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Prof. Adriano Meirelles DIREITO COMERCIAL CURSO: Gestão Executivo de Negócios 1 [email protected]

APOSTILA DIREITO COMERCIAL

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DIREITO COMERCIAL

CURSO: Gestão Executivo de Negócios

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DISCIPLINA: DIREITO COMERCIAL –(SOCIETÁRIO/EMPRESARIAL);PROFESSOR: Adriano Meirelles__________________________________________________________________

PARTE 1 – DIREITO EMPRESARIAL:1.1.- COMÉRCIO E EMPRESA:

Comércio é uma das mais antigas atividades exercidas pelo homem sobre a face da Terra;

Desde os primórdios das civilizações, vem criando e destruindo nações e impérios e tem estado por trás das principais guerras;

Propulsor do desenvolvimento científico e tecnológico, além de se constituir, sem sombra de dúvidas, em um elemento agregador de culturas.

1.2.- COMÉRCIO:“O complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor, que, exercidos habitualmente e com fim de lucro, realizam, promovem ou facilitam a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e pronta a procura e a oferta”. (citado por Rubens Requião, Curso de direito comercial, 17. ed. São Paulo, Saraiva, 1986, v.1, p.5).Assim, resumidamente, comércio é:

uma atividade tipicamente social; exige a interação entre as partes envolvidas; sinônimo de socialização, civilização e vida em sociedade.

O comerciante e a sociedade comercial - durante muitos anos baseados na classificação formal dos atos por eles praticados. Exemplo. Compra e venda com finalidade de revenda, atividades bancárias, industriais, seguros, etc) – os chamados atos de comércio, cuja existência era justificada pela TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO, tendo como epicentro a pessoa que os praticava.

1.3.- AUTONOMIA DO DIREITO COMERCIAL: - Dada a especificidade de suas normas, o Direito Comercial sempre foi visto de forma autônoma em relação ao Direito Civil, não obstante serem ambos ramos do Direito Privado.

Final do século XIX e início do século XX – tentativas de unificação do Direito Comercial com o Direito Civil;

Desde 1912 – o comercialista Inglês de Souza organizou um Projeto de Código Comercial, posteriormente convertido em Projeto do Código de Direito Privado;

Doutrinadores favoráveis à unificação através da TEORIA DA EMRPESA – surgida com o Código Civil italiano de 1942;

A Teoria da Empresa está baseada na atividade econômica exercida de forma organizada por determinado indivíduo (pessoa física ou jurídica);

A pretendida unificação não se concretizou como se imaginava. Ocorreu, sim, uma mera reunião de normas distintas do Direito Comercial e as do Direito Civil em um único código;

No Brasil, a edição do novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 11.01.2002) também representou uma antiga tentativa de unificação.

Em termos gerais, o com o novo Código civil desapareceram as figuras do comerciante e da sociedade comercial, surgindo, assim, o empresário e a sociedade empresária.

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1.4. - DIREITO COMERCIAL:

“É o complexo de normas jurídicas que regulam as relações derivadas das indústrias e atividades que alei considera mercantis, assim como os direitos e obrigações das pessoas que profissionalmente as exercem”. (José Eunápio Borges.Curso de Direito Terrestre, Rio, 1964, p.13).É assim fica claro que Direito Comercial é o conjunto das normas jurídicas reguladoras do comércio. São suas características:a) simplicidade – O Direito Comercial possui caráter mais dinâmico e apresentar menor

formalismo do que o Direito Civil.b) cosmopolitismo – Tem traços acentuadamente internacionais – difere do Direito

Civil, que é um direito singular de cada estado.c) onerosidade - Enquanto conjunto de regras destinadas a regular a atividade

comercial, não existe, em regra, ato mercantil gratuito;d) elasticidade – Tem caráter muito mais renovador e dinâmico do que o Direito Civil.

1.5.- TEORIA DO ATOS DE COMÉRCIO E TEORIA DA EMPRESA:

a) TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO:- Código Comercial (Lei nº 556, de 25.06.1850) – tinha por fundamento a TEORIA

DOS ATOS DE COMÉRCIO; Teoria baseada no corporativismo existente nas corporações de ofício surgidas na

Europa durante o renascimento comercial; As pessoas físicas ou jurídicas encontravam-se submetidas às regras do Direito

Comercial, pela Teoria dos Atos de Comércio.Tinha-se o COMERCIANTE, como:“Toda pessoa que praticava – profissionalmente – atos de intermediação de mercadorias na troca, com intuito de lucro” (Fábio Belotte Gomes, Manual de Direito Comercial, Ed. São Paulo: Manole, 2003. p.9).

b) TEORIA DOS ATOS DE EMPRESA: Código Civil (Lei nº 10.406, de 11.01.2002); Surgida na Itália em 1942, tem como fundamento a atividade econômica e a sua

organização. Assim, conceitua-se EMPRESA como sendo toda atividade econômica, exercida de forma repetida e organizada, com vistas à produção ou à circulação de bens ou de serviços.

Houve um alargamento do conceito de comércio na medida em que a Teoria da Empresa abarca também parte da atividade de prestação de serviços, até o momento restrito ao âmbito do Direito Civil;

O foco central da Teoria da Empresa é a atividade, a ação na esfera econômica, atividade essa que, não guardando vínculo de pessoalidade com o seu titular, permite que se crie certa impessoalidade no seu exercício, contrariamente à pessoalidade característica da antiga Teoria dos Atos de Comércio.

Para a empresa importa preliminarmente a atividade econômica em si. A finalidade da Teoria da Empresa é assegurar a continuidade da atividade empresarial, ainda que sob a administração de outras pessoas que não aquela que iniciou o seu exercício.

