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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS Autoria: Janaína Sostisso Elaboração: Março de 2010.

Apostila Avalia o de Riscos Ambientais

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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

Autoria: Janaína Sostisso Elaboração: Março de 2010.

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Professor(a): _________________________________ Turma: TST______

Ano/Semestre: ________________________________ Carga Horária: 60 h/a

PLANO DE ENSINO

1. Competências Atuar na elaboração, implantação e desenvolvimento de reconhecimento e avaliação de riscos ambientais, no âmbito da Saúde e Segurança do Trabalho, nos diversos segmentos de atividades de forma integrada com os Sistemas de Gestão em Qualidade e preservação do Meio Ambiente. 2. Habilidades � Aplicar técnicas de avaliação dos riscos ambientais � Efetuar análise dos fatores que geram os riscos � Elaborar, avaliar e implantar planos de descarte de resíduos e materiais industriais � Desenvolver programas ambientais relacionados à segurança do trabalho � Analisar e reconhecer os equipamentos de segurança específicos a cada atividade laboral � Avaliar, segundo a legislação vigente e de acordo com as avaliações realizadas, as atividades ou operações insalubres � Elaborar planos de emergência � Formar e gerenciar brigadas de incêndio 3. Ementa Revisão dos aspectos de Higiene Ocupacional. Classificação e identificação de riscos ambientais. Introdução aos tipos de riscos. Levantamento qualitativo e quantitativo. Conceito de risco e perigo relacionados à insalubridade / periculosidade. Introdução à Insalubridade e Periculosidade. NR-15 e NR-16. Aspectos gerais. Noções de NR-19 e NR-20. Segurança com manuseio e descarte de materiais químicos industriais e hospitalares. PGRSS. Biossegurança. Modelos de documentos. Riscos Biológicos (NR-15, anexo 14). Iluminação. Estruturação dos dados em planilhas. NBR 5413:1992 e NR-17. Luxímetro. Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Vibrações (NR-15, anexo 8). Radiações não ionizantes (NR-15, anexo 7). Radiações ionizantes (NR-15, anexo 5). Pressões anormais (NR-15, anexo 6). Umidade (NR-15, anexo 10). Frio (NR-15, anexo 9). Calor (NR-15, anexo 3). Termômetro de globo. Cálculo de IBUTG. Ruído (NR-15, anexos 1 e 2). Decibelímetro. Dosímetro. Riscos Químicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados. NR-15, anexos 12 e 13. R-15, anexo 11. Valor teto, Valor Máximo e Limites de Tolerância. FISPQs. Teoria e prática. Noções de NR-30. LTCAT. Legislação pertinente. PPCI. NR-23. Lei Complementar 420 de 1998 e legislação pertinente. NBR 9077:2001. NBR 13714:2000. Brigada de emergência. NBR 14276:2006. Formação da Brigada. Plano de Emergência. NBR 15219:2005. Elaboração de documento. 4. Bibliografia 4.1 Básica VENDRAME, Antonio Carlos. Gestão do Risco Ocupacional: o que as empresas precisam saber sobre insalubridade, periculosidade, PPRA, PPP, LTCAT, entre outros documentos legais. São Paulo: IOB-Thomson, 2005. MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 2007. 4.2 Complementar TUFFI, Messias Saliba; CORRÊA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade e Periculosidade – Aspectos Técnicos e Práticos. São Paulo: Editora LTR, 2004. ARAÚJO, Giovanni Moraes de Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas – Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. NBR 5413. Iluminância de Interiores. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normas Técnicas da Fundacentro. NHO-1 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.

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Normas Técnicas da Fundacentro. NHO-5 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia. Normas Técnicas da Fundacentro. NHO-6 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor. 4.3 Periódicos REVISTA PROTEÇÃO. Novo Hamburgo: MPF Publicações. REVISTA CIPA. São Paulo: CIPA Publicações. REVISTA INCÊNDIO. São Paulo: CIPA Publicações. 5. Metodologia de ensino Os conteúdos serão apresentados através da exposição do assunto de forma participativa, com o incentivo à contribuição e manifestação dos alunos através de questionamentos, análise de experiências profissionais, realização de exercícios e leitura de artigos voltados à aplicação dos conteúdos no contexto profissional, palestras com profissionais das áreas de interesse, visando promover a troca de experiências, facilitar a compreensão e assimilação dos tópicos e a aplicação dos conteúdos desenvolvidos na prática profissional. 6. Avaliação A avaliação consiste na verificação da capacidade do aluno em internalizar os conceitos e técnicas, efetuar reflexões e questionamentos a respeito do tema e aplicá-los às suas necessidades profissionais. É um processo contínuo, sistemático e cumulativo, realizado ao longo de todo o período, através de trabalhos individuais ou em grupo e avaliações individuais. 7. Cronograma O Cronograma e a descrição das avaliações encontram-se em anexo, pois variam conforme a turma e a programação do professor.

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1. REVISÃO DOS ASPECTOS DE HIGIENE OCUPACIONAL E CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS

A maioria dos processos pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da natureza, para transformá-los em produtos segundo as necessidades tecnológicas atuais, capazes de dispensar no ambiente dos locais de trabalho substâncias que, ao entrarem em contato com o organismo dos trabalhadores, podem acarretar moléstias ou danos a sua saúde.

Assim, também estes processos poderão originar condições físicas de intensidade inadequada para o organismo humano, sendo que ambos os tipos de riscos (físicos e químicos) são geralmente de caráter acumulativo e chegam, às vezes, a produzir graves danos aos trabalhadores.

Para facilitar o estudo dos riscos ambientais, podemos classificá-los em cinco grupos: � riscos químicos; � riscos físicos; � riscos biológicos; � riscos ergonômicos; � riscos de acidentes.

Por sua vez, cada um destes grupos subdivide-se de acordo com as conseqüências fisiológicas que podem provocar, quer em função das características físico-químicas dos agentes, quer segundo sua ação sobre o organismo, etc. Riscos Químicos

São identificados, universalmente, pela cor vermelha. Os riscos químicos presentes nos locais de trabalho são encontrados na forma sólida, líquida e gasosa e

classificam-se em:

� aerodispersóides: poeiras, fumos, névoas, gases, vapores � poeiras: são partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas maiores. As poeiras são

classificadas em:

� poeiras minerais: sílica, asbesto, carvão mineral; podem causar silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos minérios de carvão (mineral)

� poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana-de-açúcar; podem causar bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-

açúcar) etc � poeiras alcalinas: calcário; podem causar doenças pulmonares obstrutivas crônicas, enfisema pulmonar � poeiras incômodas: interação com outros agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho, potencializando

sua nocividade. � fumos: são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos, plásticos etc; podem causar doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica de acordo com o metal. ex.: fumos de óxido de zinco nas operações de soldagem com ferro � névoas: são partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos. ex.: névoa resultante do processo de pintura a pistola, monóxido de carbono liberado pelos escapamentos dos carros. � gases: estado físico de uma substância que, em condições normais de temperatura e pressão (25ºC e 760mmHg) encontra-se no estado gasoso. ex.: GLP, hidrogênio, ácido nítrico, butano, ozona, etc. � vapores: são dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. ex.: nafta, gasolina, naftalina, etc.

A principal diferença entre gás e vapor é a concentração existente no ambiente. Se a concentração dos

gases a uma determinada temperatura aumentar eles continuarão sempre gases. No casos dos vapores, se a concentração aumentar a uma determinada temperatura, eles atingirão seu ponto de saturação a partir do

que a substância se transformará em líquido ou sólido.

Névoas, gases e vapores podem ser classificados em:

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� irritantes: causam irritação das vias aéreas superiores. ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda caústica, cloro, etc. � asfixiantes: causam dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte. ex.: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono, etc. � anestésicos (a maioria solventes orgânicos): causam ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), etc. ex.: butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, tolueno, álcoois, percloritileno, xileno, etc.

Compostos ou agentes químicos são substâncias formadas por dois ou mais elementos ligados numa proporção fixa e definida. Como exemplo podemos citar a água que é formada por hidrogênio e oxigênio na proporção de dois pra um.

Exemplos de alguns agentes químicos As vias de penetração dos agentes químicos podem ser:

� via cutânea (pele); � via digestiva (boca); � via respiratória (nariz)

A penetração dos agentes químicos no organismo depende de sua forma de utilização.

Deixar alimentos expostos ou se alimentar no local de trabalho, fumar com as mãos sujas com óleo ou graxa ou que estiveram em contato com produtos químicos, são meios de contaminação.

Outra forma a ser considerada envolve a possibilidade de engolir substâncias retidas na saliva do trato

respiratório. O sistema respiratório (sistema formado pelo nariz, boca, faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares) é a via de contaminação mais importante, pois permite que as substâncias passem para a corrente sanguínea, com mais rapidez, atingindo todo o sistema celular de outros órgãos vitais.

A intoxicação é a ação resultante da exposição a um agente tóxico, podendo ser aguda ou crônica: � aguda: exposição de curta duração com concentração elevada ou por substância que pode ser rapidamente absorvida pelo organismo. � crônica: exposição longa e continuamente repetida, durante a vida laborativa, que pode ou não se acumular no organismo através de órgãos vitais como fígado, rins, pulmão entre outros. Riscos Físicos

São identificados, universalmente, pela cor verde. Ordinariamente, os riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo e o

ambiente, em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de suportar, podendo acarretar uma doença profissional.

Entre os mais importantes podemos citar: � ruído; � temperaturas extremas: frio e calor; � vibrações; � pressões anormais; � radiações: ionizantes e não ionizantes; � iluminação.

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Riscos Biológicos São identificados, universalmente, pela cor marrom. Neste ultimo grupo estão classificados os riscos que representam os organismos vivos, tais como:

� vírus; � bactérias; � fungos; � parasitas. Riscos Ergonômicos

São identificados, universalmente, pela cor amarela. Riscos de Acidentes

São identificados, universalmente, pela cor azul.

2. CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS AVALIAÇÕES DOS RISCOS AMBIENTAIS

A cada poucos minutos, morre uma pessoa por causas relacionadas com o trabalho. Acresce que, todos os anos, centenas de milhares de trabalhadores se lesionam no trabalho; outros entram de baixa por motivos de stresse, sobrecarga de trabalho, lesões músculo--esqueléticas ou outras doenças relacionadas com o trabalho. Para além do custo humano que têm para os trabalhadores e as suas famílias, os acidentes e as doenças consomem igualmente os recursos dos sistemas de saúde e afetam a produtividade das empresas. A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz da segurança e da saúde e é fundamental para reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. Se for bem realizada, esta avaliação pode melhorar a segurança e a saúde, bem como, de um modo geral, o desempenho das empresas.

A avaliação de riscos é o processo de avaliação dos riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho. É, pois, uma análise sistemática de todos os aspectos do trabalho, que identifica: � aquilo que é suscetível de causar lesões ou danos; � a possibilidade de os perigos serem eliminados; � as medidas de prevenção ou proteção que existem, ou deveriam existir, para controlar os riscos.

Segundo a NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), 9.2 (Da Estrutura do PPRA), item 9.2.1: “O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura: a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; b) estratégia e metodologia de ação; c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.”

Continuando os aspectos legais envolvidos nas avaliações dos riscos ambientais, devemos citar os itens a

seguir: � 9.3.1: “O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: a) antecipação e

reconhecimentos dos riscos; b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) monitoramento da exposição aos riscos; f) registro e divulgação dos dados.”

� 9.3.2: ”A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.”

� 9.3.3: “O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis: a) a sua

identificação; b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos; e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição; f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho; g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; h) a descrição das medidas de controle já existentes.”

� 9.3.4: “A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para: a) comprovar o controle da

exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de reconhecimento; b) dimensionar a exposição dos trabalhadores; c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.”

� 9.3.5: “Das medidas de controle.

o 9.3.5.1 Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de reconhecimento

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de risco evidente à saúde; c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.

o 9.3.5.2 O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia: a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. Fatores relevantes à avaliação dos riscos ambientais

De tudo quanto se tem exposto, podemos concluir que a presença de agentes agressivos nos locais de trabalho representam um risco, mas isto não quer dizer que os trabalhadores expostos venham a contrair alguma doença.

Para que isto aconteça, devem concorrer vários fatores, que são: � Tempo de exposição: Quanto maior o tempo de exposição, maiores serão as possibilidades de se produzir uma doença do trabalho. � Concentração ou intensidade dos agentes ambientais: Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de trabalho, tanto maior a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores expostos. � Características dos agentes ambientais: As características específicas de cada agente também contribuem para a definição de seu potencial de agressividade.

O estudo do ambiente de trabalho, visando estabelecer relação entre esse ambiente e possíveis danos à saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses locais, constituí o que chamamos de um levantamento de condições ambientais de trabalho.

O levantamento pode dividir-se em duas partes: o estudo qualitativo: visa coletar o maior número possível de informações e dados necessários, a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no levantamento quantitativo.

� levantamento qualitativo: deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho com um estudo minucioso de uma planta atualizada do local, assim como de um fluxograma dos processos a fim de estabelecer a forma correta de proceder o levantamento: saber o que fazer e como fazer nos diferentes locais de trabalho. O estudo qualitativo de aspectos como:

- número de trabalhadores; - horários de trabalho; - matérias-primas usadas, incluindo nome comercial e nome científico das substâncias; - maquinarias e processos; - tipos de energia usada para transformação de materiais; - produtos semi-elaborados; - produtos acabados; - substâncias complementares usadas nos processos; - existência ou não de equipamentos de controle, tais como ventilação local, estado em que se encontram os

equipamentos etc; - tipo de iluminação e estado das luminárias; - presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem da dispersão; - uso de EPI por parte dos trabalhadores. Essas informações devem ser acrescidas de comentários escrito, que permitam esclarecer a situação real do

ambiente de trabalho. A empresa deve assessorar-se de um elemento técnico que esteja familiarizado com os processos industriais, métodos de trabalho e demais atividades que são efetuadas normalmente no local, a fim de obter dados fidedignos e esclarecer as duvidas que possam surgir durante o levantamento. Para maior facilidade na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas, que tenham condições de reunir as informações mais importantes e necessárias.

Não existe um modelo único para fichas desse tipo, já que seu formato e tamanho, bem como os itens constantes das mesmas podem variar em função do tipo de empresa e dos objetivos e finalidades do levantamento. Portanto, cada profissional deve elaborar seu próprio material auxiliar cuidando para que tais formulários sejam simples e completos, a fim de que representem um poderoso instrumento que venha a facilitar o levantamento e nunca interferir negativamente em sua qualidade.

o estudo quantitativo: completará o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, através de medições adequadas que nos dirão no final quais são as possibilidades de os trabalhadores serem afetados pelos diferentes agentes agressivos presentes nos locais de trabalho,

� levantamento quantitativo:uma vez realizado o levantamento qualitativo, já reunimos as condições necessárias para traçar os rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este por sua vez, deve ser

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minucioso e completo, para que represente as condições reais em que se encontra o ambiente de trabalho. Deve-se, portanto verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes no local analisado. Dessa forma, são colhidos subsídios para definir as medidas de controle necessárias. Uma vez adotadas as medidas de controle que alteram as condições de exposição inicialmente avaliadas, será necessário um novo levantamento quantitativo, para se verificar a eficácia das medidas implantadas.

Periodicamente, deverão ser realizadas novas quantificações, a fim de detectar possíveis alterações, que exijam a adoção de novas medidas de controle ou a adequação das já existentes. Os critérios de avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens específicos.

� Suscetibilidade individual: A complexidade do organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado agente pode variar de indivíduo para indivíduo. Portanto, a suscetibilidade individual é um fator importante a ser considerado. Todos estes fatores devem ser estudados quando se apresenta um risco potencial de doença do trabalho e, na medida em que este seja claramente estabelecido, podendo planejar a implementação de medidas de controle, que levarão à eliminação ou à minimização do risco em estudo.

O tempo real de exposição será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo trabalhador. Essa análise deve incluir estudos, tais como: � tipo de serviço; � movimento do trabalhador ao efetuar o seu serviço; � período de trabalho e descanso, considerando todas as suas possíveis variações durante a jornada de trabalho

A concentração dos poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avaliadas, mediante amostragem nos locais de trabalho, de maneira tal que essas amostragens sejam as mais representativas possíveis da exposição real do trabalhador a esses agentes agressivos.

Este estudo deve considerar também as características físico-químicas dos contaminantes e as características próprias que distinguem o tipo de risco físico.

Junto a este estudo ambiental terá de ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim de determinar possíveis alterações no seu organismo, provocadas pelos agentes agressivos, que permitirão a instalação de danos mais importantes, se a exposição continuar.

� Grupo Homogêneo de Risco (GHR) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE): corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo. Um Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) é o alicerce para avaliação de exposições dos trabalhadores a agentes ambientais agressivos nos locais de trabalho. Na sua forma concepcional mais pura um GHE corresponde a um grupo de trabalhadores sujeito a condições em que ocorram idênticas probabilidades de exposição a um determinado agente. A homogeneidade resulta do fato da distribuição de probabilidade de exposição poder ser considerada a mesma para todos os membros do grupo. Isso não implica em concluir que todos eles necessitem sofrer idênticas exposições num mesmo dia.

Como decorrência da aplicação dos fundamentos em que se baseia a estatística, como ciência, um pequeno número de amostras selecionadas randomicamente, ou seja, aleatoriamente, pode ser utilizado para determinar as distribuições de exposição dentro de um GHE.

Antes de analisarmos a estrutura do GHE devemos entender os verdadeiros objetivos de sua aplicação. Podemos considerar como objetivo primordial da aplicação do GHE a obtenção de subsídios para o estudo epidemiológico de uma dada população. Assim sendo, o que se constata na amostragem deverá, dentro de uma margem aceitável de erro, ser válido para a média do conjunto, ou seja, para o GHE. Outro objetivo também será de utilizar os resultados obtidos na amostragem como se fossem representativos para cada trabalhador, isoladamente.

No primeiro caso, extrapola-se o resultado obtido para a média da comunidade envolvida; no segundo infere-se para cada membro do grupo, isoladamente, esse resultado. Portanto é fundamental o estabelecimento de critérios que tornem a amostragem o mais fiel retrato tanto da média da comunidade, como de cada um de seus componentes, especificamente. No caso da aplicação do GHE realizada como rotina nos ambientes laborais, o que se tem, normalmente, como objetivo, corresponde a segunda hipótese, ou seja, procurar atribuir a cada um dos trabalhadores do grupo os resultados obtidos numa amostragem da qual ele , provavelmente, não participou. O motivo que tem levado à aplicação do GHE nesses casos prende-se sempre à economia de tempo e de recursos financeiros. Acreditamos na validade desse procedimento, desde que se busque sempre a verdade técnica, o que corresponde, nesse caso, à escolha, das variáveis utilizadas na estruturação do GHE, a mais precisa possível, além de serem esses critérios do conhecimento de todos. A escolha dos Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) ocorre durante a fase de estudo e levantamento de dados, quando se processam as etapas de reconhecimento e estabelecimento de metas e prioridades de avaliação. As variáveis que influem nessa escolha são: � tipo do processo/ operação � atividades/tarefas dos trabalhadores � agentes ambientais, fontes, trajetórias, meios de propagação � intensidade/concentração dos agentes � identificação e número de trabalhadores � experiência dos trabalhadores

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� agravos à saúde dos trabalhadores � variações de clima e de horários das exposições � freqüência das ocorrências � interferência de tarefas vizinhas � dados das prováveis exposições, levantados na fase de antecipação � metas e prioridades de avaliação adequadas a realidade da empresa Como se observa, a escolha do GHE

decorre de um estudo altamente complexo, envolvendo a análise de muitas variáveis. Conforme o critério de utilização dessas variáveis, poderemos dar ao GHE um caráter extensivo ou restritivo.

Se, por exemplo, incluirmos no mesmo grupo trabalhadores expostos a diversas fontes de ruídos, em diferentes locais, estaremos ampliando o GHE, tendo, com isso, resultado menos precisos. Se admitirmos, no mesmo grupo, apenas os expostos às fontes de um só local de trabalho, estaremos restringindo o universo de amostragem, mas garantiremos maior credibilidade aos resultados. Portanto, pequenas alterações introduzidas na escolha da base, podem modificar substancialmente os resultados, chegando a deturpar as conclusões. Após a análise das variáveis presentes no ambiente de trabalho, deve ser escolhido o parâmetro, que servirá como base para estruturação do GHE.

Normalmente a escolha recairá sobre um dos parâmetros a seguir: � tarefas dos trabalhadores � funções/atividades � agentes ambientais

Para determinação de condições de insalubridade ou atendimento à prescrições do INSS, o parâmetro escolhido corresponde, normalmente,a um ou mais dos agentes físicos, químicos ou biológicos presentes no ambiente.

Nesses casos, busca-se a formação do GHE para cada tipo de agente, embora possam ser abrangidas diversas fontes geradoras do mesmo.

Quanto mais ampla for a escolha (maior número de fontes geradoras), maior será o erro, tanto pela diversidade de concentrações ou intensidades resultantes das fontes, quanto porque , normalmente, elas estarão dispostas em locais diferenciados.

Em resumo, quanto maior o número de variáveis presentes, maior será o erro e menos representativo será o resultado obtido em relação à exposição prevista para um trabalhador específico. A utilização do resultado da amostragem, como representativa da exposição de cada trabalhador individualmente, será tão mais correta quanto mais a amostragem procure ser restrita a: � fontes geradoras com intensidade/concentrações similares � locais de trabalho com características comuns � turnos de trabalho semelhantes

Em decorrência do exposto acima, julgamos que o GHE poderia ser entendido como: "Trabalhadores engajados em atividades semelhantes pelo mesmo período de tempo, em turnos de trabalho similares, nos mesmos locais de trabalho e expostos ao mesmo agente de risco".

3. ASPECTOS PRÁTICOS E TEÓRICOS DA NR-15

� NR 15 – Atividades e Operações Insalubres Publicação: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978; D.O.U 06/07/78 Atualizações:

Portaria SSMT n.º 12, de 12 de novembro de 1979; D.O.U 23/11/79 Portaria SSMT n.º 01, de 17 de abril de 1980; D.O.U 25/04/80 Portaria SSMT n.º 05, de 09 de fevereiro de 1983; D.O.U 17/02/83 Portaria SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983; D.O.U 14/06/83 Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983; D.O.U 15/09/83 Portaria GM n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990; D.O.U 26/11/90 Portaria DSST n.º 01, de 28 de maio de 1991; D.O.U 29/05/91 Portaria DNSST n.º 08, de 05 de outubro de 1992; D.O.U 08/10/92 Portaria DNSST n.º 09, de 05 de outubro de 1992; D.O.U 14/10/92 Portaria SSST n.º 04, de 11 de abril de 1994; D.O.U 14/04/94 Portaria SSST n.º 22, de 26 de dezembro de 1994; D.O.U 27/12/94 Portaria SSST n.º 14, de 20 de dezembro de 1995; D.O.U 22/12/95 Portaria SIT n.º 99, de 19 de outubro de 2004; D.O.U 21/10/04 Portaria SIT n.º 43, de 11 de março de 2008; D.O.U (Rep.) 13/03/08

Define “Limites de Tolerância” e as atividades e operações consideradas insalubres e sua graduação (“graus de

insalubridade”), que são relacionadas em 14 (quatorze) anexos à referida norma que são os seguintes:

Anexo 1 Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente;

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Anexo 2 Limites de tolerância para ruídos de impacto;

Anexo 3 Limites de tolerância para exposição ao calor;

Anexo 4 Foi revogado (referia-se a iluminação dos locais de trabalho);

Anexo 5 Limite de tolerância para radiações ionizantes;

Anexo 6 Trabalhos sob condições hiperbáricas;

Anexo 7 Radiações não ionizantes;

Anexo 8 Vibrações

Anexo 9 Frio ;

Anexo 10 Umidade;

Anexo 11 Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho;

Anexo 12 Limites de tolerância para poeiras minerais (asbestos, manganês e seus compostos e sílica livre cristalizada);

Anexo 13 Agentes químicos;

Anexo 14 Agentes biológicos.

