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APOSTILA DE CONTABILIDADE GERAL I PARTE 2 PROFESSOR CARLOS EDUARDO RIBEIRO

Apostila Contabilidade Geral - 2011 - Uff - Parte 2

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APOSTILA DE

CONTABILIDADE GERAL I

PARTE 2

PROFESSOR CARLOS EDUARDO RIBEIRO

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Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 03

1.1 Ementa 03 1.2 Carga horária total 03 1.3 Objetivos 03 1.4 Conteúdo programático 03 1.5 Metodologia 03 1.6 Critérios de avaliação 04 1.7 Bibliografia recomendada 04

2. MÓDULO 3 05

2.1 Balanço Patrimonial 05 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 15

3. MÓDULO 4 19 3.1 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA 19 3.2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL 22 3.3 Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC 24 3.4 Demonstração do Valor Adicionado - DVA 31

4. EXERCÍCIOS E CASES 38

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa

Conceitos Contábeis Básicos. Registros e Sistemas Contábeis. Análise de Questões Contábeis. Relatórios Contábeis. Aplicação dos Conhecimentos da Ciência e da Técnica Contábil Voltados à Estruturação de Balanços e do Conjunto dos Demonstrativos Contábeis. Uso da Informação Contábil pela Administração. A escrituração contábil.

1.2 Carga horária total

60 horas/aula

1.3 Objetivos

Propiciar ao graduando oportunidades de desenvolvimento de iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício profissional.

1.4 Conteúdo programático

1. Caracterizar operações com mercadorias, período contábil, receitas, despesas e resultado do exercício;

2. Caracterizar o registro contábil das receitas, de acordo com o regime de competência de exercícios;

3. Caracterizar o registro contábil das despesas de acordo como o regime de competência de exercícios;

4. Caracterizar a apuração, tributação, distribuição e destinação do resultado do exercício; 5. Caracterizar os elementos e a estrutura do balanço patrimonial; 6.Caracterizar os elementos e a estrutura da demonstração do resultado do exercício.

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1.5 Metodologia Aulas expositivas com debates e várias sessões de exercícios e estudo de casos, como também vídeos referentes a eventos da classe contábil que tenha exposição da matéria abrangida. Serão criadas situações onde os participantes poderão absorver o aprendizado vivenciando situações da rotina do contabilista.

1.6 Critérios de avaliação

O grau total que pode ser atribuído através de aplicação de prova individual ou em dupla e a critério do professor, poderá obter pontos adicionais pelas atividades realizadas e sala de aula ou em trabalhos direcionados sobre a matéria.

1.7 Bibliografia recomendada

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. DOS SANROS, Ariovaldo. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 15. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

NIYAMA, Jorge Katsumi. SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica: Contabilidade Introdutória e Intermediária. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RAMOS, Alkindar de Toledo. CASTILHO, Edison. FILHO, Eduardo Weber. MARTINS, Eliseu. BENATTI, Luiz. DOMINGUES JR., Ramon. IUDÍCIBUS, Sérgio de. KANITZ, Stephen Charles. Contabilidade Introdutória. 11. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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MÓDULO 3 BALANÇO PATRIMONIAL

CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Balanço é a demonstração contábil que objetiva apresentar a situação patrimonial

de uma empresa num determinado momento. Representa uma situação estática, a qual pode ser resumida como uma fotografia da empresa no dia em que é levantado.

O Balanço Patrimonial é composto pelo ATIVO (bens e direitos), PASSIVO (obrigações com terceiros) e PATRIMÔNIO LÍQUIDO (diferença entre o Ativo e o Passivo).

O Balanço Patrimonial apresenta duas colunas: a coluna do lado direito, que por convenção recebe o nome de Passivo e Patrimônio Líquido; e a coluna do lado esquerdo tem o nome de Ativo. A figura a seguir ilustra este conceito:

BALANÇO PATRIMONIAL LADO ESQUERDO LADO DIREITO

(INVESTIMENTO DE RECURSOS) (FINANCIAMENTO DE RECUSOS) ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO

LÍQUIDO BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES E CAPITAL PRÓPRIO

ATIVO São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em dinheiro, que

representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. A definição dada pelo CPC:

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

Assim, para ser classificada no Ativo, a conta deve preencher três requisitos

simultaneamente: 1. Resultar de eventos passados; 2. Controlados pela entidade; 3. Representar benefícios futuros.

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No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos

elementos nelas registrados, divididas nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Assim, a conta Caixa é a primeira a aparecer, depois a conta Bancos, as contas a receber e as demais contas, conforme a expectativa de transformação desses ativos em disponibilidades.

ATIVO CIRCULANTE Neste grupo são registrados as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do

exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. As principais contas são as seguintes: caixa, bancos, aplicações financeiras, estoques, duplicatas e contas a receber, impostos a recuperar, adiantamento a empregados, seguros a vencer, despesas antecipadas, adiantamento a fornecedores.

ATIVO NÃO CIRCULANTE É dividido em quatro subgrupos:

� Realizável a Longo Prazo, � Investimento, � Imobilizado e � Intangível.

De acordo com os incisos II, III, IV, e VI do art. 179 da Lei 6.404/76, alterados pela

Lei 11.638/07 e 11.941/09, passam a ter a seguinte redação:

Ativo Controlado

pela entidade

Resultado de Eventos

Futuro Benefício

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II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim

como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo

243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na

exploração do objeto da companhia;

Ex: Direitos que a empresa somente venha a realizar após o término do exercício seguinte. Se encerrarmos o exercício de X1 e levantarmos seu Balanço Patrimonial, o que estiver previsto para realização em partir de X3, deverá ser classificado no Realizável a Longo Prazo.

Importante é termos em mente que ao final de cada exercício deverá haver análise dos prazos e se sua realização for ocorrer no exercício seguinte deverá ocorrer sua reclassificação para o Circulante.

III – Nos investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer

natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da

companhia ou da empresa;

Ex: Participação acionária em coligadas ou controladas, terrenos, obras de arte e outros ativos com finalidades especulativas e não destinados aos fins operacionais.

IV - No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das

atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

Ex: Bens Móveis e Imóveis.

VI – No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da

companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Ex: Marcas, patentes, concessões e direitos autorais e não autorais. O Intangível sofre amortizações, apropriadas às despesas operacionais, durante o período em que se espera que produza benefícios.

Quadro Resumo do Ativo

Importante ressaltar que o subgrupo do Ativo Diferido foi revogado pela Lei 11.941/09.

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO A definição de Passivo dada pelo CPC:

ATIVO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

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Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

Assim, para ser classificada no Passivo, a conta deve preencher três requisitos

simultaneamente: 4. Obrigação atual; 5. Resultar de eventos passados; 6. Liquidação resulta em desembolso para gerar benefícios futuros.

As Obrigações Exigíveis são as obrigações que a empresa contrai perante terceiros, ou seja, pessoas jurídicas ou físicas que não a dos sócios, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179, que possibilita a companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no Circulante ou Não Circulante terá por base o prazo desse ciclo. Assim como o Ativo, o Passivo também é subdividido em Circulante e Não Circulante.

As exigibilidades são as operações com terceiros, independentemente do prazo de vencimento: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Empréstimos, Financiamentos, Debêntures, Encargos Financeiros a Pagar, Impostos a Recolher, Provisão para Imposto de Renda, Dividendos a Serem Pagos. No momento em que a dívida vencer será exigida a sua liquidação. Também são conhecidas como Capital de Terceiros.

Outro fator importante a destacar, é que com a Lei 11.941/09, deixou de existir a grupo de Resultados de Exercícios Futuros, no qual eram classificadas as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes.

