87
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – CFSD 2013 SUMÁRIO CAPÍTULO PÁGINA 1 – HISTÓRIA DO SALVAMENTO 3 Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA Setembro 2013 Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM Águia 57

Apostila de Salvamento Terrestre Oficial

Embed Size (px)

Citation preview

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO1

CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS – CFSD 2013

SUMÁRIO

CAPÍTULO PÁGINA1 – HISTÓRIA DO SALVAMENTO 3

2 – REDUÇÃO DE FORÇA 6

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO2

3 – EQUIPAMENTOS 14

4 – CORTE DE ÁRVORE 28

5 – ESPAÇO CONFINADO 45

6 - MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE

VÍTIMA EM LOCAL DE DIFÍCIL ACESSO

58

CAPITULO 01

HISTÓRIA DO SALVAMENTO

1.0 Históricos de Busca e Salvamento

O badalar dos sinos anunciava que estava acontecendo um incêndio.

Homens, mulheres e crianças saíam de suas casas, ou de onde estivessem, e

corriam do local onde o fogo destruía algo. Todos juntos, faziam uma enorme

fila e do poço de água mais próximo, passavam baldes de mão em mão, até

que eles chegassem ao local que estava em chamas.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO3

Segundo registros históricos, quando a capital do império Romano, foi

devastada por um grande incêndio no ano 22 a.C., o Imperador César Augusto,

preocupado por este acontecimento,

decidiu na criação do que se pode

considerar como o primeiro corpo de

Bombeiros, cujos integrantes se

chamavam “vigiles”, responsáveis pela

segurança de Roma.

A história de salvamento no mundo

se mistura com a criação do Corpo de

Bombeiros romano, pois quase sempre durante o combate as chamas com

baldes eram necessárias salvar vidas e bens.

Com os séculos, estas organizações evoluíram muito pouco. Durante a

Idade Média, na metade do século XVII, os materiais disponíveis para combate

a incêndio se reduziam a machados, enxadões e outras ferramentas manuais.

Foi nessa época que surgiu os sapadores, que tinham como missão

SALVAR VIDAS E BENS!!!

Já no século XIX os Monges passaram a utilizar cães para encontrar

pessoas que se perdiam durante as grandes nevascas ou que ficavam

soterradas pelas avalanches. Ao encontrar as vitimas os cães deitavam-se em

redor delas com o intuito de aquecê-las, enquanto que um deles ia ao encontro

dos monges a fim de indicar o caminho mais perto que dava acesso as vitimas.

Mas foi durante a 2ª Guerra Mundial que o salvamento desenvolveu-se,

devido aos registros históricos que demonstram a preocupação dos europeus

com o socorro das vítimas presa sob escombros, em consequência dos

frequentes bombardeios que assolaram cidades com grande densidade

demográfica.

Todos os anos ocorrem milhares de abalos sísmicos por todo o mundo,

terremotos, desabamentos de terras e edifícios, incêndios e explosões em

fábricas, obram em construção, minas, catástrofes aéreas e ferroviárias...

Devido a todas estas situações que as operações de socorro e salvamento são Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO4

desenvolvidas e aperfeiçoadas. Através de estudos realizados na Alemanha,

há alguns anos, constatou-se que era necessário um grupo de vinte homens a

trabalhar durante uma hora para localizar uma pessoa soterrada a grande

profundidade. Depois surgiram então os aparelhos eletrônicos que captam e

amplificam os gemidos, os quais vieram reduzir consideravelmente esse

tempo. O emprego de cães muitas das vezes ou quase sempre superam estes

aparelhos devido a sua capacidade de trabalho e olfato apurado.

Podemos perceber que as operações de salvamento vêm sofrendo

pequenas modificações ao longo dos anos, onde técnicas e equipamentos são

aperfeiçoados e/ou criados, possibilitando assim a diminuição do tempo de

salvamento que dependendo da situação pode representar a vida ou a morte.

A sociedade espera, acredita e necessita que todos nós bombeiros,

antigos ou novatos, sejamos capazes de atuarmos de forma rápida e eficiente

durante os chamados e para isso é preciso treinar exaustivamente, pois só

assim atingiremos um grau de destreza compatível com nossas

responsabilidades.

O futuro é escrito hoje por cada um de nós.

SALVAR!!!

2.0 DEFINIÇÕES DE SALVAMENTO

As atividades de resgate de vidas humanas, salvamento de animais e

patrimônios, prevenção de acidentes e resgate são denominadas de

salvamento.

Compreendem-se por salvamento terrestre todas as operações cujos

atendimentos são realizados no solo.

Estas ocorrências necessitam de conhecimento dos equipamentos e das

técnicas para seu adequado emprego.

Importante é esclarecer que devido a abrangência dos atendimentos

executados podemos classificar as ocorrências em urgentes e não urgentes.

Entendemos por ocorrências urgentes aquelas em que estão

envolvidas vidas de pessoas, animais, patrimônios valiosos e importantes.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO5

Consideramos como ocorrências não urgentes aquelas em que não existe

presente o perigo à vida ou risco iminente de destruição que possa acarretar

outros acidentes.

CAPÍTULO 2

REDUÇÃO DE FORÇA

1.0 INTRODUÇÃO

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO6

O ser humano, no começo de sua existência na terra, agia por instinto e,

com isso, como os outros animais irracionais, se impunha pela força física. Tal

situação, no, entanto, funcionava bem com seus colegas de raça ou com outros

animais mais fracos.

Passado o tempo o homem descobriu que

para sobressair-se sobre os demais habitantes

do nosso planeta era preciso algo mais do que

músculos e então passou a usar o cérebro. A

partir de então “dominou” o planeta e tem,

teoricamente, sobrepujado sobre todas as

criaturas. Partindo de tal linha de raciocínio

passaremos a falar sobre os sistemas de

redução de forças aplicados nas operações de

salvamento em altura, os quais, pelas características de leveza e praticidade,

resumir-se-ão em mosquetões, cordas e “polias”.

2.0 EQUIPAMENTOS

Para montarmos um sistema de redução de forças 2x1 utilizaremos

basicamente cordas, mosquetões e polias. Para sistemas mais complexos

poderemos incluir “nós” blocantes ou blocantes mecânicos para atuarem como

Dispositivos de Captura Progressiva (DCP). Em caso de emergência e

escassez de recursos, as polias poderão ser substituídas por mosquetões.

O termo polia será utilizado

genericamente para definir o equipamento

composto de placas laterais móveis ou

fixas, composto de eixo ou rolamento

sobre o qual gira uma “roldana” de metal

(aço ou duralumínio) ou de “náilon”.

Já o nome “patesca” foi muito

utilizado no CBMMG, porém, com a

introdução de novas técnicas baseadas

em bibliografias recentes, o termo “polia”

ganhou força e ocupou seu lugar.Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO7

Existem outros equipamentos com princípios de funcionamento análogos

às polias, porém com nomes e formatos diferentes, tais como: Cadernal, Polé,

Catrina, Moitão e a própria Patesca.

As cordas a serem utilizadas devem ser de baixa elasticidade, ou seja,

semiestáticas ou estáticas, e o diâmetro vai depender das polias, normalmente

girando em torno de 0 a 13 mm.

Nas instalações de DCPs devemos dar preferência para nós auto-

blocantes confeccionados com Cordelete de 8mm uma vez que os blocantes

mecânicos normalmente “mordem”5 muito a corda danificando à com cargas

superiores a 400 kgf.

Uma exceção à regra é o “Rescucender”, o qual não possui “garras” que

danifiquem a corda, agindo simplesmente através de pressão e de acordo com

a força de tração.

Outra vantagem importante desse aparelho é que em caso de

sobrecarga ou de força de choque importante, a corda pode deslizar, o que

será um indicativo de que o sistema está sendo submetido a uma condição

insegura.

Para o uso específico de nós auto-blocantes existem polias de base reta

que facilitam o afrouxamento do nó, durante o içamento da carga.

3.0 TIPOS DE POLIAS

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO8

Existem uma infinidade de modelos de polias das mais variadas marcas,

cada uma com sua peculiaridade. Algumas vêm inclusive conjugadas com

funções de outros aparelhos, como é o caso da Mini Traxion, que é constituída

de uma roldana e um mordente de aço munido de dentes, o qual substitui um

ascensor ou um nó blocante.

De um modo geral temos polias de placas laterais fixas ou móveis, com

uma ou mais roldanas (paralelas ou em “tandem”), de eixo ou rolamento, com

ou sem flange de segurança e de roldanas de metal (aço ou duralumínio) ou de

náilon (não recomendadas para içamento de carga humana ou cargas muito

pesadas).

É importante salientar que em

polias de placas laterais fixas

deve-se utilizar preferencialmente

mosquetão oval, para que a força

seja distribuída igualmente nos dois orifícios

de fixação do mosquetão.

No caso da polia não possuir o flange

de segurança, um mosquetão deve ser

passado à corda e ficar preso à ancoragem,

funcionando como um backup do sistema

principal.

4.0. VANTAGEM MECÂNICA

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO9

O motivo principal de se utilizar polias reside na vantagem mecânica

oferecida pelo sistema, o que possibilita mover grandes cargas com um mínimo

esforço (lembrar-se do Rei Hieron e Arquimedes). Por vantagem mecânica

entendemos a relação entre o número de polias MÓVEIS do sistema e a

redução da força necessária para deslocar a carga. As polias fixas

normalmente só direcionam a tração, agindo tão somente de forma a equilibrar

as forças.

