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Unidade Operacional (CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL (“CEZAR AUGUSTO BIANCHI BOTARO”)). CORTE INDUSTRIAL

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Unidade Operacional

Unidade Operacional

(CENTRO DE FORMAO PROFISSIONAL (CEZAR AUGUSTO BIANCHI BOTARO)).

CORTE INDUSTRIAL

Presidente da FIEMGRobson Braga de Andrade

Gestor do SENAI

Petrnio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e

Superintendente de Conhecimento e Tecnologia

Alexandre Magno Leo dos Santos

Gerente de Educao ProfissionalEdmar Fernando de Alcntara

Elaborao

Andr Leandro Fonseca PimentelAvelino Gomes Serra

Unidade Operacional

CENTRO DE FORMAO PROFISSIONAL Cezar Augusto Bianchi Botaro

Sumrio

1. INTRODUO....................................................................................052. ESTRUTURA DE UMA SEO DE CORTE......................................063. MODELAGEM.....................................................................................154. TIPOS DE TECIDOS...........................................................................175. PRODUO DE ENCAIXE.................................................................216. ENFESTOS ........................................................................................24

7. CORTE................................................................................................27

8. SEPARAO......................................................................................28

9. GASTO MDIO...................................................................................29

10 . FREQUNCIA MXIMA..................................................................29

11. MODELOS DE FICHAS TCNICAS E ORDEM DE CORTE...........30BIBLIOGRAFIA.......................................................................................34

Apresentao

Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento.Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informao exige mudanas profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produo, coleta, disseminao e uso da informao.

O SENAI, maior rede privada de educao profissional do pas, sabe disso, e, consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a gide do conceito da competncia: formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resoluo de problemas, com conhecimentos tcnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e conscincia da necessidade de educao continuada.Vivemos numa sociedade da informao. O conhecimento, na sua rea tecnolgica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualizao se faz necessria. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliogrfico, da sua infovia, da conexo de suas escolas rede mundial de informaes internet- to importante quanto zelar pela produo de material didtico.

Isto porque, nos embates dirios, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratrios do SENAI, fazem com que as informaes, contidas nos materiais didticos, tomem sentido e se concretizem em mltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didticos, aguar a sua curiosidade, responder s suas demandas de informaes e construir links entre os diversos conhecimentos, to importantes para sua formao continuada!

Gerncia de Educao e Tecnologia

1. IntroduoA seo de corte uma das sees mais importantes dentro do processo produtivo de uma fbrica de roupas. o setor que processa a matria prima de maior custo dentro de uma indstria de confeco, o tecido. O desperdio de tecidos causado por uma falta de planejamento associado a encaixes e cortes mal elaborados, pode causar srias perdas para empresa, elevando o custo do produto conseqentemente a reduo de lucros.

Este material serve de consulta para a disciplina, Corte Industrial, com o objetivo de capacitar profissionais para desempenhar suas funes com competncia e habilidade em conformidade s normas e procedimentos tcnicos de qualidade, segurana, meio ambiente e sade. No final do curso o aluno estar apto a interpretar e executar tcnicas de encaixe e corte de tecidos, a operar mquinas utilizadas no processo, identificar anomalias, executar e orientar procedimentos corretivos e preventivos de acordo com padres de qualidade. 2. ESTRUTURA DE UMA SEO DE CORTE2.1 Instrumentos e equipamentos do setor de corte

Mesa de corte

Feita de madeira ou metal, geralmente com tampo revestido com placas vinlicas ou envernizado para tornar sua superfcie lisa, facilitando o deslocamento das mquinas e outros materiais. feita sob medida, com altura mdia do piso ao tampo de 90 cm, sua largura deve ser compatvel com as larguras normais dos tecidos utilizados na fbrica, mais 30 cm de folga para circulao de equipamentos. O comprimento varivel, recomenda-se que seja trs vezes o comprimento do maior risco efetuado pela fbrica para possibilitar que em uma mesma mesa possam ser executados os riscos, enfesto e corte.

Tesouras

So instrumentos cortantes, fabricados em ao fundido, constitudo de um sistema de alavancas composto de duas lminas articuladas em torno de um pino. O pino colocado prximo aos anis para fortalecer os movimentos de fora e resistncia, diminuindo o esforo do operador durante as operaes de corte dos materiais. As tesouras de cabos longos so as mais recomendadas, pois possibilita maior rapidez.

