com liquidação de imposto, verificando‑se assim, inevitavelmente, uma tributação em cascata, que contribui para que o Estado beneficie de um montante de imposto superior àquele que arrecadaria se funciona‑se, em toda a plenitude, o mecanismo da dedução.

6 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

Nos casos de passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal, a Administração Tributária, usando do poder discricionário que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgar necessárias a fim de evitar que o sujeito passivo em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de negócios pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. n.º 1 do art.º 56.º do CIVA)

Se tal acontecer, a decisão deve ser notificada ao sujeito passivo, o qual pode, querendo, recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e do Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º do CIVA).

Como a decisão a proferir é do Diretor‑Geral da Administração Tributária e Aduaneira, o recurso deverá ser‑lhe dirigido, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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7 – Aquisições intracomunitárias de bens feitas por sujeitos passivos enquadrados no REI

Por força da derrogação ao regime de sujeição das aquisições intracomunitárias de bens, prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 5.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI), não estão sujeitas a imposto, as aquisições efetuadas, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do CIVA, cujo valor global, líquido de IVA devido ou pago nos Estados membros onde se inicia a expedição ou transporte dos bens, não tenha excedido no ano civil anterior ou no ano civil em curso o montante de 10.000 euros ou, tratando‑se de uma única aquisição, não exceda aquele montante.

A verificar‑se que as compras em outros Estados membros não ultrapassam o limite citado, os referidos sujeitos passivos (compradores) nada têm de fazer para efeitos do IVA quanto a estas compras, já que o mesmo é liquidado e pago no país de origem pelo vendedor.

Porém, se as compras forem de valor superior ao montante antes referido (10.000 euros), são consideradas aquisições intracomunitárias de bens sujeitas a imposto em território nacional, estando os respetivos sujeitos passivos adstritos ao cumprimento das seguintes obrigações:

De registo:

Deverá proceder à entrega da declaração de alterações, nos termos do n.º 1 do artigo 25.º do RITI, nela assinalando o campo 8 do quadro 11.

O enquadramento e exigência do imposto, terá lugar:

– A partir do último dia do mês seguinte àquele em que o limite de € 10.000 foi ultrapassado, em virtude de a declaração de alterações poder ser apresentada até essa data, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação. Só é devido imposto a partir dessa data.

– Para a aquisição isolada que ultrapasse o limite referido o enquadramento tem efeitos para essa aquisição e seguintes, devendo a declaração de alterações anteceder a operação. É devido imposto por essa operação.

Quanto ao regresso de não sujeição das aquisições intracomunitárias, por força do disposto no n.º 4 do artigo 25.º do RITI, os sujeitos passivos enquadrados no artigo 53.º do CIVA que, por obrigação, se encontrem abrangidos pelo regime de sujeição das aquisições intracomunitárias de bens (aquisições intracomunitárias não abrangidas pelo art.º 5.º do RITI), podem voltar a beneficiar da derrogação ao regime de sujeição das aquisições intracomunitárias caso não excedam durante um ano civil o montante de 10.000 euros.

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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Nestes casos, o sujeito passivo terá de entregar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA, durante o mês de janeiro do ano seguinte, a qual produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação, em conformidade com o n.º 6 do artigo 25.º do RITI.

De liquidação:

Deverão liquidar o imposto devido na fatura emitida pelo vendedor ou em documento interno emitido pelos próprios sujeitos passivos, em conformidade com o n.º 1 do artigo 27.º do RITI.

Para beneficiar da isenção na transmissão dos bens em outros Estados membros, os sujeitos passivos terão de fornecer ao vendedor o seu número de identificação fiscal.

De escrituração:

As respetivas aquisições intracomunitárias deverão ser objeto de registo, dando‑se cumprimento ao disposto no art.º 31.º do RITI.

Opção pela aplicação do regime de tributação: Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime de derrogação previsto no n.º 1 do artigo 5.º do RITI podem optar pela aplicação do regime de tributação das aquisições intracomunitárias de bens, devendo permanecer no regime de sujeição durante um período de dois anos (cfr. n.º 3 do art.º 5.º do RITI).

Os sujeitos passivos que exerceram a opção mencionada no n.º 3 do artigo 5.º e que, decorrido o prazo de dois anos, pretendam voltar a beneficiar do disposto no n.º 1 do mesmo artigo (regime de derrogação), caso se verifiquem os condicionalismos nele previstos, devem entregar a declaração a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, durante o mês de janeiro do ano seguinte, a qual produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. n.os 5 e 6 do art.º 25.º do RITI).

8 – Comissionistas residentes em Portugal, enquadrados no REI, que prestam serviços de intermediação a sujeitos passivos sediados ou residentes em outros Estados membros

Embora estejam enquadrados no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, tal não impede que prestem serviços de intermediação a sujeitos passivos sediados noutros Estados membros, continuando no mesmo regime. Na verdade isso não os obriga a mudar de regime, já que, por esse facto, não deixam de continuar a reunir todos os condicionalismos previsto no artigo 53.º do CIVA.

Já o mesmo não acontece se os serviços de intermediação forem prestados a

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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sujeitos passivos sediados ou residentes em Países Terceiros que estão a vender mercadorias para empresas sediadas ou residentes em território nacional. Nesse caso, porque praticam operações conexas com importações terão, por imperativo legal (deixam de reunir os condicionalismos do artigo 53.º), de deixar o Regime Especial de Isenção e passar para o Regime Normal.

Igualmente, se prestarem serviços de intermediação a sujeitos passivos sediados ou residentes em território nacional, relacionados com exportações feitas por estes, deixam também de reunir aqueles condicionalismos e por isso terão, pelo facto de praticarem operações conexas com exportações, de deixar o regime de isenção em que se encontram para passar ao Regime Normal.

9 – Mudança de regime por alteração do volume de negócios

Certo comissionista, enquadrado há vários anos no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, se em agosto de 2013 verificar que o seu volume de negócios ultrapassou o montante de € 10.000, quando é que deve passar para o Regime Normal e começa a liquidar IVA?

Encontrando‑se o sujeito passivo enquadrado no Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do CIVA, se num determinado mês do ano de 2013 obtiver um volume de negócios superior a € 10.000, deve apresentar a declaração de alterações, prevista no artigo 32.º do CIVA, durante o mês de janeiro de 2014, sendo apenas devido imposto com referência às operações que realize a partir do mês de fevereiro deste mesmo ano, mês em que passa para o Regime Normal, conforme previsto na alínea a) do n.º 2 e n.º 5 do artigo 58.º do CIVA.

Consequentemente, no caso apresentado, mesmo depois de ter ultrapassado o volume de negócios para continuar no regime em que se encontra, o sujeito passivo continua nesse regime até ao dia 31 de janeiro de 2014, e só a partir de 1 de fevereiro do mesmo ano (2014) é que passa para o Regime Normal com a obrigação de liquidar IVA nas operações que realize a partir dessa data, bem como ao cumprimento das restantes obrigações decorrentes do Código do IVA.

Situação diferente é aquela em que se verifique a fixação definitiva do rendimento tributável em sede de IRS (categoria B – regime simplificado de tributação) ou IRC (caso de certas entidades sem fins lucrativos, que não exercem a título principal atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que não possuem nem sejam obrigadas a possuir contabilidade organizada) baseado em volume de negócios superiores àqueles limites, caso em que o sujeito passivo possui um prazo de 15 dias para formalizar a alteração. Nestes casos, o imposto torna‑se devido no mês seguinte ao da obrigação da entrega da declaração de alterações [cfr. alínea b) do n.º 2 e n.º 5 do art.º 58.º do CIVA].

QUADRO 14 – Passagem do REI para o RN por imposição legal

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Um outro exemplo:

O sujeito passivo “C” iniciou a sua atividade em 01/08/2012.

Na declaração de início indicou, para cinco meses de atividade (01/08/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios estimado de € 3.000.

Feita a conversão no volume de negócios anual correspondente (€ 7.200), ficou enquadrado no Regime Especial de Isenção.

Constatou, em dezembro de 2012, que naqueles cinco meses de atividade auferiu, de facto, um volume de negócios de € 5.000.

Com base no volume de negócios efetivo (€ 5.000) e dado que no final do ano de 2012 o sujeito passivo já conhece o montante real do volume de negócios que auferiu nos cinco meses desse ano, impõe‑se verificar, com base nesse valor concreto e nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do Código, qual o volume de negócios anual correspondente.

Esta segunda conversão em termos anuais, tem como única finalidade apurar o correto enquadramento do sujeito passivo para o ano de 2013, em sede de IVA, não sendo posto em causa o volume de negócios efetivamente auferido.

Pela aplicação da respetiva fórmula

[VnAC = € 5.000 x 12 / 5]

obtém‑se o volume de negócios anual correspondente de € 12.000, o que significa que o sujeito passivo deixa de reunir condições para permanecer no Regime Especial de Isenção no ano seguinte.

Deste modo, deve o sujeito passivo, nos termos do artigo 58.º do Código, apresentar durante o mês de janeiro de 2013, a declaração de alterações, passando a ficar enquadrado no regime de tributação, com início no dia 1 de fevereiro seguinte, devendo, a partir desta data, proceder à liquidação do imposto, bem como ao cumprimento das restantes obrigações decorrentes do Código do IVA.(Exemplo 4 do n.º 7 do Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, da Direção de Serviços do IVA)

10 – Mudança de regime por passarem a fazer importações e/ou exportações

Ao artigo 58.º do CIVA foi aditado, pela Lei n.º 109‑B/2001, de 27 de dezembro, um n.º 6 no sentido de determinar que, quando um sujeito passivo isento deixar de verificar qualquer das circunstâncias enquadráveis na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo, nomeadamente passar a efetuar importações ou exportações, a

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passagem para o Regime Normal de tributação ocorre de imediato, isto é, no momento em que tais circunstâncias se alterem, devendo passar a liquidar o IVA referente às operações efetuadas a partir dessa data, sem prejuízo, como é óbvio, do prazo de 15 dias para a entrega da declaração de alterações respetiva.(cfr. n.º 1.4.2 do Ofício‑Circulado n.º 30 045, de 30/01/2002, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

Um empresário em nome individual, enquadrado no Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, pode fazer exportações para a Suíça e manter‑se enquadrado no regime em que se encontra, ou tem de entregar a declaração de alterações e passar para o Regime Normal?

De acordo com o disposto o n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA, beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, nem praticando operações de importação, exportação ou atividades conexas, não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 10.000.

Daqui resulta, claramente, que todos os sujeitos passivos que passem a efetuar exportações não podem continuar enquadrados no Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º do CIVA, ficando obrigados a entregar, no prazo de 15 dias a contar da data em que passem a fazer as exportações, a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do mesmo diploma e passar para o Regime Normal do imposto.

11 – Mudança de regime por passarem a ter contabilidade organizada

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, que, para efeitos da tributação do rendimento, optem por ter contabilidade organizada, deixam de reunir as condições para beneficiar do referido regime de isenção em sede de IVA, mesmo que o volume de negócios seja igual ou inferior a 10.000 euros.

Neste caso, quando os sujeitos passivos passem a ter contabilidade organizada, devem, no prazo de 15 dias, proceder à entrega da declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA [cfr. alínea c) do n.º 2 do art.º 58.º], ficando enquadrados no Regime Normal de tributação a partir da data da opção pela contabilidade organizada.

A partir dessa data devem estes sujeitos passivos passar a liquidar imposto, às taxas aplicáveis, nos serviços ou vendas por si realizados, e cumprir as demais obrigações estabelecidas no Código do IVA.

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12 – Pecuária (vendas e subsídios à exploração)

Tenho um cliente que exerce a atividade de pecuária enquadrado no regime de isenção artigo 53.º do CIVA.

Durante o ano de 2013 vendeu vitelos no valor de 7000 euros e recebeu subsídios à exploração no valor de 9000 Euros.

Como o somatório dos proveitos (vendas + Subsídios) ultrapassa o valor do 10.000 euros, valor máximo para se estar enquadrados neste regime, é obrigatório entregar a declaração de alterações para efeitos de enquadramento no regime normal?

O valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a imposto inclui os subsídios à exploração, desde que estes cumpram os pressupostos enunciados na alínea c) do n.º 5 do artigo 16.º do Código do IVA.

Sendo o caso, o contribuinte atingiu no ano de 2013 um volume de negócios superior a 10.000 euros, pelo que deixa de reunir condições para continuar enquadrado no regime de isenção do artigo 53.º do Código.

Assim, de acordo com a alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º, o contribuinte deverá apresentar durante o mês de janeiro de 2014, a competente declaração de alterações, passando a ter que liquidar imposto nas transmissões de bens e prestações de serviços (onde se incluem os subsídios tributados) efetuadas a partir de 1 de fevereiro (inclusive) do mesmo ano, de acordo com o n.º 5 do citado artigo 58.º.

13 – Transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao CIVA

A par da implementação da regra de inversão, os sujeitos passivos cuja atividade habitual consista na transmissão dos bens e na prestação de serviços mencionados no Anexo E ao Código do IVA passam a ser excluídos do regime especial de isenção, previsto no artigo 53.º e no regime dos pequenos retalhistas, previsto no artigo 60.º, ambos do CIVA.

(n.º 4 do Ofício‑Circulado n.º 30 098, de 11/08/2006, do Gabinete do Subdirector‑Geral do IVA,

e n.º 5 da Informação vinculativa, Proc. L121 2006155, com despacho concordante do SDG dos

Impostos, em substituição do Diretor‑Geral, em 25‑07‑2007)

NOTA:

Tal como consta do n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA, e da doutrina antes transcrita, uma das condições impostas para que se possa beneficiar do

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enquadramento no Regime Especial de Isenção é a não realização de transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao CIVA [bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis a que se refere a alínea i) do n.º 1 do artigo 2.º], ou seja:

a) Transmissões de resíduos ferrosos e não ferrosos, sucata e materiais usados, nomeadamente de produtos semiacabados resultantes do processamento, manufatura ou fusão de metais ferrosos e não ferrosos e suas ligas;

b) Transmissões de produtos ferrosos e não ferrosos semitransformados e prestações de certos serviços de transformação associados;

c) Transmissões de resíduos e outros materiais recicláveis constituídos por metais ferrosos e não ferrosos, suas ligas, escórias, cinzas, escamas e resíduos industriais que contenham metais ou as suas ligas, bem como prestações de serviços que consistam na triagem, corte, fragmentação ou prensagem desses produtos;

d) Transmissões, assim como prestações de certos serviços de transformação conexos, de resíduos ferrosos e não ferrosos, bem como de aparas, sucata, resíduos e materiais usados e recicláveis que consistam em pó de vidro, vidro, papel, cartão, trapos, ossos, couro, couro artificial, pergaminho, peles em bruto, tendões e nervos, cordéis, cordas, cabos, borracha e plástico;

e) Transmissões dos materiais referidos no presente anexo após transformação sob a forma de limpeza, polimento, triagem, corte, fragmentação, prensagem ou fundição em lingotes;

f) Transformações de sucata e resíduos resultantes da transformação de materiais de base.

14 – Venda de mercadorias para outros Estados membros da União Europeia

A venda de mercadorias para outros Estados membros da União Europeia, por sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, não é condição para os sujeitos passivos deixarem de ser enquadrados no Regime em que se encontram enquadrados.

De facto, dos condicionalismos impostos pelo n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA não consta tal pressuposto para o não enquadramento no regime em causa. Já o mesmo não se pode dizer quando se trate de operações de importação, exportação ou atividades conexas. Nestes casos é obrigatória a passagem ao Regime Normal.

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15 – Venda de tabaco

No volume de negócios a considerar, não deve ser tomado em consideração o volume da venda de tabaco efetuada pelos revendedores, tal como prevê o n.º 3 do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 346/85, de 23 de agosto.

A este respeito lembramos que, em sede do imposto especial sobre o consumo de tabacos, o IVA é devido pelo produtor, importador ou adquirente intracomunitário. Consequentemente, os revendedores de tabaco não são sujeitos passivos de imposto, ficando apenas obrigados a registar separadamente, as suas vendas na hipótese de transacionarem também bens de outra natureza. Se operarem apenas os referidos bens não têm qualquer obrigação em sede de IVA.

16 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.ºs 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

b) Das operações referidas nos n.ºs 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

17 – Volume de negócios (conversão do período de referência em volume anual correspondente)

Um sujeito passivo que em 01/09/2013 iniciou a sua actividade como trabalhador independente, ou empresário em nome individual, que fez constar, da respetiva declaração de início de atividade, um volume de negócios esperado no montante de 2.000 euros, valor este confirmado pelos Serviços da Administração Fiscal que o enquadraram no Regime Especial de Isenção, dado reunir todos os restantes condicionalismos para tal, e que no fim do ano se verifica ter tido, com referência aos 4 meses em causa, um volume de negócios no total de 8 000,00 euros, não tem que entregar, em janeiro de 2014, qualquer declaração de alterações a fim de passar para o Regime Normal, mantendo‑se, consequentemente, no Regime Especial de Isenção em que se encontra, na medida em que, neste caso concreto,

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não tem aqui aplicação o disposto no n.º 4 do artigo 53.º do Código do IVA, ou seja não há aqui lugar à conversão do volume de negócios anual correspondente.

Tal conversão só se pode fazer quando do seu enquadramento inicial. Assim sendo, nesta situação, o sujeito passivo só teria que passar para o Regime Normal caso tivesse tido um volume de negócios superior a 10.000 euros (ou, no caso de ser retalhista, igual ou superior a 12.500, hipótese esta em que passaria não ao Regime Normal mas sim ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas), aplicando‑se então, quanto ao momento em que ficava obrigado à entrega da declaração de alterações, bem como da data em que produzia efeitos a sua passagem ao Regime Normal, o que se deixou dito anteriormente.

A este propósito, a Direção de Serviços do IVA, através do seu Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, apresenta o seguinte exemplo:

Tendo em conta que, quando iniciam a atividade, os sujeitos passivos não dispõem, por regra, de dados relativos ao seu volume de negócios que possibilitem o enquadramento inequívoco num determinado regime de IVA e subsistindo dúvidas, nomeadamente, quando à forma de conversão do volume de negócios prevista nos n.os 3 e 4 do artigo 53.º do CIVA, esclarece‑se o seguinte:

1 – Os sujeitos passivos que iniciem a sua atividade devem declarar, na respetiva declaração de início de atividade, a previsão do volume de negócios relativo ao ano civil corrente, a qual, depois de confirmada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), é tida em consideração no enquadramento desse mesmo ano (n.º 3 do artigo 53.º).

2 – No entanto, quando o período em referência for inferior ao ano civil, deve converter‑se o volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual correspondente (n.º 4 do artigo 53.º), mediante a aplicação da fórmula

VnAC = VnP x 12 : Nm

Em que:

VnAC significa o volume de negócios anual correspondente;VnP significa o volume de negócios previsto; eNm significa o número de meses que decorre entre o mês correspondente à data de início declarada e o mês de dezembro, inclusive.

3 – O volume de negócios assim apurado, porque se trata de uma previsão, releva unicamente para efeitos do enquadramento em IVA aquando do início de atividade. Será o volume de negócios anual correspondente, convertido com base no volume efetivamente realizado nesse ano que determina a continuação, ou não, no regime especial de isenção, no ano seguinte.

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4 – Em qualquer das situações, quando o período em referência é inferior ao ano civil, a conversão efetuada tem como única finalidade determinar se o sujeito passivo pode, ou não, permanecer, no ano seguinte, no regime especial de isenção estabelecido no artigo 53.º do CIVA.

Esta conversão não altera o volume de negócios efetivamente realizado pelo sujeito passivo, definido nos termos do artigo 42.º do Código (n.º 5 do artigo 53.º), o qual releva, nomeadamente, para efeitos de IRS.

Exemplo:

O sujeito passivo iniciou a sua atividade em 01/08/2012.

Na sua declaração de início declarou, para cinco meses de atividade (01/08/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios previsto de € 3.000.

Como o volume de negócios que prevê auferir é referente a cinco meses do ano, esse montante deve ser convertido em volume de negócios anual correspondente, em conformidade com o estabelecido no n.º 4 do artigo 53.º do Código do IVA, utilizando a forma

VnAC = VnP x 12 : Nm

Ou seja:VnAC = € 3.000 x 12 : 5

VnAC = € 7.200

Aplicada a fórmula, (€ 3.000 x 12 / 5 = € 7.200) verifica‑se que o volume de negócios declarado/presumido, convertido num volume de negócios anual correspondente, não ultrapassa o limite de € 10.000.

O sujeito passivo fica enquadrado no regime de isenção previsto no artigo 53.º do Código do IVA, no ano de início de atividade (2012).(n.os 1, 2, 3 e 4 do Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, da Direção de Serviços do IVA)

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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15 – Passagem do

Regime Especial de Isenção

Para o

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que pratiquem, a título principal, operações isentas, sem direito a dedução, e desenvolvam simultaneamente uma atividade acessória tributável podem, em conformidade com o disposto no artigo 81.º do Código do IVA, calcular o seu volume de negócios, para efeitos do disposto nos artigos 42.º e 53.º, tomando em conta apenas os resultados relativos à atividade acessória.

Imagine‑se, por exemplo, um sujeito passivo que exerce, a título principal, a atividade de “Médico ortopedista”, e a título acessório a atividade de “Venda de produtos ortopédicos”.

Se tal acontecer, o volume de negócios a comparar com o montante previsto no artigo 53.º do Código do IVA (10.000 euros), para efeitos de se apurar se pode ou não continuar no Regime Especial de Isenção em que se encontra, é apenas o referente à atividade acessória.

Obviamente que tal faculdade não poderá ser invocada se a atividade principal for aquela que pratica operações sujeitas a IVA, e a acessória for aquela que pratica operações isentas que não conferem direito a dedução (operações compreendidas no artigo 9.º). Nesse caso, o volume de negócios a comparar será o global, ou seja a soma total das vendas e dos serviços prestados referentes a ambas as atividades exercidas.

Feita esta pequena introdução, vejamos agora quais as situações que podem então surgir caso possa ser invocado o disposto no artigo 81.º do Código do IVA, e desde quando produz efeitos a passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal.

a) Se o sujeito passivo está sujeito a IRS, com rendimentos enquadrados na categoria B (servindo‑nos das atividades já anteriormente referidas, em que a principal é a de “Médico ortopedista” e como acessória a de “Venda de produtos ortopédicos”), e a passagem for devida ao simples facto de ter atingido, em qualquer altura do ano, um volume de negócios, na categoria B, pela atividade sujeita com direito à

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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dedução (“Venda de produtos ortopédicos”) superior a 10.000 euros, produz efeitos a partir de:

– 1 de fevereiro do ano em que está obrigado a entregar a declaração de alterações (art.º 58.º, n.º 5),

declaração esta que tem de ser entregue durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que, na atividade sujeita, atingiu um volume de negócios superior ao limite de isenção previsto no artigo 53.º, ou seja 10.000 euros [art.º 58.º, n.º 2, alínea a)].

b) Se, o mesmo sujeito passivo, em determinado ano, no conjunto das atividades exercidas, ultrapassou, na categoria B, o volume de negócios de 10 000 euros, mas os rendimentos da atividade acessória (atividade sujeita a imposto) não ultrapassaram aquele valor, usando da faculdade que lhe confere o artigo 81.º do CIVA, mantêm-se no Regime Especial de Isenção.

c) Se, ainda o mesmo sujeito passivo, em determinado ano, no conjunto das atividades exercidas, ultrapassou, na categoria B, o volume de negócios de 10.000 euros, embora em qualquer das atividades (sujeita e isenta), não tenha ultrapassado aquele montante, se a atividade principal for a sujeita a imposto, dado que nesta situação não pode invocar o disposto artigo 81.º do IVA, a sua passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal produz efeitos a partir de:

– 1 de fevereiro do ano em que está obrigado a entregar a declaração de alterações (art.º 58.º, n.º 5),

declaração esta que tem de ser entregue durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que, na categoria B, atingiu, no conjunta de ambas as atividades, um volume de negócios superior ao limite de isenção previsto no artigo 53.º, ou seja 10 000 euros [art.º 58.º, n.º 2, alínea a)].

d) Se o sujeito passivo está sujeito a IRS, com rendimentos enquadrados na categoria B, ou mesmo sujeito a IRC que não possua nem seja obrigado a possuir contabilidade organizada, mas em que, em qualquer uma destas hipóteses, a sua atividade seja mista, e a principal seja aquela em que as operações estão isentas e não conferem o direito à dedução, e a passagem for devida à simples fixação definitiva de um rendimento tributável para efeitos daqueles impostos (IRS ou IRC) baseado em volume de negócios (na atividade sujeita com direito à dedução) superior ao permitido para continuar no Regime Especial de Isenção, produz efeitos a partir do:

– primeiro dia do mês seguinte àquele em que tenha terminado o prazo obrigatório para a entrega da respetiva declaração de alterações (art.º 58.º, n.º 5 e artigo 81.º),

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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declaração esta que tem de entregar no prazo de 15 dias, a contar da data em que tal fixação se torne definitiva [art.º 58.º n.º 2, alínea b)].

e) Se a passagem for devida a qualquer outro motivo (v.g. passou a ter contabilidade organizada ou a fazer importações, exportações ou atividades conexas), produz efeitos a partir do:

– momento em que tais alterações se verificaram (art.º 58.º, n.º 6).

Nestes casos, a declaração de alterações tem de ser entregue no prazo de 15 dias, a contar da data da ocorrência de tais factos [art.º 58.º n.º 2, alínea c)].

NOTAS:

1 – Artigo 58.º do CIVA

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º.

2 – Quando se deixarem de verificar as condições de aplicação do regime de isenção do artigo 53.º, os sujeitos passivos são obrigados a apresentar a declaração de alterações prevista no artigo 32.º, nos seguintes prazos:

a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que tenha sido atingido um volume de negócios superiores aos limites de isenção previstos no artigo 53.º;

b) No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável em sede de IRS ou IRC baseado em volume de negócios superiores àqueles limites;

c) No prazo de 15 dias a contar do momento em que deixar de verificar qualquer das demais circunstâncias referidas no n.º 1 do artigo 53.º.

3 – Revogado pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12, por se tratar de norma desprovida de atualidade, cujo alcance foi, ao tempo, estabelecer a obrigação de registo para os sujeitos passivos enquadrados no regime de isenção que, com a entrada em vigência do Código, haviam sido dispensados dessa obrigação.

4 – Sempre que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha de indícios seguros para supor que um sujeito passivo isento ultrapassou em determinado ano o limite de isenção, procede à sua notificação para apresentar a declaração a que se refere o artigo 31.º ou artigo 32.º, conforme os casos, no prazo de quinze dias, com base no volume de negócios que considerou realizado.

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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5 – É devido imposto com referência às operações efetuadas pelos sujeitos passivos a partir do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega das declarações a que se referem os n.os 2 ou 4.

6 – Não obstante o disposto no número anterior, nos casos em que se deixam de verificar as circunstâncias a que se refere a alínea c) do n.º 2, a aplicação do regime normal de tributação produz efeitos a partir desse momento.(artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

2 – Artigo 81.º do CIVA

Os sujeitos passivos que pratiquem operações isentas, sem direito a dedução, e desenvolvam simultaneamente uma atividade acessória tributável podem calcular o seu volume de negócios, para efeitos do disposto nos artigos 42.º e 53.º, tomando em conta apenas os resultados relativos à atividade acessória.(artigo 81.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/9)

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal com atividades mistas, terão que ser assinalados, os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09 da declaração de alterações, bem como, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11, e ainda, na hipótese de se pretender efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade segundo o método da afetação real total, os campos 3 e 5 do citado Quadro 11.

Caso se pretenda efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade e, relativamente aos inputs de bens ou serviços utilizados indistintamente no setor tributado e no setor isento, com recurso a uma percentagem de dedução ou prorata – afetação real parcial ‑, além de se assinalarem os campos já referidos do Quadro 09, assim como os campos 1 e 2 do Quadro 11, devem também ser assinalados os campos 3 e 6, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

Pretendendo‑se, para efeitos da dedução do imposto suportado em todos os bens e serviços, utilizar o método da percentagem de dedução (prorata), determinada nos termos do n.º 4 do artigo 23.º do Código do IVA, além de se assinalarem os campos já indicados do Quadro 09, assim como os campos 1 e 2 do Quadro 11, deve também ser assinalado o campo 4, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

6 – Sujeitos passivos mistos

Sujeitos passivos mistos são aqueles que, no âmbito da sua atividade económica, realizam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito.

Para estes sujeitos passivos o direito à dedução é incompleto, pois apenas podem deduzir o imposto suportado para a realização das operações que lhe conferem esse direito (as tributadas e as isentas com direito à dedução).

Assim sendo, o imposto suportado na aquisição de bens e serviços que sejam utilizados na realização de ambos os tipos de operações, a dedução é efetuada do seguinte modo:

– afetação real – para as operações fora do conceito de atividade económica;

– percentagem de dedução (pro rata) – para as operações decorrentes do exercício de uma atividade económica, parte da qual não confere direito à dedução.

(cfr. n.os 1 e 2 do artigo 23.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12)

7 – Conceito de atividade económica

Considera‑se atividade económica “qualquer atividade de produção, comercialização ou de prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões liberais ou equiparadas. É em especial considerada económica a exploração de um bem corpóreo com o fim de auferir receitas com caráter de permanência”.

Estão fora deste conceito:

– os dividendos de participações;– as mais‑valias de vendas de ações e de outros títulos negociáveis;

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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– os juros de obrigações;

– os rendimentos de aplicações em fundos de investimento;

– os juros pela concessão ocasional de créditos pelas holding com recurso aos dividendos distribuídos pelas participadas;

– as entradas para o capital de uma sociedade civil;

– a emissão de ações representativas do capital de uma sociedade comercial.

(cfr. Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008, do Gabinete do Subdiretor‑Geral – Área de Gestão Tributária – IVA)

8 – Métodos a adotar, para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

Quando o sujeito passivo, exerça uma atividade mista, isto é, quando pratique operações que conferem o direito à dedução, simultaneamente com operações que não conferem esse direito, o imposto suportado nas aquisições é, como se sabe, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, dedutível apenas na percentagem (pro rata) correspondente ao montante anual de operações que dêem lugar a dedução.

Contudo, de acordo com o estabelecido no n.º 2 do citado artigo 23.º, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo a afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, sem prejuízo de a Administração Tributária lhe vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificarem distorções significativas na tributação.

Na maioria dos casos, o uso de qualquer um destes métodos, depende de simples opção dos sujeitos passivos que, para o efeito, deverá ser declarado quando do preenchimento da declaração de início de atividade ou da declaração de alterações, conforme os casos, nos respetivos campos do Quadro 11.

Assim, se pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da percentagem ou prorata (art.º 23.º, n.º 1) deverão assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 4 do Quadro 11. Neste caso terão ainda que indicar no campo 7 a percentagem estimada (pro rata) que irão utilizar.

No caso de pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real (art.º 23.º, n.º 2) deverão assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 3, e se for de todos os bens e serviços ainda o campo 5, ou o campo 6 se for apenas de parte dos bens e serviços.

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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9 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

O método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é uma forma de cálculo usada para determinar a percentagem de IVA dedutível nos casos em que o sujeito passivo efetua operações que conferem o direito à dedução do IVA e, simultaneamente, operações que não conferem esse direito. Nestes casos, tem de se calcular a proporção das operações que conferem o direito à dedução no total de operações e proceder à dedução do IVA suportado usando essa proporção.

Para tal, e de acordo com o disposto no n.º 4 do mesmo artigo 23.º, temos então que calcular a respetiva percentagem de dedução, a qual resulta de uma fração que comporta, no numerador, o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º (ou seja, as operações sujeitas a IVA e dele não isentas e das operações isentas com direito a dedução) e, no denominador, o montante anual, imposto excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes do exercício de uma atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, incluindo as subvenções não tributadas que não sejam subsídios de equipamento.

Exemplo:

Um médico exerce a sua profissão clínica simultaneamente com a atividade de comércio de equipamentos médicos. A primeira atividade está isenta de IVA, pelo que não confere o direito à dedução do IVA suportado. No entanto, a segunda atividade está sujeita ao regime normal e confere o direito à dedução do imposto suportado a montante.

Neste caso, porque se trata de um sujeito passivo misto, usando o método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), a percentagem do cálculo do IVA dedutível acha‑se através da fórmula prevista no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA, tendo‑se em atenção que no cálculo referido são de excluir, quer do numerador quer do denominador (caso as haja), nos termos do n.º 5 do mesmo artigo 23.º:

– as transmissões de bens do ativo imobilizado utilizado na atividade da empresa;

– as operações imobiliárias e financeiras, quando consideradas acessórias da atividade exercida pelo sujeito passivo;

– os subsídios de equipamento

– as operações fora do conceito de atividade económica.

10 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

O método da afetação real, previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é de utilização obrigatória para os bens e serviços que tenham uma utilização, ainda que parcial, em operações não decorrentes de uma atividade económica.

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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Para os bens e serviços que tenham uma utilização mista em operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo o método da afetação real de todos ou parte os bens e serviços utilizados.

A determinação do uso efetivo dos bens e serviços de utilização mista deve ter por base critérios objetivos de imputação, como por exemplo:

– área ocupada pelo setor;

– horas/homem;

– horas/máquina;

– massa salarial afeta a cada tipo de operações.

Na definição destes critérios deve ter‑se em conta a natureza dos bens ou serviços, o tipo de atividades exercidas, a forma como a empresa se encontra organizada e qual o grau de utilização que é dada pela empresa aos bens e serviços em causa.

O sujeito passivo que opte pela utilização do método da afetação real não tem que comunicar o facto à administração fiscal. No entanto, cabe à Autoridade Tributária e Aduaneira, impor fundamentadamente, outros critérios.

11 – Odontologistas, estomatologistas, médicos dentistas e protésicos dentários (fabricação de próteses)

As prestações de serviços efetuadas por estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas e por protésicos dentários estão isentas de imposto. Se estes profissionais fabricarem próteses que utilizarem exclusivamente nos seus pacientes, não há IVA a liquidar, devendo suportá‑lo sem direito a dedução em relação a todas as suas aquisições.

Se os mesmos profissionais venderem as próteses que fabricam também a outrem que não os seus pacientes, e passarem ao Regime Normal, devem liquidar IVA à taxa correspondente quanto a essas operações, estando‑se assim em face de uma atividade mista, que, quanto ao método de dedução do imposto suportado a montante, terão que observar o disposto no artigo 23.º do Código do IVA.

12 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.os 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

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b) Das operações referidas nos n.os 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além de outras obrigações, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais, emitir obrigatoriamente uma factura (1) por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

(1) – As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

Estão dispensados da obrigação de emitir fatura os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA).

Para cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA, as faturas podem ser elaboradas pelo próprio adquirente dos bens ou serviços ou por um terceiro, em nome e por conta do sujeito passivo (cfr. n.º 14 do art.º 29.º do CIVA).

A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita à seguintes condições (cfr. n.º 11 do art.º 36.º do CIVA):

a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;

b) O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da factura e aceitou o seu conteúdo;

QUADRO 15 – Passagem do REI para o RN com atividades mistas

138

c) Conter a menção “autofaturação”.

Não é permitido aos sujeitos passivos a emissão e entrega de documentos de natureza diferente da fatura para titular a transmissão de bens ou prestação de serviços aos respetivos adquirentes ou destinatários, sob pena de aplicação das penalidades legalmente previstas (cfr. n.º 19 do art.º 29.º do CIVA).

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Um sujeito passivo misto (com uma atividade isenta de IVA ao abrigo do artigo 9.º e outra sujeita e enquadrada no regime normal do IVA) terá que emitir faturas por todas as operações efetuadas ou apenas pelas operações sujeitas a IVA?

Em caso afirmativo, é obrigatória a comunicação de todas as faturas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) por transmissão eletrónica de dados?

O sujeito passivo em questão, enquadrado no regime normal do IVA como sujeito passivo misto, dado que, para além de operações isentas nos termos do artigo 9.º, também efetua operações sujeitas a imposto, não beneficia da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, já que não pratica, exclusivamente, operações isentas de imposto, pelo que terá que emitir faturas (ou faturas simplificadas a que se refere o art.º 40.º do CIVA) por todas as transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas, mesmo por aquelas que beneficiam da isenção do artigo 9.º.

No que se refere à obrigação de comunicação dos elementos das faturas, nos termos do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 2 de agosto, terá que comunicar os elementos de todas as faturas por si emitidas.

QUADRO 16 – Passagem do REI para o RN (por opção)

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16 – Passagem do

Regime Especial de Isenção

Para o

Regime Normal (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Os sujeitos passivos que, estando enquadrados no Regime Especial de Isenção, optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, com periodicidade mensal, tal opção deve ser feita no campo 1 do Quadro 13 e no campo 1 do Quadro 14 da declaração de alterações, que para tal deve apresentar, produzindo efeitos a partir da:

– data em que apresenta a respetiva declaração de alterações onde faz a opção (cfr. art.º 55.º, n.º 2).

b) Os sujeitos passivos que, estando enquadrados no Regime Especial de Isenção, optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, com periodicidade trimestral, tal opção deve ser feita apenas no campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações, que para tal deve apresentar, produzindo efeitos a partir da:

– data em que apresenta a respetiva declaração de alterações onde faz a opção (cfr. art.º 55.º, n.º 2).

Como é compreensível, a opção não produz efeitos retroativos, uma vez que sendo a mesma uma manifestação da vontade dos sujeitos passivos só pode ser considerada a partir da data da sua materialização, ou seja da apresentação da declaração em que foi exercido o direito de opção.

