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EixoTecnológico: Gestão e Negócios Curso: Técnico em Logística Modalidade: Concomitante Disciplina - CH: Fundamentos da Logística 45h Docente: Déborah de Lima Barros Diniz 2015

Apostila Curso de Logística - Modulo Fundamentos Da Logística

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FASES HISTÓRICASA Logística no Brasil – Um breve históricoCONCEITOS E OBJETIVOSSISTEMA LOGÍSTICOAtividades PrimáriasAtividades de ApoioSUBSISTEMAS LOGÍSTICOSAS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICAPONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICALOGÍSTICA EMPRESARIALLOGÍSTICA INTEGRADALEAD TIMEJUST-IN-TIME – JITKANBANSISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JICCapítulo 6A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃOTENDÊNCIAS FUTURAS

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EixoTecnológico: Gestão e Negócios

Curso: Técnico em Logística

Modalidade: Concomitante

Disciplina - CH: Fundamentos da Logística – 45h

Docente: Déborah de Lima Barros Diniz

2015

DILMA VANA ROUSSEFF

Governo Federal

CID GOMES Ministro da Educação

ALÉSSIO TRINDADE DE BARROS

Secretário SETEC

MARCELO MACHADO FERES Coordenador Nacional do PRONATEC

ÂNGELA MARIA PAIVA CRUZ

Reitora UFRN

JOSÉ DANIEL DINIZ MELO Vice Reitor UFRN

JÚLIO CÉSAR DE ANDRADE NETO

Diretor EAJ/UFRN

GERBSON AZEVEDO DE MENDONÇA Vice Diretor EAJ/UFRN

Coordenador Adjunto Mulheres Mil PRONATEC/EAJ/UFRN

JOÃO INÁCIO DA SILVA FILHO Coordenador Geral PRONATEC/EAJ/UFRN

PAULO MÁRIO CARVALHO DE FARIA

Coordenador Adjunto Administrativo PRONATEC/EAJ/UFRN

KÉSIA KARINA DE OLIVEIRA SOUTO SILVA Coordenadora Adjunta dos Cursos Técnicos PRONATEC/EAJ/UFRN

ROSE MEIRE PENHA REVORÊDO DE MACÊDO

Coordenadora Adjunta dos Cursos FIC PRONATEC/EAJ/UFRN

ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO Déborah de Lima Barros Diniz

Lígia Souza de Santana Pereira

EQUIPE ADMINISTRATIVA DOS CURSOS TÉCNICOS PRONATEC/EAJ/UFRN Anaxmandro Pereira da Silva

Duciane Freitas Furtado Francisco Claudivan da Silva

Mônica Kaline Santiago e Maciel Silva Romoaldo Marroque Torres

Thays Lins Galvão de Albuquerque Bastos Valéria Maria Lima da Silva

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA AGRICOLA DE JUNDIAÍ

PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO

CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA

FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA – 45h

DÉBORAH DE LIMA BARROS DINIZ

PARNAMIRIM

2015

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 5

Sumário

EMENTA DO CURSO 6

INTRODUÇÃO 7

FASES HISTÓRICAS 8

A Logística no Brasil – Um breve histórico 9

CONCEITOS E OBJETIVOS 10

Capítulo 2 14

SISTEMA LOGÍSTICO 14

Atividades Primárias 14

Atividades de Apoio 14

SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS 14

Capítulo 3 16

AS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICA 16

PONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICA 16

Capítulo 4 18

LOGÍSTICA EMPRESARIAL 18

Capítulo 5 21

LOGÍSTICA INTEGRADA 21

LEAD TIME 26

JUST-IN-TIME – JIT 27

KANBAN 28

SISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JIC 29

Capítulo 6 31

A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃO 31

TENDÊNCIAS FUTURAS 31

Referências 33

Apêndice 34

Glossário 36

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 6

CURSO TECNICO DE NÍVEL MÉDIO EM LOGÍSTICA - FORMA ARTICULADA CONCOMITANTE

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA

Ementa

Recursos Econômicos: Fatores de produção. Histórico da logística. A logística e seus subsistemas.

Interfaces da logística com as demais áreas funcionais. O ambiente logístico. Decisões logísticas.

Organização das atividades logísticas. Distribuição, armazenagem, manutenção, processamento do

pedido e SCM.

Objetivos

Apresentar os conceitos e os princípios fundamentais que norteiam a prática da logística empresarial, permitindo aos alunos uma compreensão profunda dos tópicos relacionados à processamento dos pedidos, serviço ao cliente, movimentação e armazenamento das mercadorias e transporte, bem como a transferência de informações através da cadeia de suprimentos.

Bases Científico-Tecnológicas (Conteúdos)

1. Introdução, fases históricas, conceitos e objetivos;

2. Sistemas logísticos;

3. Subsistemas logísticos;

4. As três dimensões da logística;

5. Pontos básicos da logística;

6. Logística empresarial: área comercial, operação industrial, fornecedores, administração e finanças,

distribuição física;

7. Logística integrada;

8. Lead times;

9. Sistema Kanban X Just-in-Time – JIT/JIC;

10. A logística e a globalização;

11. Tendências futuras;

Procedimentos Metodológicos e Recursos Didáticos

Aulas expositivas, palestras, leitura de textos, trabalhos em grupo, seminários, multimídia e visita

técnica.

Avaliação

Trabalhos individuais e/ou grupos, seminários e prova escrita.

Bibliografia Básica

1. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento, organização e

logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

2. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de

suprimentos. São Paulo: Atlas, 2004.

