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EDGAR RODRIGUES DE OLIVEIRA
METODOLOGIA DE PESQUISA I
PASSOS 2012
EAD FESP-UEMG Fundação de Ensino Superior de Passos Universidade do Estado de Minas Gerais
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG
Reitor Profº. Dijon Moraes Junior
Fundação de Ensino Superior de Passos – FESP
Presidente do Conselho Curador
Prof. Fabio Pimenta Esper Kallas
Diretor do Núcleo Acadêmico de Educação
Prof. Anderson Jacob Rocha
Núcleo de Educação a Distância
Coordenação Geral
Ana Maria Abdul Ahad
Suporte Técnico e Diagramação
Marcos Paulo Anard Botrel Sarno
Revisão de Texto
Ana Maria Abdul Ahad
Programador
João Paulo Silva Araújo
Departamento de Informática
Chefe de TI
Anderson de Souza
Departamento de Comunicação
Chefe de Comunicação e Marketing
Selma Tomé
METODOLOGIA DE PESQUISA I
Educador virtual
Edgar Rodrigues de Oliveira possui graduações em Ciências Sociais, Pedagogia e
História, com especializações (lato sensu) nas três áreas e mestrado (strictu sensu)
em História e Cultura Social pela UNESP – Universidade Estadual Paulista Professor
Júlio de Mesquita Filho, campus Franca S. P. (2002). É coordenador do Curso de
História e leciona nos cursos de História, Sistemas de Informação, Ciências
Contábeis, Administração de Empresas e Nutrição da FESP, campus Passos – MG.
LEGENDA
Atividades Complementares – Indica que questões complementares foram propostas ao longo do curso.
Atenção – Você deve ficar atento, pois tratam-se de avisos e questões importantes relacionadas ao curso.
Para Refletir – Indica que você deve refletir sobre o tema proposto.
Informações e Curiosidades – Indica fatos interessantes relacionados ao tema tratado.
Internet – Links da internet de apoio.
CURSO PERÍODO SEMESTRE /ANO
PEDAGOGIA 2º/2012
DISCIPLINA: Metodologia de Pesquisa I 36 Horas / Aula
PROFESSOR: Edgar Rodrigues de Oliveira
EMENTA
Pesquisa na universidade; relação pesquisa, ensino e extensão. Introdução ao método
científico. Características essenciais da ciência e das outras formas de conhecimento. Formas
de organização de estudo e documentação bibliográfica. Redação técnico-científica. Normas
de apresentação gráfica do texto (ABNT).
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
O curso foi planejado para uma carga horária de 36 horas/aula (30 horas relógio);
A participação efetiva do aluno se dará com o acesso à sala virtual que estará
disponível o tempo todo, não necessitando de dia ou hora específicos para o acesso;
As atividades do curso poderão ser executadas a qualquer hora, obedecendo os
prazos estipulados para postagem de atividades avaliativas;
Siga as orientações para execução das tarefas utilizando as ferramentas de interação
indicadas nas descrições das mesmas;
O material didático está disponibilizado no início do curso em forma virtual e liberado
em forma de aulas. O mesmo material vai estar impresso e disponibilizado também na
biblioteca da FESP;
O professor da disciplina entrará na sala de aula virtual semanalmente para tecer
comentários, dar orientações, responder dúvidas e manter a dinâmica do grupo
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
O conteúdo programático para o Curso de Metodologia de Pesquisa I está programado
para ser ministrado em 16 aulas/assuntos distribuídos em 32 horas/aula. 4 horas/aula são
destinadas às avaliações P1 e P2.
SUMÁRIO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO __________________________________ 11
METODOLOGIA DE PESQUISA I _________________________________ 15
1. Apresentação da disciplina _______________________________________ 15
2. Objetivos ______________________________________________________ 15 2.1. Geral ______________________________________________________________ 15 2.2. Específicos _________________________________________________________ 15
3. Justificativa para a aplicação da disciplina __________________________ 15
4. A disciplina Metodologia de Pesquisa I e o contexto acadêmico _________ 16
5. Procedimentos didáticos _________________________________________ 17
6. Promotores da disciplina _________________________________________ 18
7. Pré requisito ____________________________________________________ 18
8. Material didático ________________________________________________ 18
9. Avaliação ______________________________________________________ 18
AULA INICIAL – Apresentação do Plano de Ensino da disciplina Metodologia de Pesquisa I ___________________________________________________ 20
1. Objeto e objetivo de estudo da Metodologia de Pesquisa I _____________ 20
2. Procedimentos didáticos _________________________________________ 21
3. Abrangência da disciplina Metodologia de Pesquisa I _________________ 21
Anotações ___________________________________________________ 24
AULA 1 – Modalidades do trabalho acadêmico _____________________ 25
1. Detalhamento das diversas modalidades de trabalhos acadêmicos ______ 25
Anotações ___________________________________________________ 28
AULA 2 – Modalidades do trabalho acadêmico – Outros trabalhos que podem ser desenvolvidos como trabalho acadêmico ______________________ 29
2.1. Resumos _____________________________________________________ 29
2.2. Resenhas _____________________________________________________ 30
2.3 Pôsteres ______________________________________________________ 32
Anotações ___________________________________________________ 35
AULA 3 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa ___________ 36
3.1. Conceito de pesquisa ___________________________________________ 36 3.1.1. Tipos de pesquisa __________________________________________________ 36 3.2. Conceito de conhecimento _____________________________________________ 39
3.3. A produção científica ___________________________________________ 39
Anotações ___________________________________________________ 42
AULA 4 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa ___________ 43
4.1. Tipos de conhecimentos ________________________________________ 43 4.1.1. Conhecimento empírico, também chamado de conhecimento popular ou senso comum. ______________________________________________________________________ 44 4.1.2. Conhecimento filosófico _____________________________________________ 44 4.1.3. Conhecimento religioso ______________________________________________ 45 4.1.4. Conhecimento científico _____________________________________________ 46
Anotações ___________________________________________________ 48
AULA 5 – Detalhamento dos elementos existentes nas pesquisas mais usadas: bibliográfica, de campo e de laboratório.__________________________ 49
Anotações ___________________________________________________ 53
AULA 6 – A redação científica – elaboração de textos de trabalhos acadêmicos ____________________________________________________________ 54
Anotações ___________________________________________________ 58
AULA 7 – Classificação das pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios ____________________________________________________________ 59
Anotações ___________________________________________________ 61
AULA 8 – Métodos de pesquisa _________________________________ 62
Anotações ___________________________________________________ 66
AULA 9 – Abordagens de pesquisa ______________________________ 67
Anotações ___________________________________________________ 69
AULA 10 – Conceito de universo e amostra de pesquisa_____________ 70
Anotações ___________________________________________________ 75
AULA 11 – Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados – complementos da pesquisa de campo _________________________________________ 76
Anotações ___________________________________________________ 79
AULA 12 - Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados _______ 80
1 – Entrevista _____________________________________________________ 80
2 – Questionário ___________________________________________________ 82
3 - Formulário _____________________________________________________ 89
Anotações ___________________________________________________ 90
AULA 13 – Fichamentos e citações ______________________________ 91
1 – Fichamentos ___________________________________________________ 91
2 – Citações ______________________________________________________ 93
Anotações __________________________________________________ 103
AULA 14 – Referências bibliográficas ___________________________ 104
Anotações __________________________________________________ 112
AULA 15 – O projeto de pesquisa _______________________________ 113
Anotações __________________________________________________ 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________ 118
11
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AULA INICIAL – Apresentação do Plano de Ensino da disciplina Metodologia de
Pesquisa I
1 – Objeto e objetivo de estudo da Metodologia de Pesquisa I
a) Objeto
b) Objetivos
2 – Abrangência da disciplina Metodologia de Pesquisa I
a) A forma
b) O conteúdo
AULA 1 – Modalidades do trabalho acadêmico
1. Detalhamento das diversas modalidades de trabalhos acadêmicos
a) Graduação
b) Pós-graduação com nível de mestrado (stricto sensu)
c) Doutorado, Pós-doutorado e Livre Docência
AULA 2 – Modalidades do trabalho acadêmico – Outros trabalhos que podem
ser desenvolvidos como trabalho acadêmico
2.1. Resumos
2.2. Resenhas
2.3. Pôsteres
AULA 3 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa
Conceitos e definições
3.1. Conceito de pesquisa
3.1.1. Tipos de pesquisa
a) Pesquisa básica pura ou fundamental
b) Pesquisa aplicada
c) Pesquisa histórica
d) Pesquisa descritiva
e) Pesquisa experimental
f) Pesquisa documental
12
3.2. Conceito de conhecimento
3.3. A produção científica
a) Através da pesquisa acadêmica
b) Através da pesquisa não acadêmica
AULA 4 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa
Conceitos e definições
4.1. Tipos de conhecimentos
4.1.1 Conhecimento empírico, também chamado de conhecimento popular ou
senso comum
4.1.2 Conhecimento filosófico
4.1.3 Conhecimento religioso
4.1.4 Conhecimento científico
AULA 5 – Detalhamento dos elementos existentes nas pesquisas mais usadas:
bibliográfica, de campo e de laboratório
AULA 6 – A redação científica – elaboração de textos de trabalhos acadêmicos
AULA 7 – Classificação das pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios
AULA 8 – Métodos de pesquisa
Método indutivo
Método dedutivo
Método hipotético-dedutivo
Método dialético
Método fenomenológico
Método histórico
Método comparativo
AULA 9 – Abordagens de pesquisa
Abordagem quantitativa
Abordagem qualitativa
13
AULA 10 – Conceito de universo e amostra de pesquisa
1. Universo de pesquisa
2. Amostra de pesquisa
a) Amostragem probabilística
b) Amostragem não-probabilística
AULA 11 – Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados – complementos
da pesquisa de campo
1. Uso de documentação indireta
Fontes primárias – documentos
Fontes secundárias
2. Observação direta intensiva
Observação assistemática ou não estruturada
Observação sistemática ou estruturada
Observação participante
Observação direta extensiva
Pesquisa bibliográfica
Pesquisa direta
Pesquisa de campo
AULA 12 - Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados – entrevistas e
questionários
1. Entrevista
Entrevista padronizada ou estruturada
Entrevista despadronizada ou não estruturada
1. Questionário
a) Questionário fechado
b) Questionário misto
c) Questionário aberto
3. Formulário
4. Pesquisa de laboratório
14
AULA 13 – Fichamentos e citações
1. Fichamentos
2. Citações
a) Citações diretas
b) Citações indiretas, ou interpretativas ou paráfrases
Supressões de parte de parágrafos citados
AULA 14 – Referências bibliográficas
1. – Referências bibliográficas completas
2. – Referências bibliográficas necessárias
a) Quando se tem somente um autor
b) Quando se tem 2 autores
c) Quando se tem 3 autores
d) Se existirem mais de três (3) autores
AULA 15 – O projeto de pesquisa
1. Definição do assunto de pesquisa
2. Definição do tema de pesquisa
3. Definição de título provisório
4. Justificativa
5. Problema de pesquisa
6. Hipóteses de pesquisa
7. 0bjetivos de pesquisa: geral e específicos
8. Referencial teórico
9. Sumário Prévio
10. Referências
15
METODOLOGIA DE PESQUISA I
1. Apresentação da disciplina
Metodologia de pesquisa constitui-se em um apanhado de regras básicas
destinadas à facilitação na elaboração de escritos técnicos-científicos. A aplicação
dessa disciplina a cursos de graduação está ligada àqueles que têm a exigência de
um trabalho de conclusão de curso como requisito complementar para a obtenção de
uma titulação na área específica do discente.
2. Objetivos
2.1. Geral
Levar o aluno a uma fundamentação teórica e prática sobre o ato de analisar e
redigir textos e fazer pesquisas dentro da sua área de atuação, de acordo com regras
e normas técnicas.
2.2. Específicos
Familiarizar o aluno com o meio virtual onde se desenvolve o ensino a
distância;
Propiciar ao aluno conhecimentos técnicos sobre o ato de pesquisar;
Desenvolver no aluno o hábito de elaborar trabalhos científicos de acordo com
normas técnicas;
Desenvolver a habilidade para a elaboração de projetos de pesquisa e
desenvolvimento de textos acadêmicos de acordo com normas técnicas para a
redação científica;
Proporcionar ao aluno subsídios teóricos e técnicos para a compreensão
do processo de pesquisar.
3. Justificativa para a aplicação da disciplina
A pesquisa científica é o mote para o desenvolvimento sustentável de países
capitalistas. É ela que subsidia o sistema produtivo com propostas de soluções
práticas através de pesquisa – acadêmica ou não.
Dessa forma, a pesquisa acadêmica em cursos de licenciatura ou bacharelado,
assume responsabilidades gigantescas, o que faz com que as instituições de ensino
mantenham e busquem o aprimoramento das disciplinas técnicas que
16
instrumentalizam o aluno para a pesquisa acadêmica, tornando o trabalho de
conclusão de curso – com qualquer nomenclatura: monografia, TCC, dissertação ou
tese – uma obrigatoriedade e um requisito parcial para a colação de grau.
Ao se observar o cenário acadêmico, destaca-se em finais dos cursos de
graduação, a exigência do trabalho de conclusão de curso, que se materializa em um
texto elaborado pelo aluno que tem as seguintes características:
1) Tem caráter interdisciplinar (Seu foco é disperso por todas as disciplinas
aplicadas durante a graduação, podendo o discente optar por uma área de
concentração de pesquisa específica. Neste caso, contempla-se uma ou
algumas disciplinas especialmente aquelas de maior afinidade do aluno);
2) Revisão de literatura;
3) Enfoque inédito sobre um assunto/tema já estudado;
4) Texto escrito de acordo com normas técnicas vigentes no país tendo como
base as prescrições da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
para escritos acadêmicos;
5) Relatório final aprovado por uma banca formada pela instituição que avalia a
validade acadêmica do trabalho apresentado pelo aluno.
4. A disciplina Metodologia de Pesquisa I e o contexto acadêmico
As matrizes curriculares dos vários cursos de graduação variam em sua
concepção e não seguem um padrão de período ou ano no contexto da
complementação da carga horária do curso para que a disciplina Metodologia de
Pesquisa I seja ministrada. Com isso, observa-se que em vários momentos dos
diversos cursos de graduação, essa disciplina é aplicada aos alunos como subsídio à
elaboração de seus trabalhos acadêmicos.
Contudo, a metodologia da pesquisa científica extrapola o contexto
universitário e segue o egresso no seu dia a dia profissional quando, por força da sua
ocupação laboral, tem que elaborar relatórios ou até mesmo realizar pesquisas
relacionadas com aquilo que executa nas empresas. Daí se constata a extensão da
colaboração das técnicas de pesquisa e de elaboração de relatórios para a vida do
egresso.
A elaboração de um trabalho acadêmico a título de trabalho de conclusão de
curso constitui-se em um componente curricular e uma exigência que está explicitada
17
no projeto pedagógico do curso de graduação. Este trabalho pode ser desenvolvido
nas modalidades de monografia, projeto de iniciação científica ou artigo. A definição
da modalidade depende do que foi estabelecido e está registrado na documentação
legal do curso (PPC – Projeto Político Pedagógico e PDI – Projeto de
Desenvolvimento Institucional) e devidamente aprovado e avaliado pelas comissões
avaliadoras de cursos do MEC – Ministério da Educação e Cultura do Brasil.
O trabalho acadêmico denota o nível de aproveitamento que o aluno fez dos
ensinamentos oferecidos ao longo do curso. Ele é a síntese do aprendizado e a sua
elaboração direciona o aluno a futuras especializações, mestrado ou doutorado. A
metodologia da pesquisa acadêmica, ao apresentar ao aluno regras para a pesquisa
e escrita científicas, torna seus trabalhos apresentáveis e com um padrão acadêmico
compatível e aceitável pela comunidade acadêmica nacional e internacional.
5. Procedimentos didáticos
As aulas são ministradas em ambiente virtual pelo método de Ensino a
Distância (EaD) e têm frequência de duas (2) aulas semanais, totalizando uma carga
de 36 horas/aula para o semestre letivo em que será aplicada a disciplina Metodologia
de Pesquisa I.
O professor, através de aulas filmadas postadas na intranet da FESP, ministra
explicações básicas e fundamentais para a compreensão das várias etapas da
aplicação da disciplina.
Textos previamente elaborados serão disponibilizados em forma virtual e
impressos disponíveis na biblioteca da FESP ao discente para que ele possa
acompanhar o desenvolvimento da disciplina em todas as suas etapas.
Ao aluno será oferecido atendimento individualizado através de contatos via e-
mail, portfólio virtual e, eventualmente, por contatos pessoais agendados entre aluno
e professor.
Serão disponibilizados horários específicos para contatos virtuais com o
professor da disciplina onde serão prestados esclarecimentos e orientações ao aluno
para a compreensão adequada dos ensinamentos passados virtualmente.
18
6. Promotores da disciplina
A disciplina Metodologia de Pesquisa I está alocada no centro de
responsabilidade do Núcleo Acadêmico de Educação e no Curso de Pedagogia
da FESP.
7. Pré requisito
Estar matriculado na disciplina Metodologia de Pesquisa I;
Estar de posse da senha de acesso à Intranet FESP;
Saber fazer download de arquivos virtuais;
Saber abrir, postar e imprimir arquivos virtuais.
8. Material didático
Apostila em PDF disponibilizada na sala de aula virtual;
Filmes ilustrativos de cada aula também disponibilizados semanalmente.
Os filmes estão relacionados aos textos das aulas;
Ao final de cada aula, têm indicativos de leituras relacionados aos
conteúdos daquela aula e que se encontram disponíveis no acervo
bibliográfico na biblioteca da FESP.
9. Avaliação
Serão aplicadas avaliações para averiguação de aprendizagem de acordo com
o Regimento Interno da FESP: duas avaliações denominadas de P1 e P2 e uma
avaliação denominada PS – Prova Substituta (recuperação semestral) se necessária,
de acordo com o calendário escolar e de avaliações previstas para cada curso.
A avaliação para atribuição de nota ao aluno se processa em dois níveis:
A nota da avaliação P1 (10 pontos) terá uma parcela (40,0%) atribuída para
avaliações virtuais e uma parcela (60,0%) atribuída por avaliação presencial de
acordo com o calendário do curso;
A nota da avaliação P2 (10 pontos) tem a mesma metodologia de distribuição
de notas de P1;
A nota de avaliação PS ocorre somente de forma presencial, no valor de 10
pontos seguindo a regra da FESP para avaliações PS.
19
As avaliações P1, P2 e PS obedecerão ao calendário de avaliações do curso a
que o aluno está vinculado;
Estão previstos atividades práticas em ambiente virtual a serem cumpridas
pelos alunos.
20
AULA INICIAL – Apresentação do Plano de Ensino da disciplina Metodologia de
Pesquisa I
1. Objeto e objetivo de estudo da Metodologia de Pesquisa I
a) Objeto
Um conceito básico para metodologia de pesquisa é a aplicação adequada de
formas de se desenvolver um estudo de cunho científico, usando parâmetros
estabelecidos em normas e regras já estabelecidas e aceitos pela comunidade
acadêmica.
Dessa forma, define-se como objeto da metodologia de pesquisa as regras e
normas consagradas e estabelecidas em documentos oficiais que criam parâmetros
aceitáveis para a pesquisa científica nas mais diversas áreas do conhecimento
humano.
