APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO N° 001.2009.003518-7001

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    na Sentença. deve ser dado provimento ao Recurso para ajustar o valor na forma do Art.

    20 §3

     

    do CPC observando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

    VISTO, relatado e discutido o presente procedimento referente à Apelação

    Cível e ao Recurso Adesivo n° 001.2009.003518-7/001, em que figuram como partes

    Federal de Seguros S/A e José Ribamar Roberto e outros.

    ACORDAM os eminentes Desembargadores integrantes da Egrégia Quarta

    Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, acompanhando o voto

    do Relator

    conhecer da Apelação salvo no ponto em que se requereu a apreciação

    de Agravo Retido inexistente, e do Recurso Adesivo, para rejeitar a preliminar, e,

    no mérito negar provimento ao Apelo e dar provimento ao Recurso Adesivo para

    majorar os honorários advocatícios para 20 do valor da condenação, mantendo

    a Sentença nos seus dem ais termos

    VOTO

    José Ribamar Roberto, Maria da Penha Silva Frasão, Waldecy Dantas de

    Albuquerque, Vera Lúcia da Silva, Abel Genésio de Lima, Maria lnácia da

    Conceição, Robson Fernandes de Santana, Antônio Capoeira, Cosma da Silva

    Araújo, Valdemar de Sousa, Cledineide de Brito, Maria Shizuko Tokimatu,

    Marcos Bernado da Silva, João Bosco Cantalice, José Guedes Ramos, Maria José

    Diniz Ferreira, José Xavier da Cruz, Albaniza de Carvalho, Moacir Pinto de

    Oliveira Jane Cléia Guilherme Dias Tavares Josefa Maria da Costa Lima Josefa

    da Silva Santana Josefa Goreth de Albuquerque Maria Mônica Barbosa da Silva

    Rita de Cássia da Costa Barros, Maria das Neves Sérgio de Araújo e Neusa

    Lauriano da Silva

    intentaram, perante o Juízo da 2' Vara Cível da Comarca de

    Campina Grande, Ação Ordinária de Indenização Securitária, processo

    001.2009.003518-7 em face da

    Federal de Seguros S/A

    Alegaram na Inicial que (1) são moradores do Conjunto Habitacional Álvaro

    Gaudêncio - Malvinas, Campina Grande - PB, cujas casas foram construídas

    comercializadas pelo Sistema Financeiro de Habitação — SFH e garantidas por um

    seguro obrigatório de responsabilidade da Ré por

    ser

    a sucessora da Sol de Seguros S/

    A; (2) houve desrespeito às normas técnicas na construção dos imóveis; (3) a Ré não

    teria procedido a devida fiscalização na fase de construção; e (4) as casas estariam

    apresentando graves problemas estruturais.

    Pugnaram pela procedência do pedido para que a Ré fosse condenada ao

    pagamento, a cada um dos Autores, do valor necessário ao conserto integral dos seus

    respectivos imóveis e ao correspondente acumulado da multa decendial, com correção

    monetária e juros de mora.

    Na Contestação, f. 255/306, a Ré ad tu, preliminarmente, (1) sua ilegitimidade

    passiva

    ad causam

    por não ter sido ela a se urdora que emitiu o Termo Negativo de

    Cobertura; (2) inépcia da inicial, por nãindiar as tas em que foram verificados os 1

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    danos n3s imóveis alegados pelos Autores e por não emitirem os Avisos de Sinistros na

    época do surgimento dos eventos danosos; (3) ilegitimidade ativa de Vera Lúcia da

    Silva Cosm a da Silva Araújo João Bosco Cantalice Maria das Neves Sérgio de Araújo

    e Neusa Lauriano da Silva, por falta de vínculo contratual com o Sistema Financeiro de

    Habitação; (4) ilegitimidade ativa dos Autores Maria Inácia da Conceição. Cledineide

    de Brito e Maria Mônica Barbosa da Silva, por inexistência de vinculo contratual, uma

    vez que são detentores de contratos de gaveta, não operando efeitos perante terceiros;

    (5) carência do direito de ação, em relação a Maria da Penha Silva Frazão. Abel

    Genésio de Lima, Robson Fernandes de Santana, Antônio Capoeira, Maria Shizuku

    Tokimatu, Marcos Bernardo da Silva, Maria José Diniz Ferreira, Maria Edjane Silva da

    Fonseca, José Xavier da Cruz, Moacir Pinto de Oliveira. Josefa Maria da Costa. Josela

    da Silva Santana. Josefa Goreth de Albuquerque e Rita de Cássia da Costa Barros, por

    já haverem obtido a liberação da hipoteca dos imóveis, em virtude da quitação dos

    saldos devedores.

    Arguiu, ainda, 1) a prescrição da pretensão da cobrança de seguro, pelo fato de

    que os imóveis foram adquiridos na década de oitenta, e o art. 178, §6°, II. do Código

    Civil de 1916 já estabelecia o prazo de um ano para a prescrição do segurado contra o

    segurador, estabelecendo na alínea b o termo inicial para contagem do prazo como

    sendo a data da ciência do fato gerador da pretensão, sendo que os Autores ajuizaram a

    ação vinte e nove anos após a aquisição dos imóveis; e, (2) a competência para julgar a

    causa seria da Justiça Federal defendendo ser o caso de formação de litisconsórcio

    necessário com a Caixa Econômica Federal, por ser a administradora do Seguro

    Habitacional e do Fundo de Compensação de Valores Salarias — FCV S e com a União

    uma vez que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por meio do Parecer

    PGFN/CAF/N.° 121/2003, atestou de forma expressa o interesse em lide envolvendo o

    Seguro H abitacional do Sistema Financeiro de H abitação.

