Apostila Agroecologia Mda - Ana Maria Mitidiero

Embed Size (px)

Citation preview

APOSTILA DO CURSO: AGROECOLOGIA

SANIDADE ANIMAL BEM-ESTAR ANIMALMDA

Autora: Ana Maria de Andrade Mitidiero Mdica Veterinria Homeopata MSc em Agroecossistemas

Florianpolis/SC 01-12/09/2008

NDICE Item Contedo pgina3

1. Princpios da sanidade animal: o que sade e doena - Conceitos de sade, como promover sade; - Sade sustentada; - Doena camuflada. 2. Viso sistmica dos fatores que contribuem para a promoo da sade 3. Fatores que contribuem para a promoo da sade 4. Fatores predisponentes doena 5. Viso sistmica dos fatores predisponentes doena 6. Manejo do rebanho e sanidade animal - Escolha do sistema de produo; - Manejo utilizado; - A relao do sistema e do manejo com a sanidade animal. 7. O comportamento animal - Como o comportamento natural da espcie; - Qual a importncia de se conhecer; - Para que serve este conhecimento. 8. Instalaes e bem-estar animal - Aplicao do conhecimento do comportamento para propiciar Bem-estar - Relao Homem x animal x bem-estar animal x sade x produo. 9. Higiene de instalaes - Necessidade da higiene para a sade do animal e homem; - Relao de sistema de produo x higiene x sade. 10. Princpios da fitoterapia e da homeopatia Fito Fitoterapia Histrico - Ao - Pesquisa 11. Homeopatia Histrico - Isopatia autonosdio e nosdio/bioterpicos - Ao - Pesquisa 12. Alopatia Histrico - Ao - Pesquisa 13. Diferena entre as teraputicas 14. Aplicaes da homeopatia em pecuria de leite - Uso da homeopatia e Isopatia: - Formas de ministrar o medicamento homeoptico e bioterpico - Dosagens - Uso preventivo - Uso curativo 15. Aplicaes da fitoterapia na pecuria de leite - Transformaes das Plantas Medicinais para o Uso Teraputico: - infuso, decoco cataplasma, Tintura, Alcoolaturas, Garrafadas, Extratos gliclicos, Xaropes, Compressas, Cataplasmas, Extratos vegetais, Extratos fluidos, Extratos moles, Extratos secos. - Modo de preparo - Medidas utilizadas - Plantas utilizadas para se tratar as enfermidades 16. Bibliografia consultada

3 4 5 6 6

7

8

8

9

10 - 13

13

14 15 - 16

17 - 19

20 - 22

1. Princpios da sanidade animal: o que sade e doenaSade o estado de equilbrio do animal com o ambiente, inclusive o cosmos. Este estado manifesta-se atravs do comportamento natural da espcie de maneira equilibrada, saudvel e feliz, conseguindo externar sua melhor capacidade produtiva, mostrando seu potencial gentico (MITIDIERO, 2002). O animal est saudvel quando est livre, caminhando em locais confortveis, com comida farta e apropriada para sua espcie (bovino - pasto de boa qualidade), bebendo gua limpa, com rvores para se proteger do sol, da chuva e do vento, com outros animais da sua espcie, com suplemento mineral e alimento quando necessrio, e sendo bem tratado por quem o conduz. Quando precisa de medicamento para se manter esta condio a sade sustentada ou a doena camuflada.

HOMEM

RELAES SAUDVEIS

ANIMAL

SADEMANEJO ADEQUADO BEM ESTAR

SISTEMA DE PRODUOMITIDIERO, 2002

2. Viso sistmica dos fatores que contribuem para a promoo de sade.

3

O comportamento humano e do animal, as relaes entre as pessoas e destas com os animais, so muito importantes. Quando estas relaes so ruins elas contribuem para o aparecimento de mamite e outras doenas. O animal, alm de se relacionar com o homem, depende o tempo todo dele, ficando vulnervel ao seu humor. O tempo que esse animal permanece estabulado, sendo somente para comer ou por mais tempo tambm contribui para que aumente sua susceptibilidade s enfermidades, devido contaminao do meio, sendo agravado pelo estresse ocasionado pela concorrncia, relacionada ao pouco espao.

RELAO DO TRABALHADOR COM A SUA FAMLIA E COM O PATRO

PRESENA DE PESSOAS ESTRANHAS

SISTEMA DE PRODUO

MANEJO (alimentao, higiene)

OLFATO

AUDIO

TATO

VISO

PALADAR

RAA - APTIDO

BEM ESTAR

GENTICA

SADE

NMERO DE PARTOS

IDADE DO ANIMAL

PERODO LACTAOMITIDIERO, 2002

3. Fatores que contribuem para a promoo de sade.

4

A doena no deve ser vista como um fato isolado, sendo aceita como normal. Fazse necessrio, termos claro que seu surgimento desencadeado pelo desequilbrio do organismo animal com o meio, onde fatores como solo, alimento, clima, sanidade, predisposio gentica e a relao com o homem podem contribuir para o bem estar, propiciando sade ou, se mal manejados, podem levar ao estresse e doena.

4. Fatores predisponentes doena.FATORES PREDISPONENTES DOENARELAO DO TRABALHADOR COM A SUA FAMLIA E COM O PATRO

PRESENA DE PESSOAS ESTRANHAS

SISTEMA DE PRODUO

MANEJO (alimentao, higiene)

OLFATO

AUDIO

TATO

VISO

PALADAR

RAA - APTIDO IDADE DO ANIMAL

FALTA DE BEM ESTARGENTICA

ESTRESSE

DOENAMAMITE

NMERO DE PARTOS

PRODUO

PERODO LACTAOMITIDIERO, 2002

5

HOMEM

RELAES ESTRESSE

ANIMAL

DOENA MANEJOINADEQUADO

FALTA de BEM ESTAR ESTRESSE

SISTEMA DE PRODUO

MITIDIERO, 2002

5. Viso sistmica dos fatores predisponentes doena

6. Manejo do rebanho e sanidade animalMuito tem sido falado sobre a qualidade do alimento e a segurana alimentar, o que tem aumentado a demanda por alimentos livres de resduos txicos. Em relao ao leite, h uma grande preocupao por parte do consumidor, produtor, indstrias e profissionais, quanto ao sistema de produo e qualidade desse produto. Dentre os vrios problemas na produo leiteira, destaca-se a mamite, que responsvel pelas maiores perdas de produo de leite no Brasil. Estima-se que 50% do rebanho leiteiro nacional apresente o problema em um ou mais quartos mamrios. Estudos realizados no Brasil mostraram que quartos com mastite sub-clnica produziram, em mdia, 25 a 42% menos leite que quartos mamrios sadios. A mastite ou mamite a inflamao de um ou mais quartos da glndula mamria, que altera o aspecto do leite e diminui a produo. causadora de altos prejuzos, que poderiam ser minimizados, em grande parte, com a preveno. O sistema de produo adotado determinante para o nmero de clulas somticas, tendo o sistema de produo de leite a pasto se mostrado eficiente, devido ao animal ficar menos exposto a ambientes muito infectados Em experimento realizado em Santa Catarina, demonstraram que vacas leiteiras criadas a pasto, apresentaram Controle de Clulas Somticas(CCS) de 418.000 clulas/mL, enquanto as testemunhas criadas no sistema confinado apresentaram 1.134.000 clulas/mL.