Devido ao atrito, peso da corda e das polias, não é conveniente

montarmos um sistema com mais de quatro polias. Uma exceção é o Moitão ou

Cardenal10, o qual possui três roldanas paralelas em cada peça. Um cuidado

especial que se deve ter é de verificar se a corda que está fixada diretamente

na carga tem resistência (CR) suficiente para suportar o peso a ser erguido.

Levar em conta só a força “a menos” que estamos realizando é um erro grave

que pode causar acidentes.

Uma atenção especial deve ser dada quanto ao uso do equipamento

correto de acordo com a “carga” a ser içada. No caso de seres humanos o uso

de polias de aço ou mesmo do Moitão é desaconselhável, para não dizer,

proibido, uma vez que, devido ao seu peso, caso venha a cair, pode causar

ferimentos graves na vítima e/ou levá-la à morte. Nesses casos o uso de polias

de duralumínio é o ideal. Já para animais, devido ao peso excessivo, o recurso

é a utilização de equipamentos mais “robustos”.

5.0. EFEITO POLIA

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO10

Para a instalação de um sistema de redução de forças há necessidade

de um sólido ponto de ancoragem, uma vez que será nele que

descarregaremos o peso da carga e a força necessária para içá-la.

Um fato não muito raro, porém incorreto, é as pessoas relacionarem a

força que está sendo aplicada na ancoragem com a força que exercem na

corda para içar uma carga, ou seja, se para elevar 90 kgf aplicam 91 kgf na

extremidade livre da corda, imaginam que a ancoragem estará recebendo 91

kgf de carga. Isso é falso, pois na situação do citado exemplo, a ancoragem

estará suportando aproximadamente 181 kgf. Esse valor, portanto, refere se ao

“efeito polia”.

Tal “efeito” é, então, o somatório de forças envolvidas no sistema e

aplicado na ancoragem. Vale lembrar que, “se” a polia não estivesse FIXA, ela

seria movimentada.em direção à carga recebendo o dobro da força aplicada na

extremidade livre da corda

(agiria como se fosse uma polia móvel com uma vantagem mecânica de 2:1).

Assim sendo, concluímos que nosso ponto de ancoragem deve suportar,

no mínimo, duas vezes o peso da carga a ser içada.

6.0. CARGA DE TRABALHO

Praticamente tudo que

é construído pelo homem tem

uma margem de segurança

denominada tecnicamente

como “fator de segurança”.

Assim, desde o tijolo que é

produzido ao cálculo dos

pilares de sustentação de um

prédio, leva-se em

consideração tal “reserva” de

segurança, com vistas a

evitar acidentes no caso da estrutura ou equipamento (que é o nosso caso) ser

exigida além do que prescreve o fabricante. No caso específico das polias, é Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO11

bom seguir as orientações do fabricante insertas no manual que as

acompanha. Não sendo possível o acesso a tal manual, o que é mais comum

do que se imagina, podemos adotar um valor cinco vezes menor13 do que o

gravado no corpo do equipamento. Assim, uma polia com carga de ruptura

(CR) de 3600 kgf (36 kN) terá uma carga de trabalho (CT) de 720 kgf (7,2 kN).

Vale lembrar que esse valor refere-se ao ponto de fixação da polia à

ancoragem; em cada corda poderemos aplicar apenas metade dessa força:

360 kgf (3,6 kN). Lembra-se do,“efeito polia”?

7.0. NOMENCLATURA CONVENCIONAL

Para facilitar o entendimento sobre o funcionamento de um sistema de

redução de forças, criou-se a proporcionalidade entre a quantidade de corda

puxada de um lado e a altura que a carga era elevada do lado oposto. Assim,

quando puxamos 1,00m de corda e a carga se eleva em igual altura (1,00m),

temos um sistema 1:1, ou seja, 1,00m para 1,00m. Já quando puxamos 2,00m

de corda para içarmos a carga em apenas 1,00m teremos um sistema 2:1 e

assim sucessivamente. Este é o “sistema convencional.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO12

2x1 1x1

Outra forma de entendermos o sistema convencional é contarmos o

número de cordas que sustenta a carga encerrando a contagem na última

corda que se movimenta para “cima”, ou seja, a última polia fixa não interfere

no sistema, pois como já vimos, ela só direciona a força não oferecendo

vantagem mecânica. Dessa forma, se fixarmos uma ponta da corda numa

ancoragem, passarmos o seio da corda numa polia móvel presa a uma carga e

puxarmos a outra extremidade livre dessa corda, teremos uma vantagem

mecânica de 2:1, tendo em vista que “duas cordas” estarão sustentando o peso

(uma ponta na ancoragem e a outra em nossas mãos – o peso fica dividido em

50% entre os dois pontos).

Para facilitar o entendimento, seguem abaixo sugestões de montagens

de sistemas de redução de forças. Observem que quando realizamos a força

no sentido contrário ao da carga, o trabalho fica mais cômodo. Uma sugestão

é, sempre que possível, iniciar a montagem de um sistema fixando a corda

diretamente na carga. Com isso se gasta menos corda e a vantagem mecânica

aumenta consideravelmente além de se gastar menos polias (um sistema 3:1

pode ser montado com apenas duas polias). ( 3x1, 4x1, 6x1).

8.0 CONCLUSÃO

A escolha de um sistema de redução de forças, adequado à atividade

que se vão executar, não é tarefa fácil, se considerarmos a agitação normal

num local de ocorrência e ao fato de, às vezes, haver um número considerável

de bombeiros e curiosos “loucos” para fazerem força ao comando do tradicional

e sensacionalista “Ropeee!!!! O que se espera então de um profissional

dedicado, zeloso, ciente de suas obrigações e responsabilidades, é que treine

com sua guarnição e, principalmente, que ao receber o serviço já deixe

montado um kit de salvamento em altura com uma corda e um sistema de

redução de forças pré-montado, de forma que no teatro de operações baste

fixar uma das polias na carga ou na ancoragem e realizar o salvamento. Não

obstante tudo que foi ensinado, não esqueçamos jamais que o melhor é Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO13

sempre fazer o mais fácil. Portanto, não perca tempo montando sistemas

complicados e complexos “se for mais viável” o emprego de outra técnica,

ainda que esta se constitua do tradicional e sensacionalista (mas agora

eficiente) “Ropeee!!!”

Bom trabalho e SEGURANÇA ACIMA DE TUDO!

CAPÍTULO 3

EQUIPAMENTOS

1.0. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

1.1 ROUPAS DE APROXIMAÇÃO

Feita de material resistente às chamas e retardante, a roupa de

aproximação é composta de capa e calça. Sua função principal é proteger o

bombeiro contra queimaduras e efeitos do calor no organismo, contudo a sua

proteção se estende também contra os riscos relacionados a cortes e

ferimentos.

Em geral, a roupa de aproximação protege pela combinação de

camadas de tecido e de ar. Por isso, deve-se evitar comprimir a roupa de

aproximação quando aquecida.

É desejável que a roupa de aproximação evite que o suor produzido pelo

bombeiro evapore em demasia.

As roupas possuem faixas refletivas para facilitar a localização do

bombeiro no interior do ambiente sinistrado.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO14

Não é recomendável aplicar água sobre o EPI, antes de iniciar o

combate a incêndio. Esta água aplicada dá uma sensação de frescor e

segurança quando o bombeiro entra em um local com altas temperaturas.

Entretanto, durante a exposição ao calor ambiente, a temperatura do EPI se

elevará mais rapidamente do que se estivesse seco podendo causar sérias

queimaduras por contato. Além disso, existe a possibilidade de que o calor

presente seja suficiente para evaporar a água, e causar queimaduras no

bombeiro. A absorção de calor pela água é 25 vezes maior que a absorção de

calor pelo ar.

Portanto, mesmo protegido com a roupa de aproximação o bombeiro

não deve se molhar antes de entrar no ambiente sinistrado.

1.2 OUTRAS ROUPAS DE PROTEÇÃO

Como já citado anteriormente, as

roupas de proteção deverão ser

adequadas ao tipo de ocorrência:

produtos perigosos, águas pluviais ou

poluídas etc.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO15

1.3 LUVAS

As luvas são peças destinadas a proteger as mãos e os pulsos do

bombeiro contra queimaduras (por ação direta das chamas ou pelo calor), bem

como contra cortes e ferimentos que possam ser produzidos durante ações de

combate a incêndio.

As qualidades mais buscadas nestas peças são: boa flexibilidade, a fim

de não limitar demais os movimentos tácteis do bombeiro, além de boa

resistência à abrasão, ao fogo e à água.

Durante o seu acondicionamento, deve-se evitar contato ou exposição a

óleos e graxas.

Não se deve usá-las nem guardá-las molhadas ou úmidas. Também,

não devem ser usadas para operações de salvamento, devido o desgaste.

• Luva de amianto: protege as mãos

contra material aquecido.

• Luva de borracha: protege as

mãos contra eletricidade.

• Luva de látex: protege as mãos

contra substâncias possivelmente

contagiosas, sangue e outros líquidos

corpóreos, por exemplo.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO16

• Luva nitrílica: protegem as mãos contra substâncias químicas e

graxas, dando maior aderência e firmeza as mãos do bombeiro.

