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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade Prof. Moreira 0 Para os Cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas Prof. Antonio Moreira Franco Junior

Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

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Page 1: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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     Para os Cursos de Ciências Contábeis e     Administração de Empresas 

Prof. Antonio Moreira Franco Junior 

Page 2: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

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SUMÁRIO  SUMÁRIO ...................................................................................................................... 1 CAPÍTULO 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE .............................. 5 1.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5 1.2 EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA CONTÁBIL ...................................................................... 6 

1.2.1 Período Antigo .................................................................................................... 6 1.2.2 Período Medieval ................................................................................................ 8 1.2.3 Período Moderno ................................................................................................ 9 1.2.4 Período Científico .............................................................................................. 11 

CAPÍTULO 2 NOÇÕES PRELIMINARES ................................................................. 13 2.1 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE .................................................... 13 

2.1.1 Pessoa Física ................................................................................................... 13 2.1.2 Pessoa Jurídica ................................................................................................ 13 2.1.3 Empresário ........................................................................................................ 14 2.1.4 Sociedades Empresárias .................................................................................. 15 

2.1.4.1 Sociedades Limitadas ................................................................................ 15 2.1.4.2 Sociedades Anônimas ................................................................................ 18 

2.1.5 A Microempresa (ME) e a empresa de Pequeno Porte (EPP) .......................... 21 2.2 CONCEITO DE CONTABILIDADE .......................................................................... 22 2.3 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE .......................................................................... 22 2.4 RAMOS DA CONTABILIDADE ................................................................................ 24 2.5 A CONTABILIDADE COMO PROFISSÃO .............................................................. 25 2.6 RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL ........................................................... 26 CAPÍTULO 3 O PATRIMÔNIO .................................................................................. 29 3.1 CONCEITO .............................................................................................................. 29 3.2 BENS ....................................................................................................................... 29 3.3 DIREITOS ................................................................................................................ 30 3.4 OBRIGAÇÕES ........................................................................................................ 30 3.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO .................................................. 31 3.6 ELEMENTOS PATRIMONIAIS ................................................................................ 32 3.7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .......................................................................................... 32 

3.7.1 Situações ou Estados Patrimoniais ................................................................... 34 CAPÍTULO 4 CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS I ...................... 36 4.1 BALANÇOS SUCESSIVOS ..................................................................................... 36 4.2 OPERAÇÕES .......................................................................................................... 36 CAPÍTULO 5 CONTAS DE RESULTADO ................................................................. 41 5.1 RECEITAS ............................................................................................................... 41 5.2 DESPESAS ............................................................................................................. 41 5.3 APURAÇÃO DO RESULTADO ............................................................................... 43 5.4 REGIME DE COMPETÊNCIA ................................................................................. 43 5.5 REGIME DE CAIXA ................................................................................................. 44 5.6 REGIME DE COMPETÊNCIA × REGIME DE CAIXA ............................................. 44 CAPÍTULO 6 CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS II ..................... 46 6.1 ATIVO × DESPESA ................................................................................................. 46 

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6.2 OPERAÇÕES .......................................................................................................... 47 CAPÍTULO 7 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................... 57 7.1 CONCEITO .............................................................................................................. 57 7.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS .............................................. 57 

7.2.1 Balanço Patrimonial .......................................................................................... 59 7.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ........................................................ 59 7.2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ....................................... 59 7.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ........................................ 59 7.2.5 Demonstração do Valor Adicionado .................................................................. 60 7.2.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa ................................................................. 60 

7.3 SOCIEDADES DE GRANDE PORTE...................................................................... 61 7.4 COMPLEMENTAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................ 61 

7.4.1 Relatório da Administração ............................................................................... 61 7.4.2 Notas Explicativas ............................................................................................. 63 7.4.3 Parecer dos Auditores ....................................................................................... 63 

7.4.3.1 Modelo de Parecer sem Ressalva .............................................................. 65 7.4.3.2 Modelo de Parecer com Ressalva .............................................................. 66 7.4.3.3 Modelo de Parecer Adverso ....................................................................... 67 7.4.3.4 Modelo de Negativa de Parecer ................................................................. 68 

7.5 PERÍODO DE APRESENTAÇÃO ............................................................................ 69 7.6 REQUISITOS PARA PUBLICAÇÃO ........................................................................ 69 CAPÍTULO 8 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................ 71 8.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 71 8.2 ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS .......................................................... 72 8.3 CONCEITO DE CURTO E LONGO PRAZOS ......................................................... 72 8.4 GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO ......................................................................... 73 

8.4.1 Ativo Circulante ................................................................................................. 74 8.4.2 Ativo Não-Circulante ......................................................................................... 74 

8.4.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo .................................................................. 75 8.4.2.2 Investimentos ............................................................................................. 75 8.4.2.3 Imobilizado ................................................................................................. 75 8.4.2.4 Intangível .................................................................................................... 75 

8.5 GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO .................................................................... 76 8.5.1 Passivo Circulante ............................................................................................ 76 8.5.2 Passivo Não-Circulante ..................................................................................... 76 8.5.3 Patrimônio Líquido ............................................................................................ 76 

8.6 BALANÇO PATRIMONIAL – UM RESUMO ............................................................ 77 8.7 MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................ 77 CAPÍTULO 9 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .................... 78 9.1 EFEITO DO LUCRO NO BALANÇO ....................................................................... 78 9.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .......................................... 80 9.3 COMO APURAR A RECEITA LÍQUIDA .................................................................. 80 9.4 COMO APURAR O LUCRO BRUTO ....................................................................... 81 9.5 DIFERENÇA ENTRE DESPESA E CUSTO ............................................................ 82 9.6 COMO APURAR O RESULTADO OPERACIONAL ................................................ 83 9.7 COMO APURAR O RESULTADO ANTES DO IR E CS .......................................... 84 9.8 COMO APURAR O RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES ........................ 85 9.9 COMO APURAR O RESULTADO LÍQUIDO ........................................................... 86 9.10 ESTRUTURA COMPLETA DA DRE...................................................................... 87 CAPÍTULO 10 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS ............................................. 88 10.1 ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 88 

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10.2 FATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................. 88 10.2.1 Fatos Permutativos ......................................................................................... 89 10.2.2 Fatos Modificativos ......................................................................................... 90 10.2.3 Fatos Mistos .................................................................................................... 90 

CAPÍTULO 11 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE ................ 92 11.1 CONCEITO ............................................................................................................ 92 11.2 PRINCÍPIO DA ENTIDADE ................................................................................... 93 11.3 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .......................................................................... 93 11.4 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE ........................................................................ 93 11.5 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL......................................... 94 11.6 PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA ...................................................... 94 11.7 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ........................................................................... 94 11.8 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ................................................................................ 95 11.9 O PRINCÍPIO DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ................................................. 95 CAPÍTULO 12 PLANO DE CONTAS ......................................................................... 96 12.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 96 12.2 CODIFICAÇÃO DAS CONTAS ............................................................................. 97 12.3 DENOMINAÇÃO DAS CONTAS ........................................................................... 98 12.4 MODELO DE PLANO DE CONTAS ...................................................................... 98 CAPÍTULO 13 DÉBITO E CRÉDITO ....................................................................... 105 13.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 105 13.2 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS ............................................................. 105 13.3 NATUREZA DAS CONTAS ................................................................................. 105 13.4 RAZONETE ......................................................................................................... 107 13.5 EXEMPLO PRÁTICO .......................................................................................... 108 CAPÍTULO 14 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO .................................................. 112 14.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 112 14.2 EXEMPLO DE BALANCETE ............................................................................... 112 14.3 IDENTIFICAÇÃO DO ERRO ............................................................................... 114 14.4 ERROS NÃO DETECTADOS .............................................................................. 114 CAPÍTULO 15 APURAÇÃO DO RESULTADO ...................................................... 116 15.1 CONTAS DE RESULTADO ................................................................................. 116 15.2 CONTABILIZAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO ........................................ 116 15.3 ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO ......................................... 117 15.4 LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO ............................................................ 118 15.5 APURAÇÃO DO RESULTADO ........................................................................... 118 15.6 CONTABILIZAÇÃO DO RESULTADO ................................................................ 119 15.7 DESTINAÇÃO DO LUCRO ................................................................................. 120 

15.7.1 Dividendos .................................................................................................... 120 15.7.2 Reserva Legal ............................................................................................... 121 15.7.3 Reserva de Lucros para Expansão ............................................................... 121 15.7.4 Limite das Reservas de Lucros ..................................................................... 121 15.7.5 Exemplo de Destinação do Lucro ................................................................. 122 

15.8 ESTUDO DE CASO............................................................................................. 123 15.8.1 Lançamentos nos Razonetes ........................................................................ 123 15.8.2 Primeiro Balancete de Verificação ................................................................ 126 15.8.3 Lançamentos de Encerramento .................................................................... 126 15.8.4 Contabilização do Resultado ........................................................................ 127 15.8.5 Distribuição do Resultado ............................................................................. 127 15.8.6 Balancete Final ............................................................................................. 128 15.8.7 Demonstração do Resultado e Balanço Patrimonial ..................................... 129 

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CAPÍTULO 16 DEPRECIAÇÃO .............................................................................. 130 16.1 IMOBILIZADO ..................................................................................................... 130 16.2 MANUTENÇÃO E REPAROS NO ATIVO IMOBILIZADO ................................... 131 16.3 MELHORIAS NO ATIVO IMOBILIZADO ............................................................. 132 16.4 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO ....................................................................... 132 16.5 DEPRECIAÇÃO .................................................................................................. 132 16.6 TAXAS ANUAIS DE DEPRECIAÇÃO .................................................................. 133 16.7 QUOTA DE DEPRECIAÇÃO ............................................................................... 134 16.8 DEPRECIAÇÃO PERANTE O IMPOSTO DE RENDA ........................................ 134 16.9 DEPRECIAÇÃO ACELERADA ............................................................................ 134 16.10 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO ....................................................................... 135 16.11 EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO .................................. 135 16.12 MÊS DE INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO ................................................................ 138 16.13 COMPRA DE BEM USADO .............................................................................. 138 16.14 TAXAS INFERIORES ÀS ADMITIDAS .............................................................. 139 16.15 VALOR OU CUSTO CONTÁBIL DO BEM ......................................................... 139 16.16 IMOBILIZADO 100% DEPRECIADO ................................................................. 140 CAPÍTULO 17 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ........................................................ 141 17.1 LIVRO DIÁRIO .................................................................................................... 141 17.2 LIVRO RAZÃO .................................................................................................... 143 17.3 ESCRITURAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO ............................. 143 17.4 VANTAGENS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ................................................ 144 17.5 PADRONIZAÇÃO DE HISTÓRICOS ................................................................... 144 17.6 RESPONSABILIDADE PELA ESCRITURAÇÃO ................................................. 146 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 147 

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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CAPÍTULO 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE

1.1 INTRODUÇÃO

A história da Contabilidade é tão antiga quanto a própria História da Civilização e du-

rante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técni-

cas específicas que se foram aperfeiçoando e especializando.

Nos primeiros tempos da Humanidade havia apenas o senso do coletivo em tribos pri-

mitivas. Com o rompimento da vida comunitária surgiram as divisões e o senso de pro-

priedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.

Ao morrer, o espólio deixado pelo indivíduo era passado como herança aos filhos ou

parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O ter-

mo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido

herdados.

A origem da Contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. O

homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e pre-

servar os seus bens. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de

valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de

aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já

em maior volume, requerendo registros.

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que

pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade

de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse

prestar conta da coisa administrada.

O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo

facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.

À medida que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refi-

na. No período medieval, diversas inovações na Contabilidade foram introduzidas por

governos locais e pela igreja.

1.2 EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA CONTÁBIL

Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: Período Antigo,

Período Medieval, Período Moderno e Período Científico.

1.2.1 Período Antigo

A Contabilidade empírica praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Pa-

trimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.

Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem.

Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de

processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para

o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais,

escravos etc. A palavra Conta designa o agrupamento de itens da mesma espécie.

As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o

homem conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações. Os registros combi-

navam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se

queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes.

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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Com a dinamização do Sistema Contábil, os registros se tornaram diários e, posterior-

mente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos, o

que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual.

Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas. Reconhecia-se a

receita, a qual era confrontada com a despesa.

Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus

registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo. A escrita no Egito era fiscalizada pelo

Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventá-

rio revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos e-

gípcios, marcava o início do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis,

e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros.

As Partidas de Diário assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se

com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte,

se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.

Pode-se citar, entre outras contas: Conta de Pagamento de Escravos, Conta de Vendas Diárias, Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos, etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em

seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denomina-

da "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário.

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais no tempo de

José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha

(Gênesis 41:49).

Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente descrito

no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um

novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados (I Reis 4:22-26 e 10:14-

17).

Em uma parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar

se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14:28-30).

Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada

(Mateus 18:23-27).

Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática co-

mum.

1.2.2 Período Medieval

Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci, de Leonardo Pisano. Estudavam-

se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem

mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a rega-

ram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabi-

lidade. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema

de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos ve-

nezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o Livro-Caixa,

que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de

forma rudimentar, o Débito e o Crédito, oriundos das relações entre direitos e obriga-

ções, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conseqüência natural das

necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo

de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as

relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na

Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta Capital, representando o

valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais

e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos

tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o

transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingi-

mento etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escri-

ta já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-

primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos

eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercí-

cio industrial.

1.2.3 Período Moderno

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúme-

ras riquezas que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comer-

ciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimen-

tos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem

os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos co-

merciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados.

O aparecimento da obra de Frei Lucca Paccioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci,

que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas),

publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito correspon-

de a teoria dos números positivos e negativos.

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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Paccioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas

obras, destacando-se a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionali-

tá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Es-

crituração.

Paccioli, apesar de ser considerado o Pai da Contabilidade, não foi o criador das Par-

tidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o

Século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir concei-

tuava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e ra-

zão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas,

sociedades; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazena-

mento; lucros e perdas; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e do-

cumentos etc.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Lucca Paccioli expôs a terminologia adap-

tada:

"Per", mediante o qual se reconhece o devedor;

"A", pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até

hoje.

A obra de Paccioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu preceden-

te que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que

a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instau-

rou-se a mercantilização, sendo as cidades italianas os principais interpostos do co-

mércio mundial.

Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indiví-

duo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores, pessoas

devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria au-

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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mentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos

séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a conseqüente necessi-

dade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores.

1.2.4 Período Científico

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagra-

dos: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Con-

tabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio

Bésta, escritor veneziano.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventa-

do a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Ad-

ministração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade co-

meçou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.

A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilida-

de, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do

autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais

escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para

ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e

as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento

patrimonialista. Foi o início da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos.

Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir

patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu

patrimônio como objeto da Contabilidade.

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Capítulo 1 – Evolução Histórica da Contabilidade  Prof. Moreira 

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A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana

dentro da Contabilidade. Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as es-

colas norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas

pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e

trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield

Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e

dos princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes

somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmi-

cos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas européi-

as, onde as universidades foram decrescendo em nível e importância.

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exem-

plo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do esta-

belecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem correta interpretação

das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do

mundo.

No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigin-

do – devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um

melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e

Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas

províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, res-

ponsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornan-

do-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas, ao fornecer informa-

ções mais precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores. O

profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria e Atuari-

al.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

13

CAPÍTULO 2 NOÇÕES PRELIMINARES

2.1 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE

O campo de aplicação da Contabilidade se estende a todas as entidades que possuam

patrimônio, sejam pessoas físicas ou jurídicas, de fins lucrativos ou não. Tais entidades

são unidades econômico-administrativas, cujos objetivos podem ser sociais e/ou eco-

nômicos.

2.1.1 Pessoa Física Pessoa física é a pessoa natural, isto é, todo indivíduo (homem ou mulher) desde o

nascimento até a morte. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com

vida.

2.1.2 Pessoa Jurídica Pessoa jurídica é o resultado da união de duas ou mais pessoas físicas e/ou jurídicas,

para o desenvolvimento de atividades de interesse comum. Podem ser de direito públi-

co (União, Unidades Federativas, Autarquias etc.), ou de direito privado (sociedades

empresárias ou empresas, associações etc.). Vale dizer ainda que as empresas indivi-

duais, para os efeitos do imposto de renda, são equiparadas às pessoas jurídicas.

As pessoas jurídicas são assim classificadas:

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

14

a) Quanto aos fins:

• Sociais: são as que têm por finalidade o bem-estar social da coletividade, como

as associações recreativas e esportivas, os hospitais beneficentes, os asilos

etc.;

• Econômicas: são as entidades que possuem finalidade econômica, isto é, vi-

sam o lucro, como por exemplo, as empresas industriais, comerciais, prestado-

ras de serviços etc.;

• Sócio-econômicas: são aquelas cuja administração possui interesse no aspec-

to econômico da entidade, mas este se reverte em benefícios da coletividade a

que pertencem, como por exemplo: previdência privada, cooperativas etc.

b) Quanto ao capital:

• Públicas: constituídas com capital do Governo, como por exemplo, a ECT –

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e a Caixa Econômica Federal;

• Privadas: constituídas com capital de particulares, tais como: Natura, Banco Ita-

ú, Casas Bahia etc.;

• Economia Mista: constituídas com capital do Governo e de particulares ao

mesmo tempo, como por exemplo: SANASA, EMDEC, Banco do Brasil, Petro-

brás etc.

2.1.3 Empresário A partir da vigência do novo Código Civil Brasileiro de 2002, as antigas "Firmas Indivi-

duais" passaram a denominação de Empresário, sendo caracterizada por aqueles que

exercem profissionalmente atividade econômica para a produção de serviços.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

15

O Empresário não possui sócios, mas apenas um titular ou proprietário que possui res-

ponsabilidade ilimitada, isto é, responde ele não só com os bens da empresa, mas

também com todos os seus bens particulares. Portanto, não há separação entre o pa-

trimônio pessoal do titular e o patrimônio da empresa, ou entre dívidas pessoais e dívi-

das da empresa. Assim, no caso de execução, serão penhorados todos os bens do

titular, e não somente os aplicados no seu comércio.

Para a formação do nome comercial, o Empresário tem de usar necessariamente firma

ou razão individual, formada com o nome pessoal do titular. Exemplo: A. Moreira, Anto-

nio Moreira Franco, J. Pereira etc.

2.1.4 Sociedades Empresárias

A Sociedade Limitada (Ltda.) e a Sociedade Anônima (S/A) constituem as duas formas

jurídicas de sociedades empresárias mais comuns.

2.1.4.1 Sociedades Limitadas

Grande parte das empresas no País é constituída sob a forma de Sociedades Limita-

das. É formada por dois ou mais sócios, cujas responsabilidades pelo pagamento das

obrigações da empresa é limitada à importância total do capital social.

O Capital Social das limitadas é representado por quotas (parcelas do capital), sendo o

ato de formação realizado em dois momentos distintos:

• Subscrição: promessa do sócio de conferir determinado montante de fundos

para a formação do capital social, em dinheiro ou bens;

• Integralização: é o cumprimento, pelo sócio, da promessa de entrega do mon-

tante com o qual se comprometeu para a formação do capital social.

Normalmente a subscrição e integralização ocorrem simultaneamente. No entanto,

quando um ou mais sócios não o fazem no momento da constituição, é ajustado um

Page 17: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

16

prazo para a integralização, estipulado no Contrato Social1 que, comprova a dívida do

sócio para com a sociedade. Todavia, prevalece o acordo entre os sócios, devidamente

informado no contrato social.

Nenhuma sociedade poderá ser constituída com capital social totalmente a integralizar,

simplesmente porque não seria possível implantá-la, em função dos custos que inci-

dem já na sua constituição.

Na sociedade limitada, cada sócio fica responsável diretamente pela integralização da

cota que subscreveu, e indiretamente pela integralização das cotas subscritas por to-

dos os outros sócios. Exemplo:

Sócio A Sócio B Valor Subscrito (em R$) 100 100 Valor Integralizado (em R$) 100 50 Valor a Integralizar (em R$) 0 50

No caso anterior, o sócio B responde por R$ 50 mil, vez que não os integralizou. Mas,

se ele não os tiver, A terá que cobrir o débito, como fiador. No caso a seguir, nenhum

dos dois sócios responde pelas dívidas da sociedade, pois ambos integralizaram suas

cotas.

Sócio A Sócio B Valor Subscrito (em R$) 100 100 Valor Integralizado (em R$) 100 100 Valor a Integralizar (em R$) 0 0

Entretanto, vale lembrar que há algumas exceções a essa regra. A mais importante

exceção é pouco observada pelos empresários e por quem tem a obrigação de orientá-

los. Está ela estampada no art. 1.080 do novo Código Civil, que tem a seguinte reda-

ção: “As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabili-

dade dos que expressamente a aprovaram”, ou seja, para a consecução do seu objeto,

que deve ser lícito, a empresa tem que atender e cumprir as normas estabelecidas na

1 Contrato Social é o documento jurídico que formaliza a constituição de uma sociedade limitada.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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lei e no contrato social; caso descumpra, os sócios que deliberaram neste sentido res-

pondem também com o seu patrimônio pessoal, ocorrendo, na hipótese, a figura da

despersonalização da empresa (disregard of legal entity ou disregard doctrine), isto é,

a pessoa jurídica é desconsiderada e as pessoas que se ocultam sobre ela ou a utili-

zam fraudulentamente respondem pessoalmente pelos danos que causarem.

A administração da sociedade é realizada pelos sócios-gerentes. Se o contrato não

contiver cláusula específica sobre o assunto, todos os sócios poderão exercê-la. Caso

o contrato designar quais sócios serão os gerentes, apenas a estes caberá o exercício

da administração. O contrato social também pode autorizar que o sócio-gerente dele-

gue seus poderes a terceiros (não-sócios), mediante um instrumento de procuração.

O nome empresarial2 poderá ser:

a) Firma ou Razão Social: formada por uma combinação dos nomes ou prenomes

dos sócios. Pode ser formada pelos nomes de todos os sócios, de vários deles,

ou de um somente. Mas, se for omitido o nome de um ou mais sócios, deve-se

acrescentar “& Cia.”, por extenso ou abreviadamente. Exemplos: Moreira, Franco & Peixoto Ltda.

Antonio Moreira & Cia. Ltda.

Moreira, Franco & Cia. Ltda.

A. Moreira & Cia. Ltda.

b) Denominação Social (nome fantasia): na denominação social não se usam os

nomes dos sócios, mas uma expressão qualquer, de fantasia, indicando faculta-

tivamente o ramo de atividade. Exemplos:

Padaria Pão Quentinho Ltda.

Papelaria dos Contabilistas Ltda.

2 É importante não confundir nome empresarial com “título de estabelecimento”. Este último é o nome que se dá ao estabelecimento comercial (fundo de comércio), ou a um local de atividades. É o nome da coisa, e não da pessoa natural ou jurídica. O título de estabelecimento pode ser considerado como sen-do um apelido ou cognome da empresa. Exemplo: Livraria São Tomé, O Beco das Loucuras etc.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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Em ambos os casos, o nome deverá ser seguido da expressão “Limitada”, por extenso

ou abreviada “Ltda.”, sendo este último mais usual.

No caso de sociedade civil limitada (exclusivamente de exploração de serviços), inclui-

se a expressão “sociedade civil” ou “S/C”.

O Contrato Social da Sociedade Limitada deve ser arquivado:

a) Na Junta Comercial: tratando-se de sociedade comercial (ou que tenha ativida-

des tanto comerciais quanto de prestação de serviços); b) No Registro Civil de Pessoas Jurídicas (Cartório de Títulos e Documentos):

no caso de sociedade civil (ou seja, sociedade constituída exclusivamente para

a exploração de atividades de prestação de serviços).

2.1.4.2 Sociedades Anônimas

As Sociedades Anônimas (ou Companhias), regidas pela Lei n.º 6.404/76 (“Lei das

S/A”), possuem o capital social dividido em ações e são constituídas de duas espécies:

companhia aberta ou companhia fechada.