6

Outro grande problema na produo leiteira so os endo e ectoparasitas. Uma fmea de Boophilus microplus (carrapato dos bovinos) pode causar a diminuio de 8,9mL/dia de leite e segundo o Ministrio da Agricultura, causa prejuzo anual de um bilho de dlares bovinocultura brasileira. A presena constante num rebanho da Haematobia irritans (moscados-chifres), podem levar a perdas de at 25% na produo de leite. Os besouros coprfagos constituem num importante removedor, bem como incorporador das fezes no campo, contribuindo diretamente com a manuteno da fertilidade dos solos e indiretamente com o controle biolgico dos insetos indesejveis pecuria, como por exemplo a mosca-dos-chifres e vermes intestinais. Nas regies temperadas a infestao por mosca-dos-chifres maior na primavera, variando a mdia de infestao por animal entre 200 1000 moscas. Com o problema dos resduos nos alimentos, e por ser relevante esse problema no leite, vm-se propondo a utilizao de outras teraputicas na produo animal e, em particular, na produo leiteira, a qual uma das que mais apresenta resduos no seu produto. Na maioria dos antibiticos, os prazos recomendados so insuficientes. Com isto os resduos desses medicamentos so encontrados no leite que est a venda ao consumidor. A pesquisa realizada em Santa Catarina mostrou a incidncia de resduos de antibiticos no leite comercializado para consumo humano, encontrando 50,52% das amostras positivas, 44,01% suspeitas e 5,46% negativo. So utilizados nas formulaes de raes muitos antibiticos. Alm do uso de antibiticos na produo leiteira, outro grupo de droga que vem sendo usado de forma abusiva o carrapaticida, e em pesquisa realizada em So Paulo com leite de vrias marcas, constatou a presena de nveis de resduos de piretrides acima do aceitvel em 15% das 12 marcas analisadas, cujos resduos podem levar intoxicao. As ivermectinas que tambm so usadas para este fim tem cerca de 5% da dose teraputica excretada pelo leite at 30 dias aps o tratamento. Outra maneira de acumular resduos no leite, que coloca em risco a sade da populao, a utilizao de forragens, gros ou subprodutos industriais contaminados com agrotxicos na alimentao de vacas leiteiras. O perigo agravado para os lactentes (bebs) que dependem do leite como nica ou principal fonte de alimentao, porque no tm o organismo preparado para receber nenhuma quantidade de resduo, seja ele de antibitico ou de qualquer outro produto. O leite contaminado quando destinado indstria, tem como um dos grandes problemas a reduo da fermentao lctea e conseqente reduo no rendimento dos produtos, oriundos desse processo, pois os fermentos lcteos utilizados so muito sensveis.

7. O comportamento animalAntes de se comear uma criao necessrio conhecer o comportamento natural da sua espcie, como era quando vivia livre, sem o homem. Assim poder fazer do local que o animal vai viver o mais prximo do seu habitat natural. Saber se a espcie vive em grupo, o que procura comer naturalmente, quanto ele necessita comer por dia, como dorme, onde costuma defecar, se come capim - mais alto ou mais baixo, que horas gosta de pastar, como gua que procura se mais rasa ou mais profunda, mais fria ou mais morna, como costuma parir sozinha, se isola ou no, como lida com sua cria, quanto tempo precisa amamentar, como a cria mama, como que olha(enxerga o mundo), s para frente, para os lados, e outras coisas mais. Quanto mais se observar, melhor saber usar o comportamento do animal para lhe proporcionar Bem-estar, com isto ele ter uma vida mais saudvel e feliz.

7

8. Instalaes e bem-estar animalA mudana constante das pessoas que lidam com os animais, conflitos entre as pessoas no trabalho ou quando chegam mal humorados de casa, bem como a presena de pessoas estranhas na hora da ordenha, podem causar estresse e levar a vrios problemas, sendo o mais comum a queda na produo. Maus tratos aos animais aumentam o leite residual, quando a vaca est na presena do agressor, seja ela por palavras, uso de ferro, gritos, tapas dentre outros so fatores estressantes para o animal, e mesmo aps meses de ter recebido a agresso o animal no se esquece do agressor. Nestas circunstncias a adrenalina entra na corrente sangunea e, por ser substncia com ao vasoconstritora, compromete a ao da ocitocina nos alvolos, pois h diminuio do fluxo sanguneo.

9. Higiene de instalaesA incidncia de mamite nos rebanhos considerada o maior problema numa criao, pois eleva a taxa de clulas somticas, fazendo com que as vacas produzam menos leite e reduz a qualidade do leite, causando alteraes na sua composio in natura, alm de redues na produo e qualidade para a indstria . O processo de pasteurizao, muitas vezes, insuficiente para reduzir os nveis de bactrias dentro dos padres aceitveis, diminuindo, com isso, o tempo de prateleira do produto. A mamite apresenta-se de duas formas: clnica (com sintomas) e sub-clnica (sem sinais clnicos), ocorrendo a contaminao de duas formas: pelo meio ambiente, ou de animal para animal, convencionalmente denominadas por mamite ambiental e contagiosa . Uma forma de avaliao da ocorrncia de mamite a Contagem de Clulas Somticas (CCS), que consiste na contagem do nmero total de clulas presentes no leite, as quais podem ser do tipo epitelial ou de defesa, onde baixas taxas de CCS estaro, geralmente, associadas maior produo de leite, menor incidncia de mastite clnica, maiores porcentagens de gordura e casena, maior rendimento na fabricao de queijos, menor presena de inibidores e melhor conservao dos produtos lcteos . Normalmente, uma vaca sadia pode apresentar de 50.000 clulas/mL a 200.000 clulas/mL, A maioria das vacas apresenta um aumento de clulas, logo aps o parto e no perodo que antecede a secagem Porm, caso a vaca no apresentasse mamite sub-clnica, o nmero de clulas voltava ao limite aceitvel muito rapidamente . importante determinar se o aumento da CCS deve-se infeco por contgio ou por bactrias oriundas do ambiente, pois o manejo dado para o problema ser diferente. A mamite ambiental ocorre, devido aos procedimentos de ordenha deficientes, s flutuaes de vcuo na teteira, s grandes quantidades de bactrias presente no estrume no ambiente (Escherichia coli), serragem mida (Klebsiella) e integridade do esfncter de teto (Streptococcus, Escherichia coli). J a mamite contagiosa, onde normalmente esto envolvidas as bactrias Staphylococcus aureus, S. agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, representa 70 a 90% das mamites subclnicas, as quais so transferidas de vaca a vaca, durante a ordenha pela ordenhadeira e/ou pelas mos do ordenhador As bactrias Staphylococcus aureus e Echericia coli podem representar um srio risco sade humana por gerarem toxinas termoresistentes. Deve-se adotar como norma, a separao dos animais com alta contagem de CCS, procurando ordenhar estes animais, somente aps a ordenha dos animais com contagens mais baixas. Outro cuidado a ser tomado o da sanitizao dos equipamentos de ordenha aps a utilizao em animais com altas contagens de CCS. Para a produo leiteira, a recomendao internacionalmente adotada prope medidas sanitrias que so baseadas em seis pontos: 1. Higiene das mos do ordenhador;

