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APOSTILA CND - Curso Normal à Distância (21) 3347-3030 / 2446-0502 Metodologia da Pesquisa

Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Page 1: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

APOSTILACND - Curso Normal à Distância

(21) 3347-3030 / 2446-0502

Metodologia da

Pesquisa

Page 2: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Sumário

Introdução ...................................................................................... 03

1. Metodologia e pesquisa em educação ......................................... 05

2. A pesquisa em educação ............................................................ 11

3. Modalidades de pesquisa em educação - tipos de pesquisa ........ 16

3.1 A pesquisa bibliográfica ................................................................ 16

3.1.1 Exemplo de pesquisa bibliográfica ...................................... 20

3.2 A pesquisa de campo ................................................................... 22

3 .2 1 Exemplo de pesquisa de campo ......................................... 24

3.3 A pesquisa documental ................................................................. 25

3.3.1 Exemplo de pesquisa documental em Educação ................ 25

3.4 A pesquisa-ação ............................................................................ 26

3.4.1 Exemplo de pesquisa ação .................................................. 28

4. O projeto de pesquisa e a apresentação dos seus resultados ....... 30

4.1 Para iniciar um projeto de pesquisa ............................................ 30

4.1.1 Os elementos pré-textuais ................................................... 33

4.1.2 Os elementos textuais da pesquisa ..................................... 36

5. Cuidados necessários com as referências ....................................... 50

6. A construção do texto de um capítulo e a conclusão ........................... 55

6.1 A construção dos capítulos ............................................................ 55

6.2 A elaboração da conclusão ............................................................ 59

Referências bibliográficas e bibliografia ............................................... 60

Page 3: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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INTRODUÇÃO

Caro aluno , cara aluna

Você está iniciando um módulo muito instigante para todos aqueles

que sentem necessidade de aprofundar os estudos em Educação, através

de pesquisas.

Vamos trabalhar com informações fundamentais a quem deseja criar

textos acadêmicos com aplicação de normas técnicas que fazem a leitura

do texto apresentar clareza, coesão e coerência. O bom uso desses

recursos permite uma leitura que flui de forma ordenada e enquadrada nos

parâmetros que regem a construção do trabalho científico, especialmente da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Cabe ainda destacar que cada instituição tem normas próprias para

a apresentação dos trabalhos monográficos que você precisará conhecer

também de forma a atender as recomendações específicas da mesma. Por

exemplo nos nossos módulos convencionamos usar preferencialmente o

tipo de fonte Arial tamanho 12, que é bastante recomendado para trabalhos

científicos.

Nossos módulos de estudo não podem ser considerados como

pesquisas científicas mas algumas das regras de apresentação de trabalhos

acadêmicos estão sendo obedecidas de forma a tornar nossos textos

agradáveis à leitura e ao mesmo tempo , procuramos torná-los interativos

visando fazê-lo construtor dos conhecimentos que vamos apresentando.

Dessa forma estamos colocando caixas de textos com letras diferentes,

usamos cores para chamar atenção e usamos ilustrações o que não seria

comumente utiizado em trabalhos monográficos.

Page 4: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Após essas observações vamos trabalhar um texto da professora

Tozoni Reis(2011) onde ela apresenta a seus alunos o valor da Metodologia

da Pesquisa para formação deles.

Há mais de 20 anos tenho me dedicado à formação de educadores e, dentre todas as

atividades que essa formação requer, destaca-se a orientação de trabalhos científicos. A

formação de educadores, tendo como foco a pesquisa, tem sido, das atividades profissionais

que desenvolvo, uma das mais gratificantes.

A formação de educadores que leve em conta a sua própria participação neste

processo pode, entre outras estratégias, eleger a atividade de pesquisa como forma de

concretizar essa participação. Ao dedicar-se ao estudo de um tema específico, o educador

em formação apropria-se não somente dos conhecimentos mais aprofundados sobre

determinados temas mas também, principalmente, do processo de produção do saber. Torna-

se, assim, sujeito no mundo do conhecimento. Dessa forma, quero convidá-los para um

diálogo de orientações em forma de diretrizes metodológicas para a produção de

conhecimentos em educação, conhecimentos que venham contribuir para a educação como

um processo crítico e transformador.

Atividade

A que você atribui o valor que ela apresenta para a

Metodologia da Pesquisa? E você como se coloca em relação ao

tema?

Page 5: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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1 . METODOLOGIA E PESQUISA EM EDUCAÇÃO

De acordo com Demo(1995 , p.11) metodologia quer dizer “estudo

de caminhos , dos instrumentos usados para fazer ciência”, ou como se

refere Minayo(1998, p.22) “caminhos e instrumental próprios de

abordagem da realidade.”

Já o termo pesquisa significa, no dicionário Aurélio (FERREIRA,

1986), "indagação ou busca minuciosa para averiguação da realidade; investi-

gação, inquirição". Ainda de acordo com Tozoni-Reis (2010, p 2) é a

"investigação e estudo, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou

princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento". Ela pode ser

natural ou social ,no entanto é necessário ressaltar que é um processo através

do qual se conhece e interpreta uma realidade.

Dessa forma a função da pesquisa é a interpretação do que

vivenciamos. A pesquisa, como afirma Santos (1989), é a "prática social de

conhecimento". Assim fica patente o caráter social da atividade de pesquisa,

conferindo-lhe como objetivo último o conhecimento para a vida social.

Surge nessa definição um outro termo que demandará algumas

considerações sobre o mesmo para que fique ele claro para nós . Trata-se do

estudo sobre conhecimento.

Nosso mundo humano é construído pela cultura, pelos sujeitos em

suas relações interpessoais e com o ambiente em que vivem. Vivemos no

mundo em constante ação: observamos, sentimos e agimos, mas sempre - e

isso nos diferencia de outras espécies vivas - pensamos. Todos os nossos atos

são acompanhados de pensamento, de reflexões sobre o observado, o sentido e

o vivido.

Assim, o conhecimento diz respeito à compreensão teórica do mundo e

das coisas, a elaboração do mundo das coisas no pensamento, a busca de

Page 6: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

6

significado para eles. Mas torna-se também a ação prática, a definição, no

pensamento e na ação, do modo de agir no mundo.

Nesse sentido, buscamos conhecer, significar, compreender todas as

situações vividas em busca de desvendar mistérios sobre o funcionamento da

vida em suas múltiplas dimensões. Todo conhecimento tem como objetivo, então,

a convivência dos sujeitos com o mundo e as coisas que o cercam - uma

convivência compreendida, significada. Agir sobre o mundo para transformá-lo,

exige sua compreensão e interpretação. A busca do conhecimento é uma atitude

essencialmente humana, buscar compreender e dar significado para o mundo e

as coisas é uma atitude que faz parte da essência do ser humano.

É preciso lembrar que o processo de elaboração de conhecimento

sobre o mundo não é um processo individual. Pode-se dizer que o

conhecimento é histórico e social. Histórico porque cada conhecimento novo dá

continuidade aos conhecimentos anteriores e social porque nenhum sujeito

constrói, a partir de nada, um novo conhecimento: todo conhecimento se apoia

em conhecimentos anteriores, produzidos por outros sujeitos, portanto, ele é

social e coletivamente produzido.

O conhecimento "ilumina" a ação humana sobre o mundo e as coisas;

é a luz do caminho a ser percorrido. Assim, o conhecimento pode ser, então,

um instrumento de libertação.

Há ainda uma importante questão relativa à produção do

conhecimento.é a questão da sua neutralidade. Sendo algo construído pelo

Page 7: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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homem , esse conhecimento pode ser usado para controle ou para a

libertação, portanto ele não é neutro.

Vejamos o conhecimento como uma forma teórico-prática de

compreensão do mundo, dos homens e das coisas. Um instrumento para o

entendimento das relações dos sujeitos entre si, e deles com o ambiente em

que vivem em variadas, múltiplas e detalhadas dimensões.

Observe o organograma baseado em Luckesi( 2005) em Filosofia da

Educação

Page 8: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Dessa forma voltando nossa ótica para a pesquisa em educação é

importante refletir a importância da Educação que pode se apresentar como

transformadora ou reprodutora dos objetivos da sociedade. Consideremos

que educação seja um instrumento de reprodução da sociedade. Nesse

aspecto ela é uma educação não-crítica, que busca a adaptação do sujeito à

mesma sociedade. Nesse caso se vivemos numa sociedade desigual,e a

educação é concebida como um processo de adaptação e instrumento de

reprodução dessa sociedade, ela terá como objetivo final a manutenção da

desigualdade.

Já a educação como instrumento de transformação da sociedade é a

educação crítica, aquela que tem como finalidade principal a instrumentalização

dos sujeitos para que esses tenham uma prática social crítica e transformadora.

Isso significa dizer que, numa sociedade desigual, os sujeitos precisam se

apropriar de conhecimentos, ideias, atitudes, valores, comportamentos etc., de

forma crítica e reflexiva, para que tenham condições de atuar efetivamente na

sociedade, sob a perspectiva de transformação.

Apropriando-nos das idéias de Luckesi(2005), a partir do organograma

apresentado, quando expõe suas idéias a respeito do conhecimento escolar

ele ressalta que o mesmo precisa incorporado pela compreensão, exercitação

e ter utilidade criativa.

Page 9: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Atividades

1-Interprete a citação abaixo buscando entender o que Minayo

(1998) está trazendo à reflexão::

Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na

sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que

alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à

realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática

teórica, a pesquisa vincula o pensamento e ação, ou seja,

nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver

sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática.

