APOSTILA DE NOÇÕES

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    1/135

    DIREITO ADMINISTRATIVOContedo:1. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificao,invalidao;2. Contratos Administrativos;3. Licitaes: modalidades (Lei n. 8.666/93 e alteraes);4. Servidor Pblico. Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis (Lei n.8.112/90 e alteraes):4.1 Das Disposies Preliminares (arts. 1 ao 4);4.2 Do Provimento (arts. 5 ao 22 e 24 ao 32);4.3 Da Vacncia (arts. 33 ao 35);4.4 Dos Direitos e Vantagens (arts. 40 ao 115);4.5 Do Regime Disciplinar (arts. 116 ao 142);4.6 Da Seguridade Social do Servidor (arts. 183 ao 231);4.7 Das Disposies Gerais (arts. 236 ao 242).

    5. Processo Administrativo na Administrao Pblica Federal - Lei n. 9.784/99e suas alteraes.ATOS ADMINISTRATIVOSSegundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo toda manifestaounilateral de vontadeda Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediatoadquirir, resguardar,transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aosadministrados ou a siprpria".J. Cretella Junior apresenta uma definio partindo do conceito de ato jurdico.

    Segundo ele,ato administrativo "a manifestao de vontade do Estado, por seusrepresentantes, no exerccioregular de suas funes, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mos,frao de poder reconhecidopelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar,resguardar ou extinguir situaes jurdicas subjetivas, em matriaadministrativa".Para Celso Antonio Bandeira de Mello a "declarao do Estado (ou de quemlhe faa as vezes - como, por exemplo, um concessionrio de servio pblico)no exerccio de prerrogativas

    pblicas, manifestada mediante providncias jurdicas complementares da lei, attulo de lhe darcumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por rgo jurisdicional".Tal conceito abrange os atos gerais e abstratos, como os regulamentos einstrues, e atosconvencionais, como os contratos administrativos.Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo "a declarao doEstado ou dequem o represente, que produz efeitos jurdicos imediatos, com observncia dalei, sob regime jurdico de direito pblico e sujeita a controle pelo PoderJudicirio".A distino deste ltimo conceito dos demais que nele s se incluem os atosque produzem

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    2/135

    efeitos imediatos, excluindo do conceito o regulamento, que, quanto aocontedo, se aproxima mais dalei, afastando, tambm, os atos no produtores de efeitos jurdicos diretos,como os atos materiais e osenunciativos.

    Traos Caractersticos do Ato Administrativo:I - posio de supremacia da Administrao;II - sua finalidade pblica (bem comum);III - vontade unilateral da Administrao.REQUISITOS (ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS) DE VALIDADENa doutrina de Hely Lopes Meirelles, so cinco os requisitos necessrios validade dos atosadministrativos, 3 vinculados (Competncia, Finalidade e Forma) e 2discricionrios (Motivo e Objeto).CompetnciaNada mais do que a delimitao das atribuies cometidas ao agente que

    pratica o ato. Eintransfervel, no se prorroga, podendo, entretanto, ser avocada ou delegada,se existir autorizaolegal.Em relao competncia, aplicam-se, pois, as seguintes regras:I - decorre sempre da lei;II - inderrogvel, seja pela vontade da Administrao, seja por acordo comterceiros;III - pode ser objeto de delegao de avocao, desde que no se trate decompetncia exclusivaconferida por lei. Agente competente diferente de agente capaz, aquelepressupe a existncia deste- todavia, capacidade no quer dizer competncia, j que este "no paraquem quer, mas, sim, paraquem pode".O ato praticado por agente incompetente invlido por lhe faltar um elementobsico de suaperfeio, qual seja o poder jurdico para manifestar a vontade daAdministrao.Finalidade o resultado que a Administrao pretende atingir com a prtica do ato e efeito

    mediato,enquanto o objeto imediato. No se confunde com o motivo porque esteantecede a prtica do ato,enquanto a finalidade sucede a sua prtica,j que algo que a Administraoquer alcanar com suaedio.H duas concepes de finalidade: uma, em sentido amplo, que corresponde consecuo deum resultado de interesse pblico (bem comum) outra, em sentido estrito, oresultado especfico quecada ato deve produzir, conforme definido em lei.

    o legislador que define a finalidade do ato, no existindo liberdade de opopara o

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    3/135

    administrador.Infringida a finalidade do ato ou a finalidade pblica, o ato ser ilegal, pordesvio de poder (ex.:desapropriao para perseguir inimigo poltico).Forma Legal ou Forma Prpria

    No Direito Administrativo, o aspecto formal do ato tem muito mais relevnciaque no DireitoPrivado, j que a observncia forma e ao procedimento constitui garantiajurdica para oadministrador e para a Administrao. pela forma que se torna possvel ocontrole do atoadministrativo.Apenas a ttulo de esclarecimento, advirta-se que, na concepo restrita daforma, considerasecada ato isoladamente e, na concepo ampla, considera-se o ato dentro deum procedimento

    (sucesso de atos administrativos da deciso final).A observncia forma no significa, entretanto, que a Administrao estejasujeita a formasrgidas e sacramentais. O que se exige que a forma seja adotada como regra,para que tudo sejapassvel de verificao. Normalmente, as formas so mais rigorosas quandoesto em jogo direito dosadministrados (ex.: concursos pblicos, licitaes e processos disciplinares).At mesmo o silncio significa forma de manifestao de vontade, quando a leio prev.Forma o elemento exteriorizador do ato administrativo, o modo pelo qual omesmo seapresenta.Motivo ou Causa a situao ftica ou jurdica cuja ocorrncia autoriza ou determina a prticado ato. No deveser confundido com motivao do ato que a exposio dos motivos, isto , ademonstrao de que ospressupostos de fato realmente existiram.Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o administrador fica vinculadoaos motivos

    declinados para a prtica do ato, sujeitando-se demonstrao de suaocorrncia, mesmo que noestivesse obrigado a explicit-los.Quando o motivo no for exigido para a perfeio do ato, fica o agente com afaculdadediscricionria de pratic-lo sem motivao, mas se o tiver, vincula-se aosmotivos expostos passando avaler o ato se todos os motivos alegados forem verdadeiros.Teoria dos Motivos DeterminantesTal teoria relaciona-se com o motivo do ato administrativo.Segundo tal teoria, a validade do ato se vincula aos motivos indicados como

    seu fundamento,de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam em sua nulidade.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    4/135

    Por outras palavras, quando a Administrao motiva o ato, mesmo que a leino exija amotivao, ficar ela vinculada ao motivo declinado e o ato s ser vlido se osmotivos foremverdadeiros.

    Ex.: exonerao ad nutum sob alegao de falta de verba. Se, logo aps aexonerao, nomear-seoutro funcionrio para o mesmo cargo, o ato ser nulo por vcio quanto aomotivo.Objeto ou Contedo o efeito imediato que ato administrativo produz, enuncia, prescreve oudispe.Assim como o ato jurdico, requer objeto lcito, possvel, certo e moral.Visa a criar, a modificar ou a comprovar situaes jurdicas concernentes apessoas, coisas ouatividades sujeitas ao do Poder Pblico. Por ele a Administrao manifesta

    seu poder e suavontade, ou atesta simplesmente situaes preexistentes.ATRIBUTOS (OU CARACTERSTICAS)Os atos administrativos, como manifestao do Poder Pblico, possuematributos que osdiferenciam dos atos privados e lhes conferem caractersticas peculiares.So atributos do ato administrativo: presuno de legitimidade, imperatividadee autoexecutoriedade.Presuno de LegitimidadeEsta caracterstica do ato administrativo decorre do princpio da legalidade queinforma todaatividade da Administrao Pblica.Alm disso, as exigncias de celeridade e segurana das atividadesadministrativas justificam apresuno da legitimidade, com vistas a dar atuao da Administrao todasas con dies de tornaro ato operante e exeqvel, livre de contestaes por parte das pessoas a elessujeitas.A presuno de legitimidade autoriza a imediata execuo ou operatividade doatoadministrativo, cabendo ao interessado, que o impugnar, a prova de tal

    assertiva, no tendo ela,porm, o condo de suspender a eficcia que do ato deriva.Somente atravs do procedimento judicial ou na hiptese de reviso no mbitodaAdministrao, poder o ato administrativo deixar de gerar seus efeitos.Alis, os efeitos decorrentes do ato nascem com a sua formao, ao cabo detodo o iterestabelecido nas normas regulamentares, depois de cumpridas asformalidades intrnsecas eextrnsecas.Ao final do procedimento estabelecido em lei, o ato adquire a eficcia,

    podendo, no entanto,

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    5/135

    no ser ainda exeqvel, em virtude da existncia de condio suspensiva,como a homologao, ovisto, a aprovao.Somente aps cumprida a condio, adquirir o ato a exeqibilidade, tornando-se operante e

    vlido.A eficcia , to-somente, a aptido para atuar, ao passo que a exeqibilidade adisponibilidade do ato para produzir imediatamente os seus efeitos finais.A perfeio do ato se subordina coexistncia da eficcia e exeqibilidade,requisitosobrigatrios.Perfeio = Eficcia + ExeqibilidadeImperatividadeA imperatividade um atributo prprio dos atos administrativos normativos,ordinatrios,

    punitivos que impe a coercibilidade para o seu cumprimento ou execuo.O descumprimento do ato sujeita o particular fora impositiva prpria doPoder Pblico, ouseja, execuo forada pela Administrao ou pelo Judicirio.A imperatividade independe de o seu destinatrio reputar vlido ou invlido oato, posto quesomente aps obter o pronunciamento da Administrao ou do Judicirio quepoder furtar-se obedincia da determinao administrativa.Auto-ExecutoriedadeConsiste na possibilidade de a prpria Administrao executar seus prpriosatos, impondo aosparticulares, de forma coativa, o fiel cumprimento das determinaes nelesconsubstanciadas.Este atributo mais especfico, prprio, se exterioriza com maior freqncianos atosdecorrentes do poder de polcia, em que se determina a interdio deatividades, demolio de prdios,apreenso e destruio de produtos deteriorados.Tais atos, evidentemente, reclamam uma atuao eficaz e pronta daAdministrao, no

    podendo, por isso, a sua execuo ficar merc da manifestao ou daautorizao de outro poder oude outros rgos.A auto-executoriedade, no entanto, sofre limitaes, eis que no se aplica spenalidades denatureza pecuniria, como as multas decorrentes de infraes a obrigaestributrias.Tambm a utilizao deste atributo administrativo fica a depender de a decisoque sepretenda executar ter sido precedida de notificao, acompanhada dorespectivo auto circunstan ciado,

    atravs dos quais se comprove a legalidade de atuao do Poder Pblico.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    6/135