    No mérito, alegou que (1) os Autores não emitiram Avisos de Sinistro para que

    ela, por meio dos seus técnicos e engenheiros, promovesse a vistoria dos imóveis com a

    finalidade de constatação dos danos cobertos pelo seguro habitacional, e na Inicial

    omitiram o conteúdo das Cláusulas Contratuais 12

    15', que obrigam os segurados a

    informarem sobre a existência de danos nos imóveis segurados; (2) os Autores não

    individualizaram os danos pelos quais pretendiam a reparação, possibilitando a

    verificação da cobertura na apólice de seguro; 3) a Cláusula Contratual Terceira exclui

    da cobertura todo e qualquer dano sofrido pelo prédio ou benfeitoria que seja causado

    por seus próprios componentes, sem que sobre eles atue qualquer força anormal 4) não

    era responsável pela fiscalização da qualidade do serviço e do material utilizado na

    época da construção, sendo as construtoras as responsáveis pelos referidos vícios, e por

    isso não poderia ser compelida a pagar indenização por omissão não relacionada com o

    contrato e vícios não incluídos na apólice do seguro; (5) o art. L459, do Código Civil

    de 1916 era expresso no sentido de não existir presunção de indenizar prejuízos

    resultantes de vícios que não se obrigou o segurador, e o art. 784 do CC, repetiu o

    conteúdo jurídico assegurado no Código rev gado; 6) os danos relatados pelos Autores

    são decorrentes de falta de manutenção, des aste e uso natural da coisa, não podendo

    lhe ser imputada obrigação de indenização sec'tritria de um imóvel construido há vinte

    e nove anos; (7) o Código de Defesa do

    não se aplicaria ao caso concreto.

    posto que a norma foi editada mais de dez

    s• 'ffissinaturas dos contratos de

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    financiamentos que tiveram garantia do seguro habitacional, não podendo a norma

    atingir o ato jurídico perfeito; e (8) a multa decendial, se aplicada sem limite, estaria

    contrariando o disposto no art. 920 do C C de 19 16.

    Pugnou pela extinção do processo com acolhimento de uma das preliminares ou

    da prejudicial de prescrição e subsidiariamente a improcedência dos pedidos.

    No Despacho Saneador, f. 391/394, o Juízo rejeitou todas as preliminares

    as

    arguições de incompetência absoluta da Justiça Estadual, de litisconsórcio passivo

    necessário e prescrição da pretensão de cobrança do seguro e deferiu a produção da

    prova pericial requerida constando o Laudo Pericial às f. 550/707.

    Sentenciado, f. 730/743, o Juízo, rejeitou a arguição de incompetência absoluta

    superveniente, que foi provocada às f. 456/459, em decorrência da edição da Medida

    Provisória n° 479/2009, ao fundamento de que a competência da Justiça Federal está

    relacionada a existência de interesse da União ou ente federal na causa e que o ato

    normativo haveria perdido sua eficácia em 01 /07/2010.

    \Io mérito, analisou os riscos indenizáveis relacionados na Cláusula Terceira do

    Contrato, os riscos expressamente excluídos na Cláusula Quarta. a forma de

    indenização e reposição previstas nas Cláusulas lla e 12, a comprovação dos vícios

    constatados nas casas, decorrentes da baixa qualidade do serviço e material utilizado,

    que foram verificados no Laudo Pericial, e julgou procedente o pedido para condenar a

    Ré a pagar a título de indenização em favor dos Autores. o valor pecuniário necessário

    ao comerto integral dos imóveis pertencentes a cada um deles, na forma do laudo

    pericial, corrigidos monetariamente pelo 1NPC e com juros de mora de 1 ao mês,

    contados da citação, e ao pagamento da multa decendial, prevista a findo de cláusula

    penal, conforme estatuída na cláusula 17a, subitem 17.3 das Condições Especiais da

    Apólice Habitacional, no percentual de 2 , por fração ou decêndio de atraso, a contar

    de 30 dias após o recebimento do Aviso de Sinistro, a incidir sobre o total das

    indenizações devidas a cada um dos Promoventes, com estrita observância do limite

    previsto no art. 412 do CC.

    Condenando-a, ainda, ao pagamento das custas processuais. honorários

    advocatícios, no percentual de 15 do valor da condenação, e honorários do assistente

    técnico dos Autores, no montante de 20 do valor dos honorários fixados para o perito

    do Juízo.

    A Federal de Seguros S/A interpôs Apelação, f. 830/889. requerendo a

    apreciação de um agravo retido interposto no processo, sem indicar as páginas e a

    decisão recorrida, em seguida, arguiu como preliminares (1) sua ilegitimidade passiva

    em relação aos Apelados Robson F. de Santana, Valdemar de Souza. Cledineide de

    Brito, Maria José Diniz Ferreira, Maria Shizuko Tokimatu, Marcos Bernardo da Silva.

