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E TEC J orn a l i s t a Ro b er to M ar inh o
VÍDEO, TELEVIS ÃO E A V IDEOARTE.
APOSTILA 2
São Pau lo
2012
2
1. Introdução
O que faz com que um p rograma de te lev i são tenha mais
ace i t ação do púb l i co do que ou t ro? É poss íve l in fo rmar de uma manei ra
humorada? Será que nes ta míd ia conhec ida como te levisão é poss íve l
um “p roduto ” se r c r í t i co , te r responsab i l i dade soc ia l e ao mesmo tempo
en t re ter? Como um p rograma chega a se r o que é?
Es tas perguntas que permeiam não apenas a cabeça do púb l i co ,
como também a dos rea l i zadores , fo ram as ques tões que l evaram à
esco lha do ob je to de es tudo des te t raba lho , o p rograma de te lev isão
CQC - Cus te o Que Custa r . O p rograma em apenas do i s anos de
ex is tênc ia ob teve a ace i t ação do púb l i co e p rovou sua re levânc ia no
contex to te lev is ivo nac iona l .
Com base na aná l i se de fo rmas exp ress i vas da l inguagem
aud iov i sua l , es ta aná l i se p re tende i den t i f i ca r as esco lhas es t i l í s t i cas e
d iscurs i vas que cons t roem o conteúdo e a es té t i ca do p rograma CQC.
Essa apos t i l a não se a teve aos e lementos que l evaram a cr i ação
do programa o r i g ina l na Argent ina , que por sua vez é l íde r de
aud iênc ia , mas às cond ições de cr i ação e ve i cu lação do p rograma no
Bras i l , no per íodo de 2008 a té o f i na l de 2009 . A lém d i sso , p re tende-se
t raçar uma b reve re lação en t re p rogramas da h is tó r ia da te lev isão
b ras i l e i ra que cont r i bu í ram, d i re ta ou i nd i re tamente , pa ra a ve i cu lação
do p rograma CQC no Bras i l a tua l .
3
2. Contextualização
No f i na l do reg ime mi l i t a r b ras i l e i ro houve um a f rouxamento
da censura e das persegu ições nos meios de comun icação , fazendo com
que as em isso ras de te lev isão ab r i ssem espaço para a c r i ação de novos
fo rmatos de p rogramas com conteúdos que e ram ev i t ados ou pro ib idos
a té en tão . A l i ado a i sso , o adven to do v ídeo aumentou as poss ib i l i dades
de novas l inguagens , fazendo com que su rg i ssem os pr ime i ros
p rogramas de en t rev is tas , en t re e les o Aber tu ra , programa de grande
repercussão na época .
O p rograma Aber tu ra , marco na h is tó r i a do te le jo rnal i smo
b ras i l e i ro , fo i conceb ido po r Fernando Barbosa L ima – c r i ado r de mais
de 100 p rogramas de te lev isão , en t re e les o Jo rna l de Vanguarda – e
es t reou em 04 de fevere i ro de 1979, na ex t i n ta TV Tup i . Renomados
i n te lec tua is , a r t i s tas e jo rna l i s tas faz iam par te da equ ipe, en t re e les :
An tôn io Ca l l ado, Faus to Wol f , Fe rnando Sab ino , Z i raldo , Sérg io
Cabra l , An tôn io Guer re i ro , Rober to D ’Áv i l a , V i v i Nabuco, Mar i sa Raja
Gabag l i a , J oão Sa ldanha , Newton Car los , Sargente l l i, V i l l as -Boas
Cor rêa , Tarc í s io de Ho l l anda , Cor rêa de Araú jo , O l ive i ra Bas tos ,
Wal te r C la rk , Car los Range l , Jo rge César e Orson Neves , do c inema
novo G lauber Rocha e Norma Benge l . A d i reção de imagem f i cava po r
con ta de Car los A lber to Lo f f l e r . A in f ra -es t ru tu ra e ra fo rnec ida pe la
p rodutora Te le tape, de Car los A lber toV izeu, o que viab i l i zou o uso de
câmeras de v ídeo U-Mat i c , nov idades na época.
T ra tando de temas po l í t i cos , o p rograma rompeu com o
cont ro le do reg ime d i t a to r i a l , d r ib l ando a censura e enco ra jando ou t ras
emisso ras a fazerem o mesmo. Glauber Rocha , de fevere i ro a ou tub ro de
1979 , pa r t i c i pava do programa Aber tu ra com um quadro de en t rev i s tas .
Sua técn i ca de in te r fe rênc ia jun to ao en t rev is tado gerava um t i po de
an t i en t rev i s ta , e le ev i tava o fechamen to do d i scu rso e d i spensava a
d i reção de imagem fe i t a po r Lo f f l e r . O quadro t i nha grande repercussão
e inventava uma l inguagem p róp r i a . O ed i t o r Barbosa e G lauber t i nham
um aco rdo: l i berdade de p rodução de en t rev is ta e t ema, enquanto o
ed i to r poder ia ed i t a r o que qu isesse. O quadro e ra tema para mui ta
4
d iscussão no meio te lev is ivo e es ta par t i c i pação de G lauber no
p rograma fo i ob je to de es tudo de vá r ias pessoas , como Reg ina Mot ta em
A Ép ica E le t rôn i ca de Glauber Rocha: Um es tudo sobre C inema e TV.