NOTAS:

1 – Artigo 55.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos susceptíveis de beneficiarem da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis ou, no caso de serem retalhistas, pelo regime especial previsto no artigo 60.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou

QUADRO 16 – Passagem do REI para o RN (por opção)

140

de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime de isenção, com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.(artigo 55.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/9)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal (por opção), com periodicidade trimestral, o sujeito passivo deve assinalar o campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações.

Caso a opção seja pelo Regime Normal com periodicidade mensal, o sujeito passivo deve assinalar o campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações bem como o campo 1 do Quadro 14.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º

102/2008, de 20/6)

QUADRO 16 – Passagem do REI para o RN (por opção)

141

4 – Condição indispensável para exercer o direito de opção

De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 55.º do Código do IVA, é permitido aos sujeitos passivos que reúnam todas as condições exigidas pelo enquadramento no Regime Especial de Isenção, renunciarem à inclusão neste regime e optar pelo Regime Normal às suas operações, isto é, passam a liquidar imposto nas suas operações e a poder deduzir o imposto suportado nas suas aquisições. Para o efeito, devem comunicar esta intenção à Administração Tributária mediante a entrega da respetiva declaração. A inicial, se o sujeito passivo vai começar a exercer a sua atividade, ou a de alterações, se já vem exercendo uma atividade.

É numa dessas declarações que tal opção deve ser mencionada no campo 1 do seu Quadro 13, ficando os sujeitos passivos, que usem de tal direito, obrigados a permanecerem no regime por que optaram, em princípio, durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. art.º 55.º, n.º 3).

A imposição deste período mínimo tem em vista evitar que os sujeitos passivos que tomaram tal decisão possam, quando nisso vissem conveniência e a qualquer momento, denunciar a opção, com os consequentes inconvenientes resultantes das alterações que teriam de ser levadas a efeito nos respetivos serviços.

Se findo tal prazo, desejar voltar ao Regime Especial de Isenção deverá apresentar a respetiva declaração de alterações, onde indicará no campo 3 do Quadro 13 a sua intenção, declaração esta que só poderá apresentar durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção (5 anos), produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. art.º 55.º, n.º 4).

5 – Bens do ativo imobilizado e mercadorias existentes à data da passagem

Segundo o disposto no n.º 5 do artigo 25.º do Código do IVA, a dedução a que se refere tal normativo, relativa aos bens do ativo imobilizado (móveis e/ou imóveis), não é aplicável aos sujeitos passivos que, à data da alteração, se encontrem no Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º do CIVA.

Isto significa que, quando da passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Normal, quer por imposição legal quer por opção, não há lugar a qualquer desagravamento relativamente ao imposto suportado quando da aquisição de bens do ativo imobilizado. O mesmo se passa relativamente às mercadorias existentes à data da passem que tenham sido adquiridas com liquidação de imposto, verificando‑se assim, inevitavelmente, uma tributação em cascata, que contribui para que o Estado beneficie de um montante de imposto superior àquele que arrecadaria se funciona‑se, em toda a plenitude, o mecanismo da dedução.

QUADRO 16 – Passagem do REI para o RN (por opção)

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6 – Período mínimo de permanência no novo regime

Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção (cfr. art.º 55.º, n.º 3).

Se findo tal prazo, desejar voltar ao Regime Especial de Isenção, deve apresentar a respetiva declaração de alterações, onde indicarão no campo 2 do Quadro 13 a sua intenção, declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. art.º 53.º, n.º 4).

7 – Modificação essencial das condições de exercício da atividade

No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencham todos os requisitos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, podem os sujeitos passivos, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente (o da área do respetivo domicílio fiscal – cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA), a sua passagem ao Regime Especial de Isenção, a qual produz efeitos, caso o pedido seja deferido, a partir da data que for mencionada na notificação que, para o efeito, lhe seja efetuada nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. art.º 55.º, n.º 5 e art.º 82.º).

8 – Recurso hierárquico

Caso o pedido, apresentado nos termos do n.º 5 do artigo 55.º do CIVA, seja indeferido, pode o sujeito passivo recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º do CIVA).

Tal recurso, que não tem efeitos suspensivos, deve ser interposto no prazo máximo de 30 dias, a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, e dirigido ao Diretor‑Geral da Administração Tributária e Aduaneira, a quem compete a decisão.

Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

QUADRO 16 – Passagem do REI para o RN (por opção)

143

9 – Vantagens e inconvenientes do enquadramento no Regime Especial de Isenção

O Regime Especial de Isenção, pela sua própria natureza, terá vantagens e inconvenientes para os sujeitos passivos.

No caso das vantagens, elas são tão reduzidas e insignificantes que, na economia do imposto, são legalmente assumidas pelo sistema face à própria dimensão que as mesmas assumem no contexto dos restantes contribuintes (o volume de negócios é suficientemente reduzido para que se possa falar em vantagens apreciáveis).

No caso dos inconvenientes, é ressalvada, através do artigo 55.º, a possibilidade de renúncia, por parte dos sujeitos passivos, a tal regime de isenção, uma vez que se encontra ali prevista a possibilidade de opção pela aplicação do regime normal.

Um desses inconvenientes é o de não poderem deduzir, nos termos do artigo 19.º, o imposto suportado a montante, o que lhe é vedado enquanto se mantiverem no Regime Especial de Isenção.

Nestes termos, cabe ao sujeito passivo, enquadrado (ou enquadrável) em tal regime, averiguar, a todo o momento, se lhe é vantajoso ou não usufruir da possibilidade legal de se manter no mesmo.

Não o sendo, ou assume tais desvantagens, mantendo‑se no Regime Especial de Isenção em que se encontra enquadrado (ou em que pode ser enquadrável), ou, usando da faculdade que lhe confere o n.º 1 do artigo 55.º do CIVA, solicita a sua passagem ao Regime Normal de tributação.

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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17 – Passagem do

Regime Especial de Isenção

Para o

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (só para os retalhistas que reunam os condicionalismos do artigo 60.º) (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Os sujeitos passivos de IRS, categoria B, enquadrados no regime de isenção a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, se tiverem de passar ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas pelo simples facto do volume de negócios, que deva ser mencionado na declaração anual de rendimentos, ser igual ou superior a 12.500 euros, e o montante das compras não superior a 50.000 euros, produz efeitos a partir de:

– 1 de fevereiro do ano em que está obrigado a entregar a respetiva declaração de alterações (cfr. art.º 58.º, n.º 5),

declaração esta que tem de entregar durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que tenha atingido tal volume de negócios [cfr. art.º 58.º, n.º 2, alínea a)].

Lembramos que quando o último dia do mês de janeiro coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim desse mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte, de acordo com o disposto no artigo 279.º do Código Civil.

b) Tratando‑se de sujeitos passivos de IRS, com rendimentos enquadrados na categoria B, ou a IRC que não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada, e a passagem for devida à simples fixação definitiva de um rendimento tributável, para efeitos de tais impostos (IRS ou IRC), baseado em volume de negócios igual ou superior a 12.500 euros, e o montante das compras não superior a 50.000 euros, produz efeitos a partir do:

– primeiro dia do mês seguinte àquele em que tenha terminado o prazo obrigatório para a entrega da respetiva declaração de alterações (art.º 58.º, n.º 5),

declaração esta que tem de ser entregue no prazo de 15 dias a contar da data em que tal fixação se torne definitiva [cfr. art.º 58.º, n.º 2, alínea b)].

Neste caso, quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

NOTAS:

1 – Artigo 58.º do CIVA

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º.

2 – Quando se deixarem de verificar as condições de aplicação do regime de isenção do artigo 53.º, os sujeitos passivos são obrigados a apresentar a declaração de alterações prevista no artigo 32.º, nos seguintes prazos:

a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que tenha sido atingido um volume de negócios superiores aos limites de isenção previstos no artigo 53.º;

b) No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável em sede de IRS ou IRC baseado em volume de negócios superiores àqueles limites;

c) No prazo de 15 dias a contar do momento em que deixar de verificar qualquer das demais circunstâncias referidas no n.º 1 do artigo 53.º.

3 – Revogado pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12, por se tratar de norma desprovida de atualidade, cujo alcance foi, ao tempo, estabelecer a obrigação de registo para os sujeitos passivos enquadrados no regime de isenção que, com a entrada em vigência do Código, haviam sido dispensados dessa obrigação.

4 – Sempre que a Autoridade Tributária e Aduaneira disponha de indícios seguros para supor que um sujeito passivo isento ultrapassou em determinado ano o limite de isenção, procede à sua notificação para apresentar a declaração a que se refere o artigo 31.º ou artigo 32.º, conforme os casos, no prazo de quinze dias, com base no volume de negócios que considerou realizado.

5 – É devido imposto com referência às operações efetuadas pelos sujeitos passivos a partir do mês seguinte àquele em que se torne obrigatória a entrega das declarações a que se referem os n.os 2 ou 4.

6 – Não obstante o disposto no número anterior, nos casos em que se deixam de verificar as circunstâncias a que se refere a alínea c) do n.º 2, a aplicação do regime normal de tributação produz efeitos a partir desse momento.(artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do Código do IVA, pelo simples facto do volume de negócios ser igual ou superior a 12.500 euros, e o montante das compras não superior a 50.000 euros, o sujeito passivo deve assinalar os campos 13, 14 e 15 do Quadro 09 da declaração de alterações.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º

102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

5 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

Nos casos de passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a Administração Tributária e Aduaneira, usando do poder discricionário que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgar necessárias a fim de evitar que o sujeito passivo em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de compras pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. art.º 64.º, n.º 1, do CIVA).

De tal decisão, mais concretamente no artigo 82.º do Código do IVA, nada se diz que deve ser notificada aos sujeitos passivos, para, querendo, recorrerem hierarquicamente, sabido que, também no artigo 83.º do CIVA, nem em qualquer outro normativo do mesmo diploma, se diz que, nestes casos, é admitido o recurso hierárquico. Em tais circunstâncias os sujeitos passivos ficam, pois, impedidos de reagir contra o poder discricionário que assiste à Administração Tributária.

6 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para efeitos do artigo 60.º do Código do IVA, são condições indispensáveis para a

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

148

inclusão neste Regime Especial que os sujeito passivos reunam, cumulativamente, os seguintes requisitos:

– que sejam pessoas singulares cuja atividade consista na venda a retalho;

– que não possuam nem sejam obrigadas a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que não tenham no ano civil anterior um volume de compras superior a € 50.000 (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (cfr. art.º 60.º, n.º 6);

– que não façam importações, exportações ou atividades com elas conexas ou ainda operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que o valor anual das prestações de serviços não isentas, seja igual ou inferior a 250 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA, ou seja bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

A par da implementação da regra de inversão, os sujeitos passivos, cuja atividade habitual consista na transmissão dos bens e na prestação de serviços mencionados no referido anexo E, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 33/2006, de 28/7, passaram a ser excluídos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do CIVA.

– não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime).

– que não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

7 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se referem os artigos 60.º a 68.º do Código do IVA, não se aplica aos sujeitos passivos que efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. artigo 17.º do citado Regime).

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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A) Para efeitos do presente Regime Especial, entende-se por objetos de arte os seguintes bens:

Quadros, colagens, e peças similares, pinturas e desenhos, inteiramente executados à mão pelo artista, com exclusão dos desenhos de arquitetos, engenheiros e outros desenhos industriais, comerciais, topográficos ou similares, dos artigos manufaturados decorados à mão, das telas pintadas para cenários de teatro, fundos de estúdios ou utilizadores análogos (código NC 9701),

Gravuras, estampas e litografias, ou seja, provas tiradas diretamente a preto ou a cores em número não superior a 200 exemplares, de uma ou várias chapas inteiramente executadas à mão pelo artista, independentemente da técnica ou do material utilizados, excluindo qualquer processo mecânico ou fotomecânico (código NC 9702 00 00);

Tapeçarias (código NC 5805 00 00) e têxteis para guarnições murais (código 6304 00 00) de confeção manual a partir de desenhos originais fornecidos por artistas, desde que não sejam confecionados mais de oito exemplares de cada.

Exemplares únicos de cerâmica, inteiramente executados à mão pelo artista e por ele assinados;

Esmaltes sobre cobre, inteiramente executados à mão, limitados a oito exemplares numerados e assinados pelo artista ou pela oficina de arte, com exclusão de artigos de bijutaria, ourivesaria ou joalharia;

Fotografias realizadas pelo artista, tiradas por ele ou sob o seu controlo, assinadas e numeradas até ao limite de 30 exemplares, independentemente do respetivo formato ou suporte.

B) Entende-se por objetos de coleção os seguintes bens:

Selos de correio, selos fiscais, carimbos postais, envelopes de 1.º dia, blocos postais e análogos, obliterados, ou então não obliterados, mas que não estejam em circulação nem se destinem a ser postos em circulação (código NC 9704 00 00), coleções e espécimes para coleções de zoologia, botânica, mineralogia ou anatomia ou que tenham interesse histórico, arqueológico, paleontológico, etnográfico ou numismático (código NC 9706 00 00).

C) Entende-se por antiguidades os bens, com exclusão dos objetos de arte e dos objetos de coleção, com mais de 100 anos de idade (código NC 9706 00 00).

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA, ao imposto determinado nos termos do n.º 1, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos).

Consequentemente, as deduções possíveis de efetuar por estes sujeitos passivos são as relacionadas com o imposto suportado com:

– a aquisição ou locação de bens de investimento, no qual se compreendem as viaturas não consideradas de turismo;

– 50% com a aquisição de gasóleo, GPL ou gás natural, para utilização em viaturas automóveis não consideradas de turismo afetas ao exercício da atividade;

– o IVA suportado nas rendas pagas pela locação da loja onde o sujeito passivo exerce a sua atividade num Centro Comercial;

– outros bens para uso da própria empresa (água, energia elétrica, gás, o calor, o frio e similares).

Para efeitos da consideração de bens, chama‑se a atenção para o disposto no n.º 2 do artigo 3.º do CIVA, sendo de considerar como tal a energia elétrica, o gás, o calor, o frio e similares.

Não é dedutível o imposto suportado com a aquisição, manutenção e todas as despesas relacionadas com viaturas de turismo, assim como as despesas com a aquisição de serviços, nomeadamente, deslocação, transportes, alimentação, alojamento, telefone, honorários, trabalhos especializados, etc..

Para o efeito, considera‑se viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de 9 lugares, com inclusão do condutor (cfr. n.º 1 do art.º 21.º do CIVA).

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Contrariamente ao que se passa no Regime Normal, em que o imposto é liquidado sobre as vendas e/ou serviços prestados, o imposto devido pelos sujeitos passivos

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

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enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a entregar ao Estado, é calculado, não sobre as vendas realizadas, mas sim com base nas compras, e encontra‑se da seguinte forma:

– 25% do valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a venda sem transformação (cfr. n.º 1 do art.º 60.º do CIVA), acrescido de:

– 25% do imposto suportado com a aquisição de materiais para transformação (cfr. n.º 7 do art.º 60.º do CIVA).

Ao imposto determinado nos termos do n.º 1 do artigo 60.º é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (cfr. n.º 2 do art.º 60.º do CIVA).

10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

Da regra especial da liquidação do IVA por parte dos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante do artigo 60.º do Código respetivo, e de acordo com o seu n.º 9, são excluídas:

– As transmissões de bens do ativo imobiliário, que ficam sujeitas ao regime geral constante do Código do IVA. Significa isto que os retalhistas abrangidos por este regime especial, ao venderem qualquer bem do ativo imobiliário têm de liquidar, nessa venda, o respetivo imposto segundo a regra geral, imposto esse que é adicional ao valor do imposto apurado no regime especial (25% do imposto suportado nas compras).

– As transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E do Código do IVA (ou seja, bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis), quando efetuadas a título ocasional, que ficam sujeitos ao respetivo regime especial de tributação (Lei n.º 33/2006, de 28/7), isto é, a liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regas da inversão do sujeito passivo.

Nestes casos das transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E, as faturas emitidas pelos transmitentes dos bens ou prestadores de serviços devem conter a expressão “IVA autoliquidação” (cfr. n.º 13 do art.º 36.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8).

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

152

11 – Pagamento do imposto apurado

O imposto apurado pelos sujeitos passivos enquadrados do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, incluindo o relativo à venda de bens do ativo imobilizado, deve ser pago, no Serviço de Finanças competente, até ao dia 20 do 2.º mês seguinte a cada trimestre do ano civil, através do documento de cobrança modelo P2, conforme Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro, e Ofício‑Circulado n.º 20.021, de 06/02/2004, da DSC.

Nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no Serviço de Finanças competente, no prazo acima referido, a declaração modelo 1074.[cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 67.º do CIVA]

No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação da declaração a que se refere a alínea b) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.[cfr. n.º 6 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 32‑B/2002, de 30/12]

NOTA:

A contagem dos prazos para o cumprimento da obrigação, quando o seu termo não coincida com dia útil, obedece ao disposto no artigo 279.º do Código Civil. Assim, e à luz desta disposição legal, sempre que o prazo para o cumprimento da obrigação é designado por meses, e o último dia do mês coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, a obrigação tem que ser cumprida até ao fim do mês em causa, não podendo, consequentemente, transferir‑se para o primeiro dia útil do mês seguinte, salvo se, por razões pontuais e casuísticas, a Administração Fiscal assim o permitir. Por sua vez, quando os prazos são designados por dias, ou “até ao dia”, e esse dia coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o último dia para o cumprimento da obrigação transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte.

12 – Livros de escrituração e registos das operações

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos aos bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 – Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados (Mod. 10);

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

153

b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento (Mod. 11).

(artigo 65.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

NOTA:

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º, ou seja, 10 anos.(cfr. artigo 68.º do CIVA)

13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas são obrigados a:

– entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º);

– apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições (compras) efetuadas no ano civil anterior.

(cfr. n.º 1 do artigo 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

As declarações de início, alterações e cessação da atividade, são enviadas por transmissão eletrónica de dados ou apresentadas em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início da atividade, à alteração dos dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado (cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA).

A declaração anual referente às aquisições (compras) deve ser apresentada no serviço de finanças competente. Para o efeito considera‑se serviço de finanças competente o da área fiscal onde o sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio. Contudo, tratando‑se de sujeitos passivos titulares de rendimentos sujeitos a IRS, considera‑se serviço de finanças competente o da área do respetivo domicílio fiscal. (cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

154

14 – Volume de negócios (conceito)

O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo, com exceção:

a) Das operações referidas nos n.os 27 (bancárias e financeiras) e 28 (seguros e resseguros) do artigo 9.º, quando constituam operações acessórias;

b) Das operações referidas nos n.os 29 (locação de bens imóveis) e 30 (operações sujeitas imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis) do artigo 9.º, quando relativamente a elas não se tenha verificado renúncia à isenção e constituam operações acessórias;

c) Das operações sobre bens de investimento corpóreos ou incorpóreos. (cfr. artigo 42.º e n.º 5 do artigo 53.º, ambos do CIVA)

15 – Volume de negócios (conversão do período de referência em volume anual correspondente)

Um sujeito passivo que em 01/09/2013 iniciou a sua atividade como empresário em nome individual (retalhista), que fez constar, da respetiva declaração de início de atividade, um volume de negócios esperado no montante de 2.000 euros, valor este confirmado pelos Serviços da Administração Fiscal que o enquadraram no Regime Especial de Isenção, dado reunir todos os restantes condicionalismos para tal, e que no fim do ano se verifica ter tido, com referência aos 4 meses em causa, um volume de negócios no total de 8.000,00 euros, não tem que entregar, em janeiro de 2014, qualquer declaração de alterações a fim de passar para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, mantendo‑se, consequentemente, no Regime Especial de Isenção em que se encontra, na medida em que, neste caso concreto, não tem aqui aplicação o disposto no n.º 4 do artigo 53.º do Código do IVA, ou seja não há aqui lugar à conversão do volume de negócios anual correspondente.

Tal conversão só se pode fazer quando do seu enquadramento inicial. Assim sendo, nesta situação, o sujeito passivo só teria que passar para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas caso tivesse tido um volume de negócios igual ou superior a 12.500 euros, aplicando‑se então, quanto ao momento em que ficava obrigado à entrega da declaração de alterações, bem como da data em que produzia efeitos a sua passagem ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, o que se deixou dito anteriormente.

QUADRO 17 – Passagem do REI para o REPR

155

16 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, pelo que, por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 29.º, são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – não confere direito a dedução” (cfr. art.º 62.º).

17 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

Tratando‑se da venda de bens do ativo imobilizado, porque, quanto a estes, não se aplica o regime especial, mas sim o regime geral, é obrigatória a emissão de fatura que deve conter os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA, e sem a mensagem referida no artigo 62.º, na medida em que o imposto liquidado nestas condições é dedutível de acordo com a regra geral.

18 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Com o aditamento da alínea e) do n.º 1 do artigo 40.º do CIVA, pela Lei n.º 51/2013, de 24 de julho, passa agora a ser possível a emissão de faturas simplificadas para titular operações em que não ocorre a liquidação do imposto (por exemplo, operações efetuadas nos termos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas previsto no artigo 60.º do CIVA), devendo, nestes casos, a fatura conter o motivo justificativo da não liquidação do imposto.(cfr. ponto 2 do Ofício‑Circulado n.º 30 149, de 26/7, da Área da Gestão Tributária do IVA)

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

156

18 – Passagem do

Regime Especial de Isenção

Para o

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (só para os retalhistas que reunam os condicionalismos do artigo 60.º) (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos (retalhistas) que venham exercendo uma atividade empresarial, e reunindo todos os condicionalismos para ficarem enquadrados no Regime Especial de Isenção, optem pela sua passagem ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a opção produz efeitos a partir do:

– momento em que apresentam a respetiva declaração de alterações onde fazem a opção (cfr. art.º 55.º, n.os 1 e 2).

Como é compreensível, a opção não produz efeitos retroativos, uma vez que sendo a mesma uma manifestação da vontade dos sujeitos passivos só pode ser considerada a partir da data da sua materialização ou seja da apresentação da declaração em que foi exercido o direito de opção.

NOTAS:

1 – Artigo 55.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos susceptíveis de beneficiarem da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis ou, no caso de serem retalhistas, pelo regime especial previsto no artigo 60.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção.

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

157

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime de isenção, com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.(artigo 55.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações onde deve ser mencionada a opção

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por opção), tal opção deve ser assinalada no campo 2 do Quadro 13 da declaração de alterações, ficando o sujeito passivo, que use de tal direito, obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, 5 anos.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei

n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Modificação essencial das condições de exercício da atividade

No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencham todos os requisitos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, podem os sujeitos passivos, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente, a sua passagem ao Regime Especial de Isenção, a qual produz efeitos, caso o pedido seja deferido, a partir da data que for mencionada na notificação que, para o efeito, lhe seja efetuada nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. art.º 55.º, n.º 5, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

158

5 – Recurso hierárquico

Caso o pedido, apresentado nos termos do n.º 5 do artigo 55.º do CIVA, seja indeferido, pode o sujeito passivo recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º do CIVA).

Tal recurso, que não tem efeitos suspensivos, deve ser interposto no prazo máximo de 30 dias, a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, e dirigido ao Director‑Geral da Administração Tributária e Aduaneira, a quem compete a decisão.

Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

6 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para efeitos do artigo 60.º do Código do IVA, são condições indispensáveis para a inclusão neste Regime Especial que os sujeito passivos reunam, cumulativamente, os seguintes requisitos:

– que sejam pessoas singulares cuja atividade consista na venda a retalho;

– que não possuam nem sejam obrigadas a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que não tenham no ano civil anterior um volume de compras superior a € 50.000 (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (cfr. art.º 60.º, n.º 6);

– que não façam importações, exportações ou atividades com elas conexas ou ainda operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que o valor anual das prestações de serviços não isentas, seja igual ou inferior a 250 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA, ou seja bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

A par da implementação da regra de inversão, os sujeitos passivos, cuja atividade habitual consista na transmissão dos bens e na prestação de serviços

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

159

mencionados no referido anexo E, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 33/2006, de 28/7, passaram a ser excluídos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do CIVA.

– não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime).

– que não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

7 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se referem os artigos 60.º a 68.º do Código do IVA, não se aplica aos sujeitos passivos que efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. artigo 17.º do citado Regime).

A) Para efeitos do presente Regime Especial, entende-se por objetos de arte os seguintes bens:

Quadros, colagens, e peças similares, pinturas e desenhos, inteiramente executados à mão pelo artista, com exclusão dos desenhos de arquitetos, engenheiros e outros desenhos industriais, comerciais, topográficos ou similares, dos artigos manufaturados decorados à mão, das telas pintadas para cenários de teatro, fundos de estúdios ou utilizadores análogos (código NC 9701);

Gravuras, estampas e litografias, ou seja, provas tiradas diretamente a preto ou a cores em número não superior a 200 exemplares, de uma ou várias chapas inteiramente executadas à mão pelo artista, independentemente da técnica ou do material utilizados, excluindo qualquer processo mecânico ou fotomecânico (código NC 9702 00 00);

Tapeçarias (código NC 5805 00 00) e têxteis para guarnições murais (código 6304 00 00) de confeção manual a partir de desenhos originais fornecidos por artistas, desde que não sejam confecionados mais de oito exemplares de cada;

Exemplares únicos de cerâmica, inteiramente executados à mão pelo artista e por ele assinados;

Esmaltes sobre cobre, inteiramente executados à mão, limitados a oito

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

160

exemplares numerados e assinados pelo artista ou pela oficina de arte, com exclusão de artigos de bijutaria, ourivesaria ou joalharia;

Fotografias realizadas pelo artista, tiradas por ele ou sob o seu controlo, assinadas e numeradas até ao limite de 30 exemplaras, independentemente do respetivo formato ou suporte.

B) Entende-se por objetos de coleção os seguintes bens:

Selos de correio, selos fiscais, carimbos postais, envelopes de 1.º dia, blocos postais e análogos, obliterados, ou então não obliterados, mas que não estejam em circulação nem se destinem a ser postos em circulação (código NC 9704 00 00), coleções e espécimes para coleções de zoologia, botânica, mineralogia ou anatomia ou que tenham interesse histórico, arqueológico, paleontológico, etnográfico ou numismático (código NC 9706 00 00).

C) Entende-se por antiguidades os bens, com exclusão dos objetos de arte e dos objetos de coleção, com mais de 100 anos de idade (código NC 9706 00 00).

8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA, ao imposto determinado nos termos do n.º 1, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos).

Consequentemente, as deduções possíveis de efetuar por estes sujeitos passivos são as relacionadas com o imposto suportado com:

– a aquisição ou locação de bens de investimento, no qual se compreendem as viaturas não consideradas de turismo;

– 50% com a aquisição de gasóleo, GPL ou gás natural, para utilização em viaturas automóveis não consideradas de turismo afetas ao exercício da atividade;

– o IVA suportado nas rendas pagas pela locação da loja onde o sujeito passivo exerce a sua atividade num Centro Comercial;

– outros bens para uso da própria empresa (água, energia elétrica, gás, o calor, o frio e similares).

Para efeitos da consideração de bens, chama‑se a atenção para o disposto no n.º 2 do artigo 3.º do CIVA, sendo de considerar como tal a energia elétrica, o gás, o calor, o frio e similares.

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

161

Não é dedutível o imposto suportado com a aquisição, manutenção e todas as despesas relacionadas com viaturas de turismo, assim como as despesas com a aquisição de serviços, nomeadamente, deslocação, transportes, alimentação, alojamento, telefone, honorários, trabalhos especializados, etc..

Para o efeito, considera‑se viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de 9 lugares, com inclusão do condutor (cfr. n.º 1 do art.º 21.º do CIVA).

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Contrariamente ao que se passa no Regime Normal, em que o imposto é liquidado sobre as vendas e/ou serviços prestados, o imposto devido pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a entregar ao Estado, é calculado, não sobre as vendas realizadas, mas sim com base nas compras, e encontra‑se da seguinte forma:

– 25% do valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a venda sem transformação (cfr. n.º 1 do art.º 60.º do CIVA), acrescido de:

– 25% do imposto suportado com a aquisição de materiais para transformação (cfr. n.º 7 do art.º 60.º do CIVA).

Ao imposto determinado nos termos do n.º 1 do artigo 60.º é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (cfr. n.º 2 do art.º 60.º do CIVA).

10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

Da regra especial da liquidação do IVA por parte dos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante do artigo 60.º do Código respetivo, e de acordo com o seu n.º 9, são excluídas:

– As transmissões de bens do ativo imobiliário, que ficam sujeitas ao regime geral conste do Código do IVA. Significa isto que os retalhistas abrangidos por este regime especial, ao venderem qualquer bem do ativo imobiliário têm de liquidar, nessa venda, o respetivo imposto segundo a regra geral, imposto esse que é

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

162

adicional ao valor do imposto apurado no regime especial (25% do imposto suportado nas compras).

– As transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E do Código do IVA (ou seja, bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis), quando efetuadas a título ocasional, que ficam sujeitos ao respetivo regime especial de tributação (Lei n.º 33/2006, de 28/7), isto é, a liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regas da inversão do sujeito passivo.

Nestes casos das transmissões de bens e as prestações de serviços menciona‑dos no Anexo E, as faturas emitidas pelos transmitentes dos bens ou prestadores de serviços devem conter a expressão “IVA autoliquidação” (cfr. n.º 13 do art.º 36.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8).

11 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Em casos normais, o imposto apurado pelos sujeitos passivos enquadrados do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, incluindo o relativo à venda de bens do ativo imobilizado, deve ser pago, no Serviço de Finanças competente, até ao dia 20 do 2.º mês seguinte a cada trimestre do ano civil, através do documento de cobrança modelo P2, conforme Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro, e Ofício‑Circulado n.º 20.021, de 06/02/2004, da DSC.

Nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no Serviço de Finanças competente, no prazo acima referido, a declaração modelo 1074.[cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 67.º do CIVA]

No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação da declaração a que se refere a alínea b) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.[cfr. n.º 6 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 32‑B/2002, de 30/12]

A contagem dos prazos para o cumprimento da obrigação, quando o seu termo não coincida com dia útil, obedece ao disposto no artigo 279.º do Código Civil. Assim, e à luz desta disposição legal, sempre que o prazo para o cumprimento da obrigação é designado por meses, e o último dia do mês coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, a obrigação tem que ser cumprida até ao fim do mês em causa, não podendo, consequentemente, transferir‑se para o primeiro dia útil do mês seguinte, salvo se, por razões pontuais e casuísticas, a Administração Fiscal assim o permitir. Por sua vez, quando os prazos são designados por dias, ou “até ao dia”, e esse dia coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o último dia para o cumprimento da obrigação transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte.

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

163

NOTA:

1 – O chefe do serviço de finanças competente procede à liquidação oficiosa do imposto quando o sujeito passivo não cumpra as obrigações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 67.º.

2 – A liquidação referida no número anterior tem como base os elementos recolhidos em visita de fiscalização ou outros ao dispor dos serviços.(artigo 89.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6, e pela Lei

n.º 3‑B/2010, de 28/4)

12 – Livros de escrituração e registos das operações

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos aos bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 – Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados (Mod. 10);

b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento (Mod. 11).

(artigo 65.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

NOTA:

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º, ou seja, 10 anos.(cfr. artigo 68.º do CIVA)

13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas são obrigados a:

– entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º);

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

164

– apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições (compras) efetuadas no ano civil anterior.

(cfr. n.º 1 do artigo 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

As declarações de início, alterações e cessação da atividade, são enviadas por transmissão eletrónica de dados ou apresentadas em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início da atividade, à alteração dos dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado (cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA).

A declaração anual referente às aquisições (compras) deve ser apresentada no serviço de finanças competente. Para o efeito considera‑se serviço de finanças competente o da área fiscal onde o sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio. Contudo, tratando‑se de sujeitos passivos titulares de rendimentos sujeitos a IRS, considera‑se serviço de finanças competente o da área do respetivo domicílio fiscal. (cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

14 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, pelo que, por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 29.º, são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – não confere direito a dedução” (cfr. art.º 62.º).

15 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

Tratando‑se da venda de bens do ativo imobilizado, porque, quanto a estes, não

QUADRO 18 – Passagem do REI para o REPR (por opção)

165

se aplica o regime especial, mas sim o regime geral, é obrigatória a emissão de fatura que deve conter os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA, e sem a mensagem referida no artigo 62.º, na medida em que o imposto liquidado nestas condições é dedutível de acordo com a regra geral.

16 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Com o aditamento da alínea e) do n.º 1 do artigo 40.º do CIVA, pela Lei n.º 51/2013, de 24 de julho, passa agora a ser possível a emissão de faturas simplificadas para titular operações em que não ocorre a liquidação do imposto (por exemplo, operações efetuadas nos termos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas previsto no artigo 60.º do CIVA), devendo, nestes casos, a fatura conter o motivo justificativo da não liquidação do imposto.(cfr. ponto 2 do Ofício‑Circulado n.º 30 149, de 26/7, da Área da Gestão Tributária do IVA)

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

166

19 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para o

Regime Normal (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Se a passagem for devida à simples alteração do volume de compras, que deva ser mencionado na declaração anual de rendimentos para efeitos de IRS, e desde que este seja de valor superior a 50 000 euros, produz efeitos a partir de:

– 1 de fevereiro do ano em que é obrigado a apresentar a declaração de alterações, se passar para o Regime Normal com periodicidade mensal (n.º 4 do art.º 67.º do CIVA e n.º 3 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SIVA),

ou

– 1 de abril do ano em que é obrigado a apresentar a declaração de alterações, se passar para o Regime Normal com periodicidade trimestral (n.º 4 do art.º 67.º do CIVA e n.º 3 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SIVA),

declaração esta que, em ambos os casos referidos anteriormente, deve ser apresentada durante o mês de janeiro do ano civil seguinte àquele a que respeita tal volume de compras (cfr. art.º 67.º, n.º 2).

b) Se a passagem for devida à fixação definitiva do rendimento tributável em IRS, baseado em volume de compras superior ao limite estabelecido no n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA (50.000 euros), o novo regime produz efeitos a partir do:

– primeiro dia do mês seguinte àquele em que tenha terminado o prazo obrigatório para a entrega da declaração de alterações, se passar para o Regime Normal com periodicidade mensal (cfr. art.º 67.º, n.os 3 e 4),

ou

– primeiro dia do trimestre seguinte àquele em que tenha terminado o prazo obrigatório para a entrega da declaração de alterações, se passar para o Regime Normal com periodicidade trimestral (cfr. art.º 67.º, n.os 3 e 4),

declaração esta que, em ambos os casos referidos anteriormente, deverá ser apresentada no prazo de 15 dias a contar da data em que tal fixação se torne definitiva (cfr. art.º 67.º, n.º 3).

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

167

c) Se a passagem for devida ao facto de passar a efetuar as operações referidas no n.º 8 do artigo 60º do Código do IVA, isto é:

– operações de importação, exportação ou atividades com elas conexas,

– operações intracomunitárias (transmissões ou aquisições) referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA, ou

– prestações de serviços não isentas de valor anual superior a 250 euros, ou ainda

– passe a dispor, ou esteja obrigado a dispor, de contabilidade organizada, produz efeitos a partir do:

– momento em que se verifique qualquer uma das situações referidas (cfr. art.º 67.º, n.º 5).

devendo, neste caso, os sujeitos passivos proceder à entrega, no prazo de 15 dias, a contar do momento em que se verifique qualquer uma daquelas situações, a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA (cfr. art.º 67.º, n.º 5).

d) Se a passagem for devida à mudança da atividade (v.g. era retalhista e passou a ser grossista, produtor ou prestador de serviços; não comercializava bens

em segunda mão, objetos de arte, de coleção e antiguidades, abrangidos pelo Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18/10, e passou a comercializar):

– momento em que se verificar a alteração que provocar o novo enquadramento (n.º 5 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SIVA),

ficando, neste caso, obrigado a entregar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA no prazo de 15 dias a contar de tal alteração.

e) Se a passagem for devida ao facto das compras dos bens destinados a venda depois de transformados, ultrapassar a percentagem (10% do total das compras) permitida no n.º 6 do artigo 60.º do Código do IVA, produz efeitos a partir do:

– momento em que se verificar a alteração que provocar o novo enquadramento (n.º 5 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SIVA),

ficando, neste caso, obrigado a entregar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA no prazo de 15 dias a contar de tal alteração.

NOTAS:

1 – Artigo 67.º do CIVA

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a:

a) Declarar o início, a alteração e a cessação da sua atividade nos termos dos artigos 31.º, 32.º e 33.º;

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

168

b) Pagar nos locais de cobrança legalmente autorizados, por meio de guia de

modelo aprovado, e até ao dia 20 do 2.º mês seguinte a cada trimestre do ano

civil, o imposto que se mostre devido; nos casos em que não haja imposto a

pagar, deve ser apresentada, no serviço de finanças competente e no mesmo

prazo, declaração adequada;

c) Apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições

efetuadas no ano civil anterior.

2 – No caso de alteração dos volumes de compras que obrigue o sujeito passivo

à aplicação do regime normal do imposto, a declaração de alterações a que se

refere o artigo 32.º deve ser apresentada durante o mês de janeiro do ano civil

seguinte àquele a que respeitam tais volumes de compras.

3 – Sempre que tenha sido fixado definitivamente um rendimento tributável em IRS

baseado em volumes de compras superiores aos limites estabelecidos no artigo

60.º, o sujeito passivo deve apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º

no prazo de 15 dias a contar daquela fixação.