(MINAYO, 1998, p. 17).

2- Pense sobre as ponderações de Luckesi que são apresentadas a

seguir: Reescreva-as segundo seu entendimento.

(...) “devemos pensar no conhecimento não só "como um mecanismo de

compreensão e transformação do mundo", mas também "como uma

necessidade para a ação e, ainda, como um elemento de libertação".

(LUCKESI, 1985)

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“O conhecimento tem o poder de transformar a opacidade da realidade

em caminhos "iluminados", de tal forma que nos permite agir com certeza,

segurança e previsão. (LUCKESI, 1985, p. 51).”

3- Aprecie as palavras de Tozoni-Reis (2010) e interprete-a

Em sua prática social, a pesquisa é uma atividade

complexa que se realiza em todos os momentos da

vida humana. Pesquisar é produzir conhecimentos

para a ação. Portanto, pesquisamos sempre e a todo o

momento. Ocorre que, no mundo acadêmico, dedicamo-

nos a uma prática de pesquisa mais sistematizada,

mais organizada. Isso ocorre porque a produção dos

conhecimentos exige as formas científicas de

compreensão das coisas.

Page 11: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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2 . A PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Para começar a abordar a questão da pesquisa em Educação no nosso

módulo escolhemos adaptar o pensamento de Rubem Alves no livro “Entre a ciência

e a sapiência” (1999 .p.123,124,125).

Muitas indagações são feitas quanto ao propósito de realizar

pesquisas em educação. Os autores dos trabalhos de pesquisa em Educação

enfatizam a importância da pesquisa qualitativa.

Há os pianos .Há a música. Ambos são

absolutamente reais. Ambos são absolutamente diferentes.

Os pianos moram no mundo das quantidades. Deles se diz

:”Como são bem feitos”. [...] Pianos são máquinas de

grande precisão Sua fabricação exige uma ciência

rigorosa.

A música mora no mundo das qualidades. Dela se

diz “Como é bela”

[...] A realidade da música se encontra no prazer de

quem a ouve.O prazer é uma experiência qualitativa.Não

pode ser medido. Não há receitas para a sua repetição.

Cada vez é única , irrepetível.”

Page 12: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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O autor Triviños (1995) ao falar sobre pesquisa qualitativa conta-nos que, a

partir da década de setenta do século XX, o interesse dos educadores se volta para a

discussão dos aspectos qualitativos de Educação. Para ele o ensino sempre se

voltou para o qualitativo mas manifestava-se através de medidas quantitativas como

por exemplo a percentagem de analfabetos, de repetentes , do número de matrículas,

refletindo o discurso positivista que aplicava os mesmos princípios das ciências

naturais à Educação. Ainda para o autor acabou-se formando uma dicotomia entre

quantitativo e qualitativo, e cada grupo acusava o outro ou de quantificar ou de fazer

pesqisas qualitativas que entendiam como “artificial e inútil”(TRIVINÕS ,1995,p.116).

Ressalta então que essa interpretação é errônea.

A pesquisa em Educação, assim como a pesquisa em outras áreas

das ciências humanas e sociais, é essencialmente qualitativa.

No entanto, é necessário considerar que os fenômenos humanos e

sociais nem sempre podem ser quantificáveis, pois, como afirma Minayo

(1998), trata-se de um "universo de significados, motivos, aspirações,

crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo

das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à

operacionalização de variáveis".( MINAYO et al,1998, p.21, 22)

A pesquisa qualitativa defende a ideia de que, na produção de

conhecimentos sobre os fenômenos humanos e sociais, interessa muito mais

compreender e interpretar seus conteúdos do que descrevê-los.

No entanto, é preciso compreender a diferença entre a abordagem

quantitativa e a qualitativa na pesquisa. Enquanto a primeira dá ênfase aos

dados visíveis e concretos, a segunda aprofunda-se naquilo que não é

aparente, "no mundo dos significados, das ações e relações humanas"

(MINAYO, 1998). Essa autora afirma também que não há razão para colocar

Page 13: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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em oposição essas duas abordagens, pois elas podem se complementar, isto

é, é possível dar às análises dos dados quantitativos, por exemplo, uma

abordagem qualitativa. Se você retornar às afirmativas de Triviños verificará

que os dois autores têm o mesmo ponto de vista. Fique alerta para o fato que os

paradigmas qualitativos são, portanto, os mais valorizados no tratamento dos

fenômenos sociais, inclusive em sua dimensão investigativa. No entanto, no mundo

científico em geral, essa valorização ainda é controversa.

Para encerrar a polêmica entre o qualitativo e o quantitativo vamos

considerar que em Educação, a pesquisa possui caráter essencialmente

qualitativo, sem perder o rigor metodológico e a busca por compreender os

diversos elementos dos fenômenos estudados.

Essa forma de encarar a pesquisa em Educação mostra certo

distanciamento do paradigma positivista e apresenta certa dificuldade para os

que intentam seguir seus caminhos porque todo começo é difícil em qualquer

ciência. Se você quiser entender melhor ainda o porquê das dúvidas volte ao

módulo de Ética em Educação e leia os pensamentos de Kuhn sobre períodos de

mudança de paradigmas.

As discussões sobre a pesquisa qualitativa como referencial metodológico

em Educação ressaltam as investigações dos fenômenos educativos quer na

escola ou extra muros escolares, nos diversos espaços de nossa sociedade. Esses

fenômenos, na abordagem qualitativa, deverão ser compreendidos em sua

complexidade histórica, política, social e cultural, para que possamos produzir

conhecimentos comprometidos com a educação crítica e transformadora.

Este nosso capítulo sobre a pesquisa em Educação não poderia ser

concluído sem colocar em cena uma outra peculiaridade relativo ao saber

pedagógico. Esse aspecto diz respeito ao caráter multidisciplinar da Educação e ao

Page 14: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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fato da mesma fazer interface com outras ciências como por exemplo a Sociologia , a

Filosofia, a Antropologia e a Psicologia.

Para Tozoni-Reis (2010) no entanto, não podemos esperar consensos

teórico-metológicos na nossa área de estudo porque ela é dinâmica e complexa

e precisamos estar conscientes dessa complexidade, produzindo conhecimentos

que vão se constituir em saber pedagógico.

Atividade

(...) pensemos nos caminhos metodológicos para a pesquisa em educação,

caminhos nos quais não existem metodologias neutras, mas comprometidas com

um projeto de sociedade mais justa e igualitária, uma sociedade transformada.

Verifique no nosso módulo as citações de um outro autor que nos

permitem traçar comparação com as idéias de Tozoni-Reis . O que você conclui?

Por fim faz-se necessário destacar que na caminhada qualitativa da

pesquisa em Educação a tarefa do pesquisador envolvido como principal

instrumento de investigação deve ser destacada por que para nossa Ciência a

compreensão dos conteúdos, como já citamos, é mais importante do que sua

descrição ou sua explicação.

De acordo com o citado por Tozoni-Reis ao consultar Alves-Mazzotti e

Gewandsznajder(1998) o pesquisador é o principal instrumento de investigação e

assim precisa de contato direto e prolongado com o campo, para poder captar

os significados dos comportamentos observados.

Page 15: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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PESQUISADOR + CAMPO + FONTE = PESQUISA

E então caro aluno? Você percebeu como a sua atitude investigativa

e o registro delas através da utilização de determinadas regras se constitui

numa importante tarefa da educação que se quer efetivamnete

transformadora?

Para torná-lo um pesquisador cada vez mais capaz o próximo capítulo

enfocará as diferentes modalidades de pesquisa em Educação.

Venha conosco!

Page 16: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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3 . MODALIDADES DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO - tipos de

pesquisa

Ao por em prática a sua pesquisa há que se consider a sua a fonte dos

dados, já que ela serve para indicar também a modalidade de pesquisa que vai

ser realizada. Dentre as muitas modalidades de pesquisa presentes nos estudos

em Educação, é válido citar a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, a

pesquisa documental e a pesquisa-ação. Partimos então para o entendimento

delas levando em conta principalmente o campo de coleta de dados.

3.1.A pesquisa bibliográfica

Em todas as pesquisas, inclusive nas experimentais, que não são

muito próprias para as ciências humanas e sociais, o pesquisador precisa

buscar na bibliografia especializada conhecimentos científicos e até

informações menos sistematizadas que se relacionam ao seu estudo.

A pesquisa bibliográfica tem como principal característica o fato de

que o campo onde serão feitas as coletas dos dados se encontra na própria

bibliografia sobre o tema ou o objeto que se pretende investigar.

De fato todas as modalidades de pesquisa exigem uma revisão

bibliográfica; uma busca de conhecimentos sobre os fenômenos investigados na

bibliografia especializada.

No entanto na pesquisa bibliográfica, vamos buscar nos autores e obras

selecionados, os dados para a produção do conhecimento pretendido.

O foco nesse tipo de pesquisa é colocar os própios autores consultados

em uma situação de conversa entre eles. Verifique que isso foi sendo feito ao

longo do nosso módulo de forma procurar ouvir diferentes autores, buscando

elucidar aspectos sobre nossa disciplina.

Page 17: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Assim não partimos para ouvir entrevistados, nem observar situações

vividas, mas mantivemos uma conversação e debate com os autores através de

seus escritos.

A pesquisa bibliográfica obedece a um passo a passo que acaba por ser

comum a outros tipos de pesquisa.

O primeiro passo é o delineamento da pesquisa que consiste na

elaboração do projeto de pesquisa.

