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Apoio ao fortalecimento da Educação
nos municípios paraibanos
Orientações para construção do Projeto Político
Pedagógico
Junho, 2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O69 Orientações para construção do Projeto Político Pedagógico / [organizador da coleção Sinoel Batista]. – São Paulo: Ed. Quanta, 2014.
56 p.; 21 cm – (Apoio ao Fortalecimento Institucional na Gestão da Educação; 6)
Inclui bibliografia.
1. Educação – Brasil. 2. Projeto político pedagógico. I. Batista, Sinoel. II. Série.
CDU 37.013(81)
CDD 371.3
Índices para catálogo sistemático:
1. Educação: Brasil : Projeto político pedagógico 37.013(81)
(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)
Equipe da Secretaria de Estadoda Educação da Paraíba
Governo do Estado da Paraíba
Ricardo Vieira Coutinho
Governador
Rômulo José de Gouveia
Vice–Governador
Márcia de Figueiredo Lucena Lira
Secretária de Estado da Educação
Alexandre Lemos de Barros Moreira
Gerente Executivo de Assistência Escolar Integrada
Ana Carolina Lubambo
Gerente Executiva de Recursos Humanos
Ana Célia Lisboa da Costa
Gerente Executiva de Ensino Médio e Profissional
Aparecida de Fátima Uchoa Rangel
Gerente Executiva de Educação Infantil e Ensino Fundamental
Flávio Barros
Gerente de Administração
Maria de Oliveira de Moraes
Gerente Executiva de Educação de Jovens e Adultos
Articulação de conteúdo
Edinalva Alves de Aguiar
Gerente de Programas de Fortalecimento da Escola e Articulação Municipal
Equipe da
Quanta – Consultoria, Projetos e Editora Ltda.
Autoras:
Alícia Freijo Rodriguez
Oneide Ferraz Alves
José Luís Hernandes
Projeto Gráfico
7
Mensagem do Governador
Um dos maiores desafios que se apresenta à execução das políticas
públicas de qualidade no Brasil se encontra no histórico e no exercício de nos-
so pacto federativo. Quanto à história, o quadro é claro e poucos parecem
disputar o fato de que a autonomia político-administrativa, em direção às ins-
tâncias locais, foi uma espécie de “concessão” do poder central, uma outorga,
quando da criação da Federação.
Essa concepção, em que avulta uma grande dose de centralismo, ainda
orienta as três esferas de governo e se faz presente na estruturação de progra-
mas das diferentes políticas públicas, na relação entre os entes, obstando que
se efetive − em espacial no plano local − um amadurecimento político, que
deve ser acompanhado da qualificação do conjunto da gestão pública.
Apesar de a Constituição Cidadã ter estabelecido o município como ente
autônomo e contemplar em seu espírito a ideia de que estar mais próximo do
beneficiário aumenta a eficácia e eficiência da gestão, a prática efetiva da coo-
peração interfederativa ainda é claudicante, remanescendo o ranço que dirige
às instâncias subnacionais uma desconfiança de todo anacrônica. É esse senti-
mento que torna o acesso a recursos um calvário burocrático e que conduz à
inexecução dos orçamentos de vários ministérios. A conta, contudo, é a popula-
ção quem paga, por meio de serviços de baixa qualidade, ou da pura e simples
indisponibilidade dos mesmos.
8
Não é mero acaso, portanto, que desde o princípio deste Governo temos procurado
fundar o relacionamento com os municípios paraibanos em uma nova compreensão de suas
relações com o Estado e das responsabilidades recíprocas, solidárias, que envolvem aqueles
que desejam efetivamente trabalhar para o bem estar da população. O Pacto pelo Desen-
volvimento Social da Paraíba é o retrato fiel dessa concepção do ato de governar e a minha
expectativa de uma nova realidade política para o conjunto do País.
É nesse contexto amplo, portanto, que deve ser inserida a iniciativa de se conceber
um conjunto de manuais relacionados à política pública de educação. Evidentemente o Go-
verno do Estado não tem a pretensão de que as publicações ensinem algo aos municípios.
Fosse assim, não estaríamos mais do que replicando na escala paraibana aquilo que critica-
mos em relação ao Brasil.
O que se procura é reforçar a cooperação interfederativa, com a oferta de uma con-
tribuição técnica para que o debate entre a instância local e estadual se faça da forma mais
fluente possível. Estamos convencidos, também, de realizar um movimento no sentido do
fortalecimento institucional na esfera municipal, visto que as limitações de recursos pena-
lizam duramente a formação de quadros nessa esfera, realidade tanto mais severa, quanto
menor é o município.
Este é, portanto, o ânimo: dar mais um passo na longa jornada, em que Estado e mu-
nicípios têm a obrigação de cooperar, de compartilhar responsabilidades, com a finalidade
de realizar as melhores práticas possíveis em políticas públicas. Nas entregas das diferentes
agências estatais, não se pode admitir como aceitáveis ilhas de excelência em meio a serviços
precários. Não basta que esta ou aquela unidade vá bem, que determinado município ou es-
tado se destaquem. É muito pouco, porque é feliz o povo que se desenvolve coletivamente,
como nação.