Outro conceito importante relacionado ao objeto da pesquisa é sobre o que
está sendo realizado na pesquisa. Quando se define o assunto (sobre o quê) define-
se também o objeto de pesquisa e a partir de então, pode-se definir os objetivos da
pesquisa.
b) Objetivos
Os objetivos da pesquisa são definidos logo no início, na fase de elaboração de
projeto de pesquisa e eles podem – grosso modo – serem definidos com a seguinte
pergunta: onde se quer chegar com este estudo?
Desta forma, é conveniente ao pesquisador estabelecer dois tipos de objetivos:
geral e específicos.
Estabeleceu-se como objetivo geral, levar o aluno a uma fundamentação
teórica e prática sobre o ato de analisar e redigir textos e fazer pesquisas dentro da
sua área de atuação, de acordo com regras e normas técnicas.
Como objetivos específicos da disciplina Metodologia de Pesquisa I, definiu-se os
seguintes:
Desenvolver no aluno o hábito de elaboração de trabalhos acadêmicos de
cunho científico;
Proporcionar ao aluno subsídios teóricos e técnicos para a compreensão do
processo de pesquisar;
21
Desenvolver a habilidade para a elaboração de textos de acordo com normas
técnicas e o desenvolvimento inicial do projeto de pesquisa.
2. Procedimentos didáticos
Aulas ministradas em espaço virtual pela metodologia de Ensino a Distância;
Transmissão de conteúdos via aulas gravadas/filmadas e postadas na Intranet.
Será utilizado o Ambiente Virtual de Aprendizado da FESP como sistema de
gerenciamento do curso;
Debates/discussão virtual sobre problemas inerentes à disciplina em horários
pré-estabelecidos;
Pesquisas bibliográficas e de campo indicadas pelo professor da disciplina
como complemento da parte teórica.
3. Abrangência da disciplina Metodologia de Pesquisa I
A disciplina Metodologia de pesquisa (I, II e Orientação de TCC) tem como
campo de ação instrumentalizar o aluno para a pesquisa científica e para o
desenvolvimento de textos acadêmicos de acordo com a modalidade escolhida pelo
curso que frequenta (Monografia, TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, Artigo)
dentro de regras e normas técnicas aceitáveis pela comunidade acadêmica.
Com base nesse preâmbulo, afirma-se que a metodologia de pesquisa
preocupa-se fundamentalmente com duas coisas:
a) A forma
A forma é a apresentação do trabalho de acordo com as regras gerais de
formatação do trabalho acadêmico para que se enquadre dentro das normas
regulamentadoras para a elaboração do trabalho científico, preconizadas
principalmente pelo ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
No quesito forma verificam-se principalmente os seguintes itens:
Margens adotadas:
o Superior e esquerda com 3 centímetros;
o Inferior e direita com 2 centímetros.
22
Tamanho da fonte de letra – 12 para o corpo do texto e 10 para citações com
mais de três linhas que tem que ter recuo lateral esquerdo de 4 centímetros a
partir da margem esquerda;
Espaçamento entre linhas de 1,5 para o corpo do texto e espaçamento simples
para citações com mais de três linhas;
Regulamentação para a identificação de citações, entre outros.
b) O conteúdo
O conteúdo é o texto propriamente dito. É o teor da pesquisa. É onde o
pesquisador passa para a redação os resultados de seu trabalho.
O conteúdo tem como base o assunto/tema de pesquisa escolhido pelo
pesquisador quando da definição do que pesquisar. Essa definição tem o auxílio de
um professor orientador que, após a escolha definitiva do assunto/tema a ser
pesquisado, estabelece um vínculo de cooperação com o orientando com a finalidade
de guiar a pesquisa, dando acima de tudo, características de pesquisa científica.
Não se espera a pesquisa de assuntos inéditos, se bem que seu surgimento
enriquece o pesquisador e a instituição na qual ele está vinculado. O que se espera
do pesquisador é uma abordagem inédita para um assunto que já foi pesquisado por
outros e em outros tempos.
O conteúdo de uma pesquisa acadêmica é desenvolvido a partir de outros
estudos de outros pesquisadores em outros tempos. Daí a importância da escolha de
textos de apoio que tenham relação direta com o seu objeto de pesquisa. Esses
textos de apoio recebem a denominação de embasamento teórico que vão
fundamentar o referencial teórico da pesquisa.
O referencial teórico é o apoio explícito que o pesquisador busca naquilo que já
foi estudado por outros autores ao longo do tempo e que dão credibilidade ao seu
trabalho, por que torna explícita a colaboração de fontes consagradas e já publicadas.
Dependendo da natureza do curso (Humana, exata ou mista) tem-se que
observar se aquilo que está publicado ainda tem validade como verdade científica.
Esse tipo de constatação é muito comum em cursos das áreas de exatas e mistas
(mistura de exatas com humanas, como é o caso das Ciências Contábeis, por
exemplo). Como se observa avanços significativos, principalmente nas áreas
23
tecnológicas, é prudente o pesquisador verificar se uma determinada tecnologia já
não está ultrapassada, obsoleta.
O conteúdo, materializado em um relatório final que pode ou não ser defendido em
uma banca examinadora, é o resultado da pesquisa que conta com muitos fatores
para a sua viabilização, tais como:
Existência de material bibliográfico suficiente para a elaboração do referencial
teórico;
Local para experimentações práticas (laboratórios, empresas que cedem
espaço para observação in loco, hospitais, restaurantes, escolas, etc.);
Apoio teórico a partir de disciplinas como a Metodologia de Pesquisa que
orientam o trabalho acadêmico impondo regras e normas para a sua
consecução;
Cobrança sistemática por parte da instituição fiscalizadora ou patrocinadora da
pesquisa;
Apoio financeiro por parte de agências de fomento à cultura como a CAPES,
FAPEMIG ou de subsídios oferecidos pela própria instituição de ensino, entre
muitos outros fatores.
Vê-se, portanto, que para se ter um trabalho acadêmico de qualidade,
necessita-se, antes de mais nada, de que o pesquisador seja capacitado para tal e é
nesse contexto que se impõe aos cursos de graduação as disciplinas de metodologia
de pesquisa em seus vários níveis e em seus vários momentos de aplicação, de
acordo com cada curso oferecido pela instituição de ensino FESP.
Para saber mais leia a Introdução do seguinte livro:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006. (Número de chamada na biblioteca da FESP: 001.89S498m2002).
24
Anotações
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25
AULA 1 – Modalidades do trabalho acadêmico
1. Detalhamento das diversas modalidades de trabalhos acadêmicos
Os trabalhos acadêmicos em suas diversas modalidades são exigidos de
alunos de graduação, especialização (lato sensu), pós-graduações nas modalidades
de mestrado, doutorado, pós-doutorado e livre docência (stricto sensu). Para cada um
tem-se a cobrança de um trabalho de conclusão de curso com grau de
aprofundamento de acordo com o nível de ensino que o discente cursa.
a) Graduação
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em sua norma NBR
14724/2011 não diferencia os termos Monografia de Trabalho de Conclusão de
Curso. Contudo, essa diferenciação pode ser feita pelas Instituições de Ensino
Superior (IES) no Regulamento de Trabalho de Conclusão de Curso, texto obrigatório
que é apresentado aos alunos como forma de orientação para a elaboração deste
trabalho e que pode ser verificado quando se entra na página da FESP na internet na
seção Downloads em Cursos.
Existem cursos que preferem a nomenclatura Monografia e existem cursos que
preferem TCC (como passa a ser chamado o Trabalho de Conclusão de Curso daqui
para frente) e fazem uma diferenciação básica entre esses dois termos:
Monografia é um estudo aprofundado de um só assunto de pesquisa, podendo
ter ou não pesquisa de campo como forma de comprovação prática daquilo
que se pesquisou teoricamente;
TCC é um estudo aprofundado de um só assunto de pesquisa, sendo
necessária a pesquisa de campo como forma de comprovação e
complementação da teoria.
Em ambos os casos, o assunto não precisa ser inédito (se for, melhor para o
aluno e para a instituição) e de acordo com o Regulamento de TCC, pode ser
defendido ou não em banca avaliadora composta de preferência por docentes da
própria instituição. Se a defesa for realizada em banca avaliadora, o acesso ao
momento da defesa é aberto ao público.
Alguns cursos de graduação exigem também a elaboração de artigos por parte
de seus discentes. Para a elaboração de artigos existem normas e regras específicas
que serão estudadas nesta aula. Os artigos não são defendidos em bancas. São só
26
avaliados e orientados por um professor com formação na área de pesquisa em que
se desenvolveu o texto do artigo.
Os artigos podem ser:
Artigo científico – apresenta, discute ideias, métodos, técnicas, processos e
resultados obtidos através de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento;
Artigo de revisão – parte de uma ideia já explorada por outros autores. Busca
um ângulo novo de visão para um assunto tema já explorados por outros
autores. Sua base para elaboração de textos são citações de outros autores.
TCC e Monografias também são elaboradas em pós-graduações com nível de
especialização (lato sensu).
Só recebem seus certificados de conclusão de curso alunos que apresentarem
e forem aprovados de acordo com o sistema de notas da IES.
b) Pós-graduação com nível de mestrado (stricto sensu)
Nesse nível de ensino o estudante desenvolve seu trabalho de conclusão de
curso que é denominado de Dissertação. A Dissertação é um trabalho mais
aprofundado em um só assunto, mas que tem implicações diretas com assuntos
paralelos que funcionam como complementação da ideia principal a ser explorada na
pesquisa.
A dissertação de mestrado é apresentada a uma banca designada pela IES e
constitui-se um elemento de defesa pública, isto é: não pode ser restrita, tendo que
ser divulgada data e hora da defesa e não se pode limitar presenças e nem a quem é
direcionada a temática do trabalho.
A Dissertação de Mestrado é requisito principal e fundamental para a obtenção
do título de Mestre.
c) Doutorado, Pós-doutorado e Livre Docência
Nesse nível de ensino o trabalho de conclusão de curso é denominado de Tese
e constitui-se também um estudo aprofundado de um só tema, com implicações em
assuntos paralelos.
A tese é apresentada a uma banca designada pela IES e constitui-se um
elemento de defesa pública, isto é: não pode ser restrita, tendo que ser divulgada data
e hora da defesa e não se pode limitar as presenças e nem a quem é direcionada a
temática do trabalho.
27
A Tese de Doutorado, Pós-doutorado e Livre Docência é requisito principal e
fundamental para a obtenção dos títulos de Doutor, Pós-Doutor e Livre Docente.
Para saber mais, ler o Item 3 (Formas de trabalhos científicos) do Capítulo V (Diretrizes para a elaboração de uma monografia científica) e Capítulo VII (Observações metodológicas referentes aos trabalhos de pós-graduação) do livro:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006.
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Anotações
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AULA 2 – Modalidades do trabalho acadêmico – Outros trabalhos que podem
ser desenvolvidos como trabalho acadêmico
2.1. Resumos
Os resumos são uma modalidade de trabalho acadêmico muito usada em
todos os níveis de escolaridade. O resumo, embora pareça fácil, é uma habilidade
que exige a capacidade de sintetizar ideias, ação que não é explicada nas escolas,
principalmente no ensino fundamental e médio. Essa carência faz com que o aluno
chegue à graduação com dificuldades de extrair ideias de textos.
Os resumos nada mais são que a redução de um texto em seus tópicos
principais, onde se faz um apagamento (do verbo apagar) daquilo que é supérfluo ao
texto como um todo.
É necessário identificar o texto que está sendo resumido. Para essa
identificação, levantar o nome do autor, título e subtítulo (se existir), cidade onde se
localiza a editora, nome da editora e ano de publicação.
Nos resumos não se faz julgamentos e não cabem comentários avaliativos
daquilo que se está resumindo. Isto é: em um resumo não se tem olhar crítico.
Três elementos básicos têm que estar preservados em um resumo:
A ideia central do texto;
As ideias secundárias do texto (são aquelas que complementam a ideia
central);
E a sequência em que elas aparecem no texto, o que denota uma correlação
entre elas.
Tem-se que observar quando se faz resumos o tipo de texto que está sendo
resumido. Desta forma, tem-se:
Se o texto é uma narrativa, tem-se que observar a sequência de tempo que o
autor empregou ao elaborá-lo;
Se o texto é descritivo, tem-se que observar os aspectos visuais e espaciais;
Se o texto for dissertativo, tem-se que observar a construção da ideia central
do texto.
Quando se faz um resumo, deve-se observar três técnicas que ajudam na sua
elaboração.
a) Técnica do apagamento – corte das partes desnecessárias. Um exemplo disso
pode ser observado na seguinte frase que deve ser resumida: “O motorista do
30
ônibus fazia inúmeras paradas ao longo do trajeto a ser percorrido, dando
oportunidade dos passageiros de se irritarem.” Com o apagamento, o resumo
dessa frase é: “O motorista do ônibus parava muito, o que irritava os
passageiros”.
b) Técnica da generalização – consiste em reduzir os termos de uma frase em
função de seu significado. Um exemplo disso pode ser observado na frase: “O
paciente tomou primeiro aspirina, depois injeção na veia e por fim, remédio
para dormir.” Com a generalização, o resumo desta frase é: “O paciente tomou
remédios”.
c) Técnica da construção – consiste em substituir uma sequência de fatos ou
proposições com base no seu significado. Um exemplo disso pode ser
observado na frase: “Antônia se vestiu de branco, com véu e grinalda, foi para
a igreja acompanhada de seus pais e irmãos, padrinhos e daminhas de honra,
onde recebeu o sacramento do matrimônio juntamente com o noivo Deodato”.
Pela técnica da construção o resumo dessa frase é: “Antônia casou-se com
Deodato”.
2.2. Resenhas
A resenha é um instrumento muito importante e muito usado academicamente.
A resenha é um resumo e usam-se todas as técnicas de resumo para a sua
elaboração, só que o autor da resenha dá opinião sobre aquilo que está sendo
resenhado. Neste caso, o autor da resenha emite juízo de valor, opina positiva ou
negativamente sobre o texto que está sendo resenhado. O resenhista tem que usar a
técnica do resumo e ao mesmo tempo, ter senso crítico sobre o texto que está sendo
resenhado.
Um dos pecados mortais de resenhistas é o uso das expressões “Eu gostei” e
“Eu não gostei”. Estes termos não podem aparecer nas resenhas por serem
tendenciosos. A opinião do autor da resenha tem que aparecer sutilmente. Usam-se
muito em resenhas, as comparações entre gêneros parecidos. Uma frase típica de
resenhas é: “Enquanto esse autor fala superficialmente sobre este fato, aquele outro
aprofunda nessa ideia, o que traz mais clareza para este acontecimento”.
Os principais tipos de resenha são:
Resenha acadêmica – e a mais conhecida e subdivide-se em:
31
a) Resenha acadêmica crítica – onde o resenhista tem que observar uma
sequência na sua elaboração:
Identificação da obra – autor, título, edição, cidade onde se encontra a editora,
nome da editora e ano de publicação;
Apresentar a obra como forma de situar o leitor sobre o texto que está sendo
resenhado;
Descrever a estrutura da obra – fale quantos capítulos tem e até mesmo o
número de páginas do texto. Isso influencia o leitor. Se a sua resenha for
positiva, o número alto de páginas não desencoraja o leitor a se interessar por
este livro. Se for um filme, o número de minutos de duração também é
indicativo de interesse do espectador;
Descrever o conteúdo – faça entre 4 a 6 parágrafos de aproximadamente 8
linhas (digitadas). Isso é o suficiente para resumir um trabalho;
Analisar de forma crítica o texto que foi resenhado. É somente aqui que o
resenhista vai emitir sua opinião de forma objetiva sem, contudo, ser grosseiro
ou elaborar textos de duplo sentido que vulgarize a resenha. Aqui, 3 a 5
parágrafos são suficientes para expor a opinião do resenhista. As comparações
com obras de mesma vertente de pensamento é um dos artifícios mais
utilizados por resenhistas. Muitas vezes, um resenhista utiliza obras do mesmo
autor que está sendo resenhado, para compará-las ou indicar nível de
aprofundamento de ideias que possivelmente existem em um e não em outro
texto;
Indicar a obra – se leu e opinou, o resenhista tem condições de determinar o
público a que esta obra se destina, se compensa ou não sua leitura e o que ela
poderá acrescentar em termos culturais. Para indicar a obra, baseie-se em
indicativos de gênero (para homem ou mulher), faixa etária, nível de
escolaridade, renda, etc.;
Falar sobre o autor do texto que foi resenhado. Quem ele é, sua importância:
se é iniciante ou não, fale de sua vida e o que já foi falado sobre ele em outras
resenhas (se existir outras obras do mesmo autor);
Falar de você, resenhista. Identifique-se e identifique a sua posição acadêmica,
como, por exemplo: “Aluno do 5º período do Curso de Jornalismo da Fundação
de Ensino Superior de Passos – FESP”.
32
b) Resenha acadêmica temática – o resenhista fala de vários textos ao mesmo
tempo e que tenham temática semelhante. Para este tipo de resenha, siga os
seguintes passos:
Apresentar o tema que é comum aos textos, falando sobre o assunto tratado
por eles;
Justificar sua escolha para resenhar essa temática;
Resumir os textos. Um parágrafo para cada texto é o suficiente, dizendo logo
no início quem é o autor e o que ele fala sobre aquele assunto;
Identificar cada texto resenhado, indicando autor, título, edição, etc.;
Elaborar uma conclusão, onde você vai dar sua opinião pessoal para o
conjunto de textos ou para cada um em particular;
Identifique-se, pois assim estará assumindo a crítica que fez quando da
elaboração da resenha.
Elaborar resenhas parece fácil. Contudo, fazê-las com critérios e dentro de
técnicas torna-se aquilo que parece fácil em difícil.
A resenha, principalmente aquelas veiculadas em grandes meios de
comunicação como televisão e revistas semanais de expressão nacional como
Revista Veja, Época, Isto É, podem transformar um autor em campeão de vendas ou
em um amontoado de livros em estoque.
2.3 Pôsteres
O pôster é um resumo em uma só página de cartaz (banner) de um trabalho
acadêmico, livro ou filme. Sua principal característica e a concisão. Como o pôster é
um elemento mudo – seu autor o elabora e o deixa exposto – por si só ele tem que
passar o recado que seria dado através de textos mais extensos dos resumos e
resenhas.
Os pôsteres são elementos acadêmicos muito utilizados em congressos e
exposições. Eles são a comunicação que alguém está fazendo de seu trabalho e
também um aviso que é um trabalho concluído ou que está em fase de conclusão.
Os pôsteres têm como características básicas a concisão e ser apelativo. Eles
têm que chamar a atenção como um out door de propaganda. Têm que prender o
olhar do passante, pois normalmente são colocados em lugares de trânsito como
33
corredores ou entradas de salões onde estão sendo realizadas conferências ou
palestras. Normalmente os pôsteres são lidos em intervalos de seções, palestras ou
conferências. Por isso, sua leitura é rápida e ele tem que ser elaborado para que a
mensagem seja transmitida com poucas palavras.
A estrutura básica de um pôster é a seguinte:
Título e autores nas duas primeiras linhas;
Introdução – de uma linha no máximo;
Objetivos – geral e específicos. Os específicos não podem ser mais que três;
Metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho;
Desenvolvimento;
Resultados obtidos;
Considerações finais/conclusão;
Principais referências utilizadas.
Não se tem um tamanho ideal de pôsteres. Os mais comuns têm em média um
metro por um metro e meio e quanto ao tamanho de letra, deve-se dar destaque para
o título (que deve ser escrito em caixa alta) e para os demais itens. O texto de cada
item deve ser em caixa mista com letra menor que o título do item.