Rgua T

usada para traar linhas retas, paralelas e perpendiculares aos lados da mesa, das ourelas do tecido e das extremidades do papel. Tambm utilizada para delimitar os riscos marcadores, colocar margem de segurana e demarcar a mesa para enfesto.

Pesos

Os pesos so pedaos de ferro, chumbo, pedra ou quaisquer outros materiais pesados, utilizados para exercer presso e manter a posio dos moldes a serem riscados, evitando que saiam do fio e comprometam a qualidade das peas.

Enfestadeiras

So mquinas manuais e automatizadas, utilizadas para realizar enfestos com rapidez e preciso, em tecidos planos e tubulares. As manuais realizam transporte do tecido facilitando o acerto das ourelas e extremidades do enfesto. As automticas permitem qualquer tipo de enfesto, podem ser propagadas quanto ao autotransporte, corte automtico das extremidades do enfesto controle de qualidade das folhas do tecido enfestado e at mesmo o transporte do operador.

Grampos ou Sargentos para enfestoFeitos de chapa de ferro, compostos de quatro fixadores e duas rguas. A altura dos grampos varia de acordo com o volume do enfesto (polegadas) e so fixadas mesa no incio e no final do enfesto, servindo de apoio para a colocao das rguas que exercero presso e mantero o limite e a posio do tecido enfestado.

Garras ou Pinas

So acessrios de ao, constitudos de articulao e molas utilizados para prender o tecido as folhas do enfesto e auxiliar no corte de tecidos escorregadios.

Suportes desenroladores

Composto de dois suportes (forquilhas), uma barra para sustentao e dois cones para fixao da pea de tecido. utilizado para sustentar a pea de tecido permitindo seu desenrolamento durante o enfesto manual.

Revisadeira uma mquina provida de mecanismos que permitem o desenrolamento e enrolamento simultneo de uma pea de tecido. Sobre uma prancheta iluminada facilita a reviso da qualidade do tecido e conferncia da metragem da pea.

EtiquetadoraMquina feita de fibras plsticas ou metal, dotada de um sistema de carimbos que possibilita a mudana automtica ou manual dos nmeros, letras ou cdigos. usada para identificao das peas cortadas quanto ao tamanho, cor, tonalidade, referncia e cdigo do modelo.

Mquina de faca

a) Caractersticas:- Peso entre 6 a 15 Kg;

- Altura do corte entre 4 e 12 polegadas;

- Velocidade mdia entre 3.000 e 5.600 rpms.

b) Manuteno:

A limpeza deve ser diria, atravs de pincel, ar comprimido e retalhos. A lubrificao depende do tempo de uso, modelo e marca do equipamento, normalmente lubrifica-se a mquina aps 3 a 4 horas de uso ininterrupto. O lubrificante a ser usado dever ser o recomendado pelo fabricante.c) Modelos de facas:

- Faca comum: realiza cortes em geral, de ao carbono e ao rpido.

- Faca longa: evita repuxamento do tecido de trama solta, de ao alol. - Faca dentada: para couro sinttico, emborrachado e tecido reforado, de ao rpido.

- Faca encurvada (ondulada): para entretela no tecido, plstico e tafet, de ao rpido.

- Faca serra: para material emborrachado e lona, de ao rpido.

Mquina de disco ou faca Circular

Tesoura eltrica

uma mquina de disco sextavado de pequeno porte, usada para cortar uma folha de tecido ou um enfesto com poucas folhas.

Mquina de furar e ou fusionar

usada para furar as marcaes internas existentes no molde (marcaes de pences, altura de bolsos, etc.), tambm utilizada para fusionar as laterais do enfesto de tecidos sintticos e escorregadios. Para cada tipo de tecido existe um tipo de agulha apropriada.

Mquina de cortar vis

Usada somente para tecido tubular, pode ser manual ou automtica, existem modelos que cortam e refilam at quatro rolos de vis simultaneamente.

Serra fita

Efetua o corte por meio de uma lmina contnua em forma de fita, estreita e fina de grande comprimento com suas extremidades unidas. As principais caractersticas deste equipamento de corte so a rapidez, flexibilidade nas curvas e ngulos agudos e contornos difceis e a qualidade final do corte.