8

2. Imerso dos tetos em soluo desinfetante antes e aps a ordenha, o que se denomina pr-deeping e ps-deeping; (Carqueja ou outra planta) 3. Tratamento de todos os tetos de todas as vacas no momento de sec-las, com uso de medicamentos apropriados; (Se necessrio, use homeopatia ou planta) 4. Cuidados essenciais com o equipamento de ordenha, o que inclui a higienizao e manuteno; (higienizao, use carqueja) 5. Tratamento imediato dos casos clnicos; (ordenhe vrias vezes ao dia, separada) 6. Descarte das vacas com mastite crnica. Alm desses pontos, deve-se proporcionar higiene (cama seca e limpa, e se possvel feita com material inorgnico como areia), alm de conforto na rea de permanncia dos animais (sombra, ventilao, etc.), fornecer gua limpa e livre de bactrias, proporcionar nutrio adequada, com balanceamento de energia e protena, com ateno especial aos minerais, utilizar caneca de fundo preto, a fim de detectar a presena de grumos (pus) e vacinar os animais periodicamente.

Princpios da fitoterapia e da homeopatia; 10. Histria da FitoterapiaA utilizao das plantas medicinais remonta pr-histria, quando o Homo sapiens, buscava, quando enfermo, principalmente nas plantas, os recursos para a cura. Foi observando os animais que aprendeu a distinguir as plantas medicinais das plantas txicas ou venenosas. As primeiras descries sobre plantas medicinais, feitas pelo homem, foram encontradas em escrituras prximo pirmide de Ramss ll, o qual enumera mais de 100 doenas e 700 frmulas com plantas medicinais. A China J no ano de 3000 a.C., dedicava-se ao cultivo de plantas medicinais, como a raiz de Ginseng, consagrada como a cura para todos os males; o ruibarbo, o acnito e a cnfora. No Egito e na Grcia, tambm eram utilizadas muitas plantas medicinais como o alho, sene, beladona, entre outras. A terapia pelas plantas medicinais foi se tornando cada vez mais difundida, bem como a maneira prtica de sua utilizao nas mais variadas doenas. Estes conhecimentos foram passando de gerao a gerao, atravs do crescente intercmbio entre os povos. O mdico alquimista da Idade Mdia, Paracelso achava que a planta curava o que tivesse o formato parecido com ela, isso chamou teoria das assinaturas. Assim, por exemplo, a raiz do ginseng por ter o formato de um corpo de mulher, poderia ser usado como afrodisaco. Paracelso tambm atribua alma s plantas, a qual chamou de quinta essncia, e acreditava que a cura era um processo pessoal que poderia ser ajudado no somente pela energia dos remdios naturais, mas tambm pela energia das pessoas que prescreviam e manipulavam. As plantas comearam a serem estudadas desde 1800, mas foi na dcada de 1970/80 que as plantas comearam a ser estudadas a partir dos extratos indicados pela medicina popular, dos chs, banhos, lavagens, cozimentos, garrafadas, lambedoras, xaropes, irrigaes, alm das defumaes e demais formas de terapias includas em prticas de cunho religioso e utilizadas para as mais variadas enfermidades e a partir da comprovao cientfica por meio de ensaios farmacolgicos, as plantas medicinais passaram a ser usadas de uma forma mais segura e racional. Os potentes frmacos(remdios) usados na medicina convencional, advm de prottipos naturais de metablitos secundrios produzidos pelas plantas. importante salientar o uso da Salix Alba(Salgueiro, choro), cujas cascas foram usadas durante milnios na Europa, sia e frica para combater a febre e a dor, mas que somente em 1763, foi estudada cientificamente e seu prottipo natural(cpia da frmula) tornou no primeiro medicamento aloptico a ser produzido.

9

A partir destas buscas, o uso de plantas na cultura popular fundamentou-se na Etnofarmacologia, que tm despertado muito interesse e, mais especificamente na rea da Veterinria, a Etnoveterinria, onde tm-se resgatado muitas plantas em vrios pases, contribuindo para o avano da fitoterapia nessa rea. Para que uma planta medicinal possa desenvolver sua atividade farmacolgica no organismo, h a necessidade de identificao botnica para se utilizar corretamente a espcie que contm as propriedades curativas e deve ser produzida sem adubo qumico sinttico e sem agrotxico, tem que ser orgnica. A planta produz os metablitos primrios para a manuteno das funes bsicas dos seus rgos (raiz, caule, galhos, folhas, flores e frutos). Os metablitos secundrios (princpio ativo, remdio, droga) so produzidos por uma reao da planta, a partir de estmulos estressantes. Para a planta produzir os metablitos secundrios tem que se levar em conta fatores como relevo, tipo de solo, variaes climticas, altitude, latitude, ndice pluviomtrico, perodo do ano, ms, hora adequada ao plantio e colheita, uma vez que o clmax de produo de cada metablito secundrio nico para cada espcie estudada. As plantas podem servir de alimento, medicamento ou veneno, sendo que, quando seus efeitos so benficos sade, as plantas so chamadas de medicinais, e quando causam envenenamento, so chamadas de txicas ou venenosas. Aproximadamente 35% dos frmacos empregados atualmente nos pases industrializados advm, direta ou indiretamente, de produtos naturais, especialmente de plantas superiores. No entanto, durante os ltimos 20 anos, os frmacos de origem natural que apareceram no mercado, so, em proporo majoritria, oriundos de pesquisas cientificas realizadas na China, na Coria e no Japo. O mercado mundial de fitoterpicos movimenta cerca de US$ 22 bilhes por ano e vem aumentando a cada ano. A Organizao Mundial da Sade (OMS), atravs de uma resoluo da XXXl Assemblia Geral de maio de 1978, determinou o incio de um programa mundial, a fim de avaliar e utilizar os mtodos da medicina popular. Hoje, a OMS estima que 85% da populao utiliza plantas medicinais em tratamentos de enfermidades bsicas. Hoje j se conhece cerca de 100.000 substncias de plantas e estima-se que cerca de 4000 novas sero descritas a cada ano, comprovando-se desta forma, que a Natureza ser sempre uma fonte inesgotvel de substncias bioativas, com atividades farmacocinticas passveis de serem transformadas em medicamentos naturais.

