apontamentos Sobre Lutas Nos Locais de Trabalho

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Relato de um ex-bancário. Passapalavra

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Apontamentos sobre lutas nos locais de trabalho20 de janeiro de 2015Categoria:Ideias & DebatesComentar|ImprimirNo o trabalhador que tem que se transformar em um comunista para lutar, o militante comunista que tem que ser um trabalhador, ser um igual e como igual se tornar uma possvel referncia.Por ex-BancrioNo novidade que as lutas dos trabalhadores, enquanto trabalhadores, tendem a afluir numa situao econmica de crescimento e pleno emprego, isto , quando o risco de ficar desempregado menor. Na ltima dcada tivemos no Brasil uma situao de crescimento econmico e diminuio significativa dos ndices de desemprego. Mesmo que eles encubram a qualidade dos empregos e a massa na reserva esperando para entrar na formalidade, difcil imaginar que pudesse ter havido situao mais favorvel na atual configurao mundializada e ps-fordista do capitalismo.No entanto, a esse perodo de relativa prosperidade econmica no correspondeu uma ascenso das lutas dos trabalhadores e correspondente conquista de direitos. Certamente muitas lutas no chegam a nosso conhecimento, e provvel tambm que uma ascenso de lutas nos locais de trabalho, de modo generalizado e que recoloque os trabalhadores enquanto trabalhadores como sujeitos polticos de primeira ordem s seja possvel, hoje mais do que nunca, em escala global. De toda forma, por fora das greves ritualsticas institucionalizadas, ganharam notoriedade nessa ltima dcada no Brasil apenas as lutas em algumas grandes obras, como em Jirau e Santo Antnio, onde a concentrao de operrios remonta do perodo fordista e a disciplina foi re-imposta com a ajuda da presena permanente da Fora Nacional; e nos ltimos dois anos algumas outras lutas organizadas tambm por fora e at mesmo contra os sindicatos, como a dos garis no Rio de Janeiro, a dos rodovirios em So Paulo, Goinia e em outras capitais. Talvez a oportunidade de uma difuso de lutas autnomas tenha passado, mas o fato que a oportunidade nunca ser aproveitada se no houver atividade de construo, de militncia e de acmulo suficientes nos locais de trabalho.O propsito deste texto apontar algumas questes e reflexes que possam contribuir queles que buscam construir lutas a partir dos locais de trabalho. Para pensar a possibilidade de lutas no presente e no futuro contamos com a experincia vivida, aquela do passado e do presente. difcil, seno impossvel, e talvez nem mesmo desejvel, fugir de pensar as possibilidades do presente com base no que aprendemos nas lutas passadas, mesmo que ao custo de tentar em parte reproduzi-las em condies que j no so as mesmas. Assim, a partir das lutas que formaram o ltimo grande ciclo mundial de ascenso de poder da classe trabalhadora, nas dcadas de 1960 e 1970, as quais colocaram em xeque o regime fordista e suas formas de controle, que penso as possibilidades das lutas de hoje. Tomo como referncia de lutas passadas, nas suas lies e formas, principalmente as lutas dos trabalhadores da Itlia naquelas dcadas[1], que expuseram uma conflitualidade intensa e prolongada.1. S h engajamento quando h percepo de poder para operar as transformaesNo relativamente breve perodo em que fui bancrio alguns anos atrs algo me chamou ateno. Embora os salrios fossem baixos, particularmente daqueles sem funo gratificada, algo que perturbava ou angustiava ns bancrios no dia-a-dia, permanentemente, eram as condies de trabalho: as presses por metas, percepo de reduzido nmero de funcionrios para o volume de trabalho, e questes organizacionais em geral, que estavam presentes durante toda a atividade de trabalho. E o meu estranhamento era perceber que nas greves ritualsticas na poca do dissdio, as questes relativas a essas condies de trabalho e que inclusive tinham reflexo na sade da categoria no recebiam ateno dos trabalhadores, da prpria base. Era at mesmo o sindicato quem estava mais avanado nesse sentido, e pautava essas questes aos patres. Por fim, a base os bancrios em geral pareciam s se importar mesmo com o aumento salarial e de benefcios monetrios recebidos.Na minha cabea ficava essa questo: por que havia essa disjuno? Por que as questes relacionadas sua atividade cotidiana, que lhes afligiam tanto durante todo o ano e a todo momento, a presso com base em metas irreais, a falta de instrumentos adequados, simplesmente no correspondiam a suas preocupaes e demandas durante a greve?Tempos depois encontrei a resposta, que fez todo sentido pelo que eu percebia no ambiente bancrio em que estive. E a resposta a encontrei na experincia das lutas italianas dos anos 60-70.Nos anos 