Mot ta descreve a par t i c ipação de G lauber no p rograma como
ex per imenta l , c r i ando uma es té t i ca descons t ru t i va meta l ingu ís t i ca .
Todo o exper imento fe i t o po r G lauber em seu quadro no p rograma
Aber tu ra exerceu enorme in f l uênc ia e impacto na TV b ras i le i ra .
O en tus iasmo pe las poss ib i l i dades do v ídeo e de suas câmeras
po r tá te i s fez com que grupos de j ovens es tudan tes da USP montassem
p rodutoras de v ídeo i ndependente , como a TVDO e a Olhar E le t rôn i co .
A TVDO ( le ia-se TV Tudo) , v inda da Esco la de Comunicação
da USP (ECA) , se conso l idou em meados de 1980 com Tadeu Jungle ,
Wal te r S i l ve i ra , Ney Marcondes , Pau lo P r i o l l i e Pedro V ie i ra . Os
t raba lhos i am da v ideoar te a té o c i r cu i to comerc ia l da TV, com a
par t i c ipação marcan te no p rograma Moc idade Independen te , da TV
Bandei ran tes . O l ema da TVDO era “ t udo pode se r um p rograma de
te lev i são ” , Tadeu Jung le1
A Olhar E le t rôn ico e ra fo rmada po r Fernando Mei re l les ,
Marce lo Machado , Pau lo More l l i e Be to Sa la t in i , v indos do cu rso de
a rqu i t e tu ra da FAU-USP. Também se j un taram ao grupo Agí l i son
Araú jo , Pat r í c i a F ra jman, Dar io V iseu , Renato Barbie r i , Ton i co Mel l o
e Marce lo Tas . Com uma câmera U-mat i c que o p róp r i o Fernando
Me i re l l es fo i buscar no Japão , uma i lha de ed i ção comprada numa
“vaqu inha” e i ns ta lada na sa la de es tar da casa onde também morava, o
g rupo rea l i zou t raba lhos de grande impor tânc ia para v ideogra f i a
b ras i l e i ra , como os v ídeos Garo tos de subúrb io , Bras í l ia e Do ou t ro
l ado da sua casa.
“Como autên t i cos Bea t les e Ro l l i ng S tones do v ídeo tup in iqu im , O lhar E le t rôn i co e TVDO sempre a l imenta ram um conf ron to es té t i co e
1 J U N G L E , T A D E U . V i d e o e T V D O : a n o s 8 0, e m A r l i n d o M a c h a d o ( o r g . ) , M a d e i n B r a s i l : T r ê s d é c a d a s d o v í d e o b r a s i l e i r o, c i t , p . 2 2 1 .
5
a r t í s t i co . A ousad ia de uma, e ra combust í ve l pa ra o avanço da ou t ra . ” (Marce lo Tas2) .
Em 1983 So lange Farkas c r i ou o Fes t i va l V ídeobras i l3, que
j un tou e p rem iou no MIS – Museu da imagem e do som – toda a
p rodução ex press i va da época .
“ ( . . . ) t i nha nessa época uma vontade mui to fo r te de se con tex tua l i za r no un ive rso da te lev i são . Isso t raduz iu -se num momento de i n tensa c r í t i ca ao monopó l io das poucas em isso ras” . (So lange Farkas4)
A v i s ib i l i dade que os p rêmios do Fes t i va l de ram para a O lhar
E le t rôn i co fez com que o Jo rna l i s ta Gou lar t de Andrade ab r i sse as
po r tas da TV Gazeta de São Pau lo . En t re os d ive rsos quadros do
p rograma, um des taque e ra o repó r te r de rua “E rnes to Vare l l a ” ,
pe rsonagem de Marce lo Tas que usava humor e ousad ia nas suas
en t rev i s tas – em um momento , Tas pergun tou ao po l í ti co Pau lo Malu f se
e le e ra mesmo um “ l adrão ” .
“Ernes to Vare la f az ia perguntas que nós j o rna l i s tas não t ínhamos a coragem de fazer . Mas e le pod ia . E rnes to Vare la não ex i s t i a . Era um a tor se passando po r j o rna l i s ta . A t ravés do humor , Ernes to Vare la e ra a voz da nossa consc iênc ia ”. (An tôn io Bras i l5)
2 T A S , M A R C E L O . A m i n h a h i s t ó r i a d a O l h a E l e t r ô n i c o, e m A r l i n d o M a c h a d o ( o r g. ) , M a d e i n B r a s i l : T r ê s d é c a d a s d o v í d e o b r a s i l e i r o, c i t , p . 2 1 1 . 3 H o j e a A s s o c i a ç ã o C u l t u r a l V i d e o b r a s i l é u m c e n t ro i n t e r n a c i o n a l d e r e f e r ê n c i a p a r a a p r o d u ç ã o c o n t e m p o r â n e a d o S u l g e o p o l í t i c o d o m u n d o . M a i s i n f o r m a ç õ e s e m h t t p : / / w w w . v i d e o b r a s i l . o r g . b r / 4 F A R K A S , S O L A N G E . O V í d e o b r a s i l e o v í d e o n o B r a s i l : U m a t r a j e t ó r i a pa r a l e l a , e m M A C H A D O , A R L I N D O ( o r g . ) , M a d e i n B r a s i l : T r ê s d é c a d a s d o v í d e o b r a s i l e i r o, c i t , p . 2 2 0 . 5 Debate sofre Radialismo em 8/4/2008 site: www.comuniquese.com.br visitado em: 10/09/2009 Antônio Brasil é Jornalista e professor da UFRJ.