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1.6.- ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: Também chamado de fundo de empresa, é o complexo de bens reunidos e

organizados pelo empresário ou pela sociedade empresária para o exercício de sua atividade empresarial. (art. 1.141 do CC);

É considerado uma universalidade de fato, na medida em que se afigura como um conjunto de bens com destinação específica;

É importante observar que o imóvel ocupado pelo empresário ou pela sociedade empresária não pode, por si só, ser considerado côo sinônimo de estabelecimento empresarial, na medida em que é apenas um dos bens integrantes deste;

Compõe-se de bens corpóreos (móveis e imóveis) e de bens incorpóreos (aviamentos, marca, nome empresarial, clientela, ponto comercial).

São BENS CORPÓREOS:São aqueles bens móveis e imóveis, por assim dizer, “corporificados” no estabelecimento empresarial, tais como balcões, vitrines, máquina, imóveis, veículos etc.

São BENS INCORPÓREOS:São aqueles bens que não possuem expressão propriamente física ou que não se encontram corporificados no estabelecimento empresarial, ainda que muitas vezes visualmente perceptíveis, tais como: ponto comercial, nome empresarial, título de estabelecimento, marcas, patentes, tecnologia (“know-how”), contratos, créditos, clientela, freguesia, aviamento etc.

Segundo Oscar Barreto Filho, estabelecimento:a) é um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem os instrumentos

de trabalho do comerciante, no exercício de sua atividade produtiva;b) não se configura como o complexo de relações jurídica do comerciante no

exercício do comércio, e não constitui um patrimônio comercial distinto do patrimônio civil;

c) é formado por bens econômicos, ou seja, por elementos patrimoniais, sendo duvidoso se compreende elementos pessoais;

d) é uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que lhe é dada pela vontade do comerciante;

e) apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econômica exercida pelo comerciante.

Assim, sobre o estabelecimento deve-se, ainda acrescentar que:

este pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza;

que o contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou o arrendamento do estabelecimento empresarial somente causará efeitos em relação a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário ou da sociedade empresária, na junta comercial e de publicado na imprensa oficial (art.1.144 C.C);

na hipótese de não restarem bens suficientes ao alienante para solver o seu passivo “a eficácia da alienação do estabelecimento empresarial depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 30 (trinta) dias a partir de sua notificação”. (art. 1.145 C.C). é uma forma de preservar o patrimônio do devedor, enquanto garantia aos credores;

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na hipótese de não haver autorização expressa do novo titular, o alienante do estabelecimento empresarial não pode oferecer concorrência ao adquirente, nos 05 (cinco) meses subseqüentes à transferência. (art. 1.147 C.C).

1.7.- CONCEITO DE EMPRESÁRIO:Hoje se vivencia uma grande mudança na área comercial, com a nova Teoria da Empresa, em implantação com o novo Código Civil, no sentido de substituir o tradicional conceito de comerciante pelo conceito de empresárioCOMERCIANTE (conceito anterior) – é o que pratica atos de comércio. EMPRESÁRIO – (conceito atual) - é o que exerce atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (CC/2002, art. 966).

O novo Código Civil introduz no direito pátrio o conceito legal de EMPRESÁRIO em seu Livro II, intitulado DIREITO DE EMPRESA.

O novo Código Civil revogou a primeira parte do Código Comercial (artigos 1º ao 456) que tratava da parte geral do comércio, das sociedades comerciais e dos contratos mercantis.

O Código Civil definiu o empresário:

Segundo o art.Art. 966 do Código Civil:Considera-se “EMPRESÁRIO quem exerce profissionalmente, atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. ( art. 966 CC/2002).

A atividade econômica de forma organizada é que encerra toda a essência conceitual da empresa.

Destaca-se da definição as noções de:a) PROFISSIONALISMO:- (i) habitualidade ( não se considera empresário quem

realizada tarefas de modo esporádico; (ii) pessoalidade - o empresário no exercício da atividade empresarial, deve contratar empregados. (iii) monopólio das informações – que o empresário detém sobre o produto ou o serviço de sua empresa.

b) ATIVIDADE – Se empresário é o exercente profissional de uma atividade econômica, então EMPRESA É UMA ATIVIDADE; a de produção ou circulação de bens ou serviços.

c) ECONÔMICA – busca gerar lucro para que a explora. O lucro pode ser o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços; ou apenas o instrumento para alcançar outras finalidades.

d) ORGANIZADA – A empresa é atividade organizada – nela se encontram articulados, pelo empresário, os quatro fatores de produção: a) capital; b) mão-de-obra; c) insumos: e) tecnologia.

e) PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS – fabricação de produtos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição, EMPRESARIAL. (fábrica de eletrodomésticos, confecções de roupas etc). Produção de serviços = prestação de serviços (bancos, escolas, seguradoras, hospital etc).

f) CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS – atividade de circular bens é do COMÉRCIO. Busca o bem no produtor e traz ao consumidor. É a atividade de intermediação. O conceito de empresário compreende tanto o atacadista quanto o varejista.

g) BENS OU SERVIÇOS – Bens são corpóreos, enquanto os serviços não têm materialidade. (obs. comércio eletrônico é atividade empresarial).

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Qualquer pessoa capaz, desde que não expressamente proibida por lei, seja física ou jurídica, pode exercer atividade empresarial. Portanto, o EMPRESÁRIO pode ser PESSOA FÍSICA ( EMPRESÁRIO INDIVIDUAL) ou PESSOA JURÍDICA (SOCIEDADE EMPRESÁRIA).

a) Pessoa Física - EMPRESÁRIO INDIVIDUAL .