Um pôster para ser eficiente tem que ser apelativo como um cartaz comercial,
seus itens principais como os títulos serem legíveis a 2 metros de distância, não ter
no todo mais que 200 palavras e ser lido em, no máximo, 2 minutos.
No pôster tem-se que observar três coisas: espaço livre entre as letras e entre
as linhas, texto e imagens (gráficos, fotografias, etc.).
Antes de fazer um pôster de forma definitiva, teste-o com o formato desejado
em computador. Este teste recebe o nome de “Handout” que é a impressão de
rascunho daquilo que se pretende colocar no texto: forma e conteúdo.
A decisão de fazer um pôster tem que ser tomada a partir do momento que se
decide pela pesquisa e que se tem elaborado o problema de pesquisa.
No entanto, o pôster pode também ser feito como elemento ilustrativo de aulas,
palestras ou conferências. Ele se torna um elemento interessante quando impõe um
limite de tempo ao expositor e indicar itens a serem comentados durante uma
exposição.
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Significado de termos:
caixa alta – todas as letras digitadas são em maiúsculas.
caixa mista – somente letras de início de frase ou início de nome próprio são em maiúsculas e as demais em minúsculas.
caixa baixa – todas as letras em minúsculas.
Para saber mais, ler o Item 3 (Formas de trabalhos científicos) do Capítulo V (Diretrizes para a elaboração de uma monografia científica) no livro:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006.
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Anotações
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AULA 3 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa
Conceitos e definições
3.1. Conceito de pesquisa
Várias definições atualizam o conceito de pesquisa. No entanto, deve-se
observar o conceito deste termo quando contextualizado em um meio, no caso o
acadêmico.
O termo pesquisa, na visão de Marconi e Lakatos (citando ASTI VERA, 1979,
p. 9).
(...) o significado da palavra não parece muito claro ou, pelo menos, não é unívoco, pois há vários conceitos sobre pesquisa, nos diferentes campos do conhecimento humano. Para ele, o ponto de partida da pesquisa encontra-se no “problema que deverá definir, examinar, avaliar, analisar criticamente, para depois ser tentada uma solução. (2006, p. 15).
Marconi e Lakatos (2007) chegam a um ponto fundamental para o
entendimento do termo e da prática da pesquisa: através desse instrumento de
estudo, delineiam-se soluções e criam-se novos conhecimentos úteis ao homem.
Para Cervo; Bervian e Da Silva (2007), pesquisa está sempre ligada à
construção de algum tipo de conhecimento e conhecimento é a produção de uma
nova realidade que contribui para o desenvolvimento humano.
Na prática, pesquisa pode ser traduzida como cata, busca, procura,
certificação, indagação de forma minuciosa sobre algo que incomoda e pede
respostas.
Para saber mais consultar capítulo 1, item 1.1.1. Conceitos e item 1.1.2. Finalidades (pp. 15 a 17) do livro:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa – Planejamento e execução – Amostragens e técnicas de Pesquisa e Elaboração, análise e interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t.
3.1.1. Tipos de pesquisa
A classificação dos tipos de pesquisa varia de autor para autor. Fazendo um
apanhado médio do que vários autores consagrados relatam sobre tipos de pesquisa
(MARCONI e LAKATOS, 2006; KÖCHE, 2006; CERVO, BERVIAN e DA SILVA,
2007), pode-se enumerá-las da seguinte forma:
37
a) Pesquisa básica pura ou fundamental – procura a ampliação de conhecimentos
teóricos sem a preocupação de utilizá-los na prática. Tem por meta o conhecimento
pelo conhecimento. (MARCONI e LAKATOS, 2006).
Esse tipo de pesquisa é mais praticado em graduações de licenciatura, onde o
aluno aprimora um conceito através de pesquisas, mas não demonstra a intenção de
colocar em prática os ensinamentos depurados com a pesquisa. Servem como
referência teórica para futuras pesquisas e pesquisadores.
b) Pesquisa aplicada – tem aplicação prática e seus resultados são usados para a
solução de problemas assim que se tem em mãos o relatório final elaborado. Este tipo
de pesquisa normalmente é feita em função de experimentos práticos e suas
conclusões são resultado de experiências durante a elaboração do relatório final.
c) Pesquisa Histórica – interpreta o passado e para isso, usa de fontes bibliográficas
de pesquisa que narram a História.
Outras fontes usadas na pesquisa histórica são:
Antropologia ou elementos antropológicos que definem aspectos culturais dos
povos ancestrais e contemporâneos;
Sociologia ou elementos sociológicos que definem comportamentos sociais ou
estudam o porquê de reações do comportamento coletivo em uma determinada
sociedade;
Arqueologia estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da
análise de vestígios materiais;
Arquivos públicos ou particulares que oferecem subsídios físicos para a
pesquisa histórica;
Museus e galerias de arte que tornam possível o estudo do passado sob a
ótica de artistas que retrataram seu tempo;
Investigação oral onde o pesquisador interroga o seu instrumento de pesquisa
– o homem – diretamente, investigando aquilo que ele representa para o
passado que está sendo pesquisado.
É conveniente lembrar que todas essas vertentes de investigação têm
limitações e incorrem nas imperfeições impressas pelo tempo e pela inteligência
humana que dá a sua versão pessoal dos fatos.
38
d) Pesquisa descritiva – descreve o que é visto ou sentido. O campo do
conhecimento que mais utiliza a pesquisa descritiva é a Geografia, pois esta é por
excelência a ciência que descreve o que é físico.
Contudo, não é só a Geografia que usa desse tipo de pesquisa. Todas as
áreas do conhecimento usam-na com frequência, já que a descrição é inerente ao
processo de elaboração de textos.
e) Pesquisa experimental – depende de experimentação para que possa existir a
comparação do antes com o depois de determinado evento ou observação.
Normalmente a pesquisa experimental parte de uma hipótese que é uma afirmação
que carece de comprovação.
Normalmente as hipóteses pressupõem uma afirmação que pode ser
verdadeira ou não, necessitando, portanto, de pesquisas para sua verificação.
Exemplo de hipótese: “O cigarro causa doenças pulmonares”. É uma afirmação
que necessita de comprovação científica. O pesquisador neste caso estabelece dois
grupos de pessoas para desenvolver sua pesquisa: um grupo de controle que contêm
indivíduos que não fumam e um grupo experimental com indivíduos que fumam ou
vice e versa. Os dois grupos passam por um processo de pré-teste em que ambos
são testados quanto a existência de doenças pulmonares e depois de um período de
tempo determinado pelo pesquisador, faz-se o pós-teste, quando há a verificação de
qual grupo e quantos adquiriram doenças pulmonares ou não, podendo assim, validar
ou não a hipótese.
É importante que os grupos tenham as mesmas características como faixa
etária, sexo, classe social, escolaridade, antecedentes familiares, etc.
f) Pesquisa documental – é aquela que se processa através da análise de
documentos que podem ser oficiais quanto a fonte geradora. São órgãos oficiais
governos, empresas, instituições formalmente legalizadas e não oficiais quando sua
análise recai sobre arquivos particulares, cartas entre anônimos, acervos domésticos,
etc.
Para saber mais consultar Capítulo 1, item 1.2.3. Tipos de pesquisa do livro:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa – Planejamento e execução – Amostragens e técnicas de Pesquisa e Elaboração, análise e interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t.
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3.2. Conceito de conhecimento
Antes de conceituar o termo, uma pergunta se faz necessária: como se constrói
um conhecimento?
Para responder a essa pergunta, são necessárias algumas reflexões. Pensar é
próprio dos seres humanos. Animais não pensam, não constroem, são repetitivos. Os
animais são adestráveis e o homem vai além dessa aptidão animal: ele pensa e
quando ele pensa, produz saberes, soluções, pode fazer opções.
Essas alternativas que se apresentam ao homem e que possibilitam a
mudança de rumos, evolução de ideias, construção de novos parâmetros de vivência
e convivência e a produção de novos materiais, os estudiosos traduzem como sendo
conhecimento.
Ao produzir um conhecimento, o homem não pode “escondê-lo” de outras
pessoas, pois esse novo conhecimento passa a ser patrimônio histórico e cultural da
humanidade.
A produção do conhecimento é um bem que está sendo armazenado pelo
homem continuamente ao longo dos tempos. Se se fizer uma análise da sequência
histórica através do tempo, vê-se claramente a evolução dos fazeres humanos em
todos os campos do saber: ciência, arte, literatura, tecnologia, engenharia, etc.
Toda vez que o homem produz um novo conhecimento através da pesquisa,
ele dá um passo a mais na sua evolução. A produção de um novo conhecimento
obtido através da pesquisa acadêmica dá-se o nome de produção científica.
Quando o homem, através de processos de estudo ou da pesquisa, passa a
dominar um tipo específico de conhecimento, diz-se que este homem especializou-se
em uma vertente do conhecimento.
3.3. A produção científica
Por definição, produção científica é tudo aquilo que o homem produz, seja na
forma de elementos palpáveis físicos, seja na forma de saberes metafísicos,
conhecimentos subjetivos como a psiquiatria, por exemplo, através da pesquisa
científica.
A produção científica pode ser de duas naturezas:
a) Através da pesquisa acadêmica – quando o pesquisador está vinculado a uma
instituição de ensino e desenvolve um trabalho de pesquisa, por exigência ou não dos
40
regulamentos internos dessa instituição. Essa produção científica exige uma
orientação de alguém mais experiente e com um acúmulo maior de saberes
específicos na sua área de conhecimento.
Os resultados de pesquisas acadêmicas são sempre traduzidos em relatórios
que são denominados de monografias, TCC’s, dissertações e teses.
b) Através da pesquisa não acadêmica – quando o pesquisador é autodidata ou
quando ele está vinculado a uma empresa e esta empresa busca o aprimoramento
contínuo de seus produtos ou processos. As empresas de tecnologia são as que mais
empregam pesquisa para a produção de novidades tecnológicas. A evolução do
processo de fabricação de automóveis, com a constatação da melhoria significativa
de desempenho, design e no uso de combustíveis variados é um bom exemplo dos
resultados que se obtém com a pesquisa.
A produção científica é verificada em todas as áreas do conhecimento e em
todas as atividades cotidianas do homem. Na pesquisa acadêmica, todas as áreas de
estudo produzem conhecimentos específicos na sua área de concentração. A
Nutrição, Biomedicina, Ciências Contábeis, Administração de Empresas, História,
Geografia, Engenharias de modo geral, enfim, todas as áreas produzem
conhecimentos em seus cursos de graduação e pós-graduação.
Ao se analisar o cotidiano das pessoas, tudo se resume a pesquisa e produção
de algum conhecimento. A dona de casa quando “inventa” um novo prato para o
almoço, demonstra o resultado de uma pesquisa. A moça quando descobre que
necessita de um novo corte de cabelo, isso é resultado de uma pesquisa que ela fez
no seu visual e descobriu que pode melhorá-lo.
O professor é o profissional que mais usa a pesquisa e que mais produz
conhecimento, pois ele necessita dessa sabedoria no seu dia a dia profissional.
O aluno é pesquisador nato, pois precisa dessa habilidade para cumprir seus
créditos de ensino. Até mesmo quando ele faz “cola” (lembretes para serem utilizados
em avaliações), ele está fazendo pesquisa e produzindo conhecimentos.
Para saber mais consultar Capítulo 1, item 1.1. “O Conhecimento Científico e outros tipos de conhecimento” do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004. Númede chamada na Biblioteca da FESP: 001.8L12m2004.
41
Consultar também Capítulo 1, itens 1.1 e 1.2 do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
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AULA 4 – Definições básicas da Metodologia de Pesquisa
Conceitos e definições
4.1. Tipos de conhecimentos
Existem autores que classificam o conhecimento em níveis ou em tipos.
Quando se faz essa classificação, determina-se a abrangência de um nível ou tipo de
conhecimento.
Historicamente, os conhecimentos foram se cristalizando em áreas específicas
até que se definiram tipos de conhecimentos com clareza e que podem ser
desenvolvidos e ampliados pelo homem, pois já foram criadas fontes seguras de
pesquisa como textos escritos e produtos físicos para serem utilizados como
parâmetros para o desenvolvimento e aprimoramento de tudo aquilo que cerca o
homem.
Um tipo de conhecimento que os estudiosos de metodologia somente citam e
que não entra na classificação geral dos tipos de conhecimento, é o chamado
conhecimento inato.
O conhecimento inato é típico de seres vivos. É um conhecimento – animal,
humano ou da flora – que traduz formas de sobrevivência. Um exemplo desse
conhecimento é o fato do homem ou do animal enxergar. Pergunta-se: quem ensinou
o homem a enxergar? Não se tem uma resposta.
Da mesma forma, pode-se perguntar: quem ensinou o peixe a nadar, a criança
respirar ao nascer, sugar o peito da mãe para alimentar-se? Quem ensinou o homem
a sentir cheiros, julgar o que é bonito ou feio? Ninguém é a resposta. A natureza seria
a resposta mais apropriada e a mais aproximada para esta questão. Esse é um
conhecimento ancestral que os seres vivos necessitam dele para sobreviver e para
torná-los competitivos enquanto existirem.
Pesquisadores como Cervo, Bervian e Da Silva (2007) ou Marconi e Lakatos
(2004) estratificam os tipos de conhecimentos em quatro níveis: empírico, filosófico,
religioso e científico.
44
4.1.1. Conhecimento empírico, também chamado de conhecimento popular ou
senso comum
Constitui-se no conhecimento mais primário desenvolvido pelo homem. É um
tipo de conhecimento que começou a ser sistematizado ainda na pré-história, quando
o homem ainda era nômade e vivia da coleta e da caça.
O conhecimento empírico começa a ser estruturado quando o homem, ainda
não humanizado, aprende com outros animais o que pode ou não ser ingerido como
alimentos. A sua observação faz com que ele perceba que se não faz mal ao animal,
não faz mal também a ele.
Esse tipo de conhecimento tem suas próprias características:
É valorativo – está relacionado com os valores pessoais de quem o aplica.
Depende do julgamento pessoal e da aceitação que o pesquisador tem de uma
determinada realidade. Exemplo: uma pessoa aceita com facilidade os dogmas
de sua religião e não aceita os dogmas que permeiam outra religião;
É assistemático – não tem um método a ser seguido. Depende da
organização pessoal de cada um e da ordem que se quer imprimir a uma
pesquisa. Isso quer dizer que esse é um conhecimento que não exige pré-
requisitos para o seu prosseguimento. Não se tem uma ordem cronológica ou
de exigências para a sua consecução;
Não pode ser verificado através de experimentos, em laboratório;
É parte da acumulação de experiências vivenciadas pelo homem ao longo
do tempo e isso se traduz como sendo sabedoria popular. Os remédios
caseiros, ditos populares, rezas, benzeções, artesanato, técnicas culinárias e
outros, são exemplos claros de conhecimentos empíricos.
A base do conhecimento empírico é a tradição, a herança do passado e é
enriquecido pela experiência de vida das pessoas. Ele pode também ser definido
como sendo uma forma de ver a realidade de um determinado grupo social. É um
conhecimento simples, rudimentar e espontâneo.
4.1.2. Conhecimento filosófico
É um conhecimento com grande dose de subjetividade. Consiste em uma
reflexão onde o homem busca compreender o sentido da realidade que o cerca,
realidade que está relacionada com outros homens e com a natureza.
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De acordo com Cervo, Bervian e Da Silva (2007), o conhecimento filosófico é
diferente dos outros conhecimentos uma vez que parte dos pressupostos filosóficos
para que se estabeleça como conhecimento.
Filosofar é interrogar. A interrogação parte da curiosidade, que é inata. Ela é constantemente renovada, pois surge quando um fenômeno nos revela alguma coisa de um objeto e ao mesmo tempo nos sugere o oculto, o mistério. Este impulsiona o ser humano a buscar o desvelamento do mistério. (...). Filosofar é interrogar principalmente sobre fatos e problemas que cercam o ser humano em seu contexto histórico. Esse contexto muda no decorrer do tempo, o que explica o deslocamento dos temas de reflexão filosófica. (...). (CERVO; BERVIAN e DA SILVA, 2007, p. 8).
Para Marconi e Lakatos (2004) o conhecimento filosófico é caracterizado pela
capacidade do homem em questionar problemas e discernir entre o certo e o errado,
utilizando para isso a lógica da razão humana.
O conhecimento filosófico permite ao homem enxergar mais de uma dimensão
para um problema: a dimensão filosófica. É um tipo de conhecimento falível e não
verificável através de experimentos.
Este é um conhecimento intuitivo e adimensional e pode ser considerado um
tipo de conhecimento de movimento, pois desperta a dúvida em quem faz a pesquisa,
o que possibilita o emprego da intuição, da dúvida e da incerteza como métodos de
pesquisa.
4.1.3. Conhecimento religioso
A base do conhecimento religioso é a crença do ser humano em um ser
superior e a sua prática produz um conhecimento restrito a um grupo de pessoas que
acredita naquela crença. Portanto, crenças diferentes produzem conhecimentos de
base religiosas diferentes.
O conhecimento religioso é um conhecimento sistemático uma vez que existem
as normas que compõem uma tendência religiosa. Isso faz com que o conhecimento
religioso tenha regras claras, métodos e sequência de execução. É um conhecimento
relacionado com a fé pessoal de cada um, é a busca da revelação divina.
O conhecimento religioso é uma evolução do conhecimento filosófico. Aquilo
que não se consegue explicar através da filosofia é levado para o plano teológico.
46
4.1.4. Conhecimento científico
O conhecimento científico tem sua base na pesquisa científica e é o
conhecimento produzido pela comunidade acadêmica. As bases para a produção do
conhecimento científico estabelecem-se através de dois tipos de pesquisa que se
complementam: a pesquisa de cunho bibliográfico e a pesquisa de campo em suas
várias modalidades.
A produção científica obtida através da pesquisa produz resultados que nunca
são definitivos, uma vez que, por ser científico, cabe mais de uma versão para o
mesmo evento. Sempre é possível “enxergar” um evento sob outro ângulo de visão ou
de encaminhamento de pesquisa.
Uma pesquisa científica com base em um conhecimento científico tem três
objetivos distintos:
Ampliar um conhecimento já estudado;
Verificar se é verdadeiro ou não, um conhecimento já estudado;
Criar um novo conhecimento.
A produção de um conhecimento científico é sempre baseada em um método.
Métodos são caminhos que se utiliza para chegar a um resultado e à comprovação de
uma proposta de pesquisa. O conjunto de métodos, pois uma pesquisa científica não
se resume somente a um método para se obter resultados, chama-se metodologia.
O conhecimento científico tem a capacidade de:
Análise – permite estudos para a compreensão de uma situação ou uma
proposta de pesquisa. Ao se deparar com a necessidade de se compreender
uma situação qualquer, primeiro o pesquisador analisa sob diversos ângulos
essa situação para depois equacionar as formas mais pertinentes de levar a
cabo a pesquisa que ele se propõe fazer;
Explicação – explica aquilo que já foi pesquisado sob outro ponto de vista.
Com isso, amplia um conhecimento já consagrado;
Desdobramento – a partir de um conhecimento já existente pode-se chegar a
outro conhecimento mais aprimorado, aprofundado ou completamente diferente
daquele já existente;
Justificação – os resultados obtidos com uma pesquisa justificam a origem
desta pesquisa. O pesquisador sente a satisfação daquilo que foi feito e tem
uma maior consciência do porque dessa pesquisa;
47
Indução – no decorrer da pesquisa o pesquisador é levado a aperfeiçoar seus
métodos e aquilo que está sendo pesquisado. Também, como elemento
indutor, o pesquisador descobre outras fontes que tratam do mesmo
assunto/tema de pesquisa que não estavam previstos anteriormente.
