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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO Aplicação dos métodos ABC e EVA em Projeto de Prestação de Serviços na Indústria de Óleo e Gás: Um Estudo de Caso DANIEL LEVY MENDES PINTO ORIENTADOR: PROF. DR. RAIMUNDO NONATO SOUSA SILVA Rio de Janeiro, 04 de Abril de 2012.

Aplicação dos métodos ABC e EVA em Projeto de …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · deste momento. vi AGRADECIMENTOS ... Palavras Chave: ABC,

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

Aplicação dos métodos ABC e EVA em Projeto de Prestação de Serviços na

Indústria de Óleo e Gás: Um Estudo de Caso

DDAANNIIEELL LLEEVVYY MMEENNDDEESS PPIINNTTOO

ORIENTADOR: PROF. DR. RAIMUNDO NONATO SOUSA SILVA

Rio de Janeiro, 04 de Abril de 2012.

“APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ABC E EVA EM PROJETO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS: UM ESTUDO DE CASO”

DANIEL LEVY MENDES PINTO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Contabilidade Gerencial

ORIENTADOR: PROF. DR. RAIMUNDO NONATO SOUSA SILVA

Rio de Janeiro, 04 de Abril de 2012.

“APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ABC E EVA EM PROJETO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS: UM ESTUDO DE CASO”

DANIEL LEVY MENDES PINTO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Contabilidade Gerencial

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor DR. RAIMUNDO NONATO SOUSA SILVA (Orientador) Instituição: Faculdades IBMEC RJ _____________________________________________________

Professor DR. LUIZ ALBERTO NASCIMENTO CAMPOS FILHO Instituição: Faculdades IBMEC RJ _____________________________________________________

Professor DR. LUIZ DOS SANTOS LINS Instituição: FACC / UFRJ

Rio de Janeiro, 04 de Abril de 2012.

FICHA CATALOGRÁFICA 658.2 P659a

Pinto, Daniel Levy Mendes. Aplicação dos métodos ABC e EVA em projeto de prestação de serviços na indústria de óleo e gás: um estudo de caso. / Daniel Levy Mendes Pinto. - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2012. 117f.; 29 cm. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Contabilidade Gerencial. Orientador: Dr. Prof. Raimundo Nonato Sousa Silva.

1. ABC (Activity Based Costing). 2. EVA (Economic Value

Added). 3. Projeto. 4. Serviços. 5. Overhead. 6. Fluxo de caixa. 7. Óleo e gás. I. Pinto, Daniel Levy Mendes. II. Dr. Prof. Raimundo Nonato Sousa Silva. III. Aplicação dos métodos ABC e EVA em projeto de prestação de serviços na indústria de óleo e gás: um estudo de caso.

v

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha filha, Gabriela, nascida a

exatos 30 dias da data de defesa da dissertação. À minha

esposa, Carolina, pela compreensão pelo tempo ausente

dedicado aos estudos, durante os próprios 9 meses de

gestação de nossa primeira filha. Às duas que agora irão

compartilhar comigo a felicidade e o orgulho sobre

conquistas pessoais, profissionais e intelectuais como a

deste momento.

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais pela formação de meu caráter e por, acima de tudo, me mostrar os

corretos valores que devem ser seguidos na vida. Não há recompensa maior do que buscar e

exercer o bem e ter a certeza que a nossa influência sobre as pessoas a nossa volta é positiva e

as leva à superação.

Ao meu pai, Paulo Pinto, a quem devo o gosto pelos estudos e a vontade de fazer o meu

melhor até mesmo na menor das minhas atividades. A seu modo, nos colocava a estudar e

exigia resultados, da mesma forma como fazem os melhores gestores que levam suas

organizações a excelência.

À minha mãe, Célia Mendes Pinto, por sua bondade e retidão em tudo o que faz. Ela, que

dedicou a sua vida a cuidar de mim e de meu irmão, merece compartilhar todo o meu sucesso

e o dele – Paulo, grande irmão. Agradeço pelo seu amor de irmão, de querer sempre o meu

bem. Agradeço por me dar novos entes queridos, sua esposa Rosana e filhos, Lucas e Thomas.

Agradeço à família de minha esposa Carolina, por me receber como membro integrante, como

filho, como irmão. Por fazer do Rio de Janeiro minha nova casa, por criar uma atmosfera de

conforto e acolhimento necessários para que eu tivesse a tranquilidade de me aventurar nessa

grande empreitada intelectual que foi o curso de mestrado em administração no IBMEC.

vii

RESUMO

Capitaneada pela PETROBRAS, a indústria do óleo e gás no Brasil demandará uma maior

eficiência operacional das empresas que prestam serviços para o setor, seja pelo fomento da

concorrência, seja por requisitos de qualidade e de SMS mais restringentes. O sistema de

custeio baseado em atividades (ABC) e a análise do valor econômico adicionado (EVA) são

ferramentas de gestão que se propõem a este fim.

O projeto de prestação de serviços, objeto deste estudo de caso, tem seus custos

majoritariamente compostos por custos diretos (CD). Os custos indiretos (CI), aqui chamados

de overhead, são contemplados pela taxação arbitrária sobre a receita líquida na ordem de 8%.

Apesar da realidade diferente da indústria manufatureira, onde os CI se sobrepõe aos CD por

produto, uma sobretaxação como esta pode comprometer a competitividade do negócio.

Por meio de modelos que simularam a implantação do ABC no Projeto, este trabalho

demonstra que o resultado, reportado em forma percentual da margem líquida, poderia ter

sido melhor em 4 pontos percentuais do que aquele com a contabilidade tradicional de custos.

Adicionalmente, uma análise do EVA sobre o fluxo de caixa do Projeto comprova uma

variação negativa do resultado líquido em 5% devido ao custo de capital pelo atraso no

recebimento da receita.

Palavras Chave: ABC, EVA, Projeto, Serviços, Overhead, Fluxo de Caixa, Óleo, Gás.

viii

ABSTRACT

Oil & gas business in Brazil is growing in marketing and in demand mainly due to companies

such as PETROBRAS which is fostering competition within its supply chain. More stringent

requirements are leading the service providers to seek for higher operational efficiency. ABC

and EVA are tools that aim on that purpose.

The Project, object of this case study, has its total costs mostly compounded of direct costs.

The indirect costs, hereafter called overhead, are budgeted by charging the project net revenue

by 8%. In spite of the different reality from the manufacturing industry, where the indirect

costs play the biggest role, this overhead calculation may still jeopardize the company

competitiveness.

By means of the simulation of the implementation of ABC models, this work shows that the

Project net margin could be improved in 4% if the staff costs are driven to the cost objects by

activities (ABC method). Additionally, an EVA analysis shows that the difficulties faced in

managing the Project Account Receivables yielded in a negative variation of 5% on net result

due to the unaccounted cost of capital.

Key Words: ABC, EVA, Project, Services, Overhead, Cash Flow, Oil & Gas.

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Direcionamento dos custos aos objetos de custo pelo ABC .................................. 12�Figura 2 – Exemplo com nível dos direcionadores de custo .................................................. 29�Figura 3 – ABA (Análise Baseada em Atividades) do Projeto .............................................. 32�Figura 4 – GVA Variação de Prazo [VPR = VA – VP] (PEDRA 2011) ................................ 56�Figura 5 – GVA Variação de Custo [VC = VA – CR] (PEDRA 2011) ................................. 56�Figura 6 – Exemplo de relatório de CDP da CONTRATADA .............................................. 59�

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Demonstrativo de resultado de um projeto da organização. ................................... 5�Tabela 2 – ROI vs EVA: um exemplo hipotético (BUENO 2010) ........................................ 17�Tabela 3 – Custeio e Desempenho do Projeto ....................................................................... 35�Tabela 4 – Clientes com projetos contratados em 2010......................................................... 35�Tabela 5 – Quantidade de projetos e contratos em carteira em 2010 ..................................... 36�Tabela 6 – Peso do valor dos contratos em carteira em 2010 ................................................ 36�Tabela 7 – Duração dos projetos em carteira em 2010 .......................................................... 36�Tabela 8 – Percentuais de contribuição dos Projetos – custos gerais ..................................... 37�Tabela 9 – Custos gerais dos departamentos em 2010 .......................................................... 37�Tabela 10 – Exemplo dos pesos do Departamento de Finanças e Contabilidade ................... 39�Tabela 11 – Quantitativos das frequências em um intervalo de um ano ................................ 39�Tabela 12 – Quantitativos das frequências relativos ao Projeto ............................................. 40�Tabela 13 – Frequência das atividades do Grupo de Atividades - Contabilidade ................... 40�Tabela 14 – Exemplo das taxas de atividade por frequência de ocorrência - Contabilidade ... 40�Tabela 15 – Custo indireto do GA Contabilidade – Modelo 1 ............................................... 41�Tabela 16 – Custo indireto do GA Contabilidade – Modelo 2 ............................................... 42�Tabela 17 – Fluxo de Caixa Real do Projeto ......................................................................... 44�Tabela 18 – Custo das Principais Atividades Adm. de Negócio (Roztocki 2001) .................. 45�Tabela 19 – Lucro Operacional dos Projetos (Roztocki 2001) .............................................. 45�Tabela 20 – Cálculo do uso médio do Capital Próprio (Roztocki 2001) ................................ 46�Tabela 21 – Cálculo do Custo de Capital (Roztocki 2001) .................................................... 46�Tabela 22 – Cálculo do Valor Econômico Adicionado (Roztocki 2001) ............................... 46�Tabela 23 – Principais equações do GVA (Pedra 2011) ........................................................ 58�Tabela 24 – PPU Contrato de Afretamento em moeda estrangeira ........................................ 60�Tabela 25 – PPU Contrato de Afretamento em moeda local ................................................. 60�Tabela 26 – PPU Contrato de Serviços com receita bruta em moeda local ............................ 61�Tabela 27 – PPU Contrato de Serviços com receita líquida em moeda local ......................... 61�Tabela 28 – Custeio e Desempenho Atual do Projeto ........................................................... 64�Tabela 29 – Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 1 .................................................... 66�Tabela 30 – Distribuição da receita por Objeto de Custo ...................................................... 67�Tabela 31 – Exemplos da distribuição dos custos diretos por Objeto de Custo ...................... 68�Tabela 32 – Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 2 .................................................... 70�Tabela 33 – Fluxo de Caixa Real do Projeto ......................................................................... 73�Tabela 34 – Fluxo de Caixa Simulado do Projeto ................................................................. 74�Tabela 35 – Exemplo da composição do WBR ..................................................................... 80�Tabela 36 – Custo de Capital evitado ................................................................................... 81�

xi

LISTA DE ABREVIATURAS ABA Activity-based Analysis (Análise Baseada em Atividades)

ABC Activity-based Costing (Custeio Baseado em Atividades)

ABM Activity-based Management (Gerenciamento Baseado em Atividades)

AC Actual Cost (Custo Real)

ACD Activity-Capital Dependency Analysis (Análise de Dependência de Capital-

Atividade)

ACWP Actual Cost of Work Performed (Custo Real do Trabalho Realizado)

AS As sold (Como vendido)

ASO Atestado de Saúde Ocupacional

BAC Budget at Completion (Orçamento no Término)

BDI Budget Difference Income (Benefícios e Despesas Indiretas)

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CD Custo Direto

CDP Custeio e Desempenho do Projeto

CI Custo Indireto

COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CR Custo Real

CT Custo Total

CV Cost Variance (Variação de Custo)

DACON Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais

DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

xii

DSV Dive Support Vessel (Embarcação de Mergulho Saturado)

EAC Estimate at Completion (Estimativa no Término)

EBIT Earns Before Interests and Taxes (Lucros antes de Juros e Impostos)

ENT Estimativa no Término

EPCI Engineering, Procurement, Construction and Installation (Engenharia,

Aquisições, Construção e Instalação)

EPIC Engineering, Procurement, Installation and Commissioning (Engenharia,

Aquisições, Instalação e Comissionamento)

EPT Estimativa para Terminar

ETC Estimate to Complete (Estimativa para Terminar)

EV Earned Value (Valor Agregado)

EVA ® Earned Value Added ® (Valor Econômico Adicionado)

FEED Front End Engineering Design (Estudos Avançados de Viabilidade Técnica)

FMECA Failure Mode and Engineering Criticality Analysis (Análise dos Modos de

Falha e sua Criticidade)

FPSO Floating Production, Storage and Offloading (Unidade Flutuante de Produção,

Armazenamento e Descarregamento)

GA Grupo de Atividades

GVA Gerenciamento do Valor Agregado

HSE Health, Safety and Environment (Saúde, Meio-ambiente e Segurança)

HSEQ Health, Safety, Environment and Quality (Saúde, Meio-ambiente, Segurança e

Qualidade)

IR Imposto de Renda

ISS Imposto Sobre Serviços

ITT Invitation to Tender (Convite à Apresentação de Propostas)

xiii

JLI Job Level Income (Lucro Operacional do Projeto)

JV Joint Venture (Empreendimento Conjunto)

NBV Net Book Value (Valor Patrimonial Líquido)

NF Nota Fiscal

NOPAT Net Operating Profit After Tax (Lucro Operacional após os Impostos)

ONT Orçamento no Término

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PIS Imposto para Programas de Integração Social

PIT Plano de Inspeção e Teste

PLEM Pipeline End Manifold (Unidade Coletora em Extremidade de Linha)

PLR Participação nos Lucros e Resultados

PLSV Pipe Lay Support Vessel (Embarcação de Lançamento de Linha)

PMBOK ® Project Management Book of Knowledge (Compêndio de Conhecimentos em

Gerenciamento de Projetos)

PMI ® Project Management Institute (Instituto de Gerenciamento de Projetos)

PMT Project Management Team (Time de Gerenciamento do Projeto)

PN Processo de Negócio

PO Purchase Order (Ordem de Compra)

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PPU Planilha de Preços Unitários

PV Planned Value (Valor Planejado)

RAF Risk Assessment Form (Formulário de Avaliação de Riscos)

RH Recursos Humanos

RI Residual Income (Lucro Residual)

ROA Return on Assets (Retorno sobre Ativos)

xiv

ROE Return on Equity (Retorno sobre Capital Próprio)

ROI Return on Investment (Retorno sobre Investimento)

ROV Remote Operated Vehicle (Veículo Operado Remotamente)

RSV ROV Support Vessel (Embarcação de Apoio por ROV)

SMS Saúde, Meio-ambiente e Segurança

SPED Sistema Público de Escrituração Digital

SV Schedule Variance (Variação de Prazo)

T&Cs Terms and Conditions (Termos e Condições)

TI Tecnologia da Informação

UTG Unidade de Tratamento de Gás

VA Valor Agregado

VC Variação de Custo

VO Variation Order (Variação Contratual)

VP Valor Planejado

VPR Variação de Prazo

WACC Weighted Average Cost of Capital (Média Ponderada do Custo de Capital)

WBR White Book Rate (taxa intercompanhias para remuneração de ativos)

WBS Work Breakdown Structure (Estrutura Analítica do Projeto)

xv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1.1 Formulação do Problema ............................................................................................................................ 4

1.2 Objetivo da pesquisa .................................................................................................................................... 6

1.3 Relevância da pesquisa ................................................................................................................................ 6

1.4 Organização do Estudo ................................................................................................................................ 8

1.5 Delimitação do estudo .................................................................................................................................. 9

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 11

2.1 O Sistema de Custeio Baseado em Atividades e o Gerenciamento Baseado em Atividades ................ 11

2.2 Valor Econômico Adicionado – EVA ® (Economic Value Added)........................................................ 16 2.2.1 As Avaliações de Desempenho das Organizações ............................................................................. 16 2.2.2 O EVA ® ............................................................................................................................................ 18

2.3 A Integração ABC – EVA ® ..................................................................................................................... 20

3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 24

3.1 Tipologia da Pesquisa ................................................................................................................................ 24

3.2 Estudo de Caso ........................................................................................................................................... 25 3.2.1 Quanto a Delimitação ......................................................................................................................... 26 3.2.2 Quanto ao Método .............................................................................................................................. 27 3.2.3 Quanto aos Resultados Esperados ...................................................................................................... 30

4 O MODELO DA PESQUISA .................................................................................... 31

4.1 Modelo 1: direcionadores de custo por “tempo” ..................................................................................... 39

4.2 Modelo 2: direcionadores de custo por transação ................................................................................... 41

4.3 Modelo de Análise do Custo de Capital via Fluxo de Caixa ................................................................... 42 4.3.1 Fluxo de Caixa do Projeto .................................................................................................................. 43 4.3.2 Modelo de Análise do Custo de Capital ............................................................................................. 44

xvi

5 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .......................................................................... 48

5.1 Apresentação do Grupo e da Contratada ................................................................................................ 48

5.2 Apresentação do Projeto ........................................................................................................................... 50

5.3 Estrutura Analítica do Projeto ................................................................................................................. 53

5.4 Controle de Custos e Números do Projeto ............................................................................................... 55

5.5 Receitas do Projeto e seus Critérios de Medição ..................................................................................... 59

6 RESULTADO DA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO ........................................... 63

6.1 Custeio e Desempenho Atual do Projeto .................................................................................................. 64

6.2 Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 1 .......................................................................................... 66

6.3 Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 2 .......................................................................................... 70

6.4 Análise do Custo de Capital via Fluxo de Caixa ..................................................................................... 71 6.4.1 Fluxo de Caixa Real do Projeto .......................................................................................................... 72 6.4.2 Fluxo de Caixa Simulado do Projeto (recebimento conf. cronograma original) ................................ 73

7 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 75

7.1 Aplicação do ABC no Projeto ................................................................................................................... 76

7.2 Aplicação do EVA no Projeto ................................................................................................................... 79

7.3 Conclusões Finais ....................................................................................................................................... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 83

APÊNDICE A – GRUPOS DE RECURSOS / CUSTOS .................................................. 86

APÊNDICE B – PROCESSOS DE NEGÓCIOS .............................................................. 87

APÊNDICE C – GRUPO DE ATIVIDADES & ATIVIDADES ...................................... 88

APÊNDICE D – DIRECIONADORES DE CUSTOS ...................................................... 95

APÊNDICE E – CDP CUSTEIO CORRENTE ................................................................ 97

APÊNDICE F – CDP ABC MODELO 1 ........................................................................... 98

APÊNDICE G – CDP ABC MODELO 2 .......................................................................... 99

GLOSSÁRIO ................................................................................................................... 100

1

1 INTRODUÇÃO

A indústria do petróleo e gás é um dos setores da economia mundial que mais receberão

investimentos na próxima década, a despeito das constantes discussões sobre a necessidade de

desenvolvimento de energias alternativas. Em comunicado à imprensa em 22 de julho de

2011, a Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS informa que aportará US$ 224,7 bilhões em

investimentos sendo que a maior concentração será no segmento de Exploração e Produção,

com 57% do total. A esta cifra estão associados projetos de pesquisa e lavra de novas reservas

de hidrocarbonetos, projetos de infraestrutura para o escoamento e refino de toda essa nova

produção, além da manutenção e melhora da já existente (PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. –

PETROBRAS 2011).

Apesar deste cenário de aparente abundância, este novo boom de investimentos na indústria

do petróleo e gás será acompanhado por uma demanda de maior governança corporativa, de

maior profissionalismo e de menor tolerância ao desperdício. Não apenas por pressões

governamentais e da sociedade para que as empresas do setor executem suas atividades de

forma sustentável, mas também, e principalmente, pelo mercado que estará cada vez mais

competitivo, seja pelo aumento do nível de excelência de seus agentes, seja pela clara

tendência de aglomeração de forças que se observa com as constantes fusões e aquisições.

2

A PETROBRAS atua como o principal motor a impulsionar o desenvolvimento desta

indústria no Brasil, contratando grandes empreendimentos em pesquisa, exploração,

produção, lavra, escoamento, transporte e refino dos hidrocarbonetos. Nas fases de

exploração, produção e lavra, operadoras de petróleo e gás, como a PETROBRAS, contratam

empresas fabricantes dos equipamentos submarinos para controle, coleta e produção dos

hidrocarbonetos que, por sua vez, devem ser instalados no leito do mar por meio de

embarcações de construção offshore pertencentes a companhias prestadoras de serviços de

engenharia de instalação e desenvolvimento de campos submarinos.

A empresa, sobre a qual será realizado o estudo de caso, doravante intitulada

CONTRATADA por razões de confidencialidade, é uma prestadora de serviços de engenharia

de construção submarina e é subsidiária de uma multinacional (GRUPO) do setor de óleo e

gás, detentora de uma frota de 20 embarcações de instalação offshore, e que está presente no

Brasil há 30 anos, prestando diversos serviços como mergulho saturado, lançamento de linhas

rígidas e flexíveis, inspeções, manutenções e instalações de equipamentos na plataforma

continental brasileira.

O projeto em análise (Projeto) consiste nas instalações de equipamentos submarinos,

doravante denominados de Coletores, destinados a coletar, controlar e direcionar a produção

de óleo e ou gás dos poços de produção offshore para unidades coletoras, como plataformas

fixas ou flutuantes, ou para os oleodutos ou gasodutos que transportarão o fluido até a costa.

As instalações são efetuadas por embarcações de construção especialmente projetadas para

atividades de engenharia, sendo elas de propriedade da companhia em análise, ou arrendadas

de armadores.

3

Este tipo de atividade é efetuado por meio de contratos firmados entre a CONTRATADA e a

PETROBRAS, detentora dos direitos comerciais de exploração e produção do campo e

proprietária dos Coletores. Esses contratos são vencidos por licitação pública, técnica e por

menor preço, onde as licitantes, ao compor suas propostas comerciais, precisam orçar

corretamente seus custos diretos associados à operação, mas também precisam contemplar um

valor no orçamento que, em conjunto com os demais projetos – pois estes são as únicas fontes

de receita do GRUPO – cubram os custos de sustentação da organização.