4 – A aplicação do regime normal produz efeitos a partir do período do imposto

seguinte àquele em que se torna obrigatória a entrega da declaração de alterações

a que se referem os números anteriores.

5 – Sempre que o sujeito passivo passe a efetuar operações referidas no n.º 8

do artigo 60.º, ou passe a dispor, ou esteja obrigado a dispor, de contabilidade organizada para efeitos de IRS, deve proceder à entrega da declaração a que se

refere o artigo 32.º, no prazo de 15 dias, ficando enquadrado no regime normal

de tributação a partir do momento em que se verifique qualquer uma daquelas

situações.

6 – No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação

das declarações a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1 devem ser efetuados

no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.

7 – No caso de passagem do regime especial de tributação prevista no artigo 60.º para o regime normal, a declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 deve

ser apresentada no prazo previsto na alínea b) do mesmo número e reporta‑se

à parte do período anual em que o sujeito passivo esteve enquadrado no regime

especial dos pequenos retalhistas.(artigo 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

169

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal devida à simples alteração do volume de compras, o sujeito passivo deve assinalar os campos 10, 11, 13, 14 e 15 do Quadro 09 da declaração de alteração, bem como o campo 1 do Quadro 11 (neste caso se realizar apenas transmissões de bens e/ou prestações de serviços isentas que conferem direito à dedução).

Se a passagem for devida a outras alterações, v.g., o sujeito passivo passou a fazer:

– importações, exportações ou atividades com elas conexas; ou

– operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA; ou

– prestações de serviços não isentas de valor anual superior a € 250,

– passou a possuir contabilidade organizada; ou

– a exercer a atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados no anexo E; ou por

– mudança da atividade (v.g. era retalhista e passou a ser grossista, produtor ou prestador de serviços; não comercializava bens em segunda mão, objetos de arte, de coleção e antiguidades, abrangidos pelo Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18/10, e passou a comercializar),

deixando assim de reunir todos os condicionalismos previstos no artigo 60.º do Código do IVA, poderá ter que assinalar, para além dos campos 10, 11, 13, 14 e 15 do Quadro 09, e o campo 1 do Quadro 11, ainda os campos 1 e 2 do Quadro 08, os campos 2 e/ou 4 e 6 e/ou 8 do Quadro 09, assim como, caso passe a usar contabilidade organizada, os respetivos campos do Quadro 16, e a quadrícula Sim |_| do Quadro 26 quando passe a exercer alguma atividade constante do anexo E.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

170

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhe‑cimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

171

5 – Contabilidade organizada

Desde sempre que, face ao disposto no n.º 1 do artigo 60.º do CIVA, uma das condições de enquadramento no regime especial dos pequenos retalhistas aí previsto é a circunstância de estes não disporem, ou não serem obrigados a dispor, de contabilidade organizada.

Dado que no artigo 67.º do Código do IVA não se encontrava expressamente definido o momento em que, deixado de verificar aquele condicionalismo, se mostraria necessária a apresentação da correspondente declaração de alterações, bem como em que ocorreria a passagem para o regime normal de tributação, foi, pela Lei n.º 109‑B/2001, de 27/12, alterada a redação do n.º 5 daquele preceito.

Assim, nesses casos, fica agora expressamente referido que a passagem para o regime normal de tributação ocorre no momento em que o sujeito passivo passe a dispor, ou passe a estar obrigado a dispor, de contabilidade organizada, sendo obrigado a liquidar o IVA segundo as regras do regime normal de tributação a partir dessa data, sem prejuízo do prazo de 15 dias para a apresentação da declaração de alterações respetiva.

6 – Efeitos da expressão «período de imposto»

Esclarece‑se que a expressão «período de imposto» (constante do n.º 4 do art.º 67.º do Código do IVA) se deve entender face ao novo regime mensal para que, o até então pequeno retalhista, se transfere. Por esse facto, se um sujeito passivo passa do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, com periodicidade mensal, e a declaração (de alterações), por exemplo, deveria ter sido entregue em janeiro, o novo regime mensal aplica‑se a partir de 1 de fevereiro; mas se um sujeito passivo passa do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, com periodicidade trimestral, e a declaração (de alterações) deveria ser entregue em janeiro, o novo regime normal trimestral aplica‑se a partir de 1 de abril seguinte.

No caso da passagem ao Regime Normal (mensal ou trimestral) se dever ao facto de ter passado a fazer importações, exportações ou mudança de atividade principal, a produção dos efeitos no novo regime normal verifica‑se à data da alteração que provoca o novo enquadramento.(cfr. n.os 3 e 5 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SAIVA)

7 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

Nos casos de passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, a Autoridade Tributária e Aduaneira, usando do poder discricionário

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

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que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgue necessárias a fim de evitar que o retalhista em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de compras pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. art.º 64.º, n.º 1, do CIVA).

No Código do IVA, mais concretamente no artigo 82.º, nada se diz que tal decisão deve ser notificada aos sujeitos passivos, para, querendo, recorrerem hierarquicamente, nos termos do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário.

Também no artigo 83.º do CIVA, assim como em qualquer outro normativo do mesmo diploma, não se diz que, nestes casos, é admitido o recurso hierárquico (contrariamente ao que se passa quando da passagem do regime de isenção a um regime de tributação, ou inversamente – n.º 1 do art.º 56.º). Em tais circunstâncias os sujeitos passivos ficam, pois, impedidos de reagir contra o poder discricionário que assiste à Administração Tributária.

8 – Mercadorias existentes à data da passagem

Quanto às mercadorias existentes em tais circunstâncias, e tal como se encontra esclarecido nos n.os 7 a 19 do Ofício‑Circulado n.º 69 373, de 04/08/1987, do SIVA, permite‑se que:

a) Os sujeitos passivos apresentem um requerimento, devidamente fundamentado e dirigido ao Chefe do Serviço de Finanças competente, acompanhado de um inventário identificativo (v.g. referências, modelos, marcas, números de fabrico, etc.) das mercadorias existentes naquela data, bem como o montante do imposto suportado na aquisição e ainda da parte que lhe cabe na liquidação dos 25% referidos no n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA.

b) Após apreciação de tal requerimento, o Chefe do Serviço de Finanças proporá o montante do imposto a deduzir, que será posteriormente objeto de despacho por parte do Diretor de Finanças respetivo.

c) Do valor definitivamente fixado, será dado conhecimento ao contribuinte para que este possa proceder à sua dedução, por inscrição no campo 40 (Regularizações mensais/trimestrais) do Quadro 06 de qualquer das 12 declarações periódicas posteriores.

d) O requerimento anteriormente referido deverá ser entregue, impreterivelmente, até ao fim do 1.º período em que o sujeito passivo é obrigado a liquidar imposto segundo o Regime Normal.

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

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e) Estas disposições não se aplicam aos contribuintes que passem ao Regime Normal por opção.

9 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

1 – Se, por motivo de alteração da atividade ou por imposição legal, os sujeitos passivos passarem a praticar operações sujeitas que conferem direito à dedução, poderão ainda deduzir o imposto relativo aos bens do ativo imobilizado, do seguinte modo:

a) Quando se trate de bens não imóveis adquiridos no ano da alteração do regime de tributação e nos quatro anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de cinco anos a partir do ano em que iniciou a utilização dos bens;

b) No caso de bens imóveis adquiridos ou concluídos no ano da alteração do regime de tributação e nos 19 anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de 20 anos a partir do ano da ocupação dos bens;

c) A dedução pode ser efetuada no período de imposto em que se verificar a alteração.

2 – A dedução prevista no número anterior não é aplicável aos bens do ativo imobilizado abrangidos pelo n.º 7 do artigo 24.º (ou seja, aos bens do ativo imobilizado de valor unitário inferior a € 2500, bem como aos bens que, nos termos do Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de janeiro, tenham um período de vida útil inferior a cinco anos).

3 – O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável aos sujeitos passivos que, utilizando o método de afetação real, afetem um bem do setor isento a um setor tributado, podendo a dedução ser efetuada no período em que ocorre essa afetação.

4 – A regularização prevista na alínea b) do n.º 1 é também aplicável quando, após uma locação isenta abrangida pela alínea c) do n.º 6 do artigo 24.º, o imóvel seja objeto de utilização pelo sujeito passivo exclusivamente no âmbito de operações que conferem direito à dedução.

5 – A dedução a que se refere o presente artigo não é aplicável aos sujeitos passivos que, à data da alteração, se encontrem no regime especial de isenção do artigo 53.º.(artigo 25.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

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NOTA:

A alínea b) do n.º 2 do artigo 25.º do CIVA tem uma nova redação dada pelo Decreto‑Lei n.º 31/2001, de 8 de fevereiro (onde agora se diz «19 anos» eram 9 anos, e onde agora se diz «20 anos» eram 10 anos). Esta nova redação é aplicável apenas aos bens imóveis cuja aquisição ou conclusão das obras tenha ocorrido a partir da data da entrada em vigor daquele diploma (13/01/2001), mantendo‑se a aplicação do regime anterior relativamente às situações ocorridas até àquela data (cfr. n.º 1 do art.º 6.º do Dec. Lei n.º 31/2001).

10 – Operações intracomunitárias

Uma das condições impostas para que se possa beneficiar do enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas é a não realização de operações intracomunitárias (aquisições e/ou transmissões) referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do Código do IVA.

Assim, caso os sujeitos passivos, enquadrados em tal regime, passem a realizar operações deste género, tal como consta claramente do n.º 8 do artigo 60.º do CIVA, terão, por imposição legal, de deixar o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas em que se encontram para passar ao Regime Normal.

11 – Passagem compulsiva dos sujeitos passivos enquadrados no REPR para o RN

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas pode, eventualmente, provocar sérias distorções de concorrência ou vantagens injustificadas para os contribuintes nele integrados.

Quanto tal se verifique, e mesmo que os sujeitos passivos reunam todos os condicionalismos previstos no artigo 60.º do Código do IVA, para além das medidas previstas no artigo 64.º do mesmo diploma, a Administração Tributária dispõe ainda de uma outra norma discricionária que lhe permite obrigar os sujeitos passivos a transitarem compulsivamente para o Regime Normal.

Tal norma consta do artigo 66.º do CIVA, onde se diz que “Nos casos em que haja fundados motivos para supor que o regime especial de tributação previsto no artigo 60.º concede ao retalhista vantagens injustificadas ou provoca sérias distorções de concorrência, a administração fiscal pode, em qualquer altura, obrigá‑lo ao regime normal de tributação.”

Se tal acontecer, os sujeitos passivos serão notificados para o efeito, passando ao Regime Normal a partir da data em que para tal conste da notificação.

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

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12 – Transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao Código do IVA

Outra condição imposta para que se possa beneficiar do enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas é a não realização de transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao Código do IVA [bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis a que se refere a alínea i) do n.º 1 do artigo 2.º], ou seja:

a) Transmissões de resíduos ferrosos e não ferrosos, sucata e materiais usados, nomeadamente de produtos semiacabados resultantes do processamento, manufatura ou fusão de metais ferrosos e não ferrosos e suas ligas;

b) Transmissões de produtos ferrosos e não ferrosos semitransformados e prestações de certos serviços de transformação associados;

c) Transmissões de resíduos e outros materiais recicláveis constituídos por metais ferrosos e não ferrosos, suas ligas, escórias, cinzas, escamas e resíduos industriais que contenham metais ou as suas ligas, bem como prestações de serviços que consistam na triagem, corte, fragmentação ou prensagem desses produtos;

d) Transmissões, assim como prestações de certos serviços de transformação conexos, de resíduos ferrosos e não ferrosos, bem como de aparas, sucata, resíduos e materiais usados e recicláveis que consistam em pó de vidro, vidro, papel, cartão, trapos, ossos, couro, couro artificial, pergaminho, peles em bruto, tendões e nervos, cordéis, cordas, cabos, borracha e plástico;

e) Transmissões dos materiais referidos no presente anexo após transformação sob a forma de limpeza, polimento, triagem, corte, fragmentação, prensagem ou fundição em lingotes;

f) Transformações de sucata e resíduos resultantes da transformação de materiais de base.

Consequentemente, caso os sujeitos passivos, enquadrados em tal regime, passem a realizar operações deste género, tal como consta do n.º 8 do artigo 60.º do CIVA, terão, por imposição legal, de deixar o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas em que se encontram para passar ao Regime Normal. A liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regras da inversão do sujeito passivo.

13 – Transmissões de bens em segunda mão, objetos de arte, coleção ou de antiguidades

Também não podem beneficiar do enquadramento no Regime Especial dos

QUADRO 19 – Passagem do REPR para o RN (por imposição legal)

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Pequenos Retalhistas os sujeitos passivos que efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime).

Assim sendo, caso os sujeitos passivos, enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, passem a realizar operações deste género, terão, por imposição legal, de deixar o REPR em que se encontram para passar ao Regime Normal.

14 – Venda de tabaco

No volume de negócios a considerar, não deve ser tomado em consideração o volume da venda de tabaco efetuada pelos revendedores, tal como prevê o n.º 3 do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 346/85, de 23 de agosto.

A este respeito lembramos que, em sede do imposto especial sobre o consumo de tabacos, o IVA é devido pelo produtor, importador ou adquirente intracomunitário. Consequentemente, os revendedores de tabaco não são sujeitos passivos de imposto, ficando apenas obrigados a registar separadamente, as suas vendas na hipótese de transacionarem também bens de outra natureza. Se operarem apenas os referidos bens não têm qualquer obrigação em sede de IVA.

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

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20 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para o

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução) (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que, por reunirem todos os condicionalismos previstos no artigo

60.º do Código do IVA, se encontrem registados em IVA e enquadrados no Regime

Especial dos Pequenos Retalhistas e passem, em qualquer altura do ano, a exercer

uma atividade mista, isto é, passem a praticar, simultaneamente, operações tributáveis

(transmissões e ou prestações de serviços) e operações isentas que não conferem

direito à dedução (v.g. passem a receber comissões pela venda de selos do correio

em circulação ou de valores selados, e ou comissões pela venda de lotaria da Santa

Casa da Misericórdia, das apostas mútuas, dos sorteios e das lotarias instantâneas

devidamente autorizadas, operações estas que, como se sabe, estão isentas de IVA

ao abrigo do disposto nos números, respetivamente, 24 e 31 do artigo 9.º do Código

respetivo), a sua passagem ao Regime Normal produz efeitos a partir do:

– momento em que se verificar a alteração que provocar o novo enquadramento

(n.º 5 do Ofício‑Circulado n.º 7904, de 04/02/1987, do SIVA),

ficando, neste caso, obrigado a entregar, no Serviço de Finanças competente, a

declaração de alterações no prazo de 15 dias a contar de tal alteração (cfr. art.º

32.º do CIVA).

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes

da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a

respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças

ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma.

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

178

3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no

n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na

conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de

pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.

(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime

Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal com atividades mistas,

o sujeito passivo terá que assinalar, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro

11 da declaração de alterações, bem como, na hipótese de se pretender efetuar

a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante

imputação a cada setor de atividade segundo o método da afetação real total, deve‑se assinalar ainda os campos 3 e 5.

Caso se pretenda efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens

e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade e, relativamente aos

inputs de bens ou serviços utilizados indistintamente no setor tributado e no setor

isento, com recurso a uma percentagem de dedução ou pro rata – afetação real parcial ‑, além de se assinalarem, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro

11 da declaração de alterações, devem também ser assinalados os campos 3 e 6,

indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

Pretendendo‑se, para efeitos da dedução do imposto suportado em todos os bens

e serviços, utilizar o método da percentagem de dedução (pro rata), determinada

nos termos do n.º 4 do artigo 23.º do Código do IVA, além de se assinalarem,

simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações,

deve também ser assinalado o campo 4, indicando a percentagem de dedução

estimada no campo 7.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via

Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente

autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os

elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo

estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo

declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

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4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

180

5 – Mercadorias existentes à data da passagem

Quanto às mercadorias existentes em tais circunstâncias, e tal como se encontra esclarecido nos n.os 7 a 19 do Ofício‑Circulado n.º 69 373, de 04/08/1987, do SIVA, permite‑se que:

a) Os sujeitos passivos apresentem um requerimento, devidamente fundamentado e dirigido ao Chefe do Serviço de Finanças competente, acompanhado de um inventário identificativo (v.g. referências, modelos, marcas, números de fabrico, etc.) das mercadorias existentes naquela data, bem como o montante do imposto suportado na aquisição e ainda da parte que lhe cabe na liquidação dos 25% referidos no n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA.

b) Após apreciação de tal requerimento, o Chefe do Serviço de Finanças proporá o montante do imposto a deduzir, que será posteriormente objeto de despacho por parte do Diretor de Finanças respetivo.

c) Do valor definitivamente fixado, será dado conhecimento ao contribuinte para que este possa proceder à sua dedução, por inscrição no campo 40 (Regularizações mensais/trimestrais) do Quadro 06 de qualquer das 12 declarações periódicas posteriores.

d) O requerimento anteriormente referido deverá ser entregue, impreterivelmente, até ao fim do 1.º período em que o sujeito passivo é obrigado a liquidar imposto segundo o Regime Normal.

e) Estas disposições não se aplicam aos contribuintes que passem ao Regime Normal por opção.

Contudo, para efeitos da dedução, total ou parcial, do montante do imposto entretanto apurado, entendemos que o sujeito passivo terá que ter em conta o que assinalou nos campos do Quadro 11 da declaração de alterações:

– 3 e 5 (dedução segundo o método da afetação real de todos os bens e serviços);

– 3, 6 e 7 (dedução segundo o método da afetação real de parte dos bens e serviços);

– 4 e 7 (dedução segundo o método da percentagem de dedução – pro rata).

6 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

1 – Se, por motivo de alteração da atividade ou por imposição legal, os sujeitos passivos passarem a praticar operações sujeitas que conferem direito à dedução,

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

181

poderão ainda deduzir o imposto relativo aos bens do ativo imobilizado, do seguinte modo:

a) Quando se trate de bens não imóveis adquiridos no ano da alteração do regime de tributação e nos quatro anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de cinco anos a partir do ano em que iniciou a utilização dos bens;

b) No caso de bens imóveis adquiridos ou concluídos no ano da alteração do regime de tributação e nos 19 anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de 20 anos a partir do ano da ocupação dos bens;

c) A dedução pode ser efetuada no período de imposto em que se verificar a alteração.

2 – A dedução prevista no número anterior não é aplicável aos bens do ativo imobilizado abrangidos pelo n.º 7 do artigo 24.º (ou seja, aos bens do ativo imobilizado de valor unitário inferior a € 2500, bem como aos bens que, nos termos do Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de janeiro, tenham um período de vida útil inferior a cinco anos).

3 – O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável aos sujeitos passivos que, utilizando o método de afetação real, afetem um bem do setor isento a um setor tributado, podendo a dedução ser efetuada no período em que ocorre essa afetação.

4 – A regularização prevista na alínea b) do n.º 1 é também aplicável quando, após uma locação isenta abrangida pela alínea c) do n.º 6 do artigo 24.º, o imóvel seja objeto de utilização pelo sujeito passivo exclusivamente no âmbito de operações que conferem direito à dedução.

5 – A dedução a que se refere o presente artigo não é aplicável aos sujeitos passivos que, à data da alteração, se encontrem no regime especial de isenção do artigo 53.º.(artigo 25.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

Também aqui entendemos que, para efeitos da dedução, total ou parcial, o sujeito passivo terá que ter em conta o que assinalou nos campos do Quadro 11 da declaração de alterações:

– 3 e 5 (dedução segundo o método da afetação real de todos os bens e serviços);

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

182

– 3, 6 e 7 (dedução segundo o método da afetação real de parte dos bens e serviços);

– 4 e 7 (dedução segundo o método da percentagem de dedução – pro rata).

7 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

Sujeitos passivos mistos são aqueles que, no âmbito da sua atividade económica, realizam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito.

Para estes sujeitos passivos o direito à dedução é incompleto, pois apenas podem deduzir o imposto suportado para a realização das operações que lhe conferem esse direito (as tributadas e as isentas com direito à dedução).

Assim sendo, o imposto suportado na aquisição de bens e serviços que sejam utilizados na realização de ambos os tipos de operações, a dedução é efetuada do seguinte modo:

– afetação real – para as operações fora do conceito de atividade económica;

– percentagem de dedução (pro rata) – para as operações decorrentes do exercício de uma atividade económica, parte da qual não confere direito à dedução.

(cfr. n.os 1 e 2 do artigo 23.º do CIVA)

8 – Conceito de atividade económica

Considera‑se atividade económica “qualquer atividade de produção, comercialização ou de prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões liberais ou equiparadas. É em especial considerada económica a exploração de um bem corpóreo com o fim de auferir receitas com caráter de permanência”.

Estão fora deste conceito:

– os dividendos de participações;

– as mais‑valias de vendas de ações e de outros títulos negociáveis;

– os juros de obrigações;

– os rendimentos de aplicações em fundos de investimento;

– os juros pela concessão ocasional de créditos pelas holding com recurso aos dividendos distribuídos pelas participadas;

– as entradas para o capital de uma sociedade civil;

– a emissão de ações representativas do capital de uma sociedade comercial. (cfr. Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008, do Gabinete do Subdiretor‑Geral – Área de

Gestão Tributária – IVA)

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

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9 – Métodos a adotar, para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

Quando o sujeito passivo, exerça uma atividade mista, isto é, quando pratique operações que conferem o direito à dedução, simultaneamente com operações que não conferem esse direito, o imposto suportado nas aquisições é, como se sabe, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, dedutível apenas na percentagem (pro rata) correspondente ao montante anual de operações que dêem lugar a dedução.

Contudo, de acordo com o estabelecido no n.º 2 do citado artigo 23.º, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo a afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, sem prejuízo de a Administração Tributária lhe vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificarem distorções significativas na tributação.

Na maioria dos casos, o uso de qualquer um destes métodos, depende de simples opção dos sujeitos passivos que, para o efeito, deverá ser declarado quando do preenchimento da declaração de início de atividade ou da declaração de alterações, conforme os casos, nos respetivos campos do Quadro 11.

Assim, se pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da percentagem ou prorata (art.º 23.º, n.º 1) devem assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 4. Neste caso terão ainda que indicar no campo 7 a percentagem estimada (pro rata) que irão utilizar.

No caso de pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real (art.º 23.º, n.º 2) devem assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, para além dos campos 1 e 2, o campo 3, e se for de todos os bens e serviços ainda o campo 5, ou o campo 6 se for apenas de parte dos bens e serviços.

10 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

O método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é uma forma de cálculo usada para determinar a percentagem de IVA dedutível nos casos em que o sujeito passivo efetua operações que conferem o direito à dedução do IVA e, simultaneamente, operações que não conferem esse direito. Nestes casos, tem de se calcular a proporção das operações que conferem o direito à dedução no total de operações e proceder à dedução do IVA suportado usando essa proporção.

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

184

Para tal, e de acordo com o disposto no n.º 4 do mesmo artigo 23.º, temos então que calcular a respetiva percentagem de dedução, a qual resulta de uma fração que comporta, no numerador, o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º (ou seja, as operações sujeitas a IVA e dele não isentas e das operações isentas com direito a dedução) e, no denominador, o montante anual, imposto excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes do exercício de uma atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, incluindo as subvenções não tributadas que não sejam subsídios de equipamento.

Exemplo:

Um médico exerce a sua profissão clínica simultaneamente com a atividade de comércio de equipamentos médicos. A primeira atividade está isenta de IVA, pelo que não confere o direito à dedução do IVA suportado. No entanto, a segunda atividade está sujeita ao regime normal e confere o direito à dedução do imposto suportado a montante.

Neste caso, porque se trata de um sujeito passivo misto, usando o método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), a percentagem do cálculo do IVA dedutível acha‑se através da fórmula prevista no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA, tendo‑se em atenção que no cálculo referido são de excluir, quer do numerador quer do denominador (caso as haja), nos termos do n.º 5 do mesmo artigo 23.º:

– as transmissões de bens do ativo imobilizado utilizado na atividade da empresa;

– as operações imobiliárias e financeiras, quando consideradas acessórias da atividade exercida pelo sujeito passivo;

– os subsídios de equipamento

– as operações fora do conceito de atividade económica.

11 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

O método da afetação real, previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é de utilização obrigatória para os bens e serviços que tenham uma utilização, ainda que parcial, em operações não decorrentes de uma atividade económica.

Para os bens e serviços que tenham uma utilização mista em operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo o método da afetação real de todos ou parte os bens e serviços utilizados.

A determinação do uso efetivo dos bens e serviços de utilização mista deve ter por base critérios objetivos de imputação, como por exemplo:

– área ocupada pelo setor;

– horas/homem;

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

185

– horas/máquina;

– massa salarial afeta a cada tipo de operações.

Na definição destes critérios deve ter‑se em conta a natureza dos bens ou serviços, o tipo de atividades exercidas, a forma como a empresa se encontra organizada e qual o grau de utilização que é dada pela empresa aos bens e serviços em causa.

O sujeito passivo que opte pela utilização do método da afetação real não tem que comunicar o facto à administração fiscal. No entanto, cabe à Autoridade Tributária e Aduaneira, impor fundamentadamente, outros critérios.

12 – Médicos dentistas, estomatologistas, odontologistas e protésicos dentários (fabricação de próteses)

As prestações de serviços efetuadas por estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas e por protésicos dentários estão isentas de imposto. Se estes profissionais fabricarem próteses que utilizarem exclusivamente nos seus pacientes, não há IVA a liquidar, devendo suportá‑lo sem direito a dedução em relação a todas as suas aquisições.

Se os mesmos profissionais venderem as próteses que fabricam também a outrem que não os seus pacientes, e passarem ao Regime Normal, devem liquidar IVA à taxa correspondente quanto a essas operações, estando‑se assim em face de uma atividade mista, que, quanto ao método de dedução do imposto suportado a montante, terão que observar o disposto no artigo 23.º do Código do IVA.

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além de outras obrigações, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais, emitir obrigatoriamente uma factura (1) por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

(1) – As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

QUADRO 20 – Passagem do REPR para o RN com atividades mistas

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Estão dispensados da obrigação de emitir fatura os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA).

Para cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA, as faturas podem ser elaboradas pelo próprio adquirente dos bens ou serviços ou por um terceiro, em nome e por conta do sujeito passivo (cfr. n.º 14 do art.º 29.º do CIVA).

A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita às seguintes condições (cfr. n.º 11 do art.º 36.º do CIVA):

a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo transmitente dos bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;

b) O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo;

c) Conter a menção “autofaturação”.

Não é permitido aos sujeitos passivos a emissão e entrega de documentos de natureza diferente da fatura para titular a transmissão de bens ou prestação de serviços aos respetivos adquirentes ou destinatários, sob pena de aplicação das penalidades legalmente previstas (cfr. n.º 19 do art.º 29.º do CIVA).

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Um sujeito passivo misto (com uma atividade isenta de IVA ao abrigo do artigo 9.º e outra sujeita e enquadrada no regime normal do IVA) terá que emitir faturas por todas as operações efetuadas ou apenas pelas operações sujeitas a IVA?

O sujeito passivo em questão, enquadrado no regime normal do IVA como sujeito passivo misto, dado que, para além de operações isentas nos termos do artigo 9.º, também efetua operações sujeitas a imposto, não beneficia da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, já que não pratica, exclusivamente, operações isentas de imposto, pelo que terá que emitir faturas (ou faturas simplificadas a que se refere o art.º 40.º do CIVA) por todas as transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas, mesmo por aquelas que beneficiam da isenção do artigo 9.º.

Nestes casos, também a obrigação de comunicação dos elementos das faturas, nos termos do artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 2 de agosto, é para todas as faturas por si emitidas.

QUADRO 21 – Passagem do REPR para o RN (por opção)

187

21 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para o

Regime Normal (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Os sujeitos passivos que, estando enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, com periodicidade mensal, tal opção deve ser feita no campo 1 do Quadro 13 e no campo 1 do Quadro 14 da declaração de alterações, que para tal deve ser apresentada, produzindo efeitos a partir do:

– período de imposto seguinte (primeiro dia do mês seguinte) ao da entrega da declaração de alterações onde é feita tal opção (cfr. n.º 2 do art.º 63.º do CIVA).

b) Os sujeitos passivos que, estando enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, com periodicidade trimestral, tal opção deve ser feita apenas no campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações, que para tal deve ser apresentada, produzindo efeitos a partir do:

– primeiro dia do trimestre seguinte ao da entrega da declaração de alterações onde é feita tal opção (cfr. n.º 2 do art.º 63.º do CIVA).

NOTAS:

1 – Artigo 63.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos suscetíveis de usufruírem do regime especial de tributação previsto no artigo 60.º podem renunciar a tal regime e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos, respetivamente, a partir da apresentação da declaração de início ou do período de imposto seguinte ao da apresentação da declaração de alterações.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período

QUADRO 21 – Passagem do REPR para o RN (por opção)

188

de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime especial dos pequenos retalhistas.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime especial com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.(artigo 63.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal (por opção), com periodicidade trimestral, o sujeito passivo deve assinalar o campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações.

Caso a opção seja pelo Regime Normal com periodicidade mensal, o sujeito passivo deve assinalar o campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações bem como o campo 1 do Quadro 14.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Mercadorias existentes à data da passagem

Aos sujeitos passivos que, por opção, passarem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, não lhes são aplicáveis as disposições contidas nos n.os 7 a 19 do Ofício‑Circulado n.º 69 373, de 04/08/1987, do SIVA, e que

QUADRO 21 – Passagem do REPR para o RN (por opção)

189

tenham sido adquiridas com liquidação de imposto, imposto este que, tal como consta do n.º 19 do mesmo Ofício‑Circulado, não lhes é permitido desagravar, quer o suportado quando da sua aquisição, quer o que resultou da aplicação do coeficiente de 25% previsto na parte final do n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA, verificando‑se assim, inevitavelmente, uma tributação em cascata, que contribui para que o Estado beneficie de um montante de imposto superior àquele que arrecadaria se funciona‑se, em toda a plenitude, o mecanismo da dedução.

5 – Período mínimo de permanência no novo regime

Os sujeitos passivos que, por opção, passem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Normal, ficam obrigados a permanecer no regime por que optaram, em princípio, durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. n.º 3 do art.º 63.º do CIVA).

Se findo tal prazo, desejarem voltar ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, deverão apresentar a respetiva declaração de alterações, onde indicarão no campo 2 do Quadro 13 a sua intenção, declaração esta que só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação (cfr. n.º 4 do art.º 63.º do CIVA).

6 – Modificação essencial das condições de exercício da atividade

No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencha todos os requisitos previstos no artigo 60.º do Código do IVA, podem os sujeitos passivos, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente (o da área do respetivo domicílio fiscal ‑ cfr. n.os

1 e 2 do art.º 77.º do CIVA), a sua passagem ao Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a qual produz efeitos, caso o pedido seja deferido, a partir da data que, para o efeito, for mencionada na notificação a efectuar aos sujeitos passivos, devendo, neste caso, ser observado o disposto no n.º 4 do artigo 61.º do Código do IVA (cfr. n.º 5 do art.º 63.º do CIVA), ou seja, aplicam um coeficiente de 25% ao valor do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo o valor resultante, adicionado do próprio imposto, ser incluído no documento de cobrança mod. P2, a que se refere a Portaria n.º 92/2004, de 23/1, referente ao 1.º período de tributação no regime dos pequenos retalhistas.

7 – Recurso hierárquico

Caso o pedido, apresentado nos termos do n.º 5 do artigo 63.º do CIVA, seja

QUADRO 21 – Passagem do REPR para o RN (por opção)

190

indeferido, podem os sujeitos passivos recorrer hierarquicamente, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário (cfr. n.º 1 do art.º 83.º do CIVA).

Tal recurso, que não tem efeitos suspensivos, deve ser interposto no prazo máximo de 30 dias, a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, e dirigido ao Diretor‑Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, a quem compete a decisão.

Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

8 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além de outras obrigações, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais, emitir obrigatoriamente uma factura (1) por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

(1) – As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.

(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

Estão dispensados da obrigação de emitir fatura os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA).

Para cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA, as faturas podem ser elaboradas pelo próprio adquirente dos bens ou serviços ou por um terceiro, em nome e por conta do sujeito passivo (cfr. n.º 14 do art.º 29.º do CIVA).

A elaboração de faturas por parte do adquirente dos bens ou dos serviços fica sujeita à seguintes condições (cfr. n.º 11 do art.º 36.º do CIVA):

a) A existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o sujeito passivo

QUADRO 21 – Passagem do REPR para o RN (por opção)

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transmitente dos bens ou prestador dos serviços e o adquirente ou destinatário dos mesmos;

b) O adquirente provar que o transmitente dos bens ou prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão da fatura e aceitou o seu conteúdo;

c) Conter a menção “autofaturação”.

Não é permitido aos sujeitos passivos a emissão e entrega de documentos de natureza diferente da fatura para titular a transmissão de bens ou prestação de serviços aos respetivos adquirentes ou destinatários, sob pena de aplicação das penalidades legalmente previstas (cfr. n.º 19 do art.º 29.º do CIVA).

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

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22 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para o

Regime Especial de Isenção

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que estejam enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas e reunam todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, isto é:

– não possuam nem sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS ou de IRC;

– não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas;

– não exerçam atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA;

– não tenham tido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros, ou, sendo retalhistas, igual ou superior a 12.500 euros,

se pretenderem passar ao Regime Especial de Isenção, devem apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA, declaração esta que só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem reunidos todos os condicionalismos referidos anteriormente, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação (artigo 54.º, n.os 1 e 2)

Não esquecer que quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

Já assim não é quando os prazos são designados por meses do calendário. Em tal situação, quando o último dia coincidir com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço, o prazo para o cumprimento da obrigação tem de ser observado até ao fim daquele mês, não podendo ser transferido para o primeiro dia útil do mês seguinte.

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

193

NOTAS:

1 – Artigo 54.º do CIVA

1 – Se, verificados os condicionalismos previstos no artigo anterior, os sujeitos passivos não isentos pretenderem a aplicação do regime nele estabelecido, devem apresentar a declaração a que se refere o artigo 32.º.

2 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os condicionalismos referidos no artigo anterior, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da apresentação.

3 – Os sujeitos passivos que beneficiem da isenção do imposto nos termos do artigo anterior, estão excluídos do direito à dedução prevista no artigo 19.º.

4 – Os sujeitos passivos que utilizem a possibilidade prevista no n.º 1 devem proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução efetuada quanto a bens do ativo imobilizado e, quando anteriormente abrangidos pelo regime normal, devem também efetuar a regularização do imposto deduzido e respeitante às existências remanescentes no fim do ano, devendo, em qualquer dos casos, as referidas regularizações ser incluídas na declaração ou guia referente ao último período de tributação.

(artigo 54.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Especial de Isenção devida à simples alteração do volume de negócios, para os montantes previstos no artigo 53.º do Código do IVA, o sujeito passivo deverá assinalar os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09 da declaração de alterações.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

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4 – Mercadorias existentes à data da passagem:

Quanto às mercadorias existentes à data da passagem para o novo regime, não há que proceder a qualquer regularização, uma vez que já se encontram, nos termos da parte final do n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA, agravadas com 25% do imposto suportado quando da sua aquisição, altura em que os sujeitos passivos enquadrados neste regime se constituíram na obrigação de o entregar ao Estado, salvo quanto às mercadorias.

5 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

Os sujeitos passivos que utilizem tal disposição (passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Especial de Isenção) devem proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, à regularização da dedução do IVA então efetuada, quanto aos bens do ativo imobilizado ainda existentes que tenham sido objeto de dedução quando da sua aquisição, imposto esse que deve ser entregar ao Estado através do respetivo documento (Mod. P2) referente ao último período de tributação (cfr. art.º 54.º, n.º 4 do CIVA).

6 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

Nos casos de passagem de regime de isenção a um regime de tributação, ou inversamente, a Administração Tributária, usando do poder discricionário que a lei lhe confere, pode tomar as medidas que julgar necessárias a fim de evitar que o sujeito passivo em questão usufrua vantagens injustificadas ou sofra prejuízos igualmente injustificados, podendo, designadamente, não atender a modificações do volume de negócios pouco significativas ou devidas a circunstâncias excecionais (cfr. art.º 56.º, n.º 1, do CIVA).

7 – Recurso hierárquico

Se a Administração Tributária usar do poder discricionário de que anteriormente se fez referência, a decisão deverá ser notificada ao sujeito passivo, para, querendo, recorrer hierarquicamente nos termos do artigo 83.º do Código do IVA.

Como a decisão a proferir é do Diretor‑Geral da Administração Tributária, o recurso deverá ser‑lhe dirigido, sendo o prazo para a sua interposição de 30 dias a contar da notificação da decisão recorrida, em conformidade com o disposto no n.º 2 do artigo 66.º do Código de Procedimento e do Processo Tributário, onde, a este respeito, se diz que “os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior hierárquico do autor do ato e interpostos, no prazo de 30 dias a contar da notificação do ato respetivo, perante o autor do ato recorrido”.

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

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Se for respeitado o prazo estipulado no n.º 5 do artigo 66.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tais recursos hierárquicos serão decididos no prazo máximo de 60 dias.

8 – Exclusão do direito à dedução

Os sujeitos passivos que beneficiem do Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, estão, nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do mesmo diploma, excluídos do direito à dedução do imposto suportado a montante, previsto no artigo 19.º, igualmente do CIVA.