12. Histrico e Fundamentos da HomeopatiaA Homeopatia est baseada na Lei dos Semelhantes, descrita por Hahnemann a partir de 1796, baseada nos princpios da similitude descritos e defendidos pelo pai da Medicina, o filsofo grego Hipcrates (460-377 a.C.), que pensava que a doena se manifesta na tentativa de restabelecer a harmonia da energia do corpo e, a maneira que o terapeuta pode auxiliar removendo ou diminuindo possveis fatores que esto bloqueando o fluxo adequado desta energia. A teraputica homeoptica comeou a ser estudada e experimentada em 1790, pelo mdico e qumico alemo Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o qual exerceu a profisso durante oito anos, tendo conseguido vasta clientela e relativa prosperidade. Por no ter se conformado com a impreciso dos meios utilizados pela medicina do seu tempo, baseada nos vomitrios, laxativos, sudorferos, sangrias, sanguessugas, ventosas, catrticos e enemas, resolveu no exercer mais a medicina, onde tudo era emprico. Abandonando a clnica, passou a viver de tradues de livros para o idioma alemo. Foi traduzindo o livro Matria Mdica, do mdico escocs Wilhiam Cullen em 1790, que comeou seu questionamento, no concordando com a afirmao do autor de que a Cinchona officinalis, popularmente chamada China, que curava a malria por ser adstringente e amarga, uma vez que outras drogas mais adstringentes e amargas no atuariam nesta enfermidade. Assim sendo, resolveu ento experimentar nele e em seus parentes a China, tomando doses dirias por vrios dias e observou que a mesma provocava sintomas semelhantes ao da malria (dentre outros sintomas, a febre

10

intermitente). Sups, ento, que a China curava a malria por provocar em pessoas sadias, sintomas semelhantes aos dos doentes e no por ser adstringente e amarga. Durante quinze anos de experimentaes, usando vrias outras substncias em seus familiares, parentes e amigos, observou que o quadro de patogenesia era semelhante nas pessoas, quando tratadas com a mesma droga, e que a suposio de cura pelos semelhantes era vlida para todas as substncias experimentadas. Desta forma, passou a cham-la de Lei dos Semelhantes. Aps esta descoberta, Hahnemann voltou a clinicar, difundindo sua doutrina a um grupo de discpulos que o ajudaram nas experimentaes e difuso de suas idias na Alemanha, ustria, Itlia e Frana. Somente a partir de 1840, a idia chegou ao Brasil, trazida pelo mdico francs Dr. Benoit Mure. Hahnemann fez experimentaes com medicamentos homeopticos tambm nos animais. Entretanto, verificou que a experimentao seria muito mais completa no ser humano, uma vez que os sintomas subjetivos, tais como as sensaes, poderiam ser relatadas por todos os que tomavam o medicamento. Em 1810, Hahnemann publicou a 1 edio do livro Organon da arte de curar, a qual foi sua obra mais importante, preconizando todos os fundamentos da Homeopatia. o Organon da Arte de Curar que estabelece os ensinamentos bsicos conhecido como Pilares da Homeopatia, a saber: 1. Lei do semelhante; 2. Experimentao no homem sadio (patogenesia); 3. Medicamento diludo, atenuado e dinamizado; 4. Medicamento nico. Segundo os conceitos da Homeopatia, o princpio fundamental seria o Similia Similibus Curentur, que significa: Qualquer substncia capaz de produzir no organismo aparentemente so, porm sensvel, um determinado quadro mrbido, capaz de curar, em doses adequadas, um organismo sensibilizado por uma doena com quadro mrbido semelhante, excetuando-se naturalmente, as leses irreversveis. Na homeopatia existem diferentes correntes. So elas: Escola Unicista, corrente que prescreve um nico medicamento, o qual cobre o mximo de sintomas possveis, valoriza o histrico da vida do paciente e prioriza os sintomas mentais e psquicos; Escola Organicista, linha filosfica que prescreve medicamento pelos sintomas das doenas, detectando possveis distrbios do rgo afetado, como tambm procura estabelecer uma associao entre o medicamento e sua atuao a nvel mental; Escola Alternista ou Pluralista, prescreve-se nesta corrente um ou mais medicamentos complementares para cada sintoma e/ou rgos ou doena. Os medicamentos so ingeridos um de cada vez em horrios alternados; Escola Complexista, segundo esta escola a prescrio feita usando-se vrios medicamentos, com indicao especfica para a referida doena e/ou sintomas, sendo ministrados juntos, podendo ser num mesmo veculo ou no.

Todas as correntes se preocupam com o doente e com o que fez desencadear o processo. Na repertorizao dos sintomas valorizado o comportamento (sentimentos, afetividade, gosto e outros) e os medicamentos so selecionados a partir de suas particularidades, descritas.

Processo de Cura e Manipulao de Medicamentos pela HomeopatiaA Homeopatia engloba uma tcnica especfica para a formulao de medicamentos e, uma postura diferente frente doena e ao doente.

11

Hahnemann disse: "O mais alto ideal da cura o restabelecimento rpido, suave e duradouro da sade ou a remoo e destruio integral da doena, pelo caminho mais curto, mais seguro e menos prejudicial, segundo fundamentos nitidamente compreensveis". O mdico homeopata Constantine Hering (1800-1880) deu uma grande contribuio, quando esclareceu que a cura do doente ocorre obedecendo a seguinte lei natural: A cura se d de dentro para fora, de cima para baixo, do rgo mais vital para um menos vital, ou as leses e os sintomas desaparecero na ordem inversa de sua apario O medicamento homeoptico, considerado aquele que teve experimentao no homem, por sua vez, obtido a partir dos reinos: vegetal, animal e mineral, e o nome do medicamento sempre grafado em Latim (Farmacopia Homeoptica Brasileira ll, 1997). A tcnica de preparao dos medicamentos realizada por diluies sucessivas, seguidas de dinamizaes, que permitem a potencializao do efeito do medicamento. Por isso, a Homeopatia pode se utilizar de pequenas quantidades do princpio ativo para elaborar seus medicamentos. As dinamizaes podem usar uma escala decimal, centesimal e outras, promovendo a liberao da energia curativa pela agitao molecular ocorrida no frasco que contm o medicamento mais o solvente. A escala Centesimal Hahnemanniana designada pela letra CH, seguida por um nmero, que significa quantas vezes aquela substncia sofreu o processo de diluio seguido por agitao. Nessa escala, a diluio de 1/100 (uma parte de uma substncia mais 99 partes do veculo hidroalcolico). Dentro da medicina veterinria, os mtodos mais utilizados de manipulao so as escalas centesimal hahnemanniana, simbolizada pela letra CH, e de Hering pela letra DH, exemplificadas abaixo.

