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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS Prof a . Dr a . Ana Flávia de Oliveira ANÁLISE SENSORIAL DOS ALIMENTOS Londrina 2010

Apostila Analise Sensorial 2010-1 Desbloqueada

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

Profa. Dra. Ana Flávia de Oliveira

ANÁLISE SENSORIAL DOS

ALIMENTOS

Londrina

2010

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UTFPR – Campus Londrina – Curso de Tecnologia de Alimentos

Disciplina de Análise Sensorial Profa.Dra. Ana Flávia de Oliveira

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PREFÁCIO

Esta apostila foi elaborada com intuito de auxiliar o aluno no acompanhamento da disciplina de Análise Sensorial. Aqui contempla os testes mais freqüentemente utilizados na indústria de alimentos, bem como, na pesquisa em desenvolvimento de novos produtos alimentícios.

Os exemplos aqui citados, nos testes discriminativos e afetivos, foram baseados no Manual: Série Qualidade, de autoria de FERREIRA, V.L.P. et al, referenciado ao final desta apostila.

Esta apostila não substitui o estudo das bibliografias básicas recomendadas, normas da ABNT, bem como o acompanhamento dos artigos recentes disponíveis na internet e cursos de atualização para quem pretende seguir na área de análise sensorial.

Profa Dra. Ana Flávia de Oliveira

Nutricionista Curso de Tecnologia em Alimentos

UTFPR – campus Londrina

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO À ANÁLISE SENSORIAL 1.1 Conceitos de Análise Sensorial................................................................................... 5 1.2. Definições de Alguns Termos Empregados em Análise Sensorial.............................. 5 1.3. Aplicações da Análise Sensorial................................................................................. 6 1.4. Funções do Analista Sensorial.................................................................................... 6 1.5. Características Sensoriais........................................................................................... 6 1.6. Qualidade e interação dos sentidos............................................................................ 7 1.7. Avaliação da qualidade sensorial................................................................................ 7 1.8. Percepção Sensorial................................................................................................... 7 1.9. Sentidos humanos envolvidos nas avaliações sensoriais.......................................... 8 1.10. Fatores que afetam a análise sensorial....................................................................... 11 1.11. Alguns tipos de erros básicos em Análise Sensorial.................................................. 11 1.12. Tipos de Métodos Empregados em Análise Sensorial................................................ 12 2. SELEÇÃO E TREINAMENTO DE PROVADORES 2.1 Características dos provadores.................................................................................... 13 2.2. Experts............................................................................................................. 13 2.3. Equipes de laboratórios ou equipes de discriminação................................................ 14 2.4. Equipe piloto ou equipe de aceitação de laboratório.................................................... 14 2.5. Equipe de consumidores............................................................................................ 14 3. CONDIÇÕES DOS TESTES 3.1 Quanto às cabines............................................................................................................ 15 3.2. Quanto ao laboratório................................................................................................. 15 3.3. Quanto aos provadores........................................................................................... 15 4. PREPARO E APRESENTAÇÃO DAS AMOSTRAS 4.1 Seleção da amostra................................................................................................... 16 4.2. Diluição e veículos.................................................................................................... 16 4.3. Quantidade de amostra.............................................................................................. 16 4.4. Número de amostras.................................................................................................. 16 4.5. Amostras de referência.............................................................................................. 17 4.6. Codificação................................................................................................................ 17 4.7. Ordem de apresentação das amostras....................................................................... 17 4.8. Temperatura da amostra............................................................................................ 17 4.9. Utensílios................................................................................................................... 18 4.10. Limpeza entre amostras............................................................................................. 19 4.11. Horário do teste.......................................................................................................... 19

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TERMOS ESTATÍSTICOS BÁSICOS QUE UTILIZAREMOS NA ANÁLISE SENSORIAL 20 5. TESTES DE DIFERENÇAS OU DISCRIMINATIVOS 5.1. Triangular...................................................................................................................... 21 5.2. Duo-Trio.......................................................................................................................... 24 5.3. Comparação pareada.................................................................................................... 26 5.4. Ordenação..................................................................................................................... 31 Considerações sobre Análise de Variância (ANOVA).............................................................. 34 5.5 Diferença do controle.................................................................................................. 35 6. TESTES AFETIVOS 6.1 Aplicações dos testes afetivos...................................................................................... 42 6.2. Equipe de participantes nos testes afetivos................................................................ 43 6.3. Locais de aplicação dos testes afetivos...................................................................... 43 6.4. Testes de aceitação..................................................................................................... 45 6.5. Testes de preferência..................................................................................................... 50 6.6. Métodos Adicionais.................................................................................................... 56 TABELAS......................................................................................................................................... 58-64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................. 65

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1. INTRODUÇÃO À ANÁLISE SENSORIAL 1.1. Conceitos de Análise Sensorial

Análise Sensorial é a disciplina científica usada para evocar (provocar), medir, analisar e

interpretar reações às características dos alimentos e materiais como são percebidas pelos sentidos

da visão, olfato, gosto, tato e audição (ABNT, 1993). A Análise Sensorial foi definida como disciplina

científica em 1975 pelo IFT (Institute of Food Tecnology).

O homem possui habilidade natural para avaliar alimentos, sendo esta utilizada para comprar,

diferenciar e quantificar as características dos alimentos. Isso ocorre desde a infância (na preferência

ou rejeição aos alimentos) até a vida adulta, por isso é natural a preferência por determinadas marcas

ou alimentos. Com o uso desta habilidade padronizando-se a técnica e aplicando-se o tratamento

estatístico adequado aos resultados tem-se a Avaliação Sensorial aplicada.

Através da análise sensorial pode-se determinar a aceitabilidade e qualidade dos alimentos,

com auxílio dos órgãos humanos dos sentidos. Seu uso estende-se desde as equipes sensoriais na

indústria até a análise do efeito da embalagem no produto; além do monitoramento, melhoramento ou

lançamento de novos produtos no mercado.

Sua prática é considerada milenar nas indústrias de cerveja, vinho e destilados da Europa. No

Brasil, a prática se iniciou em 1954 com degustadores para a classificação do café brasileiro.

1.2. Definições de Alguns Termos Empregados em Análise Sensorial (ABNT,1993) ü Aceitação: Ato de um determinado indivíduo ou população ser favorável ao consumo de um

produto.

ü Aceitabilidade: Grau de aceitação de um produto favoravelmente recebido por um

determinado indivíduo ou população, em termo de propriedades sensoriais.

ü Atributo: Característica perceptível.

ü Consumidor: Indivíduo que utiliza o produto.

ü Degustação: Avaliação sensorial de um produto alimentício na cavidade oral.

ü Degustador: Indivíduo que executa a degustação.

ü Discriminação: Diferenciação qualitativa e/ou quantitativa entre dois ou mais estímulos.

ü Equipe selecionada: É o grupo de julgadores selecionados.

ü Hedônico: Relativo ao gostar e desgostar.

ü Julgador ou provador: Indivíduo que participa do teste sensorial.

ü Julgador selecionado: Indivíduo escolhido por sua acuidade em realizar um teste sensorial.

ü Julgador treinado: Indivíduo selecionado e submetido a treinamento para determinado teste

e produto.

ü Painel: equipe de julgadores que realizam teste sensorial. Embora este termo esteja em

desuso pelos pesquisadores atuais, muitas indústrias utilizam este nome para denominar sua equipe

de sensorial.

ü Perito ou Especialista (expert): Julgador que possui grande experiência com o produto,

sendo capaz de realizar individualmente a avaliação sensorial deste.

ü Preferência: Expressão do estado emocional ou reação afetiva de um indivíduo que o leva à

escolha de um produto sobre outro(s).

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ü Sensação: Reação fisiológica de um indivíduo resultante de uma estimulação sensorial.

ü Sensorial: Relativo ao uso dos órgãos dos sentidos.

ü Triagem: Processo preliminar de seleção.

1.3. Aplicações da Análise Sensorial

De acordo com Dutcosky (1996), a avaliação sensorial fornece suporte técnico para pesquisa,

industrialização, marketing e controle de qualidade. Dentre as muitas aplicações da análise sensorial

na indústria de alimentos e nas instituições de pesquisa, pode-se citar:

a) Controle das etapas de desenvolvimento de um novo produto, como análise descritiva das

amostras experimentais; classificar amostras de acordo com padrões estabelecidos e/ou estabelecer

que um dos vários produtos experimentais tenha aceitabilidade igual ou melhor que o padrão.

b) Avaliação do efeito das alterações nas matérias-primas ou no processamento tecnológico

sobre o produto final.

c) Redução de custos.

d) Controle de efeito da embalagem sobre os produtos acabados.

e) Controle de qualidade.

f) Estabilidade durante o armazenamento – Vida de prateleira.

g) Teste de mercado de novos produtos ou produtos reformulados.

1.4. Funções do Analista Sensorial

ü Determinar o objetivo do projeto

ü Determinar o objetivo do teste

ü Selecionar as amostras

ü Delinear o teste

ü Conduzir o teste

ü Analisar os resultados

ü Relatar os resultados

1.5. Características Sensoriais São atributos sensoriais:

v Aparência: cor, brilho, tamanho e forma.

v Odor: Milhares de componentes voláteis.

v Gosto: Os quatros gostos clássicos inclui: Doce, Azedo, Salgado e Amargo, sendo incluído

atualmente o gosto: umami. Existem algumas referências quanto ao gosto metálico como gosto

básico, mas ainda não há um consenso quanto a isso.

v Textura: Propriedades físicas, dureza, quebradiço, arenoso, etc.

v Som: Relacionado com textura. Efervescente. Ruído ao mastigar.

Para o estudo dessas características é necessário o conhecimento de várias áreas, tais como

a psicologia (comportamento humano – percepção, motivação), fisiologia (funções dos sistemas

sensoriais), química (composição do alimento) e estatística (quantificação matemática dos dados).

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1.6. Qualidade e interação dos sentidos

Atributos da qualidade:

ü Qualitativos: Rendimento, proporção dos ingredientes, pesos líquidos e drenados (fatores

quantitativos).

ü Não aparentes: fatores que podem afetar o poder de venda do produto do ponto de vista da

saúde e os que o consumidor pode avaliar por meio dos seus sentidos (informações nutricionais,

adulterante, etc.).

ü Sensoriais: O controle dos atributos sensoriais de qualidade não visa tanto à proteção do

consumidor, mas é um meio para os fabricantes de alimentos determinarem a preferência do

mercado com a finalidade de obter um produto que satisfaça tais características a uma máxima

economia de produção. Os diferentes atributos que compõem a qualidade sensorial dos alimentos

são integrados no cérebro, na forma de uma impressão global de qualidade, mesmo sendo eles

percebidos individualmente pelos sentidos humanos.

A INTERAÇÃO É A QUALIDADE SENSORIAL

1.7. Avaliação da qualidade sensorial

A avaliação da qualidade sensorial de um alimento pelo indivíduo pode ser considerada

subjetiva, tendo as seguintes limitações:

ü Influência do meio ambiente;

ü Estado de saúde do indivíduo;

ü Falta de pontos de referência;

ü Tendência à comparação em vez de medição;

ü Inclinação pessoal.

1.8. Percepção Sensorial

Percepção é o ato ou efeito de perceber; reconhecimento dos sentidos no reconhecimento de

um objeto; recepção de um estímulo; sensação; intuição. Pode-se dizer que a percepção ocorre

quando o observador toma consciência da sensação. O ser humano guarda as percepções e quando

elas são mudadas ocorre a impressão. O estímulo provoca uma irritabilidade nos receptores.

Os cinco sentidos ou receptores são utilizados na percepção do alimento, determinando a

qualidade específica da percepção, são eles:

ü Visão – Estímulo físico

ü Olfato – Estímulo químico

ü Tato – Estímulo físico

ü Audição – Estímulo físico

ü Gosto – Estímulo químico

ALIMENTO Características químicas,

físicas, e estruturais

HOMEM Condições psicológicas,

fisiológicas, sociológicas e étnicas.

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1.9. Sentidos humanos envolvidos nas avaliações sensoriais

Visão

Os olhos são os orgãos físicos que nos permite o sentido da visão. O receptor é a retina que

contém dois tipos de células: os cones e os bastões. Os cones são para detectar a cor e os bastões

para visualizar a forma e a luz escura. O olho é sempre mais efetivo para detectar diferenças de cor e

forma do que qualquer instrumento.

Através da visão obtemos as primeiras impressões dos produtos quanto à aparência geral,

que engloba as características de cor, tamanho, formato, brilho, impurezas, etc. Luzes coloridas

podem ser usadas para mascarar diferenças de cor e reduzir sua influência na avaliação sensorial.

Os fatores que podem interferir nas avaliações visuais são: fadiga ocular, iluminação não

uniforme, cor do ambiente, julgamento dos avaliadores e a desuniformidade nas avaliações.

A aparência é muito importante, pois influencia na opinião do consumidor com relação a

outros atributos no produto, influenciando na sua decisão de compra e conseqüente consumo ou não.

O consumidor espera que o produto tenha cor que o caracteriza e reluta em consumir quando esta é

diferente em tonalidade ou intensidade do esperado. Além disso, os sinais visuais são importantes no

controle de qualidade da matéria-prima.

Olfato

O nariz é o orgão físico que nos permite o sentido do olfato, que nos capacita a sentir o

cheiro, quando estamos fisiologicamente saudáveis. Cheiros são produzidos por misturas complexas

de moléculas odoríferas. Odor é a propriedade organoléptica perceptível pelo órgão olfativo quando

certas substâncias voláteis são aspiradas sendo este sujeito a variáveis, como a fadiga e a

adaptação. Evita-se o termo “cheiro” em análise sensorial.

O aroma, segundo Meilgaard (1991), são os odores dos alimentos, assim como o termo

fragrância é utilizado para cosméticos e perfumes.

Enquanto mastigamos um alimento, seu aroma característico é liberado na boca, passando

às narinas através da nasofaringe, até o epitélio olfativo. No topo do nariz está o epitélio sensível,

alcançado por pequena fração de ar da respiração. Esta área são dotadas de pêlos, que são

terminações dos neurônios olfativos, pois os bulbos olfativos fazem conexão com o cérebro,

explicando o poder do olfato para evocar memórias e estimular emoções. Desta forma, o nariz

humano é muito sensível as variedades de odores, sendo que essa sensibilidade varia com o

indivíduo e diminui com a idade.

As percepções patológicas para o odor são:

ü Anosmia: deficiência de sensibilidade aos estímulos.

ü Hiperanosmia: percepção aumentada do odor.

ü Hiposmia: percepção reduzida do odor, normalmente devido à doença

ü Heterosmia: troca de odores.

ü Cacosmia: percepção permanente de odores desagradáveis.

Técnicas de aspiração: A técnica adequada para testar odor é a de fazer aspirações rápidas para

contato adequado do odor com os receptores sensoriais, evitando inalações profundas e longas.

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Deve-se aspirar uma determinada amostra o tempo suficiente para tomarem uma decisão a respeito

do aroma que estão sentindo, porém este tempo não deve ser muito longo, tornando-os confusos ou

mesmo dessensibilizados. Outra particularidade é que os candidatos devem sempre manter a boca

fechada durante o processo de aspiração.

A adaptação olfativa é um fator importante a ser considerado, pois um odor pode parecer

mais fraco à medida que subsequentes aspirações vão sendo realizadas. Na avaliação do odor de

um produto pode ocorrer o mascaramento de um odor por outro odor e após certo tempo de

exposição a um determinado odor, o indivíduo deixa de percebê-lo.

A adaptação pode tornar a detecção de um odor mais fraco, depois de ter aspirado um odor

mais forte. Entretanto, este efeito adaptativo é temporário, e os candidatos retornam à sua

sensibilidade inicial no intervalo que existe entre as amostras, em torno de 30 segundos. O cansaço

olfativo é amenizado ao cheirarmos a pele do próprio pulso ou braço. O tempo total de análise de

uma série de 15 a 20 amostras deve ser, no máximo, 15 minutos.

Tato e Audição

Os sentidos do tato e audição simultaneamente permitem a percepção da textura de

alimentos e bebidas. A boca e a mão podem fornecer informações táteis do alimento. A textura é

definida como todas as propriedades reológicas e estruturais (geométricas e de superfície) de um

alimento pelos receptores mecânicos, táteis e aventualmente pelos receptores visuais e auditivos. A

textura é um importante atributo físico dos alimentos, sendo que as percepções táteis podem

influenciar drasticamente o prazer de comer.