Bibliografia Complementar

1. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

2. CASTIGLIONI, José Antônio de Mattos. Logística Operacional: guia prático. 2. Ed. São Paulo: Érica, 2009.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 7

Capítulo 1

INTRODUÇÃO

A logística estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade

nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento,

organização e controles efetivos para atividades de movimentação e armazenagem

que visam facilitar o fluxo de produtos.

Poucas são as áreas de estudo que apresentam impactos significativos no padrão de

vida das pessoas – A LOGÍSTICA é uma dessas áreas.

Todas as áreas da atividade humana são afetadas, direta e indiretamente pelo

processo logístico.

Alguns questionamentos:

A Logística pode ser considerada como sendo a área da administração que se

responsabiliza pelo transporte e pelo armazenamento dos produtos a serem

comercializados. É também de responsabilidade da logística obtenção, produção e

distribuição eficaz destes produtos em locais e quantidades específicas.

Para isso, é necessário planejar, programar, controlar fluxos e armazenar de forma

correta tudo o que diz respeito aos produtos, desde a matéria-prima utilizada para sua

produção até o produto acabado, pronto para comercialização. Todo esse trabalho

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 8

tem o objetivo de atender às necessidades dos consumidores oferecendo-lhes

informações acerca do que estão consumindo. A atividade logística começa a partir do

momento em que os produtos saem das linhas de produção e só termina quando os

consumidores os retiram dos pontos de comercialização.

Podemos dessa forma, definir as atividades logísticas em compra, recebimento,

armazenamento, expedição, transporte e entrega do produto desejado pelo cliente no

tempo e lugar certos e ainda ao menor valor possível. Isso significa que a logística deve

oferecer aos consumidores utilidade de tempo e lugar na oferta de seus produtos.

"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,

implementa e controla o fluxo e o armazenamento eficiente e econômico de matérias-

primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a

eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender às exigências dos clientes“. (Council of Logistics Management).

FASES HISTÓRICAS

De origem grega, a palavra logística vem de logistikos. Em latim logisticus, nesse caso

já uma derivação do grego e significa raciocínio e cálculo matemático.

Existente há mais de 40 anos, o conceito de Logística relacionava-se ao ambiente

militar durante a Segunda Guerra Mundial. Tinha como objetivos, atender às

necessidades das batalhas. Seu desenvolvimento está muito ligado às táticas e às

operações militares de importantes guerras. Persas e gregos em 481 a.c. já utilizavam

alguns conceitos próprios da logística para coordenar longas viagens com exércitos

compostos por até 3000 homens. Todo o controle de alimentos, água, roupas, armas,

munição e até cavalos era cuidadosamente realizado para dar suporte a toda a

operação.

Até a segunda guerra mundial, a logística era um termo próprio das operações

militares.

Porém, essa mesma guerra foi responsável por tornar a logística uma ferramenta

indispensável para as empresas que ficaram responsáveis por reconstruir o que foi

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 9

destruído durante os confrontos. Os conhecimentos logísticos somados ao avanço

tecnológico tornaram a reconstrução bem mais fácil.

Podem ser citadas as atividades abaixo, como exemplos das demandas deste período:

Produção, aquisição, transporte, distribuição de armamentos e equipamentos

militares;

Alimentação das tropas militares;

Evacuação de mortos e feridos;

Transporte e distribuição de munição;

Entrega de correspondências aos familiares;

Entrega de correspondência entre os militares;

Fornecimento de peças de reposição de veículos e carros de combate;

Prestação de serviço de manutenção especializada por equipes de moto-

mecanização e engenharia;

Entre outros

Com o decorrer dos anos, esses conceitos migraram para o ambiente empresarial,

ganharam vulto e sua importância vem crescendo e fazendo parte da rotina das

empresas de sucesso do mundo globalizado.

A Logística no Brasil – Um breve histórico

As atividades logísticas no Brasil são muito recentes. Até os anos 70, havia um quase

total desconhecimento do termo e de sua abrangência também. Os conhecimentos de

informática também eram restritos para um pequeno grupo de pessoas.

Mas nessa mesma década alguns setores da economia como a indústria

automobilística e o setor de distribuição de energia elétrica já aplicavam, mesmo que

ainda de forma inconsciente as ferramentas da logística, principalmente para

atividades de compra, embalagem, armazenamento, transporte e distribuição de

material.

Para que tenhamos uma noção de como as atividades logísticas eram dispersas, no ano

de 1977, foram criadas simultaneamente a Associação Brasileira de Administração de

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 10

Materiais e a Associação Brasileira de Movimentação de Materiais, com objetivos que

eram idênticos, porém sem nenhum tipo de relação.

Somente em 1979, o IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais)

foi criado e pode ser considerado como sendo o primeiro evento concreto de

utilização consciente de atividades logísticas.

Os anos subsequentes foram marcados por vários acontecimentos importantes para

concretizar de vez a entrada da logística no Brasil. Podemos destacar a criação da

Associação Brasileira de Logística e a instalação do Brasildock’s, o primeiro operador

logístico do Brasil.

O Brasil começa então a importar conhecimentos logísticos de outras partes do mundo

e em 1982, são trazidos do Japão o Kaban e o Just in Time, desenvolvidos pela Toyota

considerados como os dois principais modelos de sistema moderno de logística

integrada.