    O administrado, porm, no poder se opor execuo do ato, alegandoviolao de normasou procedimentos indispensveis validade da atuao administrativa.Eventual irresignao deverser endereada ao Poder Judicirio, atravs de procedimentos prprios e,

    obtida a liminar, ficar o atocom sua execuo sobrestada at final julgamento da lide.CIASSIFICAOOs atos administrativos so classificados, quanto aos seus destinatrios, ematos gerais eindividuais; quanto ao seu alcance, em atos internos e externos; quanto ao seuobjeto, em atos deimprio e de gesto e de expediente; quanto ao seu regramento, em atosvinculados e discricionrios.Quanto aos Destinatrios Atos Gerais

    So os que possuem carter geral, abstratos, impessoais, com finalidadenormativaalcanando a todos quantos se encontrem na situao de fato abrangida porseus preceitos.Tais atos se assemelham s leis, revogveis a qualquer tempo, no ensejandoa possibilidadede ser invalidados por mandado de segurana, atravs do Poder Judicirio,salvo se de suas normashouver ato de execuo violador de direito lquido e certo.Os atos gerais se sobrepem aos individuais, ainda que emanados da mesmaautoridade.Os efeitos externos de tais atos s se materializam com a sua publicao norgo dedivulgao da pessoa jurdica que os editou, salvo nas prefeituras que no ospossua, hiptese em quea publicidade ser alcanada com a sua afixao em local acessvel ao pblico. Atos IndividuaisSo os que se dirigem a destinatrios certos e determinados, criando umasituao jurdicaparticular.Tais atos podem alcanar diversas pessoas, sendo que normalmente criam

    direitos subjetivos,circunstncia que impede a administrao de revog-los, conforme resultaextreme de dvida doverbete n 473, da Smula do STF.Entretanto, a Administrao pode anular atos individuais quando verificada aocorrncia deilegalidade na sua formao, uma vez que o ato nulo no gera direitos.Quando de efeitos externos, tais atos entram em vigor a partir de suapublicao, podendo apublicidade limitar-se ao mbito da Administrao, quando se tratar de atos deefeitos internos ou

    restrito a seus destinatrios.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    7/135

    Exemplos de atos individuais: decreto de desapropriao, decreto denomeao.Quanto ao Alcance Atos InternosO ato administrativo interno aquele cuja eficcia se limita e se restringe ao

    recesso dasrepaities administrativas e, por isso mesmo, incide, normalmente, sobrergos e agentes daAdministrao.O ato interno pode ser geral ou especial, normativo, ordinatrio, punitivo e deoutras espcies,conforme as exigncias do servio pblico.Sua publicidade fica restrita repartio, prescindindo, desta forma, depublicao em rgooficial, bastando a cientificao direta dos interessados.Normalmente, no geram direitos subjetivos, por isso que, via de regra, so

    insuscetveis decorreio atravs de mandado de segurana. Atos ExternosSo todos aqueles que atingem administrados, contratantes, e, em casosespeciais, osprprios servidores pblicos.A caracterstica de tais atos que a publicidade se constitui em elementosessenciais eindispensveis sua validade, por isso que s produzem efeitos aps apublicao no rgo oficial.Quanto ao Objeto Atos de ImprioSo aqueles em que a Administrao se vale de sua supremacia para imporaos administradose aos destinatrios, cm geral, o seu cumprimento obrigatrio.Tais atos podem ser gerais ou especiais, internos ou externos, mas sempreunilaterais,expressando a vontade onipotente do Estado e o seu poder de coero.Exemplos de atos de imprio: a desapropriao e a interdio de atividades. Atos de GestoSo os que a Administrao pratica sem valer-se da supremacia do Poder

    Pblico.Tais atos, em regra, so de natureza privada, em que as partes - administraoeadministrados - se posicionam em um mesmo patamar, de forma que inexistesuperioridade entre eles.Exemplo: contrato de locao; aquisio de imvel.Eventual procedimento administrativo que anteceda a prtica do ato no lheretira estacaracterstica, posto que na sua executoriedade a Administrao exteriorizasua vontade obedecendoaos ditames do Direito Privado.

    Atos de Expediente

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    8/135

    So os atos que se destinam a impulsionar os processos administrativos, comvistas decisoda autoridade superior, da qual emana a vontade da Administrao.A prtica de tais atos est deferida a servidores subalternos, sem poderdecisrio, os quais

    apenas fazem tramitar os papis no mbito da repartio, sem seremvinculantes ou possurem formaespecial.Quanto ao Regramento Atos Discricionriose Vinculados (Discricionariedade e Vinculao)No desempenho de suas funes, a Administrao dispe de certos poderesque lheasseguram a supremacia sobre o particular, para que possa perseguir seusfins.O principal postulado de toda atividade administrativa, como veremos maisadiante, o

    princpio da legalidade, que limita os poderes do Estado, de forma a impedir osabusos e arbitrariedades.So os chamados poderes regrados ou vinculados. Atos Vinculados ou RegradosSo aqueles nos quais a Administrao age nos estritos limites da lei,simplesmente porque alei no deixou opes. Ela estabeleceu os requisitos da prtica do ato, sem darao administrador aliberdade de optar por outra forma de agir. Por isto que se diz que, diante dopoder vinculado, surgepara o administrador um direito subjetivo de exigir da autoridade a edio doato.Em outros casos, bastante freqentes, o regrarnento no atinge (nem podeatingir) todas assituaes que a atuao administrativa pretende. Nestes casos, a lei deixacerta margem de liberdadede deciso diante do caso concreto, podendo o administrador optar por vriassolues possveis,perfeitamente vlidas e lcitas. o chamado poder discricionrio.Atos discricionrios so aqueles em que o poder de atuao administrativa,conferido pela lei,

    permite ao administrador optar por uma ou outra soluo, segundo critrios deoportunidade,convenincia, justia e eqidade. Mesmo nestes casos, a atuao doadministrador no livre, porqueele se vincula, obrigatoriamente, competncia, finalidade e forma (elementosvinculados).Da porque discricionariedade no deve ser confundida com arbitrariedade(esta ultrapassa oslimites da lei).Sob o ponto de vista prtico, a discricionariedade justificase, quer para evitar oautomatismo,

    quer para suprir a impossibilidade de o legislador prever todas as situaespossveis que o

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    9/135

    administrador ter de enfrentar. A dinmica do interesse pblico exige amaleabilidade de atuao.A discricionariedade previamente legitimada pelo legislador.Segundo a professora Di Pietro, normalmente, a discricionariedade existe:a) quando a lei expressamente a confere Administrao, como ocorre no

    caso de remoo ex officiodo servidor;b) quando a lei omissa, j que no pode prever todas as situaessupervenientes promulgao,autorizando autoridade agir com certa liberdade;c) quando a lei prev determinada competncia, mas no estabelece a condutaa ser anotada (ex.:poder de polcia).Se a lei nada estabelece a respeito, a Administrao escolhe o momento quelhe parea maisadequado para atingir a consecuo de determinado fim.

    Em relao aos elementos do ato administrativo, advirta-se:- o sujeito sempre vinculado; s pode praticar o ato aquele que tivercompetncia;- no que diz respeito finalidade, tambm prevalece a vinculao e no-discricionariedade. Ressalvaseja feita no caso da finalidade em sentido amplo, correspondente ao interessepblico. Neste caso,pode-se dizer que a finalidade discricionria, pois ela se refere a conceitosvagos e imprecisos. Nosentido estrito, a finalidade sempre vinculada;- no que tange forma, os atos so geralmente vinculados porque a leipreviamente a define.Eventualmente, a lei prev mais de uma forma possvel para praticar o mesmoato;- no motivo e no contedo do ato que localiza, comumente, adiscricionariedade.O motivo ser vinculado quando a lei, ao descrev-lo, usar expressesprecisas, que no domargem a qualquer tipo de interpretao. Ex.: aposentadoria do servidor com35 anos de contribuioou 70 anos de idade.

    Ser discricionrio o motivo quando a lei no o definir, deixando-o a critrio daAdministrao(ex.: exonerao do servidor nomeado para cargo em comisso); ou quando alei define o motivo,porm, com noes vagas, imprecisas, deixando a apreciao a critrio daconvenincia eoportunidade do Administrador (ex.: punio do servidor por falta grave ouprocedimento irregular).O mesmo se diga em relao ao contedo.Costuma-se dizer que o ato vinculado analisado apenas sob o aspecto dalegalidade e que o

    ato discricionrio deve ser analisado sob o aspecto da legalidade e do mritoadministrativo, que diz

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    10/135

    respeito convenincia diante do interesse pblico. Segundo SeabraFagundes, "o mrito se relacionaintrnseco, sua valorizao sob critrios comparativos". Em suma, o aspectorelativo conveninciae oportunidade.

