Apostila Arte Educação

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  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

    Arte-Educao

    Adaptada por Nancy Rigatto de Mello

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    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Arte-Educao, parte

    integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo que

    a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apre-

    sentao do contedo bsico da disciplina.

    A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-

    ciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.

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    APRESENTAO

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    INTRODUO ............................................................................................................................................... 5

    1 IMPORTNCIA DA ARTE NA EDUCAO E SUAS LINGUAGENS......................... 71.1 A Importncia da Arte ...................................................................................................................................................71.2 O Ensino da Arte no Brasil ............................................................................................................................................81.3 A Linguagem da Arte ..................................................................................................................................................101.4 Ensinar e Aprender Arte na Escola .........................................................................................................................101.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................10

    1.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................11

    2 O ENSINO DE ARTE NA EDUCAO ...................................................................................... 132.1 Educao Infantil ..........................................................................................................................................................132.2 Experincias com a Expressividade das Lnguas Artsticas ..........................................................................142.3 Linguagem Visual .........................................................................................................................................................142.4 A Arte da Criana: Curiosidade e Criatividade Visual ......................................................................................152.5 O Desenho .......................................................................................................................................................................162.6 Espacialidades................................................................................................................................................................162.7 Linguagem Musical ......................................................................................................................................................16

    2.8 Presena da Msica na Educao Infantil............................................................................................................172.9 Linguagem Teatral ........................................................................................................................................................182.10 Linguagem Corporal - Dana ................................................................................................................................192.11 O Ensino de Arte no Ensino Fundamental .......................................................................................................192.12 Artes Visuais .................................................................................................................................................................202.13 Dana ..............................................................................................................................................................................212.14 Msica ............................................................................................................................................................................212.15 Teatro ..............................................................................................................................................................................222.16 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................232.17 Atividades Propostas ................................................................................................................................................24

    3 ARTES VISUAIS NA EDUCAO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL........... 253.1 O Trabalho com Leitura de Imagens .....................................................................................................................263.2 Noes das Teorias de Apreciao Esttica ........................................................................................................263.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................293.4 Atividade Proposta.......................................................................................................................................................29

    4 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE ..................................... 314.1 O Papel do Professor e dos Alunos ........................................................................................................................324.2 Os Instrumentos de Registro ....................................................................................................................................334.3 Projetos .............................................................................................................................................................................334.4 Avaliao em Arte ........................................................................................................................................................344.5 Orientao para Avaliao em Arte .......................................................................................................................344.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................354.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................35

    SUMRIO

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    5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................... 37

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS..................................... 39

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 41

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    Este manual tem o objetivo de mostrar ao() aluno(a) que o ensino de Arte est alicerado em dois

    pilares: a formao esttica e o desenvolvimento cultural, importantssimos para a construo de conhe-

    cimentos atravs da diversificao de linguagens e meio de expresso e comunicao.

    O ensino de Arte deve desenvolver nos alunos um olhar diferenciado, sensvel e crtico e promover

    espao para manifestaes espontneas, atravs de atividades nos mais variados campos: artes visuais,

    cnicas, msica, dana etc., sempre com a orientao dos professores.

    Educadores e professores devem entender que a produo de Arte na escola deve ser sempre con-textualizada, promovendo a insero do aluno no mundo. Precisam tambm pensar na organizao dos

    trabalhos, compreendendo o que Arte e qual a sua importncia nas aulas.

    Sabemos que nossos alunos so oriundos de uma sociedade onde existe uma multiplicidade de

    culturas, por isso de suma importncia que as instituies de educao infantil e ensino fundamental

    promovam uma educao em arte que contribua para formar cidados conhecedores da Arte, elabo-

    rando propostas diversificadas com o intuito de melhorar a qualidade da Educao Escolar artstica e

    esttica de maneira que este ensino tenha um papel significativo na vida dos educandos.

    Profa. Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

    INTRODUO

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    A Arte no tem importncia para o homem

    somente como instrumento para desenvolver suacriatividade, sua percepo etc., mas tem a impor-

    tncia em si mesma, como assunto, como objeto

    de estudo (BARBOSA, 2000).

    Devido o importante papel que a Arte ocu-

    pa na vida das pessoas e na sociedade, desde os

    primrdios da civilizao, ela tem seu espao reser-

    vado na educao geral e escolar desde a dcada

    de 1980.

    A Arte nada mais do que a manifestao dacriatividade dos seres humanos.

    Segundo Ferraz e Fusari (1999, p. 16) essa ati-

    vidade criativa inerente ao ser humano por suas

    potencialidades mltiplas, combinaes de idias,

    emoes e produes nas diversas reas do conhe-

    cimento. Ela apresenta aspectos muito particulares

    que precisam ser conhecidos independentemente

    de estarmos estudando ou produzindo Arte.

    Quando nascemos, j entramos num mundocom uma histria social e com vrias produes

    que estruturam o nosso olhar esttico.

    Contemplamos seres da natureza e objetos

    culturais, ouvimos msicas e histrias, participa-

    mos de jogos e temos acesso a vrias informaes

    em nosso cotidiano atravs dos livros ilustrados,

    feiras, exposies, televiso, revistas, cartazes etc.

    Por meio de tudo isso que construmos nossa

    prpria maneira de admirar, gostar ou no, julgar etambm produzir Arte, de acordo com nosso gru-

    po social.

    As obras de arte, por exemplo, esto presen-

    tes em nossa vida, influenciando direta e indireta-mente nossas manifestaes estticas.

    Quando um autor ou artista produz uma

    obra, ele est na verdade, representando seu mun-

    do natural e cultural, manifestando atravs dela,

    sua sensibilidade, sua imaginao, seus pensamen-

    tos e emoes, agindo e reagindo frente s pessoas

    e ao mundo sua volta, de forma abrangente e di-

    versificada.

    A Arte deve compor os contedos de es-tudo e mobilizar as atividades que diver-sifiquem e ampliem a formao artstica eesttica dos estudantes. As vivncias emo-tivas e cognitivas tanto de fazeres quantode anlises do processo artstico nas moda-lidades artes visuais, msica, teatro, dana,artes audiovisuais, devem abordar os com-ponentes do processo artstico (artistas obras pblico modos de comunicao)

    e suas maneiras de interagir na sociedade.(FERRAZ; FUSARI, 1999, p. 17).

    A escola, portanto, deve abrir espao para

    que crianas, jovens e adultos entendam o proces-

    so artstico e sua histria, constituam novos sabe-

    res artsticos e estticos e, com a mediao dos pro-

    fessores, desenvolvam e vivenciem a Arte tanto na

    prtica como na teoria, adquirindo condies para

    analisar diferentes produtos culturais, compar-lose ampliar seu raciocnio crtico.

    Para tanto, torna-se imprescindvel o co-

    1.1 A Importncia da Arte

    A IMPORTNCIA DA ARTE NAEDUCAO E SUAS LINGUAGENS1

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    nhecimento da Arte e sua histria, das influncias

    culturais que nela so incorporadas e das prticas

    artsticas. necessrio que se faa uma anlise de

    como a inter-relao artstica e esttica vem ocor-

    rendo no processo histrico-social da humanidade

    e de que forma tais relaes geram valores, concei-

    tos de mundo, conceitos sobre o ser humano, gos-tos variados e diversos grupos sociais.

    AtenoAteno

    Ao iniciar seus estudos, lembre-se deque a autodisciplina poder auxili-lo a monitorar seus pensamentos,sua imaginao, suas emoes eseus impulsos, canalizando-os para a

    aprendizagem dos contedos.

    1.2 O Ensino da Arte no Brasil

    Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.

    Bertold Brecht

    Ao longo da histria o ensino de Arte no Bra-

    sil vem ocorrendo atravs da constituio de prti-

    cas pedaggicas artsticas em diversos momentos.

    Uma referncia importante para com-preender o ensino de Arte no Brasil a c-lebre misso Artstica Francesa, trazida em1816, por Dom Joo VI, quando foi criadaa Academia Imperial de Belas Artes, que

    aps a proclamao da Repblica passoua ser chamada de Escola Nacional de Be-las Artes. O ponto forte dessa escola era odesenho com a valorizao da cpia fiel eutilizao de modelos europeus. (MARTINSet al. 1998, p. 10).

    Principalmente no Estado de Minas Gerais, o

    Brasil passava pela exploso do estilo Barroco, po-

    rm o estilo assumido pelas elites e classes dirigen-

    tes como mais moderno foi o Neoclassicismo.Nessa poca a Arte era considerada artigo

    de luxo, acessvel apenas elite privilegiada e, nes-

    se tempo, no se valorizava nenhuma produo ar-

    tstica que no tivesse a conotao de luxo.

    A partir dessa poca, o ensino da Arte cen-

    trava-se no autoritarismo (valorizao do produto

    e da figura do professor como dono absoluto da

    verdade). Nessa fase, a nfase estava no desenho e

    ensinava-se a copiar modelos. Todos elaboravam omesmo desenho e o professor os avaliava segundo

    critrios de boa coordenao motora, preciso, tc-

    nica, limpeza e ordem nos trabalhos, acreditando

    que contemplando esses itens os alunos estariam

    preparados para a vida profissional, uma vez que

    eram em sua maioria, desenhos tcnicos ou geo-

    mtricos com o objetivo de servir cincia e pro-

    duo industrial utilitria.

    At 1950 o ensino da msica no teve mui-ta nfase nas escolas, pois se resumia s aulas desolfejo, canto orfenico e memorizao dos hinosptrios. S depois dessa dcada que este ensino

    entrou para o currculo escolar.Na mesma poca foram criadas as artes do-

    msticas, trabalhos manuais e artes industriais.Nessas aulas eram separados grupos de meninos egrupos de meninas, pois havia artes consideradasde carter feminino (bordado, tric, roupinhas debeb, aulas de etiqueta) e artes de carter masculi-no (uso de serrotes, serrinha, martelo para produzi-rem bandejas, porta-retratos, tapetes de sisal etc.).