Escala Centesimal Hahnemanniana CH: 1 gota T.M. + 99gotas hidroalcolico100 sucusses

CH1 CH2100 sucusses

CH1

1 gota T.M. + 99gotas hidroalcolico

Escala Decimal Hering DH: 1 gota T.M. + 9gotas hidroalcolico100 sucusses

D1 D2100 sucusses

D1

1 gota T.M. + 9gotas hidroalcolico

Alm dos medicamentos obtidos diretamente dos trs reinos da natureza e de outras fontes, a partir dos princpios da Homeopatia surgiu a Isopatia que compreende outros medicamentos denominados bioterpicos, tambm chamados de isoterpicos ou nosdios. A isopatia o mtodo de curar as doenas por intermdio de seus agentes casuais, manipulados mediante a tcnica homeoptica (dinamizados). Pelo princpio os iguais se curam pelos iguais (aequalia aequalibus curentur); os remdios utilizados pela isopatia so os nosdios (nosdio, medicamento preparado com produtos patolgicos vegetais ou animais). Tambm chamados de bioterpicos. Os bioterpicos so preparaes medicamentosas de uso homeoptico, obtidas a partir de produtos biolgicos, quimicamente indefinidos: tecidos e rgos, produtos de origem microbiana, clculos, fezes, sangue, urina, poeira, plen, solventes, e outros E podem ser classificados em: bioterpicos de estoque e isoterpicos (autoisoterpicos e heteroisoterpicos), segundo Farmacopia ll (Xlll,1997).

12

Homeopatia na Medicina VeterinriaTo antiga quanto homeopatia humana, a homeopatia veterinria tambm tem o incio da sua Histria com Hahnemann, quando ele tratou seu prprio cavalo de afeco ocular. Assim como para o tratamento de pacientes humanos, Hahnemann considerava importante o estudo do comportamento dos animais para medic-los. A primeira publicao na rea da Medicina Veterinria se deu em 1829, quando L. Brucher publicou um tratado sobre O sistema homeoptico para curar os eqinos. Mais tarde em 1833, o mdico veterinrio alemo Guillaume Wilheim Lux, considerado o pai da Homeopatia Veterinria, utilizando-se de quatro medicamentos, Nux vomica, Camphora, Opium e Aconil (Aconitum), tratou as clicas dos cavalos e os utilizou para preveno de abortos e pneumonias em bovinos, dentre outras. Lux viveu numa poca em que os micrbios no eram conhecidos, mas baseando-se na lei dos semelhantes, comeou a utilizar secrees e excrees de animais para a produo de medicamentos. Denominou esta tcnica de Isopatia, criando os primeiros isoterpicos; Mallenum, a partir de muco nasal de cavalo portador de mormo, e a partir de sangue de ovino infectado por Bacillus anthracis preparou o Antracinum contra carbnculo. A partir da, muitos outros isoterpicos foram criados e chamados de nosdios. Hoje este princpio chamado de Bioterpico. No Brasil, a Isopatia ou teraputica isoptica um recurso que sempre foi usado pelos mdicos veterinrios homeopatas na prtica clnica, no s no caso de tratamento indivduos isoladamente, mas tambm no tratamento de rebanhos ou lotes de animais. Muitos isoterpicos, so reconhecidos e constam da Farmacopia internacional, sendo mantidos em estoque nas farmcias. No entanto, outros so manipulados a partir de material colhido do pacientes no ato do atendimento clnico. No Brasil, a primeira publicao na rea da homeopatia veterinria surgiu em 1873 no Rio de Janeiro, o Diccionrio de Medicina Homeopathica Veterinaria de Rffler-Martelet, citado pelo Mdico Homeopata Nilo Cairo em seu livro Guia Prtico de Veterinria Homeoptica. O primeiro mdico veterinrio Homeopata do Brasil foi Cludio Martins Real, que desde 1949 estudou e clinicou, mais tarde direcionou seus estudos para tratamentos de rebanhos, onde chamou de Homeopatia Populacional, alicerada no princpio de considerar o rebanho com o mesmo comportamento ou o mesmo sintoma como se fosse um animal, chamado gnio epidmico. Partindo desta premissa, as diferenas individuais podem ser desconsideradas, levando-se em conta no somente os fatores ecolgicos e o ecossistema, como tambm o carter gregrio do rebanho bovino Hoje vrios Mdicos Veterinrios elaboram complexos e bioterpicos em escala industrial, que propicia o acesso da homeopatia a mais produtores, possibilitando o tratamento dos animais em rebanhos de maneira preventiva. Assim, a homeopatia tida como uma maneira diferente de enxergar o animal e a etiologia da enfermidade, considerando o psiquismo animal, seus sentimentos, sofrimentos, suas alegrias, suas tristezas etc., onde os animais so tratados condignamente, com o respeito e o carinho que merecem como seres viventes. Esta, talvez, seja a maior contribuio da homeopatia: a humanizao da Medicina Veterinria.

12. AlopatiaA palavra Alopatia provm do grego lloion (diferente) e de pathos (dor, sofrimento). O termo foi criado por Hahnemann, para designar a escola oficial de medicina, que emprega remdios de ao diferente, derivativa, dessemelhante. Os medicamentos agem pela lei do contrrios provocando uma reao no organismo dessemelhante da enfermidade natural. Em 1828, foi isolado a salicina (glicosdeo do lcool saliclico) e em 1860, sintetizaram o acido salcico e em 1898 o cido acetil saliclico (AAS). O AAS o analgsico mais vendido no mundo, cujas cifras chegam a bilhes de dlares/ano, representando cerca de 1,2% do mercado mundial e, aproximadamente, a 10% do mercado de analgsicos A partir de compostos isolados da natureza, criam os prottipos naturais que so a cpia da estrutura do princpio da planta.

13

13. Diferena entre as teraputicas Principais caractersticas que distinguem as teraputicas aloptica, fitoterpica e homeoptica.

TPICOSTempo de existncia Precursor

ALOPATIA173 anos ano - 1829(8)

FITOTERAPIA HOMEOPATIAHomem primitivo 212 anos ano- 1790 Filsofo grego Hipcrates pai da medicina acreditava numa energia curativa, que denominou de Vix Medicatrix Naturae, ou seja, vida natural de cura (460-377 a.C.)

Em 1828 Friedrich Homem Wohler produziu a Misticismo/Instinto/ sntese da uria a empirismo partir de uma substncia inorgnica, o cianato de amnio.