• Luva de PVC: protege as

mãos contra substâncias químicas.

• Luva de raspa: protege as

mãos contra objetos cortantes e

perfurantes.

• Luva para trabalho

pesado

Confeccionada de borracha

e revestida externamente de raspa, é especialmente útil nos trabalhos com

cabos energizados.

Da esquerda para direita: luva de PVC, luva nitrílica, de raspa,

borracha e amianto.

1.4 BOTAS

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO17

As botas se destinam a proteger os pés, tornozelos e pernas do

bombeiro, evitando que o calor irradiado cause

queimaduras, além de proteger contra possíveis

cortes, pancadas e perfurações durante as ações

de combate a incêndio.

Bota de

combate a incêndio

2.0. PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA AUTÔNOMA

2.1 DEFINIÇÃO

E um equipamento de ar comprimido,

autossuficiente por determinado tempo, que permite ao bombeiro mobilidade

nas operações em locais onde o ar atmosférico apresente impróprio para o

consumo humano.

2.2 UTILIZAÇÃO

Seu uso sempre e obrigatório em operações em que não se tem certeza

se o ar atmosférico encontra-se em condições próprias para o consumo

humano.

Exemplos de uso:

- operações de salvamento em incêndio; operações de combate a incêndio;

operações com produtos perigosos gasosos, ou que emitem gases, que

provoca a deficiência de oxigênio ou apresenta substancias venosas ou

irritantes e operações em locais confinados.

2.3. DISPOSITIVO DE SEGURANÇA

A medida que o ar é consumido e a pressão diminui ate baixo de 50 bar,

o alarme (apito) começa a soar e somente cessa quando o ar do cilindro e

totalmente esgotado.

2.4 O EPR É COMPOSTO DE:

Cilindro com ar comprimido - confeccionado em aço, composite ou

outra liga leve, encontrado com volume de 4 a 12 litros. É importante observar

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO18

que os cilindros possuem prazo de validade e que devem ser submetidos a

teste hidrostático para estar em condições de uso. Também deve ser

observado o estado geral do cilindro (amassados, fissuras, etc). Deve ser

abastecido com ar comprimido e não com oxigênio como pensa algumas

pessoas.

Válvula redutora de pressão ou conjunto redutor de pressão - a

redução de pressão é realizada em dois estágios, de alta pressão para média

pressão. Ao sofrer a redução da pressão, o ar sai pela mangueira em direção a

válvula de demanda a uma pressão de 7 a 8 bar. Possui orings que tem prazo

de validade, sendo que os usuários devem estar atentos ao receber os

equipamento e fixar no cilindro ou confeccionar uma ficha de controle com as

datas de recolhimento e manutenção

obrigatória.

Máscara panorâmica – possui uma

trava de metal que prende automaticamente a

válvula de demanda, ao ser pressionado de

encontro ao bocal de encaixe. Para liberar a

válvula de demanda da máscara deve-se

pressionar o botão de liberação da trava e

depois puxá-la; possui duplos lábios, adaptável a qualquer rosto; ângulo de

visão de 180º na horizontal e 100º na vertical; válvula de exalação; amplificador

vocal; alça de transporte; tirantes de regulagem (aranha) e mascarilha interna.

Também a máscara possui uma data de

validade e não deve, em nenhuma hipótese,

ser utilizada em ambientes nocivos ao

organismo humano, mesmo em casos de

treinamentos.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO19

Válvula de demanda (V.D) -

possui um botão de bloqueio de fluxo

de ar que serve para interromper o fluxo

de ar quando for necessário; possui

também um botão de liberação do

fluxo de ar, o qual serve para garantir o

fluxo normal de ar. Ao conectar a V.D o

bombeiro não precisa acionar este botão,

pois o fluxo de ar é liberado

automaticamente, por meio da inspiração

do usuário. Possui um sistema de pressão positiva, ou seja, quando o

bombeiro inspira, sempre é liberado uma quantidade de ar acima da

necessidade do usuário e isto provoca no interior da máscara uma

sobrepressão constante, não permitindo que, estando em um ambiente de

pressão normal (1 Bar), haja entrada de gases para dentro da máscara, que

estará, no seu interior, com uma pressão de 2 a 3 bar.

Válvula de demanda

Manômetro - possui efeito florescente que possibilita a leitura no

escuro; é ligado à mangueira de alta pressão juntamente com o alarme sonoro

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

BOTÃO DE BLOQUEIO DE FLUXO DE AR

BOTÃO DE LIBERAÇÃO DA TRAVA FLUXO DE AR

BOTÃO DE LIBERAÇÃO DO FLUXO DE AR

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO20

com potência de 90 decibéis; possui marcação de pressão em BAR, sendo que

em grande parte dos equipamentos vai de 0 a 350 BAR de pressão, variando

um pouco de acordo com o modelo.

Suporte dorsal - é anatômico e possui tirantes reguláveis de ombro e

cinto resistente ao fogo; possui duas alças apropriadas para o transporte do

equipamento.

2.5. CÁLCULO DA AUTONOMIA DO TEMPO DE AR

A seguir ha um calculo pratico para a estimativa do tempo de ar que o

bombeiro dispõe com o

cilindro do conjunto autônomo

em diferentes pressões. Para

tanto utiliza-se a seguinte

formula empírica:

T = P X V /C, onde:

T: tempo de ar para consumo [min];P :pressão indicada pelo manômetro [bar]

C : taxa de consumo de ar [litros/min] (por medida de segurança adota-se 60

l/min)

V : volume de ar do cilindro [litros]

Exemplo: Supondo cilindro de 7 litros, considerando-se a taxa de consumo de

ar de 60 l/min e que o manômetro indica 200 bar: t = 200 bar x 7 l → t = 23

minutos 60 l/min

Atenção: a taxa de consumo acima exemplificada e um valor médio, sendo

aconselhável que cada bombeiro tenha o seu consumo de ar aferido antes de

atuar numa emergência com o seu conjunto autônomo de ar respiravel.

2.6 MACA TIPO ENVELOPE SKED

Uma das melhores ferramentas para resgate e transporte de vitimas em

espaços confinados, restritos e externos. Depois de compactada, a maca Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO21

Envelope e fechada com suas próprias fivelas, tornando mais simples e pratico

seu armazenamento dentro de sua mochila.

SAIBA QUE A MACA É UM MEIO DE TRANSPORTE E NÃO UM MEIO

DE ESTABILIZAÇÃO DA VITIMA.

2.6.1 CARACTERÍSTICAS

E provida de um sistema de amarração que garante a integridade e

proteção total da vitima; Seus pontos de suspensão permitem que seja

suspensa na vertical ou na horizontal inclusive por helicópteros; De fácil

manuseio; Torna-se rígida quando montada com a vitima; Sua flexibilidade

permite que seja enrolada e acondicionada em uma mochila própria para

transporte.

2.6.2 PREPARAÇÕES DA VÍTIMA

Assim como na maca-cesto, a fixação de uma vitima na maca SKED

pode ter variações, porem, deve ser padronizado para evitar erros e facilitar a

conferencia por parte de qualquer integrante da equipe. Sugerem-se os

seguintes procedimentos:

1. Ao retira-la da mochila, desenrole-a para em seguida inverte-la,

enrolando suas extremidades no sentido contrario ao que estava

acondicionada para que fique plana, facilitando sua manipulação;

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO22

2. Após a imobilização da vitima em prancha longa, posicione-a na maca,

fechando os tirantes porem, sem ajusta-los;

3. Inicie o encordamento para possível inversão da posição de icamento ou

descida;

4. Ajuste os tirantes e instale o suporte de pés;

5. Ajuste e arremate o encordamento;

6. Faca a regulagem da aba superior da maca na altura da cabeça e

7. Instale se necessário, as fitas tubulares extras para a função de pegad

2.6.3 PROCEDIMENTOS PARA MONTAGEM DA MACA SKED

Desenrole a maca Enrole as extremidades no sentido

Contrário ao de acondicionamento

Após posicionar a prancha longa, feche as fitas laterais.

Feche os tirantes dos pés

Feche a cabeceira Faça o encordoamento da maca

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO23

Una os tirantes com o mosquetão

2.6.4 ENCORDOAMENTO

Para efetuar o encordoamento utilize a corda com aproximadamente

11,0 m, que acompanha o equipamento.

Inicie a confecção do no oito com a corda permeada, passando seus

chicotes por entre os orifícios ou ilhoses da maca iniciando pela cabeça e

tomando o cuidado de realizar a amarração de forma igual nos dois lados.

Realize a passagem do encordoamento em um dos pegadores da prancha

longa repetindo a operação do outro lado;

Continue inserindo os chicotes pelos orifícios ou ilhoses da maca,

tencionando-os após cada passagem ate que chegue aos pés da maca.

Emende os chicotes com um no direito na altura dos pés;

Após posicionar a prancha longa, feche as fitas laterais.

Feche os tirantes dos pés

Feche a cabeceira Faça o encordoamento da maca

Una os tirantes com o mosquetão

Leve os chicotes da corda ate as alças mais próximas do pe da maca

SKED e una estas pontas com um no direito e cotes.