Para saber mais consultar Capítulo 1, item 1.1. “O Conhecimento Científico e outros tipos de conhecimento” do livro:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8L12m2004.
Pesquisar também Capítulo 4 (Diferentes modos de conhecer) do livro: RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: Guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. Número de chamada na biblioteca da FESP: 001.8(036)R934m2006.
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Anotações
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AULA 5 – Detalhamento dos elementos existentes nas pesquisas mais usadas:
bibliográfica, de campo e de laboratório
1- A pesquisa bibliográfica é uma das bases fundamentais para a construção do
conhecimento científico. Em um acervo bibliográfico, o pesquisador encontra
referências e esclarecimentos que o ajudam na construção de um novo
conhecimento.
Ao usar de referências bibliográficas para a construção de um novo
conhecimento, o pesquisador tem que tomar certos cuidados ao consultar autores:
O pesquisador tem que escolher obras que tenham relação direta com o
assunto a ser pesquisado. Ao selecionar obras específicas sobre o assunto a
ser pesquisado, o pesquisador faz um recorte na teoria, selecionando somente
textos que têm a ver com o que se pretende pesquisar, evitando assim, leituras
que não acrescentam nada àquilo que se quer detalhar através da pesquisa;
Ao selecionar textos e autores que tenham relação direta e específica com a
pesquisa, o pesquisador constrói bases sólidas para aquilo que em pesquisa
recebe o nome de embasamento teórico;
O pesquisador tem que tomar cuidado com as linhas de pesquisa dos autores
selecionados para um determinado trabalho. Isso porque os autores “brigam”
entre si, com pontos de vista diferentes sobre um mesmo assunto. Quando
seus pensamentos são antagônicos, usá-los em um texto como fonte para o
detalhamento de um determinado aspecto da pesquisa, denota que o
pesquisador não teve o discernimento necessário para perceber a diferença de
pensamento entre esses autores.
A pesquisa bibliográfica caracteriza-se por textos impressos em publicações
oficiais. São publicações oficiais aquelas que oferecem elementos objetivos que as
identificam e que podem ser relacionados da seguinte forma:
Autor ou autores ou entidade responsável pelo conteúdo do texto;
Título (com subtítulo quando existir);
Origem da publicação: cidade e editora;
Data da publicação.
Podem-se relacionar as seguintes modalidades de textos impressos:
Livros – neste caso, tem-se que observar, além dos elementos relacionados
acima, a edição e o número de ISBN.
50
o O ISBN é uma sigla que significa International Standard Book Number.
Cada livro tem o seu ISBN específico que não se repete em nenhuma
publicação de livros.
Revistas – as mais indicadas são as especializadas. Contudo, as revistas
periódicas em circulação, por vezes apresentam artigos que interessam ao
pesquisador.
o O pesquisador, ao usar textos de revistas, tem tomar os mesmos
cuidados com a identificação dos elementos-base (os mesmos do livro),
mais o número da edição e o ISSN da revista.
o O ISSN é uma sigla que significa International Standard Serial Number.
Cada edição de revista tem o seu ISSN específico que não se repete em
nenhuma outra publicação.
Jornais – dando preferência aos cadernos especializados ou às seções que
contemplam o foco de sua pesquisa.
o Ao usar textos de jornais, o pesquisador tem que tomar o cuidado com a
identificação dos elementos-base: autor da reportagem; título (e
subtítulo se existir) da reportagem; nome do jornal; cidade e editora e
data da circulação do número utilizado.
Textos virtuais – São considerados também como fontes bibliográficas, os
textos virtuais, constantes em sites da Internet.
Nesse caso, é fundamental que o pesquisador atente para a credibilidade da
fonte virtual. Sites como a Wikipédia, por exemplo, não são aconselháveis seu uso,
por ser uma enciclopédia aberta e como tal, vulnerável à ação irresponsável de
leitores, o que compromete a validade e a credibilidade das informações ali presentes.
As fontes virtuais acreditadas (como o site Scielo, por exemplo, que é um acervo de
publicações de professores e trabalhos acadêmicos já aprovados de alunos) trazem
credibilidade para o trabalho acadêmico.
Neste caso, o aluno tem que observar os seguintes elementos-base para a
utilização de um texto de origem virtual:
Autor ou autores ou entidade responsável pelo conteúdo do texto;
Título (e subtítulo se existir);
Endereço eletrônico específico do texto (aquele que aparece na barra de
endereços do computador depois que se abre o texto escolhido);
51
Data de postagem do texto no meio virtual. Essa data de postagem
corresponde à data da edição de textos impressos;
Data de acesso ao texto. Essa data é importante em virtude da frequência de
atualização de textos virtuais feitas pelos autores. Ao indicar a data de acesso,
o pesquisador se previne quanto a possíveis mudanças de conteúdos feitas
pelos autores ou responsáveis pelo texto.
Tem-se que observar que textos impressos em computadores, como atas,
relatórios de empresas ou textos manuscritos não são catalogados como referências
bibliográficas e sim, como fontes pesquisadas.
Observação: Em aula específica será mostrado como são feitas as
referências de obras citadas no texto.
2- A pesquisa de campo complementa, na maioria das vezes, a pesquisa bibliográfica.
Ela serve como instrumento de comprovação prática para aquilo que foi afirmado
teoricamente.
A pesquisa de campo entra na metodologia de pesquisa como instrumento de
coleta de dados. Os principais instrumentos de coleta de dados mais usados são:
questionário, formulário e entrevista. Cada um desses instrumentos tem um indicativo
de uso e formas específicas de tratamento e análise dos resultados obtidos com a sua
aplicação.
Observação: Em aula específica será detalhado a aplicação e análise
de resultados de cada um desses instrumentos de coleta de dados.
3- A pesquisa de laboratório é sempre uma pesquisa experimental ou de observação
controlada onde o pesquisador observa e registra a evolução de um evento.
Na pesquisa de laboratório o pesquisador controla todas as etapas e a
evolução do objeto estudado.
52
Para conhecer melhor consultar Capítulo 3 (Como elaborar trabalhos de pesquisa) do livro:
RUIZ, Álvaro João. Metodologia científica: Guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8(036)R934m2006.
Consultar também Capítulo 3 (Técnicas de pesquisa) todos os itens do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
Consultar também o livro:
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coletas de dados no campo. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas s. A., 2009. Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8V494m2009.
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Anotações
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AULA 6 – A redação científica – elaboração de textos de trabalhos acadêmicos
O texto final de um trabalho acadêmico recebe o nome de relatório. A
linguagem deve fugir do caráter coloquial e ser a mais impessoal possível. O texto
deve ser o mais operacional possível e algumas características da redação científica
devem ser seguidas. Essas características são relacionadas a seguir:
Não se coloca informações de cunho afetivo. Ao fazer a redação de um
trabalho acadêmico, o pesquisador deve evitar termos que indicam diminutivos
ou superlativos ou julgamentos no campo da afetividade como “Gostei desse
método...”, “Ao analisar esse assunto, adorei fazer esta pesquisa.”, etc.;
Não se coloca subjetividade em textos acadêmicos. Ao definir quantidades, ser
explícito e não usar termos como “alguns”, “uns”, “muito” ou “pouco”, por
exemplo;
Não usar regionalismos. Os termos regionais atendem somente a uma parcela
da população e não têm alcance universal. Lembre-se que os regionalismos
são criações locais e seu significado pode não ser entendido conforme o
pesquisador quer. Se tiver que usar termos regionais, colocar seu significado
em linguagem clara para que ele possa ser entendido como uma
particularidade do linguajar de uma região;
Não usar gírias ou modismos. Eles são temporários e o seu uso empobrece um
trabalho científico. As gírias são bordões que representam a linguagem popular
e em sua maioria não representam a linguagem culta. Os modismos devem
ficar fora da redação científica. Termos como “A nível de...” ou “Tipo assim...”
não podem constar de textos acadêmicos;
O texto tem que ter clareza e concisão. Evite frases longas e parágrafos muito
extensos. É mais conveniente parágrafos curtos de até seis linhas. Desta
forma, o texto ganha em clareza e facilidade de interpretação de seu conteúdo.
Evite também palavreado erudito. Lembre-se que o que você está escrevendo
é para todos e não somente para seus pares. Por isso, o texto tem que se fazer
compreender por pessoas das mais diversas procedências e não somente por
aqueles que estão na mesma área de atuação;
O texto tem que ter criatividade para atrair o leitor. Use títulos chamativos, que
seduzam o leitor assim que são vistos;
55
Coesão – Os parágrafos devem ter um encadeamento lógico entre eles. Um
parágrafo deve transferir a ideia constante nele para o parágrafo seguinte. O
pesquisador ao redigir seu texto final, deve ter o cuidado de hierarquizar as
ideias que são colocadas no texto. Isso quer dizer que as ideias constantes no
texto devem partir das mais simples para as mais complexas;
Para que o texto transmita a ideia de ser consistente, o pesquisador deve optar
por um tempo verbal e mantê-lo ao longo do texto. A forma impessoal de
redação é a mais recomendada para escritos acadêmicos e recomenda-se o
uso do passado para o relatório final, pois o futuro verbal é aplicado somente
em projetos de pesquisa, naquilo que ainda vai ser realizado.
o Sugere-se que se use o tempo verbal de acordo com alguns exemplos
como os que seguem: “Optou-se por esta pesquisa...”; “Buscando
entender os rumos desse estudo...”; “Verificou-se através desse
estudo...”, etc.;
o O uso da conjugação na primeira pessoa do plural é denominado pela
metodologia da pesquisa de plural da modéstia. Seguem exemplos do
uso do plural da modéstia: “Realizamos esta pesquisa...”; “Chegamos à
seguinte conclusão com esta pesquisa...”, etc.;
o O uso do plural da modéstia deve ser acordado com o orientador que vai
opinar pelo seu uso ou não.
Precisão – As informações que forem colocadas no texto devem ser
verdadeiras e os conceitos emitidos devem ser universalmente aceitos;
Originalidade – O conteúdo do texto acadêmico deve ser escrito de forma
original, sem cópias ou plágios. Lembre-se que cópias e plágios são formas
condenáveis do agir acadêmico e é punido pela Lei número 9610/1998,
também chamada de lei do Direito Autoral;
Especificidade – Na redação de um texto acadêmico deve ficar clara a
contribuição científica do trabalho para a comunidade de um modo geral e
especificamente para a área de concentração em que se insere a pesquisa;
Correção política – O texto deve ser politicamente correto. As críticas a autores
ou a outros pesquisadores devem ser evitadas. Não se deve menosprezar a
ideia de autores, mesmo que seja em trabalhos acadêmicos do mesmo nível
56
daquele que se está desenvolvendo. Não dê conotação racista, sexista ou de
natureza étnica;
Fidelidade – O texto deve seguir parâmetros da ética, respeitando seus leitores
e as fontes que foram consultadas, citando os autores consultados em citações
em cópia direta ou em paráfrases;
Não usar generalizações como os exemplos que seguem:
o “Sabe-se que a escola é fonte de aprendizagem.” Isso é o óbvio. Toda
escola é fonte de aprendizagem;
o “Grande parte da comunidade acadêmica...”. Quanto representa essa
“grande parte”? É fundamental quantificar com clareza aquilo que se
quer dar uma dimensão no trabalho, do contrário, as informações ficam
imprecisas e geram dubiedade;
o “A população de Passos é mais ou menos mesclada entre negros e
brancos.” O que é o “mais ou menos”? Isso não significa nada e ainda
pode ser confundido com conotação racista;
o “Acho que este trabalho expressa uma ideia...”. Não se pode “achar” em
um trabalho científico. Tem-se sempre certeza daquilo que se está
expondo.
Não repetir palavras, verbos ou substantivos em uma mesma frase. Use
sinônimos se for necessário;
o Exemplo de um texto retirado de um trabalho acadêmico: “Ao fazer uma
análise dos resultados de pesquisa verificou-se que esses resultados
não são compatíveis com os resultados esperados.” Note que a palavra
resultados foi citada três vezes em uma mesma frase. Isso deve ser
evitado.
Ao fazer citações de parágrafos de textos de autores utilizados como fonte na
pesquisa, variar a contextualização. Ora escrever “Conforme o autor Fulano de
Tal...”, ora escrever “Nas palavras de Fulano...”; “Entendendo o pensamento de
Sicrano...”; “Concordando (ou discordando) com o autor Fulano...”, etc.;
Equilibrar o número de citações diretas com citações indiretas (as paráfrases);
Não usar abreviaturas. Sempre escrever o termo completo. Exemplo: número
ao invés de nº; artigo ao invés de art. (quando fizer referência a alguma lei ou
documento que tem esse tipo de ordenação de uma exposição qualquer).
57
Para saber mais consultar Capítulo 3, item 3.5 e subitens “Desideratos da Teoria
Científica ou Sintomas de Verdade” do livro:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8L12m2004.
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Anotações
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AULA 7 – Classificação das pesquisas quanto aos fins e quanto aos meios
A finalidade de uma pesquisa é definida no seu início e quanto a isso, o
pesquisador tem que dar clareza ao que ele está querendo com a elaboração de um
trabalho investigativo. Da mesma forma, é preciso ter clareza quanto aos meios que
se vai usar para que seja possível chegar aos resultados esperados. (VERGARA,
2007).
Dessa forma, definir a finalidade e os meios de se chegar a resultados é
prioritário para a elaboração de um trabalho acadêmico.
Pode-se classificar as pesquisas, portanto, de duas forma: quanto aos fins e quanto
aos meios.
a) Quanto aos fins:
Pesquisa exploratória – realizada em áreas do conhecimento pouco exploradas
por pesquisadores. As pesquisas exploratórias, por ser pouco em número, o
que deixa campos do conhecimento de forma obscura e pouco conhecida, não
permite o uso de hipóteses, que surgem a partir do momento em que se
começa a estruturar e a desenvolver a pesquisa;
Pesquisa descritiva – sua principal finalidade é deixar bem claro através da
descrição, as principais características de uma população ou fenômeno que se
quer estudar. Necessita de coletas de dados tanto bibliográficos, quanto de
campo;
Pesquisa explicativa – como o termo indica, tem a finalidade de tornar os
dados colocados no texto de fácil compreensão ao leitor, quando explica os
motivos e os porquês de um determinado resultado de pesquisa;
Pesquisa metodológica – define caminhos, formas, maneiras e procedimentos
que se usou para a realização da pesquisa e para se atingir os objetivos
propostos inicialmente. Exige a definição de um método de pesquisa;
Pesquisa aplicada – Os problemas que existem no mundo real, usam da
pesquisa aplicada para elaborar soluções. Ela busca resolver problemas;
Pesquisa intervencionista – Não se limita à pesquisa teórica. Além da pesquisa
propriamente dita, a pesquisa intervencionista interfere na realidade que está
sendo pesquisada e busca modificá-la de acordo com as intenções do
pesquisador.
b) Quanto aos meios as pesquisas podem ser:
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Pesquisa de campo – busca verificar na prática se a teoria sobre determinado
assunto ou fenômeno é verdadeiro e o quanto isso é verdadeiro ou não.
Realiza-se fora do ambiente em que está sendo realizada a pesquisa teórica,
porem insere-se no ambiente onde se pode constatar de forma prática aquilo
que se levantou teoricamente;
Pesquisa de laboratório – Realiza-se em um meio restrito onde o pesquisador
consegue manipular o seu objeto de pesquisa, fazendo-o evoluir-se e
observando essa evolução;
Pesquisa Documental – É realizada através da análise de documentos de
várias naturezas. As principais fontes de documentos são órgãos públicos,
empresas, instituições de ensino, casas religiosas ou acervos particulares. São
também considerados documentos, pessoas que fornecem informações
precisas e verdadeiras e que contribuem para o resultado positivo de uma
pesquisa;
Pesquisa Bibliográfica – Tem sua base em material publicado e que esteja
disponibilizado em uma base de dados como as bibliotecas e em arquivos
virtuais através da Internet;
Pesquisa Experimental – modalidade da pesquisa empírica onde o pesquisador
manipula variáveis. Nesse caso, necessita de experimentos e de hipóteses que
podem ser comprovadas ou não, ao longo da experiência e ao longo da
execução do trabalho como um todo.
É conveniente observar a semelhança existente entre a classificação das
pesquisas quanto aos fins e meios com os tipos de pesquisa já analisados neste
texto.
Consultar o livro:
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coletas de dados no campo. 4. Ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2009.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8V494m2009.
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Anotações
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AULA 8 – Métodos de pesquisa
Antes de enumerar e explicar os métodos de pesquisa tem-se que definir a
palavra método. Etimologicamente, método é uma palavra que vem do grego e é a
fusão de duas palavras: metá que significa seguir e hodós que significa caminho,
estrada. Conclui-se que a palavra método é o conjunto de artifícios que traça a
trajetória de uma pesquisa, do seu início até o seu fim.
Em pesquisas científicas, método é a forma ordenada de procedimentos para
se chegar a resultados. O método é o conjunto de processos ou fases da pesquisa,
empregados na investigação e na busca de um novo conhecimento. “(...) não há
ciência sem o emprego de métodos.” (MARCONI e LAKATOS, 2004, p. 44).
Para Ruiz (2006, p. 137), “(...). O método é um extraordinário instrumento de
trabalho que ajuda, mas não substitui por si só o talento do pesquisador.”
Ainda Ruiz (2006, p. 138) “O método caracteriza-se por ser um conjunto de normas
padrão (...).”
Os autores enumeram vários tipos de métodos, mas aqueles que têm
convergência com o pensamento da maioria dos autores, podem ser enumerados da
seguinte maneira:
Método indutivo – Parte da análise do que é particular, restrito, para depois
generalizá-lo como sendo uma verdade geral e universal. Esse método é
usado nos estudos de caso, onde se analisa um evento ou fenômeno restrito e
as suas conclusões podem ser aplicadas a todos os outros fenômenos que têm
afinidade com a premissa inicial.
o Marconi e Lakatos (2004) apresentam o seguinte exemplo:
Cobre conduz energia.
Alumínio conduz energia.
Ferro conduz energia.
Cobre, alumínio e ferro são metais e conduzem energia. Logo, todos os
metais conduzem energia.
Infere-se que no uso do método indutivo, se as premissas são verdadeiras, a
conclusão pode ser ou não verdadeira. No caso dos metais a conclusão é verdadeira.
Mas, no exemplo que segue, constata-se que essa conclusão sobre o método indutivo
pode não ser verdadeiro.
Álcool é um material líquido e pega fogo.
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Gasolina é um material líquido e pega fogo.
Logo, todo material líquido pega fogo.
Método dedutivo – Ao contrário do indutivo, o método dedutivo parte de uma
premissa geral para a explicação de um único fenômeno, particular. O método
dedutivo como o próprio nome diz, depende da dedução sobre a premissa
proposta. No método dedutivo, parte-se do princípio que as afirmações são
verdadeiras quando elas se aplicam a um número significativo de eventos ou
fenômenos já estudados. Como exemplo, tem-se que quando um produto é
muito procurado por compradores, seu preço tende a aumentar. Isso é
dedução. Outro exemplo, quando é inverno, as doenças respiratórias e
pulmonares se multiplicam. Percebe-se com esses exemplos, que primeiro se
generalizou um conceito para depois aplicá-lo a um estudo específico.
o Quando se aplica o método dedutivo, usa-se muito a pesquisa
bibliográfica, pois o assunto a ser pesquisado, teoricamente já foi
exaustivamente estudado em outros momentos e por muitos
pesquisadores.
o Marconi e Lakatos (2004) citam o seguinte exemplo de método dedutivo,
onde se observa primeiro o geral para depois fixar-se no particular:
Todo mamífero tem um coração.