Passivo

Obrigação atual

Resultado de Eventos Passados

Liquidação resulta desembolso e benefício

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As Obrigações não Exigíveis correspondem ao Patrimônio Líquido, que evidencia os recursos dos proprietários (sócios ou acionistas) aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação) recebe o nome de Capital. Outras aplicações são reconhecidas como acréscimos ao Capital, elevando simplesmente seu valor.

O Patrimônio Líquido recebe a seguinte definição do CPC:

Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Outras alterações na estrutura do Patrimônio Líquido podem ocorrer pela geração

das Receitas e Despesas decorrentes da movimentação de Bens, Direitos e Obrigações, resultante da atividade operacional da organização, e cujo Resultado pertence, em última análise, aos proprietários. Do lucro obtido em determinado período, normalmente, uma parte é distribuída aos donos do capital (dividendos, participação nos lucros) e outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica retida na empresa, sendo adicionada ao Patrimônio Líquido.

Os proprietários, por lei, não podem reclamar a restituição do seu dinheiro investido, por esta razão o Patrimônio Líquido, também conhecido por Capital Próprio, é considerado uma Obrigação Não Exigível das Organizações.

Ao movimentar estes bens, direitos e obrigações, a organização gera receitas e despesas, que ao final de um período representam um resultado, que é incorporado ao Patrimônio Líquido.

O resultado apurado no final de um período através da DRE, conforme já demonstrado anteriormente, obterá os seguintes resultados:

Lucro = Receitas > Despesas Prejuízo = Receitas < Despesas Nulo = Receitas = Despesas O lucro obtido pela entidade será transferido para conta patrimonial do PL, Lucros e

Prejuízos Acumulados e partir desta seguirá vários destinos, tais como: � Dividendos a distribuir, � Composição de Reserva Legal, � Composição de outra Reserva de Lucros.

No quadro abaixo vemos como ficou a composição do Patrimônio Líquido após as

modificações ocorridas em 2007.

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Composição Anterior Lei 6.404/76

Modificações implementadas na

Lei 6.404/76 Capital Social X X Reservas de Capital X X Reservas de Reavaliação X Ajuste de Avaliação Patrimonial X Reservas de Lucros X X Reserva de Incentivos Fiscais X Ações em Tesouraria X X Lucros ou Prejuízos Acumulados X Prejuízos Acumulados X

Agora vamos definir cada um dos itens apostados no quadro acima CAPITAL

Representa todo o investimento realizado na empresa por seus proprietários. O capital não se constitui somente de integralizações realizadas em bens ou dinheiro pelos sócios ou acionistas, mas também a parte do lucro e outras reservas não distribuídas e incorporadas a ele. No caso de uma sociedade anônima o capital social é dividido em ações.

A conta de capital social deverá demonstrar a parcela subscrita e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Capital subscrito representa aquele valor comprometido (assinado) pelos proprietários.

RESERVAS DE CAPITAL São aquelas que não se originam do resultado do exercício, não fazendo parte do

resultado apurado pela empresa. São acréscimos patrimoniais, não oriundos dos proprietários nem do resultado da atividade empresarial. Podem ser consideradas como reservas de capital:

� As contribuições de subscritores de ações que ultrapassarem o valor nominal ou a parte do preço de emissão que for superior à importância destinada à formação do capital social, quando se tratar de ações sem valor nominal. Este valor em excesso é denominado ágio, ou seja, “ágio recebido na emissão de ações”;

Pontos importantes

� Com a Lei 11.638/07, foram excluídas desta reserva; Prêmios na Emissão de Debêntures e Doações e Subvenções para Investimento, que deverão ser registrados diretamente a Resultado do Exercício.

� Por exemplo, a empresa recebendo um Terreno em doação deverá registrá-lo como Ativo contra Receita do período, quando antes lançava como Reserva de Capital.

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� Conforme a nova redação do Art. 195-A da Lei 11.638, Doações e Subvenções Governamentais, entretanto, poderão, após transferência para o Patrimônio Líquido, ser destinadas à nova Reserva de Incentivos Fiscais, e excluídas da base de cálculo de dividendo obrigatório.

Utilização:

� Para absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

� Para resgate, reembolso ou compra de ações; � Para resgate de partes beneficiárias; � Para incorporação ao capital social; � Para pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem

lhes for assegurada .

RESERVAS DE REAVALIAÇÃO A Lei 11.638/07, no seu Art. 6º, extinguiu com esta reserva e a possibilidade de

Reavaliação de Ativos. Representavam as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos de

ativos em virtude de novas avaliações. Ponto importante

� Os saldos remanescentes nos Balanços deveriam ser estornados em 2008 ou mantidos e amortizados normalmente até o seu término.

RESERVAS DE LUCROS São aquelas constituídas pela destinação de parte dos lucros apurados pela empresa,

são elas: Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva para Contingências Reserva de Retenção de Lucros Reserva de Lucros a Realizar RESERVA LEGAL É a única Reserva de Lucros de constituição obrigatória, exigida pelo art. 193 da

Lei 6.404/76, para fins de manutenção do capital. A reserva legal será constituída pela aplicação de 5% do lucro líquido, antes de qualquer outra destinação, até que seu saldo atinja 20% do capital social.

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A empresa poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital exceder a 30% do capital social.

Utilização: Somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. RESERVA ESTATUTÁRIA A legislação atual permite que os estatutos sociais criem novas reservas, desde que

cada uma: � Indique de modo preciso e completo sua finalidade de criação, critérios de

apropriação de lucros e estabelecimento de limite máximo, previamente especificados.

� Exemplo: Reserva para Aumento de Capital, para Garantia de Distribuições de Dividendos etc.

RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS Deve ser criada pela assembléia geral, com intuito de destinar parte do lucro líquido

com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (art. 194).

Observa-se que apenas poderá ser destinados recursos para a Reserva para Contingências quando existir uma contingência potencial, que possa vir a afetar a saúde financeira da empresa.

Quando deixar de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em ocorrer a perda, a Reserva em questão deverá ser revertida, sempre no exercício que ocorrer tal fato.

RESERVAS DE LUCROS A REALIZAR No exercício em que o montante do dividendo obrigatório ultrapassar a parcela

realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.

Visa identificar claramente a parcela do lucro contábil, financeiramente não realizada, e também o percentual de dividendo obrigatório, calculado sobre o lucro líquido, que não deverá ser distribuído em razão de sua não realização.

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Exemplo:

Dividendos Obrigatórios calculados nos termos do estatuto social ou pelo art. 202 da Lei

5.000

Lucro Líquido do Exercício 20.000 (-) Realização a Longo Prazo: (16.600) Equivalência Patrimonial (13.000) Lucro/rendimentos/ganhos líquidos (1.000) Ajuste de Avaliação Patrimonial (AAP) (2.600)

(=) Parcela Realizada do Lucro 3.400 Valor destinado a Reserva de Lucros a Realizar 1.600

5.7 – LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Esta conta registra os resultados dos períodos ainda não distribuídos aos

proprietários ou destinados às reservas de lucros ou a aumento de capital. A Lei 11.638/07, não acabou com a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que

continua existindo até que seu saldo seja distribuído entre as contas de Reservas, ou distribuído como Dividendo, ou seja, ela deverá ao fim do exercício ter saldo zero ou negativo.

Os prejuízos acumulados são contas de retificação do Patrimônio Líquido, reduzindo seu valor.

5.8 - AÇÕES EM TESOURARIA Ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas e são apresentadas como valores

redutores do Patrimônio Líquido para as contas que registrarem a origem dos recursos aplicados em sua aquisição.