Pesquisa cientfica Primeiro medicamento

Buchener Salicilina (Salix alba salgueiro)

Plantas Aromticas Parte(s) da planta ou ela toda Metablitos secundrios com atividade farmacolgica

Hahnemann China (Cinchona sp.- quinquina)

Matria prima

Sinttico (produzido em laboratrio) Por sntese qumica ou cpia de composto natural (Prottipo natural)

Animal, vegetal, mineral, agente causal At CH12 presena de princpio ativo molecular e energia dinamizada. Aps CH13 apenas energia dinamizada Pela lei dos semelhantes

Princpio ativo

Mecanismo de ao

Pela lei dos contrrios

Pela lei dos contrrios e estimulando imunidade Muito conhecida

Grau de conhecimento popular Grau de utilizao Deixa resduo Efeitos colaterais/ Reaes adversas Toxicidade PerspectivaMITIDIERO, 2002.

Conhecimento mediano

Pouco conhecida, Confundida com Fitoterapia

Adotada pela sade pblica como oficial Sempre

Muito usada de maneira caseira, popular s vezes

Pouco utilizada

Provavelmente no

Muitos

Pode ocorrer

Pode ocorrer

Definido Em declnio

Em estudo Em ascenso

Pouco estudado Em ascenso

14

14. Aplicaes da homeopatia em pecuria de leiteA administrao do medicamento fcil, quando o tratamento preventivo ou curativo pode ser misturado ao acar cristal, que servir como veculo e depois ao suplemento mineral ou no alimento o qual ministrado a um ou a vrios animais de forma a aproveitar esta atividade de rotina. Esta prtica busca evitar o estresse causado, ao se administrar qualquer medicamento, no momento da conteno do animal. Assim, diminui-se o risco de acidente com o animal e com o homem que o maneja. Outra forma de ministrar o medicamento colocando num nebulizador, e ser pulverizado nas narinas do animal, aproveitando seu hbito natural de lamber as narinas. Pelo fato de ministrarmos um medicamento aos animais, que no deixa resduo nos seus produtos - segundo os padres vigentes - no estaremos poluindo nossos recursos naturais, to pouco o homem que o manipula e o consome. Quando se inicia um tratamento homeoptico pode ocorrer a agravao do quadro clnico, pela sensibilizao do organismo ao um agente energtico que semelhante aos seus sintomas e no caso do bioterpico a reao do organismo ao reconhecer a presena do princpio energtico do agente causal que o molesta no medicamento ingerido, o qual reage, agravando os sintomas e, podendo ocasionar outros. importante lembrar que o uso da Homeopatia no busca a eliminao completa dos agentes causais no meio, pois considera importante se manter a biodiversidade. Um exemplo disto a importncia da presena de alguns carrapatos no rebanho, para que os animais desenvolvam resistncia babesiose e anaplasmose. A Homeopatia no uma proposta de mudana de domnio industrial, uma vez que seus mtodos de produo so de conhecimento pblico. Com isto, os produtores podem construir seus prprios laboratrios, atravs de associaes, cooperativas e outros, sendo necessrio, no entanto, tcnicos com especializao na rea para manipular os medicamentos homeopticos, bem como para prescrev-los e garantir-lhes a eficcia. O tratamento homeoptico deve ser sempre prescrito e acompanhado por um Mdico Veterinrio, pois as dosagens podem variar conforme o caso e o mesmo medicamento tem ao local, regional (nos sistemas) e no mental e, pode manifestar efeitos diferentes conforme a sensibilidade do organismo. O uso contnuo sem necessidade ou errado pode levar ao aparecimento de outros problemas.

15

Aplicaes da Homeopatia na pecuria de leite Medicamento Aconitum napellus Allium sativum Apis mellifica Arnica Montana Arsenicum album Belladonna Calcarea carbonica Calcarea phosphorica Carbo vegetabilis Cina Hepar sulpur Lachesis Lycopodium Nux vomica Pulsatilla Spia Symphytum Silicea Staphysagria Sulfur Thuya Urtica Fonte: vrias Doena Resfriados, febre, causado por mudana brusca de temperatura Corrimento nasal claro, resfriado, dificuldade de respirao. Mamite - edema pr e ps parto inflamao Traumatismo, ps cirurgia Diarria com fezes ptridas, escoriantes, fraqueza e grande prostao Febre alta, inflamao de garganta Animal lento, quando jovem lentido mental e fsica, lentido dos membros inferiores, Vaca com dificuldade de levantar aps o parto. Ajuda na fase de crescimento, consolidao de fraturas Atonia do rumem timpanismo melhora peristaltismo Vermfugo Rompe abscessos (bisturi homeoptico) Picada de cobra Timpanismo Excesso de alimento, intoxicao por alimento e por medicamento aloptico. Ajuda no parto melhorando a dilatao e contrao uterina. Problemas com secreo amarelo-esverdeadas - uterinos e mamite. Prolpso de tero Ajuda nas fraturas a formar o calo sseo e tirar a dor no calo Drena abscessos secreo(pus) amarela, para mamite Cicatrizao de feridas difceis Erupes de pele, odor desagradvel Maus efeitos das vacinas, verrugas Secagem das vacas

11. Transformaes das Plantas Medicinais para o Uso Teraputico Afim de que as plantas medicinais possam exercer atividade teraputica necessria uma preparao, as diversas formas farmacuticas mais usadas como medicamentos so:Forma farmacutica Infuso/Infuso/Ch Partes utilizadas Flores, folhas e frutos carnosos frescos ou desidratados todos picados Caules, razes, frutos secos, rizomas, cascas e sementes Todas - frescas Modo de preparar Derrame gua de 80 a 100C quase fervendo e deixe tampado por10-15 minutos - filtrar Cozimento fervura por 10 -15 minutos filtrar e ingerir quente Macerao - lcool ou outro solvente Quantidade 10g(planta seca) para 100mL de gua

Decoco / Decoctos

Tinturas- podem ser ingeridas-solues orais ou gotas, tambm servem para preparar xaropes, pomdas, shampoos, etc. Alcoolaturas

Planta seca Peso/ volume 1:100 20% de planta para 100mL de H2O.

Garrafadas Preparao popular Extratos gliclicos - teis na fabricao cosmticos - pomadas, shampoos Tintura de uso popular Xaropes Compressas Deve ser repetida vrias vezes ao dia Cataplasmas contra indicados em ulceraes da pele que apresentam exudao cutnea. Extratos vegetais podem ser Extratos fluidos Extratos moles Extratos secos

Todas as partes da plantas que perdem suas propriedades pela desidratao - frescas Todas as partes das plantas

Macerao por 8 dias

Partes iguais de planta fresca e lcool de alta graduao Varia a quantidade e partes da Planta 20% de planta para 100mL de glicerina ou propilenogicel

Todas as partes das plantas

Deixa no lcool, na cachaa ou vinho branco deixar alguns dias em local escuro Macerao ou percolao(usado na indstria)

tintura

Preparado quente ou frio misturados com tintura Gaze ou algodo ou pano umedecidos Aquecer a farinha de trigo, mandioca ou fub molhados em vinho, leite ou gua e as plantas medicinais trituradas ou pulverizadas espalhar numa gaze ou pano aplicar quente Para uso via oral

Alto ndice de acar ou mel sobresaturados

Infuso ou decoco

Infuso, decoco, tintura

Todas as partes das plantas

Planta fragmentadas (quebradas) reduzida a p contendo grandes concentraes dos princpios ativos da planta.