2.6.5 CONFERÊNCIAS PRÉVIA DO SISTEMA OU MATERIAL MONTADO

Enumere todos os procedimentos executados por ordem cronológica,

como segue:

1. Tirantes da prancha longa;

2. Tirantes do SKED;

3. Fixação da vitima e ajuste de todas as presilhas;

4. Suporte de pés;

5. Encordoamento de reforço para possível inversão de icamento para

posição vertical;

6. Equalização correta dos tirantes;

7. Cabo guia (se houver) eCurso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO24

8. Trava e angulação correta do mosquetão principal.

3.0. TRIPÉ E APARELHO DE POÇO

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO25

3 .1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Muitas são as aplicações deste equipamento, com predominância em

espaços confinados.

Um espaço confinado apresenta sérios riscos com danos a saúde,

sequelas e morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e

mecânicos e uma triste realidade no Brasil inteiro.

Apesar de serem usados quase todos os dias, muitos não dão a esse

aparelho seu devido valor.

Antigamente o tripé era todo feito em ferro ou aço, tendo suas pecas

soltas em todas as suas partes, possuidores de grande peso e falta de

mobilidade.

Hoje o CBMMA deverá gradativamente adquirir Tripés de ultima geração para

todas as suas Unidades, a fim de facilitar os trabalhos operacionais e

potencializar com segurança as atividades desenvolvidas.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO26

3.2 DESCRIÇÕES DE BENEFICIOS DO EQUIPAMENTO

O novo Tripé utilizado pelo CBMMG e produzido com extremo controle

de qualidade, obedecendo a padrões internacionais (ATENDENDO OS

REQUISITOS DA NFPA 1983 e ANSI).

O Tripé Task e fabricado em liga de alumínio aeronáutico, de alta

resistência, o que lhe garante total confiabilidade.

Suas pernas tubulares, anodizadas em vermelho, possuem onze pontos

de regulagem de altura o que o tornam extremamente versátil.

Suas soleiras e cabeçote são em aço carbono de generosas dimensões

para maior resistência, o cabeçote possui três robustos pontos de ancoragens

com grandes orifícios para conexão de mosquetões, permitindo assim que a

carga esteja sempre corretamente centralizada. As soleiras possuem

articulações que permitem que se acomodem em superfícies planas ou

irregulares, permitindo também que sejam posicionadas para cravarem em

solos de consistência moderada, como terra compacta ou gelo.

3.3 OPERAÇÃO

1. Transportar o Kit TRIPE ate o

local de ocorrência;

2. Cientificar-se da identificação

e isolamento da área de

ocorrência em toda a sua

extensão, somente o pessoal

empregado e da GU BM no

local;

3. Cientificar-se das cordas de

vida visando seguranças;

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO27

4. Cientificar que o equipamento se estabilizou ao terreno estando com

suas sapatas presas por cordas ou correntes;

5. Primar para a segurança própria e de todo o grupo durante o

atendimento da ocorrência;

6. Certificar-se, dos EPR, (Equipamentos de Proteção Respiratória) e

detectores de gases poluentes.

3.4 INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES

PARA USO SEGURO E OBTENCAO DE MELHORES RESULTADOS

DE DESEMPENHO DO PRODUTO, LEIA ATENTAMENTE AS REGRAS

ABAIXO:

1. Procure sempre verificar na SAO o histórico das atividades do

equipamento, seu funcionamento e suas possíveis panes;

2. Cientificar-se da identificação e isolamento da área de ocorrência em

toda a sua extensão;

3. Uso de EPI e obrigatório, para todas as atividades, que envolvam o

equipamento TRIPE, sendo eles: capacete, luvas, boldrié e óculos;

4. O Tripé devera ser montado em um local onde as suas bases deverão

ficar estabilizadas, sendo as vezes necessário o uso de ferramentas de

sapa a fim de acertar e adequar o terreno ao equipamento;

5. Assegure-se sempre que o equipamento TRIPÉ esteja sobre uma

superfície estável e nivelada, não se esquecer da corda ou corrente

limitantes aos pés do equipamento;

6. Certificar-se que seu boldrié, seus mosquetões e encaixes, estejam

fechados. Observe todas as regras de segurança que estão relacionadas

com o trabalho em alturas;

7. Certificar-se de não permitir a retirar pequeno materiais e ferramentas

próximo a abertura do poço

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO28

CAPÍTULO 4

CORTE DE ÁRVORE

1.0 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Ficaram acordadas entre os membros constituintes da Comissão que na

elaboração do presente capítulo para corte de árvore, considerar-se-ia apenas

as situações de emprego da guarnição do CB nos casos de risco iminente de

queda, portanto, emergenciais.

De todas as fontes de consulta pesquisadas (poucas, é necessário

registrar, pois é escasso o material escrito disponível sobre este tema), sem

dúvida a que mais contribuiu foi a experiência aquilatada pelos membros da

comissão através do atendimento de ocorrências dessa natureza,

conhecimentos esses adquiridos de maneira empírica.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO29

O resultado deste trabalho é, em síntese, fruto da vivência pessoal de

quem na prática comprovou a necessidade, a importância e a eficácia de

serem observadas as etapas de conduta que devem nortear as atividades de

uma guarnição, de sorte a se ter sempre presentes e respeitados os princípios

básicos de preservação à vida e a proteção ao patrimônio.

2.0 OBJETIVO

O objetivo deste capítulo é estabelecer e fixar orientações

indispensáveis ao perfeito atendimento de emergências de corte de árvore

pelas guarnições do CB. Os princípios e procedimentos descritos neste

capítulo referem-se a duas situações distintas:

1. Árvore de grande porte em risco iminente de queda, cujas condições,

face à sua localização, possibilitam que o corte seja executado de uma

só vez.

2. Árvore de grande porte, localizada em áreas de concentração

populacional, com presença de fiação elétrica, sem espaços laterais

abertos para o abate em queda livre e que exigem pronta e imediata

intervenção por parte do bombeiro.

As orientações gerais enunciadas aqui, pelos critérios de segurança

abrangentes que contém, poderão ser observadas também nas ocorrências em

que a árvore já caiu sobre residências, veículos, pessoas, etc..

2.1 RECONHECIMENTOS DA ÁRVORE

Tipo de árvore: se é ramificada, resinosa como a seringueira, lisa como

coqueiro, espinhosa, etc. Além disso: diâmetro, altura, ângulo de

inclinação, se está brocada, lascada, etc.

Visando à segurança da guarnição, verificar: presença de enxames,

lagartas, aranhas, formigas, etc.

A análise de situação, efetuada através dos reconhecimentos citados,

norteará a tomada de decisão da guarnição quanto ao método de corte a ser

empregado, assim como possibilitará decidir pela solicitação de apoio de outros

órgãos públicos, isolamento da área, abandono das casas da vizinhanças e, Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO30

ainda, a escolha adequada dos equipamentos necessários à execução do

serviço, podendo inclusive ser solicitado o apoio de viaturas especializadas

(AE, ABP, SK) para auxiliar nos serviços.

3.0 EXECUÇÕES DO SERVIÇO

Concluída a primeira fase, as respostas aos quesitos abaixo já devem

ter sido definidas:

1. Será efetuado o corte total ou parcialmente?

2. Qual o lado da queda?

3. Qual o número de cortes?

4. Qual a técnica a ser empregada?

E para melhor esclarecer estes quesitos, especialmente, para, melhor

descrever os tipos de corte comumente empregados pelo CB, elaboramos um

caderno de treinamento, baseado em ilustrações, a fim de facilitar a fixação do

conhecimento.

Além das técnicas de corte, inserimos algumas orientações e normas

importantes de prevenção de acidentes.

4.0 GLOSSÁRIO

Emergência - situação crítica e fortuita que apresente perigo à vida, ao

patrimônio ou ao meio ambiente, decorrente da atividade humana ou de

fenômenos da natureza que obriguem rápida intervenção do serviço.

Risco iminente de queda - é a possibilidade real, presente e atual de

uma árvore vir a cair e que requer uma providência imediata.

Balancinho - técnica de corte que consiste em remover os galhos

parcialmente, aos pedaços, em vez de abatê-los totalmente de um só

golpe. Esta técnica deve ser empregada amarrando-se o galho ou a

parte da árvore que se vai cortar em ponto fixo da própria árvore ou

outro ponto de apoio seguro, efetuando-se em seguida o corte. A

adoção dessa técnica evita que a parte cortada caia de uma só vez.

Entalhe direcional - é o entalhe feito para determinar a direção da

queda do tronco, formado pela mesa (base horizontal) e a boca (corte

oblíquo) onde se retira uma cunha em direção ao centro.Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO31

5.0 CUIDADOS E OBSERVAÇÕES

Todas as técnicas e conhecimentos adquiridos como machado e a serra

manual são também válidos para a moto-serra. Entretanto, tendo em vista o

rápido desenvolvimento do trabalho aliado à alta velocidade da corrente são

necessários alguns cuidados adicionais.

As recomendações para prevenção de acidentes devem

obrigatoriamente serem observadas. Além das instruções contidas nos

diversos parágrafos das instruções de manejo, devem ser observados os

seguintes pontos:

Toda a pessoa que trabalha pela primeira vez com uma moto-serra deve

participar de um curso para operadores de moto-serra.

Não fumar nem derramar combustível ao abastecer. Se for derramado

combustível, limpar imediatamente a máquina e dar o arranque em outro

lugar.