Segundo a legislação, não é permitido às companhias (abertas ou fechadas) adquirir suas próprias ações, e exceções só são aceitas em alguns casos como:

� tiver por fim reduzir o capital social; � para resgate, reembolso ou amortização de ações; � desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem

diminuição do capital social; � quando do recebimento de ações a título de doação.

Quadro Resumo do Passivo

PASSIVO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

(-)

Capital de Terceiros

Capital Próprio

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Abaixo montamos uma estrutura do Balanço Patrimonial conforme os estudos realizados.

APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DE RECURSOS

ATIVO Recurso econômico que gera benefícios

para a empresa.

PASSIVO Dívidas com terceiros. Por serem

financiadores (credores), estes terceiros têm direitos sobre o Ativo.

CIRCULANTE

CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

NÃO CIRCULANTE

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Valores que os proprietários investiram na empresa e têm direitos sobre o Ativo no montante aplicado. Capital Social (-) Gastos com Emissões de Ações Reservas de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Reserva de Incentivos Fiscais (-) Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados

Ʃ das Aplicações Ativo

Bens e Direitos

Ʃ das Origens Passivo + PL

Obrigações (credores + sócios) Obs: Ações em Tesouraria é conta retificadora da reserva utilizada para tal fim.

= =

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) Iniciaremos as Demonstrações Contábeis pela DRE, pois somente depois dela,

depois da confrontação das Receitas X Despesas, com o resultado líquido desta confrontação é que poderemos concluir o Balanço Patrimonial. Contudo, embora o resultado seja incorporado ao Patrimônio Líquido da empresa, deve ser apurado à parte, pois sua apresentação no próprio Balanço Patrimonial seria inviável e complexa.

A cada exercício social ou período contábil a empresa apura o resultado de suas operações. Entretanto, é mais do que recomendável que os resultados sejam apurados em períodos mais curtos: semestrais, trimestrais, mensais, quinzenais e até semanais, dependendo da atividade econômica e da necessidade de acompanhamento gerencial.

O resultado contábil é representado pela diferença entre receitas e despesas, podendo apresentar lucro (receitas > despesas), ou prejuízo (receitas < despesas).

ESTRUTURA E FORMA DE APRESENTAÇÃO A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem sua estrutura básica definida

no art. 187 da Lei n° 6.404/76, com as alterações introduzidas pela Lei n° 11.638/07 e discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

A DRE deve ser apresentada na forma dedutiva, com os detalhes necessários das

receitas, despesas, ganhos e perdas, definindo claramente o lucro ou o prejuízo do período. Veja na seqüência um modelo da DRE e depois, detalhadamente, sua estrutura e forma de apresentação.

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DRE 20X0 - CIA ALVINEGRA S/A

Receita Bruta de Vendas 100.000

(-) Descontos Concedidos -1.000 (-) Impostos sobre Vendas -20.000 (=) Vendas Líquidas 79.000 (-) Custo de Vendas (Mercadorias/Serviços) -38.000 (=) Lucro Bruto 41.000 (-) Despesas com vendas -2.000

Despesas administrativas -10.000

(=) Lucro Operacional Antes das Receitas e Despesas Financeiras 29.000

(-) Despesa Financeira Líquida (despesas - receitas financeiras) -1.000

Outras Receitas e Despesas Operacionais

(+) Resultado de Participações Societárias 6.000 (+) Venda de Imobilizados 9.500 (-) Baixa de Imobilizados -7.900 (=) Lucro antes do IR e CL 35.600 (-) IR e CS -11.750 (=) Lucro antes das participações 23.850 (-) Participações de empregados -4.770 (-) Participações de administradores -2.860 (=) Lucro Líquido 16.620

Lucro por ação 16,62

RECEITA BRUTA DE VENDAS DE MERCADORIAS E SERVIÇOS Representa o total faturado pela empresa em suas operações de vendas de

mercadorias e serviços, ou seja, o total ganho no ano, independente do recebimento. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Logo após a receita bruta, registra-se o valor das deduções. São valores que, embora

estejam compondo a receita bruta, não pertencem à empresa, por isso, devemos deduzi-los. As principais operações que são controladas e informadas como deduções de vendas são:

a) Devoluções provenientes de cancelamentos de vendas; b) Descontos Incondicionais (comerciais) sobre as vendas (não confundi-los com

os descontos (abatimentos) condicionais por pagamentos antecipados que devem ser considerados como Despesas Financeiras; e

c) Tributos incidentes sobre as vendas e serviços: ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS.

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS É o resultado apurado, após a dedução das vendas canceladas e dos tributos

cobrados sobre a receita bruta. Representa a parcela do faturamento que pertence efetivamente à empresa.

CUSTO DAS MERCADORIAS, PRODUTOS OU SERVIÇOS Representa o custo básico necessário para obtenção da receita líquida. Pode ser

custo dos produtos vendidos (CPV para as atividades industriais), custo das mercadorias

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vendidas (CMV para as atividades comerciais), ou ainda custo dos serviços prestados (CSP para as atividades de prestação de serviços).

LUCRO BRUTO Será apurado deduzindo-se da receita líquida o custo inerente a essa receita.

Representa o lucro produzido com a operação básica da empresa, sem a remuneração dos fatores que contribuíram para a geração desse lucro bruto.

DESPESAS DE VENDAS Representa despesas oriundas da promoção, distribuição e venda de produtos ou

mercadorias, e da gestão (administração) de seus negócios. A venda de um produto ou serviço origina várias despesas para concretizar esta venda. Algumas despesas são oriundas diretamente da própria venda, ou seja, não contribuindo diretamente para obtenção de outras receitas que não a receita principal da empresa. São conhecidas como despesas de vendas. Elas podem ocorrer antes (propaganda), durante (provisão para devedores duvidosos) ou depois (comissões de vendas e frete) da venda. As despesas de vendas não entram na composição do lucro bruto por serem despesas de colocação do produto ou serviço no mercado consumidor, não fazendo parte diretamente do resultado bruto.

DESPESAS ADMINISTRATIVAS Despesas de infra-estrutura, necessárias para o funcionamento e o controle das

operações da empresa. São os gastos com recursos humanos, energia, comunicações, administração, contabilidade, água, manutenção de equipamentos, impostos, taxas, treinamento, etc.

Para melhorar a qualidade das informações, as despesas administrativas, deviriam estar segregadas em pelo menos em quatro partes: pessoal, tributária, infra-estrutura e os valores de depreciação e amortização. Para fins de Demonstração do Valor Adicionado – DVA, esta abertura é muito importante.

DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS São as despesas com empréstimos e financiamentos bancários necessários para

aplicação no negócio da empresa. Estas despesas devem ser abatidas das receitas financeiras e informadas pelo valor líquido. Quando a empresa tiver receitas financeiras com valor maior que despesas financeiras, deverá informar este grupo com saldo positivo, ou seja, teremos receitas financeiras líquidas.

OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS Normalmente, dividendos recebidos de investimentos societários avaliados pelo

método do custo corrigido, variações nos investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, venda de sucatas etc.

No entanto, o resultado de participações nas controladas e coligadas avaliadas pelo MEP, existe discussão sobre onde este resultado seria alocado: operacional ou não operacional. A Lei determina o registro dentro do resultado operacional, pois embora não seja atividade principal da empresa, o investimento em outras sociedades representa a extensão da atividade empresarial. Este resultado, quando obtido no Brasil, não tem reflexo no cálculo de nenhum tributo, pois o raciocínio do legislador é que já houve tributação ou compensação de impostos nas empresas coligadas ou controladas.

