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É importante frisar que a revelação dada a João neste livro é destinada às sete igrejas que estão na Ásia, conforme referido no verso 4, as quais são especificadas no verso 11, e detalhadas nos capítulos segundo e terceiro.Todavia, é óbvio que ao ter falado àquelas sete igrejas que existiam na Ásia Menor nos dias de João, o Senhor não estava limitando a mensagem do livro às mesmas, porque as coisas que nele são referidas, especialmente a partir do quarto capítulo dizem respeito ao período da Grande Tribulação, sob o Anticristo, que antecederá a Segunda Vinda de Jesus.Com o livro de Apocalipse foi fechada a revelação de Deus para constar no Cânon do Novo Testamento.Para o cumprimento de tal propósito o apóstolo João foi mantido em vida até avançada idade, quando todos os demais apóstolos já haviam sido martirizados.A Deus aprouve dar a João a honra de receber as visões e revelações relativas ao tempo do fim, confirmando tudo o que já havia sido antes revelado aos profetas do Antigo Testamento. O livro de Apocalipse revela em quão grande batalha espiritual estão envolvidos os servos de Cristo, especialmente os que estiverem presentes no mundo no tempo do fim, para que possam vigiar e se empenharem em viver em santificação diante de Deus, para que todos os inimigos que se levantam contra Cristo, contra a Sua obra e os cristãos possam ser vencidos, porque somente aos vencedores são feitas promessas de reinarem juntamente com Cristo.
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Apocalipse
Silvio Dutra
DEZ/2015
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Sumário
Apocalipse 1 3 Apocalipse 2 21 Apocalipse 3 50 Apocalipse 4 73 Apocalipse 5 79 Apocalipse 6 86 Apocalipse 7 99 Apocalipse 8 a 14 105 Apocalipse 15 a 18 157 Apocalipse 19 188 Apocalipse 20 206 Apocalipse 21 233 Apocalipse 22 244
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Apocalipse 1 A Revelação do Tempo do Fim
Em muitos sentidos se aplica e se cumpre a bênção
prometida no terceiro versículo do Primeiro capítulo do livro de Apocalipse, que estaremos comentando:
“Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os
que ouvem as palavras desta profecia e guardam as
coisas que nela estão escritas; porque o tempo está
próximo.”
Primeiro e antes de tudo, porque aponta para a vitória
certa e segura do reino de Cristo sobre o império das
trevas, que opera presentemente no mundo.
Segundo, porque é um alerta para as igrejas quanto às
muitas tentações e apostasias a que estarão expostas,
especialmente no tempo do fim.
Assim, isto serve para que os cristãos atendam à
convocação ao arrependimento (mudança de vida e
constância no testemunho fiel), e a se ouvir o que o
Espírito está dizendo às igrejas, bem como a se disporem
4
a serem diligentes e a perseverarem nas tribulações e
provações, que terão que enfrentar enquanto aguardam
o triunfo final de Cristo.
Além destes, há inúmeros fatores que demonstram que,
de fato, são bem-aventurados todos os que leem e
ouvem a profecia desta Revelação (tradução da palavra
grega Apocalipse, usada logo no início do primeiro
versículo deste livro) e que guardam as coisas que estão
nela escritas.
Se lermos, portanto, este livro profético, procurando
conhecer em minúcias a quais épocas e personagens se
aplicam cada uma das realidades nele apresentadas em
linguagem simbólica, erraremos certamente o objetivo
para o qual foi escrito, que foi o de fortalecer a nossa fé
e confiança, nos dias difíceis do tempo do fim, e a
firmamos um testemunho de vida cada vez mais firme
na fé em Jesus.
A extensa saudação inicial dos versos 4 a 6 é na verdade,
uma grande afirmação do sacerdócio, do reinado, da
5
redenção, da fidelidade, da essência e do testemunho
eterno de Jesus Cristo.
Aquele “que é, que era e que há de vir” é um dos modos
de se referir ao Salvador e Senhor eterno, do qual
somente por meio dEle é possível ser redimido do
pecado e ser adotado como filho de Deus.
Nunca é demais lembrar que isto foi revelado por Deus
desde Adão, quando disse a Eva que seria dela que
descenderia no futuro Aquele que esmagaria a cabeça
da serpente e do qual foi prometido a Abraão que nEste
seu descendente seriam benditas todas as nações da
terra.
O próprio Abraão foi justificado pela fé nEle. O modo de
Deus salvar sempre foi pela fé no Seu Filho Jesus Cristo
e no Seu sacrifício por nós, prefigurado nos sacrifícios de
animais oferecidos por Adão, Abel, Abraão, e pelo povo
de Israel, que lhes foram exigidos por Deus na Antiga
Dispensação, para servirem de figura dAquele único e
Grande Sacrifício pelo qual somos redimidos, perdoados
e reconciliados com Deus.
6
Então, é afirmado no verso 6 que é por Cristo, e pelo Seu
sangue, que somos feitos reino e sacerdotes para Deus
Pai, porque toda a nossa aceitação por Deus é
decorrente de termos a Cristo por causa da fé nEle.
Tudo o que temos e somos procede dEle; é por meio
dEle, de modo que se afirma no verso primeiro deste
livro que a revelação que está sendo feita nele foi dada
pelo Pai ao Filho, para ser mostrada aos seus servos,
porque somente Jesus é o único Mediador e Fiduciário
da aliança que foi feita entre Deus e o Seu povo.
Ele não é somente o autor da salvação e da fé, como
também o Seu consumador. Isto implica que é Ele que
começa a nossa salvação; é Ele mesmo que a confirma,
aperfeiçoa e completa.
Como veremos, especialmente nos capítulos segundo e
terceiro deste livro de Apocalipse, esta fé deve ser
expressada num viver condigno com a condição de filhos
de Deus, que foi alcançada por meio da união com
Cristo.
7
Ele é quem faz Sua obra avançar e que triunfa sobre os
poderes das trevas, mas é exigido dos seus servos que
se consagrem a Ele, para que possam ser os canais por
meio dos quais fará a Sua obra avançar no mundo.
Esta consagração inclui arrependimento, amor, oração,
serviço, fidelidade, santidade e tudo o mais que nos é
ordenado por Deus em Sua Palavra; especialmente
obediência à Palavra e vida de oração, porque é por
meio de ambas que se pode ter comunhão com Deus,
conhecimento da Sua vontade e poder para poder
realizá-la.
De modo que nenhuma obra de Deus prevalecerá onde
não houver cobertura de oração para a pregação da
Palavra no poder do Espírito.
Esta é a fé que vence o mundo. Uma fé que se manifesta
vencedora sobre as tentações, o diabo, a carne e o
mundo, e que se aplica às obras de justiça segundo o
evangelho.
8
Então, o livro de Apocalipse vai revelar em quão grande
batalha espiritual estão envolvidos os servos de Cristo,
especialmente os que estiverem presentes no mundo no
tempo do fim, para que possam vigiar e se empenharem
em viver em santificação diante de Deus, para que todos
os inimigos que se levantam contra Cristo, contra a Sua
obra e os cristãos possam ser vencidos, porque somente
aos vencedores são feitas promessas de reinarem
juntamente com Cristo.
É importante frisar que a revelação dada a João neste
livro é destinada às sete igrejas que estão na Ásia,
conforme referido no verso 4, as quais são especificadas
no verso 11, e detalhadas nos capítulos segundo e
terceiro.
Todavia, é óbvio que ao ter falado àquelas sete igrejas
que existiam na Ásia Menor nos dias de João, o Senhor
não estava limitando a mensagem do livro às mesmas,
porque as coisas que nele são referidas, especialmente
a partir do quarto capítulo dizem respeito ao período da
Grande Tribulação, sob o Anticristo, que antecederá a
Segunda Vinda de Jesus.
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Assim, aquelas sete igrejas são representativas de todas
as igrejas da história cristã, mais particularmente, das
igrejas do tempo do fim.
Nós veremos que há uma constante chamada ao
arrependimento às igrejas que estão mortas, mornas,
afastadas, que abandonaram seu primeiro amor, que
estão tolerando mundanismo e heresias.
Disto, concluímos que o livro tem o propósito de
mostrar às igrejas de todas as épocas, especialmente às
do tempo do fim, a necessidade de vigilância e de um
constante arrependimento.
Das coisas que são reveladas no livro, se diz que são as
coisas que em breve devem acontecer (v. 1), e que o
tempo deste acontecimento está próximo (v. 3).
A Dispensação do Evangelho é a última dispensação até
a consumação de todas as coisas.
É a dispensação dos dias difíceis nos quais opera o
mistério da iniquidade (II Tes 2.7).
10
A perseguição à igreja e a multiplicação da iniquidade se
intensificarão, quanto mais se aproxima o tempo do fim.
Então, do ponto de vista de Deus tudo está
praticamente consumado desde que Jesus morreu,
ressuscitou e subiu ao céu, inaugurando uma Nova
Aliança e dispensação, com o derramar do Espírito;
porque desde então, foi precipitada a contagem
regressiva para a manifestação do Seu reino e de todas
as coisas que são relativas a Ele, o qual está sendo
implantado nesta presente dispensação, e que será
consumada com a Sua segunda vinda.
Todavia, esta glória será seguida por sofrimentos da
Igreja, assim como Cristo padeceu antes de entrar na
Sua glória.
Por isso, João destaca seu próprio exemplo de
companheirismo com os demais cristãos na aflição que
sofriam neste mundo, mas também no reino de Deus, e
na perseverança, pois se encontrava deportado e preso
na Ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do
testemunho de Jesus (v. 4).
11
No entanto, a glória vindoura da Igreja é certa, porque
João viu Jesus vindo com as nuvens em grande glória, e
todo olho O verá, quer de justos, quer de ímpios (v. 7).
Por isso o próprio Senhor se proclama no verso 8, o Alfa
e o Ômega (primeira e última letras do alfabeto grego),
ou seja, o princípio e o fim de todas as coisas, porque é
nEle que tudo subsiste, e mais uma vez é afirmado por
Ele ser o Deus Todo-Poderoso que é, que era e que há de
vir.
Jesus afirma claramente ser o Deus Todo-Poderoso
neste versículo, e há ainda muitos debatendo acerca da
divindade de Jesus.
Deixem que debatam, enquanto simplesmente
creiamos nisto como um fato consumado, porque
somente quem fosse divino poderia realizar tão grande
obra de salvação, conforme a que Jesus realizou em
nosso favor, e reinando e transformando os corações de
milhões, ao longo da história do mundo.
12
Afinal, de qual outro ser, senão de quem é divino se
poderia afirmar as coisas que são referidas nos versos 10
a 20?
Porque João ouviu a Sua voz como de trombeta (v. 10),
e de muitas águas (v. 15).
Os olhos como chamas de fogo (v. 14).
O rosto como o sol em toda a sua força (v. 16).
Tendo em sua mão direita sete estrelas e uma espada
afiada de dois gumes saindo de sua boca (v. 16), além de
outras características maravilhosas, que são destacadas
nos versos 10 a 20.
Quem, senão somente o próprio Deus pode receber tais
descrições?
E, de quem se dizem tais coisas é afirmado ser aquele
que vive e que foi morto, mas que está vivo para todo o
sempre, e que tem as chaves da morte e do inferno.
13
Quem, senão somente Jesus Cristo pode ser Aquele que
falou com João tais palavras?
Não restou a João, como não resta a nenhum de nós,
senão cairmos prostrados aos Seus pés.
Mas em Seu infinito amor, bondade e misericórdia a
nós, Seus servos, Ele nos dirá o mesmo que disse a João
quando nos prostrarmos diante dEle:
“Não temas, eu sou o primeiro e o último.”
Qual anjo, arcanjo, querubim ou serafim pode afirmar
ter em seu poder as chaves da morte e do inferno?
Somente Jesus, sendo Deus, pode afirmá-lo, porque de
fato recebeu da parte do Pai autoridade para julgar vivos
e mortos.
E também qual anjo, arcanjo, querubim ou serafim pode
ter em suas mãos os pastores das igrejas de todas as
épocas, conforme representados nas sete estrelas que o
Senhor tem em sua mão direita?
14
Quem tem o poder de estabelecer ou remover os sete
candeeiros, que são representativos de todas as igrejas,
senão somente o próprio Deus Filho?
Nós não poderíamos fechar o comentário deste primeiro
capítulo sem afirmar que João recebeu esta revelação,
porque estava em espírito no dia do Senhor, ou seja, ele
estava certamente orando em Espírito, num dia de
domingo, quando recebeu as visões, porque coisas
espirituais só podem ser recebidas e discernidas,
espiritualmente.
Não foi com os olhos naturais da carne que João viu, mas
com os olhos do espírito, porque estava em espírito, e
foi arrebatado em espírito para poder receber as
revelações deste livro (v. 10).
O Senhor disse que a revelação não era somente para
João, mas para as sete igrejas da Ásia que são nomeadas
no verso 11, as quais representam as igrejas de toda a
história do cristianismo, conforme já comentamos
anteriormente.
15
Destas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira,
Sardes, Filadélfia e Laodiceia, falaremos
pormenorizadamente nos dois capítulos seguintes.
João deveria escrever num livro a revelação recebida,
para ser enviada às sete Igrejas, e cremos que não foi
enviada apenas a parte relativa a cada igreja, conforme
consta nos segundo e terceiro capítulos, mas todo este
livro de Apocalipse.
João escreveria em livro aquilo que ouviu como uma voz
de trombeta, porque esta mensagem de Apocalipse é
um toque de alerta para todas as igrejas de Cristo, para
que vejam principalmente aquelas coisas das quais Ele
as convoca ao arrependimento, e aquelas coisas contra
as quais devem vigiar, especialmente, as muitas
tribulações e tentações, que se intensificarão à medida
que o tempo da Sua volta se aproximar.
As igrejas são comparadas a castiçais, porque elas
exibem a luz de Cristo e do evangelho.
16
Os anjos das igrejas, isto é, seus pastores ou ministros,
são comparados a estrelas, porque devem brilhar como
estrelas e não como velas, pois o brilho da luz de Cristo
é grande e intenso como o das estrelas, e é esta luz que
deve ser refletida por eles.
A glória com a qual Jesus apareceu a João é a glória que
Ele tinha com o Pai antes da fundação do mundo, na
qual Ele entrou de novo em Sua posse depois de ter
consumado Sua obra de redenção na terra.
Portanto, pastores que tentam apontar às suas ovelhas
uma glória que devem alcançar neste mundo, e que se
referem à simples conquista de posições e coisas
terrenas, que estão destinadas a desaparecer, estão
errando completamente o alvo quanto a Cristo e à glória
que estão encarregados de pregar, que é celestial e não
terrena; que é divina e não humana.
A João foi exibida a glória que se seguiu aos sofrimentos
de Cristo, que é a mesma glória que está reservada para
os cristãos fiéis, que guardarem até o fim a confiança da
sua esperança, que é a de que aquilo que é mortal seja
17
revestido pelo que é imortal; e o que é terreno, pelo que
é celestial; e o natural pelo espiritual; conforme a
esperança da palavra do evangelho que deve ser
pregado em todo o mundo.
“1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para
mostrar aos seus servos as coisas que brevemente
devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as
notificou a seu servo João;
2 o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho
de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.
3 Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os
que ouvem as palavras desta profecia e guardam as
coisas que nela estão escritas; porque o tempo está
próximo.
4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e
paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e
da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;
18
5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o
primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra.
Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos
nossos pecados,
6 e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele
seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até
mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da
terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
8 Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele
que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9 Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na
aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na
ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do
testemunho de Jesus.
10 Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi
por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
19
11 que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o
às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira,
a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia.
12 E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-
me, vi sete candeeiros de ouro,
13 e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de
homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura
do peito com um cinto de ouro;
14 e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã
branca, como a neve; e os seus olhos como chama de
fogo;
15 e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora
refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de
muitas águas.
16 Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca
saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era
como o sol, quando resplandece na sua força.
20
17 Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs
sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o
primeiro e o último.
18 Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo
para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do
inferno.
19 Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e
as que depois destas hão de suceder.
“20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha
destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os
anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete
igrejas.” (Apocalipse 1.1-20)
21
Apocalipse 2 O Significado de Abandonar o Primeiro Amor
As cartas específicas dirigidas a cada uma das igrejas
citadas no décimo primeiro versículo do primeiro capítulo foram ditadas a João na mesma ordem em que as igrejas são apresentadas neste segundo capítulo de Apocalipse (cujos versos 1 a 7 estaremos comentando), bem como no próximo capítulo.
É principalmente em razão desta coincidência de ordem
de apresentação, que muitos comentaristas interpretam
que cada uma destas igrejas estão relacionadas a
períodos específicos da história, e que, por
exemplo, esta primeira Igreja citada, a de Éfeso,
corresponde aos três primeiros séculos do cristianismo;
que a repreensão recebida de Cristo quanto ao
abandono do seu primeiro amor seria uma referência à
paganização da Igreja a partir do imperador romano
Constantino.
No entanto, devemos considerar que a repreensão foi
dirigida pelo Senhor ao problema que estava ocorrendo
22
em Éfeso nos dias do próprio apóstolo João, e não
apenas no que viria a ocorrer somente dois séculos
depois. Todavia, devemos considerar também que a
profecia aponta para coisas que se encontram em forma
embrionária, que crescerão e se intensificarão com o
passar do tempo.
Assim, aquela pequena apostasia localizada em Éfeso
viria a se tornar grande e universal em dias posteriores.
Isto explica em parte, a ameaça do Senhor de remover o
candeeiro da igreja de Éfeso, em face da falta de
arrependimento.
Todavia, a aceitação plena deste tipo de interpretação
meramente histórica, cria algumas dificuldades,
especialmente a de que a repreensão dirigida a Éfeso,
uma vez plenamente consumada na Igreja dos dias de
Constantino, nada mais teria a ver, consequentemente,
com as demais igrejas dos períodos posteriores da
história do cristianismo.
23
Tomando ainda como exemplo, os cristãos da Igreja fiel
de Filadélfia, que é identificada pelos historicistas, com
o período dos avivamentos e da criação das sociedades
missionárias, notadamente dos séculos XVII e XVIII,
nada teriam com que se importar com o perigo de
esfriarem no primeiro amor, conforme a advertência
que encontramos citada em Apocalipse, relativa à Igreja
de Éfeso; como também não haveria a possibilidade de
ter tais cristãos de Filadélfia, nos dias em que a Igreja
infiel de Laodiceia estivesse predominando no mundo.
Deve também ser considerado que o Senhor não trata
com Sua Igreja especificamente, no atacado, em grandes
períodos históricos, conforme costumam fazer os
historiadores.
Ele tem interesse e trata até mesmo individualmente,
com cada membro da Igreja.
Então a advertência é para todas as Igrejas e todos os
cristãos, de todas as épocas, para que sigam o exemplo
das Igrejas fiéis citadas nestes dois capítulos de
Apocalipse (2 e 3), e que vigiem e sejam diligentes para
24
não caírem nos erros que tornaram algumas igrejas
dignas da repreensão do Senhor.
Nós sabemos pelas epístolas de Paulo, especialmente
pelas que escreveu a Timóteo, e da profecia que dirigiu
aos presbíteros de Éfeso, quanto aos lobos vorazes que
penetrariam naquela Igreja depois da sua partida,
conforme relato que lemos em Atos 20, que houve de
fato um esfriamento do amor cristão, motivado
principalmente por desvio doutrinário, conforme se
subentende de I Timóteo 1.1-5, tendo Paulo solicitado a
Timóteo que fossem ordenados pastores para a Igreja
de Éfeso, que não ensinassem outra doutrina, conforme
estava ocorrendo naquela Igreja.
Pelas palavras que são dirigidas pelo Senhor à Igreja de
Éfeso, neste texto de Apocalipse, nós podemos inferir
que apesar de terem decorrido mais de trinta anos,
desde a ação de Timóteo naquela Igreja, até a revelação
dada a João, aqui referida, houve uma preocupação em
se guardar a sã doutrina, conforme as palavras elogiosas
que o Senhor lhes dirigiu no início da carta, afirmando
que eles eram operosos e perseverantes, e que não
25
podiam suportar os maus, inclusive colocando à prova
os falsos apóstolos, e que não haviam recuado na fé
nEle, mesmo em meio aos sofrimentos que estavam
padecendo por causa do Seu nome.
Então, qual era o problema com Éfeso, já que eram
guardiões da doutrina correta, a ponto de aborrecerem
as obras dos nicolaítas, que Cristo afirma também
aborrecer?
Ortodoxia fria e morta.
Este era o problema de Éfeso. Eram corretos na defesa
da doutrina, mas faltosos no fervor.
É o tipo de Igreja que guarda a Palavra, mas que não tem
a unção e governo do Espírito.
Defendem a Cristo e a doutrina. Suportam sofrimentos
por Cristo. Pregam a sã doutrina, mas não é Cristo que
opera neles porque não oram, ou oram pouco, ou então
oram com os motivos errados, sem buscarem a glória de
Deus e o avanço da Sua obra na terra, mediante o poder
do Espírito.
26
Este esfriamento do amor ágape do Espírito na Igreja
pode ser visto no esfriamento da manifestação do amor
entre os irmãos e nos cultos.
A unidade não é de caráter espiritual e vinculada pelos
laços de amor do Espírito, mas pela cortesia e educação
cristãs.
Éfeso pregava a verdade, defendia a verdade, mas não
podia sustentar o amor a Cristo e entre os cristãos,
porque faltava vida de oração fervorosa para dar base e
sustentação ao relacionamento com Deus e dos cristãos
na Igreja, porque sem isto, é impossível vencer a carne,
o diabo e o mundo.
Quando isto sucede, o nome de Deus não pode ser
glorificado, pela manifestação da vida de Cristo na
Igreja.
Quando isto ocorre com qualquer Igreja, já não é mais
Cristo que faz a obra, mas o homem.
Por isso o Senhor se apresentou na carta que dirigiu à
igreja e Éfeso como “aquele que tem na sua destra as
27
sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de
ouro”, para que lembrassem que é Ele o Senhor da
Igreja, e que os pastores estão em Sua mão direita para
serem usados por Ele.
Por isso se diz mão direita, porque é normalmente a mão
que é usada para fazermos a maioria das coisas.
Quando se esquece isso, deixamos de depender do
governo do Senhor em nosso espírito, para podermos
conhecer Sua vontade, e permitirmos que Ele faça Sua
obra através de nós.
Por isso Jesus diz que as obras de Éfeso são numerosas,
mas não as Suas próprias obras através daquela Igreja.
São as obras da Igreja feitas em Seu nome, mas que têm
a marca do homem, e não a do Espírito Santo.
Há grande perigo, portanto, em nos iludirmos pensando
que por simplesmente pregar a sã doutrina, temos
cumprido todo nosso dever para com Cristo.
Não basta pregar a sã doutrina, porque importa viver o
que pregamos. Daí Paulo descrever o dever dos
28
ministros como sendo não apenas o de pregar, mas
também de instar (aplicar), admoestar, repreender e
exortar a Igreja (II Tim 4.2).
Por exemplo, em Lc 18.1 Jesus diz que a oração
importuna e incessante, sem esmorecer é um dever de
cada cristão. Entre saber este dever e cumpri-lo, vai uma
distância que corresponde ao infinito.
Sabemos o quão difícil é para muitos manter uma vida
de oração conforme nos é ordenado por Cristo.
Se não fazemos isto, não O amamos, porque Ele diz que
aquele que O ama é o que guarda os Seus
mandamentos.
Este é um dos Seus principais mandamentos, porque
sem vida de oração não pode haver comunicação real e
espiritual entre o cristão e Deus.