Desde a implantação do Plano Real, que trouxe a estabilidade para a moeda brasileira,

os empresários passaram seus focos para a administração de custos. Eles,

aproveitando o desenvolvimento tecnológico, passaram a utilizar os sistemas de

informática para controlar melhor seus estoques ou ainda, rotinizar suas atividades. O

código de barras é um exemplo de sistema de informática que veio para agilizar as .

Somente na década de 90, muitos operadores logísticos internacionais, como Danzas,

Ryder, Penske, TNT e Excel entraram no Brasil e pelo menos 50 empresas nacionais

foram desenvolvidas.

CONCEITOS E OBJETIVOS

Compreendemos que “Logística é a arte de comprar, receber, armazenar, separar,

expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo, na hora certa, no lugar certo,

ao menor custo possível“.

A logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e

informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. A logística é

uma sub-área da Administração, envolvendo diversos recursos da engenharia,

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 11

economia, contabilidade, estatística, marketing e tecnologia, do transporte e dos

recursos humanos.

Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional, onde esta administra

os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa,

gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o

armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as

operações e gerenciando informações, ou seja, monitorando toda parte de entrega e

recebimento de produtos na empresa.

Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, "Logística é a

parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e

controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas,

materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles

relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender às exigências dos clientes" (Carvalho, 2002, p. 31).

O Comércio e a Literatura dos Negócios deram a logística uma grande variedade de

nomes:

Distribuição Física

Logística Empresarial

Logística de Distribuição

Logística de Marketing

Gerenciamento de Materiais

Gerenciamento de Cadeia de Distribuição

Logística Industrial

Logística de Transporte

Todos os nomes significam a mesma coisa.

Gerenciamento do fluxo de materiais do ponto de origem ao ponto de

consumo.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 12

LOGÍSTICA é o processo de PLANEJAR, IMPLEMENTAR e CONTROLAR de maneira

EFICIENTE e EFICAZ o fluxo de ARMAZENAGEM de Produtos, bem com os SERVIÇOS e

INFORMAÇÕES associados, cobrindo desde o PONTO DE ORIGEM até o PONTO DE

CONSUMO, com o objetivo de atender os requisitos do CONSUMIDOR.

EFICIÊNCIA - É a relação entre o resultado alcançado e os recursos utilizados; BATALAS

(2001).

EFICÁCIA - É a extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados

planejados são alcançados.

EFICIÊNCIA - É fazer bem as coisas, referindo-se a processos;

EFICÁCIA - É fazer a coisa certa, referindo-se a resultados.

Sou eficaz por que sou eficiente...

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 13

Capítulo 2

SISTEMA LOGÍSTICO

Estas atividades podem ser divididas em dois grupos:

Atividades Primárias

Atividades de Apoio

Atividades Primárias:

A seguir são apresentadas as três atividades primárias, presentes em todos os

subsistemas logísticos. Estas atividades são responsáveis pela maior parte dos custos

logísticos, sendo essenciais na coordenação e cumprimento da tarefa logística, que é

prover serviço no sentido de conseguir mercadorias para os clientes quando e onde

eles quiserem.

Transporte;

Controle de estoques;

Processamento de pedidos.

Transporte

De um a dois terços, em média, dos custos logísticos, estão associados a esta atividade.

Para grande parte das organizações, o transporte apresenta-se como a atividade

logística mais importante. Sendo, sem dúvida, uma atividade essencial, tendo em vista

que nenhuma empresa pode operar sem se preocupar com a movimentação de suas

matérias-primas ou de seus produtos acabados.

Controle de Estoques

Em geral não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para

que um grau razoável de disponibilidade de produto possa ser atingido é necessária à

manutenção de estoques, que se comportam como "amortecedores", agindo entre a

oferta e a demanda. O uso extensivo de estoques é uma consequência de serem estes,

em média, responsáveis por aproximadamente um ou dois terços dos custos logísticos.

Tal fato torna a manutenção de estoques uma atividade-chave da logística.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 14

Os elevados custos associados para manter estes produtos armazenados (em geral,

entre 25 a 30% do valor do produto por ano) requerem uma administração cuidadosa.

A administração de estoques envolve a necessidade de manter seus níveis os mais

baixos possíveis, provendo simultaneamente a disponibilidade requerida pelos

clientes.

Processamento de Pedidos

Os custos desta atividade quando comparados aos custos de transporte e de

manutenção de estoques, os custos de processamento de pedido são bem reduzidos.

Apesar disso, é uma atividade logística primária importante, pelo fato de ser um

elemento crítico no que se refere ao tempo necessário para levar bens e serviços aos

clientes.

Atividades de Apoio:

São atividades adicionais que embora não estejam presentes em todo o sistema

logístico, servem de apoio às atividades primárias.

Pode-se citar as seguintes: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de

proteção (empacotamento), obtenção, programação de produtos e manutenção de

informação, que descritas a seguir.

Armazenagem

Administra o espaço físico necessário para os estoques. Seus principais problemas são:

localização e arranjo físico do produto no armazém; dimensionamento e configuração

do armazém; recuperação do estoque; projeto de docas ou baias de atracação, etc.

Manuseio de Materiais

Atividade ligada à armazenagem apoiando também a manutenção de estoques. Diz

respeito à movimentação do produto no armazém. Alguns dos problemas logísticos

tratados nessa atividade são: seleção de equipamento de movimentação,

balanceamento da carga de trabalho, estudo dos procedimentos de formação dos

pedidos, etc.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 15

Embalagem de Proteção (empacotamento)

A atividade refere-se a movimentar o produto sem danificá-lo. A boa embalagem do

produto auxilia a garantia de movimentação sem quebras e dimensões adequadas de

empacotamento facilitam o manuseio e armazenagem eficientes.