    João fosco Cantalice e Josefa G. de Albuquerque, por não possuírem vínculo com o

    Sistema Financeiro de Habitação e, consequentemen , inexistir apólice do Seguro

    Habitae.ional do SFH, e que a Apólice da Seguradora E elsior, que rege o contrato dos

    Autores/Apelados, não contém a previsão de multa dec 'ndial pelo não pagamento da

    indenização; (2) carência do direito de ação do Au or/ e orrido Waldecy Dantas de

    Albuquerque, urna vez que o imóvel dele já estaria qu ado selifstro MIP (Morte ou

    1

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    Invalidez Permanente), em 29/05/1998, não sendo devido o recebimento de outra

    cobertura; e (3) carência do direito de ação dos Apelados relacionados às f. 851/853,

    que obtiveram as liberações das hipotecas dos imóveis.

    Arguiu. ainda, que 1) seria necessária a formação de litisconsórcio passivo com

    a Caixa Econôm ica Federal e a União, com deslocamento da com petência para a Justiça

    Federal, em decorrência de fato superveniente consubstanciado na edição da Medida

    Provisória n°513/2010, convertida para a Lei n° 12.409, de 25/05/2011. que autorizou o

    Fundo de C ompensação e V ariação Salarial — FCV S a assumir os direitos

    e

    obriuções

    do Seguro Habitacional do SH/SFH, a cargo da CEF e gestão a cargo da União,

    devendo ser procedida a substituição processual excluindo-a da relação processual; e

    (2) prescrição da pretensão de cobrança do seguro, que tem prazo de u m ano nos termos

    do art. 178, §6°. II, do Código Civil de 1916, e mantido no atual CC, tendo como termo

    inicial a data em que o segurado tomou conhecimento da existência do dano, e como os

    Recorridos ajuizaram a ação vinte e nove anos após a aquisição dos imóveis, a ciência

    do fato gerador da indenização teria ocorrido em período anterior.

    No mérito, alegou que (1) os danos verificados nos imóveis dos Apelados no

    Laudo Pericial não estariam previstos na Apólice de Seguro Habitacional. não tendo

    responsabilidade por vício de construção, má conservação ou uso e desgaste natural dos

    imóveis, sendo o construtor o responsável pela não observância das normas técnicas

    apropriadas para a construção das edificações; (2) os fatos informados na inicial não

    guardam semelhanças com os relatos constantes do

    Laudo Pericial e não se pode

    admitir que os mutuários promovam modificações ou alterações nos seus respectivos

    imóveis e

    depois pleiteiem indenizações pelos danos consecutivos de pedreiros que

    fazem as vezes de engenheiros, e cometem erros causando a desestabilização do

    imóvel; (3) o*Seguro Habitacional não seria responsável pela troca de portas e janelas

    com peças enferrujadas, postos que não são estruturas responsáveis pela solidez do

    imóvel, assim como não o seria pelos tacos soltos ou mancha de umidade nas paredes.

    posto que os reparos desses itens são inerentes à manutenção do imóvel por isso,

    conforme Cláusula 3 das Condições Particulares na ASH/SFH — Apólice de Seguro,

    não estariam na cobertura do seguro; 4) sua responsabilidade de orre de riscos futuros

    expressamente previstos em lei ou no contrato, enquanto que no caso concreto o

    construtor foi o responsável pelos vícios de construção, por não observar as normas

    técnicas para a construção das unidades habitacionais; (5) os danos que o Perito

    verificou nos imóveis estão excluídos na Cláusula 3 ; (6) os imóveis foram construídos

    acerca de vinte e nove anos, sendo perfeitamente comum o aparecimento dos danos

    verificados, sendo que as infiltrações decorrem de goteiras nos telhados e da falta de

    manutenção com impermeabilizadores, os problemas com a madeira das portas, janelas

    e telhados decorrem d e cupins e brocas, pela falta de imunização;

    (6) a multa

    decendia

    somente se verifica com o inadimplemento de obrigação positiva e líquida. o

    que não

    ocorreu no caso dos autos, posto que nem os avisos de sinistro foram emitidos pelos

    Recorridos, conforme preceitua a A pólice de Seguro; (7) a m ulta decendial não pode ser

    aplicada sem limite, contrariando o disposto no art. 920, do CC de 1916. posto

    que não

    pode ultrapassar o valor da obrigação principal; (8) o Juízo cometeu erro material na

    Sentença ao determinar que os orçamen tos fossem at.&.talizados até a data da elaboração

    do Laudo Pericial

    e

    que fossem acrescidos de juro \ de mora contados da citação, e

    como juros são modalidade de crédito acessório inici rn somente com o nascimento do

    principal, no caso a elaboração dos orçamen da data da citação: (9) os

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    Apelados não comprovaram as reformas realizadas nos imóveis, assim como inexistem

    provas referentes aos gastos realizados, e se fizeram serviços, estes foram executados

    por terceiros, por conta e risco dos proprietários, porquanto não foi dado conhecimento

    a ela Apelante; (10) na fixação dos honorários de sucumbência não foram observados

    os critérios do art. 20, §3

    0

    , do CPC, e corno a matéria não é complexa. posto que

    inúmeras ações em tramitação discutem o mesmo conteúdo, não seria cabível a fixação

    dos honorários no patamar estabelecido na Sentença, devendo ser reduzidos para 10 ;

    e 11) o ônus dos honorários do assistente técnico deveria ser suportado pelos Apelados.

    inclusive pelo fato de que nã o provaram no processo o contrato de prestação de serviços

    de assistente técnico e os Autores/Recorridos são beneficiários da gratuidade

    processual, sendo. por tudo isso, indevida a co ndenação determinada na Sentença.