Os cristãos e Igrejas que se encontram na condição de
Éfeso, são exortados por Cristo a se lembrarem de onde
caíram, isto é, no que têm falhado, e no que se exige
além de serem ortodoxos e operosos.
29
Eles necessitam comparar a sua condição presente com
a que existia na Igreja Primitiva, para se arrependerem,
ou seja, voltarem à prática da vida cristã, conforme o
Senhor nos ensinou o modo pelo qual ela deve ser
vivida.
Retornar ao primeiro amor, às primeiras obras, significa
ter humildade para reconhecer que é necessário
recomeçar tudo, desde o princípio. É admitir que a casa
não está estabelecida sobre um firme fundamento, e
que é necessário não fazer reparos, mas reconstruir
tudo a partir do zero.
Bem-aventurados são aqueles que atendem a tal ordem
de Cristo, porque a estes é prometido, caso deem
ouvidos ao que o Espírito Santo está lhes dizendo, que
serão vencedores do mal e tudo aquilo que se opõe a
uma vida verdadeira com Cristo, de forma que Ele lhes
dará que comam da árvore da vida, que está no paraíso
de Deus.
Aos que se humilham, e permitem o governo real de
Cristo em seus corações é dada a vida abundante do
30
próprio Cristo, que é a Videira Verdadeira, a Árvore da
Vida, sem a qual não é possível ter a vida plena, que foi
projetada por Deus para Seus filhos.
Às Igrejas que se encontram na condição da Igreja de
Éfeso, Cristo dá um tempo para arrependimento, e caso
não se lembrem de onde caíram, e não se arrependam
para praticarem as primeiras obras da Igreja Primitiva
dos primeiros dias, Ele ameaça de vir brevemente a tais
igrejas, não para abençoar, mas para remover o seu
castiçal do seu lugar, pela falta de arrependimento (v.
5).
Se a função do castiçal é iluminar, isto significa que
ficariam sem a iluminação do Espírito Santo, portanto,
uma vez que o Espírito não opera mais na Igreja, ela
passa a ser uma igreja morta, sem vida; logo, incapaz de
cumprir a Sua missão, que é a de ser luz do mundo.
O Senhor não deixa de ser doce, manso, cordial e terno
ao nos repreender, mas Ele nunca deixará de fazê-lo,
porque sempre haverá nEle o sim, sim e o não, não, que
31
nos exortou a também praticarmos, para não sermos
achados nos laços do maligno.
Jesus disse que próximo da Sua volta, o mundo estaria
tal como nos dias de Noé, antes do dilúvio, ou seja, tudo
correria com aparência normal na vida das pessoas, mas,
será apenas uma aparência de que tudo sempre
continuará como antes, no entanto a terra estava cheia
de violência nos dias de Noé, tal como se encontra em
nossos dias.
Violência é uma palavra derivada do verbo violar
(transgredir). A violação à qual o Senhor se refere na Sua
Palavra não é meramente transgressão dos Seus
mandamentos morais, como por exemplo, o adultério, a
mentira, o homicídio, mas, sobretudo, violação da
santidade que lhe é devida num viver verdadeiramente
piedoso.
Para se vencer um mundo que tem aparência de
piedoso, uma igreja que tem aparência de piedosa, mas
que está no fundo, cheia de violência contra a vontade
32
de Deus, isto jamais poderá ser feito por uma igreja
como a de Éfeso, que abandonou o primeiro amor.
Porque não se vence a mentira somente com a verdade.
A mentira e o erro são vencidos somente com a vida do
próprio Cristo em nós. A morte é vencida pela vida de
Deus. Onde faltar, portanto, esta vida, quem
prevalecerá será sempre o mal, ainda que preguemos
contra o mal ou façamos várias obras de caridade,
porque somente o poder da vida do Espírito pode
desarraigar o pecado que opera na carne, ou seja,
arrancá-lo pelas raízes, combatendo-o na fonte de onde
procede todo o mal, a saber, no nosso próprio coração.
“1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele
que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no
meio dos sete candeeiros de ouro:
2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua
perseverança; sei que não podes suportar os maus, e
33
que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o
são, e os achaste mentirosos;
3 e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste,
e não desfaleceste.
4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro
amor.
5 Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a
ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te
arrependeres.
6 Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos
nicolaítas, as quais eu também aborreço.
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que
está no paraíso de Deus. (Apocalipse 2.1-7)
34
Entregues ao Inimigo para Aperfeiçoamento na
Provação – Apocalipse 2.8-11
“8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o
primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
9 Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és
rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o
são, porém são sinagoga de Satanás.
10 Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está
para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais
provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até
a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da
segunda morte.” (Apocalipse 2.8-11)
Jesus se apresenta à Igreja fiel de Esmirna, como Aquele
que foi morto e reviveu, para lembrar aquela Igreja que
havia grande recompensa para sua perseverança e
fidelidade, em face das tribulações que estavam
35
suportando, e que ainda suportariam por causa do amor
ao Seu nome.
Ele lhes avisou que haveria um ataque feroz de Satanás
contra eles, e que alguns seriam lançados por ele na
prisão por certo período, que o Senhor chamou de “dez
dias”, mas isto seria permitido por Deus para que a fé e
o amor deles fossem colocados à prova, porque o
Senhor recebe grande glória quando Seu nome e Palavra
não são negados pelos Seus nas tribulações que sofrem
por causa da sua fidelidade; ainda que seja necessário
permanecer fiel mesmo em face da morte.
Daí o encorajamento que Jesus deu aos cristãos de
Esmirna para que fossem fiéis até a morte, porque com
certeza lhes estava reservada a coroa da vida.
Ainda que morressem neste mundo, jamais sofreriam o
dano da segunda morte, que é a morte espiritual eterna,
para a qual não há cura, a qual se segue à morte física
neste mundo, e que será consumada com o lançamento
dos ímpios no lago de fogo e enxofre para ali
permanecerem por toda a eternidade.
36
Esta promessa de bênção eterna é dirigida ao que
vencer; a saber, aos que perseverarem em fidelidade até
o fim, vencendo todas as tentações e tribulações pela fé
no Senhor; porque são estes que perseverarem, que
comprovam que foram resgatados da maldição e da
condenação por Cristo.
Então, passar por provações duras e difíceis não é
nenhuma prova de falta de amor ou cuidado de Deus
para com Seus filhos.
Ao contrário, Ele prova aqueles que são fiéis, para que
receba como já dissemos antes, grande glória pela
perseverança deles no amor, na fé e na esperança, ao
mesmo tempo em que são aperfeiçoados na paciência,
no amor, na fé, na longanimidade, na misericórdia, por
meio dessas tribulações.
Esta carta dirigida à Igreja de Esmirna está aqui para nos
lembrar esta verdade, para que nenhum cristão ou
Igreja recue na fé diante das tribulações que estiver
padecendo, e para que não interprete erroneamente
que isto significa que foram abandonados por Deus.
37
Igrejas mornas ou mortas não são perseguidas pelo
diabo, porque não lhes oferecem qualquer ameaça ou
dano.
Mas igrejas fiéis como Esmirna são uma grande ameaça
para ele e seu reino de trevas, e por isso se levanta com
grande fúria para tentar enfraquecê-las na fé, e afastá-
las da sua devoção a Cristo.
É importante destacar, que Jesus disse da Igreja de
Esmirna que além de conhecer a tribulação deles,
conhecia também a sua pobreza, mas ao mesmo tempo,
afirmou que eles eram ricos; assim como conhecia a
blasfêmia daqueles que afirmavam serem judeus, isto é,
filhos de Deus, mas que na verdade, não eram, senão
sinagoga de Satanás.
Sinagoga significa congregação, ajuntamento.
Então, estes se reuniam como um grupo de cristãos, mas
a Igreja de Ermirna discernia espiritualmente, que eles
não estavam a serviço de Deus, mas de Satanás, apesar
38
de pensarem que eram cristãos autênticos, por auto
ilusão, ou por inspiração enganosa do diabo.
Quanto à pobreza de Esrmirna, Jesus se referiu à
pobreza de espírito daquela Igreja, que reconhecia que
dependia inteiramente da Sua graça e dEle, para tudo.
Destes pobres de espírito se diz que são bem-
aventurados, porque são ricos da graça; por isso Jesus
disse que por serem pobres, eles eram ricos.
Diferentemente da Igreja de Laodiceia, que afirmava ser
rica, mas da qual Jesus afirmou ser pobre, cega,
miserável e nua.
Cabe destacar que a Igreja de Esmirna era uma Igreja
que vivia numa sociedade próspera, e certamente,
grande parte dos seus membros era rico de bens
materiais, porém não era nisto em que estava o coração
deles, senão no tesouro celestial.
Jesus fortalece com a Sua graça o cristão fiel em suas
tribulações.
39
Por isso disse que os cristãos de Esmirna não deviam
temer o que haviam de padecer quando o diabo
lançasse alguns deles na prisão.
Deus usa as aflições e as adversidades para aperfeiçoar
a fé dos Seus filhos e amadurecê-los espiritualmente.
O Nome Escrito na Pedra Branca – Apocalipse 2.12-17
“12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz
aquele que tem a espada aguda de dois gumes:
13 Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás;
mas reténs o meu nome e não negaste a minha fé,
mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o
qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 entretanto, algumas coisas tenho contra ti; porque
tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual
ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de
Israel, introduzindo-os a comerem das coisas
sacrificadas a ídolos e a se prostituírem.
40
15 Assim tens também alguns que de igual modo
seguem a doutrina dos nicolaítas.
16 Arrepende-te, pois; ou se não, virei a ti em breve, e
contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe
darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o
recebe.” (Apocalipse 2.12-17)
A Igreja de Pérgamo tinha em sua membresia, cristãos
que viviam na impureza e na avareza, que eram
características destacadas em Balaão, e também um
grupo de licenciosos em relação à graça, porque
conforme a tradição, a doutrina dos nicolaítas consistia
num cristianismo de concessões à carne, ao mundo e ao
pecado, sob o argumento de que a graça de Cristo já
cobriu de uma vez por todas qualquer imputação do
juízo de Deus aos cristãos; de forma que eles podem
viver na carne, no pecado e amando o mundo, desde
que confessem que são de Cristo.
41
Todavia, a liderança de Pérgamo (anjo da Igreja - pastor)
permanecia retendo o nome de Cristo e não havia
negado sua fé, mesmo quando um cristão fiel daquela
Igreja havia sido perseguido até à morte, porque aquela
Igreja funcionava numa área difícil para o evangelho,
porque havia nela um principado satânico instalado, ao
qual Jesus chama de trono de Satanás.
O pastor permanecia fiel com alguns cristãos daquela
Igreja, mas não confrontava os cristãos que andavam de
braços dados com as falsas doutrinas e com a luxúria da
carne.
Por isso Jesus se apresentou ao mesmo como sendo
“aquele que tem a espada aguda de dois gumes”, a
saber, a Palavra de Deus.
Porque é dever dos ministros fazer valer a Palavra de
disciplina de Cristo na Igreja.
Como estava havendo concessão da parte da
liderança,quanto ao pecado, apesar da própria liderança
permanecer fiel a Cristo, no entanto, Ele advertiu a tal
42
liderança e exortou a Igreja ao arrependimento, de
maneira que, caso não se arrependesse, o Senhor disse
que viria em breve contra os cristãos rebeldes e pelejaria
contra eles com a espada da Sua boca.
Isto significa que eles seriam confrontados com a
Palavra da verdade, não para bênção, mas para correção
e juízo.
Em vez de louvor, eles seriam repreendidos pela
Palavra, e julgados em suas más obras, mediante o
padrão da Palavra.
Àqueles que vencessem o pecado, pelo atendimento à
convocação ao arrependimento, Cristo fez a promessa
que receberiam do maná escondido, e uma pedra
branca com um novo nome escrito, que ninguém
conhece senão somente aquele que o recebesse.
Ora, quando se deixa a Palavra e a vida de santidade, o
cristão morre espiritualmente, porque não pode ser
alimentado senão com a Palavra.
43
Cristo tem prometido saciar a todos os que tiverem
fome e sede da justiça do reino de Deus, que está
revelada na Sua Palavra.
A Palavra será então, o alimento que os fortificará. O
maná escondido, que é o próprio Cristo, o pão que
desceu do céu, e pelo qual temos vida espiritual eterna.
Os que estão se alimentando assim de Cristo são
distinguidos por Ele com um novo nome, escrito numa
rocha, para que não seja apagado.
A pedra é branca, indicando que receberam tal nome
distintivo por causa de terem se purificado do pecado.
Eles terão conhecimento disto em espírito; desta
distinção honrosa que Cristo faz deles, ainda que outros
não o saibam ou o reconheçam.
44
Pela Verdade Escrita e Não por Adivinhação –
Apocalipse 2.18-29
É realmente de pasmar, mas é a pura realidade que um
grande número de Igrejas avivadas, senão todas, podem
viver a mesma experiência da igreja de Tiatira, citada em
Apocalipse 2.18-29, porque ao mesmo tempo que o
amor, a fé, o serviço, a perseverança, e as obras da igreja
avançam, sendo mais numerosas do que as primeiras,
por causa da manifestação do poder do Espírito Santo,
também, cresce, paralelamente, a facilidade de a igreja
ficar sujeita à influência de falsos profetas, que se
levantam em seu meio com visões e revelações, que não
procedem do Senhor, e por conseguinte, tornam a Igreja
repreensível aos olhos de Cristo.
Por isso o Senhor se apresentou a esta Igreja de Tatira
como sendo aquele que tem os olhos como chama de
fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente.
Os olhos que tudo veem e sabem, e os pés puros que
estão firmemente estabelecidos na justiça, nas coisas
afirmadas sobre o modo pelo qual importa que os
45
cristãos vivam; de forma, que não deve ser por nenhuma
alegada profecia, visão ou revelação não procedentes de
Cristo, que não sejam conformes com a Sua Palavra, que
Sua vontade poderá ser alterada ou removida.
Cristo permanece o mesmo ontem, hoje e sempre,
inclusive no que se refere à Sua vontade revelada na Sua
Palavra.
Aos que se desviam dela, seguindo estas Jezabéis que se
dizem profetizas, que representam todos os falsos
profetas, que se levantam na igreja, ainda que sejam
verdadeiros cristãos, só que ensinando contra a
verdadeira doutrina de Cristo, ensinam os cristãos a
viverem na impureza e no pecado; até o ponto extremo
de servirem a ídolos, cujo culto está associado a
demônios.
Destes o Senhor diz que lhes dá um tempo para
arrependimento, porém caso não se arrependam, diz
que os matará.
46
De fato esta é a condição de todo cristão que não
permanece na doutrina de Cristo, por alegar possuir
altas e diretas revelações de Deus: eles estarão como
mortos espiritualmente, e até mesmo muitos deles são
punidos com um juízo extremo do Senhor, com a morte
física, tal como fizera com muitos cristãos rebeldes da
Igreja de Corinto.
Mesmo os cristãos fiéis de Tiatira, que não se dobravam
à doutrina da falsa profetiza, e não estavam, portanto,
interessados em conhecer as chamadas profundezas de
Satanás, que operava naqueles cristãos, que andavam
contra a Palavra de Deus, que Ele não lhes poria outra
carga, mas que retivessem o que tinham recebido dEle,
até que voltasse.
A razão de tal admoestação é que mesmo aqueles que
se santificam e permanecem fiéis a Cristo, ficam
expostos a muitas tentações para caírem, quando se
relacionam ou se deixam influenciar por aqueles que
transitam como “profetas” e “pessoas muito
espirituais”, mas que no fundo não sustentam um
47
testemunho de vida que seja conforme a Palavra de
Cristo revelada na Bíblia.
Então devem vigiar e serem diligentes para não
perderem o que alcançaram em Sua fidelidade; por isso,
Jesus diz que eles não precisam de nenhum outro jugo,
senão de permanecerem naquele em que têm
permanecido, que é o jugo suave da obediência aos
mandamentos do Senhor.
A estes que permanecem fiéis em meio a tais tentações
é prometido governo sobre as nações.
Porque o caráter que é assim refinado, para permanecer
firme diante daqueles que tentam nos afastar da nossa
firmeza em Cristo, está apto para liderar juntamente
com Ele, quando inaugurar Seu reino na terra, no
milênio, depois da Sua segunda vinda.
Além do governo, lhes foi prometido receberem a
estrela da manhã, que é a glória refulgente do próprio
Cristo.
48
“18 Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Isto diz o Filho
de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés
semelhantes a latão reluzente:
19 Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o
teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas
últimas obras são mais numerosas que as primeiras.
20 Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que
se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se
prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a
ídolos;
21 e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não
quer arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande
tribulação os que cometem adultério com ela, se não se
arrependerem das obras dela;
23 e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas
saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os
49
corações; e darei a cada um de vós segundo as suas
obras.
24 Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em
Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não
conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que
outra carga vos não porei;
25 mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
26 Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até
o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27 e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo
como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu
recebi autoridade de meu Pai;
28 também lhe darei a estrela da manhã.”
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito dia às
igrejas.” (Apocalipse 2.18-29)
50
Apocalipse 3 As Três Igrejas Predominantes do Tempo do Fim
Como as três igrejas citadas por último, na profecia das
sete igrejas de Apocalipse, e isto indica certamente, que são as igrejas que estarão predominando no tempo do fim, nós estudaremos as três em conjunto, conforme se encontram citadas em Apocalipse 3, porque, especialmente, as duas últimas (Filadélfia e Laodiceia), são as igrejas predominantes em nossos dias, principalmente a última, a saber, a de Laodiceia.
Laodiceia é uma palavra grega composta que significa
“opinião do povo” (diceia = opinião; laos = povo).
Uma igreja assim dirigida pela opinião das pessoas
(povo) que a compõem, e não pelo Espírito Santo, pela
verdadeira fraternidade espiritual em amor, conforme
era o caso de Filadélfia (filo = amor fraterno; delfos =
irmãos), somente poderia ser conforme é apresentada
pela repreensão do Senhor neste terceiro capítulo de
Apocalipse.
Quando a igreja deixa este governo em amor do Espírito,
por falta de uma real obediência de seus membros à
51
Palavra de Deus, e não a aplicando de fato à vida com
pregações do verdadeiro evangelho, com repreensões,
exortações e exercício da disciplina devida a Cristo, ela
se transforma em Laodiceia.
Assim, sempre há o perigo de Filadélfia se transformar
em Laodiceia; daí a necessidade de vigilância e empenho
de todos os seus membros em manter a verdade entre
eles; rejeitando todo tipo de prática antibíblica, que
alguns membros tentam introduzir no modo da igreja
servir e adorar a Deus, contra o modo que está prescrito
na Palavra.
A adoração devida ao Senhor exclui todo tipo de
atividade ou manifestação carnal, porque importa
adorar a Deus em espírito e em verdade.
A Igreja de Sardes é composta por membros que vivem
uma piedade aparente.
Ela se entrega à realização de muitas obras, mas os seus
membros estão mortos, espiritualmente falando.
52
Eles agem no exterior aquilo que não vivem no seu
interior, a saber, uma vida de comunhão espiritual entre
Deus e seus irmãos.
Por isso o Senhor se referiu a esta igreja dizendo que ela
tem fama de que é uma igreja viva, por causa das suas
muitas atividades, mas Ele afirma que na verdade é uma
igreja morta, porque tudo o que faz é na energia da
carne e não pela Sua graça e poder.
É preciso, portanto, vigiar contra este tipo de
espiritualidade aparente e dissimulada, para que não
nos enganemos cultivando-a em nosso meio, de
maneira que venhamos a cair no desagrado de Deus e
não façamos nenhuma obra real para Cristo.
Tal como se dá com a Igreja de Laodiceia, os membros
de Sardes chegam a esta condição porque na verdade, o
que eles fazem na Igreja tem a ver apenas com os
próprios interesses e não com os de Cristo.
Até mesmo aquilo que fazem para a comunidade é para
alcançarem renome de cristãos destacados, e assim, o
53
que fazem não é propriamente para o Senhor e para o
Seu povo, mas para o aumento da própria glória deles.
Esta atitude está definida por Paulo em FP 2.21: “Pois
todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”.
Quando Paulo nos exorta em Efésios 6 a orarmos em
todo tempo no Espírito, por todos os santos, ele quer
dizer que o foco da nossa atenção, como cristãos, deve
estar centrado na Igreja e nos interesses de Jesus em
relação a ela, e não propriamente no que seja do nosso
interesse particular, porque fomos colocados no corpo
como servos, para sermos úteis ao nosso próximo.
A base da cura das coisas que criam uma Sardes é
VIGIAR.
Por isso Jesus exortou em Apo 3.2, a Igreja de Sardes
através do Seu ministro, que eles vigiassem e fossem
confirmados na fé os que estavam para morrer, por
serem impedidos de ter comunhão com Deus, uma vez
que suas obras não eram perfeitas diante de Deus, nem
54
mesmo poderiam ser, enquanto almejassem serem
carnais e não espirituais.
Eles foram exortados (Apo 3.3) pelo Senhor a se
recordarem do que haviam recebido e ouvido, e não
somente para reter em suas memórias, mas para
guardá-lo, ou seja, praticá-lo realmente na vida.
Para isto, necessitariam de arrependimento (se
converterem à vontade de Deus).
Além desta exortação, o Senhor lhes ameaçou dizendo
que caso não vigiassem para se manterem fiéis a Deus,
Ele viria a eles como um ladrão, a saber,
inesperadamente, caso abusassem da Sua
longanimidade, não se convertendo no tempo que
estava dando para se arrependerem.
Isto demonstra que esta igreja de Sardes é uma das
igrejas do tempo do fim, porque o Senhor afirma que ela
estará na terra quando da Sua segunda vinda.
Esta Igreja de Sardes tem apenas alguns cristãos que são
verdadeiramente fiéis ao Senhor, e que caminham em
55
santidade, não seguindo o exemplo carnal dos seus
demais irmãos; por isso o Senhor Jesus elogiou apenas a
estes, na carta que dirigiu àquela igreja.
O Senhor assegurou que estes que andam com suas
vestes brancas, que representam a santidade, são
dignos e podem estar seguros quanto à sua salvação,
porque terão seus nomes registrados para sempre no
livro da vida, e Jesus confessará que eles lhe pertencem,
diante do Pai e dos anjos.
A Igreja de Filadélfia contrasta tanto com Sardes quanto
com Laodiceia, porque tem na totalidade dos seus
membros um procedimento santo e fiel à vontade de
Deus revelada na Sua Palavra.
Eles têm no Senhor, Aquele que lhes abre portas para
proclamarem o evangelho da verdade com liberdade,
portas estas que ninguém pode fechar (Apo 3.7,8).
Esta abertura de portas para a evangelização, pelo
acompanhamento do poder do Espírito é consequência
das obras aprovadas em santidade da igreja de
56
Filadélfia, que é forte, não pela quantidade dos seus
membros, ou pela quantidade de recursos materiais que
possua, mas por causa de ser rica da graça de Jesus, que
é derramada abundantemente sobre ela.
Esta Igreja de Filadélfia é assim porque está
determinada a guardar a Palavra do Senhor, e a não
negar o Seu santo nome, por nada deste mundo, ou por
qualquer oposição que possa sofrer dele, até mesmo
daqueles que se dizem cristãos (judeus no texto) e não
são de fato, e que combatem ferrenhamente estes que
procuram consagrar suas vidas a Deus.
O verdadeiro Israel de Deus é composto por aqueles que
O adoram em espírito e em verdade.
O Senhor prometeu que fará com que estes que são na
verdade da sinagoga (assembleia, congregação) de
Satanás, venham e adorem aos pés de Filadélfia.
les reconhecerão o amor que o Senhor tem por esta
igreja (v. 9), porque apesar de afirmarem serem cristãos,
de serem zelosos pela igreja de Cristo, eles fazem na
57
verdade a vontade do diabo, já que não vivem em
obediência aos mandamentos da Sua Palavra.