Na verdade, de acordo com o citado n.º 3 do artigo 54.º, se tais sujeitos passivos não realizam operações tributadas, isto é, se nas transmissões de bens e prestações de serviços que efetuam não liquidam imposto, o que sucede em termos normais, não poderão deduzir o imposto suportado a montante nos termos do artigo 19.º, ficando, assim, equiparados, de certo modo, a consumidores finais.

9 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

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10 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos abrangidos pelo Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

11 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º do CIVA, ou seja:

– emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– indicar na declaração recapitulativa a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias, nos prazos e nas condições previstos no artigo 30.º desse Regime, as prestações de serviços efetuadas a sujeitos passivos que tenham noutro Estado membro da Comunidade a sede, um estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, quando tais operações não sejam aí tributáveis em território nacional em resultado da aplicação do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º [alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

– a entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º do CIVA);

– a entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º do CIVA);

– a entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º do CIVA);.

(cfr. n.º 1 do artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

12 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

De acordo com o disposto no artigo 53.º do Código do IVA, a inclusão no Regime

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

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Especial de Isenção está condicionada aos sujeitos passivos que reunam, cumulativamente, os seguintes pressupostos:

– Não possuam, nem sejam obrigados a possuir, contabilidade organizada para efeitos de IRS ou IRC (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

– Não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas (nas atividades conexas, com a importação e a exportação, estão compreendidos os despachantes oficiais e os comissionistas quando estes atuam como intermediários na compra ou venda de mercadorias de ou para países terceiros) (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

– Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA); ou

– Embora com o volume de negócios superior a 10 000 euros, mas inferior a 12.500 euros, se fossem tributados, os sujeitos passivos preencheriam as condições de inclusão no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (cfr. n.º 2 do artigo 53.º do CIVA);

– Não exerçam atividade que consista na transmissão dos bens ou prestações dos serviços mencionados no Anexo E ao Código, ou seja, dos bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas ‑ regime especial de tributação – Lei n.º 33/2006, de 28/7 (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA).

– Não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

13 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho. (cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

QUADRO 22 – Passagem do REPR para o REI

198

No que se refere aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, previsto no artigo 53.º do CIVA, o artigo 115.º do Código do IRS diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

Lembramos ainda que os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º, quando emitam faturas no exercício da sua atividade, as mesmas devem sempre conter a menção «IVA – Regime de isenção» (cfr. art.º 57.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7). Esta expressão significa, para o adquirente dos bens ou beneficiário dos serviços, que as operações efetuadas não foram passíveis de IVA, não conferindo direito a qualquer dedução, consignando, ao mesmo tempo, o motivo justificativo da não liquidação do imposto na respetiva fatura.

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

199

23 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (para onde tinha ido por opção)

Para o

Regime Especial de Isenção

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Desde que os sujeitos passivos tenham optado pela passagem do Regime Especial de Isenção para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, em princípio, são obrigados a permanecer no Regime por que optaram durante um período de, pelo menos, 5 anos (cfr. art.º 55.º, n.os 1 e 3).

Se findo tal prazo desejarem voltar novamente ao REGIME ESPECIAL DE ISENÇÃO devem apresentar a respetiva declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, e preencher o campo 3 do Quadro 13, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da apresentação da respetiva declaração de alterações (cfr. art.º 55.º, n.º 4),

declaração esta que só poderá ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção (art.º 55.º, n.º 4).

b) Todavia, no caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, e desde que preencham todos os requisitos previstos no artigo 53.º do Código do IVA, podem os sujeitos passivos, independentemente do prazo dos 5 anos ainda não ter decorrido, solicitar, mediante requerimento a entregar no Serviço de Finanças competente (o da área do respetivo domicílio fiscal – cfr. n.os

1 e 2 do art.º 77.º do CIVA), a passagem ao Regime Especial de Isenção, a qual produz efeitos a partir da:

– data que, para o efeito, for mencionada na notificação a efetuar ao sujeito passivo, e em que lhe é dado conhecimento do deferimento do seu pedido (cfr. art.º 55.º, n.º 5).

NOTAS:

1 – Artigo 55.º do CIVA

1 – Os sujeitos passivos suscetíveis de beneficiarem da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

200

imposto às suas operações tributáveis ou, no caso de serem retalhistas, pelo regime especial previsto no artigo 60.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de, pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, apresentar a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º, no caso de desejar voltar ao regime de isenção.

4 – A declaração referida no número anterior só pode ser apresentada durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, produzindo efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

5 – No caso de modificação essencial das condições de exercício da atividade económica, pode o sujeito passivo, independentemente do prazo previsto no número anterior, solicitar, mediante requerimento a entregar no serviço de finanças competente, a passagem ao regime de isenção, com efeitos a partir da data para o efeito mencionada na notificação do deferimento do pedido.(artigo 55.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (para onde tinha ido por opção) para o Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, decorrido que esteja o prazo que o vinculou ao regime pelo qual optou, caso pretenda que essa opção deixe de produzir efeitos, o sujeito passivo deve assinalar o campo 3 do Quadro 13 da declaração de alterações.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

201

4 – Mercadorias existentes à data da passagem

Quanto às mercadorias existentes à data da passagem para o novo regime, não há que proceder a qualquer regularização, uma vez que já se encontram, nos termos da parte final do n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA, agravadas com 25% do imposto suportado quando da sua aquisição, altura em que os sujeitos passivos enquadrados neste regime se constituíram na obrigação de o entregar ao Estado.

5 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

Os sujeitos passivos que utilizem tal disposição (passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para o Regime Especial de Isenção) devem proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, à regularização da dedução do IVA então efetuada, quanto aos bens do ativo imobilizado ainda existentes que tenham sido objeto de dedução quando da sua aquisição, imposto esse que deve ser entregar ao Estado através do respetivo documento (Mod. P2) referente ao último período de tributação (cfr. art.º 54.º, n.º 4 do CIVA).

6 – Exclusão do direito à dedução

Os sujeitos passivos que beneficiem do Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, estão, nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do mesmo diploma, excluídos do direito à dedução do imposto suportado a montante, previsto no artigo 19.º, igualmente do CIVA.

Na verdade, de acordo com o citado n.º 3 do artigo 54.º, se tais sujeitos passivos não realizam operações tributadas, isto é, se nas transmissões de bens e prestações de serviços que efetuam não liquidam imposto, o que sucede em termos normais, não poderão deduzir o imposto suportado a montante nos termos do artigo 19.º, ficando, assim, equiparados, de certo modo, a consumidores finais.

7 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

202

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

8 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos abrangidos pelo Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias a contar da emissão da fatura ou documento equivalente. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

9 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º do CIVA, ou seja:

– emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– indicar na declaração recapitulativa a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

203

23.º do Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias, nos prazos e nas condições previstos no artigo 30.º desse Regime, as prestações de serviços efetuadas a sujeitos passivos que tenham noutro Estado membro da Comunidade a sede, um estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, quando tais operações não sejam aí tributáveis em território nacional em resultado da aplicação do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º [alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

– a entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º do CIVA);

– a entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º do CIVA);

– a entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º do CIVA).

(cfr. n.º 1 do artigo 58.º do CIVA, com a redação dada Lei n.º 51/2013, de 24/7)

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho. (cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

No que se refere aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, previsto no artigo 53.º do CIVA, o artigo 115.º do Código do IRS diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços

QUADRO 23 – Passagem do REPR (para onde tinha ido por opção) para o REI

204

referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

Lembramos ainda que os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º, quando emitam faturas no exercício da sua atividade, as mesmas devem sempre conter a menção «IVA – Regime de isenção» (cfr. art.º 57.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7). Esta expressão significa, para o adquirente dos bens ou beneficiário dos serviços, que as operações efetuadas não foram passíveis de IVA, não conferindo direito a qualquer dedução, consignando, ao mesmo tempo, o motivo justificativo da não liquidação do imposto na respetiva fatura.

QUADRO 24 – Passagem do REPR para a prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º

205

24 – Passagem do

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para a

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Se, por motivo de alteração de atividade, o sujeito passivo passar a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, deverá, em conformidade com o estabelecido no n.º 2 do artigo 32.º do Código do IVA, entregar, no prazo de 15 dias, a contar da data da alteração, a declaração de alterações.

Neste caso o novo enquadramento produz efeitos imediatos.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma. 3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 24 – Passagem do REPR para a prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º

206

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas para a Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (artigo 9.º do CIVA), o sujeito passivo deve assinalar os campos 1 e 2 (e se for o caso também os campos 3 e 4) do Quadro 08 da declaração de alterações, circunstância em que, para além da descrição da atividade, se deve indicar também o respetivo código, bem como assinalar o campo 2 do Quadro 11.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, tratando‑se de pessoas singulares, é punível com coima de € 300 a € 7500.

(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

QUADRO 24 – Passagem do REPR para a prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º

207

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

5 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 24 – Passagem do REPR para a prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º

208

fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

6 – Mercadorias existentes à data da passagem

Quanto às mercadorias existentes à data da passagem para o novo regime, não há que proceder a qualquer regularização, uma vez que já se encontram, nos termos da parte final do n.º 1 do artigo 60.º do Código do IVA, agravadas com 25% do imposto suportado quando da sua aquisição, altura em que os sujeitos passivos enquadrados neste regime se constituíram na obrigação de o entregar ao Estado.

7 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

Os sujeitos passivos que, estando enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, passem, a partir de qualquer altura, a praticar exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º), se houver bens do ativo imobilizado cujo IVA, na altura da sua aquisição, tenha sido objeto de dedução, devem, em nosso entendimento, dar cumprimento ao disposto no n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, uma vez que esses bens, de acordo com o disposto no n.º 9 do artigo 60.º do mesmo diploma, estão sujeitos ao regime normal, imposto esse que deve ser entregue ao Estado através do respetivo documento (Mod. P2) referente ao último período de tributação.

8 – Dispensa de obrigações

Os sujeitos passivos que passem a praticar exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, estão dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA (n.º 3 do art.º 29.º), ou seja:

– de emitir, para efeitos de IVA, fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA (cfr. n.º 3 do art.º 29.º do CIVA);

– de enviar, mensal ou trimestralmente, a declaração periódica;

– de entregar a declaração anual de informação contabilística e fiscal;

QUADRO 24 – Passagem do REPR para a prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º

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9 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações que não conferem direito a dedução, a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

10 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto ao abrigo do disposto no artigo 9.º do Código do IVA, estão dispensados da obrigação de emitir fatura, nos termos do n.º 3 do artigo 29.º do CIVA.

No entanto, se procederem à emissão de qualquer fatura, devem comunicar os respetivos elementos à Administração Tributária, nos termos do disposto no artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.(cfr. ponto 2.2 do Ofício‑Circulado n.º 30 136, de 19/11/2012, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

A dispensa de emissão de fatura é apenas para efeitos do Código do IVA, uma vez que essa dispensa não existe para efeitos do Código do IRS, nomeadamente no artigo 115.º de tal diploma, onde se diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

QUADRO 25 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN (por imposição legal)

210

25 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Para o

Regime Normal (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade isenta sem direito a dedução (alguma das operações previstas no artigo 9.º do Código do IVA), e passem, em qualquer altura do ano, a exercer uma atividade tributável que os enquadre no Regime Normal, ficam, por esse facto, obrigados a entregar, no prazo de 15 dias, a contar da data da respetiva alteração, a declaração de alterações a que se refere o artigo 32.º do CIVA, produzindo efeitos a sua passagem ao novo regime a partir do:

– dia em que passaram a praticar operações não isentas ou isentas com direito a dedução.

Quando o último dia do prazo para a apresentação da declaração termine em sábado, domingo ou feriado, este transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte, nos termos do disposto na alínea e) do artigo 279.º do Código Civil. Também assim será quando o último dia coincidir com dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste.

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma. 3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 25 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN (por imposição legal)

211

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (artigo 9.º do CIVA) para o Regime Normal, o sujeito passivo deve preencher os campos 1 e 2 (e se for o caso também os campos 3 e 4) do Quadro 08 da declaração de alterações, bem como os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09, e ainda o campo 1 do Quadro 11 (transmissões de bens e/ou prestações de serviços que conferem o direito à dedução).

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

QUADRO 25 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN (por imposição legal)

212

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(n.º 2 do art.º 24.º e art.º 29.º do R.G.I.T.)

5 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

1 – Se, por motivo de alteração da atividade ou por imposição legal, os sujeitos passivos passarem a praticar operações sujeitas que conferem direito à dedução, poderão ainda deduzir o imposto relativo aos bens do ativo imobilizado, do seguinte modo:

a) Quando se trate de bens não imóveis adquiridos no ano da alteração do regime de tributação e nos quatro anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de cinco anos a partir do ano em que iniciou a utilização dos bens;

b) No caso de bens imóveis adquiridos ou concluídos no ano da alteração do regime de tributação e nos 19 anos civis anteriores, o imposto dedutível é proporcional ao número de anos que faltem para completar o período de 20 anos a partir do ano da ocupação dos bens;

c) A dedução pode ser efetuada no período de imposto em que se verificar a alteração.

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Após os 30 dias posteriores aoda prática da infração

25% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Até ao termo do procedimentoda inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

€ 37,50 € 75,00 € 225,00€ 75,00 € 150,00 € 450,00

QUADRO 25 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN (por imposição legal)

213

2 – A dedução prevista no número anterior não é aplicável aos bens do ativo

imobilizado abrangidos pelo n.º 7 do artigo 24.º (ou seja, aos bens do activo

imobilizado de valor unitário inferior a € 2500, bem como aos bens que, nos termos

do Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de janeiro, tenham um período de vida

útil inferior a cinco anos).

3 – O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável aos sujeitos passivos

que, utilizando o método de afetação real, afetem um bem do setor isento a um setor tributado, podendo a dedução ser efetuada no período em que ocorre essa

afetação.

4 – A regularização prevista na alínea b) do n.º 1 é também aplicável quando, após

uma locação isenta abrangida pela alínea c) do n.º 6 do artigo 24.º, o imóvel seja

objeto de utilização pelo sujeito passivo exclusivamente no âmbito de operações

que conferem direito à dedução.

5 – A dedução a que se refere o presente artigo não é aplicável aos sujeitos

passivos que, à data da alteração, se encontrem no regime especial de isenção do artigo 53.º.(artigo 25.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

De harmonia com o disposto no artigo 25.º do CIVA, uma vez que os sujeitos

passivos passam, por imposição legal, a praticar operações sujeitas que conferem

direito a dedução, podem deduzir o imposto relativo aos bens do ativo imobilizado,

no período de imposto em que se verifica a alteração, proporcionalmente ao número

de anos que faltem para completar o período de cinco ou vinte anos desde o ano

de início da utilização, ou da ocupação dos bens, consoante se trate de bens não

imóveis ou de bens imóveis.

(n.º 4 do Ofício Circulado n.º 30 143, de 13/03/2013, da Direção de Serviços do IVA)

A alínea b) do n.º 2 do artigo 25.º do CIVA tem uma nova redação dada pelo Decreto‑

Lei n.º 31/2001, de 8 de fevereiro (onde agora se diz «19 anos» eram 9 anos, e

onde agora se diz «20 anos» eram 10 anos). Esta nova redação é aplicável apenas

aos bens imóveis cuja aquisição ou conclusão das obras tenha ocorrido a partir da

data da entrada em vigor daquele diploma (13/01/2001), mantendo‑se a aplicação

do regime anterior relativamente às situações ocorridas até àquela data.

(cfr. n.º 1 do artigo 6.º do Dec. Lei n.º 31/2001).

6 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além da obrigação do pagamento do imposto, os sujeitos passivos referidos

QUADRO 25 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN (por imposição legal)

214

na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais:

Emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Para efeitos do Código do IVA, estão dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º.[alínea b) do n.º 1 e n.º 3 artigo 29.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8]

7 – Faturas simplificadas

A obrigatoriedade de emissão de fatura prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º pode ser cumprida através da emissão de uma fatura simplificada em transmissões de bens e prestações de serviços cujo imposto seja devido em território nacional, nas seguintes situações:

a) Transmissões de bens efetuadas por retalhistas ou vendedores ambulantes a não sujeitos passivos, quando o valor da fatura não for superior a € 1000;

b) Outras transmissões de bens e prestações de serviços em que o montante da fatura não seja superior a € 100.

(n.º 1 do artigo 40.º do CIVA)

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

215

26 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Para o

Regime Normal com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução) (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade isenta sem direito a dedução (alguma das operações previstas no artigo 9.º do Código do IVA), e passem, em qualquer altura do ano, a exercer uma atividade mista, isto é, passem a praticar operações isentas que não conferem direito à dedução, simultaneamente, com atividades tributadas, devem observar o seguinte:

a) Tratando‑se de sujeitos passivos (pessoas singulares), sem contabilidade organizada, que, por não reunirem todas as condições para serem enquadrados no Regime Especial de Isenção, designadamente o facto do volume de negócios (em ambas as atividades) ser superior a 10 000 euros, a sua passagem ao Regime Normal produz efeitos a partir do:

– dia em que passem a praticar, para além das atividades isentas que não conferem direito a dedução, também operações não isentas ou isentas com direito à dedução,

devendo entregar a declaração de alterações no prazo de 15 dias, a contar da data da respetiva alteração (cfr. art.º 32.º do CIVA).

Exemplo:

Imagine‑se um “Psicólogo” que vem exercendo, como trabalhador independente, a sua atividade exclusivamente na prestação de serviços (a solicitação de médicos) que se substanciam na elaboração de diagnósticos ou na aplicação de tratamentos no âmbito da psicologia clínica, atividade que, como se sabe, está abrangida pela isenção prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 9.º do Código do IVA, e passa, em qualquer altura do ano, a exercer, simultaneamente, como atividade acessória a prestação de serviços, também em regime liberal, mas agora a solicitação de empresas, de particulares ou outras entidades públicas ou privadas ligadas ao ensino, seleção e recrutamento de pessoal, testes psicotécnicos ou funções relacionadas com a organização do trabalho, operações estas que, por não estarem abrangidas por aquela isenção, estão sujeitas a tributação.

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

216

b) Tratando‑se de sujeitos passivos (pessoas singulares ou pessoas coletivas), que possuam ou sejam obrigados a possuir contabilidade organizada, a sua passagem ao Regime Normal, com atividades mistas, produz efeitos a partir do:

– dia em que passem, simultaneamente, a exercer uma atividade sujeita com direito a dedução, com uma atividade isenta que não confere esse direito, independentemente do volume de negócios,

devendo entregar a declaração de alterações no prazo de 15 dias, a contar da data da respetiva alteração (cfr. art.º 32.º do CIVA).

Exemplo:

É o caso da Sociedade “X” que presta serviços de saúde pelos quais beneficia do regime de isenção previsto no n.º 2 do artigo 9.º do Código do IVA, e passa, a partir de certa altura do ano, a exercer também, por acumulação, a atividade de “venda por grosso e/ou a retalho de material médico e cirúrgico”, atividade esta que, por não poder beneficiar de qualquer das isenções previstas no citado artigo 9.º, está sujeita a IVA nos termos normais, passando assim, a exercer, simultaneamente, uma atividade isenta sem direito a dedução ‑ isenção simples (prestação de serviços de saúde) e uma atividade sujeita com direito a dedução (venda de material médico e cirúrgico). Nestes casos, porque se trata de uma sociedade que é obrigada a possuir contabilidade organizada, a sua passagem ao Regime Normal, com atividades mistas, produz efeitos a partir do momento em que passa, simultaneamente, a exercer uma atividade sujeita com direito a dedução, com uma atividade isenta que não confere esse direito, independentemente do volume de negócios.

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA 1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma. 3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (art.º 9.º do CIVA) para o Regime Normal, o sujeito passivo terá que preencher o Quadro 08 da declaração de alterações, bem como os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09, e ainda assinalar, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11, assim como, na hipótese de pretender efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade segundo o método da afetação real total, assinalar ainda os campos 3 e 5.

Caso pretenda efetuar a dedução do imposto suportado nas aquisições de bens e serviços, mediante imputação a cada setor de atividade e, relativamente aos inputs de bens ou serviços utilizados indistintamente no setor tributado e no setor isento, com recurso a uma percentagem de dedução ou pro rata – afetação real parcial –, além de assinalar, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações, deve também assinalar os campos 3 e 6, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

Pretendendo, para efeitos da dedução do imposto suportado em todos os bens e serviços, utilizar o método da percentagem de dedução (pro rata), determinada nos termos do n.º 4 do artigo 23.º do Código do IVA, além de se assinalar, simultaneamente, os campos 1 e 2 do Quadro 11 da declaração de alterações, deve também assinalar o campo 4, indicando a percentagem de dedução estimada no campo 7.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(n.º 2 do art.º 24.º e art.º 29.º do R.G.I.T.)

5 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

Sujeitos passivos mistos são aqueles que, no âmbito da sua atividade económica, realizam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito.

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Após os 30 dias posteriores aoda prática da infração

25% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Até ao termo do procedimentoda inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(P. Sing. € 300, P. Col. € 600)

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoassingulares

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

Pessoas coletivas

€ 37,50 € 75,00 € 225,00€ 75,00 € 150,00 € 450,00

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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Para estes sujeitos passivos o direito à dedução é incompleto, pois apenas podem deduzir o imposto suportado para a realização das operações que lhe conferem esse direito (as tributadas e as isentas com direito à dedução).

Assim sendo, o imposto suportado na aquisição de bens e serviços que sejam utilizados na realização de ambos os tipos de operações, a dedução é efetuada do seguinte modo:

– afetação real – para as operações fora do conceito de atividade económica;

– percentagem de dedução (pro rata) – para as operações decorrentes do exercício de uma atividade económica, parte da qual não confere direito à dedução.

(cfr. n.os 1 e 2 do artigo 23.º do CIVA)

6 – Conceito de atividade económica

Considera‑se atividade económica “qualquer atividade de produção, comercialização ou de prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões liberais ou equiparadas. É em especial considerada económica a exploração de um bem corpóreo com o fim de auferir receitas com caráter de permanência”.

Estão fora deste conceito:

– os dividendos de participações;

– as mais‑valias de vendas de ações e de outros títulos negociáveis;

– os juros de obrigações;

– os rendimentos de aplicações em fundos de investimento;

– os juros pela concessão ocasional de créditos pelas holding com recurso aos dividendos distribuídos pelas participadas;

– as entradas para o capital de uma sociedade civil;

– a emissão de ações representativas do capital de uma sociedade comercial. (cfr. Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008, do Gabinete do Subdiretor‑Geral – Área de

Gestão Tributária – IVA)

7 – Métodos a adotar, para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

Quando o sujeito passivo, exerça uma atividade mista, isto é, quando pratique operações que conferem o direito à dedução, simultaneamente com operações que não conferem esse direito, o imposto suportado nas aquisições é, como se sabe, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, dedutível

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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apenas na percentagem (pro rata) correspondente ao montante anual de operações que dêem lugar a dedução.

Contudo, de acordo com o estabelecido no n.º 2 do citado artigo 23.º, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo a afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, sem prejuízo de a Administração Tributária lhe vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificarem distorções significativas na tributação.

Na maioria dos casos, o uso de qualquer um destes métodos, depende de simples opção dos sujeitos passivos que, para o efeito, deverá ser declarado quando do preenchimento da declaração de início de atividade ou da declaração de alterações, conforme os casos, nos respetivos campos do Quadro 11.

Assim, se pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da percentagem ou pro rata (art.º 23.º, n.º 1) devem assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, conforme o caso, para além dos campos 1 e 2, o campo 4. Neste caso terão ainda que indicar no campo 7 a percentagem estimada (pro rata) que irão utilizar.

No caso de pretenderem efetuar a dedução do imposto suportado segundo o método da afetação real (art.º 23.º, n.º 2) devem assinalar, quer na declaração de início quer na declaração de alterações, conforme o caso, para além dos campos 1 e 2, o campo 3, e se for de todos os bens e serviços ainda o campo 5, ou o campo 6 se for apenas de parte dos bens e serviços.

8 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

O método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é uma forma de cálculo usada para determinar a percentagem de IVA dedutível nos casos em que o sujeito passivo efetua operações que conferem o direito à dedução do IVA e, simultaneamente, operações que não conferem esse direito. Nestes casos, tem de se calcular a proporção das operações que conferem o direito à dedução no total de operações e proceder à dedução do IVA suportado usando essa proporção.

Para tal, e de acordo com o disposto no n.º 4 do mesmo artigo 23.º, temos então que calcular a respetiva percentagem de dedução, a qual resulta de uma fração que comporta, no numerador, o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º (ou seja, as operações sujeitas a IVA e dele não isentas e das operações isentas com direito a dedução) e, no denominador, o montante anual, imposto excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes do exercício de uma atividade económica

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, incluindo as subvenções não tributadas que não sejam subsídios de equipamento.

Exemplo:

Um médico exerce a sua profissão clínica simultaneamente com a atividade de comércio de equipamentos médicos. A primeira atividade está isenta de IVA, pelo que não confere o direito à dedução do IVA suportado. No entanto, a segunda atividade está sujeita ao regime normal e confere o direito à dedução do imposto suportado a montante.

Neste caso, porque se trata de um sujeito passivo misto, usando o método da dedução do imposto por percentagem (pro rata), a percentagem do cálculo do IVA dedutível acha‑se através da fórmula prevista no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA, tendo‑se em atenção que no cálculo referido são de excluir, quer do numerador quer do denominador (caso as haja), nos termos do n.º 5 do mesmo artigo 23.º:

– as transmissões de bens do ativo imobilizado utilizado na atividade da empresa;

– as operações imobiliárias e financeiras, quando consideradas acessórias da atividade exercida pelo sujeito passivo;

– os subsídios de equipamento

– as operações fora do conceito de atividade económica.

9 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

O método da afetação real, previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do Código do IVA, é de utilização obrigatória para os bens e serviços que tenham uma utilização, ainda que parcial, em operações não decorrentes de uma atividade económica.

Para os bens e serviços que tenham uma utilização mista em operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, o sujeito passivo pode efetuar a dedução segundo o método da afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados.

A determinação do uso efetivo dos bens e serviços de utilização mista deve ter por base critérios objetivos de imputação, como por exemplo:

– área ocupada pelo setor;

– horas/homem;

– horas/máquina;

– massa salarial afeta a cada tipo de operações.

Na definição destes critérios deve ter‑se em conta a natureza dos bens ou serviços,

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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o tipo de atividades exercidas, a forma como a empresa se encontra organizada e qual o grau de utilização que é dada pela empresa aos bens e serviços em causa.

O sujeito passivo que opte pela utilização do método da afetação real não tem que comunicar o facto à administração fiscal. No entanto, cabe à Autoridade Tributária e Aduaneira, impor fundamentadamente, outros critérios.

10 – Atores, chefes de orquestra, músicos e outros artistas (com atividades mistas)

Tendo em vista esclarecer as dúvidas existentes relativamente à isenção consignada na alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, e uma vez sancionado o teor da informação n.º 2342, de 12 de dezembro de 2008, desta Direção de Serviços, conforme despacho de 05/01/2008, do Sr. Diretor‑Geral, comunica‑se o seguinte:

1 – Nos termos da alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, estão isentas de impostos: “as prestações de serviços efetuadas aos respetivos promotores:

a) Por atores, chefes de orquestra, músicos e outros artistas, atuando quer individualmente quer integrados em conjuntos, para a execução de espetáculos teatrais, cinematográficos, coreográficos, musicais, de music‑hall, de circo e outros, para a realização de filmes, e para a edição de discos e de outros suportes de som ou imagem”.

2 – O âmbito desta isenção abrange as prestações de serviços efetuadas aos respetivos promotores ou organizadores, por atores, músicos, chefes de orquestra e outros artistas, quer estes atuem individualmente, quer estejam integrados em conjuntos para a execução de espetáculos teatrais, coreográficos, musicais, de music‑hall e outros, ou para a realização de filmes, edição de discos e outros suportes de som ou imagem.

3 – Para efeitos da isenção prevista na alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, entende-se por promotor, qualquer entidade singular ou coletiva, sujeito passivo do imposto, que no exercício da sua atividade económica tributária promova ou organize espetáculos de natureza artística, financiando a sua produção e assumindo as responsabilidades inerentes à realização dos espetáculos, garanta a divulgação e exibição dos artistas junto do público espetador (consumidor final do espetáculo, ainda que este seja de acesso livre), bem como as entidades que exerçam atividades no âmbito da realização de filmes, edição de discos e de outros suportes de som ou imagem.

4 – De acordo com o Decreto‑Lei n.º 315/95, de 28 de novembro, diploma que regula a instalação e funcionamento dos recintos de espetáculos, estabelecendo o regime jurídico dos espetáculos de natureza artística, os promotores daqueles

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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espetáculos devem cumprir com o disposto nos artigos 24.º e 25.º do citado diploma, nomeadamente:

– Registar‑se na Direção‑Geral dos Espetáculos (DGESP), salvo os promotores que de acordo com o n.º 5 do artigo 24.º do referido Decreto‑Lei, não necessitam de registo (entidades que realizem espetáculos ocasionais cuja receita se destine a fins culturais ou humanitários);

– Remeter à DGESP a lista dos espetáculos realizados no semestre anterior, onde deverá constar, nomeadamente, o nome do espetáculo, o local e a data da sua realização, bem como o número de espectadores.

5 – Assim sendo, para um correto enquadramento dos sujeitos passivos susceptíveis de beneficiar da isenção estabelecida na alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, deve ter‑se em conta o seguinte:

– Quando os artistas prestam os seus serviços aos respetivos promotores (incluindo-se aqui o manager/agente, se considerado promotor nos termos do n.º 3 do presente ofício), tais serviços, estão isentos ao abrigo da alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, não havendo, neste caso, lugar à liquidação de imposto referente àquelas operações;

– Verificando‑se a isenção, a fatura emitida deve sempre especificar os serviços prestados, identificando o espetáculo correspondente às prestações de serviços efetuadas e mencionar o motivo justificativo da não aplicação do imposto, “IVA – Isenção ao abrigo da alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA”, conforme estabelecido, respetivamente nas alíneas b) e e) do n.º 5 do artigo 36.º do CIVA;

– Quando os artistas prestam serviços a entidades diferentes do promotor dos espetáculos, ou seja, quando efetuados a entidades que atuam como intermediários, tais operações configuram prestações de serviços sujeitas a IVA e dele não isentas, havendo, neste caso, lugar à liquidação de imposto à taxa normal, sem prejuízo de lhes ser aplicável o regime especial de isenção previsto no artigo 53.º do CIVA, se reunidas as condições ali referidas;

– Quando se trate de prestações de serviços destinadas à realização de spot ou anúncio publicitário, ainda que prestadas ao respetivo promotor, estas não beneficiam da isenção referida na alínea a) do n.º 15 do artigo 9.º do CIVA, encontrando‑se sujeitas a IVA e dele não isentas, porquanto tais serviços se consubstanciam na publicidade a um determinado produto (serviços de publicidade comercial), excecionadas da referida isenção conforme o disposto no anexo X, Parte B, alínea d) do n.º 2 da Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006 (Diretiva que reformulou a 6.ª Diretiva do Conselho), havendo, neste caso, lugar à liquidação de imposto por parte dos artistas.

6 – Nesta conformidade, quando os artistas, no exercício da sua atividade pratiquem, simultaneamente, operações isentas sem direito à dedução

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

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(efetuadas ao promotor) e operações tributadas com direito à dedução (efetuadas a outras entidades), e quando realizem outras prestações de serviços, nomeadamente serviços de publicidade, estamos na presença de um sujeito passivo misto, pelo que o calculo do volume de negócios para efeitos do disposto nos artigos 42.º e 53.º, ambos do CIVA, deve ser efetuado de acordo com o disposto no artigo 81.º do mesmo diploma, isto é, tomando‑se em consideração apenas o volume de negócios da atividade tributada.

(Ofício n.º 30 109, de 09/03/2009, da Direção de Serviços do IVA)

11 – Estomatologistas, médicos dentistas, odontologistas e protésicos dentários (fabricação de próteses)

As prestações de serviços efetuadas por estomatologistas, médicos dentistas e odontologistas e por protésicos dentários estão isentas de imposto. Se estes profissionais fabricarem próteses que utilizarem exclusivamente nos seus pacientes, não há IVA a liquidar, devendo suportá‑lo sem direito a dedução em relação a todas as suas aquisições.

Se os mesmos profissionais venderem as próteses que fabricam também a outrem que não os seus pacientes, e passarem ao Regime Normal, devem liquidar IVA à taxa correspondente quanto a essas operações, estando‑se assim em face de uma atividade mista, que, quanto ao método de dedução do imposto suportado a montante, terão que observar o disposto no artigo 23.º do Código do IVA.

12 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Para além da obrigação do pagamento do imposto, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º devem, sem prejuízo do previsto em disposições especiais:

Emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Para efeitos do Código do IVA, estão dispensados das obrigações referidas nas alíneas b), c), d) e g) do n.º 1 os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto, exceto quando essas operações dêem direito a dedução nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º.[alínea b) do n.º 1 e n.º 3 artigo 29.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8]

QUADRO 26 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.º para o RN com atividades mistas

225

13 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Os sujeitos passivos mistos, enquadrado no regime normal do IVA, dado que, para além de operações isentas nos termos do artigo 9.º, também efetuam operações sujeitas a imposto, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, já que não praticam, exclusivamente, operações isentas de imposto, pelo que terão que emitir faturas (ou faturas simplificadas a que se refere o art.º 40.º do CIVA) por todas as transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas, mesmo por aquelas que beneficiam da isenção do artigo 9.º.

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

226

27 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (algumas das operações compreendidas artigo 9.º)

Para o

Regime Normal (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade isenta que não confere direito a dedução, e optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, com periodicidade mensal ou trimestral, produz efeitos a partir do:

– momento em que apresentam a declaração de alterações onde fazem tal opção (cfr. art.º 12.º n.º 2).

NOTAS:

1 – Artigo 12.º, n.os 2 e 3 do CIVA

1 – Podem renunciar à isenção, optando pela aplicação do imposto às suas operações:

a) Os sujeitos passivos que efetuem as prestações de serviços referidas nos n.os 10) e 36) do artigo 9.º;

b) Os estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a instituições privadas integradas no sistema nacional de saúde, que efetuem prestações de serviços médicos e sanitários e operações com ela estreitamente conexas;

c) Os sujeitos passivos que efetuem prestações de serviços referidas na alínea 34) do artigo 9.º.

2 – O direito de opção é exercido mediante a entrega, em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, da declaração de início ou de alterações, consoante os casos, produzindo efeitos a partir da data da sua apresentação.

3 – Tendo exercido o direito de opção nos termos dos números anteriores, o sujeito passivo é obrigado a permanecer no regime por que optou durante um período de,

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

227

pelo menos, cinco anos, devendo, findo tal prazo, no caso de desejar voltar ao regime de isenção:

a) Apresentar, durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, a declaração a que se refere o artigo 32.º, a qual produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação;

b) Sujeitar a tributação as existências remanescentes e proceder, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução quanto a bens do ativo imobilizado.

(n.os 1, 2 e 3 do artigo 12.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 66‑B/2012, de 31/12)

2 – Quem pode renunciar à isenção

A isenção a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, porque se trata de uma isenção simples ou incompleta, torna‑se, por vezes, penalizante, uma vez que o sujeito passivo não podendo deduzir o imposto suportado, o irá repercutir ao seu cliente que, por sua vez, não o pode deduzir. Para obviar a tal inconveniente, no artigo 12.º do CIVA, permite‑se a renúncia àquela isenção, faculdade essa que, no entanto, apenas pode ser exercida pelos seguintes sujeitos passivos:

a) Entidades com competência nos domínios da formação e reabilitação profissional, ou reconhecidas como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, quanto às prestações de serviços que tenham por objeto a formação profissional, bem como as transmissões de bens e as prestações de serviços conexas [cfr. art.º 9.º, n.º 10 e art.º 12.º, n.º 1, alínea a)];

b) Entidades patronais que forneçam serviços de alimentação e bebidas aos seus empregados [cfr. art.º 9.º, n.º 36 e art.º 12.º, n.º 1, alínea a)];

c) Estabelecimentos hospitalares, clínicas, dispensários e similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a instituições privadas integradas no Sistema Nacional de Saúde, que efetuem prestações de serviços médicos e sanitários e operações com ela estreitamente conexas [cfr. art.º 9.º, n.º 2 e art.º 12.º, n.º 1, alínea b)];

d) Cooperativas que, não sendo de produção agrícola, desenvolvam uma atividade de prestação de serviços aos seus associados agricultores [cfr. art.º 9.º, n.º 34 e art.º 12.º, n.º 1, alínea c)];

e) Sujeitos passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos do imposto, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução [cfr. art.º 9.º, n.º 29) e art.º 12.º, n.º 4];

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

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f) Sujeitos passivos que efetuem a transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos, frações autónomas destes ou terrenos para construção a favor de outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução [cfr. art.º 9.º, n.º 30) e art.º 12.º, n.º 5];

NOTA:

Os termos e as condições para a renúncia à isenção previstas nas alíneas e) e f) constam de legislação especial (cfr. n.º 6 do art.º 12.º do CIVA), ou seja, do regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado pelo artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, que à frente iremos desenvolver em quadro próprio.

3 – Médicos, odontologistas, parteiros, enfermeiros e outras profissões paramédicas (não podem renunciar à isenção)

Os médicos, odontologistas, parteiros, enfermeiros e outras profissões paramédicas, não podem renunciar à isenção prevista no n.º 1 do artigo 9.º do Código do IVA, relativamente ás prestações de serviços efetuadas no exercício das suas profissões. O artigo 12.º do CIVA, que permite a renúncia à isenção, não contempla estes sujeitos passivos, que não liquidam IVA nos serviços que prestam nem deduzem o imposto suportado a montante.