EPIs (equipamentos de proteo individual)

- Luva metlica protetora

uma luva feita de malha de ao, que tem a finalidade de proteger a mo do operador contra possveis acidentes com a mquina de corte, sem prejudicar a sua mobilidade e eficincia. Existem de vrios tamanhos e exigido pelo Ministrio do Trabalho que tenham o nmero do C.A. (certificado de aprovao).

- Mscara de proteo

A mscara de proteo evita a inalao do p qumico que o tecido expele.

2.2 Profissionais da seo de corte

Supervisor de corte- Recebe a ordem de fabricao;

- Estabelece prioridade de trabalho da seo;

- Programa e controla o trabalho da seo;

- Executa balanceamento do trabalho;

- Controla a qualidade;

- Treina os profissionais;

- Controla a produo.

Encarregado do corte- Substitui o supervisor nas suas ausncias;

- Emite e controla as ordens de enfestamento;

- Distribui a carga de trabalho para balancear a seo;

- Efetua o controle da produo

- Preenche formulrios;

- Controla a qualidade;

- Controla o fornecimento e organiza o material.

Riscador

- Mede a largura dos tecidos a serem cortados;- Realiza o estudo de encaixe;

- Executa o risco;

- Preenche formulrios com dados do risco. Enfestador

- Enfesta o tecido manualmente, com carrinho ou maquina;- Controla a qualidade do tecido que est sendo enfestado;- Elimina os defeitos do tecido durante o enfestamento;

- Preenche formulrios (ordem de enfesto);- Coloca cpia do risco em cima do enfesto e prende-o;

- Auxilia o cortador em suas funes. Cortador- Corta as peas riscadas;

- Checa a qualidade periodicamente para corrigir condies

deficientes de corte (corte mal feito);

- Faz marcaes: piques e furos nos blocos cortados;

- Marca cada bloco, identificando-os com seus tamanhos

correspondentes. Cortador (Empacotador)

- Faz etiquetagem das peas de cada bloco: manual ou

com mquina;

- Divide os pacotes de acordo com a cor e tonalidade;

- Conta s peas e amarra os pacotes;- Prepara as etiquetas de pacote;

- Inicia o preenchimento do controle de pacote. Auxiliar (Atendente)- Prepara todo o material necessrio ao corte;

- Apanha o material requisitado no almoxarifado;

- Coloca todo o material prximo mesa do enfesto;

- Transporta pacotes prontos para a seo de costura;

- Transporta as mquinas de corte de uma mesa para outra.

2.3 - RECOMENDAES PARA UM LAY-OUT DE UMA SEO DE CORTE

1- A largura de mesa deve ser compatvel com as larguras normais dos tecidos em trabalho na fabrica, mais um acrscimo de medida para circulao de equipamentos.

2- O comprimento da mesa deve acomodar pelo menos trs comprimentos iguais ao tamanho do risco, para possibilitar que numa mesa apenas possa ser feito o risco, o enfesto e o corte.

3- A fora deve vir de uma barra rea eletrificada ou trilhos eletrificados, localizados acima da mesa de corte.

4- A iluminao deve ser centrada sobre a mesa de corte, para proporcionar uma iluminao de 50 Watts na superfcie de mesa, com espaamento de 2,5 m quando houver mais de uma mesa. A altura das luminrias deve ser de 2,3 m em relao mesa. Devera ser usada luminria de duas lmpadas fluorescentes.

5- Os corredores entre as mesas devem ter um mnimo de 1 metro a 1,5 metros para permitir a passagem de pessoal e de carrinhos transportadores.

6- Os moldes devem ser pendurados nas paredes da seo de corte, devidamente separados e classificados.3. MODELAGEM

3.1 Modelagem simtrica Chama-se modelagem simtrica ao conjunto de moldes que uma vez cortados, podero ser utilizados indistintamente para o lado esquerdo ou para o lado direito da roupa, sem qualquer alterao. Um exemplo tpico de modelagem o da cala, onde os dianteiros (esquerdo e direito) so exatamente iguais. Este tipo de modelagem permite que num planejamento de risco, a roupa seja colocada pela metade, para melhor compatibilizar as quantidades a serem cortadas, com o nmero de vezes que o tamanho entra no risco (freqncia) e o numero de folhas do enfesto. A outra metade da roupa ser cortada na folha imediatamente abaixo de enfesto. No exemplo abaixo observamos uma modelagem de cala, onde os moldes do lado direito servem para o lado esquerdo, desde que invertidos.