9
É isso que obriga todos e aos gestores públicos em particular a promover a coopera-
ção inter e intrafederativa: os direitos indivisíveis da população a um serviço público de qua-
lidade. É para essa empreitada coletiva que renovamos o convite feito inicialmente quando
do lançamento do Pacto pelo Desenvolvimento Social da Paraíba. Os Manuais que trazemos
a público agora são mais um pequeno passo nessa jornada.
11
Mensagem da Secretária Estadual de Educação
Os municípios, na qualidade de entes autônomos da federação brasi-
leira, são elementos essenciais à estratégia de universalização do acesso à edu-
cação, bem como de enfrentamento à pobreza e de combate à exclusão social.
O atingimento dessas grandes metas requer, contudo, o pleno funcionamento
da cooperação interfederativa e a perfeita operacionalização das responsabili-
dades compartilhadas, formalmente previstas nos marcos legais das diferentes
políticas públicas, dentre elas a educação.
No contexto das responsabilidades de cada instância da Federação
cabe aos estados um importante papel de articulação e coordenação dos te-
mas e ações que envolvem a materialização das políticas públicas em seu ter-
ritório. Uma das ações mais significativas, nesse sentido, consiste em assegurar
formas de apoio aos municípios, particularmente quando esses se encontram
em condição de fragilidade institucional.
É fato que, de um modo geral, as dificuldades na esfera municipal en-
volvem recursos orçamentários, para fazer frente às diferentes demandas e di-
reitos da população. Não se deve desprezar, contudo, que se cumpre com mais
eficiência tal missão quando se dispõe de uma estrutura gerencial adequada,
acompanhada de um corpo de servidores bem formado, que permitam fazer
face aos desafios que se apresentam no âmbito dos municípios.
12
A decisão de produzir os Manuais que se traz a público neste momento levou em
conta esta perspectiva e teve por propósito principal desencadear um diálogo entre o Estado
e os municípios da Paraíba, no sentido de qualificar o conjunto da gestão educacional, para a
qual as duas instâncias têm tanto papel, quanto responsabilidades indelegáveis.
A escolha dos temas não foi tarefa simples, quer pela dificuldade de priorizar o que
é mais relevante em meio a tantas demandas legítimas, quer seja devido à árdua tarefa de
especificar os detalhes a serem contemplados, uma vez que cada opção estivesse feita.
Temos a clareza de que não acertamos em tudo, mas ela não é menor do que a
convicção de que os assuntos abordados são relevantes, conforme se demonstra pelos
títulos que compõem a coleção "Apoio ao fortalecimento da Educação no municípios
paraibanos":
Manual 01: Gestão Democrática da Unidade Escolar
Manual 02: Elaboração do Planejamento Estratégico
Manual 03: Elaboração dos instrumentos legais para estruturação de Secretaria ou
Departamento Municipal de Educação
Manual 04: Articulação das políticas públicas de Educação, Saúde e Assistência Social
Manual 05: Cooperação Intermunicipal – Como organizar Consórcios Intermunicipais
Públicos e Arranjos para o Desenvolvimento da Educação
Manual 06: Orientações para construção do Projeto Político Pedagógico
Manual 07: Uso de tecnologias na educação
Manual 08: Instituição do Sistema Municipal de Ensino
Manual 09: Elaboração do Plano Municipal de Educação
13
É grande nossa expectativa de que os diferentes volumes possam ir ao encontro de
necessidades concretas de gestores e educadores das redes municipais de ensino. Sabemos,
contudo, que damos aqui apenas um primeiro passo e que ele será tanto mais promissor,
quanto mais for capaz de abrir possibilidades de diálogo, em torno da promoção da educa-
ção de qualidade.
Esse propósito obviamente não tem dono, porque deve pertencer a todos os brasilei-
ros que, como nós, seja no âmbito estadual ou municipal, desejam um País mais justo, frater-
no e pleno em possibilidades.
Como educadores não podemos abdicar da ideia segundo a qual uma educação pú-
blica de qualidade irá transformar o Brasil. Nós estamos entre os agentes desta transforma-
ção, mas para edificar essa obra sempre iremos precisar de parceiros de valor, dentre os quais
já figuram, com toda a certeza, os leitores dessa Coleção.