Sensação do tato podem ser classificadas em:

ü Sensações somestéticas: terminações nervosas superficiais na pele, epiderme, derme e

tecido subcutâneo. Sensação: tato, pressão, calor, frio, coceira e cócegas. Nos alimentos

granulosidade, arenosidade, cristalinidade e floculação são consideradas sensações somestéticas.

ü Sensações cinestéticas: fibras menores do músculo, tendões e ligamentos. Correspondem

ao movimento mecânico dos músculos resultantes do esforço excessivo feito pelos músculos da mão,

maxilar ou língua e a sensação da força resultante (compressão, ruptura ou corte) sobre a amostra

que está sendo manuseada ou mastigada, etc. Firmeza, adesividade e viscosidade são sensações

cinestéticas. Outro meio do uso da sensação cinestética é o toque ao alimento, como por exemplo, o

exame de maturação de frutas

Os alimentos ao serem consumidos geram sons característicos esperados pelo consumidor,

por sua experiência prévia com determinado tipo de alimento. Os sons provocados pela mordida ou

mastigação completam a percepção da textura e fazem parte da satisfação ao comer. As vibrações

de mastigação e deglutição alcançam o ouvido interno por meio da trompa de Eustáquio ou pelos

ossos do crânio. Num painel sensorial deve-se cuidar com ruídos estranhos que dispersem a

atenção, pois isto pode comprometer a capacidade de avaliação.

Gosto

A língua é o orgão físico que nos permite o sentido do gosto, através das papila gustativas.

Porém, a sensibilidade ao gosto não se limita somente à língua, mas também o palato duro, as

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amídalas, a epiglote e para certas pessoas também da mucosa dos lábios, bochechas e a superfície

inferior da boca (lateralmente).

O gosto é a sensação percebida pelos órgãos gustativos (botões gustativos) quando

estimulados por determinadas substâncias solúveis e envolve a percepção dos 4 gostos básicos:

doce, ácido, amargo e salgado, além do gosto metálico e atualmente o umami (do japonês, quer dizer

agradável, gostoso), explicando a atuação dos realçadores de sabor, tais como glutamato.

Os compostos usados como referências para os gostos básicos são:

- Doce: sacarose;

- Salgado: cloreto de sódio;

- Ácido: ácido cítrico;

- Amargo: cafeína;

- Umami: glutamato de sódio;

- Metálico: sulfato heptahidratado de ferro.

A sensibilidade aos gostos básicos varia entre os indivíduos. Percepções patológicas

geralmente causadas por acidentes, uso de fármacos, fatores genéticos, que são:

ü Ageusia: perda do sentido do gosto.

ü Hipogeusia: decréscimo da sensibilidade do gosto.

ü Parageusia: alteração na sensibilidade do gosto (troca os sabores).

ü Hipergeusia: acuidade excessiva ou aumentada da percepção do gosto.

Sabor O sabor ou “flavor” é a experiência mista, mas unitária de sensações olfativas, gustativas e

táteis percebidas durante a degustação.

GOSTO

SABOR

AROMA SENSAÇÕES BUCAIS

Pungente é o nome dado a sensação de dor causada por exemplo pelo gás carbônico em

bebidas carbonatadas ou ao cheirar ácido acético (2-5%). A sensação de quente ou frio pode também

ser causada por substâncias como o álcool (quente), l-mentol (frio).

Técnicas de sabor: A quantidade de amostra que um candidato coloca na boca deve ser

padronizada e adequada para cada avaliação. Para amostras com baixo desenvolvimento de sabor, é

importante que permaneçam por um certo tempo na boca do provador, antes de serem deglutidas ou

SABOR

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guspidas. Quando isto ocorre, o tempo de permanência destas amostras na boca também deve ser

padronizado (20 a 30 segundos).

A deglutição realça o sabor, porém pode causar fadiga sensorial se muitas amostras são

analisadas. A decisão sobre deglutir ou não a amostra, é de responsbilidade do orientador da equipe,

pois todos os membros devem adotar procedimentos idênticos. Enxaguar a boca também é opção do

provador, porém, uma vez feito, o procedimento deve ser repetido em todas as outras avaliações.

Água mineral é recomendada, mas pode-se usar pão branco, biscoito, água e sal ou torradas. Àgua

quente é interessante se produto testado é gorduroso. O intervalo das amostras depende do tipo de

produto em estudo, mas em geral padroniza-se de 20 a 30 segundos.

1.10. Fatores que afetam a análise sensorial ü Tempo: se gasta muito tempo: planejamento, seleção de provadores, elaboração de

questionários, treinar o provador, conduzir o teste propriamente dito, fazer análises.

ü Dinheiro: muitas amostras, pagamento para os provadores das indústrias.

ü Disponibilidade de amostra: às vezes necessita-se de repetição dos testes. Para análises

físicas e químicas se gasta muito pouca amostra.

ü Condição da amostra: não pode estar deteriorada.

ü Importância da decisão: análises sensoriais importantes têm que ser feitas mesmo que

gaste tempo, dinheiro, etc.

1.11. Alguns tipos de erros básicos em Análise Sensorial ü Erro de Posição: 1º amostra é geralmente melhor aceita;

ü Erro de contraste: amostra de qualidade superior provada após amostra de qualidade

inferior é supervalorizada comparando-se com acaso dela ser provada sozinha;

ü Erro lógico: associação de características (ex: cores mais fortes podem remeter ao julgador

a impressão de que seu sabor também seja o mais forte);

ü Erro de indulgência: provador avalia amostra deixando-se influenciar por seu

relacionamento com o experimentador ou por informações previamente obtidas sobre o produto

testado;

ü Erro de expectativa: influência de informações proveniente da forma de apresentação das

amostras: recipiente, cor, formato, etc.

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1.12. Tipos de Métodos Empregados em Análise Sensorial

A figura a seguir demonstra os métodos mais empregados em Análise Sensorial de

Alimentos:

Fonte - Fluxograma do Processo das Metodologias de Analise Sensória. Fonte: SGS do Brasil. Disponível em: http://www.beefpoint.com.br/bn/hotsites/sgs/.

O método a ser escolhido para análise sensorial do produto em desenvolvimento deve se

basear na resposta das seguintes questões fundamentais:

ü O produto é aceito pelos consumidores? Qual a preferência do consumidor? TESTES

AFETIVOS.

ü Existe diferença perceptível entre o produto em estudo e algum produto convencional similar?

TESTES DISCRIMINATIVOS.

ü Quais os principais pontos de diferença? Que qualidades sensoriais estão presentes? Quais

as suas intensidades? TESTES DESCRITIVOS.

Há bibliografias que os divide em:

v Analíticos: inclui os testes descritivos e os discriminativos;

v Afetivos: testes de aceitação e preferência.

Devido a disciplina de Análise Sensorial do curso de Tecnologia de Alimentos ocorrer em

apenas um semestre, os testes estudados serão os discriminativos e os afetivos.

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2. SELEÇÃO E TREINAMENTO DE PROVADORES

Devemos contar sempre com dois tipos de provadores/julgadores para realizar análise

sensorial: os não treinados e os treinados. Nos testes analíticos o provador é utilizado como um

instrumento, portanto há necessidade de treiná-los. Porém, não se deve utilizar um provador treinado

para a realização de métodos afetivos.

Para cumprir a tarefa de avaliar e medir a qualidade de produtos, os provadores devem

possuir algumas características, e por razões econômicas, a escolha geralmente é feita entre os

próprios funcionários da empresa, excluindo-se aqueles que trabalham diretamente no preparo das

amostras e os que desenvolvem o produto, bem como as pessoas que tenham aversão pelo produto

que está sendo testado.

2.1. Características gerais dos provadores

ü Deve estar entre 18 e 50 anos, desde que as pessoas pertencentes às faixas etárias

excluídas não sejam objeto do estudo. Crianças ainda não têm capacidade de usar uma terminologia

adequada para expressar suas próprias impressões sensoriais e pessoas com mais de 50 anos já

não possuem uma boa acuidade sensorial devido à perda da sensibilidade das células sensoriais da

língua. Mas quando crianças e idosos são os principais alvos do produto em estudo, deve-se fazer

uma exceção, preferindo-as, mesmo que se tenha maior trabalho para treiná-las.

ü Possuir paladar geneticamente normal (capacidade de reconhecer gostos básicos).

ü Possuir boa saúde, sem infecções bucais ou nasais e bom apetite, não deve usar dentaduras,

aparelhos, etc. (dispensar o provador caso ele esteja gripado).

ü Possuir habilidade de concentração.

ü Possuir sensibilidade média.

ü Ter curiosidade intelectual.

ü Possuir capacidade de reproduzir os resultados (reprodutibilidade) e ter boa memória

sensorial.

ü E, principalmente ter boa vontade e demonstrar interesse em participar dos testes.

2.2. Experts

Apenas 1 indivíduo e no máximo 2 ou 3. Devem possuir alta acuidade sensorial e reprodutibilidade,

são altamente treinados com opinião muito respeitada, quando os padrões já estão definidos, por

exemplo: café, vinho, queijos. São geralmente treinados por outro expert em aulas particulares. São

atribuições de um expert:

- Devem conhecer todos os defeitos;

- Devem identificar os defeitos através de uma expressão verbal e apropriada;

- Devem avaliar a intensidade do defeito;

- Devem ser capazes de graduar (classificar) os produtos de uma maneira coerente.

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2.3. Equipes de laboratórios ou equipes de discriminação/descrição

Compostas por 6 a 20 julgadores treinados, com alta acuidade e capacidade de

discriminação. Antes de serem treinados são selecionados com base na acuidade sensorial, usados

para testes de pequena diferença, para medir a intensidade da característica e para análise

descritiva. Não se deve utilizar essas pessoas para testes afetivos que devem ser feitos com

consumidor. Eles são treinados para medir diferenças e não preferências.

2.4. Equipe piloto ou equipe de aceitação de laboratório ou equipe de laboratório não treinada

Composta por 25 a 50 pessoas, preferencialmente devem ter mais de 50 pessoas. Podem ser

pessoas que trabalhem na instituição (cuidando para que as pessoas não sejam treinadas), mas

deve-se ter cuidado com o erro de indulgência. Essa equipe é mais fácil de ser controlada e

organizada do que a de consumidores. Usada para testes de preferência/aceitação, gostar/desgostar.

Ela é utilizada no início dos testes. Não é interessante fazer os testes em duplicata, isso só mede a

capacidade de repetir a resposta.

2.5. Equipe de consumidores

Normalmente bem grande, com 200 a 500 pessoas. Não são treinadas, mede a atitude,

opinião. Preferência/aceitação. Gostar/desgostar. Pode-se fazer o teste em um ponto central

(biblioteca, escolas, etc.), pode ser feito na casa da pessoa, porém é mais difícil de controlar.

Observação importante: Para cada teste, estudaremos o número mais adequado de julgadores/provadores. Estudo um pouco mais aprofundado sobre a equipe dos testes afetivos

será abordado mais adiante, quando estes forem estudados.

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3. CONDIÇÕES DOS TESTES 3.1. Quanto às cabines

ü Devem ser individuais, evitando contato entre os provadores;

ü Devem se situar adjacentes às áreas de preparação do produto e de servir amostras, de

modo que possam ser servidas eficientemente;

ü Devem possuir sinal luminoso para comunicação entre o provador e o experimentador;

ü Podem ter cuspideiras ou computador, mas são equipamentos optativos.

ü As cor da cabine não deve influenciar o produto (branca, cinza claro ou creme claro);

ü A área interna deve possuir no mínimo uma luz colorida, além da luz branca. As cores:

vermelha, azul e verde são as mais utilizadas para mascarar a cor do alimento quando este não deve

interferir no teste aplicado.

3.2. Quanto ao laboratório ü Deve ser localizado em local sem muito barulho, limpo e isento de odores;

ü As paredes devem ser preferencialmente brancas;

ü Assegurar que haja saídas elétricas suficientes;

ü A área de preparo das amostras deve seguir as orientações gerais de área de unidades de

produção de alimentos (pia, geladeira, freezer, fogão e demais equipamentos possíveis de serem

utilizados no preparo das amostras, como microondas, etc.)

ü Deve ter iluminação uniforme, possuindo luz natural e fluorescente.

3.3. Quanto aos provadores

ü Entender a importância do teste e para assegurar a cooperação e motivação;

ü Alertar sobre a importância da concentração e de usar o tempo suficiente para completar os

testes e evitar discussões desnecessárias e distrações durante o treinamento;

ü Fornecer o máximo possível de informações sobre o propósito e resultados dos testes,

porém de modo que essas informações não influenciem suas respostas;

ü A evitar fumo, café, goma de mascar, balas, doces, líquidos para enxágüe da boca pelo

menos meia hora antes da degustação;

ü Cuidar da higiene bucal;

ü Evitar usar batons, perfumes fortes ou cosméticos perfumados. Os julgadores devem lavar as

mãos com sabão sem cheiro antes das avaliações, principalmente quando o teste for de odor;

ü Ser pontual;

ü Comunicar ao responsável pela condução dos testes se estiver com algum problema de

saúde, como resfriado, congestão nasal, alergias, dores de cabeça, e nesses casos devem ser

dispensados;

ü Provar as amostras da esquerda para direita;

ü Entre uma amostra e outra, lavar a boca conforme instrução do teste;

ü Se a degustação abranger odor, aspecto visual e sabor, provar nesta ordem para que a

avaliação de um atributo não influencie o julgamento dos demais;

ü Leitura e correto preenchimento do questionário.

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16

4. PREPARO E APRESENTAÇÃO DAS AMOSTRAS 4.1. Seleção da amostra

Em toda a análise, todas as condições devem ser sempre muito bem padronizadas. Sem

esta precaução os resultados ficam comprometidos. Vários cuidados são necessários para se

assegurar a padronização:

ü O analista sensorial deve determinar a quantidade necessária do produto (aconselha-se

calcular uma quantidade a mais para o caso de algum problema ou de algum teste adicional);

ü Deve ser mantido no laboratório para registro os dados pertinentes a origem do produto:

quando e onde foi produzido, data e código do lote;

ü Todo o produto representativo da amostra deve ser de uma única origem (mesmo lugar, linha

de produção, data, etc.).

4.2. Diluição e veículos ü A maioria dos produtos é servida como normalmente consumidos, entretanto, se, por

exemplo, são apimentados ou condimentados ou condimentados, uma diluição é necessária, por

exemplo, alguns patês;

ü Em testes de diferença recomenda-se servir as amostras puras ou em sua forma de preparo mais simples, evitando-se a utilização de ingredientes ou veículos que possam afetar a percepção das propriedades sensoriais; ü Nas avaliações afetivas, recomenda-se a adoção de um veículo (carregadores), nos casos

pertinentes. Para a escolha de veículos deve-se levar em conta o uso mais comum, freqüente e

popular do produto. Sempre quando for utilizado veículo, é necessário cuidado adicional para evitar

variações e interferências do mesmo sobre os julgamentos. Por exemplo, servir margarina com pão

ou bolacha.

4.3. Quantidade de amostra

ü A quantidade e tamanho dependerão da disponibilidade do material experimental;

ü O tamanho da amostra deve ser mantido constante durante o experimento;

ü Quando se usa uma amostra de referência, sua quantidade é duas vezes a da amostra

experimental;

ü Nunca se deve servir uma porção de consumo normal a menos que uma só amostra esteja

sendo avaliada em testes afetivos;

ü De maneira geral: 25g ou 30 ml. Esta quantidade pode variar conforme o teste aplicado.

4.4. Número de amostras

ü Determinar com a equipe, durante o treinamento, o número de amostras que podem ser

efetivamente testadas, considerando-se saturação e fadiga;

ü Depende do tipo de produto, o número de características a serem avaliadas, o tipo de teste, a

experiência da equipe e a sua motivação;

ü O delineamento experimental e o número de tratamento a serem considerados, afetarão a

análise estatística;

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ü Com o aumento do número de atributos, deve-se diminuir o número de amostras por sessão;

ü Em geral, 6 a 7 atributos e 7 amostras são considerados o máximo absoluto para equipes treinadas. Já as avaliações visuais podem ser feitas com 20 a 30 amostras por sessão sem

o problema de fadiga mental;

ü Blocos completos: o provador recebe todas as amostras;

ü Blocos incompletos: o provador recebe parte das amostras por cada sessão, até receber

todas;

ü Apresentação monádica: provador recebe uma amostra, avalia, amostra é retirada e outra é

oferecida até o fim da sessão. Evita-se comparação direta. Boa opção para teste com consumidor;

ü Apresentação em blocos completos: todas as amostras são servidas juntas. Alto efeito

comparativo. Devem-se sempre provas da esquerda para direita.