O que isto quer significar, senão que muitos dos que
perseguem os cristãos desta Igreja fiel de Filadélfia,
acabarão se convertendo no final, em face do
testemunho do poder que há nesta Igreja?
Assim, ao se converterem, reconhecerão que Cristo
opera de fato em Filadélfia.
A causa principal deste amor é a fidelidade na
perseverança; a constância desta Igreja em viver a
verdade, em santidade.
O Senhor Jesus faz a promessa de guardar estes cristãos
de sofrerem debaixo da Grande Tribulação, que virá
sobre o mundo inteiro (v. 10).
Como há o risco, pela falta de vigilância, de Filadélfia vir
a se transformar em Sardes ou Laodiceia, o Senhor lhe
ordenou que guardasse o que tem recebido para que
não venha a perder sua coroa.
58
É preciso, portanto, perseverar em santidade para a
plena certeza do agrado do Senhor, de que estaremos
com Ele na Sua volta, para arrebatar a Igreja, que anda
fielmente com Ele (v. 11), e saber que o fim desta
perseverança é que sejamos disciplinados por Deus a
vivermos segundo Sua vontade, como se vê em Hb 12.7,
onde se afirma “... é para disciplina que perseverais”.
Vejamos finalmente as repreensões que o Senhor dirige
à igreja degenerada de Laodiceia.
Eles não vigiaram e não atentaram para as exortações
da Palavra para um viver em santidade, e por não darem
a devida atenção a isto, não tendo se esforçado para se
aplicarem à consagração de suas vidas a Deus, esta
igreja vem a ser achada na condição deplorável que é
descrita em Apo 3.14-22.
Apesar de se considerarem a seus próprios olhos da
seguinte forma, conforme o Senhor disse deles: “sou
rico, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”; a real
condição desta Igreja não é de verdadeira riqueza
espiritual, pois Jesus afirma em relação a ela o seguinte:
59
“não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e
cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro
refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes
brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a
vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus
olhos, para que vejas.” (Apo 3.17b, 18)
Mesmo a uma igreja como a de Laodiceia, Jesus exibe
Sua longanimidade, dando-lhe a oportunidade para que
se arrependa voltando-se de fato para um viver segundo
a vontade de Deus; que é um viver em santidade,
conforme se pode inferir das coisas a que Jesus se refere
no verso 18.
Estes cristãos devem descer do pedestal de orgulho em
que se encontram, e devem curvar sua cerviz diante de
Deus, reconhecendo sua miséria espiritual.
Como podem os cristãos de Laodiceia, que são
dominados pelo orgulho, viverem na comunhão em
amor, na qual vivem os cristãos de Filadélfia?
60
Eles terão que se arrepender desta presunção de serem
justos a seus próprios olhos.
Eles terão que se submeter ao trabalho de humilhação,
que é realizado pela cruz.
Eles terão que renunciar ao seu ego, para que possam
enxergar a vontade de Deus (este é o colírio da graça
referido por Jesus no verso 18).
Estes cristãos de Laodiceia devem se voltar da sua
apostasia para Deus, exibindo a veste branca da justiça
de Jesus em suas vidas, andando no Espírito, vivendo
pela fé e não por vista; e não do modo vergonhoso que
eles caminham diante de Deus, pela sua nudez perante
Ele, uma vez que aqueles que não andam na justiça de
Cristo, não estão vestidos para Deus, mas estão nus e
em vergonha tal como Adão estava no Éden, quando
pecou, e não tinha achado ainda uma cobertura
adequada para a vergonha da sua nudez, resultante do
pecado.
61
O estado morno de Laodiceia, que não é quente nem fria
(v. 15), fala da sua indiferença para com a verdade do
evangelho.
Fala da sua falta de zelo e fervor para com as coisas de
Deus.
A indiferença para com o Criador é indesculpável.
Há mais esperança para um pagão que é inteiramente
frio, já que não conhece a Deus, porque ele pode ter
esperança de se converter, e Deus lançará no mar do
esquecimento todos os seus pecados cometidos antes
da sua conversão.
Mas, o cristão morno de Laodiceia vai juntando dia após
dia o seu comportamento perverso diante de Deus, do
qual dará contas no Tribunal de Cristo.
Uma igreja tal como esta, caso não se arrependa, está
fadada a continuar se reunindo, mas não terá a presença
de Cristo, por ter sido vomitada da sua boca, se não vier
a se arrepender.
62
Estes que não pregam e não vivem o verdadeiro
evangelho, contrariam o coração de Cristo, e por serem
mornos são vomitados da Sua boca, a saber, as palavras
deles podem ser as que estão escritas na Bíblia, mas não
serão propriamente as palavras de Cristo, porque não
receberão dEle iluminação, inspiração e unção para
proclamá-la.
A nudez deles diante de Deus acabará por se manifestar
algum dia; e aqueles que têm sido fiéis ao Cordeiro
perceberão que eles estão nus, ou seja, não estão
cobertos com a justiça de Jesus.
A obsessão, a presunção, o autoconvencimento e a
autoilusão são os fatores que mais produzem cristãos
indiferentes à verdade, como os de Laodiceia.
Eles se esforçam por afirmarem que estão muito bem na
Igreja e com Deus, apesar de terem tão pouca ou
nenhuma verdadeira graça operando em suas vidas.
Eles consideram que já se encontram muito bem no que
tange à vida espiritual, e assim, não demonstram fome
63
e sede da verdadeira justiça, para que possam ser
saciados por Deus, por alimentá-los continuamente com
a graça e com a verdade.
Eles estão satisfeitos com a pouca ou nenhuma graça
que possuem, porque apesar de serem pobres,
miseráveis, cegos e nus, pensam que são ricos e que não
precisam fazer qualquer progresso espiritual rumo à
maturidade, quando esta deve ser buscada durante
todo o curso da vida do cristão, por mais longo que ele
possa ser neste mundo.
A fome e sede de justiça é cada vez maior no cristão fiel,
porque este é o mover normal da graça operante de
Jesus. Ele sempre incita a um maior crescimento
espiritual, e este não pode ser obtido, a não por um
constante se alimentar da verdade.
Há uma grande diferença entre o pensamento que estes
cristãos de Laodiceia têm de si mesmos (que a propósito
são numerosos em nossos dias, porque estamos no
tempo do fim), e o pensamento que Cristo tem em
relação a eles.
64
Estes cristãos se acomodaram ao ensino que receberam
em relação ao evangelho, que pode ter sido nenhum ou
muito fraco, e ficaram satisfeitos, agarrados a isto; ou
por ignorância ou por conveniência, para não terem o
trabalho de serem diligentes e terem que se
consagrarem e se empenharem na santificação de suas
vidas pela Palavra, conforme é da vontade de Deus, para
que possam efetivamente produzir frutos espirituais
para Ele.
Quão enganoso é o nosso coração!
Ele precisa ser mudado de coração de pedra em coração
de carne, por ser submetido à iluminação e instrução do
Espírito!
Pessoas cegas como as de Laodiceia não podem
enxergar as coisas invisíveis do reino de Deus.
Elas precisam implorar a Cristo que lhes venda o colírio
celestial para que vejam.
A pobreza espiritual é a verdadeira pobreza diante de
Deus.
65
Ninguém que seja pobre de recursos materiais deste
mundo é considerado pobre por Deus, caso esteja
enriquecido com o ouro refinado no fogo da vida
santificada pela graça de Jesus.
Uma pessoa assim enriquecida, pela graça em sua vida,
poderá enriquecer a muitos, porque ela tem recebido
suficientemente da parte de Deus para poder
compartilhar com outros, conforme é da Sua vontade.
O que uma igreja que não vive no poder da graça do
Espírito tem para oferecer da parte de Deus para outros,
quando ela mesma se encontra em estado de miséria e
de extrema necessidade espiritual?
Os membros de Laodiceia devem derrubar a opinião vã
e falsa que eles têm acerca de si mesmos.
Tal como Sardes, eles não devem viver de uma aparente
riqueza, de uma aparente piedade; porque Deus tudo
considera segundo a verdade e não segundo a
aparência.
66
Ele contempla o coração e leva em consideração até
mesmo os nossos pensamentos e intenções.
Ele não se deixa impressionar pela aparência externa
dos nossos supostos atos de bondade. Ele quer antes de
tudo obediência à Sua Palavra.
Nada de uma verdadeira santidade pode ser obtido sem
que se pague o preço necessário da consagração, a qual
nos impõe muitas renúncias; por isso Jesus diz que
devemos comprar o ouro refinado pelo fogo. Ele tem
preço.
A salvação é pela graça e não nos custa preço algum,
senão o arrependimento e a fé, mas a santificação tem
o custo da nossa consagração e submissão à disciplina
do Espírito Santo, durante todo o curso da nossa vida.
Por isso também é dito na parábola das Dez Virgens que
o azeite para a lâmpada deveria ser comprado.
Este óleo é o óleo do Espírito que é derramado nas
nossas vidas, quando pagamos o preço da obediência e
consagração.
67
Estas palavras, que podem parecer duras a muitos, são
na verdade palavras de advertência verdadeiras de
quem ama àqueles aos quais repreende, porque o
Senhor afirma nos versos 19 a 21:
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois
zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se
alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em
sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer,
eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono”.
Mais uma vez, percebemos a afirmação do Senhor de
que é necessário zelo e arrependimento para que se
possa ter comunhão com Ele, uma vez ouvida a Sua voz,
abrirmos o nosso coração para que Ele possa entrar e
fazer a necessária obra de transformação em nossa vida,
para que possamos ter intimidade com Ele, Lhe
agradarmos e sermos dignos da Sua confiança; o que se
infere dEle ter falado que se assim o fizermos, cearemos
com Ele e Ele conosco.
Esta é uma grande luta contra a carne, contra o diabo e
contra o mundo de pecado.
68
Aqueles que se converterem dos seus maus caminhos,
por obedecerem ao Senhor serão vencedores de todas
estas coisas, e por isso se assentarão juntamente com
Ele no Seu trono na glória.
Devemos então receber toda palavra de reprovação e
correção, que nos venha da parte do Senhor,
diretamente ou através de Seus ministros, como
demonstrações práticas do Seu amor para conosco, pois
estas palavras visam à nossa cura e salvação, e não a
produzirem qualquer dano ou perdição (v. 19).
O espírito que prevalece em Laodiceia é um espírito que
faz barganha com o pecado e passa por alto a tudo que
se opõe à vontade de Deus e à Sua Palavra.
Não é este o modo de Cristo operar com fidelidade,
porque nunca deixará de confrontar o pecado, ainda
que tenha que fazer feridas para produzir a cura.
É por este motivo que Filadélfia é o que é, porque não
nega a Palavra do Senhor, antes se submete a Ela.
69
“1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Isto diz aquele
que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas: Conheço
as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto.
2 Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para
morrer; porque não tenho achado as tuas obras
perfeitas diante do meu Deus.
3 Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e
guarda-o, e arrepende-te. Pois se não vigiares, virei
como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não
contaminaram as suas vestes e comigo andarão vestidas
de branco, porquanto são dignas.
5 O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e
de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da
vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e
diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o espírito diz às igrejas.
70
7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Isto diz o que
é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi;
o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
8 Conheço as tuas obras (eis que tenho posto diante de
ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar), que tens
pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e
não negaste o meu nome.
9 Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se
dizem judeus, e não o são, mas mentem, eis que farei
que venham, e adorem prostrados aos teus pés, e
saibam que eu te amo.
10 Porquanto guardaste a palavra da minha
perseverança, também eu te guardarei da hora da
provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr
à prova os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora; guarda o que tens, para que
ninguém tome a tua coroa.
12 A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu
Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome
71
do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova
Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e
também o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas.
14 Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da
criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente;
oxalá foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio,
vomitar-te-ei da minha boca.
17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de
nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e
miserável, e pobre, e cego, e nu;
18 aconselho-te que de mim compres ouro refinado no
fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que
72
te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez;
e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois
zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha
voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele
cearei, e ele comigo.
21 Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente
comigo no meu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas.” (Apocalipse 3.1-22)
73
Apocalipse 4 O Início da Grande Tribulação – Apocalipse 4
A citação “depois destas coisas”, constante do início
do 4º capítulo de Apocalipse, isto é, depois de tudo o que foi dirigido por carta às Igrejas nos dois capítulos precedentes a este, abriu um novo quadro de cenas, e provavelmente, essa citação indica que tudo o que será dito dali por diante, se refere ao período de três anos e meio da Grande Tribulação, em cujo final se dará a volta de Cristo.
A Igreja foi arrebatada. Os elogios à perseverança, ao
amor, à fé e às obras das igrejas fiéis, e as suas
repreensões aos cristãos que deixaram o amor, a fé, a
doutrina, já são coisas que ficaram para trás, no
passado, porque uma nova situação é instalada, e os que
forem salvos, ou os cristãos rebeldes, que finalmente se
arrependerem de seu mau procedimento, no breve
período da tribulação, sofrerão em sua grande maioria o
martírio sob o Anticristo.
À citação “depois destas coisas” também foi acrescida
no mesmo primeiro versículo deste quarto capítulo, com
a seguinte afirmação:
74
“Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas
devem acontecer”.
Este “sobe aqui” indica que João está sendo convidado
a perceber a partir do céu as coisas que sucederão na
terra, no período da Grande Tribulação.
Como vemos, foi dito também que lhe seriam mostradas
as coisas que depois destas deviam acontecer, ou seja, o
que se seguiria, ao período da Igreja.
Cristo havia escrito cartas para confirmar as igrejas na
maneira de viverem para que a obra do evangelho
avançasse no mundo, de forma a precipitar a Sua
Segunda vinda.
A Igreja cumpriu a missão que lhe foi designada pela
graça de Cristo, e pelo poder e disciplina do Espírito
Santo.
Então chegou o tempo da ceifa.
É isto que se descortinará deste quarto capítulo em
diante.
75
Sendo arrebatado em espírito ao terceiro céu, João
descreveu em poucas palavras, a glória do trono de
Deus, e a presença dos quatro querubins, que ele
chamou de seres viventes, dos vinte e quatro anciãos,
que se prostram em adoração diante de Deus, e que
lançam suas coroas diante do trono, glorificando o nome
do Senhor, dizendo o seguinte:
“Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a
glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.”
É afirmado, portanto, que Deus sendo o Criador, entrará
na posse plena de todas as coisas, recebendo a glória, a
honra e o poder que lhe são devidos, porque foi por Sua
vontade que tudo foi criado e chegou à existência.
Chegou a hora do Filho entregar ao Pai o domínio e o
reino, conforme afirmado por Paulo em I Cor 15.24:
“Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o
Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda
autoridade e todo poder.”
76
Cristo formou um povo que é reino sacerdotal para o
Pai, pela Sua obra de redenção.
Agora é chegada a hora de o reino ser estabelecido em
sua forma final.
“1 Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma
porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz
como de trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e
mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem
acontecer.
2 Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que
um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o
trono;
3 e aquele que estava assentado era, na aparência,
semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao
redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à
esmeralda.
77
4 Havia também ao redor do trono vinte e quatro
tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro
anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas
cabeças coroas de ouro.
5 E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e
diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais
são os sete espíritos de Deus;
6 também havia diante do trono como que um mar de
vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao
meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos
por diante e por detrás;
7 e o primeiro ser era semelhante a um leão; o segundo
ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto
como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma
águia voando.
8 Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e
ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não
têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo,
78
Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que
era, e que é, e que há de vir.
9 E, sempre que os seres viventes davam glória e honra
e ações de graças ao que estava assentado sobre o
trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
10 os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do
que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que
vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas
coroas diante do trono, dizendo:
11 Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a
glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade existiram e foram
criadas.”(Apocalipse 4.1-11)
79
Apocalipse 5 O Início da Retomada do Domínio Total da Terra
No quinto capítulo de Apocalipse é descrito como o
reino será entregue pelo Filho ao Pai.
Isto se dará pela abertura de um testamento de
propriedade, que está lacrado com sete selos, e que
somente pode ser aberto pelo único que tem o direito
legal de abri-lo, porque adquiriu tal certificado de
propriedade para os que entrarão na posse da herança
do reino de Deus, comprando-o com o Seu próprio
sangue, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.
A posse será feita com juízos sobre os inimigos de Deus,
que ainda operam na terra, a saber: Satanás, seus
demônios, os perversos e todo o reino do Anticristo.
O reino será tomado por poder e violência.
Cristo mesmo pelejará contra eles com a espada da Sua
boca, ou seja, com o poder da Sua Palavra.
80
Os inimigos de Deus devem ser vencidos, e o último
inimigo a ser vencido é a morte.
O modo como isto será feito, será descrito do sexto
capítulo em diante.
À abertura do último selo, corresponderão às últimas
ações de Deus para o estabelecimento do Seu reino.
Obviamente, o livro só poderia ser totalmente aberto
depois que fosse removido o seu sétimo e último selo,
significando portanto, que poderia ser lido e
proclamado a quem pertence de fato o reino, o domínio
e o poder pelos séculos dos séculos.
Cristo, por Sua exclusiva dignidade, para realizar a obra
que o Pai lhe designou para ser feita, recebe honra e
glória tanto no céu quanto na terra.
Ele é antes de tudo descrito como um Cordeiro como
tendo sido morto, e que tinha sete chifres (isto simboliza
onipotência perfeita), sete olhos (onisciência perfeita),
que são designados por sete espíritos de Deus enviados
por toda a terra, porque Jesus tinha toda a plenitude do
81
Espírito para realizar a obra que fez em favor dos
pecadores.
Somente Deus Filho poderia pegar o livro, que estava na
mão direita de Deus Pai, e assim que Jesus pegou o livro,
os quatro querubins (ou seres viventes) e os vinte e
quatro anciãos prostraram-se diante dEle, com suas
harpas e taças de ouro cheias das orações dos santos,
porque o reino foi estabelecido por meio da cooperação
da Igreja com a Sua cabeça, que é Cristo.
A noiva de Cristo foi Sua auxiliadora e então tem parte
na honra e glória que Cristo recebe no céu, ao serem
lembradas as suas orações, em favor do
estabelecimento do reino.
Logo a seguir, os querubins e os vinte e quatro anciãos
cantavam um novo cântico dizendo que Cristo era digno
de tomar o livro e abrir os seus selos, por causa de ter
morrido e comprado como Seu sangue para Deus pai,
homens de toda tribo, língua, povo e nação, fazendo
deles reino e sacerdotes para reinarem sobre a terra.
82
Além deles, João viu miríades e miríades de anjos
dizendo que digno era o Cordeiro que foi morto, de
receber o poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória
e louvor.
Ao coro destes milhões de anjos se ajuntaram as vozes
de todas as demais criaturas tanto do céu quanto da
terra e debaixo da terra, e no mar, dizendo:
“Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro,
seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos
séculos dos séculos”.
A isto os querubins diziam Amém, e os vinte e quatro
anciãos prostraram-se e adoraram.
Cristo virá com poder e grande glória, e isto é antecedido
e manifestado no céu, quando estiver próximo tal
evento.
E o mesmo foi dado a conhecer a João, conforme ele o
descreveu neste quinto capítulo.
83
“1 Vi na destra do que estava assentado sobre o trono
um livro escrito por dentro e por fora, bem selado com
sete selos.
2 Vi também um anjo forte, clamando com grande voz:
Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?
3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra,
podia abrir o livro, nem olhar para ele.
4 E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém
digno de abrir o livro nem de olhar para ele.
5 E disse-me um dentre os anciãos: Não chores; eis que
o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir
o livro e romper os sete selos.
6 Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no
meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo
sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os
sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
7 E veio e tomou o livro da destra do que estava
assentado sobre o trono.
84
8 Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os
vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do
Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de
ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
9 E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de
tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste
morto, e com o teu sangue compraste para Deus
homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;
10 e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e
eles reinarão sobre a terra.
11 E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono
e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era
miríades de miríades; e o número deles era miríades de
miríades e milhares de milhares,
12 que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que
foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e louvor.
13 Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na
terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas
85
que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o
trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória,
e o domínio pelos séculos dos séculos:
14 e os quatro seres viventes diziam: Amém. E os
anciãos prostraram-se e adoraram.” (Apocalipse 5.1-14)
86
Apocalipse 6 Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse
Nós temos no sexto capítulo de Apocalipse, a
descrição dos eventos correspondentes à abertura dos seis primeiros selos do livro lacrado, pelo Cordeiro.
O que vemos aqui é a liberação de poderes de destruição
que estarão operando na terra, de um modo como
nunca puderam agir antes.
Jesus se referiu a este período da Grande Tribulação com
as seguintes palavras em Seu ministério terreno:
“21 porque haverá então uma tribulação tão grande,
como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem jamais haverá.
“22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém
se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão
abreviados aqueles dias.” (Mateus 24.21-22).
É a esta abertura de selos que correspondem tais
palavras.
87
Não ao princípio de dores, que será vivido pela Igreja
antes do arrebatamento, nos períodos sucessivos da
história cristã, especialmente quando estiver se
aproximando o período da Grande Tribulação, em que
tais dores se intensificarão por causa da multiplicação
da iniquidade.
Temos motivos para crer que estamos vivendo estes
dias do princípio das dores, pelas ocorrências que temos
testemunhado em todo o mundo, e que têm afetado
profundamente a vida da Igreja, notadamente no que se
refere à dificuldade profetizada na Palavra, quanto a se
viver uma vida santificada, sem estar conformada ao
mundo.
A abertura dos quatro primeiros selos corresponde a
eventos que estão acontecendo na terra, tipificados nos
quatro cavalos e seus cavaleiros.
O quinto selo corresponde à determinação da marcha
das ocorrências relativas ao tempo do fim, com o clamor
daqueles que foram mortos por causa do testemunho de
Cristo.
88
O sexto e sétimo selos correspondem à segunda vinda
do Senhor, e os eventos que sucederão próximo e
durante este seu retorno.
Os selos são simbólicos.
Um testamento que era deixado a alguém no passado
deveria ser lacrado sete vezes, segundo a lei romana, e
assim não poderia ser violado sem que fosse percebido.
Este é um testamento lacrado.
É Deus está legando o mundo a Cristo.
Cada selo revela que eventos acontecem para que Ele
retome o mundo para dá-lo a Seu Pai.
Em Apo 6.4 lemos:
“E saiu outro cavalo, vermelho, e ao seu cavaleiro foi-lhe
dado tirar a paz da terra para que os homens se
matassem uns aos outros; também foi-lhe dada uma
grande espada.”
89
Assim, temos aqui a guerra, e o começo da ordem
mundial para uma matança volumosa, que terá o seu
ápice nos dias do Anticristo.
Nos verso 5 e 6:
“quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser
vivente, dizendo: Vem. Então vi, e eis um cavalo preto e
o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma
como que voz no meio dos quatro seres viventes,
dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três
medidas de cevada por um denário; e não danifiques o
azeite e o vinho.”
Isto se refere às condições de fome.
Não há bastante comida para todos e isto é o resultado
de guerras.
Então temos o quarto selo nos versos 7 e 8:
“Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do
quarto ser vivente dizendo: Vem. E olhei, e eis um cavalo
amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte:
90
e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade
sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela
fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.”
Temos aqui o massacre de um quarto da população do
mundo.
Muitos identificam o cavaleiro do cavalo branco
correspondente ao primeiro selo com Cristo, mas nos
parece uma forma errônea de interpretação, porque,
como vimos antes, estão em referência poderes
destruidores que não serão mais retidos pelo Espírito.