A sociedade anônima de capital fechado (companhia fechada) não tem suas ações ne-

gociadas em Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que obtém recursos entre os

próprios acionistas ou terceiros subscritores.

A sociedade anônima de capital aberto (companhia aberta) tem suas ações negociadas

em Bolsas de Valores, ou seja, a companhia procura captar recursos junto ao público

através da emissão de ações.

As principais características das Sociedades Anônimas são as seguintes:

a) Grandes empreendimentos: as sociedades anônimas destinam-se a grandes

empreendimentos;

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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b) Número de acionistas: a sociedade anônima pode ser constituída por um nú-

mero mínimo de duas pessoas;

c) Impessoalidade: visa-se apenas o capital, não se preocupando com qualidades

ou aptidões pessoais de seus sócios;

d) Estatuto social: documento pelo qual se constitui a sociedade anônima;

e) Divisão do capital em ações: o capital social é dividido ou fracionado em pe-

quenas partes rigorosamente iguais;

f) É sempre comercial: a sociedade anônima é considerada mercantil qualquer

que seja seu objeto social (comércio ou prestação de serviços);

g) Legalização cadastral: os atos constitutivos da sociedade anônima devem ser

publicados e arquivados na Junta Comercial;

h) Nome: uma sociedade anônima é designada por uma denominação social, jun-

tando-se antes ou depois do nome escolhido a expressão “Sociedade Anônima”,

por extenso ou abreviadamente (S/A), ou ainda, antepondo-se a palavra “Com-

panhia”, ou “Cia.”. Exemplo:

Sociedade Anônima Tecelagem Campinas

S/A Tecelagem Campinas

Tecelagem Campinas Sociedade Anônima

Tecelagem Campinas S/A

Companhia Tecelagem Campinas

Cia. Tecelagem Campinas

A denominação pode indicar os fins sociais, ou o ramo explorado, mas tal indi-

cação não é obrigatória;

i) Responsabilidade dos acionistas: a responsabilidade do acionista é absolu-

tamente limitada, restringindo-se à integralização das ações por ele subscritas.

Os órgãos de uma sociedade anônima são os seguintes:

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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a) Assembléia Geral: reunião dos acionistas, convocada e instalada de acordo

com os estatutos. Tem poderes para resolver todos os negócios relativos ao ob-

jeto de exploração da sociedade e para tomar as decisões que julgar convenien-

tes à defesa e ao desenvolvimento de suas operações, respeitados os termos da

lei. A Assembléia Geral Ordinária (AGO) instala-se regularmente nos quatro pri-

meiros meses seguintes ao término do exercício social, para assuntos de rotina,

como tomar as contas dos administradores, deliberar sobre a distribuição dos di-

videndos etc. Já a Assembléia Geral Extraordinária (AGE) pode instalar-se em

qualquer época, sempre que houver necessidade, geralmente para o debate e

votação de assuntos não rotineiros, como, por exemplo, a reforma do estatuto.

b) Conselho de Administração: sua existência é obrigatória nas companhias a-

bertas. Esse conselho, que compõe-se de no mínimo três acionistas, é eleito e

destituível pela Assembléia Geral. Cabe ao Conselho de Administração fixar a

orientação geral dos negócios e, entre outras atribuições, eleger e destituir os di-

retores, fixando-lhes as atribuições.

c) Diretoria: é composta por no mínimo dois membros, acionistas ou não, eleitos e

destituíveis pelo Conselho de Administração, ou, se este não existir, pela As-

sembléia Geral.

d) Conselho Fiscal: é composto por no mínimo três e no máximo cinco pessoas,

acionistas ou não, eleitas pela Assembléia Geral. Entre várias outras atribuições,

compete-lhes principalmente a fiscalização dos atos dos administradores. A e-

xistência do Conselho Fiscal é obrigatória.

Os principais títulos emitidos pelas Sociedades Anônimas são os seguintes:

a) Ações Ordinárias: Proporcionam participação nos resultados da empresa (divi-

dendos) e conferem ao acionista o direito de voto em assembléias gerais;

b) Ações Preferenciais: Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de di-

videndos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações

ordinárias) e reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. Entre-

tanto, normalmente não dão direito a voto em assembléias gerais;

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

21

c) Debêntures: É um título de crédito representativo de empréstimo que uma com-

panhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a

emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.

2.1.5 A Microempresa (ME) e a empresa de Pequeno Porte (EPP)

As Microempresas (ME) e as empresas de Pequeno Porte (EPP) podem optar pelo

Simples Nacional, que se trata do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tribu-

tos e Contribuições devidos por essas empresas. É regido pela Lei Complementar nº

123/06 e alterações posteriores.

O Simples não é um novo tributo, mas apenas uma forma simplificada, facultativa e

favorecida de pagamento de tributos e contribuições das Microempresas e Empresas

de Pequeno Porte, estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art.

179 da Constituição Federal de 1988: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-

nicípios devem dispensar às microempresas e às empresas de pequeno porte, “trata-

mento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obriga-

ções administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou

redução destas por meio de lei”.

Este sistema consiste no recolhimento de um único valor mensal que engloba pratica-

mente todos os tributos federais devidos pelas empresas em geral, incluindo o ICMS3

estadual e o ISS4 municipal.

Podem optar pelo Simples como:

a) Microempresa (ME): o empresário (antiga “firma individual”) ou pessoa jurídica

com receita bruta5 anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta

mil reais).

3 ICMS é o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Servi-ços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, de competência dos Estados e do Distrito Federal. 4 ISS é o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios. 5 Receita Bruta compreende o produto da venda de bens ou serviços.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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b) Empresa de Pequeno Porte (EPP): o empresário (antiga “firma individual”) ou

pessoa jurídica com receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 (duzentos e

quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatro-

centos mil reais).

A microempresa adotará, em seguida ao seu nome, a expressão “microempresa” ou,

abreviadamente, “ME”; a empresa de pequeno porte adotará a expressão “empresa de

pequeno porte” ou, abreviadamente, “EPP”.

Vale lembrar que algumas empresas estão impedidas de optar pelo Simples, tais como:

as Sociedades Anônimas (S/A), os Bancos, Factoring6 etc.

2.2 CONCEITO DE CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência social que estuda e pratica as funções de controle per-

manente e eficiente da gestão do Patrimônio de uma entidade.

A aplicação da Contabilidade na empresa tem por finalidade fornecer aos usuários in-

ternos e externos, o máximo de informações úteis sobre aspectos de natureza econô-

mica, financeira e física do Patrimônio e suas mutações. Isso compreende registros,

demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de rela-

tos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios que possam auxiliar a tomada de de-

cisões.

O conceito de Contabilidade é aplicável a pessoas físicas ou jurídicas, independente da

finalidade ou atividade destas. No entanto, na prática, ela é voltada mais para empre-

sas, principalmente pelas exigências da legislação comercial e fiscal.

2.3 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE De forma geral, o objetivo da Contabilidade é a geração de informações que serão utili-

zadas por determinados usuários que buscam a realização de interesses e objetivos

próprios. Os usuários podem ser tanto internos (pessoas que fazem parte da empresa)

6 Factoring são empresas que compram cheques pré-datados de lojistas cobrando comissão.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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como externos. Como usuários internos das informações produzidas pela Contabilida-

de, podemos ter:

• O Empresário, os sócios ou acionistas da sociedade: usam as informações

contábeis para avaliar o retorno do capital investido, valorização da empresa

etc.

• Diretores, gerentes e administradores dos diversos níveis: utilizam as in-

formações para otimização de decisões, definição de mix de produtos, custos,

ponto de equilíbrio, preço etc.

• Empregados: visam analisar a capacidade de pagamento dos salários, pers-

pectivas de crescimento.

Como usuários externos podemos ter:

• Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limite de crédito etc.

• Fornecedores: usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento

da empresa compradora.

• Clientes (no caso de Licitação7): em processos licitatórios, a ente público po-

derá exigir das empresas licitantes a apresentação das demonstrações contá-

beis, para a análise da capacidade financeira.

• Governo (fiscalização): não só usa os relatórios contábeis com a finalidade de

arrecadação de impostos como também para dados estatísticos, no sentido de

melhor redimensionar a economia.

• Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator

preponderante para reajuste de salários.

• Investidores: é através dos relatórios contábeis que se identifica a situação e-

conômico-financeira da empresa; dessa forma, o investidor tem às mãos ele-

mentos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de investimen-

tos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa em gerar lucros e outras

informações.

• Candidatos a emprego: analisam a capacidade de pagamento dos salários e

as perspectivas de crescimento.

7 Licitação é o procedimento administrativo para contratação de serviços ou aquisição de produtos pelos governos Federal, Estadual, Municipal ou entidades de qualquer natureza. Para licitações, no Brasil, por entidades que faça uso da verba pública, o processo é regulado pela lei ordinária brasileira nº 8.666/93.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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2.4 RAMOS DA CONTABILIDADE

Para efeitos didáticos, a Contabilidade normalmente é dividida em áreas ou ramos. Es-

ta divisão tem por objetivos o aprimoramento das técnicas aplicadas a determinadas

atividades e o estudo de aspectos específicos da Contabilidade. As áreas da Contabili-

dade podem ser estudadas de forma autônoma. No entanto, elas não são matérias in-

dependentes, pois tratam do mesmo assunto: o patrimônio. Assim, a Contabilidade po-

de ser dividida em:

• Contabilidade Geral (Financeira);

• Contabilidade de Custos;

• Contabilidade das Instituições Financeiras;

• Contabilidade Pública;

• Contabilidade Agropecuária;

• Contabilidade de Seguros;

• Contabilidade Tributária;

• Contabilidade Internacional;

• Contabilidade Gerencial, etc.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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A Contabilidade Geral é a Contabilidade Financeira, necessária a todas as empresas.

Fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória conforme legislação

comercial.

A Contabilidade Gerencial por sua vez, é voltada para fins internos, procura suprir os

gestores de um elenco maior de informações, exclusivamente para tomada de deci-

sões. O profissional que exerce a Contabilidade Gerencial é conhecido como

Controller.

2.5 A CONTABILIDADE COMO PROFISSÃO

A contabilidade é uma das profissões que mais proporcionam oportunidades para o

profissional. O estudante que optou pelo curso de Ciências Contábeis terá inúmeras

alternativas, conforme demonstrado a seguir:

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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2.6 RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL

A escrituração contábil da empresa é de responsabilidade exclusiva do profissional

qualificado (Técnico de Contabilidade ou Contador) devidamente registrado CRC (Con-

selho Regional de Contabilidade).

Todos os demonstrativos contábeis, tais como: Balanço Patrimonial, Demonstrações de

Resultado e quaisquer documentos contábeis devem ser assinados por Técnico de

Contabilidade ou Contador, com indicação do número do registro no CRC. Esses pro-

fissionais, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, serão

responsabilizados, por qualquer falsidade dos documentos que assinarem e pelas irre-

gularidades de escrituração praticadas para fraudar impostos.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

27

MODELO BÁSICO DE CONTRATO SOCIAL

SOCIEDADE LIMITADA

CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE _____________________

1. Fulano de Tal, (nome completo), nacionalidade, naturalidade, estado civil, regime de bens (se casa-do), data de nascimento (se solteiro), profissão, nº do CPF, documento de identidade, seu número, órgão expedidor e UF onde foi emitida (documentos válidos como identidade: carteira de identidade, certificado de reservista, carteira de identidade profissional, Carteira de Trabalho e Previdência Social, Carteira Nacional de Habilitação – modelo com base na Lei nº 9.503, de 23.9.97), domicílio e residência (tipo e nome do logradouro, número, bairro/distrito, município, Unidade Federativa e CEP) e

2. Beltrano de Tal .................................................. (art. 997, l, CC/2002) constituem uma sociedade limitada, mediante as seguintes cláusulas: 1.ª A sociedade girará sob o nome empresarial ............................. e terá sede e domicilio na (endereço completo: tipo, e nome do logradouro, número, complemento, bairro/distrito, município, Unidade Federa-tiva e CEP). (art. 997, II, CC/2002) 2.ª O capital social será R$ .................................. (............................... reais) dividido em .............. quotas de valor nominal R$ .............. (................ reais), integralizadas, neste ato em moeda corrente do País, pelos sócios: Fulano de Tal .................nº de quotas............. R$.................... Beltrano de Tal............... nº de quotas............. R$.................... (art. 997, III, CC/2002) (art. 1.055, CC/2002) 3.ª O objeto será ............................................................................................................................................ 4.ª A sociedade iniciará suas atividades em ...................... e seu prazo de duração é indeterminado. (art. 997, II, CC/2002) 5.ª As quotas são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou transferidas a terceiros sem o consentimento do outro sócio, a quem fica assegurado, em igualdade de condições e preço direito de preferência para a sua aquisição se postas à venda, formalizando, se realizada a cessão delas, a alteração contratual perti-nente. (art. 1.056, art. 1.057, CC/2002) 6.ª A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidari-amente pela integralização do capital social. (art. 1.052, CC/2002) 7.ª A administração da sociedade caberá ................................................. com os poderes e atribuições de........................................... autorizado o uso do nome empresarial, vedado, no entanto, em ativida-des estranhas ao interesse social ou assumir obrigações seja em favor de qualquer dos quotistas ou de terceiros, bem como onerar ou alienar bens imóveis da sociedade, sem autorização do outro sócio. (arti-gos 997, Vl; 1.013. 1.015, 1064, CC/2002) 8.ª Ao término da cada exercício social, em 31 de dezembro, o administrador prestará contas justificadas de sua administração, procedendo à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quotas, os lucros ou perdas apurados. (art. 1.065, CC/2002) 9.ª Nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, os sócios deliberarão sobre as contas e designarão administrador(es) quando for o caso. (arts. 1.071 e 1.072, § 2o e art. 1.078, CC/2002) 10.ª A sociedade poderá a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra dependência, mediante altera-ção contratual assinada por todos os sócios.

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Capítulo 2 – Noções Preliminares  Prof. Moreira 

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11.ª Os sócios poderão, de comum acordo, fixar uma retirada mensal, a título de “pro labore”, observa-das as disposições regulamentares pertinentes. 12.ª Falecendo ou interditado qualquer sócio, a sociedade continuará suas atividades com os herdeiros, sucessores e o incapaz. Não sendo possível ou inexistindo interesse destes ou do(s) sócio(s) remanes-cente(s), o valor de seus haveres será apurado e liquidado com base na situação patrimonial da socie-dade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. Parágrafo único - O mesmo procedimento será adotado em outros casos em que a sociedade se resolva em relação a seu sócio. (art. 1.028 e art. 1.031, CC/2002) 13.ª O(s) Administrador(es) declara(m), sob as penas da lei, de que não est(ão) impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encon-trar(em) sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as rela-ções de consumo, fé pública,ou a propriedade. (art. 1.011, § 1º, CC/2002) Inserir cláusulas facultativas desejadas. 14.ª Fica eleito o foro de ............ para o exercício e o cumprimento dos direitos e obrigações resultan-tes deste contrato.

E por estarem assim justos e contratados assinam o presente instrumento em _______ vias.

___________________, ___ de ___________de 20__

_____________________ Fulano de Tal

_____________________ Beltrano de Tal

Visto: ____________________ (OAB/MG 0987) Nome

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Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

29

CAPÍTULO 3

O PATRIMÔNIO

3.1 CONCEITO O Patrimônio é o campo de atuação da Contabilidade, e representa o conjunto de

Bens, Direitos (valores a receber) e Obrigações (valores a pagar) de propriedade de

uma pessoa física ou jurídica.

3.2 BENS Bens, no sentido geral, são todas as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessida-

des das pessoas ou empresas. Podem ser classificados em:

a) Bens Tangíveis: têm existência física, são palpáveis, e classificam-se em:

• Bens Numerários: dinheiro;

• Bens de Venda: estoque de mercadorias, estoque de matérias-primas, esto-

que de produtos em fabricação, estoque de produtos acabados;

• Bens de Uso: imóveis, terrenos, móveis e utensílios, veículos, máquinas e

equipamentos, computadores, instalações;

• Bens de Renda: imóveis para aluguel.

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Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

30

b) Bens Intangíveis: não são palpáveis, não possuem existência física, como por

exemplo: capital intelectual, marcas, direitos autorais, patentes de invenção (do-

cumento pelo qual o Estado garante a pessoa ou empresa o direito exclusivo de

explorar uma invenção), franquias, copyrights e softwares.

3.3 DIREITOS Em Contabilidade, entende-se por Direito ou Direito a receber, o poder de exigir algu-

ma coisa, ou ainda, valores de propriedade da empresa em posse de terceiros. São

exemplos de direitos: valores a receber, títulos a receber, contas a receber, aluguéis a

receber, promissórias a receber, duplicatas a receber (ou clientes), aplicações financei-

ras, adiantamentos a empregados, adiantamentos a fornecedores, ações, etc.

Após um mês de trabalho, desde que o colaborador ou empregado seja mensalista, o

mesmo tem o direito de receber seu salário ou ordenado. Dessa forma, salários a rece-

ber é um direito. Se uma empresa deposita uma determinada quantia numa conta cor-

rente, ela possui o direito de sacar essa importância a qualquer tempo. Assim, dinheiro

depositado em bancos é um direito a receber.

Numa empresa, o direito a receber mais comum é o proveniente das vendas a prazo,

quando o pagamento pelo cliente não é efetuado no ato, mas no futuro. A empresa

vendedora emite um título de crédito denominado Duplicata como um documento com-

probatório. Esse direito é classificado como Duplicatas a Receber ou Clientes.

3.4 OBRIGAÇÕES Obrigações são dívidas com terceiros (fornecedores, empregados, Governo, bancos

etc.). Em Contabilidade, são denominadas Obrigações a pagar ou exigíveis, isto é,

compromissos que serão reclamados, exigidos na data do vencimento. No caso dum

empréstimo bancário, a empresa fica devendo ao banco (empréstimo a pagar). Se a

obrigação não for quitada na data de vencimento, o banco exigirá o pagamento.

Uma Obrigação a pagar muito comum nas empresas é decorrente da compra de mer-

cadorias a prazo (o contrário de duplicatas a receber). Ao comprar a prazo, a empresa

Page 32: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

31

fica devendo ao fornecedor da mercadoria, sendo que essa dívida é conhecida como

Fornecedores ou Duplicatas a Pagar.

Outras obrigações exigíveis são: salários a pagar, impostos a recolher, financiamentos,

promissórias a pagar, encargos sociais a pagar, aluguéis a pagar, contas de luz, água,

gás, adiantamentos de clientes, etc.

3.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO O Patrimônio da Cia. Moreira pode ser representado graficamente da seguinte forma:

Patrimônio da Cia. Moreira (em R$ mil)

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES

BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro 1.000 Empréstimos a Pagar 5.000 Veículos 7.000 Fornecedores (Dupl. a Pagar) 10.000 Imóveis 15.000 Salários a Pagar 6.000 Máquinas 5.000 Encargos Sociais a Pagar 5.500 Ferramentas 3.000 Financiamentos 5.000 Móveis e Utensílios 2.500 Impostos a Pagar 6.000 Marcas e Patentes 8.000 Aluguéis a Pagar 1.000

41.500 Títulos a Pagar 500DIREITOS Promissórias a Pagar 800 Depósitos em Bancos 5.000 Contas a Pagar 500

Duplicatas a Receber 30.000 40.300 Títulos a Receber 15.000 Aluguéis a Receber 1.000 Ações 10.000 61.000

Na representação gráfica do patrimônio coloca-se os Bens e Direitos no lado esquerdo

e as Obrigações no lado direito, por mera convenção.

Page 33: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

32

3.6 ELEMENTOS PATRIMONIAIS No sistema patrimonial da pessoa jurídica, os elementos patrimoniais Bens e Direitos

são registrados com a nomenclatura de ATIVO (lado positivo), refletindo as aplica-

ções de recursos que os administradores fizeram dos recursos recebidos. Os elemen-

tos patrimoniais classificados como Obrigações são registrados com a nomenclatura de

PASSIVO (lado negativo), refletindo a origem dos recursos. O Patrimônio da Cia. Mo-

reira pode ser representado agora, da seguinte forma:

Patrimônio da Cia. Moreira (em R$ mil)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro 1.000 Empréstimos a Pagar 5.000 Veículos 7.000 Fornecedores (Dupl. a Pagar) 10.000 Imóveis 15.000 Salários a Pagar 6.000 Máquinas 5.000 Encargos Sociais a Pagar 5.500 Ferramentas 3.000 Financiamentos 5.000 Móveis e Utensílios 2.500 Impostos a Pagar 6.000 Marcas e Patentes 8.000 Aluguéis a Pagar 1.000

41.500 Títulos a Pagar 500DIREITOS Promissórias a Pagar 800 Depósitos em Bancos 5.000 Contas a Pagar 500

Duplicatas a Receber 30.000 40.300 Títulos a Receber 15.000 Aluguéis a Receber 1.000 Ações 10.000 61.000

3.7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ao passar por uma rodovia e avistar uma fábrica, com letreiros luminosos, jardins ao

redor, uma pessoa pode imaginar: “Como é grande o patrimônio desta empresa!” Há

possibilidade, no entanto, de essa pessoa estar enganada, pois patrimônio envolve

Page 34: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

33

também obrigações. A empresa poderá estar a um passo da falência ou completamen-

te endividada.

Assim também, se um amigo seu tem uma bela casa, um carro zero e outros bens, es-

se patrimônio elevado não significa necessariamente grandes vantagens: pode ser que

ele deva muitas prestações ao banco financiador, que seu carro e outros bens tenham

sido financiados, que sua dívida seja consideravelmente grande. Riqueza, portanto,

não se mede somente pelos bens.

É necessário conhecermos a riqueza líquida da pessoa ou empresa: somam-se os

bens e os direitos e, desse total, subtraem-se as obrigações; o resultado é a riqueza

líquida, ou seja, a parte que sobra do patrimônio para a pessoa ou empresa, denomi-

nada patrimônio líquido ou situação líquida.

Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações

O Patrimônio da Cia. Moreira pode ser representado resumidamente da seguinte for-

ma:

Cia. Moreira Balanço Patrimonial em 31-12-X1

(em R$ mil)

ATIVO PASSIVO

Bens 41.500 Obrigações 40.300

Direitos 61.000 Patrimônio Líquido 62.200

Total do Ativo 102.500 Total do Passivo 102.500

Observe que o gráfico patrimonial aparece agora com o título Balanço Patrimonial. A

palavra balanço decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo, ou da igualdade: Aplicações =

Origens. Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontrarmos

a igualdade. Mas em vez de se denominar balança denomina-se balanço. O termo pa-

trimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e

Page 35: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

34

obrigações. Daí o chamar-se patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a si-

tuação patrimonial da empresa em determinada data.

Note que agora temos dois tipos de obrigações registradas sob a nomenclatura Passi-

vo. A primeira (Obrigações) representa os compromissos ou obrigações que a empresa

contraiu com terceiros, e que tem um tempo determinado para promover a liquidação,

também chamadas de Passivo exigível ou Capital de Terceiros. A segunda repre-

senta as obrigações da empresa com os seus proprietários, que, assumindo o risco das

atividades empresariais, mantém os seus capitais a serviço da sociedade por tempo

indeterminado, chamados assim de Passivo não exigível ou Capital Próprio.

Devemos ter em mente que, a equação do Patrimônio somente deve ser usada quando

é necessário conhecer a Situação Patrimonial Líquida de uma empresa que não man-

tém escrita fiscal regular, seja por ser informal, ou estar dispensada pela legislação

brasileira fiscal. Caso a empresa mantenha escrita contábil regular, a Situação Líquida

já estará registrada contabilmente, mediante os elementos que compõem o grupo do

Patrimônio Líquido.