6
Marce lo Tas fazendo Ernes to Vare la
Vare la v ia jou o Bras i l e o mundo em suas repo r tagens , es tando
desde na Un ião Sov ié t i ca com a guarda ve rmelha a té na Ser ra Pe lada
com os gar impei ros . O repó r te r t ambém pôde en t rev istar ce leb r idades
como Ne lson P iquet e Ch ico Buarque , no pa l co das D ire tas Já .
“Vare la in te r fe re na rea l i dade que documenta , às vezes fa lse ia aber tamente , ou t ras vezes parod ia o repó r ter convenc iona l de te lev isão e acaba t rans fo rmando a repor tagem te le jo rna l í s t i ca numa a lego r ia do pa ís que não deu ce r to . O (an t i ) repó r te r fa r i a a inda ou t ras maté r ias an to lóg i cas ( . . . ) ” (Ar l i ndo Machado6) .
O contex to no qua l E rnes to Vare la su rg iu não fo i apenas um
momento de fo rmação e i nsp i ração para o que Marce lo Tas faz no CQC,
mas também fo i um momento de rup tu ra com os pad rões de l i nguagem
v igentes a té en tão na te lev i são , cenár io que c r i ou as cond ições que
perm i tem que um programa como o CQC possa ex is t i r ho je .
6 M A C H A D O , A r l i n d o . A T e l e v i s ã o L e v a d a a S é r i o. S ã o P a u l o : E d i t o r a S e n a c ( 2 0 0 5 ) . c i t , p . 1 2 0 .
7
3. CQC – Custe o que custar
O p rograma de TV CQC, t ransmi t ido pe la Rede Bandei ran tes
de Te lev i são nas no i t es de segunda- fe i ra , fo i c r i ado na Argen t i na com o
t í tu lo CQC – Caiga Qu ien Caiga (que pode ser in te rpre tado em t radução
l i t e ra l como “Que ca ia quem t i ve r de ca i r ” ) . P roduzido pe la Eyeworks -
Cuat ro Cabezas desde 1995, o p rograma é comerc ia l i zado para pa íses
como Ch i l e , Espanha e I t á l i a e j á recebeu sete i nd icações ao
In te rna t i ona l Emmy Awards7.Aqu i no Bras i l o p rograma es t reou em
março de 2008.
Aqu i no Bras i l , o p rograma teve que so f re r adap tações para se r
ve i cu lado pe la Rede Bandei ran tes em cana l aber to , já que em se
t ra tando de nosso pa ís , deve-se l evar em cons ideração a hegemonia da
Rede Globo, que possu i ma io res recu rsos de produção e aud iênc ia
d isparadamen te super io r , a lém dos cana is fechados que possu i um
púb l i co -a l vo segmen tados , que equ iva lem ao do programa.
Pode-se d ize r que o p rograma tem um fo rmato h íb r ido (ma is
ex p l i cado no decor re r do t raba lho ) , j á que combina o humor e o
j o rna l i smo. O CQC mantém o padrão e os cód igos do te le jo rna l – como
as bases v i sua i s , a p resença de ânco ras , a med iação en t re o repó r te r , o
fa to e os en t rev i s tados . Isso é exp l i c i t ado j á no in í c io do programa,
com o o f f que anunc ia :
“Começa agora , pa ra todo o Bras i l , seu resumo nac iona l de
no t íc ias . Esse é o Cus te o que Cus ta r ” .
No es túd io ao v ivo , a bancada é conduz ida pe los
ap resentadores Marce lo Tas , Raf inha Bas tos e Marco Luque , que a lém
de i n te rmed iarem, t ambém comentam humor is t i camente os assuntos e
repo r tagens abordadas ao longo do p rograma pe los out ros repór teres do
CQC, responsáve is pe las maté r ias ex ternas : Dan i lo Gen t i l l i , Fe l i pe
7 P r e m i a ç ã o N o r t e A m e r i c a n a , q u e h o n r a p r o g r a m a s t e le v i s i v o s d e o r i g e m e s t r a n g e i r a , o r g a n i z a d o p e l a A c a d e m i a I n t e r n a c i o n a l d e A r t e s & Ci ê n c i a s T e l e v i s i v a s .
8
Andreo l i , Rafae l Cor tez , Oscar F i lho , po r vezes o próp r i o Ra f inha
Bas tos .
A esco lha pe la t ransmissão ao v ivo dá ao p rograma traços
ca rac ter ís t i cos de um modelo de p rodução em tempo presente ,
abso rvendo os imprev is tos e buscando fo rmas de cor ri g í - los . A lém
d isso , ev idenc ia o d inamismo do p rograma, t íp ico de p rogramas de
aud i tó r i o t ransmi t idos ao v ivo .
“A t ransmissão ao v ivo ta lvez se ja , den t re todas
as poss ib i l i dades de te lev isão , aque la que marca
mais p ro fundamente a exper iênc ia desse meio . ”
(A r l indo Machado8) .