A moto-serra Stihl foi construída para ser manuseada por um só

operador. É proibida a permanência de qualquer outra pessoa na zona

de alcance da serra.

Dar o arranque sempre com a moto-serra apoiada sobre um chão plano.

A corrente não deve tocar nenhum objeto, nem o chão.

Antes de iniciar o trabalho, testar a moto-serra quanto ao seu perfeito

estado de funcionamento (acelerar, interruptor).

Transportar a moto-serra somente com o motor desligado.

Quando a moto-serra for carregada ladeira acima, o conjunto de corte

deve apontar para trás. Ao descer uma ladeira, deve ser ao contrário.

Durante o trabalho, segurar a moto-serra com as duas mãos para tê-la

sobre controle a todo o momento. Firmar bem as garras da moto-serra

contra o tronco antes de iniciar o corte. Quem trabalhar sem o batente

de garras poderá ser jogado para frente. Retirar a moto-serra do corte

somente com a corrente em movimento.

Conduzir a moto-serra de tal maneira que nenhuma parte do corpo fique

exposta na região de alcance do movimento do conjunto de corte.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO32

Trabalhar calma e concentradamente para eliminar a possibilidade de

acidentes. Antes de iniciar o corte de abate, cuidar para que a árvore a

ser derrubada não ponha ninguém em perigo.

Obedecer a distância mínima de 2,5 comprimento de árvore até o outro

operador. Gritos de advertência são dificilmente ouvidos devido ao ruído

do motor. Quando a árvore começar a tombar, recuar sempre para o

lado e cuidado com os galhos que podem cair. O operador deve

procurar um local seguro para proteger-se.

Utilizar somente cunhas de madeira de metal leve ou de material

plástico. Não utilizar cunhas de aço.

Havendo necessidade de ajuda para derrubada da árvore, utilizar um

garfo suficientemente comprido.

Cuidado ao cortar troncos rachados. Existe o perigo das lascas de

madeira cortada ser atiradas para trás.

Cuidado com terrenos escorregadios e acidentados; trabalhando em

declives, o operador deve-se colocar sempre acima do tronco a ser

cortado.

Madeira na vertical ou horizontal, que está sobre tensão deve ser

cortada primeiramente no local da pressão, depois fazer o corte de

separação no lado da tração, caso contrário, a serra poderá trancar ou

rebater para trás.

Usar capacete de proteção em todos os trabalhos. Os mais apropriados

são os capacetes com proteção no rosto (contra serragem). Luvas

firmes de couro, roupas ajustadas (macacões e não guarda-pós) e

sapatos com boas garras para não escorregar e com cobertura de aço

para proteção dos pés, pertencem a vestimenta correta.

Os ouvidos do operador devem ser protegidos com tampões ou

protetores de ouvido.

Observar sempre a correta tensão, lubrificação e afiação da corrente.

Ao controlar a tensão da corrente, no reaperto e na manutenção em

geral, o motor deve ser desligado.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO33

6.0 PROCEDIMENTOS

1ª POSSIBILIDADE

O comandante da guarnição em atendimento a uma ocorrência

EMERGÊNCIAL de P.Q.I, após análise e planejamento, observando que

poderá efetuar o corte da árvore em “queda livre”, realizará um corte em um

lado, denominado “corte direcional”, (sempre mais profundo do que alto) e do

outro lado, o “corte de abate” acima da linha daquele, podendo este ser

diagonal conferindo uma segurança, conforme demonstrado no desenho a

seguir.

Para a queda, dependendo da situação e caso necessitar, poderão ser

utilizados materiais auxiliares de tração (Tirfor, guinchos, cabos, moitões,

cadernais etc.)

.

2ª POSSIBILIDADE

Deverá ser utilizado este recurso quando a árvore se encontrar

muito inclinada, sendo desta forma a segurança ainda maior.

Detalhe do procedimento para o corte de abate efetuado pelo bombeiro

operador da moto-serra, denominado “Corte de cunha”.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO34

Para não prender o sabre da moto-serra, quando estiver efetuando o

corte, tracionar a árvore ou utilizar cunhas.

Na sequencia, para o procedimento do corte a moto-serra, coloque-a

com as garras diretamente atrás do filete de ruptura e gire-a em relação a este

centro num movimento de leque simples.

Na derrubada de árvores que possuem um diâmetro maior que o

comprimento do sabre da moto-serra, esta precisa ser colocada várias vezes,

sendo necessário trabalhar com o corte em “LEQUE MÚLTPLO”(corte de

setores múltiplos), como o desenho ilustra, sempre tomando cuidado para que

o sabre não fique preso.

O ENTALHE com a ponta do sabre é utilizado principalmente nos cortes

centrais e na derrubada de árvore inclinada. Para isso serra-se com a ponta no

ponto de entalhe (1) até que esta entre no tronco aproximadamente o dobro de

sua largura. A seguir é realizado o corte de entalhe (2).

Sempre que for possível numa ocorrência EMERGENCIAL de P.Q.I.

efetuamos mo desgalho (poda) para facilitar o trabalho de retirada dos troncos.

7.0 NO LOCAL ANALISAR

Condições do terreno;

Vizinhança;

Tipo de árvore;

Condições do tempo (vento, chuva, etc.)

O tipo de corte que será utilizado.Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO35

Verificamos pelo exemplo acima que nunca podemos executar o serviço

com menos de 03 (três) homens, observando ainda:

1. Condições de segurança;

- Os materiais e equipamentos necessários (cabo de sisal, polipropileno,

motosserra, machado cabo longo, machado cabo curto, serra de galho, facão,

terror, guincho fergon, moitões, cadernais, lingas, anilhas, mosquetões, etc.);

- E.P.I. (cinto de segurança, óculos, luvas, botas e tênis).

- Tipos de amarração (lais de guia fixo e de correr, volta do fiel, volta da

ribeira, carioca, prússico, etc.).

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO36

- Para maior segurança do bombeiro, no momento da tração, o mesmo

deverá descer e ajudar os companheiros.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO37

- Na utilização do cabo fiel, o bombeiro terá a função de direcionar o

galho ao local seguro na hora da queda.

- Utilização do corte em balancinho no próprio tronco liso.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO38

- Direcionamento do galho para local seguro.

- Cuidado com ferramentas de corte, elas podem facilmente causar

acidentes.

- Certifique se sua posição está correta, não permita a presença de

pessoas próximas ao local de trabalho.

- Nunca coloque a moto-serra em funcionamento de forma suspensa,

pois dessa forma poderá ferir-se ou ferir a outra pessoa que estiver próxima.

- Cuidado redobrado quando a utilização do equipamento for feito no alto

da árvore devendo o operador possuir o conhecimento técnico e domínio da

moto-serra.

Os acidentes acontecem quando menos se espera. Examine e teste

sempre as condições de uso dos materiais e equipamentos.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO39

8.0 MOTOSSERRA

O motosserra ao lado da desfribadora de sisal e do trator agrícola é uma

das máquinas utilizadas na zona rural das mais perigosas. Entretanto, são

inegáveis os benefícios que ela representa devido ao seu alto rendimento

operacional. Isso ficou demonstrado na construção da rodovia e colonização da

Transamazônica, ou quando uma Concessionária de Energia tem de correr

contra o tempo para desmatar a área a ser tomada pelo reservatório de uma

hidrelétrica.

Os riscos na operação de um motosserra estão associados,

principalmente a:

• ferimentos com a lâmina;

• ruídos e vibrações e

• corte e queda da árvore

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO40

A máquina é tão perigosa que mereceu um Anexo na Norma NR-12 -

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS do Ministério do Trabalho.

Entre os Equipamentos de Proteção Individual - EPI recomendados para

o operador de motosserras estão: capacete, óculos, protetor auricular (de

concha), macacão, luvas e botas. A máquina em si, por Norma, deverá

possuir os seguintes dispositivos de segurança:

A) freio manual de corrente;

b) pino pega corrente;

c) protetor de mão direita;

d) protetor de mão esquerda e

e) trava de segurança do acelerador.

Ainda segundo as Normas, todos os motosserras só deverão ser

comercializados com o relativo MANUAL DE INSTRUÇÕES, contendo

informações relativas à segurança e à saúde do operador, especialmente:

a) riscos de segurança e saúde ocupacional;

b) especificações de ruído e vibração; e

c) penalidades e advertências.

Há que ser oferecido, também, um Treinamento Obrigatório para os

Operadores de Motosserras, com carga horária mínima de 8 (oito) horas, com

Conteúdo programático relativo à utilização segura da motosserra, constante

do Manual de Instruções.

Todos os modelos de motosserras (diz ainda a Norma) deverão conter,

em local bem visível, a seguinte advertência:

O uso inadequado do motosserra pode provocar acidentes graves e

danos à saúde.

8.1 DERRUBADA DE ÁRVORES COM MOTOSSERRAS

O motosserra é uma máquina muito perigosa e só deve ser operada por

Pessoas treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra

são provocados pela corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO41

fatais, por outro lado, em sua maioria, devem-se à queda de árvores,

derrubadas sem a devida técnica.

8.2 CHECAGENS INICIAIS

Nos serviços em que os motosserras são usados intensamente (e

mesmo nos casos esporádicos), deve-se examinar a máquina diariamente,

para ter certeza de que ela está operando eficientemente.