Obtenção

Atividade que disponibiliza o produto para o sistema logístico. Diz respeito a seleção

das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das

compras e da forma pela qual o produto é comprado. A obtenção não deve ser

confundida com a função de compras. Esta inclui muitos dos detalhes de

procedimento (por exemplo: negociação de preços e avaliação de vendedores), que

não especificamente relacionados com a tarefa logística.

Programação do Produto

Ao contrário da obtenção que trata do suprimento (fluxo de entrada), a programação

de produtos ocupa-se da distribuição (fluxo de saída). Refere-se às quantidades

agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas.

Manutenção de Informação

Consiste em manter uma base de dados com informações de custos e desempenho,

informações importantes para que uma firma, em termos logísticos, possa operar

eficientemente.

SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS

As características básicas dos subsistemas que integram um sistema logístico dentro de

um planejamento integrado compreende um conjunto de cinco subsistemas, mais

comuns, que são descritos a seguir.

Suprimento

É constituído pelo conjunto das atividades que facilitam o fluxo de materiais e

informações desde os pontos de fornecimento até a empresa.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 16

Produção

Responsável pela movimentação das matérias-primas e materiais ao longo de todo o

processo de manufatura, até a colocação dos produtos acabados no armazém.

Distribuição Física

Através deste subsistema é que os produtos acabados são levados até os clientes.

Abrange tarefas de transporte, armazenamento, manuseio de produtos, embalagem,

controles, entre outras.

Assistência Técnica

Este subsistema é responsável por todo serviço logístico do pós-venda. A sua essência

garantida pela movimentação e armazenagem dos recursos necessários à sua

realização.

Reutilização

Sua finalidade consiste em estabelecer nova utilização para o produto que conclui seu

ciclo de vida ou ao produto já utilizado. Compreende, ainda, o retorno do produto

quando for necessário.

É importante ressaltar que os subsistemas descritos têm suas ações coordenadas

através de um planejamento integrado que conduz a execução dos fluxos de material,

de informação e do fluxo financeiro.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 17

Capítulo 3

AS TRÊS DIMENSÕES DA LOGÍSTICA

A Logística tem três dimensões principais: Fluxo / Atividades e Domínio

Dimensão de Fluxo: suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao

cliente.

Dimensão de Atividades: processo operacional, administrativo, de

gerenciamento e de engenharia.

Dimensão de Domínios (área de conhecimento): gestão de fluxos, tomada de

decisão, gestão de recursos, modelo organizacional. Ex.: Recursos Humanos,

Recursos Materiais, Tomada de Decisão, Modelo Organizacional.

A importância de se introduzir o conceito de dimensões é fazer-nos lembrar, a cada

passo dado na análise de um sistema logístico, que nunca podemos pensar de forma

reducionista da causa e efeito: há muitas variáveis independentes que interagem para

provocar um efeito, e devemos utilizar todas as ferramentas disponíveis para analisá-

las.

PONTOS BÁSICOS DA LOGÍSTICA

Os principais pontos em que a logística se baseia são:

Movimentação dos produtos:

A movimentação (fluxo) de produtos é então sempre no sentido de produtores

primários até o consumidor final. Ela pode ser classificada de interna (quando se passa

dentro da fábrica) considerando as movimentações dentro das fábricas, em função do

processo produtivo, ou a movimentação nos armazéns, em função dos processos de

estocagem, coleta e embarque; ou de externa (quando ultrapassa os muros da

empresa) se considerarmos os translados entre as fábricas e os depósitos e destes para

os atacadistas e lojistas.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 18

Movimentação das Informações:

A informação por sua vez é bidirecional. Começa no sentido do lojista para o produtor

final, sendo repassada até o primário. No decorrer do processamento ela pode fluir

nos dois sentidos, em função dos feedbacks e controles (vide figura abaixo)

O Tempo:

O tempo decorrido entre a manifestação do desejo de compra e a entrega efetiva de

um pedido é um dos condicionantes principais da eficácia da cadeia logística.

Juntamente com a qualidade e o custo ele representará o diferencial competitivo da

empresa perante o cliente. O lead time (tempo decorrido desde o início até o fim de

um processo) é de responsabilidade total do sistema logístico.

O Custo:

Os custos não agregados ao custo da matéria prima pela adição de valor, isto é, pela

transformação física do material, devem ser controlados pela logística, evitando

paradas de fluxo interno e externo, transportes desnecessários e controles de

qualidade de recebimento que devem ser atribuídas do fornecedor precedente na

cadeia.

O Nível de Serviço:

É a percepção pelo cliente da qualidade do atendimento.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 19

Capítulo 4

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

A logística empresarial é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo

o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor.

Área Comercial:

Capta os desejos do cliente, e usa os recursos que dispõe para torna-lo realidade, e por

consequência estabelecer um vínculo duradouro com nossa empresa. O conceito de

valor que o cliente tem com relação ao nosso serviço, depende de uma série de fatores

sendo eles:

Qualidade;

Confiabilidade;

Valor de revenda;

Tempo de entrega e serviço pós venda;

Custos de manutenção

o Alocação de recursos

o Eficácia do uso de recursos

o Mensuração do que de fato foi empregado

o Administração do fluxo de caixa

Operação Industrial:

Ela envolve a escolha dos recursos tecnológicos mais indicados, incluindo conceitos de

JIT (Just in Time) o material certo, na hora certa, no lugar certo, na quantidade certa e

com a qualidade certa.