3.7.1 Situações ou Estados Patrimoniais

Podemos ter três situações líquidas patrimoniais possíveis:

• Situação Patrimonial Líquida Positiva: quando os bens e direitos excedem

o valor das obrigações exigíveis. Exemplo:

ATIVO PASSIVO

Bens 10.000 Obrigações 7.000

Direitos 5.000 Patrimônio Líquido 8.000

Total do Ativo 15.000 Total do Passivo 15.000

• Situação Patrimonial Líquida Negativa (Passivo a Descoberto): quando a

os bens e direitos forem menores que as obrigações exigíveis. Exemplo:

Page 36: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 3 – O Patrimônio  Prof. Moreira

35

ATIVO PASSIVO

Bens 10.000 Obrigações 18.000

Direitos 5.000 Patrimônio Líquido (3.000)

Total do Ativo 15.000 Total do Passivo 15.000

• Situação Patrimonial Líquida Nula: quando os bens e direitos forem iguais

às obrigações exigíveis. Exemplo:

ATIVO PASSIVO

Bens 10.000 Obrigações 15.000

Direitos 5.000 Patrimônio Líquido -

Total do Ativo 15.000 Total do Passivo 15.000

Veja a seguir um quadro resumo:

Situação Fórmula

Positiva (Bens + Direitos) > Obrigações

Negativa (Bens + Direitos) < Obrigações

Nula (Bens + Direitos) = Obrigações

Page 37: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 4 – Contabilidade por Balanços Sucessivos I  Prof. Moreira 

36

CAPÍTULO 4 CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS I

4.1 BALANÇOS SUCESSIVOS A Contabilidade por balanços sucessivos é bastante simples: a cada operação realiza-

da pela empresa faz-se a alteração em um novo balanço.

Para averiguar se as modificações efetuadas estão corretas, basta observar se o total

do Ativo é igual ao total do Passivo, pois o equilíbrio do Balanço Patrimonial jamais po-

de ser afetado com o registro de uma transação. No caso de diferença, deve-se revisar

todo o trabalho realizado, pois certamente houve um erro de lançamento8.

4.2 OPERAÇÕES

A Contabilidade utiliza-se de uma das maiores convenções da humanidade: o método

das partidas dobradas9, no qual, para cada operação ou fato administrativo10, o Conta-

dor identifica e registra a origem (de onde veio o recurso) e a aplicação (onde foi apli-

cado o recurso). Veja a seguir, o impacto de cada transação no Balanço Patrimonial:

Fato 1 – Constituição de uma Empresa: Moreira e Franco, pessoas físicas, resolve-

ram constituir uma sociedade (pessoa jurídica) que terá a seguinte razão social: Morei-

ra & Franco Comércio Ltda. Para tanto assinaram um Contrato Social, datado de

02/01/X1, e disponibilizaram à sociedade, a importância de R$ 100.000,00 (em dinhei-

ro) cada um, que passa a constituir o Capital Social da nova entidade:

8 Lançamento contábil é a forma como a Contabilidade registra os fatos que afetam (ou que possam vir a afetar) o patrimônio da empresa. 9 Ver tópico 1.3 - Período Moderno. 10 Acontecimentos que provocam variações nos elementos do patrimônio.

Page 38: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 4 – Contabilidade por Balanços Sucessivos I  Prof. Moreira 

37

Aplicação (onde foi aplicado o recurso): Caixa (dinheiro)

Origem (de onde veio o recurso): Capital Social

ATIVO PASSIVO

BENS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa (Dinheiro) 200.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 200.000 Total do Passivo 200.000

Fato 2 – Depósito em Banco: em 03/01/X1 foi aberta uma conta bancária no Banco

“X” com depósito inicial de R$ 190.000,00:

Aplicação: Banco

Origem: Caixa

ATIVO PASSIVO

BENS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa 10.000 Capital Social 200.000

DIREITOS Banco 190.000 Total do Ativo 200.000 Total do Passivo 200.000

Fato 3 – Empréstimo Bancário11: em 10/01/X1 foi realizado um empréstimo bancário,

no valor de R$ 50.000,00, sendo o valor creditado na conta bancária da empresa:

Aplicação: Banco

Origem: Empréstimos

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 10.000 Empréstimos a Pagar 50.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 240.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

11 Para fins didáticos, não estão sendo considerados os encargos decorrentes de empréstimos, neste momento.

Page 39: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 4 – Contabilidade por Balanços Sucessivos I  Prof. Moreira 

38

Fato 4 – Compra de Móveis e Utensílios à Vista: em 15/01/X1, a empresa efetuou a

compra de móveis e utensílios para uso no escritório da empresa, no valor de R$

5.000,00, sendo o pagamento realizado com cheque da empresa:

Aplicação: Móveis e Utensílios

Origem: Banco

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 10.000 Empréstimos a Pagar 50.000 Móveis e Utensílios 5.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 235.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

Fato 5 – Compra de Veículo à Vista: em 19/01/X1, a empresa adquiriu um veículo, à

vista, no valor de R$ 60.000,00, sendo o pagamento efetuado em cheque:

Aplicação: Veículo

Origem: Banco

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 10.000 Empréstimos a Pagar 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Veículo 60.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 175.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

Fato 6 – Compra de Mercadorias para Revenda a Prazo com Entrada: em

20/01/X1, a empresa realizou uma compra de mercadorias para revenda, no valor de

Page 40: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 4 – Contabilidade por Balanços Sucessivos I  Prof. Moreira 

39

R$ 150.000,00, sendo R$ 100.000,00 pagos através de cheque da empresa, e o res-

tante a prazo:

Aplicação: Estoque de Mercadorias

Origem: Banco / Fornecedores

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 10.000 Empréstimos a Pagar 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Fornecedores 50.000 Veículo 60.000 Estoque de Mercadorias 150.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 75.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 300.000 Total do Passivo 300.000

Fato 7 – Pagamento a Fornecedor: em 05/02/X1, o tesoureiro efetuou o pagamento

ao fornecedor de mercadorias, no valor de R$ 50.000,00, através de cheque:

Aplicação: Fornecedor (pagamento)

Origem: Banco

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 10.000 Empréstimos a Pagar 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Fornecedores - Veículo 60.000 Estoque de Mercadorias 150.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 25.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

Fato 8 – Saque de Dinheiro: em 06/02/X1, foi efetuado um saque da conta bancária

no valor de R$ 2.000,00, para aumento da reserva de caixa:

Page 41: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 4 – Contabilidade por Balanços Sucessivos I  Prof. Moreira 

40

Aplicação: Caixa

Origem: Banco

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES Caixa (Dinheiro) 12.000 Empréstimos a Pagar 50.000 Móveis e Utensílios 5.000 Fornecedores - Veículo 60.000 Estoque de Mercadorias 150.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 23.000 Capital Social 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000 A planilha a seguir dispensa o trabalho de se fazer balanços sucessivos. Cada linha

representa uma transação ou fato administrativo, sendo necessário apenas identificar

onde o recurso foi aplicado e de onde ele veio. A última linha (saldo das contas) repre-

senta o saldo das contas do balanço após o registro da última transação contábil:

FATOS ATIVO PASSIVO

Caixa Móveis Veículo Estoque Banco Empr. Fornec. Capital 1) Constituição da Empresa 200.000 200.000

2) Depósito em Banco (190.000) 190.000

3) Empréstimo Bancário 50.000 50.000

4) Compra de Móveis a Vista 5.000 (5.000)

5) Compra de Veículo a Vista 60.000 (60.000)

6) Compra de Mercad. Prazo 150.000 (100.000) 50.000

7) Pagamento a Fornecedor (50.000) (50.000)

8) Saque de Di-nheiro 2.000 (2.000)

Saldo das Contas 12.000 5.000 60.000 150.000 23.000 50.000 - 200.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

Page 42: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 5 – Contas de Resultado  Prof. Moreira 

41

CAPÍTULO 5 CONTAS DE RESULTADO

5.1 RECEITAS

As Receitas correspondem às vendas de produtos, mercadorias ou prestação de ser-

viços. No Balanço Patrimonial, as receitas são refletidas através da entrada de dinheiro

no Caixa (Vendas a Vista) ou através de direitos a receber (Vendas a Prazo). É impor-

tante notar que, a Receita sempre aumenta o Ativo, embora nem todo aumento de Ati-

vo representa uma Receita, como é o caso dos Empréstimos e Financiamentos bancá-

rios. São exemplos de Receitas: Receitas de Vendas de Mercadorias; Receitas de

Vendas de Produtos; Receitas de Prestação de Serviços; Descontos Obtidos; Aluguéis

Ativos; Juros Ativos.

5.2 DESPESAS

As Despesas representam o sacrifício ou esforço da empresa para se obter Receita.

Todo consumo de bens ou serviços com o objetivo de gerar Receita é considerado

Despesa. O consumo de materiais, por exemplo, é considerado uma Despesa. Neste

caso, no ato em que o material dá entrada no Almoxarifado, o valor é contabilizado co-

mo bem no Ativo Circulante, e quando o mesmo é requisitado por alguma área para ser

consumido, o valor do bem é transferido para Despesa.

A Despesa é refletida no Balanço Patrimonial, pela redução do Caixa (quando é paga a

vista), ou mediante aumento de uma dívida - Passivo (quando a despesa é contraída

no presente para ser paga no futuro - a prazo). A despesa pode ainda originar-se de

outras reduções de Ativo (além do Caixa), como é o caso do desgaste dos bens do I-

mobilizado (depreciação) etc. Todo dinheiro que sai do Caixa para pagamento de uma

despesa denomina-se Desembolso.

Page 43: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 5 – Contas de Resultado  Prof. Moreira 

42

São exemplos de Despesas: Água e Esgoto; Aluguéis Passivos; Café e Lanches;

Combustíveis; Descontos Concedidos; Despesas Bancárias; Energia Elétrica; Fretes e

Carretos; Impostos e Taxas; Juros Passivos; Serviços de Terceiros; Telefones; Orde-

nados e salários; Seguros.

Operações A Vista A Prazo

Receita + Caixa + Duplicatas a Receber

Despesa – Caixa + Contas a Pagar

Veja a seguir, um exemplo de Balanço Patrimonial, incluindo as contas de Resultado

(Receitas e Despesas). Note que as Despesas, por convenção, são elencadas do lado

esquerdo e as Receitas do lado direito:

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES Caixa 20.000 Empréstimo 35.000 Mercad. p/ Revenda 50.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 10.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 30.000

Total do Ativo 360.000 Total do Passivo 335.000

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 50.000 Vendas de Mercadorias 100.000 Salários 25.000 Rendimento Aplicações 5.000 Água, Luz e Telefone 5.000

Total das Despesas 80.000 Total das Receitas 105.000 ATIVO + DESPESAS 440.000 PASSIVO + RECEITAS 440.000

Como apresentado acima, podemos expressar da seguinte forma a equação contábil:

ATIVO + DESPESAS = PASSIVO + RECEITAS

Page 44: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 5 – Contas de Resultado  Prof. Moreira 

43

5.3 APURAÇÃO DO RESULTADO A cada exercício social a empresa deve apurar o resultado do seu negócio, para averi-

guar se obteve lucro ou prejuízo. Este trabalho é feito através da confrontação das Re-

ceitas e Despesas. Se o total das Receitas for maior que o total das Despesas, a em-

presa obteve Lucro. Caso contrário, Prejuízo.

Exemplo 1

Receita 100.000,00

( – ) Despesa (60.000,00)

( = ) Lucro 40.000,00

Exemplo 2

Receita 60.000,00

( – ) Despesa (100.000,00)

( = ) Prejuízo (40.000,00)

5.4 REGIME DE COMPETÊNCIA É universalmente adotado e aceito pelo Imposto de Renda. Evidencia o resultado de

forma mais adequada e completa. As regras são:

• Receita: será contabilizada no período em que for gerada, independentemente

do seu recebimento. Dessa forma, se a empresa vendeu a prazo em Maio/05

para receber em Junho/05, considera-se que a receita foi gerada em Maio/05 e

deverá pertencer a este mês;

• Despesa: será contabilizada no período em que for incorrida, consumida, utili-

zada, independentemente do pagamento. Assim, se em Maio/05 a empresa pa-

gar os salários de seus colaboradores (que trabalharam em Abril/05), a despesa

pertence a Abril/05, pois foi neste período que ela efetivamente incorreu.

Page 45: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 5 – Contas de Resultado  Prof. Moreira 

44

Dessa forma, toda despesa gerada num determinado período (mesmo que ainda não

tenha sido paga) será subtraída do total da receita gerada no mesmo período (mesmo

que ainda não tenha sido recebida), apurando-se o respectivo resultado, pelo regime

de competência.

5.5 REGIME DE CAIXA É uma forma simplificada de contabilidade, aplicado basicamente às microempresas ou

entidades sem fins lucrativos. As regras básicas são:

• Receita: será contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando

entrar dinheiro no caixa;

• Despesa: será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair

dinheiro do caixa (desembolso).

Assim, o resultado será apurado, pelo regime de caixa, subtraindo-se toda despesa

paga da receita recebida.

5.6 REGIME DE COMPETÊNCIA × REGIME DE CAIXA A Cia. Moreira vendeu em X1, $ 100.000 e só recebeu $ 60.000 (o restante será rece-

bido em X2). Teve como despesa incorrida $ 80.000 e pagou somente $ 50.000 até o

último dia do ano X1. Os resultados pelos dois regimes seriam:

Resultado Competência Caixa

Receita 100.000,000 60.000,00

( – ) Despesa (80.000,00) (50.000,00)

( = ) Lucro/Prejuízo 20.000,00 10.000,00

Page 46: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 5 – Contas de Resultado  Prof. Moreira 

45

A Cia. Franco Ltda. vendeu em Dezembro/2004 uma máquina por R$ 120.000,00, para

ser paga da seguinte forma: R$ 50.000,00 de entrada; R$ 35.000,00 para 30 dias (Ja-

neiro/2005) e R$ 35.000,00 para 30 dias (Fevereiro/2005).

A mesma máquina foi comprada pelo valor de R$ 80.000,00 no mês de Novem-

bro/2004 a ser paga da seguinte forma: R$ 40.000,00 de entrada; R$ 20.000,00 para

30 dias (Dezembro/2004) e R$ 20.000,00 para 60 dias (Janeiro/2005).

Sem considerar impostos, o resultado da Cia. Franco no exercício de 2004, pelos dois

regimes seria:

Resultado Competência Caixa

Receita 120.000,00 50.000,00

( – ) Despesa (80.000,00) (60.000,00)

( = ) Lucro/Prejuízo 40.000,00 (10.000,00)

Page 47: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

46

CAPÍTULO 6 CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS II

6.1 ATIVO × DESPESA

No lado do Ativo, Balanço Patrimonial, encontram-se os itens que trarão benefícios fu-

turos para a empresa. No momento em que esses itens perderem a capacidade de tra-

zer benefícios, passarão a ser classificados como despesas. Por exemplo, quando uma

empresa adquire Materiais de Escritório (papel sulfite, grampeadores etc.), estes são

lançados no Ativo, numa conta chamada Estoques. À medida que esses materiais são

requisitados do almoxarifado para serem consumidos, são baixados do Ativo e contabi-

lizados como despesa, pois já não trarão benefícios futuros para a empresa (pois foram

consumidos).

Outro exemplo seria o caso dos Seguros. Se uma empresa fizer um seguro pelo perío-

do de 01-07-X1 a 30-06-X2, será considerado despesa de X1, apenas o corresponden-

te a 6 meses. O restante será classificado no Ativo, pois é um gasto que trará benefí-

cios futuros, ou seja, beneficiará o ano seguinte.

Para exemplificar, vamos admitir que a Cia. Moreira contrate seguro de automóvel pelo

período de um ano, em 31-10-X1, pagando R$ 6.000 (prêmio de seguro) e também,

nesta data, adquira R$ 1.000 de material de escritório. Em 31-12-X1, constata-se que

havia em estoque apenas R$ 200 de material de escritório.

Observe-se que apenas dois meses de seguro (novembro e dezembro) foram utiliza-

dos. Dessa forma, classifica-se como despesa R$ 1.000. O restante, ou seja, R$ 500 ×

10 = R$ 5.000, beneficiará o ano X2, e deverá ser registrado no Ativo Circulante como

Despesa do Exercício Seguinte. No Caso do material de escritório, R$ 200 beneficiarão

o ano seguinte, portanto, serão classificados no Ativo Circulante como Estoques. O

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

47

restante, ou seja, R$ 800 serão considerados como Despesa, pois já foram consumi-

dos no ano X1.

Balanço Patrimonial em 31-12-X1

ATIVO PASSIVO BENS Caixa Estoque Materiais 200 Despesas Antecipadas 5.000

DESPESAS RECEITAS Material de Escritório 800 Seguros 1.000

6.2 OPERAÇÕES

Veja a seguir, as alterações que cada transação contábil provoca no Balanço Patrimo-

nial:

Fato 1 – Constituição de uma Empresa: Entrada inicial de capital social em dinheiro,

em 01/03/X2, no valor de R$ 300.000:

Aplicação (onde foi aplicado o recurso): Caixa (Bem)

Origem (de onde veio o recurso): Capital Social (Patrimônio Líquido)

ATIVO PASSIVO BENS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa 300.000 Capital Social 300.000

Total do Ativo 300.000 Total do Passivo 300.000 Fato 2 – Depósito em Banco: abertura de uma conta bancária no Banco Y, em

01/03/X2, com depósito inicial de R$ 298.000:

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

48

Aplicação: Banco (Direito)

Origem: Caixa (Bem)

ATIVO PASSIVO BENS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa 2.000 Capital Social 300.000

DIREITOS Banco 298.000 Total do Ativo 300.000 Total do Passivo 300.000

Fato 3 – Aquisição de Móveis e Imóveis: em 05/03/X2 foi adquirido um imóvel no

valor de R$ 200.000 e móveis no valor de R$ 50.000, pagos em cheque no valor de R$

250.000:

Aplicação: Imóvel / Móveis (Bens)

Origem: Banco (Direito)

ATIVO PASSIVO BENS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Caixa 2.000 Capital Social 300.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS Banco 48.000 Total do Ativo 300.000 Total do Passivo 300.000

Fato 4 – Empréstimo Bancário: obtenção de um empréstimo junto ao Banco Y, em

06/03/X2, no valor de R$ 70.000, creditado em sua conta bancária. O pagamento ocor-

rerá dentro de 60 dias. Nesse momento, não houve nenhuma despesa ou cobrança de

juros:

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

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Aplicação: Banco (Direito)

Origem: Empréstimo (Obrigação)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 2.000 Empréstimo 70.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 118.000 Capital Social 300.000

Total do Ativo 370.000 Total do Passivo 370.000 Fato 5 – Aquisição de Mercadorias para Revenda: aquisição de três veículos para

revenda, em 10/03/X2, nos respectivos valores de R$ 20.000, R$ 30.000 e R$ 40.000,

totalizando R$ 90.000, pagos em cheque:

Aplicação: Mercadorias para Revenda (Bem)

Origem: Banco (Direito)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 2.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 90.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 28.000 Capital Social 300.000

Total do Ativo 370.000 Total do Passivo 370.000 Fato 6 – Aplicação Financeira: aplicação financeira com parte do saldo bancário no

valor de R$ 25.000:

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

50

Aplicação: Aplicação Financeira (Direito)

Origem: Banco (Direito)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 2.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 90.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000

Total do Ativo 370.000 Total do Passivo 370.000 Fato 7 – Venda de Mercadorias a Vista: venda à vista de um carro (adquirido por R$

20.000) por R$ 22.000 em dinheiro, em 15/03/X2:

Aplicação: Caixa (Bem)

Origem: Vendas de Mercadorias (Receita)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 24.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 90.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000

Total do Ativo 392.000 Total do Passivo 370.000

DESPESAS RECEITAS Vendas de Mercadorias 22.000

Total das Despesas - Total das Receitas 22.000 ATIVO + DESPESAS 392.000 PASSIVO + RECEITAS 392.000

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

51

Aplicação: Custo das Mercadorias Vendidas (Despesa)

Origem: Mercadorias para Revenda (Bem)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 24.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 70.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000

Total do Ativo 372.000 Total do Passivo 370.000

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 20.000 Vendas de Mercadorias 22.000

Total das Despesas 20.000 Total das Receitas 22.000 ATIVO + DESPESAS 392.000 PASSIVO + RECEITAS 392.000

Fato 8 – Venda de Mercadorias a Prazo: em 20/03/X2 foi efetuada uma venda a pra-

zo de um carro (adquirido por R$ 40.000) por R$ 45.000, para ser recebido dentro de

30 dias, com emissão de uma nota promissória pelo cliente.

Aplicação: Clientes (Direito)

Origem: Vendas de Mercadorias (Receita)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 24.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 70.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000 Clientes 45.000

Total do Ativo 417.000 Total do Passivo 370.000

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

52

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 20.000 Vendas de Mercadorias 67.000

Total das Despesas 20.000 Total das Receitas 67.000 ATIVO + DESPESAS 437.000 PASSIVO + RECEITAS 437.000

Aplicação: Custo das Mercadorias Vendidas (Despesa)

Origem: Mercadorias para Revenda (Bem)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 24.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000 DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000 Clientes 45.000

Total do Ativo 377.000 Total do Passivo 370.000

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000

Total das Despesas 60.000 Total das Receitas 67.000 ATIVO + DESPESAS 437.000 PASSIVO + RECEITAS 437.000

Fato 9 – Pagamento de Despesas: em 31/03/X2 foi feito o pagamento de salários do

mês de março no valor de R$ 10.000,00, em dinheiro:

Aplicação: Salários (Despesa)

Origem: Caixa (Bem)

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

53

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 14.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000 Clientes 45.000

Total do Ativo 367.000 Total do Passivo 370.000

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000 Salários 10.000

Total das Despesas 70.000 Total das Receitas 67.000 ATIVO + DESPESAS 437.000 PASSIVO + RECEITAS 437.000

Fato 10 – Apropriação de Despesa a Pagar: em 31/03/X2 foi feita a apropriação de

despesa de Energia Elétrica consumida no mês de março, no valor de R$ 500,00, a ser

paga em 10/04/X2:

Aplicação: Energia Elétrica (Despesa)

Origem: Contas a Pagar (Obrigação)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 14.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Contas a Pagar 500 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000 Clientes 45.000

Total do Ativo 367.000 Total do Passivo 370.500

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Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

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DESPESAS RECEITAS

Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000 Salários 10.000 Energia Elétrica 500

Total das Despesas 70.500 Total das Receitas 67.000 ATIVO + DESPESAS 437.500 PASSIVO + RECEITAS 437.500

Fato 11 – Contratação de Seguro: em 31/03/X2 foi efetuada contratação de seguro

de automóvel com vigência de 01/04/X2 a 31/03/X3, pagando R$ 6.000,00 de prêmio

em dinheiro:

Aplicação: Despesa Antecipada (Direito)

Origem: Caixa (Bem)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 8.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Contas a Pagar 500 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 25.000 Clientes 45.000 Despesa Antecipada 6.000

Total do Ativo 367.000 Total do Passivo 370.500

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000 Salários 10.000 Energia Elétrica 500

Total das Despesas 70.500 Total das Receitas 67.000 ATIVO + DESPESAS 437.500 PASSIVO + RECEITAS 437.500

Page 56: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

55

Fato 12 – Rendimento de Aplicação Financeira: em 31/03/X2 foi incorporado o ren-

dimento da aplicação financeira ao principal, no valor de R$ 10.000,00:

Aplicação: Aplicação Financeira (Direito)

Origem: Rendimentos de Aplicações (Receita)

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 8.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Contas a Pagar 500 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 35.000 Clientes 45.000 Despesa Antecipada 6.000

Total do Ativo 377.000 Total do Passivo 370.500

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000 Salários 10.000 Rendimentos de Aplicações 10.000 Energia Elétrica 500

Total das Despesas 70.500 Total das Receitas 77.000 ATIVO + DESPESAS 447.500 PASSIVO + RECEITAS 447.500

Fato 13 – Apropriação de Seguro: em 30/04/X2 foi apropriado 1/12 do gasto com o

seguro do veículo como despesa do exercício:

Aplicação: Seguros (Despesa)

Origem: Despesa Antecipada (Direito)

Page 57: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 6 – Contabilidade por Balanços Sucessivos II  Prof. Moreira 

56

ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa 8.000 Empréstimo 70.000 Mercad. p/ Revenda 30.000 Contas a Pagar 500 Imóvel 200.000 Móveis 50.000

DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Banco 3.000 Capital Social 300.000 Aplicação Financeira 35.000 Clientes 45.000 Despesa Antecipada 5.500

Total do Ativo 376.500 Total do Passivo 370.500

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 60.000 Vendas de Mercadorias 67.000 Salários 10.000 Rendimentos de Aplicações 10.000 Energia Elétrica 500 Seguros 500

Total das Despesas 71.000 Total das Receitas 77.000 ATIVO + DESPESAS 447.500 PASSIVO + RECEITAS 447.500

Page 58: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

57

CAPÍTULO 7 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7.1 CONCEITO

Os dados coletados pela Contabilidade são apresentados periodicamente aos interes-

sados de maneira resumida e ordenada, formando assim, os Relatórios Contábeis.