4.5. Amostras de referência

ü Incluir sempre que possível (avaliar o tipo de teste aplicado);

ü Auxilia a equipe e diminui a variação nos julgamentos;

ü Amostras de referência podem ser colocadas na escala pela equipe;

ü A referência deve ser a mesma em todas as avaliações, durante o experimento;

ü Uma referência pode ser incluída como uma amostra codificada, a fim de checar a

consistência das avaliações da equipe; a tarefa é coincidir a referência codificada com a amostra-

referência na intensidade dos atributos avaliados.

4.6. Codificação

ü Não deve dar indício da identidade da amostra;

ü Usar um número de 3 dígitos. Isto eliminará tendências pessoais de letras e números;

ü Para cada repetição, uma nova série de códigos é necessária;

ü Caso o provador seja criança, pode-se usar símbolos (☼,♥), porém com cuidado;

ü Nunca usar letras (A, B, C).

4.7. Ordem de apresentação das amostras

ü As amostras devem ser rodiziadas quanto à sua posição de apresentação para balancear o

experimento. Desta forma, durante todo o teste, cada amostra será permutada para ocupar diferentes

posições.

4.8. Temperatura da amostra

ü Esta é a fonte de muitos problemas. Em geral, é melhor servir à temperatura em que é

normalmente consumido. Os extremos devem ser evitados, sendo que a faixa normal de consumo

deve oscilar entre 7º C e 70ºC. As temperaturas consideradas ótimas para a avaliação de alguns

produtos são apresentadas no quadro a seguir:

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Produto Temperatura (ºC) Odor Sabor

Cerveja 4 5 Pão 22 22 Manteiga 22 22 Bebidas carbonatadas 7-10 7-10 Café 71 68 Licores destilados 22 22 Óleos comestíveis 43 43 Alimentos quentes 45 45 Sorvetes 10-12 10-12 Maionese 22 22 Leite 7 7 Sopa 71 68 Chá 71 68 Água 22 22 Vinho tinto 22 22 Vinho branco 12 a 18 12 a 18

ü Após as amostras terem sido distribuídas nos recipientes e logo antes de serem servidas

deve-se verificar se estão na temperatura apropriada para o teste;

ü Entretanto, em teste de diferença ou descritivos, a temperatura pode ser modificada em

função de que a acuidade do gosto ou percepção é considerada mais intensa a temperatura entre 20º

e 40ºC;

ü Não cortar as amostras até que estejam prontas para servir, deve-se ter o cuidado para não

ressecar as amostras ou isto afetará a avaliação sensorial;

ü Evitar colocar as amostras em um forno ou sistema de aquecimento que as resseque e afete

a avaliação sensorial, se colocar.

4.9. Utensílios

ü Devem ser limpos, sem odor e sem sabor; ü Material ideal para servir: devem ser preferivelmente de vidro, porcelana vitrificada; ü Descartáveis são recomendados somente se tiver sido anteriormente testado, embora

atualmente sejam bastante utilizados; ü Devem ser de formato que facilite a limpeza interna e externa; ü Características visuais podem interferir ou às vezes a camuflagem pode ser desejada; ü De fácil codificação; ü Adequado ao tipo de produto; ü Adequado à temperatura do produto a ser servido; ü Não devem proporcionar qualquer sabor ou odor à amostra; ü Devem ser isentos de cor ou brancos, a menos que se queira mascarar diferenças visuais; ü Os recipientes devem ser aerados 24h após a lavagem; ü As amostras devem ser servidas em recipientes limpos, livres de odores estranhos, colocados

em bandejas com guardanapos e talheres se for o caso; ü Cada provador deve receber, no mínimo, uma bandeja com amostras e água, o questionário

e um lápis. É facultativo o uso de copos descartáveis para cuspir amostras.

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4.10. Limpeza entre amostras

ü Fornecer um líquido para enxágüe da boca entre amostras;

ü Água a temperatura ambiente é adequada para a maioria das amostras;

ü Se a degustação for de alimentos gordurosos, usar água morna, chá claro morno diluído,

água com limão ou uma fatia de maçã;

ü Bolacha de água e sal ou pão usado para a remoção de sabores residuais.

4.11. Horário do teste

ü Hora do dia influencia nos resultados, desse modo deve ser mantida constante;

ü Os horários ideais para realização de avaliações sensoriais são aqueles entre refeições,

quando os provadores não estiverem influenciados pela fome ou ausência dela;

ü Ter em mente que:

- Se for muito cedo é difícil a avaliação de alimentos muito condimentados e picantes;

- Se for muito tarde há falta de motivação;

ü Evitar segundas e sextas-feiras, vésperas e pós-feriados prolongados e horários de refeições.

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TERMOS ESTATÍSTICOS BÁSICOS QUE UTILIZAREMOS NA ANÁLISE SENSORIAL

Análise estatística: Matemática aplicada aos dados de observação. Para maior confiabilidade, os

dados de observação devem seguir um delineamento, deve fazer parte de um trabalho planejado com

objetivo de testar nova hipótese e obter novos fatos.

Hipótese nula (H0): hipótese que é colocada a prova em teste de hipótese. Em geral indica uma

igualdade a ser contestada.

Hipótese alternativa (H1): hipótese que será considerada como aceitável, caso a hipótese nula seja

rejeitada.

P-value (p): corresponde ao menor nível de significância que pode ser assumido para rejeitar a

hipótese nula. É denominado por α. Dizemos que há significância estatística quando o p-value é igual

ou menor que o nível de significância adotado. Os níveis de significância mais utilizados são 5% e

1%. De maneira prática é o nível de confiabilidade nos resultados. Na análise sensorial utilizamos p

5% ou p < 0,05. Assim, quando o valor do p for menor que 5%, rejeitamos a hipótese nula (H0) e

aceitamos a hipótese alternativa (H1).

Estatisticamente significativo: dizer que um resultado é estatisticamente significativo significa que

as diferenças encontradas são grandes o suficiente para não serem atribuídas ao acaso. A

importância em termos biológicos não deve ser julgada pelos estatísticos, mas sim pelos profissionais

da área em que a pesquisa está sendo feita.

Etapas da aplicação da estatística na Análise Sensorial: 1º → Definir as hipóteses.

2º → Realizar o teste sensorial adequado ao objetivo determinado.

3º → Aplicar a análise estatística apropriada para o teste sensorial aplicado.

4º → Se o parâmetro calculado for maior que o tabelado (p<0,05), rejeita-se H0 e se aceita H1.

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5. TESTES DE DIFERENÇAS OU DISCRIMINATIVOS

ü Determinam se existe diferença perceptível entre as amostras.

ü Os julgadores atuam como instrumentos para detectar diferença.

ü São considerados métodos analíticos.

ü O ideal é que os julgadores tenham passado por uma seleção e treinamento mínimo, de acordo com a complexidade de cada teste. Testes que estudaremos classificados como Testes de Diferença: 5.1.Triangular 5.2. Duo-Trio 5.3. Comparação pareada 5.4. Ordenação 5.5. Diferença do controle

5.1. TESTE TRIANGULAR

ü Este teste objetiva verificar se existe diferença entre duas amostras que sofreram tratamentos

diferentes, como verificar se mudanças de ingredientes, processamento, embalagem ou estocagem,

acarretou alterações sensoriais no produto. Serve para detectar pequenas diferenças e por este

motivo é utilizado antes de outros testes, porque não avalia o grau, nem caracteriza os atributos

responsáveis pela diferença, ou seja, avalia o produto globalmente. ü É utilizado para verificar se existe diferença perceptível entre dois produtos comparando-se

três amostras, onde 2 são iguais e 1 diferente;

ü Devem-se apresentar as amostras e perguntar qual a amostra diferente;

ü Recomenda-se 20 a 40 julgadores, embora apenas 12 possam ser utilizados em casos mais

simples.

ü Intercalar a apresentação ABA, BAB, AAB, ABB e BAA;

ü Pedir para o julgador circular no questionário a amostra diferente;

ü A análise estatística se baseia no número de acertos.

ü Por se tratar de um teste rápido, objetivo e de pouca fadiga, normalmente se aproveita a

mesma sessão do julgador para aplicar dois ou três grupos de testes independentes.

ü O número de respostas corretas necessárias para estabelecer diferenças significativas é

encontrado na Tabela 4.

ü Probabilidade de acerto ao acaso: 1/3.

EXEMPLO Situação: Uma empresa está testando uma nova embalagem para o molho de tomate e deseja saber

se a nova embalagem provocará alteração perceptível na cor do produto, após 4 meses de

armazenamento.

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Objetivo do teste: Determinar se a interação da nova embalagem com o molho causará alteração

perceptível na cor do produto.

Seleção de amostras: Embalar o molho do mesmo lote em embalagem nova (A) e na embalagem

normal (B). Armazenar por 6 meses.

Planejamento: Aplicar o teste triangular com 30 provadores, utilizando a ficha de avaliação da figura

abaixo:

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Você está recebendo 3 amostras codificadas. Duas amostras são iguais e uma é diferente. Por favor,

avalie a cor das amostras da esquerda para a direita. Circule a amostra com cor DIFERENTE.

587 246 894

Comentários: _____________________________________________________________________

Delineamento: As seis ordens de apresentação das amostras deve ser casualizada entre os

julgadores: ABA, BAB, AAB, BBA, ABB e BAA. A equipe deve ser selecionada e treinada quanto ao

uso do teste previamente. Ver abaixo:

Teste: Triangular Data: Hora: Responsável: Produto: Molho de tomate Amostras A = embalagem nova

B = embalagem normal Provador DELINEAMENTO ERRO ACERTO 1 A

B

A

2 B

A

B

3 A

A

B

4 A

B

B

5 B

B

A

6 B

A

A

Resultados / Conclusão

Número total de respostas: 30

Número de respostas indicando a amostra da embalagem nova como diferente: 13

Número mínimo de respostas coincidentes (tabela 4) para o nível de significância de 5% = 15.

Se 13<15, conclui-se que não há diferença significativa (p>0,05) na cor entre as amostras

acondicionadas na embalagem nova e na usual, após 6 meses de armazenamento.

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Exercícios Teste Triangular

1) O Teste Triangular foi aplicado para avaliar a seguinte diferença entre as amostras armazenadas

em temperatura ambiente (Curitiba-PR), as quais foram produzidas e embaladas no mesmo dia, sob

as mesmas condições de processamento:

Amostra “A” = coco ralado com 45 dias de prateleira com antioxidante BHT

Amostra “B” = coco ralado com 45 dias de prateleira sem antioxidante

a) Escreva o objetivo do teste e os respectivos testes de hipóteses.

b) Participaram da análise 19 julgadores selecionados, obtendo-se 9 respostas corretas. Qual é o

resultado da análise?

c) Estas mesmas amostras foram avaliadas com 60 dias de prateleira e, desta vez, participaram 17

julgadores, obtendo-se 10 respostas corretas. Qual é o resultado da análise? (indicando nível de

significância)

d) Qual a conclusão deste estudo?

2) Para determinar a diferença de sabor entre a composição de variedades de café aplicamos o teste

triangular, utilizando as seguintes amostras:

Amostra “A”: xícara de café com 96% variedade arábica proveniente de São Paulo (lote nº 102) e 4%

robusta.

Amostra “B”: xícara de café com 92% variedade arábica proveniente de São Paulo (lote nº 102) + 8%

robusta.

As condições de torração são idênticas e efetuadas no mesmo dia. O objetivo é o barateamento de

custos, pois a variedade conilon é mais barata, porém com sabor característico bem mais suave.

A análise foi desenvolvida por 22 julgadores selecionados e treinados e o número total de

julgamentos corretos obtidos foi igual a 10. Pede-se:

a) Escreva o objetivo do teste e os respectivos testes de hipóteses.

b) O resultado de análise.

c) A definição do “blend”(composição da mistura) final

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5.2. TESTE DUO TRIO

ü O principal objetivo deste teste é verificar se existe diferença global perceptível entre duas

amostras que receberam tratamentos diferentes;

ü O teste consiste na apresentação de 1 padrão (controle) e 2 amostras, sendo uma das

amostras igual ao padrão e a outra diferente;

ü A principal vantagem deste teste é que a referência é apresentada, evitando confusão;

ü Este teste é mais adequado quando o produto tem características marcantes, como

apimentado, oleoso, ou característica muito pouco intensas; que demandem ter uma amostra padrão;

ü Mínimo de 15 julgadores, sendo o ideal acima de 30;

ü Para análise do teste deve-se conferir as respostas corretas e conferir na tabela 2;

ü Probabilidade de acertar ao acaso é 1/2;

ü As amostras devem ser servidas em todas as posições possíveis:

P=A, A B

P=A, B A

P=B, A B

P=B, B A

EXEMPLO Situação: Um fabricante deseja mudar o fornecedor de cacau por outro mais barato, porém, não quer

que as características sensoriais de seu chocolate alterem.

Objetivo do teste: Determinar se ao utilizar o cacau do fornecedor X causará alguma alteração

perceptível no produto.

Seleção de amostras: Preparar as duas amostras: formulação usual (A) e formulação com o cacau

do fornecedor X (B).

Planejamento: Aplicar o teste Duo Trio com 26 julgadores, utilizando a ficha de avaliação abaixo.

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Produto: Chocolate

Você está recebendo uma amostra padrão (P) e duas amostras codificadas. Por favor, prove primeiro

a amostra padrão e depois as outras duas amostras, da esquerda para a direita. Circule no par a

amostra IGUAL ao padrão.

Amostra padrão: P

587 246

Comentários: _____________________________________________________________________

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Delineamento: A ordem de apresentação das amostras deve ser balanceada entre os julgadores:

AB, BA; intercalando as amostras no padrão.

Resultados / Conclusão:

Número total de respostas: 26

Número de respostas indicando a amostra igual ao padrão corretamente: 23

Número mínimo de repostas coincidentes (tabela 2) para o nível de significância de 5% = 18.

Como 23>18, portanto existe diferença sensorial entre as duas amostras em nível de 5% de

significância, logo, conclui-se que o cacau não deve ser substituído pelo produto do fornecedor X

porque foi percebida uma diferença sensorial significativa (p< 0,05), entre as duas amostras.

Observações importantes: Ø O teste duo-trio é mais simples para o provador, uma vez que é mais fácil

procurar a amostra solicitada do que no teste triangular. Porém, o teste duo-trio é menos eficiente que

o triangular porque a probabilidade de acertar ao acaso é ½ ao invés de 1/3 como no triangular;

Ø Assim como o teste triangular, o teste duo-trio verifica apenas se a as amostras

testadas são diferentes, não avaliando qual é a diferença, ou se a diferença é grande ou pequena. Ou

seja, avaliam diferença GLOBAL.

Exercício Teste Duo-Trio

1) Um tecnólogo de alimentos deseja verificar se, ao mudar o fornecedor do aroma sabor bacon do

seu salgadinho alterará o sabor original do seu produto, pois o produto do atual fornecedor teve um

aumento considerável e este valor não pode ser repassado ao seu produto, pois o mesmo é um

produto para classe C. Aplicou-se o teste Duo-Trio para verificar se há diferença sensorial entre o

produto com o aromatizante do fornecedor atual com o novo fornecedor. Aplicou-se o teste Duo-Trio

em 38 julgadores e 19 respostas foram corretas.

a) Escreva o objetivo do teste e os respectivos teste de hipóteses

b) Apresente o resultado da análise e a sua conduta como tecnólogo, com base nos resultados

obtidos no teste.

c) Por que se optou pelo Duo-Trio ao realizar este teste?

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5.3. COMPARAÇÃO PAREADA

Os testes de comparação pareada são direcionais, ou seja, avalia um determinado atributo

sensorial (doçura, acidez, etc.), por isso a conclusão sobre a diferença será apenas para o atributo

específico que foi solicitado ao julgador. Ex: verificar qual amostra é mais doce, ou mais ácida, ou

mais aromática, etc.