Para que a CONTRATADA obtenha lucro econômico na operação, deverá, em teoria, apenas

manter seus custos dentro do que fora orçado, pois o valor contratado será suficiente para

cobrir seus custos operacionais, custos gerais e de capital. Os custos orçados neste tipo de

projeto podem ser sumarizados como custos com mão de obra direta de gerenciamento e

engenharia, custos com aquisições, com subcontratadas para prestação de serviços e valores

de transfer price, ou WBR (White Book Rate), para o GRUPO, como uma taxa para

remuneração da Embarcação e sua tripulação estrangeira. O somatório desses valores é

considerado o Custo Técnico Total orçado do Projeto, sobre o qual a CONTRATADA aplica

uma margem percentual para chegar à Receita Líquida. A Receita Bruta, no entanto, não é

calculada apenas pela adição dos impostos de venda, mas também por uma taxação de 8%

(oito por cento) sobre a Receita Líquida para cobrir os custos gerais da CONTRATADA no

Brasil, mais 3% (três por cento) para a cobertura dos custos de sustentação de toda a

organização, ou seja, do GRUPO. Esses valores serão tratados neste estudo pelo título de

overhead.

O custo de capital, na empresa em análise, é relativamente observado uma vez que os valores

de transfer price contemplam uma margem de lucro para remunerar o capital investido nas

embarcações – que representam o maior valor em ativos empregados nesses tipos de

4

empreendimentos. A CONTRATADA possui no Brasil, escritórios na cidade do Rio de

Janeiro e em uma base operacional em região costeira do Estado. Essas instalações não

representam grande emprego de capital, pois não há maquinários e equipamentos de porte e

suas maiores despesas estão vinculadas a aluguel, depreciação de prédios e equipamentos de

escritório. A cobertura desses valores se dá pela aplicação de um percentual maior para o

overhead local, quando comparado com o valor para o GRUPO, que por sua vez é

“remunerado” por um número muito maior de projetos.

Anualmente, a CONTRATADA, em direta interface com a alta gestão do GRUPO, revê os

valores atribuídos para o overhead de futuros projetos com base na apuração dos resultados

do ano anterior. Para 2010, ano da elaboração da proposta comercial e execução do Projeto, o

total de 11% (8% overhead local + 3% overhead global) foi aplicado à Receita Líquida na

expectativa de que este valor, somado às mesmas contribuições dos demais projetos, cubram

os custos reais de sustentação de toda a organização.

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Há um consenso na administração da empresa objeto da pesquisa de que um projeto bem

sucedido é aquele cujo escopo de entrega, reflete o escopo esperado pelo cliente. Seu

resultado final atende aos requisitos de qualidade e sua execução ocorre dentro do prazo e do

custo previstos. Projetos sob contrato de preço fixo e escopo definido, como a instalação de

Coletores em alto mar por embarcações de engenharia de construção submarina, se

apresentam como a aplicação ideal dessa definição.

O Projeto precisa apenas ser executado dentro dos custos orçados, o que representará lucro

contábil para a companhia. No entanto, sendo os projetos as únicas fontes de receita do

5

GRUPO, o custo de sustentação da organização precisa ser inserido antes da composição final

do preço de venda.

Uma proposta comercial de um projeto da organização pode ser sumarizada da seguinte

forma:

Custos Diretos Mão-de-obra direta de gerenciamento e engenharia, custos com aquisições, com subcontratadas para prestação de serviços e valores de transfer price para o GRUPO.

= Custo Técnico Total ÷ (1 – % M) % M = margem líquida = Receita Líquida × (1 + 11%) 11% = 8% (overhead local) + 3% (overhead global) = Receita Bruta + Impostos sobre vendas 11,25% = 1,65% PIS + 7,6% Cofins + 2% ISS p/ BRL = Preço de Venda Final

Tabela 1 – Demonstrativo de resultado de um projeto da organização.

Acontece que a cobrança arbitrária de um percentual sobre a receita dos projetos para cobrir o

custo de overhead da empresa, pode não refletir os custos reais com que a administração teve

de arcar para suportar o Projeto. Na outra ponta, os projetos que utilizem poucos recursos

comuns e demandem poucas atividades de sustentação, podem estar tendo os seus preços

majorados indevidamente, prejudicando a competitividade do negócio.

Como mencionado acima, foi estabelecido o percentual de 11% para a cobertura do custo de

sustentação de toda a organização composto de 3% para o overhead global e 8% para os

custos gerais locais. Considerando a impraticabilidade de se realizar um estudo em escala

global para avaliar a adequação do percentual de 3%, este trabalho tem como foco para o

estudo de caso os limites do Projeto e os custos gerais da CONTRATADA na região Brasil.

Isto posto, restariam os questionamentos: o valor atribuído para efeito da cobertura do

overhead local (todos os custos gerais associados ao projeto) estão mensurados correta e

6

linearmente na base de 8% para todos os projetos? Além disso, baseado na atual

estrutura de custos e preços dos projetos, é possível inferir que eles tragam ganhos sobre

o capital investido?

1.2 OBJETIVO DA PESQUISA

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a estrutura de custo do Projeto conforme metodologia ABC (Activity-based Costing),

rastreando os custos das atividades locais de sustentação da organização efetivamente

necessárias para o Projeto, como custos indiretos deste, de forma a evidenciar se o montante

de overhead representa esses custos de forma apropriada.

1.2.2 Objetivos específicos

• Avaliar as contribuições do ABC no Projeto; verificar a praticidade da metodologia

neste tipo de empreendimento e sua capacidade de melhor evidenciar os custos

indiretos;

• Apresentar os efeitos da análise do fluxo de caixa do Projeto, utilizando conceitos de

valor econômico adicionado e buscando verificar o verdadeiro lucro econômico do

empreendimento;

• Inferir os resultados obtidos no estudo de caso e levantar questões para o

aprofundamento do tema em futuros projetos e trabalhos acadêmicos.

1.3 RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Segundo Vicente Falconi (2008), o aumento da competitividade é obtido pela aplicação de

conhecimento técnico e método gerencial. As empresas que compõem a indústria de prestação

de serviços no setor de petróleo e gás vêm investindo no conhecimento técnico como se

7

observa na instalação de uma série de centros tecnológicos na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro,

local que vem sendo considerado como a "ilha do petróleo", onde estão sendo construídos

alguns dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento do setor no mundo. De acordo

com reportagem do jornal Estadão de 25 de setembro de 2011, a área de 400 mil metros

quadrados da Ilha abrigará “as 16 principais multinacionais de tecnologia do setor, que já

destinaram USD 500 milhões ao projeto de construção de seus laboratórios” (LIMA, K.

2011).

Quanto ao método gerencial, a imprensa do setor pouco destaca iniciativas relativas à

melhoria das práticas de gestão, muito em função da indústria do petróleo e gás ter uma

vertente extremamente técnica – de valorização da Engenharia – mas também pela ausência

de aplicação das melhores práticas em administração. Brinca-se até ao se dizer que o melhor

negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada; que o segundo melhor

negócio é uma empresa de petróleo mal administrada e que o terceiro melhor negócio é uma

sem administração alguma. Esta ilação, caricata e humorística, retrata uma “velha indústria”

acostumada a altas margens e retornos garantidos dos seus negócios, principalmente após as

grandes crises do petróleo nas décadas de 70 e 80, que elevaram o preço do barril a valores

altíssimos para aquela época, carregando consigo, a inflação dos preços dos produtos e

serviços na cadeia de fornecedores.

Com o desenvolvimento de energias alternativas a custos mais acessíveis e a descoberta de

novas jazidas de hidrocarbonetos em áreas cada vez mais inóspitas, e de alto custo de

extração, a indústria do petróleo e gás se viu pressionada a melhorar a sua eficiência

operacional por meio de uma gestão mais profissional e pela aplicação de ferramentas de

controladoria gerencial.

8

É neste cenário que este trabalho pretende investigar as dificuldades e benefícios de se

implantar um sistema de custeio mais acurado na tentativa de melhor direcionar os custos

indiretos em projeto de prestação de serviço de engenharia de construção submarina no setor.

O Projeto em análise, objeto do estudo de caso, foi vendido com uma Receita Líquida de 37

milhões de reais, que significa que R$ 2,96 milhões (8%) foram carregados ao preço de venda

pela medida arbitrária de cobertura do overhead. Em um cenário de redução de custos e

competição mais acirrada, essa diferença poderá ser fundamental em uma licitação por preço.

Outro aspecto relevante do estudo em tela é a sua contribuição na compreensão da

sustentabilidade da organização, ao avaliar o impacto da aplicação da análise de valor

econômico adicionado à gestão financeira do Projeto, onde o uso do capital próprio no

financiamento do empreendimento – devido a problemas no fluxo de pagamentos por parte do

cliente – pode comprometer o verdadeiro lucro econômico da empresa.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho está organizado em cinco capítulos e sua estruturação segue os preceitos

estabelecidos pela CAPES para pesquisas acadêmicas.

1° Capítulo – o primeiro capítulo traz a Introdução com uma contextualização do ambiente de

negócio onde fora executado o projeto objeto do estudo de caso; uma visão geral da literatura

associada ao problema; a formulação deste; o objetivo; a relevância da pesquisa e suas

limitações.

2° Capítulo – o segundo capítulo traz a Revisão da Literatura onde o ABC, o ABM (Activity-

based Management) e o EVA ® (Earned Value Added) são abordados de forma mais

9

completa. Suas características, vantagens e desvantagens são detalhadas, assim como a

integração entre elas é discutida.

3° Capítulo – a Metodologia de Pesquisa é apresentada no capítulo três, com o foco nas

características das pesquisas exploratórias, nos estudos de caso e no detalhamento do projeto.

4° Capítulo – apresenta os modelos da pesquisa onde foram simuladas duas condições de

rastreamento dos custos indiretos para o Projeto via custeio baseado em atividades, assim

como é apresentado o modelo para análise do EVA via fluxo de caixa do empreendimento.

5° Capítulo – o quinto capítulo traz um descritivo da companhia, sua área de atuação e mais

detalhes relativos ao Projeto objeto deste estudo de caso.

6° Capítulo – o resultado da pesquisa é apresentado no capítulo seis por meio do comparativo

entre o método atual de acompanhamento e análise dos custos do projeto versus o método

proposto; com o uso do ABC e o EVA.

7° e 8° Capítulos – por fim, os capítulos sete e oito trazem, respectivamente, as principais

conclusões e o referencial bibliográfico do trabalho.

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O escopo desta dissertação será uma pesquisa exploratória seguida de um estudo de caso

sobre um projeto de instalação de Coletores pela CONTRATADA, onde serão apresentados

os resultados de controle de custo e de rentabilidade, conforme metodologia corrente em

oposição à simulação de implantação do custeio baseado em atividades sobre as atividades

administrativas do projeto. Com isso, se permitirá inferir se os projetos, quando orçados e

vendidos aos clientes, estão sendo sub ou sobrecarregados devido à majoração dos custos

totais, a uma taxa de 8% sobre a receita líquida, para cobrir as despesas de sustentação da

10

organização no Brasil. Dessa forma, o estudo não permite extrapolar as conclusões para além

dos limites do próprio caso estudado. A pesquisa também se restringe ao setor de prestação de

serviços de engenharia de construção submarina no setor do petróleo e gás.

11

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES E O GERENCIAMENTO BASEADO EM ATIVIDADES

O custeio baseado em atividades é normalmente utilizado em paralelo ao sistema de custeio

oficial das empresas, que continua sendo utilizado principalmente para elaboração de

resultados financeiros externos à organização (GARRISON et al. 2006). Poucos são os

exemplos de empresas que substituíram seus sistemas pelo ABC. De acordo com uma

pesquisa realizada por HUGHES & GJERDE (2003), entre 130 empresas pesquisadas,

somente 11 utilizam apenas o sistema de custeio baseado em atividades.

O custeio ABC se apresenta como uma nova ferramenta para o cálculo dos custos unitários de

produtos e para o auxílio na tomada de decisões que podem afetar tanto custos fixos quanto

variáveis. Nele, custos que não são de produção também podem ser atribuídos a produtos,

assim como alguns custos de produção podem ser excluídos, uma vez que um custo somente é

atribuído a um produto, caso eventuais mudanças ocasionadas neste afetem aquele custo

(GARRISON et al. 2006).

No ABC, os objetos de custo usam medidas específicas de atividades que consomem

recursos; os custos de diversos acumuladores de custos gerais são distribuídos a essas

atividades por meio de direcionadores de custos também específicos e essas bases de alocação

12

diferem das utilizadas pelo método de custeio tradicional por não considerar uma taxa de

custos gerais de toda a empresa, ou mesmo taxas departamentais de custos gerais, mas por

mapear as atividades necessárias para a confecção do produto, por calcular o valor das taxas

de atividade e atribuir seu consumo ao custo do produto.

Além do conceito de alocar no custo do produto apenas os recursos consumidos pelas

atividades necessárias para a sua elaboração, o sistema de custeio baseado em atividades

ainda evita que os custos da capacidade ociosa sejam lançados no produto. No sistema

tradicional, a taxa de custos gerais da fábrica ou departamento é calculada pela divisão da

capacidade orçada por outra medida orçada, como o número total de horas-máquina. Tendo os

custos gerais uma parcela de custos fixos, a taxa de custos gerais flutuará sempre que houver

revisões no nível de atividade orçado, alterando os custos unitários dos produtos. No sistema

de custeio baseado em atividades, os custos unitários são mais estáveis, pois serão alocados

aos produtos apenas os custos da capacidade que utilizaram (GARRSISON et al. 2006).

A premissa básica do custeio ABC é a de que recursos têm custo, atividades consomem

recursos e produtos consomem atividades. A ligação entre esses elementos se dá pelos

direcionadores de custo, que representam a relação causal entre o consumo de recursos pelas

atividades e o consumo destas, pelos objetos de custo (BUENO, 2010). A ilustração abaixo

representa o direcionamento dos custos aos objetos de custo pela metodologia ABC:

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Figura 1 - Direcionamento dos custos aos objetos de custo pelo ABC

A acumulação dos custos deve ocorrer em atividades homogêneas representadas em centros

de atividades que podem se caracterizar por um departamento, setor ou processo. Segundo

13

Kaplan e Cooper (1991), as atividades são os elementos que acumulam custo no sistema ABC

e o encadeamento de todas as atividades necessárias para a elaboração do produto, definirão o

seu custo. O fator que altera o custo de uma atividade é o direcionador de custos. Eles

representam a relação causal entre o consumo de recursos pelas atividades e o consumo de

atividades pelos objetos de custo.

A fim de garantir que a acumulação dos custos ocorra em atividades homogêneas, estas

devem ser agrupadas por tipo de atividades conforme classificação em cinco níveis a seguir:

1. Atividades em nível de unidade, pois a cada unidade produzida, a atividade também

é realizada;

2. Atividades em nível de lote, pois são atividades realizadas a cada lote produzido,

independentemente da quantidade de unidades;

3. Atividades em nível de produto, atividades estas que ocorrem pela elaboração ou

existência de um determinado produto. Ocorrem independentemente da quantidade

de unidades ou lotes;

4. Atividades em nível de cliente, no mesmo contexto das atividades em nível de

produto, só que associadas a cada cliente;

5. Atividades que sustentam a organização e que são atividades realizadas de forma

independente do número de clientes, produtos ou produção da empresa. É o chamado

overhead.

De acordo com Kaplan e Cooper (1991), os direcionadores no ABC podem ser assim

classificados:

14

• Direcionadores de transação – referem-se ao número de operações. É disparado pela

ocorrência e o foco é na contagem do número de ocorrências.

• Direcionadores de duração – estão relacionados com o tempo de execução de uma

atividade e são empregados quando há grandes variações no tempo de realização de

uma atividade.

• Direcionadores de intensidade – possuem uma relação direta com a quantidade de

recursos necessária para realizar a atividade.

A indústria está repleta de casos de implantações bem e mal sucedidas do sistema de custeio

baseado em atividades. Uma pesquisa realizada em 1991 pela KPMG e acadêmicos de

universidades norte-americanas, em oito empresas que passaram pelo processo de

implementação, buscou identificar suas falhas e os fatores chaves para o sucesso. Segundo

Garrison et al. (2006), as etapas de implantação do ABC são:

1. Identificar e definir as atividades e acumuladores de custo;

2. Vincular alguns custos gerais diretamente a atividades e objetos de custo;

3. Atribuir custos a acumuladores de custos de atividades;

4. Calcular as taxas de atividade;

5. Atribuir custos a objetos de custo por meio do uso dos direcionadores de custo;

6. Preparar os relatórios gerenciais.

Needy et al. (2003) desenvolveu um estudo de campo com a implantação do ABC em três

pequenas firmas de manufatura no estado da Pensilvânia, Estados Unidos. De acordo com os

autores, a empreitada consistiu de quatro fases conforme descritas no seu trabalho anterior

(Needy et al. 2000):

15

Fase 1 – Avaliação do sistema de custeio:

• Avaliar o comprometimento da organização;

• Avaliar o sistema de custeio atual;

• Desenvolver um plano de processo;

• Identificar potenciais fontes de dados;

• Analisar os relatórios financeiros;

• Desenvolver o perfil do cliente;

• Desenvolver a proporção fixo-variável.

Fase 2 – Modelo ABC:

• Identificar os requisitos funcionais e os objetivos de um sistema de custeio ideal;

• Desenvolver as especificações funcionais do sistema proposto;

• Identificar atividades e recursos;

• Identificar os direcionadores de custo e estabelecer os centros de custo/atividades;

• Coletar os dados;

• Desenvolver o modelo de acumulação de custo;

• Construir um protótipo do sistema por meio de planilhas;

• Comparar o custo dos produtos entre o modelo anterior e o proposto.

Fase 3 – Implantação do ABC:

• Avaliar as alternativas de sistemas para implantação;

• Implantar o sistema.

Fase 4 – Avaliação do sistema e validação:

• Avaliar o sistema e seu impacto no processo de tomada de decisões estratégicas;

• Avaliar a lucratividade resultante;

• Validar que o sistema está funcionando a contento.

16

A partir de um melhor entendimento do que trata o ABC, é fácil perceber uma associação

desta metodologia de custeio com a busca pela melhoria contínua tão propalada pelos

sistemas da qualidade das empresas. Foi a partir do escrutínio das atividades necessárias para

elaboração dos produtos que as empresas obtiveram uma melhor imagem de como funcionam

seus processos. Mesmo aquelas que já haviam feito o mapeamento das atividades podiam, a

partir do ABC, enxergar o custo associado e melhor sugerir melhorias.

A Teoria das Restrições é um dos enfoques da qualidade total utilizados na identificação dos

pontos de melhoria na organização. Os indicativos de custo dados pelas taxas de atividade

começaram a ser utilizados como indicadores de pontos de melhoria de processo,

principalmente naquelas atividades consideradas de baixo valor agregado ao produto

(GARRISON et. al. 2006). Surgia assim, a Gestão Baseada em Atividades (ABM – Activity

Based Management) como ferramenta de aprimoramento de processos e redução de custos.

2.2 VALOR ECONÔMICO ADICIONADO – EVA ® (ECONOMIC VALUE ADDED)

2.2.1 As Avaliações de Desempenho das Organizações

Por muitos anos, as empresas consideraram o lucro como medida de eficácia. A limitação

maior neste parâmetro de desempenho é que a lucratividade pode ser interpretada de várias

formas (NONATO, 2010). Em grandes organizações, a descentralização levou a geração de

centros de investimento, onde o gestor se torna responsável não apenas pelos custos e receitas,

mas também pelos investimentos a serem realizados naquela unidade. Abaixo, são

apresentadas três medidas de desempenho para centros de investimento (ELDENBURG,

WOLCOTT, 2007):

• Retorno do Investimento;

• Lucro residual;

17

• Valor econômico adicionado.

O retorno do investimento (ROI) é definido pela razão entre o lucro operacional (EBIT –

earns before interests and taxes) e o valor dos ativos operacionais utilizados para a geração

daquele lucro. Por tautologia, também pode ser calculado multiplicando-se a margem

operacional pelo giro de vendas. Foi utilizado de forma pioneira pela DuPont e ganhou

popularidade na avaliação de desempenho de gestores responsáveis por unidades de negócio,

pois a sua metodologia permite a comparação dentro de toda a organização, entre diferentes

momentos no tempo, e entre empresas relacionadas a uma mesma atividade econômica

(ELDENBURG, WOLCOTT, 2007).

Esta medida de desempenho, no entanto, pode levar os gestores a tomarem decisões que vão

de encontro aos interesses do acionista. O exemplo ilustrado em BUENO, (2010) demonstra o

exposto quando se analisa a medida de valor econômico adicionado (EVA ® - Economic

Value Added):

Tabela 2 – ROI vs EVA: um exemplo hipotético (BUENO 2010)

Caso a métrica de desempenho do gestor responsável pela decisão de realizar o novo

investimento hipotético seja apenas o ROI, será muito provável que ele opte por não realizá-

18

lo, uma vez que seu indicador cairá de 23% para 20%. Esta decisão é prejudicial aos

acionistas porque, mesmo o novo empreendimento gerando um retorno sobre o investimento

inferior (17%), ele gera lucro econômico sobre o capital investido.