    Por volta das dcadas de 1950 e 1960 surgeum movimento chamado Escola Nova, que j acon-tecia na Europa e EUA desde o final do sculo XIX.Esse movimento sugeria uma pedagogia centradano aluno, nas aulas de Arte, valorizando a livre ex-presso e a importncia do processo do trabalho.O professor abria espao para que os alunos seexpressassem de forma espontnea e pessoal, ins-tigando a criatividade, ponto-chave no ensino daArte.

    Porm, essa prtica escolar valorizava demaiso processo sem se preocupar com os resultados e

    como os alunos tinham uma aula muito livre em

    termos de produo, no se conquistava muitos

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    Arte-Educao

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    conhecimentos em termos de aprendizagem deArte.

    Para dirimir esses problemas, em 1971, coma Lei n 5.692, foi agregada ao currculo escolar adisciplina de Educao Artstica, que tinha por ob-jetivo trabalhar os seguintes aspectos: contedode msica, teatro, dana e artes plsticas, nos cur-sos de 1 e 2 graus. Com isso foi criada a figura deum nico professor que deveria abarcar toda essadiversidade de competncias.

    Embora a criao dessa disciplina tenha sidoconsiderada um avano para a formao dos in-divduos, havia problemas em relao ao preparodos professores que no tinham todas as habilita-es necessrias para a proposio das aulas. Porvolta dos anos 1970 / 1980 a situao se agravou e

    essa disciplina passou a ter um carter indefinido.Assim, em 20 de Dezembro de 1996 a nova Lei

    de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LBD, n

    9.394) estabeleceu em seu artigo 26 pargrafo 2

    que o ensino da Arte passaria a ser obrigatrio em

    todos os nveis da educao bsica, visando o de-

    senvolvimento cultural dos alunos. Os Parmetros

    Curriculares Nacionais (PCNs) de Arte estabeleciam

    que a rea passasse a ser designadaArtee no mais

    Educao Artstica, com contedos ligados cultu-

    ra artstica e no simplesmente como atividade.

    Desta forma, o conhecimento sobre a Arte

    tornou-se ponto principal, articulando-se em trs

    eixos: criao/produo, percepo/anlise e co-

    nhecimento da produo artstico-esttica da hu-

    manidade (histrica e culturalmente).Segundo os PCNs de Arte, esses trs eixos

    denominam-se: produo, fruio e reflexo.1

    A produorefere-se ao fazer artstico e aoconjunto de questes a ele relacionadas,no mbito do fazer do aluno e dos produ-tores sociais de arte.

    A fruiorefere-se apreciao significati-va de Arte e do universo a ela relacionado.

    Tal ao contempla a fruio da produodos alunos e da produo histrico-socialem sua diversidade.

    A reflexo refere-se construo de co-nhecimento sobre o trabalho artsticopessoal, dos colegas e sobre a Arte comoproduto da histria e da multiplicidade dasculturas humanas, com nfase na forma-o cultivada do cidado. (BRASIL, 1998a,p. 56).

    1Esta proposta, difundida e orientada por Ana Mae Barbosa, conhecida como Metodologia Triangular, tem por base umtrabalho pedaggico integrador de trs facetas do conhecimento em Arte: o fazer artstico, a anlise de obras artsticas ea Histria da Arte. Este trabalho foi desenvolvido e pesquisado no Museu de Arte Contempornea da Universidade de SoPaulo (MAC/USP) no incio dos anos 1990.

    Saiba maisSaiba mais

    Objetivos dos PCNs

    Os PCNs indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:

    compreender a cidadania como participao social e poltica, assim como exerccio de direitose deveres polticos, civis e sociais, adotando-os no dia a dia.

    atitudes de solidariedade, cooperao e repdio s injustias, respeitando o outro e exigindopara si o mesmo respeito.

    posicionar-se de maneira crtica, responsvel e construtiva nas diferentes situaes sociais, utili-zando o dilogo como forma de mediar conflitos e de tomar decises coletivas.

    conhecer caractersticas fundamentais do Brasil nas dimenses sociais, materiais e culturaiscomo meio para construir progressivamente a noo de identidade nacional e pessoal e o sen-timento de pertinncia ao Pas.

    conhecer e valorizar a pluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro,

    bem como aspectos socioculturais de outros povos e naes, posicionando-se contra qualquerdiscriminao baseada em diferenas culturais, de classe social, de crenas, de sexo, de etnia ououtras caractersticas individuais e sociais.

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

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    O termo Linguagem est diretamente rela-

    cionado fala e escrita. Precisamos compreender

    que a linguagem no se refere apenas s expres-ses verbais, orais e escritas, mas que tambm

    possvel interpretar, compreender e produzir co-

    nhecimentos atravs de outras formas de lingua-

    gem de modo no verbal.

    Se estabelecermos que a Linguagem pode

    ser entendida como um sistema de signos (ver-

    bais e no verbais) cujo objetivo a comunicao,

    perceberemos que qualquer meio utilizado para

    exprimir sentimentos e pensamentos tambmconstitui linguagem. Exemplos: linguagem oral

    (fala), linguagem grfica (escrita), linguagem ttil

    (um beijo), linguagem auditiva (apito), linguagem

    olfativa (um perfume), linguagem artstica (teatro,dana, msica, canto) e linguagem visual (dese-

    nho, pintura, fotografia etc.).

    Quando nos damos conta, constatamos que

    a linguagem a forma essencial da nossa experin-

    cia no mundo e ela reflete nosso modo de olhar,

    agir e nos conscientizar da realidade nossa volta

    atravs de inmeras formas de significados como:

    cores e texturas na pintura; altura e timbre na m-

    sica; personagens e texto no teatro; movimento eritmo na dana.

    1.3 A Linguagem da Arte

    1.4 Ensinar e Aprender Arte na Escola

    A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginaes infantis, que ultrapassam os

    limites do conhecimento; a que se encontra o seu reino. Toda a cincia do mundo

    no seria capaz de penetr-lo.

    Loinello Venturi

    A escola tem a tarefa de proporcionar aos

    alunos, em cada nvel de desenvolvimento, a com-

    preenso da linguagem da Arte por meio da utili-

    zao dos recursos pessoais, habilidades, pesquisa

    de materiais e tcnicas, avaliao dos possveis sig-

    nificados das formas, sob pontos de vista variados,

    bem como ressaltar a importncia de se conhecera cultura em que o trabalho artstico foi produzido,

    a histria da Arte e os elementos e princpios inse-

    ridos na produo artstica.

    Os alunos devem compreender o fazer arts-

    tico como ampliao de conhecimentos especfi-

    cos sobre sua relao com o mundo que os cerca

    e como aquisio de capacidades de percepo,

    imaginao, sensibilidade etc.

    1.5 Resumo do Captulo

    Ana Mae Barbosa, uma das maiores pesquisadoras brasileiras sobre o tema arte-educao, em seu

    livroInquietaes e Mudanas no Ensino da Arte, deixa bem claro o potencial da arte como rea de conhe-

    cimento ao dizer que:

    Por meio da Arte possvel desenvolver a percepo e a imaginao, apreender a realidade do meioambiente, desenvolver a capacidade crtica, permitindo ao indivduo analisar a realidade percebida edesenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada. (BARBOSA, 2002, p. 18).

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    Arte-Educao

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    Breve histrico do ensino da arte no Brasil, suas transformaes. O conhecimento sobre a Arte tornou-

    se ponto principal, articulando-se em trs eixos: criao/produo, percepo/anlise e conhecimento

    da produo artstico-esttica da humanidade (histrica e culturalmente). Os Parmetros Curriculares

    Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:

    perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus

    elementos e as interaes entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio am-biente;

    desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiana em suas ca-

    pacidades afetiva, fsica, cognitiva, tica, esttica, de inter-relao pessoal e de insero social,

    para agir com perseverana na busca de conhecimento e no exerccio da cidadania;

    conhecer e cuidar do prprio corpo, valorizando e adotando hbitos saudveis como um dos

    aspectos bsicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relao sua sade

    e sade coletiva;

    utilizar as diferentes linguagens verbal, matemtica, grfica, plstica e corporal como meio

    para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produes culturaisem contextos pblicos.

    A Linguagem uma forma de comunicarmos com o mundo e atravs da arte exercitamos nosso

    modo de olhar, agir e nos conscientizamos da realidade que nos cerca.

    Nesses termos, a aprendizagem artstica passa a ser constituda como um conjunto de diversos

    tipos de competncias com o objetivo de trazer novos significados, que se modificam no tempo e no es-

    pao, transformando o ser humano e promovendo a percepo das diferenas e semelhanas expressas

    nas produes artsticas em diferentes contextos histricos.

    1.6 Atividades Propostas

    1. Arte se ensina?

    2. Durante muito tempo a arte foi uma questo ausente na escola ou ela sempre existiu? Qual foi

    a maior contribuio dos PCNs para o ensino da arte?

    3. Quais as formas de linguagem que voc conhece alm das linguagens verbal e escrita? Exem-

    plifique.

    4. Quais os principais objetivos do ensino da arte?

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    11/36Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br13

    Voc estudou alguns pontos fundamentais

    relacionados importncia da arte na educao

    agora pense sobre essas frases:

    O problema em achar que esse conhe-

    cimento (arte) no se ensina, questo

    de dom. As escolas so oportunidades para de-

    senvolver habilidades e gerar reflexes.

    A unidade da arte reside no fato de que,no importa se com palavras, sons meldi-cos, cores ou massas, o artista cria imagensque exprimem seu sentimento profundodo mundo [...].

    Certo nmero de atividades humanas como a poesia, a pintura, a arquitetura, o

    teatro, a msica, a escultura cria imagensque exprimem um modo de sentir, o qual,por sua vez, se traduz numa corresponden-te [a obra de arte].