O mistério da iniquidade não estará sendo mais retido.
É a hora do Anticristo ser coroado e receber o arco com
o qual ferirá principalmente os santos, é a hora de
Satanás e dos demônios agirem com grande liberdade,
para afligirem os homens, que não se encontram
debaixo da proteção de Deus nesta hora difícil, e por isso
é chamada de Grande Tribulação, que deve ter os seus
dias abreviados, de forma que se Deus não previsse um
91
tempo para a sua duração, nenhuma carne restaria
sobre a terra.
Assim o cavalo branco e seu cavaleiro representam a
falsa paz e segurança que são oferecidas, com engano,
pelo Anticristo, e que encantará a muitos, a ponto de ser
adorado por eles, como se fosse um deus.
Esta é mais uma forma de juízo, porque Deus os deixou
entregues a si mesmos, para darem crédito à mentira,
porque se recusaram dar ouvidos à verdade.
Diz-se que saiu vencendo e para vencer porque será
dado ao Anticristo que faça guerra contra os santos e
prevaleça contra eles nesse período. Não propriamente
sobre seus espíritos, mas sobre seus corpos, conforme
está declarado em Daniel, e em outras passagens deste
livro de Apocalipse, conforme veremos adiante.
É importante frisar que estes poderes destrutivos são
liberados debaixo da ordem dos querubins ou seres
viventes.
Eles dizem: “Vem!”.
92
Não seria de se esperar que dessem tal ordem a Cristo
caso fosse o cavaleiro do cavalo branco.
Os querubins são os guardiões da santidade de Deus.
Eles foram colocados no Éden para guardar o caminho
para a árvore da vida.
Então se estão dizendo “vem” no sentido de “que
podem operar agora”, o significado claro é que tais
poderes queriam operar, mas estavam retidos pelo
poder de Deus, até que lhes foi permitido agirem
debaixo da Sua permissão, no tempo que estava
designado para a sua ação.
O diabo veio roubar, matar e destruir.
Este é o seu desejo latente e grande vocação.
O seu grande desejo é especialmente o de magoar os
santos do Altíssimo, o que nunca foi e jamais será o
desejo de Cristo, que veio em oposição ao diabo, dar aos
cristãos, vida em abundância.
93
Deste modo, se o diabo não destrói mais do que vemos
é porque isto não lhe é permitido por Deus.
Ele poderia se conter nestas destruições para tentar
frustrar o propósito de Deus, mas ele não pode se
conter, porque isto não está na Sua natureza perversa e
cheia de ódio contra a humanidade, contra Deus e
contra tudo o que Ele criou.
Ele não deixará, portanto, de agir rápido para destruir,
tão logo seja aberta para ele tal oportunidade.
Por isso lemos no final deste capítulo o seguinte,
relativamente à abertura do sexto selo:
“15 E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares,
e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre,
se esconderam nas cavernas e nas rochas das
montanhas;
16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e
escondei-nos da face daquele que está assentado sobre
o trono, e da ira do Cordeiro;
94
17 porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem
poderá subsistir?”
Ora, alguém dirá: afinal a ira é de Deus ou do diabo?
A ira de Deus é contra o mundo de pecado.
A ira do diabo é contra Deus e tudo quanto é santo e
contra tudo que Deus criou.
Se Deus fica irado com o pecado a ponto de permitir as
destruições que são descritas neste livro, então é
porque a medida da iniquidade dos homens foi
completada, depois de ter usado de grande
longanimidade para com a humanidade, por um longo
período em toda a dispensação da graça, e em face da
falta de arrependimento dos homens, Ele manifestará
por fim a Sua ira contra o pecado, permitindo que as
forças do Inimigo operem, como forma de juízo contra
todos aqueles que resistiram à Sua vontade.
É importante destacar, que nesta hora, a Igreja já havia
sido arrebatada.
95
Aqueles que vierem a se converter e se arrependerem
de seus maus caminhos, neste período difícil da Grande
Tribulação, o farão debaixo da manifestação destes
juízos, que sobrevirão a todas as partes do mundo, por
causa do pecado.
Aos que amaram o erro e a mentira, os maus senhores
deles, o diabo e o pecado, dar-lhes-ão a devida paga por
lhes terem servido, e não ao único Deus amoroso, fiel e
verdadeiro.
“1 E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi
um dos quatro seres viventes dizer numa voz como de
trovão: Vem!
2 Olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava montado
nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vencendo, e para vencer.
3 Quando ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser
vivente dizer: Vem!
96
4 E saiu outro cavalo, um cavalo vermelho; e ao que
estava montado nele foi dado que tirasse a paz da terra,
de modo que os homens se matassem uns aos outros; e
foi-lhe dada uma grande espada.
5 Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser
vivente dizer: Vem! E olhei, e eis um cavalo preto; e o
que estava montado nele tinha uma balança na mão.
6 E ouvi como que uma voz no meio dos quatro seres
viventes, que dizia: Um queniz de trigo por um denário,
e três quenizes de cevada por um denário; e não
danifiques o azeite e o vinho.
7 Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser
vivente dizer: Vem!
8 E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava
montado nele chamava-se Morte; e o inferno seguia
com ele; e foi-lhe dada autoridade sobre a quarta parte
da terra, para matar com a espada, e com a fome, e com
a peste, e com as feras da terra.
97
9 Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as
almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra
de Deus e por causa do testemunho que deram.
10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o
nosso sangue dos que habitam sobre a terra?.
11 E foram dadas a cada um deles compridas vestes
brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um
pouco de tempo, até que se completasse o número de
seus conservos, que haviam de ser mortos, como
também eles o foram.
12 E vi quando abriu o sexto selo, e houve um grande
terremoto; e o sol tornou-se negro como saco de cilício,
e a lua toda tornou-se como sangue;
13 e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como
quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa
cair os seus figos verdes.
98
14 E o céu recolheu-se como um livro que se enrola; e
todos os montes e ilhas foram removidos dos seus
lugares.
15 E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares,
e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre,
se esconderam nas cavernas e nas rochas das
montanhas;
16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e
escondei-nos da face daquele que está assentado sobre
o trono, e da ira do Cordeiro;
17 porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem
poderá subsistir?” (Apocalipse 6.1-17)
99
Apocalipse 7 Quem são os 144.000 de Apocalipse?
O 7º capítulo de Apocalipse descreve os mártires da
Grande Tribulação, que serão achados em honra no céu, porque não negaram o nome do Senhor, e por isso padeceram sob o Anticristo na terra.
A graça do Senhor e o Seu favor operarão no período da
Grande Tribulação, porque se vê aqui, que não será
permitido por Ele que nenhum dano seja feito pelos
anjos destruidores, antes que sejam selados para a
salvação os 144.000 das doze tribos de Israel.
Este número é o resultado de 12 x 12 x 1.000, que é um
numero simbólico para uma perfeição completa sem
falta, ou seja, nenhum dos eleitos será martirizado sem
que antes seja selado para a salvação, ou seja, eles terão
um encontro pessoal com Cristo, antes de serem
martirizados, de modo que possam entrar na glória
celestial.
100
É feito um destaque de honra especial a eles neste
capítulo porque será um ato de grande coragem afirmar
a fé em Cristo no período sangrento da Grande
Tribulação.
Não se pode afirmar com plena certeza que se trata
apenas da salvação de pessoas da nação de Israel,
porque a Bíblia define como verdadeiros israelitas
aqueles que são circuncidados não no prepúcio, mas no
coração.
Deve ser tido em conta também que já não há pessoas
das demais onze tribos de Israel vivendo atualmente,
porque apenas a tribo de Judá e parte da tribo de
Benjamim foram poupadas da destruição pelos assírios
em 722 a. C.
Neste texto se faz referência a pessoas destas doze
tribos. Isto pode indicar que são verdadeiros israelitas
(que são de Cristo) que se convertem a Ele em todas as
nações.
101
Mas, como dissemos não se pode descartar também a
hipótese que seja de fato uma referência ao número
total de eleitos da nação de Israel que estiverem
vivendo nos dias da Grande Tribulação.
Isto explicaria o motivo da referência às doze tribos, e
não apenas à tribo de Judá, porque Deus não fizera uma
promessa de salvar apenas aos de Judá, mas a todo o
Israel no tempo do fim, conforme predito em Isaías
59.20,21, e confirmado por Paulo em Romanos 11.26:
“e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá
de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades;”
“1 Depois disto vi quatro anjos em pé nos quatro cantos
da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que
nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar,
nem contra árvore alguma.
2 E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o
selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro
anjos, quem fora dado que danificassem a terra e o mar,
102
3 dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as
árvores, até que selemos na sua fronte os servos do
nosso Deus.
4 E ouvi o número dos que foram assinalados com o selo,
cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos dos
filhos de Israel:
5 da tribo de Judá havia doze mil assinalados; da tribo
de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;
6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil;
da tribo de Manassés, doze mil;
7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil;
da tribo de Issacar, doze mil;
8 da tribo de Zabulom, doze mil; da tribo de José, doze
mil; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados.
9 Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão,
que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos,
povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e
103
em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes
brancas, e com palmas nas mãos;
10 e clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus,
que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro.
11 E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e
dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-
se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,
12 dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ações
de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos
séculos dos séculos. Amém.
13 E um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as
compridas vestes brancas, quem são eles e donde
vieram?
14 Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes. Disse-me ele:
Estes são os que vêm da grande tribulação, e levaram as
suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
15 Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de
dia e de noite no seu santuário; e aquele que está
104
assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo
sobre eles.
16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem
cairá sobre eles o sol, nem calor algum;
“17 porque o Cordeiro que está no meio, diante do
trono, os apascentará e os conduzirá às fontes das águas
da vida; e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.”
(Apocalipse 7.1-17)
105
Apocalipse 8
A Grande Tribulação e o Anticristo – Apocalipse 8 a 14
(MESMO COMENTÁRIO DO CAPÍTULO 8 a 14)
Como a partir da abertura do sétimo selo, no oitavo
capítulo de Apocalipse, há uma série de eventos
conjugados em todos os demais capítulos do livro de
Apocalipse, estaremos apresentando um comentário
em resumo destes demais capítulos, sob títulos dos
grandes e principais eventos que ocorrerão deste ponto
em diante.
Para melhor acompanhar esta parte, leia os capítulos 8
a 14 de Apocalipse.
106
A Grande Tribulação e o Anticristo
O engano citado em Mt 24.4,5, culminará com o maior
engano de todos na pessoa do Anticristo que agirá pela
eficácia de Satanás, enganando a muitos, que
depositarão nele inteira confiança para a resolução dos
problemas mundiais.
Ele será o último falso salvador que o mundo verá. O
último falso messias. Por isso é chamado de Anticristo,
porque é um cristo falso.
O abominável da desolação citado em Mt 24.15 é uma
referência à profanação, pelo Anticristo, do templo que
ainda será reconstruído em Jerusalém. Esta é citada em
Daniel 9.27.
Agora o que é o lugar santo? Algumas pessoas dizem que
é a terra. Algumas pessoas dizem que é a cidade de
Jerusalém. O que é o lugar santo? Há somente outro uso
dessa frase em todo o Novo Testamento e encontra-se
107
em Atos 21:28. O Lugar Santo era um dos ambientes do
tabernáculo e do templo de Jerusalém.
A profecia de Daniel 11.31 teve um primeiro
cumprimento na pessoa de Antíoco Epifânio, e terá um
último cumprimento na pessoa do Anticristo:
“Dele sairão forças que profanarão o santuário, a
fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício costumado,
estabelecendo a abominação desoladora.”
A primeira parte de Daniel 11 descreve fatos que já
tiveram cumprimento na história, e a parte posterior se
refere a coisas que ainda terão cumprimento no tempo
do fim.
O verso 31 trata de um duplo cumprimento, e
historicamente já se cumpriu entre 175 e 165 a.C.
correspondente ao governo do rei sírio Antíoco.
Ele se chamava Epifânio que quer dizer "o grande".
Ele foi um grande perseguidor do povo de Israel, sendo
assim um tipo perfeito do Anticristo.
108
Ele tentou acabar com a religião judaica e matou
milhares e milhares de judeus, inclusive mulheres e
crianças.
Ele profanou o templo entrando nele e matando um
porco no altar e obrigando os sacerdotes a comerem a
sua carne.
Além disso, ele colocou a imagem de um deus grego no
templo, provavelmente Zeus. Com o templo assim
profanado, os judeus deixaram de apresentar seus
sacrifícios no mesmo, e o sacrifício diário determinado
pela lei foi completamente parado.
Foi exatamente isso que Daniel profetizou cerca de 400
antes, que ele faria (11:31). Assim, o templo ficou
desolado por causa daquela abominação, isto é, daquele
ato detestável aos olhos de Deus e do seu povo.
O Anticristo também profanará o templo que será
reconstruído, para afrontar os judeus e o Deus de Israel,
e pelo mesmo efeito de rejeição que isto produzirá, tal
109
como no passado, nos dias de Antioco Epifânio, diz-se
que será uma abominação desoladora.
E é por isso que ao se referir à profecia exclusiva ao
Anticristo em 9.26,27, Daniel usa as palavras desolação
e abominação, para se referir aos atos do Anticristo.
Em Daniel 9.24-27 temos a conhecida profecia das
setenta semanas.
São setenta semanas de anos.
Referem-se, portanto a 490 anos, sendo que a profecia
estabelece dois períodos distintos, um que vai desde a
“saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até
o Ungido, ao Príncipe” são sessenta e nove semanas, isto
é, 483 anos.
Depois da morte do Ungido se levantaria um príncipe
que governaria por uma semana (a septuagésima
semana), e que faria cessar o sacrifício e a oferta de
manjares no meio da semana (versos 26,27).
110
A profecia determina então, um período “para fazer
cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para
expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para
selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos
Santos.” (9.24).
Isto está vinculado de fato a duas fases: ao primeiro
advento de Cristo trazendo a graça e a redenção para os
habitantes da terra, e ao seu segundo advento para
estabelecer Seu reino de justiça na terra.
Por isso, foi declarado a Daniel o prazo para a primeira
vinda de Jesus, e também o prazo que determinaria a
Sua segunda vinda, que está relacionada ao período da
Grande Tribulação, que será precipitada no governo de
sete anos do Anticristo, e que corresponde à
septuagésima semana da profecia de Daniel.
Esta semana é isolada das demais 69 que se cumpriram
no primeiro advento de Cristo, porque Israel tem
permanecido endurecido até hoje à recepção de Jesus
como o Salvador e Messias.
111
Será exatamente no tempo do fim que se voltará para o
Senhor como nação, para a sua redenção.
Daniel queria saber de Deus quando acabaria o cativeiro
de Israel, e quando este seria firmado como nação e
reino sacerdotal, conforme havia sido prometido por
Deus desde Moisés.
A resposta de Deus foi dada com a profecia das setenta
semanas, porque Daniel pensava que uma vez findo os
setenta anos de cativeiro babilônico, conforme havia
sido profetizado por Jeremias, Israel seria estabelecido
como reino de Deus na terra.
Desde a “saída da ordem para restaurar e edificar
Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe”, temos 69
semanas, isto é, 483 anos.
O decreto para a reconstrução do templo e da cidade de
Jerusalém foi baixado em cerca de 450 a.C.
A contagem vai, portanto até a morte de Jesus, e não até
o seu nascimento, porque somando-se 33 a 450 temos
os 483 anos referidos na profecia.
112
De fato, “para fazer cessar a transgressão, para dar fim
aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a
justiça eterna”, conforme se encontra registrado na
profecia, isto somente seria possível com a morte de
Jesus.
Por isso a profecia de Daniel faz referência à morte do
Senhor.
Mas “para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo
dos Santos”, conforme também está na profecia de
Daniel, haverá necessidade de que o Senhor volte e
estabeleça o Seu reino na terra, de maneira que o
veremos assim como Ele é, e o que é em parte, será
aniquilado.
As visões e as profecias terão tido o seu cumprimento, e
já não andaremos somente por fé, mas também pelo
que veremos.
Hoje não há um único ser humano perfeito vivendo na
terra, porque mesmo o maior dos santos é pecador, e
113
ainda está sujeito ao pecado, em razão da natureza
terrena.
Mas, quando o Senhor voltar, e nós juntamente com Ele,
em glória, todos seremos perfeitos, assim como Ele é
perfeito.
O plano de Deus de restaurar a criação original terá
cumprimento na volta de Jesus e no estabelecimento do
seu reino milenar com os salvos na terra.
Deus criou a terra para este propósito, para que fosse
herdada pelos justos, pelos que são puros de coração, e
sem pecado.
Ele cumprirá cabalmente aquilo que planejou desde
antes da fundação do mundo.
Em Daniel 12.11 lemos:
“Depois do tempo em que o costumado sacrifício for
tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda
mil duzentos e noventa dias.”
114
Decorrerão três anos e meio para o retorno de Cristo e a
consequente destruição do governo do Anticristo, a
contar do momento em que for posta a abominação
desoladora no Lugar Santo.
Observe que Daniel acrescenta mais 30 dias aos 1260
referidos em Apocalipse 12.6, como tempo da
perseguição do diabo aos judeus através do Anticristo
durante o período da Grande Tribulação.
Isto pode ser explicado pelo fato, de que a profecia de
Daniel está enfocando o tempo para o estabelecimento
do Reino do Senhor Jesus, e não para o término do
governo do Anticristo.
Isto demandará o estabelecimento da separação entre
os cabritos e as ovelhas, e temos assim uma primeira
contagem de um prazo já determinado para o início do
estabelecimento do reino.
Em Daniel 12.12 lemos:
“Bem-aventurado o que espera e chega até mil
trezentos e trinta e cinco dias.”
115
Isto é, 45 depois dos 1290 já referidos.
Muitas providências deverão ser tomadas para que a
terra seja restaurada a uma condição adequada para o
governo dos santos juntamente com Cristo.
Para a separação das ovelhas dos cabritos e tudo o mais
que for necessário.
Haveria assim, provavelmente, um período de transição
de 75 dias desde o retorno do Senhor até o
estabelecimento do seu reino milenar.
Jesus começou a remover a maldição do pecado da
terra.
A terra foi restaurada.
Em Ezequiel 36.36 lemos:
“Então as nações que tiverem restado ao redor de vós
saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades
destruídas, e plantei o que estava desolado. Eu, o
Senhor, o disse, e o farei.”
116
A palavra de Romanos 8.19-21 terá cabal cumprimento
quando da volta do Senhor:
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação
dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade,
não voluntariamente, mas por causa daquele que a
sujeitou, na esperança de que a própria criação será
redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da
glória dos filhos de Deus.”
Daniel chama o Anticristo de pequeno chifre, o rei com
a face feroz, o rei voluntarioso.
João o chama de a besta.
Paulo o chama de filho da perdição e homem do pecado.
Ele é a culminação de todos os falsos cristos.
Ele é tão convincente nisto, que Daniel 9:27 diz que
Israel fará um pacto com ele, crendo que ele seja o seu
libertador e protetor.
117
E todas as nações do mundo, em razão das suas
perseguições, vêm a ficar debaixo do seu poder, e ele
engana a muitos.
Ele tem comunhão com os demônios do inferno. Ele é
poderoso, mas não pelo seu próprio poder. Ele causará
estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe
aprouver, e destruirá os poderosos e o povo santo (Dn
8.24).
Não é seu próprio poder, é o poder do inferno.
Pela astúcia dos seus empreendimentos políticos, fará
prosperar o engano (Dn 8.25). Ele usa a paz, ele usa a
negociação para seduzir o mundo e trazê-lo sob o seu
poder.
No capítulo 11 de Daniel nós descobrimos mais coisas
sobre ele nos versos 36-45.
Assim, seu engano é incrível.
Na realidade, o engano dele é descrito em maior detalhe
em Apocalipse 13.
118
Lá, João não o vê com uma face feroz, nem como um rei
voluntarioso, mas em outra perspectiva, como uma
besta. Ele é uma besta que governa sobre as nações e o
simbolismo é muito vívido.
Ele é uma besta poderosa. Ele é uma besta devastadora.
O verso 5 diz que lhe foi dado 42 meses para agir com
autoridade. Isto equivale a três anos e meio,
correspondentes à metade final do sete anos referidos
em Daniel 9.27, como o tempo total do seu governo.
Assim, ele passará a empreender suas perseguições
contra Israel desde a colocação da abominação
desoladora no lugar santo, neste período de três anos e
meio, correspondente à Grande Tribulação.
Em II Tes 2.3,4, Paulo cita o Anticristo nestes termos:
“Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto
não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e
seja revelado o homem da iniquidade, o filho da
perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se
chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se
119
no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o
próprio Deus.”. E sobre esta sua arrogância e blasfêmia
João também registrou em Apo 13.5,6: “Foi-lhe dada
uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias, e
autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a
sua boca em blasfêmias contra Deus; para lhe difamar o
nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam
no céu.”
Também lemos em Daniel 7.8,25 e 11.36:
“Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles
subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros
chifres, foram arrancados; e eis que neste chifre havia
olhos, como os de homem, e uma boca que falava com
insolência.” (7.8). “Proferirá palavras contra o Altíssimo,
magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos,
por um tempo, dois tempos e metade dum tempo”
Esta é também uma linguagem profética para designar
os três anos e meio a que nos temos referido (7.25).
120
“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se
engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos
deuses, falará cousas incríveis,” (11.36).
Esta exaltação do Anticristo se dará por conta do fato de
ter vencido as nações e exercido domínio sobre elas, e
de ao subjugar o povo de Israel matando milhares deles,
ter se considerado superior ao Deus de Israel, a ponto
de se assentar no templo, proferindo palavras contra o
Altíssimo.
Ele incorrerá no mesmo erro do rei Assírio Senaqueribe,
que se exaltou contra Deus e lhe dirigiu palavras de
afrontas em desafio através de Rabsaqué, seu porta-voz
(Is 36 e 37).
Aliado ao poder obtido sobre as nações e sobre Israel, o
Anticristo também terá por motivo de exaltação o fato
de ser enganado pelo próprio Satanás e demônios, aos
quais estava servindo, porque o falso sistema religioso
que estará a seu serviço, personificado na pessoa do
chamado falso profeta (Apo 13.11-15), fará uma imagem
do Anticristo e a imagem falará, e será determinado que
121
todos adorem a imagem, instituindo-se assim um culto
idolátrico, e todo aquele que se recusar a adorar a
imagem da besta será morto.
Será tal o sentimento de grandeza e de posse do
Anticristo sobre toda a humanidade, que será
determinado que todos recebam certa marca sobre a
mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa
comprar ou vender, senão aquele que tiver o nome da
besta ou o número relativo ao seu nome que é 666 (Apo
13.16-18).
Muitos poderão estar perguntando como poderia Israel
se aliançar com a besta.
No entanto, antes que ele assuma o controle sobre as
nações, revelando seu caráter maligno, ele deve, pela
sua aliança com os israelitas, livrá-los da ameaça do
mundo árabe.
O ódio incurável e histórico do mundo islâmico contra
Israel não cessará por qualquer tratado de paz.
122
Daí, possivelmente a razão de Israel ter buscado apoio
no poder político que estará em evidência na ocasião
sob o governo do Anticristo, tal como os israelitas
dependem da sua aliança histórica com os Estados
Unidos para a sua segurança no Oriente Médio.
É possível mesmo, que nos três primeiros anos e meio
de seu governo, ele seja tido como o próprio messias
pelos israelitas, sem que saibam que ele é um falso
libertador.
Em Mt 24.29 o Senhor disse que “logo em seguida à
tribulação daqueles dias”, isto é, imediatamente após o
período da Grande Tribulação, ocorrerá a Sua segunda
vinda, e quando isto ocorrer, o sol escurecerá e a lua não
dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e
os poderes do céu serão abalados.