Conceitos fundamentais para a competitividade:

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 20

JIT, FMS, CIM, TQC, TPM, MRP I, MRP II, ERP, Simulação.

Conceito JIT:

o JIT automatizada flexível

o JIT automatizada focalizada

o JIT manual focalizada

o JIT manual flexível

Fornecedores:

Parceiros operacionais, que exigem relacionamento aberto, que compreende desde o

desenvolvimento em conjunto do produto, contratos de fornecimento com preços,

prazos e qualidade sujeitos a uma mútua administração. Surge também a figura do

fornecedor preferencial, aquele de melhor qualidade, com quem nos relacionaremos

com mais frequência.

Administração e Finanças:

A agilização da atividade logística leva a uma rapidez da geração de caixa pelas

empresas. A rápida transformação de pedidos em faturamento, a redução do

investimento em estoques, em inventários finais, o EDI, cria condições de um fluxo de

caixa mais preciso, tudo isto permite um maior controle do fluxo de caixa das

empresas.

Ênfase no fluxo de caixa

ERP (Planejamento de recursos da empresa)

Controle do plano de investimentos em manufatura:

o Organização

o Geral

o Novos projetos

o Fábrica existente

Distribuição Física:

Implica em responder a uma pergunta: Como entregar da maneira mais rápida e ao

menor custo o produto ao nosso cliente. A resposta passa necessariamente pela

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 21

localização da fábrica, que deve se possível estar o mais próximo possível do mercado

alvo, a localização dos centros de distribuição, a escolha eficiente de rotas para o

transporte, o transporte intermodal. Eficiência no embarque e desembarque de

mercadorias.

Localização da fábrica

Localização dos fornecedores

Localização dos depósitos

Estruturação dos sistemas de transportes

Depósitos regionais

Inventários

Transporte intermodal

Modelos de Pesquisa Operacional

Softwares dedicados

Meios físicos de transporte

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 22

Capítulo 5

LOGÍSTICA INTEGRADA

Entende-se por Logística Integrada o sistema onde todas as operações logísticas da

empresa, incluindo trânsito de materiais e informações, estão interligadas em um

sistema inteligente que consegue administrar o fluxo logístico dentro da organização

de forma eficiente. Uma empresa que deseja ser uma organização de classe mundial

deve realizar um projeto de integração de todas as suas operações com objetivo de

alcançar essa integração, deixando claro o papel que a logística desempenha na

empresa.

Sendo assim, a Logística Integrada é o processo de planejamento, implementação, e

controle da eficiência, do custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de

matéria-prima, material em processo e produto acabado, bem como do fluxo de

informações do ponto de origem, ao ponto de consumo, com o objetivo de atender as

exigências dos clientes.

A logística integrada tem como objetivo principal melhorar a adição de valor ao

cliente:

Destacando o nível de serviço por este recebido

Diminuindo o custo que sustentam essa percepção

Aumentando de modo sustentável a competitividade da organização

A preocupação da logística integrada começa na fonte original de fornecimento e

termina no ponto de consumo.

Gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management).

Relacionamento com os clientes;

Serviços aos clientes;

Administração da demanda;

Atendimento de pedidos;

Administração do fluxo de produção;

Compras/suprimentos;

Desenvolvimento de novos produtos.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 23

Na guerra da competitividade a logística representa vantagem competitiva entre

empresas concorrentes

Visão estratégica destaca a integração das áreas de:

o Abastecimento, produção e distribuição;

Visão tática destaca o comprometimento entre as gerências de:

o Logística e de marketing/vendas;

Visão operacional destaca as operações logísticas:

o seu relacionamento com a cadeia de suprimentos, o inter-

relacionamento entre as áreas operacionais.

Reduzir custos operacionais;

Atender as necessidades dos consumidores com maior eficácia;

Melhorar a qualidade a um menor custo ao cliente;

I - Colocar o produto certo, na hora certa, no local certo e ao menor custo possível.

II - É necessário aumentar o fluxo de informações entre seus integrantes e maior

precisão nos resultados.

Áreas da logística integrada:

Administração de materiais:

É o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a

fonte de matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibilizar para

produção”; sendo que participam desta área os setores de: Suprimentos, Transportes,

Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques. A administração do material

corresponde, portanto, no seu todo, ao planejamento, organização, direção,

coordenação e controle de todas as tarefas necessárias à definição de qualidade,

aquisição, guarda, controle e aplicação dos materiais destinados às atividades

operacionais de uma organização, seja de natureza militar, industrial, comercial ou de

serviços.

A administração do material tem por objetivo:

o Preços baixos;

o Alto giro de estoques;

o Baixo custo de aquisição e posses;

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 24

o Continuidade de suprimento;

o Consistência de qualidade;

o Pouca despesa com pessoal;

o Relações favoráveis com os fornecedores;

o Aperfeiçoamento do pessoal;

o Bons registros.

Movimentação de materiais:

Tem como objetivo o transporte eficiente de produtos, tendo em vista reposição de

matérias-primas nas linhas de produção de uma fábrica, bem como transportar o

material em processamento. A movimentação de material tem também como função a

emissão de guias de remessa que deverá ser entregue ao fiel de armazém, juntamente

com os produtos acabados. A movimentação de material não se limita apenas a

movimentar, encaixotar e armazenar como também executa essas funções tendo em

vista o tempo e espaço disponíveis. As atividades de apoio à produção, grupagem e

todas as outras atividades não devem ser vistas como um número isolado e

independente de procedimentos, devendo ser integradas num sistema de atividades

de modo a maximizar a produtividade total de uma instalação ou armazém.