O cão é um mamífero e tem coração.
Logo, todos os cães e todos os mamíferos têm coração.
Método hipotético-dedutivo – A base da formulação desse método é uma
hipótese que é uma afirmação. É um método que necessita de experimentação
para ser provado.
Ao formular uma hipótese sobre um evento qualquer, tem-se uma afirmação
que pode ser verdadeira ou não. Por isso, ela necessita de comprovação prática, de
testagem.
Um exemplo de hipótese: Aluno com boas notas no ensino médio
consegue boas notas no ensino superior. É uma hipótese que necessita a
averiguação, pois não significa uma verdade absoluta. Observa-se que na construção
da hipótese, sua primeira parte é uma afirmação já comprovada e a segunda parte é
uma conjetura que através da pesquisa e da observação pode-se constatar se é
verdadeira ou não.
64
Método dialético – Dialética é diálogo, troca de informações e no caso do
método dialético, é a conversa do pesquisador com as suas fontes de
pesquisa.
Ao usar o método dialético, o pesquisador busca provar a teoria através da
prática. Ou seja, ele estabelece um diálogo daquilo que foi exposto teoricamente com
aquilo que ocorre praticamente.
Um exemplo desse método pode ser expresso da seguinte forma: Comprovar
que notas boas em um determinado nível de ensino implicam, obrigatoriamente,
em boas notas no nível de ensino a seguir. Por esse exemplo, o pesquisador trava
um diálogo com os fatores que levaram o aluno a ter boas notas no ensino médio com
a possibilidade dele repetir o feito no ensino superior.
Método fenomenológico – Busca a compreensão dos fenômenos que se
apresentam no cotidiano das pessoas. É um método que resgata aquilo que é
rotina, reeduca e redireciona ações.
Um exemplo do método fenomenológico pode ser: Professor que não é
cobrado pela qualidade de suas aulas acredita que elas são boas. Observa-se
que quando se afirma que professor que não é cobrado pela qualidade de suas aulas
torna-se um fenômeno, um evento que deve ser analisado para se saber o porque
dessa não cobrança por parte dos interessados diretos. Outro exemplo é: Alunos
habitantes da periferia de grandes cidades têm grandes chances de se tornarem
marginais.
O que se procura com a aplicação do método fenomenológico é a constatação
de uma realidade que é visível e até mesmo palpável e a sua repetição ao longo do
tempo.
Outros métodos mais específicos que são usados na pesquisa acadêmica são:
Método histórico – Parte do princípio de que tudo que existe na
contemporaneidade tem suas raízes no passado. Esse método busca
pesquisar a origem dos fenômenos atuais. Um exemplo de aplicação desse
método pode ser: Estudo da família como instituição social ao longo dos
tempos. Para se avaliar a família como instituição social atual é necessário
que se verifique como foi seu comportamento em outros tempos.
Método comparativo – Considera o estudo da semelhança de fenômenos ou
eventos que se repetem na contemporaneidade ou fenômenos e eventos da
65
atualidade com aqueles de mesma natureza só que em tempos cronológicos
diferentes.
Para saber mais consultar Capítulo 2 (métodos científicos) todos os itens e subitens, do livro:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8L12m2004.
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AULA 9 – Abordagens de pesquisa
As pesquisas são classificadas de acordo com a abordagem que o pesquisador
dá a ela como sendo pesquisas quantitativas e pesquisas qualitativas.
Abordagem quantitativa – Nas pesquisas com abordagem quantitativa,
presume-se haver uma quantificação, uma gradação daquilo que se quer
averiguar. Como o próprio nome indica, busca-se medir alguma coisa e depois
comparar essa medição com parâmetros já conhecidos. Por exemplo, quando
se fala que 51,0% dos eleitores votaram em um determinado político, presume-
se uma totalidade de 100,0% de indivíduos capacitados para esta tarefa e
quando ocorre a dedução estatística – 51,0% - trabalha-se explicitamente com
a ideia de quantidade.
o A pesquisa com abordagem quantitativa tem sua base em leis
previamente aceitas por todos. (Vende-se mais cigarro para homem que
para mulher. Quando da constatação desse dado, observa-se que é
uma verdade ou não. Mas é um fenômeno que pode ser dimensionado
praticamente);
o As pesquisas com abordagem quantitativa demandam de coletas de
dados que são tabulados e recebem tratamento estatístico para
representar quantitativamente aquilo que se quer deduzir através da
pesquisa. É uma forma de mensurar resultados;
o As pesquisas com abordagem quantitativa normalmente usam do
artifício de consulta de opinião ou busca de dados já existentes para que
o pesquisador possa complementar uma ideia ou uma afirmação que ele
usou como argumento que serviu de base ao seu trabalho;
o As pesquisas com bases quantitativas permitem que o pesquisador faça
projeções utilizando uma amostra da população a ser estudada;
o Utiliza para a sua formulação instrumentos padronizados e os mais
utilizados são o questionário e os formulários.
Abordagem qualitativa – Nas pesquisas com abordagem qualitativa, o
pesquisador privilegia as informações coletadas por meio de um roteiro
estabelecido pelo pesquisador. Na abordagem qualitativa, os dados não são
palpáveis, mensuráveis. Tira-se conclusões sobre dados subjetivos, teóricos. O
68
pesquisador privilegia dados que não são mensuráveis, de impressões e
conjeturas.
o Na abordagem qualitativa privilegia-se a pesquisa bibliográfica. O
pesquisador analisa e tira conclusões sobre alguma coisa já existente;
o Na abordagem qualitativa o pesquisador explora mais a ideia, o
conteúdo. Ela força o pesquisador a pensar, refletir de tirar conclusões
que não podem ser dimensionadas, medidas;
o Utiliza para a sua formulação, instrumentos padronizados e dentre eles
o mais utilizado é a entrevista.
Para conhecer mais, consulte o livro:
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coleta de dados de campo. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2009.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8V494m2009.
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Anotações
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AULA 10 – Conceito de universo e amostra de pesquisa
Ao se propor uma pesquisa, o pesquisador tem que saber sobre o que ele vai
pesquisar e como quantificar seu objeto de pesquisa. Dessa forma, o pesquisador
necessita de instrumentos que identifiquem e meçam com clareza esse objeto de
pesquisa: ele precisa saber qual é o universo e qual é o tamanho da amostra que está
sendo investigada.
Dois conceitos fundamentais se fazem necessários: o que é universo de
pesquisa e o que é amostra. Ambos aplicáveis a pesquisas com abordagem
quantitativa já que é o dimensionamento de algo que é parte fundamental para
pesquisas dessa natureza.
1) Universo de pesquisa – Também chamado de população, não se atem ao gênero
humano, podendo ser uma designação genérica de animais, plantas, objetos (carros,
casas, etc.). Contudo, em pesquisa, o mais usual é definir universo de pesquisa como
sendo os indivíduos envolvidos diretamente na investigação.
Portanto, pode-se definir universo de pesquisa ou população de pesquisa como
sendo a totalidade de indivíduos de uma mesma espécie ou com as mesmas
características (pessoas, animais, objetos, plantas, etc.) da qual se pode recolher
dados e que se possa trabalhar estatisticamente esses dados. Pode-se também
definir universo de pesquisa como sendo um grupo com características semelhantes
sobre o qual o pesquisador descreve e tira conclusões válidas para o seu trabalho.
Como exemplos de universo de pesquisa, pode-se ter:
Número total de habitantes da cidade de Passos – 106.000. Considera-se a
população total da cidade como universo de pesquisa quando esta pesquisa se
desenvolve na cidade e usa-se indiscriminadamente seus habitantes como
objeto de pesquisa.
Observa-se que este é um universo de pesquisa muito amplo e indefinido,
necessitando, portanto, de um aprimoramento nesses dados. A partir desse universo
amplo, pode-se criar outros universos de pesquisa mais específicos, como por
exemplo, a porcentagem de mulheres que habitam a cidade de Passos. Esse
exemplo reduz o número, mas mantém a característica de universo.
Outro exemplo, ainda utilizando a população da cidade de Passos são os
eleitores que aqui votam e que estão registrados no TRE – Tribunal Regional Eleitoral
local.
71
Outro exemplo é o número de motos que circulam pela cidade que é calculado
em 16 500 unidades.
Outro exemplo é a quantificação do número de alunos que frequentam os
cursos disponibilizados pela FESP.
Conclui-se, portanto, que universo de pesquisa é a totalidade de uma mesma
espécie de evento que se deseja investigar.
2) Amostra de pesquisa – É uma parcela do universo de pesquisa ou da população
pesquisada. Essa parcela torna-se significativa, pois representa o todo por ter as
mesmas características. A amostra é uma quantidade de indivíduos que demonstram
a representatividade do universo.
As amostras têm a capacidade de representar um todo. Como exemplo prático
dessa capacidade de representar o todo, está no fato de que não é necessário você
comer todo o arroz cozido que está em uma panela para saber se ele está bem
temperado de sal. Basta experimentar uma ponta de garfo para avaliar esse sabor.
Ou, não é preciso comer todas as balas fabricadas por uma indústria para avaliar o
seu sabor. Em ambos os exemplos, basta experimentar uma parcela para que se
tenha um conceito do todo.
É o caso das pesquisas de intenção de voto nas prévias de uma eleição. Basta
consultar uma parcela de eleitores para que se possa ter uma ideia das intenções de
todo o eleitorado.
Mas, essa parcela que representa o todo deve ser selecionada com critérios
claros e objetivos. Portanto, a amostragem é definida através de percentuais dos
indivíduos do universo de pesquisa, por isso, tem-se que definir com clareza o tipo de
amostra que se quer estudar. Dessa forma, define-se duas formas básicas de
amostras: a amostragem probabilística e a amostragem não-probabilística.
a) A amostragem probabilística é aquela que se tem acesso a todos os
indivíduos da amostra e que esse número seja diferente de zero. A
amostragem probabilística só é possível quando o universo for finito.
Exemplo: Número de alunos de um curso é uma população finita e
representa um universo de pesquisa e o número de alunos de uma
determinada turma desse curso é a amostra e ambos são acessíveis, isto é:
podem ser atingidos, tocados, visualizados e mensurados.
As formas de se conseguir a amostragem probabilística são:
72
o Amostragem casual simples ou aleatória – os elementos são sorteados
para compor essa amostra. Não se aponta uma característica dominante
para a composição da amostra casual simples ou aleatória;
o Amostragem sistemática – Quando se divide o universo de pesquisa em
grupos e de cada grupo, retira-se a amostra. Por exemplo: de cada dez
carros vendidos pela Concessionária FIAT da cidade de Passos, um é
designado para uma revisão geral na primeira semana de rodagem com
o novo proprietário;
o Amostragem por conglomerados – Quando o universo de pesquisa se
divide naturalmente em números menores que o todo. Nesse caso,
sorteia-se um número de amostra do conglomerado. Exemplo: Alunos
do Curso de Biomedicina da FESP que é composto por quatro turmas.
Cada turma é um conglomerado (parcela do todo). De cada
conglomerado, sorteia-se uma amostra que representa o todo;
o Amostra estratificada – Quando o universo apresenta conglomerados
diferenciados, constituindo-se os conglomerados em um universo. É o
caso de se estudar os eleitores do sexo feminino da cidade de Passos
ou de se definir uma faixa etária que determina um estrato da
população: eleitoras com idade entre 30 e 40 anos.
b) Amostragem não-probabilística – É empregada quando não é possível
determinar a amostra probabilística. Seguem alguns casos que são
classificados como amostragem não probabilística:
o Quando parte da população é inacessível – o que obriga o pesquisador
a coletar amostra da parte do universo acessível. Um bom exemplo
disso são as previsões de casos de dengue em um local em função do
ocorrido no ano passado. Note que se trabalha sobre algo que pode vir
a acontecer. Outro exemplo é quantificar o número de recém-nascidos
em um período de tempo, por exemplo, entre os dias 1 e 30 do mês de
dezembro sendo que estamos ainda em meados desse mês. Nesse
caso, sabemos que o número de bebês nascidos até o dia 15 de
dezembro, mas não sabemos quantos vão nascer vivos até o dia 30
deste mês. Nesse caso, os bebês que ainda irão nascer é uma amostra
hipotética;
73
o Amostragem sem normas de escolha ou amostragem a esmo – é uma
amostragem aleatória, contudo sem realizar sorteio. É o caso de um
pesquisador fazer perguntas a todas as pessoas que entram em um
consultório médico em um determinado dia da semana. Outro exemplo é
a verificação da qualidade de dez carros em um lote de cem carros,
escolhidos aleatoriamente, sem nenhum tipo de sorteio em que são
definidas regras para executá-lo;
o Amostragem quando a população é composta por material contínuo –
Isso ocorre quando a população for líquida ou gasosa. Nesse caso,
divide-se essa população em partes e utiliza uma como amostra.
Exemplo: testagem da qualidade da água de um manancial qualquer ou
da qualidade do ar de uma determinada cidade;
o Amostragem intencional – Quando o pesquisador escolhe entre todos os
elementos do universo de pesquisa alguns que representam mais
significativamente uma população estudada. Um exemplo: analisam-se
as Drags Queens de um grupo de homossexuais, por elas terem
elementos mais representativos desse universo de pesquisa.
É fundamental perceber que toda amostra, por ser amostra, contém em si uma
margem de erro. A margem de erro é a probabilidade da amostra não corresponder à
realidade em até 100%.
A amostra, na maioria das vezes, é parte do todo e o pesquisador,
deliberadamente, define essa parte do todo como amostra, pela impossibilidade de
pesquisar todo o universo.
Por exemplo, em uma pesquisa de campo, definiu-se pesquisar somente 10%
do eleitorado masculino da cidade de Passos. Se a pesquisa se estendesse a 100%
desse eleitorado, não se teria erro algum no resultado. Mas, como a pesquisa foi
realizada com parcela do universo, o erro surge e quanto menor é a amostra, maior é
o erro.
Determina-se o termo margem de erro à variação para mais ou para menos no
percentual conseguido com a amostra. O quadro que segue mostra como se calcula
as margens de erro em quantificações diferenciadas do universo de pesquisa.
74
Para conhecer mais consulte o Capítulo 2 (Amostragem) do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
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Anotações
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AULA 11 – Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados – complementos
da pesquisa de campo
Os instrumentos de pesquisa para levantamentos de dados numéricos são
elementos típicos da pesquisa quantitativa. No entanto, o levantamento de dados se
aplica também a pesquisas qualitativas, é o caso das pesquisas bibliográficas – uma
das formas de coleta de dados – que levanta aspectos do pensamento de autores a
respeito de um determinado assunto/tema de pesquisa.
A coleta de dados é um tipo de observação que o pesquisador faz sobre o
sujeito ou evento pesquisado e a isso se dá o nome de técnicas de pesquisa.
As técnicas de pesquisa podem ser:
1) Uso de documentação indireta – “É a fase da pesquisa que se realiza com
o intuito de colher informações prévias sobre o campo de interesse do
pesquisador.” (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 62). Isso não quer dizer que
são dados que dizem respeito direto ao objeto de pesquisa.
Nesta fase o pesquisador seleciona os tipos de fontes que serão utilizadas na
pesquisa. Esses tipos de fontes são:
o Fontes primárias – documentos. As pesquisas realizadas em fontes
primárias são denominadas de pesquisa documental.
A pesquisa documental é restrita a documentos escritos. Esses documentos
podem ser manuscritos ou impressos em meios não oficiais e um bom exemplo disso,
são atas e documentos com registros do dia a dia de uma empresa qualquer.
As fontes primárias podem ser de duas naturezas: contemporâneas e do
passado. Ambas são compostas de documentos de arquivos públicos, estatísticas
(censos), documentos de arquivos privados, cartas e contratos e retrospectivas,
compostas por diários pessoais, autobiografias, relatos de visitas a instituições e
relatos de viagens.
As fontes primárias podem ser caracterizadas também como fontes elaboradas
pelo próprio autor da pesquisa. Neste caso, são anotações e observações sobre
aspectos relacionados àquilo que se está pesquisando.
o Fontes secundárias – são formadas pelas bibliografias, termo que
generaliza os textos que estudam uma determinada área do
conhecimento.
77
2) Observação direta intensiva – é sempre realizada através do uso de duas
técnicas: a observação e a entrevista. (MARCONI e LAKATOS, 2006).
a) Observação – a observação não é apenas ver ou sentir ou ouvir, mas poder
ser também manuseio e exame do fato ou fenômeno que se quer estudar. A
observação é uma técnica por excelência da Antropologia, ciência que permeia
praticamente todas as outras áreas do conhecimento humano, uma vez que ela
define aspectos culturais inerentes a qualquer civilização.
Observar significa desvendar aspectos culturais que estão incorporados em um
povo sem que ele perceba que eles existem. No entanto, a observação é científica
quando é necessária para uma etapa do trabalho de pesquisa que está sendo
desenvolvido, quando é planejada e quando são registrados de forma impessoal os
resultados dessa observação.
A observação pode ser de realizada de várias formas. As principais são:
Observação assistemática ou não estruturada – Segundo Marconi e
Lakatos (2006) é também conhecida como espontânea, informal, ordinária,
ocasional, entre outros, é aquela que o pesquisador colhe dados do fato ou
fenômeno que está em estudo sem utilizar meios técnicos ou perguntas
diretas. Ele só observa e tira suas conclusões;
Observação sistemática ou estruturada – neste tipo de observação o
pesquisador sabe o que está procurando e podem ser utilizados vários tipos
de anotações para a coleta de dados;
Observação participante – o pesquisador se infiltra no fato ou fenômeno a
ser pesquisado e, não raras vezes, até influencia no desenrolar do
acontecimento. Na observação participante o pesquisador chega até ao fato
ou fenômeno sabendo o que ele quer pesquisar. A observação participante
pode ser de duas naturezas: observação participante natural quando o
pesquisador pertence ao grupo que investiga e observação participante
artificial quando o pesquisador não pertence ao grupo, mas integra-se a ele;
Entrevista – A entrevista é assunto para uma aula exclusiva. (Aula 12);
Observação direta extensiva – É aplicada por meio de questionários que é
também assunto para uma aula exclusiva. (Aula12);
Pesquisa bibliográfica – “A pesquisa bibliográfica, ou fontes secundárias,
abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo,
78
desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação
orais: rádio, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais: filmes e
televisão. (...).” (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 71).
A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador selecionar fontes adequadas
àquilo que ele está pesquisando e coerente uma com as outras, o que possibilita ao
pesquisador manter um rumo determinado de pesquisa, sem a contradição de autores
que pesquisaram o mesmo assunto/tema, mas deram opinião diferente da linha de
pesquisa adotada.
Pesquisa direta – É o levantamento de dados no próprio local de
acontecimento do evento. (MARCONI e LAKATOS, 2006).
A pesquisa direta pode ser de duas naturezas distintas:
a. Pesquisa de campo – quando o pesquisador coleta a informação
junto ao seu objeto de pesquisa. Neste caso, o pesquisador faz
anotações do que está sendo observado ou aplica instrumentos
de pesquisa para levantamento de dados;
b. Pesquisa bibliográfica – quando o pesquisador coleta dados
empíricos ou teóricos diretamente de fontes escritas.