2.2.2 O EVA ®

EVA é um termo registrado por Stern Stewart & Co., Empresa fundada em 1982 e que

cresceu fortemente na década de 90 ao implantar em grandes empresas um indicador de

performance financeira, que segundo o Wall Street Journal, pode ser explicado da seguinte

maneira: “Tire um ano de lucro operacional líquido após impostos e subtraia uma taxa teórica

para o custo do capital utilizado no negócio. O número final deve refletir o tipo de retorno que

os investidores podem esperar do seu dinheiro.” Segundo Joel Stern (STEELE, 1998), foram

as aulas de Merton Miller, na Universidade de Chicago, sobre valor do ponto de vista

econômico e não contábil que o ajudaram a questionar a utilidade do uso do sistema contábil

tradicional nas decisões críticas de negócio e aplicação do capital (MODIGLIANI, F.;

MILLER, M. H. 1958).

O EVA ® deriva do conceito de lucro residual que pode ser definido como uma medida

monetária do lucro obtido acima de uma taxa estimada de retorno (ELDENBURG,

WOLCOTT, 2007).

Lucro residual = Lucro operacional – (taxa esperada de retorno x média do ativo operacional)

Em relação ao retorno sobre o investimento (ROI), o lucro residual não é tão impactado por

alterações no investimento, uma vez que este é utilizado para definir um valor monetário a ser

deduzido do lucro operacional e não um valor a ser utilizado como um denominador. No

entanto, o lucro residual compartilha com o ROI a desvantagem de que seus índices

19

aumentam com a redução nos custos e nos investimentos. O que pode levar os gestores a

cortarem gastos com iniciativas que venham gerar mais valor à companhia no futuro, como

despesas em pesquisas e desenvolvimento (ELDENBURG, WOLCOTT, 2007). Outra

desvantagem do lucro residual está na definição da taxa esperada de retorno que, quando

definida ou influenciada pelos gestores da unidade, pode assumir valores extremamente

baixos levando a empresa a investir em projetos de baixa lucratividade.

O EVA ® é calculado de forma a minimizar as desvantagens do lucro residual. É calculado

através da subtração do lucro operacional líquido após os impostos pelo encargo sobre o

capital real empregado na operação.

EVA = NOPAT – C% * TC; ou

EVA = NOPAT – [WACC * (Ativo total ajustado – Passivo circulante)]

Onde: NOPAT = net operating profit after taxes; C% = custo de oportunidade ou custo do

capital em percentual; TC = total capital, ou capital total; WACC = weighted average cost of

capital, ou média ponderada do custo de capital.

Os defensores do EVA alegam que ele é uma medida do lucro verdadeiro e que permite

alinhar as metas dos gerentes com a dos acionistas através de ajustes como a ativação de

investimentos em pesquisa e desenvolvimento – ao invés do reconhecimento contábil como

despesa – e do tratamento de arrendamentos de longo prazo como arrendamentos de capital,

em substituição aos arrendamentos operacionais, muitas vezes utilizados para alterar medidas

como o ROI. Outra vantagem do EVA ® é que ao considerar o lucro operacional após os

impostos, em vez do EBIT utilizado no lucro residual, ele incentiva os gestores a reduzirem a

carga tributária incidente nas suas operações.

20

De acordo com Bennett Stewart, três cursos de ação podem ser tomados para o aumento do

EVA:

1. Aumento do retorno sobre a base de capital existente. Os gestores conseguem extrair

um resultado operacional melhor sem que a companhia tenha que empenhar mais

capital no negócio;

2. Capital adicional é investido em projetos que geram um retorno superior ao custo do

novo capital empregado;

3. Capital é liquidado, ou investimentos são cortados, em operações onde retornos

insatisfatórios estão sendo obtidos.

Segundo a perspectiva do EVA, uma companhia será mais eficiente se investir em projetos

que adicionem valor econômico e fiquem de fora de projetos que destruam valor (DODD, J. e

JOHNS, J. 1999).

O custo do capital no EVA advém de duas fontes: dívida e capital próprio. O custo da dívida é

definido pelas taxas de juros que remuneram o capital de terceiros. O custo do capital próprio

é custo de oportunidade renunciado pelo investidor ao aplicar em ações da companhia. Este

valor não aparece nos relatórios financeiros da organização (DODD, J. e CHEN, S. 1996).

2.3 A INTEGRAÇÃO ABC – EVA ®

O sistema ABC – EVA integrado é uma ferramenta de suporte para os gestores tomarem

“decisões que criem valor”. O ABC delineará as informações de custeio de forma mais

precisa, ao prover uma melhor alocação dos custos gerais de produção, e o EVA proverá uma

medida de desempenho e incentivo para a “criação de valor”.

21

Segundo Roztocki (2001), apesar do ABC ser uma excelente ferramenta para o rastreamento

do custo com overhead, ele apresenta uma grande limitação que coloca a sua confiabilidade

em questão. O sistema de custeio baseado em atividades ignora o custo de capital. Apesar da

depreciação (parte do custo do capital) compor o cálculo do custeio pelo ABC, o custo de

oportunidade pelo uso do capital não é considerado (ROZTOCKI, N.; & NEEDY, K. L.

1999).

No entanto, esta afirmativa só é válida se confrontada para um determinado fim. Caso este fim

não seja atendido, de fato o item em discussão falha em atender seu objetivo. O objetivo de

um sistema de custeio baseado em atividades é o de prover melhores informações de custo

para auxiliar a gerência na tomada de decisões operacionais. Ao mapear as atividades não

apenas de produção, mas também as administrativas, identificar seus custos e associa-los às

suas unidades de receitas (ou objetos de custo), os gestores da empresa obtêm uma melhor

condição de atuar no campo tático da gestão do negócio.

As informações geradas pelo ABC possibilitarão a elaboração e execução do planejamento

tático da corporação e não do planejamento estratégico. O planejamento tático, segundo o site

para negócios: www.businessdictionary.com, é a determinação e programação sistemática das

ações de médio e curto prazos necessárias para a consecução dos objetivos do planejamento

estratégico. Depreende-se desta afirmação que, por exemplo, ao redefinir o mix de produtos

devido ao novo cálculo de rentabilidade apresentado pelo ABC, o gestor esteja atuando no

campo tático da empresa, almejando o mesmo objetivo final da organização que seja, por

exemplo, aumentar o market share. Neste exemplo, o aumento do market share seria um

objetivo delineado no planejamento estratégico da empresa enquanto que a melhora da

rentabilidade de cada produto comporia o planejamento tático daquela unidade responsável

pelos produtos.

22

As ações gerenciais advindas da leitura e interpretação do ABC devem, de fato, ser

consideradas como ações imediatas ou de curto prazo, pois, segundo Cooper e Kaplan (1991),

uma das maiores razões atribuídas às falhas nas implantações do sistema foi a de que algumas

empresas persistiam em coletar mais informações para refinar os dados extraídos do ABC ao

invés de considerar as informações obtidas até aquele momento como um ponto inicial para a

tomada de decisão. O ABC traz, como resultado, melhores informações de custeio

operacional. E estes, vinculados ao plano operacional, devem atender aos objetivos descritos

no planejamento tático das empresas.

O planejamento estratégico, segundo a mesma fonte acima (www.businessdictionary.com), é

um processo sistemático de conceber um futuro para a organização e traduzi-lo em metas

amplas e alguns objetivos específicos, assim como estabelecer as diretrizes e traçar os passos

necessários para atingi-los. Se considerarmos que o objetivo maior da corporação seja

maximizar o seu valor e fornecer o maior retorno possível ao acionista, o EVA fará parte da

medida de sucesso da implantação do planejamento estratégico.

É interessante notar que grande parte da literatura que discorre sobre o tema da integração

ABC – EVA não o vincula aos diferentes planejamentos da empresa. Consideram-nos como

ferramentas de gestão complementares uma vez que o primeiro rastreia os custos gerais e o

segundo presta contas sobre o custo do capital. Entretanto, a implantação de ambos requer

uma mudança organizacional, e muitas vezes cultural, a fim de que sejam plenamente

entendidos e suas vantagens totalmente usufruídas.

O trabalho de Shinder e McDowell (1999), da Stern & Stewart Co., apresenta os benefícios

que uma organização pode obter ao implementar não apenas ABC e o EVA, mas uma terceira

ferramenta de gestão: o Balanced Scorecard. Eles parecem ter respondido à crítica de Dodd e

23

Johns que, em seu artigo “EVA reconsidered”, alertam para os riscos de uma gestão

unicamente orientada para o cálculo do valor econômico adicionado, pois esta orientação

pode levar a organização a esquecer de outros indicadores não financeiros, principalmente

aqueles voltados à satisfação do consumidor.

Curiosamente, o trabalho dos consultores da Stern & Stewart Co. endereça uma crítica oposta;

a de que as empresas estariam perdendo o seu foco ao darem atenção a múltiplos objetivos e

interesses a que estão submetidas. Michael C. Jensen, em seu artigo “Value Maximization,

Stakeholder Theory and the Corporate Objective Function”, baseia seu argumento central

sobre o entendimento, comprovado cientificamente, de que o bem estar social é maximizado

quando as empresas maximizam seus valores totais de mercado nas economias em que atuam.

E que ao buscar atender aos anseios de todas as partes interessadas (stakeholders) elas

comprometem seu propósito fundamental estabelecido pelo que chama de “objetivo funcional

da organização”, leia-se: maximizar seu valor. Shinder e McDowell (1999) exaltam o

Balanced Scorecard como uma excelente ferramenta para monitorar os vários fatores que

afetam o desempenho, mas reconhecem, assim como Jensen, a falta de convergência em uma

medida única para a prestação de contas. A sugestão é o EVA.

24

3 METODOLOGIA

Este trabalho foi conduzido por meio de uma pesquisa exploratória, seguida a um estudo de

caso sobre um projeto de instalação de Coletores da PETROBRAS pela CONTRATADA,

onde serão apresentados os resultados de controle de custo e de rentabilidade, conforme

metodologia corrente da empresa contra a simulação de implantação do custeio baseado em

atividades, de forma a permitir inferir se os projetos, quando orçados e vendidos aos clientes,

estão sendo sub ou sobrecarregados devido à majoração dos custos totais a uma taxa de 8%

para cobrir as despesas da região de sustentação da organização.

Adicionalmente, será realizada uma avaliação do efeito do custo do capital sobre o resultado

financeiro do projeto devido ao uso do capital próprio para financiar as operações do projeto

durante toda a sua execução.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

Conforme categorização por finalidade sugerida por Collis e Hussey (2005), as pesquisas

acadêmicas podem ser assim classificadas:

• Pesquisa exploratória, descritiva, analítica ou preditiva;

• Pesquisa qualitativa ou quantitativa;

• Pesquisa dedutiva ou indutiva;

• Pesquisa aplicada ou básica.

25

O enquadramento em cada categoria dependerá sobre onde está o foco da pesquisa: se está no

objetivo, no processo, na lógica ou no resultado, nesta sequência.

Segundo Cooper e Schindler (2003, p. 93), “há três níveis gerais de complexidade em

pesquisas: estudos exploratórios, estudos em pequena escala e estudos em grande escala”. A

proposta de pesquisa acadêmica mais simples está associada ao estudo exploratório. E esta é a

tipologia de pesquisa do presente trabalho, uma vez que o mesmo busca informações sobre

um tema pouco explorado na indústria de prestação de serviços em óleo e gás.

De acordo com Collis e Hussey (apud LIMA 2010, p. 32), fazem parte das técnicas utilizadas

em pesquisa exploratória: a observação, a análise histórica e o estudo de caso, sendo este

último a técnica selecionada para este trabalho.

3.2 ESTUDO DE CASO

Segundo Tull e Hawkins (1976), o estudo de caso é uma análise intensiva de uma situação

particular. Yin (2005) o descreve da seguinte forma:

“pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um

contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é

claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas”.

O estudo de caso em tela é considerado único e pretende contribuir na adoção de novas

práticas de gestão em projetos de prestação de serviços na indústria offshore de óleo e gás,

pois irá explorar os conceitos do custeio baseado em atividades em área diferente daquela em

que se popularizou: a indústria manufatureira ou de processos continuados. Adicionalmente, o

estudo tem por objetivo identificar o nível de entendimento e maturidade da empresa quanto a

26

análise e sensibilidade ao custo de capital e seu impacto no verdadeiro lucro econômico de

seus projetos.

3.2.1 Quanto a Delimitação

A pesquisa estará limitada a um único projeto de prestação de serviços de instalação offshore

executado pela CONTRATADA, subsidiária brasileira do GRUPO, durante o ano de 2010. Os

dados de custo e receita serão baseados naqueles de fato realizados, assim como o método de

apuração e controle do custeio direto.

No entanto, o rastreamento dos custos indiretos, efetivamente gastos para suportar a operação,

será tão somente uma simulação baseada em entrevistas e estimativas dos colaboradores

conforme metodologia ABC. Sendo importante destacar que a empresa não possui esse

sistema implantado, nem se encontra em processo de implantação do custeio baseado em

atividades, razão pela qual não se deve esperar valores acurados para as taxas de atividade,

assim como os resultados da simulação não nos permitirá inferir muito além do que hipóteses

sobre o que de fato representa lucro e o que deve ser considerado para cobrir o overhead, após

a subtração dos custos diretos da receita líquida do Projeto.

De forma semelhante, a empresa não reconhece o EVA e não possui a cultura de avaliar o

custo de capital associado aos projetos. Sendo assim, este trabalho não terá o propósito de

calcular a carga de capital próprio empenhada no Projeto, mas analisará o impacto no

empreendimento de apenas um de seus componentes, o Contas a Receber (AR – Account

Receivables), e irá inferir sobre o verdadeiro lucro econômico que deveria ser reportado.

27

3.2.2 Quanto ao Método

A pesquisa será realizada por meio de entrevistas individuais junto a gestores ou

representantes que possam responder pelos departamentos cujas atividades serão rastreadas

via ABC. Durante as entrevistas, os departamentos foram divididos em subseções, sendo, em

seguida, levantadas as principais atividades pertinentes. A frequência de ocorrência das

atividades foi registrada (diária, semanal, mensal, trimestral, semestral ou anual), assim como

foi solicitado aos entrevistados uma estimativa de peso, em forma de percentual relativo à

respectiva proporção de consumo de recursos de todo o departamento, por subseção e por

atividade.

Semelhantemente, os entrevistados apontaram qual direcionador de custo melhor

representaria seu departamento e informaram seu número de ocorrências no ano de 2010 e

quantas vezes fora realizado no Projeto. Como exemplo, podemos citar a entrevista com o

responsável pelo departamento de compras da base operacional costeira onde foram apontadas

as ordens de compra como o melhor direcionador a ser selecionado. O entrevistado então

informou o número total de ordens de compra de 1568 (hum mil quinhentos e sessenta e oito)

no ano em análise e o total de 84 (oitenta e quatro) pedidos emitidos para o Projeto.

Os departamentos pesquisados são aqueles que compõem toda a estrutura de sustentação da

organização na região e seguem discriminados abaixo:

• Administração da Base Costeira;

• Administração do Escritório do Rio;

• Departamento Comercial;

• Engenharia;

• Departamento de Finanças e Contabilidade;

28

• Departamento de Recursos Humanos;

• Departamento de TI (Tecnologia da Informação);

• Departamento Jurídico;

• Departamento de Operações;

• Departamento de Qualidade;

• Departamento de SMS (Saúde, Meio-ambiente e Segurança);

• Departamento de Suprimentos;

• Departamento de Suporte Técnico;

• Departamento de Propostas Comerciais.

De posse do custo anual de cada departamento, e dos percentuais atribuídos para cada

subseção e atividade, o próximo passo lógico foi chegar a uma taxa de atividade pelo

direcionador de custo escolhido. A escolha por um cost driver comum, como a frequência de

ocorrência, traria a vantagem da simplificação do modelo, assim como a necessidade de coleta

de um número menor de dados nas entrevistas. No entanto, a utilização de direcionadores de

custo específicos das atividades, e a obtenção do número de suas transações ocorridas na

CONTRATADA e no Projeto, significaria mais precisão para o modelo, representando, assim,

uma aproximação maior do quanto de fato o empreendimento consumiu das atividades que se

utilizam de recursos comuns da empresa.

Os dados coletados nas entrevistas permitiram a montagem de mais de um modelo para

simular o rastreamento dos custos indiretos ao Projeto via ABC. O primeiro modelo consiste

no uso do mesmo direcionador de custo “tempo” para todas as atividades locais de

sustentação da organização. Em outras palavras, toda atividade terá uma taxa diária ou

semanal ou mensal ou trimestral ou semestral ou anual, a depender da sua intermitência

29

informada nas entrevistas. Em seguida, o valor da cobertura para o overhead de 8% sobre a

receita líquida será substituído pelo somatório final da multiplicação da taxa da atividade pela

respectiva duração do Projeto obtida pelo cronograma de execução. Importante ressaltar que

este modelo considera como custo indireto, mesmo que proporcionalmente, todo e qualquer

custo geral da organização na região, o que destoa do conceito original do ABC, que reza que

apenas os custos das atividades efetivamente realizadas para o Projeto sejam rastreados para

dentro do seu sistema de custeio.

O segundo modelo segue a fórmula original do custeio baseado em atividades e apresenta

direcionadores de custo de segundo nível específicos para cada grupo de custo e atividade.

Por serem direcionadores de custo por transação, o relatório de custeio de Projeto recebeu o

somatório da multiplicação das taxas de atividade pelo número de transações ocorridas no

empreendimento, em substituição ao valor arbitrário do overhead local. Neste caso, apenas as

atividades que realmente foram desempenhadas para suportar o Projeto foram considerados

no modelo. A figura abaixo ilustra o conceito aplicado.

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��° nível ��° nível

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����������

����������

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�� �����

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Figura 2 – Exemplo com nível dos direcionadores de custo

O objetivo deste modelo é identificar quais atividades de sustentação da organização são de

fato necessárias para a execução do Projeto e viabilizar o seu rastreamento para o custeio

através do ABC, em substituição à alocação arbitrária dos 8% para cobertura do overhead

local.

Quanto ao custo de capital, este trabalho pretende calcular o verdadeiro lucro econômico do

Projeto ao confrontar – por meio do seu fluxo de caixa – o uso médio do capital próprio,

30

multiplicado pela taxa que representa o custo de capital do GRUPO – 11% (onze por cento) –

com o lucro operacional líquido atualmente reportado.

3.2.3 Quanto aos Resultados Esperados

O Projeto de instalação de Coletores para a PETROBRAS é uma operação offshore

relativamente simples, apesar de ser de alto risco técnico. Após a assinatura do Contrato, a

CONTRATADA dispõe de 2 meses para mobilizar a Embarcação no país e mais 1 mês para

realizar as instalações nas Bacias brasileiras. Considerando 2 meses para o encerramento do

Projeto, temos um empreendimento de 5 meses que quando comparado à maioria dos projetos

EPCI, que levam em média 2 anos entre a iniciação e o encerramento, nos leva a crer que

devem carregar muito menos custos de overhead. Apesar desta proporcionalidade já existir

devido ao método de cálculo (8% calculado sobre a receita líquida), pois os projetos de

duração maior possuem receitas maiores, o consumo de atividades de sustentação da

organização pode não ser linear.

Com relação ao valor econômico adicionado, entende-se que os resultados serão claros em

demonstrar uma deterioração da riqueza da companhia devido ao recebimento dos valores

devidos pela PETROBRAS apenas ao final de todo o Projeto, o que demandou o uso de

capital próprio para financiar os custos ao longo de toda a campanha.

31

4 O MODELO DA PESQUISA

A simulação de implantação do método ABC para o controle dos custos e desempenho do

Projeto se iniciou por uma análise de todo o empreendimento baseada em atividades. A

metodologia deste trabalho para o levantamento das informações de processo e atividades

necessárias para o ABC foi a mesma utilizada na pesquisa da KPMG, em conjunto com

acadêmicos de universidades norte-americanas, realizada em 1991 (COOPER, R.; KAPLAN,

R. 1991). Intitulada de ABA (Análise Baseada em Atividades), o método requer a avaliação

do negócio de uma forma sistemática, onde os produtos finais são obtidos por meio de uma

série de atividades cuja sequência deve ser entendida como um processo. O somatório de

processos inter-relacionados irá compor um grupo de processos de negócio que, também

considerados como centros de atividades, permitem acumular ou agrupar os custos de todos

os recursos de mesma natureza de modo mais fácil.

A sequência desta análise é feita conforme o fluxo de processamento de um produto ou

prestação de serviço. Esses últimos serão tratados como objetos ou centros de custo, pois são

os elementos finais que terão uma receita associada a eles. O pesquisador deve iniciar com o

mapeamento dos processos da organização relativos ao objetivo fim da mesma. O

sequenciamento dos passos registrados nos mapas gerados será posteriormente associado a

cada Processo de Negócio e o seu detalhamento representará as respectivas atividades que

serão “contabilizadas” pelo ABC. Por último, são definidos os direcionadores de custo que

determinam a forma como o custo dos recursos, consumidos pelas atividades, será rastreado

para dentro dos objetos de custo.

A figura abaixo apresenta um diagrama ilustrando a ABA realizada para o estudo de caso. A

coluna da esquerda traz os quantitativos levantados durante a fase de coleta de dados:

32

• Grupos de Recursos / Custos 67;

• Processos de Negócios 14;

• Atividades 302;

• Direcionadores de Custos 52;

• Objetos / Centros de Custo 3.

ANÁLISE BASEADA EM ATIVIDADES

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"Custos Contábeis Gerais dos Departamentos

#

67 Grupos de Recursos / Custos $����"%���&��!�� '

���� ����� (((

14 Processos de Negócios ����� �

$����� (((

302 Atividades �������)� �������)� �������)* (((

52 Direcionadores de Custos ������������

�����+���� �,-(((

3 Objetos / Centros de Custo .� ����,-�

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��/ ���)�(((

Figura 3 – ABA (Análise Baseada em Atividades) do Projeto

Os elementos identificados na ABA realizada para o Projeto estão listados nos apêndices A,

B, C e D.