    Quanto Formao Atos SimplesSo aqueles que decorrem da declarao de vontade de um nico rgo, sejaele singular oucolegiado. Ex.: licena de habilitao para dirigir automveis ou a deliberaode um conselho. Atos ComplexosSo os que resultam da manifestao de dois ou mais rgos (independentes),cuja vontade sefunde para formar um ato nico. As vontades so homogneas e se unem paraformar um s ato. Ex.:

    a nomeao de um ministro do STF. Ato CompostoPor seu turno, resulta da manifestao da vontade de dois ou mais rgos,sendo a vontade deum instrumental em relao de outro, que edita o ato principal. Se no atocomplexo, fundem-sevontades num s ato, no ato composto, h dois atos, um principal e outroacessrio.Atos que dependem de autorizao, aprovao, proposta, parecer, laudotcnico,homologao, etc., so, geralmente, compostos. Ex.: uma autorizao quedependa do visto de umaautoridade superior.Quanto ao Contedo Constitutivo o que cria uma situao jurdica individual para seus destinatrios, emrelao Administrao. Ex: nomeao de funcionrio. Ato ExtintivoPe termo a situaes jurdicas individuais. Exs.: cassao de autorizao,encampao de

    servio de utilidade pblica. Ato DeclaratrioVisa a preservar direitos, reconhecer situaes preexistentes, ou mesmopossibilitar seuexerccio. Exs.: expedio de certido, apostila de ttulo de nomeao. Ato Alienativo o que opera a transferncia de bens ou direitos de um titular a outro. Emgeral reclamaautorizao legislativa. Ex.: venda de imvel da Administrao a particular. Ato Modificativo o que tem por fim alterar situaes preexistentes, sem suprimir direitos ou

    obrigaes. Ex.:mudana de horrio, de percurso ou de local de reunio.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    11/135

    Ato Abdicativo aquele cujo titular abre mo de um direito. irretratvel e incondicional. Ex.:a renncia.Quanto Eficcia Ato Vlido

    aquele que provm de autoridade competente para pratic-lo e contm todosos requisitosnecessrios sua eficcia. Ato Nulo o que nasce afetado de vicio insanvel por ausncia ou defeito substancialem seuselementos constitutivos ou no procedimento formativo.A nulidade pode ser explcita - alei comina expressamente, indicando os vciosque lhe doorigem - e virtual, que decorre da infringncia de princpios especficos dedireito pblico, reconhecidos

    por interpretao das normas concernentes ao ato.A nulidade tem efeito ex tunc, ou seja, alcana o ato desde o seu nascimento,ressalvados,entretanto, direitos de terceiros de boa-f.O ato anulvel (aquele com vcio sanvel e que no causou prejuzos aterceiros ou ao errio)admite a convalidao. Ato Inexistente o que possui, apenas, a aparncia de ato administrativo, mas no o .Normalmente praticado com usurpao de funo pblica ou assiste no campo do impossveljurdico, na esfera doscomportamentos que o Direito normalmente inadmite, isto , dos crimes.Ex.: instruo baixada por autoridade policial para que subordinados torturempresos.ESPCIESQuanto espcie, os atos administrativos se dividem em: normativos,ordinatrios, negociais,enunciativos e punitivos.Atos NormativosSo os decretos, regimentos, resolues, deliberaes e regulamentos.

    Contm um comandogeral do Executivo, visando completa aplicao da lei. Seu objeto explicar alei.Decreto: ato administrativo de competncia exclusiva dos Chefes do PoderExecutivo, destinados aprover situaes gerais e individuais, abstratamente previstas de modoexpresso, explcito ou implcitopela Administrao.Decreto regulamentar ou de execuo o que explica a lei, facilitando suaexecuo,aclarando seus mandatos e orientando sua aplicao.

    Regulamento: ato administrativo posto em vigncia por decreto, para explicaros mandamentos da lei.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    12/135

    Regimento: ato administrativo de atuao interna, dado que se destina a regero funcionamento dergos colegiados ou de corporaes legislativas.Resoluo: ato administrativo normativo expedido pelas altas autoridades doExecutivo (no pode ser

    expedida pelo Chefe do Executivo, que s pode expedir decretos) ou pelospresidentes dos Tribunais,rgos legislativos e colegiados administrativos para disciplinar matria de suacompetncia especfica.So inferiores aos regulamentos e regimentos. Existe resoluo individual.Atos OrdinatriosVisam a disciplinar o funcionamento da Administrao e a conduta funcional deseus agentes.Exs.: instrues, circulares, portarias, ordens de servios, oficios, despachos,etc.Atos Negociais

    So aqueles que contm uma manifestao de vontade do Poder Pblicocoincidente com apretenso do particular. Exs.: licenas, autorizaes, aprovaes, admisses,homologaes, vistos,etc.Atos EnunciativosSo aqueles atos em que a Administrao se limita a certificar ou atestar umfato ou emitiropinio sobre determinado assunto.Exs.: certides, atestados e pareceres.Atos PunitivosContm uma sano imposta pela Administrao queles agentes queinfringem disposiesdisciplinares dos servios pblicos.Exs.: multas, interdies, embargos de obras, interdies de atividades,suspenso, etc.INVALIDAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (OU MODOS DEDESFAZIMENTO)RevogaoSegundo Di Pietro, " o ato administrativo pelo qual a Administrao extingueum ato vlido,

    por razes de oportunidade e convenincia".A revogao no retroage, j que o ato foi editado em conformidade com a lei,seus efeitos seproduzem a partir da prpria revogao - so ex nunc. Isso significa que arevogao respeita osefeitos j produzidos pelo ato, porque o ato vlido. Enquanto a anulao podeser feita pelo Judicirioou pela prpria Administrao, a revogao privativa da Administrao, nosendo lcito ao ,Judicirioconhecer da oportunidade e convenincia. Isso no significa que a revogaodeva ser feita fora dos

    limites da lei.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    13/135

    - No podem ser revogados os atos vinculados, porque nesses casos no hoportunidade econvenincia a apreciar.- No podem ser revogados os atos que exauriram seus efeitos. Ex.: se aAdministrao concedeu

    afastamento, por dois meses, funcionria, a revogao ser impossvel.- A revogao no pode atingir meros atos administrativos, como certides,atestados, votos, cujosefeitos decorrem da lei.- Tambm no podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos,conforme est expresso naSmula n 473, do STF.- Tambm no so passveis de revogao atos que integram umprocedimento, pois, a cada novo atoocorre a precluso com relao ao anterior.Anulao

    o "desfazimento do ato administrativo por razes de ilegalidade" (Di Pietro).Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulaoproduz efeitosretroativos data em que foi emitido (efeito ex nunc).Pode a anulao ser feita pela prpria Administrao Pblica, com base no seupoder deautotutela sobre os prprios atos. Nesse sentido, vejam as seguintes Smulasdo STF:"346. A Administrao Pblica pode declarar a nulidade de seus prprios atos.""473. A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados devcios que os tornem ilegais,porque deles no se originam direitos, ou revog-las, por motivo deconvenincia ou oportunidade,respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, aapreciao judicial."Tambm o Judicirio pode anular o ato, mediante provocao do interessado,que podeutilizar-se quer de aes ordinrias, quer de remdios constitucionais decontrole judicial daAdministrao Pblica (mandado de segurana, haheas (data, mandado deinjuno, ao popular).

    A anulao, feita pela prpria Administrao, indcpende da provocao dointeressado, j queela tem o poder-dever de iclar pela inobservncia do princpio da legalidade.Discute-se, na doutrina, se a Administrao est obrigada a anular o ato ouapenas a faculdadede faz-lo.A Administrao tem, em regra, o dever de anular os atos ilegais, mas podedeixar de faz-lo,em determinadas circunstncias, quando o prejuizo resultante da anulaopuder ser maior do que odecorrente da manuteno do ato ilegal. O interesse pblico que nortear a

    deciso.Convalidao

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    14/135

    A convalidao - ou aperfeioamento ou sanatria - o processo de que sevale aAdministrao para aproveitar atos administrativos com vcios superveis, deforma a confirm-los notodo ou em parte. admissvel o instituto da convalidao dos atos

    administrativos anulveis, aquelesque apresentam defeitos sanveis e no qual se evidencie e no acarreta emleso ao interesse pbliconem prejuzos a terceiros.*O instituto da convalidao tem a mesma premissa pela qual se demarca adiferena entrevcios sanveis e insanveis, existente no direito privado. A grande vantagemem sua aceitao noDireito Administrativo a de poder aproveitar-se atos administrativos quetenham vcios sanveis, oque freqentemente produz efeitos prticos no exerccio da funo

    administrativa. Por essa razo, oato que convalida tem efeitos ex tunc, uma vez que retroage, em seus efeitos,ao momento em que foipraticado o ato originrio.No se convalidam atos:1 - nulos, aqueles com vcios insanveis;2 - que causaram prejuzos ao errio ou a terceiros;3 - com vcios de finalidade;4 - com vcios de matria (competncia exclusiva).A convalidao ser feita pela prpria Administrao. Requer motivao eproduz efeitos exnunc.QUESTES - ATOS ADMINISTRATIVOS01. (Juiz de Direito DF/1998) So requisitos de validade do ato administrativo:a) forma, competncia, finalidade, oportunidade e objeto;b) imperatividade, competncia, legitimidade, motivo e objeto;c) competncia, convenincia, finalidade, motivo e objeto;d) forma, competncia, finalidade, motivo e objeto.02. (AFTN/98)Entre os elementos sempre essenciais validade dos atosadministrativos no se inclui oda

    a) condio resolutivab) motivaoc) finalidaded) forma prpriae) autoridade competente03. (AFC/92)Com relao ao ato administrativo, eivado de vcio insanvel que otorne ilegal, assinale aafirmativa corretaa) Pode ser anulado pela prpria Administraob) S pode ser anulado pelo Poder Judicirio.c) S gera os direitos para os quais foi produzido

    d) Corretas as opes das letras a e b suprae) Corretas as opes das letras a, e b e c supra

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    15/135

    04. (AFTN/98) O ato jurdico perfeito e acabado, para o qual concorreram oselementos essenciais devalidade,a) pode ser anulado por interesse pblicob) pode ser anulado por convenincia administrativa

    c) no pode ser revogado por interesse pblicod) no pode ser revogado por convenincia administrativae) pode ser revogado por convenincia administrativa05. (INSS/93) A Administrao pode anular os seus prprios atos, eivados devcios insanveis que ostornem ilegais, ou tambm revog-los por motivo de interesse pblicosuperveniente, mas sempre comefeito ex nunc (adaptada).a) Correta e assertiva.b) Incorreta a assertiva, porque a Administrao no pode anular os seus atos,mesmo sendo ilegais.

    c) Incorreta, porque a Administrao pode anular seus atos, por motivo deinteresse pblico, comefeito ex nunc (doravante).d) Incorreta, porque tanto a anulao como a revogao operam efeitos ex tunc(retroativamente).e) Incorreta, porque a anulao opera ex tunc e a revogao ex nunc06. (AGU/96) O ato administrativo, com vcio de ilegalidade insanvel.a) no goza da prerrogativa de auto-executoriedadeb) s pode ser anulado judicialmentec) deve ser revogadod) considerado inexistentee) pode ser anulado, pela prpria Administrao07. (Analista Judicirio/TRF/RS - 2000- FCC) Ato administrativo discricionriopelo qual aAdministrao extingue um ato vlido, por razes de oportunidade econvenincia; e atoadministrativo pelo qual suprido o vcio existente em um ato legal, com efeitosretroativos dataem que este foi praticado. Tais situaes referem-se respectivamente :a) anulao e ao saneamento.b) Ao saneamento e anulao.