Para conhecer mais consulte o Capítulo 2 (Amostragem) do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
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Anotações
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AULA 12 - Instrumentos de pesquisa e levantamento de dados
1 – Entrevista
A entrevista é o instrumento de coleta de dados que não pode ser delegado a
pessoas que não são os pesquisadores que desenvolvem o trabalho e necessitam
dos dados que são colhidos por esta técnica. É também um instrumento de coleta de
dados que só se realiza entre o pesquisador e o entrevistado. Portanto, é um
instrumento de pesquisa que só pode ser aplicado a uma única pessoa ou grupo de
pessoas que representa uma entidade, como por exemplo, um grupo musical.
A entrevista colhe aspectos antropológicos (culturais) do entrevistado e serve
para o pesquisador demonstrar comportamentos ou formas de pensar sobre um
determinado ângulo da pesquisa que está sendo realizada. É um instrumento que
colhe informações e impressões pessoais que podem destoar dos dados colhidos na
pesquisa bibliográfica que caracteriza a teoria.
A realização de uma entrevista apresenta como objetivo principal a coleta de
informações de cunho pessoal do entrevistado sobre determinado assunto ou
problema sobre o qual se está desenvolvendo uma pesquisa.
Quanto ao conteúdo, os objetivos da entrevista variam e podem ser:
Checar fatos – confirmar que as pessoas têm informações precisas sobre
determinados fotos ou acontecimentos;
Saber o que as pessoas pensam sobre determinado fato ou acontecimento;
Conhecer a conduta de pessoas no que diz respeito a algum fato ou
acontecimento. Nesse item, procura-se com a entrevista conhecer os
sentimentos e vontades das pessoas;
Definir linhas de condutas através do posicionamento do entrevistado sobre
determinados assuntos. Saber como ele agiria em determinadas situações.
Neste caso, observam-se padrões éticos do entrevistado;
Saber a conduta da pessoa no futuro mediante a experiência do passado. O
que se aprendeu com o passado, serve de base para programar ações no
futuro;
Saber quais fatores influenciam a opiniões, condutas e sentimentos do futuro.
As entrevistas, basicamente, são de dois tipos que variam de acordo com os
objetivos do entrevistador. São eles:
81
Entrevista padronizada ou estruturada – o entrevistador elabora uma série de
perguntas ou estabelece um roteiro de perguntas que será aplicado a um
entrevistado. Neste caso, a mesma entrevista pode ser aplicada a mais de um
entrevistado para que o entrevistador possa comparar respostas. Um bom
exemplo desse tipo de entrevista são as chamadas Páginas Amarelas da
Revista Veja;
Entrevista despadronizada ou não estruturada – o entrevistador sabe o que
quer do entrevistado e, nesse caso, elabora somente uma pergunta inicial para
começar um diálogo que será direcionado de acordo com o interesse do
pesquisador. É uma conversa informal, o que deixa o entrevistado mais à
vontade para dar respostas mais descontraídas.
As entrevistas não estruturadas, de acordo com a sua utilização, podem ser de
três formas diferentes:
Entrevista não estruturada focalizada – o entrevistador anota tópicos a serem
abordados ao longo da entrevista. Um bom exemplo desse tipo de entrevista
são as entrevistas apresentadas no programa de televisão do Jô Soares. Pode-
se observar que de vez em quando ele recorre aos lembretes que estão à sua
frente para dar continuidade à conversa com seu entrevistado;
Entrevista não estruturada clínica – analisa a conduta e os sentimentos de
pessoas que estão sendo entrevistadas. Nesse tipo de entrevista, pergunta-se
a opinião pessoal do entrevistado sobre aquilo que é o foco da entrevista. São
exemplos desse tipo de entrevista, as reportagens feitas para televisão onde o
repórter faz seu trabalho de pé, junto ao entrevistado;
Entrevista não estruturada não dirigida – caracteriza-se, sobretudo, pela
informalidade. É o que se chama vulgarmente de “bate-papo”. O entrevistador
inicia a conversa e a deixa fluir de acordo com a vontade e disposição do
entrevistado;
Entrevista tipo painel – o painel é a repetição de uma mesma série de
perguntas a um mesmo entrevistado em dias diferentes. Esse recurso serve
para checar de forma definitiva uma opinião de alguém.
As entrevistas estruturadas podem ser entregues ao entrevistado para que ele
responda as perguntas de forma isolada. Isto é: ele leva as perguntas para onde ele
quiser e dá as suas respostas sem a presença do entrevistador.
82
As entrevistas não estruturadas necessitam de aparato tecnológico para a sua
coleta, pois elas necessitam ser gravadas via gravador ou filmagem.
É importante observar que nas entrevistas não estruturadas, onde o
entrevistador está frente a frente com o entrevistado, as reações físicas do
entrevistado é outra fonte de observação.
Às vezes, aquilo que ele não falou com palavras pode ser observado pelos
gestos que ele fez ao dar suas respostas. Uma abaixada de olhos, um sorriso, um
jogo de ombros, um abanar de mãos, muxoxos podem ser dados interessantes que,
traduzidos em palavras pelo entrevistador, dão outro sentido à fala do entrevistado.
Para conhecer mais consultar Capítulo 8 (Metodologia Qualitativa) item 8.6 (Entrevista) do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.8L192m2004.
2 – Questionário
O questionário é um instrumento de coleta de dados de aplicação coletiva. Não
existe questionário aplicado a uma só pessoa. (Quando um determinado tipo de
questionário – questionário aberto – é aplicado a uma só pessoa, trata-se da técnica
de entrevista estruturada).
O questionário é uma série de perguntas ordenadas e ele deve ser respondido
sem a presença do pesquisador. Normalmente, quando da aplicação de um
questionário por parte de alunos, a instituição de ensino deve endereçar uma carta de
apresentação do aluno ao pesquisado, tornando assim oficial a pesquisa.
O pesquisador deve entregar o questionário e estabelecer junto ao pesquisado,
um tempo para o retorno desse instrumento de pesquisa já preenchido. É conveniente
lembrar que nem todos os questionários aplicados à amostra são retornados. Neste
caso, deve-se computar a abstenção e para efeito de cálculos, considerar como 100%
somente os questionários retornados.
Um exemplo: foi determinada uma amostra de 50 pessoas de uma determinada
população. Para essas 50 pessoas foram distribuídos um questionário para cada
uma, dando um prazo de 2 dias para o retorno dos questionários respondidos. Ao fim
83
desse prazo, somente 40 pessoas retornaram. Isso quer dizer que 20% dos
pesquisados de abstiveram de responder. A partir da posse dos questionários
respondidos – 40 retornados – os cálculos percentuais devem ser feitos sobre esses
retornados, o que passa a equivaler 100%.
Após a aplicação de um questionário, o pesquisador tabula os resultados e dá
tratamento matemático a esses resultados para que eles possam ser expressos em
percentuais que podem ser visualmente demonstrados através de quadro, tabelas ou
gráficos.
A tabulação de resultados é a contagem das respostas dadas pelos
pesquisados a uma mesma alternativa de uma pergunta do questionário que foi
aplicado. Depois de tabulados os resultados, verifica-se o percentual obtido por cada
alternativa de cada pergunta do questionário.
O questionário é um instrumento de pesquisa que é aplicado nos elementos da
amostra quando se trata de indivíduos humanos. Por exemplo, uma amostra é do tipo
intencional (Alunos da turma de 5º período do Curso de Administração de Empresas
sendo que o curso como um todo tem 8 turmas. Os alunos de 5º período é a amostra
e todos os alunos de todas as turmas do Curso de Administração é a população ou
universo de pesquisa) ou em um indivíduo que é responsável por uma amostragem
que representa um grupo que não se comunica por si mesmo, como por exemplo, a
análise que se faz da evolução de lagartas em uma plantação de soja.
O questionário é um instrumento de coleta de dados que tem os seguintes
objetivos:
Colher informações de campo junto ao seu objeto de pesquisa que,
normalmente complementam as informações teóricas exploradas pelo
pesquisador;
Conseguir informações adicionais sobre aquilo que está sendo pesquisado;
Checar as informações teóricas com o que realmente acontece na prática.
Existem três tipos básicos de questionário:
a) Questionário fechado, também conhecido questionário induzido, onde o
pesquisador faz uma pergunta e sugere respostas objetivas ao seu
pesquisado.
Exemplo:
84
Pergunta número 1: Você como estudante de um dos cursos da FESP, avalia:
(a) – A FESP valoriza o aluno com a realização de eventos relacionados ao curso frequentado por ele.
(b) – A FESP direciona o atendimento ao aluno de acordo com a importância do curso frequentado por ele.
(c) – A FESP deixa a desejar no seu relacionamento com o aluno.
(d) – Nunca me preocupei em fazer esse tipo de análise.
b) Questionário misto quanto de tem perguntas com alternativas objetivas e uma ou
mais alternativas abertas onde o entrevistado pode expressar seu ponto de vista a
respeito daquilo que foi perguntado.
Exemplo:
Pergunta número 2: Você como estudante de um dos cursos da FESP, avalia:
(a) – A FESP valoriza o aluno com a realização de eventos relacionados ao curso frequentado por ele.
(b) – A FESP direciona o atendimento ao aluno de acordo com a importância do curso frequentado por ele.
(c) – A FESP deixa a desejar no seu relacionamento com o aluno.
(d) – Nunca me preocupei em fazer esse tipo de análise.
(d) – Outra opinião: ____________________________________________________
____________________________________________________________________
Atenção! No caso dos questionários mistos o pesquisador tem que
tabular os resultados das alternativas objetivas e criar uma tabela,
quadro ou gráfico desses resultados e criar outra tabela, quadro ou
gráfico do resultado da alternativa aberta. Isto é: o pesquisador tem
que categorizar os resultados da parte aberta do questionário.
A categorização dos resultados da parte aberta do questionário, nada
mais é que agrupar opiniões parecidas, limitando esse agrupamento a
um número de alternativas plausíveis para se montar uma tabela, por
exemplo, (no máximo 5 e no mínimo três categorias de respostas).
85
As respostas abertas dos questionários mistos podem também ser
utilizadas em citações (falas do pesquisado) ao longo do texto do
relatório final do trabalho acadêmico.
c) Questionário aberto, quando o pesquisador elabora perguntas abertas e entrega
para seus pesquisados (a amostra) responder. Neste caso, o pesquisador tem que
categorizar todas as respostas para depois dar tratamento matemático para apurar
percentuais e a partir daí, montar tabelas, gráficos ou quadros.
Esse é o tipo de questionário que dá uma maior fidelidade às respostas do
pesquisado, pois o pesquisador não o induziu com respostas elaboradas por ele,
como no caso do questionário fechado (ou induzido).
Exemplo:
Pergunta número 1 (de uma série de perguntas abertas): Como você – aluno da
FESP – avalia o curso que frequenta? _____________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Neste caso, uma observação de ordem prática se faz necessário: quanto mais
linhas você como pesquisador colocar para que seu pesquisado responda aquilo que
foi perguntado, mais longa será sua resposta, o que pode complicar no momento de
você fazer a categorização das respostas. Por isso, sugere-se que sejam deixadas no
máximo duas linhas, o que limita o tamanho da resposta e dá objetividade no
conteúdo daquilo que foi respondido.
Exemplo de montagem de uma tabela:
Tomando como exemplo o questionário fechado ou induzido proposto acima:
Pergunta número 1: Você como estudante de um dos cursos da FESP, avalia:
(a) – A FESP valoriza o aluno com a realização de eventos relacionados ao curso frequentado por ele.
(b) – A FESP direciona o atendimento ao aluno de acordo com a importância do curso frequentado por ele.
(c) – A FESP deixa a desejar no seu relacionamento com o aluno.
86
(d) – Nunca me preocupei em fazer esse tipo de análise.
Supondo que o questionário foi aplicado a alunos da turma de 5º período do
Curso de Administração de Empresas sendo que o curso como um todo tem 8 turmas.
Os alunos de 5º período é a amostra e todos os alunos de todas as turmas do Curso
de Administração é a população ou universo de pesquisa. Dessa forma tem-se que:
População pesquisada – todos os alunos matriculados nas 8 turmas do Cursos
de Administração da FESP;
Amostra – alunos do 5º período do Curso de Administração da FESP que
fizeram matrícula até o dia 20 de fevereiro em um total de 50 alunos.
Ao tabular as respostas o pesquisador verificou os seguintes resultados:
Alternativa (a) – 05 respostas, o que equivale a 10,0% de questionários retornados –
4º lugar
Alternativa (b) – 10 respostas, o que equivale a 20,0% do total de questionários
retornados – 3º lugar
Alternativa (c) – 22 respostas, o que equivale a 44,0% do total de questionários
retornados – 1º lugar
Alternativa (d) – 13 respostas, o que equivale a 26,0% do total de questionários
aplicados – 2º lugar
Observe que os resultados estão desordenados e seria conveniente lançá-los
em uma tabela em ordem do maior para o menor valor, como está em destaque na
ordenação desses valores na tabulação acima. Que fique claro: esse procedimento
não é uma obrigatoriedade. É somente para que se imprima na tabela (nesse caso, o
que está sendo feito é tabela) um sentido de ordem do maior para o menor, o que
facilita sua análise.
Na montagem da tabela, convém lembrar também, que o IBGE tem normas
específicas para elaboração de tabelas (Normas de Apresentação Tabular do IBGE).
A demonstração visual da tabela montada com os dados acima é a seguinte:
87
TABELA 1: Você como estudante de um dos cursos da FESP, avalia:1
PROPOSTA FREQUÊNCIA %2
A FESP deixa a desejar no seu relacionamento com o aluno
22 44,0
Nunca me preocupei em fazer esse tipo de análise 13 26,0
A FESP direciona o atendimento ao aluno de acordo com a importância do curso frequentado por ele
10 20,0
A FESP valoriza o aluno com a realização de eventos relacionados ao curso frequentado por ele
5 10,0
TOTAL 50 100,03 FONTE: Alunos dos 2º períodos de todos os cursos da FESP que fizeram matrícula no dia 20 de fevereiro de 2012. Pesquisa aplicada em 20/02/2012.
4
É fundamental que após cada demonstração visual de resultados de pesquisa,
o pesquisador faça uma análise do resultado demonstrado, de acordo com o enfoque
da pesquisa ou de acordo com aquilo que ele esperava como resposta ao aplicar a
pesquisa.
Observar que a elaboração da tabela como um todo, em sua estética, deve ser
feita com espaço simples entre linhas e letra tamanho 12. Outra convenção estética
desejável é que as tabelas ocupem o espaço de margem a margem da folha em que
elas são impressas. No entanto, isso é somente convenção e não está previsto nas
normas de elaboração de tabelas do IBGE.
Por fim, as tabelas devem ter suas laterais esquerda e direita abertas, para
diferenciá-las de quadros.
1 Esta linha externa é chamada tecnicamente de topo e é onde vai o número e título da tabela. Por
convenção, o termo Tabela 1 vai em caixa alta e negritos. O texto ali escrito não pode mais ser em forma de pergunta porque a pesquisa já foi aplicada e o que se demonstra em uma tabela são os resultados dessa pesquisa. Nesta linha não se tem abreviaturas de palavras. 2 Espaço superior do centro da tabela destinado à indicação do conteúdo das colunas. Não se tem uma
nomenclatura definitiva para nominar as colunas. Isso depende da temática das perguntas. O mais usual e que serve de maneira generalizada é a forma que está demonstrada na tabela acima. Para seguir um padrão, estes termos devem ser grafados em caixa alta e negritos. Observe que se colocar o símbolo de porcentagem (%) na última coluna a expressão numérica não é acompanhada pelo símbolo. 3 Centro – espaço central da tabela que é destinado às propostas de alternativas existentes no
questionário e às demonstrações numéricas. A última linha do centro da tabela é destinada aos totais que facilitam a interpretação dos dados ali expressos e, também por convenção, deve ser grafada em caixa alta e negritos. 4 Roda pé – espaço destinado à identificação da fonte onde foram colhidos os dados. No caso é a
amostra. O termo fonte deve ser grafado em caixa alta e negritos e o texto que identifica essa fonte deve ser grafado em caixa mista sem negritos. Todo o roda pé é grafado em letra tamanho 10.
88
Enquanto nas tabelas são colocados dados colhidos através de instrumento de
coleta de dados elaborado pelo pesquisador, nos quadros colocam-se dados já
existentes, como por exemplo, o número de carros vendidos pelas concessionárias da
cidade de Passos – MG. Observa-se neste caso que estes são dados que não foram
criados pelo pesquisador. O pesquisador só os recolheu e trabalhou
matematicamente seus resultados, dando-lhes percentuais.
Os dados trabalhados em tabelas podem também ser colocados em gráficos.
Sugere-se cuidado ao usar gráficos, pois estes necessitam de legenda e de textos
curtos e claros para a interpretação de cada elemento ali demonstrado.
GRÁFICO 1: Você, como estudante da FESP, avalia FONTE: Alunos dos 2º períodos de todos os cursos da FESP que fizeram matrícula no dia 20 de fevereiro de 2012. Pesquisa aplicada em 20/02/2012
As chamadas perguntas dicotômicas – aquelas que dão limitação ao
pesquisado – que têm respostas que oscilam entre o “sim” e o “não”, não é alternativa
aconselhável de questionário, pois simplifica demais as conclusões que se pode tirar
daí, além de indicar um percentual elevado (50,0% para cada alternativa). Quando se
acrescenta o “Não sei”, o questionário passa a ser tricotômico e é igualmente
limitativo nas conclusões.
89
3 - Formulário
O formulário é um questionário aplicado diretamente ao entrevistado. Neste
caso, o pesquisador elabora as perguntas, entrega ao pesquisado e espera a entrega
do questionário preenchido. Normalmente, o pesquisador anota de próprio punho as
respostas dadas pelo pesquisado.
Para Marconi e Lakatos (2006) o formulário tem como característica principal o
contato face a face entre pesquisador e pesquisado.
O formulário é local ideal para que se coloque perguntas de natureza
socioeconômicas, como por exemplo, faixa de renda salarial, se mora em casa
própria, alugada ou cedida, número de filhos, faixa etária, se tem eletrodomésticos,
quantos banheiros tem em casa, etc.
Para complementar conceitos e visualizar formas de montagem de tabelas, ver Normas de Apresentação Tabular do IBGE em: htpp://biblioteca.ibge.gov.br/visualização/monografias/GEBIS%RJnormastabular.pdf
4 – Pesquisa de laboratório
São realizadas com experimentos laboratoriais. É mais aplicada em áreas de
concentração de exatas que precisam de dados objetivos sobre a evolução de uma
experiência. Neste caso, os testes podem ser feitos usando o próprio experimento,
verificando a evolução daquilo que está sendo observado.
Para conhecer mais consulte o Capítulo 2 (Amostragem) e item 5.4.4. e subitens do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
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Anotações
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AULA 13 – Fichamentos e citações
1 – Fichamentos
Antes de iniciar a elaboração de um trabalho acadêmico, o pesquisador tem que
levantar juntamente com o orientador a bibliografia básica referente ao assunto/tema
de sua pesquisa. Essa seleção de obras e autores é importante, pois serve de base
para o chamado embasamento teórico de sua pesquisa.
O embasamento teórico é o estudo bibliográfico que deve ser feito para que se
conheça com mais profundidade a posição de vários autores sobre o assunto/tema
escolhido para pesquisar. É importante observar que os autores “brigam” entre si e que
o pesquisador deve perceber esta “briga” para não usar o pensamento de dois autores
antagonistas entre si, como base para a construção de seu trabalho acadêmico.