Isto indica que eventos cataclísmicos antecederão a Sua
manifestação vindo sobre as nuvens do céu com poder
e muita glória.” (verso 30).
123
Assim, o Senhor virá imediatamente após a Grande
Tribulação.
E, como mais um sinal da sua vinda, o Senhor disse na
parábola da figueira que deveríamos aprender da lição
que ela nos dá, porque quando os seus ramos se
renovam, e as folhas brotam, é um sinal de que o verão
está próximo.
Assim, a geração que testemunhasse estas coisas não
passaria sem que tudo aconteça, pois ao virem todas
estas coisas, saberão que Ele está próximo às portas (Mt
24.32-34).
A figueira dá frutos no verão, e antes que isto ocorra, ela
renova suas folhas.
Assim, quando a geração que presenciar a Grande
Tribulação referida pelo Senhor, precipitada pela
profanação pelo Anticristo, do templo que será
reconstruído em Jerusalém, ela pode estar certa de que
presenciará a volta do Senhor, assim como sabemos que
124
o verão se aproxima quando a figueira renova os seus
ramos e as folhas brotam.
Assim, os sinais estão reservados para as pessoas que
estiverem vivendo no tempo do fim.
No capítulo 9 de Apocalipse, a partir do verso 13, vemos
que um exército de duzentos milhões de soldados saiu
pela terra induzidos por quatro anjos que foram soltos e
que se achavam atados junto ao rio Eufrates, e que
dizimou a terça parte da humanidade.
Apocalipse 13.7 nos conta outra coisa interessante
sobre esta guerra. O poder poderoso nesta guerra, em
parte, não é somente das forças demoníacas do inferno
e do próprio Satanás, mas do Anticristo, a besta:
“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e
os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada
tribo, povo, língua e nação.”
Assim, é o Anticristo da mesma maneira que nós vimos
no Velho Testamento, em Daniel.
125
É ele que massacra o rei do sul, o exército do norte;
derrota o exército do leste, e expande o seu poder
mundialmente.
Outra passagem em Apocalipse 16.13,14 revela que três
espíritos imundos, operadores de sinais, saem da boca
do dragão, da besta e do falso profeta e se dirigem aos
reis da terra para congregá-los para a batalha do
Armagedom, no grande dia do Senhor, isto é, na
segunda vinda de Cristo.
Mas, o intento deles será marchar contra Jerusalém para
devastá-la. E, no meio desta batalha Jesus virá e os
destruirá.
Os capítulos 8 e 9 de Apocalipse contêm os juízos
relativos ao toque das 6 primeiras trombetas.
Estes prenunciam o grande juízo de Deus contra os
ímpios, contra a iniquidade que se multiplicou na terra,
e serão despejados durante o período de governo do
Anticristo, e culminarão com a sétima trombeta,
126
correspondente à segunda vinda de Jesus, que
consumará a destruição final dos ímpios.
Somente os que tiverem se convertido durante o
período do governo do Anticristo serão poupados.
A igreja terá sido arrebatada antes da Grande
Tribulação, não sendo assim, atingida por estes juízos.
Será lançado granizo misturado com fogo e sangue à
terra.
Uma terceira parte das árvores será queimada.
E isto vai gerar fome.
Uma como que grande montanha em chamas foi
lançada ao mar e um terço da vida do mar morreu, e um
terço das embarcações foi destruído.
Aqueles que dependem do mar para seu sustento foram
prejudicados.
Uma terça parte das águas dos rios e das fontes se
tornou amarga, imprópria para o consumo.
127
Uma terça parte do sol, da lua e das estrelas foi atingida,
para que a terça parte deles escurecesse, afetando
assim o ciclo das estações na terra, prejudicando,
sobretudo as atividades agrícolas.
Tudo isso constitui desastres de proporções volumosas.
Além disso, ao toque da quinta trombeta corresponderá
à soltura de demônios que estavam aprisionados no
abismo, e eles atormentarão a terra por cinco meses.
No toque da sexta trombeta ocorrerá a destruição da
terça parte da humanidade, à qual já nos referimos pelo
exército de duzentos milhões de soldados.
“1 Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-
me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar,
e os que nele adoram.
2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o
meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a
cidade santa por quarenta e dois meses.
128
3 E concederei às minhas duas testemunhas que,
vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta
dias.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que
estão diante do Senhor da terra.” (Apo 11.1-4)
Estes 42 meses referidos no verso 2, correspondem aos
1260 dias citados no verso 3, que são exatamente três
anos e meio, que é o tempo da Grande Tribulação no
qual é dito que os gentios pisarão a cidade santa, isto é,
terão domínio sobre ela, e que no mesmo tempo duas
testemunhas de Deus, vestidas de saco profetizarão
neste período e terão poder de destruir pelo fogo que
sai de suas bocas aqueles que tentarem lhes fazer mal
(v. 5), além dos outros poderes que são descritos no
verso 6.
“E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que
sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.”
(Apo 11.7)
129
Será permitido por Deus que o Anticristo mate as duas
testemunhas depois do tempo em que darem o seu
testemunho, que corresponde ao final da Grande
Tribulação, e, portanto, isto é o marco do final do
reinado do Anticristo.
“8 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade,
que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde
também o seu Senhor foi crucificado.”
Jerusalém é chamada de Sodoma e Egito, nesta profecia,
por causa da iniquidade dos que estarão dominando a
cidade nos últimos dias, e que profanarão o santuário,
razão porque não é designada aqui por cidade santa.
“1 Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres
e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e
sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia.” (Apo 13.1)
A besta sobe do mar da humanidade, porque será pelas
mãos e aprovação dos próprios homens que o Anticristo
será conduzido ao poder, como uma espécie de
“salvador” das condições difíceis que estarão
130
prevalecendo na terra, próximo do tempo em que ele
assumir o governo sobre várias nações.
Ele recebe grande poder, o que está representado nos
chifres; as sete cabeças representam os países que o
apoiam, e apesar do esplendor externo do seu reino,
representado nos diademas, no entanto, o que há no
interior de suas mentes são blasfêmias, porque se
levantam, não em nome de Cristo, mas para
blasfemarem o Seu santo nome.
Explicações Adicionais:
“1 Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-
me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar,
e os que nele adoram.
2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o
meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a
cidade santa por quarenta e dois meses.
131
3 E concederei às minhas duas testemunhas que,
vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta
dias.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que
estão diante do Senhor da terra.” (Apo 11.1-4)
Estes 42 meses referidos no verso 2, correspondem aos
1260 dias citados no verso 3, que são exatamente três
anos e meio, que é o tempo da Grande Tribulação no
qual é dito que os gentios pisarão a cidade santa, isto é,
terão domínio sobre ela, e que no mesmo tempo duas
testemunhas de Deus, vestidas de saco profetizarão
neste período e terão poder de destruir pelo fogo que
sai de suas bocas aqueles que tentarem lhes fazer mal
(v. 5), além dos outros poderes que são descritos no
verso 6.
“E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que
sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.”
(Apo 11.7)
132
Será permitido por Deus que o Anticristo mate as duas
testemunhas depois do tempo em que darem o seu
testemunho, que corresponde ao final da Grande
Tribulação, e, portanto, isto é o marco do final do
reinado do Anticristo.
“8 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade,
que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde
também o seu Senhor foi crucificado.”
Jerusalém é chamada de Sodoma e Egito, nesta profecia,
por causa da iniquidade dos que estarão dominando a
cidade nos últimos dias, e que profanarão o santuário,
razão porque não é designada aqui por cidade santa.
“1 Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres
e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e
sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia.” (Apo 13.1)
A besta sobe do mar da humanidade, porque será pelas
mãos e aprovação dos próprios homens que o Anticristo
será conduzido ao poder, como uma espécie de
“salvador” das condições difíceis que estarão
133
prevalecendo na terra, próximo do tempo em que ele
assumir o governo sobre várias nações.
Ele recebe grande poder, o que está representado nos
chifres; as sete cabeças representam os países que o
apoiam, e apesar do esplendor externo do seu reino,
representado nos diademas, no entanto, o que há no
interior de suas mentes são blasfêmias, porque se
levantam, não em nome de Cristo, mas para
blasfemarem o Seu santo nome.
Apocalipse 8.1 Quando abriu o sétimo selo, fez-se
silêncio no céu, quase por meia hora.
Apocalipse 8.2 E vi os sete anjos que estavam em pé
diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
Apocalipse 8.3 Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar,
tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito
incenso, para que o oferecesse com as orações de todos
os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.
134
Apocalipse 8.4 E da mão do anjo subiu diante de Deus a
fumaça do incenso com as orações dos santos.
Apocalipse 8.5 Depois do anjo tomou o incensário,
encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e
houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
Apocalipse 8.6 Então os sete anjos que tinham as sete
trombetas prepararam-se para tocar.
Apocalipse 8.7 O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e
houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram
lançados na terra; e foi queimada a terça parte da terra,
a terça parte das árvores, e toda a erva verde.
Apocalipse 8.8 O segundo anjo tocou a sua trombeta, e
foi lançado no mar como que um grande monte ardendo
em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
Apocalipse 8.9 E morreu a terça parte das criaturas
viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte
dos navios.
135
Apocalipse 8.10 O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e
caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma
tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as
fontes das águas.
Apocalipse 8.11 O nome da estrela era Absinto; e a terça
parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens
morreram das águas, porque se tornaram amargas.
Apocalipse 8.12 O quarto anjo tocou a sua trombeta, e
foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a
terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se
escurecesse, e a terça parte do dia não brilhante, e
semelhantemente a da noite.
Apocalipse 8.13 E olhei, e ouvi uma águia que, voando
pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que
habitam sobre a terra! por causa dos outros toques de
trombeta dos três anjos que ainda vão tocar.
136
Apocalipse 9.1 O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi
uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada
a chave do poço do abismo.
Apocalipse 9.2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça
do poço, como fumaça de uma grande fornalha; e com a
fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.
Apocalipse 9.3 Da fumaça saíram gafanhotos sobre a
terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os
escorpiões da terra.
Apocalipse 9.4 Foi-lhes dito que não fizessem dano à
erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore
alguma, mas somente aos homens que não têm na
fronte o selo de Deus.
Apocalipse 9.5 Foi-lhes permitido, não que os
matassem, mas que por cinco meses os atormentassem.
E o seu tormento era semelhante ao tormento do
escorpião, quando fere o homem.
137
Apocalipse 9.6 Naqueles dias os homens buscarão a
morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer,
e a morte fugirá deles.
Apocalipse 9.7 A aparência dos gafanhotos era
semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra; e
sobre as suas cabeças havia como que umas coroas
semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos
de homens.
Apocalipse 9.8 Tinham cabelos como cabelos de
mulheres, e os seus dentes eram como os de leões.
Apocalipse 9.9 Tinham couraças como couraças de ferro;
e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de
muitos cavalos que correm ao combate.
Apocalipse 9.10 Tinham caudas com ferrões,
semelhantes às caudas dos escorpiões; e nas suas
caudas estava o seu poder para fazer dano aos homens
por cinco meses.
138
Apocalipse 9.11 Tinham sobre si como rei o anjo do
abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego
Apoliom.
Apocalipse 9.12 Passado é já um ai; eis que depois disso
vêm ainda dois ais.
Apocalipse 9.13 O sexto anjo tocou a sua trombeta; e
ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de
ouro que estava diante de Deus,
Apocalipse 9.14 a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a
trombeta: Solta os quatro anjos que se acham presos
junto do grande rio Eufrates.
Apocalipse 9.15 E foram soltos os quatro anjos que
haviam sido preparados para aquela hora e dia e mês e
ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.
Apocalipse 9.16 O número dos exércitos dos cavaleiros
era de duas miríades de miríades; pois ouvi o número
deles.
139
Apocalipse 9.17 E assim vi os cavalos nesta visão: os que
sobre eles estavam montados tinham couraças de fogo,
e de jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram
como cabeças de leões; e de suas bocas saíam fogo,
fumaça e enxofre.
Apocalipse 9.18 Por estas três pragas foi morta a terça
parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo
enxofre, que saíam das suas bocas.
Apocalipse 9.19 Porque o poder dos cavalos estava nas
suas bocas e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas
eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com
elas causavam dano.
Apocalipse 9.20 Os outros homens, que não foram
mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras
das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios,
e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de
madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.
140
Apocalipse 9.21 Também não se arrependeram dos seus
homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua
prostituição, nem dos seus furtos.
Apocalipse 10.1 E vi outro anjo forte que descia do céu,
vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o
arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como
colunas de fogo,
Apocalipse 10.2 e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs
o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra,
Apocalipse 10.3 e clamou com grande voz, assim como
ruge o leão; e quando clamou, os sete trovões fizeram
soar as suas vozes.
Apocalipse 10.4 Quando os sete trovões acabaram de
soar eu já ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, que
dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e não o
escrevas.
141
Apocalipse 10.5 O anjo que vi em pé sobre o mar e sobre
a terra levantou a mão direita ao céu,
Apocalipse 10.6 e jurou por aquele que vive pelos
séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e
a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não
haveria mais demora,
Apocalipse 10.7 mas que nos dias da voz do sétimo anjo,
quando este estivesse para tocar a trombeta, se
cumpriria o mistério de Deus, como anunciou aos seus
servos, os profetas.
Apocalipse 10.8 A voz que eu do céu tinha ouvido tornou
a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livro que está
aberto na mão do anjo que se acha em pé sobre o mar e
sobre a terra.
Apocalipse 10.9 E fui ter com o anjo e lhe pedi que me
desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o; ele
fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce
como mel.
142
Apocalipse 10.10 Tomei o livrinho da mão do anjo, e o
comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois
que o comi, o meu ventre ficou amargo.
Apocalipse 10.11 Então me disseram: Importa que
profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas,
e reis.
Apocalipse 11.1 Foi-me dada uma cana semelhante a
uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário
de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
Apocalipse 11.2 Mas deixa o átrio que está fora do
santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios;
e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
Apocalipse 11.3 E concederei às minhas duas
testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil
duzentos e sessenta dias.
Apocalipse 11.4 Estas são as duas oliveiras e os dois
candeeiros que estão diante do Senhor da terra.
143
Apocalipse 11.5 E, se alguém lhes quiser fazer mal, das
suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois
se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja
morto.
Apocalipse 11.6 Elas têm poder para fechar o céu, para
que não chova durante os dias da sua profecia; e têm
poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e
para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas
vezes quiserem.
Apocalipse 11.7 E, quando acabarem o seu testemunho,
a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá
e matará.
Apocalipse 11.8 E jazerão os seus corpos na praça da
grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e
Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
Apocalipse 11.9 Homens de vários povos, e tribos e
línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e
meio, e não permitirão que sejam sepultados.
144
Apocalipse 11.10 E os que habitam sobre a terra se
regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão
presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas
atormentaram os que habitam sobre a terra.
Apocalipse 11.11 E depois daqueles três dias e meio o
espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-
se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os
viram.
Apocalipse 11.12 E ouviram uma grande voz do céu, que
lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma
nuvem; e os seus inimigos os viram.
Apocalipse 11.13 E naquela hora houve um grande
terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no
terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais
ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.
Apocalipse 11.14 É passado o segundo ai; eis que cedo
vem o terceiro.
Apocalipse 11.15 E tocou o sétimo anjo a sua trombeta,
e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do
145
mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e
ele reinará pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 11.16 E os vinte e quatro anciãos, que estão
assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-
se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
Apocalipse 11.17 dizendo: Graças te damos, Senhor
Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens
tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.
Apocalipse 11.18 Iraram-se, na verdade, as nações;
então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os
mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos,
os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome,
a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que
destroem a terra.
Apocalipse 11.19 Abriu-se o santuário de Deus que está
no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto;
e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e
grande saraivada.
146
Apocalipse 12.1 E viu-se um grande sinal no céu: uma
mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés,
e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
Apocalipse 12.2 E estando grávida, gritava com as dores
do parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
Apocalipse 12.3 Viu-se também outro sinal no céu: eis
um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e
dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas;
Apocalipse 12.4 a sua cauda levava após si a terça parte
das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão
parou diante da mulher que estava para dar à luz, para
que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
Apocalipse 12.5 E deu à luz um filho, um varão que há
de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho
foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
Apocalipse 12.6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já
tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse
alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
147
Apocalipse 12.7 Então houve guerra no céu: Miguel e os
seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os
seus anjos batalhavam,
Apocalipse 12.8 mas não prevaleceram, nem mais o seu
lugar se achou no céu.
Apocalipse 12.9 E foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que
engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus
anjos foram precipitados com ele.
Apocalipse 12.10 Então, ouvi uma grande voz no céu,
que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o
reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo;
porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos,
o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite.
Apocalipse 12.11 E eles o venceram pelo sangue do
Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não
amaram as suas vidas até a morte.
Apocalipse 12.12 Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que
neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo
148
desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo
lhe resta.
Apocalipse 12.13 Quando o dragão se viu precipitado na
terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.
Apocalipse 12.14 E foram dadas à mulher as duas asas
da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu
lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e
metade de um tempo, fora da vista da serpente.
Apocalipse 12.15 E a serpente lançou da sua boca, atrás
da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse
arrebatada pela corrente.
Apocalipse 12.16 A terra, porém acudiu à mulher; e a
terra abriu a boca, e tragou o rio que o dragão lançara
da sua boca.
Apocalipse 12.17 E o dragão irou-se contra a mulher, e
foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam
os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de
Jesus.
149
Apocalipse 12.18 E o dragão parou sobre a areia do mar.
Apocalipse 13.1 Então vi subir do mar uma besta que
tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres
dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de
blasfêmia.
Apocalipse 13.2 E a besta que vi era semelhante ao
leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca
como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu
trono e grande autoridade.
Apocalipse 13.3 Também vi uma de suas cabeças como
se fora ferida de morte, mas a sua ferida mortal foi
curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta,
Apocalipse 13.4 e adoraram o dragão, porque deu à
besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo:
Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar
contra ela?
150
Apocalipse 13.5 Foi-lhe dada uma boca que proferia
arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para
atuar por quarenta e dois meses.
Apocalipse 13.6 E abriu a boca em blasfêmias contra
Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo
e dos que habitam no céu.
Apocalipse 13.7 Também lhe foi permitido fazer guerra
aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre
toda tribo, e povo, e língua e nação.
Apocalipse 13.8 E adora-la-ão todos os que habitam
sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no
livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo.
Apocalipse 13.9 Se alguém tem ouvidos, ouça.
Apocalipse 13.10 Se alguém leva em cativeiro, em
cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é
que à espada seja morto. Aqui está a perseverança e a
fé dos santos.
151
Apocalipse 13.11 E vi subir da terra outra besta, e tinha
dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava
como dragão.
Apocalipse 13.12 Também exercia toda a autoridade da
primeira besta na sua presença; e fazia que a terra e os
que nela habitavam adorassem a primeira besta, cuja
ferida mortal fora curada.
Apocalipse 13.13 E operava grandes sinais, de maneira
que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista dos
homens;
Apocalipse 13.14 e, por meio dos sinais que lhe foi
permitido fazer na presença da besta, enganava os que
habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma
imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia.
Apocalipse 13.15 Foi-lhe concedido também dar fôlego
à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse,
e fizesse que fossem mortos todos os que não
adorassem a imagem da besta.
152
Apocalipse 13.16 E fez que a todos, pequenos e grandes,
ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um
sinal na mão direita, ou na fronte,
Apocalipse 13.17 para que ninguém pudesse comprar ou
vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da
besta, ou o número do seu nome.
Apocalipse 13.18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem
entendimento, calcule o número da besta; porque é o
número de um homem, e o seu número é seiscentos e
sessenta e seis.
Apocalipse 14.1 E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o
Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil,
que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de
seu Pai.
Apocalipse 14.2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de
muitas águas, e como a voz de um grande trovão e a voz
que ouvi era como de harpistas, que tocavam as suas
harpas.
153
Apocalipse 14.3 E cantavam um cântico novo diante do
trono, e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos;
e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os
cento e quarenta e quatro mil, aqueles que foram
comprados da terra.
Apocalipse 14.4 Estes são os que não se contaminaram
com mulheres; porque são virgens. Estes são os que
seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes foram
comprados dentre os homens para serem as primícias
para Deus e para o Cordeiro.
Apocalipse 14.5 E na sua boca não se achou engano;
porque são irrepreensíveis.
Apocalipse 14.6 E vi outro anjo voando pelo meio do
céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos
que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e
língua, e povo,
Apocalipse 14.7 dizendo com grande voz: Temei a Deus,
e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e
154
adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas.
Apocalipse 14.8 Um segundo anjo o seguiu, dizendo:
Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu
a beber do vinho da ira da sua prostituição.
Apocalipse 14.9 Seguiu-os ainda um terceiro anjo,
dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a
sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão,
Apocalipse 14.10 também o tal beberá do vinho da ira
de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice
da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre
diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
Apocalipse 14.11 A fumaça do seu tormento sobe para
todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de
noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem
aquele que recebe o sinal do seu nome.
Apocalipse 14.12 Aqui está a perseverança dos santos,
daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé
em Jesus.
155
Apocalipse 14.13 Então ouvi uma voz do céu, que dizia:
Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os
acompanham.
Apocalipse 14.14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e
assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de
homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e
na mão uma foice afiada.
Apocalipse 14.15 E outro anjo saiu do santuário,
clamando com grande voz ao que estava assentado
sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é
chegada a hora de ceifar, porque já a seara da terra está
madura.
Apocalipse 14.16 Então aquele que estava assentado
sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi
ceifada.
Apocalipse 14.17 Ainda outro anjo saiu do santuário que
está no céu, o qual também tinha uma foice afiada.
156
Apocalipse 14.18 E saiu do altar outro anjo, que tinha
poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que
tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e
vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas
uvas estão maduras.
Apocalipse 14.19 E o anjo meteu a sua foice à terra, e
vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no
grande lagar da ira de Deus.
Apocalipse 14.20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e
saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo
espaço de mil e seiscentos estádios.
157
Apocalipse 15
Os Juízos de Deus Sobre o Anticristo – Apocalipse 15 a
18
(MESMO TEXTO DO 15 AO 18)
Os capítulos 15 e 16 de Apocalipse descrevem os sete
flagelos despejados em taças, por sete anjos, sobre a
terra, com os quais se consumou a ira de Deus.
Por meio de Jesus Cristo, os cristãos são livrados da ira
de Deus, e isto é evidência suficiente para afirmarmos
que a igreja não passará pelo período da Grande
Tribulação, por ter sido arrebatada antes que o Senhor
comece a despejar a sua ira sobre os incrédulos, desde a
abertura dos sete selos e do toque das trombetas.
Muitos dos que estavam endurecidos até o
arrebatamento da igreja, haverão de se converter
durante o período da tribulação, porque se diz que por
amor dos eleitos, estes dias serão abreviados.
158
A tribulação será, portanto, um fator que contribuirá
para a sua conversão livrando-os assim dos tormentos
eternos do inferno.
Quando o primeiro anjo despejou os flagelos de sua
taça, os portadores da marca da besta e adoradores da
sua imagem sofreram úlceras malignas e perniciosas.
Desde os dias de Moisés Deus havia prometido que não
traria as enfermidades que lançou sobre os egípcios,
sobre aqueles que andassem nos seus estatutos,
cumprindo a Sua vontade.
Vemos assim que estas úlceras serão visitações de juízos
sobre o pecado.