Distribuição física:

É o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma

transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de

informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas

condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos; em resumo é “tirar da

produção e fazer chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos

Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido. Um

canal de distribuição corresponde a uma ou mais empresas ou organizações que

participam do fluxo de produtos e/ou serviços desde o produtor até o cliente ou

consumidor final. Normalmente, a organização pensa em entregar diretamente a seus

clientes, porém nem sempre é possível, ou seja, muitas vezes utiliza outras

organizações para distribuir todos os seus produtos ou alguns deles ao cliente final.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 25

Existem dois tipos de canais, o primeiro atende ao processo de transferência de

propriedade (transação) e suas principais funções são: negociar, vender e contratar. Já

o segundo canal está relacionado com a distribuição ou entrega de produtos ou

serviços, ou seja, a distribuição física na prática. Esses intermediários podem

desempenhar as duas funções, o que não é muito comum.

Os objetivos principais do canal de distribuição são:

o Garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos do mercado

identificados como prioritários.

o Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão.

o Buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimento no que se

refere aos fatores relevantes relacionados com a distribuição.

o Garantir um nível de serviço preestabelecido pelos parceiros da cadeia de

suprimentos.

o Garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos

participantes.

o Buscar, de forma integrada e permanente, a redução de custos, atuando não

isoladamente, mas da mesma forma, analisando a cadeia de valor do seu lado.

A administração da distribuição física é desenvolvida em três níveis:

Estratégico: Procura determinar como deve ser o sistema de distribuição e

decidir, de forma geral qual deve ser a configuração global do sistema de

distribuição, ou seja, a localização dos armazéns, a seleção de modos de

transporte e o projeto do sistema de processamento de pedidos. Molda o

sistema de distribuição em termos gerais.

Tático: Envolve a utilização dos recursos, qual a melhor maneira de utilizar o

sistema de distribuição. Quando uma empresa realiza investimentos em

alguma parte de seu sistema de distribuição, como, por exemplo, caminhões,

armazéns, dispositivos para transmissão de pedidos, surge o problema de

utilizar seus equipamentos e facilidades de maneira eficiente.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 26

Operacional: Refere-se às tarefas diárias que o gerente de distribuição e seus

subordinados devem desempenhar para que seus produtos fluam até o cliente.

Isto inclui atividades como recolher produtos dos estoques, carregar caminhões

para entrega, embalar produtos para carregamento. O enfoque é supervisão e

realização.

Cadeia de Suprimentos

Quando adquirimos um produto não imaginamos o longo processo necessário para

transformar a matéria-prima, energia e mão-de-obra em algo útil. Muitas vezes,

produtos complexos, como o automóvel, requerem matéria-prima de natureza

bastante variada (como metais, plásticos, borracha, tecidos) e são montados a partir

de um número muito grande de componentes. Em outros casos, como uma bandeja de

ovos, o produto é formado pelo elemento básico (ovos), mas há que se considerar

também o suporte de plástico, a etiqueta e o código de barras. Tal processo ou

caminho pode vir a ser muito longo. Uma geladeira, por exemplo, utiliza componentes

fabricados por outras indústrias, como o caso do compressor. A fábrica de

compressores, por sua vez, necessita de fios elétricos, metais e outros elementos para

sua produção, componentes esses fornecidos por outras empresas. O longo caminho

que se estende desde as fontes de matéria-prima passando pelas fábricas dos

componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores, e chegando

finalmente ao consumidor através do varejista, constitui a cadeia de suprimento.

A cadeia de suprimentos é um conceito de fluxo expandido que compreende todos os

processos logísticos: contato com o fornecedor, internacionalização de insumos e

matéria prima, o abastecimento das linhas de produção até a distribuição de bens para

o mercado consumidor, envolvendo transportes, análises de demanda, gestão de

estoques e o alinhamento desse processo com a estratégia da empresa, o marketing, a

gestão de finanças, pessoas e demais áreas.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 27

LEAD TIME

A definição mais convencional para lead time é o tempo entre o momento de entrada

do material até a sua saída do inventário. É o tempo decorrido o início até o fim de um

processo. A meta é a diminuição destes tempos, monitorando e agindo sobre os

processos.

A grande perda de tempo de um sistema deve-se sempre às esperas

Quanto menor o lead time, mais eficiente o processo.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 28

Benchmarking – “Busca de melhores práticas que conduzam um desempenho

superior”

Ferramentas:

o Reengenharia de processos

o Qualidade Total

JUST-IN-TIME – JIT

O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os produtos mesmo a tempo

(just in time) de serem vendidos. Peças mesmo a tempo de serem montadas e

materiais mesmo a tempo de serem transformados em peças. A idéia dos japoneses é

produzir pequenas quantidades para corresponder à procura, enquanto que os

ocidentais produzem grandes quantidades de produtos vários para o caso de virem a

ser necessários.

Just in Time - JIT consiste em entrega de produtos e serviços, na hora certa para o uso

imediato, tendo como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo

produtivo, que é obtida e desenvolvida através da redução dos estoques. Este sistema

permite a continuidade do processo, mesmo quando há problemas nos estágios

anteriores a sua produção final.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 29

Significa “no tempo justo”, exige do administrador o abastecimento ou

desabastecimento da produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa,

visando capacitar à empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da

demanda, com qualidade assegurada.