O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL, em regra, não explora atividade economicamente importante. Dedica-se quase sempre a atividades de varejo de produtos (sacoleiros, ambulantes, bancas de frutas, confecção de bijuterias, doces etc. Não constitui pessoa jurídica. Não existe distinção entre o patrimônio pessoal do titular e o patrimônio da empresa. O nome do comerciante individual tem de ser – firma ou razão individual. Apenas para fins tributários, tem-se empregado a expressão “pessoa jurídica” (com certas dúvidas e com muita impropriedade). Para ser EMPRESÁRIO INDIVIDUAL a pessoa deve encontrar-se em pleno gozo da capacidade civil. Não tem capacidade para exercer empresa: a) os menores de 18 anos não emancipados; b) ébrios habituais; c) viciados em tóxicos; d) deficientes mentais; e) excepcionais; f) os pródigos.

b) Pessoa Jurídica – SOCIEDADE EMPRESÁRIA A SOCIEDADE EMPRESÁRIA é aquele decorrente da celebração de contrato entre pessoas que, reciprocamente se obrigam entre si a contribuir com bens ou serviços para a consecução de um determinado fim.

O elemento de empresa implica na organização racional dos meios de produção. O empresário atua na organização dos meios de produção, incluindo-se aqui a

organização da mão-de-obra, na pessoa dos agentes auxiliares da empresa, e demais fatores de produção reunidos em torno do estabelecimento empresarial.

Art. 973 – Pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário – caso venha a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Art. 974 - O incapaz poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes por ele exercida enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança, através de autorização judicial.Art. 977 – É facultado aos cônjuges contratar sociedade – entre si ou com terceiros, desde que o regime de casamento não seja o da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória.Art. 978 - EMPRESÁRIO CASADO pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou grava-los de ônus real.Art. 980 – A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.

1.8 Estão proibidos de exercer atividade empresarial:a) os funcionários públicos civis (União, Estados, Territórios e Municípios). (Lei nº

8.112, de 11.12.1990);b) os militares da ativa das três Armas (Código Penal Militar);c) os magistrados;d) os corretores e leiloeiros. ( Código Comercial, art. 59);e) os cônsules, salvo os não remunerados;

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f) os médicos, para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, drogaria ou laboratórios farmacêuticos;

g) os falidos – é-lhe permitido o exercício somente após declarada, por sentença, a sua reabilitação ou extinção de suas obrigações;

h) os estrangeiros não residentes no País.

Obs:- A proibição legal se limita ao exercício Individual da atividade empresarial, não se estendendo à participação em sociedade empresarial como acionista, cotista ou sócio comanditário de sociedade.

1.9.- DA INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO NO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS:

É obrigatória a inscrição do empresário no registro público de empresas mercantins, representando, em cada unidade da federação, pelas juntas comerciais (localizadas nas respectivas sedes dos Estados), antes do início de sua atividade empresarial. (art. 967 Código Civil)

Para a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade ( art. 967 C.Civil), o requerimento deverá conter:I) o nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;II) a firma, com a respectiva assinatura;III) o objeto e a sede da empresa;IV) o capital.

O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova de inscrição originária. Deverá ter a averbação dessa inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. (art. 969 do Código civil)

1.10. – ATIVIDADES NÃO EMPRESÁRIAS – SOCIEDADE SIMPLES:“Não se considera EMPRESÁRIO quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. (art. 996, § único do Código Civil).

As atividades de prestação de serviços de natureza intelectual, científica, artística ou literária, ainda que sejam desenvolvidas com o concurso de ouras pessoas, somente poderão ser classificadas como atividades não empresárias na medida em que o seu titular – o empresário – efetivamente organize o trabalho de terceiros, numa clara organização dos meios de produção, que mais é do que o elemento de empresa, também chamado de empresarialidade.

O elemento de empresa implica na organização racional dos meios de produção. A empresarialidade é um elemento impessoal, opondo-se assim à pessoalidade,

característica da antiga Teoria dos Atos de Comércio.

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2.- PARTE II – DIREITO SOCIETÁRIO:

Previsto no LIVRO II – DO DIREITO DE EMPRESA – Art. 981 CC/2002

É fundamento básico do Direito que as pessoas jurídicas têm personalidade distinta da de seus integrantes, sejam estes pessoas físicas ou outras pessoas jurídicas.

Tal entendimento decorre de ficção jurídica que considera as pessoas jurídicas como entes dotados de personalidade jurídica própria, sendo assim sujeitos de direitos e deveres na ordem jurídica.

As pessoas jurídicas são classificadas, no ordenamento jurídico brasileiro, em pessoas jurídicas de Direito Público e pessoas jurídicas de Direito Privado, as primeiras afetas ao princípio da supremacia do interesse público, ao passo que, em relação às segundas, vigora o princípio da isonomia e do equilíbrio contratual.

No âmbito do Direito Privado entende-se por sociedade toda pessoa jurídica cujos integrantes visam um fim comum e específico – o chamado objeto social.

2.1. SOCIEDADE:Art. 981 – “Celebram contrato de sociedades as pessoas (física ou jurídica) que reciprocamente se obrigam a contribuir (união de esforços, com bens ou serviços), para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”.

2.2.- PERSONALIDADE JURÍDICA:Segundo o art. 45 do Código Civil “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro , precedida, quando necessário, da autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”O artigo 1.150 do Código Civil disciplina que “O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil de pessoas Jurídicas...”.Assim, com o devido registro, a sociedade adquire personalidade jurídica e, portanto, fica evidenciado que:

A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem; A sociedade em personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes entre si;

A pessoa jurídica está autorizada a praticar todos os atos jurídicos a que não esteja expressamente proibida;

A pessoa jurídica é sujeito de direito personalizado, e poderá, por isso, praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico em relação ao qual inexista proibição expressa.