A estrutura de controle de custo corrente do Projeto será utilizada como base para a

montagem da ferramenta de custeio conforme metodologia ABC. Intitulada de CDP (Custeio

33

e Desempenho do Projeto), as planilhas completas de controle podem ser observadas nos

Apêndices E, F e G.

Os elementos que compõem o CDP seguem listados abaixo:

• Elementos de Receita Líquida

• A - Receitas do Contrato de Afretamento

o A1 - Taxa de mobilização da Embarcação

o A2 - Taxa de afretamento da Embarcação

o A3 - Taxa de stand by

• B - Receitas do Contrato de Serviços

o B1.1 - Instalação do COLETOR 1

o B1.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 1

o B2.1 - Instalação do COLETOR 2

o B2.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 2

o B3.1 - Instalação do COLETOR 3

o B3.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 3

• Elementos de Custo

• CD - Custos Diretos

o CD1 - Homem-hora

� CD1.1 - Gerenciamento do Projeto

� CD1.2 - Engenharia do Projeto

� CD1.3 - Engenharia de Instalação

o CD2 - Aquisições

� CD2.1 - Sistemas de içamento

� CD2.2 - Guinchos

34

� CD2.4 - Transporte e fretes

� CD2.5 - Apeação

� CD2.6 - Flutuadores

� CD2.7 - Consumíveis

o CD3 - Subcontratações

� CD3.1 - Certificação da apeação

� CD3.2 - Aluguel de equipamentos

� CD3.3 - Gerenciamento de resíduos

o CD4 - Logística

� CD4.1 - Custos portuários

� CD4.2 - Troca de turma

o CD5 - Instalação

� CD5.1 - Tripulação

� CD5.2 - Taxa diária da Embarcação

� CD5.3 - Combustível

o CD6 - Custos Financeiros

� CD6.1 - Importação da Embarcação

� CD6.2 – Seguro

A subtração dos elementos de custo sobre os elementos de receita resulta no que a

CONTRATADA chama de Desempenho do Projeto. Esta é a métrica de avaliação do Gerente

do Projeto, pois se refere aos custos gerenciáveis pelo mesmo. No entanto, sendo os projetos a

única fonte de receita da organização, os custos indiretos associados ao empreendimento e à

sustentação da organização precisam ser imputados no controle para fins de avaliação

financeira da região. A tabela abaixo ilustra o CDP.

35

A' - Receita Bruta do Contrato de Afretamento ( + ) B' - Receita Bruta do Contrato de Serviços ( = ) Receita Bruta Total do Contrato ( – ) Impostos sobre Vendas ( = ) Receita Líquida Total do Contrato ( – ) Custos Diretos Operacionais ( – ) Custos Diretos Intercompanhias ( = ) Desempenho do Projeto (Resultado Op. Liq.) ( – ) Custos Indiretos (overhead) ( = ) Resultado Líquido do Projeto

Tabela 3 – Custeio e Desempenho do Projeto

Além disto, conforme registrado no objetivo desta pesquisa, a alocação arbitrária dos

percentuais de cobertura do overhead global e local podem não representar a realidade do

quanto o projeto em análise se utiliza do suporte administrativo e dos ativos da empresa.

Os dois modelos a serem descritos abaixo objetivam realizar essa verificação. Entretanto, por

limitações de ordem prática, a abrangência do estudo de caso está restrita a investigação das

atividades locais de sustentação da organização. Considerando que a região será sustentada

pelo desempenho dos projetos locais, o número, os valores, os prazos e as condições dos

contratos vigentes afetarão diretamente os critérios sobre como o peso dos custos gerais locais

deverá ser carregado no projeto em análise.

A CONTRATADA, em 2010, possuía a seguinte carteira de clientes e projetos:

Clientes com projetos contratados Qtde

PETROBRAS 1 SHELL 0 CHEVRON 0

Total 1

Tabela 4 – Clientes com projetos contratados em 2010

36

Qtde de projetos e contratos em carteira Projetos Contratos

PETROBRAS

1) Projeto Gasoduto Norte 1 2

2) Instalação de Conector 1 1

3) Contrato de Longo Prazo para PLSV 1 2

4) PROJETO (Instalação de Coletores) 1 2

5) Projeto Gasoduto Sul 1 1

6) Projeto FEED 1 1

7) Demais Contratos de Longo Prazo 4 8

Total 10 17

Tabela 5 – Quantidade de projetos e contratos em carteira em 2010

O peso dos valores dos contratos em carteira e as durações de cada projeto são apresentados

nas tabelas abaixo. Essas informações serão relevantes para a correta distribuição da parcela

de contribuição que cada projeto terá que arcar na cobertura dos custos gerais da

CONTRATADA.

Percentuais dos Projetos por receita em 1 ano %

PETROBRAS 1) Projeto Gasoduto Norte 19%

2) Instalação de Conector 0,1%

3) Contrato de Longo Prazo para PLSV 13%

4) PROJETO (Instalação de Coletores) 10%

5) Projeto Gasoduto Sul 2%

6) Projeto FEED 0,03%

7) Demais Contratos de Longo Prazo (4) 56%

Total 100%

Tabela 6 – Peso do valor dos contratos em carteira em 2010

Duração dos projetos Meses

PETROBRAS 1) GSNC Shallow 30 2) MCV gigante 6 3) PLSV 120 (renovacao Condor) 48 4) Equip Install Ph3 4,8 5) Mexilhão Project 30 6) Design Competition 24 7) Demais Contratos de Longo Prazo (4) 228

Total 371

Tabela 7 – Duração dos projetos em carteira em 2010

37

Percentuais de contribuição dos Projetos – custos gerais %

PETROBRAS 1) Projeto Gasoduto Norte 20%

2) Instalação de Conector 0,005%

3) Contrato de Longo Prazo para PLSV 14%

4) PROJETO (Instalação de Coletores) 5%

5) Projeto Gasoduto Sul 0,2%

6) Projeto FEED 0,002%

7) Demais Contratos de Longo Prazo (4) 61%

Total 100%

Tabela 8 – Percentuais de contribuição dos Projetos – custos gerais

A montagem de ambos os modelos seguiu algumas etapas em comum que permitiram o

cálculo do custo anual das atividades locais de sustentação da organização.

Etapa 1: levantamento dos custos gerais dos departamentos da CONTRATADA em 2010

(custos não atribuíveis a projetos). Esses departamentos serão considerados como Processos

de Negócio para este trabalho. Os custos extraídos dos livros contábeis da empresa já trazem

os valores por Grupos de Recursos / Custos conforme indicado no Apêndice A.

Custos gerais dos departamentos em 2010 R$ mil

• Administração da Base Costeira 3.008 • Administração do Escritório do Rio 681 • Departamento Comercial 1.563 • Engenharia 2.889 • Departamento de Finanças e Contabilidade 5.475 • Departamento de Recursos Humanos 4.861 • Departamento de TI (Tecnologia da Informação) 2.527

• Departamento Jurídico 912 • Departamento de Operações 4.132 • Departamento de Qualidade 2.189 • Departamento de SMS (Saúde, Meio-amb. e Seg.) 1.649 • Departamento de Suprimentos 2.028 • Departamento de Suporte Técnico 1.735 • Departamento de Propostas Comerciais 4.179

Total 37.831

Tabela 9 – Custos gerais dos departamentos em 2010

38

Etapa 2: levantamento, por meio de entrevistas, dos principais Grupos de Atividades e

Atividades de cada Processo de Negócio conforme indicado nos Apêndices B e C.

Etapa 3: levantamento, por meio de entrevistas, dos pesos em forma de percentual a serem

atribuídos a cada atividade relativos à proporção de consumo de recursos de todo o respectivo

Processo de Negócio. A tabela abaixo mostra um exemplo para o Departamento de Finanças e

Contabilidade.

• Departamento de Finanças e Contabilidade 100% Tesouraria 15%

Relatórios e Controle do Fluxo de Caixa - Companhia 3% Relatórios e Controle do Fluxo de Caixa - Projetos 3% Rotina de Pagamentos 6% Rotina de Recebimentos 3%

Contabilidade 25% Registros Contábeis 8% Revisão dos Registros Contábeis 5% Análise e abertura das Contas Contábeis - Companhia 5% Análise e abertura das Contas Contábeis - Projetos 5% Acompanhamento das Auditorias Internas 1% Acompanhamento das Auditorias Externas - Deloitte 1%

Relatórios Financeiros 15% Consolidação dos Actuals e Forecasts 5% Preparação relatórios mensais para a Diretoria e Companhia 3% Preparação relatórios trimestr. para a Diretoria e Companhia 1% Controle de Custos para outros Departamentos 6%

Tributário Planning 6%

Suporte às Licitações e Propostas Comerciais 1% Desenho Tributário das Operações em Propostas 3% Desenho Tributário das Operações em Projetos 1% Suporte aos Projetos 1% Suporte aos Contratos de Longo Prazo 0,1% Suporte ao Jurídico 1% Relatórios Tributários trimestrais (Tax Pack / Report) 0,3% Interface com o Grupo 0,3%

Compliance 19% Cálculo de Imposto sobre Resultados 5% Recepção Fiscal 10%

Registro da NF no Aduana Interface com o Contas a Pagar

Faturamento Fiscal 2% Cálculo dos Impostos sobre vendas Emissão de guias de recolhimento Interface com o Contas a Pagar

Demonstratções Contábeis mensais 2%

39

Declaração IR DCTF SPED

Demonstratções Contábeis trimenstrais 0,3% DACON

Controles Internos 10% Compliance - Controle das Políticas Internas 4% Interface com o grupo sobre Controles Internos 2% Auditorias Internas 4%

Controladoria 10% Interface com o grupo 3% Aprovação dos pagamentos e revisão de docs financeiros 2% Interface com as áreas internas 4% Interface com os Projetos 3%

Tabela 10 – Exemplo dos pesos do Departamento de Finanças e Contabilidade

Etapa 4: cálculo do custo anual de cada atividade pela multiplicação do seu percentual com o

custo total do departamento.

As etapas posteriores serão específicas para cada modelo e seguem delineadas abaixo.

4.1 MODELO 1: DIRECIONADORES DE CUSTO POR “TEMPO”

O modelo com os direcionadores de custo por “tempo” objetiva distribuir a todos os projetos

os custos gerais de forma proporcional às suas durações e receitas. Nele, a frequência de

ocorrência das atividades foi registrada como diária, semanal, mensal, trimestral, semestral ou

anual, com os seus respectivos quantitativos em um intervalo de um ano:

Quantitativos das frequências Qtde

Ano de 2010 da Contratada Ano 1 Semestre 2 Trimestre 4 Mês 12 Semana 52 Dia (úteis) 264

Tabela 11 – Quantitativos das frequências em um intervalo de um ano

De forma semelhante, a tabela abaixo mostra os quantitativos relativos ao Projeto.

40

Quantitativos do Projeto Qtde

Equip Install Ph3 Ano 0,4 Semestre 0,8 Trimestre 1,6 Mês 4,8 Semana 21 Dia 147 Dias úteis 108

Tabela 12 – Quantitativos das frequências relativos ao Projeto

Em seguida, as próximas etapas foram executadas.

Etapa 5: levantamento, por meio de entrevistas, das frequências de ocorrência de cada

atividade. O grupo de atividades Contabilidade, também do Departamento de Finanças e

Contabilidade, é apresentado como exemplo:

Contabilidade Frequência

Registros Contábeis diária Revisão dos Registros Contábeis diária Análise e abertura das Contas Contábeis - Companhia mensal Análise e abertura das Contas Contábeis - Projetos mensal Acompanhamento das Auditorias Internas trimestral Acompanhamento das Auditorias Externas - Deloitte anual

Tabela 13 – Frequência das atividades do Grupo de Atividades - Contabilidade

Etapa 6: cálculo da taxa de atividade por frequência de ocorrência. O grupo de atividades

Contabilidade é mantido como exemplo.

R$

Contabilidade Taxa diária

Taxa semanal

Taxa mensal

Taxa trimestral

Taxa semestral

Taxa anual

Registros Contábeis diária 1.555 - - - - -

Revisão dos Registros Contábeis diária 1.037 - - - - - Análise e abertura das Contas Contábeis - Companhia mensal - - 22.813 - - - Análise e abertura das Contas Contábeis – Projetos mensal - - 22.813 - - - Acompanhamento das Auditorias Internas trimestral - - - 17.110 - - Acompanhamento das Auditorias Externas - Deloitte anual - - - - -

68.440

Tabela 14 – Exemplo das taxas de atividade por frequência de ocorrência - Contabilidade

41

Etapa 7: cálculo do custo indireto a ser cobrado considerando as taxas de atividade com o

direcionador de custo “tempo” pelo percentual de contribuição do Projeto.

Direcion. R$ % R$

Contabilidade Freq. Tempo Taxa Total Contrib. Final

Registros Contábeis diária 264 1.555 410.642 5% 18.546 Revisão dos Registros Contábeis diária 264 1.037 273.762 5% 12.364 Análise e abertura das Contas Contábeis - Companhia mensal 12 22.813 273.762 5% 12.364 Análise e abertura das Contas Contábeis - Projetos mensal 12 22.813 273.762 5% 12.364 Acompanhamento das Auditorias Internas trimestral 4 17.110 68.440 5% 3.091 Acompanhamento das Auditorias Externas – Deloitte anual 1 68.440 68.440 5% 3.091

1.368.808 61.819

Tabela 15 – Custo indireto do GA Contabilidade – Modelo 1

O modelo por direcionadores de custo por “tempo” remonta ao trabalho elaborado por Kaplan

e Anderson (2003) onde apresentam uma alternativa ao modelo tradicional do ABC.

Intitulado de “Time-driven ABC” (custeio baseado em atividades e orientado por tempo), o

modelo objetivava simplificar a implantação e manutenção da utilização do ABC ao,

primeiramente, reconhecer o alto custo das entrevistas e pesquisas iniciais, o uso de alocações

subjetivas e as dificuldades de se manter e atualizar o modelo, e em segundo lugar, propor um

modelo que necessite apenas de dois parâmetros; (1) o custo da unidade da capacidade de

fornecimento e (2) o tempo necessário para executar uma operação ou de uma atividade.

4.2 MODELO 2: DIRECIONADORES DE CUSTO POR TRANSAÇÃO

O modelo por direcionadores de custo por transação substitui o modelo anterior pela

identificação do direcionador mais apropriado para cada Grupo de Atividades (GA) ao invés

da identificação por Atividades. Esta escolha se deu pela limitação de tempo e recursos para a

realização desta pesquisa e por fugir do propósito de apenas simular a implantação de um

42

sistema de custeio baseado em atividades. O levantamento de direcionadores de custo para

cada atividade local de sustentação da organização faria parte de um projeto efetivo de

implantação do ABC e não parte de uma pesquisa acadêmica.

O Apêndice D traz os direcionadores de custo que melhor representam a ativação dos gastos

por Grupo de Atividades. Seu levantamento foi feito junto aos entrevistados e, retomando o

exemplo anterior, o direcionador apontado para o GA Contabilidade foi o “número de

lançamentos contábeis”.

Lançam. R$ R$/lanç. Lançam. R$

Contabilidade Ano Total Taxa Projeto Projeto

24000 1.368.808 57 1360 77.566 Registros Contábeis Revisão dos Registros Contábeis Análise e abertura das Contas Contábeis - Companhia Análise e abertura das Contas Contábeis - Projetos Acompanhamento das Auditorias Internas Acompanhamento das Auditorias Externas - Deloitte

Tabela 16 – Custo indireto do GA Contabilidade – Modelo 2

4.3 MODELO DE ANÁLISE DO CUSTO DE CAPITAL VIA FLUXO DE CAIXA

O EVA, marca registrada da Stern & Stewart Co., é calculado pela diferença entre o lucro

operacional líquido, depois dos impostos, e o custo de capital da companhia. Entretanto,

quando se analisa o EVA integrado ao ABC, torna-se necessário estabelecer um critério

confiável na correta identificação do uso do capital por atividade para que o rastreamento se

dê na forma correta.

43

Roztocki e Needy (1999) alertam sobre as distorções que podem ocorrer nas informações de

custo caso o custo de capital seja alocado arbitrariamente às atividades e consequentemente

aos objetos de custo. “Especialmente nos casos em que o custo de capital não for proporcional

aos custos operacionais” (ROZTOCKI, N.; & NEEDY, K. L. 1999).

Os autores fazem outra contribuição ao introduzir o conceito da análise de dependência de

capital por atividade (ACD – Activity-Capital Dependency analysis). O sistema integrado

ABC – EVA proposto por eles distingue os custos associados às atividades (devido ao

consumo de recursos) em dois tipos: custos operacionais e carga de capital. Os custos

operacionais vão rastrear os custos indiretos conforme o modelo ABC padrão, enquanto que a

carga de capital vai descrever o comportamento do custo da atividade quanto ao seu uso do

capital investido da companhia.

Em virtude das limitações de escopo deste trabalho, assim como a baixa utilização de bens de

capital na execução das atividades do Projeto – com exceção da Embarcação cuja

remuneração do capital se dá pelo pagamento do WBR (intercompany) pela CONTRATADA

ao GRUPO – a análise do custo de capital do projeto será feita com base no uso do capital

próprio para financiar a execução do Projeto. Esta condição estará bem evidenciada na

apresentação do fluxo de caixa real do empreendimento.

4.3.1 Fluxo de Caixa do Projeto

A CONTRATADA enfrentou problemas junto a PETROBRAS relativos ao gerenciamento do

Contrato do Projeto e como resultado teve os pagamentos de cada serviço prestado

postergados para o segundo e terceiro meses após o término das operações offshore (mês 2),

como pode ser observado na tabela abaixo:

44

Receita Bruta

Impostos CD

Operac. CD

Interco CI

(overhead) Saldo Total Mês

Mês 1 - - -2.088 - - -2.088 -2.088

Mês 2 - - -5.177 -7.304 -1.891 -16.459 -14.371

Mês 3 - - -456 -8.469 -2.192 -27.576 -11.117

Mês 4 24.297 - -195 - - -3.474 24.102

Mês 5 14.485 -1.664 -1.133 - - 8.215 11.689

Mês adic. - - -724 - - 7.491 -724

SOMA 38.783 -1.664 -9.772 -15.773 -4.083 -33.890 -

MÉDIA - - - - - -5.648 -

( A ) Resultado Líquido do Projeto 7.491

Margem Líquida do Projeto 20%

Tabela 17 – Fluxo de Caixa Real do Projeto

Esta realidade não permitiu que as atividades e os gastos operacionais fossem financiados

com o dinheiro do cliente, mas sim com o uso do capital próprio da companhia.

A próxima subseção mostra um modelo de análise de fluxo de caixa que permitirá aferir o

impacto que o não gerenciamento dos pagamentos do cliente acarretou na saúde financeira de

um projeto.

4.3.2 Modelo de Análise do Custo de Capital

Roztocki (2001) apresenta um estudo feito na área de tecnologia da informação onde destaca

os benefícios da implantação de um sistema integrado ABC – EVA em projetos. Utilizando

números hipotéticos, o autor analisou dois projetos de TI em uma pequena empresa de

manufatura, com menos de 50 empregados, cujos custos indiretos foram direcionados para os

dois objetos de custo (os dois projetos) através do custeio baseado em atividades.

Propositalmente, os dois projetos possuem os mesmos valores de receita, de custos diretos e

indiretos rastreados pelo ABC, de forma a se mostrar igualmente lucrativos até a análise do

valor econômico adicionado. O autor apresenta o fluxo de caixa de entradas (pagamentos do

cliente) e saídas (despesas incorridas) de cada um dos projetos e mostra que aquele projeto

45

que recebeu toda a receita apenas no fim, em média, fez uso de um valor muito superior de

capital próprio que, multiplicado pelo custo de oportunidade para a empresa e subtraído do

lucro operacional líquido, acabou demonstrando um EVA inferior ao outro – neste caso

negativo.

As tabelas abaixo são uma transcrição traduzida para o português do trabalho do Roztocki

(2001), onde se pode observar a destruição de valor para uma companhia que não estabelece

um controle e uma política para gerenciar o seu Contas a Receber.

Atividade Custo Ativ. Projeto X Projeto Y

Aquisição de Hardware 25.000 15.000 10.000

Aquisição de Software 25.000 15.000 10.000

Planejamento do Projeto 30.000 15.000 15.000

Controle do Projeto 100.000 60.000 40.000

Preparação da Documentação 20.000 10.000 10.000

Suporte ao Cliente 100.000 35.000 65.000

TOTAL 300.000 150.000 150.000

Tabela 18 – Custo das Principais Atividades Adm. de Negócio (Roztocki 2001)

Projeto X Projeto Y

Receitas 400.000 400.000

Custos Diretos -200.000 -200.000

Custos de Overhead -150.000 -150.000

Lucro Operacional 50.000 50.000

Tabela 19 – Lucro Operacional dos Projetos (Roztocki 2001)

46

Projeto X Projeto Y

Meses Gastos Pgtos Saldo Gastos Pgtos Saldo

1 -90.000 -90.000 -55.000 100.000 45.000

2 -100.000 -190.000 -30.000 15.000

3 -30.000 -220.000 -10.000 5.000

4 -30.000 -250.000 -10.000 -5.000

5 -20.000 -270.000 -30.000 -35.000

6 -20.000 -290.000 -30.000 100.000 35.000

7 -10.000 -300.000 -20.000 15.000

8 -10.000 -310.000 -20.000 -5.000

9 -10.000 -320.000 -20.000 -25.000

10 -10.000 -330.000 -20.000 -45.000

11 -10.000 -340.000 -50.000 -95.000

12 -10.000 400.000 50.000 -55.000 200.000 50.000

Média -238.333 -3.750

Tabela 20 – Cálculo do uso médio do Capital Próprio (Roztocki 2001)

Segundo o exemplo hipotético do estudo de Roztocki (2001), a taxa de oportunidade para o

capital para a empresa de TI é de 25% (vinte e cinco por cento). Sendo assim, o custo de

capital pode ser calculado conforme tabela abaixo.