    Pugnou pelo conhecimento e provimento do Agravo Retido, extinguindo o

    processo sem apreciação do mérito, ou conhecer da Apelação para. acolhendo uma das

    prejudiciais, extinguir o processo, ou, no mérito, pela reforma da Sentença para julgar

    improcedentes os pedidos, com inversão da sucum bência.

    Nas Contrarrazões, f. 989/1054, os Apelados aduziram que inexiste agravo

    retido interposto nos autos, devendo o requerimento para conhecimento ser julgado

    prej ud i

    Refutaram as preliminares de (1) formação de litisconsórcio passivo necessário

    com a Caixa Econômica Federal e a União, ao argumento de que a MP

    513.

    transformada na Lei n.° 12.409/2001, não é auto-aplicável, porquanto necessita de

    edição de resolução pelo Conselho Curador do FCVS e que a jurisprudência firmou

    entendimento no sentido de que a ação que se discute contrato de seguro de mútuo é da

    competência da Justiça Estadual, não sendo necessário formação de litisconsórcio com

    a CEF e a União, tendo citado alguns julgados do TRF da 4a Região e dos Tribunais de

    Justiça do Rio Grande do Sul e do Paraná; (2) legitimidade ativa dos Autores/Apelados

    Robson F. de Santana, Valdemar de Souza, Cledineide de Brito, Maria José Diniz

    Ferreira, Maria Shizuko Tokimatu, Marcos Bernardo da Silva. João Bosco Cantalice e

    Josefa G

    de Albuquerque, que a Apelante alegou não possuírem vínculo com

    o

    S F 1 1 .

    tendo aduzido que as relações obrigacionais estavam comprovadas com os contratos de

    financiamento dos imóveis, posto que os contratos de seguros são compulsórios para os

    financiamentos de habitação; (3) legitimidade ativa do Apelado Waldecy Damas de

    Albuquerque. diante da arguição de que ele recebeu indenização securitária de M1P. ao

    fundamento de que a apólice de seguro contempla três coberturas distintas, referentes a

    danos físicos dos imóveis, morte e invalidez permanente e responsabilidade civil do

    construtor, conforme Cláusula 3' das Condições Especiais da Apólice Habitacional: e

    4) carência do direito de ação dos Apelados que já quitaram os imóveis, com liberação

    das hipotecas. ao

    fundamento de que os vícios que acarretaram os danos reclamados na

    demanda são originários da construção irregular, ou seja, nos prazos dos

    financiamentos, portanto, no período da cobertura.

    Arguiram que inexiste prescrição no caso concreto, uma vez que, para um

    homem médio, não seria possível saber a dat

      \,. em que um imóvel com vício de

    construção passaria a sofrer ameaça de desm on ento, e ct:giso inexiste prova da data

    do fato gerador do seguro, inicia-se o prazo a pti

    waà da cobertura securitária.

    t . .

    , ? • 4 4

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    Alegaram que (1) na aquisição dos imóveis aderiram à Apólice Habitacional

    com Cobertura Compreensiva Especial para Risco de Danos Físicos no imóvel —

    sendo obrigatória a contratação com a Seguradora e que o Seguro Habitacional protege

    os danos causados por vício de construção, cabendo à seguradora examinar todas as

    etapas da obra, inclusive a qualidade do material empregado, conforme Cláusula 8' das

    Normas

    e Rotinas da Apólice; (2) no Contrato de Seguro (Apólice RD18/77) há

    previsão de cobertura para ameaça de desmoronamento, seja proveniente

    e

    causa

    externa ou de vício de construção

    que os danos existentes comprovados pela perícia

    judicial, são progressivos e recentemente levaram a eclosão do sinistro, tendo esse sido

    comunicado imediatamente à Seguradora; (3) a perícia judicial provou que não foi a

    falta de manutenção que gerou o sinistro, e sim vícios de construção: (4) a multa

    decendial foi corretamente aplicada na Sentença, não havendo o que ser m odificado; (5)

    os juros de mora são contados da citação, não havendo como ser acolhido o antumento

    de que não poderia ser anterior à perícia produzida na instrução processual posto que o

    art. 405 do CC, regula expressamente a sua incidência, e a Seguradora tomou

    conhecimento da sua obrigação em data anterior; e (6) seria devida a condenação ao

    pagamento dos honorários do assistente técnico, que decorre da sucumbência

    processual.

    Pugnaram pelo desprovimento do Recu rso.

    Os Apelados interpuseram Recurso Adesivo f. 1055/1064.

    alegando que o

    arbitramento de honorários de sucumbência em 15 não observa os parâmetros do

    art.20, §3°, do CPC e não representa a retribuição pelo trabalho do profissional da

    advocacia_ notadamente para causas como a qu e se discute no processo.

    Pugnaram pelo provimento do Recurso para que fossem majorados os

    honorários para 20 do valor da condenação.