A PERSONALZIAÇÃO das sociedades empresárias gera três conseqüências:

a) TITULARIDADE NEGOCIAL:- assume responsabilidades como sujeito de direito autônomo personalizado, através de seus representantes legais. A sociedade é a titular do compromisso assumido;

b) TITULARIDADE PROCESSUAL:- a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo; tem capacidade para ser parte processual;

c) RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL:- terá sempre patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de cada um de seus sócios;

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d) ALTERAÇÃO ORGÂNICA - a sociedade pode alterar a sua estrutura orgânica; modificar a sua forma societária. ( S/A – Ltda).

O fim da personalidade jurídica da sociedade resulta de todo um processo de extinção, também conhecido por dissolução em sentido largo.

DESCONSIDERAÇÃO DA PESONALIDADE JURÍDICA - Art. 28 – Lei 8.078, de 11.09.1990 (Código de Defesa do Consumidor)- Lei Antitruste – Lei 8.884/99 – art. 18.- Código Civil – art. 50

A PERSONALIDADE JURÍDICA às vezes leva os sócios a praticarem abusos, atingidos os credores e terceiros. O juiz poderá DESCONSIDERAR A PERSONALIDADE JURÍDICA DA SOCIEDADE, quando houver: a) excesso de poder; b) violação dos estatutos ou contrato social; c) abuso de dinheiro; d) ato ilícito, provocado por má administração.

Modernamente o Código Civil classificou a sociedade em: SOCIEDADE PERSONIFICADA e SOCIEDADE NÃO-PERSONIFICADA.

2.3.- SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS: O Direito sempre admitiu a existência de sociedades desprovidas de personalidade jurídica própria – as chamadas SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS; aquelas que não têm personalidade jurídica:a) Sociedade em comum - (art. 986 do Código Civil)b) Sociedade em conta de participação – (art. 991 do Código civil) A) Sociedade em Comum:- ( ART. 986 – 990)Art. 986 - Rege as sociedades que não tem seus atos constitutivos inscritos no órgão competente.Segundo os arts. 987 a 990 – Cód. Civil, a sociedade em Comum tem as seguintes características:

a) os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade. Os terceiros podem prova-la de qualquer modo;

b) bens e dívidas constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum;

c) bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra terceiros que o conheça;

d) todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, exceto os previstos no art. 1.024 (os bens particulares dos sócios somente poderão ser executados por dívidas da sociedade somente depois de executados os bens sociais).

B) Sociedade em Conta de Participação- art. 991 – 996 do Código Civil.Tem características impróprias: É uma sociedade DESPERSONALIZADA; não pode ser registrada no Registro de empresas e tem o caráter de sociedade secreta. Tem dois tipos de sócios: a) ostensivo – que tem responsabilidade ilimitada; b) participante – não tem responsabilidade. Respondem tão somente perante o sócio ostensivo, conforme o contrato entre eles. A sociedade não tem personalidade jurídica (despersonalizada), portanto, não assume em seu nome nenhuma obrigação. É o sócio ostensivo que assume, como obrigação pessoal, as obrigações da sociedade perante

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terceiros. A atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria responsabilidade.A constituição da sociedade independe de qualquer formalidade. Todavia, pode provar-se por todos os meios de direito. O contrato social produz efeito somente entre os sócios. A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta

2.4.- SOCIEDADES PERSONIFICADAS: - art. 997 e seguintes do Código Civil. Características gerais:

Têm personalidade jurídica; Constitui-se por contrato, entre duas ou mais pessoas; Nasce com registro do contrato ou estatuto no Registro Público de Empresas

Mercantis – Juntas Comerciais; Tem por nome uma firma (razão social) ou denominação; Extingue-se pela dissolução, por expirado o prazo de duração, por iniciativa dos

sócios, por ato de autoridade etc; É uma pessoa ( pessoa jurídica) – com personalidade distinta das pessoas dos

sócios; Tem vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios; É representada por quem o contrato/estatuto designar; Quem comercia é a sociedade e não os sócios; O patrimônio é da sociedade e não dos sócios; Responde sempre ilimitadamente pelo seu passivo; Pode modificar sua estrutura, por alteração no quadro social ou mudança de tipo; Classifica-se em “sociedade de pessoas” – sócios são escolhidos pelas suas

qualidades pessoais. “sociedade de capital” – quando é indiferente a pessoa do sócio;

a) SOCIEDADE SIMPLES - ( ANTIGAS SOCIEDADES CIVIS).Art. 997 – A sociedade constitui-se mediante CONTRATO ESCRITO, particular ou público, que além das cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:I) nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas

naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade da sede dos sócios, se jurídicas;

II) denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;III) capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender

qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;IV) a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realiza-la;V) as prestações q que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em servi;os;VI) as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, em seus poderes

e administrações;VII) a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;VIII) se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

Art. 998 – A inscrição do contrato social da sociedade, no REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS, do local da sua sede, deverá ser feito nos 30 dias subseqüentes à sua constituição. Art. 999 – Modificações do contrato social das matérias constantes do art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios. As demais podem ser decididas por

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maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime, cuja alteração deverá ser averbada no livro de registro próprio.

DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS - SOCIEDADES SIMPLESArt. 1.001 - As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data. Terminam com a liquidação da sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais.

Art. 1.002 – Sócio não pode ser substituído no exercício de suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação no contrato social.

Art. 1.003 - Cessão parcial ou total de quota – depende do consentimento dos demais sócios e alteração contratual.

Parágrafo único – Até 02(dois) anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário pelas obrigações assumidas na sociedade.

Art. 1.004 - Os sócios são obrigados, de acordo com o previsto, às contribuições assumidas no contrato social, sob pena de, não o fazendo, responderá pelo dano emergente.

At. 1.006 – O sócio, cuja contribuição constitua em serviço, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros.