Nele o pesquisador vai proceder a uma revisão bibliográfica: para aclarar

melhor o problema de pesquisa. Isso permite que ele se aproprie de

conhecimentos para a compreensão mais aprofundada do assunto e do tema.

A partir dessa seleção e da continuidade dela através da leitura

cuidadosa dos autores e obras selecionados são coletados os dados para

análise.

De posse dos dados e após um estudo aprofundado sobre os mesmos,

passa-se a sua organização, através de categorias de análise.

A partir da análise e interpretação dos dados segue-se para a discussão

dos resultados obtidos na coleta de dados.

Chega-se a fase de redação final que consistirá na elaboração do

relatório final da pesquisa na forma exigida para o nível de investigação. Esses

níveis podem ser os de monografia, trabalho de conclusão de curso, dissertação

de mestrado, tese de doutorado ou outro tipo de relatório.

Parada para revisão

Releia os informes sobre a pesquisa bibliográfica e faça um esquema

simples sobre o passo a passo para a organização da mesma.

Page 18: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Pronto para continuar?

No entanto, é necessário observar a especificidade dos procedimentos

metodológicos .

Comecemos pela leitura para análise e interpretação dos dados. Ela é

específica em todo processo, e exige do pesquisador muita atenção

Severino (1985), ao apresentar uma metodologia para leitura, análise e

interpretação de textos, afirma que não é possível captar os significados mais

profundos das ideias expressas nos textos acadêmicos e científicos se não com

um procedimento de leitura que seja sistematizado. Assim ele traça, diretrizes

metodológicas para a leitura, análise e interpretação de textos.

Interpretar, num sentido restrito, é tomar uma posição

própria a respeito das ideias enunciadas, é superar a

estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é

forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a

fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las com

outras, enfim, é dialogar com o autor. (SEVERINO,

1985, p. 60).

Page 19: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Atividade

Aplique ao texto de Saviani (1998, p.45) esse procedimento sugerido no

parágrafo anterior.

Para a pedagogia crítico-social dos conteúdos, o processo de

apropriação do conhecimento como elaboração ativa do sujeito, em interação

com o objeto e os outros sujeitos, é o ponto chave do processo de ensino.

Voltando à sugestão de Severino(1985) quando ele enfatiza as múltiplas

tarefas de alguém que interpreta o texto de um autor. Severino chama a atenção

para o fato que é preciso contextualizar historicamente o autor e sua obra, para,

em seguida, proceder a um minucioso resumo da obra no que diz respeito à

estrutura do texto, as ideias apresentadas pelo autor a interpretação dessas

ideias, a problematização (discutir com o autor).

Vamos tentar esclarecer a situação de contextualização Suponha que

você leia algo escrito por Comênio(1592-1670) , na Didática Magna. Tenha

sempre em mente que ao escrever o texto o autor vivia no período de

nascimento do pensamento pedagógico moderno e assim mais facilmente você

entenderá as propostas que ele apresenta.

Outra técnica de leitura muito valiosa é o fichamento bibliográfico. O

fichamento bibliográfico deve acompanhar o estilo do pesquisador, mas alguns

de seus elementos são fundamentais tais como : informações completas sobre

Page 20: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

20

autor e obra, informações do contexto histórico da produção da obra, resumo da

obra, identificação do objetivo, identificação da tese (ideia original defendida pelo

autor), identificação do referencial teórico (conceitos, categorias e pressupostos),

informações sobre as fontes e referências utilizadas pelo autor (INÁCIO-FILHO,

1995). O fichamento permite, portanto, sistematizar o trabalho de coleta de

dados sobre o qual serão empreendidas as análises dos temas em estudo.

Assim, a produção de conhecimentos, que resulta do trabalho de

investigação científica que toma a pesquisa bibliográfica como modalidade e não

se reduz a uma apresentação das ideias de diferentes autores acerca do tema

estudado. Ao contrário, exige do pesquisador a produção de argumentações

sobre o tema, nascidas da sua própria interpretação, resultado de um estudo

aprofundado sobre o assunto. Concordar, discordar, discutir, problematizar os

temas à luz das ideias dos autores lidos são os procedimentos dessa modalidade

de pesquisa.

3.1.1. Exemplo de pesquisa bibliográfica

Vejamos agora um exemplo de uma pesquisa bibliográfica.através do

resumo apresentado.

Construção coletiva de diretrizes teórico-metodológicas para a pesquisa

em educação ambiental.

Resumo: este estudo teve como principal objetivo construir diretrizes

teórico-metodológicas para a pesquisa em educação ambiental, uma

necessidade científica já apontada nos diferentes espaços de discussão desta

área de pesquisa. Ao contribuir para o fortalecimento da pesquisa em educação

ambiental, este estudo pode também contribuir para que essa prática social

gere conhecimentos relevantes para a prática da educação ambiental. Assim,

Page 21: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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definimos como modalidade da pesquisa qualitativa para a construção coletiva

dessas diretrizes, a pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica foi feita a

partir de um levantamento de materiais já analisados e publicados em livros,

artigos científicos e teses de mestrado e doutorado. Selecionamos os autores e

obras, em forma de livros, mais significativos para a educação ambiental a

partir de uma listagem feita pelo grupo de pesquisadores. Foram selecionados

também artigos completos que relatam as pesquisas em educação ambiental

publicados nos Anais do I, ÍI e III EPEA (Encontro de Pesquisa em Educação

ambiental) e nos Anais da 26.a, 27.a, e 28.a Reunião Anual da ANPEd

(Associação Nacional de Pesquisa em Educação), referentes aos trabalhos

apresentados no GT-22, educação ambiental. Outras fontes de coleta de

dados para a pesquisa em educação ambiental foram os resumos das

dissertações de mestrado e teses de doutorado disponíveis no portal da

Capes, acessados através da internet. Procedemos então, individualmente, a

leitura dos textos distribuídos entre os integrantes do grupo e sua posterior

apresentação e discussão. O principal objetivo aqui foi identificar, analisar e

selecionar diretrizes teórico-metodológicas para a pesquisa em educação

ambiental. As diretrizes identificadas, analisadas e selecionadas nos indicam

que a pesquisa em educação ambiental deve: ser pesquisa qualitativa, ter

relevância científica e social, ter como característica básica o princípio da

ação cidadã, produzir conhecimentos pedagógicos para os processos

educativos ambientais, criticar e criar alternativas para os processos

pedagógicos conservadores, constrai conhecimentos para se compreender a

complexidade social e ambiental, tomar os temas ambientais locais como ponto

de partida para processos educativos críticos e transformadores, levar em

conta os princípios da sustentabilidade social e ambiental, ter caráter interdis-

ciplinar e produzir conhecimentos para processos educativos coletivos,

participativos, democráticos e emancipatórios. Estudadas e analisadas, essas

Page 22: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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diretrizes vêm contribuindo para o desenvolvimento das pesquisas em

educação ambiental vinculadas ao grupo de pesquisadores e, publicados os

resultados, podem também contribuir para o desenvolvimento da pesquisa em

educação ambiental em outros espaços acadêmicos.

Grupo de Pesquisa cm Educação Ambiental - UNESP - Bauru

3. 2 .A pesquisa de campo

Essa modalidade de pesquisa, como o próprio nome indica, tem a fonte

de dados no próprio campo em que ocorrem os fenômenos. No caso da pesquisa

em educação, o campo são os espaços educativos. Quando nos referimos aos

campos educativos estamos nos referindo ao escolar e extra escolar, onde as

atividades de ensino-aprendizagem se realizam.

A pesquisa de campo em educação, portanto, caracteriza-se pela ida

do pesquisador aos espaços educativos para coleta de dados, com o objetivo

de compreender os fenômenos que nele ocorrem. Ao proceder a análise e

interpretação dos dados, a pesquisa poderá contribuir aclarar aspectos

educativos nos ambientes educativos escolares ou extra – escolares.

Dessa forma, os grandes momentos do processo de pesquisa, nessa

modalidade, também são a princípio iguais ao da pesquisa bibliográfica e

seguidos da coleta de dados com a ida ao campo para, através da aplicação de

algumas técnicas e instrumentos, em busca de dados para a análise. Esses

dados passam por determinada organização com organização em categorias

para facilitar a análise.

Seguem-se dois momentos essenciais quando são analisados,

interpretados e e discutidos os resultados obtidos na coleta de dados em diálogo

Page 23: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

23

com os autores consultados e a partir disso se elabora o relato final que pode ser

uma : monografia, trabalho de conclusão de curso, dissertação de mestrado, tese

de doutorado ou outro tipo de relatório.

Há algumas maneiras de proceder à coleta de dados, levando em conta

as condições, objetivos e práticas de sua realização. As técnicas mais usadas

pelas pesquisas de campo das ciências da educação são a observação e a

entrevista.

A técnica de observação variará segundo o grau de participação do

pesquisador no local observado, podendo assumir dois tipos: observação ou

observação participante. Tenha em mente que observação é a técnica de coleta

de dados por meio da qual o pesquisador assume o papel de observador sem

nenhuma intervenção intencional no fenômeno abservado enquanto a

observação participante leva em conta a ação do próprio pesquisador. É, por

assim dizer um trabalho em que um professor, fazendo investigação de coleta de

dados por exemplo do processo aprendizagem da leitura e escrita dos seus

alunos,a observa e registra .