Sumário
Mensagem di Governador 07
Mensagem da Secretária 11
1 Objetivo 17
2 Marcos legais 19
3 Significado do Projeto Político– Pedagógico 23
4 Finalidades do Projeto Político– Pedagógico 27
5 A construção democrática do Projeto Político– Pedagógico 31
6 Fases da elaboração/revisão do Projeto Político– Pedagógico 35
Fase I – Sensibilização e início do projeto 36
Fase II – Princípios norteadores do Projeto Político–Pedagógico 37
Fase III – Diagnóstico para elaboração do Projeto Político–Pedagógico 38
Fase IV – Estabelecimento de objetivos e metas 40
Fase V – Execução e acompanhamento 42
Fase VI – Avaliação Final 44
7 Sugestão para a estrutura do Projeto Político Pedagógico 47
8 Referências 53
1
17
Orientações para construção do Projeto Político Pedagógico
Objetivo
Este documento tem por objetivo colaborar com as equipes gestoras
do Estado da Paraíba na elaboração ou revisão do Projeto político–pedagógico
– PPP das Unidades Escolares. Para tanto, apresenta os marcos legais vigentes
que tratam do tema; os conceitos, princípios e finalidade; as etapas de elabo-
ração e duas sugestões para a estrutura do projeto.
2
19
Marcos legais
O Projeto Político–Pedagógico deve ser elaborado em consonância
com as diretrizes e marcos legais vigentes especialmente os citados abaixo:
I–A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) es-
tabelece no inciso I do artigo 12 que, respeitadas as normas comuns e do seu
sistema de ensino, as instituições educacionais devem elaborar e executar seus
Projetos Político– Pedagógicos, com liberdade e responsabilidade. Os art. 13,
14 e 15 explicitam a participação de todos os envolvidos no processo de ensino
e aprendizagem, na elaboração do projeto.
I. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006 (altera a redação dos artigos
29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394/96), dispondo sobre a duração de 09
(nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória
a partir dos 6 (seis) anos de idade);
II. Lei nº12.796, de 4 de abril de 2013 (altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da edu-
cação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da
educação e dar outras providências e, em especial torna obriga-
tória a matrícula das crianças no sistema educacional a partir dos
quatro anos);
III. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001 (que aprova o Plano Nacional
de Educação para o período de 2001 a 2010);
20
IV. Lei nº 8.069/90– Estatuto da Criança e do Adolescente;
V. Projeto de Lei nº 8.530, de 2010 (Plano de Educação para o decênio de 2011 a
2020);
VI. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e Ensino Fundamental
para o Ensino de 9 anos;
VII. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental;
VIII. Diretrizes Curriculares para a Educação Especial;
IX. Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos;
X. Diretrizes Curriculares para a Educação do Campo, Educação Quilombola, Edu-
cação Indígena, Educação das Relações Étnicas Raciais e para o Ensino de História
e Cultura Afro–brasileira e Africana.
Apresentamos abaixo, os artigos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
que definem e asseguram a elaboração da Proposta:
Art. 12 da Lei nº 9394/96: os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de:
I. elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II. administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; [...] VI – articular-se
com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade
com a escola;
III. informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos.
O Art. 13 explicita que os docentes terão como encargos:
21
I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do esta-
belecimento de ensino. [...]”
O Art. 14 afirma que:
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público
na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico
da escola;
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equiva-
lentes.
Por fim, no Art.15, afirma–se que:
[....] os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação
básica que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de
gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público" (Idem, ibidem).
O Plano Nacional de Educação, ao tratar dos objetivos e prioridades, faz referência ao
Projeto político–pedagógico:
[...] democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obe-
decendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do pro-
jeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes.
3
23
Significado do Projeto Político–Pedagógico
A proposta do Projeto político–pedagógico se constitui num documento
formal, intencional que se destina a planejar e organizar todo o trabalho administra-
tivo e pedagógico, buscando soluções para os problemas diagnosticados. Expressa
o posicionamento político e pedagógico da escola, sua visão de ideal de homem e
a definição de sua ação educativa. Deve ser um documento produzido como resul-
tado de um diálogo com toda a comunidade escolar levando–se em conta o aluno
real, o docente, a comunidade, e os profissionais de apoio, entre outros.
É um documento que somente terá efetividade se construído por meio de
um processo de reflexão de toda a comunidade escolar, que deve ser vivenciado
por todos os envolvidos no processo educativo de cada escola. Somente assim
se dará sentido e identidade à instituição, se unificarão as atividades dos diversos
segmentos, fato que transformará o documento em um elemento agregador do
trabalho, o que o conduzirá à condição de um compromisso coletivo com a for-
mação do cidadão e com o alcance dos objetivos e metas que forem propostos.
As propostas devem refletir os anseios da comunidade local, definido
pelo coletivo escolar. Neste sentido trata–se de um projeto político que se con-
verte em um compromisso sócio– político, ligado aos interesses da comuni-
dade e conduz à reflexão sobre as prioridades e caminhos para se construir
uma nova realidade social.
24
A escola deve se apropriar de seu direito de autonomia e construir sua proposta sem
se basear em modelos prontos e acabados, mas sim por meio de ações planejadas e organi-
zadas de acordo com a sua realidade, com estímulo a inovações e mudanças de postura de
toda a equipe.
É evidente que a escola está inserida em uma organização social maior e sofre toda uma
influência das concepções e princípios desta sociedade, mas deve atentar para as peculiari-
dades de sua organização e deixar de ser mera reprodução, o que permitirá que a instituição
passe a ter um papel importante na produção e transformação desta mesma sociedade.