    (Pedro Manuel)

    2.1 Educao Infantil

    O Referencial Curricular Nacional para a Edu-

    cao Infantil (RCNEI) um documento produzido

    pelo Ministrio da Educao e do Desporto/Se-

    cretaria de Educao Fundamental em 1998, que

    orienta a elaborao dos currculos das instituies

    de educao infantil:

    A organizao do Referencial possui ca-

    rter instrumental e didtico, devendo osprofessores ter conscincia, em sua prticaeducativa, que a construo de conheci-mentos se processa de maneira integradae global e que h inter-relao entre os di-ferentes eixos sugeridos a serem trabalha-dos com as crianas. (BRASIL, 1998b, p. 7).

    Esse documento possui trs volumes:

    1. Introduo: apresenta reflexes sobrecreches e pr-escolas no Brasil e funda-

    menta as concepes de criana, de edu-

    cao, de instituio e do profissional;

    2. Formao Pessoal e Social: favorece os

    processos de construo da identidade

    e autonomia das crianas;

    3. Conhecimento de Mundo: contm eixos

    do trabalho voltados para a construo

    das diferentes linguagens pelas crianas

    e para o estabelecimento de relaes

    com os objetos de conhecimento Mo-

    vimento, Msica, Artes Visuais, Lingua-

    gem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade

    e Matemtica.

    Nesse contexto, trataremos a seguir a expe-

    rincia com a expressividade das linguagens arts-

    ticas na Educao Infantil.

    O ENSINO DE ARTE NA EDUCAO2

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    O objetivo principal do trabalho com lingua-

    gens artsticas fazer com que as crianas adqui-ram sensibilidade e aprendam a lidar com sons,

    melodias, ritmos, imagens, formas, cores, falas, ges-

    tos, bem como ter acesso s obras produzidas por

    artistas e por elas prprias.

    As atividades que so propostas com o intui-

    to de promover a expressividade das crianas de-

    vem ser muito bem pesquisadas, as crianas pre-

    cisam estar familiarizadas tanto com os materiais

    utilizados como com o processo do fazer artstico.Primeiramente, os professores precisam veri-

    ficar o que as crianas j sabem, a forma como se

    expressam, que tipo de trabalho gostam de produ-

    zir, ver, escutar etc. e posteriormente propor ativi-

    dades que faam sentido para elas. Os professores

    devem trabalhar para desenvolver a imaginao

    das crianas e isso pode ser feito atravs de jogos

    simblicos, narrativa de histrias e trabalhos diver-

    sos com desenho, msica e teatro. Quanto mais di-versificadas forem as propostas de trabalho com as

    crianas, mais elas ampliaro suas percepes sen-

    soriais, articulando as linguagens que j conhecem

    ou at mesmo criando novas linguagens.

    A arte deve ser fonte de alegria e prazer paraas crianas. Ela exerce grande influncia no desen-

    volvimento da personalidade infantil, pois estimu-

    la os sentidos e a imaginao atravs de atividades

    ldicas e tambm permite que as crianas expres-

    sem naturalmente seus pensamentos e sentimen-

    tos.

    A partir de vrios estudos no campo das

    cincias humanas (Antropologia, Filosofia, Psicolo-

    gia, Psicopedagogia), surgiram dados importantessobre o desenvolvimento da criana, seu processo

    criador e sobre as artes das vrias culturas.

    Isso se desenvolve a partir de suas experin-

    cias com os objetos e com as suas prprias produ-

    es, onde constroem significados sobre a forma

    de fazer, para que serve e demais aspectos que en-

    volvem o conhecimento da Arte.

    2.2 Experincias com a Expressividade das Lnguas Artsticas

    AtenoAteno

    Sabemos que cada criana possui suasideias, opinies e interpretaes sobre aArte.

    2.3 Linguagem Visual

    Ainda hoje, o que vemos em relao ao traba-lho com linguagens visuais so atividades que no

    ampliam o universo das crianas, pois a criao vi-

    sual tida como simples recreao, passatempo ou

    entretenimento. Um exemplo disso o trabalho de

    pintar desenhos prontos, repetido diversas vezes

    ao longo do ano. Atividades como essa seguem na

    contramo dos objetivos reais da Arte que apon-

    tam para o desenvolvimento e para a manifestao

    de todo potencial criativo infantil.No campo da produo visual, deve-se cul-

    tivar a expresso infantil no sentido de promover

    experincias voltadas inicialmente para o modo

    exploratrio, a fim de que as crianas possam seapropriar, pouco a pouco, de diferentes procedi-

    mentos como arranhar, escorrer, borrifar, raspar

    etc. Dessa forma, a criana vai compreendendo

    alguns aspectos das linguagens visuais como con-

    traste, tamanho, cor etc. e acaba por relacion-los

    a outros aspectos de outras linguagens atravs da

    leitura, fruio e produo de atividades organiza-

    das culturalmente com a pintura, a escultura, a fo-

    tografia, a colagem etc.As Artes Visuais esto presentes no dia a dia

    das crianas. Quando rabiscam ou desenham nas

    paredes ou no cho, na areia, nos muros etc., utili-

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    Arte-Educao

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    zando-se de materiais que sempre encontram por

    acaso, como gravetos, carvo, pedrinhas e outros,

    esto na verdade trabalhando sentimentos e pen-

    samentos atravs da organizao de diferentes li-

    nhas, formas, pontos, traos, volume, espao, cor e

    materiais.

    Os trabalhos artsticos das crianas tambmso influenciados pela cultura onde esto inseri-

    das. Imagens do ambiente em que vivem da tele-

    viso, revistas, rtulos, estampas, obras de arte e,

    inclusive, trabalhos artsticos de outras crianas.

    Nesses termos, podemos dizer que as Artes

    Visuais ocorrem por meio da articulao entre os

    seguintes aspectos:

    1) fazer artstico: explorao, expresso ecomunicao atravs das produes ar-

    tsticas (criao pessoal);

    2) apreciao-percepo do sentido que o

    objeto prope (por meio dos elementos

    da linguagem visual, materiais e suporte

    utilizados), desenvolvendo a capacidade

    de construo de sentido atravs da ob-

    servao e da fruio;

    3) reflexo: ocorre desde o fazer artstico

    at a apreciao do objeto produzido,manifestando-se atravs de perguntas e

    afirmaes compartilhadas em sala de

    aula com os colegas e com orientao

    dos professores.

    DicionrioDicionrio

    Fruio um conceito bastante importante para aaprendizagem em Artes Visuais. Refere-se refle-xo, conhecimento, emoo, sensao e ao prazeradvindo da ao que a criana realiza ao se apro-priar dos sentidos e emoes gerados no contatocom as produes artsticas.

    2.4 A Arte da Criana: Curiosidade e Criatividade Visual

    A curiosidade uma caracterstica inerente

    s crianas, pois a cada dia elas fazem novas des-

    cobertas, j que esto desvendando o mundo que

    as cerca.

    No podemos afirmar que a curiosidade e a

    criatividade das crianas sejam naturais e inatas.

    O que realmente podemos dizer que tanto

    a curiosidade como a criatividade infantil depen-

    dem diretamente do ambiente a que esto expos-

    tas. Quanto mais diversificado e aberto s novas

    experincias e exploraes for esse ambiente, mais

    as crianas desenvolvero a curiosidade e a criati-

    vidade.

    Somente um ambiente interativo e desafia-

    dor permite s crianas ampliarem a sua viso de

    mundo e, consequentemente, a sua viso artstica.

    Brincar to importante para a crian-a como trabalhar para o adulto. o que a torna ativa, criativa e lhe d

    oportunidade de relacionar-se com osoutros; tambm a faz feliz e, por isso,mais propensa a ser bondosa, a amaro prximo, a ser solidria. Brincando,a criana desenvolve potencialidades;ela compara, analisa, nomeia, mede,associa, calcula, classifica, compe,conceitua, cria, deduz etc.

    CuriosidadeCuriosidade

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

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    Muitos professores sem conscincia crticano que diz respeito aos desenhos das crianas, no

    valorizam suas produes, pois inicialmente elasparecem algo inacabado e sem sentido. Acabampor perguntar s crianas o que desenharam e es-creveram ao lado de seus rabiscos.

    A produo grfica das crianas nem sempretraz em si a figurao ou a representao de algo.

    Quando desenham, as crianas buscam ex-pressar aquilo que elas compreendem do queveem e do valor que atribuem.

    Atravs de uma anlise mais apurada de seustraos desordenados, possvel desvelar o esforodas crianas no sentido de aplicar todo seu conhe-cimento grfico, utilizando-se de formas de riscara superfcie, combinar cores e determinar comofazer para ocupar o espao reservado para o dese-nho com seus rabiscos de uma forma organizada.

    Conforme a criana adquire maior domniosobre seu corpo e seus movimentos, ela vai per-cebendo como deve agir sobre a matria. Ela vaiconstatando que seus gestos imprimem marcascada vez mais perfeitas e, assim, aquilo que antesera um simples fazer passa a ter um carter maisconsciente, revelando como os traos acabam porse constituir efetivamente num desenho.

    2.5 O Desenho

    AtenoAteno

    brincando que a criana desenvolvesuas habilidades grficas e, assim, ela vaidescobrindo os prazeres, os obstculos eas novas experincias envolvidas nessaprtica.

    2.6 Espacialidades

    Quando observamos o padro de ocupaodo espao nos desenhos da criana pequena, po-demos perceber que apesar dela no estar preocu-pada em produzir traos perfeitos e precisos. Poroutro lado, h uma grande preocupao em ocu-par todo o espao reservado para estes desenhos,mostrando seu esforo e seus conhecimentos em

    relao superfcie. somente durante a produogrfica que a criana percebe a superfcie do papel.

    Sem dvida nenhuma, o desenho o granderesponsvel pelo aprimoramento e desenvolvimen-to das novas percepes espaciais que a crianaadquire, porm no somente atravs do desenhoque essa compreenso espacial se desenvolve.

    O campo da visualidade insere desde cedooutras situaes no cotidiano da criana que tam-

    bm promovem progressos em termos de nooespacial.

    2.7 Linguagem Musical

    O universo sonoro das crianas j existe mes-mo antes de seu nascimento. Atravs de estudos

    e pesquisas, sabemos comprovadamente que osbebs escutam e reagem aos sons externos, sobre-tudo os sons do corpo materno.