São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:

� Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12; � Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14; � Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10.

O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura

ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: � 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; � 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; � 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

O Tribunal Superior do Trabalho decidiu, em sessão do Pleno, dar nova redação à Súmula nº 228, definindo o

salário básico como base de cálculo para o adicional de insalubridade, a partir da publicação, em 9 de maio de 2008, da Súmula Vinculante nº 4, do STF.

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“Súmula nº228 (TST): Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Nova redação: O percentual do adicional de

insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas na Súmula nº 17. (Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) Histórico: Redação original - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 Nº 228 O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT.”

“Súmula Vinculante nº4 (STF): Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado

como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.”

A Súmula Vinculante nº4 veda a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de

vantagem de servidor público ou de empregado. A redação anterior da Súmula nº228 adotava o salário mínimo como base de cálculo, exceto para categorias que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, tivessem salário profissional ou piso normativo.

Por maioria de votos, o TST adotou, por analogia, a base de cálculo assentada pela jurisprudência do Tribunal para o adicional de periculosidade, prevista na Súmula nº 191.

Portanto, a indexação do salário-mínimo do art. 192 da CLT como base de cálculo do adicional de insalubridade tornou-se inconstitucional.

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo.

A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

Como o próprio nome diz insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por

conta de sua atividade laboral. A insalubridade é definida pela legislação em função do tempo de exposição ao agente nocivo, levando em

conta ainda o tipo de atividade desenvolvida pelo empregado no curso de sua jornada de trabalho, observados os limites de tolerância, as taxas de metabolismo e respectivos tempos de exposição.

Assim, são consideras insalubres as atividades ou operações que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.

4. ASPECTOS PRÁTICOS E TEÓRICOS DA NR-16 � NR 16 – Atividades e Operações Perigosas Estabelece as atividades e operações perigosas assim como as áreas de risco para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais estão relacionadas nos anexos à referida norma que são:

Anexo 1 Atividades e operações perigosas com explosivos; Anexo 2 Atividades e operações perigosas com inflamáveis;

Anexo Acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - Atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas

Anexo Além das situações previstas na NR-16, terão também direito ao adicional de periculosidade os operários do setor de energia elétrica nas situações previstas no Decreto 93412 de 14/10/86 que regulamentou a Lei 7369 de 20/9/85.

Conceito

O artigo 193 da CLT conceitua a periculosidade para inflamáveis e explosivos da seguinte forma:

"São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato

permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado".

Observa-se, pela definição, que foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: � contato com inflamáveis e explosivos; � caráter permanente; � em condições de risco acentuado.

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Quanto à regulamentação, o Ministério do Trabalho (Portaria nº 3.214, NR-16) estabelece as atividades e operações em condições de periculosidade com inflamáveis e explosivos, bem como as áreas de risco.

Outro agente gerador de periculosidade é o contato com energia elétrica, contemplado na Lei nº 7369 — que para tal instituiu o adicional de periculosidade. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 93.412, de 14.10.86, estabelecendo as atividades em condições de periculosidade e áreas de risco.

Posteriormente, o Ministério do Trabalho resolveu instituir o adicional de periculosidade para as atividades ou operações envolvendo radiações ionizantes e substâncias radioativas, através da Portaria nº 3393, de 17.12.87, instrumento este, no entanto, considerado ilegal por alguns profissionais da área jurídica — já que o direito ao recebimento do adicional fora criado por uma portaria. Sobre o assunto, Cláudio Lacerda da Costa, depois de argumentar, conclui:

"Não pode, então, o Ministério do Trabalho regulamentar como perigoso o trabalho que implique em contato com substância que não seja explosiva ou perigosa, sob pena de total ilegalidade do regulamento. Sendo assim, a Portaria n. 3.393/87 ultrapassa os limites contidos no art. 193, do mesmo diploma legal, constituindo-se então em ato ilegal, insusceptível de gerar direitos e obrigações" (LTr Supl. Trab. 29-141/88).

“Súmula nº191 (TST): Adicional. Periculosidade. Incidência. Nova redação: O adicional de periculosidade incide

apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) Histórico:Redação original - Res. 13/1983, DJ 09.11.1983 Nº 191 Adicional. Periculosidade. Incidência O adicional de periculosidade incide, apenas, sobre o salário básico, e não sobre este acrescido de outros adicionais.”

5. RISCOS BIOLÓGICOS

AGENTES BIOLÓGICOS (NR-15, ANEXO 14) - (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novembro de 1979) � graus de insalubridade: 20 ou 40% � análise qualitativa � caracterização da insalubridade pela análise das atividades que exponham os trabalhadores em contato com

agentes biológicos

Historicamente, os profissionais de saúde não eram considerados como categoria profissional de alto risco para acidentes de trabalho.

A preocupação com riscos biológicos surgiu a partir da constatação dos agravos à saúde dos profissionais que exerciam atividades em laboratórios onde se dava a manipulação com microrganismos e material clínico desde o início dos anos 40.

Para profissionais que atuam na área clínica, entretanto, somente a partir da epidemia da Aids nos anos 80, as normas para as questões de segurança no ambiente de trabalho foram melhor estabelecidas.

A definição dos profissionais e dos trabalhadores que devem ser considerados como parte integrante do setor saúde, e, portanto, expostos ao risco de contaminação ocupacional é bastante complexa. Essa definição, no entanto, é necessária para que se calculem algumas taxas de exposição que envolvam as categorias profissionais específicas.

Alguns autores conceituam como trabalhadores de saúde todos aqueles que se inserem direta ou indiretamente na prestação de serviços de saúde, no interior dos estabelecimentos de saúde ou em atividades de saúde, podendo deter ou não formação específica para o desempenho de funções referentes ao setor.

O vínculo de trabalho no setor de atividade de saúde, independentemente da formação profissional ou da capacitação do indivíduo, é o mais importante na definição de trabalhador de saúde. Analogamente, definem como profissionais de saúde todos aqueles que detêm formação profissional específica ou capacitação prática ou acadêmica para o desempenho de atividades ligadas diretamente ao cuidado ou às ações de saúde, independentemente de trabalharem ou não nas atividades de saúde. O mais importante na definição do profissional de saúde é sua formação e sua capacitação adquiridas com vistas a atuar no setor.

Virtualmente, qualquer categoria profissional pode estar sob risco. Além disso, visitantes e outros profissionais que estejam ocasionalmente nos serviços de saúde também podem sofrer exposições a material biológico.

O número de contatos com sangue, incluindo exposições percutâneas e mucocutâneas, varia conforme as diferentes categorias profissionais, as atividades realizadas pelo profissional e os setores de atuação dentro dos serviços de saúde. Profissionais de saúde da área cirúrgica, odontólogos, paramédicos e profissionais de setores de atendimento de emergência são descritos como profissionais de alto risco de exposição a material biológico.

Conforme as estatísticas observadas, a equipe de enfermagem é uma das principais categorias profissionais sujeitos a exposições a material biológico. Esse número elevado de exposições relaciona-se com o fato de o grupo ser o maior nos serviços de saúde, ter mais contato direto na assistência aos pacientes e também ao tipo e à freqüência de procedimentos realizados por seus profissionais. A freqüência de exposições é maior

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entre atendentes, auxiliares e técnicos de enfermagem, quando comparados a profissionais de nível de instrução superior.

Os riscos biológicos podem ser capitulados como doenças do trabalho, portanto, classificados como acidentes do trabalho, desde que estabelecido o respectivo nexo causal.

Incluem infecções agudas e crônicas, parasitoses e reações alérgicas ou intoxicações provocadas por plantas e animais.

As infecções são causadas por bactérias, vírus e fungos. As parasitoses envolvem protozoários, helmintos e artrópodes. Muitas das doenças ocupacionais são zoonoses, isto é, têm origem pelo contato com animais e,

conseqüentemente, trabalhadores agrícolas e aqueles envolvidos no manejo de aviários, rebanhos e criação em geral podem estar sob permanente risco, se medidas preventivas apropriadas não forem aplicadas. Em geral, o que acontece é que os trabalhadores em indústrias urbanas estão mais protegidos contra os riscos do trabalho que os rurais.

Riscos biológicos ainda incluem picadas de animais peçonhentos, mordidas por ataque de animais domésticos e selvagens (caso da raiva).

Dentre os riscos biológicos podemos destacar as viroses. Viroses são as várias doenças produzidas por vírus que podem ser caracterizadas como ocupacionais. Elas abrangem viroses respiratórias, eruptivas, enteroviroses e arboviroses. Este tipo de infecção pode ser de transmissão direta, de pessoa para pessoa (rubéola, gripe) ou por um vetor (o mosquito da febre amarela silvestre) ou pelo manuseio de animais infectados. As infecções adquiridas em laboratórios de patologia podem ser resultantes do trabalho com o vírus, de pequenos acidentes ou provenientes de animais com experimentos (na observação ou na autópsia), de aerossóis ou da contaminação dos materiais e utensílios usados (tubos, pipetas, placas).

O mesmo pode ocorrer no trabalho de saúde pública. A infecção por vírus pode acontecer simultaneamente em pacientes e no pessoal que trabalha no hospital. A temida e indesejável infecção hospitalar.

Biossegurança

Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos à biodiversidade. Contempla um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos. Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes ocupacionais.

Um manual de biossegurança deverá conter as precauções universais para a proteção da equipe de trabalho, como os equipamentos de segurança necessários (luvas, avental, máscaras, óculos de proteção etc), as barreiras de contenção (toalhas, recobrimento do equipamento etc), os cuidados de higiene pessoal a serem adotados (lavar as mãos, técnicas de higienização etc), os cuidados para evitar acidentes de trabalho (não recapar agulhas com as mãos etc), os procedimentos a serem tomados quando houver exposição a sangue e outros fluídos corporais, o manejo correto do lixo hospitalar, os cuidados com o instrumental utilizado e as técnicas de esterilização, desinfecção e limpeza, dentre outros.

Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS)

Este plano contempla os requisitos mínimos indispensáveis à implementação de um sistema organizado de manejo de resíduos sólidos nos estabelecimentos de serviço de saúde, em suas diversas fases, com a finalidade de controlar e reduzir os riscos para a saúde pública e o meio ambiente, tornando-se, assim, um instrumento orientador.

O PGRSS deverá ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada a qual será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.

Poderão integrar a equipe executora do PGRSS: técnicos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, do Serviço Especializado em Engenharia e Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, ou de outros de serviços especializados.

Legislação

De um modo geral, o anexo 14 da NR-15 e a NR-32, recentemente publicada, contemplam aspectos fundamentais em relação aos agentes biológicos.

O anexo 14 da NR-15, determina a exposição dos agentes biológicos, de forma genérica relacionando, apenas, as atividades, e não, especificamente, os agentes. As atividades são agrupados pelo grau de risco, médio ou máximo, sendo o adicional devido de 20% e 40%, respectivamente dependendo do tipo de atividade enquadrada.

Já a NR 32 busca estabelecer medidas que visam à proteção e a segurança dos profissionais de saúde que atuam em estabelecimentos que prestam este tipo de serviço à população.

A norma regulamentadora 32 aponta as responsabilidades do empregador e os direitos do trabalhador com relação à segurança e saúde. Apresenta também as medidas de proteção que o estabelecimento de saúde e seus trabalhadores devem adotar para exercerem suas atividades de maneira segura, na utilização de gases medicinais, radiações ionizantes, trabalhos com microorganismos em laboratórios de e clínicos.

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Propõe atenção às condições de iluminação, sistemas de ventilação, lavanderias, refeitórios, maquinas e equipamentos utilizados e os cuidados que devem ser observados em cada atividade realizada. Indica ainda que o empregador deve capacitar seus trabalhadores, além de registrar todos os treinamentos e cursos ministrados, acompanhando e avaliando os resultados.

Em 01/04/07 terminou o prazo para os estabelecimentos se adequarem às exigências da NR 32, e o seu não cumprimento implicará em advertências e multas aos que estiverem em desacordo com a nova legislação.

Esta norma norteia e facilita as ações de controle, ajustes e monitoramento por parte dos gestores dos estabelecimentos de saúde, apontando os caminhos para se obter um trabalho harmônico, centrado na segurança e nos cuidados com seus trabalhadores.

Avaliação dos riscos biológicos

A avaliação dos agentes biológicos se dá de modo qualitativo, caracterizando assim o nível de exposição dos colaboradores de acordo com a atividade desenvolvida.

Para avaliação dos agentes biológicos devemos observar alguns aspectos para, posteriormente, determinar o grau de insalubridade, caso exista, e as medidas de controle a serem implantadas.

Dentre os aspectos a serem analisados na avaliação qualitativa, especificamente em unidades de saúde, devemos destacar: � existência de área de isolamento na unidade de saúde; � nível de contato cliente-colaborador; � nível de contato com materiais não esterilizados.

6. ILUMINAÇÃO

A boa iluminação dos ambientes de trabalho e dos ambientes acessórios deve ser executada racionalmente, considerando-se a grande importância destas medidas na prevenção dos acidentes, da fadiga visual e no incremento da produção, tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo. A iluminação do ambiente pode ser: � natural: é a que se obtém com a luz do dia. Sua eficiência depende de quatro fatores: o iluminamento da abóbada celeste: por ser a mais difusa, aproveitada através de aberturas iluminantes superiores (clarabóias, lanternins, telhados dente de serra) ou laterais (janelas). o ângulo de incidência da luz: depende da altura da padieira (parte mais alta da janela) e da própria abertura iluminante bem como da orientação das janelas e das outras aberturas, que deve variar com a latitude. o cor e natureza dos vidros: por onde penetra a luz permitindo uma boa transparência e transmissibilidade de planos limitantes. o cor empregada no ambiente.

A iluminação zenital, na qual a luz penetra através de superfícies iluminantes situadas na cobertura da edificação é muito utilizada em fábricas onde as grandes dimensões do local não permitem que a iluminação lateral proporcione boa claridade. As vantagens deste tipo de iluminação são: o aproveita a luz solar durante um período mais longo do dia; o distribui melhor a luz no interior do recinto; o evita, em parte, os escurecimentos parciais devido à passagem de nuvens.

Os inconvenientes da luz natural decorrem: o das variações astronômicas; o das condições metereológicas; o das alterações da poluição atmosférica; o da disposição dos edifícios vizinhos; o da disposição das dependências e das aberturas. � artificial: é a que se obtém através de lâmpadas elétricas que podem ser fluorescentes, incandescentes, de mercúrio, de iodo etc.

A iluminação artificial pode ser: o geral; o suplementar.

Ela é dita geral quando ilumina todo o local de trabalho, não objetivando uma única operação. Está geralmente afastada dos trabalhadores, instalada a certa altura próxima ao teto. Conforme a distribuição acima ou abaixo da luminária, a iluminação geral se classifica em cinco tipos: o direta: onde a totalidade ou quase a totalidade (90%) da luz se distribui para baixo e apenas 10% para cima;

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o semi-direta: onde a distribuição da luz é de 60% a 90% para baixo; e de 40% a 10% para cima (o aparelho de iluminamento é igual ao anterior porém é translúcido); o mista: quando a distribuição é mais ou menos uniforme para cima e para baixo, como acontece com os globos; o semi-indireta: maior distribuição de luz para cima; o indireta: pode ser totalmente dirigida para cima, distribuindo 100% para cima ou deixando passar 10% da luz para baixo, com parte do aparelho translúcido.

O sistema direto de iluminação, do ponto de vista econômico, é menos dispendioso.O indireto é mais caro, visto que a luz no plano de trabalho é obtida por reflexão do teto onde sempre há uma absorção (por isto o teto deve ser dotado de cores claras). É, contudo, o mais higiênico por possibilitar uma excelente distribuição e difusão da luz. A iluminação suplementar permite melhor iluminar uma determinada operação por meio de luminárias próximas ao trabalhador. É indicada nos trabalhos delicados e minuciosos, quando se necessita de luz dirigida, para fornecer luzes e cores especiais etc. Aspectos quantitativos da iluminação

A iluminação depende de um conjunto de fatores extrínsecos que condicionam a visibilidade dos objetos. � dimensão angular ou ângulo normal do tamanho normal do objeto: não corresponde à dimensão absoluta do objeto e depende da distância. Objetos de tamanhos diferentes com uma mesma dimensão angular são vistos do mesmo tamanho quando postados a distâncias diferentes. � aclaramento ou radiância: os objetos são visíveis pela luz que refletem. Portanto, quanto mais luz refletire, ou seja, quanto mais radiância apresentarem, mais visíveis serão os objetos. � contraste entre a radiância e o fundo: quanto mais intenso for, mas visibilidade do objeto contraste proporciona. � tempo de exposição: é necessário que se possa olhar suficientemente o objeto para vê-lo. Portanto, objetos em movimento numa esteira transportadora devem deslocar-se numa velocidade que permita um tempo de exposição suficiente para ser olhado. Aspectos qualitativos da iluminação � cor da luz: na percepção das cores, a luz branca é indispensável. As luzes incandescentes e fluorescentes comportam-se como luzes brancas e por isto não há nenhum inconveniente em usar-se luz natural e artificial ao mesmo tempo. Quando há necessidade de destacar-se uma determinada cor, deve-se usar uma luz que tenha a mesma composição espectral de cor semelhante àquela que se quer realçar. � distribuição da luz: o aclaramento deve ser homogêneo, o mais uniforme possível, evitando-se que uma parte iluminada seja quatro vezes mais clara que outra menos iluminada. � difusão da luz: visa proporcionar uma iluminação do plano de trabalho com luz vinda de todas as direções. Este objetivo é alcançado quando o teto, as paredes e as superfícies existentes são foscos, formando zonas de penumbra e fazendo desaparecer os contrastes de radiância, e o ofuscamento, formado pela reflexão semi-especular, é reduzido apreciavelmente. � direção da luz: quando necessita-se destacar relevos de objetos, pode-se utilizar a luz dirigida que, em contraste com a iluminação difusa do ambiente, possibilita a formação de sombra facilitando a visão estereoscópica, ou seja, a percepção das três dimensões. � ausência de ofuscamento: o ofuscamento ocorre quando a luz excessiva alcança os olhos causando uma sensação desagradável em nossa vista, produzido por um ponto luminoso no campo visual do observador. Em relação ao campo visual, o ofuscamento pode ser: central ou periférico. Em relação à origem, pode ser: direto (quando a fonte de ofuscamento se encontra no campo visual do individuo, seja ela natural ou artificial) ou indireto (determinado por reflexão em superfícies polidas ou por reflexão semi-especular; como exemplo podemos citar as lousas em salas de aula). Vantagens da boa iluminação A boa iluminação dos locais de trabalho proporciona vantagens para os empregados: � diminuição da fadiga ocular e geral; � maior rendimento dos indivíduos idosos ou portadores de defeitos visuais; � elevação do moral; � redução do número de acidentes; � melhor supervisão do trabalho. Para os empregadores: � aumento da produção; � melhor acabamento do trabalho; � diminuição do desperdício de material;

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� mais ordem e limpeza; � melhor aproveitamento do espaço. Avaliação da iluminação

Uma determinação dos níveis de iluminamento é considerada essencial para o estudo da iluminação. Foram determinados níveis de iluminamento específicos a cada tipo de atividade e local de trabalho. Estes níveis mínimos expressos em lux são estabelecidos pela Portaria nº 3.435 de 19.06.90 do Ministério do Trabalho que revoga o anexo 4 da NR-15 e altera a NR-17 (Ergonomia). Ressalte-se que nesta NR-17, item 17.6.3.2, orienta-se que os níveis a serem observados sejam aqueles estabelecidos na NBR (Norma Brasileira) 5413, registrada no INMETRO. O instrumento utilizado na avaliação do nível de iluminação é o luxímetro, constituído por uma célula fotoelétrica e um amperímetro.

Quando a luz incide sobre a fotocélula, ocorre a formação de uma pequena corrente elétrica, lida no amperímetro que, possuindo escala graduada em lux, fornece diretamente a leitura do nível de iluminamento.

Alguns cuidados devem ser tomados a fim de se obter uma leitura correta dos níveis de iluminamento: � deve-se evitar umidade e temperaturas elevadas na fotocélula por agirem negativamente sobre ela, reduzindo sua vida útil. a célula fotoelétrica deve ser exposta de 5 a 15 minutos antes de se iniciar a série de leituras, para que atinja a estabilização. � a leitura do nível de iluminamento deve ser efetuada no campo de trabalho (toda a região do espaço onde, para qualquer superfície nela situada, se exigem condições de iluminamento apropriadas ao trabalho visual a ser realizado) ou, quando este não for definido, a 75cm do piso. � o operador do aparelho deve colocar-se de forma a não criar sombras sobre o aparelho e evitar o uso de roupas extremamente claras ou escuras durante a medição, afim de impedir a reflexão e absorção, respectivamente, da luz sobre a célula. � as leituras devem ser feitas em dia escuro e nublado, afim de serem consideradas, no levantamento, as piores condições de iluminamento. � quando existirem atividades noturnas no ambiente analisado, as medições deverão ser realizadas à noite.

7. RISCOS FÍSICOS

São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. São os riscos gerados

pelos agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do meio ambiente. Por exemplo, a existência de um tear numa tecelagem introduz no ambiente um risco do tipo aqui estudado, já que tal máquina gera ruídos, isto é, ondas sonoras que irão alterar a pressão acústica que incide sobre os ouvidos dos operários.

Os riscos físicos se caracterizam por: � exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade. � agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco. � em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas. Alguns exemplos de riscos físicos: � iluminação (que pode provocar lesões oculares); � ruídos (que podem gerar danos ao aparelho auditivo, como a surdez, além de outras complicações

sistêmicas); � temperaturas extremas (calor e frio); � vibrações; � radiações ionizantes (como os Raios-X) ou não-ionizantes (com a radiação ultravioleta); � pressões anormais. Vale aqui destacar que a gravidade (e até mesmo a existência) de riscos deste tipo depende de sua

concentração no ambiente de trabalho. Uma fonte de ruídos, por exemplo, pode não se constituir num problema (e, por vezes, é até solução contra inconvenientes como a monotonia), mas pode vir a se constituir numa fonte geradora de uma surdez progressiva, e até mesmo de uma surdez instantânea (por exemplo, um ruído de impacto que perfure o tímpano), tudo depende da intensidade e demais características físicas do ruído por ela gerado.

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE (NR-15, ANEXO 1) E LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDOS DE IMPACTO (NR-15, ANEXO 2)

Um som é fisicamente uma vibração mecânica em um meio gasoso, líquido ou sólido. Neste meio, toda perturbação local da pressão se propaga com uma velocidade determinada em função da massa e das propriedades elásticas do meio. Ao contrário das ondas eletromagnéticas, as ondas sonoras não se propagam no vácuo, mas necessitam de um suporte material.

O ruído pode ser:

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� puro ou complexo � contínuo, intermitente ou flutuante � de impacto Para se ter uma idéia da sensação humana quando o ouvido é exposto a diferentes pressões sonoras que o

estimularam, utiliza-se o decibel que exprime o nível de intensidade acústica. O ruído de impacto é aquele que apresenta picos de ruído de duração inferior a um segundo e a intervalos superiores a um segundo.

Avaliação

Quando em um determinado local não se consegue manter uma conversação normal acerca de um metro de distância, sem se elevar consideravelmente a voz, é sinal de que há problema de ruído e que deve ser feita uma avaliação.

Outra maneira de se avaliar subjetivamente o ruído é quando após uma permanência prolongada em um determinado local, os indivíduos sofrerem diminuição temporária da acuidade auditiva ou tiverem a sensação de campainhas nos ouvidos.

Nestes casos o ruído deve ser encarado como um problema que exige uma avaliação correta (quantitativa) e o início de um programa de controle de medidas eficazes e realizáveis.