Deve-se checar a tensão da correia, a lubrificação, ventoinha, etc.,

segundo as recomendações do Catálogo do Fabricante e os Manuais de

Operação e Manutenção que acompanham o equipamento.

Cuidado ao abastecer, para evitar incêndio.

8.3 - USO DOS E.P.I.

Nos trabalhos com motosserra, torna-se necessário (e obrigatório) o uso

de vários dos Equipamentos de Proteção Individuais, tais como:

Capacete;

Protetor de ouvidos do tipo concha;

Óculos (de preferência viseira, como a da foto);

Luvas de couro;

Macacão e

8.4 - TÉCNICAS DE DERRUBADA

Os procedimentos para a derrubada (ou o corte) de uma árvore variam

muito, conforme ela esteja localizada na cidade ou no campo.

No 1º Caso o trabalho é feito, em geral, pelo Departamento de Parques

e Jardins da Prefeitura da cidade.

No 2º por funcionários de uma empresa reflorestadora ou mesmo pelo

agricultor treinado, operando numa floresta nativa, por exemplo.

Na cidade, após a análise de vários aspectos (cujos principais são: a

proximidade de fios energizados; de bens públicos ou particulares; e a

segurança do operador e dos transeuntes), deve-se muitas vezes amarrar ou

ancorar todos os galhos principais a serem cortados; fazer-se um nó adequado Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO42

na corda para, após o corte, descê-lo como no caso de uma roldana até o

chão, para só depois cortar-se o tronco da árvore.

Os pedaços ou toras, de 20 a 30 cm cada, também deverão ser

amarrados e descidos até o solo, até que o tronco fique com uma altura de 1 a

1,5 m para então, cortarmos o que sobrou. A partir daqui, tudo o que dissermos

sobre corte e derrubada de árvores, estará. Referido à zona rural.

Praticamente todas as técnicas de corte da árvore em pé, consistem em

proferirem-se 2 cortes ou talhos no tronco, com a motosserra. O primeiro

consiste na retirada de uma cunha (num ângulo de 90 graus e a cerca de 1/4 a

1/3 do diâmetro), no lado onde se deseja que a árvore caia. O segundo corte é

feito no lado oposto do tronco (cerca de 5 cm acima do corte em V inicial),

provoca a queda da árvore.

Antes disso, porém, convém conhecer algumas Regras Operacionais.

1 - Aprenda a avaliar a árvore que vai ser abatida: observe o seu tamanho,

diâmetro, estado, posição em relação às vizinhas, etc. Assim, por exemplo, se

o seu diâmetro for cerca de duas vezes maior do que o tamanho da lâmina da

motosserra, isto irá requerer uma técnica especial de corte.

2 - Antes do corte, há 12 itens a considerar:

• inclinação do tronco;

• distribuição da copa;

• limpeza em redor da árvore (área de trabalho);

• escolha da direção de tombamento;

• escola da rota para uma possível fuga;

• localização do companheiro de trabalho;

• posição do veículo ou de benfeitorias;

• presença de linhas de energia próximas;

• uso da técnica de corte apropriada;

• a presença de áreas podres ou ocas no tronco;

• velocidade e direção do vento, e

• observar quaisquer objetos (frutos, galhos, etc.) que possam vir de cima.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO43

3 - Observe a posição correta da mão esquerda durante o corte, tanto para

fixar bem a motosserra, como para acionar com o dedo indicador, quando

preciso, o mecanismo de segurança.

4 - O equilíbrio do operador é muito importante, para controlar a máquina e

mantê-la segura com firmeza. Há o perigo de ricochete e mesmo de

tombamento do homem, devido ao peso do motosserra. Evite cortes acima do

ombro.

5 - Deve-se sempre acelerar a máquina antes do corte.

6 - Se o operador é iniciante e não tem experiência, deve inicialmente

treinar a derrubada de árvores pequenas, para aprender e praticar, antes

de se aventurar a cortar as árvores de maior porte.

8.5 - REMOÇÕES DO TRONCO E PILHAS

Os riscos de acidente no uso do motosserra não param depois que a

árvore é tombada e já se encontra no chão. Uma vez no chão, o tronco deve

ser removido, ocasião em que a árvore será desgalhada. O tronco é, em geral,

dividido em toras, que serão devidamente empilhadas ou transportadas.

As árvores caídas estão, em geral, sobtensão, dependendo do modo

como esteja apoiada no chão. Via de regra o tronco fica submetido a duas

forças de sentidos opostos: a tensão numa extremidade e a compressão na

extremidade oposta. Há, portanto, de avaliar previamente essas forças, ante de

iniciar a divisão do tronco em toras, pois pode haver o perigo de quebra da

lâmina.

A foto abaixo mostra a técnica correta para fracionar o tronco caído.

Observa-se que o tronco está apoiado sobre roletes formados com galhos de

diâmetro pequeno e, assim, a extremidade do tronco está em balanço e,

portanto, sob tensão, não havendo (no caso), perigo de quebra da lâmina da

motosserra.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO44

ANEXO 1

REGRAS DE SEGURANÇA QUANTO AO USO DO MOTOSSERRA

(VER TAMBÉM MANUAL DE INSTRUÇÃO DOS MOTOSSERRAS)

Para ligar a motosserra. Uma maneira correta é colocar a motosserra no

solo tendo o pé direito do

motosserrista fixo ao protetor e a

mão esquerda segurando firme a

alça. O arranque é acionado com a

mão direita.

A outra forma é apoiar a

motosserra entre as pernas. O

motosserrista segura a alça com a

mão esquerda e, em seguida,

aciona o arranque com a mão

direita.

Nos dois casos, o sabre deve ficar livre de qualquer obstáculo e com a

ponta voltada para a direção oposta ao corpo do motosserrista.

Para abastecer a motosserra. Abastecer a motosserra com o motor

desligado

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO45

CAPITULO 5

1. ESPAÇO CONFINADO

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

No final do ano de 2006, foi alterada pelo Ministério do Trabalho a

Portaria 3.214, sendo acrescentada a Norma Regulamentadora n° 33 (NR-33),

que tem a finalidade de estabelecer os requisitos mínimos para identificação de

espaços confinados e o reconhecimento,

avaliação, monitoramento e controle dos

riscos existentes, de forma a garantir

permanentemente a segurança e saúde

dos trabalhadores que interagem direta ou

indiretamente nestes espaços.

A NR-33 cita que espaço confinado

é qualquer área ou ambiente não

projetado para ocupação humana

contínua, que possua meios limitados de

entrada e saída, cuja ventilação existente

é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência

ou enriquecimento de oxigênio.

2.0 RISCOS EM AMBIENTES CONFINADOS

Podemos verificar que trabalhos executados por bombeiros militares

agregam um grande potencial de riscos (físicos, químicos, biológicos,

ergonômicos e de acidentes) devido as características peculiares dos espaços

confinados.

2.1 RISCOS FÍSICOS

São considerados riscos físicos as diversas formas de energia, tais

como ruídos, calor, vibrações, pressões anormais, radiações e umidade.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO46

Dentre estes riscos citados destacamos o calor e a umidade, que

podem interferir diretamente na capacidade dos militares de executarem suas

atividades em um ambiente confinado.

O calor provocará uma transpiração excessiva nos militares podendo em

tempo de exposição prolongado levar a um estado de exaustão muscular.

A umidade poderá dificultar a transpiração causando no indivíduo

desconforto e hipotermia.

2.2 RISCOS QUÍMICOS

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou

produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via

respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou vapores,

ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou

ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Dentre estes destacamos o monóxido de carbono e o gás sulfídrico.

Contudo, na busca de informações a cerca do acidente deve-se tentar obter o

máximo de informações possível.

Efeitos no organismo da concentração de Monóxido de Carbono (CO)

gás indetectável, sendo resultado de uma má combustão, seja qual for a

fonte energética: madeira, gás (natural, butano, propano ou petróleo

liquefeito), carvão, gasolina…

(Limite de tolerância – 39 ppm*)

• Acima de 200 ppm: dor de cabeça;

• De 1000 a 2000 ppm: palpitações;

• De 2000 a 2500 ppm: inconsciência;

• Acima de 4000 ppm: morte.

Efeito no organismo do gás sulfídrico (H2S) (Limite de tolerância – 8,0

ppm) gás incolor, mais pesado do que o ar, com odor desagradável de

ovos podres.

• De 50 a 100 ppm: irritações;

• De 100 a 200 ppm: problemas respiratórios;Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO47

• De 500 a 700 ppm: inconsciência;

• Acima de 700 ppm: morte

2.3 RISCOS BIOLÓGICOS

Os riscos biológicos ocorrem por meio de micro-organismos que, em

contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças.

2.4 RISCOS ERGONÔMICOS

Riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física

ou mental do indivíduo, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São

exemplos: esforço físico intenso, levantamento de peso, postura inadequada,

controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período

noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição

de rotina intensa.

2.5 RISCOS DE ACIDENTES

Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o

trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados como

riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e

equipamentos sem proteção; iluminação inadequada; ferramentas

inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais

peçonhentos; armazenamento inadequado.

Dentre estes, para atividades em espaços confinados destacam a

iluminação inadequada, a probabilidade de incêndio ou explosão e a baixa

concentração de Oxigênio.