    c) confirmao e revogao.d) convalidao e revogao.e) revogao e convalidao.08. (TTN/97) Assinale o elemento considerado discricionrio, no atoadministrativo de exonerao deservidor ocupante de cargo comissionado.a) formab) finalidadec) legalidaded) sujeitoe) motivo

    09. (Juiz de Direito DF/1999) O ato de exonerao de servidor ocupante decargo em comisso

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    16/135

    a) discricionrio quanto competncia;b) discricionrio quanto forma;c) discricionrio quanto ao motivo;d) totalmente vinculado.GABARITO

    01 - D02 - A03 - A04 - E05 - E06 - E07 - E08 - E09 - CCONTRATOS ADMINISTRATIVOSCONCEITO

    Contrato todo o acordo de vontade firmado livremente entre as partes, paracriar direitos eobrigaes recprocas. Todo contrato negcio jurdico bilateral e comutativo[comutativo = quando realizado entre pessoas que se obrigam a prestaes mtuas e encargos evantagens equivalentes],requerendo objeto lcito e forma prescrita e no defesa em lei.No conceito clssico, Contrato Administrativo o ajuste que a AdministraoPblica, agindonessa qualidade, firma com particular ou outra entidade administrativa, paraconsecuo de objetivosde interesse pblico, nas condies estabelecidas pela prpria Administrao(direta ou indireta).Contrato, para efeitos da Lei n. 8.666/93 que regula as licitaes e oscontratosadministrativos, todo e qualquer ajuste todo e qualquer ajuste entre rgos ouentidades daAdministrao Pblica e Particulares, em que haja um acordo de vontade paraa formao de vnculo ea estipulao de obrigaes recprocas, seja qual for a denominao utilizada.Os contratos so

    constitudos da parte Contratante que, como apresentado acima nasDefinies constitui o rgo ouentidade signatria do contrato, e da parte ou partes Contratada(s) que so aspessoas fsica e/oujurdica que se obriga com a Administrao contratante.PECULIARIDADES, INTERPRETAO E CARACTERSTICASO contrato administrativo sempre consensual e, em regra, formal, oneroso,comutativo erealizado intuitu personae [Com intuito na pessoa; em funo da pessoa,personalssimo]. consensual porque consubstancia um acordo de vontades e no um ato

    unilateral eimpositivo da Administrao;

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    17/135

    formal porque se expressa por escrito e com requisitos especiais; oneroso porque remunerado na forma convencionada; comutativo porque estabelece compensaes recprocas e equivalentes paraas partes; intuitu personae porque deve ser executado pelo prprio contratado

    [particular que contratacom o Poder Pblico] vedadas, em princpio, a sua substituio por outrem oua transferncia doajuste.Alm dessas caractersticas substanciais, o contrato administrativo possui umaoutra que lhe prpria, embora externa, qual seja a exigncia de prvia licitao, sdispensvel nos casos previstosem lei, como a seguir veremos.Entre suas carac ters ticas, os contratos administrativos, alm dascaractersticas essenciais,

    tm peculiaridades que os contratos comuns no ostentam. Constituem elas,genericamente, aschamadas clusulas exorbitantes, explcitas ou implcitas em todo o contratoadministrativo.Clus ul as exor bi tant es so aquelas que excedem do direito comum paraconsignar umavantagem ou uma restrio Administrao ou ao contratado. Tal clusula noseria lcita numcontrato privado porque desigualaria as partes na execuo do avenado,porm, absolutamentevlida no contrato administrativo, desde que decorrente de lei ou dos princpiosque regem a atividadeadministrativa. As clusulas exorbitantes podem consignar as mais diversasprerrogativas no interessedo servio pblico, entre as quais a ocupao do domnio pblico, o poderexprobatrio e a atribuiode arrecadar tributos, concedidos ao particular contratante para a cabalexecuo do contrato.As principais clusulas exorbitantes podem ser assim enumeradas:a) Possibilidade de Alterao e Resciso Unilateral do Contrato = que inerente Administrao e

    podem ser feitas ainda que no previstas em lei ou consignadas em clusulacontratual. Significa dizerque nenhum particular que contratar com a Administrao adquire o direito imutabilidade do contratoou sua integral execuo e nem mesmo s suas vantagens, pois istoimplicaria em subordinar ointeresse pblico ao interesse privado do contratado.b) Reequilbrio Econmico e Financeiro = a equao econmica ou financeirado contratoadministrativo a relao estabelecida entre as partes entre os encargos docontratado e a retribuio

    da Administrao para a justa remunerao do objeto do ajuste. Tal relaoencargo-remunerao

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    18/135

    deve ser mantida at o fim do contrato para que o contratado no venha asofrer indevida reduo noslucros normais do empreendimento.c) Correo Monetria e Reajuste dos Preos e Tarifas = a medidaconvencionada entre as partes

    contratantes para evitar que, em razo das elevaes do mercado ou dadesvalorizao da moeda, oumesmo aumento geral de salrios no perodo da execuo do contrato, venhaa romper-se o equilbriofinanceiro do ajuste. Assim pode a Administrao majorar o preo.d) Inoponibilidade da Exceo de Contrato no Cumprido = trata-se doprincpio jurdico-contratualdenominado EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS (exceo docontrato no cumprido)estando incluso no elemento peculiar dos contratos administrativos e normalmente invocada nos

    ajustes de direito privado, no se aplica, em princpio, ao contratosadministrativos, quando a falta daAdministrao. Esta, no entanto, pode argir exceo em seu favor, diante dainadimplncia doparticular contratante. A doutrina, porm, vem atenuando o rigor dainoponibilidade contra aAdministrao, especialmente nos casos de inadimplncia do Poder Pblicoquando cria um encargoinsuportvel e extraordinrio para o contratante.e) Controle do Contrato = um dos poderes inerentes da Administrao e porisso implcito nocontrato, dispensando clusula expressa. Consiste no poder que tem aAdministrao em controlaruma obra pblica ou servio contratado, supervisionando-os, acompanhando-os ou fiscalizando-os, afim de adequ-los s suas exigncias.f) Aplicao de Penalidades Contratuais = outra de suas prerrogativas e queresulta do controle docontrato, aplicando-se sempre que, verificada a infrao por parte docontratante, a Administrao pelopoder da auto-executoriedade, pode exercer. Vo desde as advertncias e

    multas at a rescisounilateral do contrato, suspenso provisria ou declarao de inidoneidadepara licitar ou contratar coma Administrao.FORMALIZAO, EXECUO E INEXECUOOs contratos administrativos de que tratam a Lei n. 8.666/93 regulam-sepelas suasclusulas e ainda pelos preceitos do direito pblico, aplicando-se-lhes,supletivamente, os princpios dateoria geral dos contratos e das disposies de direito privado. Os contratosdevem estabelecer com

    clareza e preciso as condies para sua execuo, expressas em clusulasque definem os direitos,

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    19/135

    obrigaes e responsabilidades das partes, em conformidade com os termosda licitao e da propostaa que se vinculam.So clusulas necessrias em todo contrato as que estabeleam:1 - o objeto e seus elementos caractersticos;

    2 - o regime de execuo ou a forma de fornecimento;3 - o preo e as condies de pagamento, os critrios, data-base, eperiodicidade do reajustamentode preos, os critrios de atualizao monetria entre a data doadimplemento das obrigaes e ado efetivo pagamento;4 - os prazos de incio de etapas de execuo, de concluso, de entrega, deobservao e derecebimento definitivo, conforme o caso;5 - o crdito pelo qual correr a despesa, com a indicao da classificaofuncional programtica e da

    categoria econmica;6 - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execuo, quandoexigidas;7 - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabveis e osvalores das multas;8 - os casos de resciso;9. - o reconhecimento dos direitos da Administrao, em caso de rescisoadministrativa, provocadapor inexecuo total ou parcial do contrato;10 - as condies de importao, a data e a taxa de cmbio para converso,quando for o caso;11 - a vinculao ao edital de licitao ou ao termo que a dispensou ou ainexigiu, ao convite e proposta do licitante vencedor;12 - a legislao aplicvel execuo do contrato e especialmente aos casosomissos;13 - a obrigao do contratado de manter, durante toda a execuo docontrato, em compatibilidadecom as obrigaes por ele assumidas, todas as condies de habilitao equalificao exigidas nalicitao.

    A inex ec uo total ou parcial do contrato enseja a sua resciso, com asconseqnciascontratuais previstas na lei e nos regulamentos pertinentes, como dispe o art.77, da Lei n. 8.666/93.A inexecuo, tambm chamada inadimplncia do contrato odescumprimento de suasclusulas, no todo ou em parte, que pode ocorrer por ao ou omisso, culposaou no, de qualquerdas partes, caracterizando o retardamento (mora) ou o descumprimento totaldo ajustado.Sempre que sobrevm eventos extraordinrios, imprevistos e imprevisveis,

    onerosos,

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    20/135

    retardadores ou impeditivos da execuo do contrato, a parte atingida ficaliberada dos encargosoriginrios e o ajuste h que ser revisto ou rescindido, pela aplicao da teoriada impreviso, provindada clusula rebus sic stantibus, nos seus desdobramentos de fora maior, caso

    fortuito, fato doprncipe, etc.H que se considerar, portanto, a teor ia da impr eviso que consiste noreconhecimento deque eventos novos, imprevistos e imprevisveis pelas partes e a elas noimputveis, refletindo sobre aeconomia ou a execuo do contrato, autorizam sua reviso, para ajust-lo scircunstnciassupervenientes. Esta a aplicao da velha clusula rebus sic stantibus 5aos contratosadministrativos, como ocorre nos ajustes privados.