Lo go no i n í c i o do p rograma pode-se ve r a p la té ia , que aparece
“de cos tas” pa ra as câmeras e p ra t i camen te no escu ro (mu i to pouco
i lum inada) , em um n íve l i n fer io r ao pa l co , o que dá uma aparênc ia de
um r i ngue de lu ta ao set . Sua par t i c ipação l im i ta -se apenas aos
ap lausos , r i sos e va ias .
O p rograma CQC a t i ng iu em sua es t ré ia t rês (3 ) pontos de
méd ia no Ibope e já no 11º p rograma dobrou a aud iênc ia do horá r i o da
emisso ra , marcando aprox imadamente se i s (6 ) pon tos , com ‘p i cos ’ de
o i t o (8 ) pon tos , chegando ao 3º ( t e rce i ro ) l ugar no Ibope – f i cando a t rás
somente de em isso ras como a Rede G lobo e Rede Record , u l t rapassando
o SBT e a Rede TV. O re f l exo do aumento no i bope pode se r pe rceb ido
no aumen to da pub l i c i dade p resen te no p rograma. O CQC ado ta uma
l inguagem o r i g ina l nas ações pub l i c i t á r i as , pe rsonal i zando os
merchand is ings com os apresentadores do p rograma e sua p ropos ta
es té t i ca . O mode lo de a tuação pub l i c i tá r i a faz com que o merchand is ing
e o p rograma fo rmem uma un idade ún i ca , reduz indo ao mín imo o tempo
de i n te rva los comerc ia i s , t razendo ma is d inamismo e f l u idez ao
p rograma. O tom ‘ t es temunha l ’ aos p rodutos anunc iados por sua vez
8 M A C H A D O , A r l i n d o . A T e l e v i s ã o L e v a d a a S é r i o. S ã o P a u l o : E d i t o r a S e n a c ( 2 0 0 5 ) . c i t , p . 1 2 6 .
9
ganham a ap rovação dos rea l i zadores do p rograma, t razendo mais
c red ib i l i dade à ação .
Os quadros do programa são che ios de re fe rênc ias ao un i verso
da “cu l tu ra pop” , que es tão espa lhadas po r t odo o programa. Na v inheta
do quadro “Pro tes te J á ” , pode-se ve r no céu ac ima da cabeça do
repó r ter um s ímbo lo semelhante ao do Ba tman. Es ta re lação do super -
heró i com o repór te r rea l ça o poder de “v ig i l ânc ia” do t raba lho
j o rna l ís t i co .
No quadro “CQC Inves t i ga ” , sobre temas inus i t ados , é
u t i l i zada a t r i l ha sonora da sér i e amer i cana Arqu ivo X , f azendo ma is
uma vez re fe rênc ia ao un i verso “pop ” e a um teo r i nves t iga t i vo .
O te rno p re to e os ócu los escu ros podem ser en tend idos como
uma re ferênc ia exp l í c i ta ao f i lme Homens de P re to (M IB - Men i n
B lack , 1997) do d i re to r Bar r y Sonnen fe ld que, po r sua vez , tem sua
o r i gem provave lmen te no f i lme Cães de A lugue l (Reservo i r Dogs ,
1992) , de Quent in Taran t i no . No f i lme de Tarant ino , t odos os
p ro tagon is tas do f i lme usam a mesma roupa, e seu l ançamento fo i
an ter io r ao su rg imen to do CQC Argen t i no de 1995.
Os ócu los escu ros em fo rmato ar redondados podem ser
en tend idos como uma re ferênc ia aos o lhos de uma “mosca” , l ogomarca
emblemát i ca esco lh ida para o p rograma. Essa ca rac ter í s t i ca sugere o
sent i do de penet rar em qua lquer lugar , ca rac te r í s t ica do compor tamen to
do an imal e pos tura ado tada pe los repó r te res . A imagem da mosca é
usada em in te rvenções grá f i cas duran te o p rograma, não somen te na
10
a lusão à ide ia da v ig i l ânc ia , como também sendo u t il i zada na mudança
de quadros para denota r des locamento de espaço .
O uso cons tan te da man ipu lação v ideográ f i ca remete a uma
es té t i ca de v ideoc l i pe – como, po r exemplo , a sob repos ição de imagens
e e fe i t os v i sua is . A r l i ndo Machado (1997) i den t i f i ca es tas man ipu lações
como “mest i çagem de l i nguagem” , ca rac te r i zadas pe lo uso e
sob repos i ção de d ive rsos supor tes , v ídeos , fo tos , sons e ru ídos . Para
c r i a r um jogo de sent i dos , de enunc iados e sa t i r i zar o conteúdo do
p rograma, t ambém são u t i l i zados co r tes b ruscos , mudanças ráp idas ,
espaços em cons tan tes mov imen tos , va r i ações c romát icas e recu rsos
grá f i cos p róx imos às h is tó r i as em quadr inhos ou desenhos an imados ,
agregando novos sen t idos às cenas – como a u t i l i zação de suges tões
v isua is “Nar iz de Pa lhaço ” ou de “P inóqu io ” , “Got inhas de sa l i va ” ou
“suo r ” .