No tocante à entrevista essa pode também ser utilizada como entrevista

estruturada ou semi-estruturada, segundo o grau de sistematização delas. A

entrevista estruturada é a técnica de coleta de dados em que o pesquisador segue

rigorosamente um roteiro preestabelecido para suas entrevistas. Podemos

considerar que o questionário é um instrumento muito usado na pesquisa de

campo, e o mesmo tem máximo da estruturação possível para uma entrevista.

A entrevista semi-estruturada é como o próprio nome indica o meio

termo entre a estruturada e a totalmente livre como uma conversa entre

entrevistador e entrevistado sobre os temas de interesse da pesquisa.

Page 24: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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3 .2.1. Exemplo de pesquisa de campo

Apresentamos, a seguir, o resumo de uma pesquisa de campo para

ilustração.

RESUMO

Esta pesquisa pretendeu ressaltar a temática da motivação profissional,

de uma perspectiva filosófica e reflexiva. Teve por finalidade tratar sobre a

importância da postura do gestor em relação à motivação da sua equipe. Seu

objetivo foi investigar a função do gestor como elemento primordial na co-relação

com a equipe dentro da organização, explicitando a motivação como alavanca

para o sucesso da empresa como um todo. O referencial teórico foi Lück( 2001 ).

Essa autora reflete sobre a importância da gestão participativa e a sua influência

de forma eficaz na motivação profissional. O autor Chiavenato (1999), traz um

olhar amplo sobre os aspectos da motivação e o reflexo que a falta da mesma

tem sobre os seres humanos e as suas atividades diárias, afetando até mesmo o

processo ensino- aprendizagem, pois um profissional desmotivado não consegue

desempenhar bem as suas funções. Para esta investigação de cunho qualitativo

foi realizada uma pesquisa de campo através de entrevistas com um grupo de

profissionais, de áreas diversas, de uma Instituição de Ensino privada. Este

estudo conclui que a motivação é um instrumento eficaz na trajetória e no

sucesso de uma Instituição e que cabe ao gestor buscar meios para atuar em

relação a sua equipe cuidando para que ela se sinta co-responsável no

desempenho da organização e motivada a contribuir da melhor forma possível

para o sucesso de todos. (BRAGA, ALINE. UNIVERCIDADE, 2006)

PALAVRAS CHAVES: Motivação, Gestão participativa, Equipe

Pedagógica, Processo Ensino-Aprendizagem.

Page 25: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

25

3.3. A pesquisa documental

Como o sugerido pelo nome essa modalidade consiste na coleta dos

dados, através de documento que pode ser histórico, institucional, associativo,

ou oficial. Isso significa dizer que a busca de dados estará focada nos

documentos, que exigem uma análise, para a partir daí produzir-se

conhecimentos. Seguem-se alguns exemplos de documentos que se prestam a

esse trabalho em Educação:

O Relatório Mundial da Educação lnfantil da Unesco, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação, os Parâmetros

Curriculares Nacionais, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil, as Diretrizes Curriculares para os cursos de Pedagogia, a Agenda 21 e a

Carta de Salamanca

Concluimos ressaltando que a pesquisa documental em educação é,

portanto, uma análise que o pesquisador faz a documentos que tenham certo

significado para a organização da educação ou do ensino.

3 .3.1 Exemplo de pesquisa documental em Educação

No texto a seguir podemos ter, através do resumo da mesma um

exemplo de uma pesquisa documental em Educação.

Sinaes: do documento original à legislação(ROTHEN, J.C. e SCHULX, A.

UNITRI, 2005)

Page 26: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

26

Resumo: no início do governo Lula, foi constituída a Comissão Especial

de Avaliação da Educação Superior (CEA) com o objetivo de elaborar uma

nova proposta de avaliação. O texto tem como propósito discutir e apresentar a

hipótese que a legislação que instala o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes) é diferente da Proposta da CEA, apesar de serem

apresentadas como interligadas. O estudo tem como fontes primárias os docu-

mentos: "Bases para uma nova proposta de avaliação da Educação Superior",

da CEA, e "Diretrizes para a avaliação das instituições de Educação Superior",

da Conaes, a Lei 10.861 que instituí o Sinaes e a Portaria MEC 2.051 que o

regulamenta. Conclui-se que o conteúdo da proposta e da legislação são

consequências das concepções da formação e a de controle; e que uma das

causas das diferenças reside no fato de que no governo Lula não há consenso

a qual função a avaliação deve atender.

3 .4 A pesquisa-ação

Tal como o nome implica, a pesquisa-ação visa produzir mudanças

através ação e ao mesmo tempo através da pesquisa se busca a compreensão a

respeito da ação da qual se participa. A consideração dessas duas dimensões,

mudanças e compreensão, podem dar uma importante contribuição na

elaboração do projeto de pesquisa. Nessa metodologia a pesquisa-ação a

produção de conhecimentos é articulada com a ação educativa. Fazer pesquisa-

ação significa planejar, observar, agir e refletir de maneira mais consciente, mais

sistemática e mais rigorosa o que fazemos na nossa experiência diária. Por um

lado investiga, produz conhecimentos sobre a realidade a ser estudada e, por

outro, realiza um processo educativo para o enfrentamenlo dessa mesma

realidade. Essa modalidade da pesquisa qualitativa também é conhecida como

pesquisa participante, pesquisa participativa ou pesquisa-ação-participativa. E

considerada "uma modalidade nova de conhecimento coletivo do mundo e das

Page 27: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

27

condições de vida de pessoas, grupos e classes populares" (BRANDÃO, 1981,

p. 9).

Tem como ponto forte a participação democrática dos sujeitos

envolvidos. tomando como ponto de partida os problemas reais, e refletindo

sobre eles, visa-se romper a separação entre teoria e prática na produção de

conhecimentos sobre os processos educativos. "

Atividade

Compare as afirmativas e estabeleça as suas conclusões a respeito da

pesquisa- ação

(...)consiste em uma alternativa de pesquisa que coloca a ciência a

serviço da emancipação social, trazendo duplo desafio: o de pesquisar e o de

participar, o de investigar e educar, realizando a articulação entre teoria e prática

no processo educativo (DEMO, 1992).

A pesquisa-ação tem como ponto de partida a articulação entre a

produção de conhecimentos para a conscientizaçao dos sujeitos e solução de

problemas socialmente significativos (THIOLLENT 2000).

Nessa modalidade de pesquisa os participantes deixam de ser "objetos"

de estudo para serem pesquisadores, produtores de conhecimentos sobre sua

própria realidade. O sujeito que vive a realidade socioambiental em estudo é,

Page 28: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

28

portanto, um sujeito-parceiro das investigações definidas participativamente; ou

ainda, um pesquisador comunitário que constrói e produz conhecimentos sobre

essa realidade em parceria com aquele que seria identificado, numa outra

modalidade de pesquisa, como pesquisador acadêmico.

Sâo claros os fundamentos político-sociais da pesquisa científica sob a

metodologia da pesquisa-ação em educação referem-se, em especial, à

necessidade de superar um modelo de ciência que se fundamenta na separação

entre a teoria e a prática. Por outro lado para alguns pesquisadores que utilizam

métodos e metodologias convencionais, a pesquisa ação é pobre, porque não

existem as condições metodológicas exigidas para um trabalho considerado

“científico”.

3.4.1.Exemplo de pesquisa ação

RESUMO

O trabalho de conclusão de curso se propõe a desenvolver uma abordagem

clara e precisa concernente a algumas implicações pedagógicas do processo de

Educação de Jovens e Adultos. Sua temática está focalizada nos desafios que

os educadores enfrentam no seu fazer pedagógico e a contribuição que a

metodologia de Paulo Freire acrescenta para o desenvolvimento de uma prática

diferenciada. Realizou-se uma pesquisa qualitativa em educação. Para tanto o

atual trabalho destacou a importância da aplicabilidade de um estudo

investigatório envolvendo educadora e educandos de um projeto de uma

Organização não governamental, para reforçar que a sociedade está unida para

uma perspectiva transformadora. E revelou-se que é possível vencer obstáculos

presentes no cotidiano escolar, possibilitando uma educação que priorize o

pensamento critico dos educandos, desenvolvendo sua autonomia intelectual e

Page 29: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

29

com isso compromisso um com a sociedade. A que permita ao jovem e adulto o

resgate dos direitos sociais que lhes foram negados. (ROSA, PRISCILA G..

UNIVERCIDADE, 2006)

PALAVRAS - CHAVES: Educação de Jovens e Adultos, alfabetização,

aprendizagem

Ao final da apresentação das quatro formas mais comuns de pesquisa

metodológica em Educação, é válido registrar que no Brasil, as pesquisas em

educação têm crescido muito em número e qualidade da produção .

Ressaltamos que não há necessidade de se fechar um círculo levando

em conta somente os tipos de pesquisa apresentados no nosso módulo .

Há na verdade um desejo de construir práticas inovadoras de pesquisa em

Educação de forma a permitir a elaboração de um retrato cada vez mais próximo da

realidade educativa em nosso país, para que todos os envolvidos em Educação

possam auxiliar com seus trabalhos para a construção da sonhada sociedade mais

justa e democrática.

Page 30: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

30

4. O PROJETO DE PESQUISA E A APRESENTAÇÃO DOS SEUS

RESULTADOS

Ao partirmos para a pesquisa faz-se necessário elaborar um projeto

de pesquisa adequado ao que se pretende e ao mesmo tempo procurando

atender às normas técnicas e à qualidade científica. É nele que o

pesquisador esboça, delimita e expõe o objeto de estudo explicitando o tipo

de abordagem que pretende dar ao assunto sobre o qual trabalhará.