O embasamento teórico é uma fase obrigatória na construção de um trabalho
acadêmico. É ele que dá credibilidade ao texto final, imprimindo impressões, não só do
aluno, como também de autores consagrados que emitiram opiniões sobre um
determinado assunto/tema.
A partir da leitura destes autores e obras, o pesquisador deve fazer fichamentos
que vão ser úteis durante o ato de escrever o texto final do TCC.
O que são os fichamentos? Tecnicamente, os fichamentos são a montagem de
um acervo de parágrafos retirados na íntegra dos livros usados no embasamento
teórico e que servirão como citações ao longo do texto. A escolha desses parágrafos é
feita a partir da afinidade que eles têm com o assunto/tema de pesquisa.
A seguir, são apresentadas algumas regras para se fazer fichamentos:
a) Escolha do texto – a partir do assunto/tema a ser pesquisado, define-se a área de
concentração da pesquisa e a partir disso, escolhe-se também os autores e obras que
possam contribuir com teoria para a elaboração do relatório final;
b) Delimitação da unidade de leitura (não ler a obra toda de uma só vez) – nem sempre
um livro inteiro interessa ao pesquisador como fonte para citações ao longo de seu
trabalho. Neste caso, o pesquisador deve observar no sumário desse livro, os títulos de
capítulos que mais se identificam com o assunto/tema que está sendo pesquisado e
fazer o fichamento somente daquilo que interessa. Portanto, não é necessária a leitura
do livro como um todo. Basta ler só o capítulo ou capítulos que mais interessam;
92
c) Faça uma primeira leitura destacando o que você desconhece (palavras, termos,
ideias, etc.). Essa leitura se faz necessária para que o pesquisador tenha contato com
as ideias do autor e certificar se elas têm afinidade com a sua pesquisa;
d) Procure conhecer tudo que é desconhecido para que você tenha compreensão do
que é necessário ou não, ao seu trabalho (esclarecimentos).
Depois de tomar esses cuidados de leitura onde o pesquisador certificou a
utilidade daquilo que ele selecionou para servir de embasamento teórico de seu
trabalho, ele deve iniciar o fichamento.
Existem várias formas de fazer fichamentos. Algumas delas não são
recomendáveis, uma vez que danificam o livro. É o caso de usar marcador de texto ou
sublinhar as partes do livro que possivelmente serão usadas como citações no relatório
final.
A forma mais adequada de se fazer fichamentos é a adoção de um caderno de
fichamentos que consiste em se adotar um bloco de anotações e copiar o parágrafo
para esse bloco (ou caderno) anotando alguns detalhes como descrito a seguir:
1) Anote em um caderno que será de uso exclusivo para anotações dos
fichamentos que serão feitos por você, os dados técnicos referentes à obra
escolhida como referencial teórico de sua monografia. Esses dados técnicos
são: nome do autor, nome da obra, edição da obra que se tem em mãos, cidade
onde se localiza a editora, nome da editora e ano de publicação;
2) Ao realizar a primeira leitura, o monografista deve ir anotando palavras-chave do
texto que está sendo lido e que se identifiquem com a ideia do tema escolhido
pelo monografista. Com isto, ele cria um referencial de termos que o auxiliarão
na localização dos parágrafos lidos o que facilitará o trabalho de fichamento;
3) Para o fichamento usando o texto como encontrado na obra referenciada, o
aluno tem que tomar as seguintes providências:
a) após leitura atenciosa e da escolha da ideia do autor que sirva de base à
sua, destaque o parágrafo ou parte do parágrafo, copiando no caderno de
fichamentos e anotando a página em que pode ser localizado dentro
desta obra. Este tipo de fichamento recebe o nome de cópia direta ou
cópia ipsis literis;
93
b) após leitura atenciosa e da escolha da ideia do autor que sirva de base à sua,
destaque o parágrafo e o transcreva para seu caderno de fichamentos, anotando
a página em que pode ser localizado nesta obra;
c) logo abaixo da cópia na íntegra do parágrafo, interprete-o colocando o que
você entendeu da ideia do autor. Este tipo de fichamento recebe o nome de
leitura analítica ou leitura interpretativa da ideia do autor e se constitui
também em um tipo de fichamento que quando citado ao longo do texto recebe
o nome de citação interpretativa ou paráfrase;
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Não usar um autor de forma exaustiva,
repetidas vezes. Procure intercalar autores diferentes como citações ao
longo do relatório final do trabalho acadêmico.
d) além dos livros e das obras gerais relacionadas ao assunto/tema escolhido
pelo aluno para desenvolver como TCC, devem ser lidos também jornais,
revistas e qualquer tipo de publicação que tenha um relacionamento com o que
foi escolhido para ser estudado e fazer fichamentos também dessas outras
fontes. Neste caso, o aluno deve fazer o fichamento de tudo que foi lido, não
esquecendo de identificar os dados técnicos da obra lida, para que ele tenha
validade como citação técnica dentro do corpo do texto.
De posse de um acervo de parágrafos relacionados ao assunto/tema que está
sendo pesquisado, inicia-se a elaboração do texto do relatório de pesquisa onde o
pesquisador vai inserir parágrafos como citações.
Para conhecer mais consultar Capítulo 3 (Técnicas de pesquisa), item 3.2, subitem 3.2.1.4 (Fichamento) do livro:
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
Número de chamada na Biblioteca da FESP: 001.891M313t2006.
2 – Citações
As citações podem ser de duas formas: citações diretas e citações indiretas.
94
a) Citações diretas – são as chamadas cópias diretas, cópias reais ou ainda de ipsis
literis, expressão latina que significa cópia idêntica ao original. As citações diretas
podem ser lançadas no texto de duas formas:
Citação direta ao longo do texto, quando tem até três (3) linhas. Neste caso, a
citação deve ser escrita entre aspas duplas, citando autor, ano de publicação da
obra e página do livro onde se encontra o texto original.
Exemplo de citação ao longo do texto:
No que diz respeito à observação da realidade, Marconi e Lakatos afirmam
“Normalmente, as observações são feitas no ambiente real, registrando se os dados à
medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação.” (2006, p.
92).
Percebe-se que nesta citação, os autores foram citados antes da citação. A isso
se dá o nome de contextualização de autor. A mesma citação poderia ser construída
sem a contextualização de autor. Dessa forma, essa citação ficaria assim:
“No que diz respeito a observação da realidade “Normalmente, as observações são
feitas no ambiente real, registrando se os dados à medida que forem ocorrendo,
espontaneamente, sem a devida preparação.” (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 92).
Ao analisar esta duas formas de fazer citação, percebe-se que com os autores
contextualizados, seus últimos sobrenomes são grafados em caixa mista e quando não
são contextualizados, os nomes dos autores vêm dentro de parênteses, em caixa alta,
seguido de ano de publicação e a página onde se encontra o parágrafo na obra
consultada.
Citações diretas com mais de três linhas – devem ser lançadas no texto com
recuo lateral esquerdo, a partir da margem esquerda, de 4 centímetros. O texto
é grafado com espaço simples, letra tamanho 10, podendo o autor ser
contextualizado ou não.
Se o autor for contextualizado, ou seja, seu nome está fora da citação, ele é
grafado em caixa mista, letra 12 (o mesmo tamanho da letra do corpo do texto). Segue
um exemplo;
95
Para Cervo; Bervian e Da Silva
Cada ciência ou área de conhecimento em particular possui um vocabulário técnico específico que precisa ser de domínio comum de seus praticantes. Poucas ciências, entretanto, conseguem ou podem construir vocábulos e conceitos originais, sendo necessário que eles invadam o campo semântico de outras ciências, ocorrendo a migração de conceitos ou a apropriação de conceitos de uma outra ciência. (2007, p. 19).
---------------------------------
Recuo de 4 centímetros
Percebe-se nesta citação que os autores foram contextualizados, portanto,
grafados em caixa mista e com letra 12 (tamanho de letra do corpo do texto). Ao fim da
citação coloca-se o ano de publicação e a página onde se encontra o texto no original.
Essa mesma citação poderia ser lançada sem a contextualização dos autores
(ou do autor, quando for um só). Neste caso, a citação fica da seguinte forma:
Cada ciência ou área de conhecimento em particular possui um vocabulário
técnico específico que precisa ser de domínio comum de seus praticantes.
Poucas ciências, entretanto, conseguem ou podem construir vocábulos e
conceitos originais, sendo necessário que eles invadam o campo semântico de
outras ciências, ocorrendo a migração de conceitos ou a apropriação de
conceitos de uma outra ciência. (CERVO; BERVIAN e DA SILVA, 2007, p. 19).
Percebe-se nesta citação que os autores foram citados ao fim, dentro de
parênteses e em caixa alta, seguido de ano de publicação e número da página.
b) Citações indiretas, ou interpretativas ou paráfrases
Essa é uma variação de citação onde o pesquisador interpreta o pensamento de
um autor e o coloca com as suas próprias palavras.
Segue um exemplo:
Entendendo o pensamento de Freire (1990), a escola tem de considerar a
individualidade de cada aluno e considerar também o seu universo particular na hora
da transmissão de aprendizagens.
Neste caso, não são necessários recuos e nem aspas. Percebe-se ainda que o
autor foi contextualizado, por isso seu nome foi escrito em caixa mista seguido da data
de publicação da obra entre parênteses. Neste caso também, não se coloca número de
página.
A mesma citação poderia não contextualizar o nome do autor.
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Neste caso, fica assim:
A escola tem de considerar a individualidade de cada aluno e considerar também o seu
universo particular na hora da transmissão de aprendizagens. (FREIRE, 1990).
c) Supressões de parte de parágrafos citados
Quando os parágrafos forem muito longos e o seu todo não interessa para o
pesquisador, pode-se fazer supressões que é a retirada de parte do parágrafo, sem
que haja perda de sentido para o restante que fica.
As supressões de parte de parágrafos é um artifício usado quando se quer
selecionar somente a ideia aproveitável para o assunto/tema que serve de base para
o desenvolvimento do relatório final do trabalho de conclusão de curso.
As supressões são demonstradas colocando-se no lugar da parte do parágrafo
suprimida reticências entre parênteses (...).
Existem quatro formas de se fazer supressão de parte de parágrafos. São elas:
1. Supressão inicial – quanto elimina-se a parte inicial do parágrafo, seja em
citações com recuo ou em citações ao longo do texto.
Exemplo:
Para o seguinte parágrafo, retirado do livro Os Demônios Descem do Norte, de
autoria de Délcio Monteiro de Lima (Rio de Janeiro, Francisco Alves Editora S. A.,
1991):
Seria ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um
plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no
quadro religioso brasileiro. Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade
das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de
sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos.
Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem
os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais
que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O
comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos
e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
97
A supressão inicial pode ocorrer até o ponto final de uma frase, como no
exemplo a seguir:
(...). Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
Percebe-se pelo exemplo acima que o autor não foi contextualizado e seu
último sobrenome aparece no fim da citação, entre parênteses, em caixa alta, seguido
de ano de publicação e página.
Se contextualizar o autor da citação, seu último sobrenome vai em caixa mista
e ao fim da citação, entre parênteses, o ano de publicação e a página.
A supressão inicial pode ocorrer até a metade de uma frase, desde que o que
restou não fique sem sentido, como no exemplo a seguir:
(...) raciocinar com a hipótese da existência de um plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no quadro religioso brasileiro. Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
2. Supressão intermediária – Quando elimina-se parte do meio do parágrafo,
sem perda da coerência da fala do autor, como no exemplo a seguir.
Seria ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no quadro religioso brasileiro. (...). As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
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A supressão intermediária pode ser realizada com maior frequência, isto é:
podem ser retiradas várias partes de um mesmo parágrafo, sem que se perca a
coerência da fala do autor, como no exemplo a seguir:
Seria ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no quadro religioso brasileiro. (...). As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas (...) que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. (...). O comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
Notar que as supressões intermediárias, quando ocorrem com uma frase
inteira, logo após a indicação de supressão (...), deve ser colocado o ponto final.
Quando a supressão for parte da frase, não é necessário pontuação a não ser aquela
já existente no texto, como a vírgula.
3. Supressão final – Quando elimina-se o final do parágrafo, sem que haja perda
de coerência da fala do autor, como no exemplo a seguir:
Seria ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no quadro religioso brasileiro. Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. (...). (LIMA, 1991, p. 9).
4. Supressão combinada – quando elimina-se ao mesmo tempo, partes iniciais
e intermediárias ou iniciais e finais ou intermediárias e finais ou as três formas
ao mesmo tempo, sem que haja perda da coerência da fala do autor, como nos
exemplos a seguir:
a) Inicial e de meio:
(...). Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. (...). O comprometimento é mínimo. Os investimentos são relativamente
99
baixos nesses casos e os frutos compensadores a curto prazo. (LIMA, 1991, p. 9).
b) Inicial e de fim:
(...). Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. As ideologias não parecem interessadas em coordenadas de sedimentação tão futura que requeira séculos para apresentar resultados práticos. Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. (...). (LIMA, 1991, p. 9).
c) De meio e de fim:
Seria ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um plano ordenado com objetivos políticos para conseguir uma modificação imediata no quadro religioso brasileiro. Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. (...). Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. (...). (LIMA, 1991, p. 9).
d) Combinadas entre início, meio e fim:
(...) Uma trama desse tipo se enquadraria na temporalidade das coisas. (...). Mas não desprezam as oportunidades oferecidas pelos rumos naturais que assumem os movimentos sociais ou religiosos, nem deixam de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar as mesmas ideologias. É cômodo e fácil. O comprometimento é mínimo. (...). (LIMA, 1991, p. 9).
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
O número de autores de uma mesma obra influencia na identificação
das citações da seguinte maneira:
Quando se tem um, dois ou três autores de uma mesma obra são
identificados todos eles na citação, podendo ser contextualizados ou
não, conforme já foi visto anteriormente.
Exemplo de citação com mais de três linhas (portanto, com recuo lateral
esquerdo a partir da margem esquerda de 4 centímetros) com um só autor
contextualizado:
100
As Ciências Humanas e Sociais tem em Chizzotti um especialista neste assunto e ele
diz sobre o ato de observar:
As observações se detêm sobre alguns aspectos circunscritos a partir dos quais se apreende uma questão específica e a totalidade onde acontece a questão observada. Diferentes correntes de pesquisa trabalharam a observação como seu fundamento da pesquisa e elaboraram técnicas específicas de aplicação da observação sistemática. (2008, p. 16).
A partir desse mesmo exemplo, tem-se a citação com um só autor não
contextualizado.
As Ciências Humanas e Sociais constituem-se no principal parâmetro da observação.
As observações se detêm sobre alguns aspectos circunscritos a partir dos quais se apreende uma questão específica e a totalidade onde acontece a questão observada. Diferentes correntes de pesquisa trabalharam a observação como seu fundamento da pesquisa e elaboraram técnicas específicas de aplicação da observação sistemática. (CHIZZOTTI, 2008, p. 16).
Quando se tem dois autores, ambos são citados – contextualizados ou não.
Segue um exemplo de citação com dois autores contextualizados:
Para Acevedo e Nohara (2006, p. 85) “(...). Do ponto de vista do pesquisador, o
sistema de busca compartilha de mecanismos específicos para a localização daquilo
que é essencial para a pesquisa.”
Usando o mesmo exemplo, porém não contextualizando os autores, tem-se:
A respeito de sistemas de busca eficientes, “(...). Do ponto de vista do pesquisador, o
sistema de busca compartilha de mecanismos específicos para a localização daquilo
que é essencial para a pesquisa.” (ACEVEDO e NOHARA, 2006, p. 85).
Quando se tem três autores, os três são citados – contextualizados ou não.
Segue um exemplo de citação com três autores contextualizados:
101
Pelo pensamento de Cervo; Bervian e Da Silva
A análise e a síntese racionais só podem ser feitas mentalmente. Empregam-
se principalmente na filosofia e na matemática. A análise é uma espécie de
indução: parte-se do particular, do complexo, para o princípio geral e mais
simples. A síntese é uma espécie de dedução; vai do mais simples ao mais
complexo. (2010, p. 35).
Segue um exemplo de citação com três autores não contextualizados:
Ao se fazer análises sobre situações reais, é fundamental que o pesquisador perceba
a diferença entre análise e síntese.
A análise e a síntese racionais só podem ser feitas mentalmente. Empregam-se principalmente na filosofia e na matemática. A análise é uma espécie de indução: parte-se do particular, do complexo, para o princípio geral e mais simples. A síntese é uma espécie de dedução; vai do mais simples ao mais complexo. (CERVO; BERVIAN e DA SILVA, 2010, p. 35).
Quando se tem uma obra escrita por mais de três autores, utiliza-se para a
identificação da citação somente o último sobrenome do primeiro autor que está na
capa do livro e a expressão et al, que significa “e outros autores”.
Segue um exemplo de citação com autores contextualizados. Os autores no
caso são: David Menezes Lobato, Jamil Moysés Filho, Maria Cândida Sotelino Torres
e Murilo Ramos Alambert Rodrigues que, em conjunto, escreveram o livro que tem a
referência bibliográfica a seguir:
LOBATO, David Menezes; MOYSÉS FILHO, Jamil; TORRES, Maria Cândida e RODRIGUES, Murilo Ramos. Estratégia de empresas. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
E a citação com autor contextualizado é a seguinte:
Para Lobato et al (2009, p. 85) “A formação da estratégia é entendida como um
processo reativo: uma resposta aos desafios impostos pelo ambiente de negócios no
qual a organização está inserida. (...).”
102
Segue exemplo de citação desses mesmos autores, porém não
contextualizados:
Estratégias são focos importantes para a ação do gestor. “A formação da
estratégia é entendida como um processo reativo: uma resposta aos desafios
impostos pelo ambiente de negócios no qual a organização está inserida. (...).”
(LOBATO et al, 2009, p. 85).
Para conhecer melhor, consultar a norma:
NBR 10520 – Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. (ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2002).
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Anotações
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AULA 14 – Referências bibliográficas
As referências bibliográficas ou somente referências é item obrigatório nos
escritos acadêmicos. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas chama as
referências bibliográficas de Referência de Documentos.
Recomenda-se que o termo usado para identificar as fontes pesquisadas e citadas ao
longo do trabalho seja REFERÊNCIAS e não REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS,
pois o termo Referências inclui as fontes virtuais e quando é Referências
Bibliográficas está-se fazendo menção somente a obras impressas.
As referências são estritamente a relação de obras que foram citadas ao longo
do texto de um trabalho monográfico. Essa relação de obras ocupa as páginas
sequentes às páginas das Considerações Finais (ou Conclusão) do texto elaborado a
título de Trabalho de Conclusão de Curso.
As referências diferem do termo bibliografia. Enquanto as referências são obras
efetivamente citadas ao longo do texto, a bibliografia são obras lidas ou sugeridas,
mas não citadas ao longo do texto. Isso quer dizer que o pesquisador leu e aplicou
seus conhecimentos, mas não fez citações dessas obras lidas.
Observa-se, no entanto, que um trabalho acadêmico em que o autor, além das
referências (bibliográficas), citar uma relação bibliográfica (Bibliografia), esse autor
enriqueceu seu trabalho e valorizou-o sobremaneira.
As referências podem ser de material impresso como livros, revistas
especializadas, jornais e também de textos de arquivos virtuais. O que sai fora desse
contexto é chamado de fontes que podem ser manuscritos, atas das mais diversas
naturezas, cartas, bilhetes, quadros de pinturas, estátuas, etc.