4 – Campos da declaração de alterações para assinalar a opção

No quadro que estamos a analisar, incluímos apenas as operações compreendidas nos n.os 10, 34 e 36 do artigo 9.º do Código do IVA, ficando as operações compreendidas nos n.os 29 e 30, do mesmo artigo, para serem incluídas e analisadas no quadro seguinte.

Assim, naquelas situações, a passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução para o Regime Normal (por opção), implica que o sujeito passivo, para usar o direito que pretende, assinale o campo 1 do Quadro 13 da declaração de alterações.

5 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

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autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.

(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

6 – Isenções simples ou incompletas

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e

efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções

completas.

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível

da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam

substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação

de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em

contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São

deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do

IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo

53.º e seguintes do mesmo diploma. Atendendo aos seus efeitos indesejáveis, em

determinadas situações é possível renunciar a este tipo de isenção, mediante opção

dos sujeitos passivos, tal como se encontra consagrado no artigo 12.º do CIVA. É

o caso, por exemplo, dos estabelecimentos hospitalares, clinicas, dispensários e

similares, não pertencentes a pessoas coletivas de direito público ou a instituições

privadas integradas no sistema nacional de saúde, que efetuem prestações de

serviços médicos e sanitários e operações com ela estreitamente conexas, que,

muitas vezes, têm vantagem em renunciar à isenção optando pelo Regime Normal

de tributação.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não

liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços

realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do

direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga

fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções

aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações

(v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros

suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens

(art.º 14.º do RITI).

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

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7 – As isenções simples ou incompletas perturbam o funcionamento das deduções

Como antes foi disse, uma das razões que levam os sujeitos passivos, que praticam exclusivamente operações isentas que não conferem direito à dedução, a renunciarem a este direito, e optarem, de acordo com o disposto no artigo 12.º do Código do IVA, pelo Regime Normal de tributação, é o facto de certas isenções em IVA perturbarem o funcionamento do mecanismo das deduções, afetando a neutralidade do imposto.

Na realidade, como é óbvio, perante uma isenção, o operador não liquida imposto nas vendas que efetua mas, em contrapartida, também não pode efetuar a dedução do imposto que suportou nas aquisições, já que essa dedução pressupõe a tributação das operações efetuadas a jusante.

Sendo assim, o imposto não dedutível é normalmente incluído no preço de venda dos respetivos bens ou serviços isentos, traduzindo‑se numa “tributação oculta” que retira ao imposto a sua caraterística de ad valorem.

De facto, o imposto suportado pelo operador que transaciona bens ou serviços isentos jamais pode ser deduzido (salvo se, nas situações que estão previstas, renunciar ao direito da isenção), representando um custo efetivo do operador que, com certeza, o irá incorporar nos seus preços de venda ou nos serviços que presta, não podendo, todavia, nesse caso, efetuar qualquer discriminação entre preço e imposto nas faturas que emite. Assim, o consumidor ao adquirir bens ou serviços isentos suportará sempre, ocultamente, a respetiva carga tributária que lhe está associada.

Por tudo isto, os sujeitos passivos enquadrados no regime se isenção (isenção simples) a que se refere o artigo 9.º do Código do IVA, por vezes têm vantagens em optar pelo Regime Normal de tributação, principalmente quando o exercício da atividade implica a aquisição de certo equipamento e o adquirente dos bens ou serviços é um sujeito passivo registado e enquadrado no Regime Normal.

De qualquer das formas, os sujeitos passivos não podem renunciar à isenção relativamente ao exercícios de todas as operações isentas, mas apenas, e tão só, das previstas no artigo 12.º do CIVA, observados que sejam os requisitos para tal.

8 – Período mínimo de permanência no regime por que optaram

Os sujeitos passivos que usem de tal direito ficam obrigados a permanecer no Regime por que optaram durante um período mínimo de, pelo menos, 5 anos (cfr. art.º 12.º n.º 3).

Tal renúncia é irreversível durante esse período, por isso que os sujeitos passivos

QUADRO 27 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 2, 11, 23, 36 e 37 do artigo 9.º para o RN (por opção)

231

não podem regressar ao regime inicial sem ter decorrido aquele período mínimo de 5 anos.

Visou‑se, assim, evitar o recurso sistemático a mudanças de enquadramento em IVA, determinadas pelas alterações pontuais da própria atividade económica dos sujeitos passivos.

A renúncia permitida pelo artigo 12.º do Código do IVA, pelas consequências que acarreta para os contribuintes não só em termos de IVA mas também da sua atividade global, não pode ser um ato encarado levianamente por estes, tendo os mesmos que se sujeitar às responsabilidades determinadas por tal decisão.

Por estas razões, a lei não prevê qualquer «clausula de salvaguarda» relativamente à imposição de permanência no regime por que se optou durante um período mínimo de 5 anos.

9 – Regresso ao regime de isenção

Se findo tal prazo (5 anos) os sujeitos passivos desejarem regressar à situação anterior (isenção do artigo 9.º), deverão:

a) Durante o mês de janeiro de um dos anos seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do regime de opção, apresentar, no Serviço de Finanças competente, a respetiva declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do CIVA, e assinalar, no campo 3 do Quadro 13, a sua intenção, produzindo efeitos a partir de:

– 1 de janeiro do ano da sua apresentação [cfr. art.º 12.º, n.º 3, alínea a)].

b) Sujeitar a tributação as existências remanescentes e proceder nos termos do n.º 5 do artigo 24.º, à regularização da dedução quanto a bens do ativo imobilizado [cfr. art.º 12.º, n.º 3, alínea b)].

10 – Imposto suportado relativo a bens do ativo imobilizado (móveis ou imóveis)

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade isenta que não confere direito a dedução, e optem, em qualquer altura do ano, pela sua passagem ao Regime Normal, não beneficiam da dedução do imposto suportados relativo a bens (móveis ou imóveis) do ativo imobilizado, designadamente, da dedução prevista no artigo 25.º do Código do IVA, o qual se aplica apenas aos sujeitos passivos que, por motivo de alteração da atividade ou por imposição legal, passarem a praticar operações sujeitas que conferem direito à dedução.

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

232

28 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações previstas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º)

Para o

Regime Normal (por opção)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

a) Os sujeitos passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º (cfr. n.º 4 do art.º 12.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

b) Os sujeitos passivos que efetuem a transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos, frações autónomas destes ou terrenos para construção a favor de outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 30 do artigo 9.º (cfr. n.º 5 do art.º 12.º do C IVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

c) Para o efeito, os sujeitos passivos que pretendam renunciar a tal isenção devem dirigir à Autoridade Tributária e Aduaneira, por via eletrónica, um pedido de emissão de certificado para efeitos de renúncia, do qual conste os seguintes elementos (cfr. n.º 1 do art.º 4.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1):

– o nome ou designação social do sujeito passivo transmitente ou locador e do sujeito passivo adquirente ou locatário do imóvel, bem como os respetivos números de identificação fiscal;

– a identificação do imóvel;

– se se trata de uma operação de transmissão do direito de propriedade do imóvel ou de uma operação de locação do mesmo;

– a atividade a exercer no imóvel;

– o valor da venda do imóvel ou o valor mensal da renda;

– a declaração de que se encontram reunidas todas as condições para a renúncia à isenção, previstas no Código do IVA e no presente regime.

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

233

d) A Autoridade Tributária e Aduaneira, após a receção do pedido de emissão de certificado, deve, por via eletrónica, dar conhecimento do mesmo ao sujeito passivo adquirente ou locatário do imóvel, para efeitos de confirmação por este, pela mesma via, dos elementos que lhe dizem respeito (cfr. n.º 2 do art.º 4.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

e) Comprovados os pressupostos necessários para o exercício do direito à renúncia, a Autoridade Tributária e Aduaneira emitirá, no prazo de 10 dias, a contar da data da confirmação pelo adquirente ou locatário do imóvel, o CERTIFICADO necessário para efeitos de renúncia (cfr. n.º 4 do art.º 4.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

Contudo, quando a informação disponibilizada no pedido não corresponder aos elementos na posse dos serviços centrais da Autoridade Tributária e Aduaneira, a decisão de emissão do certificado é tomada pelo chefe do serviço de finanças da área da sede, do estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou locador, após a apreciação da conformidade dessa informação (cfr. n.º 3 do art.º 4.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

f) O certificado emitido é válido por seis meses e tem exclusivamente por efeito titular que os sujeitos passivos intervenientes na operação manifestaram à Autoridade Tributária e Aduaneira a intenção de renunciar à isenção do IVA nessa operação e que declararam estar reunidas as condições legalmente previstas para que a renúncia se efetivasse (cfr. n.º 5 do art.º 4.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

g) Desde que o sujeito passivo esteja na posse do certificado de renúncia válido e se continuem a verificar nesse momento as condições para a renúncia à isenção, a renúncia produz efeitos a partir do:

– momento da celebração do contrato de locação ou de compra e venda do imóvel (cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

Não obstante o disposto no primeiro parágrafo da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, na transmissão de bens imóveis em relação aos quais tenha havido renúncia à isenção nos termos do n.º 5 do artigo 12.º do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto (e por isso é da sua competência a liquidação do imposto que se mostre devido) os adquirentes de tais bens (cfr. n.º 2 do art.º 6.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

No primeiro período de imposto, após a produção dos efeitos da renúncia à isenção, deve o sujeito passivo proceder à liquidação do IVA que se mostre devido, incluindo o respeitante aos adiantamentos do preço que entretanto tenha havido lugar (cfr. n.º 3 do art.º 6.º do Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1).

Por sua vez, caso específico da locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes para fins não habitacionais, em que tenha havido renúncia à isenção nos termos do n.º 4 do artigo 12.º do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto, de acordo com a alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma, os locadores

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

234

dos mesmos, a quem cabe a liquidação e a responsabilidade pela entregas ao Estado do imposto que se mostre devido, segundo as regras gerais.

NOTAS:

1 – Artigo 9.º, n.os 29 e 30, do Código do IVA

Estão isentas do imposto:

29 – A locação de bens imóveis. Esta isenção não abrange:

a) As prestações de serviços de alojamento, efetuadas no âmbito da atividade hoteleira ou de outras com funções análogas, incluindo parques de campismo;

b) A locação de áreas para recolha ou estacionamento coletivo de veículos;

c) A locação de máquinas e outros equipamentos de instalação fixa, bem como qualquer outra locação de bens imóveis de que resulte a transferência onerosa da exploração de estabelecimento comercial ou industrial;

d) A locação de cofres‑fortes;

e) A locação de espaços para exposições ou publicidade.

30 – As operações sujeitas a imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis;(artigo 9.º, n.os 29 e 30 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, e pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12)

2 – Artigo 12.º, n.os 4, 5 e 6, do Código do IVA

4 – Os sujeitos passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º.

5 – Os sujeitos passivos que efetuem a transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos, frações autónomas destes ou terrenos para construção a favor de outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 30 do artigo 9.º.

6 – Os termos e as condições para a renúncia à isenção prevista nos n.os 4 e 5 são estabelecidos em legislação especial.(artigo 12.º, n.os 4, 5 e 6 do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

235

3 – Decreto-Lei n.º 21/2007, de 29/1

Artigo 1.º – Objeto

A renúncia à isenção do IVA nas transmissões de bens e prestações de serviços abrangidas pelos n.os 29 e 30 do artigo 9.º do Código do IVA, prevista nos n.os 4 a 6 do artigo 12.º do mesmo Código, pode ser exercida nos termos e condições definidas no presente regime.

Artigo 2.º – Condições objetivas para a renúncia à isenção

1 – A renúncia à isenção é admitida nas operações relativas a bens imóveis quando se mostrem satisfeitas as seguintes condições:

a) O imóvel se trate de um prédio urbano ou de uma fração autónoma deste ou ainda, no caso de transmissão, de um terreno para construção;

b) O imóvel esteja inscrito na matriz em nome do seu proprietário, ou tenha sido pedida a respetiva inscrição, e não se destine a habitação;

c) O contrato tenha por objeto a transmissão do direito de propriedade do imóvel ou a sua locação e diga respeito à totalidade do bem imóvel;

d) O imóvel seja afeto a atividades que confiram direito à dedução do IVA suportado nas aquisições;

e) No caso de locação, o valor da renda anual seja igual ou superior a 25 avos do valor de aquisição ou construção do imóvel (com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12).

2 – Verificadas as condições previstas no número anterior, a renúncia só é permitida quando o bem imóvel se encontre numa das seguintes circunstâncias;

a) Esteja em causa a primeira transmissão ou locação do imóvel ocorrida após a construção, quando tenha sido deduzido ou ainda seja possível deduzir, no todo ou em parte, o IVA nela suportado;

b) Esteja em causa a primeira transmissão ou locação do imóvel após ter sido objeto de grandes obras de transformação ou renovação, de que tenha resultado uma alteração superior a 50% do valor patrimonial tributável para efeitos do imposto municipal sobre imóveis, quando ainda seja possível proceder à dedução, no todo ou em parte, do IVA suportado nessas obras;

c) Na transmissão ou locação do imóvel subsequente a uma operação efetuada com renúncia à isenção, quando esteja a decorrer o prazo de

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regularização previstos no n.º 2 do artigo 24.º do Código do IVA relativamente ao imposto suportado nas despesas de construção ou aquisição do imóvel.

3 – No caso de contratos realizados em simultâneo, em que haja lugar à renúncia à isenção, a condição prevista na alínea b) do n.º 1, relativamente à inscrição em nome do proprietário, deve verificar‑se em relação ao sujeito passivo que realiza a transmissão do imóvel no primeiro dos contratos.

4 – Não é permitida a renúncia na sublocação de bens imóveis, exceto quando estes sejam destinados a fins industriais (com a redação dada pela Lei n.º 64‑A/2008, de 31/12).

Artigo 3.º – Condições subjetivas para a renúncia à isenção

1 – A renúncia à isenção é permitida quando o transmitente e o adquirente do bem imóvel ou, no caso de locação, quando o locador e o locatário sejam sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, que preencham as seguintes condições:

a) Pratiquem operações que confiram direito à dedução ou, no caso de sujeitos passivos que exerçam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, quando o conjunto das operações que conferem direito à dedução seja superior a 80% do total do volume de negócios;

b) Não estejam abrangidos pelo regime especial dos pequenos retalhistas constante dos artigos 60.º e seguintes do Código do IVA;

c) Disponham de contabilidade organizada nos termos dos Códigos do IRS ou do IRC.

2 – A percentagem referida na alínea a) do número anterior é determinada nos termos dos n.os 4, 5, 7 e 8 do artigo 23.º do Código do IVA, com base no montante das operações realizadas no ano anterior, independentemente do critério que o sujeito passivo utilize para o exercício do direito à dedução.

3 – Não obstante o disposto na alínea a) do n.º 1, podem renunciar à isenção, ainda que o conjunto das operações que confere direito à dedução não seja superior à percentagem aí prevista, os sujeitos passivos cuja atividade tenha por objeto, com caráter de habitualidade, a construção, reconstrução ou aquisição de imóveis para venda ou para locação.

4 – No caso de operações relativas a imóveis detidos ou a deter em regime de compropriedade, a renúncia à isenção só é admitida quando as condições referidas nos números anteriores se verifiquem relativamente a todos os comproprietários e o direito de renúncia à isenção seja exercido por todos eles.

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Artigo 4.º – Formalidades para a renúncia à isenção

1 – Os sujeitos passivos que pretendam renunciar à isenção devem dirigir à Administração Tributária e Aduaneira, por via eletrónica, um pedido de emissão de certificado para efeitos de renúncia, do qual conste os seguintes elementos:

a) O nome ou designação social do sujeito passivo transmitente ou locador e do sujeito passivo adquirente ou locatário do imóvel, bem como os respetivos números de identificação fiscal;

b) A identificação do imóvel;

c) Se se trata de uma operação de transmissão do direito de propriedade do imóvel ou de uma operação de locação do mesmo;

d) A atividade a exercer no imóvel;

e) O valor da venda do imóvel ou o valor mensal da renda;

f) A declaração de que se encontram reunidas todas as condições para a renúncia à isenção, previstas no Código do IVA e no presente regime.

2 – A Administração Tributária e Aduaneira, após a receção do pedido de emissão de certificado, deve, por via eletrónica, dar conhecimento do mesmo ao sujeito passivo adquirente ou locatário do imóvel, para efeitos de confirmação por este, pela mesma via, dos elementos que lhe dizem respeito.

3 – Não obstante o disposto no número anterior, quando a informação disponibilizada no pedido não corresponder aos elementos na posse dos serviços centrais da Administração Tributária e Aduaneira, a decisão de emissão do certificado é tomada pelo chefe do serviço de finanças da área da sede, do estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou locador, após a apreciação da conformidade dessa informação.

4 – O certificado para efeitos de renúncia é emitido no prazo de 10 dias a contar da data da confirmação a que se refere o n.º 2.

5 – O certificado emitido é válido por seis meses e tem exclusivamente por efeito titular que os sujeitos passivos intervenientes na operação manifestaram à Administração Tributária e Aduaneira a intenção de renunciar à isenção do IVA nessa operação e que declararam estar reunidas as condições legalmente previstas para que a renúncia se efetivasse.

Artigo 5.º – Momento em que se efetiva a renúncia à isenção

1 – A renúncia à isenção só opera no momento em que for celebrado o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel, ou, no caso de contrato de locação

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financeira relativo a imóvel a construir, no momento em que o locador tome posse do imóvel, desde que o sujeito passivo esteja na posse de um certificado de renúncia válido e se continuem a verificar nesse momento as condições para a renúncia à isenção estabelecidas no presente regime (com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007,

de 31/12).

2 – Deixando de se verificar as condições de renúncia à isenção antes da celebração do contrato referido no número anterior, ou tendo decorrido o prazo de validade do certificado de renúncia sem que tal contrato haja sido celebrado, deve o sujeito passivo que solicitou a emissão do mesmo comunicar, por via eletrónica, esse facto à administração tributária.

3 – O exercício da renúncia à isenção sem que estejam reunidas as condições referidas no n.º 1 não produz efeitos.

NOTA:

I – Decorrendo do artigo 5.º do Regime de Renúncia à isenção do IVA nas operações imobiliárias, aprovado pelo Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, que o certificado de renúncia tem necessariamente que ser emitido antes da celebração da escritura pública de transmissão e constatado que esta já tinha sido realizada, não havia como não indeferir o requerido, pelo que a não audição prévia do requerente deve ter‑se como preterição de formalidade não essencial em face do princípio do aproveitamento dos atos.

II – A eventual admissibilidade de que o pedido de certificado de renúncia à isenção pelo segundo transmitente em contratos simultâneos pudesse ter o mesmo efeito que a obtenção do próprio certificado ‑ por imperativo do princípio da prevalência da substância sobre a forma, da neutralidade fiscal ou de outros princípios nucleares convocáveis na matéria em apreço ‑, está necessariamente dependente da certeza – inverificada in casu – quanto à impossibilidade de o segundo transmitente poder obter, em tempo útil, o certificado de renúncia à isenção.

(Acórdão do STA, de 05/07/2012, Proc. 0640/11, em APECA ‑ Novidades e Lembranças, 2.ª quinzena do mês de julho de 2012)

Artigo 6.º – Obrigações decorrentes da opção pela tributação

1 – A opção pela tributação das operações previstas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º do Código do IVA determina, para o sujeito passivo transmitente ou locador do imóvel, o cumprimento das obrigações previstas na legislação do IVA.

2 – Não obstante o disposto no primeiro parágrafo da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto os adquirentes de

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bens imóveis em relação aos quais tenha havido renúncia à isenção na respetiva transmissão.

3 – No período de imposto em que, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º, tem lugar a renúncia à isenção, deve o sujeito passivo proceder à liquidação do IVA, incluindo o respeitante aos adiantamentos do preço a que tenha havido lugar.

Artigo 7.º – Valor tributável

1 – Não obstante o disposto no n.º 1 do artigo 16.º do Código do IVA, na transmissão ou locação de bens imóveis efetuadas com renúncia à isenção do IVA por sujeitos passivos que tenham entre si relações especiais, na acepção do n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC, o valor tributável é o valor normal determinado nos termos do n.º 4 do artigo 16.º do Código do IVA, quando se verifique qualquer das seguintes situações (com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12):

a) A contraprestação seja inferior ao valor normal e o destinatário da operação não tenha direito a deduzir integralmente o imposto;

b) A contraprestação seja superior ao valor normal e o transmitente ou o locador do bem imóvel não tenha direito a deduzir tolamente o IVA.

2 – Para efeitos do disposto no número anterior, considera‑se que o valor normal da transmissão do imóvel não pode ser inferior ao valor patrimonial tributário definitivo que serviu de base à liquidação do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis ou que serviria no caso de não haver lugar à liquidação deste imposto.

NOTA:

Regra geral

O valor tributável na transmissão ou na locação de bens imóveis é apurado de acordo com as regras estabelecidas no n.º 1 do artigo 16.º do CIVA.

Regras especiais

No caso da transmissão ou locação de imóveis efetuadas com renúncia à isenção por sujeitos passivos que tenham entre si relações especiais na acepção do n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC, o valor tributável é o valor normal, determinado segundo o estabelecido no n.º 4 do artigo 16.º do CIVA (onde se diz que entender-se-á por valor normal de um bem ou serviço o preço, aumentado dos elementos referidos no n.º 5 deste artigo, na medida em que nele não estejam incluídos, que um adquirente ou destinatário, no estádio de comercialização onde é efetuada a operação e em condições normais de concorrência, teria de pagar a um fornecedor

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ou prestador independente, no tempo e lugar em que é efetuada a operação ou no tempo e lugar mais próximos, para obter o bem ou o serviço), quando:

a) A contraprestação seja inferior ao valor normal e o destinatário da operação não tenha direito à dedução integral do IVA;

ou

b) A contraprestação seja superior ao valor normal quando o transmitente ou o locador do bem imóvel não tenha direito a deduzir o IVA integralmente.

Para este efeito, considera‑se que o valor normal da transmissão do imóvel não pode ser inferior (embora possa ser superior) ao valor patrimonial tributário definitivo considerado para efeitos de IMT, independentemente de haver ou não lugar à liquidação deste imposto.(cfr. n.º V, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

Artigo 8.º – Exercício do direito à dedução

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos intervenientes em operações em que tenha ocorrido a renúncia à isenção no âmbito do presente regime têm direito à dedução do imposto suportado para a realização das operações relativas a cada bem imóvel, segundo as regras definidas nos artigos 19.º a 25.º do Código do IVA.

2 – Os transmitentes ou locadores podem deduzir o IVA relativo ao bem imóvel na declaração do período de imposto ou de período posterior àquele em que, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do presente regime, tem lugar a renúncia à isenção, tendo em conta o prazo a que se refere o n.º 2 do artigo 91.º do Código do IVA.

3 – O prazo previsto no n.º 2 do artigo 91.º do Código do IVA é elevado para o dobro para efeitos da dedução do imposto suportado na construção de bens imóveis por sujeitos passivos cuja atividade tenha por objeto, com caráter de habitualidade, a construção de imóveis para venda ou para locação, quando essa construção, comprovadamente, tenha excedido o prazo referido naquela disposição.

4 – Os sujeitos passivos adquirentes de bens imóveis podem deduzir o imposto liquidado pela respetiva aquisição na declaração do período de imposto em que, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º, tem lugar a renúncia à isenção.

NOTA:

O direito à dedução nasce no momento da realização do contrato de locação ou transmissão e pode ser exercido, segundo as regras definidas nos artigos 19.º a

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25.º do Código do IVA, sem prejuízo do prazo estabelecido no n.º 2 do artigo 98.º do CIVA, isto é 4 anos, designadamente, no que respeita ao transmitente ou locador, relativamente ao IVA suportado na aquisição ou construção de imóveis.

No entanto, no caso de transmitentes ou locadores cuja atividade consista, com caráter de habitualidade, na construção de imóveis para venda ou para locação, e desde que comprovadamente a construção do imóvel tenha excedido o prazo de 4 anos, para efeitos do n.º 2 do artigo 98.º e no que respeita ao IVA suportado na construção de imóveis em que houver renúncia, o prazo anteriormente referido, é elevado para o dobro (8 anos).

Em ambas as situações, a dedução pode ser efetuada, não obstante os documentos que suportam o direito à dedução já terem sido objeto de registo contabilístico, não se lhes aplicando a restrição prevista no n.º 6 do artigo 78.º.

No caso da transmissão de imóveis, em que cabe ao adquirente a obrigação de liquidação do imposto, este pode, nos termos do n.º 4 do artigo 8.º do Regime da Renúncia, exercer o direito à dedução do imposto liquidado pela respetiva aquisição.(cfr. n.º VI da alínea B das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

Artigo 9.º – Obrigatoriedade de utilização do método de afetação real

1 – A dedução do imposto relativo a cada imóvel efetua‑se segundo o método da afetação real de todos os bens e serviços utilizados, de harmonia com o referido no n.º 2 do artigo 23.º do Código do IVA.

2 – Quando a Autoridade Tributária e Aduaneira considere inadequados os critérios de imputação utilizados na afetação real, pode fixar critérios diferentes, disso notificando o sujeito passivo, com indicação das razões que fundamentaram a decisão.

NOTA:

Não obstante o disposto na alínea b) do número anterior, pode o sujeito passivo efetuar a dedução segundo a afetação real de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, com base em critérios objetivos que permitam determinar o grau de utilização desses bens e serviços em operações que conferem direito a dedução e em operações que não conferem esse direito, sem prejuízo de a Administração Tributária e Aduaneira lhe vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificar que provocam ou que podem provocar distorções significativas na tributação.(n.º 2 do artigo 23.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 67‑A/2007, de 31/12)

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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Artigo 10.º – Regularização do imposto deduzido

1 – Não obstante o disposto no n.º 1 do artigo 25.º do Código do IVA, os sujeitos passivos que utilizem bens imóveis relativamente aos quais houve direito à dedução total ou parcial do imposto que onerou a respetiva aquisição são obrigados a regularizar, de uma só vez, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do mesmo Código, as deduções efetuadas, considerando que os bens estão afetos a uma atividade não tributada, quando:

a) O bem imóvel seja afeto a fins alheios à atividade exercida pelo sujeito passivo;

b) Ainda que não seja afeto a fins alheios à atividade exercida pelo sujeito passivo, o bem imóvel não seja efetivamente utilizado em fins da empresa por um período superior a três anos consecutivos. (com a redação dada pelo artigo 260.º da Lei

n.º 66‑B/2012, de 31/12)

NOTA:

Pelo artigo 260.º da Lei n.º 66‑B/2012, de 31/12, foi alterada a alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do Regime de Renúncia à isenção nas operações relativas a bens imóveis. É, assim, fixado em três anos consecutivos, o período a partir do qual os sujeitos passivos que utilizem bens imóveis, relativamente aos quais houve direito à dedução total ou parcial do imposto que onerou a respetiva aquisição, são obrigados a regularizar, de uma só vez, nos termos do Código do IVA, as deduções efetuadas, considerando que os bens estão afetos a uma atividade não tributada, quando, ainda que não seja afeto a fins alheios à atividade exercida pelo sujeito passivo, o bem imóvel não seja efetivamente utilizado em fins da empresa.(n.º 3 da parte II do Ofício Circulado n.º 30 142, de 21/02/2013, da Direção de Serviços do IVA)

2 – O montante das regularizações referidas no número anterior deve ser incluído na declaração de imposto relativa ao último período do ano em que ocorrer a situação que lhe dá origem.

3 – O disposto na alínea b) do n.º 1 não prejudica o dever de proceder às regularizações anuais previstas no n.º 1 do artigo 26.º do Código do IVA até ao decurso do prazo de três anos referido nessa alínea.

NOTA:

Artigo 24.º, n.º 5 do CIVA

Sempre que o imóvel, relativamente ao qual foi exercida a renúncia à isenção:

a) seja afeto a fins alheios à atividade exercida (a) pelo sujeito passivo, ou

(a) – Deverá entender‑se por actividade exercida a que permitiu ao sujeito passivo renunciar à isenção ou permitiria se outra fosse, isto é atividades que conferem o direito à dedução. Tal significa que apenas há lugar à regularização para efeitos da alínea a) se o imóvel for afeto a uma atividade que não confere o direito à dedução.

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b) deixe de ser efetivamente utilizado em fins da empresa por um período superior a dois anos, o imposto inicialmente deduzido deve ser regularizado de uma só vez, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, considerando que os bens estão afetos a uma atividade não tributada.

A regularização a favor do Estado deve constar do campo 41 do quadro 06 da última declaração do ano em que ocorreu a situação que lhe dá origem.

O prazo de dois anos a que se refere a anterior alínea b) conta-se a partir da entrada em vigor do Decreto‑Lei n.º 21/2007, isto é, a partir de 30 de janeiro de 2007, designadamente para os contratos realizados na vigência do Decreto‑Lei n.º 241/86, de 2 de agosto.

Artigo 25.º do CIVA

A regularização efetuada em virtude da não utilização em fins da empresa do imóvel pelo período de dois anos, atrás referido, não prejudica o dever de proceder às regularizações anuais previstas no n.º 1 do artigo 25.º do CIVA (1/20 da dedução inicialmente efetuada por cada ano de não utilização em fins da empresa).

Outras regularizações

A dedução do IVA suportado, por força da renúncia à isenção na aquisição de bens imóveis origina ainda, nos termos gerais, e quando for caso disso, as demais regularizações a que se referem o n.º 6 do artigo 23.º e artigos 24.º e 25.º, todos do CIVA.(cfr. n.º VII das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

Artigo 11.º – Obrigações contabilísticas e faturação

1 – As faturas ou documentos equivalentes emitidos por sujeitos passivos transmitentes de bens imóveis, quando ocorra a renúncia à isenção, devem conter a expressão «IVA devido pelo adquirente», quando este seja um sujeito passivo dos mencionados no n.º 2 do artigo 6.º do presente regime.

2 – Nas transmissões de imóveis com sujeição a IVA, a escritura substitui a fatura exigida para efeitos deste imposto, desde que dela constem, à exceção da numeração, as indicações referidas no artigo 36.º do Código do IVA e a menção referida no número anterior.

3 – Para efeitos do cumprimento do disposto no artigo 44.º do Código do IVA, os sujeitos passivos transmitentes ou locadores de bens imóveis devem na sua contabilidade registar separadamente os proveitos e custos relativos, respetivamente, aos imóveis a alienar ou a arrendar com sujeição a imposto.

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4 – Os sujeitos passivos adquirentes de bens imóveis em relação aos quais tenha havido renúncia à isenção na respetiva transmissão, estão obrigados, para efeitos da alínea c) do n.º 2 do artigo 44.º do Código do IVA, a evidenciar separadamente na sua contabilidade o valor do imposto liquidado pela aquisição desses imóveis.

Artigo 12.º – Outras obrigações acessórias

1 – Os sujeitos passivos que se encontrem registados no regime de isenção decorrente do artigo 9.º do Código do IVA, que estejam em condições de renunciar à isenção do imposto nas operações imobiliárias, devem apresentar a declaração de alterações prevista no n.º 1 do artigo 32.º do mesmo Código antes de formularem pela primeira vez um pedido de emissão de um certificado para efeitos de renúncia.

2 – Para efeitos do disposto na alínea d) do n.º 1 do artigo 28.º do Código do IVA, o Ministro das Finanças pode determinar a obrigatoriedade de os sujeitos passivos, relativamente a cada operação e a cada imóvel objeto de renúncia à isenção, discriminarem o valor da contraprestação e do IVA liquidado, bem como o valor dos custos suportados e do imposto nele contido.

Artigo 13.º – Regime subsidiário

A disciplina do Código do IVA é aplicável em tudo o que não se revelar contrário ao disposto no presente regime.

4 – Certificado para efeito de renúncia (como se obtém)

Os sujeitos passivos que pretendam renunciar à isenção devem solicitar um certificado.

O referido pedido deve ser efetuado, prévia e obrigatoriamente, por via eletrónica, no sítio da Administração Tributária (www.dgci.min‑financas.pt, selecionando a funcionalidade Declarações Eletrónicas) ou diretamente através do sítio www.e‑financas.gov.pt, acessos condicionados à existência de uma senha (a mesma utilizada para outras funcionalidades relativas ao sistema de declarações eletrónicas).

Para o efeito, deve selecionar a opção Certidões, de seguida a opção Emissão de Certidão, escolher o tipo de certidão Renúncia Isenção de IVA – Imóveis e CONFIRMAR.

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Em seguida, escolher se a renúncia respeita a Transmissões ou Locações e preencher todos os campos do formulário:

– NIF do adquirente ou locatário;

– Identificação do imóvel;

– Atividade principal a exercer no imóvel;

– Valor da transmissão ou valor mensal da renda (Exemplo: 500.000,00 ou 1.256,00).

– Declaração de que se verificam todos os requisitos para que se possa renunciar.

Em seguida CONFIRMAR.

Após submissão do pedido e desde que preenchidos todos os elementos requeridos, será o requerente informado se o mesmo está ou não conforme com a legislação. E estando, ser‑lhe‑á, de imediato, informado que vai ser pedida a confirmação dos dados por parte do adquirente ou locatário do imóvel.

Tal pedido de confirmação será solicitado via mail ao adquirente ou locatário.

Este, depois de se autenticar no sítio das Declarações Eletrónicas, deve selecionar a opção Certidões, de seguida a opção Conf. Pedido.

Quando aparecer a Lista de Certidões, “clicar” em +Info e sendo corretos os dados constantes do pedido, procederá à respetiva confirmação (CONFIRMAR). Quando não confirme o pedido (NÃO CONFIRMAR), deve indicar, no quadro respetivo, as razões justificativas.

Depois da confirmação dos dados constantes do pedido por parte do sujeito passivo locatário ou adquirente do imóvel, e caso se verifiquem todos os requisitos necessários à emissão do mesmo, o certificado será, desde logo, disponibilizado. Para o obter, deverá aceder‑se, sucessivamente, a Certidões, Consulta e, na Lista de Certidões, “clicar” em OBTER.

Caso contrário, a emissão do certificado ficará dependente de despacho do Chefe de Finanças da área da sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou do locador do imóvel.

Após a validação, automática ou pelo serviço de finanças, dos dados referentes aos sujeitos passivos e á identificação do imóvel, o certificado fica disponível, podendo ser impresso. Para o obter, deverá aceder, sucessivamente, a Certidões, Consulta e, na Lista de Certidões, “clicar” em OBTER.(cfr. n.º II, ponto C, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

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5 – Certificado para efeito de renúncia (perda de validade)

Se os elementos que serviram de base à emissão do certificado sofrerem alterações antes da celebração do contrato de locação ou de compra e venda, o certificado perde a sua validade.

Se ainda se mantiverem as condições para a renúncia à isenção prevista na Lei, e os sujeitos passivos ainda pretendam exercer esse direito, deve ser pedido um novo certificado.(cfr. n.º II, ponto C, nota 2, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

6 – Certificado para efeito de renúncia (prazo de validade)

O certificado emitido é válido por seis meses (a contar da data em que fica disponível, findos os quais caduca) e tem exclusivamente por efeito titular que os sujeitos passivos intervenientes na operação manifestaram à Administração Tributária e Aduaneira a intenção de renunciar à isenção do IVA nessa operação e que declararam estar reunidas as condições legalmente previstas para que a renúncia se efetivasse.(n.º 5 do artigo 4.º do regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

NOTA:

Caso não seja utilizado, o sujeito passivo deve comunicar esse facto, por via eletrónica, ao Chefe de Finanças da área da sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou do locador do imóvel.(cfr. n.º III, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

7 – Compropriedade de imóveis

No caso de operações relativas a imóveis detidos ou a deter em regime de compropriedade, a renúncia à isenção só é admitida quando as condições referidas nos números anteriores se verifiquem relativamente a todos os comproprietários e o direito de renúncia à isenção seja exercido por todos eles.(n.º 4 do artigo 3.º do Regime da renúncia à isenção do IVA, aprovado pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

8 – Conhecimento prévio do locatário ou do adquirente

Uma das condições essenciais para se poder exercer o direito à renúncia neste tipo de operações, é o conhecimento prévio do locatário dos bens imóveis que irão

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ser objeto de locação, bem como, tratando‑se da transmissão de bens imóveis, do comprador que os irá destinar ao exercício da sua atividade comercial, industrial ou profissional.

Tal resulta do facto de, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 4.º do Regime da Renúncia à Isenção do IVA nas Operações Relativas a Bens Imóveis, ser obrigatório constar do pedido de emissão do respetivo certificado “o nome do locatário ou do adquirente, bem como o respetivo número de identificação fiscal”. Daqui resulta claro que a opção, exercida com o pedido dirigido à Administração Tributária e Aduaneira, por via electrónica, só poderá ser efetuada após o momento em que são conhecidos os locatários ou adquirentes.

Em qualquer das situações (locação ou transmissão), os locatários ou os adquirentes, de acordo com o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 12.º do CIVA, terão que ser sujeitos passivos de imposto que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução e que não se encontrem enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante dos artigos 60.º e seguintes do Código do IVA.

9 – Construção de imóveis para venda e/ou arrendamento (momento da renúncia à isenção)

Uma empresa de construção e gestão imobiliária vai construir um edifício comercial para vender em frações e/ou alugar.

Quando é que a empresa pode renunciar à isenção do IVA nos termos dos n.os 4 e 5 do artigo 12.º do respetivo Código? Logo no início da construção?

E quando é que a empresa pode fazer a dedução do imposto entretanto suportado?