1960 na Itlia as disputas operrias sobre o ambiente e condies de trabalho no conseguiam fugir da chamadamonetizao do risco. Condies insalubres e exposio ao perigo eram no mximo compensadas monetariamente. Alis, como hoje tambm no Brasil com os adicionais de insalubridade e periculosidade. O movimento operrio criou ento o slogan A Sade no se Vende como parte das lutas para contrapor a essa prtica de monetizao. O que se constatou por envolvidos naquele ciclo de lutas na Itlia que a classe trabalhadora s superou a monetizao do risco quando percebeu que tinha poder de mudar o ambiente de trabalho, quando percebeu ter capacidade e possibilidade real, isto , fora, para mudar as condies e a organizao do trabalho[2]. A apatia e a monetizao nesse sentido so reflexos de um realismo, de uma percepo de impotncia que no falsa, j que os trabalhadores no veem nos fatos a possibilidade de transformao.Quando os trabalhadores bancrios se concentram nas reivindicaes financeiras e deixam de canto as questes relativas s condies e organizao de trabalho que lhes atormentam todos os dias no ano, podemos considerar como estando em operao um processo informal de monetizao do risco ou das ms condies de trabalho. A monetizao assim a contrapartida material da impotncia.As condies e organizao do trabalho so desse modo naturalizadas por perceberem que no possuem poder de mud-las. Essa espcie defatalismo, como denomina Izabel Borsoi, foi bem verificada por ela entre trabalhadores da construo civil[3]. E como ela mostra, a sua causa no est numa ignorncia, ideologia, rigidez mental, mas sim na imutabilidade das condies sociais. Portanto no basta que o trabalhador tome uma conscincia de que algo est errado, que deseje ou sonhe que a vida mude, necessrio que ele experimente uma nova condio de vida e trabalho para que rompa com o fatalismo e construa outra concepo de mundo e de trabalho[4]. Fatalismo que se aproxima de uma forma de defesa do trabalhador.2. Construir alternativas s defesas psquicasAs chamadas defesas (psquicas) so desenvolvidas pelos trabalhadores e operam exatamente quando no h possibilidade de ao diante de determinada situao que imponha dificuldade ou medo. Elas servem para que o trabalhador possa enfrent-la, mantendo um equilbrio psquico. Normalmente, embora haja as particularidades individuais, as defesas so construdas coletivamente. Por outro lado, embora tendo esse aspecto positivo ao equilbrio psquico dos trabalhadores, as prprias defesas podem limitar o questionamento das condies de trabalho, a possibilidade de debate sobre elas e a prpria capacidade de agir. Muitas vezes o que tomado como conformismo ou mesmo uma ideologia da empresa e do capital incorporada pelos trabalhadores, antes de tudo uma defesa acessvel aos trabalhadores diante das situaes de trabalho e do limitado poder de agir.E o que segue abaixo no dito por um manual materialista de luta marxista ou anarquista, trata-se da sntese do estado da arte das pesquisas relacionadas ergonomia e psicologia do trabalho voltadas s instituies:No possvel desbloquear tal situao agindo somente sobre as defesas: a possibilidade de comear a agir concretamente sobre as situaes difceis necessria para o desenvolvimento do pensamento crtico e criativo. As capacidades de reflexo, de debate e de ao esto estreitamente ligadas entre si e o bloqueio de uma implica a blocagem de todas.[5]Em suma, as lutas nos locais de trabalho, e mais especificamente no prprio processo de trabalho, devem ser buscadas e entendidas como sendo elas prprias meios encontrados/construdos pelos trabalhadores para ampliar seu poder de ao, de controle do processo de e da organizao do trabalho.A prpria ao coletiva diante das situaes de trabalho, no sentido da ampliao da margem de autonomia e de apoio social, tende a diminuir o estresse e a carga associados ao trabalho[6], beneficiando o equilbrio psquico e diminuindo a necessidade de defesas.3. Como, o que e quando produzirDiante das condies de trabalho e do dever de produzir, os operrios da regio de Porto Marghera, no ciclo de lutas que nos reportamos na Itlia, passaram a incorporar trs perguntas que ainda hoje podem servir como ferramenta para orientar a reflexo e prticas diante das imposies do capital no local de produo:como, o que e quando produzir?Elas orientam sobre as condies aceitveis, a aceitabilidade da situao e sobre o prprio objetivo ou sentido da produo. Atravs delas as necessidades e desejos dos trabalhadores, e o prprio sentido do trabalho, ganham projeo tambm para os prprios trabalhadores. Trata-se tambm da explicitao da disputa pelo trabalho que deve ser feito e entregue pelo trabalhador e pelas condies aceitveis de execuo, algo que nenhum contrato de