    Contrarrazões ao Recuso Adesivo, f. 1067/1070, tendo o Recorrido pugnado

    pela manutenção dos honorários no percentual fixado na Sentença porquanto lixado e

    acordo o art. 20, §3°, do CPC .

    A Procu radoria de Justiça ofereceu Parecer, f. 1077, sem em itir pronunciam ento

    sobre o mérito da causa.

    É o relatório.

    Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço da Apelação e cio Recurso

    Adesivo.

    Inexiste nos autos o agravo retido alegado pela Ape lante/Ré, não havendo como

    ser conhecido.

    Com exceção da arguição de formação d litisconsórcio passivo necessário com

    a Caixa Econômica Federal e a União, em deco ência da edição da Media Provisória

    513/2010, as demais preliminares e prejudici 's d mérito foram analisadas

    e

    rejeitadas

    no Despacho Saneador, f. 391/394, não tend avido nterposição de recurso. restando

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    TO IkEITO

    ROCESSUAL C IVIL

    A09

    SECURITÁRIA. SEGURO

    preclusas as impugnações por ocasião da Apelação.

    A preliminar de formação de litisconsórcio necessário com a Caixa Econômica

    Federal e a União, embora não submetida à apreciação do Juízo

    a giro é

    matéria que

    deve ser analisada por ser tratar de fato superveniente ao despacho saneador.

    Argumentou a Apelante que com a edição da Medida Provisória 513/2010,

    transformada na Lei n.° 12.409, de 25 de maio de 2011, Fundo de Compensação e

    Variação Salarial — FVC S, ficou autorizado a assumir todos os direitos e obrigações do

    Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação, e como referido fundo fica a

    encargo da Caixa Econômica Federal e a gestão a cargo da União, seria necessária a

    formaçào de um litisconsorcio passivo, deslocando a competência para a Justiça

    Federal.

    A jurisprudência dos tribunais já enfrentou a matéria e firmou entendimento no

    sentido de que as modificações trazidas pela MP 513/2010, convertida para a Lei n.

    12.409/2010, não consubstancia interesse público direito da União ou da CU para

    figurar no polo passivo de defesa que se reclama pagamento de obrigação securitaria.

    não deslocando a co mpetência anteriormente firmada na Justiça Estadual.

    Nesse sentido:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. SEGUROS. SEGURO

    HABITACIONAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. AÇÃO DE

    INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. PRESCRIÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA

    ESTADUAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DA SEGURADORA. FALTA DE

    INTERESSE DE A GIR, AFASTADA. DENUNCIAÇÕES DA LIDE, INDEFERIDAS.

    .-.)

    DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

    Compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações nas quais se discute acerca da

    responsabilidade indenizatória decorrente do seguro adjeto a contrato de iuuo

    hipotecário.

    Caráter eminentemente privado dos recursos que compõem o fundo ELSA. o qual é o

    garantidor da indenização.

    Eventual solidariedade entre FCVS e FESA (ou entre CEE/UNIÃO e

      Seguradora

    privada , no pagamento da indenização securitária, não resulta na fixação da competência

    da Justiça Federal se a ação é ajuizada apenas em desfavor da entidade privada, pois

    solidariedade não é sinônimo de litisconsórcio passivo necessário.

    Se ausente real interesse de ordem pública para ingresso da CEF, UNIÃO, não estamos

    diante de competência absoluta a ser reconhecida.

    Não alteração da Competência Estadual após a edição da

    MP 513/2010

    pois se o próprio

    STJ definiu que nas demandas indenizatórias por vícios na construção ajuizadas em

    desfavor da Seguradora não seria atingido o FCVS, as previsões da referida Medida

    Provisória não altera a questão sobre o não comprometimento do FCVS nos contrato,

    firmados anteriormente a edição dessa Medida Provisória, pois Lei nova não atingira

    contrato anteriormente firmado.

    ...)

    NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO EM DECISÃO

    MONOCRÁTICA. (TJRS. Quinta Câmara ivel. Des. Rel. Gelson Rotim Stocker. Data

    do julgamento: 20/06/2011).

    EMENTA: AGRAVO DE INSTRUM

    CONSTITUCIONAL. AÇÃO DE

  • 8/18/2019 APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO N° 001.2009.003518-7001

    9/14

    HABITACIONAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1MP 478 2009. MP

    513/2010,

    ONVERTIDA

    A

    EI

    2.409

    E

    505,2011.

    I- Nos feitos em que se discute seguro habitacional adjeto a contrato de mútuo. por

    envolver discussão entre seguradora e mutuário e afetar o FCVS (Fundo de Compensação

    de Variações Salariais), nos termos da Lei 12.40912011, existe interesse da Caixa

    Econômica Federal e da União a justificar a formação de litisconsórcio passivo

    necessário, sendo, portanto, da Justiça Federal a competência para o seu julgamento. no

     

    termos

    o

    rt.

    09,

    a

    R FB/88

    11- A Medida Provisória n°. 478/2009 teve seu prazo de vigência exaurido, conforme Ato

    Declaratório do Presidente da Mesa do Congresso Nacional n°. 18 (Diário Oficial da

    União de 15/0612010), visto que não foi convertida em lei no prazo constitucional de 60

    dias.