3.2 Modelagem assimtrica Chama-se modelagem assimtrica ao conjunto de moldes que apresenta diferena entre um lado e outro da roupa, no permitindo dessa forma, que a pea sirva para vestir indistintamente ambos os lados. Como exemplo tpico de uma modelagem assimtrica, podemos citar a modelagem de uma camisa de manga curta, na qual uma das frentes (a frente esquerda maior do que direita). Neste caso torna-se necessrio riscar as duas frentes, pois uma maior do que a outra. Na pagina seguinte vemos uma modelagem deste tipo de camisa citada.

OBSERVAO: H um caso em que uma modelagem assimtrica pode ser transformada em simtrica. o caso de uma camiseta T shirt, onde a frente seja diferente da costas. Para isso a modelagem pode ser dobrada ao meio, para ser riscada na dobra do tecido. Este molde uma vez riscado e cortado, quando for aberto, apresentar-se- como uma pea inteira. Desta forma pode-se trabalhar com esta modelagem como se fosse simtrica. Isto utilizado quando se trabalha com meia malha tubular estreita. preciso mudar a posio da dobra do tecido, pois ela fica muito marcada nos processos de acabamento e no prprio manuseio do tecido, e esta dobra ficaria no meio da pea. Para mud-la de posio usa-se um guia especial em cruz, por ocasio do processo de enfestamento.

3.3 Fio nos moldesO traado do fio no molde determina a posio do molde sobre o tecido, tendo como referncia o sentido da trama e do urdume. O fio do molde determinado pelo modelista e deve ser seguido rigorosamente pelo riscador.A posio desse fio varia de acordo com o tipo de tecido e o efeito que o estilista idealiza para a pea.

Fio reto: paralelo ourela, ou seja, acompanha o sentido dos fios do urdume. a marcao de fio mais usado em peas produzidas em tecido plano, como calas, camisas, jaquetas, etc.

Fio atravessado: utilizado em algumas partes da roupa, como cs, gola, punho, pala, ou de acordo com o modelo criado pelo estilista. Fio enviesado: o fio no vis traado no sentido diagonal a 45 graus e muito usado em vestidos e saias de tecidos finos, bem como em jabs, gods, babados, etc. A roupa cortada nesse sentido tem melhor caimento, maior movimento e ajusta melhor ao corpo.

4. TIPOS DE TECIDO

O tecido um material base de fios de fibra natural ou sinttica, produzidos em tear artesanal ou industrial, que formados de diversos entrelaamentos, transformam-se em peas do vesturio, artigos de cama, mesa, banho, decorao, capotaria, embalagem, etc.- Os tipos de tecidos:

Naturais: Construdos com fibras naturais extradas da prpria natureza, de origem animal ou vegetal. So os considerados bsicos e clssicos como o algodo, a seda, a l e o linho. Artificiais: A matria prima deste tecido a celulose, que vem da madeira e reconstituda atravs de reaes e produtos qumicos (viscose, nilon, acetato, etc). O Rayon foi primeira fibra produzida em laboratrio e dentre as fibras artificiais a que mais se aproxima do cetim e da seda.

Sintticos: Construdos com fibras obtidas a partir de produtos qumicos, extrados do petrleo. So elas: acrlico, polister, poliamida e polipropileno. Com o advento das microfibras, usadas nas estruturas dos tecidos, junto com os fios de seda, algodo ou linho, surgiram os tecidos High Tech, em construes com toque to macio quanto os naturais, com a vantagem de serem mais durveis e o colorido ser mais firme e intenso. Alm disto, novas fibras esto sendo criadas com diversos tipos de acabamentos: antifungos, antialrgicos, termodinmicos, com fios de LED ou fibras ticas, que acendem ou brilham no escuro, feitos de polmeros transparentes, fios de vidro transparente, incandescentes, dentre outros.So diversos os mtodos utilizados para a obteno de tecidos. Os mais comuns so:

4.1 Tecido Plano

Formado pelo entrelaamento de dois conjuntos de fios conhecidos por trama e urdume, que se cruzam perpendicularmente.- Trama: conjunto de fios que se entrelaam e cruzam transversalmente no sentido do ngulo reto tendo como referncia o urdume, so perpendiculares s ourelas e representam a largura.