    A teoria da impreviso pode ser apresentada segundo os seguintesdesdobramentos:a) Caso Fortuito e Fora Maior = so eventos que, por sua imprevisibilidade einevitabilidade, criampara o contratado impossibilidade intransponvel de execuo normal docontrato. Caso fortuito oevento da natureza (tempestade, inundao, etc.) que, por suaimprevisibilidade e inevitabilidade, criapara o contratado impossibilidade de regular execuo do contrato. Foramaior o evento humano(uma greve que paralise os transportes ou a fabricao de certo produtoindispensvel, etc.) queimpossibilita o contratado da regular execuo do contrato.b) Fato do Prncipe = toda a determinao estatal, positiva ou negativa,geral, imprevista ouimprevisvel que onera substancialmente a execuo do contrato e, uma vezintolervel e impeditiva,obriga o Poder Pblico contratante a compensar integralmente os prejuzossuportados pela outraparte. Caracteriza-se por um ato geral do Poder Pblico, como a proibio deimportar determinado

    produto, etc., e o fundamento da teoria do fato do prncipe o mesmo quejustifica a indenizao doexpropriado por utilidade pblica.c) Fato da Administrao = toda ao ou omisso do Poder Pblico queincidindo direta eespecificamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execuo. Equipara-se a fora maior eocorre, p.ex., quando a Administrao deixa de entregar o local da obra ouservio, ou no providenciaas desapropriaes necessrias, atrasa pagamentos, etc.Como conseqncia da inexecuo tem-se a res c iso do contrato e pode

    acarretar para o

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    21/135

    inadimplente, conseqncia de ordem civil e administrativa, como aresponsabilidade civil que aobrigao de reparar o dano patrimonial.Segundo o art. 78, da Lei 8.666/93, constituem motivos para a resciso docontrato, os

    seguintes:a) o no cumprimento de clusulas contratuais, especificaes, projetos ouprazos;b) o cumprimento irregular de clusulas contratuais, especificaes, projetos ouprazos;c) a lentido do seu cumprimento, levando a Administrao a comprovar aimpossibilidade daconcluso da obra, do servio ou do fornecimento, nos prazos estipulados;d) o atraso injustificado do incio da obra, servio ou fornecimento;e) a paralisao da obra, do servio ou do fornecimento, sem justa causa eprvia comunicao

    Administrao;f) a subcontratao total ou parcial do seu objeto, a associao do contratantecom outrem, a cessoou transferncia, total ou parcial, bem como fuso, ciso ou incorporao, noadmitidas no edital e nocontrato;g) o desatendimento das determinaes regulares da autoridade designadapara acompanhar efiscalizar sua execuo e a de seus superiores;h) cometimento reiterado de faltas na sua execuo anotadas;i) decretao de falncia ou declarao de insolvncia civil;j) dissoluo da sociedade ou o falecimento do contratado;l) alterao social; modificao da finalidade ou estrutura da empresa queprejudique o contrato; eoutras razes de interesse pblico de alta relevncia e conhecimento.Os casos de resciso contratualque pode se dar por ato unilateral e escritodaAdministrao, amigvel, i. , por acordo entre as partes, ou judicialmentesero formalmentemotivados nos autos do processo, assegurado o contraditrio e a ampladefesa.

    REVISO DOS CONTRATOSA reviso do contrato e de seus preos, pela aplicao da teoria daimpreviso, pode serdeterminada por norma legal para todos os contratos de uma certa poca epara certosempreendimentos, como pode ser concedida pelo Judicirio ou pela prpriaAdministrao em cadacaso especfico submetido sua apreciao e no se confunde comreajustamento contratual depreos.A Reviso do Contrato a modificao das condies de sua execuo e

    pode ocorrer por

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    22/135

    interesse da prpria Administrao ou pela supervenincia de fatos novos quetorne inexeqvel oajuste inicial. Ex.: exigncia de novos processos tcnicos; aumentos deencargos ajustados, etc.Trata-se de casos de Alteraes Contratuais, previstas no art. 65 da Lei 8.666,

    segundo o qualos contratos podem ser alterados, com as devidas justificativas, unilateralmentepela Administrao,nos casos em que houver modificao do projeto ou das especificaes, paramelhor adequaotcnica aos seus objetivos; ou quando necessria a modificao do valorcontratual em decorrncia deacrscimo ou diminuio quantitativa do seu objeto; ou ento, por acordo daspartes, quandoconveniente a substituio da garantia de execuo; ou quando necessria amodificao do regime de

    execuo da obra ou servio, ou fornecimento, por mudana tcnica; ouquando necessria amodificao da forma de pagamento, por imposio de circunstnciassupervenientes, mantido o valorinicial atualizado.Caso haja alterao unilateral do contrato que aumente os encargos docontratado, aAdministrao dever restabelecer o equilbrio econmico-financeiro inicial,atravs de aditamento [cfe. 6 do art. 65].ESPCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:CONTRATO DE OBRA PBLICA todo o ajuste administrativo que tem por objeto uma construo, uma reformaou ampliaode imvel destinado ao pblico ou ao servio pblico. Em sentido administrativo toda a realizaomaterial a cargo da Administrao ou de seus delegados.A obra pblica pode ser classificada em quatro (4) modalidades deempreendimento: 1-equipamento urbano (ruas, praas, estdios, monumentos, calamentos,canalizaes, redes de

    energia e comunicao, viadutos, tneis, etc); 2- equipamento administrativo(instalaes eaparelhamento para o servio administrativo em geral); 3- empreendimentos deutilidade pblica(ferrovias, rodovias, pontes aeroportos, canais, obras de saneamento,represas, usinas, etc); 4-edifcios pblicos (sedes de governo., reparties pblicas, escolas, hospitais,presdios, etc).CONTRATO DE SERVIO todo o ajuste administrativo que tem por objeto uma atividade prestada Administrao para

    atendimento de suas necessidades ou de seus administrados. Distingue-se daobra, pela

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    23/135

    predominncia da atividade sobre o material empregado, quer dizer, aatividade operativa que definee diversifica o servio. So eles: demolio, conserto, fabricao, operao,conservao, manuteno,trabalhos tcnico-profissionais, etc.

    CONTRATO DE FORNECIMENTO o ajuste administrativo pelo qual a Administrao adquire coisas mveis(materiais, produtosindustrializados, gneros alimentcios, etc.) necessrias realizao de suasobras ou manutenode seus servios. Podem-se dividir em contrato de fornecimento integral, oufornecimento parcelado,ou fornecimento contnuo, configurando o primeiro o verdadeiro contrato decompra e venda do DireitoCivil ou Comercial.CONTRATO DE TRABALHOS ARTSTICOS

    So aqueles que visam realizao de obras de arte, em qualquer doscampos daschamadas belas-artes ou artes-maiores, caracterizando-se por serviosprofissionais especializadosde pintura, escultura, ajardinamento, etc.CONTRATO DE CONCESSO o que a Administrao delega ao particular para a execuo remunerada deservio ou deobra pblica ou lhe cede o uso de um bem pblico, para que o explore por suaconta e risco, pelo prazoe condies preestabelecidas contratualmente.CONTRATO DE GERENCIAMENTO aquele em que o Governo atribui ao gerenciador a conduo de umempreendimento,reservando para si a competncia decisria final e responsabilizando-se pelosencargos financeiros daexecuo das obras e servios projetados, com os respectivos equipamentospara sua implantao eoperao.Com relao aos servios de Engenharia, o gerenciamento encontra respaldojurdico na Lei

    5.194/66 que teve seu art. 83 revogado pela nova Lei 8.666/93.LICITAESQuaisquer que sejam as obras, servios, inclusive de publicidade, compras,alienaes,concesses, permisses e locaes da Administrao Pblica, quandocontratadas com terceiros,sero necessariamente precedidas de licitao, salvo os casos previstos na leique a regulamenta.Portanto, todo contrato administrativo exige licitao prvia, a qual s dispensvel, inexigvel ouproibida nos casos expressamente previstos na referida lei regulamentadora.

    A Lei que regulamenta ou estabelece normas gerais sobre li c it aes econt ratos adminis t rativos

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    24/135

    pertinentes a obras, servios (inclusive de publicidade), compras, alienaes elocaes no mbito dosPoderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, a LEIN. 8.666, de 22 dejunho de 1993 (publicada no Dirio Oficial da Unio - DOU, em 22/06/93), e

    alterada pela Lei n.8.883, de 08 de junho de 1994, a qual, em seu art. 3., determinou arepublicao daquela no DOUem 30 dias. Assim, a Lei n. 8.666/93 foi republicada no DOU em 07 de julhode 1994, j com todas asalteraes previstas na Lei 8.883/94, o que torna esta Apost i la perfeitamenteatualizada no querespeita s Licitaes!CONCEITOLicitao o procedimento administrativo mediante o qual a AdministraoPblica seleciona a

    proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, mediante umasucesso ordenada de atosvinculantes, tanto para a Administrao como para os licitantes,proporcionando igual oportunidade atodos os interessados e atuando assim, como fator de eficincia e moralidadenos negciosadministrativos.A l ic i tao, segundo o art. 3. da Lei n. 8.666/93, destina-se a garantir aobservncia do princpioconstitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para aAdministrao, devendo serprocessada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos dalegalidade, daimpessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidadeadministrativa, davinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhesso correlatos.Desta forma, vedado aos agentes pblicos admitir, prever, incluir ou tolerar,nos atos deconvocao, clusulas ou condies que compromentam, restrinjam oufrustrem o seu carter

    competitivo e estabeleam preferncias ou distines em razo danaturalidade, da sede ou domicliodos licitantes ou de qualquer outra circunstncia impertinente ou irrelevantepara o especfico objeto docontrato; da mesma forma em que lhe proibido estabelecer tratamentodiferenciado de naturezacomercial, legal, trabalhista, previdenciria ou qualquer outra, entre empresasbrasileiras ouestrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local depagamentos, mesmo quandoenvolvidos financiamentos de agncias internacionais.

    Mas, em igualdade de condies ser assegurada preferncia, como critrio dedesempate,

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    25/135

    sucessivamente, aos bens e servios produzidos ou prestados por empresasbrasileiras de capitalnacional; produzidos no Pas, ou produzidos ou prestados por empresasbrasileiras (mesmo comcapital misto, no nacional).