Os relatórios são elaborados de acordo com as necessidades dos usuários. Evidente-

mente, um relatório sobre o resultado anual de uma farmácia destacará muito menos

pormenores que o de uma siderúrgica, que normalmente, possui um número elevado

de sócios ou acionistas, grande volume de negócios, diversos tipos de impostos a reco-

lher, operações em muitas agências bancárias etc.

Dos inúmeros relatórios que há em Contabilidade, destacam-se aqueles que são obri-

gatórios de acordo com a legislação brasileira. Esses relatórios são conhecidos como

demonstrações contábeis, ou ainda, demonstrações financeiras.

7.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS

Page 59: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

58

Ao fim de cada exercício social12, as empresas devem elaborar as seguintes demons-

trações contábeis, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da com-

panhia e as mutações ocorridas no exercício:

I. Balanço patrimonial;

II. Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III. Demonstração do resultado do exercício;

IV. Demonstração dos fluxos de caixa;

V. Demonstração do valor adicionado (se companhia aberta).

A elaboração e publicação dessas demonstrações é obrigatória por determinação da

legislação societária (Lei n.º 6.404/1976, art. 176). Convém destacar que a companhia

fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois

milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos

fluxos de caixa, de acordo com a Lei nº 11.638/2007.

As companhias de capital aberto são obrigadas a elaborar também a Demonstração

das Mutações do Patrimônio Líquido, conforme instrução CVM 13n.º 59/1986. Para as

demais empresas (companhias de capital fechado, sociedades limitadas, firmas indivi-

duais etc.) essa demonstração é facultativa.

Demonstrações Contábeis Aberta Fechada

Balanço Patrimonial X X

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) X

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) X

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) X X

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) X X *

Demonstração do Valor Adicionado (DVA) X * Somente para Companhias Fechadas com Patrimônio Líquido, na data do balanço, superior a R$

2.000.000,00

12 Ver tópico 4.4 - Período de Apresentação 13 A CVM – Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal, criada com o objetivo de fiscalizar, regulamentar e desenvolver o mercado de valores mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práti-cas equitativas e coibir qualquer tipo de irregularidade.

Page 60: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

59

7.2.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a “mais importante” demonstração contábil que tem por objeti-

vo evidenciar a situação patrimonial da entidade em um dado momento (normalmente

em 31 de dezembro de cada ano).

7.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício visa fornecer, de maneira esquematizada,

os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício so-

cial, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O lucro (ou prejuízo) é

resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apro-

priados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que te-

nham sido esses valores pagos ou recebidos.

7.2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados retrata as movimentações ocor-

ridas na conta de lucros acumulados do patrimônio líquido, fornecendo explicações so-

bre o seu comportamento ao longo do exercício social. Na verdade, enquanto a De-

monstração do Resultado evidencia a formação do resultado do exercício, a Demons-

tração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados revela de maneira clara as movimentações

do resultado do período, bem como sua distribuição.

7.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) embora não obrigatória

para as empresa fechadas, é de muita utilidade, pois fornece a movimentação ocorrida

durante o exercício nas diversas contas componentes do patrimônio líquido; faz clara

indicação do fluxo de uma conta para outra e indica a origem e o valor de cada acrés-

cimo ou diminuição no patrimônio líquido durante o exercício. Trata-se, portanto, de

informação que complementa os demais dados constantes do balanço e da demons-

tração do resultado do exercício. É particularmente importante para as empresas que

Page 61: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

60

tenham seu patrimônio líquido formado por diversas contas e mantenham com elas

inúmeras transações.

O § 2.º do art. 186 da Lei n.º 6.404/1976 autoriza a inclusão da Demonstração de Lu-

cros ou Prejuízos Acumulados na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,

caso esta seja elaborada pela empresa.

Dessa forma, as empresas que elaborarem tal demonstração ficam dispensadas de

elaborar em separado a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, uma vez

que esta, obrigatoriamente, estará incluída naquela.

7.2.5 Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado demonstra quanto de riqueza a empresa adicio-

nou ao seu produto final e de que forma essa riqueza foi distribuída entre os vários fa-

tores de produção - empregados, acionistas, governo, financiadores etc.

Há uma grande diferença entre uma Demonstração de Resultado e uma Demonstração

do Valor Adicionado, tendo em vista que apresentam enfoques diferentes e, de certa

forma, são complementares. O principal objetivo da primeira é mostrar o lucro líquido

que, em última instância, é a parte do valor adicionado que pertence aos sócios como

investidores de capital de risco. Por outro lado, a Demonstração do Valor Adicionado

mostra a parte que pertence aos sócios, a que pertence aos demais capitalistas que

financiam a empresa com capital a juros, a parte que pertence aos empregados e a

que fica com o governo.

7.2.6 Demonstração dos Fluxos de Caixa O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa é prestar informações sobre as alte-

rações efetuadas nas contas: Caixa/Bancos/Equivalentes de uma entidade, dentro de

determinado período, classificando-as no mínimo em três fluxos: operacional, investi-

mentos e financiamento.

Page 62: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

61

Com isso, possibilita aos investidores e aos usuários em geral das demonstrações con-

tábeis o conhecimento sobre a forma adotada pela entidade em gerar e usar os recur-

sos de caixa e equivalente de caixa.

7.3 SOCIEDADES DE GRANDE PORTE

Com o advento da Lei 11.638/2007, passam a ser aplicáveis às sociedades de grande

porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições

da Lei nº 6.404/1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações contábeis e a

obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valo-

res Mobiliários. Para esse efeito, considera-se de grande porte, a sociedade ou o con-

junto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo

total superior a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual superior a R$

300.000.000,00.

7.4 COMPLEMENTAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para publicação das Demonstrações Contábeis devem ser observadas algumas exi-

gências. Após a identificação da empresa, destaca-se, em primeiro plano, o Relató-rio da Administração. As demonstrações contábeis das sociedades por ações tam-

bém devem ser complementadas por Notas Explicativas, seguidas da assinatura dos

diretores e do Contabilista. Além disso, no caso de companhia aberta, instituição finan-

ceira ou empresa de seguros, deverá haver ainda, o Parecer dos Auditores Indepen-dentes.

7.4.1 Relatório da Administração

O Relatório da Administração, também conhecido como Relatório da Diretoria ou Rela-

tório Anual, representa um necessário e importante complemento às demonstrações

contábeis publicadas pela empresa, em termos de permitir o fornecimento de dados e

informações adicionais que sejam úteis aos usuários em seu julgamento e processo de

tomada de decisões. A título de recomendação e exemplo, segue relação dos itens que

Page 63: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

62

constituem informações já apresentadas por muitas companhias no Brasil (e comumen-

te em alguns outros países):

• Descrição dos negócios, produtos e serviços: histórico das vendas físicas

dos últimos dois anos e vendas em moeda de poder aquisitivo da data do encer-

ramento do exercício social. Algumas empresas apresentam descrição e análise

por segmento ou linha de produto, quando relevantes para a sua compreensão e

avaliação;

• Comentários sobre a conjuntura econômica geral: concorrência nos merca-

dos, atos governamentais e outros fatores exógenos relevantes sobre o desem-

penho da companhia;

• Recursos humanos: número de empregados no término dos dois últimos exer-

cícios e "turnover" nos dois últimos anos, segmentação da mão-de-obra segun-

do a localização geográfica; nível educacional ou produto; investimento em trei-

namento; fundos de seguridade e outros planos sociais;

• Investimentos: descrição dos principais investimentos realizados, objetivo,

montantes e origens dos recursos alocados;

• Pesquisa e desenvolvimento: descrição sucinta dos projetos, recursos aloca-

dos, montantes aplicados e situação dos projetos;

• Novos produtos e serviços: descrição de novos produtos, serviços e expecta-

tivas a eles relativas;

• Proteção ao meio-ambiente: descrição e objetivo dos investimentos efetuados

e montante aplicado;

• Reformulações administrativas: descrição das mudanças administrativas, re-

organizações societárias e programas de racionalização;

• Investimentos em controladas e coligadas: indicação dos investimentos efe-

tuados e objetivos pretendidos com as inversões;

• Direitos dos acionistas e dados de mercado: políticas relativas à distribuição

de direitos, desdobramentos e grupamentos; valor patrimonial por ação, negoci-

ação e cotação das ações em Bolsa de Valores;

• Perspectivas e planos para o exercício em curso e os futuros: poderá ser

divulgada a expectativa da administração quanto ao exercício corrente, baseada

Page 64: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

63

em premissas e fundamentos explicitamente colocados, sendo que esta infor-

mação não se confunde com projeções por não ser quantificada.

7.4.2 Notas Explicativas

As Notas Explicativas às demonstrações contábeis servem como complemento às

mesmas. Possuem as mais variadas formas, desde simples frases, chegando até ou-

tros demonstrativos, sempre visando ao completo esclarecimento das demonstrações

contábeis. A utilização de notas auxilia também a estética do balanço, tornando-o mais

“limpo”, pois pode-se fazer constar dele determinada conta pelo seu total, com os deta-

lhes necessários expostos através de uma nota explicativa.

As Notas Explicativas são normalmente destacadas após as Demonstrações Contá-

beis. A Lei das Sociedades por Ações estabelece em seu art. 176, § 4.º, que as de-

monstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos

ou demonstrações contábeis para esclarecimento da situação patrimonial e dos resul-

tados do exercício. Exemplos de notas explicativas:

• Critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, como estoques, depreciação,

amortização e exaustão;

• Investimentos em outras sociedades, quando for o caso;

• Obrigações de longo prazo, destacando os credores, taxas de juros, datas de

vencimentos e garantias;

• Composição do capital social por tipo de ações;

• Ajustes de exercícios anteriores;

• Eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou

possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados fu-

turos da companhia, etc.

7.4.3 Parecer dos Auditores A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de proce-

dimentos técnicos, que tem por objetivo capacitar o auditor a emitir um parecer sobre a

Page 65: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

64

adequação com que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado

das operações, as mutações do patrimônio líquido, os fluxos de caixa e os valores adi-

cionados da entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e

legislação específica no que for pertinente.

O produto final da auditoria das demonstrações contábeis é o parecer do auditor. Sua

emissão reflete o entendimento do auditor acerca dos dados que examinou, de uma

forma padrão e resumida, que dê, aos leitores, em geral, uma noção dos trabalhos que

realizou e, principalmente, o que concluiu.

O parecer padrão ou limpo compreende tais parágrafos:

• Parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição

das responsabilidades da administração e dos auditores;

• Parágrafo referente à extensão dos trabalhos;

• Parágrafo referente à opinião sobre as demonstrações contábeis.

Existem basicamente quatro tipos de pareceres de auditor:

• Parecer sem ressalvas ou limpo: expressa que “tudo está em ordem”, ou seja,

que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com as práticas

contábeis adotadas no Brasil. Neste caso o parecer é de regularidade, também

dito “parecer limpo”;

• Parecem com ressalvas: evidencia que “existem algumas coisas que não cor-

respondem à verdade”. Neste caso, o parecer deve ser dado “ressalvando-se”

aquilo com o que o auditor não concorde, ou que constatou não ser adequado.

O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer com ressalva,

modificado no parágrafo de opinião, com a utilização das expressões “exceto

por”, “exceto quando” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto

objeto da ressalva;

• Parecer adverso: é emitido quanto “tudo está errado ou a maioria está em de-

sacordo com a realidade”. Neste caso, o parecer deve ser o de “irregularidade”;

Page 66: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

65

• Negativa de parecer: é emitido quando “não é possível concluir-se pelo certo e

nem pelo errado”. Neste caso, o auditor emite um parecer negando sua opinião,

em razão da impossibilidade de embasá-la em fatos concretos.

7.4.3.1 Modelo de Parecer sem Ressalva PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da

Entidade X

Cidade – Estado

1. Examinamos os balanços patrimoniais (controladora e consolidado – quando aplicável) da

Entidade X em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, e as respectivas demonstrações do re-

sultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado

(quando aplicável), correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob

a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma

opinião sobre essas demonstrações contábeis.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no

Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos

saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Entidade;

b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os va-

lores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimati-

vas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Entidade, bem como

da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequada-mente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade X

em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, o resultado de suas operações, as mutações de

seu patrimônio líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados (quando aplicável)

nas operações referentes aos exercícios findos nessas datas, de acordo com as práticas

contábeis adotadas no Brasil.

Local e data (dia da conclusão dos trabalhos na empresa auditada)

Nome da empresa de Auditoria

Nº de registro cadastral no CRC

Nome do auditor responsável técnico

Contador – Nº de registro no CRC

Page 67: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

66

7.4.3.2 Modelo de Parecer com Ressalva PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da

Entidade X

Cidade – Estado

1. Examinamos os balanços patrimoniais (controladora e consolidado – quando aplicável) da

Entidade X em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, e as respectivas demonstrações do re-

sultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado

(quando aplicável), correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob

a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma

opinião sobre essas demonstrações contábeis.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no

Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos

saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Entidade;

b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os va-

lores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimati-

vas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Entidade, bem como

da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

3. O terreno e os edifícios da fábrica da companhia foram dados em 20X2 em garantia de fi-

nanciamento de longo prazo.

4. Em nossa opinião, exceto pela falta de divulgação da informação mencionada no parágrafo

anterior, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em

todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade X em 31 de

dezembro de 2008 e de 2007, o resultado de suas operações, as mutações de seu patri-

mônio líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados (quando aplicável) nas ope-

rações referentes aos exercícios findos nessas datas, de acordo com as práticas contábeis

adotadas no Brasil.

Local e data (dia da conclusão dos trabalhos na empresa auditada)

Nome da empresa de Auditoria

Nº de registro cadastral no CRC

Nome do auditor responsável técnico

Contador – Nº de registro no CRC

Page 68: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

67

7.4.3.3 Modelo de Parecer Adverso PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da

Entidade X

Cidade – Estado

1. Examinamos os balanços patrimoniais (controladora e consolidado – quando aplicável) da

Entidade X em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, e as respectivas demonstrações do re-

sultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado

(quando aplicável), correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob

a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma

opinião sobre essas demonstrações contábeis.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no

Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos

saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Entidade;

b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os va-

lores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimati-

vas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Entidade, bem como

da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

3. A variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira está sendo contabilizada

pela companhia somente por ocasião do pagamento ao credor no exterior. Em nossa opini-

ão, essa prática está em desacordo com os princípios fundamentais de contabilidade, os

quais requerem que a variação cambial seja registrada no regime de competência, ou seja,

no ano em que houve a mudança na taxa de câmbio. Se a variação cambial tivesse sido

contabilizada com base no regime de competência, o lucro líquido estaria a menor em R$

570.000,00 e R$ 590.000,00, em 2008 e 2007, respectivamente.

4. Em nossa opinião, devido à relevância dos efeitos do assunto comentado no parágrafo 3,

as demonstrações contábeis acima referidas não representam adequadamente, em todos

os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade X em 31 de dezem-

bro de 2008 e de 2007, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio lí-

quido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados (quando aplicável) nas operações

referentes aos exercícios findos nessas datas, de acordo com as práticas contábeis adota-

das no Brasil.

Local e data (dia da conclusão dos trabalhos na empresa auditada)

Nome da empresa de Auditoria

Page 69: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

68

Nº de registro cadastral no CRC

Nome do auditor responsável técnico

Contador – Nº de registro no CRC

7.4.3.4 Modelo de Negativa de Parecer PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da

Entidade X

Cidade – Estado

1. Examinamos os balanços patrimoniais (controladora e consolidado – quando aplicável) da

Entidade X em 31 de dezembro de 2008 e de 2007, e as respectivas demonstrações do re-

sultado, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de caixa e do valor adicionado

(quando aplicável), correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob

a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma

opinião sobre essas demonstrações contábeis.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no

Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos

saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Entidade;

b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os va-

lores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimati-

vas contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Entidade, bem como

da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

3. Pelo fato de termos sido contratados pela Entidade X após 31 de dezembro de 2008, não

acompanhamos os inventários físicos dos estoques de 31 de dezembro de 2008 e de 2007,

nem foi possível satisfazermo-nos sobre a existência dos estoques por meio de procedi-

mentos alternativos de auditoria.

4. Devido à relevância do assunto mencionado no parágrafo 3, a extensão de nosso exame

não foi suficiente para nos possibilitar emitir, e por isso não emitimos opinião sobre as

demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1.

Local e data (dia da conclusão dos trabalhos na empresa auditada)

Nome da empresa de Auditoria

Nº de registro cadastral no CRC

Nome do auditor responsável técnico

Contador – Nº de registro no CRC

Page 70: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

69

7.5 PERÍODO DE APRESENTAÇÃO

A Lei das Sociedades Anônimas estabelece que, ao fim de cada período de 12 meses,

a diretoria da empresa fará elaborar, com base na contabilidade, as demonstrações

contábeis. Este período é chamado de Exercício Social ou Período Contábil. Não há

necessidade de que o exercício social coincida com o ano civil (01 de janeiro a 31 de

dezembro). Todavia, para fins fiscais, o Imposto de Renda quer o encerramento em 31

de dezembro.

A data do término do exercício social é definida pelos proprietários da empresa e não

pode ser alterada, exceto em condições supervenientes.

Para atender as necessidades internas (fins gerenciais) e facilitar a administração da

empresa, a contabilidade poderá apresentar relatórios contábeis em períodos inferiores

a um ano (mensal, trimestral etc.).

7.6 REQUISITOS PARA PUBLICAÇÃO As Sociedades Anônimas deverão publicar as Demonstrações Contábeis no Diário Ofi-

cial e em outro jornal de grande circulação editado na localidade onde se situa a sede

da empresa (art. 289 da lei 6.404/76).

As publicações legais de uma S/A cuja sede é, por exemplo, no Estado de São Paulo,

deverão ser feitas:

• No Diário Oficial do Estado de São Paulo, e

• Em outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está situada

a sede da companhia.

Entende-se por “jornal” o que se publica, no mínimo, cinco dias na semana, a exemplo

do próprio Diário Oficial do Estado de São Paulo que tem cinco publicações semanais.

Por “grande circulação” entende-se o jornal cuja distribuição é feita na localidade em

que é editado de forma regular e de fácil acesso aos acionistas.

Page 71: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 7 – Demonstrações Contábeis  Prof. Moreira 

70

As Demonstrações Contábeis deverão ser publicadas até 5 dias antes da Assembléia

Geral Ordinária14 (art. 133 § 3º da Lei 6.404/76).

As Sociedades Limitadas (Ltda.) não precisam publicar em jornal, mas deverão apre-

sentar as demonstrações financeiras junto ao Imposto de Renda através do preenchi-

mento da declaração do Imposto de Renda.

Alguns dados são fundamentais no momento da publicação. Entre eles, destacam-se a

denominação da empresa, o título da demonstração contábil e a data do exercício social.

A Lei das Sociedades Anônimas dispõe que as demonstrações de cada exercício se-

jam publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício anterior.

Dessa forma, o usuário conhecerá os valores do exercício atual e do exercício anterior,

para efeito de comparabilidade. As demonstrações serão, portanto, apresentadas em

duas colunas: ano atual e ano anterior.

A legislação mencionada também dispõe que as demonstrações contábeis podem ser

publicadas com a eliminação de dígitos, principalmente de números grandes. A elimi-

nação de dígitos visa facilitar as publicações, principalmente pela necessidade de pu-

blicar as demonstrações em duas colunas.

Assim, por exemplo, quando se têm números como R$ 850.586.245,00, podem-se eli-

minar os três dígitos (245) e ficar com R$ 850.586, desde que se coloque no cabeçalho

das demonstrações a expressão em R$ mil. Se forem eliminados seis dígitos, coloca-

se no cabeçalho: em R$ milhões.

14 Reunião dos acionistas de uma empresa, cuja convocação é obrigatória, para que haja verificação dos resultados, leitura, discussão e votação dos relatórios de diretoria e eleição do conselho fiscal da direto-ria desta sociedade anônima.

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Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

71

CAPÍTULO 8 BALANÇO PATRIMONIAL

8.1 INTRODUÇÃO

O Balanço Patrimonial é considerado o relatório mais importante gerado pela Contabili-

dade. Sua função é identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do

exercício ou em qualquer outra data estipulada.

O termo balanço vem do latim, da expressão bi-lancis, que lembra Balança de dois

Pratos. Antes do advento das balanças atuais, os comerciantes utilizavam a Balança

de dois Pratos, colocando num prato a mercadoria a ser pesada e no outro prato “pe-

sos” representando quilos e gramas. Ao se obter o equilíbrio nos dois pratos somavam-

se os pesos simbólicos e se conhecia quando pesava a mercadoria. Etimologicamente,

então, balanço significa equilíbrio, os mesmos valores em ambos os lados.

O Ativo, lado esquerdo do quadro, representa o conjunto de bens e direitos de proprie-

dade da empresa. São os itens do patrimônio que trazem benefícios, proporcionando

ganhos para a empresa.

O Passivo, lado direito do quadro, representa:

AAttiivvoo PPaassssiivvoo

Page 73: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

72

• As obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão reclama-

das pelos credores;

• As obrigações não exigíveis, ou patrimônio líquido.

A legislação brasileira (art. 178 da lei 6.404/76) estabelece dois grupos de contas para

o Ativo e três grupos de contas para o Passivo, conforme demonstrado no quadro a

seguir:

Ativo Passivo

Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não-Circulante Passivo Não-Circulante

Patrimônio Líquido

8.2 ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Todos os recursos que entram numa empresa passam obrigatoriamente pelo passivo e

patrimônio líquido. Os recursos são originados dos proprietários, fornecedores, gover-

no, bancos, financeiras etc.

O Ativo, por sua vez, representa todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa,

em estoques, imóveis, veículos, máquinas e equipamentos etc.

Vale destacar que a empresa só poderá aplicar aquilo que tem origem, daí a explicação

do equilíbrio entre Ativo e Passivo.

8.3 CONCEITO DE CURTO E LONGO PRAZOS

Normalmente, Curto Prazo significa um período de até um ano. Assim, todas as contas

a receber e a pagar nos próximos 365 dias devem ser classificadas a curto prazo. Lon-

Page 74: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

73

go Prazo, por sua vez, identifica um período superior a um ano. Dessa forma, todas as

contas a receber e a pagar após 365 dias são classificadas a longo prazo.

Admitindo-se que a Cia. Moreira tenha encerrado seu exercício em 31/12/2002. Nesse

momento, todas as contas a pagar ou a receber em 2003 são classificadas como curto

prazo. Todas as contas a pagar ou a receber em 2004, 2005 etc. são classificadas co-

mo longo prazo.

Outro conceito de curto prazo está relacionado ao ciclo operacional da empresa. En-

tende-se por ciclo operacional o período de tempo que uma indústria, por exemplo, leva

para produzir seu estoque, vendê-lo e receber as duplicatas geradas na venda, entran-

do em caixa. Em síntese, é o tempo que a empresa leva para produzir, vender e rece-

ber.