É o Projeto Político–Pedagógico que possibilita a integração da comunidade escolar. Os
objetivos comuns e as necessidades de cada escola auxiliam na construção de um documento
básico no qual ela define, de forma participativa e democrática, a sua concepção de educação,
as suas finalidades, seus objetivos, sua proposta curricular e as estratégias e condições para
realizá–la. Devemos destacar o aspecto democrático, pedagógico e político do projeto:
... uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido
coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político
por estar intimamente articulado ao compromisso sócio–político com os interesses reais e
coletivos da população majoritária. É político, no sentido de compromisso com a formação
do cidadão para um tipo de sociedade. A dimensão política se cumpre na medida que ela se
realiza enquanto prática especificamente pedagógica. (Saviani 1983, p.93).
25
E, ainda:
Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da
escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e cria-
tivo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às
escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (Veiga 1996, p.12)
O projeto político–pedagógico constitui um documento operacional para a efe-
tivação da concepção de escola que se pretende desenvolver e o currículo nele contido
constitui o núcleo deste projeto, porque explicita, de forma organizada, o conjunto de sa-
beres e experiências do coletivo escolar e aponta os conhecimentos que irão ampliar e
enriquecer esses saberes a partir da investigação sobre os alunos, em particular sobre suas
necessidades de desenvolvimento cognitivo.
4
27
Finalidades do Projeto Político–Pedagógico
A prioridade dada à elaboração do Projeto Político–Pedagógico de-
pende de um grande esforço de todos, mas especialmente do gestor da insti-
tuição educacional no sentido de conduzir, orientar, incentivar, compartilhar e
revitalizar, assim, de forma clara, o papel da escola, levando em consideração o
momento histórico–político, no contexto da comunidade em que está inserida.
O Projeto Político–Pedagógico deverá contribuir, portanto, para dar
respostas às demandas do coletivo da Instituição educacional, por meio de
mecanismos que produzam significados de eficiência e eficácia, com vistas à
melhoria da qualidade do ensino.
No projeto devem ficar evidenciados os fundamentos históricos, filosó-
ficos, pedagógicos e psicológicos (concepção de ensino e aprendizagem)
da comunidade escolar. Deve ser um documento elaborado coletivamente
com base no diagnóstico da realidade. A partir daí, se estabelece um ideal de
homem que se quer formar; possibilidade que se realiza por meio de um cur-
rículo evidenciado na Proposta Pedagógica Curricular (PPC) e outros instru-
mentos complementares da organização do trabalho na escola.
A escola vai, por meio do Projeto Político–Pedagógico, construir sua identi-
dade e explicitar as escolhas e finalidades que irá perseguir para seus alunos.
28
A fase diagnóstica pode se transformar em um processo de mobilização e levar os
parceiros e interessados na escola a se comprometerem com a elaboração da proposta e sua
implementação.
O processo de mobilização deve ser contínuo e mais amplo que a etapa de elaboração
do projeto, ou seja, deve ocorrer durante a execução, acompanhamento e a reelaboração.
O Projeto deve se transformar em um documento vivo e refletir as condições concretas da
instituição, de forma a que se consiga dar ao trabalho educacional o sentido de uma prática
social que beneficie as camadas populares da sociedade, com o que deixa de ser apenas um
documento burocrático, para cumprir exigência legal e passa a dar um sentido coletivo às
reivindicações, ao se transformar em instrumento de trabalho e transformação das condições
de funcionamento da escola.
Dado o primeiro passo para a elaboração, que é sensibilizar, passa–se a transmitir a to-
dos a noção da importância do Planejamento e do entendimento do significado do projeto
para a instituição harmonizar o tempo, os recursos humanos e materiais e os espaços existentes.
29
5
31
A construção democrática do Projeto Político–Pedagógico
A gestão pública, pautada nos princípios da democracia, exige respei-
tar o direito dos cidadãos de participarem na construção das decisões políti-
cas e dar transparência às ações e resultados. Portanto, também a escola deve
elaborar seus planos de trabalho com ampla participação dos usuários e dos
trabalhadores da educação.
Na construção da proposta político–pedagógica não se pode deixar de
ressaltar o papel do dirigente da unidade escolar utilizando–se de sua com-
petência, habilidade, liderança, entusiasmo e persistência.
É a pessoa responsável por assegurar a participação de todos os gru-
pos da comunidade, definir as atribuições, cronogramas e garantir seu cum-
primento. Deve assumir a liderança, no sentido de mobilizar e sensibilizar a
comunidade escolar, estimular a participação, compartilhar as decisões, fazer
circular as informações e o conhecimento.
O Conselho de Escola também tem importante papel na democrati-
zação da educação e da escola. Composto por representantes da comunidade
escolar reúne diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e outros
representantes da comunidade, para discutir, definir e acompanhar o desen-
volvimento do projeto político–pedagógico, práticas que garantem o aspecto
32
participativo e democrático do Projeto. É interessante incluir, ainda, outras pessoas além dos
conselheiros, de forma a ampliar a participação da comunidade.