De acordo com Tozoni-Reis(2010) podemos entender projeto de

pesquisa “não um caminho de traço único, rígido e engessado, mas um caminho

que possa, ao mesmo tempo, evitar os imprevistos e nos preparar para eles,

criando condições concretas para evitar qualquer coisa que nos imobilize”.

O meio acadêmico dá ao projeto de pesquisa uma importância que se

assemelharia ao cartão de vista do pesquisador.

Eis aqui o meu projeto!

4.1.Para iniciar um projeto de pesquisa

Uma interessante sugestão de princípios para elaborar um projeto são

sugeridas a seguir por Rudio(1986 apud Tozoni Reis, 2010).

Podemos partir desses princípios para pensar no projeto de

pesquisa.que iremos realizar.

Page 31: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

31

Dessa forma as decisões a serem tomadas no projeto de pesquisa

dizem respeito ao tema, ao problema, aos objetivos, às hipóteses, às

justificativas, aos procedimentos metodológicos, ao tempo de execução, aos

recursos financeiros necessários e aos pesquisadores participantes.

Essa estrutura conta com: elementos pré-textuais (capa, folha de

rosto, resumo, sumário); elementos textuais (introdução, justificativa, objetivos,

problema de pesquisa, hipóteses, metodologia, cronograma) e elementos pós-

textuais {referências e anexos).

O que pesquisar?

Resposta: formulação do problema, das hipóteses e das referências teóricas.

Por que pesquisar?

Resposta: justificativas.

Como pesquisar?

Resposta: metodologia da pesquisa.

Quando pesquisar?

Resposta: cronograma

Com que recursos?

Resposta: orçamento.

Quem pesquisa?

Resposta:pesquisador/coordenador/orientador e/ou grupo de pesquisa.

(RUDIO,1986)

Page 32: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

32

Capa , folha de rosto e sumário – elementos prétextuais

Modelo simplificado de projeto de pesquisa- elementos

textuais

� .1..Introdução (obrigatório): na introdução devem constar os

seguintes elementos abaixo:

� Assunto e Tema (obrigatório)

� Justificativa (obrigatório)

� Problema (obrigatório)

� Hipótese

� Objetivos gerais e específicos (obrigatório)

� 2.Fundamentação teórica

� 3.Metodologia

� 4.Cronograma

� 5. Orçamento (caso seja necessário)

� 6..Referências bibliográficas (obrigatório)

� 7.Anexos e glossário (se julgar necessário) elementos

póstextuais.

Page 33: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

33

Com o projeto de pesquisa bem elaborado podemos partir para a

realização e apresentação da pesquisa que conterá também os chamados

elementos pretextuais, os textuais e os póstextuais.

4.1.1.Os elementos pré-textuais

São assim considerados a Capa, Folha de Rosto e Sumário

A capa, a folha de rosto e o sumário, devem vir cada um deles em

folha separada. Eles fazem parte da apresentação inicial do projeto de

pesquisa de uma monografia e depois é transformado na própria apresentação

do trabalho.

É importante ressaltar que cada Instituição estabelece o modelo que

deseja aplicar a seus trabalhos, especialmente quanto à capa e folha de rosto..

Os tipos de letra mais comumente aplicadas são a Times New Roman e a Arial

no tamanho 12 .

O sumário é obrigatório segundo as regras da ABNT e consiste na

enumeração das divisões, capítulos e outras partes do trabalho com o

respectivo número de página. Há algumas regras para a apresentação do

sumário que podem ser procuradas por você na ABNT sob o número

6027/1989. Optamos por não apresentá-las nesse seu primeiro contato com a

metodologia da pesquisa. À medida que seu interesse pelo método de

apresentação da pesquisa for crescendo , você deverá buscar as normas na

ABNT.

Observe as sugestões de modelo a seguir.

Page 34: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

34

Page 35: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

35

Page 36: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

36

4.1.2 Os elementos textuais da pesquisa

Daqui em diante estaremos apresentando as formas de escrever não só

o projeto de pesquisa como também o relato do resultado dela.

Ao realizar um trabalho acadêmico você tem três partes principais e

inevitáveis, quais sejam : a introdução o desenvolvimento e a conclusão, (ABNT-

NBR14.724/2002) e cada um deles tem alguns elementos que precisam ser

cuidados ao tratarmos de um trabalho de pesquisa.

O assunto e o tema da pesquisa: informações da introdução

Todo trabalho científico, seja ele uma proposta ou um relatório de

pesquisa em forma de artigo ou texto completo tem início com a introdução. Essa

introdução precisa ter a qualidade necessária para integrá-la ao corpo do

trabalho.

Num projeto de pesquisa, ela tem o objetivo de traçar um panorama

geral do estudo proposto, isto é, descrever em linhas gerais o estudo que será

apresentado nas páginas seguintes.

A introdução deve informar ao leitor o ponto a partir do qual o autor da

proposta concebe o assunto e o tema a ser estudado. Para isso, necessitamos,

em primeiro lugar, apresentar o assunto em estudo para, em seguida,

empreender uma rigorosa revisão bibliográfica sobre ele e, então, apresentar o

tema.

Um assunto, no processo de investigação científica, diz respeito a uma

abordagem mais geral do tema a ser estudado. Assim, se vamos estudar, por

exemplo, tem um tema sobre a a introdução do colegiado escolar numa dada

instituição , podemos considerar que o assunto é a Gestão escolar. Outro

exemplo: se o assunto de um estudo monográfico é alfabetização, o tema pode

ser a alfabetização na Educação Infantil.

Page 37: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

37

Assunto Tema

Assim seria recomendável que na introdução o pesquisador enfocasse

seu tema a partir do assunto mais geral para então chegar ao tema.

Uma introdução bem escrita não precisa ser longa como um capítulo,

mas deve ser objetiva, tratar do assunto e do tema estudado, pois tem o papel de

fazer o o leitor se interessar pela leitura e segui-la adiante .

O importante aqui é apresentar ao leitor o trabalho de forma mais geral,

isto é, ele deve ser informado, na introdução, o que e como será tratada a

temática a ser desenvolvida no decorrer do texto.

Falando de uma forma mais livre a introdução pode ser comparada ao

lançamento de uma novela ou um filme que vá estrear. Antes deles acontecerem

a televisão mostra partes do conteúdo, traça o perfil rápido dos personagens de

forma a interessar o público.

O tema necessita, num primeiro momento, ser explorado de tal forma

pelo pesquisador a ponto de criar um problema de pesquisa, ainda mais

específico. Assim, é importante que o tema seja contextualizado na introdução

para que se possa compreender melhor as perspectivas de análise.

Se o pesquisador apresentar o trabalho acerca da alfabetização na

Educação Infantil, como no exemplo anterior, é imprescindivel que na introdução

ele deixe claro o que ele entende como "Educação Infantil" e "alfabetização"

Page 38: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

38

explicando os principais conceitos que serão abordados pelo trabalho. Fará essa

explicação a partir de uma breve análise das principais concepções defendidas

e/ou criticadas por outros autores. Assim, a introdução de um projeto de

pesquisa tem necessariamente algumas tarefas a cumprir: deve fazer uma breve

revisão bibliográfica sobre o assunto e o tema, tomar posição acerca das

diferentes concepções sobre eles, anunciar o estudo a ser empreendido e

apresentar, brevemente e parte a parte, o restante do projeto.

Outro aspecto essencial ao projeto de pesquisa diz respeito às justificativas

do estudo. Justificar é mostrar que o tema proposto é relevante procurando

demonstrar as razões pelas quais se justifica sua realização. É possível

conseguir argumentos a partir da leitura dos autores e obras que tratam do

tema. Esses darão suporte ou subsídios para a justificativa.

De acordo com Deslandes devemos considerar algumas indagações:

"Quais os motivos que a justificam? Que contribuições para a compreensão,

intervenção ou solução para o problema trará a realização de tal pesquisa?"

(DESLANDES, 1998). Nos projetos de pesquisa em educação, é na

justificativa que o pesquisador argumenta sobre a relevância social e científica

do tema em estudo que deve ter razões que comprovem a importância da

mesma.

Definição dos objetivos

Um objetivo é um propósito, uma meta, um alvo que se pretende

atingir, uma ação a ser realizada, a própria materialização do estudo. Assim, a

definição dos objetivos é uma das mais importantes etapas de um trabalho

científico. É a partir da formulação dos objetivos que se pode delinear o projeto

de pesquisa.

A formulação deles obedece a uma certa ordem e coerência. Vejamos

de que forma .É conveniente apresentar, primeiramente, objetivos gerais do

Page 39: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

39

estudo para, em seguida, traçar os objetivos específicos. Também não é

interessante apresentar muitos objetivos, mas aqueles que têm mais

significado para o trabalho. Facilita muito a leitura se os objetivos estiverem

interligados entre si e apresentados de forma sequencial. É recomendável

para garantir a clareza da ação a ser realizada, iniciar sempre a formulação de

um objetivo usando uma ação no infinitivo: identificar, analisar, compreender

etc.

O problema de pesquisa

A escolha e formulação ao problema de pesquisa, parte importante do

projeto, é uma das tarefas mais difíceis da construção da proposta da

pesquisa. O problema emerge do tema, é a problematização, portanto, é da

compreensão mais aprofundada do tema de pesquisa que surge o problema.

Partir de um assunto mais amplo, delimitar um tema, pensá-lo na perspectiva

do estudo proposto, dos objetivos, é chegar perto da formulação do problema.

(SALOMON, 2004).