Então, o segundo anjo despejou a sua taça no mar e ele
se tornou como o sangue de um homem morto.
Você se lembra que no juízo dos selos aconteceu a morte
de um terço do mar, mas agora todo o mar é atingido.
Isto faz parte da palavra dada por Jesus em Lc 21.25-27:
159
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, sobre a terra,
angústia entre as nações em perplexidade por causa do
bramido do mar e das ondas; haverá homens que
desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que
sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão
abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa
nuvem, com poder e grande glória.”
Vemos assim, que a precipitação destes juízos será
rápida e próxima da vinda do Senhor, dando
cumprimento à palavra de que estes dias finais da
Grande Tribulação seriam abreviados por amor dos
escolhidos.
Não temos nisto, portanto, uma sucessão de eventos de
grande impacto catastrófico e grande tormento, por um
extenso período.
São juízos rápidos e sucessivos que precipitarão e
coincidirão com o retorno do Senhor, tanto para a
consumação da destruição dos ímpios pela liberação da
palavra da Sua boca, como para destruir as obras do
160
diabo e do Anticristo, dando início ao Seu reino milenar
sobre a terra.
“O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas
fontes das águas, e se tornaram em sangue, e o anjo
declarou que Deus é justo por ter julgado estas cousas,
porquanto haviam derramado o sangue de santos e de
profetas, e assim lhes estava dando sangue a beber
porque eram dignos disso” (Apo 16.4-7).
A humanidade estava apoiando o Anticristo no seu
trabalho de destruir aqueles que não estavam aceitando
adorá-lo como deus. E o Senhor estava lhes dando a
devida paga.
Quando o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol,
foi dado ao sol queimar os homens com fogo.
Eles não se arrependeram para darem glória a Deus,
antes blasfemaram o Seu nome (16.8,9).
O quinto anjo despejou a sua taça sobre o trono da
besta, e o reino do Anticristo se tornou em trevas; os
homens, por causa das angústias e das úlceras que
161
sofriam, não se arrependeram, mas blasfemaram o Deus
do céu (16.10,11).
O sexto anjo derramou a sua taça sobre o rio Eufrates,
cujas águas se secaram para preparar o caminho para os
reis que vêm do leste, para que pudessem se ajuntar no
lugar chamado Armagedom (16.12-16).
O sétimo anjo derramou a sua taça no ar e sobrevieram
relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande
terremoto como nunca houve igual desde que há gente
sobre a terra.
A grande cidade se dividiu em três partes e caíram as
cidades das nações, e lembrou-se Deus da grande
Babilônia, para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua
ira.
Toda ilha fugiu e os montes não foram achados. Houve
grande saraivada sobre os homens com pedras que
pesavam cerca de um talento, e por causa da chuva de
pedras, os homens blasfemaram de Deus (16.17-21).
162
Como vimos, Lucas fala de eventos horríveis, eventos
amedrontadores que irão acontecer.
Você pode voltar ao capítulo 6 de Apocalipse, e ver ali
coisas horríveis como guerra e morte, fomes e massacre.
Como o céu começa a se quebrar, como a terra começa
a tremer com eventos terríveis.
Indo para o capítulo 9, vemos o abismo sem fundo sendo
aberto para a libertação de demônios.
Os homens serão atormentados por eles; eles buscarão
a morte e a morte fugirá deles.
O líder destes demônios (9.11) chama-se em hebraico
Abadom, e em grego Apolion, que significa destruidor.
Estes demônios levantam um exército terrível.
No capítulo 14, também se descrevem coisas que
ocorrerão próximo e durante a segunda vinda de Jesus.
163
O resultado de todos estes juízos da ira de Deus e da
ação direta do Senhor e dos seus anjos, quando da sua
volta, está relatado no verso 20:
“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do
lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e
seiscentos estádios.”
Isto é um banho de sangue incrível e inconcebível, pois
cobre uma extensão de quase trezentos quilômetros.
A chave de interpretação destes juízos de Apocalipse
desde o capítulo 6 até o 19, que tratam da Grande
Tribulação e da volta de Cristo, está, portanto no
entendimento de que tudo o que ali está referido, não
se dará num longo período de tempo, mas dentro do
governo de sete anos do Anticristo, cujos três últimos
anos e meio correspondem à chamada Grande
Tribulação.
Não há, portanto, uma sequência cronológica exata das
coisas narradas nestes capítulos.
164
João passou a visão das coisas que viu, neste período
próximo da volta do Senhor.
A referência à queda de Babilônia, designada como
grande cidade é possivelmente ao sistema econômico
mundial, porque os mercadores da terra prantearam a
sua queda.
Esta queda se dará depois que o Anticristo tiver se
manifestado e em meio a todos estes juízos que estarão
sendo despejados sobre a terra.
Os sinais que ocorrerão no céu e que farão os homens
desmaiarem de terror, que são citados nos evangelhos
pelo Senhor, como indicações da proximidade da sua
vinda, são também citados no Velho Testamento, como
em Joel 2, e que são repetidos por Pedro em Atos 2:
“Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e
colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua
em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor.” (Joel 2.30,31).
165
Muitos eventos cataclísmicos já acontecem desde há
muito sobre a face da terra, mas em nada poderão ser
comparados com as coisas que acontecerão próximo da
vinda de Jesus, depois que o Anticristo tiver se
manifestado.
Os que creem em Cristo têm sido perseguidos e odiados
pelo mundo ao longo da história da igreja.
Muitos, em várias épocas e locais específicos foram
vítimas de perseguições terríveis.
Mas nada se comparará à que será empreendida contra
os que confessarem a Cristo no período da Grande
Tribulação, depois do arrebatamento da igreja.
Os que se converterem depois do arrebatamento
haverão de sofrer as angústias terríveis relatadas em Mt
24.9,10.
Isso excederá todas as outras perseguições.
O mundo todo odiará por inspiração do Anticristo tanto
os judeus quantos os cristãos.
166
Depois que a igreja for arrebatada, Deus dará duas
testemunhas ao mundo, e todos ouvirão a sua pregação
do evangelho, e elas serão mortas, mas depois de três
dias e meio elas serão ressuscitadas por Deus e serão
ascendidas ao céu na nuvem diante do olhar de seus
inimigos, e isto trará grande medo sobre muitos, e
naquela hora haverá um grande terremoto, e ruirá a
décima parte da cidade, e morrerão sete mil pessoas, e
as demais ficarão sobremodo aterrorizadas, e darão
glória a Deus (Apo 11.11-13).
Certamente, muitos dentre estes se converterão ao
Senhor, e serão duramente perseguidos pelo Anticristo,
juntamente com os judeus, dando cumprimento à
palavra profética da destruição dos santos, do povo
santo, pela besta.
Estes que forem massacrados na Grande Tribulação são
os que clamam debaixo do altar dizendo: “Até quando,
Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem
vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”
(Apo 6.10).
167
E, lhes foi respondido que aguardassem ainda por pouco
tempo, até que se completasse o número dos seus
conservos e irmãos, que iam ser mortos como eles.
Note que na sequência desta visão, João descreve que
de fato seria muito breve o tempo que eles deveriam
aguardar, porque o sexto selo foi aberto e precipitou os
juízos finais da cólera de Deus sobre o mundo, tendo
antes determinado que se selassem na fronte os
144.000 servos de Deus de todas as tribos dos filhos de
Israel, doze mil de cada tribo.
Uma referência provável aos judeus que ainda se
converteriam por ocasião da volta do Senhor, conforme
comentamos anteriormente. Estes, juntamente com os
gentios, que se converteram no referido período, foram
vistos em grande multidão que ninguém poderia
enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas,
em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas nas mãos.
Um dos anciãos perguntou a João quem eram estes, e o
próprio ancião respondeu dizendo:
168
“São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram
suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro.”
(Apo 6.9-7.17).
João está descrevendo as coisas que estavam ocorrendo
na terra no período da Grande Tribulação, e a conexão
destas coisas com o céu.
O prêmio do martírio daqueles que estavam sendo
massacrados pelo Anticristo foi-lhe revelado por Deus,
nestas visões de Apo 6.9-7-17.
No capítulo 12 vemos o dragão perseguindo uma mulher
com uma coroa de doze estrelas na cabeça, vestida do
sol e com a lua debaixo dos pés.
Isto pode ser uma referência aos judeus que fugirão para
os montes, seguindo a instrução de Jesus dada em
Mateus 24.15-22, em face da Grande Tribulação.
É de Israel que descende o filho da mulher que há de
reger as nações com cetro de ferro, o Senhor Jesus (Apo
12.5).
169
Mas “a mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe
havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem
durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apo 12.6).
Repare que estes mil duzentos e sessenta dias
correspondem a três anos e meio.
É exatamente este o período da Grande Tribulação
correspondente à perseguição do Anticristo.
Muitos dos que forem poupados em Israel fugirão da
cidade para o deserto e para os montes, e ali serão
sustentados por Deus.
E, diz-se mais, que quando Satanás foi atirado à terra por
Miguel e seus anjos, de modo que não teria dali em
diante mais acesso à presença de Deus, onde acusava os
cristãos de dia e de noite, isto fez com que ele ficasse
muito encolerizado contra os habitantes da terra.
Isto significa um aumento na fúria das perseguições
contra os santos no tempo do fim (os que se
converterem a Cristo no período da Grande Tribulação,
depois do arrebatamento da Igreja) e contra os judeus
170
de um modo geral, dado ser a nação eleita através da
qual Deus trouxe o Messias ao mundo.
Assim lemos mais sobre a mulher que deu à luz o filho
varão que regerá o mundo com cetro de ferro, em Apo
12.13-18:
“Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra,
perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram
dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que
voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada
durante um tempo, tempos, e metade de um tempo,
fora da vista da serpente. Então a serpente arrojou da
sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de
fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra,
porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e
engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca.
Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os
restantes da sua descendência, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e
se pôs em pé sobre a areia do mar.”
171
Note mais uma vez, o período de três anos e meio,
designado agora na profecia como “um tempo, tempos,
e metade de um tempo”.
O lançamento de Satanás sobre a terra, não significa que
somente a partir de então passaria a perseguir os
cristãos, pois tem feito isto desde o princípio, mas sim o
impedimento de ir à presença de Deus para acusá-los.
Assim, os eventos do capítulo 13, como já dissemos,
correm em paralelo com o que foi dito anteriormente,
pois são ocorrências da Grande Tribulação.
Aqui se descreve o Anticristo como o agente destas
perseguições de Satanás descritas no capítulo anterior
(12).
Nos versos 7 e 8 lemos:
“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e
os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada
tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que
habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram
172
escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto,
desde a fundação do mundo.”
Vemos no capítulo 17 a descrição da grande meretriz,
isto é, do falso sistema religioso da Grande Tribulação
que está embriagado com o sangue dos santos, dos
mártires de Jesus. Em 16:6 se diz que eles derramaram o
sangue de santos e profetas.
Em Lucas 21 temos o paralelo ao ensino de Mateus 24. E
no verso 20 de Lucas, temos o paralelo à abominação
desoladora citada em Mateus 24.15. Lucas diz: “Quando,
porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que
está próxima a sua devastação.”
Então, complementa com as mesmas instruções que se
seguem a Mateus 24.15: “Então os que estiverem na
Judeia fujam para os montes...” e assim sucessivamente.
O que significa isto? Em Zacarias 14.1-3 lemos:
“Eis que vem o dia do Senhor, em que os teus despojos
se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as
nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será
173
tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres
forçadas; metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o
restante do povo não será expulso da cidade. Então sairá
o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou
no dia da batalha.”
Isto não é uma referência ao cativeiro babilônico,
porque já havia acontecido; nem é uma referência à
destruição pelos romanos, porque a profecia diz que as
nações seriam juntadas contra Jerusalém.
Isto se dará no tempo do fim como está registrado em
Lucas:
“quando virdes Jerusalém rodeada de exércitos”.
Apocalipse 15.1 Vi no céu ainda outro sinal, grande e
admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas
pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.
Apocalipse 15.2 E vi como que um mar de vidro
misturado com fogo; e os que tinham vencido a besta e
174
a sua imagem e o número do seu nome estavam em pé
junto ao mar de vidro, e tinham harpas de Deus.
Apocalipse 15.3 E cantavam o cântico de Moisés, servo
de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e
admiráveis são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-
Poderoso; justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó
Rei dos séculos.
Apocalipse 15.4 Quem não te temerá, Senhor, e não
glorificará o teu nome? Pois só tu és santo; por isso
todas as nações virão e se prostrarão diante de ti,
porque os teus juízos são manifestos.
Apocalipse 15.5 Depois disto olhei, e abriu-se o
santuário do tabernáculo do testemunho no céu;
Apocalipse 15.6 e saíram do santuário os sete anjos que
tinham as sete pragas, vestidos de linho puro e
resplandecente, e cingidos, à altura do peito com cintos
de ouro.
175
Apocalipse 15.7 Um dos quatro seres viventes deu aos
sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que
vive pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 15.8 E o santuário se encheu de fumaça pela
glória de Deus e pelo seu poder; e ninguém podia entrar
no santuário, enquanto não se consumassem as sete
pragas dos sete anjos.
Apocalipse 16.1 E ouvi, vinda do santuário, uma grande
voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a
terra as sete taças, da ira de Deus.
Apocalipse 16.2 Então foi o primeiro e derramou a sua
taça sobre a terra; e apareceu uma chaga ruim e maligna
nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam
a sua imagem.
Apocalipse 16.3 O segundo anjo derramou a sua taça no
mar, que se tornou em sangue como de um morto, e
morreu todo ser vivente que estava no mar.
176
Apocalipse 16.4 O terceiro anjo derramou a sua taça nos
rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
Apocalipse 16.5 E ouvi o anjo das águas dizer: Justo és
tu, que és e que eras, o Santo; porque julgaste estas
coisas;
Apocalipse 16.6 porque derramaram o sangue de santos
e de profetas, e tu lhes tens dado sangue a beber; eles o
merecem.
Apocalipse 16.7 E ouvi uma voz do altar, que dizia: Na
verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e
justos são os teus juízos.
Apocalipse 16.8 O quarto anjo derramou a sua taça
sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens
com fogo.
Apocalipse 16.9 E os homens foram abrasados com
grande calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem
poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para
lhe darem glória.
177
Apocalipse 16.10 O quinto anjo derramou a sua taça
sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e
os homens mordiam de dor as suas línguas.
Apocalipse 16.11 E por causa das suas dores, e por causa
das suas chagas, blasfemaram o Deus do céu; e não se
arrependeram das suas obras.
Apocalipse 16.12 O sexto anjo derramou a sua taça
sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para
que se preparasse o caminho dos reis que vêm do
oriente.
Apocalipse 16.13 E da boca do dragão, e da boca da
besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos
imundos, semelhantes a rãs.
Apocalipse 16.14 Pois são espíritos de demônios, que
operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo
o mundo, para os congregar para a batalha do grande
dia do Deus Todo-Poderoso.
178
Apocalipse 16.15 (Eis que venho como ladrão. Bem-
aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes,
para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.)
Apocalipse 16.16 E eles os congregaram no lugar que em
hebraico se chama Armagedom.
Apocalipse 16.17 O sétimo anjo derramou a sua taça no
ar; e saiu uma grande voz do santuário, da parte do
trono, dizendo: Está feito.
Apocalipse 16.18 E houve relâmpagos e vozes e trovões;
houve também um grande terremoto, qual nunca
houvera desde que há homens sobre a terra, terremoto
tão forte quão grande;
Apocalipse 16.19 e a grande cidade fendeu-se em três
partes, e as cidades das nações caíram; e Deus lembrou-
se da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho do
furor da sua ira.
Apocalipse 16.20 Todas ilhas fugiram, e os montes não
mais se acharam.
179
Apocalipse 16.21 E sobre os homens caiu do céu uma
grande saraivada, pedras quase do peso de um talento;
e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga
da saraivada; porque a sua praga era mui grande.
Apocalipse 17.1 Veio um dos sete anjos que tinham as
sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei
a condenação da grande prostituta que está assentada
sobre muitas águas;
Apocalipse 17.2 com a qual se prostituíram os reis da
terra; e os que habitam sobre a terra se embriagaram
com o vinho da sua prostituição.
Apocalipse 17.3 Então ele me levou em espírito a um
deserto; e vi uma mulher montada numa besta cor de
180
escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e
que tinha sete cabeças e dez chifres.
Apocalipse 17.4 A mulher estava vestida de púrpura e de
escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e
pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das
abominações, e da imundícia da prostituição;
Apocalipse 17.5 e na sua fronte estava escrito um nome
simbólico: A grande Babilônia, a mãe das prostituições e
das abominações da terra.
Apocalipse 17.6 E vi que a mulher estava embriagada
com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires
de Jesus. Quando a vi, maravilhei-me com grande
admiração.
Apocalipse 17.7 Ao que o anjo me disse: Por que te
admiraste? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta
que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres.
Apocalipse 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia
está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os
que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão
181
escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se
admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e
que tornará a vir.
Apocalipse 17.9 Aqui está a mente que tem sabedoria.
As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a
mulher está assentada;
Apocalipse 17.10 são também sete reis: cinco já caíram;
um existe; e o outro ainda não é vindo; e quando vier,
deve permanecer pouco tempo.
Apocalipse 17.11 A besta que era e já não é, é também
o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a perdição.
Apocalipse 17.12 Os dez chifres que viste são dez reis, os
quais ainda não receberam o reino, mas receberão
autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a
besta.
Apocalipse 17.13 Estes têm um mesmo intento, e
entregarão o seu poder e autoridade à besta.
182
Apocalipse 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e
o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores
e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele,
os chamados, e eleitos, e fiéis.
Apocalipse 17.15 Disse-me ainda: As águas que viste,
onde se assenta a prostituta, são povos, multidões,
nações e línguas.
Apocalipse 17.16 E os dez chifres que viste, e a besta,
estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua,
e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.
Apocalipse 17.17 Porque Deus lhes pôs nos corações o
executarem o intento dele, chegarem a um acordo, e
entregarem à besta o seu reino, até que se cumpram as
palavras de Deus.
Apocalipse 17.18 E a mulher que viste é a grande cidade
que reina sobre os reis da terra.
183
Apocalipse 18.1 Depois destas coisas vi descer do céu
outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi
iluminada com a sua glória.
Apocalipse 18.2 E ele clamou com voz forte, dizendo:
Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de
demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida
de toda ave imunda e detestável.
Apocalipse 18.3 Porque todas as nações têm bebido do
vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se
prostituíram com ela; e os mercadores da terra se
enriqueceram com a abundância de suas delícias.
Apocalipse 18.4 Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela,
povo meu, para que não sejas participante dos sete
pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
Apocalipse 18.5 Porque os seus pecados se acumularam
até o céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela.
Apocalipse 18.6 Tornai a dar-lhe como também ela vos
tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas
184
obras; no cálice em que vos deu de beber dai-lhe a ela
em dobro.
Apocalipse 18.7 Quanto ela se glorificou, e em delícias
esteve, tanto lhe dai de tormento e de pranto; pois que
ela diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e
não sou viúva, e de modo algum verei o pranto.
Apocalipse 18.8 Por isso, num mesmo dia virão as suas
pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida
no fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga.
Apocalipse 18.9 E os reis da terra, que com ela se
prostituíram e viveram em delícias, sobre ela chorarão e
prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio;
Apocalipse 18.10 e, estando de longe por medo do
tormento dela, dirão: Ai! ai da grande cidade, Babilônia,
a cidade forte! pois numa só hora veio o teu julgamento.
Apocalipse 18.11 E sobre ela choram e lamentam os
mercadores da terra; porque ninguém compra mais as
suas mercadorias:
185
Apocalipse 18.12 mercadorias de ouro, de prata, de
pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura,
de seda e de escarlata; e toda espécie de madeira
odorífera, e todo objeto de marfim, de madeira
preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore;
Apocalipse 18.13 e canela, especiarias, perfume, mirra e
incenso; e vinho, azeite, flor de farinha e trigo; e gado,
ovelhas, cavalos e carros; e escravos, e até almas de
homens.
Apocalipse 18.14 Também os frutos que a tua alma
cobiçava foram-se de ti; e todas as coisas delicadas e
suntuosas se foram de ti, e nunca mais se acharão.
Apocalipse 18.15 Os mercadores destas coisas, que por
ela se enriqueceram, ficarão de longe por medo do
tormento dela, chorando e lamentando,
Apocalipse 18.16 dizendo: Ai! ai da grande cidade, da
que estava vestida de linho fino, de púrpura, de
escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas, e
186
pérolas! porque numa só hora foram assoladas tantas
riquezas.
Apocalipse 18.17 E todo piloto, e todo o que navega para
qualquer porto e todos os marinheiros, e todos os que
trabalham no mar se puseram de longe;
Apocalipse 18.18 e, contemplando a fumaça do incêndio
dela, clamavam: Que cidade é semelhante a esta grande
cidade?
Apocalipse 18.19 E lançaram pó sobre as suas cabeças, e
clamavam, chorando e lamentando, dizendo: Ai! ai da
grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar
se enriqueceram em razão da sua opulência! porque
numa só hora foi assolada.
Apocalipse 18.20 Exulta sobre ela, ó céu, e vós, santos e
apóstolos e profetas; porque Deus vindicou a vossa
causa contra ela.
Apocalipse 18.21 Um forte anjo levantou uma pedra,
qual uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com
187
igual ímpeto será lançada Babilônia, a grande cidade, e
nunca mais será achada.
Apocalipse 18.22 E em ti não se ouvirá mais o som de
harpistas, de músicos, de flautistas e de trombeteiros; e
nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e
em ti não mais se ouvirá ruído de mó;
Apocalipse 18.23 e luz de candeia não mais brilhará em
ti, e voz de noivo e de noiva não mais em ti se ouvirá;
porque os teus mercadores eram os grandes da terra;
porque todas as nações foram enganadas pelas tuas
feitiçarias.
Apocalipse 18.24 E nela se achou o sangue dos profetas,
e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.
188
Apocalipse 19
A Segunda Vinda de Cristo
Um das verdades mais amedrontadoras de todas da
Bíblia se refere ao evento que é identificado em I Tes 5.2
como o dia do Senhor. Aquele termo é um termo técnico
da Bíblia para descrever o dia quando Jesus voltará
trazendo a cólera flamejante e a ira de Deus sobre todos
os pecadores do mundo. É um dia de devastação. É um
dia de destruição.
Em várias outras passagens da Bíblia é usada a
expressão o "dia do Senhor" para revelar que é um dia
de angústia, de sofrimento, de juízo: Atos 2:20, 2 Tes
2:2; 2 Pe 3:10; Is 2:12, 13:6, 9; Jer 46:10; Joel 1:15; 2:11,
31; Amós 5:18,:20; Mal 4:5; Sof 1:14, 15.
Toda palavra profética relativa ao dia do Senhor é sobre
julgamento, é sobre ira, desolação, vingança e
destruição terríveis. É dito que é um tempo de
189
melancolia e escuridão e angústia. Seis vezes é chamado
de um dia de destruição. Quatro vezes é chamado de um
dia de vingança.
Agora sempre o dia do Senhor se refere ao julgamento
final mais cataclísmico de Deus sobre a terra, para visitar
o pecado dos homens ímpios. É a culminação da cólera
de Deus numa explosão final que consome o ímpio.
Agora é verdade que especialmente no Velho
Testamento houve épocas em que Deus manifestou a
sua ira sobre os homens, e usou meios providenciais
humanos, como uma nação destruindo outra nação, ou
usando fomes, terremotos ou pestes e doenças, como
forma de juízo, mas nada disso se compara ao grande e
final julgamento que ele despejará sobre a terra sob a
forma de situações angustiantes.