trabalho pode especificar completamente e cuja racionalidade capitalista no pode encontrar resposta, sendo matria estabelecida pela correlao de foras do momento.4. A atividade de luta dos trabalhadores como aplicao da prpria demanda dos trabalhadoresAutorreduo. Palavra que descrevia na Itlia as prticas dos trabalhadores, dentro e fora das fbricas, de reduo por eles mesmos, coletivamente, dos ritmos de trabalho, dos valores do aluguis, das tarifas de transporte e energia eltrica Nos locais de trabalho a autorreduo era uma expresso de poder: de conhecimento do processo de produo e de articulao coletiva no cho da fbrica. Contudo era tambm uma forma de colocar em prtica uma demanda por melhores condies de trabalho e por menos trabalho. No plo qumico de Porto Marghera os trabalhadores chegaram a auto-organizar a reduo da jornada de trabalho, o que obrigava as empresas a contratar mais funcionrios para o turno que havia sido criado pelos prprios trabalhadores. Essa autorreduo da jornada era a forma direta e prtica de reduzir a exposio ao ambiente insalubre das fbricas.Essas lutas nos locais de trabalho eram organizadas e decididas diretamente pelos prprios trabalhadores, sem participao dos sindicatos, numa expresso por excelncia de autonomia operria. Aos sindicatos restava o papel de coordenao nacional da negociao e das aes externas aos locais de trabalho[7]. Como ressalta Gianni Sbrgio, ex-operrio de Porto Marghera:frequentemente a passividade operria pode ser superada, pois ela apenas traduz uma ausncia de referncias polticas e organizativas alternativas ao sindicato[8].*Tanto o resultado prtico do questionamento de como, o que e quando produzir quanto as lutas que colocam em prtica as demandas obviamente j significam um grau relativamente alto de controle do processo produtivo por parte dos trabalhadores. Em outras palavras, j pressupem um nvel de comunicao, solidariedade e poder coletivo no local de trabalho. O mesmo problema de crculo vicioso aparece quando vemos que a falta de poder de (transform)ao diante de situaes gera defesas psquicas que, por sua vez, se tornam obstculos ao e que as prprias defesas s podem ser desfeitas pela experincia efetiva de poder de (transform)ao. Formalmente nesses termos o crculo se fecha e no h sada. Mas o que parece fixo, dado e estabelecido, na verdade, est em processo de contnuo estabelecimento, e a capacidade humana de dar diferentes respostas a situaes repetidas est sempre presente. Ajudar a constituir respostas diferentes uma parte importante que cabe tambm militncia. Essa capacidade humana de dar respostas novas para situaes repetidas e de dar respostas para situaes novas que est na prpria base da atividade de trabalho, e que torna o trabalhador indispensvel no prprio processo produtivo. Ela tambm a base da contradio inescapvel do modo de produo capitalista: formalmente o trabalhador reduzido a mero executor, tornado objeto, no mximo beneficirio de uma autonomia controlada, mas sem a interveno das suas faculdades propriamente humanas, sem a luta do trabalhador contra sua reduo a objeto e a mero executor, a produo impossvel. A operao padro como forma de paralisar a produo uma das provas cabais. do poder imanente atividade de trabalho, do conhecimento construdo e detido pelo trabalhador a partir dela que pode-se fundamentar e desenvolver as lutas nos locais de trabalho, dentro e atravs dos processos de produo.Partir das questes concretas que afetam o cotidiano dos trabalhadores lio sabida e indispensvel. No o trabalhador que tem que se transformar em um comunista para lutar, o militante comunista que tem que ser um trabalhador, ser um igual, compreender os paradoxos e contradies que ele enfrenta na atividade, suas angstias, os valores do seu ofcio para, a partir da, perceber as possibilidades de ao e mobilizao, e como igual se tornar uma possvel referncia.Mais especificamente sobre os bancrios, a possibilidade de luta nos locais de trabalho no significa obviamente uma menor importncia das lutas salariais. Sem aumento significativo no salrio base, a perda de uma funo gratificada sempre pesar como a perda do prprio emprego. Medo esse construdo organizacionalmente que implica em defesas psquicas e consequente bloqueio de possibilidades de ao[9].No preciso mencionar que a possibilidade de lutas nos locais de trabalho nos dias de hoje se v dificultada pela descentralizao da produo entre outros fatores, os quais eles prprios constituram respostas dos capitalistas s prticas e lutas dos trabalhadores na dcada de 1970. Quanto aos bancos brasileiros, a tendncia posta em prtica atualmente de agncias cada vez menores e com poucos funcionrios, substituindo agncias maiores e com maior concentrao de