O teste consiste na apresentação de duas amostras e o provador deve dizer qual das duas

tem maior intensidade de uma característica bem definida. A probabilidade de acerto ao acaso é de

½. As amostras devem ser servidas nas duas combinações: AB / BA.

Quanto à equipe de julgadores, seguem-se as recomendações do teste duo-trio, porém deve-

se garantir que os provadores detectam corretamente o atributo sensorial medido: doçura, acidez,

aroma, firmeza, etc.

5.3. Comparação Pareada - Teste de diferença direcional monocaudal - Teste de diferença bicaudal

5.3.1. Teste de diferença direcional – Monocaudal

ü Determinar se duas amostras se difere em um atributo específico;

ü É o mais simples e mais utilizado, aplicado para determinar se há necessidade de aplicar

outros métodos mais sofisticados;

ü Duas amostras são servidas juntas. O julgador deve prová-la da esquerda para a direita e

deve detectar qual amostra é diferente;

ü Provador requer mínimo de treinamento, porém se for para reconhecer um sabor estranho em

produtos já comercializados precisa de julgadores altamente treinados;

ü Deve-se usar em média 20 julgadores;

ü Antes do teste deve-se fazer o reconhecimento do atributo apresentando amostras

referências, até que os julgadores reconheçam a diferença.

ü Para avaliar a significância estatística, olhar a tabela 2;

EXEMPLO Situação: Devido a troca do tipo de laranja para a realização do suco de laranja de uma empresa X,

observou-se que o suco fabricado com o novo tipo de laranja apresentava uma acidez ligeiramente

maior comparada ao suco realizado com o tipo anterior de laranja.

Objetivo do teste: Determinar se o aumento na acidez do novo suco de laranja seria percebida

sensorialmente.

Seleção de amostra: A = suco de laranja feito com a laranja antiga

B = suco de laranja feito com a nova laranja (mais ácida)

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Planejamento: Aplicar o teste com 20 provadores, utilizando a ficha abaixo, perguntando se a

amostra B é mais ácida.

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Produto: Suco de laranja

Você está recebendo 2 amostras codificadas. Por favor, prove as amostras da esquerda para a

direita. Circule em cada par a amostra MAIS ÁCIDA.

287 469

Comentários: _____________________________________________________________________

Hipóteses:

Hipótese nula (H0): Acidez A=Acidez B

Hipótese alternativa (H1): Acidez B>Acidez A

Delineamento: Apresentar as amostras simultâneas e igualmente nas ordens AB e BA,

aleatoriamente para cada provador.

Análise dos resultados:

- Total de respostas: 20

- Número de respostas corretas indicando a amostra B (com acidez mais alta) como a mais ácida: 16.

- Número mínimo de respostas coincidentes (tabela 2) para o nível de significância:

5%=15 (p<0,05)

1%=16 (p<0,01)

0,1%=18 (p<0,001)

Resultado/Conclusão: Como o nosso número de respostas foi 16, existe diferença sensorial entre as

duas amostras em nível de 1% de significância. Ou, há diferença estatisticamente significante na

acidez entre as amostras A e B, onde B é mais ácido que A (p<0,01). Neste caso, podemos afirmar

com 99% de certeza que a diferença entre as amostras é perceptível.

Nota importante: Se apenas 14 pessoas indicassem a amostra B como sendo a mais ácida não

haveria diferença significativa entre elas. Isto não significaria que as amostras fossem iguais, mas

sim, que a diferença não foi percebida sensorialmente com significância estatística.

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5.3.2. Teste de diferença – Bicaudal

ü Teste bicaudal: teste cujo objetivo é testar apenas se as médias (ou proporções) são iguais

ou diferentes e não estabelecer qual delas é maior ou menor.

ü Este teste possui duas hipóteses alternativas.

EXEMPLO: Situação: Uma pesquisa demonstrou que os consumidores preferem sucos naturais. Foram

desenvolvidos dois tipos de pó para suco de maracujá (A e B) com sabor muito próximo do suco

natural de maracujá, e a indústria quer saber qual dos dois tem a característica mais próxima do suco

natural.

Objetivo do projeto: Desenvolver um produto com maior característica de suco de maracujá natural.

Objetivo do teste: Verificar qual sabor é mais parecido com o do suco de maracujá natural.

Planejamento do teste: Como diferentes pessoas podem ter idéias diferentes sobre o sabor do suco

de maracujá fresco, são necessários 80 julgadores. A ficha para realização do teste aparece abaixo:

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Tipo de amostra: suco de maracujá

Prove o suco da esquerda para direita e circule o número relativo à amostra que você considerar

como o sabor mais parecido com o suco de maracujá natural.

459 856

Comentários: _____________________________________________________________________

Hipóteses:

Hipótese nula (H0): Amostra A = Amostra B ( A e B tem sabores parecidos com o suco de maracujá

natural).

Hipótese alternativa (H1): Amostra B ≠ Amostra A onde:

Amostra A mais parecida com suco natural

ou

Amostra B mais parecida com suco natural

Qualquer uma das alternativas é aceitável, pois não se tem indicação prévia de qual amostra tem

sabor mais próximo do natural, sendo caracterizado então, o teste BICAUDAL.

Delineamento: Apresentar as amostras simultâneas e igualmente nas ordens AB e BA.

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Resultado/Conclusão:

Número total de respostas: 80

Contar qual das amostras foram mais indicadas. Número de respostas indicando a amostra A como o

sabor mais fresco de laranja: 56

Olhar na tabela 3 os números equivalentes em nível de significância 5%, 1% e 0,1%, para 80

respostas:

5%=50, 1%=52 e 0,1%=56

Logo, como 56 julgadores consideraram a amostra A como a mais próxima do sabor natural e a

amostra A diferiu significativamente da amostra B em 0,1%, a amostra A foi considerada como o suco

mais próximo do suco natural de maracujá.

Observações importantes: v Sabendo-se qual amostra deveria apresentar maior intensidade do atributo avaliado, utiliza-se o teste monocaudal. Exemplo: verificar se os julgadores conseguem diferenciar a doçura de uma bebida láctea com 1% de açúcar e outra com 2% de açúcar. Como se espera que, se houver diferença, a amostra com 2% será o mais doce, deverá ser feito o teste monocaudal. v Se não se sabe qual amostra deveria apresentar maior intensidade do atributo avaliado, utiliza-se o teste bicaudal. Exemplo: substitui-se certa concentração de aspartame por ciclamato de sódio e deseja-se saber se as gelatinas diferem em doçura. Neste caso, não

se sabe qual é a mais doce, assim, deverá ser feito o teste bicaudal.

Exercícios de Testes de Comparação Pareada

Para cada caso abaixo, determine se o teste seria monocaudal ou bicaudal, escreva a pergunta a ser

feita na ficha ao provador, analise o resultado e conclua o teste.

1) Na modificação do processamento de uma indústria de vinagre, percebeu-se que a acidez titulável

ficou ligeiramente maior no vinagre com o novo processamento comparada ao vinagre com

processamento anterior. Desta forma, procedeu-se ao teste de comparação pareada para verificar se

este aumento da acidez titulável seria percebido sensorialmente, desta forma, 30 julgadores fizeram o

teste e 15 acertaram qual era o vinagre mais ácido.

2) Com objetivo de diminuir o teor do ingrediente Glutamato Monossódico (GMS) de um tempero

tradicional, observou-se que, dentre as poucas opções de realçadores de sabor no mercado o extrato

de levedura seca inativa (LSI) seria uma das opções, mas, ao desenvolver o novo produto, a

concentração do LSI não foi consensual entre a equipe de P&D, ficando em dúvida entre a troca total

do GMS por LSI ou a troca por metade GSM e a outra metade LSI. Procedeu-se então ao teste

sensorial a fim de detectar qual das duas formulações teria o sabor final do tempero tradicional 100%

GSM. Foi realizado o teste de comparação pareada com 25 julgadores onde 15 julgaram a

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formulação GMS/LSI mais próxima da tradicional e 11 julgaram a formulação LSI como mais próxima

da formulação tradicional.

3) Ao trocar o fornecedor de erva mate para obtenção de chá mate, observou-se que o teor de

polifenóis (tanino) era ligeiramente mais alto que a erva anterior. Sabe-se que os taninos são

responsáveis pelo gosto amargo dos chás mate. Como o objetivo não era mudar o sabor final do chá,

e sim, manter o gosto amargo do chá anterior, procedeu-se ao teste de comparação pareada, com o

objetivo de avaliar se o alto teor da nova erva mate influenciaria no gosto amargo do chá. Procedeu-

se ao teste de comparação pareada, com 22 julgadores, sendo este teste repetido 2 vezes, a fim de

se obter maior número de respostas e ter um resultado mais confiável. Do total de respostas, 21

selecionaram o chá procedente da nova erva como mais amargo.

4) Com o objetivo de aumentar o gosto salgado de um produto alimentício sem aumentar o seu teor

de sódio, foram testadas duas novas fórmulas, uma delas substituindo parte do cloreto de sódio por

cloreto de potássio e outra formulação substituindo parte do cloreto de sódio por cloreto de cálcio.

Procedeu-se ao teste de comparação pareada com objetivo de verificar qual dos dois teria ficado

mais salgado, sendo que os dois produtos tiveram, com a nova formulação, teores de sódio

reduzidos. Participaram do teste 32 julgadores e 24 optaram pela formulação com cloreto de potássio.

5) Ao alterar o tipo de corante do refrigerante para obter a coloração amarela, observou-se leve

alteração na cor do produto para mais intensa, comparado ao corante anteriormente utilizado. Desta

forma, procedeu-se ao teste de comparação pareada, a fim de verificar se essa alteração na cor seria

percebida pelos consumidores do refrigerante. Participaram do teste 38 julgadores, sendo que 26

perceberam que o novo corante tinha coloração mais intensa.

6) Numa nova formulação de pé-de-moleque, substituiu-se parte do xarope de glicose por frutose.

Sabe-se que a frutose possui poder adoçante maior que a glicose, desta forma, foi realizado um teste

sensorial para verificar se o aumento de frutose aumentaria a doçura do produto final, comparado

com o produto processado apenas com xarope de glicose.Foi realizado o teste de comparação

pareada com 30 julgadores, repetido 2 vezes e obteve-se 33 respostas afirmando que o produto com

frutose era mais doce comparado com o produto formulado apenas com xarope de glicose.

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5.4. TESTE DE ORDENAÇÃO

ü Este teste permite a comparação de 3 ou mais amostras com relação a um atributo como

acidez, doçura, etc. em um único teste, verificando se estas diferem entre si;

ü Os resultados são ordinais;

ü Consiste na apresentação de 3 ou mais amostras de maneira casualizada e balanceada e os

julgadores são solicitados a ordená-las (na ordem crescente ou decrescente) quanto à intensidade

de um determinado atributo. Recomenda-se que o provador faça uma primeira ordenação das

amostras e teste-as de novo para verificar se a ordem está realmente correta.

ü Os resultados são calculados pela soma das ordens para cada amostra e avaliados

estatisticamente pelo teste de Friedman, usando a tabela de Newell e MacFarlane (tabela 5). Este

teste estatístico indica a diferença crítica entre os totais de ordenação, de acordo com o número de

tratamento testado e o número de julgamentos obtidos. Se duas amostras diferirem por um número

maior ou igual ao número tabelado, pode-se dizer que há diferença significativa entre elas.

ü Julgadores: não usar menos de 8 e se possível usar 16 ou mais para melhorar a

discriminação.

EXEMPLO Situação: Uma determinada linhagem de frango foi separada em 3 grupos, sendo que cada grupo foi

alimentado com um tipo de ração diferente.

Objetivo do teste: comparar a textura de carne branca de frango alimentado com 3 rações diferentes Seleção de amostras: Preparar o frango, no mesmo processo de cocção, para comparação da

textura da carne.

Planejamento: Aplicar o teste ordenação com 8 provadores, utilizando a ficha de avaliação abaixo.

Ordenar as amostras de carne de acordo com a textura, sendo a mais macia ordenada em primeiro

lugar e a mais dura em último.

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Você está recebendo 3 amostras codificadas de carne. Por favor, prove as amostras da esquerda

para a direita. Ordene as amostras em ordem crescente em relação à TEXTURA.

_________ __________ ____________

Textura macia textura dura

Comentários: _____________________________________________________________________

Delineamento: A ordem de apresentação das amostras deve seguir a ordem A, B, C.

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Resultados : A partir da soma dos valores de cada amostra, faremos o quadro abaixo para achar a

diferença entre o total de cada amostra com as demais, constrói-se o quadro abaixo:

Provador Ração 1 Ração 2 Ração 3 P1 2 1 3 P2 1 2 3 P3 2 1 3 P4 1 3 2 P5 2 1 3 P6 2 1 3 P7 1 2 3 P8 2 1 3

Total 13 12 23 Número de tratamento = número de amostras = 3

Número de julgamentos = 8

Pela tabela 5, a diferença crítica entre os totais de ordenação em nível de 5% é 10. Assim,

todas as amostras que diferirem entre si por um valor maior ou igual a 10 são significativamente

diferentes (p<0,05)

Comparação das amostras

R1-R2=13-12=1 não diferem entre si.

R1-R3=13-23=10 diferem entre si (5%)

R2-R3=12-23 = 11 diferem entre si (5%)

Conclusão: A carne branca de frango alimentado com as rações 1 e 2 não houve diferença

significativa na textura mais dura em relação às demais, ao nível de significância 5%. Portanto, as

duas podem ser usadas para se obter uma textura macia.

Exercícios de Teste de Ordenação

1) Um teste de ordenação foi utilizado para ordenar 4 amostras de manteiga, em ordem crescente de

odor rancificado (1= amostra menos rancificada, 4= amostra mais rancificada). A ficha de aplicação

do teste e os resultados estão expostos abaixo. Analise os resultados e verifique se há diferença

significativa entre as amostras, conclua o teste e faça uma tabela com os resultados.

Teste de ordenação

Avalie o odor de cada uma das amostras, da esquerda para a direita, e ordene-as em ordem crescente de odor rancificado. ________________ ________________ ________________ __________________ Menos rancificado Mais Rancificado

Resultados: Provador Marca A Marca B Marca C Marca D P1 3 1 2 4 P2 1 3 2 4 P3 2 1 3 4 P4 4 2 1 3 P5 1 2 3 4

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P6 2 1 3 4 P7 2 1 3 4 P8 4 1 2 3 P9 3 1 2 4 P10 3 1 2 4 P11 4 1 2 3 P12 2 1 3 4 P13 2 1 3 4 P14 3 1 2 4 P15 3 1 2 4 P16 2 1 3 4 P17 3 1 4 2 TOTAL 2) Foi desenvolvido um suco de frutas dietético com 2,5% de adoçante. O Controle de Qualidade

deseja saber qual variação na porcentagem de adoçante da formulação que não afetaria a

intensidade do gosto doce do produto. Foram preparadas amostras do suco de frutas com 1,5% (A);

2,0%(B); 2,5%(C); 3,0%(D) e 3,5%(E) de adoçante e foi aplicado o teste de ordenação com 15

provadores, utilizando a ficha de avaliação abaixo.

Nome:_______________________________ Data:___/___/___

Você está recebendo uma 5 amostras codificadas. Por favor, prove as amostras da esquerda para a direita. Ordene as

amostras em ordem crescente em relação à DOÇURA.

_____________ _____________ _____________ ______________ _______________

Menos doce Mais doce

Os dados obtidos foram tabulados abaixo (1 menos doce e 5 mais doce):

AMOSTRAS PROVADOR A B C D E

1 1 2 3 4 5 2 1 3 2 5 4 3 1 3 2 5 4 4 1 2 4 3 5 5 1 3 4 2 5 6 2 3 1 4 5 7 1 3 2 4 5 8 1 4 3 2 5 .

15 TOTAL 17 42 46 47 73

Analise os resultados e verifique se há diferença significativa entre as amostras, conclua qual a

variação que pode ocorrer no processamento sem alterar a doçura e faça uma tabela com os

resultados

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Considerações sobre Análise de Variância (ANOVA)

A Análise de Variância (ANOVA) constitui-se em um procedimento estatístico utilizado para

testar a significância das diferenças entre as médias de três ou mais grupos. O programa Excel

(Microsoft®) possui uma ferramenta para o cálculo da Anova, devendo seguir o seguinte procedimento

abaixo:

- Montar a planilha de dados das avaliações na planilha do EXCEL (conforme exemplo no teste de

diferença do Controle);

- Instalar (tornar disponível) a ferramenta Análise de dados:

Excel 2005: entrar em ferramentas → suplementos → ferramentas de análise. Isto tornará

disponível a Análise de dados.