Assim todos os terremotos, fomes, desastres, doenças,
tempestades, inundações, operações demoníacas,
guerras, violências e todas as formas de tribulações que
afligem os homens são apenas prelúdios da
manifestação da explosão final da ira do Filho de Deus
190
quando ele se manifestar para desarraigar o ímpio da
terra, na sua segunda vinda.
O dia do Senhor deve ser visto então exclusivamente
como um período de julgamento, julgamento dos
ímpios. Assim, todas as manifestações de juízos que
encontramos desde Apo 6 até 19 estão associadas ao dia
do Senhor, isto é, à segunda vinda de Cristo, que como
já vimos, ocorrerá no final do período de três anos e
meio da Grande Tribulação.
São várias as passagens das Escrituras que afirmam que
o dia do Senhor está próximo: Ez 30.3; Joel 2.1; 3.14; Ob
15; Sof 1.7; Zac 14.1. Sempre houve assim, a ideia de que
ele pudesse vir a qualquer momento.
O Novo Testamento diz que neste dia o Senhor virá
como um ladrão. Não que o Senhor seja um ladrão, mas
ele virá inesperadamente e não para dar boas vindas,
mas para produzir destruição. Aqueles que não se
aprontarem para serem livrados da surpresa deste dia
terão que enfrentar as terríveis consequências da sua
negligência.
191
Joel 2.30,31 nos dá o caráter deste dia:
“Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e
colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua
em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor.”
Então, o Senhor virá com poder e muita glória. Uma
glória tal que escurecerá a própria luz do sol, da lua e das
estrelas. Este será o chamado dia do Senhor. Um dia
singular. Um dia totalmente diferente. Um dia profético,
não necessariamente um dia de 24 horas. Como diz a
palavra, porque "será um dia que será conhecido a
Jeová."(Zac 14.7)
O que ele está dizendo é que não há ninguém que possa
descrever este dia. Ninguém poderia entender este dia.
Não há nenhuma explicação científica para este dia.
Nenhum ser humano poderia ter a compreensão
completa deste dia. É um dia que somente o Senhor
pode explicar. É um dia somente conhecido a Ele. Não
haverá nenhum modo de entendê-lo. Porque poderes
192
miraculosos procederão do Senhor nos céus e na terra e
os fundamentos do mundo serão abalados.
Então o profeta Zacarias diz mais adiante (14.7):
"Não será nem dia nem noite, mas haverá luz à tarde.”
Não é dia claro e nem noite. Assim, não é nem dia e nem
noite. Mas, o verso 7 diz: "mas haverá luz à tarde". No
término daquele dia, no fim daquele período profético,
a luz virá. Assim Zacarias vê a mesma coisa. Tudo fica
escuro. Ninguém pode entender o que aconteceu. Não
há nenhuma explicação humana. Somente Deus sabe.
Não é nem um dia claro, nem uma noite escura. É um dia
singular.
Então, no fim daquele período de trevas, a luz voltará. E
o que é aquela luz? É o sinal do Filho do Homem no céu
que vem nas nuvens do céu com poder e grande glória.
Qual será a intensidade e a majestade desta luz divina?
Apocalipse 21.23 nos dá uma ideia sobre isto porque na
Jerusalém celestial, o Cordeiro é a Sua lâmpada, e não
necessita de nenhuma luz natural, nem do sol, nem da
193
lua, nem das estrelas. Jesus encherá os céus com a glória
da Sua luz.
Mas esta luz que brilhará na escuridão, será para os
ímpios não um motivo de alegria, mas de puro terror.
Por amarem as trevas os pecadores fogem da luz. Esta
luz é para eles uma luz de julgamento vingador. Daí se
dizer em Lucas 21.26 quanto a este dia: “haverá homens
que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas
que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus
serão abalados.”.
Hebreus 1.2,3 diz que;
“Jesus foi constituído por Deus herdeiro de todas as
cousas, e pelo qual também fez o universo, e que Ele é o
resplendor da glória e a expressão exata do Seu ser,
sustentando todas as cousas pela palavra do seu poder.”
Observe que Jesus não é somente criador do universo,
mas também sustentador do equilíbrio de tudo o que há
no universo. E como Ele fez e faz isto? Simplesmente
pela palavra do seu poder. É nEle que tudo é sustentado
194
e mediante a sua palavra de ordem. Ele disse no
princípio: “Haja luz”, e houve luz, e assim se fez com
todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Da mesma
forma que Ele criou e sustenta pela sua palavra, Ele
também destruirá pela mesma palavra poderosa que
procede de sua boca.
Ele mostrou Seu poder abundantemente em Seu
ministério terreno, expelindo demônios, curando
enfermidades, operando maravilhas meramente com a
palavra proferida pelos seus lábios. Este mesmo poder
ainda opera na igreja dentro dos limites estabelecidos e
controlados por Ele, fazendo com que a palavra
poderosa inspirada pelo Espírito que procede da boca
dos seus servos, faça tudo quanto Lhe apraz.
O homem pode contar com a regularidade com que o
Senhor sustenta todas as coisas, para enviar satélites ao
espaço sideral, sabendo que eles não se desviarão de
suas órbitas, porque há um poder que mantém o
universo em equilíbrio.
195
Os corpos celestes são controlados pelo poder
sustentador da palavra de Deus. Mas de repente, se o
Senhor deixa de exercer este poder sustentador, o que
nós temos? O caos, e tudo o que está unido no universo
passa a se descontrolar e desintegrar. A terra se torna
uma vítima deste desarranjo incrível de todo o universo.
Os poderes dos céus serão abalados e nós já sabemos
por que isto ocorrerá.
Deus manifestará o Seu desagrado relativamente à
impiedade dos homens, que chegará a níveis
insuportáveis nos últimos dias conforme descrito na
Bíblia, através da remoção das condições de sustentação
regular da vida do mundo físico que os homens tanto
apreciam. Tal como um pai que priva o filho de um
brinquedo muito querido, quando o castiga.
Deus quebrará os pontos de apoio em que os homens
costumam colocar a sua confiança e segurança. Haverá
escassez de alimento e de água, de condições climáticas
favoráveis à saúde, haverá pragas e pestilências sem
medida, acidentes provocados por terremotos, e outros
eventos cataclísmicos, destruições e aflições
196
decorrentes de guerras, operações de demônios, e
tantas outras condições desfavoráveis para a vida do
homem na terra, em decorrência dos juízos de Deus. A
alteração no poder que sustenta o equilíbrio do universo
terá em vista principalmente produzir tais condições
desfavoráveis na terra.
É inconcebível como a terra não será totalmente
destruída com isto, mas poderoso é o Senhor para
mantê-la em plena ordem, se assim o desejasse, mesmo
retirando tudo o mais do universo que a rodeia. Deus
produzirá caos na terra, mas Ele controlará o caos pelo
Seu poder, porque Ele restaurará a terra para o reino
milenar paradisíaco de Cristo na terra.
Em Isaías 34.6 lemos:
“A espada do Senhor está cheia de sangue, engrossada
da gordura e do sangue de cordeiros e de bodes, da
gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem
sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de
Edom.”
197
Em outras palavras, haverá uma matança mundial da
parte do Senhor, quando Ele vier com os seus santos e
os anjos para julgar o reino do Anticristo e a coligação
de nações que se ajuntarão no lugar chamado de
Armagedom para destruir Israel. O Senhor virá e
destruirá os ímpios não somente que estiverem
marchando contra Israel com o Anticristo, mas os de
todas as nações. O descristão será morto, mas o justo
viverá. Os homens serão mais raros que o ouro de Ofir.
E, com estes cristãos que estiverem vivendo sobre a
terra e que sobreviverão à volta do Senhor, o mundo
será repovoado para no período do milênio.
A espada referida em Is 34.6 que está cheia de sangue,
não é uma espada física, nem mesmo a ação de uma
guerra conforme a ideia que temos de uma guerra,
porque esta espada é a espada afiada de dois gumes. A
espada que procede da boca do Senhor, que é a Sua
palavra. Será meramente por meio da palavra de ordem
que Ele proferir que os ímpios serão mortos em todas as
nações do mundo, por ocasião da Sua segunda vinda.
198
É aqui que se cumpre em plenitude a palavra que Ele
proferiu enquanto neste mundo que deveríamos temer
aquele que tem poder para matar o corpo e lançar a
alma no inferno. Esta é uma referência a Si mesmo como
Deus que é.
É Ele quem tem as chaves da morte e do inferno, isto é,
Ele é quem tem o domínio sobre ambos. Ele revelará isto
claramente na sua segunda vinda. Esta destruição dos
ímpios não significa aniquilação, mas morte física,
porque continuarão existindo em espírito, mas sendo
lançados no inferno para aguardarem a condenação
final ao lago de fogo e enxofre depois de serem
ressuscitados depois do milênio e serem julgados diante
do grande trono branco (Apo 20.11).
Apo 19.11-21, e 20.1-3a, descrevem parte dos eventos
relativos à segunda vinda de Jesus, e ali se diz que;
“sai da sua boa uma espada afiada, para com ela ferir as
nações,” (v 15),
E,
199
“que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no
lago de fogo que arde com enxofre (verso 20),
E que;
“os restantes foram mortos com a espada que saía da
boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as
aves se fartaram das suas carnes.” (verso 21).
Veja então, que pela sua palavra o Senhor destruirá os
ímpios de todas as nações por ocasião da sua segunda
vinda.
Lembramos mais uma vez que os santos estarão com o
Senhor na sua vinda (Zac 14.5), e também os anjos (I Tes
1.7). Vale lembrar as poderosas destruições de milhares
de ímpios que o Senhor efetuou na terra nos dias do
Velho Testamento, através do poder dos anjos. Haverá,
portanto uma mortandade real de ímpios na segunda
vinda de Jesus.
O centro do governo de Jesus durante o milênio será em
Jerusalém. Daí que, quando Ele voltar, o teatro de
200
operações da guerra de coligação de nações com o
Anticristo estará se dirigindo para a referida cidade.
Em Zac 12.3 lemos:
“Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para
todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão
gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações
da terra.”
Na batalha de Armagedon há um foco sobre Jerusalém,
e Jerusalém vai ser um lugar onde o Anticristo tentará
estabelecer o seu governo. Até nisto ele tentará ocupar
o lugar de Cristo.
Is 63.1-6 descreve vivamente as condições de
mortandade geral em todo o mundo por ocasião da
segunda vinda do Senhor. Apocalipse 19.13 apresenta as
vestes do Senhor salpicadas de sangue, tanto quanto em
Is 63, como resultado da matança dos seus inimigos, no
trabalho de desarraigar o ímpio da terra. Pela sua
própria impiedade é que eles serão desarraigados,
201
tendo recusado voluntariamente a chamada de Deus
para o arrependimento e salvação.
Apocalipse 19.1 Depois destas coisas, ouvi no céu como
que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia:
Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao
nosso Deus;
Apocalipse 19.2 porque verdadeiros e justos são os seus
juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia
corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos
dela vingou o sangue dos seus servos.
Apocalipse 19.3 E outra vez disseram: Aleluia. E a
fumaça dela sobe pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 19.4 Então os vinte e quatro anciãos e os
quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus
que está assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!
202
Apocalipse 19.5 E saiu do trono uma voz, dizendo:
Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que
o temeis, assim pequenos como grandes.
Apocalipse 19.6 Também ouvi uma voz como a de
grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a
voz de fortes trovões, que dizia: Aleluia! porque já reina
o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso.
Apocalipse 19.7 Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-
lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro,
e já a sua noiva se preparou,
Apocalipse 19.8 e foi-lhe permitido vestir-se de linho
fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as
obras justas dos santos.
Apocalipse 19.9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.
Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de
Deus.
Apocalipse 19.10 Então me lancei a seus pés para adorá-
lo, mas ele me disse: Olha, não faças tal: sou conservo
203
teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus;
adora a Deus; pois o testemunho de Jesus é o espírito da
profecia.
Apocalipse 19.11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo
branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e
Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.
Apocalipse 19.12 Os seus olhos eram como chama de
fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha
um nome escrito, que ninguém sabia sabia senão ele
mesmo.
Apocalipse 19.13 Estava vestido de um manto salpicado
de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de
Deus.
Apocalipse 19.14 Seguiam-no os exércitos que estão no
céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco
e puro.
Apocalipse 19.15 Da sua boca saía uma espada afiada,
para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de
204
ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor
da ira do Deus Todo-Poderoso.
Apocalipse 19.16 No manto, sobre a sua coxa tem
escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Apocalipse 19.17 E vi um anjo em pé no sol; e clamou
com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam
pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia
de Deus,
Apocalipse 19.18 para comerdes carnes de reis, carnes
de comandantes, carnes de poderosos, carnes de
cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos
os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.
Apocalipse 19.19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus
exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que
estava montado no cavalo, e ao seu exército.
Apocalipse 19.20 E a besta foi presa, e com ela o falso
profeta que fizera diante dela os sinais com que
enganou os que receberam o sinal da besta e os que
205
adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos
no lago de fogo que arde com enxofre.
Apocalipse 19.21 E os demais foram mortos pela espada
que saía da boca daquele que estava montado no
cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.
206
Apocalipse 20
O Milênio e a Prisão de Satanás - Apocalipse 20
Jesus disse que os mansos são bem-aventurados,
porque eles herdarão a terra. Isto é uma referência clara
ao retorno dos cristãos à terra, para reinarem
juntamente com Ele, durante os mil anos citados em
Apocalipse, e da permanência na terra daqueles que se
converterem no período da Grande Tribulação, no que
podemos chamar de reino milenar.
Este reino de mil anos será o cumprimento de várias
profecias bíblicas, e especialmente da promessa feita a
Davi de que da sua descendência sairia um rei que
governaria Israel com justiça.
Este reino de mil anos é citado em várias porções das
Escrituras, especialmente no Velho Testamento,
conforme estaremos comentando adiante.
207
No Novo Testamento há versículos que chamam este
período de Regeneração, como em Mt 19.28:
“Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós os
que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do
homem se assentar no trono da sua glória, também vos
assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de
Israel.”
Em Atos 3.21 é chamado de Tempos da Restauração:
“ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos
da restauração de todas as cousas, de que Deus falou
por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.”
Em Ef 1.10 é chamado de Dispensação da Plenitude dos
Tempos:
“de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude
dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as da
terra;”
Na realidade, podemos afirmar que o Reino é o tema
fundamental de toda a Bíblia.
208
Que tudo da Bíblia realmente se orienta ao fato de que
Deus governa; que Deus é soberano, e que a meta da
história redentora é um Reino eterno no qual Deus
governará.
Jesus mesmo logo que começou o seu ministério
pregava e continuou pregando a necessidade de fé e
arrependimento, porque o Reino de Deus estava
próximo.
Deus sempre prometeu um reino que seria eterno, mas
Ele prometeu que seria também um reino terrestre,
tanto quanto Ele prometeu a esperança do céu eterno.
Agora como Deus pode cumprir tudo isso?
Um reino eterno que é um reino terrestre e é também
um reino celestial e divino?
Bem a resposta é que o reino milenar é parte terrestre
daquele reino eterno.
No Velho Testamento, como estaremos vendo, as
promessas dos profetas para Israel, falam de um reino
209
que é terrestre... mas eles também falam de um reino
que é divino, um reino que está aqui neste planeta e que
é um reino que tem uma dimensão completamente
diferente, um reino que não é medido pelo tempo
porque está além do tempo.
É necessário que Deus faça isto deste modo.
Ele prometeu um reino terrestre.
Naquele reino terrestre haverá pessoas com um corpo
terreno, tal como o nosso, que não morreram na
segunda vinda de Cristo.
Eles sobreviverão ao tempo da Tribulação e eles serão
os resgatados.
Eles virão da nação de Israel e de outras nações do
mundo.
Eles entrarão no reino terrestre glorioso renovado e
reavivado na terra.
210
Por isso, o anjo disse a Daniel que são bem-aventurados
os que esperam e chegam até mil trezentos e trinta e
cinco dias, isto é, setenta e cinco dias após o término da
Grande Tribulação, que como já vimos, é o provável
prazo para o preparo e admissão final no Reino daqueles
que sobreviveram à Grande Tribulação.
Eles terão filhos, como veremos no estudo das profecias,
especialmente no livro do profeta Isaías.
A reprodução natural prosseguirá, e os processos
naturais da vida seguirão seu curso, só que Deus
operará de tal forma que a longevidade dos primeiros
dias conforme relatado no Gênesis será restaurada.
Assim, ainda haverá um grupo de pessoas na terra,
descendentes destes cristãos do Reino, tal qual no
princípio, quando o mundo de hoje foi formado a partir
da família de Noé, e dentre estes que tiverem
descendido deles, haverá também não eleitos, pessoas
que não se converterão, e que serão no fim dos mil anos
seduzidas por Satanás quando ele for solto de sua prisão
211
no abismo, por um breve tempo, para a sua condenação
final no lago de fogo e enxofre.
Logo, o reino enquanto é na realidade um reino que é
dado às pessoas de Deus por via de cumprimento da Sua
promessa, é também o tempo final no qual a redenção
poderá acontecer nas vidas de seres humanos.
Cumpre dizer que haverá dois tipos de seres humanos
vivendo na terra, os cristãos que receberão corpos
glorificados na primeira ressurreição e no
arrebatamento, e que retornaram à terra com Cristo na
sua segunda vinda, e estes que citamos, ainda em corpos
naturais, que sobreviveram à Grande Tribulação, cujo
término coincidiu com a segunda vinda de Jesus.
A prisão de Satanás durante os mil anos não será no lago
de fogo, mas num lugar chamado de abismo, que é
muito mencionado na Palavra (Apo 20.1, 3; II Pe 2.4; Lc
8.31).
212
Todas as sete vezes que este abismo ou cova sem fundo
é citado em Apocalipse isto se refere ao lugar onde os
anjos caídos são mantidos aprisionados.
O lugar onde eles esperam o encarceramento final deles
no lago de fogo.
Diz-se de forma muito interessante em Is 24:21-23:
“Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do alto nas
alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão ajuntados
como presos numa cova, e serão encerrados num
cárcere; e serão punidos depois de muitos dias. Então a
lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o Senhor
dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e
perante os seus anciãos manifestará a sua glória."
Quais são os exércitos do céu? Anjos.
Estes são anjos maus.
O Senhor castigará naquele dia os anjos maus.
213
Eles serão reunidos como prisioneiros no calabouço e
serão limitados em prisão, e então depois de muitos dias
serão castigados.
Primeiro eles são limitados e Isaías está vendo isto.
Eles são limitados por um período para depois então
serem sujeitados ao castigo eterno.
Então, o primeiro elemento do Reino é a remoção de
Satanás e seus demônios. Olhemos para o segundo
elemento; o reinado dos santos. Da remoção de Satanás
para o reinado dos santos:
“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do
abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o
dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o
amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual
fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais
as nações até que os mil anos se completassem. Depois
disto é necessário que ele seja solto por um pouco de
tempo.” (Apo 20.1-3)
Tendo sido removido Satanás, lemos nos versos 4 a 6:
214
“Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles
foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que
foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da
palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua
imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas
mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os
mil anos se completassem. Esta é a primeira
ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem
parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem
poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e
de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.”
Aqueles que morreram durante a Grande Tribulação não
estarão, portanto em desvantagem diante daqueles que
estiverem vivendo na terra depois da segunda vinda de
Jesus, porque eles serão ressuscitados em corpos
glorificados, para voltarem à terra com Cristo na
segunda vinda, para reinarem com Ele no milênio.
Apo 20.5,6 chama de primeira ressurreição a todos
quantos foram ressuscitados antes da segunda vinda de
Jesus e inauguração do milênio. Os cristãos que haviam
215
morrido antes do arrebatamento foram ressuscitados
na ocasião do próprio arrebatamento, antes da Grande
Tribulação, e estes que se converteram durante o
governo do Anticristo e que morreram antes da segunda
vinda de Jesus foram também ressuscitados, conforme
se depreende de Apo 20.4, antes de terem retornado à
terra com o Senhor, na sua segunda vinda.
Todos os líderes mundiais, simplesmente todos os
governadores, todos os primeiros-ministros, todos os
magistrados, todos aqueles que são responsáveis por
educação, todos os legisladores, todos aqueles que são
responsáveis pelo governo da sociedade na face de toda
a terra serão os santos glorificados, que já não se casam
e não se dão em casamento, que terão autoridade
delegada do próprio Senhor Jesus Cristo para levar a
cabo a Sua vontade em todos os lugares.
Então haverá verdade na educação, então haverá justiça
nas salas de tribunais.
Então haverá padrões morais reais em todas as áreas da
vida humana, porque estes que seguem o Cordeiro já
216
terão sido aperfeiçoados completamente em santidade
e justiça.
E se cumprirá plenamente a palavra de que bem-
aventurados são os que têm fome e sede de justiça
porque serão fartos (Mt 5.6).
Haverá honestidade nos noticiários.
Não haverá poluição na terra, seja ela do tipo que for.
Os livros estarão cheios de verdade, e a televisão
somente transmitirá a verdade.
Apocalipse 20 faz referência ao início e ao fim do
período do milênio, quando ocorrerá a batalha final
chamada de Gogue e Magogue (20.8), com a destruição
pelo fogo de todos os que marcharem contra a cidade
central do governo de Cristo com os santos, em
Jerusalém, e o lançamento de Satanás no lago de fogo.
Então todos os ímpios terão sido mortos, tanto os do
período do milênio, quanto os do passado, desde Adão
217
terão seus corpos ressuscitados para que sejam julgados
e condenados à segunda morte, que é o lago do fogo.
Daí por diante a morte será finalmente vencida, porque
já não haverá mais reprodução, e assim a possibilidade
de nascerem pecadores.
Por isso se diz também em Apo 20.14, que tanto a morte
quanto o inferno foram também lançados no lago do
fogo, indicando que já não haverá mais julgamento, nem
condenação, daí por diante, motivo por que serão
criados novo céu e nova terra, conforme relatado em
Apo 21, onde estará a Nova Jerusalém como a morada
eterna dos santos com o Cordeiro.
Mas até que Satanás seja solto da prisão com seus
demônios, o milênio será um período de justiça e de paz
na terra, porque terá tal governo sobre a terra.
Com a ausência de Satanás e dos demônios, não haverá
qualquer obstrução, qualquer obstáculo, para a
manutenção da justiça e da paz.
Por isso se diz em Is 65.20:
218
“Não haverá mais nela criança para viver poucos dias,
nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos
cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos
cem anos será amaldiçoado.”
Observe que quem pecar somente aos cem anos será
amaldiçoado.
A maldição não se apressará em vir sobre aquele que
pecar, porque não haverá condições favoráveis para
viver pecando deliberadamente.
Tudo chamará à paz, à justiça, à pureza.
Não haverá um só governante injusto, porque o governo
será dado aos santos, conforme o afirmam tantas
passagens das Escrituras, dentre as quais gostaríamos
de destacar Dn 7.18:
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o
possuirão para todo o sempre, de eternidade em
eternidade.”
Dn 7.22:
219
“até que veio o Ancião de dias, e fez justiça aos santos
do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos
possuíram o reino.”
As palavras de Jesus ganham um gosto especial quando
contemplamos estas coisas relativas ao Seu governo
futuro com os santos na terra:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque
deles é o reino dos céus.” (Mt 5.2).
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a
terra.” (Mt 5.4).
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.10).
“Deles é o reino...”, é a nota que se repete. Aprouve ao
Pai dar aos santos o reino.