Art. 1.007 – Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas na proporção de suas quotas.

Art. 1.008 – É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.

B0 TIPOS DE SOCIEDADES EMPRESÁRIAS (ANTIGAS SOCIEDADES COMERCIAIS)

Art. 982 – Considera-se EMPRESÁRIA – sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (objeto social explorado com empresarialidade – profissionalismo) sujeito a registro (art. 967) no Registro Público de Empresas Mercantis.

2.4. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS:

1. De acordo com a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais:a) Sociedade Ilimitada - em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas

obrigações sociais. Ex. Nome Coletivo.

b) Sociedade mista - parte dos sócios respondem limitadamente e a outra parte tem responsabilidade limitada pelas obrigações sociais. Ex. comandita simples. Comanditário – limitada. Comanditado – ilimiatada.

c) Sociedade limitada – todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. Ex. Ltda e S/A.

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2.- Quanto ao regime de constituição e dissolução:a) Sociedades contratuais – cujo ato constitutivo e regulamentar é o contrato

social. Para sua dissolução não basta a vontade majoritária dos sócios. Os minoritários podem manter a empresa mesmo contra a vontade da maioria. Ex. Nome Coletivo, em Comandita por Simples e Limitada.

b) Sociedades Institucionais – cujo ato regulamentar é o estatuto social. Podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária. Ex. Sociedade Anônima e em Comandita por Ações.

3.- Quanto às condições de alienação da participação societária: a) Sociedades de pessoas – em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de

estranho no quadro associativo. Existe o “affectio societatis”.

b) Sociedades de capital – existe o princípio da livre circulabilidade da participação societária. Praticamente não existe o “affectio societatis”.

2.5. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS – TIPOS:(art. 1.039 e 1.092 C. Civil):a) SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (art. 1.039);b) SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (art. 1.045);c) DA SOCIEDADE LIMITADA (art. 1.052);d) DA SOCIEDADE ANÔNIMA (art. 1.088);e) DA SOCIEADE EM COMANDITA POR AÇÕES (art. 1.090)

2.6. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO – (art. 1.039 a 1.044 CC/2002). Somente pessoas físicas podem ser sócios. Responsabilidade dos sócios: solidária e ilimitada. Qualquer sócio pode ser nomeado administrador. O uso da firma, nos limites do contrato, é privativo dos que tenham os necessários poderes. É regida por firma ou razão social – (composta com o nome pessoal de um ou mais sócios) (+ & Cia). A sociedade se dissolve de pleno direito – causas enumeradas no art. 1.033 CC/2002 e, se empresária, também pela declaração de falência.

2.7. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES: (art. 1.045 a 1.051 CC/2002) - Tem dois tipos de sócios: comanditados- (pessoas físicas) – responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Podem ser os administradores e o nome empresarial da sociedade só poderá valer-se de seus nomes civis. O comanditários – (pessoas físicas ou jurídicas) - obrigados somente pelo valor de sua quota. O contato deve discriminar os comanditados e os comanditários. Ambos os sócios têm direito a participar dos lucros e tomar parte das deliberações sociais, fiscalizar e administrar os negócios da sociedade.

Parte III – SOCIEDADE LIMITADA: ( Art. 1.055 a 1.087 do Código Civil.)

3.1.- PREVISÃO LEGAL: Reguladas, no Brasil, pelas disposições contidas nos artigos 1.052 a 1.087 do Código

Civil; Anteriormente reguladas pelo Decreto nº 3.708, de 10.1.1919.

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3.2.- CARACTERÍSTICAS: Nesta sociedade o capital social é dividido em quotas, iguais ou desiguais,

cabendo-as aos sócios. Cotista, ou sócio, é aquele que entra com uma parcela do capital social. É vedada a contribuição que consista em prestação de serviços.

A quota é indivisível em relação à sociedade. No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino representante, pelo inventariante do espólio do sócio falecido.

A responsabilidade do sócio, portanto, é limitada ao total do capital social subscrito e não integralizado.. Cada sócio é individualmente responsável pela totalidade do capital social da Companhia até que o capital seja totalmente integralizado.

Na omissão do contrato, o sócio poderá ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente da anuência dos demais sócios, ou a estranho, se não houver oposição dos titulares de mais de ¼ do capital social.

ADMINISTRAÇÃO - a sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.

Se o contrato permitir administradores não sócios, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado e, de 2/3 no mínimo, após a integralização.

O uso da firma ou denominação social é privativo dos administradores que tenham estes poderes.

Obrigatoriedade de realização de inventário balanço patrimonial e balanço de resultado econômico – anualmente.

DELIBRAÇÕES – As deliberações dos sócios deverão ser tomadas em reunião ou assembléia, conforme o previsto no contrato social. A deliberação será obrigatória através de Assembléia, quando o número de sócios for superior a 10. (art. 1.078). Todas as reuniões ou assembléias tornar-se-ão dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas. Obrigatoriedade da aprovação das contas anuais através de Assembléia Geral.

Obrigatoriedade de adoção dos livros societários de Registro de Atas da Administração (art. 1.062) e Atas de Assembléias Gerais (artigo 1.075). Poderá ser constituído, no contrato, a previsão de Conselho Fiscal (3 ou mais membros – sócios ou não, residentes no País e eleitos em assembléia geral). (art.1.066 CC/2002).

AUMENTO E REDUÇÃO DO CAPITAL:- Previsão para aumento e redução de capital mediante alteração do contrato social. (art. 1.081), mediante o direito de preferência aos sócios na proporção das suas participações no capital social.