Um problema decorre, portanto, de um aprofundamento do tema. Ele é

sempre individualizado e específico.

Diversos autores sugerem que o problema deve ter algumas

características. A mais usual delas se refere ao fato que, para facilitar a

pesquisa, o mesmo deve ser formulado como pergunta.

Page 40: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

40

Essa maneira parece ser a mais simples para se formular um problema,

além do que facilita sua identificação por quem consulta o projeto de pesquisa. A

formulação do problema deve ser clara e precisa.

A escolha de um problema merece que o pesquisador faça sérias indaga-

ções (RUDIO, 1986 apud TOZONI-REIS 2010):

a) Trata-se de um problema original?

b) O problema é relevante?

c) Ainda que seja "interessante", é adequado para mim?

d) Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

e) Existem recursos financeiros para a investigação desse tema?

f) Terei tempo suficiente para investigar tal questão?

A formulação das hipóteses

O que são hipóteses e qual seu papel no projeto de pesquisa?

Hipóteses dizem respeito às indagações que orientam a investigação. Isto é,

Page 41: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

41

são respostas provisórias aos problemas de pesquisa e têm como função

principal nortear as investigações. As hipóteses orientam o diálogo do

investigador com a realidade a ser compreendida e interpretada, portanto,

devem ser claras, objetivas, específicas e ter como base as referências

teóricas do estudo apresentado pelo projeto.

Para Salomon(2004) a hipótese e problema formam um todo indivisível,

quando se pensa no projeto quer em termos de metodologia ou teoricamente.

A definição da hipótese como resposta provisória ao problema é um

dado interessnte. Como é a "solução" indicada e que precisa ser comprovada

pela pesquisa - daí a coleta de dados e sua análise se fazerem em função da(s)

hipótese(s) - sua formulação está intimamente relacionada com o problema.

Tanto o problema corno a hipótese são formulados dentro do marco teó-

rico de referência adotado pelo pesquisador. O esboço desse marco teórico já

deve existir e ser revelado no projeto. O processo de pesquisa, particularmente

nas fases do levantamento bibliográfico e da documentação, proporcionam ao

pesquisador sua complementação ou sua reformulação.

A escolha da metodologia

Assim como na monografia, no projeto de pesquisa ou trabalho de

término de curso a metodologia tem como objetivo principal informar sobre o

caminho a ser percorrido na pesquisa, mais do que uma descrição detalhada

do uso previsto das técnicas e instrumentos. Deve apresentar todo caminho

percorrido, com a coerência teórico-metodológica necessária. Assim, num projeto

de pesquisa em educação encontramos na metodologia, em primeiro lugar, uma

reflexão teórica sobre a metodologia de pesquisa qualitativa e a modalidade de

pesquisa escolhida para o trabalho: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo,

pesquisa documental, pesquisa-ação etc.

Page 42: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

42

Deslandes (1998) nos inspira a sintetizar os principais elementos da meto-

dologia como: definição do universo ou campo onde se fará a pesquisa; coleta de

dados; e organização e análise dos dados, isto é, após a reflexão teórica acerca da

modalidade de pesquisa escolhida, na metodologia devem constar a abrangência

do universo a ser pesquisado (lembremos que a pesquisa qualitativa não se baseia

em critérios estatísticos de amostragem do universo de pesquisa, mas exige que ele

seja definido e anunciado), as técnicas e instrumentos que vão viabilizar a coleta

de dados, descritos da maneira mais detalhada possível (entrevistas, observações,

questionários etc.), e a descrição também detalhada de como serão organizados e

analisados os dados coletados.

É uma boa possibilidade anexar o roteiro, mesmo que provisório, das

observações, entrevistas e/ou questionários ao projeto de pesquisa.

É possível ainda apresentar uma descrição detalhada de todos os pro-

cedimentos de pesquisa usados no trabalho. Trata-se de especificar quantas

entrevistas foram previstas, quantas foram realizadas, com que público, onde, além

dos procedimentos de organização e análise dos dados.Leia o exemplo:

Uma professora procurou descobrir porque havia diferenças na forma

de denominar um mesmo colégio quando os alunos estavam cursando a

primeira fase da Ensino Fundamental e outra quando ingressavam na segunda

fase. Para entender o porquê da diferença de representação para a mesma

instituição na passagem do 5º ano para o 6º ano , a professora entrevistou

professores de ambos os segmentos, pais de alunos que também eram

professores do mesmo colégio e assitiu às aulas tanto do primeiro quanto do

segundo segmento para tentar descobrir no discurso dos diferentes agentes

sociais as razões para a diferença de nomenclatura e atitude, dentro da mesma

instituição. Para isso usou a análise de discurso como forma de desvelamento

daquela realidade , além da pesquisa bibliográfica e documental.

Page 43: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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MODELO DE PROJETO DE PESQUISA

1. INTRODUÇÃO 2. DELIMITAÇÃO DO TEMA 3. OBJETIVOS 4. JUSTIFICATIVA 5. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 6. HIPÓTESE(S) 7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8. METODOLOGIA DA PESQUISA 9. CRONOGRAMA 10. BIBLIOGRAFIA

Univercidade- Pedagogia- TCC 1 - 5º Período- Unidade Freguesia

1. INTRODUÇÃO (CORREA, Rosana. UNIVERCIDADE, 2006)

Atualmente, a informação é uma das principais ferramentas para a

participação no mundo social e o domínio da linguagem torna-se essencial

para desenvolver competências que possibilitem ao homem movimentar-se e

interar-se com o meio.

Buscar-se-á neste projeto, investigar a dificuldade que os alunos de

nível médio apresentam para transmitir informações, pois é através da análise,

pesquisa, busca de argumentos que o aluno poderá selecionar informações

produzindo sentido para problematizar os modos de construir conhecimento

facilitando a forma de ver a si mesmo e o mundo.

Exemplo de Projeto de Pesquisa do Trabalho de Término

de Curso do Centro Universitário da Cidade-UNIVERCIDADE

Page 44: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

44

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA

A função da linguagem, a objetividade das informações, a articulação

textual e a identificação dos diferentes gêneros textuais, serão temas

abordados através do desenvolvimento dessa monografia.

Estabelecer-se-á, com base na linha de pesquisa da Univercidade,

relativa à gestão pedagógica e cotidiano da escola, uma investigação de

ações e projetos que possibilitem ao professor trabalhar com seu aluno de

forma a fazê-lo buscar autonomamente informações que necessitem. Esse

estudo atende ainda à formação da pesquisadora em Administração e

Supervisão Escolar.

3. OBJETIVOS

Favorecer, através de uma metodologia de projetos, a formação do

comportamento leitor dos alunos desde cedo para que observem os textos

apresentados, identifiquem suas formas e reconheçam os aspectos e as

pistas que facilitem a compreensão do conteúdo.

Elucidar junto aos professores meios de contribuir para a qualidade da

leitura.

Colaborar com reflexões baseadas nas experiências vivenciadas pela

pesquisadora, relatando as dificuldades apresentadas pelos candidatos na

inscrição para o Vestibular de uma Universidade Pública Federal.

4. JUSTIFICATIVA

A pesquisa originou-se da necessidade de investigar as raízes da

dificuldade que muitos alunos concluintes do nível médio apresentam na

transferência do conhecimento escolar para uma situação nova.

Page 45: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

45

Ao efetuar inscrições para o Vestibular, o candidato não consegue

repassar para o formulário as informações solicitadas, baseando-se nas

explicações de editais e manuais disponibilizados para orientação, gerando

uma grande quantidade de dados errados inviabilizando o ato de confirmação

de inscrição.

5. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Em que medida o Supervisor poderá contribuir para diminuir a

dificuldade que os alunos concluintes do Ensino Médio apresentam em

situações que exigem a autoinformação?

6. HIPÓTESE(S)

A questão da auto-informação está ligada à função da linguagem,

chamada referencial que prevê objetividade e ao domínio dos vários tipos de

textos. Ao se deparar com situações novas, esta linguagem torna-se emotiva

e o aluno confunde-se.

Parte-se da hipótese que a escola não vem trabalhando

adequadamente os diferentes gêneros textuais, dificultando assim a formação

de leitores.

7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa fundamentar-se-á na proposta dos PCNS para o Ensino

Médio, com ênfase no uso da linguagem, métodos e tecnologias, passando

pela importância da coesão e coerência textual de Ingedore Koch, seguindo a

linha de pensamento de Luiz Antonio Marcushi em seu livro Por uma Proposta

para a classificação dos gêneros textuais.

Page 46: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

46

8. METODOLOGIA

A metodologia usada neste trabalho será qualitativa de cunho

bibliográfico e documental com análise de textos, revistas, consulta de vários

livros que possam esclarecer de forma objetiva como desenvolver um trabalho

sistemático e organizado com a linguagem de forma que o aluno possa atuar

como agente transformador na sociedade.

Será também apresentada uma coleta de dados com exemplificação

dos formulários de inscrição numa Universidade Federal com erros que

demonstram a dificuldade de interpretação das informações solicitadas.

Utilizar-se-á ainda o relato de experiência do pesquisador que durante sua

atividade laboral na Instituição citada vem constatando o problema bem de

perto.

9. CRONOGRAMA

10. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério de Educação. Secretaria de Educação Básica.

Parâmetros Curriculares Nacionais para Ensino Médio. Brasília: 1998.