Excel 2007:

Clique no Botão Microsoft Office e, em seguida, clique em Opções do Excel. Clique em Suplementos e, na caixa Gerenciar, selecione Suplementos do Excel. Clique em Ir para.

Na caixa Suplementos disponíveis, selecione a caixa Ferramentas de Análise e clique em OK.

Dica se as Ferramentas de Análise não estiverem listadas na caixa Suplementos disponíveis,

clique em Procurar para localizá-la. Se você for avisado de que as Ferramentas de Análise não estão

atualmente instalada no computador, clique em Sim para instalá-la.

FECHE O EXCEL E ABRA NOVAMENTE

Depois de carregar as Ferramentas de Análise, o comando Análise de Dados torna-se disponível no

grupo Análise, na guia Dados. (do lado direito do cabeçalho do Excel).

Realizando a ANOVA: Após colocar a planilha com os resultados, entrar em FERRAMENTAS →

ANÁLISE DE DADOS → ANOVA:FATOR DUPLO SEM REPETIÇÃO → INTERVALO DE

ENTRADA (selecionar a planilha de dados) → RÓTULOS → ALFA (marcar o nível desejado,

geralmente se utiliza 0,05) → Opções de saída (marcar nova planilha ou uma célula abaixo da

tabela) → OK.

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5.5. TESTE DE DIFERENÇA DO CONTROLE OU COMPARAÇÃO MÚLTIPLA

ü O teste de diferença do controle é essencialmente um teste de diferença simples em que se

avalia o tamanho da diferença;

ü Este teste deve ser usado quando se quer determinar se existe diferença entre duas ou mais amostras em relação a um controle/padrão, bem como, quando se pretende estimar o grau

dessa diferença, se é uma diferença grande ou pequena;

ü Neste teste uma das amostras é designada como padrão, referência ou controle e todas as

outras são avaliadas com respeito a quão diferentes são do controle, sendo útil em situações em que

a diferença pode ser detectável, e em que o tamanho da diferença afeta uma tomada de decisão

sobre o objetivo do teste;

ü É um teste interessante para ser usado em Controle/Garantia de qualidade e estudos de vida-

de-prateleira, pois nesses casos o tamanho relativo da diferença em relação a um controle pode

afetar, por exemplo, a decisão de liberação de um lote;

ü O teste consiste na apresentação de uma amostra-controle e uma ou mais amostras

codificadas. Sempre se introduz uma amostra igual ao controle (placebo) entre as amostras

codificadas;

ü O julgador é solicitado a provar as amostras, comparando-as com o controle e avaliar o grau

de diferença, usando escalas de 5, 7 ou 9 pontos, devendo se avisar os julgadores que alguma das

amostras pode ser igual ao controle;

ü A análise dos resultados deve ser feita por análise de variância (ANOVA) e para a

comparação das médias das amostras com a do controle é indicado o teste de média de Dunnett. No

caso de somente uma amostra comparada com o padrão usar o teste de Comparação Pareada.

ü Equipe de 12 julgadores, com 2 a 3 repetições, recomenda-se de 20 a 50 apresentações. A

equipe deve ser treinada. Todos os julgadores devem estar familiarizados com o formato do teste,

com o significado e da escala e com o fato de uma das amostras serem igual ao controle.

EXEMPLO Situação: O coordenador de Qualidade Assegurada de uma indústria alimentícia deseja verificar se

os biscoitos produzidos por duas filiais recém-inauguradas diferem do produzido pela matriz.

Objetivo do teste: Medir a diferença sensorial global percebida entre o produto da matriz e os da

filial.

Seleção de amostras: Coletar as amostras da matriz (amostra-controle) e das filiais.

Planejamento: Aplicar o teste de diferença do controle com as três amostras, usando o delineamento

de blocos completos e 20 provadores experientes em análise sensorial de biscoitos, utilizando a

seguinte ficha de avaliação:

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Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Você está recebendo uma amostra padrão (P) e 3 amostras codificadas. Prove a amostra-padrão e

em seguida, prove cada uma das amostras codificadas e avalie, na escala abaixo, o quanto cada

amostra codificada difere, em termos globais, da amostra-padrão:

1= nenhuma diferença 2 3 4 5 6 7 8 9= extremamente diferente

Amostra grau de diferença

246 ______________

531 ______________

729 ______________

Delineamento: A ordem de apresentação das amostras deve seguir a padrão (P) e depois as 3

amostras codificadas, aleatórias, sendo que entre uma delas deve ser ofertado o padrão novamente.

Resultados / Conclusão: Os dados obtidos são tabulados da seguinte forma:

Julgadores Amostra padrão Amostra filial A Amostra filial B 1 1 1 6 2 2 2 7 3 0 3 5 4 2 3 6 5 1 2 6 6 1 3 5 7 0 1 4 8 0 1 6 9 1 2 7

10 1 3 5 11 1 2 5 12 0 3 6 13 0 1 5 14 2 2 3 15 1 2 2 16 3 1 5 17 1 1 2 18 0 2 3 19 1 3 5 20 0 1 5

total 18 39 98 média 0,9 1,95 4,9

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A análise dos dados é feita por meio da análise de variância, onde n=3 (amostras); p=20

(provadores); N=número total de observações. Dados do resultado do teste após análise pelo

EXCEL.

ANOVA Fonte da variação SQ gl MQ F Valor - P F crítico

Linhas (julgadores) 26,58333333 19 1,3991228 1,330275 0,221755 1,867332 Colunas (amostra) 172,0333333 2 86,016667 81,78399 1,71E-14 3,244818 Erro 39,96666667 38 1,0517544 Total 238,5833333 59

Interpretação dos dados: Julgadores = como o valor do p foi maior que 0,05 (p=0,22) não houve diferença entre os julgadores.

Amostra = como o valor do p foi menor que 0,05 (p = 0,00000000000171 ou 1,71-14), significa que

houve diferença estatisticamente significante entre as amostras padrão, A e B.

Para verificar quais das amostras diferem do controle aplica-se o teste de Dunnett que dá o valor d

mínima diferença significativa (DMS 5%) para que dois tratamentos possam ser considerados

significativamente diferentes.

TESTE DE DUNNETT:

DMS α = d α 2 MQ do erro

n

DMS = o que você quer achar

d = olhar na tabela 6 ( 5%) = 1,97

MQ do erro = 1,05

n = número de julgadores = 20

DMS 5% =1,97 2 x 1,05

20

DMS 5% = 1,97 x 0,32 = 0,63

Logo a diferença mínima significativa em nível de 5% = 0,63

- Padrão x amostra A = 1,95-0,9 = 1,05 – Como 1,05>0,63 significa que houve diferença significativa

em nível de 5%, ou seja, p<0,05

- Padrão x amostra B = 4,9-0,9 = 4,0 – Como 4,0 > 0,63 significa que houve diferença significativa em

nível de 5%, ou seja, p<0,05

Conclusão: Os biscoitos produzidos nas duas filiais diferem significativamente (p<0,05) do biscoito

produzido na matriz, sendo que o produto da Filial A difere em menor grau do que o da Matriz que o

produto da Filial B.

Exercícios de Diferença do Controle ou Comparação Múltipla

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1) Um teste de comparação múltipla foi realizado para se determinar quanto de proteína de soja

poderia ser adicionada ao hambúrguer sem que os provadores percebessem a diferença de sabor.

Os hambúrgueres testados continham: 0, 5, 10, 15 e 20% de proteína de soja. Dezesseis provadores

foram convidados para avaliar essas amostras. A escala utilizada foi de 9 pontos, conforme a ficha

aplicada abaixo:

Teste de Diferença do Controle Você está recebendo uma amostra padrão (P) e 5 amostras codificadas. Prove a amostra padrão e em seguida prove as 5 amostras codificadas. Avalie, em termos globais, o grau da diferença entre a amostra padrão e as amostras codificadas. Utilize a escala abaixo: 1 = nenhuma diferença do padrão 2 3 = ligeiramente diferente do padrão 4 5 = moderadamente diferente do padrão 6 7 = muito diferente do padrão 8 9 = extremamente diferente do padrão Nº amostra Valor

___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________

Após a aplicação do teste e conferência do valor de cada amostra, criou-se a seguinte tabela: Sem soja 5% 10% 15% 20% P1 1 1 2 3 4 P2 2 1 3 3 5 P3 1 2 3 4 5 P4 1 2 2 2 4 P5 2 2 3 3 4 P6 2 3 3 3 3 P7 3 3 3 4 4 P8 1 1 2 3 3 P9 1 3 3 3 2 P10 1 2 2 4 4 P11 1 2 1 5 5 P12 2 2 1 2 3 P13 2 3 2 3 5 P14 1 1 1 3 5 P15 2 2 2 2 5 P16 3 2 3 2 5 Soma Média

a) Analise os resultados segundo a Análise de Variância (ANOVA) b) Faça o teste de Dunnett e avalie quais amostras diferem estatisticamente entre si. c) Conclua o resultado dos testes com base nos resultados estatísticos.

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a)Anova fator duplo sem repetição Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Linhas Colunas Erro Total b)TESTE DE DUNNETT:

DMS α = d α 2 MQ do erro

n

Fórmula no Excel: =d*RAIZ(2*MQ/n)

DMS = o que você quer achar (α =5%)

d = olhar na tabela 6 (5%) = __________

MQ do erro = _________

n = número de julgadores =__________

Logo a diferença mínima significativa em nível de 5%(DMS 5%) = __________

Sem soja 5% 10% 15% 20% Média

Sem soja X 5% = ________________________________________________________________ Sem soja X 10% = _______________________________________________________________ Sem soja X 15% =_______________________________________________________________ Sem soja X 20% =_______________________________________________________________ c) Conclusão

2) Uma comparação múltipla foi feita para se determinar a quantidade do conservante benzoato

de sódio que poderia ser adicionada ao refrigerante de laranja sem que os provadores percebessem

o residual amargo no sabor. Os refrigerantes testados continham: 0%, 0,002%, 0,004% e 0,006% de

benzoato de sódio. Vinte provadores fizeram a avaliação, sendo que os valores variavam de 1 a 9:

1 = nenhuma diferença do padrão

9 = extremamente diferente que o padrão

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Abaixo temos os resultados:

0% 0,002% 0,004% 0,006% P1 3 2 4 6 P2 2 4 5 7 P3 3 4 6 8 P4 6 5 3 4 P5 2 3 5 9 P6 1 4 5 8 P7 3 2 4 7 P8 5 5 6 8 P8 3 2 4 6 P10 2 4 5 7 P11 3 4 6 8 P12 6 5 3 4 P13 2 3 5 9 P14 1 4 5 8 P15 3 2 4 7 P16 5 5 6 8 P17 2 3 5 9 P18 1 4 5 8 P19 3 2 4 7 P20 5 5 6 8 Total Média Faça a análise dos resultados deste teste e conclua-o (seguindo os passos do exercício anterior) a) Anova fator duplo sem repetição

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Linhas Colunas Erro Total

b)TESTE DE DUNNETT:

DMS α = d α 2 MQ do erro

n

Fórmula no Excel: =d*RAIZ(2*MQ/n)

DMS = o que você quer achar (α =5%)

d = olhar na tabela 6 (5%) = __________

MQ do erro = _________

n = número de julgadores =__________

Logo a diferença mínima significativa em nível de 5%(DMS 5%) = __________

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0% 0,002% 0,004% 0,006% Média

0 X 0,002% = ________________________________________________________________ 0 X 0,004% = ________________________________________________________________ 0 X 0,006% = ________________________________________________________________ c) Conclusão

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6. TESTES AFETIVOS

Testes afetivos são ferramentas importantes, pois acessam diretamente a opinião

(preferência e/ou aceitabilidade) do consumidor já estabelecido ou potencial de um produto, sobre

características específicas do produto ou idéias sobre o mesmo; devido a isso também são chamados

de teste de consumidor. Algumas bibliografias os referenciam como métodos subjetivos.

Os testes afetivos podem ser classificados em duas categorias:

v Testes de preferência: Quando o objetivo é avaliar a preferência do consumidor quando ele

compara dois ou mais produtos entre si.

Preferência pode ser definida como:

- Escolha de uma amostra em relação à outra;

- Contínuo psicológico do afetivo (percepção do agradável até o desagradável) através dos quais

baseiam a escolha.

v Testes de aceitabilidade: Quando o objetivo do teste é avaliar o grau com que

consumidores gostam ou desgostam de um produto;

Aceitabilidade pode ser definida como:

- Expressão do grau de gostar;

- Uma experiência caracterizada por uma atitude positiva;

- Pela utilização atual do produto (hábito de comprar ou consumir um alimento).

É importante salientar que a Análise Sensorial enfoca as características sensoriais do produto

e determina qual o produto preferido e/ou melhor, aceito por um determinado público alvo em função

de suas características; enquanto que a Pesquisa de Mercado enfoca populações, identifica os

consumidores para os quais os produtos serão direcionados e desenvolve estratégias para alcançar

esses consumidores. Portanto, elas são áreas separadas, mas que desenvolvem atividades que se

relacionam e se complementam.

6.1. APLICAÇÕES DOS TESTES AFETIVOS

Testes afetivos são usados principalmente por fabricantes de produtos de venda direta ao

consumidor, mas podem também ser uma importante estratégia para fabricantes de ingredientes

como aromas, corantes, aditivos, misturas de pré-preparo de alimentos e organizações prestadoras

de serviço, etc. As principais aplicações dos testes afetivos podem-se citar:

- Manutenção da qualidade do produto;

- Otimização de produtos e/ou processos;

- Desenvolvimento de novos produtos.

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6.2. EQUIPE DE PARTICIPANTES NOS TESTES AFETIVOS

O grupo de pessoas para participar dos testes afetivos deve ser selecionado como

amostragem representativa de uma população, no caso o mercado consumidor, sobre a qual o

analista estuda. Esse grupo deve ser composto por consumidores ou consumidores em potencial do

produto a ser testado, uma vez que os bens de consumo e serviços são direcionados para atingir

populações alvo, mercados selecionados ou segmentados da população cuidadosamente

selecionados.

Na amostragem da população de consumidores não é recomendado o uso de funcionários da

empresa interessada no teste, porque estes podem facilmente reconhecer produtos da empresa e,

portanto, ter atitude positiva com relação ao produto porque ajudaram a fabricá-lo, como terem atitude

negativa porque se encontram em atrito com a mesma.

Em testes afetivos essa seleção não está relacionada a habilidades sensoriais, como

discriminar amostras ou descrever atributos do produto, e sim, em encontrar pessoas que se incluam

na população alvo a qual o produto é destinado.

A seleção do grupo alvo deve levar em consideração as faixas etárias dos consumidores e a

proporção de sua representatividade dentro da população, principalmente no caso de produtos de

consumo dependentes da idade. A faixa de idade de 4 a 12 anos é a escolhida para testes com

brinquedos, doces, cereais achocolatados, biscoitos, etc., a de 12 a 19 anos para roupas, revistas,

divertimentos, salgadinhos, biscoitos, refrigerantes, etc. a de 20 a 35 anos é nos países

desenvolvidos que recebe mais atenção porque geralmente não tem grandes gastos familiares e

conseqüentemente possui alto potencial de consumo. É nessa idade em que se formam os hábitos de

consumo. Acima de 35 anos os gastos familiares aumentam geralmente com a aquisição de imóveis

e após os 55 anos há preocupação com aspectos relacionados com a saúde e as pessoas tendem a

ser mais econômicas.

Outros fatores que também devem ser levados em consideração é o sexo, estado civil,

localização geográfica, nacionalidade, raça, religião, educação, etc.

6.3. LOCAIS DE APLICAÇÃO DOS TESTES AFETIVOS

Os testes afetivos podem ser aplicados em ambiente de laboratório, onde as condições são

mais passíveis de controle, em locais centralizados (central location) e em domicílios.

Teste em laboratórios:

ü São realizados no ambiente do laboratório de análise sensorial, em cabines individuais;

ü O número de consumidores varia de 25 a 50 indivíduos;

ü O número de amostras testadas varia de 2 a 5 em cada sessão de teste

ü É utilizado para seleção preliminar de amostras para futuros testes, gerar informações para a

área de desenvolvimento de produtos e processos;

ü Tem como principais vantagens o controle no preparo e apresentação das amostras, rápido

retorno dos resultados e baixo custo;

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44

ü Tem como principal desvantagem que o teste é realizado em condições e quantidades não

similares àquelas em que o indivíduo consome o produto, o que pode influenciar na detecção e

identificação dos atributos positivos e negativos.