    Nos primeiros dias de vida, os bebs j so ca-

    pazes de diferenciar a voz humana de outros tiposde som, principalmente a voz materna que ser um

    fator essencial para a construo do vnculo e paraa interao entre pais e crianas.

    Outros sons que tambm estaro presentesna vida dos pequenos so as cantigas de ninar, can-

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    Arte-Educao

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    es e outras brincadeiras musicais que a me can-

    ta para o beb.

    Desde muito cedo, o beb estar assimilan-

    do todo tipo de sons que constituem o lugar onde

    vive (casa, famlia, comunidade, pas etc.).

    A msica tem um papel importante na vida

    do ser humano, pois atravs dela podemos comu-nicar sentimentos e pensamentos diversos. A lin-

    guagem musical composta atravs da integrao

    de fatores sensveis, afetivos, estticos e cognitivos.

    Na Grcia Antiga, a msica j era considerada

    to importante quanto a Matemtica e a Filosofia.

    Todas as culturas utilizam-se da msica nas

    mais variadas situaes: festas, comemoraes,

    manifestaes cvicas e polticas, rituais religiosos

    etc.

    A msica considerada uma das mais impor-tantes formas de expresso humana e por isso

    fundamental sua presena no contexto educacio-

    nal, sobretudo na educao infantil.

    2.8 Presena da Msica na Educao Infantil

    A presena da msica na educao infantil,

    ao longo de sua histria, traz em si a caracterstica

    de atender alguns objetivos especficos:

    a) Aquisio de hbitos, atitudes e compor-

    tamentos: lavar as mos, escovar os den-

    tes, respeitar a natureza, respeitar regras

    de trnsito etc.;

    b) Realizao de eventos comemorativosconforme o calendrio do ano letivo: dia

    da rvore, dia das mes, dia dos pais etc.;

    c) Memorizao de determinados conte-

    dos: nmeros, letras do alfabeto, cores,

    dias da semana e outros.

    Em todas essas situaes a msica vem acom-

    panhada por gestos, danas, movimentos ensaia-

    dos e imitados pelas crianas de forma mecnica.As famosas bandinhas tambm esto pre-

    sentes como prtica para desenvolver a coordena-

    o motora, audio e ritmo.

    O grande problema que nessas bandinhas

    as crianas se utilizam de pandeirinhos, pauzinhos,

    tamborzinhos e chocalhos confeccionados com

    materiais inadequados, sem qualquer qualidade

    sonora, o que contribui apenas para o processo da

    imitao, abrindo pouco ou praticamente nenhumespao para a criao, percepo e conhecimento

    da qualidade expressiva dos sons propriamente di-

    tos.

    O que ainda hoje vemos nas escolas de edu-cao infantil so dificuldades em promover umaintegrao entre a verdadeira linguagem musicale o contexto educacional. As atividades musicaisrealizadas com as crianas pequenas so predomi-nantemente voltadas para a reproduo mecnicae quase nada tem sido feito em relao ao desen-volvimento da criatividade e elaborao musical.

    As prticas musicais dentro do processo demusicalizao precisam ser repensadas, pois aaprendizagem da msica envolve o contato intui-tivo, espontneo e criativo.

    A linguagem musical tem estrutura e caracte-rsticas prprias e deve ser explorada em todos osseus aspectos: composio, interpretao, improvi-sao, percepo de sons e silncios, organizaesmusicais.

    Dessa forma, o trabalho com msica devetambm ser integrado a outras reas como a ex-presso cnica e artes visuais.

    AtenoAteno

    Aprender msica, na verdade, no apenas ouvir msica, brincar de roda,aprender uma cano, mas principalmente

    adquirir experincias mais elaboradas depercepo, vivncia e reflexo.

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    A linguagem musical um timo meio para

    desenvolver a expresso, o equilbrio, a autoestima

    e principalmente a integrao social e precisa ser

    amplamente acessvel aos bebs e crianas, inclu-

    sive aquelas com necessidades especiais.

    2.9 Linguagem Teatral

    A linguagem teatral na educao infantil est

    relacionada a todas as demais atividades que a

    criana executa no seu dia a dia: as brincadeiras, a

    expresso plstica, a msica, a leitura de histrias,

    os movimentos etc.

    As crianas j podem, desde cedo, conhecer

    e se envolver com os aspectos que compem a lin-

    guagem teatral: o espao cnico, os personagens,o cenrio, o figurino, objetos de cena, luz e som.

    O teatro coopera para que a criana desen-

    volva a sua prpria imagem, pois cada expresso,

    movimento, falas e cantos na encenao promo-

    vem uma associao entre os aspectos afetivos, in-

    telectuais e motores e as linguagens que a criana

    constri nessa experincia.

    As crianas pequenas possuem uma tendn-

    cia natural para a imitao. Gostam de brincar deserem coisas ou pessoas diferentes utilizando fan-

    tasias, maquiagem e acessrios. Por isso, a dramati-

    zao est relacionada a esse jogo de faz de conta,

    presente no universo infantil.

    Durante o aprendizado do fazer teatral, a

    criana tem, num primeiro momento, um aperfei-

    oamento das brincadeiras de faz de conta.

    A contao de histrias tem um papel muito

    importante para a linguagem teatral, pois as crian-as gostam muito desses momentos em que o

    professor conta e dramatiza histrias, fazendo uso

    da entonao de voz e expresses corporais e esse

    momento contribui para ampliar o repertrio de

    expresses da criana. As histrias j conhecidas

    passam a ser dramatizadas e os pequenos assu-

    mem o papel de prncipes, princesas, bruxas e fa-

    das, observando os movimentos, gestos e expres-

    ses mais apropriadas para cada encenao.No se pode deixar de reconhecer que exis-

    tem outros elementos que contribuem para o de-

    senvolvimento do repertrio teatral da criana, tais

    como: a participao delas como espectadoras de

    apresentaes de teatro de fantoches, bonecos,

    sombras etc.; a leitura de gibis; os programas de te-

    leviso e cinema; os desenhos animados etc. Enfim,

    tudo que colabora para ampliar o universo do faz

    de conta e da criatividade infantil.

    Desde a produo e criao do roteiro, con-feco do cenrio e figurinos, verificao dos recur-

    sos como luz e som at a encenao propriamente

    dita, o papel do professor essencial no sentido de

    orientar e apoiar os alunos, passo a passo, para que

    percebam como o faz de conta vai aos poucos se

    transformando em teatro propriamente dito.

    Outro fator muito importante para o enrique-

    cimento teatral das crianas que todos precisam

    perceber a relao palco e plateia, caractersticaintrnseca do teatro. Para tanto, o professor preci-

    sa organizar os alunos de forma que revezem seus

    papis, ora como atores, ora como espectadores,

    completando assim a experincia do teatro na vida

    dos educandos.

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    Arte-Educao

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    Desde os primrdios da civilizao, a dana

    est presente em todas as culturas e das mais va-

    riadas formas. uma linguagem que ocorre atravsda articulao entre o movimento humano ao som

    (ou silncio) e ao espao.

    Sabemos que nem todo movimento do cor-

    po considerado dana. Desde que nasce a crian-

    a j se comunica com o mundo por meio de movi-

    mentos corporais e gestos que acabam compondo

    uma linguagem corporal e promovem uma comu-

    nicao entre ela e as demais pessoas sua volta.

    Ao imitar um animal ou o jeito de andar de algum,ao mexer o corpo acompanhando um ritmo musi-

    cal, a criana est de fato conhecendo melhor a sua

    prpria capacidade de expresso corporal e fazen-

    do contato com alguns elementos da dana.

    Nosso patrimnio cultural permite ao profes-

    sor promover aos seus alunos da educao infan-

    til um grande repertrio de movimentos ligados

    dana.

    O professor deve iniciar o trabalho com ascrianas pequenas atravs da explorao de movi-

    mentos especficos que sero representados pelas

    crianas, resultando em um improviso (sempre

    orientado e direcionado pelo professor). So possi-

    bilidades de movimento: saltar, girar, cair, gesticu-

    lar. Esses movimentos podem ser rpidos, lentos,

    suaves ou fortes e acontecem em diferentes locais

    no espao.

    Algumas brincadeiras e jogos so recursos de

    grande valor para o trabalho corporal dessa faixa

    etria, pois alm de grande prazer, proporciona de-

    safios corporais aos alunos.

    Dessa forma, as crianas comeam a adquirir

    mais conscincia corporal e aprendem a explorar

    as mais variadas formas de se expressar por meio

    dessa linguagem.

    O professor deve criar situaes para que as

    crianas dancem ao som de diferentes msicas de

    diversas regies e culturas. Assim como no teatro,

    os alunos tambm precisam vivenciar a experin-

    cia da apreciao. Isso far com que eles possam

    observar, fruir e analisar a dana como espectado-

    res, criando referncias para perceberem seus pr-

    prios movimentos.

    Outro recurso importante que o professor

    pode utilizar no trabalho com as crianas so as

    prticas de esportes e atividades circenses, pois deforma livre e orientada, as crianas vo adquirindo

    atravs dessas atividades, a total interao pelo

    movimento. O objetivo desse trabalho no fazer

    dessas crianas atletas ou artistas circenses, mas

    aumentar a sua sociabilidade e o seu repertrio

    corporal.

    2.10 Linguagem Corporal - Dana

    2.11 O Ensino de Arte no Ensino Fundamental

    Se levarmos em conta que a Arte na educa-

    o deve ser vista como algo que colabora para o

    conhecimento dos alunos e no apenas como au-

    toexpresso, necessrio que estes alunos tenham

    acesso s informaes e transformaes da Arte no

    decorrer da histria, desde o passado at os diasatuais, ampliando o seu panorama cultural.