- Urdume: conjunto de fios paralelos que esto dispostos no sentido longitudinal do tecido, paralelos s ourelas e representam o comprimento do tecido.

- Ourelas: so os arremates dos fios da trama nas bordas laterais dos tecidos produzidos em tear, onde se encontram maior densidade e espessura dos fios do urdume, relativo ao restante da pea, com a finalidade de proporcionar resistncia ao tecido durante o processo produtivo.

4.2 Malha

Formada pelo entrelaamento de um fio consigo mesmo e ou com os outros conjuntos de fios.Possuem de um modo geral elasticidade e flexibilidade superiores aos tecidos planos.

Tipos de malha: - Malha de trama: obtida a partir do entrelaamento de um fio, no sentido horizontal. Utilizada na fabricao de camisetas, artigos esportivos e ou artigos em geral, que apresentam boa elasticidade.

- Malha de teia ou urdume: obtida a partir do entrelaamento de um ou mais conjuntos de fios colocados lado a lado, no sentido vertical, semelhana dos fios do urdimento da tecelagem comum. Utilizado na fabricao de toalhas, cortinas e outros artigos que apresentam boas caractersticas de resistncia e estabilidade dimensional.

4.3 No-tecidoOs no-tecidos so estruturas planas e flexveis e porosas, obtidas em forma de mantas ou vus de fibras ou filamentos e consolidados por meios mecnicos, qumicos, trmicos, solventes ou com a combinao destes. Utilizado na fabricao de revestimentos de automveis, pisos e paredes, panos de limpeza, absorventes higinicos, fraldas descartveis, cobertores, TNT e entretela, dentre outros.

4.4 Tipos de tecidos quanto a posio da modelagem Tecidos sem sentidoAs partes dos moldes, mesmo aquelas que correspondem a um mesmo tamanho podem ser riscadas em qualquer sentido, porm, obedecendo sempre direo indicada do fio dada no molde.

Exemplo de tecido sem sentido:

Tecidos com sentido As partes dos moldes de um mesmo tamanho devero ser riscadas sempre no mesmo sentido, enquanto a(s) de outro(s) tamanho(s) em sentido contrrio, porm sempre obedecendo indicao do fio do molde.

Exemplo de tecido com sentido:

Tecidos com p Todas as partes, de todos os tamanhos componentes de um encaixe, devero obrigatoriamente ser riscadas no mesmo sentido, porm sempre obedecendo indicao do fio do molde.

Exemplo de tecido com p:

4.5 Armazenamento do tecido:- Os rolos de tecidos devem ser empilhados paralelos um ao outro e estar completamente apoiados em toda a sua extenso. (Empilhamento mximo de cinco rolos).

- Os tecidos no devem ser armazenados em forma de fogueira ou seja, uma camada com os rolos paralelos em um sentido, e a outra no sentido contrrio.

- Os tecidos e entretelas (no-tecido), no devem ser armazenados no sentido vertical.

- Armazenar em local seco, sem incidncia direta de luz solar.

-Proteger o ambiente contra roedores e pragas.

5. Produo do Encaixe

Antes de iniciar o encaixe dos moldes para execuo do mapa do risco, os moldes, fichas tcnicas, pea piloto e ordem de corte, devem ser conferidos e bem interpretados, para evitar desperdcios e erros.

Encaixe a distribuio de uma quantidade de moldes que compe um modelo sobre uma metragem de papel ou tecido, visando o melhor aproveitamento, de acordo com a largura do tecido, a grade de tamanhos e o comprimento da mesa de corte. O planejamento do encaixe deve ser feito com muita ateno observando as indicaes nos moldes como: o tamanho, o sentido do fio, nmero de vezes a ser cortado e as restries de giro dos moldes.

Em um mesmo risco podem ser encaixados vrios modelos e tamanhos diferentes. De um modo geral, a eficincia da utilizao do tecido (rendimento) aumenta de acordo com o nmero de tamanhos (grade) e a quantidade de partes a serem encaixados. A Grade de tamanhos, determina os tamanhos a serem cortados e a quantidade de peas por tamanhos.Para realizar um bom encaixe devemos iniciar fazendo um estudo prvio geral antes de riscar, encaixando primeiramente as partes maiores dos moldes e seqencialmente por ordem decrescente de tamanhos, aproveitando os espaos entre os moldes.