Projeto X Projeto Y

Média do Capital Próprio -238.333 -3.750

Taxa do Custo de Capital 25% 25%

Custo de Capital -59.583 -938

Tabela 21 – Cálculo do Custo de Capital (Roztocki 2001)

Após o cálculo acima, é possível obter o EVA de cada projeto pela subtração do lucro

operacional líquido pelo custo de capital.

Projeto X Projeto Y

Lucro Operacional 50.000 50.000

Custo de Capital -59.583 -938

Valor Econômico Adicionado -9.583 49.063

Tabela 22 – Cálculo do Valor Econômico Adicionado (Roztocki 2001)

47

O EVA negativo do Projeto X indica a destruição de valor para a companhia, pois a

necessidade de financiar o empreendimento ao longo de sua execução, a impossibilitou de

aplicar o dinheiro em outro negócio que gere a taxa de retorno esperada de 25%. A melhor

distribuição dos pagamentos do cliente no Projeto Y evitou qualquer impacto significativo no

desempenho do projeto – variação negativa de apenas 2%.

Ao comparar dois projetos que possuem receitas iguais e os mesmos valores de custos diretos

e indiretos, estes rastreados via ABC, Roztocki (2001) deixa claro seu objetivo de destacar o

impacto que o uso do capital próprio no financiamento de um empreendimento pode fazer no

seu verdadeiro lucro econômico.

48

5 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

5.1 APRESENTAÇÃO DO GRUPO E DA CONTRATADA

O GRUPO é uma empresa global de engenharia e construção submarina que projeta e instala

infraestrutura para campos de petróleo e gás em águas profundas. Sua competência reside no

conhecimento tecnológico para o desenvolvimento e manutenção de operações marítimas e de

engenharia offshore entre o leito submarino e a superfície do mar.

Atuando em todos os continentes, o GRUPO combinou as regiões de atuação em dois

territórios gerenciais, de forma a melhorar o foco comercial e obter sinergia entre múltiplos

recursos e projetos. Assim sendo, as regiões do Canadá, Norte da Europa, Ásia e Oriente

Médio compõem o Território 1, enquanto o Território 2 é composto pelas Américas, África e

Mediterrâneo.

A indústria em que o GRUPO atua é dividida em três grandes segmentos de negócios, a saber:

• SURF (Subsea, Umbilicais, Risers and Flowlines): projetos de engenharia e

construção para o desenvolvimento de campos submarinos. Nesta divisão, estão

associados os projetos e instalações de gasodutos, oleodutos, linhas flexíveis e

umbilicais, assim como instalações de risers e serviços associados;

49

• Inspeção, Manutenção e Reparos (IMR): operações de verificação, reparos e

manutenções de estruturas submarinas de óleo e gás por meio de veículos operados

remotamente (ROVs – remoted operated vehicles) e mergulhadores;

• Operações convencionais como fabricação e instalação de plataformas offshore e

tubulações de interligação de longas distâncias.

O GRUPO possui cinco imperativos estratégicos:

1. Pessoas são centrais para o nosso sucesso;

2. Projetos formam o núcleo do nosso negócio;

3. Engenharia é o coração dos nossos projetos;

4. Nós operamos de maneira consistente e a nível mundial, com sensibilidade local e

globalmente consciente;

5. Nós fazemos investimentos de longo prazo nas nossas pessoas, ativos, conhecimento e

nas relações com os nossos clientes e fornecedores.

E seus valores fundamentais são:

• Segurança;

• Integridade;

• Inovação;

• Disciplina financeira;

• Um único GRUPO.

A CONTRATADA foi pioneira no desenvolvimento de serviços de mergulho saturado e

ROVs no Brasil e vem atuando na América do Sul há mais de 35 anos. Dispondo de um

excelente histórico operacional na região e contando com a experiência, tecnologia e

50

habilidade do GRUPO, a CONTRATADA oferece aos seus clientes o afretamento de

embarcações para serviços de lançamento de linhas, inspeção, manutenção e reparos, além de

projetos EPCI (Engineering, Procurement, Construction and Installation) no

desenvolvimento de campos de petróleo e gás em águas rasas, semirasas, profundas e

ultraprofundas.

A CONTRATADA está presente no Brasil na cidade do Rio de Janeiro e em cidade da região

costeira do estado. O escritório central e as equipes de Gerenciamento, Engenharia, Compras,

Instalação e Pré-comissionamento estão localizados no Rio de Janeiro. A base operacional

fica na costa norte do estado do Rio de Janeiro, por onde uma equipe altamente qualificada

apoia as operações dos seus projetos e embarcações na plataforma continental brasileira.

5.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO

A CONTRATADA foi vencedora da licitação pública realizada pela PETROBRAS em 2010

para a prestação de serviços que envolvem a instalação de Coletores nos campos de Jubarte e

Tambaú, localizados, respectivamente, nas Bacias do Espírito Santo e de Santos.

Esses Coletores, de fornecimento PETROBRAS, irão compor o sistema submarino de

produção de petróleo e gás em seus respectivos campos e a função principal deles é a de

coletar e distribuir os hidrocarbonetos para gasodutos de exportação ou para conexão direta a

plataformas fixas offshore ou FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading). O

Coletor de Jubarte viabilizará o escoamento do gás produzido pela P-57 para a unidade de

tratamento de gás UTG-SUL que já está em operação. O gasoduto do campo de Jubarte será

utilizado para a conexão de outros campos importantes como Cachalote, Baleia Franca e

Baleia Ana.

51

Os dois Coletores do campo de Tambaú serão vitais para a implementação do projeto

PLANGÁS patrocinado pelo Governo Federal para permitir autossuficiência brasileira em gás

natural. Isto será possível pela interligação dos campos de Uruguá e Tambaú ao gasoduto de

exportação da Plataforma Mexilhão e deste para uma planta de tratamento de gás em terra. O

gás a ser produzido pelas reservas do Pré-sal também será beneficiado por essa infraestrutura

submarina.

O Projeto foi executado por uma embarcação de engenharia de construção submarina do

GRUPO, doravante denominada Embarcação, tripulada com um time experiente de marítimos

e de técnicos, além da equipe de apoio em terra que foi responsável pelas análises de

engenharia, desenhos e procedimentos operacionais, gestão do Projeto, compras, logística,

qualidade, coordenação das mobilizações e gestão de SMS (Saúde, Meio-ambiente e

Segurança).

Um projeto de instalação de Coletores se refere basicamente à mobilização de uma

embarcação de engenharia de construção submarina em águas territoriais brasileiras para

execução das instalações em alto mar. As etapas operacionais se resumem à importação da

Embarcação junto às autoridades brasileiras, mobilização de pessoal e equipamentos em porto

próximo ao local de entrega dos Coletores por parte da PETROBRAS, carregamento dos

Coletores a bordo pelo próprio guindaste da Embarcação, trânsito e instalação dos Coletores

em profundidades que, no Projeto, variaram entre 100 e 1500 metros de lâmina d’água. O

escopo de trabalho inclui atividades de solda sob o convés da Embarcação para os suportes de

fixação dos Coletores, carregamento dos Coletores a bordo, fixação destes, trânsito para o

local de instalação, içamento, transbordo dos Coletores pelo costado do navio até mergulho na

água, descida e pouso dos Coletores no leito submarino dentro das coordenadas e tolerâncias

fornecidas pelo cliente.

52

Apesar da simplificação apresentada acima, um projeto deste tipo demanda a concentração de

esforços de um grupo de 30 pessoas nos escritórios e 90 colaboradores embarcados,

revezando-se em turnos de 12 horas e sendo substituídos por outros 90 a cada troca de turma

realizada a cada 14 ou 28 dias. Este total de trabalhadores compõe o time de projeto e sua

maior contribuição no projeto ocorre em duas fases distintas chamadas de Mobilização e

Operações Offshore.

É durante a fase de Mobilização onde as pessoas dedicadas ao projeto mais empreendem

esforços no desenvolvimento do projeto de engenharia, no planejamento das mobilizações em

porto e das operações, resultando em procedimentos de instalação, planos de comunicação, de

integração, de aquisições, de recursos humanos entre outros, em conformidade com os

preceitos do PMBOK ® (Project Management Book of Knowledge do PMI – Project

Management Institute) e suas nove áreas de conhecimento. Neste período, são incorridos os

maiores custos indiretos devido ao consumo de recursos não diretamente alocados ao projeto

em atividades específicas de suporte.

A fase de Operações Offshore é o período em que a Embarcação, tripulada por marítimos,

engenheiros e técnicos de instalação submarina, executa as atividades de mobilização em

porto e instalação dos equipamentos no leito submarino. Esta etapa do Projeto caracteriza-se

pela ocorrência de custos diretamente associados à operação até o término da campanha

offshore, desmobilização de pessoal e equipamento em porto nacional, desembaraço

alfandegário e início do trânsito de volta da Embarcação para a região de origem.

53

5.3 ESTRUTURA ANALÍTICA DO PROJETO

A WBS (Work Breakdown Structure) do Projeto pode ser estruturada por dois modos: por

Fases do Projeto ou por Disciplina. O monitoramento do progresso é feito por fases e sua

estrutura analítica pode ser representada pela listagem abaixo:

1. Planejamento;

1.1. Gerenciamento;

1.2. Engenharia;

1.3. Aquisições;

2. Operações;

2.1. Trânsito Inter-regional;

2.2. Mobilização no Brasil;

2.3. Mobilização do Coletor de Jubarte;

2.4. Instalação do Coletor de Jubarte;

2.5. Mobilização dos Coletores de Tambaú;

2.6. Instalação dos Coletores de Tambaú;

2.7. Desmobilização no Brasil.

3. Encerramento;

3.1. Relatórios As-built;

3.2. Databooks;

3.3. Lições Aprendidas;

3.4. Encerramento dos Contratos;

3.5. Encerramento do Projeto.

Entretanto, o controle dos custos, na CONTRATADA, é realizado por Disciplina e sua

estrutura analítica é melhor representada conforme sequência abaixo:

54

1. Receita Líquida

2. Gerenciamento do Projeto

2.1. Horas de Gerenciamento do Projeto

2.2. Allowances para PMT

3. Engenharia

3.1. Engenharia de Projeto

3.2. Engenharia de Instalação

3.3. Allowances para Engenharia

4. Aquisições e Subcontratados

4.1. Aquisições

4.2. Subcontratados

4.3. Transportes

5. Operações

5.1. Logística

5.2. Instalações

5.3. Allowances

6. Contingência

7. Outros Custos de Projeto (Impostos, Seguros, etc.)

8. Custo Técnico Total

9. Desempenho do Projeto

10. Overhead

11. Resultado Líquido do Projeto (após overhead)

55

5.4 CONTROLE DE CUSTOS E NÚMEROS DO PROJETO

O GRUPO se baseia em conceitos do gerenciamento do valor agregado (GVA) para a gestão

de seus projetos que consiste de uma técnica de mensuração do desempenho e progresso de

uma maneira objetiva. Trata-se de uma metodologia utilizada para integrar as áreas de

conhecimento em gerência de projetos, principalmente escopo, tempo e custos, e mede

relativamente o avanço físico do empreendimento versus o planejado, em termos de prazo e

custo.

Utilizada pela primeira vez na década de 60 pela Força Aérea Americana, o GVA é

considerado como um dos métodos mais simples e práticos para se analisar a evolução de um

projeto em termos de custos e prazos (PEDRA 2011). Nele, a verificação do desempenho e

progresso é feita por medidas comparativas em valor monetário utilizando conceitos como

custo real, valor agregado e valor planejado.

Esta metodologia defende que o desempenho é medido pela comparação entre o valor

agregado e o custo real. O progresso, por sua vez, é medido pela comparação entre o valor

agregado e o valor planejado. Tendências e correções ao projeto poderão ser feitas ao se

identificar os desvios de prazo e custo como mostrado nas figuras abaixo.

56

Figura 4 – GVA Variação de Prazo [VPR = VA – VP] (PEDRA 2011)

Figura 5 – GVA Variação de Custo [VC = VA – CR] (PEDRA 2011)

Das considerações acima, depreendem-se os seguintes importantes conceitos:

• BAC / ONT Budget at Completion / Orçamento no Término: é todo o orçamento

de custos do projeto.

• EAC / ENT Estimate at Completion / Estimativa no Término: é a estimativa de

quanto o projeto custará ao seu término. Este valor é a previsão mais

provável baseada no desempenho e nos riscos identificados até o

momento (PEDRA 2011).

57

• ETC / EPT Estimate to Complete / Estimativa para Terminar: é a estimativa em

custos do valor estimado para concluir a obra tendo algum custo já

incorrido.

• PV / VP Planned Value / Valor Planejado: é a linha de base de custo do

projeto. Representa o orçamento do projeto distribuído ao longo do

seu Ciclo de Vida. No GVA, o VP representa a parcela do orçamento

que deveria ter sido efetivamente gasta ou incorrida em um

determinado momento do projeto, que se convencionou chamar de

data de andamento do projeto ou data de verificação (PEDRA 2011).

• EV / VA Earned Value / Valor Agregado: “é o custo planejado referente às

atividades, ou aos pacotes de trabalho do cronograma, que foram

realizados ou entregues até a data de andamento do projeto. O valor

agregado indica o quanto deveria ter sido efetivamente gasto para o

que foi efetivamente realizado no projeto e não considera quanto o

projeto desembolsou para realizar essas atividades.” (PEDRA 2011).

• AC / CR Actual Cost / Custo Real: é o custo total incorrido e registrado na

execução do trabalho para uma atividade (PMBOK 2008).

• CV / VC Cost Variance / Variação de Custo: é a diferença, na data de

andamento do projeto, entre o valor do trabalho realizado e o custo

realizado (PEDRA 2011).

• SV / VPR Schedule Variance / Variação de Prazo: medido em termos de custo,

demonstra o quanto do escopo foi realizado pela diferença entre o

valor do trabalho realizado e o valor do que estava planejado na data

de andamento do projeto.

58

Esses conceitos se relacionam conforme as fórmulas de monitoramento de custos

apresentadas na tabela abaixo:

FÓRMULA OBJETIVO

EPT = ENT – CR

Obter o total das estimativas de custos das atividades ou dos pacotes de trabalho que ainda serão realizados no projeto através da subtração da Estimativa no Término pelo Custo Real já incorrido.

ENT = EPT + CR

É a soma do custo realizado até a data mais uma nova estimativa para o trabalho restante. Esta premissa de cálculo é utilizada quando a estimativa original não é mais válida ou confiável.

VPR = VA – VP É a diferença entre o valor do trabalho realizado e o valor do que estava planejado

VC = VA – CR É a diferença entre o valor do trabalho realizado e o custo realizado

Tabela 23 – Principais equações do GVA (Pedra 2011)

Os relatórios de controle e acompanhamento dos custos dos projetos na CONTRATADA

trazem elementos adicionais como a seguir:

• ACWP Actual Cost of Work Performed / Custo Real do Trabalho Realizado:

exatamente o mesmo conceito do Custo Real – custo total incorrido

até a presente data.

• AS As Sold / Como vendido: valores de custo e receita assinados em

contrato entre a CONTRATADA e a PETROBRAS.

• VO / VC Variation Order / Variação Contratual: adições ou subtrações dos

valores de receita junto ao cliente em virtude de alterações no escopo

ou prazo do Projeto.

A reprodução da estrutura de um relatório do CDP da CONTRATADA é apresentada abaixo

para discussão quanto à correta utilização da metodologia do GVA pela empresa e os

potenciais problemas ou ganhos que estão deixando de serem obtidos pela falta de uso

adequado da ferramenta.

59

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Figura 6 – Exemplo de relatório de CDP da CONTRATADA

Conforme codificação de números no CDP, a CONTRATADA calcula o seu Orçamento no

Término pela adição do AS com as Variações Contratuais. Computa o custo real incorrido até

o mês de emissão do relatório e o coloca na coluna do ACWP. Estima os valores necessários

para completar o projeto como o novo ETC que somado ao Custo Real representará a próxima

Estimativa no Término daquele empreendimento. As análises de variações se dão entre o ENT

atual e o anterior, assim como a diferença entre o ONT e o ENT.

Como se pode observar, a companhia na realidade não utiliza de fato o Gerenciamento do

Valor Agregado, justamente por não calculá-lo e por não comparar periodicamente o valor

planejado das atividades efetivamente realizadas com os custos já incorridos (variação de

custo) e com o valor planejado das atividades que, segundo a linha de base do cronograma, já

deveriam ter sido realizadas (variação de prazo). Sem medidas dessa natureza, as reuniões de

revisão do desempenho dos projetos se transformavam em exercícios de análise do passado.

5.5 RECEITAS DO PROJETO E SEUS CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO

Conforme apresentado nas tabelas do Capítulo 4, Modelo da Pesquisa, o Contrato que une

legalmente a CONTRATADA com a PETROBRAS para a entrega do escopo de instalação

dos Coletores é na realidade formado por dois contratos, a saber:

60

• Contrato de Afretamento: contrato em moeda estrangeira para o “aluguel” da

Embarcação tripulada com marítimos e equipe técnica qualificada. Conforme

estabelecido em lei para o desenvolvimento das atividades navais e de

desenvolvimento da indústria do petróleo offshore, o Contrato de Afretamento é

assinado entre uma subsidiária estrangeira da CONTRATADA e a PETROBRAS para

viabilizar a remessa de divisas para o exterior isenta de impostos.

• Contrato de Prestação de Serviços: contrato em moeda local para a remuneração da

CONTRATADA quanto à prestação de serviços de engenharia para a instalação de

Coletores. Além da aplicação dos impostos de venda de 11,25% no total (PIS: 1,65%,

Cofins: 7,6% e ISS: 2%), o resultado líquido deste contrato é tarifado em 35% como

imposto sobre a renda.

Cada contrato traz como anexo uma planilha de preços intitulada de PPU (Planilha de Preços

Unitários) com a separação e descrição dos itens de pagamento.

Item Taxa Unidade Qtde Preço unitário (USD)

Preço total (USD)

01 Taxa de Mobilização da Embarcação UN 1 3.310.672 02 Taxa de Afretamento da Embarcação UN 1 11.069.750 03 Taxa de Stand by UN 30 283,000 8.490.000

Tabela 24 – PPU Contrato de Afretamento em moeda estrangeira

Considerando o câmbio de congelamento da data de entrega da proposta, menos um dia,

teremos a PPU de afretamento em moeda local representada abaixo:

Item Taxa Unidade Qtde Preço unitário (BRL)

Preço total (BRL)

01 Taxa de Mobilização da Embarcação UN 1 5.524.188 02 Taxa de Afretamento da Embarcação UN 1 18.470.985 03 Taxa de Stand by UN 30 472.214 14.166.414

Tabela 25 – PPU Contrato de Afretamento em moeda local

A planilha de preços do Contrato de Serviços é apresentada nas tabelas abaixo com sua receita

bruta e líquida – sem os impostos de venda:

61

Item Taxa Unidade Qtde Preço unitário (BRL)

Preço total (BRL)

1 Coletor 1 - - - - 1.1 Instalação do Coletor 1 VERBA 1 7.840.985 7.840.985 1.2 Serviços de Instalação do Coletor 1 VERBA 1 707.043 707.043 2 Coletor 2 - - - - 2.1 Instalação do Coletor 2 VERBA 1 3.017.218 3.017.218 2.2 Serviços de Instalação do Coletor 2 VERBA 1 102.540 102.540 3 Coletor 3 - - - - 3.1 Instalação do Coletor 3 VERBA 1 3.017.218 3.017.218 3.2 Serviços de Instalação do Coletor 3 VERBA 1 102.540 102.540

Tabela 26 – PPU Contrato de Serviços com receita bruta em moeda local

Item Taxa Unidade Qtde Preço unitário (BRL)

Preço total (BRL)

1 Coletor 1 - - - - 1.1 Instalação do Coletor 1 VERBA 1 6.958.874 6.958.874 1.2 Serviços de Instalação do Coletor 1 VERBA 1 627.501 627.501 2 Coletor 2 - - - - 2.1 Instalação do Coletor 2 VERBA 1 2.677.781 2.677.781 2.2 Serviços de Instalação do Coletor 2 VERBA 1 91.004 91.004 3 Coletor 3 - - - - 3.1 Instalação do Coletor 3 VERBA 1 2.677.781 2.677.781 3.2 Serviços de Instalação do Coletor 3 VERBA 1 91.004 91.004

Tabela 27 – PPU Contrato de Serviços com receita líquida em moeda local

O valor de cada item das PPUs é devido pela PETROBRAS a partir do momento em que a

CONTRATADA atinge determinado critério de medição que, por sua vez, representa uma

espécie de fator gerador que dá o direito da empresa de emitir a fatura.

Este fator gerador de cumprimento das obrigações financeiras é chamado de Critério de

Mediçao porque a PETROBRAS mede todos os seus contratos com fornecedores em regime

mensal que se inicia no 26º (vigésimo sexto) dia do mês anterior até o 25º (vigésimo quinto)

dia do mês de competência. Os itens das planilhas de preço concluídos dentro deste período

estão elegíveis para cobrança em um único faturamento. Os critérios de medição de cada

contrato estabelecem que:

62

• Contrato de Afretamento

o Item 01: a Taxa de Mobilização da Embarcação será devida no momento em

que a Embarcação estiver disponível para a PETROBRAS e liberada por todas

as autoridades competentes;

o Item 02: a Taxa de Afretamento da Embarcação será devida de acordo com o

critério a seguir:

� 33% ao término da instalação do Coletor 1;

� 33% ao término da instalação do Coletor 2; e

� 34% ao término da instalação do Coletor 3.

o Item 03: a Taxa de Stand by será paga por dia de paralisação das atividades da

Embarcação, pro rata, por responsabilidade imputada somente à

PETROBRAS.