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RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO Representa o resultado apurado antes do cálculo da contribuição social e do imposto

de renda, ambos incidentes sobre o lucro. Apesar do cálculo dos tributos sobre o lucro partir desta base, a legislação fiscal analisa cada receita e, principalmente, cada despesa, considerando ou não estas em sua base.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IMPOSTO DE RENDA O cálculo do imposto de renda a pagar é processado com base no lucro tributável

denominado Lucro Real. Na prática o lucro real é apurado à parte, num livro fiscal denominado LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real. Contudo. A Contribuição Social é calculada antes, até pela sua característica como tributo em relação ao IR.

RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES Representa o lucro ou prejuízo apurado pela empresa antes de realizar as

participações da administração e empregados no resultado obtido. Trata-se do último subtotal apresentado antes do resultado final.

As participações nos lucros de empregados são dedutíveis na base fiscal, porém devem ser demonstradas, para melhor evidenciação, depois do cálculo do IR e da CSL, no momento da distribuição do lucro apurado. Assim, o lucro de partida deve sempre considerar as parcelas destinadas para as participações.

PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES As participações nos lucros atribuídos a terceiros, não relativas ao investimento dos

acionistas, devem ser registradas como despesas pela empresa. A Lei 6.404/76 define em seu artigo 187, inciso VI, os valores que devem ser apresentados neste item:

“as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de

instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de

empregados, que não se caracterizem como despesa”. Redação dada pela Lei 11.638/07

Para as sequência do cálculo, o art. 190 da Lei determina que as participações

estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada.

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DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA Pode ser interpretada como os direitos dos proprietários sobre o ativo da empresa. O

art. 186, da Lei 6404/76, estabelece que essa demonstração “poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela empresa”, portanto a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido não é obrigatória, mas a de Lucros ou Prejuízos Acumulados é obrigatória, não só para as sociedades por ações, mas também, por força da legislação fiscal, para os demais tipos de sociedades.

Segundo o Art. 186 da Lei das S.A, a DLPA incluirá: � O saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção

monetária do saldo inicial; � As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; � As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros

incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Como ajustes de exercícios anteriores, serão considerados apenas os decorrentes de

efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

Abaixo apresentamos a estrutura de uma DLPA

Companhia XYZ CGC nº 00.000.000/0000-00

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Exercícios Findos em 31 de dezembro

Em $ mil, exceto dividendo por ação 20X2 20X1 Saldos inicial (final do exercício anterior) 579 180 (+ / -) Ajustes de exercícios anteriores 150 0 ( - ) Lucros incorporados ao Capital ( 200 ) 0 ( + ) Reversão de reservas 0 0 (+ / -) Lucro / Prejuízo Líquido do Exercício 1.013 977 ( = ) Lucros/Prejuízos antes da proposta de destinação

1.542 1157

( - ) Proposta de destinação do lucro Transferência para Reservas

Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva para Contingência Reserva de Lucros a Realizar Outras Reservas de Lucros

( 51 ) ( 239 )

0 0 0

( 49 ) ( 180 )

0 0 0

Dividendos Propostos ( 412 ) ( 349 ) Saldos Finais 840 579 Dividendo por Ação 0,92 0,78

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Ajuste de Exercícios Anteriores

Segundo o art. 186 da Lei das S.A “Como ajustes de exercícios anteriores serão

considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da

retificação de erro imputável a determinado exercício, e que não possam ser atribuídos a

fatos subseqüentes.” Exemplos de mudança de critério contábil:

� na avaliação dos estoques (de custo médio para PEPS ou vice-versa). � para investimentos, adoção da equivalência patrimonial no lugar do custo

corrigido. Os erros e omissões podem ser devidos a:

� engano na contagem de estoque. � equívoco no cálculo da provisão para imposto de renda. � interpretação errônea da legislação vigente.

Valor dos Lucros Incorporados ao Capital

Parcela dos lucros da sociedade canalizada para aumento do capital social.

Reversões de Reservas

Parcelas do lucro líquido de exercícios anteriores que se tornaram reservas e são

reconvertidas por não existir mais razão para sua manutenção (da reserva).

Lucro / Prejuízo Líquido do Exercício

Lucro ou prejuízo exatamente como apurado na Demonstração de Resultado e transferido (após as deduções das várias participações nos lucros de debenturistas, empregados etc) diretamente para a DLPA.

Note que, a partir de 2008, os Lucros do Exercício devem ser, ainda no exercício em que ocorreram, incorporados ao Capital, distribuídos como Dividendos ou transferido para Reservas. Portanto, no Patrimônio Líquido não deverá existir a conta Lucros Acumulados.

Proposta de Destinação do Lucro

A proposta é feita pela direção da empresa à assembléia geral, e tem como objetivo

a constituição de reservas e a distribuição de dividendos. Na proposta de dividendos, a sociedade deve indicar o dividendo por ação do capital

social a ser pago aos diferentes acionistas (ordinários e preferenciais). Se a empresa tiver prejuízo, em lugar de lucro, este é lançado diretamente contra a

conta lucros ou prejuízos acumulados. Se o lucro acumulado for insuficiente para cobrir o prejuízo do exercício, este

deverá ser compensado com as reservas de lucros.

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Se ainda assim (com a compensação) permanecer prejuízo (lucro negativo), a empresa pode utilizar-se das reservas de capital.

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DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Patrimônio Líquido de uma entidade representa sua riqueza real, o ativo líquido

pertencente aos sócios. O PL representa a parte do Ativo subtraído dos valores que os credores têm direito, que pode ser visualizado melhor pela equação abaixo:

PL = ATIVO – PASSIVO (CAPITAL DE TERCEIROS = CREDORES)

Embora esta demonstração não seja obrigatória, muitas empresas a publicam,

incorporando nesta a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, conforme autoriza o art. 186 da Lei 6.404/76

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá

indicar o montante do dividendo por ação do capital social e

poderá ser incluída na demonstração das mutações do

patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

(grifamos) É importante atentar que não sendo obrigatória pela Lei 6.404/76, a Instrução CVM

(Comissão de Valores Mobiliários) nº 59/86, tornou obrigatória a DMPL para as companhias abertas (S/A de Capital Aberto).

A DMPL fornece informações sobre as variações ocorridas durante o exercício nas

contas que compõem o Patrimônio Líquido e demonstra a formação e utilização de todas as mutações, incluindo o cálculo dos dividendos. Assim podemos apontar como pontos a serem avaliados:

� Indicação do fluxo entre as contas componentes do PL � Origem e valor das diminuições e acréscimos do PL, segregado por conta � Demonstração clara da formação e utilização de todas as reservas, não

somente as de lucro � Informações complementares sobre a análise do Balanço Patrimonial e da

Demonstração do Resultado do Exercício.

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Capital Social

Reservas de

Capital

Reservas de Lucros Lucros Acumulad

os

Total Legal Contingênc

ias Estatutária

Saldo em 31/12/20X1

313.560 70.200 46.800 11.700 51.480 42.120 535.860

Ajuste de Exercício Anterior

5.000 5.000

Aumento de Capital com Reserva de Capital

50.000 (50.000)

Reversão de Reservas

(11.700) 11.700

Lucro Líquido de 20X2

20.480 20.480

Transferência para Reservas 1.024 3.072 (4.096)

Dividendos Propostos

(7.250) (7.250)

Saldo em 31/12/20X2

353.560 20.200 47.824 0 54.552 67.954 544.090

As variações no Patrimônio Líquido podem ser de diferentes tipos:

Movimentações que aumentam o Patrimônio Líquido

� lucro líquido do exercício; � aumento de capital por subscrição e integralização de novas ações; � ágio cobrado na subscrição de ações;

Movimentações que diminuem o Patrimônio Líquido

� prejuízo líquido do exercício; � aquisições de ações da própria sociedade (ações em tesouraria); � dividendos.