    III - A MP 513/2010, de 26i11/2010, praticamente revigorou a MP 4782009 e. além

    disso, foi convertida na Lei 12.409 em 25/05/2011, ratificando a modificação de

    competência para as ações de cobrança de seguro habitacional vinculado ao Sistema

    FnanceirodeHabtação

    VV. Nas ações em que se discute contrato de seguro firmado entre o mutuário e a

    seguradora, a competência para o processamento e julgamento do feito é da Justiça

    Estadual.. (TJMG. R el. Des. Antônio B ispo. Data do julgamento: 13/10/2011).

    O Superior Tribunal de Justiça tem julgados enfrentando a matéria antes da

    edição da MP 513 /2010, conform e transcrevo:

    PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. JULGAMENTO EXTRA

    PETITA. CAUSA DE PEDIR. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. SEGURO

    HABITACIONAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO SECLIRITÁRIA.

    ADMISSÃO DA CAIXA ECONÔM ICA NO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. .

    I - Consoante adverte a jurisprudência desta Corte, constitui julgamento extra-petita a

    prolação de decisão cotn fundamento em causa de pedir (fundamentos de fato) diversa

    daquela alegada pela parte.

    II - Por outro lado, considerando-se a causa de pedir suscitada nas Razões do Recurso

    Especial, é preciso observar que a Segunda Seção desta Corte, em 1 l/03/09, no

    julgamento do R Esp n° 1.0 91.3 63, SC, representativo de causas repetitivas, Relator o Juiz.

    Federal Convocado do TRF da 1

    0

    Região, CARLOS FERNANDO MATI IIAS, decidiu.

    que nos feitos em que se discute a cobertura securitária dos seguros adjetos aos contratos

    de financiamento contraídos pelo Sistema Financeiro da Habitação, não há interesse da

    Caixa Econômica Federal ou da União a justificar a formação de litisconsorcio passivo

    com esses entes.

    Ante o exposto, dá-se provimento aos Embargos de Declaração manejados pela segunda

    embargan te, julgando-se prejudicados aqueles interpostos pelos primeiros embargan tes.

    (EDcl no Agli

    g no AgRg no Ag I037904/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENET .

    TERCEIRA TURMA, julgado em 26/05/2009, DJe 19/06/2009).

    RECURSO ESPECIAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. AÇÃO EM QUE

    SE CONTROVERTE A RESPEITO DO CONTRATO DE SEGURO ADJECI O A

    MUTUO HIPOTECÁRIO. LITISCONSORCIO ENTRE A CAIXA ECONÔMICA

    FEDERAL/CEE E CAIXA SEGURADORA SIA. INVIABILIDADE, COMPETÊNCIA

    DA JUSTIÇA ESTADUA L. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. LEI N. 11.672 2008.

    RESOL UÇÃO/STJ N. 8, DE 07.08.2008. APLICAÇÃO.

    I. Nos feitos em que se discute a respeito de contrato de seguro adieto a contrato de

    mútuo, por envolver discussão entre seguradora e mutuário, e não afetar o ECVS Fundo

    de Compensação de Variações Salariais), inexiste interesse da Caixa onômica Federal a

    justificar a formação de litisconsórcio passivo necessário, sendo, ortanto. da Justiça

    Estadual a competência para o seu julgamen to. Precedentes.

    2. Julgamento afetado à

    2a. Seção com base no Procedimento da Lei

    1

     

    .672/2008

    Resolução/STJ n. 8/2008 (Lei de Recursos Repetitivos).

    3.

    Recursos especiais conhecidos em parte e. nessa extensão, não p

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    (REsp I 091363/SC, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAI.

    CONVOCADO DO TRF

    ia

    REGIÃO), SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/032009.

    Die 2505/2009).

    Nos Embargos de Declaração opostos contra o Resp 1.091.363 supracitado.

    decidiu o ST .1:

    SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. SEGURO HABITACIONAL. APÓLICE

    PÚBLICA. FESA/FCVS. APÓLICE PRIVADA. AÇÃO AJUIZADA CONTRA

    SEGURADORA. INTERESSE JURÍDICO DA CEF. RECURSO REPETITIVO.

    CITAÇÃO ANT ERIOR À MP 513/2010 CONVERTIDA N A LEI

    12.409:11. 1. Ação ajuizada antes da edição da MP 513/2010 (convertida na Lei

    12.409/2011 contra a seguradora, buscando a cobertura de dano a imóvel adquirido pelo

    autor no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação. Pedido de intervenção da CEE, na

    qualidade de assistente simples da seguradora.

    2. O Fundo de Compensação das Variações Salariais (FCVS) administrado pela CEF. do

    qual o FESA é uma subconta, desde a edição do Decreto-lei 2.476/88 e da Lei 7.682 88

    garante o equilíbrio da Apólice do Seguro Habitacional do Sistema Financeiro da

    Habitação (Ramo 66), assumindo integralmente os seus riscos. A seguradora privada

    contratada é mera intermediária, prestando serviço mediante remuneração de percentual

    fixo dos prêmios de seguro e mbutidos na s prestações.

    3.

    Diversamente, no caso de apólices de seguro privadas, cuja contratação no âmbito do

    SFH somente passou a ser admitida a partir da edição da MP 1.671, de 1998. o resultado

    da atividade econômica e o correspondente risco é totalmente assumido pela seguradora

    privada , sem possibi lidade de com prometimento de recursos do ECV S.