trabalhadores. Ligada a essa tendncia a terceirizao no setor avana, pulverizando ainda mais os locais de trabalho e dividindo ainda mais a categoria. So desafios a serem enfrentados evidentemente. Assim como fomentar lutas nos locais de trabalho que no se limitem aos bancos pblicos. Como bancos pblicos e privados esto inseridos num mesmo mercado, mais difcil conseguir conquistas em uma empresa isoladamente se todas no so pressionadas similarmente. O avano salarial num banco pblico, por exemplo, ter como obstculo o nvel salarial desse mercado. Para alm disso, uma hipottica ascenso das lutas isoladamente nos bancos pblicos tenderia a ter como resposta, possivelmente, uma poltica de privatizao.A histria ainda dir se os trabalhadores tero capacidade de, a partir da sua atividade de trabalho, constituir um poder que coloque em xeque as atuais formas de gesto e controle toyotistas, gerencialistas, ps-fordistas, flexveis. Tambm dir que formas essa luta ter. Ao ritmo das linhas de produo agora se sobrepe o cabresto das metas, invadindo todos os setores e o dia-a-dia da atividade. Poder ele extrair dessa mesma atividade a capacidade e o poder de construir uma autorreduo das metas?Notas[1]Sobre essas lutas operrias na Itlia, a ttulo de amostra bibliogrfica, seguem quatro referncias disponvel online. Balestrini, Nanni.; Moroni, Primo. La Orda dOro 1968-1977: La grande ondata rivoluzionaria e creativa, politica ed esistenziale. Milano: Universale Economica Feltrinelli, 2003. Disponvel em edio espanhola:http://www.traficantes.net/libros/la-horda-de-oro. Porto Marghera: the last firebrands. Em:http://libcom.org/files/firebrands_booklet_2_horizontal.pdf. Lumley, Robert. State of Emergency: cultures of revolt in Italy from 1968 to 1978. New York: Verso, 1990. Em:https://libcom.org/history/states-emergency-cultures-revolt-italy-1968-1978. Radical America, Vol 5, No 5, 1971. Em:https://libcom.org/library/radical-america-0505italy-1969-1970.[2]Oddone, Ivar et al. Ambiente de Trabalho: A Luta dos Trabalhadores pela SadeSo Paulo: Hucitec, 1986.[3]Izabel Cristina Ferreira Borsoi. Acidente de trabalho, morte e fatalismo. Psicol. Soc. vol17 n.1 Porto Alegre jan/apr. 2005. Disponivel em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822005000100004&script=sci_arttext[4]Idem, pp.26-27.[5]Fatores humanos e organizacionais da segurana: um estado da arte, p.74. Disponvel em:http://www.icsi-eu.org/docsi/fr/fatores-humanos-e-organizacionais-da-seguranca-um-estado-da-arte-f211?id_cible=1[6]Idem, p.73.[7]O papel que podem cumprir os sindicatos nas lutas dos trabalhadores, para bem ou para mal, no atual contexto e conjuntura, foge ao objetivo deste texto, at por falta dessa experincia prtica do autor. Mas se, por exemplo, a condio de delegado ou dirigente sindical pode trazer alguma proteo a militantes, por outro lado, no caso dos dirigentes, muitas vezes afasta-os enquanto militantes dos prprios locais de trabalho, alm de os absorver em demandas que o sindicato chamado a responder e que pouco ou nada tem a ver com a organizao das lutas.[8]Sacchetto, Devi; Sbrogi, Gianni. (Pouvoir ouvrier Porto Marghera: Du Comit dusine lAssemble de territoire (Vntie 1960-80). Paris: Les Nuits rouges, 2012, p.81.[9]Sobre o medo no trabalho e defesas psquicas ver A Banalizao da Injustia Social, de Christophe Dejours.Etiquetas:Reflexes,Trabalho_e_sindicatosComentrios2 Comentrios on "Apontamentos sobre lutas nos locais de trabalho"humanaesferaem 28 de janeiro de 2015 20:51Artigo extremamente bom.Acredito que, na situao atual, de derrota extrema dos trabalhadores, apenas as lutas do proletariado que tendem a ultrapassar o trabalhador e sua empresa tem possibilidade de mudar a correlao de foras, em escala mundial.ex-Bancrio em 12 de maro de 2015 17:00Sobre autorreduo das metas, um exemplo, relatado por um pesquisador em uma dissertao. Observado em agncia do Banco do Brasil:() uma das formas de reao dos trabalhadores s presses gerenciais no cotidiano e de resistncia ao cumprimento de determinadas metas, principalmente aquelas que consideravam muito altas ou as que eram aumentadas vrias vezes no decorrer dos meses. Explcita ou implicitamente, em curtos dilogos durante a jornada de trabalho, alguns trabalhadores combinavam o cumprimento parcial ou o no cumprimento de uma determinada meta, ou trocavam informaes sobre dificuldades que poderiam ser alegadas para justificar o no cumprimento. Algumas vezes, em grupos mais entrosados e que conviviam h mais tempo, esse tipo de combinao ocorria de forma quase imperceptvel, apenas atravs de pequenos sinais, como uma frase curta ou algum comentrio discreto.http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-21022013-095444/pt-br.php