A locação de bens imóveis beneficia da isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º do Código do IVA. Essa isenção não abrange, no entanto, as operações previstas nas suas alíneas a) a e).

Quanto à transmissão dos mesmos imóveis, a mesma beneficia da isenção consignada no n.º 30 do mesmo artigo 9.º.

No entanto, e de acordo com o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 12.º do Código do IVA, pode‑se renunciar à isenção.

As condições da renúncia, de acordo com o n.º 6 do mesmo artigo 12.º, constam de legislação especial, mais propriamente do Regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro.

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

248

Segundo o disposto no n.º 1 do artigo 5.º do referido regime, a renúncia à isenção só opera no momento em que for celebrado o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel.

Consequentemente, não se pode renunciar à isenção logo no início da construção, mas apenas no momento da celebração dos contratos de venda e de arrendamento.

Como a renúncia à isenção apenas opera no momento em que for celebrado o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel, não pode ser deduzido qualquer imposto até esse momento.

O direito à dedução está regulado no artigo 8.º do referido regime. Assim, de acordo com o seu n.º 1, o sujeito passivo terá direito à dedução do imposto suportado para a realização das operações relativas a cada bem imóvel, segundo as regras definidas nos artigos 19.º a 25.º do Código do IVA.

Ou seja, o contribuinte terá que, no decorrer da construção, ir imputando a cada fração, os custos e o IVA suportado, segundo o método da afetação real (cfr. n.º 1 do art.º 9.º), para que, no momento da renúncia, saiba qual o imposto que poderá deduzir em relação à fração vendida ou arrendada.

É que, nos termos do n.º 2 do mesmo artigo 8.º, os vendedores ou locadores podem deduzir o IVA relativo ao bem imóvel na declaração do período de imposto ou de período posterior àquele em que, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do regime, tem lugar a renúncia à isenção.

Assim, só após a renúncia à isenção, e esta só se opera no momento em que for celebrado o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel, é possível a dedução do imposto imputado a cada fração.

Quanto às condições objetivas e subjetivas para se poder renunciar à isenção, as mesmas constam, respetivamente, dos artigos 2.º e 3.º, do regime antes citado, ou seja, do Regime da Renúncia à Isenção do IVA nas Operações Relativas a Bens Imóveis, que se encontra em anexo ao Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro.

10 – Declaração de início de atividade ou de alterações

Se o sujeito passivo transmitente ou locador vai iniciar a atividade e pretender desde logo usar do direito à renúncia, por se verificarem reunidos todos os condicionalismos necessários ao uso de tal direito, deverá apresentar, no serviço de finanças competente, antes de dirigir, por via eletrónica, à Autoridade Tributária e Aduaneira, o pedido de emissão do respetivo certificado, a declaração de início de atividade, prevista no artigo 31.º do Código do IVA, e aí assinalar, além do campo 2 do quadro 11 (transmissões de bens e ou prestações de serviços que não conferem o direito à dedução), o campo 1 do Quadro 12.

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

249

Se o sujeito passivo tiver já entregue a declaração de início de atividade, e só posteriormente decidir renunciar à isenção, deverá então apresentar, no serviço de finanças competente, antes de dirigir, por via eletrónica, à Autoridade Tributária e Aduaneira, o pedido de emissão do respetivo certificado, a declaração de alterações prevista no n.º 1 do artigo 32.º do Código do IVA, e assinalar aí o campo 1 do Quadro 12.

11 – Direito de superfície ou outras figuras parcelares

Não é permitida a renúncia em casos de transmissão que não seja a transmissão do direito de propriedade (v. g. transmissão do mero direito de superfície ou de outras figuras parcelares).(cfr. n.º II, ponto B, nota 4, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

12 – Escritura nas transmissões de bens imóveis (substitui a fatura)

Nas transmissões de imóveis com sujeição a IVA, a escritura substitui a fatura exigida para efeitos deste imposto, desde que dela constem, à exceção da numeração, as indicações referidas no artigo 36.º do Código do IVA e a menção referida no numero anterior.(n.º 2 do artigo 11.º do regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

NOTA:

Dos elementos constantes do artigo 36.º do Código do IVA, destacamos os seguintes elementos constantes do seu n.º 5, ou seja:

– o nome, número de contribuinte, sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio, do locador ou do vendedor, conforme o caso;

– o nome, número de contribuinte, sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio, do locatário ou do adquirente, conforme o caso;

– O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no valor tributável;

– A taxa aplicável e o montante de imposto devido.

Para alem destes elementos, da escritura deverá ainda constar a expressão «IVA devido pelo adquirente».

13 – Isenção simples ou incompleta

As isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida,

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

250

possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas (art.º 9.º do CIVA) e as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes.

A locação de bens imóveis, bem como as operações sujeitas a Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), encontram‑se, em geral, isentas de IVA, qualquer que seja a natureza e o estatuto jurídico do local ou alienante (cfr. n.os 29 e 30 do art.º 9.º do CIVA).

Consistem, pois, numa isenção simples ou incompleta já que as isenções previstas no artigo 9.º não se encontram abrangidas pelo artigo 20.º do Código do IVA, e, como tal, não é permitido o direito à dedução do IVA incidente sobre os “inputs”.

Ora, a isenção de IVA nas operações de locação (arrendamentos para o exercício de atividades comerciais, industriais ou profissionais) ou transmissão de bens imóveis (destinados a comércio, industria e serviços) nem sempre é vantajosa para os agentes económicos, não assegurando a neutralidade do imposto nem, por vezes, os seus efeitos cumulativos, prevendo-se, por isso, a possibilidade de renúncia àquelas isenções nos n.os 4, 5 e 6 do artigo 12.º do Código do IVA e no Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro.

14 – Locação de bens imóveis (operações que não beneficiam da renúncia por serem já operações sujeitas)

A locação de bens imóveis está isenta de imposto. No entanto esta isenção não abrange as seguintes operações, estando por conseguinte sujeitas a imposto:

– As prestações de serviços de alojamento, efetuadas no âmbito da atividade hoteleira ou de outras com funções análogas, incluindo parques de campismo;

– A locação de áreas para recolha ou estacionamento coletivo de veículos;

– A locação de máquinas e outros equipamentos de instalação fixa, bem como qualquer outra locação de bens imóveis de que resulte a transferência onerosa da exploração de estabelecimento comercial ou industrial;

– A locação de cofres‑fortes;

– A locação de espaços para exposições ou publicidade. [cfr. alínea 29) do artigo 9.º do CIVA]

15 – Locação de prédios rústicos ou mistos

Tal como já anteriormente se disse, de acordo com o n.º 4 artigo 12.º do Código do IVA, podem renunciar à isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º os sujeitos

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução.

Contudo não é permitida a renúncia relativamente à locação de prédios rústicos ou mistos.(cfr. n.º II, ponto B, nota 2, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

16 – Locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes

Segundo o disposto no n.º 4 artigo 12.º do Código do IVA, com a redação dada pelo artigo 1.º do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, podem renunciar à isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º os sujeitos passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução.

No conceito de locação, entende‑se abrangido qualquer tipo de locação, designadamente a locação financeira.(cfr. n.º II, ponto A, nota 5, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

NOTA:

As condições objetivas e subjetivas para a renúncia à isenção constam, respetivamente, dos artigos 2.º e 3.º do regime aprovado pelo Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, das quais destacamos:

– O imóvel se trate de um prédio urbano ou de uma fração autónoma deste;

– O imóvel esteja inscrito na matriz em nome do seu proprietário, ou tenha sido pedida a respetiva inscrição, e não se destine a habitação;

– O imóvel seja afeto a atividades que confiram direito à dedução do IVA suportado nas aquisições;

– O valor da renda anual seja igual ou superior a 25 avos do valor de aquisição ou construção do imóvel;

– A locação envolva a totalidade do prédio ou a totalidade da fração autónoma.

– O locador e locatário sejam sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, que preencham as seguintes condições:

a) Pratiquem operações que confiram direito à dedução ou, no caso de sujeitos

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

252

passivos que exerçam simultaneamente operações que conferem direito à dedução e operações que não conferem esse direito, quando o conjunto das operações que conferem direito à dedução seja superior a 80% do total do volume de negócios;

b) Não estejam abrangidos pelo regime especial dos pequenos retalhistas constante dos artigos 60.º e seguintes do Código do IVA;

c) Disponham de contabilidade organizada nos termos dos Códigos do IRS ou do IRC.

17 – Prédios destinados à habitação

Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de prédios inscritos na matriz (ou cuja inscrição tenha sido pedida) como prédios destinados à habitação, ainda que destinados a uma afetação diferente da habitação.(cfr. n.º II, ponto B, nota 5, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

18 – Renúncia à isenção (não é possível quando o locatário ou adquirente seja um particular)

A renúncia à isenção a que se referem os n.os 29 e 30 do artigo 9.º do Código do IVA só é possível nas condições objetivas e subjetivas estabelecidas nos artigos 2.º e 3.º Regime da Renúncia à Isenção aprovado pelo artigo 3.º do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29/1, de que se destaca a obrigatoriedade dos transmitente e o adquirente do bem imóvel ou, no caso de locação, quando o locador e o locatário sejam sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, e mesmo assim desde que preencham as condições previstas nas alíneas a) a c) do n.º 1 do citado artigo 3.º do Regime em causa.

Consequentemente, no caso em que o adquirente seja um particular, a renúncia não tem aplicação.

19 – Renúncia à isenção (quem pode renunciar – condições subjetivas)

Segundo o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 12.º do Código do IVA, com a redação dada pelo artigo 1.º do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, e em conjugação com o artigo 3.º e sem prejuízo do disposto no artigo 2.º, ambos do Regime da

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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Renúncia, podem renunciar à isenção prevista nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º os sujeitos passivos que procedam:

a) à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes;

b) à transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos ou frações autónomas destes;

c) à transmissão de terrenos para construção,

desde que, em todos os casos:

– os respetivos locatários ou adquirentes sejam, igualmente, sujeitos passivos que utilizem os imóveis, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução;

– o locador e o locatário ou o transmitente e o adquirente:

i) exerçam exclusivamente atividades que conferem o direito à dedução (as atividades que conferem o direito à dedução são as previstas no artigo 20.º do Código do IVA) ou, sendo mistos (exercício simultâneo de atividades que conferem o direito à dedução e atividades que não conferem esse direito), o conjunto das atividades que conferem o direito à dedução seja superior a 80% do total do volume de negócios;

ii) tenham uma percentagem de dedução inferior a 80%, mas apenas nos casos em que, habitualmente, exerçam a atividade de construção, reconstrução ou aquisição de imóveis, para venda ou para locação;

iii) não estejam enquadrados no regime especial dos pequenos retalhistas constante do artigo 60.º e seguintes do CIVA;

iv) disponham de contabilidade organizada para efeitos de IRS ou de IRC. (cfr. n.º II, ponto A, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007,

da Direção de Serviços do IVA)

20 – Renúncia à isenção (a que é que se pode renunciar – condições objetivas)

Tal como referido no ponto A, a renúncia só é permitida relativamente à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes, à transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos ou frações autónomas destes ou à transmissão de terrenos para construção. É ainda necessário (artigo 2.º do Regime de Renúncia) que:

a) o imóvel esteja inscrito na matriz em nome do titular (ou tenha sido pedida a sua inscrição) e não se destine a habitação;

b) a transmissão do direito de propriedade do imóvel ou a sua locação envolva a totalidade do prédio ou fração autónoma;

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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c) o imóvel seja afeto a atividades que confiram direito à dedução do IVA;

d) no caso de locação, o valor da renda anual seja igual ou superior a 1/15 do valor de aquisição ou construção do imóvel.

e, além disso, se trate da primeira transmissão ou locação ocorrida após:

– a construção, quando tenha sido deduzido ou ainda seja possível deduzir, no todo ou em parte, o IVA suportado;

– após o imóvel ter sido objeto de grandes obras de transformação ou renovação que tenham determinado uma alteração superior a 50% do valor patrimonial tributável para efeitos do imposto municipal sobre imóveis, quando ainda seja possível proceder à dedução, no todo ou em parte, do IVA suportado nessas obras;

ou, ainda, quando se trate de transmissão ou locação subsequente a uma operação efetuada com renúncia à isenção, e esteja a decorrer o prazo de regularização previsto no n.º 2 do artigo 24.º do Código do IVA (20 anos), relativamente ao imposto suportado nas despesas de construção ou aquisição dos imóveis.(cfr. n.º II, ponto B, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

21 – Renúncia em relação a cada imóvel ou parte autónoma deste

Nas operações imobiliárias (transmissão e locação de imóveis) o direito à renúncia deve ser exercido operação a operação, isto é, em relação a cada imóvel ou parte autónoma deste (fração a fração ou imóvel a imóvel). Consequentemente, devem ser solicitados, por via eletrónica, tantos pedidos de certificado, e passados tantos certificados, quantos os prédios ou partes autónomas destes que estejam em causa.

22 – Sublocação de bens imóveis

Tal como consta do n.º 4 do artigo 2.º do Regime da Renúncia à Isenção do IVA nas Operações Relativas a Bens Imóveis, em anexo ao Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, com a redação dada pela Lei n.º 64‑A/2008, de 31/12, não é permitida a renúncia à isenção na sublocação de bens imóveis, exceto quando estes sejam destinados a fins industriais.

23 – Sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção

Face à prática exclusiva de operações isentas que não conferem o direito à dedução, não pode haver renúncia, nos casos em que o locador e/ou locatário

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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ou o transmitente e/ou adquirente estejam enquadrados no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º e seguintes do Código do IVA.(cfr. n.º II, ponto A, nota 3, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

24 – Sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Não é permitida a renúncia à isenção quando o transmitente e o adquirente do bem imóvel ou, no caso de locação, quando o locador e o locatário sejam sujeitos passivos abrangidos pelo regime especial dos pequenos retalhistas constante dos artigos 60.º e seguintes do Código do IVA.(cfr. alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

25 – Sujeitos passivos do imposto (na locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes)

No caso específico da locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes para fins não habitacionais, em que tenha havido renúncia à isenção nos termos do n.º 4 do artigo 12.º do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto, de acordo com a alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma, os locadores dos mesmos, a quem cabe a liquidação e a responsabilidade pela entregas ao Estado do imposto que se mostre devido, segundo as regras gerais.

26 – Sujeitos passivos do imposto (nas transmissões de bens imóveis)

Nas transmissões de bens imóveis com sujeição a IVA, não obstante o disposto no primeiro parágrafo da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto os adquirentes dos mesmos bens em relação aos quais tenha havido renúncia à isenção na respetiva transmissão».

Consequentemente, o adquirente do imóvel deve proceder à liquidação do IVA, incluindo o respeitante aos adiantamentos do preço a que tenha havido lugar, no período de imposto em que seja celebrado o contrato de compra e venda.(cfr. n.os 2 e 3 do artigo 6.º, ambos do regime da renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis, aprovado pelo Dec. Lei n.º 21/2007, de 29/1)

NOTA:

No caso específico da transmissão de imóveis, cabe ao adquirente proceder à liquidação do imposto devido por essas operações, inscrevendo, em termos de declaração periódica, o valor no campo 3 e o imposto liquidado no campo 4

QUADRO 28 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.ºpara o RN (por opção)

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do quadro 06. Por sua vez, o transmitente deve indicar, na declaração periódica e enquanto a mesma não for alterada, o valor da transmissão no campo 8 do quadro 06.

As faturas ou documentos equivalentes emitidos pelos transmitentes ou locadores devem conter todos os elementos referidos no artigo 36.º do Código do IVA, bem como, no caso da transmissão de imóveis, a expressão “IVA devido pelo adquirente”, uma vez que neste caso cabe ao adquirente a obrigação de liquidação do imposto.

Todavia, se o documento que titula a transmissão é a escritura e por que ela deve conter, para além da expressão “IVA devido pelo adquirente” todos os requisitos previstos no n.º 5 do artigo 36.º, à excepção da numeração, a mesma substitui a fatura exigida nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA.(cfr. n.º IV, 5.º, 6.º e 7.º parágrafos, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

27 – Transmissão ou locação de imóveis cuja inscrição na matriz ou pedido de inscrição não seja em nome do transmitente ou locador

Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de imóveis cuja inscrição na matriz ou pedido de inscrição não seja em nome do transmitente ou locador.(cfr. n.º II, ponto B, Nota 1, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

28 – Transmissão ou locação de partes do imóvel

Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de partes do imóvel, salvo se tratar de uma fração autónoma e, neste caso, só é, igualmente, possível relativamente à totalidade da fração.(cfr. n.º II, ponto B, Nota 3, das Instruções constantes do Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA)

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

257

29 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Para o

Regime Especial de Isenção (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade que consista na prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º), se em qualquer altura do ano, por alteração da sua atividade, deixarem de praticar essas operações e reunirem as condições para serem enquadrados no Regime Especial de Isenção, devem, em obediência ao disposto no artigo 32.º do Código do IVA, entregar a declaração de alterações, com preenchimento obrigatório do campo 1 do Quadro 11, produzindo efeitos a partir do:

– próprio dia em que passaram a praticar operações não isentas e reunam todas as condições para o seu enquadramento no Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA:

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma. 3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

258

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (artigo 9.º do CIVA) para o Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, o sujeito passivo deve preencher os campos 1 e 2 (e se for o caso também os campos 3 e 4) do Quadro 08 da declaração de alterações, bem como os campos 10, 11 e 12 do Quadro 09.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, tratando‑se de pessoas singulares, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

259

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima

(artigo 29.º do R.G.I.T.)

5 – Exclusão do direito à dedução

Os sujeitos passivos que beneficiem do Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, estão, nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do mesmo diploma, excluídos do direito à dedução do imposto suportado a montante, previsto no artigo 19.º, igualmente do CIVA.

Na verdade, de acordo com o citado n.º 3 do artigo 54.º, se tais sujeitos passivos não realizam operações tributadas, isto é, se nas transmissões de bens e prestações de serviços que efetuam não liquidam imposto, o que sucede em termos normais, não poderão deduzir o imposto suportado a montante nos termos do artigo 19.º, ficando, assim, equiparados, de certo modo, a consumidores finais.

6 – Isenção simples ou incompleta

No âmbito do IVA existem dois grandes tipos de isenções, com caraterísticas e efeitos substancialmente diferentes: isenções simples ou incompletas e isenções completas.

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

260

É ao nível das operações realizadas a montante, mais concretamente ao nível da dedutibilidade do IVA suportado que estes dois tipos de isenção se revelam substancialmente distintos.

Assim, as isenções simples ou incompletas traduzem‑se na não liquidação de imposto nas operações ativas ou realizadas a jusante, não havendo, em contrapartida, possibilidade de dedução do imposto suportado a montante. São deste tipo as isenções nas operações internas vertidas no artigo 9.º do Código do IVA, bem como as derivadas do Regime Especial de Isenção a que se refere o artigo 53.º e seguintes do mesmo diploma.

Por sua vez, as isenções completas «taxa 0» traduzem‑se igualmente pela não liquidação do imposto nas transmissões de bens e nas prestações de serviços realizadas pelos sujeitos passivos, conferindo‑lhes, no entanto, o exercício do direito à dedução do imposto suportado a montante, o que faz com que a carga fiscal incidente nos estádios anteriores seja totalmente anulado. Estas isenções aplicam‑se às exportações e a determinadas operações assimiladas a exportações (v.g. art.º 14.º do CIVA), a algumas operações ligadas a regimes aduaneiros suspensivos (art.º 15.º do CIVA) e ainda às transmissões intracomunitárias de bens (art.º 14.º do RITI).

7 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

Os sujeitos passivos abrangidos pelo Regime Especial de Isenção, a que se refere o artigo 53.º do Código do IVA, não liquidam imposto nas operações que realizam.

No entanto, caso estes sujeitos passivos liquidem indevidamente o imposto, este deve ser entregue nos locais de cobrança legalmente autorizados, no prazo de 15 dias, a contar da data da emissão da fatura, através do Documento Único de Cobrança Modelo P2, aprovado pela Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro. (cfr. n.º 2 do art.º 27.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

8 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º do CIVA, ou seja:

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

261

– a emitir obrigatoriamente uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços [alínea b) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA];

– indicar na declaração recapitulativa a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º do Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias, nos prazos e nas condições previstos no artigo 30.º desse Regime, as prestações de serviços efetuadas a sujeitos passivos que tenham noutro Estado membro da Comunidade a sede, um estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, quando tais operações não sejam aí tributáveis em território nacional em resultado da aplicação do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º [alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA].

– a entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º do CIVA);

– a entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º do CIVA);

– a entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º do CIVA).

(cfr. n.º 1 do artigo 58.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7)

9 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

De acordo com o disposto no artigo 53.º do Código do IVA, a inclusão no Regime Especial de Isenção está condicionada aos sujeitos passivos que reunam, cumulativamente, os seguintes pressupostos:

– Não possuam, nem sejam obrigados a possuir, contabilidade organizada para efeitos de IRS ou IRC (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

– Não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas (nas atividades conexas, com a importação e a exportação, estão compreendidos os despachantes oficiais e os comissionistas quando estes atuam como intermediários na compra ou venda de mercadorias de ou para países terceiros) (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA);

– Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 10.000 euros (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA); ou

– Embora com o volume de negócios superior a 10.000 euros, mas inferior a 12.500 euros, se fossem tributados, os sujeitos passivos preencheriam as condições de inclusão no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (cfr. n.º 2 do artigo 53.º do CIVA);

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

262

– Não exerçam atividade que consista na transmissão dos bens ou prestações dos serviços mencionados no Anexo E ao Código, ou seja, dos bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas – regime especial de tributação – Lei n.º 33/2006, de 28/7 (cfr. n.º 1 do art.º 53.º do CIVA).

– Não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Tal como se encontra previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto‑Lei n.º 197/2012, de 24/8, os sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do mesmo diploma são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, tal como vêm definidas nos artigos 3.º e 4.º, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

As faturas referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA devem ser processadas através de sistemas informáticos ou ser pré‑impressas em tipografias autorizadas, de acordo com as regras previstas no n.º 1 do artigo 8.º e nos artigos 9.º a 11.º do regime dos bens em circulação objeto de transações entre sujeitos passivos do IVA, aprovado em anexo ao Decreto‑Lei n.º 147/2003, de 11 de julho.(cfr. n.º 1 do art.º 5.º do Dec. Lei n.º 198/90, de 19/6, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

No que se refere aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção, previsto no artigo 53.º do CIVA, o artigo 115.º do Código do IRS diz agora que os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados (cfr. redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7):

a) A passar fatura, recibo ou fatura-recibo, em modelo oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus clientes, pelas prestações de serviços referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, ainda que a título de provisão, adiantamento ou reembolso de despesas, bem como dos rendimentos indicados na alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo; ou

b) A emitir fatura nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA por cada transmissão de bens, prestação de serviços ou outras operações efetuadas e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas.

Lembramos ainda que os sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 53.º,

QUADRO 29 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REI (por imposição legal)

263

quando emitam faturas no exercício da sua atividade, as mesmas devem sempre conter a menção «IVA – Regime de isenção» (cfr. art.º 57.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 51/2013, de 24/7). Esta expressão significa, para o adquirente dos bens ou beneficiário dos serviços, que as operações efetuadas não foram passíveis de IVA, não conferindo direito a qualquer dedução, consignando, ao mesmo tempo, o motivo justificativo da não liquidação do imposto na respetiva fatura.

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

264

30 – Passagem da

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Para o

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por imposição legal)

DESDE QUANDO PRODUZ EFEITOS

Os sujeitos passivos que venham exercendo uma atividade que consista na prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º), se em qualquer altura do ano, por alteração da sua atividade, passarem a reunir as condições para ficarem enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a passagem a este regime produz efeitos a partir do:

– próprio dia em que passaram a praticar operações não isentas e reunam todas as condições para o seu enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se refere o artigo 60.º do Código do IVA:

NOTAS:

1 – Artigo 32.º do CIVA

1 – Sempre que se verifiquem alterações de qualquer dos elementos constantes da declaração relativa ao início de atividade, deve o sujeito passivo entregar a respetiva declaração de alterações.

2 – A declaração prevista no n.º 1 é entregue em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, no prazo de 15 dias a contar da data da alteração, se outro prazo não for expressamente previsto neste diploma.

3 – O sujeito passivo fica dispensado da entrega da declaração mencionada no n.º 1 sempre que as alterações em causa sejam de factos sujeitos a registo na conservatória do registo comercial e a entidades inscritas no ficheiro central de pessoas coletivas que não estejam sujeitas no registo comercial.

(artigo 32.º do CIVA, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 31/12)

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

265

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

Caso se verifique a situação prevista neste quadro, ou seja, a passagem da Pratica exclusiva de operações isentas sem direito à dedução (artigo 9.º) para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do Código do IVA, o sujeito passivo deve preencher os campos 1 e 2 (e se for caso disso também os campos 3 e 4) do Quadro 8 da declaração de alterações e assinalar os campos 10, 11, 12, 13, 14 e 15 do Quadro 09.

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

A declaração de alterações é enviada por transmissão eletrónica de dados (via Internet) ou apresentada em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários à alteração dos dados constantes daquele registo, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado.(cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

A falta de apresentação da declaração de alterações, a que se refere o artigo 32.º do Código do IVA, ou a sua apresentação fora do prazo legal, é punível com coima de € 300 a € 7500.(cfr. n.º 2 do artigo 117.º do RGIT, com a redação dada pela Lei n.º 64‑B/2011, de 30/12)

Contudo, o artigo 29.º do RGIT, que consagra o direito à redução das coimas, diz‑nos que:

«1 – As coimas pagas a pedido do agente são reduzidas nos termos seguintes:

a) Se o pedido de pagamento for apresentado nos 30 dias posteriores ao da prática da infração e não tiver sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 12,5% do montante mínimo legal;

b) Se o pedido de pagamento for apresentado depois do prazo referido na alínea anterior, sem que tenha sido levantado auto de notícia, recebida participação ou iniciado procedimento de inspeção tributária, para 25% do montante mínimo legal;

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

266

c) Se o pedido de pagamento for apresentado até ao termo do procedimento de inspeção tributária e a infração for meramente negligente, para 75% do montante mínimo legal;

2 – Nos casos das alíneas a) e b) do número anterior, é considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido para os casos de negligência.

3 – Para o fim da alínea c) do n.º 1 deste artigo, o requerente deve dar conhecimento do pedido ao funcionário da inspeção tributária, que elabora relatório sucinto das faltas verificadas, com a sua qualificação, que será enviado à entidade competente para a instrução do pedido.»

Quadro prático para efeitos da redução da coima(artigo 29.º do R.G.I.T.)

5 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Para efeitos do artigo 60.º do Código do IVA, são considerados retalhistas as pessoas singulares que:

Para efeitos do artigo 60.º do Código do IVA, são condições indispensáveis para a inclusão neste Regime que o sujeito passivo reuna, cumulativamente, os seguintes requisitos:

– que sejam pessoas singulares cuja atividade consista na venda a retalho;

– que não possuam nem sejam obrigadas a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que não tenham tido no ano civil anterior um volume de compras superior a € 50.000 (cfr. art.º 60.º, n.º 1);

– que o volume das compras de mercadorias destinadas a venda sem transformação atinja, pelo menos, 90% do volume total de compras (cfr. art.º 60.º, n.º 6);

– que não façam importações, exportações ou atividades com elas conexas ou

Nos 30 dias posteriores ao da prática da infração

12,5% do montante mínimo legal

(€ 300)

Após os 30 dias posteriores ao da prática da infração

25% do montante mínimo legal

(€ 300)

Até ao termo do procedimento da inspeção tributária

75% do montante mínimo legal

(€ 300)

€ 37,50 € 75,00 € 225,00

Pessoas singulares

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

267

ainda operações intracomunitárias referidas na alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que o valor anual das prestações de serviços não isentas, seja igual ou inferior a 250 euros (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

– que não exerçam atividades que consistam na transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no anexo E ao Código do IVA, ou seja bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (cfr. art.º 60.º, n.º 8);

A par da implementação da regra de inversão, os sujeitos passivos, cuja atividade habitual consista na transmissão dos bens e na prestação de serviços mencionados no referido anexo E, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 33/2006, de 28/7, passaram a ser excluídos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, previsto no artigo 60.º do CIVA;

– que não efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. art.º 17.º do citado Regime);

– que não sejam revendedores de combustíveis líquidos (cfr. art.º 75.º do CIVA).

– que, estando enquadrado no Regime Normal à data da cessação da atividade, os sujeitos passivos reiniciem, essa ou outra atividade, só depois de terem passado 12 meses após a cessação (cfr. art.º 64.º, n.º 2 do CIVA).

6 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

O Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a que se referem os artigos 60.º a 68.º do Código do IVA, não se aplica aos sujeitos passivos que efetuem transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou de antiguidades, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades, aprovado pelo artigo 4.º do Decreto‑Lei n.º 199/96, de 18 de outubro (cfr. artigo 17.º do citado Regime).

A) Para efeitos do presente Regime Especial, entende-se por objetos de arte os seguintes bens:

Quadros, colagens, e peças similares, pinturas e desenhos, inteiramente executados à mão pelo artista, com exclusão dos desenhos de arquitectos, engenheiros e outros desenhos industriais, comerciais, topográficos ou similares, dos artigos manufacturados decorados à mão, das telas pintadas para cenários de teatro, fundos de estúdios ou utilizadores análogos (código NC 9701),

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

268

Gravuras, estampas e litografias, ou seja, provas tiradas diretamente a preto ou a cores em número não superior a 200 exemplares, de uma ou várias chapas inteiramente executadas à mão pelo artista, independentemente da técnica ou do material utilizados, excluindo qualquer processo mecânico ou fotomecânico (código NC 9702 00 00);

Tapeçarias (código NC 5805 00 00) e têxteis para guarnições murais (código 6304 00 00) de confeção manual a partir de desenhos originais fornecidos por artistas, desde que não sejam confecionados mais de oito exemplares de cada.

Exemplares únicos de cerâmica, inteiramente executados à mão pelo artista e por ele assinados;

Esmaltes sobre cobre, inteiramente executados à mão, limitados a oito exemplares numerados e assinados pelo artista ou pela oficina de arte, com exclusão de artigos de bijutaria, ourivesaria ou joalharia;

Fotografias realizadas pelo artista, tiradas por ele ou sob o seu controlo, assinadas e numeradas até ao limite de 30 exemplares, independentemente do respetivo formato ou suporte.

B) Entende-se por objetos de coleção os seguintes bens:

Selos de correio, selos fiscais, carimbos postais, envelopes de 1.º dia, blocos postais e análogos, obliterados, ou então não obliterados, mas que não estejam em circulação nem se destinem a ser postos em circulação (código NC 9704 00 00), coleções e espécimes para coleções de zoologia, botânica, mineralogia ou anatomia ou que tenham interesse histórico, arqueológico, paleontológico, etnográfico ou numismático (código NC 9706 00 00).

C) Entende-se por antiguidades os bens, com exclusão dos objetos de arte e dos objectos de coleção, com mais de 100 anos de idade (código NC 9706 00 00).

7 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

Segundo o disposto no n.º 2 do artigo 60.º do Código do IVA, ao imposto determinado nos termos do n.º 1, pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (viaturas de turismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos).

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

269

Consequentemente, as deduções possíveis de efetuar por estes sujeitos passivos são as relacionadas com o imposto suportado com:

– a aquisição ou locação de bens de investimento, no qual se compreendem as viaturas não consideradas de turismo;

– 50% com a aquisição de gasóleo, GPL ou gás natural, para utilização em viaturas automóveis não consideradas de turismo afetas ao exercício da atividade;

– o IVA suportado nas rendas pagas pela locação da loja onde o sujeito passivo exerce a sua atividade num Centro Comercial;

– outros bens para uso da própria empresa (água, energia elétrica, gás, o calor, o frio e similares).

Para efeitos da consideração de bens, chama‑se a atenção para o disposto no n.º 2 do artigo 3.º do CIVA, sendo de considerar como tal a energia elétrica, o gás, o calor, o frio e similares.

Não é dedutível o imposto suportado com a aquisição, manutenção e todas as despesas relacionadas com viaturas de turismo, assim como as despesas com a aquisição de serviços, nomeadamente, deslocação, transportes, alimentação, alojamento, telefone, honorários, trabalhos especializados, etc..

Para o efeito, considera‑se viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com caráter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de 9 lugares, com inclusão do condutor (cfr. n.º 1 do art.º 21.º do CIVA).

8 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Contrariamente ao que se passa no Regime Normal, em que o imposto é liquidado sobre as vendas e/ou serviços prestados, o imposto devido pelos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, a entregar ao Estado, é calculado, não sobre as vendas realizadas, mas sim com base nas compras, e encontra‑se da seguinte forma:

– 25% do valor do imposto suportado nas aquisições de bens destinados a venda sem transformação (cfr. n.º 1 do art.º 60.º do CIVA), acrescido de:

– 25% do imposto suportado com a aquisição de materiais para transformação (cfr. n.º 7 do art.º 60.º do CIVA).

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

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Ao imposto determinado nos termos do n.º 1 do artigo 60.º é deduzido o valor do imposto suportado na aquisição ou locação de bens de investimento e outros bens para uso da própria empresa, salvo tratando‑se dos que estejam excluídos do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 21.º (cfr. n.º 2 do art.º 60.º do CIVA).

9 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

Da regra especial da liquidação do IVA por parte dos sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, constante do artigo 60.º do Código respetivo, e de acordo com o seu n.º 9, são excluídas:

– As transmissões de bens do ativo imobiliário, que ficam sujeitas ao regime geral conste do Código do IVA. Significa isto que os retalhistas abrangidos por este regime especial, ao venderem qualquer bem do ativo imobiliário têm de liquidar, nessa venda, o respetivo imposto segundo a regra geral, imposto esse que é adicional ao valor do imposto apurado no regime especial (25% do imposto suportado nas compras).

– As transmissões de bens e as prestações de serviços mencionados no Anexo E do Código do IVA (ou seja, bens e serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis), quando efetuadas a título ocasional, que ficam sujeitos ao respetivo regime especial de tributação (Lei n.º 33/2006, de 28/7), isto é, a liquidação do imposto é efetuada pelo adquirente dos bens ou dos serviços segundo as regras da inversão do sujeito passivo.

Nestes casos das transmissões de bens e as prestações de serviços mencio‑nados no Anexo E, as faturas emitidas pelos transmitentes dos bens ou presta‑dores de serviços devem conter a expressão “IVA autoliquidação” (cfr. n.º 13 do art.º 36.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8).

10 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

Em casos normais, o imposto apurado pelos sujeitos passivos enquadrados do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, incluindo o relativo à venda de bens do ativo imobilizado, deve ser pago, no Serviço de Finanças competente, até ao dia 20 do segundo mês seguinte a cada trimestre do ano civil, através do documento de cobrança Mod. P2, conforme Portaria n.º 92/2004, de 23 de janeiro, e Ofício‑Circulado n.º 20.021, de 06/02/2004, da DSC.

Nos casos em que não haja imposto a pagar, deve ser apresentada, no Serviço de Finanças competente, no prazo acima referido, a declaração modelo 1074.[cfr. alínea b) do n.º 1 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6]

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

271

No caso de cessação da atividade, o pagamento do imposto ou a apresentação da declaração a que se refere a alínea b) do n.º 1 devem ser efetuados no prazo de 30 dias a contar da data da cessação.[cfr. n.º 6 do art.º 67.º do CIVA, com a redação dada pela Lei nº 32‑B/2002, de 30/12]

NOTA:

A contagem dos prazos para o cumprimento da obrigação, quando o seu termo não coincida com dia útil, obedece ao disposto no artigo 279.º do Código Civil. Assim, e à luz desta disposição legal, sempre que o prazo para o cumprimento da obrigação é designado por meses, e o último dia do mês coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, a obrigação tem que ser cumprida até ao fim do mês em causa, não podendo, consequentemente, transferir‑se para o primeiro dia útil do mês seguinte, salvo se, por razões pontuais e casuísticas, a Administração Fiscal assim o permitir. Por sua vez, quando os prazos são designados por dias, ou “até ao dia”, e esse dia coincida com sábado, domingo, feriado ou dispensa de comparência ao serviço com encerramento deste, o último dia para o cumprimento da obrigação transfere‑se para o primeiro dia útil seguinte.

11 – Livros de escrituração e registos das operações

1 – Os retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º são obrigados a registar no prazo de 30 dias, a contar da respetiva receção, as faturas e guias ou notas de devolução relativos aos bens ou serviços adquiridos e a conservá-los com observância do disposto no n.º 2 do artigo 48.º.

2 – Para cumprimento do mencionado no n.º 1, devem os retalhistas possuir os seguintes elementos de escrita:

a) Livro de registo de compras, vendas e serviços prestados (Mod. 10);

b) Livro de registo de despesas gerais e operações ligadas a bens de investimento (Mod. 11).

(artigo 65.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 197/2012, de 24/8)

NOTA:

O prazo de conservação dos livros, registos e respetiva documentação de suporte exigidos nos termos do artigo 65.º é o fixado no n.º 1 do artigo 52.º, ou seja, 10 anos.

(cfr. artigo 68.º do CIVA)

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

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12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas são obrigados a:

– entregar a declaração de início de atividade (art.º 31.º);

– entregar a declaração de alterações, sempre que se verifique qualquer alteração à atividade (art.º 32.º);

– entregar a declaração de cessação da atividade, quando esta se verifique (art.º 33.º);

– apresentar, no serviço de finanças competente, em triplicado e até ao último dia do mês de março de cada ano, uma declaração relativa às aquisições (compras) efetuadas no ano civil anterior.