    4. Nos feitos em que se discute a respeito de contrato de seguro privado, apólice de

    mercado, Ramo 68, adjeto a contrato de mútuo habitacional, por envolver discussão entre

    a seguradora e o mutuário, e não afetar o FCVS (Fundo de Compensação de Variações

    Salariais), não existe interesse da Caixa Econômica Federal a justificar a formação de

    litisconsórcio passivo necessário, sendo, portanto, da Justiça Estadual a competência para

    o seu julgamento. Ao contrário, sendo a apólice pública, do Ramo 66. garantida pelo

    FCVS, existe interesse jurídico a amparar o pedido de intervenção da CEF, na forma do

    art. 50, do CPC, e remessa do s autos para a Justiça Federa l.

    5.

    Hipótese em que o contrato de seguro adjeto ao mútuo habitacional da única autora foi

    celebrado em condições de mercado, não sendo vinculado à Apólice Única do SH SE11.

    Inexistência de interesse jurídico da CEF. Competência da Justiça Estadua l.

    6.

    Embargos de declaração acolhidos sem efeitos modificativos do julgado no caso

    concreto, apenas para fazer integrar os esclarecimentos acima à tese adotada para Os

    efeitos do art. 543-C, do CPC. (EDcl no Resp n° 1.091.363, Relatora a Ministra ISABEL

    GALLOTTI, Segunda Seção, DJe de 28.11.11 .

    No caso dos autos inexiste discussão afeta ao Fundo de Compensação de

    Variações Salariais, não se vislumbrando, portanto, interesse da CEF ou da União para

    atuarem no processo como litisconsórcio passivo necessário, pelo que rejeito as

    preliminares de litisconsórcio passivo necessário e incompetência da Justiça

    Estadual.

    Mo que tange às alegações de mérito, sustenta a Apelante. que por se tratar de

    vícios de construção, os danos apresenta os nos imóveis segurados não estariam

    cobertos pelo seguro obrigatório, uma ve que tais riscos estariam expressamente

    excluídos da apólice, indicando que a exclus o estaria na Cláusula 3

     

    , item 3.2. que faz

    ressalvas de cobertura para as hipóteses deentos de causas externas atuando de fora

    para dentro, sobre o prédio, o solo ou subsol

    „e7-

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    Ocorre que, da leitura das disposições da Apólice de Seguro Habitacional do

    SFII para Danos Físicos, f. 112, consta na Cláusula Contratual 3' — RISCOS

    COBERTOS, especificamente 3.1.e: ameaça de desmoronamento. devidamente

    comprovada e na Cláusula Contratual 3, das Condições Especiais Relativas ao Seguro.

    f. 101, contém a previsão de cobertura decorrente da responsabilidade civil do

    construtor

    É importante salientar que na Cláusula Contratual 4— RISCOS EXCLUÍDOS.

    das Condições Particulares para Riscos de Danos Físicos, f. 113, não há qualquer

    dispositivo que exclua expressamente a responsabilidade da Seguradora quanto aos

    riscos decorrentes dos vícios construtivos, que muitas vezes podem estar ocultos no

    bem imóvel objeto do seguro.

    Colhe-se do laudo pericial, f. 550/707, que existe o perigo de desmoronamento

    dos imóveis. uma vez que os vícios apresentados na construção são de caráter

    estrutural o que implica extrema gravidade a comprom eter a solidez da obra.

    Ademais, as fotografias anexadas ao Laudo Pericial demonstram claramente as

    condições em que se encontram os imóveis, restando, pois, patente a ameaça de

    desmoronamento.

    Dessa forma, tem-se que os moradores das residências seguradas encontram-se

    em total insegurança, haja vista que a extensão das deficiências apresentadas pelos

    imóveis comprometem a própria estrutura e expõem os proprietários e seus familiares a

    graves riscos.

    Quanto à Multa Decendial, prevista na Cláusula

    17.

    item 17.3 das Condições

    Especias integrantes da Apólice, esta incide quando comprovada a mora da Seguradora

    e como o Aviso de Sinistro aconteceu em 05/05/2009, f. 42/44, é devida a multa de 2

    sobre o valor da indenização, com estrita observância do limite previsto no art. 412. do

    CC o que foi observado na Sentença.

    Com relação aos juros, decidiu acertadamente o Juízo ao estabelecer o limite de

    1% ao mês. e o termo inicial como sendo a data da citação, art. 405, do CC. e os

    honoriii ios dos peritos e dos assistentes são devidos pela Apelante. como consequência

    da sucum bência.

    Este Tribunal de Justiça já enfrentou casos semelhantes firmando entendimen to

    no sentido de que é dever da seguradora pagar indenização decorrente de dano. na

    hipótese de desmoronamento decorrente de vicio de construção.

    Neste sentido:

    APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO

    FINANCEIRO DE HABITAÇÃO.

    LITISCONSORCIO PASSIVO N

    INCOMPETÊNCIA DA JUST

    CARÊNCIA DE AÇÃO. RE

    CONSTRUÇÃO. NATUREZA

    E INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. SISTEMA

    COBERTURA SECURITÁRIA. PRELIMINARES.

    CESSÁRIO DA CEF E DA UNIÃO FEDERAL -

    ESTADUAL. ILEGITIMIDADE .ATIVA

    S. \ REJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO. VICIO DE

    ESSIVA. 1 ERMO INICIAL INDEFINIDO

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    MÉRITO. VÍCIO DE CONSTRUÇÃO. AMEAÇA DE DESMORONAMENTO.