    Diante disso, a arte-educadora Ana Mae Bar-

    bosa trouxe para o Brasil uma proposta conhecida

    por Metodologia Triangular em Trs Eixos (o fazer

    artstico do aluno, a leitura da obra de arte e a con-

    textualizao histrica). Esses trs eixos correspon-

    dem ao que foi posteriormente estabelecido pelos

    PCNs, ou seja, a produo do aluno, a fruio e a

    reflexo.Com a promulgao da Constituio em 1988,

    tiveram incio as discusses acerca da nova Lei de

    Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN)

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

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    que colocaria em pauta o acesso escolar dos alunos

    de ensino bsico tambm rea de Arte.

    Essa nova proposta para o ensino de Arte

    assim explicada pelos PCNs:

    Com a lei n 9.394/96, revogam-se as dis-

    posies anteriores e a Arte consideradaobrigatria na educao bsica.

    O ensino da Arte constituir componentecurricular obrigatrio, nos diversos nveisda educao bsica, de forma a promover odesenvolvimento cultural dos alunos. (BRA-SIL, 1998a, p. 30).

    Ao levar a dana, a msica e o teatro aos alu-

    nos da educao bsica, o objetivo no apenas

    promover atividades de recreao, expresso cria-

    tiva ou treino de habilidades motoras, mas princi-

    palmente que atravs da disciplina de Arte os alu-

    nos ampliem seus conhecimentos tericos sobre

    ela, conhecendo como se produz uma obra de arte,

    passando pela apreciao do produto pronto, ana-

    lisando cada aspecto envolvido e refletindo acerca

    do contexto histrico que envolve aquela obra.

    de suma importncia que os alunos adqui-

    ram conhecimento de novas tecnologias para utili-

    z-las em suas prprias produes e que atravs das

    diferentes linguagens artsticas passem a reconhe-

    cer e se apropriar dos mais variados significados,das possveis interferncias culturais, econmicas

    e polticas intrnsecas em determinados trabalhos

    artsticos.

    Por intermdio de desenhos, pinturas, mode-

    lagens, fotografias, cartazes e outros tipos de pro-

    dues artsticas, os alunos precisam ter a oportu-

    nidade de vivenciar diversas experincias da prtica

    artstica e quanto maior for o nmero de formas de

    arte conhecidas por eles, maior ser a sua capacida-de de exercitar o seu processo criador, obtendo um

    maior domnio artstico e esttico sobre suas obras

    e tambm ampliando de forma progressiva e signi-

    ficativa os seus conhecimentos sobre o papel que a

    Arte desempenha nas culturas humanas.

    2.12 Artes Visuais

    Tradicionalmente temos como artes visuais

    aquelas que envolvem a pintura, a escultura, o de-

    senho, a gravura, a arquitetura, o artefato, o dese-

    nho industrial e outros.

    Com a modernidade e devido aos avanos

    tecnolgicos, passamos a ter tambm includos

    nas artes visuais a fotografia, as artes grficas, o ci-nema, a televiso, o vdeo, a computao etc.

    Todas essas variaes e possibilidades pos-

    suem um modo particular de utilizao e trazem

    em si inmeras possibilidades de combinaes

    que devem ser utilizadas pelos alunos para a co-

    municao e expresso.

    O trabalho com Artes Visuais implica na re-

    lao de elementos como pontos, formas, linhas,

    planos, cores, brilhos, luzes, movimentos e outros.Esses elementos se articulam entre si originando

    uma configurao de cdigos que sofrem modifi-

    caes ao longo dos tempos.

    O papel da escola trabalhar com os alunos

    (alm das informaes histricas, produtores de

    obras e cultura) a percepo, imaginao, sensibi-

    lidade, compreendendo os conceitos de determi-

    nada obra e assumindo uma postura crtica dianteda mesma.

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    Arte-Educao

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    Os movimentos fsicos so as primeiras for-

    mas de aprendizagem da criana e esto direta-

    mente relacionados sua atividade mental. Em seudia a dia as crianas esto constantemente em mo-

    vimento, buscando, inconscientemente, explorar o

    ambiente e adquirir uma melhor mobilidade.

    Nesse contexto, as atividades relacionadas

    dana na escola buscam desenvolver nessas crian-

    as uma melhor compreenso de como o seu cor-

    po funciona e como utiliz-lo com maior autono-

    mia, inteligncia e sensibilidade.

    Nas atividades em grupo, o improviso tema importante funo de oportunizar criana ex-

    perincias com a sua plasticidade corporal, poten-

    cialidades motoras e relacionamento interpessoal,

    onde entendero que as expresses e habilidades

    devem sempre se pautar no respeito e na coope-

    rao.

    O professor deve considerar que as escolhas

    dos temas sejam adequadas ao nvel de desenvol-

    vimento dos alunos e estes devero pesquisar os

    movimentos, os ritmos e tambm criar outros mo-

    vimentos em duplas ou grupos, em parceria com a

    rea de msica.

    A originalidade no deve ser o nico objeti-

    vo das aulas. Tambm importante para os alunos

    a repetio de atividades, pois isso traz segurana

    nos movimentos e possibilita posteriores recria-

    es a partir dessas atividades.

    O professor no deve abrir mo de incluir no

    repertrio dos alunos, como fontes de pesquisa e

    aprendizagem, as manifestaes populares (jogos

    populares, amarelinhas, cirandas e outras).

    Desse modo, a proposta dos PCNs de Arte

    (BRASIL, 1998a) pressupe trs blocos de conte-

    dos:

    a) A comunicao e expresso humanas

    atravs da dana (imitao e recriao

    de movimentos individuais, atravs da

    explorao de gestos e movimentos ob-

    servados em dana);

    b) A dana como manifestao coletiva

    (movimentos diversos em duplas, grupos

    etc.);

    c) A dana vista como produto cultural e de

    apreciao esttica (reconhecimento de

    estilos de dana e aspectos artsticos de

    diferentes culturas regionais, nacionais e

    internacionais).

    2.13 Dana

    AtenoAteno

    A dana uma atividade ldica quecolabora para que a criana construasua imagem corporal, promovendoautocrescimento e conscincia social.

    2.14 Msica

    Em relao ao ensino da msica, necessriopriorizar propostas que permitam ao aluno trazerpara a sala de aula toda a diversidade musical a que

    temos acesso hoje (devido aos avanos tecnolgi-cos) atravs de discos, CDs, fitas, DVDs, rdio, tele-viso, computador, jogos eletrnicos, cinema etc.Somente por meio da diversidade que o aluno

    poder construir hipteses sobre nosso patrim-nio musical e obter crescimento pessoal nas ativi-dades de apreciao e produo musical.

    A msica surge a partir de um projeto musi-cal do compositor e este projeto passa pelo pro-cesso de criao em meio aos sons da voz, do am-

    biente, da linguagem, de instrumentos escolhidos

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    (eletrnicos ou no) e demais objetos sonoros. Ocompositor seleciona cada elemento e estabelececritrios de durao, altura, intensidade, timbre etc.Enfim, promove uma combinao entre todos es-ses elementos e o produto final a msica.

    Os processos de composio, improvisaoe interpretao so inerentes produo musical.Somente na hora da interpretao que a msicase torna viva, por isso esse elemento muito im-portante para o aprendizado do aluno que passaa solidificar seus conhecimentos musicais estabe-lecendo os contextos que promovero significado linguagem musical. Os sistemas e processos decomposio ou improvisao so os mais variadose essas atividades devem sempre ser bem estrutu-radas de forma que a liberdade de criao e a cons-cincia dos limites estejam sempre presentes.

    O repertrio musical do Brasil bastante ricoe permite que os alunos possam se utilizar delepara as produes em sala de aula estabelecendohipteses em relao preciso musical em termosde afinao, ritmo, verificao da linguagem utili-zada etc.

    O professor precisa explicar claramente adiferena que existe entre composio e interpre-tao. A composio envolve a melodia e a letra,

    porm, atravs da interpretao que acontece acano propriamente dita, incluindo tambm osinstrumentos, a voz (ou no), os arranjos, padresde ritmo e outros. Da a importncia do intrpreteque, com a sua experincia, conseguir transmitirtodas as nuanas da cano por meio de sua vozou dos instrumentos e estabelecer a linguagemmusical pretendida.

    Atravs da observao desses detalhes, osalunos podero criar referncias e modelos para

    posteriormente desenvolverem suas prprias pro-

    dues, respeitando todos os critrios de composi-o, improviso, interpretao e demais elementosenvolvidos nos trabalhos com a msica.

    Outro detalhe importante que o professordeve observar que, durante as aulas de msica,os alunos precisam participar de todas as formas,ora como ouvintes, ora como intrpretes, ora comocompositores, ora como improvisadores. Ativida-des dentro e fora da sala de aula, com pessoas defora, com grupos musicais das localidades, a par-ticipao em shows, concertos, eventos culturais eoutras manifestaes de cunho musical traro aosalunos uma viso rica e ampla sobre as diversasformas de manifestao da msica no tempo e nahistria.

    Isso contribuir sobremaneira para que os

    alunos se tornem ouvintes sensveis, talentososamadores e at mesmo profissionais da msica.

    Nesses termos, os PCNs(BRASIL, 1998a)esta-belecem trs blocos de contedos:

    a) A comunicao e a expresso atravs damsica (composio, improvisao e in-terpretao);

    b) Apreciao musical: compreender a lin-guagem musical atravs da escuta e doenvolvimento, percebendo a presenade elementos como forma, estilo, gne-ro, dinmica, voz, corpo, materiais sono-ros etc.;

    c) Viso da msica sob os aspectos histri-cos e culturais: conhecer e identificar di-versas obras de outras pocas e culturas,associadas a outras linguagens artsticas,observando seu contexto histrico, geo-

    grfico e social.

    2.15 Teatro

    O teatro foi concebido como arte pelos gre-gos. Inicialmente as apresentaes simbolizavamas concepes religiosas, depois passaram a ter um

    carter mais centrado na cultura e no conhecimen-to.

    O teatro pode ser considerado como a artedo homem. A dramatizao exige a presena do

    ator de forma total e completa, pois para que possase comunicar e se expressar, ele precisa lanar mode seu corpo, seu gesto, sua fala, seus movimentos.