Depois de concludo o risco do encaixe imprescindvel que o mesmo seja conferido antes da liberao para o enfesto.

5.1 Mtodos de encaixe ou risco de corte: Manual: com os moldes no tamanho natural, tendo como parmetro a largura do tecido, desenvolvido sobre uma folha de papel. Informatizado: atravs do computador (sistema CAD/CAM). Permite experimentar vrias opes de encaixe, em menor tempo, alm de ficar armazenado na memria do computador para futuros cortes.

5.2 Tcnicas realizar o encaixe ou risco de corte:- O risco do encaixe manual pode ser feito utilizando caneta, lapiseira, lpis ou giz de alfaiate sobre o papel Kraft e em alguns casos, sobre o prprio tecido.- Esquadrar o p (incio) do encaixe e determinar a largura a ser seguido, posicionar os moldes, preferencialmente sobre o papel, ou tecido quando for o caso.- Iniciar fazendo um estudo prvio geral antes de riscar, encaixando primeiramente as partes maiores dos moldes e sequencialmente por ordem decrescente de tamanhos, aproveitando os espaos entre os moldes, procurando sempre o melhor encaixe, seguindo as orientaes do fio e a largura do tecido, eliminando as ourelas.- Ao concluir o encaixe e efetuar uma criteriosa conferncia, riscar rente s

bordas dos moldes, fazer as marcaes internas e anotar os tamanhos. Anotar as identificaes do encaixe ou anexar a Ordem de corte.- Depois de concludo o risco de corte, esquadrar o final do risco, medir o comprimento, e marcar este comprimento (inicio e fim) sobre a mesa de corte, utilizando os grampos ou sargentos e rguas para servir de referncia para iniciar o enfesto.5.3 Tipos de encaixe ou risco de corte Encaixe parOnde so distribudas sobre o papel todas as partes dos moldes que compem o modelo e a grade de tamanhos.

Encaixe mparOnde so distribudas sobre o papel apenas metade dos moldes que so duplos (indicado apenas para moldes simtricos). Esse tipo de encaixe muito utilizado em malharia tubular e em tecido plano deve ser utilizado apenas para corte de poucas peas, pois menos econmico que o encaixe par.

Encaixe par e mpar

Onde so distribudas sobre o papel todas as partes dos moldes que compem um modelo (encaixe par). Esse processo bastante utlilizado quando o setor trabalha com grande volume de produo diria, pois economiza tempo em todas as operaes.

Ex: A ordem de corte de um determinado modelo de cala possui a seguinte grade.

Tamanho 38 = cortar 10 peas

Tamanho 40 = cortar 20 peas

Tamanho 42 = cortar 10 peas

Pode-se encaixar a modelagem completa do tamanho 40 e a metade da modelagem dos tamanhos 38 e 42, assim no seria necessrio desenvolver todo o processo (encaixe, enfesto e corte) duas vezes por causa da diferena de quantidade.

Encaixe nicoOnde so distribudas sobre o papel todas as partes dos moldes que compem um modelo em um nico sentido (tecidos com p, Ex: veludo, (estampas e padronagens com sentido definido)).

6. Enfestos

Enfesto a sobreposio de duas ou mais folhas de tecido para fins de corte industrial. Ao realizar o enfesto deve-se tomar o cuidado de manter as folhas do tecido sobrepostas, com as ourelas bem alinhadas, no deixar rugas e no esticar o tecido em nenhum sentido. O enfesto pode ser feito manualmente ou com enfestadeiras manuais e ou eltricas.

O enfesto uma tarefa que exige muita ateno e tcnica, pois alguns tipos de tecidos exigem aes diferentes no manuseio. Dever ser feito sobre mesa de corte que deve ser perfeitamente plana e com superfcie lisa.

Para marcar o comprimento do enfesto sobre a mesa de corte, utilizam-se os grampos ou sargentos, cujas alturas variam de acordo com o volume do enfesto, e so fixados mesa, no incio e no fim do enfesto, servindo de apoio para colocao das rguas que exercero presso e mantero o limite e a posio do tecido enfestado. importante, quando necessrio, marcar os locais de defeitos dos tecidos, pois permitem a eliminao dos mesmos e auxiliam num melhor aproveitamento do tecido. Os defeitos mais comuns so buracos, fio mais grosso, sujeira, manchas tonalidades diferentes, dentre outros.