    FINALIDADESA finalidade da licitao a de garantir e observar o princpio constitucionalda isonomia,selecionando as propostas mais vantajosas para a Administrao Pblicaquando precisa contratarcom terceiros particulares, obras, servios, inclusive os de publicidade,compras, alienaes,concesses, permisses e locaes, segundo os princpios bsicos deimpessoalidade, legalidade,moralidade, igualdade e probidade administrativa.PRINCPIOS

    Os princpios que regem a licitao, qualquer que seja a sua modalidade, so:a) Procedimento Formal = que impe a vinculao da licitao s prescrieslegais que regem emtodos os seus atos e fases. Tais prescries decorrem da lei e do regulamentoou do prprio edital ouconvite que complementa as normas superiores.b) Publicidade de seus Atos = A licitao no sigilosa, sendo pblicos eacessveis os atos de seuprocedimento. Da este princpio que abrange desde os avisos de sua aberturaat o conhecimento doedital e seus anexos, o exame da documentao e das propostas pelosinteressados, e o fornecimentode certides de quaisquer peas, pareceres ou decises com elasrelacionadas. Por isto impe-se aabertura dos envelopes em pblico e a publicao oficial das decises dosrgos julgadores e dorespectivo contrato, ainda que resumidamente.c) Igualdade entre Licitantes = o princpio impeditivo da discriminao entreos participantes nocertame, quer atravs de clusulas que, no edital ou convite, favorea uns emdetrimento de outros,

    quer mediante julgamento faccioso, que desiguale os iguais ou iguale osdesiguais.d) Sigilo na Apresentao das Propostas = Como se disse, a licitao no sigilosa mas, na anlisedas propostas apresentadas h que se observar o devido sigilo entre osproponentes, guardandoconsonncia da igualdade entre os licitantes, pois ficaria em posio vantajosao proponente quetomasse conhecimento das propostas de seus concorrentes.e) Vinculao ao Edital = o princpio bsico de toda a licitao. O edital a leiinterna da licitao,

    segundo a qual a Administrao estabelece as regras, a forma e o modo departicipao dos licitantes,

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    26/135

    vinculando os mesmos aos seus termos.A Licitao prev ainda outros princpios, como ojulgamento objetivo, baseadono edital e nostermos especficos das propostas; naprobidade administrativa, a qual deverde todo o administrador

    pblico; e o princpio da adjudicao compulsria ao vencedor, que impede quea Administrao, aoconcluir o processo licitatrio, atribua seja objeto a outrem que no o legtimovencedor.MODALIDADES DE LICITAOA licitao pode ser processada de diversas maneiras. As modalidades delicitao estodispostas no artigo 22 da Lei n. 8.666/93, que prescreve cinco modalidades delicitao:ConcorrnciaTomada de preos

    ConviteConcursoLeiloH uma modalidade de licitao que no consta no artigo citado acima,instituda inicialmentepor Medida Provisria, ora transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de2002: a licitao porPrego. Assim, hoje subsistem seis modalidades, j que o PREGO passoudefinitivamente a integraro rol de modalidades.ConcorrnciaA concorrncia est prevista no artigo 22, 1., da Lei n. 8.666/93 e pode serdefinida comomodalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial dehabilitao preliminar,comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no editalpara execuo de seuobjeto.A concorrncia pblica a modalidade de licitao utilizada, via de regra, paramaiorescontrataes, aberta a quaisquer interessados que preencham os requisitos

    estabelecidos no edital. a modalidade mais completa de licitao. Destinada a contratos de grandeexpressoeconmica, possui um procedimento complexo e exige o preenchimento devrios requisitos e aapresentao detalhada de documentos.A Lei prev, no artigo 23, a tabela de valores para cada modalidade delicitao. Aconcorrncia a modalidade obrigatria para os valores determinados nosincisos deste artigo.Temos, ainda, casos em que a lei manda que seja adotada a modalidade

    concorrncia,independentemente de valores, a saber:

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    27/135

    nos casos de alienao (ver excees que constam no tpico 3.5. destemdulo);licitaes internacionais;licitaes de concesses e permisses de servios pblicos.A concorrncia possui uma publicidade aberta a toda a coletividade.

    A Administrao Pblica deve contratar com pessoas idneas. Assim, emboraa convocao sevolte a toda coletividade, o edital estabelecer certos requisitos tcnicos,econmicos, fiscais ejurdicos.Tomada de PreosPrevista no artigo 22, 2., da Lei n. 8.666/93, pode ser definida comomodalidade de licitaoentre interessados previamente cadastrados no ramo do objeto licitado ou entrepessoas quepreviamente, no prazo legal, atenderem a todas as condies exigidas para

    cadastramento (at oterceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada anecessria qualificao). uma modalidade mais simplificada, mais clere que a concorrncia e, poresse motivo, noest voltada a contratos de grande valor econmico, e sim aos de vulto mdio.A tomada de preos, portanto, destina-se a dois grupos de pessoaspreviamente definidos:Cadastrados: para que a empresa tenha seu cadastro, dever demonstrarsua idoneidade.Uma vez cadastrada, a empresa estar autorizada a participar de todas astomadas depreo.No cadastrados: se no prazo legaltrs dias antes da apresentao daspropostasdemonstrarem atender aos requisitos exigidos para o cadastramento, poderoparticiparda tomada de preo.Na tomada de preo, os licitantes tm seus documentos analisados antes daabertura dalicitao e, por este motivo, uma modalidade de licitao mais clere,

    podendo a Administraoconceder um prazo menor para o licitante apresentar sua proposta.O cadastramento tem prazo de validade de 1 (um) ano. Ao final de um ano osinteressadosdevero cadastrar-se novamente. possvel que a administrao fixe requisitos mais rigorosos no cadastramentodo que osnecessrios para a execuo do contratoo objeto da tomada de preos(artigo 22, 9.).Assim, aquele que no atende aos requisitos para o cadastramento, masatende aos requisitos

    para aquela tomada de preos poder participar.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    28/135

    Concluso: o cadastramento na tomada de preos traz uma vantagemoconcorrente em vezde apresentar toda a documentao novamente, (pois j apresentou nocadastramento), apresentarapenas o certificado de cadastramento.

    ConviteO convite est previsto no artigo 22, 3., da Lei n. 8.666/93, e pode serdefinido comomodalidade de licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,cadastrados ou no,escolhidos e convidados em nmero mnimo de 3 (trs) pela unidadeadministrativa, a qual afixar, emlocal apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demaiscadastrados nacorrespondente especialidade que manifestarem seu interesse comantecedncia de at 24 (vinte e

    quatro) horas da apresentao das propostas. a modalidade mais simplificada de licitao e, por isso, destinada acontratos de pequenovalor. Alm de prazos mais reduzidos, o convite tem uma convocao restrita.Pela lei, somente doisgrupos podem participar do convite:Convidados: a Administrao escolhe no mnimo trs interessados paraparticipar dalicitao e envia-lhes uma carta-convite, que o instrumento convocatrio dalicitaonesta modalidade.Cadastrados, no ramo do objeto licitado, mas no convidados: todos oscadastrados noramo do objeto licitado podero participar da licitao, desde que, no prazo deat 24hantes da apresentao das propostas, manifestem seu interesse em participarda licitao.Observao:Alguns autores tm sustentado que essa exigncia demanifestao doscadastrados at 24h antes da apresentao das propostas seriainconstitucional, tendo em

    vista que fere o princpio da isonomia.De acordo com a liberalidade da lei, esses so os dois grupos que podemparticipar do convite.H, entretanto, uma construo interpretativa da doutrina que entende que umterceiro grupo poderiaparticipar da licitao:No cadastrados, no convidados, que demonstrem atender previamenteaos requisitosexigidos para o cadastramento: se para a tomada de preos, que umamodalidade maisrigorosa, admite-se a participao dos no cadastrados que demonstrem

    atender

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    29/135

    previamente os requisitos exigidos para o cadastramento, no haveria lgicaem no seautorizar os no cadastrados, nesta situao, a participarem do convite.O artigo 22, 3., da Lei n. 8.666/93 deixa claro e induvidoso que a carta-convite deve ser

    afixada em local de acesso pblico, de forma que as pessoas no cadastradasou no convidadastomem conhecimento do convite e, se interessadas, possam participar dalicitao (apenas amodalidade convite que no exige a publicao em imprensa oficial).H entre essas trs modalidades de licitao uma relao de complexidade, ouseja, aconcorrncia mais complexa que a tomada de preo que por sua vez maiscomplexa que amodalidade convite.Podem-se utilizar modalidades mais rigorosas quando o que est previsto

    uma modalidademenos rigorosa; porm, o inverso no possvel (artigo 23, 4., da Lei8.666/93).ConcursoO artigo 22, 4., da Lei n. 8.666/93 prev o concurso, que pode ser definidocomomodalidade de licitao aberta entre quaisquer interessados para escolha detrabalho tcnico,cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aosvencedores, conformecritrios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecednciamnima de 45 (quarenta ecinco) dias.Essa modalidade de licitao no pode ser confundida com o concurso paraprovimento decargo pblico. O concurso uma modalidade de licitao especfica, que tempor objetivo a escolha deum trabalho tcnico, artstico ou cientfico.Seu procedimento est previsto no artigo 52 da Lei n. 8.666/93.LeiloPrevisto no artigo 22, 5., da Lei n. 8.666/93, pode ser definido como

    modalidade de licitaoentre quaisquer interessados para a venda de bens mveis inservveis para aAdministrao ou deprodutos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienao de bensimveis prevista noartigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor daavaliao. (itlico nosso)Observao: bens mveis inservveis no so, necessariamente, bensdeteriorados, mas simbens que no tm utilidade para a Administrao. 1O leilo tem um objetivo prprio, visa alienao de bens. Na redao original

    da Lei em

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    30/135

    estudo, o leilo somente se destinava alienao de bens mveis. A redaooriginal, entretanto, foimodificada pela Lei n. 8.883/94, que passou a permitir que o leilo sedestinasse, em certos casos, alienao de bens imveis.

    O artigo 19 dispe que, nos casos de alienao de um bem que tenha sidoadquirido por via deprocedimento judicial ou por dao em pagamento, a alienao pode ser feitapor leilo. Nos demaiscasos, somente por concorrncia.Seu procedimento est previsto no artigo 53 da Lei n. 8.666/93. Normalmenteas licitaes sojulgadas pela comisso de licitaes, composta por um nmero de trspessoas; contudo, namodalidade leilo, so processadas e julgadas pelo leiloeiro, que pode seroficial, ou, servidor

    especial designado para processar a licitao.PregoModalidade licitatria inicialmente inserida pela Medida Provisria n. 2.026, demaio de 2000,reeditada na Medida Provisria n. 2.182-16 de 28.6.2001, transformada na Lein. 10.520, de 17 dejulho de 2002. a modalidade de licitao voltada aquisio de bens e servios comuns,assimconsiderados: os com padres de desempenho e qualidade que possam serobjetivamente definidosno edital por meio de especificaes do mercado.No prego no h comisso de licitao. H o pregoeiro que quem processae julga oprego.1 PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 14. ed. JurdicoAtlas, 2002. p.323.No h limite de valor especificado.A Medida Provisria de n. 2.182-18 criou a modalidade prego no mbito daUnio. Com a Lein. 10.520/02, no entanto, tanto a Unio como os Estados, os Municpios e o

    Distrito Federal podemutilizar nas suas licitaes para as compras e servios comuns (assimentendidos aqueles cujospadres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos peloedital, por meio deespecificaes usuais no mercado) a modalidade deprego, em que a disputapelo fornecimento feita por meio de propostas e lances em sesso pblica, ou pela Internet (pormeio de utilizao derecursos de tecnologia da informao).A Administrao deve antecipar critrios de aceitabilidade de preos, no

    elegendo como amelhor proposta que seja inexeqvel.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    31/135

    O objetivo da modalidade o de facilitar a tramitao do procedimento,desburocratizando-o etornando clere a contratao. Os interessados devem declarar que se achamem situao regular eque atendem s exigncias da convocao.