Tem também como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo

produtivo, que é alcançada e trabalhada através da redução dos estoques. Estes

permitem a continuidade do processo produtivo mesmo quando há problemas nos

estágios de produção. Ao se reduzir o estoque, os problemas que antes não afetavam

a produção, torna-se agora visíveis, podendo, assim serem eliminados, permitindo um

fluxo mais suave da produção.

KANBAN

O cartão Kanban: O cartão Kanban é responsável pela comunicação e pelo

funcionamento de todo o sistema e sua função é determinar a quantidade de

estoques. É usado nas cores vermelho, amarelo e verde do tamanho e formato que a

empresa achar melhor.

O quadro Kanban: O quadro Kanban deve ficar próximo ao estoque de peças no setor

de produção. Ele é dividido em colunas e linhas, sendo que as linhas horizontais

indicam o tipo de produto.

Funcionamento: Quando um produto estiver acabado, deve-se colocar o cartão

Kanban na caixa ou contentor do produto tirando o cartão do quadro na ordem do

vermelho para o verde, pois à medida que for ficando verde sabe-se que já tem

bastante estoque, e à medida que for ficar vermelho, sabe-se que está faltando

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 30

estoques. E à medida que forem enviados ao cliente, deve-se retirar o cartão Kanban

dele e colocar na ordem do verde para o vermelho.

Ou seja, quanto mais produtos forem enviados ao cliente, maior será o número de

cartões que você terá no quadro, tendo assim a necessidade maior de

reposição. Porém, se algum item do quadro estiver vazio, ou seja, sem cartões, isto

significa que todos os produtos estão feitos e não deve mais ser produzido.

Por conseguinte, o sistema Kanban de abastecimento apresenta uma série de

vantagens para a empresa e os funcionários. Lembrando que, cada empresa adota o

Kanban à forma que achar melhor para sua produção. Uma das vantagens é reduzir a

quantidade de estoques, que prejudica a empresa (pois reduz custos) e a produção

(pois é mais gerencial). O Kanban é extremamente simples de ser implementado, e

extremamente eficiente.

SISTEMA KANBAN X JUST-IN-TIME – JIT / JIC

Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível.

Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os

fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser substituído

por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios

demarcados.

Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para

indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas as

peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo

pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 31

peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a

produção da peça.

Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em

indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os

Kanbans físicos (cartões ou caixas) podem ser Kanbans de Produção ou Kanbans de

Movimentação e transitam entre os locais de armazenagem e produção substituindo

formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo enfim que a produção se

realize Just in time - metodologia desenvolvida e aperfeiçoada por Taiichi Ohno e

Toyoda Sakichi conhecida como Sistema Toyota de Produção.

O sistema Kanban é uma das variantes mais conhecidas do JIT (Lopes dos Reis, 2008,

p.191).

A grande maioria de pessoas fazem uma certa confusão entre o Sistema Kanban e o

Sistema "Just-in-Time" - JIT. O Sistema Just-in-Time, que em português significa no

momento exato ou ainda, num linguajar mais corriqueiro "em cima da hora", é um

sistema de produção cuja ideia principal é fabricar produtos na quantidade necessária

no momento exato em que o item seja requisitado, entendendo-se aqui que a

exigência pode ter origem externa à fábrica, mercado consumidor, por exemplo,

quanto interna, neste caso é feita por uma estação de trabalho subseqüente aquela

em que o item é produzido.

O Sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o método de produção JIT, ou

seja, é um sistema de informação através de cartões, tradução de Kanban para o

português, para controlar as quantidades a serem manufaturadas pela empresa.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 32

Capítulo 6

A LOGÍSTICA E A GLOBALIZAÇÃO

Possibilitou a eliminação de barreiras geográficas, aproximando os mercados, através

dos meios de comunicação e transportes, segurança no transporte de dados e

informações através da Web. O surgimento de empresas virtuais, que revolucionaram

a forma de fazer negócios. O surgimento de joint ventures (a união de duas ou mais

empresas para conduzir um negócio), o compartilhamento da mesma planta industrial

por empresas diferentes (fornecedores e compradores), compartilhamento de

recursos humanos.

Extensão geográfica do mercado consumidor

Rapidez de informações

Consumidor exige cada vez mais produtos e serviços personalizados

A mudança de paradigma de emprego e de estruturas de produção

TENDÊNCIAS FUTURAS

Antes da logística empresarial surgir os setores corporativos agiam separadamente. Isso deixava as empresas sem foco nos clientes e com níveis de serviço abaixo do desejados, além dos custos logísticos elevados e os seus longos ciclos de produção existentes.

Mas uma técnica estratégica foi utilizada e revolucionou o mundo dos negócios, foi a integração dos setores num ato de sinergia. Como o mercado consumidor havia se tornado mais exigente, foi preciso um up na organização das funcionalidades empresariais. E isso fez com que os custos diminuíssem e a qualidade dos produtos e serviços melhorassem.

Outras tendências que a integração possibilitou foi a utilização de ferramentas que antes não eram utilizadas como o just in time, o sistema push, o sincronismo de material.

Just in time – o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados;

Sistema Push – do jeito que o cliente quer; Sincronismo de material – ter todo o controle do produto na cadeia, devido

a integração na própria cadeia.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 33

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 34

Referências

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.

VALENTE, M. G. Gerenciamento de transportes e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997.