Eventos MÊS/ANO MÊS/ANO MÊS/ANO MÊS/ANO

Projeto 05/06 05/06 05/06 05/06

Introdução 05/06 05/06 05/06 05/06

Capítulo 1 06/06 06/06 06/06 06/06

Capítulo 2 08/06 08/06 08/06 08/06

Capítulo 3 08/06 08/06 08/06 08/06

Conclusão 12/06 12/06 12/06 12/06

Page 47: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

47

KOCH, Ingedore Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto,

2004.

---------. Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 2005.

MARCUSCHI, Luis Antônio. Por Uma Proposta para Classificação

dos Gêneros Textuais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

Outro exemplo que será acrescentado ao nosso módulo se refere ao

momento em que o projeto fornece os aportes para se construir a Introdução da

monografia propriamente dita. Você poderá, comparando os dois exemplos,

verificar o quanto o projeto é valioso não só para o início, mas também para a

continuidade de um estudo.

INTRODUÇÃO da monografia (GÒIS, Edijane C.S. UNIVERCIDADE, 2005)

Discutir sobre as questões ambientais no interior das instituições de

ensino é de suma importância para a sociedade, pois o futuro da humanidade

depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso que o homem faz e

poderá fazer dos recursos naturais disponíveis.

Sendo assim esta pesquisa tratou da educação ambiental voltada para o

interior das escolas, tendo o supervisor e o corpo docente como agentes

transformadores na conscientização infantil de uma sociedade futura centrada no

desenvolvimento de valores, atitudes, posturas éticas que são trabalhadas desde

a infância, e que vão consolidar-se na vida adulta, contemplando as inter-

relações do meio natural com o social, verificando assim, a necessidade de uma

crescente internalização da questão ambiental, estimulando a criança para uma

reflexão da realidade atual.

Page 48: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

48

O presente estudo tem como tema: Educação Ambiental: O Papel do

Supervisor numa visão ecopedagógica no contexto escolar. Esta pesquisa tomou

como direção a formação de profissionais da educação na ética, representação

social e cidadania e atende à habilitação em administração e supervisão escolar

da UNIVERCIDADE referente à formação e trabalho do profissional da

Educação, a constituição do saber docente e de suas práticas, através das

relações sociais existentes.

Esta pesquisa teve como objetivo geral refletir sobre as possibilidades que

os espaços escolares proporcionem a interação do indivíduo com a natureza,

ensejando a aproximação e o respeito, para que o homem venha interrelacionar-

se harmoniosamente com o ambiente.

Como objetivos específicos o estudo visou: estudar as possibilidades de o

Supervisor Escolar contribuir na construção de uma consciência

socioambientalista, comprometida com a qualidade de vida no cotidiano escolar;

verificar por que caminhos as instituições escolares vêm trabalhando a questão

da Educação Ambiental no seu currículo, fazendo um breve histórico ao longo

das décadas.

A justificativa que demonstra a relevância em abordar esse tema partiu da

possibilidade de se repensar as práticas sociais e o papel do supervisor como

mediador e como transmissor de um conhecimento necessário aos docentes,

para que esses compreendam o meio ambiente global e local, os problemas e

possíveis soluções, a importância da responsabilidade de cada um para a

construção de uma sociedade ambientalmente sustentável.

O trabalho de pesquisa apresenta como questão-problema: em que

medida a escola pode contribuir na formação do professor/aluno/comunidade,

como parte de uma sociedade mais consciente das suas ações, vivências e

experiências perante o meio ambiente?

Page 49: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

49

Como hipótese, tem-se que os supervisores escolares, em consonância

com o corpo docente poderão possibilitar a reformulação do currículo, na

implementação de novas habilidades e competências para se trabalhar a

questão da preservação ambiental dentro do contexto escolar, refletindo,

futuramente, a vivência de uma sociedade cidadã-consciente.

Neste estudo foram utilizados pressupostos teóricos de Carvalho (2004),

Reigota (2001), Gadotti (2000) entre outros, uma vez que são autores

renomados e fizeram considerações significativas sobre o assunto.

A metodologia utilizada foi de pesquisa qualitativa de tipo bibliográfica

descritiva e documental, na qual foram utilizados diversos documentos e livros de

autores renomados que tratam do assunto supracitado.

Para apresentar este trabalho foram criados três capítulos assim

dispostos:

No primeiro capítulo foi feito um histórico da questão ambiental no Brasil e

a inclusão da educação ambiental no currículo contemporâneo.

O segundo capítulo trouxe à tona a função do supervisor escolar como

articulador de propostas ambientais que viabilizam a trabalho e a prática docente

no contexto escolar.

E por fim, no terceiro capítulo foi feita a união do tema abordado e o papel

do supervisor na elaboração de possíveis estratégicas de ação curricular que

potencializam a questão de ensino-aprendizagem, da formação de atitudes e de

respeito ao meio ambiente que vem sendo discutida de forma séria e objetiva.

Este estudo não pretendeu dar o assunto como acabado, mas levantar

questões para possíveis discussões e encaminhamentos.

Page 50: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

50

5. CUIDADOS NECESSÁRIOS COM AS REFERÊNCIAS

As referências são um componente importante do projeto de pesquisa,

pois têm o papel de oferecer ao leitor mais algumas pistas sobre os caminhos

teóricos e metodológicos percorridos pelo pesquisador. Sua finalidade objetiva é

apresentar a documentação usada nos estudos empreendidos para chegada ao

tema, proporcionando um maior aprofundamento dos estudos.

As diretrizes e normas para as referências são as mesmas tanto para

projetos quanto para relatórios de pesquisa quer sejam monografias, trabalhos de

término de curso , dissertações, teses ou artigos científicos.

Muitos pesquisadores até iniciam a leitura de um trabalho científico pelas

referências, pois, a partir dos autores tratados no estudo, tem-se um conjunto de

informações a respeito da abordagem dada ao tema, e isso já fornece uma pista

do interesse do leitor pelo estudo.

A apresentação das referências devem ser bastante detalhadas, uma vez

que objetivam padronizar as informações em todos os países do mundo. No

Brasil, como já citamos, essa normatização é feita pela ABNT.

Para o objetivo do nosso módulo serão trazidas a você alguns informes

essenciais dada a importância que essa parte da pesquisa apresenta.

As referências completas devem vir sempre no final do texto, mas à

medida que desenvolvemos o trabalho há também alguns cuidados no

tratamento das mesmas sendo essencial observar rigorosamente as normas de

referências.

Dessa forma todos os autores citados ou referenciados durante o texto

têm que estar nas Referências. Se um autor teve muita importância no trabalho

na fundamentação teórica do trabalho, ele tem que estar citado ou referido

durante o mesmo.

Page 51: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

51

Há duas formas de citar um autor: de forma direta ou indireta

A citação direta é a fala literal do autor, transcrita diretamente do texto

lido. Para fazer "citações diretas' de autores quando forem muito adequadas ao

tema abordado deve-se ter em conta alguns procedimentos. Para trechos

transcritos com até 3 linhas, colocar a citação no corpo do trecho, sempre entre

aspas, sem itálico e com fonte igual a do restante do texto. Se a citação

ultrapassar as três linhas ela deve ser apresentada em destaque,com fonte

menor e com recuo em relação ao parágrafo utilizado no texto. Observe o

recurso sendo usado no nosso módulo na página 8. Atenção: o número da

página da obra de onde a citação direta for extraída precisa aparecer também.

A citação indireta é um recurso que indica a influência dos autores lidos

nas ideias apresentadas pelo pesquisador. Para chamada no texto, deve-se en-

trar com o último sobrenome do autor e o ano de publicação. Exemplos:

(GARCIA, 1993) caso ela venha no final da paráfrase ou se você preferir ou

Garcia (1993) se estiver se referindo a ele durante a paráfrase..

Para reforçar

Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição

responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e

minúsculas. Exemplo: Ramal (2002) e, quando estiverem entre parênteses,

devem ser em letras maiúsculas. Exemplo: (RAMAL, 2002)

Continuando a nossa conversa sobre as citações há ainda mais

algumas informações úteis.

Assim nas citações diretas ou indiretas, quando se trata de uma obra

de dois autores, deve-se colocar "e" entre eles. Exemplo: De acordo com

Gandin e Gandin (1999) ... ou (GANDIN e GANDIN,1999)se estiver no final do

texto citado.

Page 52: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

52

Por outro lado usa-se "et al” se os autores forem três ou mais por

exemplo: (MINAYO et al, 2005) ou Reis et at (2005);

Outra regra a ser seguida é a de que para fazer omissões de partes do

trecho citado ou saltos maiores nas citações, deve-se usar reticências entre

colchetes [...];.Você pode observar a aplicação da regra na página 9 do nosso

módulo.

Quando se você quer citar um autor que foi citado por outro (citação de

citação), porque não se tem a obra original usa-se apud. Exemplo: Segundo

Montessori (apud GADOTTI, 2002).

Algumas vezes as notas de rodapé são necessárias e merecem

cuidado . Assim use-as somente para completar informações . A versão mais

moderna do editor de texto oferece esse recurso e se coloca o número no texto e

no rodapé a referência já vai aparecer com letra menor do que a do texto e com

espaço simples.

Reforçando ideias

Citação é a menção de uma informação extraída de outra fonte. Ela pode ser

direta ou indireta. Citação direta é a transcrição textual de parte da obra do

autor consultado. Citação indireta é o texto baseado na obra do autor

consultado. Sempre que utilizar citações diretas, é necessário especificar no

texto a página, volume, tomo ou seção da fonte consultada. Na citação

indireta, a indicação da página consultada é opcional.