Esta garantia de participação democrática, condição essencial de formação do ci-
dadão, pressupõe a presença de conflitos. O incentivo à participação dará abertura para
posições divergentes. Será impossível evitar tais situações, porque elas existem no dia a dia
de qualquer comunidade. Os gestores deverão ter competência para gerir estas situações e
canalizá–las para o bem maior. O projeto deverá ser uma síntese desses conflitos.
33
6
35
Fases da elaboração/revisão do Projeto Político–Pedagógico
Não há um único caminho ou modelo para construção do projeto, mas
a qualidade do trabalho dependerá da escolha de uma metodologia que privi-
legie a participação e o comprometimento da equipe.
Este documento apresenta os "passos", denominado por fases, de acor-
do com a sequência necessária para a elaboração do projeto.
36
Fase I – Sensibilização e início do projeto
É o momento de mobilizar todos os segmentos da escola para a elaboração do projeto. Os
grupos devem ser organizados, as atribuições e responsabilidades distribuídas para execução das
tarefas, com conscientização sobre a importância da atividade a ser realizada e seu impacto no
futuro da instituição, do conteúdo que a proposta deverá abranger, de quais e como serão desen-
volvidas as fases, organização do material. Enfim é a fase de previsão das condições do trabalho.
Quanto mais democrática for essa construção, maior a probabilidade de se garantir o
alcance dos objetivos propostos. Na medida em que os que fizeram parte da elaboração do
projeto se reconhecem nele, mais envolvidos estarão, tanto na defesa de seu conteúdo como
em sua implantação.
É importante eleger uma equipe para sistematizar as discussões e elaborar as propos-
tas que vão surgindo ao longo do trabalho. Esta equipe também pode ficar responsável por
pesquisar a legislação vigente e os dados estatísticos para auxiliar no diagnóstico: índices de
promoção, repetência e evasão, resultados dos indicadores de desempenho dos alunos e da
escola, quantidade de alunos, servidores, estrutura física, equipamentos, etc.
É uma fase de coleta de informações, de integração e de organização da comuni-
dade escolar em torno da tarefa a ser desenvolvida. Deve ser definido também o período de
abrangência do projeto, com previsão de sua reavaliação.
Neste momento a figura do diretor/gestor ganha destaque. Uma liderança democráti-
ca e encorajadora fará grande diferença para o envolvimento dos participantes. O gestor deve
estar ciente de que a capacidade de negociação para integrar e direcionar os esforços no sen-
tido do melhor para os alunos daquela escola e para a comunidade como um todo, muitas
vezes determina o sucesso da ação.
37
Fase II– Princípios norteadores do Projeto Político–Pedagógico
A construção do Projeto Político–Pedagógico parte dos princípios de igualdade,
qualidade, liberdade, inclusão, gestão democrática e valorização do magistério, consagra-
dos na Constituição de 1988, na Lei nº 9394/96 e outros instrumentos legais que regem e
organizam a educação nacional.
É preciso que estes princípios sejam mais do que teoria, mais que concepção; impõe–se
que todos se apoderem e tomem consciência deles, pois deverão permear todas as ações de
construção do documento, assim como aquelas que dele decorrem.
Nesta fase, a comunidade define o seu posicionamento político–pedagógico, explicitan-
do o papel e as prioridades da instituição:
• qual é o compromisso da instituição educacional com as crianças que a buscam,
com suas famílias e comunidade? Que significado a instituição educacional tem
para elas?
• como a instituição educacional se posiciona, enquanto instituição contextualiza-
da no município, no Estado, no País e no Mundo?
• como a unidade se situa frente à legislação federal, estadual, municipal? A institui-
ção cumpre o que determinam? Os espaços de autonomia são utilizados?
• que tipo de aprendizado será importante para que todos os alunos da unidade, em
um mundo em constante evolução, possam se comunicar e interagir com os outros e
com a natureza, de acordo com os novos paradigmas da sociedade contemporânea?
• qual é a visão de homem, de mundo e de educação devem ter os que vivenciam a
comunidade escolar?
38
A partir das reflexões suscitadas acima, o grupo da comunidade escolar definirá o
perfil da escola e a formação desejada para seus alunos e vai explicitar sua missão como
instituição escolar ao indicar sua finalidade, as razões de seu funcionamento e as intenções
de atendimento.
Fase III– Diagnóstico para elaboração do Projeto Político–Pedagógico
Esta etapa deve fornecer à equipe um retrato da realidade e contexto da instituição.
Trata–se de um momento de interlocução com todos os atores envolvidos no processo edu-
cacional, tais como as famílias, educadores, equipe gestora, alunos, voluntários e comuni-
dade onde está inserida a escola. As informações podem ser obtidas por meio de entrevistas,
aplicação de questionários, reuniões, entre outras possibilidades.