NOVAES, Antônio Galvão N. ; ALVARENGA, Antônio Carlos. Logística Aplicada:

suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994.

DIAS, Marco Aurélio P. Transportes e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1987.

CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo:

Atlas, 2001

Bibliografia complementar

PEREIRA, Amaranto, L. – Notas de Aula da Disciplina Análise e Operação de

Sistemas Logísticos, Programa de Engenharia de Transportes – PET-COPPE/UFRJ,

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - Brasil, 2001.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 35

Apêndice

Apêndice A:

Logística breve objetivo:

O objetivo básico da logística, de acordo com vários estudos, é tornar os produtos e

serviços disponíveis nos locais onde são desejados, entretanto, a logística são responsável

também pelo fluxo de informações, e é através dela que podemos assegurar a satisfação

do cliente em longo prazo.

A mudança no comportamento do consumidor exige das empresas cada vez mais

inovações, não apenas tecnológicas, mas em relação ao tipo de comportamento e

tratamento dispensado aos seus consumidores, com a concorrência acirrada a

flexibilidade e agilidade contam pontos favoráveis.

O gerenciamento logístico busca satisfazer as exigências do mercado, não apenas em

relação a entrega dos produtos, mas no que tange o processo geral, desde a produção,

compra, desenvolvimento, distribuição, até o consumidor final.

Apêndice B:

Transporte:

Os processos logísticos são importantes para as organizações, porém o transporte é parte

mais visível da logística, segundo vários estudos. O transporte consiste em transportar

algo ou alguém para algum lugar, é visto como essencial no mundo todo, influencia o

custo dos produtos internos e externos e é um fator determinante para a concorrência

global.

A logística empresarial passou a ser notada após a revolução tecnológica, por volta dos

anos 70, antes a Administração focava apenas a produção, marketing e finanças.

Os transportes de cargas estão divididos em 5 modais:

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 36

Aéreo;

Ferroviário;

Rodoviário;

Hidroviário;

Marítimo.

Cada tipo de transporte possuem custos e características operacionais distintas, e cada

uma delas também tem seus prós e contras.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 37

Glossário

A

Armazenamento Ação ou efeito de armazenar; armazenagem.

B

Benchmarking Busca de melhores práticas que conduzam um desempenho superior

Brasildock’s Primeiro operador logístico do Brasil

C

Cadeia de Suprimentos É o gerenciamento de uma rede interligada de negócios

envolvidos na provisão final de pacotes produto e serviço requeridos por clientes

finais.

D

Danzas Operadores logísticos

Distribuição Física Reposição de matérias-primas nas linhas ou células de produção

de uma fábrica, bem como transportar o material em processamento, quando este

processamento implica a realização de operações que são desempenhadas em postos

de trabalho diferentes.

E

EDI significa troca estruturada de dados através de uma rede de dados qualquer.

Eficácia Capacidade de desenvolver tarefas ou objetivos de modo competente.

Eficiência Capacidade de realizar tarefas ou trabalhos de modo eficaz e com o

mínimo de desperdício.

ERP Planejamento de recursos da empresa.

Estabilidade Solidez e segurança; qualidade daquilo que é estável: “a boa

estabilidade da ponte”.

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 38

Estratégico Processo gerencial que se refere à formulação de objetivos para a

seleção de programas de ação e para sua execução, levando em conta as condições

internas e externas à empresa e sua evolução esperada.

Excel Operadores logísticos.

G

Globalização Processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre

economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras

entre eles.

Globalizado Algo ou alguém que se globalizou: vivemos num mundo globalizado.

I

IMAM Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais.

J

Just in Time Just in time é um sistema de administração da produção que determina

que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata.

K

Kaban É um sistema responsável pela comunicação e pelo funcionamento de todo o

sistema de produção e sua função é determinar a quantidade de estoques.

L

Lead time Tempo decorrido desde o início até o fim de um processo.

Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e

informações para a execução de todas as atividades de uma empresa.

Logística Integrada é a integração dos processos do negócio do consumidor através

dos fornecedores de produtos, serviços e informação, com o objetivo de acrescentar

valor para o cliente.

O

Fundamentos da Logística – Profa. Déborah Barros Diniz 39

Operacional formalização dos objetivos e procedimentos a seguir, principalmente

através de documentos escritos das metodologias de desenvolvimento e implantações

estabelecidas e é desenvolvido pelos baixos níveis de gerência.

P

Penske Operadores logísticos.

Plano Real foi um programa brasileiro com o objetivo de estabilização e reformas

econômicas, iniciado em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da medida

provisória número 434.

R

Reutilização Ato ou fato de reutilizar; nova utilização.

Ryder Operadores logísticos.

S

Sistema Push Sistema desenvolvido para atender ao cliente do jeito que ele precisa.

Supply Chain Management ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é uma

ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa

gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, Nesses tempos

modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o Supply Chain

Management permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade.

T

Tático nível intermediário da organização e ocupa-se, entre outras coisas, com a

alocação de recursos. Integra a estrutura da organização para fazer frente aos desafios

estratégicos.

TNT Operadores logísticos.

Toyota é uma empresa produtora de automóveis, com sede na cidade de Toyota,

província de Aichi, no Japão.

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U

Up é uma palavra da língua inglesa que significa "para cima". É utilizada em

contextos diversos, podendo utilizar-se sozinha ou junto de outras palavras para

atribuir um novo sentido.

Visão organizacional Define o que a organização pretende ser no futuro. Incorpora

as ambições da organização e descreve o quadro futuro que ela quer atingir.