    COBERTURA PELO SEGURO. RISCO NÃO EXCLUÍDO DA APÓLICE.

    INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. COMUNICAÇÃO DO

    SINISTRO. COMPROVADA. RESPONSABILIDADE DIRETA DA SEGURADORA

    MULTA DECEN DIAL. MORA EVIDENTE. APLICAÇÃO. LIMITAÇÃO DA MULTA

    DECENDIAL. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. JUROS DE MORA.

    CONTAGEM DA CITAÇÃO. HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO )NI lS

    DA SUCUMBÊNCIA. PAGAMENTO PELO VENCIDO. SENTENÇA MANTIDA.

    DESPROVIMENTO. É competente a Justiça Estadual para processar e julgar as

    demandas onde se pleiteia indenização decorrente

    e

    sinistro coberto pelo contrato de

    seguro adjeto ao contrato de mútuo realizado pelo Sistema Financeiro I labitacional. A

    liberação da hipoteca é irrele‘ante para determinar o interesse de agir da parte autora na

    demanda que requer indenização de seguro habitacional, especialmente se o sinistro se

    verifica antes desse fato. A multiplicidade de contratos de mutuo não enseja a extinção

    do contrato de seguro a eles referente, pelo que o contratante é parte legitima pa ra propor

    a deman da de indenização decorrente de sinistro previsto nesse último. A p eça inaugural.

    quando regularmente adequada, merece ser acolhida, garantindo-se a parte autora o

    direito de acesso à Justiça constitucionalmente previsto. - Não começa a fluir a

    prescrição quando o fato que dá azo à pretensão material é de natureza progressiva.

    deixando indefinido o termo inicial de sua ciência pelo interessado nos termos do artigo

    178 do Código Civil de 1916. Comprovada a existência de

    1

    idos de construção que

    comprometem gravemente a estrutura e solidez do bem segurado, e havendo perigo de

    desmoronamento é de ser responsabilizada diretamente a seguradora pelo pagamento de

    indenização, mormente porque a apólice não exclui de forma expressa a cobertura dos

    riscos decorrentes do sinistro. Necessário interpretar as disposições contratuais de forma

    mais favorável ao consumidor, em respeito às leis que regem as relações de consumo. A

    multa decendial deve ser aplicada em razão da mora em adimplir a indenização devida

    pela seguradora aos segurados, observando as normas jurídicas vigentes ao tempo da

    feitura do contrato de seguro habitacional. Não há interesse recursal quando a questão

    que se requer modificação já foi decidida nos exatos termos da insurg ência. Conta-se da

    citação, e não da elaboração dos orçamentos pelo laudo pericial, os juros de mora nas

    demandas indenizatórias de seguro habitacional por ser este o marco da constituição em

    mora da seguradora. Os honorários periciais dos assistentes técnicos devem obedecer as

    regras de sucumbência, pelo que o vencido é o responsável pelo seu pagamento

    Acórdão do processo n° 00120090037779001. Primeira Câmara Cível - Relator DES

    MAN OEL SOAR ES MON TEIRO - j. Em 15/12/2011 .

    Portanto, uma vez constatados os danos pela Perícia Judicial, mesmo que

    provenientes de vícios de construção. fica configurada a responsabilidade da

    Seguradora pela imediata recuperação dos imóveis ou a respectiva liquidação do

    sinistro, mediante o pag amento em dinheiro do valor necessário para tanto.

    Na análise do Recurso A desivo, verifica-se que o patrono dos A pelados atuou no

    processo em vários atos processuais. com

    elaboração da Inicial. Impugnação à

    Contestação, devendo ser considerada a complexidade da causa, com realização de

    perícia que teve indicação de Assistente Técnico e elaboração de q uesitos.

    Portanto, em obediência ao que determina o Art. 20, §3 0 , do CPC, deve ser

    provido o Recurso para majoração dos hon rários na forma do pedido.

    Posto isso, conhecida a Apel ão, sà1vo no ponto em que se requereu a

    apreciação de Agravo Retido

    inexsntk,

    Recmrso Adesivo, e rejeitada a

    . et:-

    preliminar, nego provimento ao Apelo e do rqffithento ao Recurso Adesivo, para

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    Presente à se

    Justiça. ,.-

      v

    /

    , 4:7inete no T/J/P13 m João Pessoa, 12 de

    4•;,/>ii,f,

    1,- 1 2 :-‘

    / --. •

    Des Rom ero Marcelo da Fonseca Oliveira

    ,

    Relator

    a Exma. Sra. Dra. Jacilene Nicolau Faustino Gomes. Procuradora de

    rode 2012.

    -

    majorar os honorários advocatícios para 20 do valor da condenação, mantendo

    a Sentença nos seus demais termos

    É O 0i0

    Presidiu o julgamento, realizado na Sessão Ordinária desta Quarta Câmara

    Cível

    do

    Tribunal de Justiça da Pa raíba, no dia 04 de setembro de 2012. conforme Certidão de

    Julgamento, o Exmo. Des. Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho. com

    voto, dele

    participando. além deste Relator, a Exma. Desa. Maria das Graças Morais Guedes.

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