A iluminação inadequada poderá esconder “armadilhas” no ambiente de

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO48

Atuação de bombeiros militares tais como buracos, degraus, objetos

pontiagudos ou cortantes.

Efeitos no organismo da deficiência de O2 (Limite de Tolerância – 19,5 a

22 %)

Descoordenação (15 a 19%);

Respiração difícil (12 a 14%);

Respiração fraca (10 a 12%);

Falhas mentais, náuseas e vômitos (8 a 10%);

Inconsciência – morte após

8minutos (6 a 8 %);

Coma em 40 segundos (4 a 6%).

2.6 Buscas empregando o cabo guia.

O cabo guia tem a finalidade de ligar a dupla que realiza a busca entre o

seu ponto inicial e o local da busca. Com isso, se estabelece, com convicção e

determinação, o caminho de retorno, a comunicação e a possibilidade de envio

de auxílio, quando a situação assim solicitar.

Há alguns procedimentos a serem tomados no que se refere ao resgate

de vítimas em incêndio. Dentre os mais importantes temos:

1) Solicite informações sobre o local onde será realizada a busca.

2) Utilize EPIs adequados e iluminação,

principalmente, para orientação.

4) Trabalhe sempre em dupla;

5) Delimite a área de busca a ser coberta

(percorrida);

6) As áreas a serem percorridas, em primeiro

lugar, devem ser as que apresentam

maiores riscos;

7) Progrida, lentamente, abaixado e

seguindo a parede;

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO49

8) A dupla deverá utilizar tanto os braços quanto as pernas na busca, visando

aumentar a área coberta;

9) Nunca deixe de realizar a busca;

10) O cabo guia deverá ser mantido esticado, sem folga, para favorecer a

comunicação;

11) A dupla deverá comunicar-se constantemente informando sobre

obstáculos, portas, etc.;

12) Depois de realizada a busca, coloque junto à porta do ambiente, um

pequeno móvel (cadeira) em pé, em frente à porta com o objetivo de indicar

que a busca foi realizada no local. Pode-se, também, usar ligas de borracha

(de câmaras de pneu) para sinalizar a varredura em cômodos.

2.7 Sistemas de comunicação empregando cordas.

Após a entrada no local, para a execução da busca, a comunicação da

dupla com o meio externo deverá ser realizada por meio do cabo guia (quando

não se tem nenhum tipo de equipamento mais sofisticado). O método utilizado

será por meio de puxões realizados no cabo (sinais por toques), que devem ser

amplos de modo a diferenciar de puxões no cabo em função do deslocamento

da dupla.

O bombeiro que estiver segurando o cabo guia deverá permanecer com

a mão que libera o cabo próximo ao tronco, possibilitando que seja sentido o

toque de comunicação sem que seja arrastado.

O cabo guia deverá permanecer tencionado durante toda a busca, por

isso, os bombeiros inspetores devem procurar não realizar muitas curvas, e

todo contato realizado é uma informação recebida e deverá ser repetida como

forma de confirmação da mensagem recebida.

.

2.8 Formas de deslocamento

A distância entre os dois socorrista que compõem a dupla dependerá da

visibilidade do local e dos possíveis riscos.

A distância normalmente utilizada é por meio da união (conexão) das

amarrações de segurança da dupla (figura 5).Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO50

I - em “Y”:

Características:

a) A distância entre os socorristas da dupla é maior quando os dois socorristas

são ligados um ao outro;

b) Os sinais (toques) chegam aos dois elementos;

c) Existe o problema do mosquetão (mola) de união, prender quando se

ultrapassa um obstáculo (figuras 5 e 6).

Figuras 5 e 6, respectivamente: forma de deslocamento em Y e cabo guia

usado como meio de informação.

II - Em “L” ou Linha:

Características:

a) Não possui o inconveniente de o mosquetão prender, como no procedimento

anterior (figuras 7, 8 e 9).

Figuras 7 e 8: formação em L.

b) O sinal fica sob a responsabilidade apenas de um socorrista (figura 9).

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO51

Figura 9: o último socorrista é o responsável para dar o sinal.

c) o espaço entre os dois socorristas passa a ser menor;

d) empregado para a penetração em ambientes mais estreitos;

e) melhor para busca em percursos longos;

f) o contato entre os dois socorristas é melhor (figuras 8 e 9).

III - Em “V”:

Características:

a) a busca é feita apenas por um socorrista;

b) realizado em situações muito especiais, nas quais a busca ocorre devido às

dimensões do local.

Figuras 10, 11 e 12: o socorrista tem o cabo preso às pernas.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO52

2.9 Sistemas de comunicação empregados em ambiente confinado

A humanidade dispõe de sofisticados meios de comunicação, porém na

maioria dos acidentes em que atua o Corpo de Bombeiros, o sistema elétrico

de uma edificação ou de veículos normalmente é afetado e o socorro em si não

costuma usá-lo por medida de segurança. Diante dessas situações,

empregam-se métodos de comunicação simples, que é uma solução rápida e

segura para a obtenção de retorno durante uma situação de emergência.

Podemos identificar alguns desses sinais empregados dentro do sistema

de comunicação:

Sinais sonoros: podem ser empregadas sirenes das viaturas,

megafones, rádios e viva voz.

Sinais visuais: podem ser empregadas lanternas, faróis, pontos

de referência, foguetes luminosos (matas).

Sinais por toques: sistema empregado para orientação durante

buscas realizadas em ambientes confinados, sem visibilidade, de

difícil acesso e que torna impossível usar outros meios. Podemos

exemplificar com alguns princípios básicos, mais não determiná-

los, pois o sistema pode mudar de atividade para atividade, como

foi mostrado anteriormente nas formas de deslocamento em

ambientes confinados.

Veja os exemplos:

Um toque - atenção (parando, prosseguindo);

Dois toques - encontrou alguma coisa;

Três toques - retornando;

Quatro toques - necessitando ajuda;

Vários toques consecutivos - emergência.

Observação importante: duas cordas, unidas e tencionadas no plano

horizontal, chamamos de cabo de sustentação. No plano horizontal, uma corda

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO53

empregada para auxiliar uma dupla de bombeiros em uma determinada busca

chamou de cabo guia (figura 11).

3.0 SEGURANÇAS NAS OPERAÇÕES EM AMBIENTE CONFINADO

Deverá haver uma equipe de apoio do lado de fora do ambiente

confinado com comunicação constante. Deve-se entrar no mínimo em duplas

ancorados uns aos outros a uma distância de no máximo 5 metros. Deverá

haver no mínimo dois bombeiros prontos para entrar na galeria para ajudar os

outros que estiverem no interior caso necessitem.

Deverão utilizar lanternas intrinsecamente seguras, um para verificar a

estabilidade do solo, utilizar detectores de gás, explosímetro, cabo guia nos

casos em que houver perigo de se perder, devendo o cabo guia ser utilizado

quando o bombeiro for entrar e sair pelo mesmo local; usar o EPI adequado de

acordo com o tipo de local e ocorrência, atentar para os perigos de

contaminação após sair da galeria.

Em locais em que o bombeiro deva descer mais de 6 metros, o ideal é

que se utilize um tripé de salvamento, todos os pontos de fuga possíveis

deverão ser abertos antes da entrada dos bombeiros, o ideal é que não se

percorra mais de 50 metros sem um ponto de fuga.

Na parte externa dos ambientes confinados, todas as viaturas e

aberturas deverão estar sinalizadas. No caso das galerias deverá ser verificada

a previsão meteorológica. O monitoramento atmosférico no interior do espaço

confinado deverá ser feito durante toda a operação e em diversos níveis, pois

os gases se concentram de acordo com a sua densidade; deverá ser feito um

mapeamento do local, efetuar ventilação sempre que possível, após as

operações em galerias todas as aberturas deverão ser fechadas.

4.0 EQUIPAMENTOS

Este tipo de ocorrência, com relação aos equipamentos de proteção, se

diferencia das outras, tais equipamentos deverão ser adequados ao tipo de

galeria e ao tipo de ocorrência propriamente dita, pois tanto poderá ser uma

ocorrência de salvamento, como, uma ocorrência de incêndio, sendo que ainda Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO54

vários outros fatores poderão se alterar durante seu transcorrer da ocorrência,

podemos então citar como exemplo alguns equipamentos para tais operações:

Luvas e botas;

Capacetes;

Lanternas;

Roupas de proteção;

Equipamento de proteção respiratória,

Cordas e cabos solteiros;

Óculos;

Mosquetões;

Cinto para rapel;

Ventiladores;

Explosímetro e detectores

5.0 TIPOS DE OCORRÊNCIA

5.1 OCORRÊNCIAS EM POÇOS

As emergências em poços

têm vitimado trabalhadores,

operários, curiosos, pessoas que

sofrem queda devido à falta de

sinalização ou proteção e até

integrantes das equipes de

salvamento que, por algum

motivo, não observaram as regras

de segurança essenciais e vitais

para este tipo de atividade.

5.2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS GERAIS

Serão montados o tripé ou aparelho similar, e os sistemas de redução de

força. Deverá ser montado um sistema principal, onde os bombeiros militares

irão acessar o local desejado no poço.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO55

5.3 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESPECÍFICOS

5.3.1 OCORRÊNCIA EM POÇOS COM ATMOSFERA PERIGOSA

Devido ao grande risco causado pelo ambiente insalubre,

independentemente do trauma, a vítima deverá ser içada no menor tempo

possível e da forma menos prejudicial (sem o agravamento de suas lesões).