Os fatores que devem ser estudados para se fazer uma correta avaliação da exposição do ruído são:

� características dos locais � níveis de pressão acústica � distribuição dos níveis de ruído por faixas de freqüências � tipo de ruído � tempo de exposição Os instrumentos básicos para esta avaliação são: � medidor de nível de pressão do som ou decibelímetro � analisador por faixa de freqüência � medidor de ruído de impacto � calibrador Quando feita uma medição de nível de som devem ser

tomados alguns cuidados especiais a fim de que os resultados sejam corretos:

� a calibração dos instrumentos � a localização correta do microfone: para medir o nível

sonoro em um posto de trabalho determinado é necessário colocar o aparelho de preferência fixo em um tripé no local onde fica o trabalhador, na altura dos ouvidos, o microfone voltado para a fonte.

� ausência de interferências de campos magnéticos, ventos (utilizar o protetor de vento de espuma), vibrações, posição inadequada do observador etc.

� escolha do amortecimento “lento” e “rápido”

Dosimetria de Ruído A dose de ruído é um parâmetro de medição

importante, principalmente quando o objetivo é avaliar o ruído como fator de higiene ocupacional. Trata-se de um parâmetro baseado no Leq (nível equivalente de pressão sonora) que considera o nível de ruído e o tempo de exposição.

Existem 3 padrões de referência que são utilizados por quase todo o mundo, inclusive para efeitos legais. Nos EUA (ACGIH) a taxa de troca considerada é 3; no Brasil (Fundacentro) é 3 e segundo a NR-15 (BR) é 5.

Antes de executar qualquer medição de ruído, deve-se garantir que os funcionários

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selecionados para a avaliação estejam executando suas tarefas em condições normais. Além disso, deve-se explicar a finalidade e os procedimentos de amostragem para os empregados que utilizarão o dosímetro, salientando a importância de não tocar ou interferir no posicionamento do microfone.

O procedimento geral para a realização da dosimetria é o seguinte: � Verifique se a vida útil da bateria instrumento é, no mínimo, o dobro do tempo necessário para o período de

medição. Alguns instrumentos perderão os dados gravados na memória se a bateria for removida por um período superior a 30 minutos.

� Verifique no instrumento o modo de amostragem, se aplicável. � Verifique a calibragem do instrumento e ajuste as configurações, se necessário. � Fixe o microfone na gola ou no ombro do funcionário selecionado para a amostragem. Consulte o manual do

fabricante para os requisitos específicos em relação à orientação do microfone. � Iniciar a sessão de gravação e observar o horário de início. � No final do período de medição, parar a sessão de gravação, remover o dosímetro do empregado e gravar os

valores finais. � Volte a verificar a calibração do dosímetro. Se o instrumento não está dentro da calibração, os resultados

deverão ser invalidados. � Grave todos os dados de medição de ruído

Fórmula para cálculo do valor de Leq para DOS-500 – Marca Instrutherm.

O relatório de dosimetria do aparelho fornece o valor de TWA, o qual é a média de ruído durante o tempo de exposição. Se o dosímetro ficar exposto 8 horas ao ruído, esse valor será considerado como Leq. Caso o dosímetro não fique exposto 8 horas ao ruído, e, deseja-se saber o valor de Leq, utiliza-se a seguinte fórmula para se obter o ruído equivalente em dB para um período de 8 horas, que é uma projeção do valor final. Em todo caso, aconselha-se uma exposição normal da jornada de trabalho. Obs.: Esta fórmula foi obtida a partir dos padrões da ANSI S1.25. Onde: Lc - É o nível de critério utilizado (85 pela norma brasileira) % DOSE - É o valor em % DOSE, fornecido pelo aparelho Tc - É a constante de tempo de 8 horas T - É o tempo de medição de ruído N - É o valor padrão para cada norma. - Para NR-15 utiliza-se “16,61”; - Para NHO-01 utiliza-se “9,96”: Interpretação dos resultados de dosimetria segundo a Revista Brasileira de Saúde Ocupacional 50/85 (Sugestão de critério)

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Ruídos Contínuo ou Intermitente Os ruídos contínuos ou os intermitentes devem ser medidos em decibéis com instrumentos de NPS (nível

de pressão sonora) operando: � no circuito de compensação “A”, isto é, o nível de pressão acústica corrigido por meio da curva de

ponderação A. � e em circuito de resposta slow, permitindo integrar as flutuações do ruído afim de obter um nível sonoro

médio. Os níveis de intensidade são expressos em dB(A). Os tempos de exposição aos níveis de ruídos não devem exceder os limites de tolerância fixados no quadro do

anexo 1 da NR-15.

Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e trinta minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Para os valores encontrados no nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária

permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. � medição de vários níveis de ruído durante tempo estabelecido Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem

ser considerados os seus efeitos combinados de fomra que, se a soma das seguintes frações:

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C1 + C2 + ... + Cn T1 T2 Tn exceder a 1, a exposição esta acima do limite de tolerância. Cn = tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico. Tn = máxima exposição diária permissível a este nível OBS.: (hora x 60) + minutos ; exemplo: 5h37min = 5,61 60 Exemplo 1: numa oficina de veículos foram determinados os seguintes valores de exposição:

Nível medido dB(A) resposta lenta

Tempo real de exposição diária

(em horas)

Tempo máximo permissível por dia (em horas)

C1 / T1

82 1,5 - - 84 2 - - 90 3 4 0,75 (3 / 4) 95 1,5 2 0,75 (1,5 / 2)

TOTAL 8 soma das frações 1,50 Para valores inferiores a 85 dB(A) não devem ser incluídos. Contudo, mesmo assim, a exposição está acima

do limite de tolerância. Exemplo 2: numa operação industrial foi encontrada a seguinte situação:

Nível medido dB(A) resposta lenta

Tempo real de exposição diária

(em horas)

Tempo máximo permissível por dia (em

horas) C1 / T1

80 1,75 - - 82 1,25 - - 84 2,75 (9,25) (0,30) 86 1,5 7 0,21 89 1,5 4,5 0,33 91 0,75 3,5 0,24

TOTAL 9,5 Incluído (0,30) 1,08 Sem incluir (0,30) 0,78

Se somarmos o tempo real de exposição diária, verificaremos que a exposição é de 9,5 horas. Esta situação não

está contemplada no quadro de limites de tolerância. Como esta situação prática é possível, recomenda-se ampliar a escala do quadro, segundo a Conferência

Americana de Higienistas do Governo (ACGIH) para valores inferiores a 85 dB(A), conforme indica a tabela seguinte:

Ampliação da escala de limites de tolerância para exposição diária superior a 8 horas – ruído contínuo ou

intermitente Nível sonoro dB(A) resposta lenta Tempo máximo permissível por dia (em horas)

80 16 82 14 84 12 86 10h30min 89 9h15min 91 8

Para efeito de cálculo de dose equivalente (Deq) – C1 / T1, devemos considerar o T1 a partir do valor de tempo

imediatamente superior aquele da exposição real. No caso acima, a exposição é de 9,5 horas. Na ampliação da tabela, o valor de tempo imediatamente superior é

de 10h30min, o que corresponde a 83 dB(A). Isto nos mostra que a inclusão de um valor, originando um tempo maior de exposição, leva a situação de

aceitável (Deq = 0,78) a um valor que indica que devem ser adotadas providências (Deq = 1,08).

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� mesmo número de fontes com mesma intensidade N (número de fontes) 10 log N (dB)

2 3 3 5 4 6 5 7 6 8 7 8,5 8 9 9 9,5

10 10 OBS.: A conversão logarítmica de N para 10 log N só é possível até o número de 10 fontes. Exemplo 3: Se temos 3 fontes de 76 dB(A), qual é seu equivalente em dB(A)? o procurar na tabela acima o logaritmo correspondente ao número de fontes que é igual a 5. o acrescentamos o número encontrado (5) aos 76 dB(A) o encontramos o resultado 81 dB(A). Portanto, 3 fontes de 76 dB(A) = 1 fonte de 81 dB(A). � mesmo número de fontes diferentes intensidades Exemplo 4: se temos 1 fonte de 87 dB(A) e 1 fonte de 83 dB(A), qual é seu equivalente em dB(A)? o procurar igualar o número de dB(A) de todas as fontes, sempre considerando como base o menor valor das

fontes. o a diferença da intensidade das fontes é de 3 dB(A), ou seja, 83 dB(A) – 80 dB(A) = 3 dB(A) o procura-se encontrar este valor (3) na coluna da direita (=10 log N). o procura-se seu número correspondente na coluna da esquerda que é igual a 2. o nota-se então que 1 fonte de 8 dB(A) = 2 fontes de 80 dB(A) o soma-se agora o número de todas as fontes de igual intensidade de dB(A) que é igual a 3 fontes de 80 dB(A). o procura=se na coluna da direita o valor em dB(A) (=%) correspondente ao número de fontes (=3) e acrescenta-

se o valor encontrado aos 80 dB(A), do que resulta: 80 + 5 = 85. Portanto, 3 fontes de 80 dB(A) = 1 fonte de 85 dB(A).

Ruído de Impacto O ruído de impacto deve ser avaliado em dB, com medidor de NPS operando no circuito linear e circuito de

resposta para impacto. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Em caso de não se dispor de medidor de NPS com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita

no circuito de resposta rápida (fast) e circuito de compensação C. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB (C).

Os objetivos de uma avaliação de ruído são: � avaliação de exposição individual � descrição do campo acústico � estudo das condições de comunicação � projetos e métodos de controle Não podemos esquecer que o ruído, não importando o seu tipo, pode ser: direto, refletido ou de fundo. Quando a distância da fonte for de 15 a 20 metros e a diferença do nível de pressão sonora for de 8 dB,

então o som refletido é apreciável, o que justifica medidas para diminuir a reflexão do som. O ruído de fundo também tem influência no ambiente, intensificando o nível de ruído, o que deve ser evitado.

Para isto devem ser feitas medições com a fonte de ruído em funcionamento e desligada. Se ao desligar a fonte, o ruído se mantiver praticamente o mesmo, o ruído proveniente da fonte estará

mascarado pelo ruído de fundo. Uma diferença de leitura de até 2 dB indica que o ruído de fundo é intenso e que o controle isolado do

ruído desta fonte não resolveria o problema. Deveriam então ser localizadas as fontes responsáveis pelo ruído de fundo com o objetivo de controlá-las.

Contudo, se a diferença das leituras for maior que 10 dB, predomina o ruído da fonte e seu controle reduzirá o problema.

Se a diferença em níveis de ruído estiver entre 2 dB e 10 dB, deve ser utilizado o cálculo apresentado a seguir, a fim de se obter o nível de ruído que seria resultante apenas da fonte.

Seja Nível 1 o nível de ruído medido com a fonte funcionando e Nível 2 o nível de ruído com a fonte desligada, ou seja, apenas o ruído de fundo. Faz-se a diferença entre os dois níveis e utiliza-se a tabela abaixo:

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Diferença entre os dois níveis (Nível 1 – Nível 2)

Diferença a ser substituída do Nível 1 para se obter o nível que resultaria apenas da fonte

2 4,3 3 3,0 4 2,2 5 1,5 6 1,3 7 1,0 8 0,8 9 0,6 10 0,4

Exemplo 5: � nível de ruído com a máquina em funcionamento: 98 dB(A) � nível de ruído no mesmo local com a máquina desligada: 94 dB(A) � diferença entre os dois níveis: 98 – 94 = 4 dB(A) � diferença a ser subtraída do nível 1: 2,2 dB(A) Portanto, 98 dB(A) – 2,2 dB(A) = 95,8 dB(A) que seria o nível dado apenas pela máquina. Não devemos esquecer que os limites de tolerância são os níveis de aceitabilidade e devem ser interpretados,

no caso do ruído, como níveis de pressão e durações diárias de cada um deles, aos quais a maioria dos trabalhadores pode estar exposta, dia após dia, durante toda a sua vida de trabalho, sem que disto resulte um efeito adverso na sua habilidade de ouvir e entender uma conversa normal.

Por isto, é importante salientar que, devido a diferentes suscetibilidades individuais, estes limites de tolerância:

� nunca devem ser interpretados como linha certa que separa o barulho perigoso daqueles sons aceitáveis;

� referem-se à maioria dos trabalhadores e, em conseqüência, uma pequena porcentagem deles pode apresentar efeitos nocivos apesar de eles estarem expostos a valores inferiores. LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR (NR-15, ANEXO 3)

O calor é um risco físico freqüentemente presente em uma série de atividades profissionais desenvolvidas em:

� minerações; � indústrias de vidro; � indústrias têxteis; � indústrias siderúrgicas; � indústrias metalúrgicas; � outros ramos industriais que apresentam processos com liberação de grande quantidade de calor; � além de atividades executadas ao ar livre: como a construção civil e o trabalho no campo. Tais ambientes são merecedores de grande atenção e preocupação por parte dos serviços especializados em

Segurança e Medicina do Trabalho. É sabido que o trabalhador, quando exposto a altas temperaturas, sofre de fadiga, apresenta um rendimento diminuído, é vítima de erros de percepção e raciocínio e apresenta perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações.

Para evitar tais danos é preciso conhecer como se processa a interação térmica entre o organismo humano e o meio ambiente, conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e controlar esta interação.

Sabe-se que um indivíduo, adequadamente protegido, tolera bem as variações de temperatura ambiental de -50ºC até 100ºC. Quando nu, ele suporta variações de temperatura do ambiente de 10ºC a 60ºC sem que sua temperatura interna se altere significativamente permanecendo entre 35,5ºC e 37ºC.

É claro que o organismo lança mão de uma série de recursos para manter esta temperatura constante. Contudo, quando o organismo não consegue manter uma temperatura estável e fica submetido a variações de

temperatura interna superiores a 4ºC, ele começa a apresentar um comprometimento de sua capacidade física e mental. Uma temperatura interna maior que 41ºC, por pouco tempo, leva a uma desnaturação irreversível das proteínas orgânicas e a morte. No trabalho sob temperaturas elevadas, este sistema de controle é muito exigido. I ambiente tende a aumentar a temperatura do organismo e este procura mantê-la constante a todo custo.

Existe no organismo humano um CENTRO TERMO-REGULADOR, situado no hipotálamo anterior, sensível às variações de temperatura do ambiente. Por isto ele é responsável por uma série de alterações fisiológicas, cuja finalidade é manter a temperatura do corpo constante, apresentando várias reações de adaptação quando exposto a uma sobrecarga térmica.

A temperatura interna, ou seja, a temperatura do sangue que vai até o centro termo-regulador, é diferente da temperatura cutânea que varia de acordo com as variações ambientais.

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Sistema fisiológico de controle da temperatura corpórea

O organismo mantêm sua temperatura constante de duas maneiras: � quando a temperatura interna sobe além do nível ótimo de 37ºC: ele perde calor para o ambiente e

diminui o funcionamento dos mecanismos de ganho de calor. � quando a temperatura interna cai abaixo de 36ºC: ele pára de perder calor e aciona os mecanismos

intrínsecos de produção de calor. Os mecanismos de produção de calor são: � metabolismo basal: quanto maior o metabolismo basal, maior será a produção de calor � atividade muscular generalizada � hormônios: alguns hormônios aumentam a produção de calor � aumento da temperatura corpórea: acelera a velocidade do metabolismo Os mecanismos de perda de calor são: � condução: um corpo pode transmitir calor a outro com o qual esteja em contato � convecção: é a propriedade pela qual as moléculas do ar, aquecendo-se em contato com a pele, tornam-se

menos densas e deslocam-se em direção ascendente, fazendo com que outras moléculas de ar, ainda frias, entrem em contato com a superfície do corpo aquecendo-se também.

� radiação: é a transmissão de calor de um corpo com temperatura maior para outro corpo de temperatura menor; se no ambiente existir uma fonte de calor radiante de temperatura maior que a do corpo humano, este irradia calor para o corpo. Por isso, a irradiação torna-se uma forma de ganho de calor e não mais uma forma de perda.

� evaporação: fenômeno pelo qual um líquido que envolve um sólido transforma-se, a uma determinada temperatura, em vapor e como tal passa para o ambiente. As fontes de água básicas para a evaporação são: a sudorese, a água das vias respiratórias e a água da pele.

Portanto, ao trabalhar sob temperaturas elevadas o organismo tenta manter sua temperatura interna (temperatura do sangue que vai até o centro termo-regulador, situado no hipotálamo anterior) constante, a todo custo. Para alcançar isto, o organismo utiliza-se do sistema fisiológico de controle da temperatura corpórea.

A análise deste sistema mostra o seguinte: � a temperatura do organismo, em condições normais, deve ser igual à temperatura ideal, que oscila entre 36ºC

e 37ºC. � quando a temperatura real é superior ou inferior à temperatura ideal, esta diferença é controlada por um

mecanismo de retroalimentação negativa. � o controlador deste mecanismo é o centro termo-regulador que responde: à temperatura do sangue que o

irriga e aos receptores cutâneos de temperatura. � para manter a temperatura real igual à ideal, o centro termo-regulador altera os seguintes fatores:

vascularização cutânea; sudorese; atividade muscular; níveis de hormônios.

Avaliação do calor Na avaliação do calor deve-se considerar todos os parâmetros que

influem na sobrecarga térmica a que estão submetidos os parâmetros que influem na sobrecarga térmica a que estão submetidos os trabalhadores.

Para tanto, é necessário quantificar cada um deste parâmetros e considerá-los de forma adequada, obtendo resultados finais que expressem as condições reais de exposição.

Entre os inúmeros fatores que influem nas trocas térmicas, existem cinco que devem ser considerados na avaliação do calor:

� temperatura do ar: deve ser medida com termômetro de mercúrio. � umidade relativa do ar: quanto maior for a umidade relativa do ar,

menor será a perda de calor por evaporação. Na medição deste parâmetro utiliza-se o aparelho denominado psicrômetro. O psicrômetro é constituído de dois termômetros idêntidos colocados paralelamente. Um deles possui o seu bulbo revestido por tecido, o qual é umedecido com água destilada durante a medição. Após a estabilização são feitas duas leituras: a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido.

� velocidade do ar: deve ser medida com aparelhos denominados anemômetros.

� calor radiante: este parâmetro é medido indiretamente através de um aparelho denominado termômetro de globo. A leitura correta é obtida após 30 minutos de estabilização do aparelho e é denominada temperatura de globo.

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� tipo de atividade: quanto mais intensa for a atividade física, maior era o calor produzido pelo metabolismo. Este parâmetro é estipulado através de tabelas que estabelecem valores em função da atividade exercida. Em virtude da multiplicidade de fatores ambientais e individuais que influem na sensação térmica, torna-se mais difícil uma avaliação precisa dos níveis de calor.

Limites de tolerância

A legislação brasileira, através da Portaria nº 3214 de 8 de Junho de 1978, do Ministério do Trabalho, estabelece que a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) de acordo com a NR-15, anexo nº 3.

O Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo consiste num índice de sobrecarga térmica definido por uma equação matemática que correlaciona alguns parâmetros medidos no ambiente de trabalho. A equação para o cálculo do índice varia no ambiente de trabalho. A equação para o cálculo do índice varia em função da presença ou não de carga solar no momento da medição.

� ambientes internos ou externos, sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg � ambientes externos, com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs

Limites de tolerância para exposição ao calor em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

Uma vez calculado o IBUTG, a interpretação (para regime de trabalho-descanso, com descanso no próprio local

de trabalho) é feita através da Tabela I, levando-se em consideração o tipo de atividade exercida pelo trabalhador, o que pode ser estimado utilizando-se a Tabela III.

Este critério é utilizado para definir regimes de trabalho – descanso para as condições de operação nas quais o trabalhador não pode abandonar o local de trabalho entre a execução de uma tarefa e a seguinte.

Isto é, desta forma são determinados os períodos de descanso que são realizados no próprio local de trabalho. O limite de tolerância para a exposição ao calor será considerado excessivo quando os valores obtidos na

avaliação não forem compatíveis com a Tabela I. Exemplo 1: observando-se um operador de forno de uma empresa, verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos

carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada (sem, no entanto, sair do local) e, em seguida, gasta outros 3 minutos para descarregar o forno.

Este ciclo de trabalho é repetido continuamente durante toda a jornada de trabalho. Determinando-se os parâmetros necessários ao cálculo do IBUTG, observa-se: tg = 35ºC tbn = 25ºC tipo de atividade: moderada (tabela III) Calculando-se IBUTG, temos: IBUTG = (0,7 x 25) + (0,3 x 35) = 28ºC Consultando-se a Tabela I, conclui-se que em cada hora corrida de trabalho, o operário pode trabalhar, no

máximo, 45 minutos e descansar, no mínimo, 15 minutos. Analisando-se, agora, o regime de trabalho observado na empresa, constata-se que, em cada 10 minutos

corridos, o operário trabalha 6 minutos (3minutos carregando o forno e 3 minutos descarregando-o) e aguarda durante 4 minutos a elevação da temperatura sem sair do local, operação esta considerada como “descanso no próprio local de trabalho” para fins deste critério de avaliação.

Como o ciclo observado se repete continuamente, pode-se afirmar que, em cada hora corrida de trabalho, o ciclo se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos (6 x 6 minutos) e descansa 24 minutos (6 x 4 minutos).

Tendo-se verificado, através da Tabela I, que o operário pode em cada hora corrida, trabalhar 45 minutos e descansar 15 minutos, conclui-se que o ciclo de trabalho observado na empresa é compatível com a atividade física do trabalhador e com as condições térmicas do ambiente analisado.

Portanto, o limite de tolerância não é excedido.

Limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local.

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Quando se verifica que o operário, que atua junto a uma fonte de calor, executa seu trabalho intercalado por períodos de descanso em outro local termicamente mais ameno, deve-se interpretar as condições de exposição ao calor através da Tabela II.

Sendo que: M = Mt x Tt + Md x Td 60 IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td 60 Onde: Mt = metabolismo no local de trabalho Md = metabolismo no local de descanso Td = soma dos tempos, em minutos, que se permanece no local de trabalho IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso Observação: para valores de “M” intermediários aos existentes na Tabela II, deve ser considerado, como limite,

no máximo IBUTG rlativo ao “M” imediatamente mais elevado. A determinação do metabolismo, tanto para o local de trabalho como para o local de descanso, é feita

consultando-se a Tabela III. O limite de tolerância para exposição ao calor será considerado excessivo quando os valores obtidos na

avaliação não forem compatíveis com a Tabela II. Exemplo 2: observando-se um operador de forno de uma empresa, verifica-se que o mesmo gasta 3 minutos

carregando o forno, aguarda 4 minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e em seguida gasta outros 3 minutos para descarregar o forno.

Durante o tempo em que aguarda a elevação da temperatura da carga (4 minutos), o operador do forno fica fazendo anotações, sentado numa mesa que está afastada do forno.

Este ciclo de trabalho é repetido continuamente durante toda a jornada de trabalho. O local de trabalho é o local onde o trabalhador permanece quando carrega e descarrega o forno. O local de descanso é o local onde o operador permanece sentado, fazendo anotações. Determinando-se os parâmetros necessários ao cálculo de IBUTG, observa-se � local de trabalho: tg = 54ºC tbn = 22ºC M = 300 Kcal / h IBUTG = (0,7 x 22) + (0,3 x 54) = 31,6ºC � local de descanso: tg = 28ºC tbn = 20ºC M = 125Kcal/h IBUTG = (0,7 x 20) + (0,3 x 28) = 22,4ºC Como a cada hora corrida de trabalho o ciclo se repete 6 vezes e o operário trabalha um total de 36 minutos e

descansa 24 minutos. Calculando-se: M = Mt x Tt + Md x Td = 300 x 36 + 125 x 24 = 230 Kcal / h 60 60 IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td = 31,6 x 36 + 22,4 x 24 = 27,9ºC 60 60 Como o valor de “M” encontrado, 230 Kcal / h não consta na Tabela II, considera-se então o máximo IBUTG

recomendado ao “M” imediatamente mais elevado, ou seja, 250 Kcal/h. Portanto, para as condições observadas no ambiente de trabalho, o máximo IBUTG aceito é 28,5ºC (veja na

tabela II). Como o IBUTG calculado foi 27,9ºC, conclui-se que o ciclo de trabalho observado na empresa é compatível

com a atividade física do trabalhador e com as condições térmicas do ambiente analisado. Portanto, o limite de tolerância não é excedido.