    No desenvolvimento da criana, a dramati-zao est presente de forma espontnea, promo-vendo interao e equilbrio entre ela e o ambiente

    que a cerca.

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    Arte-Educao

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br23

    A oportunidade de estabelecer laos entre o

    individual e o coletivo oferecida aos indivduos

    quando participam de peas teatrais. Nesse espa-

    o as pessoas aprendem a ouvir, receber e ordenar

    opinies, respeitar as diferenas e organizar um

    bom trabalho de equipe.

    Toda criana tem dentro de si a capacidade

    teatral. Portanto, tarefa da escola proporcionarcondies para que as crianas possam exercitar

    essa capacidade de maneira consciente, colabo-

    rando para a obteno e ampliao progressiva da

    linguagem dramtica sem perder sua espontanei-

    dade nem o carter ldico e criativo, inerente s

    crianas pequenas.

    Ao permitir que as crianas tenham liberda-

    de para imaginar, perceber, intuir, bem como de-

    monstrar sua emoo, raciocnio e memria, a es-

    cola est, na verdade, inserindo aos poucos no

    universo desses alunos, a viso crtica e o conhe-

    cimento de contedos sociais e culturais de seus

    grupos.Outro aspecto importante que a escola

    deve facilitar aos seus alunos o acesso literatura

    especializada, vdeos e demais atividades relacio-

    nadas ao teatro em sua comunidade.

    No ensino fundamental o teatro tem como

    objetivo promover, de forma individual, a amplia-

    o das capacidades expressivas e artsticas dos

    alunos, maior domnio do prprio corpo, melhor

    verbalizao e maior capacidade de organizaodo tempo. Torna-se necessrio tambm exercitar

    as relaes interpessoais, melhorando o dilogo,

    o respeito mtuo, a flexibilidade, a cooperao e a

    compreenso das diferenas, to importantes nas

    atividades teatrais.

    AtenoAteno

    Dramatizar proporciona um crescimentopessoal na interao simblica com arealidade, potencializando a expressoindividual recebida atravs de umaatividade coletiva.

    2.16 Resumo do Captulo

    Atravs de desenhos, pinturas, modelagens, dana, msica, teatro e outros tipos de produes ar-

    tsticas, os alunos precisam ter a oportunidade de vivenciar diversas experincias da prtica artstica e

    quanto maior for o nmero de formas de arte conhecidas por eles, maior ser a sua capacidade de exer-

    citar o seu processo criador, obtendo um maior domnio artstico e esttico sobre suas obras e tambm

    ampliando de forma progressiva e significativa os seus conhecimentos sobre o papel que a Arte desem-

    penha nas culturas humanas.

    importante lembrar que o estudo proposto representa apenas o passo inicial para a construode seu conhecimento.

    Esperamos que os conceitos abordados contribuam efetivamente com a sua formao e com a sua

    prtica profissional.

    Como aprendemos, podemos enquanto professores fazer uso das linguagens artsticas (teatro,

    dana, msica, artes visuais e as novas tecnologias) que so carregadas de sentidos e fazem parte da

    condio humana, para desenvolver nos alunos a capacidade de se relacionar, de sentir e de assumir uma

    conscincia crtica. Assim como os outros componentes curriculares, a disciplina Arte relevante em seu

    processo de formao. As aulas de Arte devem buscar ampliar o conhecimento e sensibilidade dos alu-

    nos tornando-os indivduos criativos e dinmicos inseridos no contexto da sociedade.

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

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    1. O ensino da arte pode nos ajudar a ver o mundo de outra forma? Por qu?

    2. Como podemos definir a arte na educao infantil?3. Brincar e fazer arte so as mesmas coisas para a criana?

    4. As artes visuais, a msica, a dana, o teatro e as novas tecnologias so importantes para o

    ensino da arte? Por qu?

    2.17 Atividades Propostas

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

    23/36Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br25

    Desde a mais tenra idade, a criana inserida

    num universo onde participa de prticas sociais e

    culturais no ambiente em que vive.

    Esse ambiente extremamente rico e oferece

    criana diversos elementos fsicos, psicolgicos,

    sociais, estticos e culturais sobre os quais ela vai

    construindo sua percepo do mundo.Nas ltimas dcadas, as crianas tm assisti-

    do a uma verdadeira avalanche tecnolgica (m-

    quinas, industrializao, aparelhos eletrnicos,

    computadores etc.) e, a partir de sua prpria casa,

    comeam a construir seus conceitos sociais e cul-

    turais.

    na interao com as outras pessoas que sur-

    ge a formao das crianas e, como parte de seu

    processo de humanizao, elas se apropriam detodo tipo de experincias que vivenciam a cada

    instante. Passam a perceber sentimentos, atitudes,

    modo de gostar dos adultos, escolhas formais, t-

    teis, visuais e sonoras presentes nos brinquedos,

    nas cantigas de roda, nas roupas e objetos da casa.

    Atravs de sua sensibilidade, tambm distinguem

    cores, materiais, sons, melodias, gestos etc. no am-

    biente sua volta.

    Nesse contexto, o trabalho do professor em

    relao educao em arte, deve considerar toda a

    bagagem de conceitos que a criana j possui e in-

    corporar outros saberes para ampliar seus conheci-

    mentos artsticos.

    Todo conceito ou componente artstico pode

    ser trabalhado a partir do cotidiano da criana ecabe ao professor saber como auxiliar o processo

    de observao e percepo delas em sala de aula.

    Permitir que elas levem para a escola elementos

    referentes a algum assunto de arte ou trabalhar a

    percepo de formas, textura e cores atravs de

    elementos da natureza como flores, folhas, grave-

    tos, pedras ou, ainda, por meio de elementos con-

    feccionados pelo homem como tecidos, papis,

    fotografias, enfim, objetos de uso cotidiano so re-

    cursos excelentes para se utilizar nas aulas de arte.

    O contato direto com algumas obras de arte,

    inclusive com obras de nosso patrimnio cultural

    (esculturas, pinturas, arquitetura etc.), fundamen-

    tal para a aquisio de novos repertrios, conceitos

    e vivncias por parte dos alunos.

    Saiba maisSaiba mais

    [...] os museus como possibilidade de ensino de crticatornam-se essenciais para o ensino da arte e proporcio-nam conhecimento artstico bsico que pode ser assi-milado na visita ao museu e expresso na aula de arte,na escola.

    Robert William Ott

    ARTES VISUAIS NA EDUCAOINFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL3

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br26

    Como Voc V o que Voc V?

    Inicialmente a educao artstica limitava-

    -se a uma atividade escolar que tinha como foco o

    simples fazer (grfico/plstico) da criana. Acredi-

    tava-se, portanto que a utilizao de imagens seria

    prejudicial para a espontaneidade e criatividade

    infantil.

    Somente a partir da metodologia triangular

    (leitura de imagens, obras, objetos ou outro ele-

    mento) que o termo leitura passou a ser conhe-

    cido e utilizado pelos professores de arte.

    Nesse sentido, ler um texto, por exemplo,

    passou a ser estabelecido como atribuir significado

    a este texto, relacionando-o com outros buscando

    a compreenso dos sentidos e outras possibilida-

    des de leitura.

    exatamente este o objetivo da leitura de

    imagens, pois abrange a descrio, interpretao,

    compreenso, decomposio e recomposio tor-nando possvel aprender e atribuir significados s

    produes artsticas.

    A subjetividade contida na arte permite uma

    infinidade de leituras e interpretaes que esto

    relacionadas com as informaes do leitor, suas

    experincias, vivncias, lembranas, imaginao e

    seu repertrio de saberes.

    Quando ensinamos a leitura de imagens para

    crianas e jovens, estamos promovendo uma edu-cao esttica e esta educao do olhar faz asso-

    ciaes, organiza, analisa, constri e destri todo

    tipo de imagens. Tudo isso ocorre pela mediao

    do professor e pelas interaes dentro e fora da

    sala de aula.

    3.1 O Trabalho com Leitura de Imagens

    3.2 Noes das Teorias de Apreciao Esttica

    Os estudos de Luciana Mouro Arslan e Rosa

    Ivalberg (2006) trazem sugestes de como planejar

    e orientar as atividades de leitura de imagens.

    A leitura de imagem aberta e deve ser rea-

    lizada em sincronia com o leitor. O aluno pode ma-

    nifestar-se de mltiplas formas, passando por vrios

    momentos conceituais de apreciao e no porestgios que so estanques e que independem da

    cultura do leitor, cabendo aos educadores situarem

    o aluno na sua leitura. A leitura por meio de repro-

    duo de obras pode constituir um rico exerccio

    para o desenvolvimento esttico e potencializar a

    experincia com as obras originais. Tal leitura deve

    ser incentivada pelo professor por meio de visitas a

    museus, igrejas, galerias, espaos pblicos, feiras etc.

    Os leitores de obras de arte percorrem nveisde desenvolvimento esttico: a descrio ou nar-

    rao, anlise ou construo, interpretao, julga-

    mento ou classificao, recriao, revelao e auto-

    nomia na leitura. O desenvolvimento pelos nveis

    depende de aprendizagem e oportunidades edu-

    cativas ocorridas atravs das experincias.

    As orientaes para o trabalho com leituras

    de obra de arte divulgadas no Brasil foram desen-

    volvidas por Robert W. Ott, professor do Departa-

    mento de Arte-Educao da Penn State University,Pensilvnia. Para um pblico heterogneo, Ott de-

    senvolveu o sistema Image Watching, com cinco n-

    veis de leitura: descrevendo, analisando, interpre-

    tando, fundamentando e revelando.

    O sistema de Robert Ott estabelecido da se-

    guinte forma:

    Aquecimento(sensibilizao):

    escolha uma boa reproduo de

    obra de arte, ou uma imagem, prefe-

    rencialmente bidimensional.

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Arte-Educao

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    Descrevendo(observando aspectos for-

    mais da imagem):

    Linhas: observe a disposio das

    linhas que estruturam o trabalho

    (como se procurasse o esqueleto da

    obra). Como so as linhas? So sua-

    ves, ntidas, ausentes, retas, angula-res, curvas?