Recomenda-se:

Uso de equipamentos de acordo com o risco avaliado;

Içamento através de tripé de salvamento com sistema de cordas

vantagem mecânica;

Ancoragem da vítima com KED e balso pelo seio de duas alças e com

arremate de tórax;

O bombeiro sobe juntamente com a última vítima a ser içada.

5.3.2 OCORRÊNCIA EM POÇOS COM RESGATE DE ANIMAIS

É uma atividade de salvamento característica das áreas rurais ou

periferias das grandes cidades e que

exige algum conhecimento técnico

sobre equipamentos, anatomia e

comportamento do animal,

geralmente eqüinos ou bovinos.

Após analisar a situação:

Verificar a necessidade da

utilização do aparelho de poço

e nivelar o solo para a

montagem segura desse;

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO56

O bombeiro descerá por corda própria (corda de salvamento) deixando o

cabo do aparelho de poço, exclusivamente para o animal;

Vestir o cabresto no animal, controlado pelo pessoal de superfície a fim

de limitar a movimentação da cabeça do mesmo;

Permanecer com cabeça próxima ao pescoço do animal a fim de evitar

ser golpeado;

Vestir as munhequeiras nas patas do animal para o içamento;

Encordar o animal com cabo guia a fim de que, após o içamento, seja

possível direcionar o animal ainda em pêndulo para um dos lados;

Após a instalação das munhequeiras e encordamento, o bombeiro será

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO57

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO58

CAPITULO 6

MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE VÍTIMA EM LOCAL DE DIFÍCIL ACESSO

1.0 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Em operações de salvamento terrestre, principalmente aquelas em que

os meios de transporte, como viaturas ou aeronaves, não têm acesso a um

local próximo onde se localizam as vitimas é necessária a realização de um

planejamento para a previsão de pessoal e meios necessários para o

transporte da vítima, com segurança, do local do acidente para locais que

ofereçam maior facilidade e acessibilidade às viaturas, helicóptero ou equipe

médica.

Para isso, a utilização de macas se torna indispensável por proporcionar

a nós e à vitima uma maior segurança e vantagens como:

Possibilita o trabalho em conjunto com a prancha longa;

Boa imobilização da coluna vertebral;

Aumento da proteção à vítima, protegendo-a de movimentações

indesejáveis e prevenindo o agravamento de lesões;

Facilita o transporte pela equipe de salvamento;

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO59

Permite aplicação de tirantes e encordamento que possibilitarão o

deslocamento da maca com a vítima, em segurança, mesmo em

terrenos acidentados e com transposição de obstáculos

2.0 ANÁLISES DO TERRENO

Podemos classificar um terreno como alta inclinação quando o ângulo de

inclinação é tão acentuado que os pesos da maca, vítima e socorrista ficam

todos sustentados pela corda. Este sistema pode ser usado em encostas de

morros, paredões, vãos livres e faces de edifícios ou estruturas. Já em terrenos

com baixa inclinação, a sustentação da maca é desnecessária, porém a

utilização de um sistema com corda de segurança é indispensável para sua

movimentação e também da equipe de salvamento.

Durante um salvamento de longo percurso em que há bruscas

mudanças de inclinação do terreno, devemos prever um sistema que possibilite

rápidas transições de técnica e inclinação da maca estudando

antecipadamente e minuciosamente todo percurso a ser transposto.

Sendo assim, qual é a linha divisória entre a classificação do terreno

para uma atuação de evacuação vertical e de um salvamento de baixa ou

média inclinação?

Esta classificação depende exclusivamente de cada situação, porém

podemos dizer que está por volta de 60º de inclinação.

A análise do terreno a ser percorrido é de suma importância sendo que

poderemos classificá-lo e adotar procedimentos de segurança da seguinte

forma :

Terrenos de baixa e média inclinação

o Inclinação de até 15°

o Inclinação de 15° até 40º

o Inclinação de 40° até 60°

Terrenos de alta inclinação

o Terrenos com inclinação acima de 60º

Salvamento em terrenos de baixa e média inclinação.

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO60

2.1 INCLINAÇÕES DE ATÉ 15°

Em terrenos de baixa

inclinação (até 15°), podemos

realizar o transporte da maca

com a vítima através de um

deslocamento simples com apoio

de 6 socorristas distribuídos em

três pares.

2.2 INCLINAÇÕES DE 15° ATÉ 40°

Em terrenos de baixa inclinação, com angulação do terreno entre 15° e

40°, devemos realizar o transporte da maca com a vítima através de um

deslocamento encordado, no qual a maca progride ancorada e guiada por uma

corda simples sendo

desnecessária a ancoragem

dos socorristas no sistema.

Devera ser utilizada

uma corda para tração e outra

de segurança que será

ajustada à medida que a

maca progride.

2.3 INCLINAÇÕES DE 40° ATÉ 60

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO61

Em terrenos de média inclinação, com angulação do terreno entre 40° e

60°, devemos realizar o transporte da maca com a vítima através de um

deslocamento

encordado, no qual a

maca progride ancorada

e tracionada por uma

corda e um sistema de

multiplicação de força,

sendo necessária a

ancoragem dos

socorristas ao sistema .

Também devera ser

utilizada uma corda para

tração e outra de segurança que será ajustada à medida que a maca progride.

3.0 TRANSPORTES DE VÍTIMAS UTILIZANDO MACAS

Para transportar uma vitima com a utilização de maca, além da

verificação da angulação do terreno e dos respectivos procedimentos de

segurança, devemos atentar para alguns cuidados referentes à manipulação da

maca.

A primeira regra é que a cabeça

da vítima deverá permanecer sempre

em plano mais elevado que seus pés,

isto é, em terreno plano ou aclive,

devemos iniciar o transporte com a

cabeça da vítima à frente, já em um

declive, com os pés.

Em terrenos acidentados, escorregadios, que dificultem a progressão

segura do bombeiro, a maca deverá ser passada de mão em mão aos Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMA

Setembro 2013Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO62

bombeiros que estiverem em posição segura e sem risco de cair ou escorregar.

Deverão ser formadas duas filas com bombeiros frente a frente, na qual o

bombeiro, de posse da maca, só a passará ao bombeiro seguinte, quando tiver

certeza de que está em uma posição segura e firme. Este sistema, conhecido

como lagarta ou Caterpillar, dependendo das condições de terreno, pode ser

executado com os bombeiros sentados no solo para aumentar sua aderência.

3.1 REVEZAMENTOS DE POSIÇÕES DURANTE O TRANSPORTE

Durante um longo trajeto transportando uma vitima, faz-se necessário o

revezamento periódico de posições e lados entre os bombeiros.

O revezamento deve-se ao fato

de que o peso da vítima transportada

em uma maca está concentrado em sua

maior parte da cintura para cima.

4.0 SALVAMENTOS EM TERRENOS

DE ALTA INCLINAÇÃO

O salvamento vertical ou próximo

ao vertical, isto é, com inclinação

superior a 60°, quer seja por um içamento ou por uma descida controlada,

exige o acompanhamento de um bombeiro quando em encostas e, a

obrigatoriedade de cabos guias

quando em vãos livres. É

recomendada a utilização de sistemas

de vantagem mecânica com blocagem

mecânica ou “prussicados” para

içamento e descidas.

5.0 USOS CONJUGADO DE ESCADA

E MACA SKED

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO63

Em situações onde se deseja elevar a vítima de um nível a outro, em

que a inclinação esteja próxima de 90° poderá ser utilizadas conjuntamente

uma escada e a maca sked.

5.1 UTILIZAÇÕES DA ESCADA COMO RAMPA

Com a escada ancorada e estabilizada, posicionada de forma inclinada,

a maca com a vitima deslizará sobre a escada, levando-a de um nível inferior a

um nível superior.

Para tal serão necessários alguns cuidados e procedimentos de

segurança a fim de evitar acidentes na execução desta técnica:

1. De acordo com inclinação da escada e

quantidade de bombeiros no local, poderá ser

montado um sistema de redução de força para

facilitar o deslocamento da maca;

2. Deverá ser montado um sistema de

captura progressiva (DCP) evitando o retorno da

maca ou em uma necessidade de parar o

deslocamento da maca; 3. A maca se deslocará

sempre com a cabeça a frente, devendo na outra

extremidade (dos pés) existir duas cordas guias

com um bombeiro em cada uma que evitarão que

a maca saia da escada durante o deslocamento.

5.2 UTILIZAÇÕES DE ESCADA COMO ALAVANCA

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO64

Outra forma de utilizar a maca sked de forma conjugada com uma

escada é a utilização da escada como alavanca, conforme pode ser visto nos

esquemas seguintes.

3. REFERÊNCIAS

MANUAL DE SALVAMENTO TERESTRE DO CBMSP

MANUAL DE SALVAMENTO DO CBMDF

MANUAL DE FUNDAMENTOS DO CBMSP

Curso de Formação de Soldados Bombeiros – CFSD/CBMMASetembro 2013

Igor de Jesus Pereira Ferreira – 1º Ten QOCBM

Águia 57