NR-15, ANEXO 4: ANEXO REVOGADO PELA PORTARIA MTPS N.º 3.751, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1990

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RADIAÇÕES IONIZANTES (NR-15, ANEXO 5) O organismo humano não possui mecanismo sensorial que permita detectá-Ias, o que consiste um grande perigo

de contaminação. classificação: as mais comumente encontradas são os raios gama (é uma radiação bastante penetrante e,

conforme sua energia, é capaz de atravessar grandes espessuras), beta (seu poder de penetração é pequeno e depende de sua energia. Para o tecido humano, consegue atravessar espessura de alguns milímetros), alfa (as radiações alfa tem um poder de penetração muito reduzido e uma alta taxa de ionização. Para exposições externas, são inofensivas pois, não conseguem atravessar as primeiras camadas epiteliais. Porém, quando os radionuclídeos são ingeridos ou inalados, por mecanismos de contaminação natural ou acidental, as radiações alfa, quando em grande quantidade podem causar danos significativos na mucosa que protege os sistemas respiratório e gastroentestinal) e raios x (emissões eletromagnéticas com alto poder de penetração). As fontes de alfa e nêutrons não são normalmente usadas em processos industriais. Podem ser encontradas na forma natural (urânio 238; potássio 40; tório 232) ou produzidas artificialmente (iodo 131; cobalto 60; tantálio 182; raio x).

� uso o na medicina: para identificação, localização e combate de doenças. o na indústria: os raios X e gama são utilizados na verificação de falhas em instrumentos metálicos; na

identificação de soldas defeituosas. o fontes de radiações também são utilizadas na determinação de espessuras de lâminas metálicas, de

vidro, de plásticos; na verificação de desgastes de cera para piso, de ferramentas de torno, de anéis para motores de automóveis; na produção de energia elétrica;

o na pesquisa: os laboratórios utilizam aceleradores de partículas e reatores nucleares com o objetivo de descobrir novas partículas, conhecer melhor a estrutura de compostos químicos e para produzir novas fontes artificiais de radiações ionizantes.

� unidades: a principal unidade envolvida no monitoramento dos trabalhadores é o Sievert (Sv). É uma unidade de dose equivalente. Proporciona uma indicação da magnitude da lesão biológica que poderá resultar como conseqüência da absorção de radiação pelo organismo. Esta unidade substitui o Rem (1 Rem = 0,01 Sv). Sievert é uma Unidade Dosimétrica, milisievert (mSv) é um milésimo de Sievert e corresponde a 100 mREM (unidade antiga).

As radiações são capazes de produzir efeitos biológicos similares e como verifica-se que as doses absorvidas, medidas em Gray (Gy; é uma unidade de dose absorvida; define a quantidade de energia absorvida por unidade de massa), capazes de produzir o mesmo efeito, podem variar em função de tipo de radiação, conclui-se que apenas conhecer quantos Gy foram absorvidos por um indivíduo não é suficiente para se avaliar o dano causado à saúde. Por isto, definiu-se a dose equivalente (o Sv).

� efeitos: os efeitos biológicos produzidos pelas radiações ionizantes são de diversos tipos e dependem dos fatores que seguem.

o dose absorvida: é um fator essencial que determina o efeito biológico produzido por uma irradiação. O efeito será tanto mais marcante quanto mais elevada for a dose. Se a dose é suficientemente elevada, todo tecido vivo, ou órgão, será destruído.

o tecidos ou órgãos irradiados: apenas os tecidos ou órgãos irradiados apresentarão lesões. Assim, em caso de irradiação parcial das mãos, o resto estando protegido, só as partes expostas serão lesadas.

o natureza da radiação: a uma dose absorvida igual, diferentes tipos de radiação podem produzir efeitos biológicos diferentes.

Em função localização da fonte emissora, os efeitos podem ser classificados em: o efeitos de fonte externa: são os efeitos produzidos por fontes de radiação ionizante que se encontram fora

do organismo humano. Os raios X e gama, ondas eletromagnéticas, são as mais freqüentemente encontradas e constituem o maior perigo quando provenientes de fonte externa.

o efeitos de fonte interna: são os efeitos produzidos por radiações cuja fonte se depositou no interior do organismo por ingestão, inalação ou absorção através da pele. A presença dessa fonte no organismo é altamente perigosa por provocar uma exposição contínua até que a desintegração cesse ou a fonte seja eliminada do organismo. Os materiais emissores de partículas alfa e beta são as principais fontes de radiação interna. Seus efeitos dependerão da forma que foi absorvida bem como sua localização, porém as partes mais afetadas são estrutura óssea, baço e rins.

É necessário considerar o fator tempo, ou seja, a maneira como a irradiação é distribuída no tempo. Pode se tratar de uma irradiação maciça, de curta duração, ou ao contrário, de uma irradiação liberada lentamente ou a pequenas doses que se acumulam progressivamente ao curso do tempo (por exemplo, radiologia). Podemos classificar os efeitos biológicos produzidos pelas radiações ionizantes conforme diferentes critérios.

Conforme o momento de aparição os efeitos podem ser precoces (aparecem dias ou semanas que se seguem à irradiação; síndrome nervosa para doses acima de 50 Gy; síndrome gastro-intestinal gerada pela destruição da mucosa intestinal; síndrome medular gerada pela morte das células mães da medula óssea; radiodermites pela destruição das células basais da epiderme) ou tardios (aparecem após 6 meses, um ano ou até vários anos após a irradiação; radiodermites; cancerização); conforme o dano é sofrido pela pessoa irradiada, podem ser somáticos (ocorrem no organismo da pessoa que foi atingida pela irradiação) ou genéticos (são mutações que ocorrem nos

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cromossomos ou genes das células germinativas cuja ocorrência depende da dose de irradiação acumulada nas gônadas masculina ou feminina dos indivíduos expostos e que causarão alterações em sua descendência).

� limites de tolerância: a dose total em qualquer órgão ou tecido compreenderá a dose de radiação externa recebida durante as horas de trabalho adicionada a radiação interna devido a incorporação de materiais radioativos. Os limites de tolerância são específicos para população continuamente controlada (= trabalhadores) e população não controlada.

o população continuamente controlada: a dose máxima

permissível para o corpo inteiro, gônadas ou órgãos hematopoiéticos de um indivíduo é de 5 Rem em qualquer período de 12 meses. Num trimestre, a dose máxima permissível é de 3 Rem. Existem duas exceções: a dose em abdômen de mulheres com idade de procriação não pode exceder a 1,3 Rem por trimestre e a dose acumulada no feto de uma mulher grávida não pode exceder a 1 Rem (= 0,01 Sv).

Em nenhum caso a dose total, acumulada durante toda a vida, para o corpo inteiro, gônadas ou órgãos hematopoiéticos de um indivíduo pode exceder a dose permissível pela fórmula: D = 5 (N – 18), onde D é a dose em Rem e N é a idade do trabalhador em anos.

o população não controlada: os limites de tolerância para indivíduos de público (que estejam vivendo nas imediações de instalações nucleares) devem ser a décima parte dos limites anuais anteriores. A dose genética para a população como um todo (=trabalhadores e indivíduos de público) não pode exceder 5Rem em um período de 30 anos.

� avaliação: na determinação do método de avaliação e na escolha da aparelhagem devem ser considerados: objetivos da avaliação, tipo de radiação, condições de exposição etc. Há vários tipos de aparelhos detectores de radiação ionizante, cada qual para determinadas operações.

Dividem-se em: o detectores de campo ou inspeção: são utilizados para detecção e quantificação de radiações

ionizantes em ambientes de trabalho e em roup as ou objetos que tenham sido contaminados. Dentre eles podemos citar os detectores de câmara de gás e os detectores de cintilação.

o detectores pessoais: são de uso individual com a finalidade de quantificar a dose de radiação acumulada pelo indivíduo exposto. Dentre eles podemos citar os dosímetros de bolso (atualmente conhecido como "caneta dosimétrica"; a vantagem é por se poder obter a leitura imediatamente, para saber a quantidade de radiação recebida; tem como desvantagens o não fornecimento de leitura permanente da exposição, se houver choque com um outro objeto ou queda pode haver descarregamento e não é tão preciso como o dosímetro de filme) e os dosímetros de filme (tem como maiores vantagens o fornecimento de leitura permanente de exposição, seus recipientes são geralmente bem confeccionados para que não se quebrem, a queda não prejudica a leitura posteriormente). Para se haver uma perfeita harmonia na leitura da radiação recebida, combinamos a utilização destes dois tipos de dosímetros. O Dosímetro é um dispositivo composto de cristais com propriedades termoluminescentes, (quando aquecido emite luz) utilizado para medir doses de radiações ionizantes, como as geradas por aparelhos de Raios X ou Fonte s Radioativas. A Dosimetria Pessoal é uma medida de grande responsabilidade, pois além de permitir a determinação da dose, permite ainda uma indicação das condições de funcionamento da aparelhagem utilizada. Dose elevada pode indicar maneira incorreta de trabalho, instalação com problema de blindagens ou aparelhagem defeituosa. É importante que o dosímetro pessoal seja usado de modo permanente pelo usuário durante todo o seu período de trabalho na sua instituição. Quando o

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usuário não estiver trabalhando naquela Instituição, o seu dosímetro deve ser guardado junto com os outros dosímetros de seus colegas. Para garantir que na troca ou devolução dos dosímetros não haja confusão ou mistura dos mesmos, algumas empresas utilizam dois sistemas: data base do período de uso identificada no dosímetro e cores para cada período onde: Dosímetros Tórax - COR AZUL para os meses pares e COR VERDE para os impares. Dosímetros Anel - COR AMARELO para os meses pares e COR LARANJA para os impares. Dosímetros de Pulso - não utiliza sistema de cores, apenas a data no verso da pulseira.

IMPORTANTE - O dosímetro é de uso exclusivo do usuário e não poderá ser usado por outra pessoa, nem em outra instituição. - Deve ser usado de maneira visível, na região do tronco mais exposta e por cima do avental plumbífero. - Deve-se cuidar do dosímetro e verificar que nada fique na sua frente como por exemplo caneta, carteira, etc. O Dosímetro Padrão é um dosímetro igual aos outros, mas utilizado como

referência no sistema de leitura, ou seja as doses indicadas no Laudo de Doses Mensal, são calculadas medindo-se a dose do dosímetro cada usuário e subtraindo-se o valor da dose acumulada no Dosímetro Padrão. O Dosímetro Padrão serve ainda para descontar eventual radiação recebida pelo conjunto dos dosí metros durante o transporte (correio).

O Laudo de Dose Mensal é um relatório das doses recebidas pelos usuários de uma instituição durante o período de um mês. Neste Laudo, além das doses, consta a data da chegada da remessa, no Laboratório o código da Instituição e dos usuários, o Período de Uso dos Dosímetros, etc.

A Norma de CNEN prevê somente Limites Primários Anuais, mas por motivos práticos de dosimetria foram estabelecidos três Níveis de Referência para o programa de monitoração pessoal, em relação às doses mensais, a saber:

- Nível de Registro: - BG à 1,2 mSv. - Determina apenas que os dados de doses do mês da Dosimetria Pessoal devem ser registrados pela Instituição.

- Nível de Investigação: 1,2 mSv à 4 mSv – Quando alguma dose do mês de usuário estiver entre estes valores, a Instituição deve investigar as causas que justifiquem estes níveis. A empresa res ponsável pelo monitoramento sempre envia uma Carta comunicando quais os usuários e sugestões de providências a serem tomadas.

- Nível de Interferência: Doses no mês maiores que 4 mSv – Neste caso torna-se necessário medidas de interferência nos procedimentos de trabalho, a fim de corrigir uma situação claramente inaceitável, cujos detalhes dependem de cada situação particular. Além disso, a empresa que monitora o nível de radiações envia uma carta de Comunicação de Doses Elevadas à CNEN com o resultado da Dose medida. O responsável da Instituição deverá fazer um relatório à CNEN, onde constam as atitudes tomadas em relação à doses recebidas pelos usuários.

Para avaliação da radiação ambiental pode-se utilizar monitores de radiação (detector Geiger-Müller). Exercícios 1. Pesquisar sobre os riscos envolvidos nas terapias descritas abaixo: a) Radioterapia: b) Braquiterapia: c) Tomografia: d) Mamografia: e) Ecografia: f) Ressonância magnética:

TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS (NR-15, ANEXO 6) - (Título alterado pela Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983)

As primeiras tentativas do homem em trabalhar de baixo da água começaram na pesca de pérolas, em que se desenvolveram técnicas de reserva respiratória que capacitava-o estar sob a água por períodos de poucos minutos em profundidade de até 30 metros. Os tubos de respiração e sinos de mergulho datam mais ou menos dos tempos primitivos, mas foi a partir do século XVI que criou-se um ambiente no qual a pressão do ar poderia ser aumentada para equilibrar a pressão hidrostática dando condições para o homem trabalhar debaixo da água por períodos mais longos. A pressão atmosférica normal é de + ou - 1 kg/cm2 (=760 mmHg, ao nível do mar, nas Condições Normais de Temperatura e Pressão - CNTPs).

A pressão de trabalho máxima usual em trabalho de ar comprimido em construções é em torno de 3,5 Kg/ crn2, mas muitos trabalhos em ar comprimido são executados em pressões muito mais baixas. Os homens trabalham em

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pressão de ar aumentada numa variedade de maneiras, desde mergulhos submarinos até em trabalhos sob ar comprimido. Trabalhos sob ar comprimido

Trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a pressão atmosférica e onde se exige cuidadosa descompressão.

Para tanto, são necessárias condições e locais especiais para a execução de tais atividades, dos quais precisamos conhecer alguns termos.

Segundo a NR-15, em seu anexo número 6, dispõe em seus itens sobre os trabalhos sob ar comprimido em tubulões pneumáticos e em túneis pressurizados e sobre trabalhos submersos. De acordo com a NR-15: � o trabalhador não poderá sofrer mais de uma compressão num período de 24 horas. � durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhuma pessoa poderá ser exposta à pressão superior a 3,4Kgf/cm2 exceto em caso de emergência ou durante tratamento em câmara de recompressão sob supervisão direta do médico responsável. � a duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser superior a: o 8 horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0Kgf/cm2 o 6 horas, em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5Kgf/cm2 o 4 horas, em pressões de trabalho de 2,6 a 3,4Kgf/cm2 � a compressão dos trabalhadores deverá obedecer às seguintes regras: o no primeiro minuto, após o início da compressão, a pressão não poderá ter incremento maior que 0,3 Kgf/cm2 o atingido o valor de 0,3Kgf/cm2, a pressão somente poderá ser aumentada após decorrido intervalo de tempo que permita ao encarregado da turma observar se todas as pessoas na campânula estão em boas condições; o decorrido o período de observação recomendado acima, o aumento da pressão deverá ser feito a uma velocidade não superior a 0,7Kgf/cm2 por minuto, para que nenhum trabalhador seja acometido de mal-estar; o se algum dos trabalhadores se queixar de mal-estar, dores no ouvido ou na cabeça, a compressão deverá ser imediatamente interrompida e o encarregado reduzirá gradualmente a pressão da campânula até que o trabalhador se recupere; mas, não ocorrendo a recuperação, a descompressão continuará até a pressão atmosférica, retirando-se, então, a pessoa e encaminhando-se ao serviço médico. Trabalhos submersos

Abaixo se encontra a nomenclatura utilizada para trabalhados submersos.

Câmara Hiperbárica Vaso de pressão especialmente projetado para a ocupação humana, no qual os ocupantes podem ser submetidos a condições hiperbáricas.

Descompressão

Conjunto de procedimentos, através do qual um mergulhador elimina do seu organismo o excesso de gases inertes absorvidos durante determinadas condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessários, no seu retorno a pressão atmosférica, para a preservação da sua integridade física.

Equipamento Autônomo De Mergulho

Aquele em que o suprimento de mistura respiratória é levado pelo próprio mergulhador e utilizado como sua única fonte.

Linha De Vida Um cabo, manobrado do local onde é conduzido o mergulho, que conectado ao mergulhador, permite recuperá-lo e içá-lo da água, com seu equipamento.

Mergulhador Profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização de equipamentos de mergulho submersos.

Operação De Mergulho Toda aquela que envolve trabalhos submersos e que se estende desde os procedimentos iniciais de preparação até o final do período de observação.

Trabalho Submerso Qualquer trabalho realizado ou conduzido por um mergulhador em meio líquido.

Umbilical O conjunto de linhas de vida, mangueira de suprimento respiratório e outros componentes que se façam necessários à execução segura do mergulho, de acordo com a sua complexidade.

Kmb (Máscara Full Face) Máscara que envolve toda a cabeça do mergulhador e que permite respirar tanto pelo nariz como também pela boca. Permite que o mergulhador respire mesmo inconsciente. É um equipamento obrigatório.

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Quando um gás está na presença de um líquido, parte deste gás se dissolve nele. A quantidade de gás que se dissolve é diretamente proporcional à pressão sobre o gás.

Quando a pressão é aumentada, mais gás se dissolve e quando a pressão é diminuída, o gás se dissolve e quando a pressão é diminuída, o gás dissolvido deixa o líquido e volta à fase gasosa.

Os tecidos do corpo, que possuem alto teor de líquido, estão, através do sangue, em contato com o ar, uma mistura de gases sob pressão. O sangue atua como veículo principal dos gases no organismo e seu contato com o ar atmosférico ocorre nos alvéolos pulmonares.

O sangue possui sua própria solubilidade e índice de saturação, fatores que governam as quantidades de oxigênio e nitrogênio que ele conduz em diferentes pressões atmosféricas.

O nitrogênio é um gás completamente inerte, ao passo que o oxigênio é utilizado pelos tecidos no metabolismo celular. Em circunstâncias normais, o gás dissolvido nos tecidos do corpo é principalmente o nitrogênio.

Quando a pressão atmosférica é aumentada, mais nitrogênio se dissolve no sangue e mais nitrogênio é gradualmente tomado pelos tecidos até que o equilíbrio seja alcançado.

Tanto a saturação quanto a dessaturação dos tecidos leva certo tempo; não são instantâneas.

O sangue alcança o equilíbrio em alguns minutos. Os tecidos adiposos têm uma afinidade especial por nitrogênio. Cerca de 5 vezes mais nitrogênio se dissolve em gordura do que numa quantidade equivalente de água antes do equilíbrio alcançado.

Portanto, se o homem retorna à pressão atmosférica normal muito rapidamente, formam-se bolhas de gás na circulação e nos tecidos.

Isto tornava muito comuns sérios e fatais resultados até que foi adotado há mais ou menos 60 anos um procedimento racional de registro de entrada e de saída em ambiente pressurizado. O trabalho em ambiente pressurizado tem sido associado a atividades navais, mas é também requerido em construção e manutenção de portos, sistemas de água refrigerada para estações de força, pilares de pontes, túneis ou tubos imersos, barragens, cataratas, oleodutos e cabos submarinos, perfurações no mar para passagem de dutos de gás e trabalhos de salvamento.

Em muitas atividades da construção civil, os trabalhos precisam ser executados em locais onde o solo é francamente aqüífero ou mesmo totalmente imerso.

A permanência nesses locais exige, segundo o caso, o uso de: � tubulões pneumáticos: usados para obras de fundação em terrenos onde a água percola em direção da escavação, impossibilitando o andamento dos trabalhos. � caixões (sinos de mergulho): são usados para obras de fundação e de construção no mar ou no leito de um rio. Depois de colocado no lugar determinado, o caixão recebe, por insuflação, o ar comprimido produzido por compressores que funcionam na superfície a uma pressão suficiente para expulsar a água e mantê-la constantemente fora da câmara de trabalho. O ar deve ser renovado constantemente porque a sua tendência é escapar por baixo das facas e para o pessoal é indispensável um renovação de ar à razão de 40m3 por hora/homem. � couraças (shields): são utilizadas para perfuração de túneis em solos expostos à infiltração de águas como, por exemplo, áreas centrais com grandes concentrações de edifícios e trânsito, no intuito de não interferir no andamento normal da cidade. A couraça vai perfurando o túnel e permitindo a colocação dos anéis metálicos de sustentação do terreno. � equipamentos de mergulho autônomo.

Os três primeiros anteriormente citados são utilizados sob atmosfera pressurizada que manterá a zona do trabalho sem água permitindo a realização da tarefa em solo seco. O último é usado para tarefas embaixo d’água. RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES (NR-15, ANEXO 7)

A radiação eletromagnética é um campo elétrico vibratório movimentando-se através do espaço, associado a um campo magnético vibratório que tem as características do movimento ondulatório.

� classificação o radiofreqüências: são usadas na radionavegação, radioastronomia, radiodifusão AM e radioamadorismo.

Não apresentaram, até agora, problemas ocupacionais.

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o microondas: são usadas na radionavegação, radiodifusão FM e TV, satélites de comunicação, radares meteorológicos e fornos de microondas. Seus efeitos dependem da freqüência e da potência dos geradores. O efeito mais estudado é o térmico. Contudo, os campos elétricos e magnéticos são responsáveis por problemas de saúde a longo prazo de exposição. Em relação aos efeitos térmicos podemos dizer que quanto menor a freqüência da onda, maior o risco de lesão de órgãos internos e quanto maior a freqüência, maiores são as lesões superficiais como por exemplo, cataratas. Os órgãos vulneráveis são os olhos e os testículos. Não existe um sistema padrão para avaliação.

o raios infra-vermelhos: são usados em fornos metalúrgicos, fornos siderúrgicos, fabricação de vidros, solda

elétrica, aquecedores de ambientes, fotografia, secagens de tintas e vernizes. O principal efeito sobre as pessoas é o térmico o qual pode provocar queimaduras da pele, catarata e lesões na retina.

o raios ultra-violetas: de acordo com o comprimento da onda classificam-se em raios UV-A (possui efeito

fototóxico ou fotoalérgico pela presença de substâncias químicas na pele como loções, perfumes etc), UV-B (radiação responsável pelo bronzeamento) e UV-C (efeitos sem gravidade). São usados na iluminação de diais fosforescentes (discotecas), controle de qualidade industrial, esterilização de alimentos, água e ar, operações de tubos eletrônicos, gravação fotográfica, sopragem de vidro, tratamentos médicos, solda elétrica, operações com metais quentes, luz solar etc. Os órgãos alvos são a pele e os olhos. O uso de óculos de proteção é indispensável durante a exposição. Podem ser medidas com células fotoelétricas, células fotocondutivas, célula fotovoltaica ou detector fotoquímico. Podem ser utilizadas barreiras com chapas metálicas, cortinas opacas etc. No caso dos trabalhadores agrícolas, que ficam expostos permanentemente ao sol, recomenda-se cobrir com chapéus adequados a parte posterior do pescoço, os ombros e os braços. Para os trabalhadores expostos em operações de solda é indispensável o uso de protetores oculares e faciais e, conforme as condições, é necessário proteger as mãos, os ombros e o tórax.

o raios laser: é uma radiação altamente concentrada. São usados na indústria de dragagem de túneis, tubulações, construção de pontes, soldagem e montagem de peças, balanceamento de rodas, fotografias, perfurações e na medicina são usados na oftalmologia, microcirurgias, queimaduras de verrugas, destruição de tumores etc. Dentre os efeitos podemos dizer que o térmico pode ser perigoso para a pele que não suportar permanentemente densidades de grande intensidade calorífica. Os olhos são os mais afetados pelos raios laser.