Movimentações que não afetam o Patrimônio Líquido

� aumento de capital por incorporação de reservas; � apropriações do lucro líquido da conta de lucros ou prejuízos acumulados

para outras reservas; � compensações de prejuízos através de reservas etc.

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DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)

INTRODUÇÃO O objetivo principal da DFC é fornecer informações relevantes sobre a

movimentação financeira ocorrida em determinado período e dentre estas podemos destacar:

� Avaliação das alternativas de investimentos. � Avaliação e controle, ao longo do tempo, das decisões importantes que são tomadas

na empresa, com reflexos monetários. � Avaliação das situações, presente e futura, do caixa na empresa. � Certificar que os excessos momentâneos de caixa são aplicados.

A DFC não gera informações idênticas a DRE, pois esta evidencia o resultado contábil de uma entidade, confrontando as Receitas com as Despesas ocorridas, independentemente de ter tido movimentação no fluxo de caixa (pagamentos e recebimentos em dinheiro).

Por exemplo: A DFC evidencia os fatos ocorridos que influenciaram o fluxo de caixa,

recebimentos e pagamentos, mesmo que não sejam despesas. Por exemplo:

� Realização de empréstimos junto à instituição financeira – não corresponde a Receita ou Despesa porque não gera aumento ou diminuição do PL e sim um aumento idêntico no Ativo (caixa) e no Passivo (empréstimos a pagar), assim não deverá tramitar pela DRE. No entanto, é um fato que influencia positivamente o fluxo de caixa da entidade e deverá constar na DFC.

� Pagamento de Folha de Pessoal no 5º dia útil de janeiro de X1 – Já foi reconhecida como Despesa no mês de sua competência (dezembro de X0) e evidenciada na DRE. No entanto somente fará parte da DFC no mês de sua realização financeira.

A DFC se atém aos fatos que influenciaram a movimentação financeira, não

importando se esta é classificada como Receita ou Despesa ou simplesmente como entrada e saída de caixa, importando somente o momento da movimentação financeira.

� Venda realizada em 15/12/X1 para recebimento em 30dias – consta na DRE mas não influenciará a DFC, pois não houve movimentação financeira.

� Compra realizada em 15/12/X1 para pagamento em 30dias – consta na DRE, mas

não influenciará a DFC, pois não houve movimentação financeira.

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Segundo Helfert1, “A base para uma administração próspera, pois, é desenvolver e manter um conjunto coerente de estratégias empresariais, de objetivos de investimentos, de metas operacionais e de políticas financeiras que se reforcem uns aos outros, ao invés de gerar conflitos entre si.”

A situação financeira da empresa está ligada à capacidade de pagamento de suas obrigações. Uma empresa não entra em um processo falimentar por gerar prejuízos, mas por não possuir dinheiro em caixa para pagar seus credores, daí a importância da análise da situação financeira da empresa.

Como vimos que o caixa empresa, evidenciado no demonstrativo do Fluxo de Caixa, é impactado pelas decisões de investimentos, operacionais e de financiamentos, e que essas decisões são conseqüência de caminhos estratégicos escolhidos, devemos então entender que às vezes a empresa toma decisões arriscadas que comprometem a sua situação financeira, portanto uma boa situação financeira não quer dizer que a empresa está bem economicamente, nem o contrário.

INFORMAÇÕES OBTIDAS COM A DFC A DFC poderá gerar uma série de informações para auxiliar a gestão financeira da

entidade, das quais destacamos:

� Autofinanciamento das operações (compra, produção e vendas). � Independência do sistema bancário no curto prazo. � Gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos. � Os valores do Ativo e Passivo (recebimentos, consumos e pagamentos) fora do ciclo

operacional. � Quais as causas das mudanças na situação financeira da empresa � O que foi feito com o lucro gerado pelas operações. � Qual a aplicação com os novos empréstimos. � Como foi possível à empresa distribuir dividendos após o prejuízo sofrido no

exercício. � De que forma a empresa consegue manter seus pagamentos em dia se os resultados

vêm sendo negativos. � Como está sendo financiada a expansão da empresa � Qual a habilidade dos administradores em obter recursos adequados às Aplicações

1 Helfert, Erich A. Técnicas de análise financeira: um guia prático para medir o desempenho dos negócios.

Trad. André Castro. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. p. 29.

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FORMAS DE APRESENTAÇÃO E DIVISÃO DA DFC A DFC poderá ser apresentada de duas formas, ou utiliza-se o Método Direto ou o

Método Indireto. No entanto, qualquer que seja o modelo escolhido, sua estrutura básica estará subdividida em três grupos de atividades:

Balanço da Cia NBR em : 31.12.X1 31.12.X2 Ativo Circulante Caixa e Bancos 5.000 1.000 Clientes 18.000 25.000 Mercadorias 21.000 16.000 Despesas Antecipadas 1.000 0 Total 45.000 42.000 Não Circulante Hipotecas a Receber 2.000 2.000 Máquinas 0 10.000 (-) Depreciação 0 (1.000) Terrenos 13.000 13.000 Total 15.000 24.000 Total do Ativo 60.000 66.000 Passivo Circulante Fornecedores 22.000 16.000 Total 22.000 16.000 Não Circulante Empréstimos a Longo Prazo 5.000 18.000 Capital 20.000 20.000 Reservas 6.000 8.000 Lucros Acumulados 7.000 4.000 Total 38.000 50.000 Total do Passivo 60.000 66.000

Apresenta estrutura diferente para cada Método

Apresenta a mesma estrutura para ambos os Métodos

Atividades Operacional Investimentos Financiamento

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Demonstração de Resultado da Cia NBR para 20X2 Vendas Líquidas 190.000 (-) CMV (140.000) (=) Lucro Bruto 50.000 (-) Despesas Administrativas 22.000 com Vendas 23.000 com Depreciação 1.000 Outras Despesas 2.000 (48.000) (=) Lucro Líquido do Período 2.000

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Saldo em 31.12.20X1 7.000 Transferência para Reservas (2.000) Lucro Líquido do ano de 20X2 2.000 Dividendos Distribuídos (3.000) Saldo em 31.12.20X2 4.000

DFC pelo Método Direto 1. Recebimento de Vendas Saldo de Clientes em 31.12.X1 (do Balanço) 18.000 (+) Vendas Líquidas de 20X2 (da DRE) 190.000 (-) Saldo de Clientes em 31.12.X2 (do Balanço) (25.000) (=) Recebimentos em 20X2 183.000

2. Pagamento de Fornecedores Saldo de Fornecedores em 31.12.X1 (do Balanço) 22.000 (+) Compras (veja a seguir) 135.000 (-) Saldo de Fornecedores em 31.12.X2 (do Balanço) (16.000) (=) Pagamentos em 20X2 141.000 Compras ( E.I + Compras - E.F = CMV )

Saldo de Mercadorias (Estoque) em 31.12.X1 (do Balanço) 16.000 (+) CMV de 20X2 (da DRE) 140.000 (-) Saldo de Mercadorias (Estoque) em 31.12.X2 (do Balanço) (21.000) (=) Compras em 20X2 135.000

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3. Pagamento de Despesas Despesas Totais de 20X2 (da DRE) 48.000 (-) Despesas de Depreciação (da DRE) (1.000) (-) Saldo de Despesas Antecipadas 31.12.X1 (do Balanço) (1.000) (+) Saldo de Despesas Antecipadas 31.12.X2 (do Balanço) 0 (=) Pagamento de Despesas em 20X2 46.000

4. Pagamento de Dividendos

Retirado da DLPA 3.000

• Tomando como exemplo o Fluxo de Caixa pelo Método Direto, veja a seguir sua formatação de acordo com a Lei 11638/07:

Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa da Cia NBR em 31.12.X2 (Método Direto)

Das Operações Recebimento de Vendas 183.000 Pagamento de Compras (141.000) Pagamento de Despesas (46.000) (4.000) De Financiamentos Empréstimos Novos (Longo Prazo) 13.000 Dividendos (3.000) Amortizações 0 10.000 De Investimentos Pagamento de Compra de Máquinas (10.000) Redução das Disponibilidades em 20X2 (4.000) Disponibilidades em 31.12.20X1 5.000 Disponibilidades em 31.12.20X2 1.000

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Poderíamos agora realizar um comparativo entre a DRE e a DFC.