O p rograma, apesar da ca rac te r ís t i ca j o rna l ís t i ca , é rep le to de
humor em todos os momentos , como po r exemplo , nos quadros e
repo r tagens nos qua i s os repó r te res u t i l i zam de p iadas de improv i so e
espontane idade em sua abordagem, c r i ando ve rdade i ras repo r tagens
11
per fo rmát i cas . Es ta es t ra tég ia humor ís t i ca é usada para re la ta r
acontec imentos cu l t u ra is , soc ia is , po l í t i cos e econômicos do país que
oco r re ram du rante a semana.
Não é po r acaso que os repó r te res são j o rna l i s ta ou a to res , ou
mesmo os do is , como Rafae l Bas tos , um dos p recurso res do s tand -up
comed y9 no Bras i l . Ass im como Bas tos , a maio r i a dos repó r te res do
CQC t ambém tem t raba lhos re lac ionados ao s tand -up comedy.
A un ião do j o rna l i smo com o humor , es te h íb r ido de
i n fo rmação e en t re ten imento é conhec ido ho je em d ia como
in fo ta inment , que poder ia se r t raduz ido l i t e ra lmente como
“ i n foen t re ten imento ” , uma un ião dos do i s t e rmos – um es t re i t amento da
f ron te i ra en t re in fo rmação e en t re ten imento . Apesar de es te te rmo ser
re la t i vamente recen te para o púb l i co em gera l , den tre a l i t e ra tu ra
espec ia l i zada o fenômeno não é tão novo . A pr io r i , o t e rmo não é
v incu lado a ju l gamento de va lo r , mas es ta ap rox imação en t re campos
d is t in tos é comumente v i s ta como uma re lação pre judic ia l e danosa ao
j o rna l i smo t rad i c iona l d i t o “ l evado a sé r io ” .
O CQC é f i rme em sua p ropos ta de um jo rna l i smo com v isão
c r í t i ca e bem humorada, mas não de ix ando que o tom de humor
(en t re ten imento) d is t ra ia a a tenção da no t í c ia , o que poder ia l eva r a um
conteúdo mais l eve ou super f i c i a l . É po r me io dessa j us tapos i ção de
e lementos que o p rograma CQC re inven ta um es t i l o e t om, p ropos to não
somente pe lo CQC or ig ina l a rgen t i no , mas também p ropos to por
p rodutoras como TVDO e O lhar E le t rôn i co , no f i na l da década de 1970
de 1980 no Bras i l .
“É j o rna l i smo. Agora é um jo rna l i smo fe i t o com
humor . A gen te é j o rna l i s ta que faz humor
p ro f i ss iona l . Acho que a í es tá a
d i fe rença” . (Marce lo Tas10) .
9 S t a n d - u p c o m e d y : e s p e t á c u l o t e a t r a l d e h u m o r a p r e se n t a d o p o r a p e n a s u m a t o r o u c o m e d i a n t e , e x e c u t a d o g e r a l m e n t e e m p é ( “ S t a n d - u p ” ), t a m b é m c h a ma d o d e h u mo r d e c a r a l i m p a , p o r n ã o u s a r a c e s s ó r i o s o u c e n á r i o , i m pr o v i s o e e s p o n t a n e i d a d e s ã o a l g u m a s d e s u a s c a r a c t e r í s t i c a s . 10 Entrevista à revista Playboy, edição de janeiro de 2009, p. 40
12
No humor podemos fac i lmente i den t i f i ca r carac te r í s ti cas da
"es té t i ca do gro tesco" . Sodré (2002) em O Impér io do Gro tesco , a f i rma
que o g ro tesco produz o chamado " r i so c rue l " , ge rando uma ind i fe rença
genera l i zada (humi lhante ) . Em uma aná l i se mais super f i c i a l de caso ,
poder íamos qua l i f i ca r o humor fe i t o pe lo CQC como gro tesco , po r
ex po r p r i nc ipa lmen te po l í t i cos ou ce leb r i dades a s it uações de
cons t rang imen to para ob te r o r i so . Porém, apesar de ob te r o r i so , a
p ropos ta p r inc ipa l do p rograma não é essa , mas s im c r ia r uma re f l exão
c r í t i ca sob re os fa tos ap resen tados .
A p ropos ta de h ib r i d ismo faz com que o p rograma tenha uma
capac idade de au to - re f l ex ão e re ferênc ia p róp r i a , com o uso da
meta l inguagem11. Num p rocesso meta l i ngü ís t i co , a rea l i zação da
repo r tagem pode mui tas vezes v i rar a p róp r i a repor tagem. Cenas
supos tamen te o f f são o f io na r ra t i vo , dando p re fe rênc ia à imagens e
conversas mais in fo rmais . Descons t ru indo a p rópr i a p ro f i ssão , o
p rograma CQC mui tas vezes se co loca numa pos tu ra c rí t i ca do p róp r i o
fazer , pe rmi t indo uma autoc r í t i ca ao seu p róp r i o d iscu rso , cons t ru indo -
se e se vendo cons t ru i r .
11 Metalinguagem é uma linguagem usada para descrever algo sobre outra(s) linguagens ou a si mesma. A mensagem voltada para o próprio “código”. Pode-se falar em metalinguagem sempre que uma obra permita autocrítica ao seu próprio discurso, construindo-se e se vendo construir.