Fonte: MITIDIERO, 2002

17

15. Aplicaes da fitoterapia na pecuria de leite Planta Alho Allim sativum Babosa Aloe arborescens Bananeira Musa paradisiaca Batata purga Operculia L. hamiltonii Capim limo, capim cidreira Cymbopogon citratus Carqueja Bacharis trimera Cinamomo, Santa brbara, lrio Melia Azedarach L. Citronela Cymbopogum nardus Erva-de-santa-maria Chenopodium ambrosioides Eucalipto Eucaliptus globulosus Infeces respiratrias, desinfetante, verminoses Folhas Verminoses, repelente Folhas, sementes Macerao, p das folhas secas na rao ou misturada em outros verdes Infuso, p, macerao Repelente Folhas Macerao, infuso, leo Endo e ectoparasitas Folhas, sementes Macerao, infuso, p, leo antimicrobiano folhas Infuso ectoparasitas folhas Infuso, leo Verminoses bulbo Ralada Verminoses e diarria Folhas e troncos Indicaes Verminoses, antibitico, expectorante, controle e repelncia de carrapatos e piolhos Cicatrizao, inflamao Partes utilizadas Bulbilhos Formas de Preparo Inteiros, macerao na gua, extrato alcolico, em p no sal ou na rao Suco fresco puro ou na forma de ungentos, pomadas e gel in natura

folhas

Goiabeira Psidium guajava Melo de So Caetano Mormodica charratia Mentrasto Agenratum conyisoides Neem, Nim Azadirachta indica Pitangueira Eugenia pitanga Poejo Mentha pulegium Semente de abbora Cucurbita pepo L. Sip imb (rotenona) Tansagem Plantago major

Diarria, adstringente Verminoses, diarria Verminose, digestivo Endo e ectoparasitas febres broncodilatador verminoses Endo e ectoparasitas Inflamaes e infeces respiratrias

Brotos, caule ou cascas e folhas Planta inteira, sementes Folhas e flores, parte area Folhas, sementes folhas folhas sementes Folhas e caule Folhas

Decoco e p Macerao ou decoco Decoco, infuso Macerao, infuso, p, leo Decoco Infuso Torradas e modas Infuso, decoco, tintura Infuso, tintura

Fonte: adaptao de GUELBER SALES, 2005

19

Bibliografia consultadaACCORSI, W. Fitoterapia. In: I Jornada Catarinense de Plantas Medicinais. Tubaro, 1998. Anais... Tubaro: UNISUL. 1998. p.38-39. ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina bases clinica e farmacolgicas. Buenos Aires: Isis Ediciones SRL, 1999. AMABILE, J. M. Contribuio ao estudo da qualidade do leite pasteurizado por processo lento em condomnios leiteiros rurais. Florianpolis. 1999. 63 f. Dissertao (Mestrado em Cincias dos Alimentos) Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Santa Catarina. AQUINO, C. K.; MELLER, G. J. Avaliao do efeito antinocicepitivo da Atropa belladonna dinamizada. Itaja. 2000. 47 f. Monografia (Curso de Farmcia) Universidade do Vale do Itaja-SC. ARAJO FILHO, R. Introduo pecuria ecolgica: a arte e a cincia de criar animais sem drogas ou venenos. Porto Alegre: So Jos, 2000. 136p. ARENALES, M.C.Sintomas mentais dos animais domsticos. So Paulo: Mythos, 1995, p. 280. ARNAUT, A.C. et al. Estudos bio-ecolgicos da entomofauna associada ao bolo fecal de bovinos com nfase na criao do coleptero coprfago Digitonthophagus gazella em laboratrio. In: SIMPSIO BRASILEIRO AGROPECURIA ECOLGICA E SADE HUMANA , 2000, Rio de Janeiro. Anais... em disquetes. Rio de Janeiro: UFF, 2000. AURVALLE, A. E. Presena de antibitico no leite A Hora veterinria. Ano1, n. 3, p. 20-27, Agosto - setembro,1981. AVANCINI, C. A. M. ; WIEST, Jos Maria ; MUNDSTOCK, Elsa . Atividade Bacteriosttica e Bactericida do Decocto de Baccharis trimera (Less.) D.C., Compositae, carqueja, como desinfetante ou anti-sptico. Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinria e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 52, n. 3, p. 230-234, 2000. BARKEMA, W.H.; SCHUKKEN, H.Y.; LAM,T.J.G.M.; BEIBOER, M.L.; BENEDICTUS, G.; BRAND, A. Management Practices associated with the incidence rate of clinical Mastitis. Jounal of Dairy Science, 82: 1643 1654, 1999. BAROLLO, R. C. Leisde Cura, parteVlll. Compndio de homeopatia. So Paulo Robe editorial,1995. 521 p. BECK, A. A .H. Curso de Parasitoses dos Bovinos. Florianpolis: Cooperativa Central Catarinense de Laticnios. 1984. 88 p. BLUME, R. R.; YOUNGER, R. L.; AGA, A.; MYERS, C.J. Effects of residues of certain anthelmintics in bovine manure on Onthophagus gazella, a non-target organism. The Southwester Entomologist, v-1(2), 1976, p.100-103. BRAMLEY, A. J. et al. Current concepts on Bovine Mastitis. 4 th. ed. Arlinton, VA, National Mastitis Council, USA, 1996. BRITO, J. R.F; BRITO, M. A.V.P. Descomplicando as clulas somticas. Coronel Pacheco: EMBRAPA CNPGL./So Paulo: Tortuga. 1998a. p. 75-81 BRITO, M. A.V.P.;BRITO, J. R.F. O efeito da mastite no leite. Coronel Pacheco: EMBRAPA CNPGL./So Paulo: Tortuga. 1998b. p. 83-90. BRITO, J. R.F.; BRITO, M. A.V.P. Conceitos bsicos da qualidade do leite. Coronel Pacheco: EMBRAPA CNPGL. Disponvel em: Home page . Acesso em 17 de julho de 2002. BRUNINI, C.; SAMPAIO C. As escolas Homeopticas. In: BRUNINI, C.; SAMPAIO C. Homeopatia: princpios doutrina, farmcia. So Paulo: Mythos, 1993. cap. Xll, p. 229-236. FAGUNDES, C. M.; SANTOS, E.C.; SANTOS, E.C.; RODRIGUES, R. Prevalncia de antibiticos no leite tipo B e C consumido em Belo Horizonte. Arquivos da Escola de Veterinria da UFMG, Belo Horizonte, v. 34, n.1, p. 203-206, 1982.