    Os que forem habilitados passam a apresentar suas propostas, admitindo-se asucesso depropostas at a eleio da que apresentar o menor valor (podem concorrer: ointeressado queapresentou a menor proposta e os que efetuaram a oferta com preos at 10%superiores. Todossero chamados, na mesma sesso, a apresentar novos lances).Somente depois de eleita a melhor proposta que os envelopes, contendo adocumentao,sero examinados. Se o eleito no cumprir as exigncias do edital, a anliserecair no interessado

    classificado em segundo lugar (e assim sucessivamente).RJU - REGIME JURDICO DOS SERVIDORES PBLICOS CIVIS DA UNIOComentado e atualizado at agosto/2008(Incluindo as alteraes impostas pela Medida Provisria 413, de 2008)LEI N 8.112, de 11/12/1990Dispe sobre o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, dasAutarquias e dasFundaes Pblicas Federais.O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:TTULO ICAPTULO NICODAS DISPOSIES PRELIMINARESArt. 1 Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis daUnio, das Autarquias,inclusive as em regime especial, e das Fundaes Pblicas Federais.Comen trioA EC no 19 extinguiu o regime jurdico nico dos servidores pblicos,substituindo-o pelaobrigatoriedade da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosinstituirem um Conselho

    de Poltica de Administrao e Remunerao de Pessoal.As novas regras constitucionais visam extino do RJU e a isonomiafuncional (que nuncaexistiu) e o retorno ao sistema que vigorava na Constituio anterior, emfuno do qual poderia aAdministrao ter cargos pblicos e carreiras funcionais regidas por regimesjurdicos diversos (regimeestatutrio, regime trabalhista - CLT e agora, tambm, pelo regime especial oude emprego), coordenando-se, obviamente, a natureza das funes a serem exercidas.LEI N 9.962, DE 22/2/2000

    Disciplina o regime de emprego pblico do pessoal da Administrao federaldireta, autrquica e fundacional, e d outras providncias.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    32/135

    O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Ar t. 1O pessoal admitido para emprego pblico na Administrao federaldireta, autrquica efundacional ter sua relao de trabalho regida pela Consolidao das Leis do

    Trabalho, aprovadapelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, e legislao trabalhistacorrelata daquilo que alei no dispuser em contrrio. 1 Leis especficas disporo sobre a criao dos empregos de que trata estaLei no mbitoda Administrao direta, artrquica e fundacional do Poder Executivo, bemcomo sobre atransformao dos atuais cargos em empregos. 2 vedado:I - submeter ao regime de que trata esta Lei:

    a) (VETADO)b) cargos pblicos de provimento em comisso;II - alcanar, nas leis a que se refere o 1, servidores regidos pela Lei n8.112, de 11 dedezembro de 1990, s datas das respectivas publicaes. 3 Estende-se o disposto no 2 criao de empregos ou transformaode cargos emempregos no abrangidas pelo 1. 4 (VETADO)Ar t. 2A contratao de pessoal para emprego pblico dever ser precedidade concursopblico de provas ou de provas e ttulos, conforme a natureza e acomplexidade do emprego.Ar t. 3O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente serrescindido por atounilateral da Administrao pblica nas seguintes hipteses:I - prtica de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidaodas Leis doTrabalhoCLT;II - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;III - necessidade de reduo de quadro de pessoal, por excesso de despesa,

    nos termos da leicomplementar a que se refere o art. 169 da Constituio Federal;IV - insuficincia de desempenho, apurada em procedimento no qual seassegurem pelomenos um recurso hierrquico dotado de efeito suspensivo, que ser apreciadoem trinta dias, e oprvio conhecimento dos padres mnimos exigidos para continuidade darelao de emprego,obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades dasatividades exercidas.Pargrafo nico. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos

    no caput as

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    33/135

    contrataes de pessoal decorrentes da autonomia de gesto de que trata o 8 do art. 37 daConstituio Federal.Ar t. 4Aplica-se s leis a que se refere o 1 do art. 1 desta Lei o disposto noart. 246 da

    Constituio Federal.Ar t. 5Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Braslia, 22 de fevereiro de 2000; 179 da Independncia de 112 daRepblica.FERNANDO HENRIQUE CARDOSOMartus TavaresArt. 2 Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida emcargo pblico.Art. 3 Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstasna estruturaorganizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros e aosestrangeiros na formada lei, so criados por lei, com denominao prpria e vencimento pago peloscofres pblicos, paraprovimento em carter efetivo ou em comisso.Comen trioDesde a promulgao da Emenda Constitucional n 19, em 4/6/98, osestrangeiros, na forma da lei,podero ser investidos em cargos, empregos e funes pblicos.Essa Emenda seguiu a tendncia iniciada pela EC n 11/96, que facultou suniversidades e instituiesde pesquisa cientfica admitir professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, naforma da Lei n9.515/97.Art. 4 proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstosem lei.TTULO IIDO PROVIMENTO, VACNCIA, REMOO,REDISTRIBUIO E SUBSTITUIOCAPTULO IDO PROVIMENTO

    Seo IDisposies GeraisArt. 5 So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico:I - a nacionalidade brasileira;Comen trioAos brasileiros naturalizados e aos portugueses equiparados somente no soacessves os cargosprevistos no art. 12, parg. 3 da Constituio Federal (Presidente e Vice-Presidente da Repblica,Presidente da Cmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministrodo STF, carreira diplomtica

    e oficiais das Foras Armadas e seus assentos no Conselho da Repblica.II - o gozo dos direitos polticos;

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    34/135

    III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais;IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo;V - a idade mnima de 18 (dezoito) anos;VI - aptido fsica e mental. 1 As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos

    estabelecidos em lei. 2 s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de seinscrever em concursopblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com adeficincia de que soportadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) dasvagas oferecidas noconcurso. 3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgicafederais podero proverseus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo

    com as normas e osprocedimentos desta Lei.Comen trioA Lei n 9.515, de 20/11/97, possibilita o provimento de cargos dasuniversidades e instituies depesquisa cientfica e tecnolgica federais com professores, tcnicos e cientistasestrangeiros, de acordocom as normas e os procedimentos do RJU.Art. 6 O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridadecompetente de cadaPoder.Art. 7A investidura do cargo pblico ocorrer com a posse.Art. 8 So formas de provimento de cargo pblico:I - nomeao;II - promoo;III e IV (Revogados);V - readaptao;VI - reverso;VII - aproveitamento;VIII - reintegrao;IX - reconduo.

    Comen trioRevogados os incisos III e IV, em face de terem sido declaradasinconstitucionais essas formas deprovimento pelo Supremo Tribunal Federal (Ao Direta deInconstitucionalidade - ADIn no 837-4DF,DJ de 23/4/93 e Mandado de Segurana-MS no 22.148-8, DJ de 8/3/96).Seo IIDa NomeaoArt. 9A nomeao far-se-:I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivoou de carreira;

    II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confianavagos.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    35/135

    Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em comisso ou de naturezaespecial poder sernomeado para ter exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, semprejuzo das atribuiesdo que atualmente ocupa, hiptese em que dever optar pela remunerao de

    um deles durante operodo da interinidade.Comen trioIncluda a possibilidade de nomeao em comisso, tambm em carter deinterinidade, exclusivamentepara cargos vagos.O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial pode sernomeadointerinamente para outro cargo vago, hiptese em que a portaria ou decreto denomeao deverprever expressamente que o exerccio dar-se- sem prejuzo das atribuies do

    cargo que j ocupavae sem acumulao de remunerao.Art. 10.A nomeao para cargo de carreira ou cargo isolado de provimentoefetivo depende deprvia habilitao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos,obedecidos a ordem declassificao e o prazo de validade.Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento doservidor na carreira,mediante promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes dosistema de carreira naAdministrao Pblica Federal e seus regulamentos.Comen trioForam excludas as formas ascenso e acesso, em face de terem sidodeclaradasinconstitucionais.Seo IIIDo Concurso PblicoArt. 11. O concurso ser de provas ou de provas e ttulos, podendo serrealizado em 2 (duas)etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de

    carreira, condicionada ainscrio do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quandoindispensvel ao seu custeio, eressalvadas as hipteses de iseno nele expressamente previstas.EMENDA CONSTITUCIONAL N 19/98Art. 37. ...........................................................................................II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prviaem concursopblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e acomplexidade do cargo ouemprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em

    comisso declaradoem lei de livre nomeao e exonerao;

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    36/135

    ........................................................................................................V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidoresocupantes de cargoefetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores decarreira nos casos,

    condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas satribuies de direo,chefia e assessoramento;Comen trioPassou a ser expressamente permitida a iseno de pagamento em situaesprevistas em edital.O pagamento de inscrio, anteriormente previsto em decreto, passou aconstar da lei, com a condiode que seja indispensvel ao custeio do concurso.Art. 12. O concurso pblico ter validade de at 2 (dois) anos, podendo serprorrogada uma nica

    vez, por igual perodo. 1 O prazo de validade do concurso e as condies de sua realizao serofixados em edital,que ser publicado no Dirio Oficial da Unio e em jornal dirio de grandecirculao. 2 No se abrir novo concurso enquanto houver candidato aprovado emconcurso anterior comprazo de validade no expirado.Seo IVDa Posse e do ExerccioArt. 13.A posse dar-se- pela assinatura do respectivo termo, no qual deveroconstar asatribuies, os deveres, as responsabilidades e os direitos ao cargo ocupado,que no podero seralterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos deofcio previstos em lei. 1 A posse ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicao doato de provimento. 2 Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicao do ato deprovimento, emlicena prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipteses dos

    incisos I, IV, VI, VIII,alneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo ser contado do trmino doimpedimento.Art. 81. Conceder-se- ao servidor licena:I - por motivo de doena em pessoa da famlia;........................................................................................................III - para o servio militar;........................................................................................................V - para capacitao;Art. 102.Alm das ausncias ao servio previstas no art. 97, so consideradoscomo de

    efetivo exerccio os afastamentos em virtude de:I - frias;

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    37/135

    ........................................................................................................IV - participao em programa de treinamento regularmente institudo,conforme dispuser oregulamento, desde que tenha havido contribuio para qualquer regime daPrevidncia.