O ciclo operacional de um supermercado é relativamente rápido (em média 30 dias),

pois este tipo de empresa possui um giro rápido. Uma indústria naval, no entanto, tem

um ciclo operacional mais demorado, podendo ultrapassar um ano. Pela Lei das Socie-

dades Anônimas, se o ciclo operacional de uma empresa for superior a um ano, o con-

ceito de curto prazo passa a valer pelo ciclo operacional. A regra geral é: considera-se

curto prazo o período de 12 meses ou o ciclo operacional, valendo o maior.

8.4 GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO No Ativo as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos ele-

mentos nela registrados, isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser converti-

dos em dinheiro, nos seguintes grupos:

Page 75: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

74

• Ativo Circulante

• Ativo Não-Circulante

8.4.1 Ativo Circulante

O dinheiro, que é o item mais líquido, é agrupado com outros itens que serão transfor-

mados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo: Contas a Receber, Inves-

timentos temporários, Estoques, conforme a seguir:

• Disponibilidades: Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras de Liquidez Imedia-

ta.

• Clientes: são os valores ainda não recebidos dos clientes, decorrentes de ven-

das de mercadorias ou prestação de serviços a prazo, também denominados

duplicatas a receber.

• Estoques: são denominados estoques, os bens destinados à fabricação de pro-

dutos (matérias-primas e materiais de consumo industrial); os produtos acaba-

dos e os produtos em elaboração no momento do levantamento do balanço; os

bens destinados à revenda (mercadorias); as embalagens e os bens destinados

ao consumo da própria empresa (o “almoxarifado” de manutenção, de materiais

de escritório etc.).

• Despesas Antecipadas: quando a empresa efetua o pagamento antecipado de

uma despesa que, pelo princípio da competência, se refere ao exercício seguin-

te, o valor pago deve ser registrado em conta de ativo, para posteriormente ser

apropriado ao resultado. É o caso de pagamento antecipado de seguros, alu-

guéis etc.

O ativo circulante é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas a cur-

to prazo. Esse grupo é conhecido como Capital de Giro, pois seus itens estão sempre

renovando.

8.4.2 Ativo Não-Circulante São classificáveis neste grupo, os direitos da empresa cuja realização seja prevista

para após o término do exercício social seguinte (ativo realizável a longo prazo) e tam-

Page 76: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

75

bém as aplicações de recursos das quais a empresa não tenha a intenção, a princípio,

de se desfazer nos próximos exercícios (investimentos, imobilizado e intangível). Vale

lembrar que o subgrupo Diferido foi extinto com a Medida Provisória nº 449 de 2008.

8.4.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo São aplicações em direitos que tenham sua realização, certa ou provável, a longo pra-

zo. É feita, todavia, pela Lei das Sociedades Anônimas, uma exceção, ao definir que,

os créditos de “coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lu-

cro”, oriundos de negócios não usuais na exploração do objeto da companhia, devem

ser também classificados no longo prazo, mesmo vencíveis ou com previsão de rece-

bimento a curto prazo. Exemplos:

• Adiantamentos ou empréstimos para suprir necessidades de caixa de empresas

coligadas ou controladas;

• Empréstimos ou adiantamentos a diretores e acionistas.

8.4.2.2 Investimentos São aplicações que nada tem a ver com a atividade da empresa. Por exemplo, as par-

ticipações permanentes no capital de outras sociedades (compra de ações de outras

empresas), obras de arte, terrenos para futura expansão, imóveis para renda (aluguel).

8.4.2.3 Imobilizado São os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da

empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que

transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens, como por exem-

plo, máquinas, equipamentos, prédios (em uso), ferramentas, móveis e utensílios, ins-

talações, veículos etc., de propriedade da empresa ou adquiridos através de arrenda-

mento mercantil (leasing).

8.4.2.4 Intangível São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da

companhia ou exercidos com essa finalidade, tais como as marcas e patentes e fundo

de comércio adquirido.

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Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

76

8.5 GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO

As contas do Passivo serão agrupadas de acordo com o seu vencimento, ou seja, a-

quelas que serão liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo. Já as que

serão pagas num prazo mais longo formarão outro grupo. Os grupos de contas são os

seguintes:

• Passivo Circulante

• Passivo Não-Circulante

• Patrimônio Líquido

8.5.1 Passivo Circulante

Evidencia todas as obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de

bens e direitos do ativo não-circulante, cujo vencimento ocorrerá no curto prazo: dívi-

das com fornecedores de mercadorias, matérias-primas etc., salários a pagar, encar-

gos sociais a pagar, tributos a pagar, aluguéis a pagar, água, energia elétrica e telefone

a pagar etc.

8.5.2 Passivo Não-Circulante

Compreende as obrigações da empresa cujo vencimento ocorrerá no longo prazo: fi-

nanciamentos para aquisição de bens e direitos do ativo não-circulante, debêntures,

títulos a pagar etc.

Sempre que possível, é interessante que a empresa concentre mais suas dívidas no

longo prazo, pois terá mais tempo para gerar recursos financeiros para quitá-las.

8.5.3 Patrimônio Líquido

Demonstra o total dos investimentos dos proprietários (Capital) mais as Reservas, cujo

conceito será estudado adiante.

Page 78: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 8 – Balanço Patrimonial  Prof. Moreira 

77

8.6 BALANÇO PATRIMONIAL – UM RESUMO

Ativo Passivo

Ativo Circulante Passivo Circulante - Será transformado em dinheiro rapida-mente, no curto prazo

- Será pago rapidamente, no curto prazo

Ativo Não-Circulante Passivo Não-Circulante - Espera-se muito tempo para receber (ativo realizável a longo prazo) ou não há intenção em se desfazer do bem ou direito (investimentos, imobilizado ou intangível)

- Demora-se muito tempo para pagar (longo prazo)

Patrimônio Líquido - Não precisa pagar enquanto a empresa

estiver em continuidade

8.7 MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL Veja a seguir, modelo de balanço patrimonial de acordo com o art. 178 da Lei 6.404/76,

com as alterações da Medida Provisória nº 449 de 2008.

Ativo Passivo

Ativo Circulante Passivo Circulante - Disponibilidades - Financiamentos e Empréstimos - Contas a receber de clientes - Debêntures - Estoques - Fornecedores - Despesas antecipadas - Arrendamento Mercantil - Outros Créditos - Impostos e Contribuições a Recolher - Salários e Férias a Pagar Ativo Não-Circulante - Outras Contas a Pagar - Realizável a Longo Prazo Passivo Não-Circulante - Investimentos - Financiamentos e Empréstimos - Imobilizado - Debêntures - Intangível - Arrendamento Mercantil - Provisão para Contingências Patrimônio Líquido - Capital Social - Reservas de Capital - Ajustes de Avaliação Patrimonial - Reservas de Lucros - Ações em Tesouraria - Prejuízos Acumulados

Page 79: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

78

CAPÍTULO 9 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

9.1 EFEITO DO LUCRO NO BALANÇO

As Contas de Resultado (Despesas e Receitas) aparecem durante o exercício social

(geralmente com duração de 1 ano) e encerram-se no final do mesmo. Apesar de não

constarem no Balanço Patrimonial, é através delas que apuramos o resultado do exer-

cício que é acumulado no Patrimônio Líquido, quando não distribuído aos sócios na

forma de dividendos. Veja a seguir uma demonstração gráfica da relação entre o Ba-

lanço Patrimonial e as Contas de Resultado:

Dessa forma, com a apuração do resultado do exercício e o respectivo encerramento

das contas de resultado, podemos eliminar os gráficos de Despesas e Receitas, que

eram apresentados em conjunto com os gráficos de Ativo e Passivo, no Balanço Patri-

monial. Transferindo o resultado apurado para a conta “Lucros ou Prejuízos Acumula-

dos” do Patrimônio Líquido, o Ativo passa a ter o mesmo valor do Passivo, e podemos

expressar a equação contábil da seguinte forma:

ATIVO = PASSIVO

Ativo Passivo

Patrimônio Líquido

Lucros/Prejuízos Acumulados

Apuração do Resultado

Receitas

( − ) Despesas

( = ) Lucro/Prejuízo

Page 80: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

79

Veja a seguir, um exemplo de apuração de resultado do exercício e o respectivo encer-

ramento das contas de Despesas e Receitas:

a) Balanço Patrimonial antes da apuração do resultado do exercício:

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa e Bancos 10.000 Empréstimo 15.000 Mercadorias 200.000 Contas a Pagar 5.000

Não-Circulante Patrimônio Líquido Imobilizado Capital Social 200.000 Móveis e Utensílios 40.000

Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 220.000

DESPESAS RECEITAS Custo Merc. Vendidas 50.000 Vendas de Mercadorias 99.000 Salários 19.000 Rendimentos de Aplicações 1.000 Energia Elétrica 1.000

Total das Despesas 70.000 Total das Receitas 100.000 ATIVO + DESPESAS 320.000 PASSIVO + RECEITAS 320.000

b) Balanço Patrimonial após a apuração do resultado do exercício:

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa e Bancos 10.000 Empréstimo 15.000 Mercadorias 200.000 Contas a Pagar 5.000

Não-Circulante Patrimônio Líquido Imobilizado Capital Social 200.000 Móveis e Utensílios 40.000 Lucros Acumulados 30.000Total do Ativo 250.000 Total do Passivo 250.000

APURAÇÃO DO RESULTADO Receitas 100.000( – ) Despesas (70.000)( = ) Lucro 30.000

Page 81: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

80

9.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A apuração do resultado do exercício é evidenciada através da Demonstração do Re-

sultado de Exercício, que trata-se de um resumo ordenado das receitas, custos e

despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É apresenta-

da de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e cus-

tos, e em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

9.3 COMO APURAR A RECEITA LÍQUIDA

Receita Operacional Bruta

( − ) Impostos sobre Vendas

( − ) Devoluções ( − ) Abatimentos e Descontos Incondicionais

Receita Operacional Líquida

A Receita Operacional Bruta é o total bruto vendido no período, sem IPI. Nela são in-

clusos os impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram

subtraídas as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos) ocorridos

no período. Impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da ven-

da. São eles:

• ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;

• ISS – Imposto sobre Serviços;

• PIS – Programa de Integração Social;

• COFINS – Contribuição para a Seguridade Social.

Como os impostos de vendas não pertencem a empresa, mas ao governo, devem ser

deduzidas da receita operacional bruta. A empresa é mera intermediária que arrecada

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Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

81

impostos junto ao consumidor. Devoluções são mercadorias devolvidas por estarem

em desacordo com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria), podendo ser parci-

ais ou totais. Às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar a devolução, pro-

põe um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tan-

to a devolução como o abatimento aparecem deduzindo a Receita Operacional Bruta

na DRE.

Suponha-se que a Companhia Fracasso tenha vendido R$ 10.000,00 de mercadorias

de má qualidade, metade para o comprador A e metade para o comprador B. O com-

prador A devolveu 20% do lote e a empresa B aceitou a proposta da Companhia Fra-

casso de 10% de abatimento para evitar devolução.

Receita Operacional Bruta 10.000,00 ( − ) Deduções

Devolução (1.000,00)

Abatimentos (500,00)

Receita Operacional Líquida 8.500,00

Concluímos que, deduções são ajustes (e não despesas) realizadas sobre a Receita

Operacional Bruta para se apurar a Receita Operacional Líquida.

9.4 COMO APURAR O LUCRO BRUTO

Receita Operacional Líquida

( − ) Custo das Vendas

Lucro Bruto

Lucro bruto é a diferença entre a venda e o custo dessa venda, sem considerar as des-

pesas. Ou seja, subtrai-se da receita, o custo da mercadoria ou do produto ou do servi-

A – 20% de R$ 5.000,00

B – 10% de R$ 5.000,00

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Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

82

ço para ser colocado à disposição do consumidor, desprezando-se as despesas admi-

nistrativas, financeiras e de vendas. A expressão Custo das Vendas pode ser especifi-

cada por setor na economia:

• Para empresas industriais o custo das vendas é denominado CPV (Custo do

Produto Vendido).

• Para empresas comerciais o custo das vendas é denominado CMV (Custo das

Mercadorias Vendidas).

• Para empresas prestadoras de serviços o custo das vendas é denominado CSP

(Custo dos Serviços Prestados).

9.5 DIFERENÇA ENTRE DESPESA E CUSTO Numa indústria custo é todo gasto da fábrica (produção): matéria-prima, mão-de-obra,

energia elétrica, manutenção, embalagem etc. Despesa são os gastos do escritório,

seja na administração, ou seja, no departamento de vendas. Assim sendo, o gasto com

aluguel pode ser tratado como custo ou despesa: tratando-se de aluguel referente ao

prédio da fábrica, será considerado custo; tratando-se de aluguel referente ao prédio do

escritório (administração), será considerado despesa. O mesmo raciocínio vale para o

IPTU, salários, materiais, depreciação etc.

Numa empresa comercial o gasto de aquisição da mercadoria a ser revendida é trata-

do como custo. Já numa empresa de prestação de serviços a mão-de-obra aplicada

no serviço prestado mais o material utilizado é tratado como custo. Para ambas as ati-

vidades, todos os gastos na administração são tratados como despesa.

Numa empresa que presta serviços de limpeza consideram-se como custo: salários da

faxineira, supervisão dos serviços, material de limpeza, depreciação dos equipamentos

utilizados no serviço prestado etc. Já num hospital, computam-se como custo: salários

dos médicos e enfermeiros, medicamentos aplicados ao paciente, alimentação dos pa-

cientes, lavanderia, aluguel do hospital etc.

Page 84: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

83

Assim sendo, embora custos e despesas significam redução do lucro, a contabilidade

preocupa-se em separá-los para fins de análise da DRE.

Vale lembrar que, o assunto Custos será amplamente estudado na disciplina Contabili-

dade de Custos.

9.6 COMO APURAR O RESULTADO OPERACIONAL

Lucro Bruto

( − ) Despesas com as Vendas

( − ) Despesas Gerais e Administrativas

( − ) Despesas Financeiras

( + ) Receitas Financeiras ( − ) Outras Despesas Operacionais

( + ) Outras Receitas Operacionais Resultado Operacional

O Resultado Operacional é obtido através do Lucro Bruto diminuído das despesas ope-

racionais e adicionado das receitas operacionais (exceto as receitas de vendas de

mercadorias ou serviços). As Despesas e Receitas Operacionais são aquelas ligadas

às atividades principais ou acessórias da empresa. Os principais grupos são:

• Despesas com as Vendas (ou Despesas Comerciais): compreendem todos

os gastos com a comercialização e distribuição das mercadorias ou produtos, is-

to é, gastos desde a promoção até a colocação junto ao consumidor, inclusive

os gastos com os riscos assumidos na venda. Exemplos: despesas com o pes-

soal da área de vendas, comissões sobre vendas, royalty, propaganda e publici-

dade, marketing, brindes, embalagens, estimativa de perdas ou não recebimento

de duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos)

etc.

Page 85: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

84

• Despesas Gerais e Administrativas: são as despesas normais no processo de

administração e funcionamento da empresa. De maneira geral, são os gastos

nos escritórios que visam à direção ou à gestão da empresa. Exemplos: honorá-

rios da diretoria, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis

de escritórios, materiais de escritório, seguro de escritório, depreciação de mó-

veis e utensílios, assinaturas de jornais, cursos e treinamentos etc.

• Despesas Financeiras: representam remunerações aos capitais de terceiros,

os quais financiam as atividades da empresa. Exemplo: juros passivos (juros

pagos), descontos concedidos, juros de mora pagos, IOF15 (Imposto sobre Ope-

rações Financeiras) etc.

• Receitas Financeiras: receitas financeiras são as derivadas de aplicações fi-

nanceiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos etc.

• Outras Despesas Operacionais: são as despesas que, apesar de não serem

consideradas comerciais, financeiras ou administrativas, são ainda operacionais.

Exemplos: multas, despesa de equivalência patrimonial etc.

• Outras Receitas Operacionais: são as receitas que, apesar de não serem con-

sideradas de vendas ou financeiras, são ainda operacionais. Exemplos: Receita

de Dividendos, Receita de Equivalência Patrimonial.

9.7 COMO APURAR O RESULTADO ANTES DO IR E CS

Resultado Operacional

( + ) Outras Receitas

( − ) Outras Despesas

Resultado Antes do IR e CS

As despesas e receitas não relacionadas com o objetivo do negócio da empresa são

classificadas como Outras Receitas/Despesas. O caso mais comum de Outras Recei-

15 IOF significa “Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou sobre Operações relativas a Títulos ou Valores Mobiliários”, popularmente conhecido como “Imposto sobre Operações Financeiras”.

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Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

85

tas/Despesas (não operacionais16) ocorre quando é realizada a venda de um item do

Ativo Imobilizado. O valor da venda é contabilizado como Outras Receitas. O valor re-

sidual do bem, contabilizado no Ativo, é baixado como Outras Despesas.

9.8 COMO APURAR O RESULTADO ANTES DAS PARTICIPA-ÇÕES

Resultado Antes do IR e CS

( − ) Imposto de Renda

( − ) Contribuição Social Resultado antes das Participações

O imposto de renda incide sobre o lucro da empresa. Quando se apura no exercício

social um lucro, calcula-se 15% sobre o lucro referente ao imposto de renda normal.

Será calculado adicional de 10% sobre o valor do lucro que exceder o limite estipulado

pela legislação vigente, fixado atualmente em R$ 240.000,00 anuais ou R$ 20.000,00

mensais. Veja um exemplo de cálculo do IR anual:

Lucro Antes do Imposto de Renda 500.000,00

Cálculo do Imposto:

Alíquota 15% s/ 500.000,00 75.000,00

Alíquota 10% s/ (500.000,00 – 240.000,00) 26.000,00

Total do Imposto de Renda 101.000,00

A alíquota da Contribuição Social é de 9%, aplicada sobre o Lucro Antes do IR e CS.

16 Antes da vigência da Medida Provisória nº 449/08 o grupo de contas Outras Receitas era conhecido por Receitas Não-Operacionais, enquanto o grupo de contas Outras Despesas era denominado por Despesas Não-Operacionais.

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Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

86

9.9 COMO APURAR O RESULTADO LÍQUIDO

O Resultado Líquido é a sobra líquida à disposição dos proprietários (sócios ou acionis-

tas). Segundo o inciso VI do art. 187 da Lei 6.404/76, as participações podem ser de

debenturistas (aqueles que detêm debêntures17), empregados, administradores, partes

beneficiárias ou fundos de empregados.

Resultado antes das Participações

( − ) Participações

Resultado Líquido

17 Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a tercei-ros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.

Page 88: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 9 – Demonstração do Resultado do Exercício  Prof. Moreira 

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9.10 ESTRUTURA COMPLETA DA DRE

Receita Operacional Bruta ( − ) Impostos sobre Vendas ( − ) Devoluções ( − ) Abatimentos e Descontos Incondicionais Receita Operacional Líquida ( − ) Custo das Vendas Lucro Bruto ( − ) Despesas com as Vendas ( − ) Despesas Gerais e Administrativas ( − ) Despesas Financeiras ( + ) Receitas Financeiras ( − ) Outras Despesas Operacionais ( + ) Outras Receitas Operacionais Resultado Operacional ( + ) Outras Receitas ( − ) Outras Despesas Resultado Antes do IR e CS ( − ) Imposto de Renda ( − ) Contribuição Social Resultado Antes das Participações ( − ) Participações Resultado Líquido

Page 89: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 10 – Atos e Fatos Administrativos  Prof. Moreira 

88

CAPÍTULO 10 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

10.1 ATOS ADMINISTRATIVOS Atos Administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa que não provo-

cam alterações no Patrimônio e, portanto, não interessam à Contabilidade, como por

exemplo: admissão de empregados, assinatura de contratos de compras, aval de títu-

los etc.

10.2 FATOS ADMINISTRATIVOS

Fatos Administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos elementos

do patrimônio, podendo ou não alterar o valor do Patrimônio Líquido. São exemplos de

fatos: compra de máquinas e equipamentos à vista (ou a prazo), pagamento de contas

a pagar, depósito de dinheiro em banco, venda de automóvel, pagamento de comis-

sões etc.

Os Fatos Administrativos podem ser classificados em três grupos:

Page 90: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 10 – Atos e Fatos Administrativos  Prof. Moreira 

89

10.2.1 Fatos Permutativos São considerados permutativos, os fatos que provocam permutações entre os valores

do Ativo e/ou Passivo, sem alterar o valor do Patrimônio Líquido.

Exemplo 1: Compra de mercadorias à vista

• Aumenta o Ativo (Mercadorias para Revenda)

• Diminui o Ativo (Caixa)

Se entra no Ativo (Mercadorias para Revenda) o mesmo valor que sai (Caixa), o va-

lor total do Ativo não se altera, pois há apenas uma troca (permutação) entre Mer-

cadorias para Revenda e Caixa.

Exemplo 2: Compra de mercadorias a prazo

• Aumenta o Ativo (Mercadorias para Revenda)

• Aumenta o Passivo (Fornecedores)

Se entra no Ativo (Mercadorias para Revenda) o mesmo valor que entra no Passivo

(Fornecedores), o valor total do Ativo e Passivo aumentam na mesma proporção,

sem alterar o Patrimônio Líquido, sendo considerado um fato permutativo aumenta-

tivo.

Exemplo 3: Pagamento de duplicatas

• Diminui o Ativo (Caixa)

• Diminui o Passivo (Fornecedores)

Se sai do Passivo (Fornecedores) o mesmo valor que sai do Ativo (Caixa), o valor

total do Ativo e Passivo diminuem na mesma proporção, sem alterar o Patrimônio

Líquido, sendo considerado um fato permutativo diminutivo.

Page 91: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 10 – Atos e Fatos Administrativos  Prof. Moreira 

90

10.2.2 Fatos Modificativos

Os fatos modificativos são aqueles que envolvem contas de resultado e, provocam alte-

rações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido.

Exemplo 1: Pagamento de despesas

• Diminui o Ativo (Caixa)

• Diminui o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados)

Se sai um valor do Ativo (Caixa), sem entrar neste ou sem sair do Passivo Exigível

o mesmo valor, e diminuindo o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados), temos um

fato modificativo diminutivo.

Exemplo 2: Vendas à vista

• Aumenta o Ativo (Caixa)

• Aumenta o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados)

Se entra um valor no Ativo (Caixa), sem qualquer outra saída no ativo ou entrada no

Passivo, e aumentando o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados), temos um fato

modificativo aumentativo.

10.2.3 Fatos Mistos

Os fatos mistos são aqueles que envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e

um fato modificativo. Pode, portanto, acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Lí-

quido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido ao mesmo tempo.

Exemplo 1: Recebimento de duplicata com desconto

• Aumenta o Ativo (Caixa)

Page 92: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 10 – Atos e Fatos Administrativos  Prof. Moreira 

91

• Diminui o Ativo (Duplicatas a Receber)

• Diminui o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados)

Se, por exemplo, uma duplicata de R$ 1.000 for recebida com um desconto de 10%,

o caixa aumenta em R$ 900 e as duplicatas a receber diminuem em R$ 1.000. Logo

o Ativo ficará reduzido em R$ 100, e, conseqüentemente, o Patrimônio Líquido tam-

bém ficará reduzido no mesmo valor, pois esse desconto é considerado uma des-

pesa. Esse exemplo é considerado um fato misto diminutivo.

Exemplo 2: Recebimento de duplicata com juro

• Aumenta o Ativo (Caixa)

• Diminui o Ativo (Duplicatas a Receber)

• Aumenta o Patrimônio Líquido (Lucros Acumulados)

Se, por exemplo, uma duplicata de R$ 1.000 for recebida com um juro de 10%, o

caixa aumenta em R$ 1.100 e as duplicatas a receber diminuem em R$ 1.000. Lo-

go, como o Ativo ficará aumentado em R$ 100,00, o Patrimônio Líquido também fi-

cará aumentado do mesmo valor, pois esse juro é considerado uma receita. Esse é

um exemplo de fato misto aumentativo.