(cfr. n.º 1 do artigo 67.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6)

NOTA:

As declarações de início, alterações e cessação da atividade, são enviadas por transmissão eletrónica de dados ou apresentadas em qualquer serviço de finanças ou noutro local legalmente autorizado, por declaração verbal efetuada pelo sujeito passivo, de todos os elementos necessários ao registo e início da atividade, à alteração dos dados constantes daquele registo e à cessação de atividade, sendo estes imediatamente introduzidos no sistema informático e confirmados pelo declarante, após a sua impressão em documento tipificado (cfr. n.º 1 do art.º 35.º e n.º 5 do art.º 77.º, ambos do CIVA).

A declaração anual referente às aquisições (compras) deve ser apresentada no serviço de finanças competente. Para o efeito considera‑se serviço de finanças competente o da área fiscal onde o sujeito passivo tiver a sua sede, estabelecimento principal ou, na falta deste, o domicílio. Contudo, tratando‑se de sujeitos passivos titulares de rendimentos sujeitos a IRS, considera‑se serviço de finanças competente o da área do respetivo domicílio fiscal. (cfr. n.os 1 e 2 do art.º 77.º do CIVA, com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 102/2008, de 20/6).

13 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, não beneficiam da dispensa de faturação prevista no n.º 3 do artigo 29.º do Código do IVA, pelo que, por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 29.º, são obrigados a emitir uma fatura por cada transmissão de bens ou prestação de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens

QUADRO 30 – Passagem da prática exclusiva de operações isentas compreendidas no artigo 9.ºpara o REPP (por imposição legal)

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ou destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes da data da transmissão de bens ou da prestação de serviços.

Salvo no caso das vendas referidas no n.º 9 do artigo 60.º, as faturas emitidas por retalhistas sujeitos ao regime especial de tributação previsto no artigo 60.º não conferem direito à dedução, devendo delas constar a menção “IVA – não confere direito a dedução” (cfr. art.º 62.º).

14 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

Tratando‑se da venda de bens do ativo imobilizado, porque, quanto a estes, não se aplica o regime especial, mas sim o regime geral, é obrigatória a emissão de fatura que deve conter os elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do Código do IVA, e sem a mensagem referida no artigo 62.º, na medida em que o imposto liquidado nestas condições é dedutível de acordo com a regra geral.

15 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Com o aditamento da alínea e) do n.º 1 do artigo 40.º do CIVA, pela Lei n.º 51/2013, de 24 de julho, passa agora a ser possível a emissão de faturas simplificadas para titular operações em que não ocorre a liquidação do imposto (por exemplo, operações efetuadas nos termos do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas previsto no artigo 60.º do CIVA), devendo, nestes casos, a fatura conter o motivo justificativo da não liquidação do imposto.(cfr. ponto 2 do Ofício‑Circulado n.º 30 149, de 26/7, da Área da Gestão Tributária do IVA)

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Ofício‑Circulado n.º 30 099, de 09/02/2007

ASSUNTO: Transmissão e locação de bens imóveis (renúncia à isenção)

I – Introdução

1 – Os n.os 29 e 30 do artigo 9.º do Código do IVA prevêem a isenção de IVA, respetivamente, na locação de bens imóveis e nas operações sujeitas a IMT.

2 – Por sua vez, os n.os 4 e 5 do artigo 12.º do mesmo Código possibilitam a renúncia às referidas isenções, respetivamente, no caso da locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes ou da transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos, frações autónomas destes ou terrenos para construção, mas, em todos os casos, apenas quando o locatário ou o adquirente sejam sujeitos passivos que os utilizem total ou predominantemente em atividades que conferem o direito à dedução.

3 – Finalmente, o n.º 6 do artigo 12.º refere que as condições para a renúncia da isenção são estabelecidas em legislação especial.

4 – A referida legislação consta do Decreto‑Lei n.º 21/2007, publicado no Diário da República, 1.ª Série, n.º 20, de 29 de janeiro de 2007, que, para além de introduzir diversas alterações ao Código do IVA (CIVA) aprova o Regime da Renúncia à Isenção do IVA nas Operações Relativas a Bens Imóveis (doravante referido como Regime da Renúncia).

5 – Face às alterações introduzidas no regime até então em vigor, constantes do Decreto‑Lei n.º 241/86, de 20 de agosto, e agora revogado, bem como das alterações aos artigos 12.º, 24.º, 24.º‑A e 25.º do CIVA, considera‑se oportuno informar, a este respeito, os Serviços e outros interessados.

II – Renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis

A – Quem pode renunciar – Condições subjetivas

Segundo o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 12.º do Código do IVA, com a redação dada pelo artigo 1.º do Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro, e em conjugação com o artigo 3.º e sem prejuízo do disposto no artigo 2.º, ambos do Regime da Renúncia, podem renunciar à isenção prevista nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º os sujeitos passivos que procedam:

a) à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes;

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b) à transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos ou frações autónomas destes;

c) à transmissão de terrenos para construção,

desde que, em todos os casos:

d) os respetivos locatários ou adquirentes sejam, igualmente, sujeitos passivos que utilizem os imóveis, total ou predominantemente, em atividades que conferem direito à dedução;

e) o locador e o locatário ou o transmitente e o adquirente:

i) exerçam exclusivamente atividades que conferem o direito à dedução (as atividades que conferem o direito à dedução são as previstas no artigo 20.º do Código do IVA) ou, sendo mistos (exercício simultâneo de atividades que conferem o direito à dedução e atividades que não conferem esse direito), o conjunto das atividades que conferem o direito à dedução seja superior a 80% do total do volume de negócios;

ii) tenham uma percentagem de dedução inferior a 80%, mas apenas nos casos em que, habitualmente, exerçam a atividade de construção, reconstrução ou aquisição de imóveis, para venda ou para locação;

iii) não estejam enquadrados no regime especial dos pequenos retalhistas constante do artigo 60.º e seguintes do CIVA;

iv) disponham de contabilidade organizada para efeitos de IRS ou de IRC

Notas:

1 – Independentemente do critério que o sujeito passivo utilize para o exercício do direito à dedução (afetação real ou prorata), a percentagem de 80% é determinada nos termos dos n.os 4, 5 e 8 do artigo 23.º do CIVA, com base no montante das operações realizadas no ano anterior.

2 – Relativamente aos sujeitos passivos que iniciem a sua atividade, será tida em consideração, no momento da renúncia, a percentagem provisória prevista para esse ano, calculada nos termos do n.º 7 do artigo 23.º do CIVA.

3 – Face à prática exclusiva de operações isentas que não conferem o direito à dedução, não pode haver renúncia, nos casos em que o locador e/ou locatário ou o transmitente e/ou adquirente estejam enquadrados no Regime Especial de Isenção (artigo 53.º) ou efetuem exclusivamente operações isentas que não conferem o direito à dedução previstas no artigo 9.º (exceto na situação referida em ii) da alínea e) do ponto A).

4 – Nos casos de compropriedade, todos os titulares dos direitos a transmitir ou a adquirir devem preencher os requisitos exigidos para o exercício da renúncia.

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5 – No conceito de locação, entende‑se abrangido qualquer tipo de locação, designadamente a locação financeira.

B – A que se pode renunciar – Condições objetivas

Tal como referido no ponto A, a renúncia só é permitida relativamente à locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes, à transmissão do direito de propriedade de prédios urbanos ou frações autónomas destes ou à transmissão de terrenos para construção. É ainda necessário (artigo 2.º do Regime de Renúncia) que:

a) o imóvel esteja inscrito na matriz em nome do titular (ou tenha sido pedida a sua inscrição) e não se destine a habitação;

b) a transmissão do direito de propriedade do imóvel ou a sua locação envolva a totalidade do prédio ou fração autónoma;

c) o imóvel seja afeto a atividades que confiram direito à dedução do IVA;

d) no caso de locação, o valor da renda anual seja igual ou superior a 1/15 do valor de aquisição ou construção do imóvel.

e, além disso, se trate da primeira transmissão ou locação ocorrida após:

e) a construção, quando tenha sido deduzido ou ainda seja possível deduzir, no todo ou em parte, o IVA suportado;

f) após o imóvel ter sido objeto de grandes obras de transformação ou renovação que tenham determinado uma alteração superior a 50% do valor patrimonial tributável para efeitos do imposto municipal sobre imóveis, quando ainda seja possível proceder à dedução, no todo ou em parte, do IVA suportado nessas obras;

ou, ainda, quando se trate de transmissão ou locação subsequente a uma operação efetuada com renúncia à isenção, e esteja a decorrer o prazo de regularização previsto no n.º 2 do artigo 24.º do Código do IVA (20 anos), relativamente ao imposto suportado nas despesas de construção ou aquisição dos imóveis.

Notas:

1 – Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de imóveis cuja inscrição na matriz ou pedido de inscrição não seja em nome do transmitente ou locador.

2 – Não é permitida a renúncia relativamente a prédios rústicos ou mistos.

3 – Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de partes do imóvel, salvo se tratar de uma fração autónoma e, neste caso, só é, igualmente, possível relativamente à totalidade da fração.

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4 – Não é permitida a renúncia em casos de transmissão que não seja a transmissão do direito de propriedade (v. g. transmissão do mero direito de superfície ou de outras figuras parcelares).

5 – Não é permitida a renúncia na transmissão ou locação de prédios inscritos na matriz (ou cuja inscrição tenha sido pedida) como prédios destinados à habitação, ainda que destinados a uma afetação diferente da habitação.

6 – Não é permitida a renúncia na sublocação de bens imóveis.

7 – No caso de contratos realizados em simultâneo (v. g. aquisição seguida duma locação) a inscrição na matriz em nome do seu proprietário (ou o respetivo pedido de inscrição) só tem de verificar‑se em relação ao sujeito passivo que realiza a transmissão do imóvel no 1.º dos contratos, sem prejuízo da renúncia só poder verificar‑se quando estiver confirmada a titularidade de propriedade relativamente ao locador no 2.º contrato.

C – Como renunciar – Condições formais

Os sujeitos passivos que pretendam renunciar à isenção devem solicitar um certificado.

O referido pedido deve ser efetuado, prévia e obrigatoriamente, por via eletrónica, no sítio da DGCI (www.dgci.min‑financas.pt, selecionando a funcionalidade Declarações Eletrónicas) ou diretamente através do sítio www.e‑financas.gov.pt, acessos condicionados à existência de uma senha (a mesma utilizada para outras funcionalidades relativas ao sistema de declarações eletrónicas).

Para o efeito, deve selecionar a opção Certidões, de seguida a opção Emissão de Certidão, escolher o tipo de certidão Renúncia Isenção de IVA – Imóveis e CONFIRMAR.

Em seguida, escolher se a renúncia respeita a Transmissões ou Locações e preencher todos os campos do formulário:

– NIF do adquirente ou locatário;

– Identificação do imóvel;

– Atividade principal a exercer no imóvel;

– Valor da transmissão ou valor mensal da renda (Exemplo: 500.000,00 ou 1.256,00).

– Declaração de que se verificam todos os requisitos para que se possa renunciar.

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Em seguida CONFIRMAR.

Após submissão do pedido e desde que preenchidos todos os elementos requeridos, será o requerente informado se o mesmo está ou não conforme com a legislação. E estando, ser‑lhe‑á, de imediato, informado que vai ser pedida a confirmação dos dados por parte do adquirente ou locatário do imóvel.

Tal pedido de confirmação será solicitado via mail ao adquirente ou locatário.

Este, depois de se autenticar no sítio das Declarações Eletrónicas, deve selecionar a opção Certidões, de seguida a opção Conf. Pedido.

Quando aparece a Lista de Certidões, “clicar” em +Info e sendo corretos os dados constantes do pedido, procederá à respetiva confirmação (CONFIRMAR). Quando não confirme o pedido (NÃO CONFIRMAR), deve indicar, no quadro respetivo, as razões justificativas.

Depois da confirmação dos dados constantes do pedido por parte do sujeito passivo locatário ou adquirente do imóvel, e caso se verifiquem todos os requisitos necessários à emissão do mesmo, o certificado será, desde logo, disponibilizado. Para o obter, deverá aceder‑se, sucessivamente, a Certidões, Consulta e, na Lista de Certidões, “clicar” em OBTER.

Caso contrário, a emissão do certificado ficará dependente de despacho do Chefe de Finanças da área da sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou do locador do imóvel.

Após a validação, automática ou pelo serviço de finanças, dos dados referentes aos sujeitos passivos e á identificação do imóvel, o certificado fica disponível, podendo ser impresso. Para o obter, deverá aceder, sucessivamente, a Certidões, Consulta e, na Lista de Certidões, “clicar” em OBTER.

Notas:

1 – Quando se seleciona a opção “Consulta de Certidões”, se na coluna relativa ao estado de uma determinada certidão estiver indicado “Expirada”, tal significa que está ultrapassado o prazo de validade da mesma.

2 – Se os elementos que serviram de base à emissão do certificado sofrerem alterações antes da celebração do contrato de locação ou de compra e venda, o certificado perde a sua validade. Se ainda se mantiverem as condições para a renúncia à isenção prevista na Lei, e os sujeitos passivos ainda pretendam exercer esse direito, deve ser pedido um novo certificado.

3 – Se qualquer entidade pretender verificar a autenticidade do certificado para efeitos de renúncia do IVA na locação ou transmissão de bens imóveis na posse do sujeito passivo, pode fazê‑lo através do sítio das Declarações Eletrónicas, sem

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que seja necessário autenticar‑se. Basta selecionar a opção Certidões, de seguida a opção Validação de Certidão, digitar o Número de Contribuinte e o Código de Validação indicados na caixa dos “Elementos para verificação da certidão” e selecionar o botão Confirmar. A referência indicada no “Código de Validação” deve ser digitada tendo em atenção se as letras estão em maiúsculas ou minúsculas.

III – Validade do certificado e efetivação da renúncia

O certificado tem a validade de 6 meses, a contar da data em que fica disponível para o sujeito passivo, findos os quais caduca. Caso não seja utilizado, o sujeito passivo deve comunicar esse facto, por via eletrónica, ao Chefe de Finanças da área da sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, do domicílio do transmitente ou do locador do imóvel.

A renúncia à isenção só produz efeitos no momento em que for celebrado o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel, não produzindo efeitos se não estiverem reunidas as condições prescritas na lei.

IV – Obrigações

Os sujeitos passivos que renunciem à isenção prevista nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º e optem pela tributação ficam, por esse facto, sujeitos ao cumprimento das obrigações previstas no CIVA, nomeadamente, de natureza contabilística, declarativa, de liquidação e de entrega do imposto.

Os transmitentes e locadores devem contabilizar, para efeitos do artigo 44.º do CIVA, os proveitos e os custos relativos aos imóveis a transmitir ou a locar e em que houve liquidação de imposto.

O adquirente deve contabilizar, separadamente, a aquisição do imóvel em que houve renúncia à isenção, de forma a evidenciar o imposto por si autoliquidado nesta operação.

Os transmitentes ou locadores que se encontrem em condições de renunciar à isenção, devem apresentar uma declaração de alterações antes de solicitarem o primeiro certificado de renúncia, preenchendo, para o efeito, o campo 1 do quadro 12.

No caso específico da transmissão de imóveis, cabe ao adquirente proceder à liquidação do imposto devido por essas operações, inscrevendo, em termos de declaração periódica, o valor tributável no campo 3 e o imposto liquidado no campo 4 do quadro 06. Por sua vez, o transmitente deve indicar, na declaração periódica e enquanto a mesma não for alterada, o valor da transmissão no campo 8 do quadro 06.

As faturas emitidas pelos transmitentes ou locadores devem conter todos os elementos referidos no artigo 36.º do Código do IVA, bem como, no caso da transmissão de

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imóveis, a expressão “IVA devido pelo adquirente”, uma vez que neste caso cabe ao adquirente a obrigação de liquidação do imposto.

Todavia, se o documento que titula a transmissão é a escritura e por que ela deve conter, para além da expressão “IVA devido pelo adquirente” todos os requisitos previstos no n.º 5 do artigo 36.º, à exceção da numeração, a mesma substitui a fatura exigida nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA.

V – Valor tributável

A – Regra geral

O valor tributável na transmissão ou na locação de bens imóveis é apurado de acordo com as regras estabelecidas no n.º 1 do artigo 16.º do CIVA.

B – Regras especiais

No caso da transmissão ou locação de imóveis efetuadas com renúncia à isenção por sujeitos passivos que tenham entre si relações especiais na acepção do n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC, o valor tributável é o valor normal, determinado segundo o estabelecido no n.º 4 do artigo 16.º do CIVA (onde se diz que entender-se-á por valor normal de um bem ou serviço o preço, aumentado dos elementos referidos no n.º 5 deste artigo, na medida em que nele não estejam incluídos, que um adquirente ou destinatário, no estádio de comercialização onde é efetuada a operação e em condições normais de concorrência, teria de pagar a um fornecedor ou prestador independente, no tempo e lugar em que é efetuada a operação ou no tempo e lugar mais próximos, para obter o bem ou o serviço), quando:

a) A contraprestação seja inferior ao valor normal e o destinatário da operação não tenha direito à dedução integral do IVA;

ou

b) A contraprestação seja superior ao valor normal quando o transmitente ou o locador do bem imóvel não tenha direito a deduzir o IVA integralmente.

Para este efeito, considera‑se que o valor normal da transmissão do imóvel não pode ser inferior (embora possa ser superior) ao valor patrimonial tributário definitivo considerado para efeitos de IMT, independentemente de haver ou não lugar à liquidação deste imposto.

VI – Direito à dedução

A – Método de afetação real

Os sujeitos passivos que renunciem à isenção nos termos do Regime da Renúncia têm direito à dedução do imposto suportado com vista à realização das operações

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relativas a cada imóvel, segundo as regras definidas no CIVA, sendo obrigatória (à semelhança do que acontecia no regime anterior), que a dedução do imposto relativo a cada imóvel seja feita pelo método da afetação real.

Quando a AT considere inadequados os critérios de imputação utilizados na afetação real, pode fixar critérios diferentes, disso notificando, fundamentadamente, o sujeito passivo.

B – Nascimento e exercício do direito à dedução

O direito à dedução nasce no momento da realização do contrato de locação ou transmissão e pode ser exercido, segundo as regras definidas nos artigos 19.º a 25.º do Código do IVA, sem prejuízo do prazo estabelecido no n.º 2 do artigo 98.º do CIVA, isto é 4 anos, designadamente, no que respeita ao transmitente ou locador, relativamente ao IVA suportado na aquisição ou construção de imóveis.

No entanto, no caso de transmitentes ou locadores cuja atividade consista, com caráter de habitualidade, na construção de imóveis para venda ou para locação, e desde que comprovadamente a construção do imóvel tenha excedido o prazo de 4 anos, para efeitos do n.º 2 do artigo 98.º e no que respeita ao IVA suportado na construção de imóveis em que houver renúncia, o prazo anteriormente referido, é elevado para o dobro (8 anos).

Em ambas as situações, a dedução pode ser efetuada, não obstante os documentos que suportam o direito à dedução já terem sido objeto de registo contabilístico, não se lhes aplicando a restrição prevista no n.º 6 do artigo 78.º.

No caso da transmissão de imóveis, em que cabe ao adquirente a obrigação de liquidação do imposto, este pode, nos termos do n.º 4 do artigo 8.º do Regime da Renúncia, exercer o direito à dedução do imposto liquidado pela respetiva aquisição.

VII – Regularizações

A – Artigo 24.º, n.º 5 do CIVA

Sempre que o imóvel, relativamente ao qual foi exercida a renúncia à isenção:

a) seja afeto a fins alheios à atividade exercida (a) pelo sujeito passivo, ou

(a) – Deverá entender‑se por atividade exercida a que permitiu ao sujeito passivo renunciar à isenção ou permitiria se outra fosse, isto é atividades que conferem o direito à dedução. Tal significa que apenas há lugar à regularização para efeitos da alínea a) se o imóvel for afeto a uma atividade que não confere o direito à dedução.

b) deixe de ser efetivamente utilizado em fins da empresa por um período superior a dois anos,

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o imposto inicialmente deduzido deve ser regularizado de uma só vez, nos termos do n.º 5 do artigo 24.º do Código do IVA, considerando que os bens estão afetos a uma atividade não tributada.A regularização a favor do Estado deve constar do campo 41 do quadro 06 da última declaração do ano em que ocorreu a situação que lhe dá origem.

O prazo de dois anos a que se refere a anterior alínea b) conta-se a partir da entrada em vigor do Decreto‑Lei n.º 21/2007, isto é, a partir de 30 de janeiro de 2007, designadamente para os contratos realizados na vigência do Decreto‑Lei n.º 241/86, de 2 de agosto.

B – Artigo 26.º do CIVA

A regularização efetuada em virtude da não utilização em fins da empresa do imóvel pelo período de dois anos, atrás referido, não prejudica o dever de proceder às regularizações anuais previstas no n.º 1 do artigo 26.º do CIVA (1/20 da dedução inicialmente efetuada por cada ano de não utilização em fins da empresa).

C – Outras regularizações

A dedução do IVA suportado, por força da renúncia à isenção na aquisição de bens imóveis origina ainda, nos termos gerais, e quando for caso disso, as demais regularizações a que se referem o n.º 6 do artigo 23.º e artigos 24.º e 26.º, todos do CIVA.

VIII – Entrada em vigor

A entrada em vigor do novo Regime da Renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis e das alterações introduzidas aos artigos 12.º, 24.º, 25.º e 26.º do Código do IVA, previstas no Decreto‑Lei n.º 21/2007, é o dia 30 de janeiro de 2007.

As restantes alterações constantes do mesmo Decreto‑Lei, a saber, as que foram introduzidas ao regime Especial de Exigibilidade do IVA nas Empreitadas e subempreitadas de Obras Públicas e as referentes aos art.ºs 2.º, 19.º, 35.º e 44.º do CIVA, entram apenas em vigor no dia 1 de abril de 2007.(Ofício‑Circulado nº 30 099, de 09/02/2007, da Direção de Serviços do IVA, com a devida atualização de alguma legislação citada)

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Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008

ASSUNTO: Direito à dedução – Novas regras para a determinação do direito à dedução pelos sujeitos passivos mistos

I – Introdução

O artigo 52.º da Lei n.º 67‑A/2007, de 31 de dezembro (Lei do OE para 2008), introduziu alterações no artigo 23.º do Código do IVA (CIVA), em matéria do exercício do direito a dedução do IVA pelos sujeitos passivos que no âmbito da sua atividade pratiquem operações que conferem o direito a dedução e operações que não conferem esse direito, vulgarmente designados de “sujeitos passivos mistos”.

As alterações ao artigo 23.º do CIVA introduzem elementos novos, essenciais para a determinação do quantum do imposto a deduzir, dos quais se destaca a referência expressa de que as suas regras se aplicam exclusivamente às situações em que os sujeitos passivos pretendem exercer o direito à dedução do imposto suportado na aquisição de bens e serviços de utilização mista. Entende-se como bens e serviços de utilização mista os que são utilizados conjuntamente no exercício de uma atividade económica, prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA, que confere direito a dedução com atividades económicas que não conferem esse direito ou, ainda, conjuntamente com operações fora do conceito de atividade económica.

Tendo em vista uma aplicação uniforme das alterações introduzidas, comunica‑se aos Serviços e outros interessados o seguinte:

II – Princípios gerais do direito à dedução

1 ‑ Os princípios gerais subjacentes ao exercício do direito à dedução do IVA suportado pelos sujeitos passivos do imposto estão previstos nos artigos 19.º e 20.º do CIVA, daí resultando que para ser dedutível o IVA suportado nas aquisições de bens e serviços estas devem ter uma relação direta e imediata com as operações a jusante que conferem esse direito.

2 ‑ Como regra geral é dedutível, com exceção das situações enunciadas no artigo 21.º do CIVA, todo o imposto suportado em bens e serviços adquiridos para o exercício de uma atividade económica referida na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA desde que respeite a transmissões de bens e a prestações de serviços que confiram direito a dedução nos termos do artigo 20.º do CIVA, incluindo as que, embora enquadradas no âmbito das atividades económicas referidas no artigo 2.º do CIVA, não resultam localizadas em território nacional por força das regras de localização

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constantes do artigo 6.º do CIVA sendo, todavia, qualificadas como operações que conferem direito a dedução pela alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA.

3 – Assim, confere direito à dedução integral o imposto suportado nas aquisições de bens ou serviços exclusivamente afetos a operações que, integrando o conceito de atividade económica para efeitos do imposto, sejam tributadas, isentas com direito a dedução ou, ainda, não tributadas que conferem esse direito, nos termos da alínea b), II, do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA.

4 – Caso o imposto seja suportado na aquisição de bens ou de serviços exclusivamente afetos a operações sujeitas a imposto, mas sem direito a dedução ou a operações que em sede de IVA não se insiram no exercício de atividades económicas, não é, naturalmente, admissível o do exercício do direito à dedução.

III – Âmbito de aplicação do artigo 23.º do Código do IVA

1 – Importa salientar que a aplicação do artigo 23.º se restringe à determinação do imposto dedutível relativo aos bens e/ou serviços de utilização mista ou seja, aos bens e/ou serviços utilizados conjuntamente em atividades que conferem o direito a dedução e em atividades que não conferem esse direito.

2 – De facto, tratando‑se de bens ou serviços exclusivamente afetos a operações com direito a dedução do imposto, apresentando uma relação direta e imediata com essas operações, o respetivo imposto é objeto de dedução integral, nos termos do artigo 20.º do CIVA.

3 – Tratando‑se de bens ou serviços exclusivamente afetos a operações sujeitas a imposto mas isentas sem direito a dedução ou a operações que, embora abrangidas pelo conceito de atividade económica estejam fora das regras de incidência do imposto ou ainda de operações não decorrentes de uma atividade económica, o respetivo IVA suportado não pode ser objeto de dedução.

Exemplificando:

Um sujeito passivo, no âmbito de um processo de aquisição de uma participação financeira em outra empresa, contratou os serviços de assessoria jurídica de um escritório de advogados. Uma vez que a mera detenção de participações sociais não constitui uma atividade económica para efeitos de IVA, o IVA associado aos imputes que permitiram a sua detenção não é suscetível de ser deduzido.

IV – Métodos de determinação da dedução relativamente a bens ou serviços de utilização mista

1 – Segundo o previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do CIVA, sempre que esteja em causa a determinação do IVA dedutível respeitante a bens ou serviços parcialmente

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afetos à realização de operações não decorrentes do exercício de uma atividade económica, é obrigatório o recurso à afetação real dos bens e serviços utilizados, com base em critérios objetivos que permitam determinar o grau de utilização desses bens ou serviços nessas e nas restantes operações, conforme se prevê no n.º 2 do mesmo artigo.

2 – Tratando‑se de bens ou serviços afetos à realização de operações decorrentes do exercício de uma atividade económica, parte das quais não confere direito à dedução, a alínea b) do n.º 1 do mesmo artigo 23.º do CIVA, estabelece que o imposto dedutível seja determinado mediante a utilização de uma percentagem, apurada nos termos do n.º 4 do mesmo artigo, sem prejuízo de o sujeito passivo poder optar pela afetação real, nos termos do n.º 2.

3 – No caso de utilização da afetação real, obrigatória ou facultativa, e ainda segundo o n.º 2 do artigo 23.º, os critérios a que o sujeito passivo recorra para determinar o grau de afetação ou utilização dos bens e serviços à realização de operações que conferem direito a dedução ou de operações que não conferem esse direito, podem ser corrigidos ou alterados pela Administração Tributária, com os devidos fundamentos de facto e de direito, ou, se for caso disso, fazer cessar a utilização do método, se se verificar a ocorrência de distorções significativas na tributação.

4 – As correções ou alterações a que se refere o número anterior devem ser promovidas pelos competentes serviços de inspeção, quando, no exercício das respetivas competências detetem vantagens injustificadas no exercício do direito à dedução.

V – Alguns critérios a utilizar para efeitos do n.º 2 do artigo 23.º

1 – No caso dos bens ou dos serviços de utilização mista parcialmente afetos à realização de operações não decorrentes de uma atividade económica, a determinação do montante de IVA não dedutível relativo a estas não pode ter por base o método de pro rata previsto no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA, devendo ser obrigatoriamente utilizada a afetação real em função da efetiva utilização.

2 – Em consequência, deve determinar‑se o grau, proporção ou intensidade da utilização de cada bem ou serviço em operações que decorrem da atividade económica sujeita a IVA e de operações que dela não decorrem, através de critérios objetivos, podendo ser referidos a título meramente indicativo, os seguintes:

a) A área ocupada;

b) O número de elementos do pessoal afeto;

c) A massa salarial;

d) As horas‑máquina;

e) As horas‑homem.

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3 – Em qualquer dos casos, a determinação desses critérios objetivos deve ser adaptada à situação e organização concretas do sujeito passivo, à natureza das suas operações no contexto da atividade global exercida e aos bens ou serviços adquiridos para as necessidades de todas operações, integradas ou não no conceito de atividade económica relevante.

4– Em princípio, o critério para medir o grau de utilização relevante deve ser determinado caso a caso, o mesmo é dizer, bem a bem ou serviço a serviço, em função da sua própria utilização. Não obstante, pode admitir-se o recurso a uma chave de repartição ou critério objetivo comum a um conjunto de bens ou serviços, na condição de que tal se fundamente em razões objetivas e relevantes devendo o sujeito passivo, em qualquer dos casos, estar em condições de, comprovadamente, justificar os métodos e critérios utilizados.

5 – Os critérios adoptados pelo sujeito passivo no início de cada ano civil devem ser utilizados consistentemente nesse período, podendo ser efetuados os devidos ajustamentos no final de cada ano.

Exemplificando:

1 – Um sujeito passivo adquire um computador por € 1800 suportando € 378 de IVA.

A efetiva utilização do mesmo, determinada com recurso a um critério objetivo, foi de 70% para as operações que constituem atividades económicas para efeitos de IVA, isto é, operações sujeitas que conferem direito a dedução e 30% para operações que não se enquadram no conceito de atividade económica.

O IVA dedutível da sociedade é, neste caso, (€ 378 x 70%) = € 264,6.

2 – Um outro sujeito passivo adquire bens e serviços para utilização mista em operações decorrentes de atividades económicas sujeitas a IVA que conferem direito a dedução e em operações não decorrentes de atividades económicas. A efetiva utilização das instalações afetas às operações que conferem direito a dedução determinada com recurso a um critério objetivo, representou uma quinta parte da área total, sendo demonstrado ser essa a chave de repartição mais representativa para efeitos da aferição do direito a dedução.

Em consequência, na imputação das despesas de utilização mista à atividade que confere direito a dedução e correspondente IVA dedutível – eletricidade, água, telefone, trabalhos de construção, etc. – o sujeito passivo utilizará o coeficiente de 20% (1/5).

VI – Interpretação do n.º 4 do artigo 23.º

1 – Nos termos do n.º 4 do artigo 23.º, a percentagem de dedução apurada pelos sujeitos passivos nos termos da alínea b) do n.º 1 “...resulta de uma fração que comporta,

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no numerador, o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º e, no denominador, o montante anual, imposto excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes de uma atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, bem como das subvenções não tributadas que não sejam subsídios de equipamento”.

2 – A norma contida no n.º 4 do artigo 23.º é de aplicação exclusiva às operações decorrentes de uma atividade económica quando, em simultâneo com operações que conferem direito a dedução, os sujeitos passivos exercem também operações que não conferem esse direito e apuram o montante de imposto a deduzir mediante a aplicação de uma percentagem de dedução (pro rata), nos termos da alínea b) do n.º 1 do citado artigo.

3 – Assim, deve entender‑se que, para efeitos do cálculo do pro rata de dedução, o montante anual a inscrever quer no numerador quer no denominador da fração, não inclui as operações não decorrentes do exercício de uma atividade económica, pois estas são previamente sujeitas à afetação real, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º.

4 – De igual modo, também não devem ser consideradas no numerador da fração todas aquelas operações que, embora decorrentes do exercício de uma atividade económica, não conferem o direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo 20.º. Entre estas, assumem particular relevo as operações realizadas pelas pessoas coletivas públicas no âmbito dos seus poderes de autoridade, as quais, embora em grande parte subsumíveis no conceito de atividade económica para efeitos do IVA, são objeto da regra de não sujeição contida no n.º 2 do artigo 2.º do CIVA, salvo se a sua não sujeição provocar distorções de concorrência.

5 – Saliente‑se que se consideram operações exercidas no âmbito dos poderes de autoridade as realizadas pelos organismos de direito público no quadro de um regime jurídico de direito público, excluindo‑se as exercidas nas mesmas condições jurídicas que os operadores privados.

6 – No que respeita às subvenções não tributadas, porque não conexas com o preço das operações tributáveis, deve atender‑se ao seguinte:

a) Caso a subvenção vise financiar operações decorrentes de uma atividade económica sujeita a IVA, o respetivo montante deve integrar o denominador do pro rata previsto no n.º 4 do artigo 23.º do CIVA no caso dos sujeitos passivos mistos, não tendo qualquer influência no montante do imposto dedutível no caso dos sujeitos passivos integrais.

b) Se a subvenção visa financiar operações decorrentes de uma atividade económica mas não sujeitas a imposto ou, ainda, a operações não decorrentes de uma atividade económica, o respetivo montante não deve integrar o denominador do pro rata, sendo aplicáveis as regras, acima descritas, de afetação real para tais operações.

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VII – Conceitos

Para uma aplicação correta da disciplina relativa ao apuramento do imposto dedutível suportado em bens ou serviços de utilização mista, contida no artigo 23.º, há que clarificar o enquadramento de algumas operações concretas face ao conceito de atividade económica. Assim, deve ter‑se em consideração, nomeadamente, o seguinte:

A – Operações decorrentes de uma atividade económica

1 – A qualidade de sujeito passivo de IVA pressupõe, grosso modo, face ao disposto no n.º 1 do artigo 2.º do CIVA, a realização de certas atividades de produção, de comercialização ou de prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as profissões liberais. A sujeição a imposto inclui, em geral, as operações delas decorrentes, ainda que sejam abrangidas por alguma das isenções previstas no CIVA.

2 – Consideram-se decorrentes do exercício de uma atividade económica, no caso específico das operações referidas no n.º 27 do artigo 9.º do CIVA, estando por isso sujeitas ao imposto, não obstante a isenção aí prevista, entre outras, as seguintes operações:

– Os juros decorrentes de depósitos bancários ou de aplicações em títulos, incluindo as obrigações do tesouro ou as operações de tesouraria;

– Os juros resultantes da detenção de obrigações;

– Os juros recebidos pela concessão de crédito a sociedades participadas através de empréstimos ou de suprimentos, independentemente das razões por que são concedidos;

– As operações de swap, nomeadamente swaps cambiais.

Para este efeito não é relevante que os empréstimos se qualifiquem como meramente ocasionais ou resultem exclusivamente de dividendos obtidos das sociedades participadas, uma vez que a realização de operações a título ocasional não prejudica a qualidade de sujeito passivo, de acordo com o estabelecido na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA.

3 ‑ São ainda de considerar operações decorrentes do exercício de uma atividade económica sujeitas a IVA, as realizadas por sujeitos passivos que tenham por objeto o investimento coletivo em valores mobiliários, através de capitais recolhidos junto do público, que se dediquem a constituir e a gerir carteiras de títulos mediante remuneração, dado que tal atividade ultrapassa a mera aquisição, detenção e venda de ações e visa a obtenção de receitas com caráter de permanência.

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4 – Para efeitos de cálculo do pro rata de dedução, as operações financeiras enquadradas no n.º 27 do artigo 9.º do CIVA devem integrar o denominador da fração referida no n.º 4 do artigo 23.º, a menos que as mesmas devam ser consideradas como acessórias no quadro da atividade do sujeito passivo.

B – Operações excluídas do conceito de atividade económica

1 – A perceção de dividendos ou lucros provenientes da detenção de participações sociais, não constitui a contraprestação de operações dentro do âmbito de aplicação do imposto, sendo operações não decorrentes de uma atividade económica para efeitos do IVA, por resultar da mera propriedade daquelas e depender, em larga medida, de fatores aleatórios.

2 – O mesmo sucede com as mais-valias resultantes da mera aquisição e alienação dessas participações sociais, assim como de outros valores mobiliários, incluindo obrigações, por se entender que a simples aquisição e venda não constitui a exploração de um bem com vista à produção de receitas com caráter de permanência.

3 – Também os rendimentos resultantes de aplicações em fundos de investimento e as mais-valias geradas pela simples venda dessas aplicações, não devem ser considerados a contraprestação de operações decorrentes do exercício de uma atividade económica para efeitos do IVA.

4 – Igualmente, as entradas em capital para sociedades, nomeadamente por admissão de um novo sócio, ou a emissão de ações por sociedades anónimas com vista à respetiva subscrição por novos acionistas, não preenchem o conceito de atividade económica relevante, não sendo, por isso, consideradas abrangidas pelo âmbito de aplicação do IVA.

5 – Note‑se que, no contexto descrito, a consideração dos proveitos ou receitas acima indicados como decorrentes de operações não enquadráveis no conceito de atividade económica, logo fora do âmbito de incidência do IVA, é, por regra, independente da natureza do sujeito passivo que as aufere ou da atividade prosseguida por este, sendo também irrelevante se esse sujeito passivo tem ou não interferência direta ou indireta na gestão das sociedades participadas.

6 – Importa, por último, reforçar que as operações não decorrentes de uma atividade económica implicam a adoção do critério da afetação real para o apuramento do valor de IVA a expurgar daquele que será considerado como IVA potencialmente dedutível para efeitos dos artigos 19.º e 20.º do CIVA, o que significa que, em caso algum, aquelas operações podem integrar o denominador do pro rata.