    ........................................................................................................VI - jri e outros servios obrigatrios por lei;

    ........................................................................................................VIII - licena:a) gestante, adotante e paternidade;b) para tratamento da prpria sade, at o limite de 24 (vinte e quatro) meses,cumulativo aolongo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimentoefetivo;........................................................................................................d) por motivo de acidente em servio ou doena profissional;

    e) para capacitao, conforme dispuser o regulamento;f) por convocao para o servio militar;IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;X - participao em competio desportiva nacional ou convocao paraintegrarrepresentao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme dispostoem lei especfica; 3 A posse poder dar-se mediante procurao especfica. 4 S haver posse nos casos de provimento de cargo por nomeao. 5 No ato da posse, o servidor apresentar declarao de bens e valores queconstituem seupatrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, empregoou funo pblica. 6 Ser tornado sem efeito o ato de provimento se a posse no ocorrer noprazo previsto no 1deste artigo.Comen trioFoi eliminada a prorrogao, garantindo maior celeridade Administrao paraa utilizao da forade trabalho dos recm-nomeados.Passaram a ser consideradas para os efeitos da postergao do incio da

    contagem do prazo, as licenaspor motivo de doena em pessoa da famlia, para o servio militar e paracapacitao, gestante, adotante e paternidade, para tratamento da prpria sade, poracidente em servio, bemassim os afastamentos em virtude de frias, programa de treinamentoregularmente institudo, jri,deslocamento para nova sede e participao em competio desportivanacional ou nomeao paraintegrar representao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme leiespecfica.

    Excludas as expresses "acesso e ascenso", tendo em vista a declarao deinconstitucionalidade.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    38/135

    Art. 14.A posse em cargo pblico depender de prvia inspeo mdicaoficial.Pargrafo nico. S poder ser empossado aquele que for julgado apto fsica ementalmente parao exerccio do cargo.

    Art. 15. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ouda funo deconfiana. 1 de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblicoentrar emexerccio, contados da data da posse. 2 O servidor ser exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o ato desua designao parafuno de confiana, se no entrar em exerccio nos prazos previstos nesteartigo, observado odisposto no art. 18.

    3 autoridade competente do rgo ou entidade para onde for nomeado oudesignado oservidor compete dar-lhe exerccio. 4 O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data depublicao do ato dedesignao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado porqualquer outro motivo legal,hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento,que no poder exceder a30 (trinta) dias da publicao.Comen trio

    Explicitado que o exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargopblico (cargo de provimentoefetivo e em comisso) ou da funo de conlana.Foi reduzido para 15 dias, garantindo maior celeridade Administrao para autilizao da forade trabalho dos recm-nomeados.Foi explicitado que ser tornado sem efeito o ato de designao para funo deconfiana de servidorque no entrar em exerccio nesse prazo.O incio do exerccio de funo passou a coincidir com a data de publicao do

    ato de designao,sendo que continua no havendo posse em funes, somente em cargos. Se oservidor estiverafastado legalmente, o exerccio recair no primeiro dia til aps oimpedimento, que no poderexceder a trinta dias da data de designao.Art. 16. O incio, a suspenso, a interrupo e o reincio do exerccio seroregistrados noassentamento individual do servidor.Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidor apresentar ao rgocompetente os elementos

    necessrios ao seu assentamento individual.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    39/135

    Art. 17.A promoo no interrompe o tempo de exerccio, que contado nonovo posicionamentona carreira a partir da data de publicao do ato que promover o servidor.Art. 18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de tersido removido,

    redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, nomnimo, 10 (dez) e, nomximo, 30 (trinta) dias de prazo, contados da publicao do ato, para aretomada do efetivodesempenho das atribuies do cargo, includo nesse prazo o temponecessrio para o deslocamentopara a nova sede. 1 Na hiptese de o servidor encontrar-se em licena ou afastadolegalmente, o prazo aque se refere este artigo ser contado a partir do trmino doimpedimento.

    2 facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.Comen trioEstabelecidos os limites mnimo e mximo de dez e trinta dias,respectivamente, contados dapublicao do ato, para o servidor ter exerccio em outro municpio, em razode remoo,redistribuio, requisio ou exerccio provisrio, ajustando-se o interesse daAdministrao e asnecessidades do servidor, bem como excluda a transferncia, por ter sidodeclarada inconstitucional.Foi prevista a hiptese do servidor declinar dos prazos mnimo e mximo, a fimde apresentar-seantes, quando assim o desejar.Art. 19. Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada em razo dasatribuies pertinentesaos respectivos cargos, respeitada a durao mxima do trabalho semanal de40 (quarenta) horas eobservados os limites mnimo e mximo de 6 (seis) horas e 8 (oito) horasdirias, respectivamente. 1 O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se a regime de

    integral dedicao ao servio, observado o disposto no art. 120, podendoser convocadosempre que houver interesse da Administrao. 2 O disposto neste artigo no se aplica durao de trabalho estabelecidaem leis especiais.Comen trioFoi fixada a durao mxima de trabalho de 40 horas semanais, observados oslimites mnimo emximo de 6 e 8 horas dirias, respectivamente.A ressalva passou a constar de pargrafo especfico, de acordo com a duraode trabalho

    estabelecida em leis especiais.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    40/135

    A redao foi adequada para, em conjunto com a alterao do art. 120, permitiro exerccio concomitantede cargo em comisso com um dos cargos efetivos que acumula licitamente.Art. 20.Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para cargo de provimentoefetivo ficar sujeito

    a estgio probatrio por perodo de trinta e seis meses durante o qual a suaaptido e capacidadesero objeto de avaliao para o desempenho do cargo, observados osseguinte fatores:I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V - responsabilidade. 1 Quatro meses antes de findo o perodo do estgio probatrio, sersubmetida homologao

    da autoridade competente a avaliao do desempenho do servidor, realizadapor comisso constitudapara essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento darespectiva carreira oucargo, sem prejuzo da continuidade de apurao dos fatores enumerados nosincisos I a V desteartigo.Comen trioPara os servidores que ingressarem no servio pblico a partir de 5 de junhode 1998, o estgioprobatrio de 36 (trinta e seis) meses e no mais de 24 meses. 2 O servidor no aprovado no estgio probatrio ser exonerado ou, seestvel, reconduzido aocargo anteriormente ocupado, observado o disposto no pargrafo nico do art.29.Art. 29. .......................................................................................... .Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor seraproveitado emoutro... 3 O servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos deprovimento em

    comisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ouentidade de lotao, esomente poder ser cedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargos deNatureza Especial,cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e AssessoramentoSuperioresDAS, de nveis6, 5 e 4, ou equivalentes. 4 Ao servidor em estgio probatrio somente podero ser concedidas aslicenas e osafastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assimafastamento para participar

    de curso de formao decorrente de aprovao em concurso para outro cargona Administrao

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    41/135

    Pblica Federal.Art. 81. Conceder-se- ao servidor licena:I - por motivo de doena em pessoa da famlia;II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro;III - para o servio militar;

    IV - para atividade poltica;........................................................................................................Art. 94.Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintesdisposies:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado docargo;II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhefacultado optar pelasua remunerao;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo,

    sem prejuzo daremunerao do cargo eletivo;b) no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhefacultado optarpor sua remunerao.........................................................................................................Art. 95. O servidor no poder ausentar-se do Pas para estudo ou missooficial, semautorizao do Presidente da Repblica, Presidente dos rgos do PoderLegislativo e Presidentedo Supremo Tribunal Federal.........................................................................................................Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional deque o Brasilparticipe ou com o qual coopere dar-se- com perda total da remunerao. 5 O estgio probatrio ficar suspenso durante as licenas e osafastamentos previstos nos arts.83, 84, 1, 86 e 96, bem assim na hiptese de participao em curso deformao e ser retomado apartir do trmino do impedimento.Art. 83. Poder ser concedida licena ao servidor por motivo de doena do

    cnjuge oucompanheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado oudependente que viva ssuas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediantecomprovao por junta mdicaoficial.........................................................................................................Art. 84. Poder ser concedida licena ao servidor para acompanhar cnjuge oucompanheiroque foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior oupara o exerccio de

    mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 1 A licena ser por prazo indeterminado e sem remunerao.

  • 8/6/2019 APOSTILA DE NOES

    42/135

    ........................................................................................................Art. 86. O servidor ter direito a licena, sem remunerao, durante o perodoque mediarentre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo,e vspera do

    registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral.........................................................................................................Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional deque o Brasilparticipe ou com o qual coopere dar-se- com perda total da remunerao.Comen trioPassou a ser permitida a cesso para o exerccio de cargo em comisso dogrupo DAS, de nveis6, 5 e 4, e de natureza especial ou equivalentes, inclusive em outros poderesou esferas de governo,bem assim o exerccio de quaisquer cargos em comisso ou funes no prprio

    rgo ou entidade emque estiver lotado o servidorTambm passou a ser permitida a concesso das seguintes licenas eafastamentos: para participaoem curso de formao, doena em pessoa da famlia, afastamento do cnjugeoucompanheiro, servio militar, atividade poltica, mandato eletivo, estudo oumisso no exterior e paraservir em organismo internacional.Foi estabelecida, ainda, a suspenso do estgio, retomada a sua contagem apartir do trmino doimpedimento, nos casos de licenas por motivo de doena em pessoa dafamlia, afastamento docnjuge ou companheiro, sem remunerao, atividade poltica, para servir emorganismo internacionale na hiptese de participao em curso de formao.Todas estas medidas disciplinam o estgio probatrio em consonncia com apoltica de realizaoregular de concursos pblicos para os quadros da Administrao.Seo VDa Estabilidade

    Art. 21. O servidor habilitado em concurso pblico e empossado em cargo deprovimento efetivoadquirir estabilidade n