VIBRAÇÕES (NR-15, ANEXO 8) - (Alterado pela Portaria SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983)

O corpo humano é um conjunto heterogêneo de órgãos, de tecidos de sustentação e de estruturas ósseas que transmite, como todo sistema físico, as variações exteriores de força que lhes são aplicadas no curso de exposição das vibrações mecânicas. Estes tecidos e órgãos se comportam como filtros que atenuam ou amplificam as vibrações em função de sua freqüência.

Se o homem pode tolerar sem dor que seu corpo seja submetido a oscilações de vários metros a 0,05Hz, esta amplitude deve ser reduzida a alguns milímetros para 5Hz e a alguns microns para 500Hz. Outra diferença distingue as freqüências vibratórias: a sensibilidade dos mecanoreceptores fisiológicos. Os canais semi-circulares do ouvido interno só são sensíveis a movimentos muito lentos enquanto que os receptores musculares transmitem sinais nervosos ligados a vibrações até 200Hz. Enfim, certos receptores cutâneos só são, por sua vez, sensíveis a variações dinâmicas de freqüência compreendida entre 40 e 1000Hz. Portanto, a percepção das vibrações, bem como os distúrbios patológicos que elas engendram e os meios de proteção e dispositivos de medição estão estreitamente ligados a duas grandezas fundamentais: sua freqüência expressa em Hertz (Hz) e sua amplitude, expressa em metros ou, mais comumente, em unidade de aceleração (m/s2 ou em g = 9,81m/s2).

Classificação

Podemos classificar o estudo das vibrações em: � vibrações de muito baixa freqüência (< 2Hz): Elas não causam deslocamento relativo das massas

corporais e agem principalmente sobre as funções vestibulares. O labirinto compreende os três canais semicirculares, o utrículo e o sáculo que detectam as variações de velocidade da cabeça e estão ligados com os centros nervosos de controle dos movimentos dos olhos e da postura. No curso de oscilação ele pode compensar perturbações posturais na banda de 0 a 2Hz. Os efeitos mais comuns causados por estas vibrações são:

o o mal dos transportes: distúrbio tipicamente de origem vestibular, ele resulta de uma dificuldade central de integração entre as informações visuais ou proprioceptivas e as informações labirínticas. Ele é acentuado pelas conexões do sistema vestibular com o sistema nervoso autônomo. A intensidade dos distúrbios diminui com a idade e com o treinamento. A duração do estímulo é importante. Estes distúrbios são agravados se o indivíduo tem os olhos fechados ou se ele olha para objetos que têm os mesmos movimentos que seu próprio corpo. Os fatores psicológicos e os odores influem sobre os sintomas, mas não parecem constituir uma causa determinante. Estes sintomas se manifestam por graus: náuseas, palidez, suores, vômitos breves e depois persistentes, enfim mal-estar grave. No que concerne a prevenção é importante colocar os passageiros próximos ao centro de gravidade do veículo e em vista do horizonte, sugerindo-lhes de manter seu olhar sobre um ponto imóvel. É recomendada a posição deitada, senão, a posição sentada com a cabeça para trás.

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o ilusões visuais: o sistema labiríntico estando em interação com o sistema visual, as oscilações lentas da cabeça podem provocar ilusões visuais como a ilusão óculogiral (os objetos parecem se mover) após uma forte estimulação labiríntica. Ela é particularmente nítida no caso de pontos iluminados em um ambiente escuro.

� vibrações de baixa freqüência (2 a 20Hz): Encontradas em numerosas situações industriais, elas são

caracterizadas por sua natureza (raramente sinusoidais; muitas vezes periódicas, como nas máquinas vibrantes, e aleatórias, como nos meios de transporte). Os efeitos mais comuns causados por estas vibrações são:

o efeitos patológicos: elas causam dores paravertebrais devidas à combinação de más posturas e do efeito específico das vibrações que agrava às vezes uma patologia vertebral anterior. Tem-se notado o aparecimento de síndromes lombo-ciáticos, distúrbios do aparelho digestivo e do trato urinário.

efeitos fisiológicos: estas vibrações provocam uma baixa da acuidade visual ligada aos movimento relativos da cabeça e do ambiente.

o efeitos biomecânicos: pode-se comparar o corpo humano a um sistema de massas suspensas. Quando se produz uma exposição às vibrações, obtém-se uma atenuação ou uma amplificação (com uma eventual ressonância) da amplitude das vibrações. A defasagem entre o movimento das diferentes massas é também um fator importante que provoca estiramentos ou compressões dos tecidos musculares ou das vísceras.

� vibrações freqüência superior a 20Hz, transmitida por via sólida: Uma parte destas vibrações entra no

domínio onde elas também são percebidas pelo ouvido. Seus efeitos são distintos das vibrações sólidas de freqüência mais baixa. Nos limites de amplitudes onde elas são toleráveis pelo homem, estas vibrações são rapidamente atenuadas pelas partes moles e elas só são transmitidas à distância pelo esqueleto com atenuação nas articulações. Elas podem dar, quando o ponto de impacto é o crânio, sensações auditivas. Mas elas não provocam, como as vibrações de freqüência mais baixa, movimentos relativos de massas corporais. Estas vibrações causam a ativação dos receptores cutâneos e dos músculos estriados. A repartição da sensibilidade vibratória sobre o revestimento cutâneo depende da riqueza em terminações nervosas dos territórios e da importância de sua representação cerebral. Os efeitos mais comuns causados por estas vibrações são:

o as vibrações de 20 a 40Hz, presentes na perfuratrizes, nos marteletes etc provocam lesões osteo-articulares, enquanto as vibrações de 40 a 300Hz, como nos instrumentos polidores, causam distúrbios vasculo-simpáticos.

- lesões osteo-articulares: entre estas lesões podemos enumerar as mais correntes como as artroses do cotovelo (elas se desenvolvem após alguns meses ou alguns anos de trabalho. As dores são raras, pouco intensas. É a dificuldade da flexão do cotovelo que chama a atenção) e as lesões carpianas (caracteriza-se por uma artrose e sobretudo um amolecimento com dor, além da limitação dos movimentos do semi-lunar – doença de Kienbock – e escafóide – doença de Kohler).

- distúrbios vaso-motores: caracteriza-se sobretudo por dedo morto profissional ou síndrome de Raynaud vibratório (atinge sobretudo os dedos mínimo, anular e médio – o dedo é branco, frio e depois, quando a crise termina, cianosado e doloroso. Duas características diferenciam classicamente este espasmo vascular profissional da doença de Raynaud: a ausência de gangrena e a localização – unilateral – restrita aos dedos das mãos, sem se estender aos dedos dos pés ou aos ouvidos).

- lesões neuro-musculares: caraterizadas por distúrbios sensitivos, atrofias musculares rápidas, devidas tanto a um martelamento direto, quanto à ausência de repouso muscular, estando os músculos não trabalhando a um ritmo intermitente, mas em estado de contração permanente.

- outros distúrbios: pode-se citar a surdez profissional, devida ao ruído, e a pneumoconiose, devida às poeiras.

Avaliação da vibração

O transdutor (dispositivo que recebe um sinal e o retransmite, independentemente de conversão de energia) universalmente usado na captação de uma vibração é o acelerômetro piezoelétrico. A freqüência das vibrações podem ser avaliadas ainda com analisadores de freqüência.

No Brasil a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego, NR-15 anexo 8, faz referência a necessidade de medição da exposição a vibrações no trabalhador e indica duas normas

ISO: � ISO 2631 – Vibração transmitida para corpo inteiro (nova versão 1999) � ISO 5349 – Vibrações localizadas (mãos e braços)

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As vibrações são tratadas no anexo nº 8 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78; o anexo não estabelece limites de tolerância, direcionando (no caso de vibrações de extremidades) para a norma ISO 5349 ou sua substituta. Atualmente, a ISO 5349 em sua revisão de 2001, também não apresenta limite de tolerância, mas sim um modelo de predição, em anos, para o aparecimento de dedos brancos em 10% da população exposta. Vários estudos contrariam os números da ISO 5349, afirmando que os dados não são conservadores e que em menor tempo que o previsto na norma, os trabalhadores já apresentam sinais de dedos brancos.

Para medir a exposição às vibrações que atuam sobre o sistema mão-braço em condições experimentais a norma ISO 5349, recomenda a decomposição das vibrações em 3 eixos ortogonais: X o eixo perpendicular à palma da mão, Y o eixo paralelo à palma da mão e o eixo Z como sendo o próprio eixo do antebraço. O conhecimento dos efeitos causados pelas vibrações oriundas de ferramentas vibrantes que atingem o sistema mão-braço são de fundamental importância para começar a analisar e a compreender a perda de destreza manual e sua provável influência na segurança dos postos de trabalho.

Para fins de elaboração do PPRA, respeitando-se o contido no item 9.3.5.1.c. da NR-9, uma vez que não há limites estabelecidos no anexo nº 8 da NR-15, tampouco pela norma ISO 5349, a solução é a utilização dos limites da ACGIH (faz referências a limites admissíveis para tempo de exposição a vibrações localizadas).

Os limites de tolerância da ACGIH, para vibrações localizadas (mãos e braços), reproduzidos a seguir, referem-se aos níveis e tempos de exposição para os quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa ser repetidamente exposta, dia após dia, sem evoluir para além do primeiro estágio da Classificação de Estocolmo para o aparecimento dos dedos brancos induzidos por vibrações.

No passado a avaliações de vibração no corpo humano era pouco realizada visto que normalmente quanto se está num ambiente com vibrações elevadas o nível de pressão sonora (ruído) é bastante elevado. No entanto, a avaliação da atividade por meio da áudio-dosimetria de ruído já caracterizava a atividade como insalubre, também de grau médio.

Com as recentes mudanças nas

leis a necessidade de medição da vibração nos trabalhadores vem aumentando. Caso haja, por exemplo,

um laudo com respaldo de médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho que evidencia a eficácia das medidas de controle coletivo ou individual (EPC ou EPI) para o ruído ocupacional, isto é, neutralizando a exposição, a atividade não é mais considerada insalubre para ruído; ficando a pergunta: - e a exposição à vibração?

Outro ponto importante é que na falta da medição de vibração não houve o acompanhamento dos trabalhadores que passaram a apresentar doenças sem saber das causas. Um bom exemplo são alguns operadores de empilhadeira que por apresentarem problemas de coluna são desviados das suas funções sem receber nenhum benefício ou indenização por não ficar claro o nexo causal com a atividade executada.

Como exemplo da iniciativa de campanhas sobre vibrações, é a exposição à vibração de atividades de acabamento ou preparação de peças mecânicas que podem ser reduzidas caso a simplificação do produto o torne compatível com a produção mecanizada ou o acabamento superficial necessário seja alcançado por meio químico ao invés de mecânico. Há diversos casos em fundições nas quais os processos de produção foram alterados ou automatizados, resultando em menores exposições à vibração e maior lucratividade. Como exemplos, é possível citar a instalação de uma máquina de cortar automática que diminuiu a necessidade de remover as rebarbas das peças e introduziu dispositivos que reduziram em 25% a exposição à vibração dos componentes.

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Os riscos das vibrações localizadas em operadores de moto serra também são muito grandes o que implicou em regulamentações severas na Inglaterra e nos EUA. Com relação à vibração transmitida no corpo inteiro as atividades mais freqüentes onde estas são encontradas são relacionadas aos motoristas de ônibus, caminhão, trator; operadores de empilhadeira, cortador de grama, marinheiros, entre outras.

FRIO (NR-15, ANEXO 9)

Fora as atividades realizadas ao ar livre, encontradas em regiões a grandes altitudes e, no período de inverno, em algumas zonas temperadas, o frio é também encontrado em ambientes artificiais, como, por exemplo, câmaras frigoríficas.

A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério, implicando em uma série de inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador.

Os efeitos causados no organismo dependem principalmente da temperatura do ar, da velocidade do ar e da variação do calor radiante, que influem no equilíbrio homeotérmico do corpo provocando uma seqüência de reações no organismo.

A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a perda de calor: a produção de calor diminui e a perda de calor aumenta.

A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo e o fluxo sanguíneo diminui em proporção direta à queda da temperatura.

Avaliação

Não existem índices especiais tão completos e detalhados que permitam uma avaliação correta e precisa das condições de exposição ao frio intenso como existem no estudo do calor, muito embora os fatores ambientais analisados são comuns aos dois. Por isto, pouco se conhece sobre a quantificação e controle do frio.

Segundo o artigo 253 da CLT: Dos Serviços Frigoríficos - "Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de vinte minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que no inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus)".

Avaliação Qualitativa: Laudo de Inspeção realizada no local de trabalho. Portaria n.º 3214/78 do MTb – NR/15 – anexo nº 9: "As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho".

Portanto, esta portaria não fixa temperaturas limites para a caracterização da insalubridade, deixando a critério técnico do perito, quando da sua inspeção no local de trabalho. UMIDADE (NR-15, ANEXO 10)

Esse agente se refere às atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

8. RISCOS QUÍMICOS

Conceitos e definições de Química Geral O estudo e entendimento aprofundado de muitos dos conceitos e definições da química dependem de um

intenso trabalho de análise e pesquisa. Apresentaremos a seguir alguns dos conceitos e definições relacionados com o nosso objetivo de trabalho. O conhecimento destes conceitos básicos é primordial na fase de avaliação de um evento emergencial

químico. � Densidade relativa de fase gasosa: Considera-se para o ar o valor igual a 1,0 (um). Uma fase gasosa com valor de densidade relativa menor que 1,0, indica ser mais leve que o ar; um valor superior a 1,0, indica ser mais pesada que o ar. Exemplos:

Substância Densidade relativa Acetona 2,2

Hidrogênio 0,1 Propano 1,6 Gasolina 3,5 Metano 0,6

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� Densidade relativa de fase líquida: Adotamos o valor 1,0 (um) para identificar a densidade da água. A densidade relativa de líquidos é mais leve ou mais pesado que o mesmo volume em água. Um líquido com densidade inferior a 1,0 flutuará na água, enquanto que um liquido com densidade relativa superior a 1,0, afunda. Exemplos:

Substância Densidade relativa Acetona 0,8

Diclorobenzeno 1,5 Gasolina 0,7

Ácido tartárico 1,8 � Solubilidade em água: Solubilidade é a capacidade que uma substância possui em dissolver outra. De certa forma relacionamos a solubilidade das substâncias em água. Tem relação com a distribuição das cargas elétricas na formação molecular. Exemplos:

Substância Solubilidade em água Acetona Sim Pentano Não Metanol Sim Octano Não

� Ponto de ebulição: O ponto de ebulição é a temperatura na qual ocorre um equilíbrio entre a pressão de vapor do líquido e a pressão atmosférica local. Exemplos:

Substância Ponto de ebulição (nível do mar) Água 100ºC

Benzina 80ºC Etanol 78ºC

Acetona 56ºC Ácido cianídrico 27ºC

� Volatilidade: Denominação dada a certas substâncias líquidas e sólidas que, em condições ambientais, facilmente passam à fase de vapor. Exemplo de escala de volatilidade éter etílico > acetona > etanol > água � Catalisadores e inibidores: Verifica-se que muitas reações químicas são mais rápidas em presença de certas substâncias estranhas ao processo, as quais denominam-se catalisadores. Os catalisadores são substâncias que adicionadas aos reagentes durante um determinado processo, aumentam a velocidade da reação química, permanecendo inalterados ao seu final. Os processos químicos que utilizam catalisadores são denominados catálises. Os numerosos processos químicos que ocorrem no organismo humano são determinados por um grupo especial de catalisadores, denominados enzimas. Dá-se o nome de inibidores a todas as substâncias que embora presentes em pequenas quantidades, diminuem ou interrompem completamente uma reação química. De maneira similar aos catalisadores, os inibidores permanecem inalterados podendo ser recuperados ao final do processo. � Polimerização: Polimerização é o processo de formação de compostos constituídos por moléculas “grandes”, formadas a partir da união repetitiva de moléculas básicas simples denominadas monômeros. Essas macromoléculas formadas, tanto naturais como sintéticas, são denominadas polímeros (do grego: muitas unidades). A polimerização é uma reação química que está associada à liberação de energia (reação exotérmica). Exemplos:

Monômeros Polímeros Cloreto de vinila Policloreto de vinila (PVC)

Estireno Poliestireno Ácido adípico e hexametilenodiamina Nylon (poliamida)

Anidrido ftálico e glicerina Glypal (poliéster) � Ponto de fulgor: É a menor temperatura em que uma substância combustível emite vapores que ao entrarem em contato com uma fonte de ignição inflamam-se. Porém, as chamas não se mantêm devido ao

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baixo estado energético (temperatura) em que se encontra a substância, não possibilitando a emanação de vapores em quantidade suficiente para mantê-las. Exemplos:

Substância Ponto de fulgor (ºC) Gasolina -38 Acetona -20 Metanol 11 Etanol 17

Querosene 35 � Hidrocarbonetos halogenados: O termo hidrocarbonetos refere-se a compostos formados por carbono e hidrogênio. Halogênios são os elementos que ocupam a família 7A da tabela periódica representado por: Halogênios Flúor F Cloro Cl Bromo Br Iodo I Astato At Devido à reatividade dos halogênios, esses compostos foram utilizados como agentes extintores em princípios de incêndios, atuando na inibição da reação em cadeia. Exemplos: bromoclorodifluormetano, bromotrifluormetano, dibromodifluormetano, dibromotetrafluormetano, tetracloreto de carbono Introdução

Os diversos agentes químicos que entram em contato com o organismo dos trabalhadores podem apresentar ação localizada ou ação generalizada. As vias de ingresso são: inalação, absorção cutânea e ingestão. A inalação é a principal via de ingresso. A absorção cutânea é a segunda via mais importante de ingresso. Quando uma substância entra em contato com a pele, pode acontecer: � a pele e a gordura podem atuar como barreira. o agente pode agir na superfície da pele, provocando uma irritação primária. � a substância química pode combinar-se com as proteínas da pele e provocar uma sensibilização. � o agente pode penetrar através da pele, atingindo o sangue e indo atuar como um tóxico generalizado.

A ingestão é uma via secundária. Pode ocorrer por tentativas de suicídio ou homicídio ou acidentalmente, através de ingestão de alimentos ou líquidos ou pelo hábito de fumar nos postos de trabalho. Gases e vapores

Gases são substâncias que em CNTP estão em estado gasoso. Vapores são fases gasosas de substâncias que, em CNTP, são líquidas ou sólidas. Para a Higiene do Trabalho, as concentrações que interessam são pequenas. Normalmente estão abaixo da concentração de saturação. Por isso, não se torna necessário distinguir os gases dos vapores. Limites de tolerância � limite de tolerância – média ponderada: O valor encontrado representa a concentração média ponderada existente durante a jornada de trabalho. Podemos ter valores acima do limite fixado, desde que compensado por valores abaixo deste limite, acarretando assim uma média ponderada igual ou inferior ao limite de tolerância. Estas oscilações para cima não podem ser indefinidas. Devem respeitar um valor máximo que nunca pode ser ultrapassado. Este valor máximo é obtido através da aplicação de um fator de desvio que depende da grandeza do LT, de acordo com a tabela seguinte:

Limite de tolerância (ppm ou mg/m3) Fator de desvio

0 a 1 3 1 até 10 2

10 até 100 1,5 100 até 1000 1,25

Acima de 1000 1,1

Valor máximo = LT x fator de desvio (FD)

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� limite de tolerância – valor teto: Na tabela de LT está assinalada a coluna “valor teto”. Representa uma concentração máxima que não pode ser excedida em momento algum da jornada de trabalho. Para substâncias com estes limites não são aplicados os fatores de desvio. O valor máximo será sempre igual ao LT fixado nas tabelas. � Correção de valores para 8 horas diárias e 48 horas semanais o Limite de curta exposição (STEL): É o valor estabelecido na legislação americana que indica o limite a que um trabalhador pode ficar exposto durante 15 minutos a intervalos superiores a 60 minutos e não podendo ultrapassar 4 exposições numa jornada diária. o Threshold Limit Value (TLV): É o termo americano que tem o mesmo significado que o nosso “limite de tolerância” com a exceção de que o TLV é para 8 horas/dia, 40 horas/semana e o “LT” brasileiro é para 8 horas diárias e 48 horas semanais. o Threshold Limit Value - Time Weighted Average (TLV – TWA): É o termo americano que expressa o limite de tolerância ponderado no tempo, que é a média ponderada de todas as exposições durante a jornada, calculada em função do tempo de exposição a cada nível. Os valores de TLV – TWA, constantes nas tabelas da NIOSH (National Institute for Occupacional Safety and Health – USA), OSHA (Ocupational Safety and Health Administration – USA)e ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists – USA), são referentes às condições de 8 horas diárias e 40 semanais. Por esta razão, quando transpostos para o Brasil devem ser corrigidos para as condições da jornada real. Do mesmo modo, os valores de Limite de Tolerância constantes da NR 15 – Anexo 11 são dados para 8 horas diárias e 48 semanais. Sempre que a jornada diária ou semanal do trabalhador for diferente deste padrão o TLV – TWA e o Limite de Tolerância devem ser corrigidos. Uma fórmula simples para correção destes valores que é muito utilizada é a descrita no método de Brief e Scala e que é apresentada a seguir. Onde: - FC = fator de correção diário ou semanal - Hpd = duração da jornada diária padrão, em horas, para a qual foi estabelecido o limite de tolerância – USA e Brasil = 8 horas - Hd = duração da jornada de trabalho diário real, em horas - 24 = número total de horas do dia - Hps = duração da jornada semanal padrão, em horas, para a qual foi estabelecido o limite de tolerância – USA = 40 horas; Brasil = 48 horas - Hs = duração da jornada de trabalho semanal real, em horas - 168 = número total de horas da semana (24 horas por dia x 7 dias por semana = 168 horas por semana) NOTAS: 1 Como jornada de trabalho deve ser entendido que é o número de horas de permanência no local de risco. Não são consideradas para o cálculo da jornada as horas destinadas à refeição e/ou descanso fora do local do risco considerado. 2 A ACGIH admite a aplicação do fator de correção diário e/ou semanal para jornadas que superem 8 horas diárias e 40 horas semanais. Para o Brasil, não há previsão na Lei sobre estes limites. Por ser mais conservador, recomenda-se aplicar o fator de correção somente quando a duração da jornada é superior ao padrão. Exemplo 1: Um trabalhador brasileiro trabalha 8 horas diárias e 48 horas semanais exposto a um agente cujo TLV - TWA é estabelecido somente pela ACGIH com um valor de 20ppm. Qual o valor para o Brasil?

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Portanto, o valor do TLV – TWA deve ser: 0,781 x 20 = 15,6 ppm. Note-se que sempre é utilizado o menor FC, no caso, 0,781. Se, por outro lado, o número de horas semanais continuar 48, mas a diária for 8,8, que é o caso das horas não trabalhadas aos sábados serem compensadas nos 5 dias da semana (8h48min/dia) o fator de correção seria o seguinte: Portanto, o valor TLV - TWA neste caso será o mesmo do exemplo anterior, ou 0,781 x 20 = 15,6 ppm. Utiliza-se o valor mais restritivo que é o fator de correção menor, no caso o semanal. Exemplo 2: Um trabalhador brasileiro, numa atividade de turno, trabalha 8 horas diárias e 56 horas semanais exposto a um agente cujo Limite de Tolerância dado pela Lei brasileira é de 20ppm. Qual o valor corrigido para esta situação? Portanto, o valor do Limite de Tolerância será 0,80 x 20 = 16,0 ppm. � coleta e análise das amostras: A coleta de amostras de um agente químico é feita em função do estado do agente e dos meios posteriores de análise. Assim, devem ser considerados os seguintes fatores: o o ponto ou o trabalhador onde a amostra é coletada deve ser representativo da exposição do grupo de trabalhadores daquela função / atividade; o o amostrador deve ser colocado na região representativa da via de absorção – dentro de uma esfera imaginária com 30cm de raio, com centro no nariz e/ou boca da pessoa, para agentes absorvidos pelas vias respiratória/digestiva; junto a pele, nos pontos esperados de contato, para agentes absorvidos por esta via; o cada amostra deve ser identificada antes ou logo após a amostragem com um código, preferencialmente alfanumérico, de forma que possa ser rastreada no laboratório e nos cálculos finais de concentração, após análise; o para cada amostra deve ser criada uma folha de campo com os dados do local e função avaliadas, datas e dados de calibragem, amostragem e aferição de equipamentos de coleta, tempo e vazão de amostragem, pressão atmosférica e temperatura no local da amostragem, número do equipamento de amostragem e da amostra e demais dados que forem relevantes para futuras análises. Após a análise, a folha de campo deve ser complementada com os dados do certificado e cálculos dos resultados.