Exemplos com citações indiretas:

Este momento de crise em que vivemos caracteriza-se, de acordo com

Santos (1997) pela perda da confiança epistemológica. Para o autor, está-se

vivendo o fim de um ciclo de hegemonia de certa ordem científica.

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O diretor de escola, que deveria ser um agente envolvido na formação do

aluno, acaba por se transformar num burocrata que se limita a assinar papéis e

seguir ordens superiores. (HORA, 1994)

Exemplos com citações diretas:

As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas

entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no

interior da citação.

Primeiro exemplo

Para Libâneo, “o campo da atividade pedagógica extra-escolar é

extenso. Poder-se-ia incluir no item da educação extra-escolar toda gama de

agentes pedagógicos que atuam no âmbito da vida privada e social.” (LIBÂNEO,

1997, p.52)

Segundo exemplo

As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser

destacadas com recuo da margem esquerda, com letra menor que a do texto

utilizado e sem aspas.

As mudanças recentes no capitalismo internacional

colocam novas questões para a Pedagogia. O mundo

assiste hoje a intensas transformações, como a

internacionalização da economia, as inovações

tecnológicas e científicas que levam à introdução, no

processo produtivo, de novos sistemas de organização do

trabalho, mudança de perfil profissional e novas exigências

de qualificação dos trabalhadores, que acabam afetando os

sistemas de ensino. (LIBÂNEO, 1997, p.20)

Page 54: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

54

Fique atento

Há autores que diferenciam bibliografia de referências bibliográficas nos

trabalhos acadêmicos-científicos. Dessa forma a bibliografia seria a

apresentação dos autores lidos, mesmo os que não são referidos ou citados no

texto, e as referências mostram apenas os autores referidos e citados.

Como nossos módulos não são apresentação de trabalho científico

optamos por usar as duas denominações, tendo em conta que por exemplo nos

módulos da Língua portuguesa seria contra producente para a continuidade da

sua leitura, a cada exemplo citar de que gramática o mesmo estava sendo

retirado.

No entanto, em trabalhos acadêmicos deve-se usar apenas a referência

bibliográfica.Há diferentes possibilidades de apresentação das referências mas a

mais usada é a da colocação em ordem alfabética de autores.

Nos trabalhos científicos, as referências devem apresentar os

seguintes dados: autor, título da obra, numeração da edição, local da

publicação, editora e ano de publicação. Esses são os dados mais comuns,

porém, dependendo do tipo de referência, é preciso também constar

indicação do volume, coleçào, número de série, do tradutor, número de

páginas, data mais completa de publicação, do endereço de acesso

eletrônico etc. Para saber mais sobre as referências consulte as normas

ABNT.

Page 55: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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6-A CONSTRUÇÃO DO TEXTO DE UM CAPÍTULO E A CONCLUSÃO

Para descrever os capítulos e elaborar a conclusão do trabalho são

precisos alguns cuidados.

6.1. A construção dos capítulos

Ao começá-lo deve-se apresentar um parágrafo introdutório que aborde,

de forma geral, o que vai ser descrito nos subitens do capítulo.

Ao final do capítulo o mesmo deve ter um fechamento sobre o que foi

pesquisado e cabe fazer referência ao que vai ser desenvolvido a seguir, no

próximo capítulo.

Para que o leitor não tenha a leitura longa que leve à dispersão procure

abrir parágrafos com freqüência. Elimine também o uso de parênteses e não use

reticências nem pontos de exclamação.

Ao elaborar um texto para um trabalho científico é aconselhável o uso de

forma impessoal na terceira pessoa como nas sugestões: Achou-se por bem;

Utilizaram-se os dados disponíveis; Procurou-se elucidar. (ISKANDAR, 2003).

Essa rigidez de forma pode e já é flexibilizada com a possibilidade da

utilização da primeira pessoa do plural. Observe o exemplo:

É interessante que ao termos coragem de romper com as

fronteiras disciplinares vamos encontrar respostas a nossas

questões as quais, na fronteira disciplinar que alguns

insistem em nos prender, não havíamos encontrado.

Como enfocar, por exemplo, o problema do fracasso

escolar se nos mantivermos na gaveta disciplinar fechada e

o entregarmos aos especialistas avaliadores do sistema.

(ALVES E GARCIA, 2001, p.95)

Page 56: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Ao elaborar o texto dos capítulos você deverá, citar os autores cujas

obras darão sustentação as suas idéias a respeito do tema escolhido, utilizando-

se das citações diretas e indiretas, cuja forma de apresentação técnica já

estudamos.

Uma boa redação deve levar em conta que essas citações especialmente

as diretas, ao serem utilizadas devem ser interpretadas ou se deve citar um texto

como apoio a uma interpretação já feita. Também não fica muito agradável

utilizar-se citações diretas muito longas e muitas numa página só.

Há algumas expressões úteis na elaboração desses comentários:

� Cabe, pois concluir que; parece acertado que; dever-se-ia dizer que;

é lícito supor; conclui-se daí que; ao exame desse texto percebe-se que...

Para fazer as citações indiretas usamos as

paráfrases.

Paráfrase é a interpretação de um texto com

palavras próprias, mantido o pensamento

original. (KOOGAN/HOUAISS, 1994)

Page 57: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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De acordo com site abaixo1 pode-se parafrasear utilizando-se de:

Emprego de sinônimos; Emprego de antônimos apoiados em palavras negativas;

Mudança de ordem dos termos no período; Omissão de termos facilmente

subentendidos; Mudança de voz verbal, entre outros.

Exercícios com paráfrases e citações

Atividade 1

PERRENOUD, Philippe. Avaliação entre duas lógicas: da excelência à

regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999, P.14.

A escola conformou-se com as desigualdades de êxito por tanto tempo

quanto elas pareciam "na ordem das coisas". Dentro dessa perspectiva, uma

avaliação formativa não tinha muito sentido: a escola ensinava e, se tivessem

vontade e meios intelectuais, os alunos aprendiam. A escola não se sentia

responsável pelas aprendizagens, limitava-se a oferecer a todos a oportunidade

de aprender: cabia a cada um aproveitá-la! A noção de desigualdade das

oportunidades não significou, até um período recente, nada, além disto: que cada

um tenha acesso ao ensino, sem entraves geográficos ou financeiros, sem

inquietação com seu sexo ou sua condição de origem.

Use o espaço abaixo e parafraseie as idéias expressas pelo autor.

Segundo Perrenoud (1999)

1http://portuguesnaveia.blogspot.com/2008/04/parfrase.html

1

Page 58: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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Você poderá usar: Segundo... - de acordo com... - como lembra... -,

atendendo ao que propõe. - a partir do pensamento de... -... (ano) indica, ...-

....explicita que ....Obs.: sempre se coloca o ano da obra consultada.

Atividade 2

Citações, paráfrases e plágio

Ao elaborar a ficha de leitura, você resumiu vários pontos do autor que

lhe interessavam: isto é, fez paráfrases e repetiu com suas próprias palavras o

pensamento do autor. E também reproduziu trechos inteiros entre aspas.

Ao passar para a redação da tese, já não terá sob os olhos o texto, e

provavelmente copiará longos trechos das fichas. Aqui, é preciso certificar-se de

que os trechos que copiou são realmente paráfrases e não citações sem aspas.

Do contrário, terá cometido um plágio.

Essa forma de plágio é assaz comum nas teses. O estudante fica com a

consciência tranqüila porque informa, antes ou depois, em nota de rodapé, que

está se referindo àquele autor. Mas o leitor que, por acaso, percebe na página

não uma paráfrase do texto original, mas uma verdadeira cópia sem aspas pode

tirar daí uma péssima impressão. E isto não diz respeito apenas ao orientador,

mas a quem quer que posteriormente estude a sua tese, para publicá-la ou para

avaliar sua competência.

Como ter certeza de que uma paráfrase não é um plágio? Antes de tudo,

se for muito mais curta do que o original, é claro. Mas há casos em que o autor

diz coisas de grande conteúdo numa frase ou período curtíssimo, de sorte que a

paráfrase deve ser muito mais longa do que o trecho original. Neste caso, não se

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deve preocupar doentiamente em nunca colocar as mesmas palavras, pois às

vezes é inevitável ou mesmo útil que certos termos permaneçam imutáveis.

A prova mais cabal é dada quando conseguimos parafrasear o texto sem

tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos como o

entendemos.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1997

Agora responda:

1. Para Eco como se pode elaborar um fichamento?

2. Quando se comete um plágio?

3. Por que o plágio desvaloriza um trabalho?

4. Qual a melhor maneira de parafrasear?

6.2 A elaboração da conclusão

Esta é a parte final do texto e para elaborá-la você deve se preocupar em

voltar à Introdução e verificar se seus objetivos, sua hipótese e se os autores

referenciados como essenciais permitiram que você cumprisse o roteiro que havia

traçado.

Abra parágrafos referentes às conclusões a que você chegou a cada

capítulo.

Apresente sugestões para ação a partir do que você concluiu. Também é

interessante relatar se a pesquisa que você realizou instigou-o, a saber, mais

sobre a temática envolvida.

Page 60: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFIAS:

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ciências naturais e sociais. São Paulo: Pioneira, 1998.

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Escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

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Brasiliense, 1981.

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Page 61: Apostila de Metodologia Da Pesquisa

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GANDIN, Danilo e GANDIN, Luís A. Temas para um projeto político

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KOOGAN e HOUAISS. Enciclopédia e dicionário Ilustrado. Rio de

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LUCKESI, Carlos Cipriano. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez,

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MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.

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