CONTAS DRE DFC Receitas (-) CMV (=) Resultado Bruto (-) Despesas Operacionais (=) Resultado Operacional (+) Novos Empréstimos (-) Pagamento de Dividendos (=) Resultado após Financiamentos (-) Aquisição de Ativo Permanente (=) Resultado Final

190.000 (140.000)

50.000

(48.000)

2.000

2.000

2.000

183.000 (141.000)

42.000

(46.000)

(4.000) 13.000 (3.000)

6.000

(10.000)

(4.000) Reparem que o lucro contábil de $ 2.000 apurado na DRE não significa a

movimentação financeira do período, no qual obtemos com a DFC, que no caso acima evidencia uma redução da disponibilidade de caixa no montante de $ 4.000.

DFC pelo Método Indireto Por mais lógica que possa ser a apresentação do “Caixa Gerado pelas Operações”

por essa forma conhecida como “Método Direto”, é muito comum utilizar-se, inclusive fora do Brasil, da apresentação do “Método Indireto”.

Nesse método parte-se do lucro líquido para, após os ajustes necessários chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas, no período, pelas operações registradas na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).

Utilizando os mesmos demonstrativos anteriores, vejamos o que aconteceu com as “nossas” contas do Circulante:

Itens do Circulante do Balanço da Cia NBR em:

31.12.X1 31.12.X2 Efeito sobre o Caixa Notas Aumento Diminuição

Clientes 18.000 25.000 7.000 A Mercadorias 21.000 16.000 5.000 B Despesas Antecipadas 1.000 0 1.000 C Fornecedores 22.000 16.000 6.000 D

Ajustes 6.000 13.000

7.000 13.000 13.000

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Notas:

A. Aumento no saldo de Clientes significa diminuição (aplicação) do Caixa que deixou de ser recebido.

B. Diminuição do saldo de Mercadorias significa aumento de entrada (origem) no Caixa.

C. Diminuição de Despesas Antecipadas significa uma liberação de recurso, como se produzisse uma origem de Caixa.

D. Diminuição de Fornecedores é uma aplicação (diminuição) de Caixa.

� O próximo passo adiciona-se os itens anteriores ao valor do Lucro Líquido para se ter o “Caixa Gerado Pelas Operações”.

� Não podemos esquecer o seguinte:

Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa da Cia NBR em 31.12.X2

(Método Indireto) Caixa Gerado Pelas Operações Lucro Líquido 2.000 (+) Depreciação 1.000 (+) Diminuição em Despesas Antecipadas 1.000 (+) Diminuição em Mercadorias 5.000 (-) Diminuição em Fornecedores (6.000) (-) Aumento em Clientes (7.000) (4.000) De Financiamentos Empréstimos Novos (Longo Prazo) 13.000 Dividendos (3.000) Amortizações 0 10.000 De Investimentos Pagamento de Compra de Máquinas (10.000) Redução das Disponibilidades em 20X2 (4.000) Disponibilidades em 31.12.20X1 5.000 Disponibilidades em 31.12.20X2 1.000

É necessário também ajustar o Lucro Líquido pela figura da depreciação, já que esta despesa também não consome Caixa no ano. Este raciocínio deve ser aplicado a qualquer outra despesa na mesma situação, ou seja, que não tenha cunho financeiro.

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DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA

Introdução

� Anos atrás, uma nova demonstração financeira surgiu na Europa, principalmente por influência da França e Alemanha. Juntando-se ao Balanço, às Demonstrações de Resultados dos lucros/prejuízos Acumulados e Fluxo de Caixa, surgiu a Demonstração do Valor Adicionado.

Por Que Essa Nova Demonstração?

� Como a Demonstração do Resultado mostra o fluxo econômico de receitas e despesas, mas não condição de expressar os fluxos de todos os recursos que entram e saem da empresa num certo período.

� Pela necessidade dos usuários começou a pensar numa nova demonstração. De novo tudo começou porque a Demonstração de Resultado também não é capaz de, diretamente, mostrar o quanto de valor a empresa está adicionando aos insumos que adquire.

� A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.

A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma:

(a) pessoal e encargos; (b) impostos, taxas e contribuições; (c) juros e aluguéis; (d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; (e) lucros retidos/prejuízos do exercício.

Exemplo para Comparação da DRE e DVA

� Veja a seguir como ficam as Demonstrações de Resultado de 3 anos e a preparação da Demonstração do Valor Adicionado - DVA, para um exemplo aleatório, com os comentários no item seguinte.

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Variação Demonstração de Resultado Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 2-1 Ano 3-2

Vendas 3.000 5.000 9.000 + 67 % + 80 % Sementes e Fertilizantes -- -1.300 -1.800 n/a + 38 % Mão-de-Obra Terceiros -- -- -2.600 n/a n/a Família -1.200 -1.200 -1.300 n/a + 8 % -1.200 -1.200 -3.900 n/a Lucro Antes do I. Renda 1.800 2.500 3.300 + 39 % + 32 % Imposto de Renda -360 -5.000 -660 + 39 % + 32 % Lucro Líquido 1.440 2.000 2.640 + 39 % + 32 %

Variação Demonstração do Valor Adicionado Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 2-1 Ano 3-2

Vendas 3.000 5.000 9.000 + 67 % + 80 % Sementes e Fertilizantes ---- -1.300 -1.800 n/a + 38 %

Valor Adicionado 3.000 3.700 7.200 + 23 % + 95 %

Distribuição do Valor Adicionado Riqueza que remunerou a Mão-de-Obra 1.200 1.200 3.900 n/a 125 % Riqueza que remunerou o Capital (L.Líquido) 1.440 2.000 2.640 + 39 % + 32 % Riqueza entregue ao Estado (Impostos) 360 500 660 + 39 % + 32 % Riqueza total produzida = Valor Adicionado 3.000 3.700 7.200 + 700 + 3500

Objetivos da DRE e a DVA

� A DRE procura verificar, no final, qual a parte da riqueza criada é da empresa, na forma de lucro líquido.

� A DVA procura evidenciar o total de riqueza criada pela empresa e toda sua distribuição.

Valor Adicionado, Valor Agregado e PIB

� Vital no estudo da economia, o Valor Adicionado (também chamado de Valor Agregado) representa o conceito econômico mais importante: a riqueza criada.

� Note que algumas vezes confunde-se o faturamento de uma empresa como seu valor adicionado ao PIB (Produto Interno Bruto) de um país. Isso tecnicamente não é válido,

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como já vimos, faturamento não é igual a valor agregado. A soma dos valores agregados de um país é seu PIB.

� Na realidade, há uma diferença entre o conceito de valor adicionado normal da economia e o que vimos nas páginas anteriores, já que desconsideramos os estoques. Na ciência econômica, o conceito de valor adicionado é em função da produção, não das vendas. Essas diferenças serão tanto menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão.

� Deve ser entendido que, no fundo, a DVA nada mais é do que uma readaptação dos próprios itens da DRE.