O diagnóstico conduz a equipe e gestores a otimizarem recursos, reduzindo possibili-
dades de insucesso administrativo e pedagógico, assim como auxilia na busca de alternativas
para o alcance da eficiência, eficácia e efetividade na educação que oferece.
O diagnóstico da escola deverá ser feito considerando–se os seus aspectos pedagógi-
cos, administrativos, financeiros e jurídicos.
Corresponde a uma análise profunda da situação da escola. Aqui se busca identificar
todas as condições de funcionamento da instituição escolar, observado que há dois tipos de
estruturas a serem analisadas: administrativa e pedagógica.
A estrutura pedagógica determina as interações políticas, as questões de ensino e
aprendizagem e as de currículo. Aqui se analisam todos os aspectos que têm impacto direto
no trabalho pedagógico.
39
No aspecto pedagógico, de-
verão ser analisados: a proposta
pedagógica (objetivos e conteúdos,
metodologias de ensino e processos
de avaliação); faixas etárias, posição
social, necessidades e valores dos
alunos; dados sobre promoção,
repetência e evasão; relação idade/
série; estratégias para recuperação
dos alunos com menor ou baixo
rendimento escolar; valorização dos
profissionais da educação e todos os
indicadores de desempenho dos alu-
nos e da escola.
A estrutura administrativa tem
uma forma material: o prédio esco-
lar, equipamentos e materiais didáticos, mobiliário, distribuição das dependências, espaços
livres, cores, limpeza e saneamento (água, esgoto, lixo e energia elétrica) e envolve, ainda, o
aspecto financeiro.
No aspecto administrativo deve–se também observar os recursos humanos: com-
posição das equipes, nível de organização da escola, qualificação e atualização dos professores.
No aspecto financeiro devem ser considerados os recursos disponíveis; as necessidades
e carências da instituição; as formas de aplicação e de prestação de contas das verbas, para o
que se deve ter como prioridade o processo ensino–aprendizagem.
O diagnóstico da realidade é elaborado a partir dos seguintes dados:
– organização administrativa e pedagógica;
– a formação e a suficiência da equipe escolar (em especial dos professores);
– as condições físicas e materiais;
– os alunos em suas condições reais de aprendizagem;
– as expectativas das famílias em relação à escola;
– os resultados escolares: avalições
internas e externas.
Diálogos sobre a Gestão Municipal processos de Educação. São Paulo: CENPEC:
Fundação Itaú Social, 2012
40
No aspecto jurídico, observa–se a relação que a escola mantém com a sociedade e com
as várias instâncias do seu sistema de ensino; sua autonomia dentro dos princípios da legali-
dade, e com responsabilidade. Atenção especial deve ser dada para que todos conheçam a
legislação básica que rege os níveis de ensino na unidade escolar.
As estratégias para esse diagnóstico podem variar de acordo com a realidade de cada
escola. É preciso: análise da evolução das matrículas; índices de aprovação, reprovação e
evasão; situação socioeconômica das famílias; análise e interpretação de avaliações externas
IDEB, SAEB, ENEM, IDEPB; análise de estudos sobre a situação da educação básica; ciclos de de-
bates com a comunidade, destacando–se a realidade de cada escola. Se outros índices tiverem
sido adotados, também deverão ser analisados e incluídos no diagnóstico.
Nesta fase se caracterizam os tipos de deficiências (pontos frágeis) e de vantagens (pon-
tos fortes) da instituição, buscando detectar até que ponto a instituição tem condições para
alcançar seus objetivos. Os projetos e metas devem ser estabelecidos para serem exequíveis.
Fase IV – Estabelecimento de objetivos e metas
Os objetivos serão alvos que se deseja atingir. São as prioridades que direcionarão o
trabalho da unidade escolar de acordo com a realidade observada nos dados do diagnóstico
realizado. Os objetivos deverão ser coerentes com a realidade detectada.
Deve–se observar que os dados devem ser analisados, comparados para servirem
como informação de fato. Um dado sem análise não servirá como informação.
No caso da construção do Projeto Político–Pedagógico, a seleção de objetivos edu-
cacionais deve ter como referência a LDB nº 9.394/96, o Referencial Curricular para a Edu-
cação Infantil, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, a Proposta de
41
Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional/MEC, observada a necessidade de
adequá–los às necessidades dos educandos locais.
A escolha de objetivos e metas feita pela comunidade escolar definirá os projetos e
ações a serem implantados e devem buscar a superação de problemas e o atingimento dos
resultados desejados.
É nessa fase que a escola irá definir a maneira pela qual superará os desafios do seu
cotidiano ao discutir, a partir das propostas apresentadas pelos participantes, a programação
das ações necessárias para diminuir a distância entre o que a escola é e o que deveria ser.
O Projeto Político–Pedagógico pode ter abrangência anual, bianual, outra definida
pelo grupo, ou atender a definição de órgãos regionais ou estaduais. Entretanto, dentro do
projeto podemos ter metas que demandam tempos diferentes, que deverão ser divididas em
metas menores permitindo uma avaliação parcial da meta final e melhor avaliação das ações
propostas para seu alcance.