O governo lhes pertence, juntamente com Cristo, e daí
se dizer em Apo 20.6:
220
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na
primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não
tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de
Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos.”
Não se trata mais de ser bem-aventurado, simplesmente
por ter escapado da condenação futura, mas por ser
reino sacerdotal de Cristo na terra pela eternidade
afora.
A palavra de II Pe 2.9 terá cabal cumprimento, quanto
ao exercício da função daqueles que estiverem em
corpos glorificados na terra governando juntamente
com Cristo: “sois raça eleita”, isto é, escolhidos para este
propósito; “sacerdócio real”, isto é, governantes justos
que intercedem em favor dos homens junto ao Rei dos
reis; “nação santa”, um povo eleito de sacerdotes reais
porque é santo, porque tem o caráter santo do próprio
Cristo.
Nós seremos sacerdotes de Deus e de Cristo e
reinaremos com Ele durante os mil anos.
221
Este mundo será maravilhoso. Satanás não será mais o
seu príncipe, porque Jesus será eternamente o seu Rei,
com domínio pleno sobre todos os seus habitantes.
Os santos não terão que tentar entender o que devem
fazer, porque estarão glorificados e aperfeiçoados em
santidade, justiça e amor, e levarão a cabo a vontade de
Cristo perfeitamente.
Isaías 60 retrata a glória da cidade de Jerusalém tanto
durante o governo milenar de Cristo, quanto a sua glória
final, quando for estabelecida a Nova Jerusalém depois
do milênio, quando forem criados novo céu e nova terra.
Certamente até o verso 17, a referência é à glória da
Jerusalém do milênio, porque se fala ainda de
destruição de nações (verso 12, esta condição não
existirá depois do milênio).
A partir do verso 18 a profecia se desloca para a Nova
Jerusalém, porque se diz que nunca mais se ouvirá de
violência na tua terra, de desolação ou ruínas nos teus
termos, pois sabemos que haverá ainda uma
222
conflagração final no levante que for efetuado por
Satanás, quando for solto no final do milênio.
E, também porque se diz que nunca mais te servirá o sol
para luz do dia, nem a lua com seu resplendor te
alumiará, mas o Senhor será a tua luz perpétua (verso
20), e que todos o do teu povo serão justos e para
sempre herdarão a terra (verso 21).
Sabemos que nem todos durante o milênio que
estiverem vivendo na terra, mesmo na cidade de
Jerusalém serão justos durante o milênio.
As portas da cidade de Jerusalém estarão
continuamente abertas, porque não haverá ameaça de
invasão e violência contra a cidade até que Satanás seja
solto no final dos mil anos.
Muitos dos que nascerem durante o milênio serão
conduzidos à fé e ao conhecimento de Cristo, e tal como
nós, estarão unidos a Ele espiritualmente para sempre.
223
Israel será abençoado. A terra de Israel, a cidade de
Jerusalém voltará a ser gloriosa, e se cumprirá o que foi
dito pelo profeta Zacarias:
“Todos os que restarem de todas as nações que vieram
contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o
Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a festa dos
tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir
a Jerusalém para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos
não fará vir sobre ele a chuva.” (Zac 14.16,17).
Haverá um julgamento imediato sobre as pessoas que
não adorarem o Senhor Jesus em Jerusalém.
Olhando então, agora politicamente e espiritualmente
para o Reino, nós podemos ver como o Senhor Jesus
domina tudo.
O texto de Is 11.4-10 é uma descrição vívida da forma
como será o milênio: “mas julgará com justiça os pobres,
e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra;
ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos
seus lábios matará o perverso. A justiça será o cinto dos
224
seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. O lobo
habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto
ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado
andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a
ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão;
o leão comerá palha como o boi. A criança de peito
brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado
meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem
dano algum em todo o meu santo monte porque a terra
se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas
cobrem o mar. Naquele dia recorrerão as nações à raiz
de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a
glória lhe será a morada.”
É interessante notar a citação da presença pacífica de
animais dito selvagens, no período do milênio. Assim
como o Senhor reuniu os animais na arca de Noé
preservando-os da extinção, Ele também os preservará
na segunda vinda de Cristo para que continuem se
multiplicando sobre a terra.
O capítulo 34 de Isaías, depois de citar na primeira parte
do capítulo a destruição dos ímpios das nações na volta
225
de Jesus, e da derrubada dos reinos deste mundo
(versos 12 e 13), cita na parte final animais como o
pelicano, ouriço, bufo, corvo, chacais, avestruzes,
corujas e abutres, que não são animais nobres, que se
fartarão das carnes dos que forem mortos na volta de
Jesus; a estes assim se refere nos versos 16 e 17:
“Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas
criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a
boca do Senhor o ordenou, e o seu Espírito mesmo as
ajuntará. Porque ele lançou as sortes a favor delas, e a
sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre
a possuirão, através de gerações habitarão nela.”
O ímpio não herdará a terra, porque será desarraigado
dela, mas Deus preservará os animais na terra.
Na sequência, o capítulo 35 de Isaías descreve a
restauração da terra e alegria dos justos que habitarão
nela.
E em Is 65.19-25 lemos:
226
“E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei do meu
povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem
de clamor. Não haverá mais nela criança para viver
poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque
morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem
pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão
casas, e nelas habitarão, plantarão vinhas, e comerão o
seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não
plantarão para que outros comam; porque a
longevidade do meu povo será como a da árvore, e os
meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas
próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão
filhos para a calamidade, porque são a posteridade
bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles. E
será que antes que clamem, eu responderei; estando
eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro
pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó
será a comida da serpente. Não farão mal nem dano
algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Veja que o texto se refere a uma taxa de natalidade alta
que contribuirá para o rápido repovoamento da terra.
227
As condições reinantes no milênio serão quase
semelhantes às existentes no Éden antes do pecado, no
que diz respeito aos que fizeram parte da primeira
ressurreição, que se encontram em corpos glorificados e
que já não estão mais sujeitos ao pecado.
Mas, os descendentes daqueles cristãos que entraram
no milênio, vindos da Grande Tribulação, bem como eles
que não passaram pela morte, estarão sujeitos ainda ao
pecado, tal como nós no presente. Estes também
gerarão filhos não eleitos, que não estarão sujeitos à
intensidade de tentações, em razão do governo justo de
Cristo e do fato da ausência de Satanás e dos demônios,
mas a sua carnalidade se manifestará no final do
período dos mil anos, quando Satanás for solto e seduzi-
los para lutarem contra o governo de Cristo e dos seus
santos.
Se este mundo é um lugar bonito mesmo estando
amaldiçoado, imagine como será quando a maldição for
retirada e o Senhor restaurar todas as coisas.
228
Bem, como vimos, não se pode admitir à luz de toda a
revelação outra interpretação verdadeiramente bíblica
para o milênio, senão a pré-milenista, que acabamos de
enfocar. Os chamados pós-milenistas creem que as
coisas melhorarão e a igreja dominará algumas das
instituições humanas, e isto fará com que haja um
governo de justiça na terra.
Alguns deles são chamados os teólogos do reino; eles
acreditam que de alguma maneira a igreja vai ganhar
grande poder de milagres, e que por este poder nós
vamos superar os demônios e vencer os poderes das
trevas de um modo definitivo. A igreja estabelecerá o
reino, e o fim não virá porque as coisas melhorarão.
Mas, sabemos que o fim virá porque as coisas se
tornarão piores.
A igreja nunca conquistará os reinos deste mundo, a
igreja nunca assumirá as instituições sociais deste
século, sem que haja uma intervenção direta do próprio
Cristo na Sua segunda vinda.
229
Por isso somos chamados a pregar o reino que se
manifestará na segunda vinda do Senhor, a exercer o
ministério da reconciliação do pecador com Deus, e não
simplesmente levantar bandeiras de movimentos
moralistas com vistas a reformar a sociedade.
Este mundo não melhorará enquanto o ímpio não for
desarraigado da terra, e somente Cristo poderá fazer
isto pelo Seu poder, e Ele o fará no momento oportuno.
Por isso somos pré-milenistas, como claramente a
revelação é pré-milenista, porque aguardamos a Cristo
para a inauguração do seu reino milenar sobre a terra.
Apocalipse 20.1 E vi descer do céu um anjo, que tinha a
chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão.
Apocalipse 20.2 Ele prendeu o dragão, a antiga serpente,
que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos.
230
Apocalipse 20.3 Lançou-o no abismo, o qual fechou e
selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações
até que os mil anos se completassem. Depois disto é
necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.
Apocalipse 20.4 Então vi uns tronos; e aos que se
assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as
almas daqueles que foram degolados por causa do
testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não
adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam
o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram
com Cristo durante mil anos.
Apocalipse 20.5 Mas os outros mortos não reviveram,
até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira
ressurreição.
Apocalipse 20.6 Bem-aventurado e santo é aquele que
tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem
poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e
de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.
231
Apocalipse 20.7 Ora, quando se completarem os mil
anos, Satanás será solto da sua prisão,
Apocalipse 20.8 e sairá a enganar as nações que estão
nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo
número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para
a batalha.
Apocalipse 20.9 E subiram sobre a largura da terra, e
cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas
desceu fogo do céu, e os devorou;
Apocalipse 20.10 e o Diabo, que os enganava, foi
lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e
o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados
pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 20.11 E vi um grande trono branco e o que
estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a
terra e o céu; e não foi achado lugar para eles.
Apocalipse 20.12 E vi os mortos, grandes e pequenos,
em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-
se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram
232
julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras.
Apocalipse 20.13 O mar entregou os mortos que nele
havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que
neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas
obras.
Apocalipse 20.14 E a morte e o hades foram lançados no
lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Apocalipse 20.15 E todo aquele que não foi achado
inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.
233
Apocalipse 21
Novo Céu e Nova Terra
Agora, olhemos para uma alteração sem precedentes
que Jesus cita em Mt 24.35, em que Ele diz que depois
da sua vinda com poder e muita glória “passará o céu e
a terra”. Isso é uma declaração clara de que o céu e a
terra atuais serão destruídos, e no lugar deles haverá
uma nova criação, de um novo céu e de uma nova terra.
Pedro diz como isto vai acontecer:
“Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual
os céus passarão com estrepitoso estrondo e os
elementos se desfarão abrasados; também a terra e as
obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas
estas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais
como os que vivem em santo procedimento e piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por
234
causa do qual os céus incendiados serão desfeitos, e os
elementos abrasados se derreterão.” (II Pe 3.10-12).
A palavra no grego para estrondo ou barulho, é
rhoizedonque significa o som de crepitação. É usada
para descrever um som zumbindo, produzido por
movimento rápido pelo ar. Em outras palavras, os céus
começarão a se desintegrar com um estrondo. É o
estrondo de uma explosão nuclear. É bem possível que
Deus use a fissão nuclear do átomo para desintegrar o
universo, como é dito por Pedro que os elementos
abrasados se derreterão.
Os elementos atômicos básicos começaram a derreter,
enquanto liberam intenso calor. E a terra será atingida
por isto.
A Palavra diz que os céus se enrolarão como um rolo de
pergaminho. Isto significa compressão e não expansão.
Encolhimento. Redução.
No verso 11, ele diz, que a terra e as obras que nela
existem serão atingidas. O verbo no grego para
235
“atingidas” é lúo, que significa desatar, soltar,
desprender. O poder de coesão dos elementos pelo
Senhor, pela palavra do seu poder, como já vimos em
Hebreus 1, será alterado. Os elementos serão soltos,
desprendidos; esta coesão que garante a sua
estabilidade será modificada, e tudo se desfará. Agora,
isso é uma alteração sem precedentes do universo, e
está a caminho.
No fim do milênio, e depois do juízo de Deus sobre todos
os ímpios, João fala a partir de Apo 21.1 de um novo céu
e uma nova terra. Este processo de recriação será feito
em duas fases. Na segunda vinda de Jesus haverá uma
modificação no universo. Ao término do milênio haverá
uma recriação total de um novo céu e de uma nova terra
que são eternos.
Durante o Reino milenar será uma terra restaurada, e
assim também o universo, como afirma a própria
Palavra.
Mas, no estado eterno final há uma nova criação, algo
que não foi restaurado, mas refeito completamente,
236
para ser a habitação eterna dos justos, por não mais
existir nem morte, nem pecado, nem ímpios, nem
Satanás, nem demônios, nesta nova terra.
Poderoso é o Senhor para fazer novas todas as coisas.
Alguns pensam que tudo será destruído pelo próprio
homem com suas armas atômicas.
Mas veja que será todo o universo que se desfará. Isto
não será feito pelo homem, é Deus quem o fará.
Em Is 34, lemos:
“Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se
enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército
cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira.”
Deus destruirá, para fazer algo inteiramente novo.
Podemos ver o dia profético do Senhor em duas fases,
porque para Ele mil anos são como um dia. A primeira
fase, na segunda vinda de Jesus; e a segunda, ao término
dos mil anos, quando fará novos céus e nova terra.
237
Na visão profética, isto pode ser dado como um só
evento aos olhos de Deus. Assim como temos isto no
texto de II Pe 3.10-12. Ele fala do dia do Senhor, e ali se
refere tanto à segunda vinda, quanto à criação do novo
céu e nova terra, como se fosse um só evento. Isto
porque este é o propósito revelado do Senhor de fazer
novas todas as coisas, a partir da segunda vinda de
Jesus.
Em Apo 8.7 temos uma pequena amostra do que irá
ocorrer no final do milênio. Aqui se descreve o que irá
acontecer no período da Grande Tribulação próximo da
segunda vinda de Jesus, mas, como dissemos, é uma
pequena demonstração da destruição final quando do
término do milênio:
“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e
fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra.
Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das
árvores, e também toda erva verde.”
Os juízos relativos ao toque da segunda e terceira
trombetas, trouxeram também fogo sobre a terra.
238
É descrito também que a destruição final dos ímpios no
término do milênio será também com fogo que descerá
do céu para consumi-los (Apo 20.9).
É bom, portanto, que aqueles que resistem quanto à
probabilidade da ocorrência destes eventos com larga
destruição da terra pelo fogo de Deus, se lembrem que
o Senhor já deu mostras suficientes de destruição pelo
fogo no passado, quer em Sodoma e Gomorra, quer
entre os próprios israelitas rebeldes nos dias de Moisés.
Saía fogo da parte do Senhor sobre eles, para que
ninguém duvide que Ele fará uma destruição final pelo
fogo por causa do pecado.
Por isso se lê em II Pe 3.7:
“Ora, os céus que agora existem, e a terra, pela mesma
palavra têm sido entesourados para fogo, estando
reservados para o dia do juízo e destruição dos homens
ímpios.”
Isto, Ele fará na segunda vinda de Cristo.
239
E também, pelo fogo, destruirá todas as obras da terra e
o universo, no final do milênio para criar novo céu e
nova terra.
Apocalipse 21.1 E vi um novo céu e uma nova terra.
Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o
mar já não existe.
Apocalipse 21.2 E vi a santa cidade, a nova Jerusalém,
que descia do céu da parte de Deus, adereçada como
uma noiva ataviada para o seu noivo.
Apocalipse 21.3 E ouvi uma grande voz, vinda do trono,
que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo,
e Deus mesmo estará com eles.
Apocalipse 21.4 Ele enxugará de seus olhos toda
lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais
pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras
coisas são passadas.
240
Apocalipse 21.5 E o que estava assentado sobre o trono
disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou:
Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Apocalipse 21.6 Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou
o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede,
de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida.
Apocalipse 21.7 Aquele que vencer herdará estas coisas;
e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
Apocalipse 21.8 Mas, quanto aos medrosos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos
adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e
enxofre, que é a segunda morte.
Apocalipse 21.9 E veio um dos sete anjos que tinham as
sete taças cheias das sete últimas pragas, e falou
comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa
do Cordeiro.
241
Apocalipse 21.10 E levou-me em espírito a um grande e
alto monte, e mostrou- me a santa cidade de Jerusalém,
que descia do céu da parte de Deus,
Apocalipse 21.11 tendo a glória de Deus; e o seu brilho
era semelhante a uma pedra preciosíssima, como se
fosse jaspe cristalino;
Apocalipse 21.12 e tinha um grande e alto muro com
doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos
sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos
de Israel.
Apocalipse 21.13 Ao oriente havia três portas, ao norte
três portas, ao sul três portas, e ao ocidente três portas.
Apocalipse 21.14 O muro da cidade tinha doze
fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro.
Apocalipse 21.15 E aquele que falava comigo tinha por
medida uma cana de ouro, para medir a cidade, as suas
portas e o seu muro.
242
Apocalipse 21.16 A cidade era quadrangular; e o seu
comprimento era igual à sua largura. E mediu a cidade
com a cana e tinha ela doze mil estádios; e o seu
cumprimento, largura e altura eram iguais.
Apocalipse 21.17 Também mediu o seu muro, e era de
cento e quarenta e quatro côvados, segundo a medida
de homem, isto é, de anjo.
Apocalipse 21.18 O muro era construído de jaspe, e a
cidade era de ouro puro, semelhante a vidro límpido.
Apocalipse 21.19 Os fundamentos do muro da cidade
estavam adornados de toda espécie de pedras
preciosas. O primeiro fundamento era de jaspe; o
segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto,
de esmeralda;
Apocalipse 21.20 o quinto, de sardônica; o sexto, de
sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono,
de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de
jacinto; o duodécimo, de ametista.
243
Apocalipse 21.21 As doze portas eram doze pérolas:
cada uma das portas era de uma só pérola; e a praça da
cidade era de ouro puro, transparente como vidro.
Apocalipse 21.22 Nela não vi santuário, porque o seu
santuário é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
Apocalipse 21.23 A cidade não necessita nem do sol,
nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória
de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
Apocalipse 21.24 As nações andarão à sua luz; e os reis
da terra trarão para ela a sua glória.
Apocalipse 21.25 As suas portas não se fecharão de dia,
e noite ali não haverá;
Apocalipse 21.26 e a ela trarão a glória e a honra das
nações.
Apocalipse 21.27 E não entrará nela coisa alguma
impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas
somente os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro.
244
Apocalipse 22
A Eternidade
Depois do Grande Julgamento do Trono Branco,
somente a Trindade, os anjos eleitos, e os santos
resgatados permaneceram no terceiro céu, que é a
habitação do Deus Altíssimo.
O universo, que é designado por céu, e a terra que hoje
existem foram inteiramente destruídos, e Deus fez um
novo céu e uma nova terra.
Os inimigos de Cristo, tanto anjos quanto homens foram
lacrados para sempre no lago de fogo onde sofrerão
agonias e tormentos eternos.
Jesus trouxe a Nova Jerusalém desde o terceiro céu até
a nova terra criada, onde não existe como já dissemos,
mais nenhum pecado.
245
Então, o próprio Deus desceu à terra para viver para
sempre com o homem resgatado (Apo 21:1-3).
A vida no estado eterno está perfeita.
Não há mais morte, nem luto, nem choro ou dor (Apo
21.4).
Então se cumprirá a palavra de Is 65.17:
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não
haverá lembrança das cousas passadas, jamais haverá
memória delas.”
Quando Pedro se refere ao novo céu e à nova terra, a
palavra utilizada no grego é kainos, que significa novo
em qualidade, não novo em cronologia, nem tampouco
novo em ordem, mas novo em qualidade, diferente, um
gosto que nós nunca conhecemos antes.
Nesta nova terra habita a justiça plena e perfeita,
conforme é citado em II Pe 3.13. Uma justiça
permanente, inalterável.
246
Este é o mundo que nós esperamos. Este é o mundo que
nos foi prometido em Jesus Cristo.
É isso que Deus tem preparado para aqueles que O
amam.
O Senhor mesmo será a luz deste novo mundo,
conforme se lê em Is 60.19 e Apo 21.23 e 22.5.
Uma luz de glória espiritual e eterna que jamais acaba.
O sol é um corpo físico natural que se gasta ao longo do
tempo, mas a luz de Deus é eterna.
Lemos em Apo 21.1-3:
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi
também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do
céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada
para o seu esposo. Então ouvi grande voz vinda do
trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os
homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de
Deus e Deus mesmo estará com eles.”
247
Veja que a habitação de Deus está entre os homens, e
Ele se estabelecerá e estará em casa com eles.
E pensar que tudo isto começou com uma nova criação
espiritual, realizada ao longo dos séculos, pela
conversão de milhões de pecadores a Cristo.
A isto se refere Tiago, dizendo que todos os pecadores
que estão sendo transformados em santos, pelo poder
de Jesus, são as primícias desta nova criação de Deus,
porque o novo céu, a nova terra, e tudo o mais que Ele
criará, virão somente em seguida, ao fechamento, ao
completamento do números dos que devem ser salvos.
Tiago 1:18 “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou
pela palavra da verdade, para que fôssemos como que
primícias das suas criaturas.”
Somente o Senhor é digno de todo o louvor e toda a
glória, porque somente Ele, pelo seu próprio poder pode
realizar e trazer à existência todas estas coisas.
Tudo isto teremos recebido por graça e simplesmente
por meio da nossa fé em Cristo.
248
Todo o mérito é, portanto, do Senhor; por isso devemos
adorar o Seu santo nome por toda a eternidade.
Maranata! Vem, Senhor Jesus.
(Este comentário sobre o livro de Apocalipse inclui
citações do Pr John Macarthur, que foram traduzidas e
adaptadas pelo Pr Silvio Dutra, de textos do citado
pastor, do original em inglês, em domínio público.)
Apocalipse 22.1 E mostrou-me o rio da água da vida,
claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro.
Apocalipse 22.2 No meio da sua praça, e de ambos os
lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da
árvore são para a cura das nações.
Apocalipse 22.3 Ali não haverá jamais maldição. Nela
estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o
servirão,
249
Apocalipse 22.4 e verão a sua face; e nas suas frontes
estará o seu nome.
Apocalipse 22.5 E ali não haverá mais noite, e não
necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol,
porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos
séculos dos séculos.
Apocalipse 22.6 E disse-me: Estas palavras são fiéis e
verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos espíritos dos
profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus
servos as coisas que em breve hão de acontecer.
Apocalipse 22.7 Eis que cedo venho; bem-aventurado
aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
Apocalipse 22.8 Eu, João, sou o que ouvi e vi estas coisas.
E quando as ouvi e vi, prostrei-me aos pés do anjo que
mas mostrava, para o adorar.
Apocalipse 22.9 Mas ele me disse: Olha, não faças tal;
porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os
profetas, e dos que guardam as palavras deste livro.
Adora a Deus.
250
Apocalipse 22.10 Disse-me ainda: Não seles as palavras
da profecia deste livro; porque próximo está o tempo.
Apocalipse 22.11 Quem é injusto, faça injustiça ainda: e
quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça
justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.
Apocalipse 22.12 Eis que cedo venho e está comigo a
minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a
sua obra.
Apocalipse 22.13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e
o derradeiro, o princípio e o fim.
Apocalipse 22.14 Bem-aventurados aqueles que lavam
as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham
direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas
portas.
Apocalipse 22.15 Ficarão de fora os cães, os feiticeiros,
os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que
ama e pratica a mentira.
251
Apocalipse 22.16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos
testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e
a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.
Apocalipse 22.17 E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E
quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem
quiser, receba de graça a água da vida.
Apocalipse 22.18 Eu testifico a todo aquele que ouvir as
palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes
acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as
pragas que estão escritas neste livro;
Apocalipse 22.19 e se alguém tirar qualquer coisa das
palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua
parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão
descritas neste livro.
Apocalipse 22.20 Aquele que testifica estas coisas diz:
Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus.
Apocalipse 22.21 A graça do Senhor Jesus seja com
todos.