    Cor: como so as cores? Interferem

    na obra, destacam algo ou a tornam

    mais interessante? Fortes, suaves,

    misturadas, chapadas? Existem jogos

    de claro ou escuro? As cores criam

    grandes contrastes ou so prximas

    entre si? Alguma cor se destaca mais?

    Voc acha que as cores possuem al-

    gum significado especial nessa obra?

    Textura: Como so as texturas? Lisas,

    speras, macias? Voc identifica tex-

    turas do material utilizado? Existem

    marcas do pincel ou da superfcie?

    Forma: Que formas foram utilizadas

    pelo artista? Orgnicas, geomtricas,

    difusas, definidas?

    Analisando(aspectos conceituais):

    Composio: como o artista organi-

    zou as formas? No centro, nas extre-

    midades, de maneira espontnea,

    agrupadas, distantes? Como os seus

    olhos se movimentam? De modo r-

    pido, ritmado, profundo? Relacione

    os objetos que voc identifica. H

    destaque para algum?

    Tcnica: Qual a tcnica utilizada?

    Temtica: Qual o tema da pintura? Interpretando(aspectos pessoais):

    Como o artista empregou os elemen-

    tos formais (composio, cor, tcnica,

    forma...) para expressar o que sentia

    ou a sua ideia?

    Que impresses voc retira dessa

    obra? Ela traduz alguma experincia?

    Invente um ttulo para a imagem.

    Fundamentando(conhecimento adicio-nal, scio histrico):

    Ttulo: Qual a relao com o ttulo

    dado pelo pintor?

    Como foi feita? Onde o pintor esta-

    va? Quais recursos ele utilizou? Voc

    acha que ele utilizou mais observa-

    o, memria ou imaginao para

    produzir essa obra?

    Contexto: Voc v influncia de ou-

    tro artista ou movimento na obra? Revelando:

    Com base na experincia que voc

    teve ao olhar essa obra, faa um tra-

    balho artstico. Como voc elaboraria

    um trabalho sobre o mesmo tema?

    Crie uma representao com esse

    tema ou com o que mais lhe chamou

    a ateno.

    Esse sistema promove uma observao mais

    profunda das imagens, utilizando vocabulrio es-

    pecfico para esse tipo de anlise. Normalmente

    os alunos desconhecem esses termos especficos

    (contrastes, composio, temtica etc.), tornando

    sua leitura de imagens empobrecida. O vocabul-

    rio proposto pelo Image Watching permite que o

    aluno desenvolva sua percepo visual e sua capa-

    cidade de falar sobre obras de outras pessoas, in-

    clusive de suas prprias produes.

    Essa proposta, no entanto, vista como re-

    petitiva e cansativa, pois se estabelece em critrios

    pouco flexveis.

    Partindo do pressuposto de que a leitura pre-

    cisa estar baseada na interao com os aprendizes,

    surge a pesquisa de Michael Parsons com enfoque

    cognitivo, cujo parmetro est em entrevistas com

    indivduos de diferentes faixas etrias e nveis de

    conhecimentos artsticos.

    Esse autor considera cinco estgios para o

    desenvolvimento da apreciao esttica, que con-

    duzem os alunos do estgio em que esto para es-

    tgios subsequentes.

    Os estgios de apreciao esttica, segundo

    as pesquisas de Parsons (HERNANDEZ, 2000; ROS-

    SI, 2003) so estabelecidos da seguinte forma:

    Primeiro Estgio: favoritismo

    Neste estgio encontram-se muitascrianas pequenas. A criana centra seu

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

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    interesse em um aspecto ou detalhe e,espontaneamente, no relaciona todosos elementos de uma obra, no conse-gue ter em mente uma parte da imagemenquanto olha para outra. Pode enu-merar todos os elementos da obra semnecessidade de relacion-los, faz mui-

    tas relaes com base em um elementoque reconhece. Por exemplo, se v umcachorro pintado, logo recorda que seuav lhe prometeu um cachorro no Natale passa a falar sobre o cachorro que gos-taria de ganhar (ROSSI, 1999). Geralmen-te nesta fase os observadores preferemcores fortes e luminosas. A criana podegostar de quase todas as imagens nestafase, mas muitas vezes valoriza obras queevocam certas temticas: por exemplo,gosta de uma pintura com a representa-o de um gato por que gosta de gatos.

    Segundo estgio: beleza e realismo

    A criana relaciona todas as partes, ela-borando, s vezes, uma histria que ex-plique todo o conjunto da obra. Nestafase, reconhecer o assunto torna-se im-portante, assim como os conceitos de

    beleza e realismo. A imagem bonitaporque seu tema tambm o (ROSSI,1999). Nesta fase, o observador identificaa dificuldade tcnica do artista na feiturade um quadro, valorizando esse aspecto.

    Terceiro estgio: expresso

    A expresso e a inteno do artista pas-sam a ser consideradas para a compreen-so da obra (ROSSI, 1999). A beleza, o rea-lismo ou tcnica no so to importantes

    quanto a ideia ou o sentimento que pre-tende provocar.

    Quarto estgio: autonomia

    Nesta fase observa-se a obra em seucontexto social e estilstico, tentandoapreender as orientaes que traz para asua experincia.

    Ao analisar os protocolos de 200 indivduos,

    apontando cinco tipos de leitores de imagem, apsicloga Abigail Housen tambm classificou al-

    guns estgios de apreciao esttica (GRINSPUN,

    2000).

    Inicialmente, provvel que o leitor pergunte

    o que isso?, associe aquilo que v com lembran-

    as pessoais e queira saber de que se trata aquilo

    que est vendo.

    Quando esses indivduos j possuem algu-

    ma conscincia esttica, querem saber como so

    construdos os objetos e fazem comentrios sobrealguns elementos da linguagem visual e sobre a

    execuo da obra.

    Num nvel mais avanado, o leitor capaz de

    situar o artista, sua marca potica e at se arrisca

    nas interpretaes de forma geral. Enfim, pode ser

    capaz de relacionar algumas questes obra anali-

    sada: o que, como, quem, por que e quando.

    Os critrios de uma leitura de imagem, con-

    forme a sequncia de Abigail Housen, so:

    Primeiro estgio (descritivo, narrativo,enumerativo): o que isto? O que maischama a ateno? O que mostra estaimagem? O que est acontecendo? Qualnarrativa pode ser contada?

    Segundo estgio (construtivo): comoisso feito? Comente: linha, cor, textura,forma, composio. Este trabalho rea-lista? Como o artista construiu?

    Terceiro estgio (classificatrio): quem o artista e por que ele construiu estaimagem ou obra desta maneira? Em quedata foi feita? Quais os materiais? Qual apoca? Voc nota a influncia de algumacorrente artstica no trabalho?

    Quarto estgio(interpretativo): como oartista utilizou os elementos formais para

    expressar o que sentia ou a ideia conce-bida? O trabalho traduz alguma expe-rincia? Invente um ttulo para ele.

    Quinto estgio (recreativo): como vocfaria uma obra considerando o mesmotema ou o que ficou de mais forte naobra para voc?

    Feldman aponta quatro estgios a serem se-

    guidos para a leitura da imagem que so distintos,mas interligados entre si e no ocorrem necessaria-

    mente nessa ordem, so eles:

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    Arte-Educao

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    A descrio se refere a prestar atenoao que se v e, a partir da observao, lis-tar apenas o que est evidente, como porexemplo, tipos de linhas e formas utiliza-das pelo autor, cores, elementos e demaispropriedades da obra. Nesta etapa, identi-ficam-se tambm, o ttulo da obra, o artistaque a fez, lugar, poca, material utilizado,

    tcnica, estilo ou sistema de representa-o, se figurativo ou abstrato, etc.

    A anlisediz respeito ao comportamentodos elementos entre si, como se influen-ciam e se relacionam. Por exemplo, os es-paos, os volumes, as cores, as texturas, ea disposio na obra criam contrastes, se-melhanas e combinaes diferentes queneste momento sero analisados.

    O estgio da interpretao quando pro-curamos dar sentido ao que se observou,tentando identificar sensaes e sentimen-

    tos experimentados, buscando estabelecerrelaes entre a imagem e a realidade nosentido de apropriar-se da primeira.

    O quarto estgio, o do julgamento, quando emitimos um juzo de valor a res-peito da qualidade de uma imagem, deci-dindo se ela merece ou no ateno. Nestaetapa as opinies so muito divergentes,pois algumas obras tem significado espe-cial para algumas pessoas e nenhum valorpara outras.

    Outra sugesto feita por Feldman (apud BAR-

    BOSA, 1991) que as leituras sejam comparativas

    (entre duas ou mais obras) para que seja possvel

    estabelecer critrios de diferenas e semelhanas,

    promovendo um melhor aprendizado, atravs de

    possveis analogias.

    Saiba maisSaiba mais

    Segundo Analice Dutra Pillar (2001, p.15-16), uma leitura se torna significativaquando estabelecemos relaes entre oobjeto de leitura e nossas experinciasde leitor. [...] O nosso olhar no ing-

    nuo, ele est comprometido com nos-so passado, com nossas experincias,com nossa poca e lugar, com nossosreferenciais. No h o dado absoluto eno se pode ter uma nica viso, umas leitura, mas se deseja lanar mltiplosolhares sobre um mesmo objeto.

    3.3 Resumo do Captulo

    Neste captulo, apresentamos teorias de apreciao esttica. A sugesto que a partir destas formasde ler uma obra de arte, o professor adapte a sua realidade criando a sua teoria.

    O ensino de artes visuais envolve todos os aspectos que se relacionam com o fazer artstico dosalunos. Devem ser abordadas as tcnicas, assim como os procedimentos, e realizar a leitura de imagens

    contextualizando as obras no tempo e no espao, relacionando-as com o cotidiano.H outros aspectos que tambm devem ser abordados para enriquecer o currculo escolar, ou seja, a

    diversidade cultural, a preservao do patrimnio, folclore, artesanato, festas populares etc.