Page 93: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 11 – Princípios Fundamentais de Contabilidade  Prof. Moreira 

92

CAPÍTULO 11 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

11.1 CONCEITO

À medida que as necessidades de controle foram surgindo, a contabilidade foi criando

instrumentos para o registro de todos os fatos que afetam o patrimônio de uma entida-

de. Em alguns momentos da história da contabilidade, surgiram dúvidas quanto ao me-

lhor critério de registro de determinadas transações. Diante disso, os primeiros conta-

dores tiveram de fazer algumas opções, que acabaram sendo adotadas pelos demais

colegas, ficando como regras, que passaram a ser seguidas e aceitas por todos. Essas

regras básicas que foram adotadas denominamos Princípios Fundamentais de Contabi-

lidade.

Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, os Princípios Fundamentais de Conta-

bilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência de Contabi-

lidade. Os profissionais da área de contabilidade estão sujeitos compulsoriamente a

cumprir os princípios no exercício profissional e no desempenho das atividades de con-

tabilista, estando sujeitos à penalidade, que varia de multas pecuniárias à suspensão

do exercício da profissão.

De acordo com a Resolução CFC nº 750/93, são os seguintes os Princípios Fundamen-

tais de Contabilidade:

a) Entidade

b) Continuidade

c) Oportunidade

d) Registro pelo Valor Original

e) Atualização Monetária

Page 94: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 11 – Princípios Fundamentais de Contabilidade  Prof. Moreira 

93

f) Competência

g) Prudência

11.2 PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade. Este postulado diz que a con-

tabilidade de uma entidade (empresa, pessoa, entidade filantrópica) não pode ser con-

fundida com a contabilidade dos membros que a possuem. Em outras palavras, a escri-

turação de uma empresa tem de ser completamente dissociada da escrituração de

seus proprietários.

11.3 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Este postulado diz que a empresa deve ser avaliada e, por conseguinte, ser escritura-

da, na suposição de que a entidade nunca será extinta. Os ativos dessa empresa serão

avaliados partindo desse pressuposto. Assim, a empresa deve ser considerada um or-

ganismo em movimento contínuo de produção, venda, compra, consumo, investimen-

tos etc.

11.4 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

O ponto primordial deste princípio é o reconhecimento das transações que afetam o

patrimônio no momento em que ocorrem (tempestividade) e na sua totalidade (integri-

dade). Em outras palavras, as variações patrimoniais devem ser identificadas, captura-

das, classificadas e divulgadas de modo a traduzir com fidelidade a posição patrimoni-

al, econômica e financeira da entidade numa determinada data.

A tempestividade no reconhecimento das transações implica na necessidade de ado-

ção pela contabilidade de estimativas que produzam informações mais próximas da

realidade econômica, porque, se não se fizer, com certeza não se estará refletindo a

“visão verdadeira e justa” da entidade naquele momento. Além disso, sem esse reco-

nhecimento os registros contábeis e as demonstrações deles emanadas ficarão incom-

Page 95: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 11 – Princípios Fundamentais de Contabilidade  Prof. Moreira 

94

pletas, não contribuindo para que sejam úteis aos seus usuários em seu processo de-

cisório.

11.5 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Determina que componentes do Patrimônio devam ser registrados pelos valores origi-

nais das transações, ou seja, pelo valor da aquisição (valor de entrada dos bens, direi-

tos e obrigações), evitando eventuais subjetividades de avaliações dos itens movimen-

tados.

11.6 PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Segundo este princípio, os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional

devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão

formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Embora exigido pelo Conselho Federal de Contabilidade, por imposição legal, está pro-

ibido qualquer reconhecimento de efeitos inflacionários tanto para fins fiscais como so-

cietários. A isto equivale dizer que não se pode reconhecer nenhum tipo de correção

monetária de demonstrações contábeis, conforme era previsto na própria lei societária.

Deve ser lembrado que quando o Conselho Federal de Contabilidade definiu a lista de

princípios contábeis, o Brasil tinha uma trajetória histórica de inflação bastante elevada.

É importante enfatizar que segundo o Conselho Federal de Contabilidade o Princípio

de Atualização Monetária deve ser adotado somente quando a inflação acumulada no

triênio for de 100% ou mais.

11.7 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Consiste no fato de que as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do

resultado da empresa do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando

se relacionarem, independentemente de pagamento ou recebimento. Uma receita é

considerada realizada no momento em que os bens ou serviços são fornecidos pela

Page 96: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 11 – Princípios Fundamentais de Contabilidade  Prof. Moreira 

95

empresa a seu cliente, independente do recebimento do valor correspondente à venda.

Uma despesa é considerada incorrida no momento em que ocorra o consumo de bens

ou a utilização de serviços, independentemente do pagamento do valor devido.

11.8 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os

do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para o registro

contábil. Isto, é claro, resulta na obtenção do menor Patrimônio Líquido. A aplicação

desta convenção não deve, todavia, levar a excessos ou a situações classificáveis co-

mo manipulações do resultado.

11.9 O PRINCÍPIO DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA A fim de que a informação contábil represente fielmente a transação e outros eventos

que ela tem finalidade de representar, é necessário que os eventos sejam contabiliza-

dos e as informações sejam apresentadas de acordo com sua substância e realidade

econômica e não meramente com sua forma legal. Em outras palavras, deve a contabi-

lidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo, se for necessário para

tanto, a essência econômica em vez da forma legal.

Como exemplo, um contrato pode, juridicamente, estar atribuindo a forma de arrenda-

mento (leasing) a uma transação, mas a análise da realidade evidencia tratar-se, na

prática, de uma operação de compra e venda financiada. Assim, consciente do conflito

essência/forma, a contabilidade fica com a primeira.

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Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

96

CAPÍTULO 12

PLANO DE CONTAS

12.1 INTRODUÇÃO O Plano de Contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que serão utiliza-

das pela Contabilidade de uma empresa, sendo indispensável para o registro de todos

os fatos contábeis e servindo como parâmetro para a elaboração das demonstrações

contábeis.

Em outras palavras, o Plano de Contas é o instrumento que o profissional consulta

quando vai fazer o lançamento contábil, pois indica qual conta deve ser utilizada.

O Plano de Contas constitui-se num conjunto de normas, do qual deve fazer parte ain-

da, o Manual de Contas (descrição do funcionamento de cada conta, com comentários

e indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma delas).

Cada empresa terá seu próprio Plano de Contas, de acordo com sua atividade e seu

tamanho (micro, pequena, média ou grande). Não há razão, por exemplo, para uma

empresa prestadora de serviços ter uma conta de Estoque em seu Ativo Circulante,

pois, normalmente, ela não realizará operações com mercadorias. Portanto, na elabo-

ração do Plano de Contas, o contador deverá fazer constar as contas que serão movi-

mentadas pela contabilidade em decorrência das operações da empresa ou, ainda,

contas que, embora não movimentadas no presente, possuem perspectiva de serem

utilizadas no futuro.

O Plano de Contas não deve ser inflexível, mas sim permitir alterações ao longo do

tempo, de acordo com a evolução da empresa. Esta flexibilidade é a capacidade de o

Plano de Contas poder absorver novas contas durante o exercício social. Isto se faz

Page 98: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

97

necessário porque, muitas vezes, ocorrem fatos não-previstos por ocasião da sua ela-

boração, tais como: criação de novos tributos, lançamentos de novos produtos etc.

Na elaboração do Plano de Contas, devem ser levados em conta três objetivos:

• Atender as necessidades de informação da administração;

• Observar a Lei 6.404/76, que regula a elaboração do Balanço Patrimonial e das

demais demonstrações contábeis;

• Não ser excessivamente diferente dos modelos usualmente utilizados, visando

adaptar-se às exigências dos agentes externos à empresa e particularmente, às

regras da legislação do Imposto de Renda.

12.2 CODIFICAÇÃO DAS CONTAS O Plano de Contas é numerado ou codificado de forma racional. A codificação das con-

tas é elemento indispensável para contabilização através de processos eletrônicos. O

critério que iremos utilizar é o seguinte:

X. X. X. XX

Conta: 1.3.2.01 – Terrenos

1. 3. 2. 01

4º Grau: (dois dígitos que indicam a conta objeto de lançamento)

3º Grau: (um dígito que indica o subgrupo)

2º Grau: (um dígito que indica o grupo)

1º Grau: (um dígito que indica a estrutura)

4º Grau: Terrenos

3º Grau: Imobilizado

2º Grau: Ativo Não-Circulante

1º Grau: Ativo

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Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

98

12.3 DENOMINAÇÃO DAS CONTAS A denominação de uma conta deve ser adaptada à atividade específica de cada em-

presa. Entretanto, torna-se imprescindível a adequada denominação das mesmas, pelo

fato de que as demonstrações contábeis não são de utilização apenas da própria em-

presa; são também analisadas por auditores, fornecedores, instituições financeiras,

Fisco etc.

Denominações do tipo “Despesas Gerais” ou “Despesas Diversas” devem ser evitadas

tanto quanto possível, pois geram o agrupamento em uma só conta de fatos diversos

que deveriam estar registrados em contas específicas.

12.4 MODELO DE PLANO DE CONTAS

Veja a seguir um modelo de Plano de Contas de uma empresa comercial, ou seja, uma

pessoa jurídica que compra e revende mercadorias:

1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Disponibilidades

1.1.1.01 Caixa 1.1.1.02 Bancos Conta Movimento 1.1.1.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata

1.1.2 Clientes 1.1.2.01 Duplicatas a Receber 1.1.2.02 ( − ) Duplicatas Descontadas 1.1.2.03 ( − ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (Devedores Duvidosos)

1.1.3 Outros Créditos 1.1.3.01 Títulos a Receber 1.1.3.02 Empréstimos a Empregados 1.1.3.03 Adiantamentos Pagos a Fornecedores 1.1.3.04

1.1.4 Tributos a Recuperar/Compensar 1.1.4.01 ICMS a Recuperar 1.1.4.02 PIS a Recuperar 1.1.4.03 Cofins a Recuperar

Page 100: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

99

1.1.4.04 1.1.4.05

1.1.5 Estoques 1.1.5.01 Mercadorias para Revenda 1.1.5.02 Almoxarifado Administrativo 1.1.5.03

1.1.6 Despesas Antecipadas 1.1.6.01 Prêmios de Seguros a Vencer 1.1.6.02 Assinaturas e Anuidades 1.1.6.03

1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 1.2.1 Realizável a Longo Prazo

1.2.1.01 Duplicatas a Receber 1.2.1.02 Títulos a Receber 1.2.1.03 Empréstimos a Sócios, Administradores e Pessoas Ligadas 1.2.1.04 1.2.1.05

1.2.2 Investimentos 1.2.2.01 Participações em outras Cias. 1.2.2.02 Imóveis não Destinados ao Uso / Imóveis para Renda 1.2.2.03 Objetos de Arte 1.2.2.04 1.2.2.05

1.2.3 Imobilizado 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Edifícios e Construções 1.2.3.03 Instalações 1.2.3.04 Móveis e Utensílios 1.2.3.05 Máquinas e Equipamentos 1.2.3.06 Equipamentos de Informática 1.2.3.07 Ferramentas 1.2.3.08 Veículos 1.2.3.09 1.2.3.10 1.2.3.11 ( − ) Depreciação Acumulada de Edifícios e Construções 1.2.3.12 ( − ) Depreciação Acumulada de Instalações 1.2.3.13 ( − ) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios 1.2.3.14 ( − ) Depreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos 1.2.3.15 ( − ) Depreciação Acumulada de Equipamentos de Informática 1.2.3.16 ( − ) Depreciação Acumulada de Ferramentas 1.2.3.17 ( − ) Depreciação Acumulada de Veículos 1.2.3.18 1.2.3.19

Page 101: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

100

1.2.4 Intangível 1.2.4.01 Marcas e Patentes 1.2.4.02 Fundo de Comércio 1.2.4.03 1.2.4.04

2 PASSIVO 2.1 PASSIVO CIRCULANTE 2.1.1 Empréstimos e Financiamentos

2.1.1.01 Empréstimos Bancários 2.1.1.02 Financiamentos Bancários 2.1.1.03

2.1.2 Fornecedores 2.1.2.01 Fornecedores

2.1.3 Obrigações Tributárias 2.1.3.01 ICMS a Recolher 2.1.3.02 ISS a Recolher 2.1.3.03 Provisão para Imposto de Renda 2.1.3.04 Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro 2.1.3.05 Imposto de Renda na Fonte a Recolher 2.1.3.06 PIS a Recolher 2.1.3.07 Cofins a Recolher 2.1.3.08

2.1.4 Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias 2.1.4.01 Salários e Ordenados a Pagar 2.1.4.02 Pró−labore a Pagar 2.1.4.03 INSS a Recolher 2.1.4.04 FGTS a Recolher 2.1.4.05 Provisão para Férias 2.1.4.06 Provisão para 13º Salário 2.1.4.07 Comissões a Pagar 2.1.4.08 2.1.4.09 2.1.4.10 2.1.4.11

2.1.5 Outras Obrigações 2.1.5.01 Contas a Pagar 2.1.5.02 Energia Elétrica, Água e Telefone a Pagar 2.1.5.03 Aluguéis a Pagar 2.1.5.04 Seguros a Pagar 2.1.5.05 Promissórias a Pagar 2.1.5.06 Adiantamentos Recebidos de Clientes 2.1.5.07 Dividendos a Pagar

Page 102: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

101

2.1.5.08 2.1.5.09

2.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos e Financiamentos

2.2.1.01 Empréstimos Bancários 2.2.1.02 Financiamentos Bancários 2.2.1.03 Débitos com Sócios, Administradores e Pessoas Ligadas 2.2.1.04

2.2.2 Fornecedores 2.2.2.01 Fornecedores

2.2.3 Outras Obrigações 2.2.3.01 Contas a Pagar

2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.4.1 Capital Social

2.4.1.01 Capital Subscrito 2.4.1.02 ( − ) Capital a Integralizar

2.4.2 Reservas de Capital 2.4.2.01

2.4.3 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.4.3.01

2.4.4 Reservas de Lucros 2.4.4.01 Reserva Legal 2.4.4.02 Reserva de Lucros para Expansão 2.4.4.03

2.4.5 Ações em Tesouraria 2.4.5.01

2.4.6 Lucros / Prejuízos Acumulados 2.4.6.01 Lucros Acumulados 2.4.6.02 Prejuízos Acumulados

3 CONTAS DE RESULTADO − RECEITAS 3.1 RECEITAS 3.1.1 Receita Operacional Bruta

3.1.1.01 Receita de Vendas de Mercadorias 3.1.2 ( − ) Deduções da Receita Bruta

3.1.2.01 ( − ) Vendas Canceladas e Devoluções 3.1.2.02 ( − ) Descontos Incondicionais 3.1.2.03 ( − ) ICMS 3.1.2.04 ( − ) ISS 3.1.2.05 ( − ) Cofins 3.1.2.06 ( − ) PIS

3.1.3 Receitas Financeiras 3.1.3.01 Rendimentos de Aplicações Financeiras

Page 103: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

102

3.1.3.02 Juros de Mora Recebidos 3.1.3.03 Descontos Obtidos 3.1.3.04

3.1.4 Outras Receitas Operacionais 3.1.4.01 Receita de Equivalência Patrimonial 3.1.4.02 Receita de Dividendos 3.1.4.03

3.1.5 Outras Receitas (não-operacionais) 3.1.5.01 Lucros na Alienação de Imóveis 3.1.5.02 Lucros na Alienação de Móveis e Utensílios 3.1.5.03 3.1.5.04

4 CONTAS DE RESULTADO − CUSTOS E DESPESAS 4.1. CUSTOS 4.1.1 Custo das Vendas

4.1.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 4.2 DESPESAS 4.2.1 Despesas com as Vendas

4.2.1.01 Pro−Labore 4.2.1.02 Salários e Ordenados 4.2.1.03 13º Salário 4.2.1.04 Férias 4.2.1.05 INSS 4.2.1.06 FGTS 4.2.1.07 Indenizações e Aviso Prévio 4.2.1.08 Assistência Médica e Social 4.2.1.09 Vale Refeição 4.2.1.10 Vale Transporte 4.2.1.11 Comissões sobre Vendas 4.2.1.12 Propaganda e Publicidade 4.2.1.13 Fretes e Carretos 4.2.1.14 Brindes 4.2.1.15 Embalagens 4.2.1.16 Royalty 4.2.1.17 Despesas com Viagens e Representações 4.2.1.18 Despesas com Hospedagens 4.2.1.19 Despesas com Refeições 4.2.1.20 Aluguéis 4.2.1.21 Manutenção e Reparos 4.2.1.22 Telefone 4.2.1.23 Seguros 4.2.1.24 Despesas Postais

Page 104: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

103

4.2.1.25 Depreciações e Amortizações 4.2.1.26 Despesas com Devedores Insolventes 4.2.1.27 Despesas com Provisão para Devedores Duvidosos 4.2.1.28 4.2.1.29 4.2.1.30 Outras Despesas com Vendas

4.2.2 Despesas Gerais e Administrativas 4.2.2.01 Honorários da Diretoria 4.2.2.02 Pro Labore 4.2.2.03 Salários e Ordenados 4.2.2.04 13º Salário 4.2.2.05 Férias 4.2.2.06 INSS 4.2.2.07 FGTS 4.2.2.08 Indenizações e Aviso Prévio 4.2.2.09 Assistência Médica e Social 4.2.2.10 Vale Refeição 4.2.2.11 Vale Transporte 4.2.2.12 Cursos e Treinamentos 4.2.2.13 Aluguéis e Arrendamentos 4.2.2.14 Aluguéis de Imóveis 4.2.2.15 Aluguéis de Máquinas e Equipamentos 4.2.2.16 Arrendamento de Imóveis 4.2.2.17 Arrendamento Mercantil ( Leasing ) 4.2.2.18 Taxas Diversas 4.2.2.19 Energia Elétrica 4.2.2.20 Água e Esgoto 4.2.2.21 Telefone 4.2.2.22 Seguros 4.2.2.23 Material de Escritório 4.2.2.24 Material de Higiene e Limpeza 4.2.2.25 Depreciações e Amortizações 4.2.2.26 Livros, Jornais e Revistas 4.2.2.27 IPTU 4.2.2.28 IPVA 4.2.2.29 Bens não Ativados 4.2.2.30 Assistência Contábil 4.2.2.31 Honorários do Conselho Fiscal 4.2.2.32 Honorários do Conselho de Administração 4.2.2.33 4.2.2.34 4.2.2.35 4.2.2.36 Outras Despesas Administrativas

Page 105: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 12 – Plano de Contas  Prof. Moreira 

104

4.2.3 Despesas Financeiras 4.2.3.01 Tarifas Bancárias 4.2.3.02 Juros Passivos 4.2.3.03 Descontos Concedidos 4.2.3.04 IOF 4.2.3.05

4.2.4 Outras Despesas Operacionais 4.2.4.01 Despesa de Equivalência Patrimonial 4.2.4.02 Multas 4.2.4.03 4.2.4.04

4.2.5 Outras Despesas (não-operacionais) 4.2.5.01 Perdas na Alienação de Imóveis 4.2.5.02 Perdas na Alienação de Móveis e Utensílios 4.2.5.03 4.2.5.04

5 CONTAS DE APURAÇÃO 5.1 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1.1 Apuração do Resultado do Exercício

5.1.1.01 Apuração do Resultado do Exercício

Page 106: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

105

CAPÍTULO 13 DÉBITO E CRÉDITO

13.1 INTRODUÇÃO Débito na linguagem comum significa: dívida, situação negativa, estar devendo para

alguém etc. Já a palavra Crédito significa: ter crédito com alguém, situação positiva,

poder comprar a prazo etc. Entretanto, na terminologia contábil, essas palavras possu-

em vários significados, os quais raramente correspondem aos da linguagem comum.

13.2 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

Esse método, de uso universal, divulgado no século XV (1494) na cidade de Veneza,

Itália, pelo frade Lucca Paccioli, consiste no seguinte: “Não há devedor sem que haja

credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que cada débito corresponde um

crédito de igual valor”.

Assim, temos que, para todo fato contábil, ou seja, para todos os acontecimentos que

provocam variações nos valores patrimoniais, devemos registrar um débito e um crédi-

to correspondente, de mesmo valor.

13.3 NATUREZA DAS CONTAS

No Balanço Patrimonial, as contas do Ativo foram naturalmente posicionadas do lado

esquerdo e as do Passivo do lado direito. Assim:

• As contas do Ativo são de natureza Devedora;

• As contas do Passivo são de natureza Credora.

Page 107: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

106

Contas Patrimoniais

ATIVO = DÉBITO PASSIVO = CRÉDITO

Circulante Circulante

Não-Circulante Não-Circulante

Patrimônio Líquido

Posicionando as contas de resultado em forma de T, temos que:

• As contas de Despesas são de natureza Devedora;

• As contas de Receitas são de natureza Credora.

Contas de Resultado

DÉBITO CRÉDITO

Despesas Receitas

Para identificar facilmente a conta a ser debitada ou creditada, observe o quadro a se-

guir:

Contas Natureza Para o Saldo

Aumentar Diminuir

Ativo Devedora D C

Ativo (retificadora) Credora C D

Passivo Credora C D

Passivo (retificadora) Devedora D C

Receitas Credora C D

Despesas e Custos Devedora D C

D – Debitar ou Débito

C – Creditar ou Crédito

Page 108: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

107

13.4 RAZONETE

O razonete também é conhecido pelo seu formato muito parecido com a letra “T” mai-

úscula. É bastante comum a expressão “razonetes em forma de T”. Veja o formato

mais comum de um razonete:

Sobre a linha horizontal coloca-se o nome da conta, normalmente acompanhado da

identificação do grupo ou subgrupo a que ela pertence, e, na maioria das vezes, sem o

número.

Do lado esquerdo são colocados os lançamentos a Débito e, conseqüentemente, do

lado direito, os lançamentos a crédito.

Importante, se existir saldo inicial, esse será colocado na primeira linha da coluna a que

se referir (esquerda para saldo devedor e direita para saldo credor).

Na frente dos valores dos lançamentos na coluna de débitos, lado esquerdo do valor,

coloca-se o número do lançamento entre parênteses ou dentro de uma “bolinha” e, na

coluna da direita, coloca-se o número do lançamento após o valor do lançamento a

crédito, também entre parênteses ou dentro de uma “bolinha”.

Transcritos todos os lançamentos para o razonete, fecham-se as colunas passando-se

um traço logo após o último lançamento feito, exatamente como uma soma, e logo a

seguir, na linha de baixo, coloca-se o valor obtido na soma de cada uma das colunas.