As formas e meios de coleta estão associados à forma e características físico-químicas do agente e o método de análise. Estes meios são basicamente os seguintes: o Tubo Colorimétrico: tubo de vidro com recheio de uma mistura que contém um reagente que muda de cor em contato com um agente específico. O resultado da amostragem é indicado instantaneamente pelo tamanho da área colorida sob uma escala equivalente de concentração em ppm, % ou mg/m3. O fluxo de ar é forçado a passar pelo interior do tubo, através de uma bomba de aspiração manual ou elétrica que desloca um fluxo de ar com volume e tempo de aspiração conhecidos. Este meio é usado para amostragem de gases e vapores em geral; o Tubo Colorimétrico por Difusão: mesmas características acima, com a diferença que o tubo é preso por um suporte à lapela do trabalhador e o fluxo de ar é forçado a passar pelo interior do tubo pela própria ação da atmosfera, movimento da pessoa e da capilaridade do material. O resultado é obtido pela leitura da faixa com coloração alterada. Este meio é usado para amostragem de gases e vapores em geral;

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o Dosímetro Passivo: recipiente com uma determinada quantidade de material adsorvente (geralmente carvão ativo) que é fixado na lapela da pessoa e retirado posteriormente e enviado para análise do conteúdo. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise, coeficiente de adsorção (é a adesão de moléculas de um fluido – o adsorvido a uma superfície sólida – o adsorvente) e desorção, umidade relativa e tempo de amostragem. Este meio é usado para amostragem de vapores orgânicos em geral; o Tubo de Carvão Ativo: tubo de vidro recheado com carvão ativado e que é colocado na lapela do trabalhador, na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está o carvão, ficando o contaminante retido pelo processo denominado adsorção. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise do carvão e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é usado para amostragem de vapores orgânicos em geral; o Tubo de Sílica Gel: tubo de vidro recheado com sílica gel e que é colocado na lapela do trabalhador, na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a sílica gel, ficando o contaminante retido. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise da sílica gel e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é usado para amostragem de fumos e gases ácidos em geral;

o Membrana: membrana de éster de celulose, teflon ou PVC, com diâmetro em torno de 37mm e porosidade de 0,5µm a 8µm que é montada em um recipiente denominado cassete, com 2 ou 3 seções, e que é colocado na lapela do trabalhador, na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a membrana que retém o contaminante. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise da membrana e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é utilizado para amostragem de contaminantes particulados em geral; o Impinger e Solução: frasco de vidro ou material similar, onde é colocada uma solução com propriedades conhecidas, montado na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a solução que retém ou reage com o contaminante. O resultado é obtido com base na massa de contaminante que reagiu, e que é encontrada na análise da solução, e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é utilizado principalmente para amostragem de gases que são de difícil retenção em outros meios de coleta; o Bolsas ou “Bags”: bolsas ou sacos de borracha ou plástico onde é insuflada uma quantidade conhecida de ar contendo o contaminante. A insuflação pode ser feita com bomba de aspiração e recalque convencional ou bombas manuais com volume/vazão conhecidas. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise da mistura e do volume de ar retirado da bolsa. Este meio é utilizado principalmente para amostragem de gases que são de difícil retenção em outros meios de coleta; o Almofadas ou “Pads”: almofadas ou pads são amostradores construídos com retalhos de tecido, almofadas de algodão ou papel absorventes que são colocados sobre a pele para coleta de contaminantes que são absorvidos pela pele. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise, do tempo de exposição do amostrador, da área do amostrador usada para análise e da extrapolação para a área da pele da parte do corpo avaliada e/ou do corpo todo.

Tubo colorimétrico para xileno Impinger NOTA: Para coleta de alguns contaminantes, são necessárias medidas preliminares e/ou complementares para assegurar a qualidade dos resultados e dos meios de amostragem.

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� avaliações subjetivas: Alguns agentes químicos podem ser avaliados de forma objetiva, subjetiva ou ambas. A Soda Cáustica, por exemplo, pode ser avaliada como particulado respirável, caso de escamas, como vapores, quando diluída, e como agressivo à pele, nas duas formas. A legislação brasileira não possui limites de tolerância para exposição a muitos ácidos, cáusticos em geral, agrotóxicos etc, tornando a avaliação objetiva difícil. Entretanto, no anexo 13 da NR-15 (portaria MTb 3214/78), são englobados genericamente os ácidos e álcalis cáusticos como geradores de insalubridade. Do mesmo modo existem os denominados “agrotóxicos” que são composições múltiplas e que não tem limite de tolerância definido na legislação brasileira. Além dessa dificuldade, existe o fato destes produtos serem absorvidos pela pele o que dificulta ainda mais uma avaliação e comparação com valores limites de exposição. Finalmente, existem ainda os lubrificantes, como óleos e graxas, que também são geradores de insalubridade sem que se tenha limites de tolerância definido. Este quadro leva à seguinte proposta, para orientar a avaliação das atividades numa empresa: a. substâncias com limite de tolerância definido na Lei brasileira - adota-se o valor estabelecido. b. substâncias sem valor definido no Brasil, mas com definição em norma americana, ACGIH, por exemplo: adota-se este valor. c. substâncias sem valor limite definido no Brasil e em norma americana, mas com valor definido em outro país - adota-se o mais exigente que for encontrado. d. substâncias sem valor limite definido e que podem ser inaladas e que são reconhecidas como nocivas - considera-se como excedido o limite sempre que houver possibilidade de contato com a via respiratória do trabalhador. e. substância sem valor limite definido e que pode ser absorvido pela pele, como graxas, óleos, agrotóxicos, ácidos, etc. - considera-se como excedido o limite sempre que houver possibilidade de contato com a pele do trabalhador.

Para as hipóteses “d” e “e”, é válida a associação da condição de trabalho e da exposição constatada com os valores chamados “Nível de Efeito Não Observável” (NOEL). Sempre que estes níveis forem ultrapassados, deve-se considerar excedido o limite de tolerância para exposição. � unidades de medida: Em higiene ocupacional, concentrações de agentes químicos são expressas em termos volumétricos e massa. As unidades adotadas são: o Parte Por Milhão (ppm) = partes do contaminante por milhão de partes de ar; o Porcentagem (%) = volume de contaminante em relação ao volume total de ar; o Miligrama por Metro Cúbico (mg/m3) = massa de contaminante, em miligrama, por metro cúbico de ar. Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma como são expressos os resultados e da unidade de medida adotada como padrão para comparação com os limites de exposição, eventualmente, é necessário fazer a conversão para a unidade de referência. � fibras: são estruturas com uma relação diâmetro / comprimento menor ou igual a 1 / 3, sendo as fibras respiráveis as de diâmetro menor que 3 micrômetros e de comprimento maior que 5 micrômetros.

L (comprimento) / D (diâmetro) ≤ 3

As fibras minerais naturais são: asbesto (amianto; alta resistência ao fogo), wolastonita (obtida através da fusão do calcário e sílica em fornos; é utilizada na produção de cerâmica branca e porcelana para reduzir a retração; usada em esmaltes cerâmicos para melhorar a cristalização em matrizes vítreas, mudando as texturas do vidrado de acetinado à brilhante, mantendo perfeita a superfície de esmalte; melhora as superfícies em ciclos rápidos evitando defeitos superficiais), erionita (substituiu o amianto). As fibras minerais fabricadas são: fibras de vidro e as lãs de vidro, de rocha etc. As fibras são utilizadas na indústria como isolante térmico e acústico, na proteção contra o calor e o fogo, no reforço de materiais plásticos, cimento e nos componentes têxteis e automotivos, nos refratários, nos filtros de ar e de líquidos e nas fibras óticas. � sílica: O levantamento de poeira contendo sílica pode ser feito de duas formas: levantamento de poeira total ou levantamento de poeira respirável. O levantamento de poeira total é feito utilizando-se uma bomba de amostragem individual. O levantamento de poeira respirável é feito da mesma forma, porém a vazão da bomba de amostragem deve ser regulada de outra maneira.

AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA POR LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO (NR-15, ANEXO 11) LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS (NR-15, ANEXO 12) - ASBESTO (Instituído pela Portaria SSST n.º 01, de 28 de maio de 1991)

AGENTES QUÍMICOS (NR-15, ANEXO 13) ANEXO N.º 13-A – BENZENO - (Incluído pela Portaria SSST n.º14, de 20 de dezembro de 1995)

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9. ASPECTOS PRÁTICOS E TEÓRICOS DA NR-19 E NR-20

� NR 19 – Explosivos o define e classifica os explosivos assim como as normas de segurança para o manuseio e transporte destes produtos; o estabelece os requisitos para a construção de depósitos de explosivos; o define os períodos para inspeção dos explosivos de forma a verificar sua condição de uso.

Publicação: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978; D.O.U 06/07/78 Atualizações:

Portaria SSMT n.º 02, de 02 de fevereiro de 1979; D.O.U 08/02/79 Portaria SIT n.º 07, 30 de março de 2007; D.O.U 02/04/07

A construção dos depósitos de explosivos deve obedecer aos seguintes requisitos: a) construída em terreno firme, seco, a salvo de inundações e não sujeito à mudança freqüente de temperatura ou ventos fortes e não deverá ser constituído de extrato de rocha contínua; b) afastada de centros povoados, rodovias, ferrovias, obras de arte importantes, habitações isoladas, oleodutos, linha tronco de distribuição de energia elétrica, água e gás; c) os distanciamentos mínimos para a construção do depósito segundo as Tabelas A, B e C, mencionadas na NR-19. d) nos locais de armazenagem e na sua área de segurança, constarão placas com dizeres "É PROIBIDO FUMAR" e "EXPLOSIVO" que possam ser observados por todos que tenham acesso; e) material incombustível, impermeável, mau condutor de calor e eletricidade, e as partes metálicas usadas no seu interior deverão ser de latão, bronze ou outro material que não produza centelha quando atritado ou sofrer choque; f) piso impermeabilizado com material apropriado e acabamento liso para evitar centelhamento, por atrito ou choques, e facilitar a limpeza; g) as partes abrindo para fora, e com bom isolamento térmico e proteção às intempéries; h) as áreas dos depósitos protegidas por pára-raios segundo a Norma Regulamentadora (NR 10); i) os depósitos dotados de sistema eficiente e adequado para o combate a incêndio; j) as instalações de todo equipamento elétrico da área dada obedecerão segundo as disposições da Norma Regulamentadora (NR 10); l) o distanciamento mínimo indicado na Tabela C poderá ser reduzido à metade, quando se tratar de depósito barricado ou entrincheirado, desde que previamente vistoriado; (Acrescentada pela Portaria SSMT n.º 02, de 02 de fevereiro de 1979) m) será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim entendido qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas. (Acrescentada pela Portaria SSMT n.º 02, de 02 de fevereiro de 1979) ANEXO I DA NR-19 - SEGURANÇA E SAÚDE NA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO E OUTROS ARTEFATOS PIROTÉCNICOS (Aprovado pela Portaria SIT n.º 07, de 30 de março de 2007) o Este anexo aplica-se a todos os estabelecimentos de fabricação e comercialização de fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos.

� NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis o define e classifica líquidos combustíveis e inflamáveis; o estabelece normas de segurança para a armazenagem destes produtos inclusive para os gases liquefeitos.

Publicação: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978; D.O.U 06/07/78 Líquidos Combustíveis 20.1.1: “Para efeito desta Norma Regulamentadora - NR fica definido "líquido combustível" como todo aquele que possua ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC (setenta graus centígrados) e inferior a 93,3ºC (noventa e três graus e três décimos de graus centígrados).” 20.1.1.1 “O líquido combustível definido no item 20.1.1 é considerado líquido combustível da Classe III.” Líquidos Inflamáveis 20.2.1: “Para efeito desta Norma Regulamentadora, fica definido "líquido inflamável" como todo aquele que possua ponto de fulgor inferior a 70ºC (setenta graus centígrados) e pressão de vapor que não exceda 2,8 kg/cm² absoluta a 37,7ºC.” 20.2.1.1: “Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor abaixo de 37,7ºC, ele se classifica como líquido combustível de classe I.”

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20.2.1.2. “Quando o líquido inflamável tem o ponto de fulgor superior a 37.7ºC e inferior a 70ºC, ele se classifica como líquido combustível da classe II.” 20.2.14 “As salas de armazenamento interno deverão obedecer aos seguintes itens: a) as paredes, pisos e tetos deverão ser construídos de material resistente ao fogo e de maneira que facilite a limpeza e não provoque centelha por atrito de sapatos ou ferramentas; b) as passagens e portas serão providas de soleiras ou rampas com pelo menos 0,15m (quinze centímetros) de desnível, ou valetas abertas e cobertas com grade de aço com escoamento para local seguro; c) deverá ter instalação elétrica apropriada à prova de explosão, conforme recomendações da Norma Regulamentadora - NR 10; d) deverá ser ventilada, de preferência com ventilação natural; e) deverá ter sistema de combate a incêndio com extintores apropriados, próximo à porta de acesso; f) nas portas de acesso, deverá estar escrito de forma bem visível "INFLAMÁVEL" e "NÃO FUME".“ Gases Liquefeitos de Petróleo - GLP 20.3.1: “Para efeito desta Norma Regulamentadora, fica definido como Gás Liquefeito de Petróleo - GLP o produto constituído, predominantemente, pelo hidrocarboneto propano, propeno, butano e buteno.”

10. LTCAT (LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO)

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho é um laudo conclusivo elaborado por um engenheiro ou médico do trabalho, que tem a finalidade de explicar as condições do ambiente de trabalho, mostrando todos os agentes (químicos, físicos e biológicos), que causem prejuízo a saúde do trabalhador em cada ocupação.

Este Laudo identifica quais são as atividades insalubres da empresa, para comprovar e informar a atividade exercida sob condições especiais nos formulários do perfil profissiográfico previdenciário, exigida pelo INSS, para fins do requerimento das aposentadorias especiais.

O LTCAT deverá conter as informações detalhadas, solicitadas pela IN-DC-79 do INSS / MPAS. A empresa que não mantiver o Laudo Técnico atualizado com referência aos agentes nocivos, ou emitir documentos em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeita a PENALIDADE prevista no Art. 133 da Lei 8.213 de 1991.

O LTCAT, como o nome diz, é um laudo técnico, isto é, um documento que retrata as condições do ambiente de trabalho de acordo com as avaliações dos riscos, concluindo sobre a caracterização da atividade como especial. O PPRA, por sua vez, é um programa de ação contínua, não é apenas um documento. O LTCAT pode ser um dos documentos que integram as ações do PPRA. O PPRA é uma exigência da legislação trabalhista (Norma Regulamentadora nº 9) e o LTCAT da legislação previdenciária.

“Art. 154. Deverá ser exigida a apresentação do LTCAT para os períodos de atividade exercida sob condições

especiais apenas a partir de 29 de abril de 1995, exceto no caso do agente nocivo ruído ou outro não arrolado nos decretos regulamentares, os quais exigem apresentação de laudo para todos os períodos declarados.

Art. 155. Os dados constantes do formulário DIRBEN-8030 ou do PPP deverão ser corroborados com o

LTCAT, quando ele for exigido, podendo o INSS aceitar: I – laudos técnico-periciais emitidos por determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, acordos ou

dissídios coletivos; II – laudos emitidos pela FUNDACENTRO; III – laudos emitidos por médico ou engenheiro de segurança do trabalho inscritos, respectivamente, no

Conselho Regional de Medicina (CRM), ou no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), ou na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), bem como os laudos emitidos pelo Ministério do Trabalho ou, ainda, pelas DRT;

IV – laudos individuais emitidos nas condições do inciso anterior, acompanhados de: a) autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento; b) cópia do documento de habilitação profissional do engenheiro de segurança do trabalho ou médico do

trabalho, indicando a especialidade; c) nome e identificação do acompanhante da empresa, data e local da realização da perícia; V – laudos emitidos por peritos particulares, desde que solicitados pela empresa, acompanhados de: a) expediente da empresa, informando que o laudo foi solicitado por ela; b) cópia do documento de habilitação profissional do engenheiro ou médico do trabalho; c) nome e identificação do acompanhante da empresa, data e local da realização da perícia. VI – o laudo particular solicitado pelo próprio segurado não será admitido. Art. 156. Dos laudos técnicos emitidos a partir de 29 de abril de 1995 deverão constar os seguintes elementos: I – dados da empresa; II – setor de trabalho, descrição dos locais e dos serviços realizados em cada setor, com pormenorização do

ambiente de trabalho e das funções, passo a passo, desenvolvidas pelo segurado; III – condições ambientais do local de trabalho;

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IV – registro dos agentes nocivos, concentração, intensidade, tempo de exposição e metodologias utilizadas, conforme o caso;

V – em se tratando de agentes químicos, deverá ser informado o nome da substância ativa, não sendo aceitas citações de nomes comerciais, devendo ser anexada a respectiva ficha toxicológica;

VI – duração do trabalho que expôs o trabalhador aos agentes nocivos; VII – informação sobre a existência e aplicação efetiva de Equipamento de Proteção Individual (EPI), a partir de

14 de dezembro de 1998, ou Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), a partir de 14 de outubro de 1996, que neutralizem ou atenuem os efeitos da nocividade dos agentes em relação aos limites de tolerância estabelecidos, devendo constar também:

a) se a utilização do EPC ou do EPI reduzir a nocividade do agente nocivo de modo a atenuar ou a neutralizar seus efeitos em relação aos limites de tolerância legais estabelecidos;

b) as especificações a respeito dos EPC e dos EPI utilizados, listando os Certificados de Aprovação (CA) e, respectivamente, os prazos de validade, a periodicidade das trocas e o controle de fornecimento aos trabalhadores;

c) a Perícia médica poderá exigir a apresentação do monitoramento biológico do segurado quando houver dúvidas quanto a real eficiência da proteção individual do trabalhador;

VIII – métodos, técnica, aparelhagens e equipamentos utilizados para a elaboração do LTCAT; IX – conclusão do médico do trabalho ou do engenheiro de segurança do trabalho responsável pela elaboração

do laudo técnico, devendo conter informação clara e objetiva a respeito dos agentes nocivos, referente à potencialidade de causar prejuízo à saúde ou à integridade física do trabalhador;

X – especificação se o signatário do laudo técnico é ou foi contratado da empresa , à época da confecção do laudo, ou, em caso negativo, se existe documentação formal de sua contratação como profissional autônomo para a subscrição do laudo;

XI – data e local da inspeção técnica da qual resultou o laudo técnico. Art. 157. Os laudos técnico-periciais de datas anteriores ao exercício das atividades que atendam aos requisitos

das normas da época em que foram realizados servirão de base para o enquadramento da atividade com exposição a agentes nocivos, desde que a empresa confirme, no formulário DIRBEN-8030 ou no PPP, que as condições atuais de trabalho (ambiente, agente nocivo e outras) permaneceram inalteradas desde que foram elaborados.

Art. 158. Os laudos técnico-periciais elaborados com base em levantamento ambiental, emitidos em datas

posteriores ao exercício da atividade do segurado, deverão retratar fielmente as condições ambientais do local de trabalho, detalhando, além dos agentes nocivos existentes à época, as datas das alterações ou das mudanças das instalações físicas ou do lay out daquele ambiente.

Art. 159. A simples informação da existência de EPI ou de EPC, por si só, não descaracteriza o enquadramento

da atividade. No caso de indicação de uso de EPI, deve ser analisada também a efetiva utilização dos mesmos durante toda a jornada de trabalho, bem como, analisadas as condições de conservação, higienização periódica e substituições a tempos regulares, na dependência da vida útil dos mesmos, cabendo a empresa explicitar essas informações no LTCAT/PPP.

§ 1º Não caberá o enquadramento da atividade como especial se, independentemente da data de emissão, constar do Laudo Técnico, e a perícia do INSS acatar, que o uso do EPI ou de EPC atenua, reduz, neutraliza ou confere proteção eficaz ao trabalhador em relação a nocividade do agente, reduzindo seus efeitos a limites legais de tolerância.

§ 2º Não haverá reconhecimento de atividade especial nos períodos em que houve a utilização de EPI, nas condições mencionadas no parágrafo anterior, ainda que a exigência de constar a informação sobre seu uso nos laudos técnicos tenha sido determinada a partir de 14 de dezembro de 1998, data da publicação da Lei n.º 9.732, mesmo havendo a constatação de utilização em data anterior a essa.

Art. 160. Quando a empresa, o equipamento ou o setor não mais existirem, não será aceito laudo técnico-

pericial de outra empresa, de outro equipamento ou de outro setor similar. Parágrafo único. Não será aceito laudo técnico realizado em localidade diversa daquela em que houve o

exercício da atividade, inclusive, na situação em que a empresa funciona em locais diferentes. Art. 161. No caso de empregado de empresa prestadora de serviço, caberá a ela o preenchimento do formulário

DIRBEN-8030 ou PPP, devendo ser utilizado o laudo técnico-pericial da empresa onde os serviços foram prestados para corroboração das informações, desde que não haja dúvida quanto à prestação de serviço nas dependências da empresa contratante.

Art. 162. Na hipótese de dúvida quanto às informações contidas no Laudo Técnico e nos documentos que

fundamentaram a sua elaboração, poderá ser efetuada diligência prévia, visando: I – comparar dados documentais apresentados com a inspeção fática realizada na empresa; ou II - corroborar os dados constantes no laudo com outros documentos em poder da empresa, para esclarecer os

pontos obscuros.

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Parágrafo único. Na situação prevista no caput deste artigo, poderá ser solicitada à empresa cópia do laudo ou dos documentos mantidos em seu poder, em substituição à realização da diligência prévia.

Art. 163. A empresa que não mantiver LTCAT atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no

ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documentos em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 da Lei n.º 8.213/91.

Parágrafo único. A APS ou UAAPS deverão comunicar eventual ocorrência do fato previsto no artigo anterior, por memorando, ao setor de Arrecadação.”

11. ASPECTOS PRÁTICOS E TEÓRICOS DA NR-30

Regulamenta as condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.

Publicação: Portaria SIT n.º 34, de 04 de dezembro de 2002 D.O.U 06/07/78 Atualizações:

Portaria SIT n.º 12, de 31 de maio de 2007; D.O.U 04/06/07 (Ret. 08/06/07) Portaria SIT n.º 58, de 19 de junho de 2008; D.O.U 24/06/08

ANEXO I DA NR-30 – PESCA COMERCIAL E INDUSTRIAL (Aprovado pela Portaria SIT n.º 36, de 29 de janeiro de 2008) o O presente Anexo estabelece as disposições mínimas de segurança e saúde no trabalho a bordo das embarcações de pesca comercial e industrial inscritas em órgão da autoridade marítima e licenciadas pelo órgão de pesca competente.

12. ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

Procedimentos de segurança são instruções elaboradas com a finalidade de reduzir o "potencial de risco" de determinado trabalho ou tarefa.

A execução de qualquer tarefa por mais simples que seja exige: • Conhecimentos específicos relativos à tarefa; • Medidas preventivas para ser evitado um acidente.

O fato de estarmos tecnicamente qualificados ou acostumados com a execução de determinada tarefa, não garante que não estaremos correndo riscos ou colocando outras pessoas em risco.