• Contrato de Serviços

o Qualquer item da PPU de serviços somente será medido após a aceitação da

instaladora do respectivo Coletor nas coordenadas, azimutes e inclinações

corretas.

Dos critérios de medição do Contrato, depreende-se que, além de iniciar o recebimento da

receita a partir da chegada e aceite da Embarcação no país, a CONTRATADA poderia

realizar uma análise de rentabilidade por serviço de instalação de Coletor, pois cada um deles

possui receita individual claramente identificada, bastando apenas que a mesma consiga

realizar o controle de custo por objeto de receita. Uma vez que o controle de custos é feito

para todo o empreendimento, a empresa perde essa oportunidade de observar a margem

individual por serviço realizado, o que poderia ser uma excelente fonte de informação para

alimentar de volta o Departamento Comercial no desenvolvimento de novas propostas.

63

6 RESULTADO DA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

Este Capítulo é iniciado com o resultado financeiro do Projeto conforme computado e

reportado pela CONTRATADA ao GRUPO. Em seguida, o desempenho do projeto será

simulado conforme cada modelo de custeio ABC explicado no Capítulo 3 de Metodologia. A

métrica para comparação entre a forma corrente de controle dos custos e os modelos

propostos será a margem líquida do Projeto (em forma percentual), quando já foram

descontados os custos de overhead. Por último, o verdadeiro lucro econômico do

empreendimento será aferido após avaliação do efeito que o gerenciamento do Contas a

Receber do Projeto teve sobre seu valor econômico adicionado – EVA.

64

6.1 CUSTEIO E DESEMPENHO ATUAL DO PROJETO

Custeio e Desempenho do Projeto Valores Líquidos em R$ Planilha de Controle Atual Objetos de Custo Projeto Coletor 1 Coletor 2 Coletor 3 Total Elementos de Receita Líquida 15.504.782 10.687.192 10.927.144 37,119,119 A - Receitas do Contrato de Afretamento 7.918.407 7.918.407 8.158.359 23,995,173 A1 - Taxa de mobilização da Embarcação 1.822.982 1.822.982 1.878.224 5,524,188 A2 - Taxa de afretamento da Embarcação 6.095.425 6.095.425 6.280.135 18,470,985 A3 - Taxa de stand by - - - - B - Receitas do Contrato de Serviços 7.586.375 2.768.785 2.768.785 13,123,946

B1.1 - Instalação do Coletor 1 6,958,874 - - 6,958,874

B1.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 1 627,501 - - 627,501

B2.1 - Instalação do Coletor 2 - 2,677,781 - 2,677,781

B2.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 2 - 91,004 - 91,004

B3.1 - Instalação do Coletor 3 - - 2,677,781 2,677,781

B3.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 3 - - 91,004 91,004

Elementos de Custo - - - -

CD - Custos Diretos - - - -25,545,189

CD1 - Homem-hora - - - -1,544,342

CD2 - Aquisições - - - -3,037,583

CD3 - Subcontratações - - - -575,135

CD4 - Logística - - - -1,553,232

CD5 - Instalação - - - -15,772,977

CD6 - Custos Financeiros - - - -3,061,920

Desempenho do Projeto - - - 11,573,929

CI - Custos Ind. (overhead global e local) - - - -4,083,103

3% overhead global - - - -1,113,574

8% overhead local - - - -2,969,529

Resultado Líquido do Projeto - - - 7,490,826

Margem Líquida do Projeto 20%

Tabela 28 – Custeio e Desempenho Atual do Projeto

O CDP final do Projeto apresentou uma margem líquida de 20% (vinte por cento) o que

representa um resultado extraordinário para a organização que pratica em média o valor de

10% (dez por cento) em suas propostas comerciais. O Desempenho do Projeto (antes do

overhead) em termos percentuais é ainda mais expressivo: 31%.

Entretanto, como será discutido nas próximas seções, este resultado poderia ser ainda melhor

caso o valor correto relativo aos custos indiretos sejam alocados na contabilidade do Projeto.

65

O objetivo da simulação do custeio baseado em atividades neste estudo de caso é observar se

o encargo de R$ -2,969,529 é um valor sobre-elevado ou subestimado quando comparado aos

custos dos recursos utilizadas pelas atividades administrativas que foram de fato consumidas

pelo Projeto. Vale destacar que o valor em discussão se refere à taxação dos 8% sobre a

receita líquida e não ao montante total do overhead de R$ -4,083,103, devido às limitações

práticas de extrapolar o modelo para toda a organização e, com isso, contemplar o overhead

global.

Outra leitura importante a ser feita do CDP atual do Projeto se refere à associação da receita

aos objetos de custo (Coletores), mas o mesmo não ocorre com os custos, o que inviabiliza a

avaliação de desempenho – ou cálculo de rentabilidade – por serviço prestado.

66

6.2 CUSTEIO E DESEMPENHO DO PROJETO: MODELO 1 Custeio e Desempenho do Projeto Valores Líquidos em R$ ABC via Direcionador de Tempo Contínuo Objetos de Custo Projeto Coletor 1 Coletor 2 Coletor 3 Total Elementos de Receita Líquida 15,504,782 10,687,192 10,927,144 37,119,119 A - Receitas do Contrato de Afretamento 7,918,407 7,918,407 8,158,359 23,995,173 A1 - Taxa de mobilização da Embarcação 1,822,982 1,822,982 1,878,224 5,524,188 A2 - Taxa de afretamento da Embarcação 6,095,425 6,095,425 6,280,135 18,470,985 A3 - Taxa de stand by - - - - B - Receitas do Contrato de Serviços 7,586,375 2,768,785 2,768,785 13,123,946

B1.1 - Instalação do Coletor 1 6,958,874 - - 6,958,874

B1.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 1 627,501 - - 627,501

B2.1 - Instalação do Coletor 2 - 2,677,781 - 2,677,781

B2.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 2 - 91,004 - 91,004

B3.1 - Instalação do Coletor 3 - - 2,677,781 2,677,781

B3.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 3 - - 91,004 91,004

Elementos de Custo

CD - Custos Diretos -10,312,199 -7,423,988 -7,809,002 -25,545,189

CD1 - Homem-hora -689,954 -427,194 -427,194 -1,544,342

CD2 - Aquisições -1,089,883 -781,343 -1,166,357 -3,037,583

CD3 - Subcontratações -202,128 -186,504 -186,504 -575,135

CD4 - Logística -776,616 -388,308 -388,308 -1,553,232

CD5 - Instalação -6,309,191 -4,731,893 -4,731,893 -15,772,977

CD6 - Custos Financeiros -1,244,428 -908,746 -908,746 -3,061,920

Desempenho do Projeto 5,192,583 3,263,204 3,118,142 11,573,929

CI - Custos Ind. (overhead global e local) -378,615 -367,479 -367,479 -1,113,574

3% overhead global -378,615 -367,479 -367,479 -1,113,574

8% overhead local - - - -

CI - Custos Ind. (overhead local - ABC �t) -580,903 -563,818 -563,818 -1,708,539

Administração da Base Costeira -46,186 -44,827 -44,827 -135,840

Administração do Escritório do Rio -10,464 -10,156 -10,156 -30,775

Departamento Comercial -24,006 -23,299 -23,299 -70,604

Engenharia -44,360 -43,055 -43,055 -130,469

Departamento de Finanças e Contabilidade -84,074 -81,602 -81,602 -247,278

Departamento de Recursos Humanos -74,649 -72,453 -72,453 -219,556

Departamento de TI -38,805 -37,663 -37,663 -114,132

Departamento Jurídico -14,001 -13,589 -13,589 -41,179

Departamento de Operações -63,451 -61,585 -61,585 -186,620

Departamento de Qualidade -33,618 -32,629 -32,629 -98,875

Departamento de SMS -25,329 -24,584 -24,584 -74,496

Departamento de Suprimentos -31,147 -30,231 -30,231 -91,608

Departamento de Suporte Técnico -26,644 -25,860 -25,860 -78,363

Departamento de Propostas Comerciais -64,173 -62,285 -62,285 -188,743

Resultado Líquido do Projeto 4,233,065 2,331,907 2,186,845 8,751,817

Margem Líquida do Projeto 24%

Tabela 29 – Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 1

67

Por meio dos critérios de medição, apresentados no Capítulo 5, foi estabelecida a forma como

a receita total seria distribuída por Coletores ou Objeto de Custo. Com exceção dos itens da

planilha de preços de serviços, cujos valores estão diretamente atribuídos a cada um dos

Coletores, as demais receitas foram distribuídas conforme o critério de medição da PPU de

Afretamento, como pode ser visto abaixo:

PPU do Contrato de Afretamento Percentuais por Objeto de Custo Projeto Itens da Planilha de Preços COLETOR 1 COLETOR 2 COLETOR 3 TOTAL

Taxa de Mobilização da Embarcação 33% 33% 34% 100% Taxa de Afretamento da Embarcação 33% 33% 34% 100% Taxa de Stand by

Tabela 30 – Distribuição da receita por Objeto de Custo

A taxa de Stand by não está sendo considerada nas análises, pois se refere a um pagamento

eventual cuja ocorrência do fato gerador não depende da CONTRATADA e não faz parte do

escopo de contratação. Sua importância reside no processo licitatório onde vence a licitante

que apresente o menor valor total das propostas, que, por sua vez, contempla o valor total do

Stand by. De forma a estabelecer condições equânimes para todas as ofertas, a PETROBRAS

estabelece o número de 30 (trinta) como o total de dias que, multiplicados pela taxa diária,

definirá o valor total de Stand by. Esta medida força as licitantes a serem mais competitivas

ao definiram a taxa diária de suas embarcações ofertadas.

Não havendo um critério pré-determinado pela empresa para controlar os custos por Objetos

de Custo, o modelo 1 – que estabelece um direcionador de custo por tempo para todas as

atividades, sejam elas consumidas pelo Projeto ou não – foi montado para que os custos,

sejam eles diretos ou indiretos, fossem distribuídos por Centro de Custo de acordo com

determinadas premissas.

Alguns dos custos diretos possuem uma relação causal específica com um ou outro Coletor e

para outros custos, foi necessária a arbitragem na definição dos percentuais que iriam carregar

68

cada Objeto de Custo. A tabela abaixo traz alguns exemplos da distribuição de alguns custos

diretos.

Elementos de Custo CD - Custos Diretos Percentuais por Objeto de Custo Projeto

CD1 - Homem-hora COLETOR 1 COLETOR 2 COLETOR 3 TOTAL CD1.1 - Gerenciamento do Projeto 40% 30% 30% 100% CD1.2 - Engenharia do Projeto 40% 30% 30% 100% CD1.3 - Engenharia de Instalação 50% 25% 25% 100%

CD2 – Aquisições CD2.6 – Flutuadores 50% 0% 50% 100%

Tabela 31 – Exemplos da distribuição dos custos diretos por Objeto de Custo

A atribuição de 40% do custo total em homem-hora de gerenciamento de projeto ao Coletor 1

se deve ao fato deste ser o equipamento mais crítico em termos de segurança nas operações, o

que demandou um número maior de análises e acompanhamento pelo time do projeto, mas

não uma dedicação tão maior que lhe distancie mais do que os 30% atribuídos para os outros

dois. Com relação à Engenharia de Instalação, no entanto, o projeto de engenharia dos

Coletores 2 e 3 sendo muito similares, fez com que o time de engenharia da CONTRATADA

dedicasse aproximadamente 50% do seu tempo para cada tipo de instalação, pois as condições

de contorno entre esses Coletores são muito próximas. Quanto ao exemplo dado em

Aquisições, este item reflete uma relação direta entre recurso e centro de custo, pois apenas o

Coletor 2 não se utilizou dos flutuadores durante as operações.

Em virtude da própria condição de modelagem do ABC por direcionador de custo por tempo

(atribuição proporcional de todos os custos gerias independente se consumidos pelas

atividades do Projeto), os custos indiretos foram distribuídos conforme critério de medição

para faturamento da PPU de Afretamento: 33%, 33% e 34%.

Os resultados da simulação do custeio do Projeto pelo ABC via Modelo 1 demonstra que a

CONTRATADA poderia apresentar resultados ainda melhores para a organização. A

69

identificação das atividades de sustentação local da organização, o cálculo do seu custo, a

definição de suas frequências de ocorrência e, por fim, o estabelecimento de uma

proporcionalidade para carregar os custos dessas atividades ao Projeto, considerando seu peso

em termos de receita e prazo de execução no portfolio de projetos da CONTRATADA, um

valor de um overhead local inferior àquele computado pela taxação arbitrária de 8% sobre a

receita líquida do Projeto. Com a aplicação do ABC conforme o Modelo 1, a margem líquida

do Projeto saltaria de 20% para 24%, contribuindo para a geração de informações mais

precisas sobre a geração de valor por projetos para a organização.

70

6.3 CUSTEIO E DESEMPENHO DO PROJETO: MODELO 2 Custeio e Desempenho do Projeto Valores Líquidos em R$ ABC via Direcionador de Custo Objetos de Custo Projeto Coletor 1 Coletor 2 Coletor 3 Total Elementos de Receita Líquida 15,504,782 10,687,192 10,927,144 37,119,119 A - Receitas do Contrato de Afretamento 7,918,407 7,918,407 8,158,359 23,995,173 A1 - Taxa de mobilização da Embarcação 1,822,982 1,822,982 1,878,224 5,524,188 A2 - Taxa de afretamento da Embarcação 6,095,425 6,095,425 6,280,135 18,470,985 A3 - Taxa de stand by - - - - B - Receitas do Contrato de Serviços 7,586,375 2,768,785 2,768,785 13,123,946

B1.1 - Instalação do Coletor 1 6,958,874 - - 6,958,874

B1.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 1 627,501 - - 627,501

B2.1 - Instalação do Coletor 2 - 2,677,781 - 2,677,781

B2.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 2 - 91,004 - 91,004

B3.1 - Instalação do Coletor 3 - - 2,677,781 2,677,781

B3.2 - Serviços de Eng. para o Coletor 3 - - 91,004 91,004

Elementos de Custo

CD - Custos Diretos -10,312,199 -7,423,988 -7,809,002 -25,545,189

CD1 - Homem-hora -689,954 -427,194 -427,194 -1,544,342

CD2 - Aquisições -1,089,883 -781,343 -1,166,357 -3,037,583

CD3 - Subcontratações -202,128 -186,504 -186,504 -575,135

CD4 - Logística -776,616 -388,308 -388,308 -1,553,232

CD5 - Instalação -6,309,191 -4,731,893 -4,731,893 -15,772,977

CD6 - Custos Financeiros -1,244,428 -908,746 -908,746 -3,061,920

Desempenho do Projeto 5,192,583 3,263,204 3,118,142 11,573,929

6,936,312

CI - Custos Ind. (overhead global e local) -378,615 -367,479 -367,479 -1,113,574

3% overhead global -378,615 -367,479 -367,479 -1,113,574

8% overhead local - - - -

CI - Custos Ind. (overhead local - ABC �t) -484,247 -470,005 -470,005 -1,424,257

Administração da Base Costeira -12,986 -12,604 -12,604 -38,195

Administração do Escritório do Rio -4,629 -4,493 -4,493 -13,616

Departamento Comercial -6,644 -6,449 -6,449 -19,542

Engenharia - - - -

Departamento de Finanças e Contabilidade -62,440 -60,604 -60,604 -183,648

Departamento de Recursos Humanos -68,509 -66,494 -66,494 -201,496

Departamento de TI -9,167 -8,897 -8,897 -26,961

Departamento Jurídico -19,579 -19,003 -19,003 -57,585

Departamento de Operações -43,110 -41,842 -41,842 -126,794

Departamento de Qualidade -58,009 -56,303 -56,303 -170,614

Departamento de SMS -56,863 -55,191 -55,191 -167,244

Departamento de Suprimentos -49,645 -48,185 -48,185 -146,015

Departamento de Suporte Técnico -10,690 -10,375 -10,375 -31,441

Departamento de Propostas Comerciais -81,976 -79,565 -79,565 -241,105

Resultado Líquido do Projeto 4,329,721 2,425,720 2,280,658 9,036,099

Margem Líquida do Projeto 24%

Tabela 32 – Custeio e Desempenho do Projeto: Modelo 2

71

O Modelo 2 da simulação do custeio baseado em atividades representa de forma mais fiel a

metodologia ABC, uma vez que nele foram computadas apenas as atividades efetivamente

consumidas pelos objetos de custo. O custo dos recursos associados a essas atividades foram

rastreados para o Projeto por direcionadores de custo que representam a relação causal entre

elas e os Objetos de Custo.

É curioso notar que ambos os modelos apresentaram um incremento semelhante na margem

líquida do projeto (24% - 20% = 4%), o que nos permite inferir, limitados à abrangência deste

estudo de caso, que projetos desta natureza na CONTRATADA poderiam apresentar um

resultado financeiro líquido melhor caso houvesse ali um sistema de custeio baseado em

atividades para melhor endereçar os custos indiretos.

Em virtude da limitação do ABC em tratar o custo de capital, não se pode inferir se o lucro

apresentado pelo Projeto é um verdadeiro lucro econômico e, por conseguinte, o

empreendimento está adicionando valor à organização. Pelo menos, não até o presente estágio

deste trabalho.

6.4 ANÁLISE DO CUSTO DE CAPITAL VIA FLUXO DE CAIXA

O Custo de Capital pode ser definido como a taxa mínima de retorno esperada por uma

companhia para aplicar em outro investimento de risco equivalente. É o custo de oportunidade

dos recursos empregados (Downes & Goodman, 1993. apud BUENO 2010). Ele é calculado

pelas companhias com base no nível das taxas de juros e inflação, no risco soberano do país

onde estão sendo feitos os negócios, na avaliação do risco inerente do mesmo e com base no

risco financeiro da estrutura de capital da empresa (BUENO 2010).

72

Isto posto, o GRUPO entende que o Custo de Capital Próprio da CONTRATADA em suas

operações no Brasil é de 11%, de forma a remunerar o capital dos acionistas tendo em vista o

risco das operações.

O elemento de custo de capital em análise neste estudo de caso será o Contas a Receber

(Account Receivables) do Projeto que, conforme mencionado no Capítulo 4, demorou a

receber os valores de receita conforme cronograma financeiro original.

6.4.1 Fluxo de Caixa Real do Projeto

O modelo para análise do impacto do custo de capital no resultado financeiro do Projeto

tomará como base a média do fluxo de caixa ao longo dos 6 meses de duração do

empreendimento que, multiplicado pelo Custo de Capital Próprio para financiar as operações,

representará o Custo de Capital do Projeto.

A tabela abaixo traz o Fluxo de Caixa Real do Projeto. Observa-se que para o cálculo do

EVA, os impostos foram calculados proporcionalmente à receita em moeda local, pois os

valores do Contrato de Afretamento são isentos de tributação.

73

R$ mil Receita Bruta

Impostos CD

Operac. CD

Interco CI

(overhead) Saldo Total Mês

Mês 1 - - -2.088 - - -2.088 -2.088

Mês 2 - - -5.177 -7.304 -1.891 -16.459 -14.371

Mês 3 - - -456 -8.469 -2.192 -27.576 -11.117

Mês 4 24.297 - -195 - - -3.474 24.102

Mês 5 14.485 -1.664 -1.133 - - 8.215 11.689

Mês adic. - - -724 - - 7.491 -724

SOMA 38.783 -1.664 -9.772 -15.773 -4.083 -33.890 -

MÉDIA - - - - - -5.648 -

( A ) Resultado Líquido do Projeto 7.491

Margem Líquida do Projeto 20%

( B ) Média geral do uso do capital próprio -5,648

( C ) Custo do capital próprio 11%

( D ) = ( B ) * ( C ) Custo de capital do Projeto -621

( E ) = ( A ) + ( D ) EVA do Projeto 6,870

Margem EVA do Projeto 19%

Tabela 33 – Fluxo de Caixa Real do Projeto

O Projeto utilizou uma média de 5,6 milhões de reais de capital próprio por mês ao longo de

sua duração. Ao considerarmos o custo de oportunidade de 11%, concluímos que ao resultado

do projeto deve ser descontado o valor de R$ 621 mil em virtude do custo de capital do

empreendimento. A análise do valor econômico adicionado nos mostra a deterioração da

margem líquida para 19% e que a gestão do Contas a Receber da CONTRATADA, da forma

como realizada no Projeto, destruiu valor para a organização.

6.4.2 Fluxo de Caixa Simulado do Projeto (recebimento conf. cronograma original)

A simulação do fluxo de caixa do Projeto conforme cronograma financeiro planejado mostra

um EVA superior ao resultado operacional líquido após os impostos. Isto se dá pelo

financiamento da obra com o capital do cliente, caso o mesmo realizasse os pagamentos nas

datas corretas e de acordo com os critérios de medição estabelecidos em Contrato. O valor

74

positivo do custo de capital significa que ao liberar o caixa da companhia para outros fins que

não o financiamento dos custos do Projeto, a organização poderia ser remunerada a 11% sobre

este capital livre em outros investimentos de risco semelhante. Nesta situação hipotética, a

boa gestão do Contas a Receber do Projeto estaria agregando valor ao GRUPO,

potencializando a margem líquida em 2%.