Ao analisar os dados levantados no diagnóstico, a equipe escolar deverá definir suas
prioridades e poderá identificar, a partir das evidências, quais as ações que representam forças
– devendo estas ser mantidas ou ampliadas; quais as que representam fragilidades, para que
sejam minimizadas, bem como destacar as oportunidades que estão presentes ou poderão
ser utilizadas na melhoria do ensino e aprendizagem e detectar as possíveis ameaças a fim
de minimizar seus efeitos. Todas as dimensões analisadas poderão merecer novos direciona-
mentos ou mesmo formulação de novas propostas caso ainda não contempladas – sempre
na busca da melhoria do desempenho da escola, de seus alunos e educadores.
Em todas as fases o processo de definição das escolhas deve ser democrático, sem
deixar de se apoiar no marco legal. Todas as ações planejadas deverão aparecer nesta fase,
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contendo, no mínimo: os objetivos e metas, a justificativa, as ações ou estratégias de ações,
os responsáveis pela implementação e execução das ações, o período em que elas vão acon-
tecer e os recursos materiais e humanos necessários.
A organização curricular merece ênfase especial, pois demonstra a maneira como se
dará o trabalho docente, a articulação entre as disciplinas. Os Parâmetros Curriculares Na-
cionais e legislação complementar deverão nortear este trabalho, sem deixar de atender as
peculiaridades da comunidade onde a escola está inserida e os dados levantados no diagnós-
tico sobre a aprendizagem dos alunos.
Fase V – Execução e acompanhamento
Ao elaborar a proposta é necessário apontar as ações que deverão ser desenvolvidas
para alcançar as metas, a partir das várias dimensões:
• dimensão Pedagógica (ações voltadas para melhoria do processo de ensino e
aprendizagem: encontros, cursos, pesquisas, atividades extraclasse, etc.);
• dimensão da Gestão Escolar (articulação com a comunidade externa e interna:
parcerias, convênios, capacitação, jornais informativos, etc.);
• dimensão Organizacional (relações de trabalho, clima organizacional, avaliação
dos resultados e processos, etc.);
• dimensão Orçamentária Física e Humana (convênios, verbas, reformas, construção,
otimização de espaços, aquisição de mobiliários e materiais).
O documento final deve ser cuidadosamente analisado para verificação de sua con-
sistência quanto à forma e conteúdo:
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• documento completo;
• texto organizado e em linguagem clara e correta;
• apresenta informações objetivas;
• missão bem explicitada;
• perfil do cidadão que se quer formar está claro e preciso;
• diagnóstico que permite identificar as prioridades;
• prioridades bem definidas, de acordo com as necessidades e anseios do grupo;
• as metas quantificadas e com prazos definidos;
• definição dos responsáveis pelas ações e cronogramas exequíveis.
É importante que após a conclusão da redação do projeto haja assembleias para
aprovação final, sem se esquecer da aprovação pelo Conselho de Escola.
Agora o plano está pronto para que a escola e suas equipes de trabalho realizem as
ações e ponham em prática o que toda a comunidade considerou necessário para cumprir a
missão da unidade.
A sistemática de acompanhamento e avaliação do desenvolvimento da Proposta Peda-
gógica deverá ser contínua, capaz de realimentar o processo e voltada fundamentalmente
para o alcance dos objetivos e metas programados.
Este acompanhamento é fundamental para o sucesso das propostas apresentadas
e acolhidas no Projeto Político–Pedagógico. Somente com o acompanhamento e avaliação
será possível saber do sucesso ou fracasso das ações programadas em relação aos objetivos e
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metas pretendidas. A maioria dos programas e planejamento fracassa por falta de constante
avaliação e revisão das metas.
A equipe da escola e da supervisão deve fazer o monitoramento das ações planejadas,
para verificar se estão, de fato, acontecendo como previsto ou mesmo se foram realizadas e
se estão resolvendo os problemas identificados e priorizados.
Este acompanhamento também deve estar planejado, programado e ser registrado.
É preciso criar espaços sistemáticos de discussão e envolver novamente a comunidade esco-
lar, a fim de verificar a necessidade ou não de replanejamento. A comparação entre as ações
e seus resultados com os compromissos assumidos no projeto político–pedagógico é fun-
damental para alcance dos objetivos e metas. Se houver descompasso entre o planejado e
o executado será preciso nova reflexão para alinhar o trabalho cotidiano da escola com as
propostas priorizadas.
Não se deve perder de vista que todas as ações da escola visam ao avanço na aprendi-
zagem dos alunos e o cumprimento da missão da educação.
Fase VI – Avaliação Final
A avaliação é um processo contínuo que deve envolver toda a equipe escolar e periodica-
mente disponibilizar os resultados parciais para o conjunto da comunidade escolar. Esse acom-
panhamento garante o aprimoramento das ações e redirecionamento constante dos planos de
acordo com as mudanças ocorridas.