Testes de localização central (“Central location”):

ü São usualmente conduzidos em áreas em que há um grande potencial de consumidores,

como escolas, shopping centers, clubes ou locais similiares. As pessoas podem ser pré-selecionadas

interceptadas no local, inquiridas se desejam participar do teste e selecionadas de acordo com os

pré-requisitos estabelecidos no teste;

ü Geralmente se coleta de 50 a 300 respostas (pessoas) em cada local onde o teste é realizado

e os produtos são preparados fora da visão dos provadores, servidos em pratos, copos, xícaras ou

em outra vasilha adequada codificados com números de 3 dígitos. Como o potencial de distração

pode ser alto, as instruções e as questões devem ser claras e concisas;

ü O número de amostras testadas pode variar de 2 a 4;

ü Temos como principais vantagens que os organizadores que podem esclarecer quaisquer

dúvidas prontamente e as condições são favoráveis à obtenção de alta porcentagem de retorno de

respostas de uma grande parcela da população testada.

ü Dentre as desvantagens podemos citar a menor possibilidade de controle das condições do

teste, menor individualidade nos julgamentos, barulhos, etc.; se comparado com o teste realizado em

laboratório; produto é testado em condições não similares àquelas que normalmente consumiriam o

produto e o custo é elevado.

Testes domiciliares (“in home”)

ü Na maioria das vezes os testes domiciliares representam a finalização do teste de

consumidor. É realizado na casa do consumidor sob condições normais de uso do produto.

ü Os participantes são selecionados para representar a população alvo podendo também ser

obtida a opinião da família inteira. Deve-se levar em conta a influência dos membros da família entre

si. Em complementação podem-se obter informações sobre a embalagem e as instruções de uso do

produto;

ü O número de famílias pode variar de 50 a 100 famílias, e tamanho típico da amostra é de 75 a

300 famílias por cidade, em 3 a 4 cidades diferentes;

ü Geralmente são testados um ou dois produtos, para serem avaliados e comparados. Número

maior de amostras envolve risco de menor retorno de resposta devido a férias familiares,

desistências, perda de formulários, desinteresse, etc.;

ü Dentre as vantagens tem-se que o produto é preparado e consumido de forma global e sob

reais condições de uso; o julgamento é obtido sob condições estabelecidas de uso freqüente, ao

invés de se basear numa primeira impressão de contato com o produto, podem fornecer informações

sobre compras repetitivas, além de se obter maior número de informações (embalagem, instruções de

preparo, preço, etc.) porque as pessoas têm mais tempo disponíveis para preencher o questionário;

ü Na análise das desvantagens temos o tempo longo para se ter resultados (1 a 4 semanas),

alto custo, questionários mal e/ou não respondidos e pouco ou nenhum controle é possível sobre as

condições de preparação e teste dos produtos.

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45

Na indústria de alimentos: Teste piloto de consumidor v Preferência: recomenda-se no mínimo de 50 julgadores

v Probabilidade de aceitação de um produto: recomenda-se um mínimo de 100 provadores.

Teste de consumidor

v Avaliação em massa – exige grande número de pessoas, população pré-definida,

aproximadamente 1000 indivíduos.

v Pouco viável economicamente – exige grande número de amostras.

6.4. TESTES DE ACEITAÇÃO

Os testes afetivos são utilizados quando se necessita conhecer o “status afetivo” dos

consumidores com relação ao(s) produto(s), desta forma se utiliza das escalas hedônicas. As escalas

hedônicas são aquelas que expressam o gostar ou desgostar. As melhores escalas são as

balanceadas, uma vez que apresentam igual número de categorias positivas e negativas, ao contrário

das não balanceadas.

As escalas não balanceadas não são tão amplamente utilizadas por apresentarem mais

termos no lado positivo da escala do que no negativo, que por sua vez apresenta os termos mais

espaçados, e alguns pesquisadores consideram que podem não ser muito claras para o provador e

fornecer resultados distorcidos. Os testes de aceitabilidade são muito parecidos com os testes de

diferença de atributo, com a exceção de que se avalia a aceitabilidade ou o gostar/desgostar.

Exemplos destas escalas são apresentados abaixo:

a) Escalas hedônicas faciais

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b) Escalas hedônicas verbais com 9, 7 e 5 categorias

9- Gostei muitíssimo (adorei)

8 - Gostei muito

7 - Gostei moderadamente

6 - Gostei ligeiramente

5 - Não gostei/nem desgostei

4 - Desgostei ligeiramente

3 - Desgostei moderadamente

2 - Desgostei muito

1 - Desgostei muitíssimo (detestei)

7 - Gostei muitíssimo

6 - Gostei muito

5 - Gostei

4 - Não gostei / nem desgostei

3 - Desgostei

2 - Desgostei muito

1 - Desgostei muitíssimo

5 - Gostei muito

4 - Gostei

3 - Não gostei / nem desgostei

2 - Desgostei

1 - Desgostei muito

c) Escala hedônica de categoria

□ □ □ □ □ □ □ □ □ Desgostei Não gostei Gostei Extremamente nem desgostei extremamente Aplicação dos testes de aceitabilidade

ü O provador recebe as amostras codificadas e é solicitado a avaliar os seus sentimentos com

relação a cada amostra utilizando um das escalas citadas acima, conforme o objetivo e população-

alvo do teste;

ü Pode-se avaliar somente a aceitação global, ou seja, o produto como um todo, ou também,

avaliar a aceitação de atributos do produto, como cor, aroma, gosto, etc., que pode ser observada

nas fichas a seguir:

Nome:_________________________________________________________________ Data:____/____/____

Prove o macarrão e dê uma nota para cada solicitação abaixo, seguindo a seguinte escala:

9 - Gostei muitíssimo 8 - Gostei muito 7 - Gostei moderadamente 6 - Gostei ligeiramente 5 - Não gostei/nem desgostei 4 - Desgostei ligeiramente 3 - Desgostei moderadamente 2 - Desgostei muito 1 - Desgostei muitíssimo

O que você achou do produto de maneira geral:____________

O que você achou do sabor:___________

O que você achou da cor do molho:______________

O que você achou da quantidade de queijo:____________

O que você achou da quantidade de condimento:___________

O que você achou da espessura da massa:_____________

Comentários: _____________________________________________________________________

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Nome:_______________________________________________________________ Data:____/____/____

Por favor, prove as amostras de bolacha waffer, da esquerda para direita, e dê uma nota para cada solicitação

abaixo, seguindo a seguinte escala:

9 - Gostei muitíssimo 8 - Gostei muito 7 - Gostei moderadamente 6 - Gostei ligeiramente 5 - Não gostei/nem desgostei 4 - Desgostei ligeiramente 3 - Desgostei moderadamente 2 - Desgostei muito 1 - Desgostei muitíssimo Amostra 589 Amostra 125 Amostra 374 Cor __________ __________ __________ Textura __________ __________ __________ Sabor __________ __________ __________ Nota Global para o produto __________ __________ __________ Comentários: ___________________________________________________________________

ü Na maioria dos casos é desejável que se apresente uma amostra de cada vez,

seqüencialmente, ou seja, uma após a outra. Todos os provadores devem provar todas as amostras,

utilizando-se ordens alternadas na apresentação;

ü Pode-se dar os atributos a ser avaliado (como as fichas exemplificadas), como também,

pode-se solicitar que o provador descreva as características que ele considerou positiva e negativa.

Após estas respostas, quantifica-se em percentual os atributos levantados;

ü Os resultados devem ser avaliados por análise de variância para verificar se existe diferença

significativa entre as amostras, e havendo três ou mais amostras e o resultado for p< 0,05, segue-se

com o teste de Tukey (teste de médias) para verificar quais amostras diferem entre si.

EXEMPLO Problema / Situação: Uma indústria de produtos cárneos deseja fazer uma avaliação prévia da

aceitabilidade de presunto defumado, com três níveis diferentes de defumação, para selecionar os

mais aceitos que posteriormente deverão ser testados nas casas dos consumidores.

Objetivo do teste: Determinar qual ou quais das amostras podem ser apresentados aos

consumidores em teste de aceitabilidade a ser realizado nos seus domicílios, desta forma, tem como

principal objetivo medir a aceitabilidade de cada amostra de presunto.

Delineamento do teste: Uma equipe de 30 consumidores avaliou três amostras de presunto

preparados com diferentes tempos de defumação, através de escala hedônica de 9 pontos. As

amostras foram servidas seqüencialmente aos provadores sob delineamento de blocos completos

balanceados com relação a ordem de apresentação das amostras (ABC, ACB, BAC, BCA, CAB,

CBA). Segue a ficha utilizada para avaliação dos provadores:

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Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Avalie cada uma das amostras codificadas e use a escala abaixo para indicar o quanto você gostou ou desgostou o de cada

amostra.

9 - Gostei muitíssimo 8 - Gostei muito 7 - Gostei moderadamente 6 - Gostei ligeiramente 5 - Não gostei/nem desgostei 4 - Desgostei ligeiramente 3 - Desgostei moderadamente 2 - Desgostei muito 1 - Desgostei muitíssimo

Amostra Valor

_________ ______________

_________ ______________

_________ ______________

Comentários: _____________________________________________________________________

Análise dos resultados

Julgadores Amostra A Amostra B Amostra C 1 6 8 6 2 5 8 7 3 6 7 6 4 6 8 6 5 6 8 6 6 5 9 6 7 5 9 6 8 5 9 6 9 4 9 6 10 5 6 7 11 5 6 7 12 3 9 8 13 5 9 7 14 5 8 7 15 7 7 6 16 7 8 6 17 4 7 6 18 5 7 6 19 5 8 6 20 4 9 6 21 5 9 6 22 4 9 6 23 6 7 5 24 6 8 5 25 6 8 5 26 6 7 5 27 5 9 7 28 4 9 5 29 6 9 5 30 5 9 7

Total 156 243 183 média 5,2 8,1 6,1

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Colocar a planilha de resultados no Excel, para realizar a Análise de Variância – ANOVA.

ANOVA Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Linhas 11,06667 29 0,381609 0,387398 0,996638 1,662901 Colunas 132,2 2 66,1 67,10268 8,13E-16 3,155932 Erro 57,13333 58 0,985057 Total 200,4 89

Interpretação dos dados: Lembrete – linhas: julgadores / colunas: amostras

Julgadores = como o valor de p foi maior que 0,05, significa que não houve diferença estatisticamente

significante entre os julgadores.

Amostras = como o valor de p foi menor que 0,05, significa que houve diferença estatisticamente

significante entre as amostras padrão, A, B e C comprovado pelo valor do p<0,001 (p =

0,0000000000000813 ou 8,13 -16)

Para determinarmos quais amostras diferem entre si, é necessário realizar o teste de Tukey. O teste

de Tukey serve para testar várias médias entre si, ou seja, fazer múltiplas comparações. A Anova nos

diz se existe ou não diferença significativa entre os tratamentos e o teste de Tukey mostra quais

médias diferem entre si. Desta forma, ele é usado quando se deseja comparar as médias obtidas de

um experimento com mais de 2 amostras.

Calcular a DMS com α de 5%

DMS α5% = q α5% MQ do erro n Onde q = encontra-se na tabela 7, logo o q para número de 3 amostras e 58 (gl do erro) = 3,40

MQ = 0,985057 = 0,99

n (número de julgadores) = 30

Logo = 3,40 0,99/30 3,40 x 0,18 = 0,612 Assim, a DMS α5% = 0,61

Comparação entre as médias

Amostra A Amostra B Amostra C média 5,2 8,1 6,1

Amostra A x B = 8,1-5,2 = 2,9 = 2,9>0,61, logo diferem entre si a p<0,05.

Amostra A x C = 6,1-5,2 = 0,9 = 0,9>0,.61, logo diferem entre si a p<0,05.

Amostra B x C = 8,1-6,1 = 2 = 2>0,61, logo diferem entre si a p<0,05.

Conclusão: todas as amostras diferem significantemente entre si em nível de 5%, sendo a Amostra B

com a maior diferença significativa, logo a amostra mais bem aceita pelos provadores.

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50

6.5. TESTES DE PREFERÊNCIA

Esses testes são usados especificamente quando se deseja colocar um produto em

competição direta em relação a outro, como em situações de melhoria de produto ou de competição

em igualdade. O teste de preferência força a escolha de um item sobre o outro(s), não indicando se o

indivíduo gostou ou não dos produtos, portanto o pesquisador deve ter conhecimento prévio sobre a

avaliação efetiva dos produtos.

Os testes de preferência mais utilizados são:

- Preferência pareada;

- Ordenação de preferência.

6.5.1. Preferência pareada

ü Teste com 2 amostras – testa a escolha de uma amostra sobre a outra (A,B).

ü O procedimento segue o mesmo princípio que o teste de Comparação Pareada: Teste de diferença bicaudal;

ü Anote o número total de testes aplicados e some o número de provadores que preferiram

cada amostra;

ü Identifique a amostra indicada pela maioria dos provadores como sendo a mais preferida

(com maior total de respostas);

ü Consulte a tabela 3 da apostila e verifique o número mínimo de respostas para o número total

de testes aplicados, a 5% de significância ou menos;

ü Se a soma da amostra indicada como preferida for maior ou igual ao número mínimo

tabelado, conclua que há preferência significativa de uma amostra em relação à outra em nível de

significância testado.

EXEMPLO Situação: O serviço de merenda escolar do estado deseja saber qual das duas variedades de laranja

que tem disponível para a produção de suco de laranja pasteurizado deve ser encaminhada para a

merenda escolar. Objetivo do teste: Determinar se os alunos (consumidores) preferem o suco de laranja da variedade

A ou suco da B.

Delineamento do teste: Setenta e dois alunos dos que recebiam a merenda escolar foram

convidados a participar do teste que foi realizado numa escola. Todos receberam as duas amostras

codificadas com números de 3 dígitos e servidas simultaneamente, metade na ordem AB e metade

na ordem BA. Os alunos foram forçados a escolherem uma das amostras como a mais preferida e a

utilizarem a ficha de avaliação abaixo:

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Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Por favor, prove da esquerda para a direita as duas amostras de suco de laranja e faça um círculo na amostra

de sua preferência.

327 952

Comentários: _____________________________________________________________________

Condução do teste: O número total de respostas foi 72, sendo que a amostra preferida foi a A, com

49 respostas. Ao olhar os níveis de significância para 72 respostas, encontramos:

5% (p<0,05) = mínimo 45 respostas como preferidas

1% (p<0,01) = mínimo 48 respostas como preferidas

0,1% (p<0,001) = mínimo de 51 respostas como preferida

Resultados/Conclusão: De acordo com o resultado acima, como tivemos 49 respostas positivas

para o suco A, o suco de laranja A foi significantemente preferido em relação ao suco B em nível de

1% de significância (p<0,01).

v É possível separar atributos específicos e realizar o teste de preferência pareada para cada atributo, para sabermos quais características levam o consumidor a preferir determinado

alimento.

Ex.: Modelo de ficha de avaliação para diagnóstico de atributos com questões sobre preferência

Nome:__________________________________________________________________ Data:____/____/____

Amostras Marque qual amostra você prefere quanto a 392 415 1. Preferência geral _______ _______

2. Sabor _______ _______

3. Gosto ácido _______ _______

4. Odor _______ _______

5. Cor _______ _______

6. Textura _______ _______

Comentários: ____________________________________________________________________________

6.5.2. Teste de Ordenação da Preferência

ü Teste com 3 ou mais amostras;

ü O procedimento segue o mesmo princípio que o Teste de Ordenação.

ü O consumidor recebe 3 ou mais amostras codificadas com números de três dígitos, sendo

solicitado avaliá-las e ordená-las em ordem crescente ou decrescente de preferência.

ü As amostras devem ser apresentadas simultaneamente, em ordem balanceada e

aleatorizada;

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52

ü Dê a ordem de 1 para a amostra menos preferida e a 4 para a mais preferida ou o inverso.

Usando o método de Friedman (tabela 6) e com a soma das ordens recebidas por cada amostra,

compare as somas das ordens para determinar se as amostras diferiram significantemente entre si,

sendo que as amostras com as menores somas são as mais preferidas.