Receita Bruta

Impostos CD

Operac. CD

Interco CI

(overhead) Saldo Total Mês

Mês 1 - - -2,088 - - -2,088 -2,088

Mês 2 24,433 - -5,177 -7,304 -1,891 7,974 10,062

Mês 3 14,350 - -456 -8,469 -2,192 11,207 3,232

Mês 4 - - -195 - - 11,011 -195

Mês 5 - -1,664 -1,133 - - 8,215 -2,796

Mês adic. - - -724 - - 7,491 -724

SOMA 38,783 -1,664 -9,772 -15,773 -4,083 43,811 -

MÉDIA 7,302 -

( A ) Resultado Líquido do Projeto 7.491

Margem Líquida do Projeto 20%

( B ) Média geral do uso do capital próprio 7,302

( C ) Custo do capital próprio 11%

( D ) = ( B ) * ( C ) Custo de capital do Projeto 803

( E ) = ( A ) + ( D ) EVA do Projeto 8,294

Margem EVA do Projeto 22%

Tabela 34 – Fluxo de Caixa Simulado do Projeto

75

7 CONCLUSÕES

Os trabalhos acadêmicos estão repletos de menções a crescente competividade em escala

global a que estão submetidas as empresas. Não são raras as menções a gurus da gestão como

Porter (1989), que defende que a base da vantagem competitiva, no atual ambiente de

negócios, está no baixo custo e na diferenciação.

Apesar do lugar comum, este discurso encontra ressonância no ambiente de negócios da

indústria do Petróleo e Gás, especialmente no Brasil, com a demanda governamental para que

as empresas de petróleo operem cada vez mais com um conteúdo local maior. As pressões

ambientais para que as atividades de lavra e produção de hidrocarbonetos sejam mais seguras

só aumentam a necessidade de uma maior profissionalização e governança no dia a dia dessas

empresas. A necessidade de atender a um crescente número de requisitos governamentais e da

sociedade não pode resultar em um aumento insustentável dos custos operacionais de forma

que inviabilize o negócio ou o torne vulnerável ao surgimento de novas tecnologias mais

baratas de produção de energia. Este ambiente de pressão fiscalizatória e competição

empresarial exige que as empresas sejam geridas de forma cada vez mais eficiente.

O sistema de custeio baseado em atividades (ABC) e a análise do valor econômico adicionado

(EVA) são ferramentas de gestão que se propõem a este fim. Na medida em que a

implantação de tais sistemas em empresas de óleo e gás é um assunto pouco explorado no

76

mundo real dos negócios e também pelo lado acadêmico, este trabalho buscou jogar luz sobre

o tema por meio da simulação de alguns modelos da metodologia ABC e do EVA no

resultado financeiro em um projeto de prestação de serviços na indústria.

Os resultados apresentados nos capítulos anteriores deste trabalho demonstram haver margem

para o debate quanto à aplicação de ferramentas mais adequadas de controladoria orientadas

para decisões gerenciais na indústria de prestação de serviços no óleo e gás.

7.1 APLICAÇÃO DO ABC NO PROJETO

Como todo estudo de caso, não é possível inferir mais do que os limites do caso estudado e

dos resultados obtidos nas análises (BUENO 2010). Entretanto, a montagem de modelos

simplificados da metodologia ABC tornou viável a discussão quanto à aplicabilidade de um

taxa arbitrária para a cobertura dos custos locais de sustentação da organização, pelo menos

para esta empresa em tela.

Oriunda do ambiente fabril, que nas últimas décadas observou seus custos indiretos crescerem

significativamente enquanto que a mão-de-obra direta era substituída por novas tecnologias, a

metodologia ABC não ganhou relevância na indústria de serviços. Semelhantemente, poucas

são as referências, seja na academia ou no mercado, da aplicação da tal método no controle de

custos de projetos, principalmente em projetos de prestação de serviços na indústria do

Petróleo.

Neste tipo de projeto, a composição majoritária dos custos totais são custos diretos.

Considerando o Projeto, objeto deste estudo de caso, a relação do CD gira em torno de 90%

dos custos totais, o que pode nos levar a falsa conclusão de que os custos indiretos são

irrelevantes.

77

Em linha com a contextualização apresentada no Capítulo 1, o aumento da competitividade

nos negócios foi sentida de forma muito clara pela CONTRATADA durante o processo

licitatório do Projeto em análise. A empresa já havia executado outro projeto similar há 2 anos

quando venceu uma licitação da PETROBRAS para instalação de 1 Coletor com uma

diferença de preço de exatos 200% para o segundo colocado e único competidor.

Após 2 licitações similares a concorrência cresceu com a chegada de novos players e a

CONTRATADA venceu a licitação de 2010 com um preço de aproximadamente R$ 38

milhões onde a sua diferença para o segundo colocado foi de R$ 1,3 milhão. Considerando o

overhead de 8% sobre a receita líquida para a cobertura dos custos locais de sustentação da

organização, o custo técnico total do Projeto foi acrescido em R$ 2,9 milhões. Caso este

percentual de overhead local fosse de 11,6%, o custo seria majorado em R$ 4,3 milhoes ( 4,3

> 2,9 + 1,3 = 4,2) e a CONTRATADA haveria perdido a licitação.

Este trabalho também tem como objetivo específico inferir os resultados obtidos no estudo de

caso e levantar questões para o aprofundamento do tema em futuros projetos e trabalhos

acadêmicos. Dessa forma, sugere-se reavaliar o conceito de que a metodologia ABC é melhor

aplicada apenas em empresas que possuam elevados custos indiretos e produção diversificada

em função das razões abaixo elencadas:

• O custo de implementação do ABC é significativamente alto em grandes empresas de

manufatura em função da complexidade de seus processos, grande compartilhamento

de recursos e diversificação na produção;

• Tão significativo quanto o custo de implantação, o ABC exige um alto custo na sua

manutenção devido à necessidade de alterações em premissas obtidas muitas vezes em

entrevistas e que se tornam obsoletas em um curto espaço de tempo. As mudanças

78

ocorridas no negócio muitas vezes levarão a grandes reprogramações nos sistemas de

informação para geração dos dados do ABC;

• Em virtude da baixa incidência dos custos indiretos em projetos similares ao

analisado, e da baixa complexidade das atividades de sustentação da organização em

companhias deste porte, o projeto de implantação da metodologia ABC se torna menos

dispendioso e complexo.

A utilização de percentuais fixos para cobertura do overhead por parte da empresa remonta ao

conceito do BDI (Budget Difference Income), também conhecido como Benefícios e Despesas

Indiretas. O BDI é muito utilizado pela indústria da construção civil e, por definição, é

destinado a cobrir as despesas indiretas de um empreendimento. No entanto, a sua

composição também leva em consideração um mark up, de forma que a sua multiplicação

junto ao custo direto total orçado nos leva ao preço líquido de venda. Dito de outra forma, o

BDI acaba por misturar um critério de custeio com margem de lucro, o que não possibilita a

clara identificação do retorno financeiro esperado pelos empreendedores.

Esta ilação quanto à forma de enxergar um elemento de custo como também um elemento de

lucro, encontra eco na gestão do GRUPO devido a uma métrica avaliada pelo seu corpo gestor

em todas as revisões de desempenho dos projetos: a Contribuição.

A Contribuição é um valor monetário reportado por um projeto para o GRUPO que é

composto pela cobertura do custeio da empresa, valores intercompanies a serem remetidos

para a matriz e o lucro ou prejuízo. Fazem parte da Contribuição, os seguintes elementos:

• WBR – total em taxas diárias das embarcações e suas tripulações;

• Aluguel de equipamentos do GRUPO;

• Lucro ou prejuízo;

79

• Overhead.

Ao rastrear as atividades de sustentação da organização, efetivamente utilizadas pelo Projeto,

este trabalho pretende separar provisões de custeio dos valores que irão compor o resultado do

projeto e, assim, contribuir na melhor governança da gestão de custos e resultados das

empresas.

7.2 APLICAÇÃO DO EVA NO PROJETO

O EVA calcula o real lucro econômico de um negócio, quando subtraído do lucro operacional

após os impostos, o custo do capital nele empregado. É uma excelente ferramenta de gestão

principalmente em negócios com muita dependência de capital próprio ou de terceiros, além

de forçar os gestores a administrar os empreendimentos com o foco na geração de valor, pois

se preocuparão até em elaborar estratégias que reduzam a carga tributária incidente.

Para o Projeto em análise, o EVA poderia não representar ganho significativo por

praticamente não depender de capital próprio local para execução de suas operações. O

grande ativo empregado é a Embarcação cuja taxa diária (WBR) já contempla uma

remuneração ao capital empregado.

O custo estimado de financiamento para a empresa é de 7,5%. O GRUPO se financia com

35% de capital próprio e 65% com capital de terceiros. O custo do financiamento do capital

próprio é, naturalmente, maior do que o financiamento com capital de terceiros (11,27% vs

5,42%). Sendo assim, o cálculo do WACC é representado pela fórmula abaixo:

• 35%*11,27% + 65%*5,42% = 7,47% (7,5%).

80

Um exemplo de como é calculada a taxa diária de uma embarcação do GRUPO é apresentado

abaixo:

Sendo o NBV = $ 300,000; taxa = 7,5%; prazo = 3 anos; teremos um WBR = $ 115,361,

onde:

Ano WBR Capital Juros 1 $ 115,361 $ 92.861 $ 22.500 2 $ 115,361 $ 99.826 $ 15.535 3 $ 115,361 $ 107.313 $ 8.048

Total $ 346.084 $ 300.000 $ 46.084

Tabela 35 – Exemplo da composição do WBR

Os demais custos relevantes do Projeto são custos diretos (CD) que compõem 86% do Custo

Total (CT), sendo 62% do CD composto por valores de tranfer price entre a CONTRATADA

e o GRUPO para pagamento do WBR. Os custos de capital relativos à operação da empresa

no Brasil são pequenos e cobrados ao projeto indiretamente pela cobertura do overhead local

a 8% sobre a receita líquida.

Isto posto, o custo de capital dentro da esfera de controle da CONTRATADA, que bem

gerenciado poderá agregar valor ao negócio, é o custo do capital próprio no Contas a Receber

e a Pagar. Sendo o Projeto, um empreendimento de baixos volume e valor de aquisições, resta

o Contas a Receber como área de atuação do corpo gestor local a fim de evitar a deterioração

do resultado por atrasos no recebimento e consequente destruição de valor para o acionista.

O resultado da Análise do Custo de Capital Via Fluxo de Caixa, como mostrado no Capítulo

6, apresenta um custo de capital no projeto de R$ 621.322. Esta perda, que deveria ser

computada no resultado final do Projeto, se deve ao atraso em 2 meses no fluxo de

pagamentos por parte do cliente. Apesar dos critérios definidos em Contrato, do processo de

81

medição e do faturamento entre Contratadas e PETROBRAS serem procedimentos

estruturados e seguidos há bastante tempo, sabe-se que uma gestão ativa sobre os contratos e

o desenvolvimento do relacionamento junto ao cliente são ações fundamentais para a redução

dos problemas com contas a receber.

O Gerente de Projetos (GP) da CONTRATADA é aquele não apenas responsável pelo

planejamento, monitoramento e controle da execução, mas também por gerenciar o Contrato

junto ao cliente e por estabelecer uma boa relação de confiança e de colaboração. Em muitos

projetos, a depender do dimensionamento do time, o GP precisa optar por se dedicar à

condução do Projeto em detrimento a uma maior supervisão sobre os eventos contratuais,

como a cobrança junto a PETROBRAS para emissão do relatório de medição.

O nível de informação gerado por uma análise simples do EVA realizada no fluxo de caixa do

Projeto permitiria ao corpo gestor concluir que a alocação de um recurso, que custe a empresa

um valor mensal de R$ 20 mil (salário + encargos), na coordenação deste Contrato, de forma

que os prazos para emissão dos relatórios de medição fossem cumpridos, representaria a

eliminação do custo de capital ao projeto na seguinte monta:

Elemento de custo R$ Custo de Capital no Projeto - 621.322 Custo mensal do recurso 20.000 Total de meses x 6 Custo total do recurso 120.000 Custo de Capital evitado - 501.322

Tabela 36 – Custo de Capital evitado

82

7.3 CONCLUSÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo avaliar as contribuições do ABC no Projeto; verificar a

praticidade da metodologia neste tipo de empreendimento e sua capacidade de melhor

evidenciar os custos indiretos. Destinou-se também apresentar os efeitos da análise do fluxo

de caixa do Projeto, utilizando conceitos de valor econômico adicionado e buscando verificar

o seu verdadeiro lucro econômico.

Os resultados dos modelos simulados demonstram haver espaço para o aprofundamento do

tema em futuros trabalhos de pesquisa ou mesmo com um possível projeto piloto de

implantação de um modelo ABC, buscando validar os indícios de que a cobrança do overhead

como é feita hoje, sobrecarrega o desempenho de projetos similares ao analisado e prejudica a

competitividade das propostas comerciais.

Por fim, a análise do EVA buscou trazer luz ao tema do custo do capital não observado pelo

menos pela média gerência da organização; o foco na redução do custo operacional apenas

não é garantia de geração de valor e os gestores precisam ser avaliados pelo custo do capital

incorrido ou utilizado nas operações sob suas responsabilidades, pois somente assim, ter-se-á

a correta métrica para a criação de riqueza na empresa.

83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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86

APÊNDICE A – GRUPOS DE RECURSOS / CUSTOS

Grupos de Recursos / Custos

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87

APÊNDICE B – PROCESSOS DE NEGÓCIOS

Overhead Entrevistado # de atividades• Administração da Base Costeira Gerente de Operações da Base �*• Administração do Escritório do Rio Coordenador Administrativo do Escrit. ��• Departamento Comercial Analista de Custos de Propostas �*• Engenharia Gerente de Engenharia 8• Departamento de Finanças e Contabilidade Controller da Região *8• Departamento de Recursos Humanos Gerente de Recursos Humanos �5• Departamento de TI (Tecnologia da Informação) Gerente de TI �2• Departamento Jurídico Diretor Jurídico 8�• Departamento de Operações Gerente de Operações da Base �2• Departamento de Qualidade Gerente de Qualidade ��• Departamento de SMS (Saúde, Meio-amb. e Seg.) Coordenador de SMS 3*• Departamento de Suprimentos Gerente de Suprimentos �3• Departamento de Suporte Técnico Engenheiro de Suporte Técnico �7• Departamento de Propostas Comerciais Analista de Custos de Propostas 3

14 302 TOTAL

88

APÊNDICE C – GRUPO DE ATIVIDADES & ATIVIDADES

Processos de Negócios, Grupos de Atividades e Atividades

Legenda de cor:Processos de Negócios 14

Grupo de Atividades 54Atividades 302

• Administração da Base Costeira PNOperações de Mergulho GA

Gestão do Depto e Pessoal AGestão dos Equipamentos AROTA / Escala AInterface Interna AElaboração de Procedimentos A

ROV & Survey GAGestão do Depto e Pessoal AGestão dos Equipamentos AROTA / Escala AInterface Interna AElaboração de Procedimentos A

Lançamento de Linhas GAGestão do Depto e Pessoal AGestão dos Equipamentos AROTA / Escala AInterface Interna AElaboração de Procedimentos A

Apoio Marítimo GAGestão do Depto e Pessoal AGestão dos Equipamentos AROTA / Escala AInterface Interna AElaboração de Procedimentos A

Logística de Pessoal GAGestão do Depto e Pessoal AROTA / Escala AInterface Interna A

• Administração do Escritório do Rio PNDespesas Prediais GA

Despesas prediais gerais AReformas e mudanças AOutros A

Administração do Depto Rio GAGestão do Depto e Pessoal AAcessos e liberação de pessoal A

Serviços de Courier GASuporte a reformas e mudanças AServiços em Cartório AServiços de entrega e recebimento A

Serviços de Copeiragem GAServiços para o andar 1 AServiços para o andar 2 AServiços para o andar 3 AServiços para o andar 4 A

89

• Departamento Comercial PNProspecção GA

Interface com o Grupo AInterface com o cliente AEstudos de FEED A

Análise de Mercado GAAnálise de publicação e periódicos AParticipação em feiras e eventos AInterface com o Grupo AInterface com o cliente AInterface com fornecedores AInterface com os projetos AElaboração de apresentações e relatórios A

Comunicação Externa GAInterface com o Grupo AInterface com os fornecedores ADespesas de divulgação nas mídias A

Feiras e Eventos GAInterface com o Grupo AInterface com os organizadores AInterface com os fornecedores ADivulgação e mídia ADespesas com o evento A

Gestão do Depto GAInterface com o RH AInterface com o Grupo AFérias ATreinamentos ADefinição do budget A

• Engenharia PNAdministração do Departamento GA

Participação em Congressos e Seminários ATreinamentos AGestão do Departamento AInterface com o Grupo (Procedimentos, melhores práticas... A

• Departamento de Finanças e Contabilidade PNTesouraria GA

Relatórios e Controle do Fluxo de Caixa - Companhia ARelatórios e Controle do Fluxo de Caixa - Projetos ARotina de Pagamentos ARotina de Recebimentos A

Contabilidade GARegistros Contábeis ARevisão dos Registros Contábeis AAnálise e abertura das Contas Contábeis - Companhia AAnálise e abertura das Contas Contábeis - Projetos AAcompanhamento das Auditorias Internas AAcompanhamento das Auditorias Externas - Deloitte A

Relatórios Financeiros GAConsolidação dos Actuals e Forecasts APreparação relatórios mensais para a Diretoria e Companhia APreparação relatórios trimestr. para a Diretoria e Companhia AControle de Custos para outros Departamentos A

Tributário GAPlanning

Suporte às Licitações e Propostas Comerciais ADesenho Tributário das Operações em Propostas ADesenho Tributário das Operações em Projetos ASuporte aos Projetos ASuporte aos Contratos de Longo Prazo ASuporte ao Jurídico ARelatórios Tributários trimestrais (Tax Pack / Report) AInterface com o Grupo A

90

ComplianceCálculo de Imposto sobre Resultados ARecepção Fiscal A

Registro da NF no AduanaInterface com o Contas a Pagar

Faturamento Fiscal ACálculo dos Impostos sobre vendasEmissão de guias de recolhimentoInterface com o Contas a Pagar

Demonstratções Contábeis mensais ADeclaração IRDCTFSPED

Demonstratções Contábeis trimenstrais ADACON

Controles Internos GACompliance - Controle das Políticas Internas AInterface com o grupo sobre Controles Internos AAuditorias Internas A

Controladoria GAInterface com o grupo AAprovação dos pagamentos e revisão de docs financeiros AInterface com as áreas internas AInterface com os Projetos A

• Departamento de Recursos Humanos PNAdministração de Pessoal GA

Contratos de Trabalho ARelação com Sindicatos ARegistros e Controles de Férias, Pagamentos, Horas extras ADemissões A

Remuneração e Benefícios GAPlanos de Cargos e Salários APesquisa e definição de Tableas Salariais ADescrições Funcionais (pesos, nível, faixas etc.) APolíticas de Movimentação ABenefícios Legais (adicionais offshore, plano de saúde etc.) ABenefícios Adicionais (PLR, Bonus) A

Vistos GANegociação e contratação do agente AInterface com o agente AProcesso de obtenção do visto para estrangeiros onshore AProcessos de expatriação A

Business Partner GAEstratégia A

Práticas de GestãoDesenvolvimento de PessoalInterface com o grupoSeleção e recrutamentoCarreiraPráticas de RH (Tabelas salariais, horas extras etc.)