Para fixar o papel (risco) sobre o enfesto utiliza-se:

- Adesivos aplicar uma fina camada de adesivo em spray ou pincel no lado oposto do risco (conforme instrues de uso do material), posicionar o papel sobre o enfesto e passar um ferro de passar roupas sobre ele para fixar.

- Alfinetes prender o papel sobre o enfesto, com alfinetes de cabea voltados para o centro da modelagem, para evitar que a mquina corte esses alfinetes. Esta tcnica mais utilizada para tecidos leves. Em alguns tipos de tecidos esta tcnica no pode ser utilizada, pois o alfinete puxa o fio do tecido. - Fita crepe adesiva fazer pequenos furos no papel do encaixe e colocar a fita sobre esses furos, fixando o papel ao tecido.Cuidados a serem observados no enfestamento

- Alinhamento O tecido deve ser alinhado nas duas bordas. Isto difcil e, portanto deve ser feito pelos menos numa das bordas do tecido.

- Tenso - Deve ser evitada a tenso, especialmente em tecidos de malha. Os tecidos quando so submetidos tenso excessiva esticam-se dependendo de sua textura e caractersticas de tecimento. Os tecidos de malha esticam-se mais que os tecidos planos. Quando a tenso cessa os tecidos iniciam um trabalho de retorno sua posio inicial, que leva algumas horas. Se os moldes foram riscados e cortados sobre os tecidos nesta condio de excessiva tenso, eles certamente ficaro menores depois de cortados. Para os tecidos de malha, convm deix-los em repouso por 24 horas para poderem ser cortados. Outra soluo em alguns casos a colocao de uma folha de papel a cada certo nmero de folhas de enfesto, com o objetivo de estabiliz-lo.

- Enrugamento Para exatido de corte preciso que o tecido esteja perfeitamente ajustado no topo das camadas, caso isto no acontea, haver a tendncia de formao de bolhas de ar dentro de todo o enfesto mudando de um lugar para outro, movendo desta forma as camadas de tecido e, portanto distorcendo o corte. Podem ocorrer tambm os vincos que certamente iro gerar moldes cortados de forma deficiente.- Corte das pontas Mais que um fator de qualidade um fator de economia. Ele deve ser cortado com exatido e em esquadro no incio e no fim de cada camada. comum que os enfestadores no tenham cuidado cortando as pontas com alguns centmetros extras. Para evitar isso, usa-se uma mquina de disco pequena de brao, montada sobre um guia que alcana toda a largura da mesa. Com esse equipamento o corte das pontas perfeito e no comprimento exato.

- Sentido do enfestamento Existem diversos tipo de tecido que apresentam diferenas nas caractersticas de sua superfcie, necessitando desta forma que sejam enfestados numa determinada direo compatvel com o risco marcador j confeccionado, por esta razo que se pode enfestar os tecidos de vrias formas, como veremos a seguir.6.1 Tipos de mtodos para enfestar

Enfesto par ou casado

Enfestar as folhas de tecido, direito com direito e avesso com avesso, cortar nas extremidades e virar a folha de tecido formando pares.

Enfesto em zig - zag

As folhas de tecido so enfestadas direito com direito e avesso com avesso. Neste tipo de enfesto as extremidades do tecido no so cortadas e sim dobradas formando um movimento de vai e vem, ficando uma folha do enfesto para o lado direito e outra para o lado esquerdo.

Enfesto em nico

Todas as folhas de tecido so voltadas para o mesmo lado. Enfesta-se a folha, corta no final e retorna ao incio do enfesto. Este mtodo pode ser aplicado em modelagens simtricas ou assimtricas.

Enfesto em escada

Enfesto de altura varivel possui quantidade diferente de folhas no mesmo enfesto e pode ser enfestado em todos os mtodos.

7. CORTE

Manual Utilizando tesouras. Mecnico Utilizando mquinas de corte (de disco, de faca e tesoura eltrica).