O procedimento de segurança funciona como um instrumento de planejamento das etapas do trabalho e da prevenção dos riscos envolvidos em cada uma destas etapas. Um bom procedimento de segurança, deve ser simples e utilizar linguagem que seja claramente entendida e sem dar oportunidade a mais de uma interpretação.

No procedimento de segurança devem ser incluídas todas as etapas necessárias para a execução de determinado trabalho. O procedimento deverá abordar os eventuais riscos que os executantes estarão sujeitos e também eventuais riscos que os usuários do trabalho em foco possam vir a ser expostos.

Um procedimento de segurança adequado e eficaz deve promover uma análise sistêmica do processo onde o trabalho irá ser executado. Os procedimentos de segurança podem ser usados em ambientes industriais bem como em trabalhos de menor porte.

Por exemplo, vejamos um simples procedimento de segurança para condução de "empilhadeiras" industriais deverá ter no mínimo as seguintes etapas: • Pré-qualificação de operadores; • Pré-treinamento; • Norma de operação; • Locais de uso permitido • Reabastecimento - uma norma para cada tipo de combustível; • Condições de carga e descarga; • Norma de manutenção; • "Check - list" do usuário.

Devemos sempre ter em mente que o trabalho improvisado coloca em risco seus executantes e pessoas alheias

ao trabalho, e que os procedimentos de segurança, corretamente elaborados, podem evitar tais situações e eventuais acidentes.

Temas de alguns procedimentos de segurança: • Investigação de acidentes • Caldeiras e Vasos de Pressão

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• Sistemas Elétricos • Cadeado de Segurança • Empilhadeiras • Proteção Respiratória • Proteção Auditiva • Entrada em espaços confinados e que contiveram materias perigosos • Armazenamento de Inflamáveis • Trabalho a Quente • Equipamentos rotativos • Programa de Segurança para Escritórios

Exercícios: 1. Elabore um procedimento de segurança para um setor de trabalho de uma empresa.

13. ASPECTOS PRÁTICOS E TEÓRICOS DA NR-23

� NR 23 – Proteção Contra Incêndios o define as necessidades básicas que as empresas devem possuir para proteção contra incêndios e as atitudes a serem tomadas no combate a incêndios; o define as classes de fogo; o estabelece normas relativas a extinção de incêndios por meio de água; o normatiza o uso de extintores de incêndio e estabelece critérios relativos aos extintores portáteis; o indica os extintores recomendados ás diversas classes de fogo, como deve ser feita a inspeção destes equipamentos, o número de extintores e sua distribuição nos ambientes de trabalho, a localização e sinalização dos extintores e as situações em que há necessidade de serem instalados sistemas de alarmes para incêndios.

Publicação: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978; D.O.U 06/07/78 Atualizações:

Portaria SNT n.º 06, de 29 de outubro de 1991; D.O.U 31/10/91 Portaria SNT n.º 02, de 21 de janeiro de 1992; D.O.U 22/01/92 Portaria SIT n.º 24, de 09 de outubro de 2001; D.O.U 01/11/01

Relação entre o fogo e o homem → Evolução da humanidade � medo, manifestação sobrenatural (deuses) � utilização como fonte de luz e calor � cocção de alimentos, segurança (afugentar animais) � conservação do fogo → guarda do fogo, disputa pela posse � domínio da produção do fogo � migração das cavernas para cabanas → falha no controle = incêndio Grécia � bombeiros deslocavam-se em quadrigas � soldados mais experientes sabiam de memória os locais de Atenas em que se podia encontrar água � deslocamento de baldes de mão-em-mão (+ de 1 km): escravos Roma, 27 a.C. � "Triunviri Nocturni", grupos organizados para combater incêndios � "Coohortes Vigilium" (7, cada uma com 1000 homens): proteger contra o fogo 14 bairros de Roma. � Regras para construções: o cada proprietário de casa devia dispor de cisterna, com reserva de água para incêndio o afastamento entre edificações o proibição de produtos mais inflamáveis o limitação na altura dos prédios em 100 pés (30 m) Marco Polo � combate a incêndio na China: os bombeiros não utilizavam água. Dedicavam-se a demolir as construções vizinhas, deixando que apenas a casa incendiada acabasse destruída, impedindo a propagação do fogo. Idade média � retorno à vida urbana pelos burgos: primeiros bombeiros da era moderna

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França (Luiz XIV, 1638 -1715) � "Corps des Pompiers", utilização de bomba Estados Unidos � Benjamin Franklin, em 1736, criou o 1º Corpo de Bombeiros Voluntários da América na Filadélfia. Portugal � 1794, participação do brasileiro Guilherme Gomes Fernandes → associação dos Bombeiros Voluntários do Porto (Defesa Civil) Brasil � desde 1763, os incêndios no RJ eram combatidos pelo Arsenal da Marinha, de forma provisória. � Corpo de Bombeiros da Corte, no RJ, foi o 1º Corpo de Bombeiros oficial (Decreto 1775, assinado por D. Pedro II, em 02/07/1856) � 1880: o grupo passou a ter organização militar � 1913: tração animal das viaturas, adotada em 1870, foi substituída pela mecânica. � 1961: primeira Especificação Para Instalações de Proteção Conta Incêndio em SP, com referência a normas da ABNT. � de 1961 a 1980, o Corpo de Bombeiros de SP exigia somente extintores, hidrantes e sinalização de equipamentos. � INCÊNDIO NO EDIFÍCIO ANDRAUS (SÃO PAULO – 24/02/1972) o Edifício com 31 pavimentos de escritórios e lojas o Incêndio atingiu todos os andares, com 6 vítimas fatais e 329 feridos o Origem no 4º pavimento, em grande quantidade de material depositado o O incêndio provoca o surgimento de um Grupo de Trabalho para estudar e propor reforma dos Serviços de Bombeiros. � INCÊNDIO NO EDIFÍCIO JOELMA (SÃO PAULO – 01/02/1974) o Edifício com 25 pavimentos de escritórios e garagens o Incêndio atingiu todos os pavimentos. o 189 vítimas fatais e 320 feridos. 18 se atiraram de janelas o Causa Possível: curto-circuito. o A tragédia provocou debates sobre a segurança de edifícios o Joelma, entre outras coisas, não tinha escadas de emergência � 1975: implantação do sistema de rádios nas viaturas e do número 193 em São Paulo � INCÊNDIO NO EDIFÍCIO GRANDE AVENIDA (SÃO PAULO – 14/02/1981) o Pela segunda vez o Incêndio atingiu 19 pavimentos o 17 vítimas fatais e 53 feridos o Origem no subsolo � 1983: especificação do Corpo de Bombeiros de SP passou a exigir extintores, sistema de hidrantes, sistema de alarme de incêndio e detecção de fumaça e calor, sistema de chuveiros automáticos, sistema de iluminação de emergência, compartimentação vertical e horizontal, escadas de segurança, Isolamento de risco, sistemas fixos de Espuma, CO2 e Halon e outras proteções. � 11/06/1996: explosão no Shopping Center Plaza de Osasco causada por vazamento de GLP sob o piso da área de restaurantes. 41 pessoas morrem e mais de 480 pessoas são feridas. No RS � LEI Nº 10.987, DE 11/08/1997: normas sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios. � DECRETO Nº 37.380, DE 28/04/1997: aprova as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios � DECRETO Nº 38.273, DE 09/03/1998: altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios, aprovadas pelo Decreto nº 37.380 Porto Alegre � Código de Proteção Contra Incêndio de Porto Alegre - Lei Complementar nº 420, de 25/08/1998.

Segundo a NR-23:

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Todas as empresas deverão possuir: a) proteção contra incêndio; b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início; d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

Prevenção de incêndios

Conjunto de normas e ações adotadas na luta contra o fogo, procurando a forma de eliminar as possibilidades de sua ocorrência, ou, caso ocorra, para reduzir sua extensão, mediante o auxílio de equipamentos previamente estudados, racionalmente localizados e com pessoas habilitadas a usá-los. Medidas de prevenção � medidas ativas: abrangem a detecção, alarme e extinção do fogo (automática e / ou manual) � medidas passivas: abrangem o controle dos materiais, meios de escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício. Objetivos da prevenção de incêndio � garantia da segurança à vida das pessoas que se encontrarem no interior de um edifício, quando da ocorrência de um incêndio; � prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo todo o edifício; � proteção do conteúdo e a estrutura do edifício; � minimizar os danos materiais de um incêndio.

Esses objetivos são alcançados pelo: � controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis constituintes e contidos no edifício; � dimensionamento da compartimentação interna, do distanciamento entre edifícios e da resistência ao fogo dos elementos de compartimentação; � dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura do edifício; � dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou de sistemas de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou equipamentos manuais para combate; � dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaça. � controle das fontes de ignição e riscos de incêndio; � acesso para os equipamentos de combate a incêndio; � treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o abandono seguro da população de um edifício; � gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalados; � controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um incêndio. Métodos de extinção do fogo � TETRAEDRO DO FOGO: retirada de um dos elementos. OBS.: o calor é o elemento que serve para dar início a um incêndio, mantém e aumenta a propagação. O oxigênio é necessário para a combustão e esta presente no ar que nos envolve. O combustível é o elemento que serve de propagação do fogo, pode ser sólido, líquido ou gasoso. A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

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� extinção por retirada do material combustível: por supressão do combustível; retirando o material combustível próximo ou isolando o objeto em chama, evitando que o fogo seja alimentado ou tenha um campo de propagação. � extinção por retirada do comburente (abafamento): retirada do comburente, evitando que o oxigênio contido no ar se misture com os gases gerados pelo combustível e forme uma mistura inflamável. � extinção por retirada do calor: também chamado resfriamento, é quando retiramos o calor da região junto ao fogo, até que o combustível não gere mais gases ou vapores e se apague. � extinção química: de dá quando se interrompe a reação em cadeia. O combustível, sob a ação do calor, gera gases e vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam, uma mistura inflamável. No uso de determinados agentes extintores, suas moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor e comburente), formando uma mistura não inflamável. Classificação dos incêndios * Pela natureza dos materiais � CLASSE A Fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos (NBR 12693 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio).

Extinção: resfriamento do combustível, sendo a água o agente extintor mais usado. � CLASSE B Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície. (NBR 12693 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio). A reação de combustão se dá na fase gasosa, e para que isso ocorra, o produto e o ar devem formar uma mistura em uma proporção tal que a reação seja possível. Os líquidos podem ser inflamáveis (formam mistura inflamável à temperatura ambiente) ou combustíveis (necessitam aquecimento prévio para formar uma mistura inflamável).

Extinção: por abafamento (espuma, CO2) ou a por ação química, pela inibição da reação em cadeia (pó químico), usando-se a água em forma de vapor para esfriar recipientes expostos.

Em algumas situações, o incêndio de combustíveis gasosos pode ser enquadrado como classe B.

Ex.: cilindro de GLP vazando e queimando o fogo de superfície, em material que não deixa resíduos quando queimado: classe B, extinção por abafamento o só se deve extinguir o fogo se houver condições de cortar o fornecimento do gás. Caso contrário, é preferível deixar queimar, sob controle, para evitar que, apagando o fogo, o vazamento venha a resultar em explosão. � CLASSE C o fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizados. (NBR 12693) o extinção: só pode ser realizada com agente extintor não condutor de eletricidade, devido aos riscos do contato elétrico na tarefa de extinção. o PROIBIDOS os meios extintores condutores de eletricidade (espuma e água). o extintores de pó químico seco, gás carbônico e halogênio. o o primeiro passo a ser dado quando da ocorrência de um incêndio classe C é o desligamento do quadro de força. Uma vez desenergizado o equipamento, poderá ser tratado como fogo em material sólido (Classe A). � CLASSE D o fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio (NBR 12693) (metais pirofóricos) o os metais pirofóricos têm por característica possuírem oxigênio em sua formação molecular e reagirem a baixas temperaturas, e requerem agentes extintores especiais.

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FOGO ORIGEM MEDIDAS IMEDIATAS MEIOS DE EXTINÇÃO

A SÓLIDOS

Evitar propagação. Desconectar equipamentos

elétricos que estão por perto.

Água pressurizada, pó químico ABC.

B LÍQUIDOS

COMBUSTÍVEIS ou INFLAMÁVEIS

Cortar o derramamento do produto. Absorver com areia.

Esfriar os recipientes expostos ao fogo.

Espuma mecânica, Pó químico BC ou ABC.

Dióxido de carbono. Água só em forma de

nuvem.

C EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS ENERGIZADOS

Desconectar os equipamentos ou cortar a eletricidade pela

chave

Pó ABC, CO2, Halogênios. PROIBIDO USAR ÁGUA OU

ESPUMA.

D METAIS PIROFÓRICOS ****

Pó especial (D). PROIBIDO USAR ÁGUA, ESPUMA, CO2 OU PÓ

ABC. Simbologia

* Pela carga incêndio Os materiais combustíveis existentes na edificação, tanto os aplicados na construção como os utilizados na ocupação, definirão a quantidade de calor que poderá ser liberada na hipótese de uma queima total desses materiais. Na prática, entretanto, só são considerados os materiais empregados na ocupação do prédio. Agentes extintores Substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas, utilizadas na extinção de um incêndio, dispostas em equipamentos portáteis (extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers e sistemas fixos de CO2). * Principais agentes extintores � ÁGUA Ação de extinção por resfriamento. Emprego no estado líquido: sob forma de jato compacto, chuveiro e neblina. o Chuveiro: ação por resfriamento. Usado de recipientes ou equipamentos do processo exposto ao fogo, para diminuir o risco de explosão dos mesmos. o Jato compacto: maior alcance (até 60 metros com esguicho canhão); menos afetada pelo atrito com o ar; dispersão provocada pela ação da gravidade e vento. o Neblina: gotículas → maior superfície para absorção calor → rápida remoção de calor; formação de neblina (esguicho que fragmenta o jato em gotículas); jato com alcance curto: 8 – 10m. resfriamento rápido do local, permitindo acesso bombeiros; eficiente para fogo em combustíveis líquidos com ponto de fulgor acima de 40 ºC; vapor d’água desloca o oxigênio no ambiente , reduzindo a velocidade de propagação do fogo; vapor d’água desloca gases quentes e tóxicos da combustão utiliza menor volume de água para provocar o mesmo efeito de resfriamento e extinção; provoca menores danos pela água usada na extinção. � ESPUMA Principal ação de extinção: abafamento Secundariamente: resfriamento Conduz corrente elétrica o Espuma química: não é mais utilizada. Espuma obtida através de reação química de sulfato de alumínio com bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador da espuma. o Espuma mecânica: obtida por um processo de batimento de uma mistura de água com um agente espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar em um esguicho próprio (espuma de baixa, média e alta expansão); Água + Líquido Gerador de Espuma + Ar; ação física; isolamento entre a superfície do combustível em chamas e o ar; formação de uma capa de espuma que flutua sobre a superfície dos hidrocarbonetos, diminuindo a passagem de vapores do combustível ao ar e eliminando a presença da mistura inflamável.

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� GÁS CARBÔNICO Gás carbônico (CO2) e demais gases inertes: não conduzem corrente elétrica Ação FÍSICA: extinção por abafamento Indicado para classe C de fogo, por afetar pouco os equipamentos eletrônicos � PÓ QUÍMICO Mistura de sais finamente divididos (bicarbonato de sódio ou potássio, fosfato de amônia, etc.) Gás propulsor: nitrogênio (extintores pressurizados) e gás carbônico (extintores de pressão injetada) Ação extintora principal: interrupção da reação em cadeia Ação secundária: abafamento e resfriamento o Pó químico ABC: monofosfato de amônio NH4H2PO4; atua sobre reação química de combustão e sobre a superfície dos combustíveis sólidos classe A; fusão do fosfato de amônio (170 – 190 ºC) recobre superfícies quentes com verniz isolante. � AGENTES HALOGENADOS Compostos orgânicos formados por carbono e halogênios (flúor, cloro), que são liberados ao serem expostos ao fogo, na forma de radicais livres, que inibem a reação em cadeia impedindo a propagação do incêndio. Uso restrito: alguns compostos afetam a camada de ozônio. Sistemas de proteção contra incêndios � Estado do RS: Decreto nº 37.380, de 28 .04.97 e Decreto nº 38.273 de 09.03.98 � Porto Alegre: Lei Complementar 420/98 � NR-23 Extintores de incêndio Art.8º - É obrigatória a instalação de extintores de incêndio em todas as edificações mencionados no artigo 4º desta Norma (NBR 12693), sendo que a existência de outros sistemas de proteção não exime essa obrigatoriedade. § 1º- Em qualquer caso será exigido, no mínimo, duas unidades extintoras por pavimento, exceto nos prédios exclusivamente residenciais e estabelecimentos com risco de incêndio pequeno ou médio, com área construída de até 30 m2, onde será exigido apenas uma unidade. § 2º- As especificações quanto às classes de incêndio, classes de risco, área de ação, distâncias a percorrer, agentes extintores, determinação das unidades extintoras, etc., obedecerão a NBR-12.693 da ABNT, excetuando-se os casos em que deverá ser obedecidas as legislações específicas, tais como a NR-23 do Ministério do Trabalho, Portaria Nº 27/96 do Departamento Nacional de Combustíveis (DNC). § 3º- Somente serão aceitos extintores de incêndio cuja qualidade seja atestada pelo INMETRO e demais órgãos credenciados.

Sinalização – NBR 12693 � Os locais destinados aos extintores devem ser sinalizados para fácil localização. � Para uma sinalização adequada e eficiente, devem ser observados os campos visuais, vertical e horizontal � Sinalização de paredes: indicadores vermelhos com bordas amarelas situados acima dos extintores. Na faixa vermelha da sinalização, deve constar, no mínimo, a letra “E” na cor branca. � Sinalização de coluna: deve aparecer em todo o seu contorno, recomendando-se utilização de setas, círculos ou faixas vermelhas com bordas amarelas, situados em nível superior aos extintores e que na parte vermelha da sinalização conste a letra “E” na cor branca, em cada uma de suas faces. � Áreas industriais e depósitos: área de piso sob o extintor, pintada de vermelho, com bordas amarelas, a fim de evitar que seu acesso seja obstruído. Esta área deve ter, no mínimo, as seguintes dimensões: a) área pintada de vermelho: 0,70 m x 0,70 m; b) bordas amarelas: 0,15 m de largura. � Em áreas que dificultem a visualização das marcações de parede e coluna, devem-se utilizar também setas direcionais, dando o posicionamento dos extintores, que devem ser instaladas onde forem mais adequadas e visíveis. Cor vermelha com bordas amarelas. Localização e sinalização dos extintores (NR-23) � fácil visualização; � fácil acesso; � menor probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso. o locais do extintores: assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.

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o área do piso embaixo do extintor pintada de vermelho, que não poderá ser obstruída. Dimensões mínimas 1,00m x 1,00m o os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m nem a mais de 1,50m acima do piso. o os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas. o os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de fábrica. o os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. Pessoal habilitado – NBR 12693 � organizar e manter grupo de pessoas treinadas e habilitadas na utilização dos extintores, para operá-los a qualquer momento. � nas edificações residenciais multifamiliares, devem integrar tal grupo de pessoas os empregados destas edificações. � no mínimo uma vez por ano, devem ser levados a efeito treinamentos teóricos e práticos para uso dos extintores. � recomenda-se que os extintores utilizados para treinamento sejam aqueles que sofrerão manutenção, observando-se as normas vigentes, e que apresentem condições de operação. � a organização desses grupos mencionados e o seu treinamento, é de responsabilidade do proprietário ou possuidor de qualquer título do estabelecimento. Inspeção e manutenção dos extintores (NBR 12962 – Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio) � Inspeção: exame periódico do extintor, por pessoal habilitado, com a finalidade de verificar se este permanece em condições originais de operação. � Manutenção: Serviço efetuado no extintor com a finalidade de manter suas condições originais de operação, após sua utilização ou quando requerido por uma inspeção.

o Manutenção de primeiro nível: Manutenção geralmente efetuada no ato da inspeção por pessoal habilitado, que pode ser executada no local onde o extintor está instalado, não havendo necessidade de removê-lo para oficina especializada.

o Manutenção de segundo nível: Manutenção que requer execução de serviços com equipamento e local apropriados e por pessoal habilitado. Inspeção dos extintores (NR-23) � Todo extintor deverá ter uma ficha de controle de inspeção � Inspeção visual a cada mês: aspecto externo, os lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos. � Etiqueta de identificação presa ao bojo de cada extintor, com data em que foi carregado, data para recarga e número de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses dados sejam danificados. Instalações hidráulicas de proteção contra incêndio Sistemas fixos constituídos por redes de canalizações e elementos de aspersão da água sobre o fogo (hidrantes, mangotinhos, chuveiros automáticos, projetores ou bicos nebulizadores). Tipos de instalações hidráulicas de proteção contra incêndio: � SOB COMANDO � AUTOMÁTICAS

Instalações hidráulicas sob comando: pontos de tomada de água estrategicamente localizados na área a ser protegida, com operação manual de mangueiras, por ocasião de um foco de incêndio: hidrantes e mangotinhos.

Instalações hidráulicas automáticas: funcionamento automático, por ocasião do incêndio, com o afluxo de água ao chuveiro ocorrendo independentemente de qualquer intervenção manual, atingidas certas condições ambientais pré-estabelecidas (temperatura): chuveiros automáticos, bicos nebulizadores de média e alta pressão.

Em que situações são requeridas INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS?