EXEMPLO Problema / Situação: O gerente de desenvolvimento de uma indústria elaborou 3 formulações de

sorvete de morango (A; B; C) usando essências de custos diferentes e que em testes de preliminares

mostraram ser aceitáveis.

Objetivos do teste: Determinar a ordem de preferência das 3 formulações.

Delineamento do teste: Um grupo de 50 consumidores de sorvete de morango receberam, num

local central, as 3 amostras de sorvete em copos plásticos codificados com números de três dígitos.

As amostras foram seguidas servidas sequencialmente e os consumidores foram solicitados a

ordenarem as amostras quanto as suas preferências, de acordo com a ficha de avaliação abaixo:

Nome:____________________________________________________________Data:___/___/___

Avalie da esquerda para a direita cada uma das amostras de sorvete de morango e coloque-as em

ordem crescente de preferência.

_________ _________ __________

+ preferida - preferida

Comentários: _____________________________________________________________________

Resultados: Organizar em uma tabela os resultados do teste, dando nota 1 para a mais preferida e

nota 3 para a menos preferida, conforme a tabela a seguir:

consumidor A B C 1 1 3 2 2 1 2 3 3 2 1 3 4 2 3 1 5 2 1 3 6 1 2 3 . . . . . . . .

49 3 2 1 50 1 3 2

TOTAL 66 123 111 1 = mais preferida e 3 = menos preferida

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53

Número total de Julgamentos: 50

Número de amostras testadas: 3

Diferença mínima entre totais de ordenação para estabelecer diferença de preferência significativa

entre amostras a 5% de significância: 24 (tabela 5)

A partir da soma dos valores de cada amostra (última linha do quadro anterior), obtém-se a diferença

entre as somatórias totais e compara-se o valor ao valor encontrado na tabela 5.

Como usou-se 1 para a mais preferida e 3 para a menos preferida, sabe-se que a amostra A, com

menor soma, foi a mais preferida. No entanto, deve-se verificar se estatisticamente ela foi mais

preferida.

A x B = 123-66 = 57. Como 57 é >24, houve preferência significativa, onde a A foi mais preferida em

relação à B.

A x C = 111-66 = 45. Como 45 é > 24, houve preferência significativa,onde a A foi mais preferida em

relação à C.

B x C = 123-111 = 12. Como 12 á <24, não houve preferência entre as duas amostras B e C

Conclusão: A amostra preferida em relação às 3 amostras servidas foi a A.

Exercícios de Testes de Aceitação 1) Qual a diferença entre testes de aceitabilidade e preferência?

2) Cite e explique brevemente as formas de aplicação dos testes afetivos, levando em

consideração as vantagens e desvantagens.

3) Após a aprovação da substituição de parte do glutamato monossódico por extrato seco de

levedura do tempero de macarrão instantâneo, prosseguiu-se com um teste de consumidor, para

conferir se os consumidores realmente prefeririam o novo tempero. Foi realizado um teste em

laboratório, com 52 prováveis consumidores do produto. 30 preferiram a amostra com extrato seco de

levedura enquanto 22 preferiram a anterior, somente com glutamato monossódico. Qual a conclusão

deste teste?

4) Foi desenvolvido um suco de frutas dietético com 5 tipos diferentes de adoçante. O Controle

de Qualidade deseja saber qual deles seria mais preferido. Foram preparadas amostras do suco de

frutas com aspartame (A); ciclamato e sacarina (B); estévia (C); sucralose (D) e acessulfame K (E) foi

aplicado o teste de ordenação de preferência com 65 provadores, utilizando a ficha de avaliação

abaixo.

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54

Nome:_______________________________ Data:___/___/___

Você está recebendo 5 amostras codificadas. Por favor, prove as amostras da esquerda para a direita. Ordene as amostras em

ordem decrescente de preferência.

___________ ___________ ___________ _____________ ____________

Mais preferida Menos preferida

Foi dado a nota 1 para mais preferida e 5 para menos preferida

Os dados obtidos foram tabulados abaixo:

AMOSTRAS PROVADOR A B C D E

1 2 3 4 1 5 2 1 4 3 2 5 3 2 5 3 1 4 4 1 5 4 2 3 5 1 4 5 2 3 6 2 3 5 1 4 7 3 3 4 1 5 8 1 4 5 2 3 .

65 TOTAL 71 265 232 96 311

Analise os resultados e verifique se há diferença significativa entre as amostras, concluindo quais

amostras são mais preferidas.

5) Supondo que os adoçantes aspartame (A), sucralose (B) e estévia (C) tenham sido os

preferidos no teste acima, seguiu-se com um teste de aceitabilidade, para verificar qual deles seriam

mais bem aceitos. Foi usada uma escala de 9 pontos (9 – gostei muitíssimo e 1 – desgostei

muitíssimo), os 65 provadores do teste anterior, com base nos resultados a seguir, CONCLUA O

TESTE.

PROVADOR A B C

1 8 8 7 2 7 8 6 3 9 7 6 4 9 9 8 5 8 9 8 6 8 7 6 7 9 8 7 8 7 9 7 .

65 TOTAL 528 559 488 Média

Resultados da Anova

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Linhas 19,84615 64 0,310096 0,696168 0,946027 1,413285 Colunas 38,98462 2 19,49231 43,76039 3,3E-15 3,066951 Erro 57,01538 128 0,445433 Total 115,8462 194

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55

Avaliar os resultados da Anova:_______________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Seguir com o teste de Tukey:

Calcular a DMS com α de 5%

DMS α5% = q α5% MQ do erro n Onde q = encontra-se na tabela 7:_______________________ MQ = ___________________

n (número de julgadores) = 65

Comparação entre as médias

Amostra A Amostra B Amostra C média

Amostra A x B = ___________________________________________________

Amostra A x C = __________________________________________________

Amostra B x C = __________________________________________________

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56

6.6. MÉTODOS ADICIONAIS

Índice de Aceitabilidade (I.A.)

Pesquisas sobre as preferências do consumidor e a aceitabilidade de produtos alimentícios

por meio da análise sensorial são bastante divulgadas na literatura científica e praticadas na indústria

de alimentos.

O índice de aceitabilidade (IA) é feito tendo como base as notas médias obtidas no teste de

aceitabilidade. Para o cálculo é adotada a seguinte expressão matemática:

IA = A x 100

B

Onde, A = nota média obtida para o produto;

B = nota máxima da escala utilizada para avaliar o produto;

O IA com boa repercussão tem sido considerado superior a 70% (DUTCOSKY, 1996;

MONTEIRO, 1984; CHAVES e SPROESSER, 2005). Outra forma de avaliar o IA é fazer sua

representação gráfica para melhor visualização das notas obtidas.

Além desta avaliação, o IA pode ser usado para avaliar aceitação alimentar, utilizando a fórmula

abaixo:

I.A. = Peso ou volume do alimento consumido x 100

Peso ou volume do alimento servido

Amostragem: mínimo 300 pessoas.

Aplicação: horário que oferece a refeição, devendo ser acompanhado pelo técnico qualificado.

Resultados: valor mínimo aceitável = 70%

Teste escala de ação

"Escala de ação" representa uma modificação da escala hedônica clássica. Estabelece-se

uma série de categorias de respostas, em termos de "gostar" e "não gostar". Segue abaixo um

exemplo possível:

□ Eu comeria isto, muito freqüentemente

□ Eu comeria isto, freqüentemente

□ Eu comeria isto, mas não sairia da minha rotina

□ Eu Não gosto, mas se fosse preciso, comeria

□ Eu comeria isto se não tivesse outra escolha

□ Eu comeria isto raramente

□ Eu não comeria isto de jeito nenhum

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Escala de intenção de compra

Seguido do teste de aceitabilidade, pode-se utilizar uma escala de intenção de compra.

Embora não haja muita consistência, segundo os pesquisadores de marketing, pode-se utilizá-la

como indicativo de possível venda do produto. Segue abaixo um exemplo possível:

□ Certamente eu compraria

□ Provavelmente eu compraria

□ Talvez eu compraria / Talvez eu não compraria

□ Provavelmente eu não compraria

□ Certamente eu não compraria

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TABELAS

Tabela 1 – Números ao acaso

134 247 182 259 193 217 154 213 175 219 296 382 258 384 214 286 219 386 214 394 381 453 383 455 385 457 387 459 389 461 452 515 454 517 456 519 458 521 460 523 514 686 516 683 518 690 520 692 528 694 685 745 687 747 689 749 691 751 693 753 749 831 746 840 748 851 750 853 752 852 837 957 839 957 850 961 852 963 854 965 956 907 958 908 962 901 962 910 964 911 182 217 194 219 136 251 128 273 120 295 216 392 218 394 220 396 297 398 254 389 391 463 393 465 395 467 397 469 399 471 462 525 464 527 466 529 468 531 470 533 524 696 526 698 528 601 530 603 532 605 695 755 697 758 699 760 602 762 604 764 754 896 756 898 759 859 761 802 763 804 895 967 897 969 892 971 801 973 803 975 966 912 968 913 970 914 972 915 974 916 121 227 123 229 125 231 127 233 129 235 226 303 228 305 230 307 232 309 234 311 302 473 304 475 306 471 308 479 310 481 472 535 474 537 476 539 478 541 480 543 534 610 536 612 538 614 540 616 542 618 606 766 611 768 613 740 615 782 617 734 765 806 767 804 769 810 731 812 793 813 805 977 825 979 809 981 811 983 812 985 976 917 978 918 980 919 982 920 984 921 132 237 134 239 136 241 138 243 140 245 236 313 238 315 240 317 242 319 244 321 312 483 314 485 316 487 318 489 320 491 482 545 484 547 486 549 488 561 490 563 544 620 546 622 548 624 560 626 562 628 619 776 621 778 623 780 625 782 627 784 795 815 734 817 739 819 781 821 783 823 814 987 816 989 818 931 820 993 822 995 986 923 985 923 952 924 972 925 964 923 146 252 148 254 153 246 152 258 154 260 251 323 253 325 258 327 257 329 259 331 322 493 324 495 326 497 328 499 330 402 492 565 494 567 496 569 498 571 401 573 564 630 566 632 568 634 570 636 572 638 629 786 631 782 633 790 635 792 637 794 785 825 787 827 789 829 791 831 793 833 824 997 826 953 828 902 830 904 832 906 996 927 998 928 901 929 903 930 905 931 163 272 165 274 167 276 169 278 171 280 271 333 273 335 275 337 277 349 279 351 332 405 334 407 336 409 348 411 350 413 404 574 406 576 408 579 410 581 412 583 573 639 575 640 578 641 580 642 582 643

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Tabela 2 – Testes de comparação pareada-diferença e duo-trio (monocaudal)

Número mínimo de respostas corretas para estabelecer diferença significativa entre as amostras, em

vários níveis de significância (se o número de respostas corretas for maior ou igual ao número

tabelado, existe diferença significativa entre as amostras, ao nível de significância observado).

Número de respostas

Níveis de significância 5% 4% 3% 2% 1% 0,5% 0,1%

7 7 7 7 7 7 8 7 7 8 8 8 8 9 8 8 8 8 9 9 10 9 9 9 9 10 10 10 11 9 9 10 10 10 11 11 12 10 10 10 10 11 11 12 13 10 11 11 11 12 12 13 14 11 11 11 12 12 13 13 15 12 12 12 12 13 13 14 16 12 12 13 13 14 14 15 17 13 13 13 14 14 15 16 18 13 14 14 14 15 15 16 19 14 14 15 15 15 16 17 20 15 15 15 16 16 17 18 21 15 15 16 16 17 17 18 22 16 16 16 17 17 18 19 23 16 17 17 17 18 19 20 24 17 17 18 18 19 19 20 25 18 18 18 19 19 20 21 26 18 18 19 19 20 20 22 27 19 19 19 20 20 21 22 28 19 20 20 20 21 22 23 29 20 20 21 21 22 22 24 30 20 21 21 22 22 23 24 31 21 21 22 22 23 24 25 32 22 22 22 23 24 24 26 33 22 23 23 23 24 25 26 34 23 23 23 24 25 25 27 35 23 24 24 25 25 26 27 36 24 24 25 25 26 27 28 37 24 25 25 26 26 27 29 38 25 25 26 26 27 28 29 39 26 26 26 27 28 28 30 40 26 27 27 27 28 29 30 41 27 27 27 28 29 30 31 42 27 28 28 29 29 30 32 43 28 28 29 29 30 31 32 44 28 29 29 30 31 31 33 45 29 29 30 30 31 32 34 46 30 30 30 31 32 33 34 47 30 30 31 31 32 33 35 48 31 31 31 32 33 34 36 49 31 32 32 33 34 34 36 50 32 32 33 33 34 35 37 60 37 38 38 39 40 41 43 70 43 43 44 45 46 47 49 80 48 49 49 50 51 52 55 90 54 54 55 56 57 58 61

100 59 60 60 61 63 64 66 Fonte: O`MAHONY, 1986.

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Tabela 3 – Testes de comparação pareada-diferença (bicaudal)

Número mínimo de respostas corretas para estabelecer diferença significativa entre as amostras, em

vários níveis de significância (se o nº de julgamentos em que uma amostra é preferida for maior que o

nº tabelado, esta amostra é significativamente preferida em relação à outra, ao nível de significância

observado).

Número de respostas

Níveis de significância (%) 10% 5% 1% 0,1%

5 5 ---- ---- ---- 6 6 6 ---- ---- 7 7 7 ---- ---- 8 7 8 8 ---- 9 8 8 9 ---- 10 9 9 10 ---- 11 9 10 11 11 12 10 10 11 12 13 10 11 12 13 14 11 12 13 14 15 12 12 13 14 16 12 13 14 15 17 13 13 15 16 18 13 14 15 17 19 14 15 16 17 20 15 15 17 18 21 15 16 17 19 22 16 17 18 19 23 16 17 19 20 24 17 18 19 21 25 18 18 20 21 26 18 19 20 22 27 19 20 21 23 28 19 20 22 23 29 20 21 22 24 30 20 21 23 25 31 21 22 24 25 32 22 23 24 26 33 22 23 25 27 34 23 24 25 27 35 23 24 26 28 36 24 25 27 29 40 26 27 29 31 44 28 29 31 34 48 31 32 34 36 52 33 34 36 39 56 35 36 39 41 60 37 39 41 44 64 40 41 43 46 68 42 43 46 48 72 44 45 48 51 76 46 48 50 53 80 48 50 52 56 84 51 52 55 58 88 53 54 57 60 92 55 56 59 63 96 57 59 62 65

100 59 61 64 67 Fonte: MEILGARD, 1991.

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Tabela 4 – Teste Triangular (p=1/3)

Número mínimo de respostas corretas para estabelecer diferença significativa entre as amostras, em

vários níveis de significância (se o número de respostas corretas for maior ou igual ao número

tabelado, existe diferença significativa entre as amostras, ao nível de significância observado).

Número de respostas

Níveis de significância 5% 4% 3% 2% 1% 0,5% 0,1%

5 4 5 5 5 5 5 ----------- 6 5 5 5 5 6 6 ---------- 7 5 6 6 6 6 7 7 8 6 6 6 6 7 7 8 9 6 7 7 7 7 8 8 10 7 7 7 7 8 8 9 11 7 7 8 8 8 9 10 12 8 8 8 8 9 9 10 13 8 8 9 9 9 10 11 14 9 9 9 9 10 10 11 15 9 9 10 10 10 11 12 16 9 10 10 10 11 11 12 17 10 10 10 11 11 12 13 18 10 11 11 11 12 12 13 19 11 11 11 12 12 13 14 20 11 11 12 12 13 13 14 21 12 12 12 13 13 14 15 22 12 12 13 13 14 14 15 23 12 13 13 13 14 15 16 24 13 13 13 14 15 15 16 25 13 14 14 14 15 16 17 26 14 14 14 15 15 16 17 27 14 14 15 15 16 17 18 28 15 15 15 16 16 17 18 29 15 15 16 16 17 17 19 30 15 16 16 16 17 18 19 31 16 16 16 17 18 18 20 32 16 16 17 17 18 19 20 33 17 17 17 18 18 19 21 34 17 17 18 18 19 20 21 35 17 18 18 19 19 20 22 36 18 18 18 19 20 20 22 37 18 18 19 19 20 21 22 38 19 19 19 20 21 21 23 39 19 19 20 20 21 22 23 40 19 20 20 21 21 22 24 41 20 20 20 21 22 23 24 42 20 20 21 21 22 23 25 43 20 21 21 22 23 24 25 44 21 21 22 22 23 24 26 45 21 22 22 23 24 24 26 46 22 22 22 23 24 25 27 47 22 22 23 23 24 25 27 48 22 23 23 24 25 26 27 49 23 23 24 24 25 26 28 50 23 24 24 25 26 26 28 60 27 27 28 29 30 31 33 70 31 31 32 33 34 35 37 80 35 35 36 36 38 39 41 90 38 39 40 40 42 43 45

100 42 43 43 44 45 47 49 Fonte: O´MAHONY, 1986.