Ao longo do processo é fundamental coletar e armazenar dados, de forma que, ao
final do período programado no PPP, se possa fazer uma avaliação institucional, para que a
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escola analise e reflita novamente sobre as condições da organização e reprograme seu pro-
jeto político–pedagógico para um novo período, com o que refaz o caminho que levará ao
equacionamento de seus problemas e alcance dos novos objetivos e metas.
Para garantir o alcance dos objetivos e metas é preciso que o Projeto político–
pedagógico, tenha sido produto de uma construção coletiva da comunidade escolar, pois so-
mente assim, será assumido como um compromisso da comunidade com ela mesma, fazendo
com que todos se envolvam e se empenhem para transformá–lo em realidade.
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Sugestão para a estrutura do Projeto Político –Pedagógico
I – CAPA /FOLHA DE ROSTO
Identificação da escola, local e data.
II – MENSAGEM (Gestor ou Conselho de Escola)
Opcional.
III – EQUIPE GESTORA E EQUIPE DE SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO
POLÍTICO–PEDAGÓGICO
Relação de nomes, cargos/funções.
IV – SUMÁRIO
Indicação das partes do trabalho por títulos e subtítulos e sua locali-
zação no documento, através da numeração das páginas.
V – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
• Nome da Unidade;
• CNPJ;
• Endereço completo;
• Telefone/Fax/e–mail;
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• Data da fundação da instituição escolar;
• Diretor/gestor;
• Localização: indicar se é zona urbana ou rural e acrescentar alguns dados de acesso.
Incluir um pequeno mapa de localização da Instituição Educacional no município;
• Gerências de Ensino, Secretaria (conforme o caso);
• Data de criação da Instituição Educacional;
• Autorização: indicar a Deliberação do Conselho Estadual de Educação;
• Reconhecimento: indicar a Deliberação do Conselho Estadual de Educação;
• Turnos de funcionamento;
• Níveis de ensino ofertado;
• Etapas, fases e modalidades de ensino e programas ofertados.
VI – HISTÓRICO DA UNIDADE ESCOLAR
Resgatar a história da unidade escolar, aspectos importantes da participação da co-
munidade em ações integradas com a escola, enfim uma abordagem histórica da caminhada
da instituição (inserir fotos que retratem fatos importantes).
VII – APRESENTAÇÃO
• Conceituação e objetivo do Projeto Político–Pedagógico;
• A quem pertence e se destina;
• Data de elaboração;
• Período de execução.
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VIII – JUSTIFICATIVA
Apresentar a relevância das propostas presentes no documento, os limites e possibi-
lidades de sua execução.
IX – DIAGNÓSTICO DA REALIDADE ESCOLAR
• Caracterização da comunidade;
• Caracterização da escola: histórico; localização; concepção filosófica e pedagógica;
finalidades da escola; funcionamento; perfil e função do corpo docente, discente e
administrativo; estrutura física; materiais didáticos; concepção de ensino, aprendi-
zagem e avaliação; índice de aprovação, reprovação e distorção idade–série; etc.;
• Definição da Estrutura Curricular (Base Nacional Comum e Parte Diversificada e ainda,
os Conteúdos mínimos das áreas de conhecimento – ver referências na LDB e nos PCN).
X – MISSÃO, VALORES E VISÃO DE FUTURO – PRINCÍPIOS NORTEADORES
• A Missão define o que é a escola hoje, seu propósito e como pretende atuar no dia
a dia;
• Os valores são elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na
escola, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho;
• A visão de futuro sinaliza o que a escola pretende ser.
XI – OBJETIVOS E METAS
São os alvos a serem alcançados ou as situações que se pretende atingir e indica o
resultado que se pretende alcançar, quantitativa ou qualitativamente, num dado período de
tempo, por exemplo de 2 a 5 anos.
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XII – AÇÕES
Apontar as ações que deverão ser desenvolvidas para alcançar os objetivos e metas
propostos, a partir das dimensões: pedagógica, da gestão escolar, organizacional (adminis-
trativa) e orçamentária.
XIII – CRONOGRAMA
Elaborar um quadro com as ações a serem executadas constando: período de reali-
zação, responsáveis pelo desenvolvimento, execução, acompanhamento e avaliação dos re-
sultados esperados, recursos financeiros e materiais que deverão ser utilizados.
XIV – AVALIAÇÃO
Indicar a forma de acompanhamento de todo processo de execução do Projeto Políti-
co–Pedagógico.
XV – REFERÊNCIAS
Citar a bibliografia (referenciais teóricos, legislação, etc.) que ajudaram na construção
do Projeto Político–Pedagógico.
XVI – ANEXOS
Anexar relação de professores, atas, índices de desempenho escolar e de avaliação,
quadro de horário de funcionamento da escola, calendário escolar, grade/quadro/matriz cur-
ricular, etc.
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Referências
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