� Nos casos em que o dimensionamento do sistema segue a legislação estadual do RS (Decreto nº 37.380, de 28/04/1997 e Decreto nº 38.273, de 09/03/1998): As edificações deverão ser dotadas de instalações hidráulicas de combate a incêndio quando: (Art. 9º) I - altura superior a 12 m; II - não sendo residenciais, área total construída superior a 750 m2; III - destinados a postos de serviço ou garagens com abastecimento de combustíveis, independente da área construída;

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IV - destinadas à residência, com área de pavimento superior a 750 m2; V - servirem como depósitos de gás liqüefeito de petróleo (Portaria nº 27/96 do DNC); VI - depósitos de líquidos inflamáveis e combustíveis (PNB nº 216/71 do extinto CNP e PNB 98 da ABNT) � Nos casos em que o dimensionamento do sistema segue a legislação municipal de Porto Alegre (LC 420/98): A instalação hidráulica sob comando é obrigatória sempre que: (Art. 31) I – a área total construída for superior a 800m² e a área da ocupação de maior grau de risco for superior a 400m², ou II – a ocupação de menor grau de risco, individualmente considerada, enquadrar-se nos parâmetros das Tabelas 5 e 6, ou III – a altura total da edificação for superior a 12m. A instalação hidráulica automática (sprinklers) é exigida quando (art. 32): I – a área total construída da edificação for superior a 1.600m², e a ocupação de maior risco (exceto “D”) ultrapassar 800m², ou II – a área total construída da edificação for superior a 3.000m² e a ocupação de maior risco for classificada como “D” e ultrapassar 1.600m², ou III – a ocupação de menor risco, individualmente considerada, enquadrar-se nos parâmetros das Tabelas 5 e 6, ou IV – a altura total da edificação for superior a 20m. OBS.: O CÓDIGO DE PORTO ALEGRE POSSUI UMA SEQÜÊNCIA DE TABELAS QUE DETERMINAM, AO FINAL, QUAIS OS SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO QUE DEVERÃO SER INSTALADOS

Abastecimento de água Toda a instalação deve dispor de 2 fontes de abastecimento de água independentes: Fonte principal = reservatório Fonte secundária = hidrante de recalque Reserva Técnica de Incêndio (RTI) É o volume de água reservado para uso no incêndio pelo sistema sob comando armazenado em reservatório próprio, superior ou inferior, quando obtida da rede pública ou poços, ou pode ser usada diretamente de

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fontes naturais (lagos, represas, açodes, rios, piscinas), sendo recalcada diretamente por sistema de bombas exclusivo, por ocasião do incêndio. A reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante determinado tempo. Após este tempo considera-se que o Corpo de Bombeiros atuará no combate, recalcando água pelo hidrante de recalque a partir do caminhão autobomba-tanque. Reservatórios � Devem ser previstos reservatórios elevados ou não elevados (não é permitido dividir o volume da RTI entre reservatórios superior e inferior) � Construção em concreto armado ou metálico � Poderão ser confeccionados com outros materiais, desde que garantam-se as resistências ao fogo, mecânicas e a intempéries. � Fibra de vidro: reservatórios subterrâneos ou mesmo fora do solo, desde que localizados em lugares afastados da projeção da edificação e devidamente protegidos por barreiras incombustíveis ou resistentes ao calor por no mínimo 2 horas � Quando o reservatório atender a outros abastecimentos, as tomadas de água destes devem ser instaladas de modo a garantir o volume que reserve a capacidade efetiva para o combate. � Capacidade efetiva do reservatório: mantida permanentemente � Construído de maneira que possibilite sua limpeza sem interrupção total do suprimento de água do sistema, ou seja, mantendo pelo menos 50% da reserva de incêndio (duas células interligadas). � Totalmente fechado, a fim de não permitir a entrada de luz solar e/ou materiais estranhos que possam comprometer a qualidade da água. � Provido de chave de nível e/ou dispositivo de alarme para indicar baixo nível de água � Dispor de canalização de limpeza (drenagem) e de canalização extravazora (ladrão), adequadamente dimensionados e independentes. � Reservatórios elevados o Abastecimento feito pela ação da gravidade o Os reservatórios elevados devem estar à altura suficiente para fornecer as vazões e pressões mínimas requeridas para cada sistema. o Quando a altura do reservatório superior não for suficiente para fornecer a pressão mínimas requeridas nos pontos mais desfavoráveis hidraulicamente: instalação de bomba de reforço no terraço o Tubo de descida do reservatório elevado: deve ser provido de uma válvula de gaveta e uma válvula de retenção. Válvula de retenção: passagem livre, sentido reservatório-sistema. � Reservatórios ao nível do solo, semi-enterrados ou subterrâneos o Abastecimento deve ser efetuado através de bombas fixas, de uso exclusivo e acionamento automático. � Casos em que a RTI é armazenada em reservatório inferior o Volume elevado e grandes pressões exigidas pelo sistema inviabilizam técnica/economicamente reservatório superior o Projeto arquitetônico o Limitações altura edificação o Aumento de carga na estrutura pelo reservatório superior: aumento na seção dos pilares e menor área útil dos pavimentos o Reforma de instalações: carga excessiva no topo Hidrantes de recalque ou de passeio � Prolongamento da coluna de incêndio até um ponto à frente da edificação ou no passeio � Diâmetro da tubulação mínimo de 2", instalação de hidrante de recalque ou de passeio com engates compatíveis com os do Corpo de Bombeiros. � Livre acesso dos bombeiros para que possa ser feito o recalque da água a partir do autobomba-tanque estacionado na via pública, com rapidez e sem dificuldades � Alternativas de Localização � A localização sempre deve permitir a aproximação da viatura, sem existir qualquer obstáculo que dependa de remoção para o livre acesso dos bombeiros.

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� Em geral, localiza-se na parede da fachada principal, no muro da divisa com a rua (com ou sem abrigo), ou no passseio público � Dispositivo de recalque situado no passeio: enterrado em caixa de alvenaria, com fundo permeável ou dreno, tampa articulada e requadro em ferro fundido, identificação “INCÊNDIO”, dimensões de 0,40 m x 0,60

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ANEXO 1 – TRABALHO DE CAMPO: Reconhecimento dos Riscos Ambientais

Instruções Utilizando as informações dadas em aula, escolham um ambiente de trabalho e façam o reconhecimento dos riscos ambientais presentes nas atividades laborais. Analisem detalhadamente cada aspecto observado, salientando os conceitos vistos em sala de aula para ilustrar os motivos que levaram vocês a reconhecer os riscos ambientais citados no levantamento. Detalhar no relatório a ser entregue as informações sobre o processo (matérias-primas utilizadas, produtos intermediários) e as condições aproximadas do tempo (umidade, temperatura etc). Para que a apresentação fique organizada, sigam o fluxo de produção para não perder etapas importantes do processo e entrevistem os trabalhadores.

Lembrem-se: o reconhecimento dos riscos é necessário para a escolha da melhor forma de avaliação. Avaliação O trabalho será realizado em duplas. A apresentação será de forma escrita sendo que vocês poderão ilustrá-la com fotos e/ou desenhos para demonstrar as situações observadas. Serão avaliados: a forma de apresentação, a consistência da análise realizada e principalmente, o reconhecimento dos riscos nos setores visitados. Não se esqueçam de descrever o ambiente de trabalho e as atividades desenvolvidas pelos colaboradores antes de fazer o reconhecimento. No dia ____________ será dado espaço em aula para tirar as dúvidas. Discutir o trabalho com a professora faz parte da avaliação. Data de entrega do trabalho: ________________

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ANEXO 2 – EXEMPLO DE LAUDO QUANTIFICAÇÃO AGENTES QUÍMICOS

04.11.3160

Pag. 1/2

CALÇADOS AXOM Ltda

Emissão:

26/11/2004Entrada:

24/12/2004

Empresa:

Cliente Contratante:MED SEG - Medicina e Segurança do Trabalho Ltda

Amostra: Ar atmosférico amostrado em Tubo de Carvão Ativado.

N° do Amostrador:

Nome do Funcionário:

Função:

Setor:

Data da Amostragem:

Temperatura (°C)

Tempo (MIN)

Vazão (L/MIN)

Volume (L)

Hor. Início

Hor. Término:

Umidade (%)

487

Catarina Segalin

Impressora Serigráfica

Serigrafia

22.11.2004

33,0

70

0,122

8,54

15:00

16:10

37,0

Método: Cromatografia Gasosa - NIOSH 1300

TWA

mg/m3 ppm

25-

STEL

mg/m3 ppm

--

mg/m3 ppm

- - - < 0,10

CICLOHEXANONA

Resultados

Agente Químico:

ACGIH 2004 PORTARIA Nº 3.214, NR 15

Método: Cromatografia Gasosa - NIOSH 1501

TWA

mg/m3

ppm

100-

STEL

mg/m3

ppm

150-

mg/m3

ppm

78340

mg/m3

ppm

- - - 2,92

XILENO (A4)

Resultados

Agente Químico:

ACGIH 2004 PORTARIA Nº 3.214, NR 15

NR-15 Anexo 11

04.11.3160

Pag. 2/2

Método: Cromatografia Gasosa - NIOSH 1300

TWA

mg/m3 ppm

500; A4-

STEL

mg/m3 ppm

750-

mg/m3 ppm

780-

mg/m3 ppm

- - - 70,2

ACETONA

Resultados

Agente Químico:

ACGIH 2004 PORTARIA Nº 3.214, NR 15

NR-15 Anexo 11

NF = Não Fornecido

ND = Não Detectado

NE = Não Estabelecido

A1 = Carcinogênico Humano confirmado.

A2 = Carcinogênico Humano suspeito.

A3 = Carcinogênico animal confirmado com desconhecida relevância para seres humanos.

A4 = Não classificável como carcinogênico humano

A5 = Não suspeito como carcinogênico humano

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ANEXO 3 – EX. DE COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO CADASTRAL (RECEITA FEDERAL)

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ANEXO 4 – APOSENTADORIA ESPECIAL

Código Agente Nocivo Tempo de exposição

1.0.0

AGENTES QUÍMICOS O que determina o direito ao benefício é a exposição do trabalhador ao agente nocivo presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de concentração superior aos limites de tolerância estabelecidos. O rol de agentes nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas quais pode haver a exposição, é exemplificativa. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29.11.99)

1.0.1

ARSÊNICO E SEUS COMPOSTOS a) extração de arsênio e seus compostos tóxicos; b) metalurgia de minérios arsenicais; c) utilização de hidrogênio arseniado (arsina) em sínteses orgânicas e no processamento de componentes eletrônicos; d) fabricação e preparação de tintas e lacas; e) fabricação, preparação e aplicação de inseticidas, herbicidas, parasiticidas e raticidas com a utilização de compostos de arsênio; f) produção de vidros, ligas de chumbo e medicamentos com a utilização de compostos de arsênio; g) conservação e curtume de peles, tratamento e preservação da madeira com a utilização de compostos de arsênio.

25 ANOS

1.0.2

ASBESTOS a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas; b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes contendo asbestos; c) fabricação de produtos de fibrocimento; d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos.

20 ANOS

1.0.3

BENZENO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) produção e processamento de benzeno; b) utilização de benzeno como matéria-prima em sínteses orgânicas e na produção de derivados; c) utilização de benzeno como insumo na extração de óleos vegetais e álcoois; d) utilização de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, vernizes, produtos gráficos e solventes; e) produção e utilização de clorobenzenos e derivados; f) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha; g) fabricação e recauchutagem de pneumáticos.

25 ANOS

1.0.4

BERÍLIO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) extração, trituração e tratamento de berílio; b) fabricação de compostos e ligas de berílio; c) fabricação de tubos fluorescentes e de ampolas de raio X; d) fabricação de queimadores e moderadores de reatores nucleares; e) fabricação de vidros e porcelanas para isolantes térmicos; f) utilização do berílio na indústria aeroespacial.

25 ANOS

1.0.5 BROMO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) fabricação e emprego do bromo e do ácido brômico. 25 ANOS

1.0.6

CÁDMIO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) extração, tratamento e preparação de ligas de cádmio; b) fabricação de compostos de cádmio; c) utilização de eletrodos de cádmio em soldas; d) utilização de cádmio no revestimento eletrolítico de metais; e) utilização de cádmio como pigmento e estabilizador na indústria do plástico; f) fabricação de eletrodos de baterias alcalinas de níquel-cádmio.

25 ANOS

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1.0.7

CARVÃO MINERAL E SEUS DERIVADOS a) extração, fabricação, beneficiamento e utilização de carvão mineral, piche, alcatrão, betume e breu; b) extração, produção e utilização de óleos minerais e parafinas; c) extração e utilização de antraceno e negro de fumo; d) produção de coque.

25 ANOS

1.0.8

CHUMBO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) extração e processamento de minério de chumbo; b) metalurgia e fabricação de ligas e compostos de chumbo; c) fabricação e reformas de acumuladores elétricos; d) fabricação e emprego de chumbo-tetraetila e chumbo-tetrametila; e) fabricação de tintas, esmaltes e vernizes à base de compostos de chumbo; f) pintura com pistola empregando tintas com pigmentos de chumbo; g) fabricação de objetos e artefatos de chumbo e suas ligas; h) vulcanização da borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo; i) utilização de chumbo em processos de soldagem; j) fabricação de vidro, cristal e esmalte vitrificado; l) fabricação de pérolas artificiais; m) fabricação e utilização de aditivos à base de chumbo para a indústria de plásticos.

25 ANOS

1.0.9

CLORO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) fabricação e emprego de defensivos organoclorados; b) fabricação e emprego de cloroetilaminas (mostardas nitrogenadas); c) fabricação e manuseio de bifenis policlorados (PCB); d) fabricação e emprego de cloreto de vinil como monômero na fabricação de policloreto de vinil (PVC) e outras resinas e como intermediário em produções químicas ou como solvente orgânico; e) fabricação de policloroprene; f) fabricação e emprego de clorofórmio (triclorometano) e de tetracloreto de carbono.

25 ANOS

1.0.10

CROMO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) fabricação, emprego industrial, manipulação de cromo, ácido crômico, cromatos e bicromatos; b) fabricação de ligas de ferro-cromo; c) revestimento eletrolítico de metais e polimento de superfícies cromadas; d) pintura com pistola utilizando tintas com pigmentos de cromo; e) soldagem de aço inoxidável.

25 ANOS

1.0.11

DISSULFETO DE CARBONO a) fabricação e utilização de dissulfeto de carbono; b) fabricação de viscose e seda artificial (raiom) ; c) fabricação e emprego de solventes, inseticidas e herbicidas contendo dissulfeto de carbono; d) fabricação de vernizes, resinas, sais de amoníaco, de tetracloreto de carbono, de vidros óticos e produtos têxteis com uso de dissulfeto de carbono.

25 ANOS

1.0.12

FÓSFORO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) extração e preparação de fósforo branco e seus compostos; b) fabricação e aplicação de produtos fosforados e organofosforados (sínteses orgânicas, fertilizantes e praguicidas); c) fabricação de munições e armamentos explosivos.

25 ANOS

1.0.13 IODO a) fabricação e emprego industrial do iodo.

25 ANOS

1.0.14

MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS a) extração e beneficiamento de minérios de manganês; b) fabricação de ligas e compostos de manganês; c) fabricação de pilhas secas e acumuladores; d) preparação de permanganato de potássio e de corantes; e) fabricação de vidros especiais e cerâmicas; f) utilização de eletrodos contendo manganês; g) fabricação de tintas e fertilizantes.

25 ANOS

Page 60: Apostila Avalia o de Riscos Ambientais

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1.0.15

MERCÚRIO E SEUS COMPOSTOS a) extração e utilização de mercúrio e fabricação de seus compostos; b) fabricação de espoletas com fulminato de mercúrio; c) fabricação de tintas com pigmento contendo mercúrio; d) fabricação e manutenção de aparelhos de medição e de laboratório; e) fabricação de lâmpadas, válvulas eletrônicas e ampolas de raio X; f) fabricação de minuterias, acumuladores e retificadores de corrente; g) utilização como agente catalítico e de eletrólise; h) douração, prateamento, bronzeamento e estanhagem de espelhos e metais; i) curtimento e feltragem do couro e conservação da madeira; j) recuperação do mercúrio; l) amalgamação do zinco. m) tratamento a quente de amálgamas de metais; n) fabricação e aplicação de fungicidas.

25 ANOS

1.0.16

CHUMBO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS a) extração e beneficiamento do níquel; b) niquelagem de metais; c) fabricação de acumuladores de níquel-cádmio.

25 ANOS

1.0.17

PETRÓLEO, XISTO BETUMINOSO, GÁS NATURAL E SEUS DERIVADOS a) extração, processamento, beneficiamento e atividades de manutenção realizadas em unidades de extração, plantas petrolíferas e petroquímicas; b) beneficiamento e aplicação de misturas asfálticas contendo hidrocarbonetos policíclicos.

25 ANOS

1.0.18

SÍLICA LIVRE a) extração de minérios a céu aberto; b) beneficiamento e tratamento de produtos minerais geradores de poeiras contendo sílica livre cristalizada; c) tratamento, decapagem e limpeza de metais e fosqueamento de vidros com jatos de areia; d) fabricação, processamento, aplicação e recuperação de materiais refratários; e) fabricação de mós, rebolos e de pós e pastas para polimento; f) fabricação de vidros e cerâmicas; g) construção de túneis; h) desbaste e corte a seco de materiais contendo sílica.

25 ANOS

1.0.19

DISSULFETO DE CARBONO GRUPO I - ESTIRENO; BUTADIENO-ESTIRENO; ACRILONITRILA; 1-3 BUTADIENO; CLOROPRENO; MERCAPTANOS, n-HEXANO, DIISOCIANATO DE TOLUENO (TDI); AMINAS AROMÁTICAS a) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha; b) fabricação e recauchutagem de pneus. GRUPO II - AMINAS AROMÁTICAS, AMINOBIFENILA, AURAMINA, AZATIOPRINA, BIS (CLORO METIL) ÉTER, 1-4 BUTANODIOL, DIMETANOSULFONATO (MILERAN), CICLOFOSFAMIDA, CLOROAMBUCIL, DIETILESTIL-BESTROL, ACRONITRILA, NITRONAFTILAMINA 4-DIMETIL-AMINOAZOBENZENO, BENZOPIRENO, BETA-PROPIOLACTONA, BISCLOROETILETER, BISCLOROMETIL, CLOROMETILETER, DIANIZIDINA, DICLOROBENZIDINA, DIETILSULFATO, DIMETILSULFATO, ETILENOAMINA, ETILENOTIUREIA, FENACETINA, IODETO DE METILA, ETILNITROSURÉIAS, METILENO-ORTOCLOROANILINA (MOCA), NITROSAMINA, ORTOTOLUIDINA, OXIME-TALONA, PROCARBAZINA, PROPANOSULTONA, 1-3-BUTADIENO, ÓXIDO DE ETILENO, ESTILBENZENO, DIISOCIANATO DE TOLUENO (TDI), CREOSOTO, 4-AMINODIFENIL, BENZIDINA, BETANAFTILAMINA, ESTIRENO, 1-CLORO-2, 4 - NITRODIFENIL, 3-POXIPRO-PANO a) manufatura de magenta (anilina e ortotoluidina); b) fabricação de fibras sintéticas; c) sínteses químicas; d) fabricação da borracha e espumas; e) fabricação de plásticos; f) produção de medicamentos; g) operações de preservação da madeira com creosoto; h) esterilização de materiais cirúrgicos.

25 ANOS

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2.0.0 AGENTES FÍSICOS Exposição acima dos limites de tolerância especificados ou às atividades descritas.

2.0.1

RUÍDO Exposição a Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85 dB(A). (Alterado pelo DECRETO Nº 4.882, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2003 - DOU DE 19/11/2003) Texto Anterior: a) exposição permanente a níveis de ruído acima de 90 decibéis.

25 ANOS

2.0.2 VIBRAÇÕES a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos. 25 ANOS

2.0.3

RADIAÇÕES IONIZANTES a) extração e beneficiamento de minerais radioativos; b) atividades em minerações com exposição ao radônio; c) realização de manutenção e supervisão em unidades de extração, tratamento e beneficiamento de minerais radioativos com exposição às radiações ionizantes; d) operações com reatores nucleares ou com fontes radioativas; e) trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta, Gama e X, aos nêutrons e às substâncias radioativas para fins industriais, terapêuticos e diagnósticos; f) fabricação e manipulação de produtos radioativos; g) pesquisas e estudos com radiações ionizantes em laboratórios.

25 ANOS

2.0.4 TEMPERATURAS ANORMAIS a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância estabelecidos na NR-15, da Portaria no 3.214/78.

25 ANOS

2.0.5

PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL a) trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas; b) trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido; c) operações de mergulho com o uso de escafandros ou outros equipamentos .

25 ANOS

3.0.0 BIOLÓGICOS Exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas.

3.0.1

MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECTO-CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS (Alterado pelo DECRETO Nº 4.882, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2003 - DOU DE 19/11/2003) Texto anterior: MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de materiais contaminados; b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros produtos; c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia; d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais deteriorados; e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto; f) esvaziamento de biodigestores; g) coleta e industrialização do lixo.

25 ANOS

4.0.0

ASSOCIAÇÃO DE AGENTES Nas associações de agentes que estejam acima do nível de tolerância, será considerado o enquadramento relativo ao que exigir menor tempo de exposição (Alterado pelo DECRETO Nº 4.882, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2003 - DOU DE 19/11/2003) Texto Anterior: Exposição aos agentes combinados exclusivamente nas atividades especificadas.

4.0.1 FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS a) mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de produção.

20 ANOS

4.0.2 FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS a) trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção.

15 ANOS

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ANEXO 4 – MODELO DE DIRBEN 8030

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ANEXO 5 – MODELO DE FISPQ

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ANEXO 6 – MODELO DE FISPQ

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ANEXO 7 – CRONOGRAMA DE AULAS

AULA DIA CONTEÚDO OBSERVAÇÃO

01 / 30 Apresentação pessoal da professora, alunos e da disciplina. Revisão dos aspectos de Higiene Ocupacional.

Apresentação dos alunos. Quadro.

02 / 30 Classificação e identificação de riscos ambientais. Quadro.

03 / 30 Introdução aos tipos de riscos. Levantamento qualitativo e quantitativo.

Quadro.

04 / 30

Conceito de risco e perigo relacionados à insalubridade / periculosidade. Introdução à Insalubridade e Periculosidade. NR-15 e NR-16. Aspectos gerais. Noções de NR-19 e NR-20. LTCAT. Legislação pertinente.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

05 / 30 Visita técnica. Trabalho de campo: reconhecimento dos riscos ambientais.

Atividade em dupla / individual extra classe.

06 / 30 Avaliação 1 – Apresentação dos trabalhos Seminário referente ao

trabalho de campo.

07 / 30 Recuperação Avaliação 1. Segurança com manuseio e descarte de materiais químicos industriais e hospitalares.

Quadro e Power Point.

08 / 30 PGRSS. Biossegurança. Modelos de documentos. Quadro e Power Point.

09 / 30 Riscos Biológicos (NR-15, anexo 14). Quadro e Power Point. Livro

das NRs.

10 / 30 Iluminação. Estruturação dos dados em planilhas. NBR 5413:1992 e NR-17. Luxímetro. Quadro e luxímetro. NBR.

11 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Vibrações (NR-15, anexo 8). Radiações não ionizantes (NR-15, anexo 7). Seleção de EPIs.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

12 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Radiações ionizantes (NR-15, anexo 5). Seleção de EPIs.

Quadro e Power Point. Livro das NRs. EPIs.

13 / 30 Revisão de conteúdo. Avaliação 2. Entrega do resumo da NR-15.

Com ou Sem consulta / em grupo ou individual / oral ou

escrita.

14 / 30 Recuperação Avaliação 2. Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Pressões anormais (NR-15, anexo 6). Seleção de EPIs.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

15 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Umidade (NR-15, anexo 10). Frio (NR-15, anexo 9). Calor (NR-15, anexo 3). Termômetro de globo. Seleção de EPIs.

Quadro e termômetro de globo. Livro das NRs.

16 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Cálculo de IBUTG. Exercícios.

Quadro e Power Point. Livro das NRs. Atividade em aula.

17 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Ruído (NR-15, anexos 1 e 2). Decibelímetro.

Quadro e decibelímetro. Livro das NRs.

18 / 30 Riscos Físicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: Ruído. Dosímetro. Seleção de EPIs.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

19 / 30 Riscos Químicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados. NR-15, anexos 12 e 13.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

20 / 30 Riscos Químicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: NR-15, anexo 11. Valor teto, Valor Máximo e Limites de Tolerância. Exercícios.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

21 / 30 Riscos Químicos, técnicas de avaliação, análise dos resultados: FISPQs. Teoria e prática. Seleção de EPIs.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

22 / 30 Revisão de conteúdo. Avaliação 3. Com ou Sem consulta / em

grupo ou individual / oral ou escrita.

23 / 30 Recuperação Avaliação 3. Noções de NR-30. Debate em sala de aula.

Quadro e Power Point. Livro das NRs.

24 / 30 Procedimentos de segurança. Quadro e Power Point. NBR. Livro das NRs.

25 / 30 PPCI. NR-23. Lei Complementar 420 de 1998 e legislação pertinente. NBR 9077:2001. NBR 13714:2000.

Quadro e Power Point. NBR.

26 / 30 NBR 9077:2001. NBR 13714:2000. Quadro e Power Point. NBR.

27 / 30 Brigada de emergência. NBR 14276:2006. Formação da Brigada. Quadro e Power Point. NBR.

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28 / 30 Plano de Emergência. NBR 15219:2005. Elaboração de documento. Quadro e Power Point. NBR.

29 / 30 Avaliação 4. Simulação de abandono de área em situação de emergência. Teoria e prática. Simulação de evacuação.

30 / 30 Exame Com ou Sem consulta / em

grupo ou individual / oral ou escrita.

ANEXO 8 – AVALIAÇÕES

1ª Avaliação: Apresentação de trabalhos

2ª Avaliação: Prova teórica 1.

3ª Avaliação: Prova teórica 2.

4ª Avaliação: Prova teórica 3 OU Simulação de abandono de área em situação de emergência.

Exame Final: Trabalho individual acerca de todo o conteúdo trabalhado na disciplina.