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C – Operações financeiras que, embora integrando o conceito de atividade económica, são consideradas acessórias

1 – O n.º 5 do artigo 23.º do CIVA estabelece que para efeitos do cálculo do pro rata não devem ser contempladas, entre outras, as operações financeiras que tenham um caráter acessório em relação à atividade exercida pelo sujeito passivo.

2 – Para que se avalie se se está perante operações financeiras acessórias deve ter‑se em consideração:

a) A natureza da atividade exercida pelo sujeito passivo;

b) As condições concretas da realização das operações financeiras, nomeadamente o seu caráter habitual ou ocasional e a maior ou menos utilização de recursos da empresa na realização dessas operações, independentemente do respetivo montante.

3 – As operações financeiras não poderão, por regra, ser consideradas acessórias caso a sua realização integrar o objeto principal ou habitual da atividade do sujeito passivo, ou constituir um prolongamento dessa atividade.

VIII – Regularizações anuais

1 – Regularizações do n.º 6 do artigo 23.º

À semelhança do que acontece com a utilização do pro rata, também a dedução com recurso à afetação real segundo critérios objetivos é calculada provisoriamente, devendo ser corrigida de acordo com os valores tornados definitivos no final de cada ano, na última declaração periódica do ano a que respeita.

Exemplificando:

O sujeito passivo A utiliza na sua empresa o método da afetação real, tendo adquirido uma máquina industrial por € 10.000 com € 2.100 de IVA suportado. A máquina é utilizada para a realização de operações que conferem direito a dedução e para outras que não conferem aquele direito.

Quando da aquisição o sujeito passivo admitiu que a referida máquina iria ser utilizada em igual proporção para ambos os tipos de atividade, deduzindo 50% do imposto suportado (€ 1 050).

Acontece que no fim do ano, e de acordo com os elementos existentes e de base demonstrável, conclui‑se que o grau de utilização efetiva da máquina em operações sujeitas ao imposto e dele não isentas foi apenas de 27%.

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Impõe‑se assim uma correção ao IVA previamente deduzido, correção essa consubstanciada numa regularização de imposto a favor do Estado de € 483 (€ 1.050 ‑ 27% x € 2 100).

2 – Regularizações do artigo 24.º

Quando haja recurso à afetação real na dedução do imposto relativo a bens de investimento, sempre que ocorram alterações na proporção do montante deduzido em comparação com o ano de início da sua utilização, é obrigatória a regularização anual do imposto deduzido, nos prazos e condições do n.º 4 do artigo 24.º. Consideram‑se, assim, alterações significativas as de valor igual ou superior a € 250, sendo esta regularização aplicável nos anos seguintes ao de início de utilização do bem de investimento.

Exemplificando:

Em fevereiro de 2008 foi adquirida por um sujeito passivo, e entrou em funcionamento nesse ano, uma máquina industrial no valor de € 100 000, com IVA suportado de € 21 000, e cujos níveis de utilização em operações que concedem direito a dedução são os seguintes:

Provisório em fevereiro de 2008 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 79%

Definitivos:

Em dezembro de 2008 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 80%Em dezembro de 2009 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 85%Em dezembro de 2010 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 90%Em dezembro de 2011 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 79%Em dezembro de 2012 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 76%

Em fevereiro de 2008 deduz IVA no valor de € 16.590 e em dezembro desse ano deduz complementarmente, € 210 (80% x € 21.000 ‑ € 16.590)

Total de IVA deduzido em 2008 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ € 16.800

IVA dedutível Diferença Regularização

Em 2009 € 17.850 € 1.050 (16 800 ‑ 17 850) € 210

Em 2010 € 18.900 € 2.100 (16 800 ‑ 18 900) € 420

Em 2011 € 16.590 € ‑ 210 (16 800 ‑ 16 570) € 0

Em 2012 € 15.960 € ‑ 840 (16 800 ‑ 15 960) € ‑ 168

Só em 2011 não haverá regularização uma vez que o valor da diferença do IVA dedutível é inferior a € 250.(Ofício‑Circulado n.º 30 103, de 23/04/2008, do Gabinete do Subdiretor‑Geral – Área de Gestão Tributária – IVA)

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Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012

ASSUNTO: Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do Código do IVA

O artigo 53.º do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (CIVA) estabelece um regime especial de isenção aplicável às pequenas unidades de produção, de comércio ou de prestação de serviços que, devido à sua reduzida dimensão, não possuem a estrutura administrativa necessária ao cumprimento das obrigações decorrentes da aplicação do imposto às suas operações.

Face à diversidade de condicionalismos a observar na formação do enquadramento, nem sempre tem sido fácil, quer para os sujeitos passivos, quer para os serviços, encontrar a forma mais adequada de dar cumprimento às disposições deste regime especial de isenção, motivo pelo qual se considera oportuno divulgar as presentes instruções administrativas.

Âmbito de aplicação do Regime Especial de Isenção

Podem beneficiar da isenção do imposto os sujeitos passivos que:

– Não tenham nem sejam obrigados a ter contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC;

– Não pratiquem importações, exportações ou atividades conexas com alguma destas operações;

– Não exerçam atividades que consistam em transmissões de bens ou prestações de serviços do setor de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados no anexo E do CIVA;

– Não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 10.000.

Podem, ainda, beneficiar do regime de isenção os retalhistas com um volume de negócios superior a € 10.000 mas inferior a € 12.500, que, se fossem tributados, preencheriam as condições de inclusão no regime dos pequenos retalhistas.

CAPÍTULO I – Artigos 53.º, 54.º e 58.º do Código do IVA

Conversão do volume de negócios do período de referência em volume anual correspondente

Tendo em conta que, quando iniciam a atividade, os sujeitos passivos não dispõem, por regra, de dados relativos ao seu volume de negócios que possibilitem o enquadramento

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inequívoco num determinado regime de IVA e subsistindo dúvidas, nomeadamente, quando à forma de conversão do volume de negócios prevista nos n.os 3 e 4 do artigo 53.º do CIVA, esclarece‑se o seguinte:

1 – Os sujeitos passivos que iniciem a sua atividade devem declarar, na respetiva declaração de início de atividade, a previsão do volume de negócios relativo ao ano civil corrente, a qual, depois de confirmada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), é tida em consideração no enquadramento desse mesmo ano (n.º 3 do artigo 53.º).

2 – No entanto, quando o período em referência for inferior ao ano civil, deve converter‑se o volume de negócios relativo a esse período num volume de negócios anual correspondente (n.º 4 do artigo 53.º), mediante a aplicação da fórmula

VnAC = VnP x 12 : Nm

Em que:

VnAC significa o volume de negócios anual correspondente;

VnP significa o volume de negócios previsto; e

Nm significa o número de meses que decorre entre o mês correspondente à data de início declarada e o mês de dezembro, inclusive.

3 – O volume de negócios assim apurado, porque se trata de uma previsão, releva unicamente para efeitos do enquadramento em IVA aquando do início de atividade. Será o volume de negócios anual correspondente, convertido com base no volume efetivamente realizado nesse ano que determina a continuação, ou não, no regime especial de isenção, no ano seguinte.

4 – Em qualquer das situações, quando o período em referência é inferior ao ano civil, a conversão efetuada tem como única finalidade determinar se o sujeito passivo pode, ou não, permanecer, no ano seguinte, no regime especial de isenção estabelecido no artigo 53.º do CIVA.

Esta conversão não altera o volume de negócios efetivamente realizado pelo sujeito passivo, definido nos termos do artigo 42.º do Código (n.º 5 do artigo 53.º), o qual releva, nomeadamente, para efeitos de IRS.

Exemplo:

O sujeito passivo iniciou a sua atividade em 01/08/2012.

Na sua declaração de início declarou, para cinco meses de atividade (01/08/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios previsto de € 3.000.

Como o volume de negócios que prevê auferir é referente a cinco meses do ano, esse montante

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deve ser convertido em volume de negócios anual correspondente, em conformidade com o estabelecido no n.º 4 do artigo 53.º do Código do IVA, utilizando a forma

VnAC = VnP x 12 : Nm

Ou seja:VnAC = € 3.000 x 12 : 5

VnAC = € 7.200

Aplicada a fórmula, (€ 3.000 x 12 / 5 = € 7.200) verifica‑se que o volume de negócios declarado/presumido, convertido num volume de negócios anual correspondente, não ultrapassa o limite de € 10.000.

O sujeito passivo fica enquadrado no regime de isenção previsto no artigo 53.º do Código do IVA, no ano de início de atividade (2012).

Passagem de um Regime de Tributação ao Regime Especial de Isenção e vice-versa

5 – O artigo 54.º do CIVA determina que, uma vez verificados os condicionalismos previstos no artigo 53.º, se os sujeitos passivos não isentos pretenderem a aplicação do regime especial nele estabelecido, devem apresentar uma declaração de alterações. Esta declaração só pode ser apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que se verifiquem os pressupostos estabelecidos no artigo 53.º e produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua apresentação.

6 – Por outro lado, o artigo 58.º do CIVA determina que os sujeitos passivos enquadrados no Regime Especial de Isenção estabelecido no artigo 53.º do Código, quando deixem de reunir as condições para aplicação do citado regime, estão obrigados a apresentar uma declaração de alterações, tendo em vista o enquadramento no regime de tributação.

6.1 – Quando a obrigação se deve a ter sido atingido um volume de negócios superior ao limite previsto para aquela isenção, a declaração é apresentada durante o mês de janeiro do ano seguinte àquele em que o volume de negócios auferido ultrapassou esse limite, resultando desta alteração o enquadramento do sujeito passivo no regime de tributação em 1 de fevereiro desse mesmo ano (n.º 5 do artigo 58.º).

6.2 – Quando se deixe de verificar qualquer das restantes condições referidas no n.º 1 do artigo 53.º, a obrigação de apresentação da declaração de alterações deve ser cumprida no prazo de 15 dias a partir do momento em que ocorra o facto determinante.

7 – Para uma mais fácil compreensão da aplicação das citadas normas, apresentam‑se os seguintes exemplos:

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Exemplo 1:

O sujeito passivo “A” iniciou a sua atividade em 02/01/2012:

Na declaração de início de atividade estimou que iria auferir um volume de negócios para aquele ano civil, de € 7.000 (relativo a 12 meses de atividade).

Face à previsão efetuada do volume de negócios e uma vez que reunia as demais condições para beneficiar de enquadramento no Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do Código do IVA, ficou, a partir daquela data, enquadrado no referido regime.

No final do ano de 2012 verificou que auferiu um volume de negócios relativo àquele ano civil, no montante de € 9.500.

No ano de 2013 mantém‑se no Regime Especial de Isenção, uma vez que não ultrapassou o limite de € 10.000.

Exemplo 2:

O mesmo sujeito passivo, com o mesmo enquadramento inicial, verificou, no final do ano de 2012, que auferiu um volume de negócios relativo àquele ano civil, no montante de € 14.000.

No ano de 2013, não pode beneficiar do Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º uma vez que ultrapassou o limite de € 10.000.

Neste caso, o sujeito passivo “A” é obrigado, de acordo com a alínea a) do n.º 2 e do n.º 5, ambos do artigo 58.º do Código, à entrega, em janeiro de 2013, da declaração de alterações, passando a ficar enquadrado no regime de tributação, com início no dia 1 de fevereiro seguinte, devendo, a partir desta data, proceder à liquidação do imposto, bem como ao cumprimento das restantes obrigações decorrentes do Código do IVA.

Exemplo 3:

O sujeito passivo “B” iniciou a sua atividade em 02/01/2012.

Na declaração de início de atividade estimou que iria auferir um volume de negócios para aquele ano civil, no montante de € 8.000.

Atendendo ao volume de negócios estimado e dado que reunia as demais condições para beneficiar de enquadramento no Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do Código do IVA, ficou, a partir daquela data, enquadrado no referido regime especial.

No mês de agosto de 2012 verificou que, pelas operações efetuadas até àquele momento, já tinha auferido um volume de negócios de € 20.000 tendo, portanto, ultrapassado largamente o limite previsto para a isenção.

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Não obstante tal facto, o sujeito passivo “B” mantém‑se enquadrado no regime especial até ao final de janeiro de 2013.

Efetivamente, embora, nos termos do artigo 58.º do Código do IVA, esteja obrigado à apresentação de uma declaração de alterações durante o mês de janeiro de 2013, o novo enquadramento, no regime de tributação, tem início, apenas, em 1 de fevereiro de 2013, data a partir da qual o sujeito passivo passa a liquidar imposto e cumprir com as demais obrigações decorrentes do Código do IVA.

Exemplo 4:

O sujeito passivo “C” iniciou a sua atividade em 01/08/2012.

Na declaração de início indicou, para cinco meses de atividade (01/08/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios estimado de € 3.000.

Feita a conversão no volume de negócios anual correspondente (€ 7.200), ficou enquadrado no Regime Especial de Isenção.

Constatou, em dezembro de 2012, que naqueles cinco meses de atividade auferiu, de facto, um volume de negócios de € 5.000.

Com base no volume de negócios efetivo (€ 5.000) e dado que no final do ano de 2012 o sujeito passivo já conhece o montante real do volume de negócios que auferiu nos cinco meses desse ano, impõe‑se verificar, com base nesse valor concreto e nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do Código, qual o volume de negócios anual correspondente.

Esta segunda conversão em termos anuais, tem como única finalidade apurar o correto enquadramento do sujeito passivo para o ano de 2013, em sede de IVA, não sendo posto em causa o volume de negócios efetivamente auferido.

Pela aplicação da fórmula anterior

[VnAC = € 5.000 x 12 / 5]

obtém‑se o volume de negócios anual correspondente de € 12.000, o que significa que o sujeito passivo deixa de reunir condições para permanecer no Regime Especial de Isenção no ano seguinte.

Deste modo, deve o sujeito passivo, nos termos do artigo 58.º do Código, apresentar durante o mês de janeiro de 2013, a declaração de alterações, passando a ficar enquadrado no regime de tributação, com início no dia 1 de fevereiro seguinte, devendo, a partir desta data, proceder à liquidação do imposto, bem como ao cumprimento das restantes obrigações decorrentes do Código do IVA.

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Exemplo 5:

O sujeito passivo “D” iniciou a sua atividade em 01/02/2012.

Na declaração de início de atividade indicou, para onze meses de atividade (01/02/2012 a 31/12/2012), um volume de negócios estimado de € 9.900.

Feita a conversão no volume de negócios anual correspondente

[VnAC = € 9.900 x 12 / 11 = 10.800],

nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do CIVA, verifica‑se que ultrapassa o limite previsto para beneficiar, no ano de início de atividade (2012), do enquadramento no regime de isenção previsto no artigo 53.º do CIVA, ficando desde logo enquadrado no regime de tributação.

Em dezembro de 2012, o sujeito passivo constata que naqueles onze meses de atividade auferiu, de facto, um volume de negócios de € 8.800.

Com base no volume de negócios efetivo (€ 8.800) e dado que no final do ano de 2012 o sujeito passivo já conhece o montante real do volume de negócios que auferiu nos onze meses desse ano, impõe‑se verificar, com base nesse valor concreto e nos termos do n.º 4 do artigo 53.º do Código, qual o volume de negócios que teria auferido nos 12 meses.

Pela aplicação da fórmula anterior

[VnAC = € 8.800 x 12 / 11]

obtém‑se o volume de negócios anual correspondente de € 9.600 o que significa que o sujeito passivo reúne condições para passar ao Regime Especial de Isenção no ano seguinte.

Nesta situação pode o sujeito passivo, caso assim o pretenda, passar ao Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º do Código. Para o efeito, nos termos dos n.os 1 e 2, ambos do artigo 54.º do citado diploma, deve apresentar a declaração de alterações durante o mês janeiro de 2013, passando a ficar enquadrado no Regime Especial de Isenção a partir do dia 1 do referido mês de janeiro.

Note‑se que a apresentação da declaração de alterações é facultativa pelo que, não sendo apresentada no prazo referido (janeiro de 2013), a mesma não produz efeitos, permanecendo o sujeito passivo no regime de tributação.

CAPÍTULO II – Artigo 56.º do Código do IVA

Reinício após a cessação da atividade

8 – O artigo 53.º do CIVA exige a verificação cumulativa dos requisitos nele previstos, para que os sujeitos passivos possam beneficiar da isenção aí consagrada.

DOUTRINA

300

9 – Contudo, o n.º 2 do artigo 56.º do Código impõe duas limitações à aplicação do Regime Especial de Isenção previsto no artigo 53.º, quando os sujeitos passivos reiniciem a atividade após cessação, não obstante preencherem as condições exigidas nesta norma legal.

10 – Assim, o n.º 2 do artigo 56.º do CIVA determina que não podem beneficiar do regime de isenção:

a) Nos 12 meses seguintes ao da cessação, os sujeitos passivos que, estando enquadrados num regime de tributação à data da cessação de atividade, reiniciem essa ou outra atividade;

b) No ano seguinte ao da cessação, os sujeitos passivos que reiniciem essa ou outra atividade e que, se não tivessem declarado a cessação, seriam enquadrados, por força da alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º, no regime normal.

11 – Para uma mais fácil compreensão da aplicação das normas anteriormente citadas, e aproveitando alguns casos concretos colocados aos Serviços, apresentam‑se os seguintes exemplos:

Exemplo 1:

O sujeito passivo “E” iniciou a atividade no ano de 2011, encontrando‑se enquadrado, desde então, no regime de tributação.

Cessou a atividade em fevereiro de 2012.

Em dezembro de 2012 iniciou uma nova atividade, verificando‑se que reúne todas as condições para beneficiar do enquadramento do Regime Especial de Isenção do artigo 53.º do CIVA.

Dado que na data do reinício de atividade (dezembro de 2012) ainda se encontra a decorrer o período de 12 meses após a data da cessação (fevereiro de 2012), a norma prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 56.º do CIVA tem aqui plena aplicação, pelo que deve manter o enquadramento no regime de tributação.

Contudo, se no final do ano de 2013 se encontrarem verificados todos os condicionalismos previstos no artigo 53.º, o sujeito passivo pode, no ano de 2014, beneficiar do citado regime de isenção.

Para tal, deve apresentar a declaração de alterações durante o mês de janeiro de 2014, a qual produz efeitos desde o dia 1 deste mesmo mês (n.os 1 e 2 do artigo 54.º).

Note‑se que a apresentação da declaração de alterações é facultativa pelo que, não sendo apresentada no prazo referido (janeiro de 2014), o sujeito passivo permanece no regime de tributação.

DOUTRINA

301

Exemplo 2:

O sujeito passivo “F” iniciou a atividade em janeiro de 2012 tendo ficado enquadrado no regime de isenção previsto no artigo 53.º do CIVA. Em outubro de 2012 cessou a atividade tendo, até essa data, auferido um volume de negócios de € 12.000.

Em março de 2013 reinicia a atividade.

Tendo em conta o volume de negócios que auferiu em 2012, caso o sujeito passivo não tivesse cessado a atividade naquele ano, ficava obrigatoriamente enquadrado, em 2013, no regime de tributação, por força da alínea a) do n.º 2 do artigo 58.º do Código.

Nesta situação, por aplicação da alínea b) do n.º 2 do artigo 56.º do CIVA, este sujeito passivo, aquando do reinício, deve ser enquadrado no regime de tributação.(Ofício‑Circulado n.º 30 138, de 27/12/2012, da Direção de Serviços do IVA)

ÍNDICE

303

ÍNDICES

ÍNDICE

304

ÍNDICE

305

ÍNDICE DOS QUADROS

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ORD. PÁG.PASSAGEM DO REGIME PARA O REGIME

Regime Normal

Regime Normal (para onde tinha ido por opção)

Regime Normal

Regime Normal (para onde tinha ido por opção)

Regime Normal

Regime Normal (para onde tinha ido por opção)

Regime Normal (com operações totalmente tributáveis)

Regime Normal, com atividades mistas(operações tributáveis e operações não tributáveis)

Regime Normal, com atividades mistas(operações tributáveis e operações não tributáveis)

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Regime Normal, com periodicidade mensal

Regime Normal, com periodicidade mensal (para onde tinha ido por opção)

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

Regime Normal, com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução)

Regime Normal, com tributação de todas as operações (por opção)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução

Regime Normal, com periodicidade mensal (por imposição legal)

Regime Normal, com periodicidade mensal (por opção)

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Regime Normal, com periodicidade trimestral

Regime Normal (por imposição legal)

Regime Normal, com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução)

Regime Normal (por opção)

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (só para os restalhistas que reunem os condicionalismos do artigo 60.º) (por imposição legal)

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (só para os restalhistas que reunem os condicionalismos do artigo 60.º) (por opção)

Regime Normal (por imposição legal)

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144

156

166

ÍNDICE

306

ORD. PÁG.PASSAGEM DO REGIME PARA O REGIME

Regime Normal, com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução) (por imposição legal)

Regime Normal (por opção)

Regime Especial de Isenção

Regime Especial de Isenção

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Regime Normal (por imposição legal)

Regime Normal, com atividades mistas (operações tributáveis e operações isentas que não conferem direito à dedução) (por imposição legal)

Regime Normal (por opção)

Regime Normal (por opção)

Regime Especial de Isenção (por imposição legal)

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por imposição legal)

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (para onde tinha ido por opção)

Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (algumas das operações compreendidas no artigo 9.º)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações previstas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no artigo 9.º)

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ÍNDICE

307

ÍNDICE SISTEMÁTICODOS ASSUNTOS TRATADOS NAS NOTAS AOS QUADROS

01

02

03

QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

Passagem do Regime Normal, para o Regime Especial de Isenção 1 – Artigo 54.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Regularizações do imposto a favor do Estado

6 – Situação de crédito à data da passagem

7 – Medidas que a Autoridade Tributária e Aduaneira pode tomar

8 – Exclusão do direito à dedução

9 – Imputação de despesas comuns dos profissionais liberais

10 – Isenção simples ou incompleta

11 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

13 – Passagem para o Regime Especial de Isenção por motivo de alteração do volume de negócios

14 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

15 – Valores a considerar quando, simultaneamente, se exerce a atividade como trabalhador independente e como empregado por conta de outrem

16 – Vantagens e inconvenientes do enquadramento no Regime Especial de Isenção

17 – Venda de tabaco pelos revendedores

18 – Volume de negócios (conceito)

19 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Passagem do Regime Normal (para onde tinha ido por opção), para o Regime Especial de Isenção 1 – Artigo 55.º do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Regularizações

6 – Situação de crédito à data da passagem

7 – Notificação

8 – Recurso hierárquico

9 – Exclusão do direito à dedução

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

11 – Isenção simples ou incompleta

12 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

Passagem do Regime Normal, para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas 1 – Artigo 61.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

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ÍNDICE

308

QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

04

05

5 – Bens de investimento existentes

6 – Mercadorias existentes (liquidação e pagamento do imposto que se mostra devido)

7 – Situação de crédito à data da passagem

8 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

9 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

10 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

11 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

12 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

13 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

14 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

15 – Livros de escrituração e registos das operações

16 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

17 – Venda de tabaco pelos revendedores

18 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

19 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

20 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Passagem do Regime Normal (para onde tinha ido por opção), para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas 1 – Artigo 63.º do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Bens de investimento existentes

6 – Mercadorias existentes (liquidação e pagamento do imposto que se mostra devido)

7 – Situação de crédito à data da passagem

8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

11 – Livros de escrituração e registos das operações

12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

13 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

14 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

15 – Faturas simplificadas pelos SP enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

16 – Faturas emitidas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Passagem do Regime Normal, para a Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução 1 – Artigo 29.º, n.º 4 do CIVA

2 – Artigo 32.º do CIVA

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ÍNDICE

309

QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

06

07

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

6 – Declaração periódica

7 – Isenção simples ou incompleta

8 – Mercadorias em existência

9 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

10 – Situação de crédito à data da passagem

11 – Acupunctura (enquadramento)

12 – Dispensa de obrigações

13 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

14 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Passagem do Regime Normal (para onde tinha ido por opção), para a Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução 1 – Artigo 12.º, n.º 3 do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Isenção simples ou incompleta

6 – Mercadorias em existência

7 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

8 – Situação de crédito à data da passagem

9 – Dispensa de obrigações

10 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

11 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Passagem do Regime Normal (com operações totalmente tributáveis), para o Regime Normal com atividades mistas 1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Liquidação do imposto das mercadorias e bens que passem para o setor isento

6 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

7 – Conceito de atividade económica

8 – Métodos a adotar para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

9 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

10 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

11 – Nutricionista e formador nutricionista (sujeito passivo misto)

12 – Protésicos dentários, estomatologistas, médicos dentistas ou odontologistas

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

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Passagem do Regime Normal com atividades mistas, para o Regime Normal com tributação de todas as operações (por opção) 1 – Artigo 9.º, alíneas 2), 10), 34) e 36)

2 – Artigo 12.º, n.os 1, 2 e 3 do CIVA

3 – Campo da declaração de alterações a assinalar

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Período mínimo de permanência

6 – Regresso à situação anterior

Passagem do Regime Normal com atividades mistas, para a Prática exclusiva de operações isentas que não confere direito a dedução 1 – Artigo 29.º, n.º 4 do CIVA

2 – Artigo 32.º do CIVA

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

6 – Declaração periódica

7 – Isenção simples ou incompleta

8 – Mercadorias em existência

9 – Regularizações de bens do ativo imobilizado

10 – Situação de crédito à data da passagem

11 – Dispensa de obrigações

12 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

13 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Passagem do Regime Normal, com periodicidade trimestral, para o Regime Normal, com periodicidade mensal (por imposição legal) 1 – Artigo 41.º, n.os 2 e 7 do CIVA

2 – Artigo 82.º do CIVA

3 – Dispensa da entrega de declaração de alterações

4 – Notificação

5 – Recurso hierárquico

6 – Venda de tabaco

7 – Volume de negócios (conceito)

Passagem do Regime Normal, com periodicidade trimestral, para o Regime Normal, com periodicidade mensal (por opção) 1 – Artigo 41.º, n.os 2, 3 e 4 do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Opção pela periodicidade mensal

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ÍNDICE

311

QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

12

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15

Passagem do Regime Normal, com periodicidade mensal, para o Regime Normal, com periodicidade trimestral 1 – Artigo 41.º, n.º 7 do CIVA

2 – Artigo 82.º do CIVA

3 – Dispensa da entrega de declaração de alterações

4 – Notificação

5 – Recurso hierárquico

6 – Venda de tabaco

7 – Volume de negócios (conceito)

Passagem do Regime Normal, com periodicidade mensal (para onde tinha ido por opção), para o Regime Normal, com periodicidade trimestral 1 – Artigo 41.º, n.os 2 e 4 do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Mês para a apresentação da declaração de alterações

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Regresso à periodicidade trimestral

Passagem do Regime Especial de Isenção, para o Regime Normal (por imposição legal) 1 – Artigo 58.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Bens do ativo imobilizado e mercadorias existentes à data da passagem

6 – Medidas que a Administração tributária pode tomar

7 – Aquisições intracomunitárias de bens feitas por sujeitos passivos enquadrados no REI

8 – Comissionistas residentes em Portugal, enquadrados no REI, que prestam serviços de intermediação a sujeitos passivos sediados ou residentes em outros Estados membros

9 – Mudança de regime por alteração do volume de negócios

10 – Mudança de regime por passarem a fazer importações e/ou exportações

11 – Mudança de regime por passarem a ter contabilidade organizada

12 – Pecuária (vendas e subsídios à exploração)

13 – Transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao CIVA

14 – Venda de mercadorias para outros Estados membros da União Europeia

15 – Venda de tabaco

16 – Volume de negócios (conceito)

17 – Volume de negócios (conversão do período de referência em volume anual correspondente)

Passagem do Regime Especial de Isenção, para o Regime Normal com atividades mistas 1 – Artigo 58.º do CIVA

2 – Artigo 81.º do CIVA

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ÍNDICE

312

QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

16

17

3 – Campos da declaração de alterações a assinalar

4 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

5 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

6 – Sujeitos passivos mistos

7 – Conceito de atividade económica

8 – Métodos a adotar para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

9 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

10 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

11 – Odontologistas, estomatologistas, médicos dentistas e protésicos dentários (fabricação de próteses)

12 – Volume de negócios (conceito)

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Passagem do Regime Especial de Isenção, para o Regime Normal (por opção) 1 – Artigo 55.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Condição indispensável para exercer o direito de opção

5 – Bens do ativo imobilizado e mercadorias existentes à data da passagem

6 – Período mínimo de permanência no novo regime

7 – Modificação essencial das condições de exercício da atividade

8 – Recurso hierárquico

9 – Vantagens e inconvenientes do enquadramento no Regime Especial de Isenção

Passagem do Regime Especial de Isenção, para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por imposição legal) 1 – Artigo 58.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

6 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

7 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

11 – Pagamento do imposto apurado

12 – Livros de escrituração e registos das operações

13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

14 – Volume de negócios (conceito)

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

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15 – Volume de negócios (conversão do período de referência em volume anual correspondente)

16 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

17 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

18 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Passagem do Regime Especial de Isenção, para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por opção) 1 – Artigo 55.º do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações onde deve ser mencionada a opção

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Modificação essencial das condições de exercício da actividade

5 – Recurso hierárquico

6 – Pressupostos para o enquadramento no Regime Especial dos Pequenos Retalhistas

7 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

8 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

9 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

10 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

11 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

12 – Livros de escrituração e registos das operações

13 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

14 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

15 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

16 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para o Regime Normal (por imposição legal) 1 – Artigo 67.º do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Contabilidade organizada

6 – Efeitos da expressão «período de imposto»

7 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

8 – Mercadorias existentes à data da passagem

9 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

10 – Operações intracomunitárias

11 – Passagem compulsiva dos sujeitos passivos enquadrados no REPR para o RN

12 – Transmissão dos bens ou prestação dos serviços mencionados no Anexo E ao CIVA

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

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13 – Transmissões de bens em segunda mão, objetos de arte, coleção ou de antiguidades

14 – Venda de tabaco

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para o Regime Normal com atividades mistas (por imposição legal)

1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Mercadorias existentes à data da passagem

6 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

7 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

8 – Conceito de atividade económica

9 – Métodos a adotar para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

10 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

11 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

12 – Médicos dentistas, estomatologistas, odontologistas e protésicos dentários (fabricação de próteses)

13 – Faturas (obrigação da sua emissão)

14 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para o Regime Normal (por opção)

1 – Artigo 63.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Mercadorias existentes à data da passagem

5 – Período mínimo de permanência no novo regime

6 – Modificação essencial das condições de exercício da atividade

7 – Recurso hierárquico

8 – Faturas (obrigação da sua emissão)

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para o Regime Especial de Isenção

1 – Artigo 54.º, n.os 1 e 2 do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Mercadorias existentes à data da passagem

5 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

6 – Medidas que a Administração Tributária pode tomar

7 – Recurso hierárquico

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

8 – Exclusão do direito à dedução

9 – Isenção simples ou incompleta

10 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

11 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

12 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

13 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (para onde tinha ido por opção), para o Regime Especial de Isenção 1 – Artigo 55.º do CIVA

2 – Campo da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Mercadorias existentes à data da passagem

5 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

6 – Exclusão do direito à dedução

7 – Isenção simples ou incompleta

8 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

9 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Passagem do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas, para a Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução 1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Isenção simples ou incompleta

6 – Mercadorias existentes à data da passagem

7 – Regularização dos bens do ativo imobilizado

8 – Dispensa de obrigações

9 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

10 – Faturas (sujeitos passivos isentos nos termos do artigo 9.º do CIVA)

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução, para o Regime Normal (por imposição legal) 1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Regularizações relativas a bens do ativo imobilizado por motivo de alteração da atividade ou imposição legal

6 – Faturas (obrigação da sua emissão)

7 – Faturas simplificadas

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução, para o Regime Normal com atividades mistas (por imposição legal) 1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Sujeitos passivos mistos (conceito)

6 – Conceito de atividade económica

7 – Métodos a adotar para efeitos do exercício do direito à dedução do imposto suportado, caso se exerça uma atividade mista

8 – Método da dedução do imposto por percentagem (pro rata)

9 – Método da dedução do imposto segundo a afetação real

10 – Atores, chefes de orquestra, músicos e outros artistas (com atividades mistas)

11 – Estomatologistas, médicos dentistas, odontologistas e protésicos dentários

12 – Faturas (obrigação da sua emissão)

13 – Faturas (sujeitos passivos mistos)

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (algumas das operações compreendidas no artigo 9.º), para o Regime Normal (por opção) 1 – Artigo 12.º, n.os 2 e 3 do CIVA

2 – Quem pode renunciar à isenção

3 – Médicos, odontologistas, parteiros, enfermeiros e outras profissões paramédicas

4 – Campos da declaração de alterações para assinalar a opção

5 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

6 – Isenções simples ou incompletas

7 – As isenções simples ou incompletas perturbam o funcionamento das deduções

8 – Período mínimo de permanência no regime por que optaram

9 – Regresso ao regime de isenção

10 – Imposto suportado relativo a bens do ativo imobilizado (móveis ou imóveis)

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações previstas nos n.os 29 e 30 do artigo 9.º), para o Regime Normal (por opção) 1 – Artigo 9.º, n.os 29 e 30, do CIVA

2 – Artigo 12.º, n.os 4, 5 e 6 do CIVA

3 – Decreto‑Lei n.º 21/2007, de 29/1

Artigo 1.º – Objeto

Artigo 2.º – Condições objetivas para a renúncia à isenção

Artigo 3.º – Condições subjetivas para a renúncia à isenção

Artigo 4.º – Formalidades para a renúncia à isenção

Artigo 5.º – Momento em que se efetiva a renúncia à isenção

Artigo 6.º – Obrigações decorrentes da opção pela tributação

Artigo 7.º – Valor tributável

Artigo 8.º – Exercício do direito à dedução

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

Artigo 9.º – Obrigatoriedade de utilização do método de afetação real

Artigo 10.º – Regularização do imposto deduzido

Artigo 11.º – Obrigações contabilísticas e faturação

Artigo 12.º – Outras obrigações acessórias

Artigo 13.º – Regime subsidiário

4 – Certificado para efeito de renúncia (como se obtém)

5 – Certificado para efeito de renúncia (perda de validade)

6 – Certificado para efeito de renúncia (prazo de validade)

7 – Compropriedade de imóveis

8 – Conhecimento prévio do locatário ou do adquirente

9 – Construção de imóveis para venda e/ou arrendamento (momento da renúncia à isenção)

10 – Declaração de início de atividade ou de alterações

11 – Direito de superfície ou outras figuras parcelares

12 – Escritura nas transmissões de bens imóveis (substitui a fatura)

13 – Isenção simples ou incompleta

14 – Locação de bens imóveis (operações que não beneficiam da renúncia por serem já operações sujeitas)

15 – Locação de prédios rústicos ou mistos

16 – Locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes

17 – Prédios destinados à habitação

18 – Renúncia à isenção (não se aplica quando o locatário ou adquirente seja um particular)

19 – Renúncia à isenção (quem pode renunciar ‑ condições subjetivas)

20 – Renúncia à isenção (a que é que se pode renunciar ‑ condições objetivas)

21 – Renúncia em relação a cada imóvel ou parte autónoma deste

22 – Sublocação de bens imóveis

23 – Sujeitos passivos enquadrados no REI

24 – Sujeitos passivos enquadrados no REPR

25 – Sujeitos passivos do imposto (na locação de prédios urbanos ou frações autónomas destes)

26 – Sujeitos passivos do imposto (nas transmissões de bens imóveis)

27 – Transmissão ou locação de imóveis cuja inscrição na matriz ou pedido de inscrição não seja em nome do transmitente ou locador

28 – Transmissão ou locação de partes do imóvel

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no art.º 9.º), para o Regime Especial de Isenção (por imposição legal) 1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Exclusão do direito à dedução

6 – Isenção simples ou incompleta

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ÍNDICE

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QUADRO PÁG.ASSUNTOS TRATADOS

7 – Liquidação indevida de IVA nas operações que realizam

8 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REI

9 – Pressupostos para o enquadramento dos sujeitos passivos no REI

10 – Faturas emitidas pelos sujeitos passivos enquadrados no REI

Passagem da Prática exclusiva de operações isentas que não conferem direito à dedução (operações compreendidas no art.º 9.º), para o Regime Especial dos Pequenos Retalhistas (por imposição legal)1 – Artigo 32.º do CIVA

2 – Campos da declaração de alterações a assinalar

3 – Serviço de finanças competente para a entrega da declaração de alterações

4 – Coima pela falta de entrega ou entrega fora do prazo legal da declaração de alterações

5 – Pressupostos para o enquadramento no REPR

6 – Retalhistas que comercializem Bens em Segunda Mão, Objetos de Arte, de Coleção e Antiguidades

7 – Deduções possíveis ao imposto liquidado pelos SP enquadrados no REPR

8 – Liquidação do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

9 – Liquidação do imposto na venda de bens do ativo imobilizado e na venda de bens e prestações de serviços mencionados no Anexo E

10 – Pagamento do imposto pelos sujeitos passivos enquadrados no REPR

11 – Livros de escrituração e registos das operações

12 – Obrigações declarativas para os sujeitos passivos enquadrados no REPR

13 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (obrigação da sua emissão e menção que devem conter)

14 – Faturas emitidas pelos SP enquadrados no REPR (venda de bens do ativo imobilizado)

15 – Faturas simplificadas (sujeitos passivos enquadrados no REPR)

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