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4. Considerações finais
P re tendeu-se nes te t raba lho , uma aná l i se do fo rmato e da
es t ru tu ra do p rograma CQC, re lac ionando-o com gêneros e ou t ros
fo rmatos , i den t i f i cando a lgumas ca rac te r í s t i cas , refe rênc ias e mesmo
heranças , com base na aná l i se de fo rmas express i vas da l inguagem
aud iov i sua l .
A c r i ação do p rograma o r i g ina l na Argen t i na , não foi l evada
em conta , mas s im às cond ições de c r iação e ve i cu lação do p rograma no
Bras i l , no per íodo de 2008 a té o f ina l de 2009. Iden t i f i cando re lação
en t re p rogramas da h i s tó r i a da te lev i são b ras i l e i ra que cont r ibu í ram,
d i re ta ou i nd i re tamen te , para a ve i cu lação do p rograma CQC no Bras i l
a tua l . Como é o caso do p rograma Aber tu ra em que todo o exper imen to
fe i t o po r G lauber em seu quadro no programa, exerceu enorme
in f luênc ia e impacto na TV b ras i l e i ra .
Na década de 1980 a p rodução de v ídeo i ndependente , com
uma v isão nova do gênero conseguem espaço nas em isso ras de TV
c r i ando o con tex to que nasce repó r te r “E rnes to Varel la ” , pe rsonagem de
Marce lo Tas , que d ia loga d i re tamente com o t raba lho dos repó r te res do
CQC.
O p rograma tem um fo rmato h íb r i do combinando humor e o
j o rna l i smo com uma v i são c r í t i ca e bem humorada. Esta jus tapos i ção de
e lementos que o p rograma re inventa um es t i l o e tom, p ropos to não
somente pe lo CQC or ig ina l a rgen t i no , mas também p ropos to por
p rodutoras como TVDO e O lhar E le t rôn i co , no f i na l da década de 1970
de 1980 no Bras i l .
O uso da man ipu lação v ideográ f i ca é um e lemento fundamenta l
que a juda c r i a r um jogo de sent i dos , de enunc iados e sa t i r i za r o
conteúdo do p rograma.
Conc lu i -se que o p rograma CQC inaugura uma nova fo rma de
se fazer j o rna l i smo “sé r i o ” , c r í t i co e bem humorado, i nco rpo rando
heranças de ix adas pe la p rodução independente anos 1980 no Bras i l que
tem seu re f l exo em toda Amér ica La t i na , a u t i l i zação do humor do
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teat ro s tand -up comed y e a cond ições tecno log ias que permi tem
enunc iação pe la man ipu lação v ideográ f i ca .
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5. Referências Bibliográficas
5.1. Livros
DUARTE, E l i zabe th Bas tos & CASTRO, Mar ia Lí l i a D ias (Org. ) . Em
to rno das Míd ias : p rá t i cas e amb iênc ias. Po r to A legre : Su l ina , 2008 .
MACHADO, Ar l i ndo . A Te lev i são Levada a Sér io. São Pau lo : Ed i to ra
Senac (2005) .
MACHADO, Ar l indo (o rg . ) . Made in B ras i l : t rês décadas do v ídeo
b ras i le i ro . São Pau lo : I t aú Cu l tu ra l , 2003 .
MACHADO, Ar l indo . Pré-c inemas e pós -c inemas . Campinas , SP :
Pap i rus , 1997.
MELLO, Chr is t i ne . Ext remidades do v ídeo . São Pau lo : Ed i to ra Senac
(2008) .
MOTTA, Regina. A Épica Eletrônica de Glauber Rocha: Um estudo sobre Cinema e TV.
Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.
SODRÉ, Mun iz ; PAIVA, Raquel . O impér io do g ro tesco. R io de
Jane i ro : MAUAD, 2002 .
XAVIER, ISMAIL . "C inema: reve lação e engano" , i n NOVAES, A .
(o rg . ) , O o lha r , São Pau lo , Companh ia das Le t ras . (1993) .
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5.2. Artigos
ACSELRAD, Marc io ; DOURADO, Gabr ie la Sampaio . O humor
co r ros i vo dos me ios e a po l í t i ca : o CQC va i ao Congresso Nac iona l –
na r ra t i vas mid iá t i cas . 127 – 133 - Rev is ta FAMECOS, Por to A legre ,
n º 39 , agos to de 2009 , quadr imest ra l 127 .
GUTMANN, Ju l i ana Fre i re . Aspectos aud iov isua i s do in fo ta inmen t : o
CQC como p ropós i to de aná l i se . A r t i go ap resentado no Co lóqu io
In te rnac iona l Te lev isão e Real i dade , rea l i zado pe lo P rograma de Pós -
Graduação em Comunicação e Cu l tu ra Contemporâneas /UFBA,
Sa l vador , de 21 a 24 de ou tub ro de 2008 .
GUTMANN, Ju l i ana Fre i re ; SANTOS, Th iago E. F . ; GOMES, I t an ia
Mar ia Mota . E les es tão à so l ta , mas nós es tamos co r rendo a t rás .
Jo rna l i smo e en t re ten imen to no Cus te o que Cus ta r - A r t i go
ap resentado no Co lóqu io In te rnac iona l Te lev isão e Real i dade , rea l i zado
pe lo P rograma de Pós-Graduação em Comunicação e Cu ltu ra
Con temporâneas /UFBA, Sa l vador , de 21 a 24 de ou tubro de 2008.