PARTE IV - SOCIEDADE ANÔNIMA:

4.1.- PREVISÃO LEGAL:

Lei 6.404, de 15/12/76 Lei 10.303, de 31.10.2001 Código Civil art. 1.088 e 1.089

4.2.- CARACTERÍSTICAS: Grandes empreendimentos – (construção de usinas). Mínimo dois acionista (sócios). Influi na economia política. Impessoalidade – visa apenas o capital social – não se preocupa com as qualidades e

aptidões dos acionistas;

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Divisão do capital social ações – O capital social é dividido em frações – pequenas partes – iguais – as ações;

É sempre comercial - qualquer que seja o seu objeto é sempre mercantil (comercial).

4.3.- TIPOS DE SOCIEDADES ANÔNIMAS:Sociedades Anônimas Fechadas ou Abertas: Fechadas não são registradas na CVM – Comissão de Valores Mobiliários, portanto

não negocial suas ações em bolsa de Valores, mas tão somente em balcão. Abertas – são registradas na CVM e têm suas ações negociadas em Bolsas de

Valores e em balcão.

De capital determinado (fixo) ou de capital autorizado: Capital fixo - é o inteiramente subscrito. Capital autorizado - previsão para futuro aumento de capital. Já aprovado em

Assembléia Geral. O Conselho de Administração ou a Diretoria têm poderes para autorizar o aumento de capital.

Nome - denominação – acrescido da palavra “Sociedade Anônima” por extenso ou abreviadamente (S/A) ou, ainda, antepondo-se a palavra “Companhia” ou “Cia”, mas nunca “Cia” no final.Ex. Sociedade Anônima Braz Cubas – S/A Braz Cubas Brás Cubas Sociedade Anônima – Brás Cubas S/A Companhia Brás Cubas _ Cia Brás Cubas

Responsabilidade dos acionistas - A responsabilidade dos acionistas (sócio) é limitada as ações subscritas ou adquiridas, restringindo-se à integralização das ações por ele subscritas.

4.4.- TÍTULOS EMITIDOS PELA SOCIEDADE ANÕNIMA:

I) AÇÕES:- São bens móveis e representam uma parte do capital social, a qualidade do sócio e são

títulos de crédito. Podem ser:

(i) Quanto aos direitos e vantagens que confiram a seus titulares, as ações podem ser:

a) ORDINÁRIAS : ou Comuns: conferem ao titular os direitos de sócio – o direito de voto.

b) PREFERENCIAIS : dão ao acionista o direito de preferência nos lucros da sociedade – dividendos.

c) DE FRUIÇÃO : resultado das ações ordinárias e preferenciais amortizadas. (ii) Quanto às formas as ações podem ser:

d) NOMINATIVAS : são aqueles que trazem o nome registrado no certificado e estão registradas no Livro de Registro de Ações Nominativas.

e) ESCRITURAIS : não há emissão de certificado e são mantidas em depósito, em nome de seus titulares, numa Instituição Financeira autorizada pela CVM.

(iii) Quanto ao valor, as ações podem ser:

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a) AÇÕES COM VALOR NOMINAL: são as que têm o valor determinado pela própria Companhia e é o resultado do capital social dividido pelo número de ações.

b) AÇÕES SEM VALOR NOMINAL: são as que têm o valor determinado pelo resultado da divisão do patrimônio líquido dividido pelo número e ações. Chama-se, também, AÇÕES PATRIMONIAIS.

c) AÇÕES ( VALOR DE MERCADO ): é o valor que é alcançado na Bolsa de Valores ou no Balcão.

II. PARTES BENEFICIÁRIAS: São títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. Dão direito de

crédito eventual – participação dos lucros anuais – de até o limite de 10% (art. 46).

III. DEBÊNTURES: São títulos negociáveis que conferem direito de crédito contra a sociedade, nas

condições estabelecidas na escritura de emissão e certificado de debêntures.

IV. BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: São títulos negociáveis que conferem direito de subscrever ações. Podem ser

emitidos até o limite do capital autorizado no estatuto (art. 168). Os bônus de subscrição visam facilitar a venda de ações ou de debêntures a serem emitidos pela companhia.

OS ACIONISTAS: Acionista ordinário (ou comum) é o que tem direitos e deveres comuns de todo

acionista. Tem dever de integralizar as ações subscritas, tem direito de votar (ações ordinárias) e preferência nos dividendos – lucros (ações preferenciais)

Acionista controlador : ou “majoritário” é a pessoa física ou jurídica (acionista) que detém a maioria dos votos e o poder de eleger os administradores da Companhia.

Acionista dissidente : é o que não concorda com certas deliberações da maioria

e como tal tem o direito de retirar-se da companhia (direito de retirada ou de recesso).

Acionista minoritário - é aquele que não participa do controle da companhia.

4.5.- ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA:I) ASSEMBLÉIA GRAL:O poder de decisão de uma Sociedade Anônima reside na Assembléia Geral – reunião de acionistas, convocada e instalada de acordo com os estatutos. Tem poderes para decidir todos os assuntos de interesse da Companhia.

A Lei 10.303, de 31.10.2001 – Principais alterações: Art. 124 – Modo de convocação da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária;

- CIA FECHADA:- 8 dias – 1ª convocação; 5 dias – 2ª convocação.- CIA ABERTA:- 15 dias – 1ª convocação; 8 dias - 2ª convocação.

Tipos de Assembléia Geral:

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a) Assembléia Geral ordinária (AGO) – realizada nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social – para aprovação do balanço e distribuição de dividendos (lucros);

b) Assembléia Gral Extraordinária (AGE) - pode instalar-se em qualquer época, sempre que houver necessidade para discutir assuntos de interesse da companhia;

c) Assembléias Especiais - reunião dos acionistas preferenciais, titulares de debêntures e partes beneficiárias, para debater assuntos específicos dessas classes.