Recrutamento e seleção ADefinição do processo de seleçãoDefinição das fontes de seleçãoProgramas de recompensaDesenvolvimento de Políticas, Procedimentos, formuláriosDescrição dos perfisMonitoramento e controle dos processos de seleçãoAcompanhamento / solicitação de pesquisas (eg HAYS)Interface com consultorias e fornecedores (clínicas etc.)Interface com o juríidicoInterface com os clientes internos (departamentos)

Treinamento e Desenvolvimento AAtendimento interno ao RHOrientação para avaliaçãoSuporte aos deptos para elaboração do plano de treinam.Suporte aos deptos para elaboração do plano de carreiraAtuação como advisor em nível gerencialOperacionalização dos treinamentosProgramas/políticas de incentivo desenv. (eg. GEDS)

91

Comunicação Interna AProgramas para a Qualidade de Vida / Bem estarProgramas para CulturaProgramas para SaúdeAtividades de integração interna (aniversário, tempo emp.)Programas de prêmios e brindesInterface com o grupo

• Departamento de TI (Tecnologia da Informação) PNCorporate GA

Interface para atendimento aos usuários (req. e problemas) AProcedimentos, padrões e atualizações ASeminários e encontros A

Suporte MAC GAAtendimento aos usuários (requisições e problemas) AGerenciamento da telefonia AGerenciamento de impressões AGerenciamento dos softwares AGerenciamento dos usuários AManutenção dos servidores A

Suporte RIO GAAtendimento aos usuários (requisições e problemas) AGerenciamento da telefonia AGerenciamento de impressões AGerenciamento dos softwares AGerenciamento dos usuários AManutenção dos servidores A

• Departamento Jurídico PNProcessos / Contencioso GA

Processos civis AProcessos trabalhistas AProcessos tributários A

Gerenciamento dos Escritórios de Adv GANegociação de honorários ASeleção final do Escritório ADefinir Estratégia ARevisar as peças ACobrar relatórios AElaborar relatórios A

Societária / Filial GAAlterações no Estatuto AEntrada na junta de novos registros ARevisar as atas AInterface e encaminhamento para a área fiscal AInterface com o grupo sobre alterações AConsularizar, notarizar, tradução juramentada AProcurações AConsórcios & JVs - negociações AConsórcios & JVs - minutas AConsórcios & JVs - autorização A

Contratos GAFornecedores

Análise T&Cs fornecedore AElaboração das minutas AFlowdown terms do cliente A

ClientesAnálise do ITT AElaboração do RAF AElaboração do ARF AParticipação dos Gateways AInterface com o grupo para aprovação do RAF e ARF AAnálise do Contrato AAprovação do Contrato ASuporte ao projeto durante execução do Contrato A

Seguros GAAnálise das cláusulas de seguro dos Contratos AInterface com o grupo sobre seguros AInterface com brokers ASeleção do broker ANegociação e contratação do seguro ASuporte ao projeto durante execução do Contrato A

92

Gestão do Departamento Jurídico GAInterface com o RH ASeleção de funcionários ACoaching AFérias ATreinamentos ADefinição do budget A

• Departamento de Operações PNEmbarcação PLSV 1 GA

Gestão dos recursos para o barco AInterface com o cliente ARelatórios internos e externos A

Embarcação PLSV 2 GAGestão dos recursos para o barco AInterface com o cliente ARelatórios internos e externos A

Embarcação DSV GAGestão dos recursos para o barco AInterface com o cliente ARelatórios internos e externos A

Embarcação PLSV 3 GAGestão dos recursos para o barco AInterface com o cliente ARelatórios internos e externos A

Embarcação RSV GAGestão dos recursos para o barco AInterface com o cliente ARelatórios internos e externos A

• Departamento de Qualidade PNGarantia da Qualidade GA

Elaboração da Hieraquia de Documentos APolítica da QualidadeManual da QualidadeProcedimentosInstruçõesFolhas de ProcessosFichas

Treinamentos, Seminários e Congressos AAuditorias Internas AAuditorias Externas AInterface com o Grupo A

Controle da Qualidade GAAnálise e avaliação dos documentos do projeto AElaboração dos PITs ADesenvolver o cronograma e coordenar as inspeções AInterface com terceiros AAprovação das inspeções e relatórios AElaboração dos Data Books A

• Departamento de SMS (Saúde, Meio-amb. e Seg.) PNSegurança GA

Administração da SegurançaAcompanhamento / atualização da legislação (nac e inter) AObtenção de dados para alimentação de sistemas ARelatórios periódicos para Ministério do Trabalho ARelatórios periódicos para clientes AElaboração de documentos da companhia PPRA PCMSO AControle da documentação AReuniões com clientes AElaboração de procedimentos A

Manutenção e Controle da SegurançaAuditorias AInspeções AVisitas às operações ATreinamentos ACaminhadas de Segurança AControle e Monitoramento

das Diretrizes de HSE Ado Planejamento de HSE Adas Atividades Offshore APlanos de Trabalho ADocumentos dos Contratos / Projetos APTs para as atividades AVistorias e auditorias A

93

Gerenciamento de RiscosAnálise de Riscos Global AAnálise de Riscos das Tarefas AInterface com o Grupo AAnálise de Falhas - FMECA

Processos APessoas AEquipamentos A

Meio-ambiente GAAdministração do Meio-ambiente

Acompanhamento / atualização da legislação (nac e inter) AObtenção de licenças ambientais e de operação AManutenção das licenças / apresentação das exigências AInterface com o Grupo AAdministração do Controle do Meio-ambiente

das águas e esgoto Acombustível Acoleta seletiva de resíduos Aoleosos A

Manutenção e Controle do Meio-ambienteTreinamentos AAcompanhamento dos equipmentos AAcompanhamento das operações AAcompanhamento das manutenções AControle das emissões atmosféricas ACaminhadas de Segurança AMedições, auditorias e inspeções A

Análise dos Aspectos e Impactos AmbientaisIdentificação de aspectos e Impactos ambientais AElaboração de procedimentos AInterface com o Grupo AAnálise de Falhas - FMECA

Processos APessoas AEquipamentos A

Saúde GAAdministração da Saúde

Gestão do setor de saúde AElaboração de relatórios AAdministração dos ASOs AElaboração do PCMSO AAdministração dos Programas de Saúde AAdministração dos Programas de Vacinação A

Manutenção e Controle da SaúdeControle da Saúde dos funcionários AControle dos exames realizados AAnálise e execução dos ASOs AInterface com as clínicas e demais fornecedores AInterface e suporte aos projetos A

Análise de Riscos na SaúdeAnálise de Riscos Global AAnálise de Riscos das Tarefas AElaboração de procedimentos AAvaliação da adequação do funcionário à atividade ATreinamentos A

• Departamento de Suprimentos PNProcurement Base Costeira GA

Compras para os barcos AInterface com o requisitanteCotaçãoAnálise das propostasBid comsEmissão da POFechamento da PO

Gestão do Departamento AQualificação de Fornecedores GA

Interface com o fornecedor (Análise da documentação) AEnvio de formulário e follow up AAvaliação do fornecedor AInterface com áreas internas (Eng. HSEQ etc) AAuditoria AInterface com o grupo sobre procedimentos A

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Transit / Logistica GALogistica internacional (transp. Desp. Aduaneiro etc.) ASuporte as embarcações (adequação a legislação e requisi APort calls AGestão do Departamento A

Logística / Armazenagem GAGestão de Inventário ARecebimento (verificação, entrada fiscal, segregação mat et AExpedição (preparação dos lotes, emissão de manif carreg AGestão do Departamento A

• Departamento de Suporte Técnico PNMecânica / Hidráulica GA

Intervenções nos navios AInterface com fornecedores AElaboração das instruções de fabricação AElaboração dos desenhos AManutenção da Oficina para Testes Hidrostáticos A

Elétrica / Eletrônica GAIntervenções nos navios AInterface com fornecedores AElaboração das instruções de fabricação AElaboração dos desenhos AManutenção do Laboratório de Eletrônica A

Documentação GAElaboração de documentos técnicos gerais AElaboração de procedimentos AElaboração de fichas técnicas AInterface com o sistema de requisições AInterface com Compras (POs) A

Administração / Manutenção Base GAManutenção do Gerador da Base AManutenção das Bombas de Incêndio AManutenção dos Tanques de Teste AGestão do Departamento ADespesas Gerais da Base A

• Departamento de Propostas Comerciais PNSuporte GA

Suporte a Projetos ASuporte a Prospecção A

Administração do Depto GATreinamentos AFérias AGestão do Departamento AInterface com o Grupo A

95

APÊNDICE D – DIRECIONADORES DE CUSTOS

Processos de Negócio Grupo de Atividades # de atividades Direcionador de Custo Qtde• Administração da Base Costeira Gerente de Operações da Base 23 -

Operações de Mergulho 5 Número de mergulhos 1 ROV & Survey 5 Número de mergulhos de ROV 1 Lançamento de Linhas 5 Quilômetros de linhas lançadas 1 Apoio Marítimo 5 Número de trocas de turma 1 Logística de Pessoal 3 Número de trocas de turma 1

• Administração do Escritório do Rio Coordenador Administrativo do Escrit. 12 - Despesas Prediais 3 Direcionador de tempo - Administração do Depto 2 Direcionador de tempo - Serviços de Courier 3 Número de entregas / coletas 1 Serviços de Copeiragem 4 Direcionador de tempo -

• Departamento Comercial Analista de Custos de Propostas 23 - Prospecção 3 Número de Estudos avançados 1 Análise de Mercado 7 Número de participações em eventos 1 Comunicação Externa 3 Publicações em mídia 1 Feiras e Eventos 5 Número de realizações de eventos 1 Gestão do Depto 5 Direcionador de tempo -

• Engenharia Gerente de Engenharia 4 - Administração do Depto 4 Direcionador de tempo - DEF 0 - - Pipeline 0 - - FLM 0 - - Geotecnia, Pesquisa e Desenvolvimento 0 - -

• Departamento de Finanças e Contabilidade Controller da Região 34 - Tesouraria 4 Quantidade de pagamentos 1 Contabilidade 6 Número de lançamentos 1 Relatórios Financeiros 4 Número de relatórios 1 Controles Internos 3 Número de auditorias internas 1 Controladoria 4 Direcionador de tempo - Tributário 13 - -

Planning 8 Número de projetos e propostas 1 Compliance 5 Quantidade de pagamentos 1

• Departamento de Recursos Humanos Gerente de Recursos Humanos 43 - Administração de Pessoal 4 Número de empregados 1 Remuneração e Benefícios 6 Número de empregados 1 Vistos 4 Número de empregados estrangeiros 1 Business Partner 29 -

Estratégia 6 Direcionador de tempo - Recrutamento e seleção 10 Número de contratações 1 Treinamento e Desenvolvimento 7 Número de treinamentos 1 Comunicação Interna 6 Direcionador de tempo -

• Departamento de TI (Tecnologia da Informação) Gerente de TI 15 - Corporate 3 Direcionador de tempo - Suporte MAC 6 Número de atendimento aos usuários 1 Suporte RIO 6 Número de atendimento aos usuários 1

• Departamento Jurídico Diretor Jurídico 42 - Processos / Contencioso 3 Número de processos 1 Gerenciamento dos Escritórios de Advocacia 6 Número de parecer/laudas 1 Societária / Filial 10 Número de consórcios ou joint ventures 1 Seguros 6 Valor das apólices 1 Gestão do Departamento Jurídico 6 Direcionador de tempo - Contratos 11 -

Clientes 3 Número de contratos 1 Fornecedores 8 Número de contratos 1

96

Processos de Negócio Grupo de Atividades # de atividades Direcionador de Custo Qtde• Departamento de Operações Gerente de Operações da Base 15 -

Embarcação Acergy Condor 3 Número de trocas de turma 1 Embarcação Polar Queen 3 Número de trocas de turma 1 Embarcação Acergy Harrier 3 Número de trocas de turma 1 Embarcação Pertinacia 3 Número de trocas de turma 1 Embarcação Toisa Conqueror 3 Número de trocas de turma 1

• Departamento de Qualidade Gerente de Qualidade 11 - Garantia da Qualidade 5 Número de auditorias internas 1 Controle da Qualidade 6 Número de data books 1

• Departamento de SMS (Saúde, Meio-amb. e Seg.) Coordenador de SMS 63 - Segurança 26 -

Administração da Segurança 8 Número de relatórios periódicos 1 Manutenção e Controle da Segurança 12 Número de auditorias internas 1 Gerenciamento de Riscos 6 Número de análises de risco 1

Meio-ambiente 21 - Administração do Meio-ambiente 8 Número de licenças ativas 1 Manutenção e Controle do Meio-ambiente 7 Número de auditorias internas 1 Análise dos Aspectos e Impactos Ambientais 6 Número de análises de risco 1

Saúde 16 - Administração da Saúde 6 Direcionador de tempo - Manutenção e Controle da Saúde 5 Número de ASOs 1 Análise de Riscos na Saúde 5 Número de análises de risco 1

• Departamento de Suprimentos Gerente de Suprimentos 16 - Procurement Macae 2 Número de ordens de compra 1 Tendering 0 - Qualificação de Fornecedores 6 Número de fornecedores qualificados 1 Projetos 0 - Transit / Logistica 4 Número de trocas de turma 1 Logística / Armazenagem 4 Número de manifestos de carga 1

• Departamento de Suporte Técnico Engenheiro de Suporte Técnico 20 - Mecânica / Hidráulica 5 Número de trocas de turma 1 Elétrica / Eletrônica 5 Número de trocas de turma 1 Documentação 5 Número de fichas técnicas 1 Administração / Manutenção Base 5 Direcionador de tempo -

• Departamento de Propostas Comerciais Analista de Custos de Propostas 6 - Suporte 2 Número de projetos e propostas 1 Administração do Depto 4 Direcionador de tempo -

- TOTAL 327 52

97

APÊNDICE E – CDP CUSTEIO CORRENTE Custeio e Desempenho do Projeto

Metodologia de custeio: absorção de custo via alocação de um percentual sobre a receita líquida.

FOREX 18/10/2010: 1 USD 1,6686R$

Valores Líquidos em R$Objetos de Custo Projeto

COLETOR 1 COLETOR 2 COLETOR 3 TOTALElementos de Receita Líquida 15.504.782 10.687.192 10.927.144 37.119.119

A - Receitas do Contrato de Afretamento 7.918.407 7.918.407 8.158.359 23.995.173 A1 - Taxa de mobilização da embarcação 1.822.982 1.822.982 1.878.224 5.524.188 A2 - Taxa de afretamento da embarcação 6.095.425 6.095.425 6.280.135 18.470.985 A3 - Taxa de stand by - - - -

B - Receitas do Contrato de Serviços 7.586.375 2.768.785 2.768.785 13.123.946 B1.1 - Instalação do COLETOR 1 6.958.874 - - 6.958.874 B1.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 1 627.501 - - 627.501 B2.1 - Instalação do COLETOR 2 - 2.677.781 - 2.677.781 B2.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 2 - 91.004 - 91.004 B3.1 - Instalação do COLETOR 3 - - 2.677.781 2.677.781 B3.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 3 - - 91.004 91.004

Elementos de Custo - - - - CD - Custos Diretos - - - 25.545.189-

CD1 - Homen-hora - - - 1.544.342- CD2 - Aquisições - - - 3.037.583- CD3 - Subcontratações - - - 575.135- CD4 - Logística - - - 1.553.232- CD5 - Instalação - - - 15.772.977- CD6 - Custos Financeiros - - - 3.061.920-

Desempenho do Projeto - - - 11.573.929 6.936.312

CI - Custos Indiretos (overhead global e local) - - - 4.083.103- 3% overhead global - - - 1.113.574- 8% overhead local - - - 2.969.529-

Resultado Líquido do Projeto - - - 7.490.826 4.489.288

20%

98

APÊNDICE F – CDP ABC MODELO 1 Custeio e Desempenho do Projeto

Metodologia de custeio: ABC via Direcionador de Tempo Contínuo

FOREX 18/10/2010: 1 USD 1,6686R$

Valores Líquidos em R$Objetos de Custo Projeto

COLETOR 1 COLETOR 2 COLETOR 3 TOTALElementos de Receita Líquida 15.504.782 10.687.192 10.927.144 37.119.119

A - Receitas do Contrato de Afretamento 7.918.407 7.918.407 8.158.359 23.995.173 A1 - Taxa de mobilização da embarcação 1.822.982 1.822.982 1.878.224 5.524.188 A2 - Taxa de afretamento da embarcação 6.095.425 6.095.425 6.280.135 18.470.985 A3 - Taxa de stand by - - - -

B - Receitas do Contrato de Serviços 7.586.375 2.768.785 2.768.785 13.123.946 B1.1 - Instalação do COLETOR 1 6.958.874 - - 6.958.874 B1.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 1 627.501 - - 627.501 B2.1 - Instalação do COLETOR 2 - 2.677.781 - 2.677.781 B2.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 2 - 91.004 - 91.004 B3.1 - Instalação do COLETOR 3 - - 2.677.781 2.677.781 B3.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 3 - - 91.004 91.004

Elementos de CustoCD - Custos Diretos 10.312.199- 7.423.988- 7.809.002- 25.545.189-

CD1 - Homen-hora 689.954- 427.194- 427.194- 1.544.342- CD2 - Aquisições 1.089.883- 781.343- 1.166.357- 3.037.583- CD3 - Subcontratações 202.128- 186.504- 186.504- 575.135- CD4 - Logística 776.616- 388.308- 388.308- 1.553.232- CD5 - Instalação 6.309.191- 4.731.893- 4.731.893- 15.772.977- CD6 - Custos Financeiros 1.244.428- 908.746- 908.746- 3.061.920-

Desempenho do Projeto 5.192.583 3.263.204 3.118.142 11.573.929 6.936.312

CI - Custos Indiretos (overhead global) 378.615- 367.479- 367.479- 1.113.574- 3% overhead global 378.615- 367.479- 367.479- 1.113.574- 8% overhead local - - - -

CI - Custos Indiretos (overhead local - ABC por tempo contínuo) 580.903- 563.818- 563.818- 1.708.539- Administration - Macae Base 46.186- 44.827- 44.827- 135.840- Administration - Rio Office 10.464- 10.156- 10.156- 30.775- Commercial Department 24.006- 23.299- 23.299- 70.604- Engineering Pool 44.360- 43.055- 43.055- 130.469- Financial and Accounting Dep 84.074- 81.602- 81.602- 247.278- Human Resources Department 74.649- 72.453- 72.453- 219.556- IT Department 38.805- 37.663- 37.663- 114.132- Legal Department 14.001- 13.589- 13.589- 41.179- Operations Department 63.451- 61.585- 61.585- 186.620- Quality Department 33.618- 32.629- 32.629- 98.875- Safety Department 25.329- 24.584- 24.584- 74.496- SCM Department 31.147- 30.231- 30.231- 91.608- Support Technician Department 26.644- 25.860- 25.860- 78.363- Tendering Department 64.173- 62.285- 62.285- 188.743-

Resultado Líquido do Projeto 4.233.065 2.331.907 2.186.845 8.751.817 5.245.006

27% 22% 20% 24%

99

APÊNDICE G – CDP ABC MODELO 2 Custeio e Desempenho do Projeto

Metodologia de custeio: ABC via Direcionador de Custo

FOREX 18/10/2010: 1 USD 1,6686R$

Valores Líquidos em R$Objetos de Custo Projeto

COLETOR 1 COLETOR 2 COLETOR 3 TOTALElementos de Receita Líquida 15.504.782 10.687.192 10.927.144 37.119.119

A - Receitas do Contrato de Afretamento 7.918.407 7.918.407 8.158.359 23.995.173 A1 - Taxa de mobilização da embarcação 1.822.982 1.822.982 1.878.224 5.524.188 A2 - Taxa de afretamento da embarcação 6.095.425 6.095.425 6.280.135 18.470.985 A3 - Taxa de stand by - - - -

B - Receitas do Contrato de Serviços 7.586.375 2.768.785 2.768.785 13.123.946 B1.1 - Instalação do COLETOR 1 6.958.874 - - 6.958.874 B1.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 1 627.501 - - 627.501 B2.1 - Instalação do COLETOR 2 - 2.677.781 - 2.677.781 B2.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 2 - 91.004 - 91.004 B3.1 - Instalação do COLETOR 3 - - 2.677.781 2.677.781 B3.2 - Serviços de Eng. para o COLETOR 3 - - 91.004 91.004

Elementos de CustoCD - Custos Diretos 10.312.199- 7.423.988- 7.809.002- 25.545.189-

CD1 - Homen-hora 689.954- 427.194- 427.194- 1.544.342- CD2 - Aquisições 1.089.883- 781.343- 1.166.357- 3.037.583- CD3 - Subcontratações 202.128- 186.504- 186.504- 575.135- CD4 - Logística 776.616- 388.308- 388.308- 1.553.232- CD5 - Instalação 6.309.191- 4.731.893- 4.731.893- 15.772.977- CD6 - Custos Financeiros 1.244.428- 908.746- 908.746- 3.061.920-

Desempenho do Projeto 5.192.583 3.263.204 3.118.142 11.573.929 6.936.312

CI - Custos Indiretos (overhead global) 378.615- 367.479- 367.479- 1.113.574- 3% overhead global 378.615- 367.479- 367.479- 1.113.574- 8% overhead local - - - -

CI - Custos Indiretos (overhead local - ABC por direcionador de custo) 484.247- 470.005- 470.005- 1.424.257- Administration - Macae Base 12.986- 12.604- 12.604- 38.195- Administration - Rio Office 4.629- 4.493- 4.493- 13.616- Commercial Department 6.644- 6.449- 6.449- 19.542- Engineering Pool - - - - Financial and Accounting Dep 62.440- 60.604- 60.604- 183.648- Human Resources Department 68.509- 66.494- 66.494- 201.496- IT Department 9.167- 8.897- 8.897- 26.961- Legal Department 19.579- 19.003- 19.003- 57.585- Operations Department 43.110- 41.842- 41.842- 126.794- Quality Department 58.009- 56.303- 56.303- 170.614- Safety Department 56.863- 55.191- 55.191- 167.244- SCM Department 49.645- 48.185- 48.185- 146.015- Support Technician Department 10.690- 10.375- 10.375- 31.441- Tendering Department 81.976- 79.565- 79.565- 241.105-

Resultado Líquido do Projeto 4.329.721 2.425.720 2.280.658 9.036.099 5.415.378

28% 23% 21% 24%

100

GLOSSÁRIO Allowance Permissões em valor monetário para cobertura de

custos que certamente ocorrerão, mas não foram orçados na fase de proposta comercial

Coletores Equipamentos submarinos de propriedade da PETROBRAS, também chamados de Manifolds ou PLEM

CONTRATADA Subsidiária brasileira da empresa global de prestação de serviços de engenharia de construção submarina objeto do estudo de caso

Contrato Documento legal vinculativo entre a CONTRATADA e a PETROBRAS. Refere-se, na realidade a dois contratos; um Contrato de Afretamento da Embarcação e um Contrato de Prestação de Serviços de Instalação de Coletores

Contribuição Valores monetários destacados nos relatórios financeiros dos projetos que servem para cobrir o custeio da empresa e reportar o lucro

Custos gerais Custos de sustentação da organização. Custos indiretos relativos a despesas com pessoal administrativo, ativos em geral e custos financeiros

GRUPO Empresa global de prestação de serviços de engenharia de construção submarina

Overhead Valor alocado arbitrariamente no orçamento do Projeto com vistas a cobrir os custos gerais relativos ao suporte ou uso da infraestrutura da organização pelo próprio Projeto

Mark up Margem de lucro em forma de fator de multiplicação

PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A.

Plataforma Continental Brasileira Porção dos fundos marinhos que começa na linha de costa e desce com um declive suave até ao talude continental

Player Concorrente, empresa participante do mercado

Projeto Projeto de engenharia e instalação dos Coletores, objeto do estudo de caso

Stakeholder Parte interessada em um projeto ou empreendimento

Transfer price ou intercompany Valor em moeda estrangeira transferido entre subsidiária e matriz

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