S ILVA, Nad iana L ima. CQC – Cus te o que cus ta r : cons t rução de
sen t idos e mu l t imoda l idade em en t rev is tas a po l í t i cos. I I I Encont ro
Nac iona l sob re H iper tex to . (UFPE) Be lo Hor izon te , MG – 29 a 31 de
ou tub ro de 2009 .
SANTOS, Felipe Otoni; EVARISTO, Marcus Vinicius Ferreira; ALMEIDA, Rodrigo Horta
de; MAGALHÃES, Sarah Elias; CHAVES, Tânia Costa; BARROS, Viviane Sandes de. Um
olhar sobre a produção contemporânea do cinema documentário brasileiro. -Projeto
apresentado à orientadora Elisa Rezende como requisito da disciplina de Projeto Expeirmental
III – PUC Minas Belo Horizonte 2008.
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5.3. Sites
Assesso r ia de Imprensa/ Band
h t t p : / /www.band.com.b r / f i quedeo lho /conteudo.asp? ID=73648&CNL=18
S i t e v is i t ado em fevere i ro de 2010
Luiz Chagas Varelas de preto - Revista
http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/9/textos/46/
S i t e v is i t ado em jane i ro de 2010
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6. ANEXOS
6.1. ELENCO CQC
Marce lo Tas – ap resen tador
Nasc ido em 1959 , Marce lo Tas f i cou conhec ido com seu personagem
humor ís t i co E rnes to Vare la , onde en t rev i s tava po l í ti cos com perguntas
que os de ixavam cons t rang idos . O que é fe i t o a tua lmente no CQC. Fez
par t i c ipações no Vídeo Show (Rede Globo) e V i t r i ne (TV Cu l tu ra ) . Fo i
a t ravés da sé r i e de te lev i são Rá-T im-Bum (p ro fessor T ibú rc io ) e
Cas te lo Rá-T im-Bum (po rque s im não é respos ta ) que ganhou p rêmios
i n te rnac iona is , a tuando , d i r i g i ndo e esc revendo. Tas jpa fez t raba lhos
para os jo rna is Fo lha de São Pau lo , e O Es tado de São Pau lo , t endo s ido
também, co lun i s ta das rev is tas T r ip e Is to É . A lém de todos esses
t raba lhos , Marce lo Tas também es teve envo lv ido na área de educação,
sendo e le o coo rdenador de Cr iação do Te lecu rso da Fundação Rober to
Mar inho.
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Raf inha Bas tos - ap resen tador / repór te r
Fo rmado em jo rna l i smo pe la Pont i f í c ia Un ive rs idade Cató l i ca (PUC) do
R io Grande do Su l . Raf inha também é a to r , sendo e le um dos
p recurso res da s tand -up comed y no Bras i l . J á t raba lhou em emisso ras
como Rede Manchete , TVE Bras i l e RBS, a f i l i ada da Rede G lobo no R io
Grande do Su l . Mas fo i como ap resen tador e repór ter do CQC que
Ra f i nha f i cou ma is conhec ido no país .
Marco Luque – apresen tador
Fo i como ato r do espetácu lo Terça Insana que a ca r re i ra de Marco
Luque ganhou ma io r no to r i edade. Antes de i n tegra r a equ ipe do CQC,
e le hav ia s ido en t rev i s tado por a lguns p rogramas de te lev isão , en t re
e les o Programa do J ô , da Rede Globo, e o P rograma da Hebe , no SBT.
Sua par t i c i pação no CQC é marcante pe los seus improv isos , bagagem
adqu i r ida a t ravés do teat ro .
Dan i lo Gen t i l i – repór te r
Fo i em 2005 que Dan i lo sub iu ao pa l co pe la p r imei ra vez . Fo rmado em
pub l i c i dade , Gent i l i t ambém é esc r i t o r , ca r tun is ta e humor is ta . Faz
ap resentações com s tand -up comed y, sendo e le um dos maiores
d ivu lgadores desse gênero no Bras i l .
Rafae l Cor tez – repó r te r
Formado em jo rna l i smo pe la PUC de São Pau lo , chegou a se r
co laborador da Ve ja -SP . A lém de j o rna l i s ta , t ambém é a to r e mús i co .
Ganhou o 32º p rêm io Abr i l de Jo rna l i smo com a c r iação de d i ve rsos
conteúdos jo rna l ís t i cos para ce lu lar em 2007 . Já par t i c ipou de
p roduções i ndependentes ve i cu ladas pe las redes CNT, Gaze ta e Rede
Mulher de Te lev i são .
Oscar F i lho – repór te r
Famoso pe lo seu ape l ido “Pequeno Pônei ” , Oscar é a to r e humor is ta ,
fo rmado pe lo INDAC em 2003. A tuou em d i ve rsas peças tea t ra is , e
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a tua lmente , a lém de se r repó r te r do CQC, es tá em car taz com s tand-up
comed y em São Pau lo .