    Enfim, o professor dever sempre se preocupar com a escolha das imagens, questionando-as e pro-blematizando-as num determinado contexto, j que as teorias efetivamente se complementam com aprtica.

    3.4 Atividade Proposta

    1. Como voc v o que voc v?

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    28/36Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br31

    Somente atravs da arte ns conseguimos sair de ns mesmos e conhecer a viso

    do outro sobre o universo

    Marcel Proust

    O foco principal das atividades na rea de

    Arte colaborar para que os educandos desenvol-

    vam formas imaginativas, criativas e interessantesde fazer e pensar sobre Arte, treinando para se co-

    municarem e se expressarem cada vez melhor.

    Da mesma forma que ocorre com outras dis-

    ciplinas o aprendizado artstico tambm acontece

    atravs da soluo de problemas.

    Ao se refletir sobre como solucionar os pro-

    blemas em arte, so apresentados aos professores

    alguns pontos importantes a fim de orient-los so-

    bre as tarefas e papis que eles devem desempe-nhar, colaborando para o processo de aprendiza-

    gem dos educandos.

    Os professores devem se preocupar com as

    questes que envolvem duas classes de proble-

    mas: primeiramente em relao criao, s tc-

    nicas utilizadas, aos materiais e forma pessoal

    de articulao entre a capacidade expressiva do

    aluno e as tcnicas e materiais disponveis. Em um

    segundo momento, em relao s propostas apre-sentadas pelo professor e sua interveno antes e

    durante o processo de criao artstica, na aprecia-

    o das obras e na reflexo sobre artistas e demais

    questes relativas ao assunto.

    O professor, juntamente com os alunos, deve

    se preocupar com as condies existentes na es-

    cola, criando um ambiente funcional e adequadoonde os materiais estejam dispostos no espao de

    maneira a otimizar o trabalho dos educandos.

    Para organizar adequadamente o tempo das

    atividades artsticas, preciso levar em conta o rit-

    mo e interesse pelo trabalho, a concentrao e o

    prazer pela realizao de determinada atividade.

    Existem algumas atividades que podem

    ocorrer com certa regularidade (diria ou sema-

    nal). Porm, outras atividades desenrolam-se numasequncia de tarefas orientadas e planejadas com

    certo grau de dificuldades que vo sendo supera-

    das progressivamente at que se chegue ao pro-

    duto final.

    Outra maneira de se organizar o tempo

    atravs da criao de projetos. uma forma de

    trabalho que se inicia por um tema ou problema

    sugerido pelo grupo englobando contedos va-

    riados e se organizando em torno de um produtofinal, sempre com a participao do grupo durante

    todas as etapas do trabalho.

    AtenoAteno

    O fazer artstico est relacionado

    organizao do espao, quantidade e qualidade dos materiais.

    METODOLOGIA DE ENSINO EAPRENDIZAGEM EM ARTE4

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br32

    O papel do profes-

    sor tornar-se um cria-

    dor de situaes reais de

    aprendizagem.

    Para isso necess-

    rio que sejam observadas

    algumas questes:

    a) O que os alunos

    querem apren-

    der?

    b) Quais so as so-

    licitaes dos alunos?

    c) Quais so os materiais que os alunos pre-

    ferem utilizar?

    d) Que conhecimentos prvios esses alunos

    tm sobre Arte?

    e) Quais as diferenas de nveis existentes

    entre os alunos?f ) Que alunos esto mais ou menos interes-

    sados nas atividades?

    g) Quais alunos gostam de trabalhar em

    grupo ou sozinhos?

    Analisando todas essas questes, o professorser capaz de promover um trabalho de Arte eficazque favorecer a percepo, promover desafios,

    aumentar a curiosidade e ampliar os saberesdesses educandos.

    Existem papis especficos que o professorir desempenhar em diferentes momentos das au-las de arte: antes, durante e depois.

    Antes das aulas o professor sempre ser umpesquisador, buscando informaes, materiaise tcnicas. Em seguida, ser um criador para quepossa preparar e organizar a aula bem como o es-

    pao onde ela acontecer.Posteriormente, isto , durante a aula, o

    professor dever exercer o papel de incentivador,propondo questes, estimulando o interesse dos

    alunos, ampliando o seu olhar crtico em relao ssuas produes e s de seus colegas e questionan-do sobre os temas estudados de maneira geral.

    O professor exercer tambm o papel de in-ventor em relao s formas de apreciao arts-tica, possibilitando aos alunos apresentarem seustrabalhos, visitarem atelis e oficinas de artesoslocais, ensaios etc.

    Outra ao importante do professor levarpara a sala de aula elementos como leitura de not-cias, poemas e contos, materiais ou ideias trazidaspelos alunos (um familiar, um arteso, um objetode arte, um livro etc.). Sempre com o objetivo deenvolver e despertar o interesse dos educandos,buscando seu aprendizado atravs da apreciaoque cada aluno conseguir fazer sobre seu prpriotrabalho em relao ao dos colegas.

    Finalmente, depois da aula, o papel do pro-fessor ser de articulador, pois ele estabelecer re-laes entre as aulas propostas, com o intuito defundamentar seu trabalho, por meio do desenvol-vimento das atitudes exteriores dos alunos favo-recendo a criao e a assimilao significativa doscontedos.

    4.1 O Papel do Professor e dos Alunos

    Quando os alunos estudam assuntos muito distantes de sua experi-ncia, assuntos que no despertam curiosidade ativa alguma e queesto alm do seu poder de compreenso, [...] tendem a tornar-se in-telectualmente irresponsveis, no perguntam a significao do queaprendem, isto , no perguntam qual a diferena trazida pelo novoconhecimento para as outras crenas e aes. (DEWEY, 2010, p. 41).

    CuriosidadeCuriosidade

    AtenoAteno

    Continue pesquisando e discuta com

    seus colegas diferentes respostas paraos antigos problemas. O professor umeterno pesquisador, afinal, o caminho construdo a cada passo!

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Arte-Educao

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    Como em qualquer disciplina, os registros

    das aulas de Arte so fundamentais para que o pro-

    fessor possa avaliar o trabalho, repensar prticas eestabelecer novos critrios quando necessrio.

    Por meio de observaes de cada aluno, re-

    latos das aulas, propostas de avaliao, fichas de

    observao, dirios e demais recursos de avaliao,

    o professor obter dados necessrios para condu-

    zir cada vez melhor sua prtica e acompanhar osresultados obtidos.

    4.2 Os Instrumentos de Registro

    4.3 Projetos

    O trabalho com projetos possui uma estru-tura que promove aos alunos autonomia e motiva-

    o. Ele pode ter um carter multidisciplinar ou en-

    volver apenas uma forma de manifestao artstica

    (a dana, a msica, o teatro).

    O projeto deve ser constitudo a partir de al-

    guns critrios:

    a) Escolha do projeto em conjunto com os

    alunos;

    b) Participao ativa do grupo em pesqui-

    sas e produes referenciais, com regis-

    tro que possa ser compartilhado por to-

    dos;

    c) Prtica de simulaes de determinadas

    aes em sala de aula;

    d) Criao de um produto concreto (livro,

    filme, grupo de dana) escolhendo pro-

    jetos relacionados aos contedos traba-

    lhados.

    Como os projetos envolvem contedos varia-

    dos, importante focar aquilo que vai ser trabalha-

    do, determinando um tempo fixo para este projeto

    no planejamento escolar que no dever se esten-

    der ocupando todas as aulas de um semestre.

    Trabalhar com projetos coloca os alunos emsituaes de aprendizagem, desenvolvendo habili-

    dades como escolher, discutir, avaliar, propor etc.

    uma atividade de reflexo contnua onde se avalia

    cada passo realizado, permitindo a sequncia dasaes.

    O desenvolvimento de um projeto deve

    ocorrer em trs momentos:

    1. Avaliao inicial: definio de metas,

    objeto de pesquisa e estudo central do

    projeto;

    2. Sequncia de aes: levantamento daspropostas possveis, avaliao e replane-

    jamento;

    3. Sistematizao: verificao de como

    ocorreu a construo dos conhecimen-

    tos, da percepo e anlise em relao

    produo artstica bem como do que foi

    assimilado de maneira significativa.

  • 8/12/2019 Apostila Arte Educao

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    Ceclia Naomi Fucazu Watanabe

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br34

    A avaliao uma ao pedaggica funda-

    mental que deve ser realizada pelo professor com

    muita responsabilidade. Ela deve contemplar omodo de ensinar, os contedos propostos e a assi-

    milao deles por parte dos alunos, considerando

    os diferentes nveis em sala de aula.

    Na disciplina de Arte, o professor precisa

    oportunizar atividades que permitam a percepo

    de algum tipo de capacidade ou habilidade em

    relao produo artstica em questo. Tambm

    necessrio que o professor selecione contedosadequados a cada etapa da escolaridade e que es-

    tes sejam relevantes para os alunos praticarem e

    conhecerem.

    4.4 Avaliao em Arte

    4.5 Orientao para Avaliao em Arte

    A avaliao diagnstica aquela que ocorre

    antes que o professor inicie determinada ativida-

    de. Por meio dela ser possvel perceber o nvel de

    conhecimento de cada aluno e direcionar melhor

    os trabalhos.

    Outra forma de avaliar quando, numa situa-

    o de aprendizagem, o professor observa e regis-

    tra como os alunos interagem com os contedos.

    H tambm as avaliaes que ocorrem ao fi-

    nal de uma sequncia de atividades que acabam

    por formar uma unidade didtica, permitindo uma

    anlise de como a aprendizagem ocorreu.

    Os professores devem promover a avaliao

    de forma que os contedos e modos de aprendiza-

    gem dos alunos estejam diretamente relacionados

    aos objetivos e procedimentos didticos.H que se considerar todo o processo de

    aprendizagem individual dos alunos atravs da

    observao de seus trabalhos e seus registros (os

    textuais, os audiovisuais e os sonoros).

    A avaliao precisa acontecer de um modo

    criativo onde o aluno possa participar e compreen-

    der e, para isso, ser preciso que o professor tome

    p