Eletrnico Utilizando o computador. O sistema CAD* projeta os encaixes com o mximo de eficincia e o sistema CAM* executa, corta com preciso, reduzindo o desperdcio, aumentando a produtividade e a qualidade.

*CAD/CAM (CAD=Computer Aided Desing e CAM=Computer Aided Manufactore)7.1- Como realizar o corte:- Iniciar o corte acertando com a mquina o inicio, fim e as laterais do enfesto. O cortador dever sempre manter uma seqncia, cortar primeiro as partes menores e sequencialmente em ordem crescente;

- Cortar sempre sobre a linha de contorno do molde, mantendo-o fixado ao enfesto at que a ultima linha seja cortada, principalmente as peas menores. Para que a ultima pea no fique totalmente livre, recomenda-se o uso de garras, (OBS: medida que as partes que compem o modelo vo sendo cortadas devem ser organizadas de maneira que fiquem agrupadas, para facilitar a separao).- Separar, etiquetar e distribuir.8. SEPARAO

O setor de separao responsvel pela separao, etiquetao e montagem de lotes de servios (pacotes) e distribuio destes para o setor de costura (produo), estamparia, bordado e faco. Este setor tambm o responsvel pela reposio das peas que estejam com defeitos.A embalagem (amarrao) deve ser bem feita para proteger as partes pequenas. A ficha de identificao do pacote deve conter as informaes essenciais para identificao imediata.Conferir e separar os lotes de servios (pacotes) de acordo com a Ficha tcnica e Ordem de corte para etiquetao.8.1 Etiquetao o ato de codificar as partes cortadas das peas, de acordo com a referncia, o tamanho, tonalidade, identificando o lado direito e avesso, utilizando etiquetador ou carimbo.

Tipos de etiquetagem:

- Etiquetagem nica: Quando no h variaes de cores no enfesto.- Etiquetagem por lote: Quando h variaes de cores no enfesto.

- Etiquetagem rgida: Quando h muitas variaes de cores na mesma pea de tecido.

A etiquetagem deve ser feita com muita ateno para evitar saltar alguma folha do enfesto ou alguma parte do modelo. Conferir a quantidade das partes que compem o modelo e se foram marcados todos os piques, furos e todas as reposies.Definir que tipo de etiquetagem requer o corte (nica, por lote ou rgida)

Etiquetar sempre no lado avesso e distante da linha de costura;

Embalar os pacotes (Obs: No amarrar ou grampear os cortes de entretela, no-tecido).

Anexar a Ficha de Identificao;

Anexar Ficha de Produo aos pacotes de acordo com a Ordem de distribuio de servios.

9. Gasto Mdio o conjunto de tecido que se consome, em mdia, para riscar uma pea completa.

Aplique esta formula:

GASTO MEDIO = Comprimento do risco Somatrio das frequncias Ex: Um risco de 1,48m de largura por 5,50m de comprimento registra a existncia da seguinte freqncia:38404450

1,5210,5

Some, em primeiro lugar, as frequncias:1,5 + 2 + 1 + 0,5 = 5

Que significa o nmero 5 que voc obteve?

Significa que 5 a quantidade total de tamanhos completos que entraram no mencionado Risco Marcador.

Agora, conhecido o somatrio das freqncias (5), voc s precisar dividir ocomprimento do seu risco marcador (5,50m) por esse somatrio, ou seja:

5,50 = 1,10m 5

Consequentemente: 1,10m = Gasto Mdio de Tecido por pea.10. Frequncia mxima por modelo a quantidade mxima de vezes que diferentes tamanhos de um modelo podem estar contidos num mesmo risco, levando em considerao o comprimento til da mesa de corte.

Aplique esta formula:

Frequncia mxima = Comprimento til da mesa de corte Gasto mdio11. Modelos de fichas tcnicas e ordem de corte

Referncias Bibliogrficas

- SOUZA, Sidney Cunha de. Introduo tecnologia da modelagem industrial. Rio de Janeiro, SENAI/DN, SENAI/CETIQUET, CNPq, IBICT, PACT, TIB, 1997. 380p. (Srie Tecnologia Txtil).

- Apostila: Corte Industrial. SENAI. MG. Susana Raquel Guimares.

- Apostila: Encaixe e Corte Industrial. SENAI. MG. Andreson Adrierri Cardoso Graa.

- SITE: http://www.senai.br/RECURSOSDIDATICOS/