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Tabela 5 – Teste de Ordenação Tabela de Newell e Mac Farlene. Diferenças críticas entre os totais das somas de ordenação

Fonte: NEWELL E MAC FARLANE, 1987, citado por SILVA,1997.

Nº. de respostas

Nº de amostras – Nível de significância 5% Nº de amostras – Nível de significância 1% 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

8 10 14 18 22 26 30 34 39 43 47 9 10 15 19 23 27 32 36 41 46 50 10 11 15 20 24 29 34 38 43 48 53 13 18 23 28 33 38 44 49 54 59 11 11 16 21 26 30 35 40 45 51 56 14 19 24 30 35 40 46 51 57 63 12 12 17 22 27 32 37 42 48 53 58 15 20 26 31 37 42 48 54 60 66 13 12 18 23 28 33 39 44 50 55 61 15 21 27 32 38 44 50 56 62 68 14 13 18 24 29 34 40 46 52 57 63 16 22 28 34 40 46 52 58 65 71 15 13 19 24 30 36 42 47 53 59 66 16 22 28 35 41 48 54 60 67 74 16 13 19 25 31 37 42 49 55 61 67 17 23 30 36 43 49 56 63 70 77 17 14 20 26 32 38 44 50 56 63 69 17 24 31 37 44 51 58 65 72 79 18 15 20 26 32 39 45 51 58 65 71 18 25 31 38 45 52 60 67 74 81 19 15 21 27 33 40 46 53 60 66 73 18 25 32 39 46 54 61 69 76 84 20 15 21 28 34 41 47 54 61 63 75 19 26 33 40 49 55 63 70 78 86 21 16 22 28 35 42 49 56 63 70 77 19 27 34 41 49 56 64 72 80 85 22 16 22 29 36 43 50 57 64 71 79 20 27 35 42 50 58 66 74 82 90 23 16 23 30 37 44 51 58 65 73 80 20 28 35 43 51 59 67 75 84 92 24 17 23 30 37 45 52 59 67 74 82 21 28 36 44 52 60 69 77 85 94 25 17 24 31 38 46 53 61 68 76 84 21 29 37 45 53 62 70 79 87 96 26 17 24 32 39 46 54 62 70 77 85 22 29 38 46 54 63 71 80 89 98 27 18 25 32 40 47 55 63 71 79 87 22 30 38 47 55 64 73 82 91 100 28 18 25 33 40 48 56 64 72 80 89 22 31 39 48 56 65 74 83 92 101 29 18 26 33 41 49 57 65 73 82 90 23 31 40 48 57 66 75 85 94 103 30 19 26 34 42 50 58 66 75 83 92 23 32 40 49 58 67 77 86 95 105 31 19 27 34 42 51 59 67 76 85 93 23 32 41 50 59 69 78 87 97 107 32 19 27 35 43 51 60 68 77 86 95 24 33 42 51 60 70 79 89 99 108 33 20 27 36 44 52 61 70 78 87 96 24 33 42 52 61 71 80 90 100 110 34 20 28 36 44 53 62 71 79 89 98 25 34 43 52 62 72 82 92 102 112 35 20 28 37 45 54 63 72 81 90 99 25 34 44 53 63 73 83 93 103 113 36 20 29 37 46 55 63 73 82 91 100 25 35 44 54 64 74 84 94 105 115 37 21 29 38 46 55 64 74 83 92 102 26 35 45 55 65 75 85 95 106 117 38 21 29 38 47 56 65 75 84 94 103 26 36 45 55 66 76 86 97 107 118 39 21 30 39 48 57 66 76 85 95 105 26 36 46 56 66 77 87 98 109 120 40 21 30 39 48 57 67 76 86 96 106 27 36 47 57 67 78 88 99 110 121 41 22 31 40 49 58 68 77 87 97 107 27 37 47 57 68 79 90 100 112 123 42 22 31 40 49 59 69 78 88 98 109 27 37 48 58 69 80 91 102 113 124 43 22 31 41 50 60 69 79 89 99 110 28 38 48 59 70 81 92 103 114 126 44 22 32 41 51 60 70 80 90 101 111 28 38 49 60 70 82 93 104 115 127 45 23 32 41 51 61 71 81 91 102 112 28 39 49 60 71 82 94 105 117 128 46 23 32 42 52 62 72 82 92 103 114 28 39 50 61 72 83 95 106 118 130 47 23 33 42 52 62 72 83 93 104 115 29 39 50 62 73 84 96 108 119 131 48 23 33 43 53 63 73 84 94 105 116 29 40 51 62 74 85 97 109 121 133 49 24 33 43 53 64 74 85 95 106 117 29 40 51 63 74 86 98 110 122 134 50 24 34 44 54 64 75 85 96 107 118 30 41 52 63 75 87 99 111 123 135 55 25 35 46 56 67 78 90 101 112 124 31 43 54 66 79 91 104 116 129 142 60 26 37 48 59 70 82 94 105 117 130 32 45 57 69 82 95 108 121 135 148 65 27 38 50 61 73 85 97 110 122 135 34 46 59 72 86 99 113 126 140 154 70 28 40 52 64 76 88 101 114 127 140 35 48 61 75 89 103 117 131 146 160 75 29 41 53 66 79 91 105 118 131 145 36 50 64 78 92 106 121 136 151 166 80 30 42 55 68 81 94 108 122 136 150 37 51 66 80 95 110 125 140 156 171 85 31 44 57 70 84 97 111 126 140 154 38 53 68 83 98 113 129 144 160 176 90 32 45 58 72 86 100 114 129 144 159 40 54 70 85 101 116 132 149 165 181 95 33 46 60 74 88 103 118 133 148 163 41 56 71 87 103 120 136 153 169 186 100 34 47 61 76 91 105 121 136 151 167 42 57 73 89 106 123 140 157 174 191

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63

Tabela 6 – Valores críticos para o teste de Dunnett ( α = 5% e 1%) Comparações monocaudais – h: nº de amostras incluindo o padrão.

GL do resíduo

α 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5 0,05 0,01

2,02 3,37

2,44 3,90

2,68 4,21

2,85 4,43

2,98 4,60

3,08 4,73

3,16 4,85

3,24 4,94

3,30 5,03

6 0,05 0,01

1,94 3,14

2,34 3,61

2,56 3,88

2,71 4,07

2,83 4,21

2,92 4,33

3,00 4,43

3,07 4,51

3,12 4,59

7 0,05 0,01

1,89 3,00

2,27 3,42

2,48 3,66

2,62 3,83

2,73 3,96

2,82 4,07

2,89 4,15

2,95 4,23

3,01 4,30

8 0,05 0,01

1,86 2,90

2,22 3,29

2,42 3,51

2,55 3,67

2,66 3,79

2,74 3,88

2,81 3,96

2,87 4,03

2,92 4,09

9 0,05 0,01

1,83 2,82

2,18 3,19

2,37 3,40

2,50 3,55

2,60 3,66

2,68 3,75

2,75 3,82

2,81 3,89

2,86 3,94

10 0,05 0,01

1,81 2,76

2,15 3,11

2,34 3,31

2,47 3,45

2,56 3,56

2,64 3,64

2,70 3,71

2,76 3,78

2,81 3,83

11 0,05 0,01

1,80 2,72

2,13 3,06

2,31 3,25

2,44 3,38

2,53 3,48

2,60 3,56

2,67 3,63

2,72 3,69

2,77 3,74

12 0,05 0,01

1,78 2,68

2,11 3,01

2,29 3,19

2,41 3,32

2,50 3,42

2,58 3,50

2,64 3,56

2,69 3,62

2,74 3,67

13 0,05 0,01

1,77 2,65

2,09 2,97

2,27 3,15

2,39 3,27

2,48 3,37

2,55 3,44

2,61 3,51

2,66 3,56

2,71 3,61

14 0,05 0,01

1,76 2,62

2,08 2,94

2,25 3,11

2,37 3,23

2,46 3,32

2,53 3,40

2,59 3,46

2,64 3,51

2,69 3,56

15 0,05 0,01

1,75 2,60

2,07 2,91

2,24 3,08

2,36 3,20

2,44 3,29

2,51 3,36

2,57 3,42

2,62 3,47

2,67 3,52

16 0,05 0,01

1,75 2,58

2,06 2,88

2,23 3,05

2,34 3,17

2,43 3,26

2,50 3,33

2,56 3,39

2,61 3,44

2,65 3,48

17 0,05 0,01

1,74 2,57

2,05 2,86

2,22 3,03

2,33 3,14

2,42 3,23

2,49 3,30

2,54 3,36

2,59 3,41

2,64 3,45

18 0,05 0,01

1,73 2,55

2,04 2,84

2,21 3,01

2,32 3,12

2,41 3,21

2,48 3,27

2,53 3,33

2,58 3,38

2,62 3,42

19 0,05 0,01

1,73 2,54

2,03 2,83

2,20 2,99

2,31 3,10

2,40 3,18

2,47 3,25

2,52 3,31

2,57 3,36

2,61 3,40

20 0,05 0,01

1,72 2,53

2,03 2,81

2,19 2,97

2,30 3,08

2,39 3,17

2,46 3,23

2,51 3,29

2,56 3,34

2,60 3,38

24 0,05 0,01

1,71 2,49

2,01 2,77

2,17 2,92

2,28 3,03

2,36 3,11

2,43 3,17

2,48 3,22

2,53 3,27

2,57 3,31

30 0,05 0,01

1,70 2,46

1,99 2,72

2,15 2,87

2,25 2,97

2,33 3,05

2,40 3,11

2,45 3,16

2,50 3,21

2,54 3,24

40 0,05 0,01

1,68 2,42

1,97 2,68

2,13 2,82

2,23 2,92

2,31 2,99

2,37 3,05

2,42 3,10

2,47 3,14

2,51 3,18

60 0,05 0,01

1,67 2,39

1,95 2,64

2,10 2,78

2,21 2,87

2,28 2,94

2,35 3,00

2,39 3,04

2,44 3,08

2,48 3,12

120 0,05 0,01

1,66 2,36

1,93 2,60

2,08 2,73

2,18 2,82

2,26 2,89

2,32 2,94

2,37 2,99

2,41 3,03

2,45 3,06

∞ 0,05 0,01

1,64 2,33

1,92 2,56

2,06 2,68

2,16 2,77

2,23 2,84

2,29 2,89

2,34 2,93

2,38 2,97

2,42 3,00

Fonte: O´MAHONY, 1986.

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64

Tabela 7 – Valores críticos de q para o teste de Tukey ( α = 5% e 1%)

GL do resíduo/erro

α 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

5 0,05 0,01

3,64 5,70

4,60 6,98

5,22 7,80

5,67 8,42

6,03 8,91

6,33 9,32

6,58 9,67

6,80 9,97

6,99 10,24

7,17 10,48

6 0,05 0,01

3,46 5,24

4,34 6,33

4,90 7,03

5,30 7,56

5,63 7,97

5,90 8,32

6,12 8,61

6,32 8,87

6,49 9,10

6,65 9,30

7 0,05 0,01

3,34 4,95

4,16 5,92

4,68 6,54

5,06 7,01

5,36 7,37

5,61 7,68

5,82 7,94

6,00 8,17

6,16 8,37

6,30 8,55

8 0,05 0,01

3,26 4,75

4,04 5,64

4,53 6,20

4,89 6,62

5,17 6,96

5,40 7,24

5,60 7,47

5,77 7,68

5,92 7,86

6,05 8,03

9 0,05 0,01

3,20 4,60

3,95 5,43

4,41 5,96

4,76 6,35

5,02 6,66

5,24 6,91

5,43 7,13

5,59 7,33

5,74 7,49

5,87 7,65

10 0,05 0,01

3,15 4,48

3,88 5,27

4,33 5,77

4,65 6,14

4,91 6,43

5,12 6,67

5,30 6,87

5,46 7,05

5,60 7,21

5,72 7,35

11 0,05 0,01

3,11 4,39

3,82 5,15

4,26 5,62

4,57 5,97

4,82 6,25

5,03 6,48

5,20 6,67

5,35 6,84

5,49 6,99

5,61 7,13

12 0,05 0,01

3,08 4,32

3,77 5,05

4,20 5,50

4,51 5,84

4,75 6,10

4,95 6,32

5,12 6,51

5,27 6,67

5,39 6,81

5,51 6,94

13 0,05 0,01

3,06 4,26

3,73 4,96

4,15 5,40

4,45 5,73

4,69 5,98

4,88 6,19

5,05 6,37

5,19 6,53

5,32 6,67

5,43 6,79

14 0,05 0,01

3,03 4,21

3,70 4,89

4,11 5,32

4,41 5,63

4,64 5,88

4,83 6,08

4,99 6,26

5,13 6,41

5,25 6,54

5,35 6,66

15 0,05 0,01

3,01 4,17

3,67 4,84

4,08 5,25

4,37 5,56

4,59 5,80

4,78 5,99

4,94 6,16

5,08 6,31

5,20 6,44

5,31 6,55

16 0,05 0,01

3,00 4,13

3,65 4,79

4,05 5,19

4,33 5,49

4,56 5,72

4,74 5,92

4,90 6,08

5,03 6,22

5,15 6,35

5,26 6,45

17 0,05 0,01

2,98 4,10

3,63 4,74

4,02 5,14

4,30 5,43

4,52 5,66

4,70 5,85

4,86 6,01

4,99 6,15

5,11 6,27

5,21 6,38

18 0,05 0,01

2,97 4,07

3,61 4,70

4,00 5,09

4,28 5,38

4,49 5,60

4,67 5,79

4,82 5,94

4,96 6,08

5,07 6,20

5,17 6,31

19 0,05 0,01

2,96 4,05

3,59 4,67

3,98 5,05

4,25 5,33

4,47 5,55

4,65 5,73

4,79 5,89

4,92 6,02

5,04 6,14

5,14 6,25

20 0,05 0,01

2,95 4,02

3,58 4,64

3,96 5,02

4,23 5,29

4,45 5,51

4,62 5,69

4,77 5,84

4,90 5,97

5,01 6,09

5,11 6,19

24 0,05 0,01

2,92 3,96

3,53 4,55

3,90 4,91

4,17 5,17

4,37 5,37

4,54 5,54

4,68 5,69

4,81 5,81

4,92 5,92

5,01 6,02

30 0,05 0,01

2,89 3,89

3,49 4,45

3,85 4,80

4,10 5,05

4,30 5,24

4,45 5,40

4,50 5,54

4,72 5,65

4,82 5,76

4,92 5,85

40 0,05 0,01

2,86 3,82

3,44 4,37

3,79 4,70

4,04 4,93

4,23 5,11

4,39 5,26

4,52 5,39

4,63 5,50

4,73 5,60

4,82 5,69

60 0,05 0,01

2,83 3,76

3,40 4,28

3,74 4,59

3,98 4,82

4,16 4,99

4,31 5,13

4,44 5,25

4,55 5,36

4,65 5,45

4,73 5,53

120 0,05 0,01

2,80 3,70

3,36 4,20

3,68 4,50

3,92 4,71

4,10 4,87

4,24 5,01

4,36 5,12

4,47 5,21

4,56 5,30

4,64 5,37

∞ 0,05 0,01

2,77 3,64

3,31 4,12

3,63 4,40

3,86 4,60

4,03 4,76

4,17 4,88

4,29 4,99

4,39 5,08

4,47 5,16

4,55 5,23

Fonte: O´MAHONY, 1986

Page 65: Apostila Analise Sensorial 2010-1 Desbloqueada

UTFPR – Campus Londrina – Curso de Tecnologia de Alimentos

Disciplina de Análise Sensorial Profa.Dra. Ana Flávia de Oliveira

65

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