Feito isso, passa-se um outro traço abaixo das somas e apura-se o saldo por meio da

subtração do valor maior pelo valor menor. O valor do saldo deve ficar na coluna cujo

valor da soma for maior. Assim temos:

Page 109: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

108

NOME DA CONTA Saldo Anterior Devedor Saldo Anterior Credor

(se houver) (se houver)

Lançamentos a Débito Lançamentos a Crédito (n.°) XX.XXX,XX XX.XXX,XX (n.°) (n.°) XX.XXX,XX XX.XXX,XX (n.°)

Soma da Coluna Soma da Coluna Saldo Devedor Saldo Credor

Se a soma da coluna da Se a soma da coluna da direita

esquerda for maior do que a for maior do que a soma da soma da coluna da direita coluna da esquerda

Para exemplificar, vamos colocar na forma de razonete a conta “Caixa”:

Caixa (AC) (AS) 1.000,00 (10) 100,00

200,00 (14) 500,00 (21)

(21) 1.100,00 700,00 (22) 400,00

Nota: (SA) = Saldo Anterior

(AC) = Ativo Circulante

13.5 EXEMPLO PRÁTICO 1) Constituição da Sociedade conforme Contrato Social devidamente registrado na

Junta Comercial, com um Capital no valor de R$ 80.000,00 em dinheiro:

Page 110: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

109

Caixa (AC) Capital Subscrito (PL) (1) 80.000,00 80.000,00 (1)

2) Compras à vista (em dinheiro) de Móveis e Utensílios no valor de R$ 3.000,00:

Móveis e Utensílios (ANC) Caixa (AC) (2) 3.000,00 (1) 80.000,00 3.000,00 (2)

3) Compra à vista (em dinheiro) de Automóveis no valor de R$ 25.000,00:

Veículos (ANC) Caixa (AC) (3) 25.000,00 (1) 80.000,00 3.000,00 (2)

25.000,00 (3)

4) Compra à vista (em dinheiro) de Mercadorias para Revenda no valor de R$

20.000,00:

Mercadorias para Revenda (AC) Caixa (AC) (4) 20.000,00 (1) 80.000,00 3.000,00 (2)

25.000,00 (3) 20.000,00 (4)

Page 111: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

110

5) Compras de Mercadorias a prazo, mediante aceite de Duplicatas, no valor de R$

30.000,00:

Mercadorias para Revenda (AC) Fornecedores (PC) (4) 20.000,00 30.000,00 (5) (5) 30.000,00

6) Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000,00:

Fornecedores (PC) Caixa (AC) (6) 10.000,00 30.000,00 (5) (1) 80.000,00 3.000,00 (2)

25.000,00 (3) 20.000,00 (4) 10.000,00 (6)

Apurando-se os saldos dos razonetes, temos:

Caixa (AC) (1) 80.000,00 3.000,00 (2)

25.000,00 (3) 20.000,00 (4) 10.000,00 (6)

(1) 80.000,00 58.000,00 (1) (*) 22.000,00

Mercadorias para Revenda (AC)

(4) 20.000,00 (5) 30.000,00 (1) 50.000,00 (1)

Móveis e Utensílios (ANC) (2) 3.000,00

Page 112: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 13 – Débito e Crédito  Prof. Moreira 

111

Veículos (ANC) (3) 25.000,00

Fornecedores (PC) (8) 10.000,00 30.000,00 (5)

20.000,00 (!)

Capital Subscrito (PL) 80.000,00 (1)

Montando o Balanço Patrimonial:

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 22.000,00 Fornecedores 20.000,00 Mercadorias 50.000,00 Não-Circulante Patrimônio Líquido Imobilizado Capital Subscrito 80.000,00 Móveis e Utensílios 3.000,00 Veículos 25.000,00 Total do Ativo 100.000,00 Total do Passivo 100.000,00

Page 113: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 14 – Balancete de Verificação  Prof. Moreira 

112

CAPÍTULO 14 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

14.1 INTRODUÇÃO Periodicamente, os responsáveis pela contabilidade devem verificar se os lançamentos

contábeis realizados no período estão corretos.

Uma técnica bastante utilizada para atingir este objetivo é o Balancete de Verificação.

Entretanto, este instrumento, embora muito útil, não poderá detectar todos os erros que

possam existir. O balancete, além de auxiliar na detecção de erros, pode ser útil na

tomada de decisões, dada a inconveniência de se levantar balanço em períodos muito

curtos.

O balancete nada mais é, do que um resumo ordenado de todas as contas utilizadas

pela contabilidade. Possui como base o método das partidas dobradas: “não haverá

débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)”. Portanto, somando-se todos os débitos,

por um lado, e todos os créditos, por outro, o total de ambos será sempre o mesmo.

Dessa forma, descobrimos se os lançamentos a débito e a crédito foram realizados

adequadamente ou não.

14.2 EXEMPLO DE BALANCETE

Será apresentado a seguir um exemplo com três lançamentos contábeis e, em seguida,

a exatidão dos mesmos através do Balancete de Verificação.

A Cia. Mundial foi formada em Jan/2002, e foram verificadas as seguintes operações:

Page 114: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 14 – Balancete de Verificação  Prof. Moreira 

113

1. Formação de Capital aplicado no Caixa: R$ 1.500.000,00

2. Compra de Estoques a vista: R$ 500.000,00

3. Compra de Móveis e Utensílios a vista: R$ 300.000,00

Caixa (AC) Capital Subscrito (PL) (1) 1.500.000 500.000 (2) 1.500.000 (1)

300.000 (3) 1.500.000 (!)

1.500.000 800.000 (2) 700.000

Móveis e Utensílios (ANC) Estoques (AC) (3) 300.000 (2) 500.000 300.000 500.000

Balancete de Verificação em 31/01/2002 Cia. Mundial

Contas Movimento Saldos

Débito Crédito Devedores Credores Caixa 1.500.000 800.000 700.000 Capital Subscrito 1.500.000 1.500.000Móveis e Utensílios 300.000 300.000 Estoques 500.000 500.000

Total 2.300.000 2.300.000 1.500.000 1.500.000

O modelo de balancete supra, contém o movimento a débito e a crédito de cada conta

e o respectivo saldo. O modelo a seguir contém apenas os saldos. Ambas as formas

podem ser utilizadas. É exigido que o balancete contenha, no mínimo, os saldos das

contas, ou seja, o movimento a débito e a crédito não é exigido.

Page 115: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 14 – Balancete de Verificação  Prof. Moreira 

114

Contas Saldos

Devedores Credores Caixa 700.000 Capital Subscrito 1.500.000 Móveis e Utensílios 300.000 Estoques 500.000

Total 1.500.000 1.500.000

Dependendo da necessidade da empresa, o balancete pode conter seis colunas, apre-

sentando os saldos do balancete anterior, os movimentos e os saldos atuais:

Contas Saldos do mês

anterior Movimento Saldos do final do mês

Devedores Credores Débito Crédito Devedores CredoresCaixa Capital

As contas com saldo zero podem ou não constar do balancete, de acordo com os inte-

resses dos usuários.

14.3 IDENTIFICAÇÃO DO ERRO

Se a soma dos débitos não é igual à soma dos créditos, os registros contábeis estão

incorretos. O contador, por sua vez, deverá averiguar onde está o erro, o quem nem

sempre é uma tarefa fácil, pois é um trabalho de pesquisa junto aos lançamentos con-

tábeis realizados. Havendo diferenças no balancete, não se deve prosseguir o trabalho

até solucionar o problema. Pode-se depreender, também, que quanto menor for o perí-

odo de abrangência do balancete, mais eficiente será a contabilidade.

14.4 ERROS NÃO DETECTADOS

Se no exemplo anterior, a conta de Móveis e Utensílios corresponder a compra de Má-

quinas de Equipamentos, temos um lançamento efetuado em conta indevida, sendo

que este tipo de erro não é identificado, pois os totais do balancete são idênticos.

Page 116: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 14 – Balancete de Verificação  Prof. Moreira 

115

Outro tipo de erro não evidenciado é a inversão num lançamento, de débito por crédito

e de crédito por débito, simultaneamente. Como exemplo, numa operação em que de-

vesse ser debitada a conta Estoques e creditada a conta Bancos, o contador invertes-

se: debitasse Bancos e creditasse Estoques, os totais do balancete seriam os mesmos,

mas o lançamento estaria incorreto.

Page 117: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

116

CAPÍTULO 15 APURAÇÃO DO RESULTADO

15.1 CONTAS DE RESULTADO

Contas de Resultado são basicamente as contas de Receitas, Custos e Despesas, que

periodicamente (normalmente anualmente) são confrontadas para apurar-se o Lucro

(Receitas > Despesas) ou Prejuízo (Despesas > Receitas).

Despesas de Salários 16.000

Despesas de Materiais de Escritório

7.000

Receita de Vendas de Mercadorias 45.000

15.2 CONTABILIZAÇÃO DAS CONTAS DE RESULTADO

É fácil compreender que toda Receita aumenta o Lucro, ou seja, quanto maior a Recei-

ta, maior o lucro. Sendo o Lucro uma conta do Passivo (Patrimônio Líquido), podemos

concluir ainda que, quanto maior a Receita, maior será o Patrimônio Líquido. Ora, as

regras de contabilização definem que o Passivo deve ser creditado pelos aumentos e

debitado pelas diminuições. Portanto, se toda receita aumenta o Patrimônio Líquido,

Page 118: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

117

toda receita deverá ser creditada (primeira regra). Inversamente à Receita, toda Des-

pesa ou Custo reduz o lucro, e conseqüentemente o Patrimônio Líquido. Se toda des-

pesa ou custo reduz o Patrimônio Líquido, ambas devem ser debitadas.

Contas de Receita

Diminui

Aumenta

Contas de Despesa

Aumenta

Diminui

15.3 ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO Conforme exigência legal, ao final do exercício, as empresas estão obrigadas a encer-rar todas as contas de resultado (despesas e receitas), no momento do confronto

das despesas com receitas para apurar o resultado. Com o encerramento das contas

de receitas e despesas, as contas de resultado ficam com saldo ZERO para o início

do próximo período contábil. Assim, começa-se a acumular receita e despesa do exercício até o final do exercício, em que novamente serão encerradas as contas de

resultado, apurando-se o lucro ou prejuízo, e assim sucessivamente.

–+

+–

Page 119: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

118

15.4 LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO

A técnica é muito simples:

• Abre-se uma conta transitória com o título de “Apuração do Resultado do Exer-

cício (ARE)”, em que se realiza o confronto de despesas e receitas;

• Transfere-se os saldos das contas de Receitas e Despesas para a Conta de Re-

sultados (ARE). Nesta transferência encerram-se as contas de Receita e Despe-

sa (assim para o ano seguinte, inicia-se a acumulação de despesa e receita no-

vamente). Para encerrar as contas de despesas, basta creditar valor idêntico (a

contrapartida será débito de ARE). Para encerrar a conta de Receita, basta debi-

tar valor idêntico (a contrapartida será crédito de ARE).

15.5 APURAÇÃO DO RESULTADO Se o total das receitas for maior que o total das despesas, haverá lucro; caso contrário,

prejuízo. O saldo maior no lado da receita indica contabilmente lucro:

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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Apur. Res. Exercício 16.000 45.000 7.000 23.000 45.000

22.000

15.6 CONTABILIZAÇÃO DO RESULTADO

A conta ARE (Apuração do Resultado do Exercício) é meramente transitória, servindo

única e exclusivamente para a apuração do Resultado do Exercício. Dessa forma, esta

conta não figura no Balanço Patrimonial, e o seu saldo deve ser transferido para a con-

ta Lucros Acumulados.

Para zerar a conta ARE, deve-se debitá-la pelo valor total. Com esse lançamento a dé-

bito, encerra-se a conta Resultados (ARE), uma vez que já cumpriu sua missão: con-

frontar despesa com receita e apurar o resultado (Lucro ou Prejuízo). Pelo método das

partidas dobradas sabe-se que para todo débito há um crédito correspondente de

mesmo valor, assim credita-se a conta Lucros Acumulados.

Se houvesse prejuízo, o saldo da conta ARE seria devedor; portanto o lançamento se-

ria ao contrário: crédito da conta ARE e débito de Prejuízos Acumulados. Exemplo:

(Receita) (Despesas)

(Saldo)

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

120

A conta de Prejuízos Acumulados faz parte do Patrimônio Líquido com sinal negativo

(18.600), ou seja, reduz os investimentos dos proprietários.

15.7 DESTINAÇÃO DO LUCRO

A Lei 10.303/01 acrescentou o parágrafo 6.º ao artigo 202 da Lei 6.404/76, determi-

nando que os lucros não destinados a constituição de reservas de lucros deverão ser

obrigatoriamente distribuídos como dividendos.

Dessa forma, apurando-se Lucro em determinado exercício, após ele ser transferido

para a conta Lucros Acumulados, será distribuído desta para outras contas, atendendo

a legislação vigente e as normas estatutárias.

Assim sendo, Lucros Acumulados possui natureza absolutamente transitória, e será

utilizada para servir de contrapartida às reversões das reservas de lucros e às destina-

ções do lucro.

15.7.1 Dividendos Os dividendos correspondem à parcela do lucro líquido distribuída aos acionistas, na

proporção da quantidade de ações detida, ao fim de cada exercício social. Normalmen-

te os dividendos são estabelecidos no estatuto da companhia como um percentual so-

bre os lucros.

Se o estatuto não mencionar o percentual do dividendo a ser distribuído, a empresa é

obrigada a distribuir 50% do lucro líquido ajustado 18 (lucro líquido – reserva legal).

18 De acordo com o art. 202 da Lei 6.404/76, o lucro líquido ajustado corresponde ao lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido da importância destinada à constituição da reserva legal e da importân-cia destinada à formação da reserva para contingências e reversão da mesma reserva formada em exer-

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

121

15.7.2 Reserva Legal A reserva legal corresponde à parcela do lucro líquido que, no final do exercício, é reti-

da por determinação da Lei 6.404/76 com o fim de manter a integridade do capital soci-

al.

O artigo 193 da Lei 6.404/76 dispõe que “do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por

cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva

legal, que não excederá de 20% do capital social”.

A reserva legal pode ser utilizada para aumento de capital ou absorver prejuízos.

15.7.3 Reserva de Lucros para Expansão As reservas de lucros para expansão têm a finalidade de separar parte do lucro líquido

do exercício visando manter (reter) tais recursos na companhia para aplicação em pro-

jetos de expansão. A finalidade dessa reserva é evitar a distribuição de dividendos adi-

cionais aos obrigatórios.

O valor da reserva deverá ser revertido (devolvido) para a conta Lucros ou Prejuízos

Acumulados, quando completado o período de implantação da expansão. Também po-

derá ser utilizada para aumento de capital ou para compensar prejuízos contábeis.

É também conhecida por Reserva de Retenção de Lucros, Reserva para Investimentos

ou Reserva Orçamentária.

15.7.4 Limite das Reservas de Lucros

O saldo das reservas de lucros (Reserva Legal e Reserva de Lucros para Expansão),

não poderá ultrapassar o valor do capital social. Atingindo esse limite, a assembléia

cícios anteriores. O art. 195-A da referida Lei dispõe ainda que a reserva de incentivos fiscais poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. Esses e outros detalhes serão objeto de outra dis-ciplina.

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

122

deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital

social ou na distribuição de dividendos.

15.7.5 Exemplo de Destinação do Lucro A empresa XPTO apurou no exercício de X1 um lucro líquido de R$ 22.000. Efetuar a

destinação do lucro sabendo-se que o estatuto da companhia prevê a distribuição de

20% do lucro aos acionistas (dividendos):

Lucro Líquido 22.000 ( − ) Reserva Legal - 5% (1.100) Base de Cálculo dos Dividendos 20.900 ( − ) Dividendos - 20% (4.180) Reserva de Lucros para Expansão 16.720

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

123

15.8 ESTUDO DE CASO

15.8.1 Lançamentos nos Razonetes

a) Em 02/12/01 a empresa Mac Bond Ltda. constitui-se com Capital no valor de R$

50.000,00, realizado em dinheiro:

Caixa (AC) Capital Subscrito (PL) (a) 50.000 50.000 (a)

b) Em 02/12/01 a empresa depositou no banco o valor de R$ 45.000,00, ficando

com uma reserva em caixa de R$ 5.000,00:

Bancos c/ Movimento (AC) Caixa (AC) (b) 45.000 (a) 50.000 45.000 (b)

c) Em 03/12/01 a empresa adquiriu, a prazo, 1000 Kg de mercadorias para reven-

da no valor total de R$ 3.000,00 (não considerar impostos):

Mercadorias para Revenda (AC) Fornecedores (PC) (c) 3.000 3.000 (b)

d) Em 04/12/01 a empresa comprou 500 Kg de mercadorias para revenda no valor

de R$ 1.500,00, pago através de emissão de cheque (não considerar impostos):

Mercadorias para Revenda (AC) Bancos c/ Movimento (AC) (c) 3.000 (b) 45.000 1.500 (d) (d) 1.500

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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e) Em 09/12/01 comprou uma máquina no valor de R$ 1.500,00, pago através de

cheque:

Máquinas (ANC) Bancos c/ Movimento (AC) (e) 1.500 (b) 45.000 1.500 (d)

1.500 (e)

f) Em 10/12/01 pagou aluguel no valor de R$ 1.000,00, por meio de emissão de

cheque:

Aluguéis (DA) Bancos c/ Movimento (AC)

(f) 1.000 (b) 45.000 1.500 (d) 1.500 (e) 1.000 (f)

g) Em 15/12/01 pagou através de emissão de cheque, R$ 3.000,00 ao primeiro for-

necedor:

Fornecedores (PC) Bancos c/ Movimento (AC)

(g) 3.000 3.000 (c) (b) 45.000 1.500 (d) 1.500 (e) 1.000 (f) 3.000 (g)

h) Em 16/12/01 vendeu 1.200 kg de mercadorias em estoque ao preço de R$

9.000,00 (Obs.: O CMV – Custo das Mercadorias Vendidas é de R$ 3.600,00), a

vista (não considerar impostos):

Pelo Reconhecimento da Receita (Princípio de Competência):

Caixa (AC) Receita de Vendas (R)

(a) 50.000 45.000 (b) 9.000 (h) (h) 9.000

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

125

Pela baixa nos estoques:

Custo das Mercadorias Vendidas (C)

Mercadorias para Revenda (AC)

(h) 3.600 (c) 3.000 3.600 (h) (d) 1.500

i) Em 19/12/01 fez um saque no valor de R$ 2.500,00, para reforçar o caixa:

Caixa (AC) Bancos c/ Movimento (AC) (a) 50.000 45.000 (b) (b) 45.000 1.500 (d) (h) 9.000 1.500 (e) (i) 2.500 1.000 (f)

3.000 (g) 2.500 (i)

j) Em 20/12/01 pagou através de transferência bancária, Comissões aos vendedo-

res no valor de R$ 300,00, referentes a venda realizada:

Comissões (DV) Bancos c/ Movimento (AC) (j) 300 (b) 45.000 1.500 (d)

1.500 (e) 1.000 (f) 3.000 (g) 2.500 (i) 300 (j)

k) Em 30/12/01 pagou salários do pessoal do escritório no valor de R$ 2.750,00, a-

través de transferência bancária:

Salários (DA) Bancos c/ Movimento (AC) (k) 2.750 (b) 45.000 1.500 (d)

1.500 (e) 1.000 (f) 3.000 (g) 2.500 (i) 300 (j) 2.750 (k)

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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l) Em 30/12/01 pagou honorários do Contador no valor de R$ 150,00, com dinheiro

do Caixa:

Assistência Contábil (DA) Caixa (AC)

(l) 150 (a) 50.000 45.000 (b) (h) 9.000 150 (l) (i) 2.500

15.8.2 Primeiro Balancete de Verificação

Contas Saldos

Devedores Credores Caixa 16.350 - Bancos conta Movimento 32.450 - Mercadorias para Revenda 900 - Máquinas 1.500 - Fornecedores - - Capital Subscrito - 50.000 Receita de Vendas - 9.000 Custo das Mercadorias Vendidas 3.600 - Aluguéis 1.000 - Assistência Contábil 150 - Comissões 300 - Salários 2.750 -

Total 59.000 59.000

15.8.3 Lançamentos de Encerramento

Custo das Mercadorias Vendidas (C)

Comissões (DV)

3.600 3.600 (a) 300 300 (d)

Aluguéis (DA) Salários (DA) 1.000 1.000 (b) 2.750 2.750 (e)

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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Assistência Contábil (DA) Receita de Vendas (R)

150 150 (c) (f) 9.000 9.000

ARE (Transitória) (a) 3.600 9.000 (f) (b) 1.000 (c) 150 (d) 300 (e) 2.750

7.800 9.000 1.200

15.8.4 Contabilização do Resultado

Lucros Acumulados (PL) ARE (Transitória) 1.200 (g) 3.600 9.000 1.000 150 300 2.750 7.800 9.000 (g) 1.200 1.200

15.8.5 Distribuição do Resultado

Lucro Líquido 1.200 ( − ) Reserva Legal - 5% (60) Base de Cálculo dos Dividendos 1.140 ( − ) Dividendos - 25% (285) Reserva de Lucros para Expansão 855

Reserva Legal (PL) Lucros Acumulados (PL) 60 (h) (h) 60 1.200 ( i) 285 ( j) 855

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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Dividendos a Pagar Reserva de Lucros para Expansão (PL)

285 (i) 855 (j)

15.8.6 Balancete Final

Contas Saldos

Devedores Credores Caixa 16.350 - Bancos conta Movimento 32.450 - Mercadorias para Revenda 900 - Máquinas 1.500 - Fornecedores - - Dividendos a Pagar - 285 Capital Subscrito - 50.000 Reserva Legal - 60 Reserva de Lucros para Expansão - 855

Total 51.200 51.200

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Capítulo 15 – Apuração do Resultado  Prof. Moreira 

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15.8.7 Demonstração do Resultado e Balanço Patrimonial

Receita Operacional Bruta 9.000 ( − ) Impostos sobre Vendas -

( − ) Devoluções -

( − ) Abatimentos e Descontos Incondicionais -

Receita Operacional Líquida 9.000 ( − ) Custo das Vendas (3.600)

Lucro Bruto 5.400 ( − ) Despesas com as Vendas (300)

( − ) Despesas Gerais e Administrativas (3.900)

Resultado Operacional 1.200 ( + ) Outras Receitas -

( − ) Outras Despesas -

Resultado Antes do IR e CS 1.200 ( − ) Imposto de Renda -

( − ) Contribuição Social -

Resultado Antes das Participações 1.200 ( − ) Participações -

Resultado Líquido 1.200

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 16.350 Dividendos a Pagar 285 Bancos c/ Movimento 32.450 Mercadorias p/ Rev. 900 Patrimônio Líquido Não-Circulante Capital Subscrito 50.000 Imobilizado Reserva Legal 60 Máquinas 1.500 Res. de Lucros p/ Exp. 855 Total do Ativo 51.200 Total do Passivo 51.200

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Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

130

CAPÍTULO 16 DEPRECIAÇÃO

16.1 IMOBILIZADO

O Ativo Não-Circulante divide-se em quatro grupos: Realizável a Longo Prazo, Investi-

mentos, Imobilizado e Intangível. Analisaremos cuidadosamente o Imobilizado. Enten-

de-se por Ativo Imobilizado todo ativo que se utiliza na operação dos negócios de uma

empresa e que não se destina à venda. Três informações importantes devem coexistir

para que possamos classificar um Ativo Imobilizado:

a) Ser utilizado na operação dos negócios;

b) Não se destinar à venda;

c) Vida útil longa (acima de 1 ano).

O gasto de aquisição de bens pode ser diretamente deduzido como custo ou despesa

operacional nas seguintes hipóteses (em relação às quais não é necessário o registro

no Ativo Imobilizado para posterior depreciação):

• Se o prazo de vida útil do bem não ultrapassar um ano, independente do valor

de aquisição; ou

• Se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a R$ 326,61, mesmo que o

prazo de vida útil seja superior a 1 ano. Para efeito da dedução direta como cus-

to ou despesa, é imprescindível que o bem, por si só, preste ou tenha condições

de prestar utilidade. Assim, por exemplo, na aquisição de uma mesa para o es-

critório, o bem (a mesa), individualmente, atende às necessidades a que se

presta. Por outro lado, na aquisição de telhas, tijolos para a construção não pode

ser tomado o valor unitário de cada um desses bens, pois cada um, singular-

mente considerado, não perfaz o critério de utilidade, que resultará da constru-

ção, ou seja, do conjunto de bens. Portanto, a construção deverá ser registrada

no Ativo Imobilizado podendo ser depreciada.

Page 132: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

131

Assim, se adquirirmos uma ferramenta, cuja vida útil seja inferior a um ano (por exem-

plo, quatro meses), contabilizaremos diretamente como despesa do período (DRE),

pois só beneficiará a empresa por um exercício, não sendo, portanto, classificada no

Imobilizado.

Ao se efetuar melhorias em bens do Ativo Imobilizado, através de reforma ou substitui-

ção de partes que contribuam para o aumento da vida útil ou da capacidade produtiva,

o custo da melhoria deve ser adicionado ao valor do bem. No entanto, os gastos de

manutenção e reparos que não aumentam a vida útil do bem ou a capacidade de pro-

dução devem ser contabilizados como despesas do período.