Fe l ipe Andreo l i – repó r te r
Começou na TV Record aos 19 anos como p rodutor . Fez t raba lho como
repó r ter para te lev isão por ass inatu ra , mas fo i em 2001 que sua car re i ra
t eve maio r des taque como repó r te r , v ideo r repó r te r , e chegando a
ap resentador do Jo rna l Cu l tu ra Meio -D ia . An tes do CQC, Andreo l i
a tuava como repó r te r espor t i vo na TV Bandei ran tes .
Di reção
A equ ipe que faz o p rograma CQC no Bras i l , é fo rmada por c i nqüen ta
pessoas , sendo que o d i re to r do p rograma, D iego Barre to , é a rgent ino e
t rouxe cons igo ma is de dez p ro f i ss iona is para a real i zação desse
p ro je to .
É impor tan te des tacar que ex is te mais uma repó r te r no CQC, que fo i
e le i t a como o i t avo e lemento do programa no f ina l do ano de 2009, não
en t rando nos p rogramas ana l i sados para es ta apos t i la .
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6.2. QUADROS
Div ido em quadros f i xos e a leatór ios (como é o caso do
repó r ter inexper ien te , ho je em d ia fo ra do a r ) , os quadros tem o fo rmato
de maté r i as i r reveren tes .
Repór te r Inexper ien te
Nesse quadro , o repó r te r se passa po r i n i c i an te , fazendo perguntas
i nus i t adas aos en t rev is tados (que são conhec idos da grande massa) , com
um tom de i ngenu idade. O quadro é ex is t in to a tua lmen te po rque após
um tempo no a r , e ra p rev is to que v i rasse c l i chê , pois se r i a conhec ido do
grande púb l i co .
TOP FIVE
Esse quadro most ra aos te lespectadores as c inco maté r i as mais
engraçadas , inus i tadas que fo ram ao ar na te lev i são b ras i l e i ra . Todas as
emisso ras , p rogramas, es tão su je i tos a aparecer nessa se leção . En te r
Sandman, do Meta l l i ca , é a músc ia que da in í c io ao TOP F IVE.
CQTeste
Persona l idades são conv idadas a par t i c i par de um tes te de in te l i gênc ia .
Em t rezen tos segundos , os en t rev is tados tem que responder c inco
perguntas de d i ve rsas ca tego r ias , sendo a lgumas de las espor te ,
conhec imentos gera i s , h i s tó r i a . Cada pergunta que a ce leb r i dade acer ta
o c ronômet ro é parado, se e la e r rar , sessenta segundos são descon tados
do seu tempo . Ao f i na l das c inco pergun tas , o t empo res tan te equ i va le
ao coe f i c i en te de in te l i gênc ia da pessoa .
Teste de Hones t idade
Esse tes te é fe i to nas ruas das c idades bras i l e i ras, onde as pessoas são
ex pos tas a um s i t uação em que, dependendo de sua a ti tude, mos t ra se
e la é hones ta ou não. Po r ex emp lo esquecer o ce lu lar em um loca l
púb l i co e em segu ida l i ga r pa ra ve r a reação da pessoa que a tender , se
e la devo l ve ou l eva embora o apare lho te le fôn i co .
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CQC no Congresso
O repór te r CQC va i ao congresso e en t rev i s ta de manei ra c la ra e d i re ta
os po l í t i cos e le i t os pe lo povo bras i l e i ro . Em 2008 , dev ido a repercussão
desse quadro , a equ ipe do CQC fo i p ro ib ida de en t rar no congresso .
Com isso su rg iu na In te rnet um p ro tes to para que e les tenham
novamente esse d i re i t o .
Con t ro le de Qua l idade
O repór te r CQC faz perguntas aos nossos deputados sob re no t í c ias
l i gadas ao Governo Federa l , pub l i cadas nos jo rna is recentes (de acordo
com a data da en t rev i s ta ) . Isso é fe i to pa ra a tes tar a qua l idade dos
nossos po l í t i cos .
Pro tes te Já !
Prob lemas das comun idades de c idades b ras i l e i ras , são abordados po r
um repór te r . O ob je t i vo é apu ra r a ve rdade dos fa tos , so luc ionando
esses p rob lemas j un to às au to r idades .
CQC Inves t iga
Sem per iod i c idade de f i n ida, esse quadro abo rda assun tos , cu r i os idades ,
acontec imentos es t ranhos na soc iedade b ras i l e i ra , como a h i s tó r ia dos
ÓVNIS em Al to Para íso de Go iás .
Cade ia de Favo res
Par t i ndo de uma ins t i tu ição que p rec i sa de a juda, o repó r te r pede um
ob je to para o i n í c io da campanha em cade ia , a té o ob je t i vo de fo rmar
uma rede . Ass im , a a juda f ina l a r recadada, vo l t a para ins t i tu ição onde
tudo começou.
Fa la na Cara
A cada semana, um repór te r abo rda uma pessoa na rua fazendo
perguntas sob re dete rminado po l í t i co . Gera lmen te a pessoa fa la a lgumas
co isas em desagradáve is , em fo rma de desabafo , nesse momento o
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po l í t i co c i t ado aparece e , ass im, e les esperam que a pessoa fa le na
f ren te do po l í t i co tudo que hav ia d i t o an tes .
Pa lav ras Cruzadas
Duas persona l idade , que tenham carac te r ís t i cas opostas , respondem as
mesmas pergun tas para le lamen te . Como ex emplo temos, In r i C r is to
ve rsus Ton inho do D iabo.