FERREIRA, R. O que homeopatia? In:.I JORNADA CATARINENSE DE PLANTAS MEDICINAIS 1998, Tubaro. Anais...Tubaro: 1998. p.63-68. GERMANO, P.M. L.; GERMANO,M.I.S. Higiene do leite: aspectos gerais da mastites. Higiene Alimentar. 9 (16) ; p.12-16, 1995. GOLOUBEFF, B. Homeopatia na Veterinria. Veculo Homeoptico. Associao Mineira Homeoptica. Belo Horizonte.Ano 3, n.10, Dezembro 2000. GUELBER SALES, M.N.Criao ES:Incaper, p.188, 2005. de galinhas em sistemas agroecolgicos.Vitria,

HAHNEMANN, C.F.S. Organon da Arte de Curar. Trad. 6a. ed. Organon de Hahnemann. So Paulo: Associao Paulista de Homeopatia.1981.236 p. HAHNEMANN, C.F.S. Organon da Arte de Curar. Trad. Robel, IHFL, 1996. 248 p. Villela e Soares. So Paulo:

HERD, Rupet. Impactos ambientais associados aos compostos endectocidas. In: Controle dos nematdeos gastrintestinais em ruminantes. PADILHA, Terezinha. Coronel Pacheco: EMBRAPA-CNPGL, 1996. HOFFMANN, M. A. A importncia do besouro vira bosta para a pecuria. Agricultura Biodinmica,Botucatu-SP. boletim ano 15, 80, outono 1998.p.32-33. KOLLER, W. W. et al. Predadores e parasitides associados entomofauna presente em fezes bovinas em reas de pastagens de Campo grande. EMBRAPA- CNPGC. Campo Grande: Comunicado tcnico 58, 1999. p.1-5. LEAL, B. F. Homeopatia: alternativa que d resultados. Globo Rural, So Paulo-SP : ano 13, n 145, p. 160 -166, out. 1989. MARTENS, H. R. M.The case of the rising SCCs, ACRES Disponvel em: Home page Acesso em fevereiro 2002. MITIDIERO, A.M.A. Potencial do Uso de Homeopatia, Bioterpicos e Fitoterapia como opo na Bovinocultra Leiteira: Avaliao dos Aspectos Sanitrios e de produo. 2002. 119 f. Dissertao (Mestrado em Agroecossistemas) Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Santa Catarina. MUNKSGAARD, L.; PASSIL, A.M. ; RUSHEN, J.; THODBERG, K.; JENSEN, M.B. Discrimination of people by dairy cows based on handling. Journal. of Dairy Science, Canad. 80 (6): p.1106-1112. 1997. NASSIF, M. R. G. et al..Compndio de homeopatia. So Paulo Editora Robe editorial,1995. 521 p. NETO, Joo Palermo. Resduos de antibitico em alimentos. Rev. CFMV Braslia/DF Ano VII N 22, Jan/Fev/Mar/Abril de 2001. PASSILL, A. M.; RUSHEN, J.; LADEWIG, J.; PETHERICK, C. Dairy Calves, Discrimination of people based on previous handling. Journal Animal Science. Queensland- Australia. 74: 969-974. 1996. PEREIRA, A.R., MACHADO, P.F., SARRES, G.A. Contagem de clulas somticas e caractersticas produtivas de vacas da raa holandesa em lactao Scientia Agrcola, So Paulo : v 58, n .4 p. 649-654, out-dez. 2001. PINHEIRO MACHADO F, L.C. et al. Is there a relationship between fear of humans and social rank in Holstein cows. Free papers: Human-animal interctions-198. Anais..2001. PINTO, A. C.; SILVA, D. H. S.; BOLZANI, U. S.; LOPES, N. P.; EPIFONIO R. A. Produtos Naturais : Atualidades, Desafios e Perspectivas. Qumica Nova. 25 (1) 46-61, out, 2002 QUIQUANDON, H., et al. Homepathie Vterinaire. Biothrapie. Paris,1983. p.911 REAL, C. M. Entrevista exclusiva com Dr. Cludio Real. Disponvel na: Home page Acesso em : Outubro de 2000.

21

RIBAS, N.P., Importncia da contagem de clulas somticas para a sade da glndula mamria e qualidade do leite. Glria Rural, So Paulo : ano 3, n .26, p. 12-17, set. 1999. RUSHEN, J.; PASSILL, A.M.B.; MUNKSGAARD, L. Fear of people by cows and effects on milk yield, behavior, and heart rate at milking. Jounal of Dairy Science. , Canad. 82 (4), 1999. p.720 726. SAMPAIO, A. Homeopatia em Medicina Veterinria. Curitiba : ed. El Erial Ltda, 1995. SCHILTER,B.Avaliao e manejo do perigo dos pesticidas txicos na produo de "baby food"e no desenvolvimento de novos produtos. Nestl Nutrition Workshop Series.Programa Peditrico no.44 Vevey,Suia, 1998 SILVEIRA, M. C. A. C.; VICENZI, M. L.; MACHADO DA ROSA, C. Uso do alho para controle de endo e ecto parasitos em bovinos. Agroecologia e Agricultura Familiar. Ano III, n.3. novembro de 2000. p.24-25. SOUZA, N. G.; Ocorrncia de resduos de antibiticos no leite de consumo produzido no Estado de Santa Catarina. Florianpolis. 1998. 57 f. Dissertao (Mestrado em Cincias dos Alimentos) Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal de Santa Catarina. VASSILIEF, I. Resduos de agrotxicos e piretrides nos alimentos e sua relao com doenas no homem ,SIMPSIO BRASILEIRO AGROPECURIA ECOLGICA E SADE HUMANA. 2000, Rio de Janeiro. Anais.... Rio de Janeiro; UFF, 2000. disponvel em disquete. VERVLOET, A. E. As duas faces da homeopatia/ Antony Campbell, traduo de Roberta Smara Massaioli ,So Paulo: Matria Medica, 1991, p.134. WALKER, R. Avaliao dos nveis aceitveis de ingesto. Nestl Nutrition Workshop Series.Programa Peditrico no.44 Vevey,Suia, 1998 YUNES R. A.; Fitoqumica de plantas medicinais. In: I Jornada Catarinense de Plantas Medicinais. Tubaro, 1998. Anais....Tubaro: UNISUL. 1998. p. 52-54. YUNES R. A.; CALIXTO J. B., Plantas medicinais sob a tica da qumica medicinal moderna, Argus, Florianpolis SC, 2001 p., 577. ZHONG SHU,.Y. Recent natural products based, drug development: a pharmaceutical industry perspective. Journal. Nat. Prod. 61,1053-1071, 1998.

22