Um bem pode ser classificado como ativo imobilizado em uma empresa e não ser as-

sim considerado em outra, cujas características de negócios sejam diferentes:

a) Veículos são classificados como Ativo Imobilizado numa companhia de transpor-

tes, enquanto na empresa automobilística os veículos destinados à venda são

considerados Ativo Circulante;

b) Edifícios são considerados Imobilizado para uma indústria que os utiliza como

sede, fábrica, escritório. Porém, os de propriedade de uma companhia imobiliá-

ria ou de uma incorporadora não são considerados Ativos Imobilizados aqueles

que se destinam à venda.

16.2 MANUTENÇÃO E REPAROS NO ATIVO IMOBILIZADO

Para os bens classificados no Imobilizado temos que incorrer a certos gastos para mantê-lo (manutenção) ou recolocá-los em condições normais de uso. Gastos de Ma-

nutenção e Reparos normalmente não aumentam a vida útil do bem ou sua capacidade

produtiva, sendo contabilizados como despesas do período, e não adicionados ao imo-

bilizado.

Page 133: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

132

16.3 MELHORIAS NO ATIVO IMOBILIZADO Através de uma reforma ou substituição de partes do bem que contribua para o au-

mento da vida útil ou da capacidade produtiva há a ocorrência de melhoria no Ativo

Imobilizado. Nesse caso, adicionaremos o custo da melhoria ao valor do bem.

16.4 IMOBILIZADO EM ANDAMENTO Deverão constar do Imobilizado certas imobilizações que se encontram em formação

(andamento) e no futuro entrarão em uso para a empresa. No caso de construções

em andamento, são classificadas as obras do período de sua construção e instalação

até o momento em que entram em operação. Note que o imobilizado em andamento

não deverá ser depreciado até entrar em efetiva operação.

16.5 DEPRECIAÇÃO A depreciação representa a importância correspondente à diminuição do valor dos

bens resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal. Con-

tabilmente, depreciar consiste em considerar como Despesa ou Custo de um período,

parte do valor gasto na compra dos bens de uso da empresa.

Os bens sujeitos à depreciação são os corpóreos (tangíveis, materiais), como por e-

xemplo, computadores, móveis e utensílios, imóveis (construções), instalações, veícu-

los etc., figurados no Ativo Imobilizado.

Não podem ser depreciados: os Terrenos, as Obras de Arte e Antiguidades (que nor-

malmente aumentam de valor com o tempo), os prédios e construções não alugados

nem utilizados na produção dos rendimentos da pessoa jurídica, bem como os destina-

dos à revenda.

Quando a empresa compra bens para uso próprio, ela efetua um gasto. Esse gasto não

pode ser contabilizado como Despesa no momento em que foi efetuada a compra, por-

que trará benefícios futuros. Entretanto, esses bens, sendo utilizados pela empresa,

desgastam-se e perdem valor. Por esse motivo é feita a depreciação. Por meio dela, a

empresa pode considerar como despesa o valor gasto na aquisição dos bens de uso.

Page 134: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

133

As causas que justificam a depreciação são:

a) Desgaste pelo uso: você compra um automóvel hoje. Daqui a cinco anos ou

seis anos esse automóvel, sendo usado diariamente, não terá o mesmo rendi-

mento quando novo;

b) Ações da natureza: o próprio automóvel anteriormente citado, por ficar exposto

ao sol, à chuva, sofre essas influências climáticas e se desgasta;

c) Obsolescência: antigamente existiam as calculadoras manuais, grandes e de

difícil manejo e transporte. Hoje, temos calculadoras muito mais eficientes e em

tamanhos incomparavelmente menores. Além desses motivos, e por tais bens serem usados pelas empresas em vários exercí-

cios sociais, é correto que se incorpore ao custo de cada exercício uma parcela do va-

lor gasto na aquisição desses bens, ao longo do período estimado de sua vida útil.

16.6 TAXAS ANUAIS DE DEPRECIAÇÃO A taxa anual de depreciação é fixada em função do prazo durante o qual se possa es-

perar utilização econômica do bem pela pessoa jurídica na produção de seus rendi-

mentos. Assim, se um bem pode ter a duração de 5 anos, admite-se uma taxa anual de

20%, isto porque a taxa anual corresponde à divisão de 100% pelo número de anos do

prazo de vida útil do bem. A Instrução Normativa SRF n.º 162 de 31/12/1998, aprovou

uma extensa relação de bens, com os respectivos prazos normais de vida útil e taxas

anuais de depreciação admitidos, que foi ampliada pela Instrução Normativa SRF n.º

130, de 10/11/1999.

Contas Vida Útil

(anos) Taxa anual

Edifícios e Construções 25 4% Ferramentas 5 20% Máquinas, Equipamentos e Instalações 10 10% Móveis e Utensílios 10 10% Veículos 5 20% Tratores 4 25% Sistema de Processamento de Dados 5 20%

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Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

134

16.7 QUOTA DE DEPRECIAÇÃO A quota de depreciação, que pode ser registrada na escrituração como custo ou des-

pesa operacional, é determinada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação

sobre o custo de aquisição dos bens depreciáveis.

16.8 DEPRECIAÇÃO PERANTE O IMPOSTO DE RENDA Para efeito do imposto de renda, a Depreciação não é obrigatória; todavia, é interes-

sante que a empresa a faça para pagar menos imposto de renda, e para apresentar um

lucro mais próximo da realidade. Contudo, se o contribuinte deixar de depreciar num

exercício, não poderá no exercício seguinte, fazê-lo acumuladamente. A depreciação

efetuada fora do exercício em que ocorreu a utilização dos bens do ativo não é dedutí-

vel para fins do Imposto de Renda.

As empresas poderão usar taxas superiores às fixadas pela legislação desde que com-

provem, mediante laudo pericial de órgão técnico, sua adequação ao tempo de vida útil

do bem. Caso não disponham do referido laudo, o excesso de depreciação deverá ser

adicionado ao lucro líquido, na parte A do LALUR, para fins de apuração das bases de

cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social.

16.9 DEPRECIAÇÃO ACELERADA As taxas de depreciação fixadas pela legislação do Imposto de Renda são para uma

jornada normal de trabalho (turno de 8 horas). Portanto, quando ocorrer a adoção de

dois ou três turnos de 8 horas, quanto aos bens móveis comprovadamente utilizados,

poderão ser adotadas os coeficientes de aceleração de 1,5 para dois turnos e 2 para

três turnos. Isso porque é admissível que o uso intensivo do bem acelera a redução de

sua vida útil.

Turnos Coeficiente

Um turno de 8 horas 1,0 Dois turnos de 8 horas 1,5 Três turnos de 8 horas 2,0

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Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

135

16.10 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

a) Método das Quotas Constantes (Sistema Linear): a depreciação é calculada

dividindo-se o valor a ser depreciado pelo prazo de vida útil do bem. Esse méto-

do, também chamado de linear, é adotado pela maioria das empresas. Sua fór-

mula é a seguinte:

Quota de Depreciação = Valor do Bem

Período de Vida Útil

ou

Quota de Depreciação = Valor do Bem × Taxa de Depreciação

100

b) Método das Soma dos Dígitos dos Anos (Método de Cole ou SOYD): pro-

porciona quotas de depreciação maiores no início e menores no fim de vida útil.

É calculado da seguinte forma:

• Somam-se os algarismos que compõe o número de vida útil do bem. No caso

de um bem, cujo prazo de vida útil seja de 5 anos, teríamos:

5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15

• A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma

dos algarismos (15, no exemplo anterior), e o numerador é, para o primeiro

ano, (n), para o segundo (n – 1), para o terceiro (n – 2), para o quarto (n – 3)

e para o quinto (n – 4), em que n é o número de anos de vida útil.

16.11 EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO O Balanço Patrimonial da Papelaria Moreira Ltda., em 31/12/X1, era assim constituído:

Page 137: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

136

Papelaria Moreira Ltda. Balanço Patrimonial em 31/12/X1

ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 60.000 Fornecedores 5.000 Clientes 25.000 Mercadorias p/ Rev. 15.000 Patrimônio Líquido Capital Subscrito 80.000 Reserva Legal 15.000 Total do Ativo 100.000 Total do Passivo 100.000

Em 05/01/X2, adquiriu um veículo para uso, no valor de R$ 30.000,00, à vista. A conta-

bilização deve ser feita da seguinte forma, nesta data:

Veículos (Imobilizado) Caixa (Ativo Circulante) 30.000 (saldo) 60.000 30.000

Em 31/12/X2, a empresa deverá apresentar um novo Balanço Patrimonial com as mu-

tações ocorridas durante o exercício social:

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante Caixa 30.000 Fornecedores 5.000 Clientes 25.000 Mercadorias p/ Rev. 15.000 Patrimônio Líquido Não-Circulante Capital Subscrito 80.000 Imobilizado Reserva Legal 15.000 Veículos 30.000 Total do Ativo 100.000 Total do Passivo 100.000

Page 138: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

137

Entretanto, não é correto apresentar somente o valor da conta Veículo pelo seu valor

original, ou seja, R$ 30.000,00, pois o bem (veículo) foi utilizado ou consumido durante

12 meses. Assim, deve-se criar uma conta no Ativo Imobilizado denominada Deprecia-ção Acumulada de Veículos que terá a finalidade de retificar o valor da conta Veícu-los. Antes disso, vamos calcular o valor da quota de depreciação para o exercício de

X2, pelo método linear:

100oDepreciaçã de TaxaBem do Valorodepreciaçã de Quota ×

=

6.000,00100

2030.000,00odepreciaçã de Quota =×

=

Durante o exercício de X2, foi consumido R$ 6.000,00 do valor do veículo, calculado de

acordo com a taxa estabelecida pela legislação vigente. Este lançamento deve ser feito

da seguinte forma:

Depreciações (Despesa)

Depreciação Acumulada de Veículos (Imobilizado)

6.000 6.000

O Balanço de 31/12/X2 deverá ser assim apresentado:

Papelaria Moreira Ltda. Balanço Patrimonial em 31/12/X2

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante Caixa 30.000 Fornecedores 5.000 Clientes 25.000 Mercadorias p/ Rev. 15.000 Patrimônio Líquido Não-Circulante Capital Subscrito 80.000 Imobilizado Reserva Legal 15.000 Veículos 30.000 Prejuízos Acumulados (6.000) ( − ) Depr. Acum. (6.000) Total do Ativo 94.000 Total do Passivo 94.000

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Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

138

Demonstração do Resultado do Exercício de X2

DRE R$

Receita Operacional Bruta

( − ) CMV

Lucro Bruto

( − ) Despesas Gerais e Administrativas (Depreciação) (6.000) Prejuízo Operacional (6.000)

A conta Depreciação Acumulada de Veículos é patrimonial e representará, sempre, o

valor acumulado das depreciações efetuadas durante o tempo de vida útil do bem. No

Balanço Patrimonial, esta conta aparecerá do lado do Ativo como conta retificadora da

conta do bem depreciado, a qual foi utilizada como base para o seu cálculo. A contra-

partida corresponde à despesa do período; portanto seu saldo será transferido para o

resultado do exercício (DRE).

Vale ressaltar que, a critério da pessoa jurídica, as quotas de depreciação poderão ser

calculadas e contabilizadas mensalmente (mais usual). Neste caso, deverá ajustar a

taxa anual dividindo-a por 12 (doze).

16.12 MÊS DE INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO A despesa de depreciação pode ser deduzida a partir do mês em que se iniciou a utili-

zação do bem.

16.13 COMPRA DE BEM USADO Nessa hipótese, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes:

a) Metade do prazo de vida útil que o bem teria caso houvesse sido adquirido novo;

b) Restante do prazo de vida útil do bem, considerando este em relação à primeira

instalação ou utilização desse bem.

Page 140: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

139

Exemplo

Máquina Usada - Adquirida em 28/06/20X3 - Primeira instalação 02/06/20X1

Prazos:

a) Metade do prazo de vida útil: 5 anos (metade de dez anos)

b) Restante do prazo de vida útil: 8 anos

Prazo a ser utilizado: 8 anos

a.a. 12,5%anos 8100Taxa ==

Observe que o prazo, sendo o maior entre as opções elencadas, implicará a adoção da

menor taxa de depreciação.

16.14 TAXAS INFERIORES ÀS ADMITIDAS

Caso a empresa adote taxa inferior à permitida, o valor não contabilizado em um perío-

do não poderá ser recuperado posteriormente através da utilização de taxas superiores

às máximas permitidas para cada período. Nesse caso, haverá uma dilatação no prazo

durante o qual se poderá depreciar o respectivo bem. Assim, se uma empresa, ao de-

preciar uma máquina de sua propriedade (taxa máxima = 10%) num determinado ano,

utilizar o percentual de 5%, não poderá, no ano seguinte, usar 15%, pois este valor é

superior ao máximo de 10% permitido. Como conseqüência, nesse caso, a empresa

levará 11 anos em vez de 10 para depreciar totalmente o bem.

16.15 VALOR OU CUSTO CONTÁBIL DO BEM Considera-se custo ou valor contábil do bem o valor de aquisição, diminuído da depre-

ciação acumulada correspondente.

Page 141: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 16 – Depreciação  Prof. Moreira 

140

Exemplo

Máquina 5.700 ( – ) Depreciação Acumulada (700) ( = ) Custo ou Valor Contábil do Bem 5.000

Caso a empresa resolva alienar ou vender o bem por valor superior ao seu custo con-

tábil, a contabilidade registrará um lucro não-operacional, caso contrário (venda por

valor inferior ao custo) registrará um prejuízo não-operacional. Tais operações são

consideradas, também como ganhos ou perdas de capital.

16.16 IMOBILIZADO 100% DEPRECIADO O simples fato de a depreciação acumulada de um bem do Ativo Imobilizado haver a-

tingido 100% do custo do bem, não autoriza a sua baixa contábil, ainda que o bem te-

nha se tornado imprestável para a finalidade a que se destinava. A baixa contábil só

poderá ser efetuada quando o bem for baixado fisicamente, isto é, sair em definitivo do

patrimônio da empresa. Enquanto isso não ocorrer, devem permanecer registrados na

escrituração o custo de aquisição e a respectiva depreciação acumulada do bem, em-

bora o seu valor contábil (custo corrigido menos depreciação acumulada) seja zero.

Lembre-se, ainda, que apesar de permanecerem registrados no Ativo Imobilizado, os

bens cuja depreciação acumulada já tenha atingido 100% do seu custo de aquisição

não devem mais ser objeto de cálculo de quotas de depreciação. Normalmente, a baixa

física de um bem do Ativo Imobilizado decorre da sua venda, ainda que como sucata,

hipótese em que a nota fiscal de venda será o documento hábil para comprovar a baixa

física e lastrear a baixa contábil. Estando o bem totalmente depreciado, todo o valor

obtido na sua venda constitui ganho de capital tributável (Art. 305, § 3º, do RIR/1999 e

PN CST nº 146/1975).

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Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

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CAPÍTULO 17 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

17.1 LIVRO DIÁRIO

O livro Diário é o registro básico de toda escrituração contábil, obrigatório em todas as

empresas. Seu uso está previsto na Legislação Comercial (artigo 11 do Código Comer-

cial Brasileiro – Lei n.º 556 de 25/06/1850), na Legislação Tributária (artigo 258 do Re-

gulamento do Imposto de Renda – RIR/99), bem como nas Normas Brasileiras de Con-

tabilidade (item 2.1.5 da NBC-T-2 – da Escrituração Contábil). No Diário são lançados

dia a dia todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que provocam modifica-

ções no Patrimônio, bem como aqueles que possam vir a modificar futuramente o Pa-

trimônio.

Formalidades extrínsecas (ou externas):

• Encadernado com folhas numeradas seguidamente e conter, respectivamente,

no anverso da primeira e no verso da última folha numerada, os termos de aber-

tura e de encerramento;

• Autenticado pelo órgão competente, ou seja, pela Junta Comercial, no caso de

empresa comercial, ou pelo Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, no

caso de empresa exclusivamente prestadora de serviços (sociedade civil).

Formalidades intrínsecas (ou internas):

• A escrituração será completa, em idioma e moeda corrente nacionais, com indi-

viduação e clareza;

• Ordem cronológica de dia, mês e ano;

• Inexistência de intervalos em branco, entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas

etc.

Page 143: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

142

Livro Diário

Data Títulos das Contas e Histórico Código Conta Débito Crédito

TERMO DE ABERTURA Contém este livro .... (..................) folhas, numeradas de ..... a ...., e servirá de Livro DIÁRIO n.º ..... da empresa ................................, estabelecida com o ramo de ........................., com sede na Rua ......................... n.º ........, bairro ....................., Município de ......................., Estado de ..........., cujos atos constitutivos foram arquivados na Junta Comercial do ........................... em ..../...../......, NIRE n.º ................. e inscri-ção no CNPJ sob n.º ........................ ....................., ....... de .............. de ......... _________________________________

Titular, administrador ou representante legal da empresa

_________________________________

Contabilista - CRC

TERMO DE ENCERRAMENTO Contém este livro .... (..................) folhas, numeradas de ..... a ...., e serviu de Livro DIÁRIO n.º ..... da empresa ................................, estabelecida com o ramo de ........................., com sede na Rua ......................... n.º ........, bairro ....................., Município de ......................., Estado de ..........., cujos atos constitutivos foram arquivados na Junta Comercial do ........................... em ..../...../......, NIRE n.º ................. e inscri-ção no CNPJ sob n.º ........................ ....................., ....... de .............. de ......... _________________________________

Titular, administrador ou representante legal da empresa

_________________________________

Contabilista - CRC

Page 144: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

143

17.2 LIVRO RAZÃO

A Escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991 (art. 14 da Lei

8.218 de 29/08/1991). O livro Razão é utilizado para resumir e totalizar, por conta, os

lançamentos efetuados no livro Diário. Reflete exatamente aquilo que foi lançado no

livro Diário, mas de forma individualizada (por conta).

Este livro é um dos mais importantes instrumentos da escrituração contábil da empre-

sa, porque fornece a totalização das contas individualmente, mostrando os totais lan-

çados a débito e a crédito de cada conta e o saldo desta.

O livro Razão é dispensado de autenticação na Junta Comercial (ou no Cartório de Re-

gistro Civil de Pessoas Jurídicas).

RAZÃO

Conta: Código:

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

17.3 ESCRITURAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO

O Diário e Razão podem ser escriturados por sistema de processamento de dados,

desde que sejam observadas as seguintes regras:

• As folhas impressas deverão ser numeradas, em ordem seqüencial;

• Após o processamento, os impressos deverão ser destacados e encadernados

em forma de livro, seguindo-se a lavratura dos termos de abertura e de encer-

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Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

144

ramento e a apresentação ao órgão competente para autenticação (para os li-

vros em relação aos quais seja exigida a autenticação).

17.4 VANTAGENS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Podemos listar as seguintes vantagens de uma entidade manter escrituração contábil:

• Oferece maior controle financeiro e econômico à entidade;

• Comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil;

• Contestação de reclamatórias trabalhistas quando as provas a serem apresen-

tadas dependam de perícia contábil;

• Imprescindível no requerimento de recuperação judicial (Lei 11.101/2005);

• Evita que sejam consideradas fraudulentas as próprias falências, sujeitando os

sócios ou titulares às penalidades da Lei que rege a matéria;

• Base de apuração de lucro tributável e possibilidade de compensação de prejuí-

zos fiscais acumulados;

• Facilita o acesso às linhas de crédito;

• Distribuição de lucros como alternativa de diminuição de carga tributária;

• Prova a sócios que se retiram da sociedade a verdadeira situação patrimonial,

para fins de apuração de haveres ou venda de participação;

• Prova, em juízo, a situação patrimonial na hipótese de questões que possam e-

xistir entre herdeiros e sucessores de sócio falecido;

• Para o administrador, supre exigência do Novo Código Civil Brasileiro quanto á

prestação de contas (art. 1.020).

17.5 PADRONIZAÇÃO DE HISTÓRICOS

Se não forem previamente definidos, os históricos dos lançamentos contábeis podem

acarretar grande desperdício de tempo, sobretudo pela diversificação de expressões

utilizadas para um mesmo tipo de lançamento. O ideal é que toda vez que seja feito um

lançamento, sobretudo os mais rotineiros, seja utilizado o mesmo histórico. O melhor

Page 146: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

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procedimento para tanto é a implantação de históricos padronizados, cuja finalidade é a

utilização de expressões iguais para o registro de fatos semelhantes.

A título ilustrativo segue relação de históricos para um sistema de escrituração contábil,

lembrando que esta relação não é exaustiva, ou seja, não abrange todas as hipóteses

de lançamentos contábeis que ocorrem na prática:

Código Descrição

1 Valor referente ao cheque nº ____, do Banco ______, utilizado para suprimen-to de caixa, conforme ____________

2 Valor referente ao pagamento de ____________, conforme ____________ 3 Valor referente ao recebimento de _____________, conforme ___________

4 Valor referente ao cheque nº ______, do Banco _____, utilizado para paga-mento da duplicata nº ______

5 Valor referente ao cheque nº ______, do Banco _____, utilizado para ______, conforme _____________

6 Valor referente à aplicação em ______, conforme __________

7 Valor referente à venda de mercadorias por meio de nossa Nota Fiscal nº _____, com recebimento a vista, em dinheiro

8 Valor referente à venda de mercadorias por meio de nossa Nota Fiscal nº _____, a prazo, conforme nossa Fatura/Duplicata nº _____, com vencimento para ___/___/_____

9 Valor referente ao recebimento de nossa duplicata nº _____, vencida em ___/___/_____, conforme _____________

10 Valor referente ao desconto de nossas duplicatas, conforme borderô nº _____, enviado ao banco ______

11 Valor referente ao aviso de débito do banco _______, relativo a ___________ 12 Valor referente à aquisição de _______, conforme ____________ 13 Valor referente ao ICMS sobre _______, conforme ____________ 14 Valor referente ao IPI sobre ________, conforme ____________ 15 Valor referente à contribuição ao PIS do mês de ____________ 16 Valor referente à COFIS do mês de ___________ 17 Valor referente ao IRRF sobre ____________ 18 Valor referente à compra de _____________, conforme ____________

19 Valor referente à apólice nº __________, de emissão de _________, relativa ao seguro de __________

20 Valor referente aos encargos de depreciação relativos ao ____________ 21 Valor referente à folha de pagamento do mês de ____________

22 Valor referente ao desconto do INSS sobre a folha de pagamento do mês de _______

23 Valor referente ao FGTS sobre a folha de pagamento do mês de _________

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Capítulo 17 – Escrituração Contábil  Prof. Moreira 

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17.6 RESPONSABILIDADE PELA ESCRITURAÇÃO A escrituração contábil das pessoas jurídicas deve ficar sob a responsabilidade de con-

tabilista legalmente habilitado nos termos da legislação específica. A habilitação profis-

sional pressupõe, além da formação escolar, o registro no CRC.

As demonstrações contábeis obrigatórias devem ser assinadas pelos sócios ou admi-

nistradores e pelo Contabilista responsável pela escrituração.

Page 148: Apostila Contabilidade Geral Completa 2009

Bibliografia  Prof. Moreira 

147

BIBLIOGRAFIA CARDOSO, Ricardo Lopes. Administrando a Contabilidade da Empresa. Rio de Janei-

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Contabilidade das Sociedades por Ações: aplicável às demais sociedades. 6. ed. São

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MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica: caderno de exercícios. 5. ed. São Paulo:

Atlas, 2005.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade básica: inclui o PIS e a

COFINS não-cumulativos e alterações do novo Código Civil. 13. ed. São Paulo: Editora

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PADOVEZI, Clóvis Luis. Manual de Contabilidade Básica: uma introdução à prática

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RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

SALAZAR, José Nicolás Albuja; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Contabilidade Fi-

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