A ADMINISTRAÇÃO:Compete, conforme dispuser o estatuto, ao Conselho de Administração e à Diretoria. A Diretoria é composta por no mínimo dois membros, acionistas ou não, eleitos e destituíveis pelo Conselho de Administração ou, se este não existir, pela Assembléia Geral. Nas companhias de capital aberto existe a obrigatoriedade do Conselho de Administração. O Conselho de Administração é eleito pela Assembléia Geral – devendo ser membros ser acionistas da companhia.

CONSELHO FISCAL:Composto por no mínimo três e no máximo cinco pessoas, acionistas ou não, eleitos pela Assembléia Geral.

SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES: ( art. 280 A 284 e LSA e 1.090 a 1.092 CC/2002).Rege-se pelas normas das sociedades por ações (Lei 6.404/76). Capital social dividido em ações. Só os acionistas podem ser diretores ou gerentes e são nomeados no próprio estatuto. Pode tanto ser usado denominação como firma para dar o seu nome, acrescido da expressão “comandita por Ações”. Os sócios comanditados são os diretores ou gerentes e os sócios comanditários são os demais acionistas.

4.6.- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA -

Lei 6.404, de 15.12.76 e suas alterações. (arts. 235 a 242 LSA)Características principais: Sua criação depende e prévia autorização legislativa; Participação no quadro societário (sócios – capital social) – Poder Público e

particulares; Pessoa Jurídica (Poder Público) controla a Companhia; Objeto social – somente os empreendimentos e atividades previstos na lei que a

criou; Tem obrigatoriamente Conselho de Administração e Conselho Fiscal; Não estão sujeitas a falência ( Lei 11.101/2005).

4.7.- GRUPOS SOCIETÁRIOS E ECONÔMICOS:Interligação das sociedades:a) Sociedades Coligadas : Quando uma participa, com 10% ou mais do capital social da outra, sem controlá-la. É

vedada a participação recíproca. (art. 243 § 1º e 244 LSA).

b) Sociedade Controladora:

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É a titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade controlada. (art. 246 – arts. 116 e 117 LSA);

c) Subsidiária Integral: Tem como único acionista uma outra sociedade, que deve ser brasileira (art. 251

LSA)

d) Grupo de Sociedades: É constituída pela controladora e suas controladas, combinando esforços ou recursos

para empreendimentos comuns.

e) Consórcio: É o contrato pelo qual duas ou mais sociedades, sob o mesmo controle ou não, se

comprometem a executar em conjunto determinado empreendimento. Não tem personalidade jurídica, cada consorciado continua com a sua personalidade jurídica própria (art.278 e 279 LSA).

PARTE V – DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES

Previsão legal:- Código Civil – art. 1.033 a 1.038

Modalidades de dissolução:a) Dissolução consensual – art. 1033 b) Dissolução judicial – art. 1.034

Partes do processo de dissolução:

(i)- LIQUIDAÇÃO: - Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar a investidura do liquidante. Pode ser judicial ou não.

(ii)- PARTILHA: - Concluída a liquidação do patrimônio (ativo x passivo), o saldo deve ser partilhado entre os sócios.

(iii)- EXTINÇÃO: - Terminada a partilha, passa-se a seguir para despersonalização da sociedade, ou seja, a sua extinção.

Títulos de crédito: conceito, características e classificação; endosso, aval, aceite, ação cambial e prazo prescricional; letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata.

TITULOS DE CRÉDITO:- Os títulos de crédito caracterizam-se, assim, por serem documentos que representam determinadas obrigações pecuniárias. Desempenham função econômica à medida que substituem a própria moeda em sua função de instrumento de troca. São documentos que se destinam a representar um crédito.Um título de crédito é um documento representativo de um direito de crédito. A existência de um título, exige a preexistência de um direito de crédito a ser por aquele simplesmente representando.

PREVISÃO LEGAL:-

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Com o desenvolvimento do comércio internacional, passou a ser necessária a regulamentação padronizada dos instrumentos que possibilitavam a realização de relações comerciais. Em 1930, com a Convenção de Genebra – surgiu o texto da chamada LEI UNIFORME, válida para 25 países.

No Brasil, desde 1908 existia a chamada Lei Cambial (Decreto nº 2.044/1908), regulamentado a matéria.

A partir da Constituição Federal de 1946 que os decretos passaram a adquirir a forma dos decretos eu hoje conhecemos. Neste ano foi ratificada a Convenção de Genebra.

Em 1966, o Decreto nº 57.663/66 estabeleceu que a Lei Uniforme deveria ser cumprida, simplesmente anexando o seu texto aos dizeres do diploma leal brasileiro.

Em 1971, o supremo Tribunal Federal, politicamente, decidiu que a Lei Uniforme estava, sim, em vigor no país, salvo nos aspectos em que o Brasil houvesse, especificamente, assinado reservas. Nessas hipóteses, deveriam ser aplicadas as disposições da Lei Cambial.

Em 2002 os títulos de crédito foram disciplinados pelo Código Civil, em seus artigos 887 a 926. Vale dizer que o Código Civil de 2002 adotou o princípio da liberdade de criação e emissão de títulos inominados. Não há nesse diploma legal disposições atinentes aos títulos nominados, tais como letra de câmbio, cheque, nota promissória e duplicata. A aplicação do Código Civil de 2002 aos títulos de crédito só é possível quando não houver lei especial que os regulamente.

CONCEITO:

Segundo Vivante:“Titulo de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo que nele se contém”.