Principais Componentes da Demonstração do Valor Adicionado - DVA

A DVA é composta de duas partes. Na primeira, evidencia-se a Formação da Riqueza criada pela própria entidade realizando o seu somatório. Na segunda parte, demonstra-se de que forma ocorreu a distribuição da riqueza gerada. Importante esclarecer que o somatório da distribuição deverá ser idêntico ao de sua formação.

Formação da riqueza criada pela própria entidade

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes itens: Receitas � Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes

sobre essas receitas, ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto.

� Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas.

Insumos adquiridos de terceiros � Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

� Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

� Perda e recuperação de valores ativos

� Depreciação, amortização e exaustão

Valor adicionado recebido em transferência � Resultado de equivalência patrimonial

� Receitas financeiras

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� Outras receitas – inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc.

Distribuição da riqueza A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:

� Remuneração direta – representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

� Benefícios – representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria, etc.

� FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.

Impostos, taxas e contribuições

� Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias, etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.

� Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias, etc., tais como o ICMS e o IPVA.

� Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.

Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital.

� Juros – inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas,

relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.

� Aluguéis – inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.

� Outras – inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.

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Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

� Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos – inclui os valores pagos ou

creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros.

� Lucros retidos e prejuízos do exercício – inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

� As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de JCP, independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.

Uma forma simples de preparar a Demonstração do Valor Adicionado - DVA

� Usando os conceitos das folhas anteriores, poderíamos preparar a DVA como segue:

Demonstração do Valor Adicionado $

Cálculo do Valor Adicionado Vendas Brutas 24.600 Menos : Matérias-Primas Consumidas -11.200 Outros Materiais -3.600 Serviços Adquiridos de Terceiros -400 Valor Adicionado 9.400

Distribuição do Valor Adicionado

Mão-de-Obra (com 13º, FGTS) 3.700 Impostos 2.900 Juros 600 Retenção (Depreciações) 1.000 Lucro Líquido 1.200 Total 9.400

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A DVA e a Lei 11638/07

� A Lei 11638 de 28 de dezembro de 2007 passou a exigir a apresentação da DVA como um demonstrativo obrigatório para as companhias abertas no seu Art. 176 – V, e sua forma de apresentação mínima no Art. 188 - II, conforme segue:

“Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do

art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo:

II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada

pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que

contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados,

financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da

riqueza não distribuída.”

Modelo de DVA para empresas em geral.

DESCRIÇÃO

Em milhares de reais 20X1

Em milhares de reais 20X0

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

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8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais

8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de capitais próprios

8.4.1 – Juros sobre o capital próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

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4. EXERCÍCIOS E CASES MÓDULO 3 1) Considere os saldos do Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial de 31/12/2009. Saldos em 31.12.2009

Capital Social R$ 80.000,00 Reserva de Capital R$ 6.000,00 Reservas de Lucros R$ 12.000,00 Lucros Acumulados R$ 8.200,00

Durante o exercício de 2010 ocorreram os seguintes fatos:

Aumento de capital com Reservas de Lucros R$ 5.000,00 Reversão da Reserva de Capital para o Capital Social R$ 6.000,00 Aumento de capital com imóveis R$ 15.000,00 Lucro do exercício R$ 14.000,00 Distribuição de dividendos retirados do lucro do exercício R$ 7.000,00 Destinação de parte do lucro para reservas R$ 6.000,00

O valor do Patrimônio Líquido, em 31.12.2010, é:

a) R$ 117.200,00. b) R$ 122.200,00. c) R$ 128.200,00. d) R$ 130.200,00. 2) Considere os dados extraídos do balancete de verificação da empresa Jogo Aberto Ltda., quando do encerramento do exercício. Banco conta movimento R$ 20.000,00 Receita de venda R$ 80.000,00 Capital social R$ 60.000,00 Custo das mercadorias vendidas (CMV) R$ 40.000,00 Despesas com pessoal R$ 16.000,00 Despesas antecipadas R$ 10.000,00 Duplicatas a receber R$ 10.000,00 Fornecedores R$ 6.000,00 Bens Móveis R$ 24.000,00 Estoques de Mercadorias R$ 10.000,00 O Lucro Líquido do período foi de: a) R$ 24.000,00 b) R$ 22.000,00 c) R$ 16.000,00 d) R$ 12.000,00

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3) De acordo com a Lei 6404/76 e suas atualizações (11.638/07 e 11.941/09), o Patrimônio Líquido será dividido em: a) capital social, reservas de capital, reserva de reavaliação, reservas de lucros,

ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados;

b) capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados;

c) capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados;

d) capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados;

4) A empresa XYZ S/A apresenta a seguinte situação: Reserva Estatutária R$ 65.000 Participação Administradores R$ 70.000 Participação Empregados R$ 80.000 Provisão para IR e CS R$ 950.000 LAIR R$ 1800.000 Sabendo-se que o estatuto da empresa determina o pagamento de dividendos no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o Lucro Líquido, qual deverá ser o valor correto dos dividendos a serem distribuídos? a) R$ 199.500 b) R$ 210.000 c) R$ 222.300 d) R$ 242.250 5) Dadas as seguintes informações relativas à Cia. Preto e Branco: Prejuízo contábil de exercícios anteriores - R$ 336.000 Lucro apurado antes das participações - R$ 1.064.000 Sabendo que as participações dos empregados e dos administradores foram calculadas de acordo com o disposto na Lei nº 6.404/76 e que as percentagens previstas no estatuto da companhia são, respectivamente, 10% e 5% para cada uma delas, o valor da participação dos administradores foi de: a) R$ 32.760 b) R$ 36.400 c) R$ 44.520 d) R$ 47.880

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6) Cia Aurora - Trabalhando como revisor da contabilização realizada em x2 e do resultado apurado e a confecção do Balanço, analise tudo o que foi feito, refaça o BP e a conta ARE, caso seja necessário, e monte um relatório do que foi mudado. Importante, o relatório deverá ser por itens, apontando cada modificação e o porquê da alteração. Apresente o trabalho limpo, claro e objetivo. O professor é o seu cliente.

BALANÇO PATRIMONIAL – CIA. AURORA

X2 X1 X2 X1

Ativo Circulante 38.000 49.000 Passivo Circulante 26.000 34.000

Caixa/Bancos 21.000 26.000 Fornecedores 8.000 8.000

Duplicatas a Receber 15.000 9.000 Salários a Pagar 12.000 12.000

Estoques para Revenda 12.000 Dividendos a Distribuir 8.000

Adiantamento à Fornecedor 2.000 2.000 Adiantamento de Clientes 6.000 6.000

Ativo Não Circulante 157.000 175.000 Passivo Não Circulante 28.000 28.000

Longo Prazo 25.000 25.000 Empréstimos a Pagar LP 30.000 30.000

Empréstimos à Receber LP 25.000 25.000 Desp. de Juros a Apropriar -2.000 -2.000

Investimentos 30.000 30.000 Patrimônio Líquido 141.000 162.000

Investimentos em Controladas 13.000 13.000 Capital Social 140.000 140.000

Investimentos em Coligadas 17.000 17.000 Reservas de Capital 1.000 6.000

Reservas de Lucros 0 16.000

Imobilizado 84.000 96.000 Prejuízos Acumulados 0

Bens Móveis 40.000 40.000 Depreciação Acumulada Bens Móveis -12.000 -8.000

Bens Imóveis 80.000 80.000 Depreciação Acumulada Bens Imóveis -24.000 -16.000

Intangível 18.000 24.000

Marcas e Patentes 30.000 30.000

Amortização Acumulada -12.000 -6.000

Total 195.000 224.000 Total 195.000 224.000

ARE de x2

Receita de Vendas 30.000 12.000 Despesas com Seguro

1.000 Despesas com Juros

6.000 Despesas com Amortização

12.000 Despesas com Depreciação

12.000 CMV

8.000 Despesas com Salários de x2

30.000 51.000

21.000

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Os dados acima pertencem à empresa Cia Aurora, com o Balanço dos exercícios de x1 e x2 e a conta ARE de x2. Durante o exercício de x2 foram registrados os seguintes fatos: a) Contratação de Seguro em 01/12/x2 para 12 meses, com pagamento a vista b) Apropriação de $1.000 em despesas com juros c) Reconhecimento de depreciação de bens móveis em $4.000; bens imóveis $8.000; e amortização em $6.000 d) Venda do estoque por $30.000, sendo 50% a vista e) Recebimento das Duplicatas a Receber de x1, $9.000 f) Pagamento de Salários a Pagar e de Dividendos a Distribuir, em sua totalidade registrada em x1 g) Despesas com Salários de x2, $8.000