Elabora-se referências bibliográficas de duas formas:
1) Referências bibliográficas completas – onde são observados todos os dados
referentes à obra como autor ou autores, título e subtítulo (se existir), tradução (se
existir), edição, cidade onde se localiza a editora, ano de publicação, quantidade de
páginas e ISBN (International Standard Book Number) que é um número exclusivo
para cada obra impressa no caso de livros e do ISSN (International Standard Serial
Number) no caso de revistas.
105
Segue exemplo de montagem de referencia bibliográfica completa:
Para o livro que tem os seguintes dados:
- Autor: Michel Foucault
- Título: Vigiar e punir
- Subtítulo: História da violência nas prisões
- Tradutor: Raquel Ramalhete
- Edição: 19ª
- Cidade onde se localiza a editora: Petrópolis
- Nome da editora: Editora Vozes
- Ano de publicação: 1999
- Número do ISBN: 85.326.0508-7
- Número de páginas: 288.
A montagem da referência bibliográfica completa desse livro é a seguinte:
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: História da violência nas prisões. Tradução:
Raquel Ramalhete. 19. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999. ISBN 85.326.0508-7. (288
p.).
A partir dessa referência, percebem-se os seguintes detalhes em sua
montagem:
O último sobrenome do autor vem em primeiro lugar, escrito em caixa alta,
seguido de vírgula e o restante do nome do autor em caixa mista seguido de
ponto;
O título principal é grafado em caixa mista e negrito seguido da pontuação
dada pelo autor e pelo subtítulo em caixa mista sem negrito. Após o subtítulo
coloca-se ponto. A verificação da pontuação dada pelo autor entre título e
subtítulo é feita pela ficha catalográfica do livro;
Depois do título e subtítulo coloca-se o nome do tradutor. Neste caso não se
tem uma regra para a grafia do termo tradutor. Pode ser “Tradutor” seguido por
dois pontos em seguida o nome do tradutor, pode ser “Tradução de” seguido
por dois pontos, pode ser também “Traduzido por” seguido por dois pontos e o
nome do tradutor;
106
Depois de anotado o tradutor coloca-se a edição que se tem em mãos. Neste
caso, grafa-se a edição da seguinte forma: número arábico da edição seguido
de ponto e a abreviatura de edição – ed – seguida de ponto. Atentar que a
abreviatura de edição tem que ser em caixa baixa e que assim que você
termina de escrever a abreviatura ed seguida de ponto e que você der espaço,
essa abreviatura vai para caixa mista, sendo necessário, reverter para caixa
baixa;
Depois da edição coloca-se o nome da cidade onde se localiza a editora
seguida de dois pontos. Observe que não se coloca a sigla do estado onde a
cidade da editora se localiza. A sigla do estado só é colocada quando a cidade
tiver homônima, ou seja: outra cidade com o mesmo nome. Neste caso, coloca-
se a sigla do Estado para diferenciar uma cidade da outra;
Após a cidade, coloca-se o nome da editora (Editora Fulana de Tal) seguida de
vírgula;
Após a vírgula do nome da editora, coloca-se a data de publicação e ponto;
Após a data, coloca-se o ISBN e ponto;
E após o ISBN, entre parênteses o número de páginas seguido pela letra p em
caixa baixa seguida de ponto. Após os parênteses com o número de página,
encerra-se a referência bibliográfica com um ponto final.
Contudo, trabalha-se somente com o necessário na montagem de referências
bibliográficas. Neste caso, os elementos necessários são estes demonstrados abaixo:
- Autor: Michel Foucault
- Título: Vigiar e punir
- Subtítulo: História da violência nas prisões
- Edição: 19ª
- Cidade onde se localiza a editora: Petrópolis
- Nome da editora: Editora Vozes
- Ano de publicação: 1999
E a referência bibliográfica simplificada fica da seguinte maneira:
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: História da violência nas prisões. 19. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
107
A montagem de referenciais bibliográficos tem muitas particularidades que
serão detalhadas uma a uma a seguir.
a) Quando se tem somente um autor, tem-se que recolher os seguintes dados:
- nome do autor
- título e subtítulo
- edição
- cidade onde se localiza a editora
- nome da editora
- ano de publicação
Como exemplo, pode-se aproveitar a referência bibliográfica construída acima:
- autor: Michel Foucault
- Título: Vigiar e punir
- Subtítulo: História da violência nas prisões
- Edição: 19ª
- Cidade onde se localiza a editora: Petrópolis
- Nome da editora: Editora Vozes
- Ano de publicação: 1999
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: História da violência nas prisões. 19. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
b) Quando se tem 2 autores, proceder como no exemplo que segue:
- nome dos autores: Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos
- título e subtítulo: Metodologia científica (neste caso não tem subtítulo).
- edição: 4ª edição
- cidade onde se localiza a editora: São Paulo
- nome da editora: Editora Atlas S. A.
- ano de publicação: 2004
A referência bibliográfica fica da seguinte maneira:
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MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004.
Observe que junto ao nome da editora tem-se a sigla S. A. Neste caso,
observar que existe a pontuação da sigla e que após a pontuação da sigla tem que
grafar a vírgula da regra de montagem de referências.
c) Quando se tem 3 autores, proceder como no exemplo que segue:
- nome dos autores: Amado L. Cervo; Pedro A. Bervian e Roberto Da Silva
- título e subtítulo: Metodologia científica
- edição: 6ª
- cidade onde se localiza a editora: São Paulo
- nome da editora: Editora Pearson
- ano de publicação: 2007
A referência bibliográfica fica da seguinte maneira:
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. e DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Editora Pearson, 2007.
d) Se existirem mais de três (3) autores para uma mesma obra, pode-se referenciá-los
todos ou usar a expressão “et al” (e outros) como nos exemplos que seguem:
LOBATO, David Menezes; MOYSÉS FILHO, Jamil; TORRES, Maria Cândida Sotelino e RODRIGUES, Murilo Ramos Alambert. Estratégia de Empresas. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
OU
LOBATO, David Menezes et al. Estratégia de Empresas. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
Tomar cuidado quando tem um autor organizador ou autor coordenador. Isso
implica na existência de outros autores para capítulos específicos do livro.
Neste caso, tem-se que referenciar o autor do capítulo específico e não se
109
esquecer de colocar na referência o autor coordenador/organizador e o título
geral do livro.
O exemplo que segue ilustra este caso:
A historiadora Circe Bittencourt organizou um livro que tem como título “O
saber histórico na sala de aula”. Este livro está organizado em capítulos sendo que
para cada um deles tem-se um autor diferente. Suponha-se que se está usando como
fonte de consulta um capítulo deste livro que é um texto que tem como título “História
e ensino: o tema do sistema de fábrica visto através de filmes”, cujo autor é o escritor
Carlos Alberto Visentini. Esse texto ocupa as páginas de 163 a 175. A 10ª edição
desse livro foi lançada no ano de 2010 (e é a edição que temos em mãos) pela
Editora Atlas S. A. sendo que esta editora se localiza na cidade de São Paulo.
Antes de fazer a referência seria prudente levantar os dados desse livro
começando pelo artigo que foi usado como fonte de pesquisa.
- Autor – Carlos Alberto Visentini
- Título do artigo utilizado como fonte – História e ensino: o tema do sistema de
fábrica visto através de filmes
- Páginas ocupadas por este artigo no livro – 163 a 175
- Autor organizador – Circe Bittencourt
- Título do livro - O saber histórico na sala de aula
- Edição – 10ª
- Cidade onde se localiza a editora – São Paulo
- Nome da editora – Editora Atlas S. A.
- Ano de publicação da edição que se tem em mãos – 2010
A referência para este caso fica da seguinte forma:
VESENTINI, Carlos Alberto. História e ensino: o tema do sistema de fábrica visto através de filmes in BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. 10. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2010. (p. 163 a 175).
Tem-se que analisar este tipo de referência com mais vagar. Observe os
seguintes passos existentes nesta referência:
a) Em primeiro lugar vem o nome de autor do capítulo que se usou como fonte de
pesquisa e o título e subtítulo do texto;
110
b) Após executada essa parte coloca-se a partícula “in” que significa em “em”, “está
inserido em” e em seguida o nome do organizador/coordenador seguido entre
parênteses da abreviatura destes termos (o que foi definido pela editora e que está na
capa do livro) da seguinte maneira (Org.) ou (Coord.) abreviados e entre parênteses;
c) Depois do nome do organizador ou coordenador, coloca-se o título geral do livro
em negrito (seguido de subtítulo se existir, sem negrito);
d) Após essa etapa, coloca-se a edição, a cidade onde se encontra localizada a
editora, o nome da editora e o ano de publicação do livro;
e) Após essa etapa, coloca-se entre parênteses o espaço das páginas ocupadas por
este texto no geral do livro. Após os parênteses coloca-se ponto final;
Algumas particularidades ocorrem quando da elaboração de referências.
Atente para as seguintes referências já montadas:
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006.
______. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004.
Note que a segunda referência é antecedida por um traço. Este traço é
composto por seis (6) toques na tecla “under line” e ele, nesta posição, significa que o
autor ou os autores dessa referência é ou são os mesmos da referência anterior.
Dessa forma, ao repetir autores em um mesmo conjunto de referências, não se
coloca seus nomes todas as vezes que eles aparecem.
Quando o último sobrenome do autor indicar relação de parentesco deve-se
colocar os dois últimos nomes (o sobrenome e o termo que indica relação de
parentesco) em caixa alta na abertura da referência.
Os termos que indicam relação de parentesco mais comum são: Filho,
Sobrinho, Júnior, Neto, Segundo.
Seque um exemplo dessa modalidade de referência.
FERRAREZI JÚNIOR, Celso. Guia do trabalho científico: do projeto à redação final – monografia, dissertação e tese. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2011.
111
Quando o autor apresentar o último sobrenome composto grafa-se em caixa
alta os dois sobrenomes com traço separando-os. Segue exemplo:
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. O método em ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualificativa. 2. ed. São Paulo: Editora Thonsom, 1999.
Quando se referencia textos de meio virtual são necessários os seguintes
dados:
- Nome do autor (ou autores)
- Título (e subtítulo, se existir)
- Link específico (endereço eletrônico específico do texto)
- Data de postagem
- Data de acesso
Segue exemplo.
OLIVEIRA, Edgar Rodrigues de. A sociabilidade mineira no Médio Rio Grande. <http://www.webartigos.com/artigos/a-sociabilidade-mineira-no-médio-rio-grande/44291/>. Postado em 07/08/2010. Data de acesso 08/07/2012.
Seguem informações importantes a serem observadas quando da elaboração
de referências:
As referências são sempre alinhadas somente pela esquerda e elas são
iniciadas sempre faceando a margem esquerda (sem recuo inicial de
parágrafo);
O espaçamento entre linhas é simples e duplo espaço entre uma referência e
outra;
Adota-se a sequência alfabética para a relação de referências.
Para conhecer mais consultar ABNT – NBR 6023 – Referências bibliográficas. (Arquivo virtual).
Consultar também item 2.6 (A técnica bibliográfica) do livro:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006. (Número de chamada na biblioteca da FESP: 001.89S498m2002)
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AULA 15 – O projeto de pesquisa
Uma das etapas fundamentais de uma pesquisa é a elaboração do projeto de
pesquisa. O projeto de pesquisa tem que ser elaborado assim que o pesquisador
define sobre o conteúdo de sua pesquisa. Desta forma o projeto de pesquisa torna-se
o roteiro formal da pesquisa, o que orienta o pesquisador do início ao fim do trabalho.
Um projeto de pesquisa tem que contemplar as seguintes etapas para sua
elaboração:
1) Definição do assunto de pesquisa
O assunto, normalmente, é um termo único de grande abrangência, o que denota a
necessidade de recorte para transformá-lo em tema de pesquisa.
Exemplos de assunto de pesquisa: Educação, esporte, saúde, agronomia, etc.
2) Definição do tema de pesquisa
O tema de pesquisa é um recorte que se faz no assunto de pesquisa. Usando uma
linguagem de cinema, é o zoom, o foco que o pesquisador dá no assunto,
particularizando uma linha de pesquisa.
Como exemplo de tema de pesquisa, pode-se ter:
a) Para o assunto educação: “A educação de jovens e adultos como solução para o
analfabetismo na periferia da cidade de Passos – M. G.”. Note que a educação de
jovens e adultos é uma pequena parcela da educação como um todo.
b) Para o assunto esporte: “Análise da atuação do Time Corinthians Paulista no
campeonato brasileiro de 2012”.
c) Para o assunto saúde: “Relações existentes entre negros e a doença celíaca”.
d) Para o assunto agronomia: “Técnicas agrícolas adequadas para o aumento de
produtividade da soja na região do Médio Rio Grande”.
3) De posse do assunto e do tema, crie um título provisório para o seu trabalho. É
provisório por que ele pode ser modificado até mesmo minutos antes da impressão
final do trabalho. O título provisório é um parâmetro que norteia a pesquisa. Daí, a
necessidade de se estabelecê-lo antes de desenvolver o texto geral do relatório.
4) Depois de determinado o assunto, o tema e o título provisório da pesquisa, o
pesquisador faz a justificativa para a sua escolha deste assunto-tema.
A justificativa “É uma descrição sucinta da pesquisa, tanto para o autor quanto para a
Ciência e a humanidade em geral. (Aqui é o momento de deixar evidente qual é a
relevância de seu trabalho.)” (FERRAREZI JÚNIOR, 2011, p. 35).
114
Normalmente inicia-se uma justificativa usando os seguintes termos: “Optou-se
pela realização desta pesquisa em função de...” ou “A escolha deste assunto-tema de
pesquisa deu-se em virtude...” e seguem as justificações para a realização deste
trabalho.
5) Após a justificativa, o pesquisador problematiza a pesquisa. A problematização da
pesquisa nada mais é que o levantamento de um problema de pesquisa. Não se pode
esquecer que o problema de pesquisa é sempre uma pergunta, uma
interrogação, uma dúvida que será respondida com o desenrolar da pesquisa.
Como exemplo de problema de pesquisa para o assunto “Educação” e o tema
“A educação de jovens e adultos como solução para o analfabetismo na periferia da
cidade de Passos – M. G.”, pode ser o seguinte: “A periferia da cidade de Passos
M.G. favorece a não alfabetização na idade correta?”.
6) A partir da definição do problema, o pesquisador passa a elaborar hipóteses de
pesquisa. A hipótese é sempre uma afirmação que pode ser verdadeira ou não e
isso vai ser provado com o desenvolvimento da pesquisa.
As hipóteses são respostas que se dá à pergunta do problema. Podem ter
tantas hipóteses quanto se queira. Contudo, quanto mais hipóteses existir, mais
alongado será o relatório final da pesquisa. O ideal para uma pesquisa de graduação
é que tenham no máximo três (3) hipóteses.
Como exemplo de hipótese com base no problema de pesquisa sobre
educação, tem-se: “O baixo nível de escolaridade de pais e responsáveis por jovens
de periferia induzem a baixa frequência destes à escola”.
7) A partir da elaboração das hipóteses, elabora-se os objetivos de pesquisa. É
conveniente lembrar que todos os objetivos iniciam-se com um verbo no infinitivo:
comprovar, levantar, certificar, verificar, etc.
Tem-se dois tipos de objetivos: geral e específicos.
O objetivo geral é um só e ele deve ser elaborado de forma ampla e
deixar claro o que se quer com a pesquisa. Uma boa sugestão de
elaboração de objetivo específico é tomar como base o problema
de pesquisa. Para o problema de pesquisa levantado para o assunto
“Educação” que é “A periferia da cidade de Passos M. G. favorece a não
alfabetização na idade correta?”, pode-se elaborar o seguinte objetivo
115
geral: “Comprovar que o maior índice de jovens e adultos não
escolarizados se concentra na periferia da cidade de Passos – M. G.”.
Os objetivos específicos são o desdobramento do objetivo geral.
Recomenda-se que não passem de três (3) os objetivos específicos,
acompanhando o número de hipóteses. Uma boa sugestão de
elaboração de objetivos específicos é tomar como base as
hipóteses. Cada hipótese pode ser transformada em um objetivo
específico. Para a hipótese levantada acima (O baixo nível de
escolaridade de pais e responsáveis por jovens de periferia induzem a
baixa frequência destes à escola), pode-se elaborar o seguinte objetivo
específico: “Verificar se o baixo nível de escolaridade de pais e
responsáveis por jovens de periferia levam à evasão escolar e como
consequência à não escolarização destes”.
8) De posse de todos esses itens anteriores, o pesquisador elabora o chamado
referencial teórico que é uma apresentação resumida daquilo que ele conhece
sobre o assunto-tema a ser pesquisado. No referencial teórico, o pesquisador inicia
a seleção de referências (obras e autores) sobre aquilo que será pesquisado por ele.
Esse referencial teórico deve ser uma espécie de apresentação daquilo que
será pesquisado. Evidentemente, esse referencial será ampliado ao longo da
pesquisa.
9) Elabore um Sumário Prévio que é também chamado de Plano Prévio de Trabalho.
A base para elaboração do Sumário Prévio de pesquisa pode ser as hipóteses
ou os objetivos de pesquisa, já que eles são a essência da pesquisa.
A estrutura de um sumário é a seguinte:
Introdução (última coisa a ser feita no projeto de pesquisa e no texto do relatório
definitivo).
Capítulo 1. Título
Capítulo 2. Título
Capítulo 3. Título
Considerações Finais
Referências
Os capítulos são chamados tecnicamente de divisão primária do trabalho e
podem ter itens que são chamados de divisão secundária, que por sua vez podem ser
116
divididos em divisões terciárias e assim por diante. Contudo, não se aconselha em
trabalhos de graduação, que o pesquisador vá além das divisões terciárias, pois ele
corre o risco de se perder na colocação das ideias.
Um capítulo com divisão secundária e terciária é assim representado:
Capítulo 1. Título
1.1. Título
1.1.1. Título
E assim por diante.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A aula 16 é o início da disciplina
Metodologia de Pesquisa II, quando o aluno prepara a versão do projeto
de pesquisa que será desenvolvido até o fim do seu curso.
Para maiores esclarecimentos consultar o capítulo 6 do livro de:
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Editora Pearson, 2007. (Número de entra na biblioteca da FESP: 001.8C419m2007)
Consultar também:
COSAC, Cláudia Maria Daher; MAIA, Maria Ambrosina Cardoso. Trabalho de Iniciação Científica – Normas, Estrutura, Estética. 1. ed. Franca: Editora UNESP, 2007. (Número de chamada na biblioteca da FESP: 001.8C834t2007).
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Anotações
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520: Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. 2002. (arquivo virtual) ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023: Informação e documentação – Referências – elaboração. 2002. (arquivo virtual) CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Editora Pearson, 2006. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. e DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Editora Pearson, 2007. COSAC, Cláudia Maria Daher e MAIA, Maria Ambrosina Cardoso. Trabalho de Iniciação Científica. Normas, Estrutura, Estética. 1. ed. Franca: Editora UNESP, 2007. FERRAREZI JÚNIOR, Celso. Guia do trabalho científico – Do projeto à redação final. 1. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2011. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 1991. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Normas de apresentação tabular. <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%/normastabular.pdf>. Postagem 2007. Acesso em 05/07/2012. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos da metodologia científica: Teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 23. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2006. MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa – Planejamento e execução – Amostragens e técnicas de Pesquisa e Elaboração, análise e interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. _____. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica – Guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2006. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2002. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 9. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2007.