MÓDULO 4 1) Com a finalidade de elaboração a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, do Balanço de 31.12.X5, o Contador da Cia. Prova Fácil coletou os seguintes dados referentes ao exercício de 20X5:

Itens Valores ($)

Saldo da conta no início do período-base (ou saldo anterior de Lucros Acumulados)

70.000,00

Ajuste Devedor do exercício imediatamente anterior (insuficiência da provisão para o IR)

10.000,00

Reversão do saldo da conta Reservas para Contingências 80.000,00

Lucro Líquido do período-base após a provisão para o imposto de renda 750.000,00

Parcela dos lucros incorporada ao Capital Social 30.000,00

Transferência para a Reserva Legal (com respaldo na Lei das S/A) 30.000,00

Dividendos creditados aos acionistas 162.500,00

Informações adicionais

A Cia Prova Fácil, fundada em 19X2, sempre apresentou resultado positivo (lucro) em suas operações

Os dividendos são creditados na conta Dividendos a Pagar (Passivo Circulante).

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) apresentou, em função dos dados coletados, ao fim do período (31.12.X5), um saldo credor de (em $): a. 527.500,00 b. 687.500,00 c. 667.500,00 d. 727.500,00 e. 832.500,00

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2) Segundo o artigo 176 da Lei das Sociedades Anônimas, após as alterações da Lei nº 11.638/2007, as companhias abertas com ações negociadas em bolsa de valores devem elaborar e publicar, além do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, as seguintes demonstrações financeiras: a. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração de

Origens e Aplicações de Recursos. b. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstração dos

Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. c. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração dos

Fluxos de Caixa e Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. d. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido; Balanço Social e

Demonstração dos Fluxos de Caixa.

3) Complete o quadro abaixo informando o impacto das transações sobre a Conta Caixa.

N Transações Aumentam o Caixa

Diminuem o Caixa

Não afetam o Caixa

1 Integralização do Capital pelos Sócios ou Acionistas

2 Pagamento de Juros e Amortização da Dívida

3 Recebimento de adiantamento de cliente

4 Venda de estoque a vista

5 Recebimento de Duplicatas a Receber

6 Vendas a vista de itens do Ativo Não Circulante

7 Depreciação de bens móveis/imóveis

8 Pagamento de Dividendos

9 Provisão para Devedores Duvidosos

10 Aquisição a vista de Item do Ativo Não Circulante

11 Tomada de Empréstimos Bancários e Financeiros

12 Compra de estoque a prazo

13 Amortização e exaustão

14 Pagamento a Fornecedores

15 Pagamento de Despesas

4) Cia Vale da Ilusão Ltda A empresa Vale da Ilusão Ltda. inicia sua atividade em 2/jan/x4. De início, observamos um capital de R$ 40.000, sendo aplicado em Instalações do Prédio R$ 20.000, em Móveis em Geral R$ 10.000 e na conta Caixa, o restante. No mês de janeiro de x4 obteve R$ 30.000 de Receita, a vista, por serviços prestados Em janeiro teve despesas, totalmente pagas, com: Aluguel R$ 4.000 e Honorários Administrativos de R$ 10.000

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Na prestação de serviços (custos) participaram diretamente 10 moças, que foram remuneradas à base de R$ 10.000, no total. Pede-se: Calcule o Resultado Econômico, Financeiro e em seguida monte o Balanço Patrimonial inicial e no final de janeiro de x4. 5) Cia Transporte Seguro O Sr. Manfredo adquiriu uma Van, a vista por R$ 60.000 e montou a Cia. Transporte Seguro. Estimou Receita mensal de R$ 4.000 e Despesas de R$ 3.000 (incluso honorários). Da maneira que o bem é utilizado estará totalmente depreciado em 3 anos. Quando recebeu a informação do Contador da empresa que houve prejuízo de R$ 8.000 no ano, ele não acreditou, pois no seu conta corrente havia o valor de R$ 12.000. Como o Contador não estava conseguindo se entender com seu cliente, você foi chamado para explicar a situação e orientar o Sr. Manfredo sob suas ações na gestão da entidade.

DRE Receita anual totalmente realizada (-) Despesas Despesas Operacionais Depreciação dos bens móveis

Lucro do Período Balanço Patrimonial da Cia Transporte Seguro

ATIVO PASSIVO

Circulante Início do

ano Final do ano Circulante

Início do ano

Final do ano

Caixa Não Circulante Não Circulante Imobilizado (-) Dep. Acumulada

Patrimônio Líquido

Capital

Prejuízo do Período

Total 60.000 52.000 Total

Operações DRE DFC

Variações Econômico Financeiro

Receita (-) Despesas Pagas (-) Depreciação Lucro/Prejuízo

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6) CIA. BEVEMC - DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA

BALANÇO PATRIMONIAL da Cia BVEMC

X2 X1 X2 X1

Ativo Circulante 4.800 3.000 Passivo Circulante 4.520 2.000

Caixa/Bancos 2.300 1.500 Fornecedores 2.000 1.000

Duplicatas a Receber 1.000 500 Empréstimos Bancários 1.470 1.000

Estoques para Revenda 1.500 1.000 Impostos a Recolher 1.050

Ativo Não Circulante 6.820 3.500 Passivo Não Circulante 0 0

Longo Prazo 0 0

Investimentos 2.640 500

Participações em outras Cias 2.640 500 Patrimônio Líquido 7.100 4.500

Capital Social 6.000 4.500

Imobilizado 4.180 3.000 Lucros Acumulados 1.100 0

Bens Móveis 1.500 1.200 Depreciação Acumulada Bens Móveis -320 -200

Terrenos 3.000 2.000

Total 11.620 6.500 Total 11.620 6.500

Demonstração do Resultado do Exercício - x2

Receita Bruta 10.000

(-) CMV -5.500

(=) Lucro Bruto 4.500

(-) Despesa Operacional

Vendas -500

Administração -380

Depreciação -120

Outras Despesas -500 -1.500

(=) Lucro Operacional 3.000

(-) Provisão para IR -1.050

(=) Lucro Líquido 1.950

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - x2

Saldo em 01/01/x2 0

(+) Lucro Líquido do Exercício 1.950

(-) Distribuição de Dividendos -850

(=) Saldo em 31/12/x2 1.100

Considerações 1) Empréstimos Bancários são novos empréstimos adquiridos. 2) Aumento de Capital foi integralização em dinheiro pelos sócios. 3) Participações em outras Cias foram compras de outras ações. Pede-se: Analise as Demonstrações acima e monte o Fluxo de Caixa pelo método direto e compare a DRE com a DFC.