CARACTERÍSTICAS: Para garantir a sua circulação segura, os títulos de crédito apresentam certas características ditas essenciais:

a) LITERALIDADE : Significa que o direito deve ser observado, segundo o teor do documento. É a obrigatoriedade de o título de crédito estar devidamente preenchido, explicitando assim, de forma literal, a obrigação por ela representada.

b) AUTONOMIA: Significa que a posse de boa-fé do título enseja um direito próprio. A autonomia é a característica de acordo com a qual uma obrigação que se origina de um título de crédito (obrigação cambial ou cambiária) é autônoma em relação às demais obrigações originadas do mesmo direito de crédito (obrigações civis ou comerciais).

Abstração cambiária – é a desvinculação de um título de crédito em relação ao negócio jurídico que motivou a sua criação. O título de crédito se desvincula do negócio concreto que o originou.

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c) CARTULARIDADE: Significa que, enquanto o título existir fisicamente, o seu possuidor deverá apresentá-lo para exercer o direito nele mencionado. Nesse sentido, documento e direito se confundem. Um título de crédito existe enquanto existir a sua cártula. Existe um brocado que diz: “O que não está no título não está no mundo”.Destaca-se que, com a promulgação do Código Civil de 2002, o requisito da cartularidade dos títulos de crédito tende a desaparecer. Isso porque esse diploma legal permite não somente a criação de títulos inominados ou atípicos, como também a emissão de títulos por via eletrônica em conformidade com o § 3º do artigo 889.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: antes de apresentar a classificação dos títulos de crédito, deve-se classificar os documentos propriamente ditos.Os documentos classificam-se em:

a) documentos probatórios : são aqueles que atestam a existência de uma relação jurídica;

b) documentos constitutivos : são aqueles necessários para fazer nascer o direito;

c) documentos dispositivos : são aqueles que, além de fazer nascer o direito, fazem com que o direito continue ligado ao documento, sendo exemplos os títulos de crédito.

( I ) QUANTO AO NEGÓCIOS DE ORIGEM:

a) CAUSAIS : - São aqueles no qual o negócio jurídico que lhe deu origem, por força da lei, vincula-se ao título de tal sorte que produz efeitos sobre a sua vida jurídica. Ex. Duplicata Mercantil. São aqueles títulos cuja emissão depende da ocorrência de determinada hipótese ou “causa” específica, prevista na respectiva norma que os regule, constituindo tal causa requisito indispensável à sua emissão. Ex. Duplicata mercantil – só é emitida por ocasião da venda e entrega efetiva da mercadoria.

b) ABSTRATOS : - São aqueles que, uma vez emitidos, desvinculam-se, completamente, da causa que lhe deu origem. Aqueles cuja emissão não depende da ocorrência de determinada hipótese ou “causa” específica.Exemplos: Nota promissória e a letra de câmbio.

( II ) QUANTO À CIRCULAÇÃO:

a) AO PORTADOR : - São aqueles que não há qualquer identificação do beneficiário; o que facilita a circulação do título. A mera tradição é suficiente para a transmissão do título de crédito. Devem ser pagos a que os portar, tornando-se portador, assim, o credor do título. Não é necessário o endosso para a sua transferência, podendo ser transferido pela simples tradição – entrega do título. A Lei nº 8.021, de 14.4.1990 proibiu o títulos ao portador.Vale aqui dizer que uma das poucas exceções são os cheques emitidos em valores inferiores a R$ 100,00 (cem reais) que não necessitam conter o nome do beneficiário.

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b) NOMINATIVOS : - São aqueles que indicam o nome do beneficiário no livro próprio. Ex. ações das Sociedades Anônimas.

c) Á ORDEM : - Os títulos com cláusula à ordem são aqueles cuja titularidade se transfere mediante a indicação por meio do endosso efetuado pelo atual beneficiário, do nome de nova pessoa a quem deva ser paga a quantia expressa no título. Ex. cheque, letra de câmbio, nota promissória.

Já os títulos nominativos com cláusula não à ordem não são transferidos por endosso, mas somente por cessão civil de crédito. É forma de transferência de um crédito não representado por um título de crédito, mas previsto em um contrato, sendo matéria de Direito Civil.

Na cessão civil de crédito, o cedente precisa comunicar ao devedor a cessão do crédito contra ele existente, a fim de que referido devedor possa, se for o caso, opor eventuais exceções à cessão efetuada.

(III) QUANTO AO MODELO:

a) LIVRE : - São aqueles que não apresentam forma própria, ou seja, padrão previamente estabelecido. Ex. Nota promissória. Para ser válida é preciso que atenda a uma série de requisitos estabelecidos por lei, mas a sua forma não é previamente estipulada.

b) VINCULADO : São aqueles que possuem um padrão previamente definido para o preenchimento dos requisitos de cada um. Ex. cheque, que apresenta como requisito específico ser lançado no formulário próprio fornecido pelo banco.

(IV) QUANTO À TIPICIDADE:

a) TÍPICOS : São os definidos em lei. Ex. Nota Promissória, Letra de Câmbio, Duplica, Cheque.

b) ATÍPICOS : São aqueles que não se encontram definidos em lei; a eles se aplicam as disposições do Código civil de 2002.

(V) QUANTO AO EMISSOR:

a) PÚBLICOS : - São os emitidos pelo Estado ou por qualquer pessoa jurídica de direito público.

b) PRIVADOS : - São os emitidos por pessoa de direito privado

ATOS CAMBIÁRIOS:-

a) SAQUE : - Ato de lançamento do título de crédito. “É a operação pela qual o sacador indica o nome de outro como

possível obrigado”. Pontes de Miranda.b) ACEITE : - Ato cambiário em que o SACADO de um título de crédito concorda em

cumprir a ordem que lhe é dada e se vincula ao pagamento do título de crédito. c) ENDOSSO : É específico dos títulos de crédito à ordem. Ato pelo qual o credor de

um título de crédito À ORDEM transfere o seu direito de crédito para uma outra pessoa e torna-se coobrigado pela satisfação do crédito. É o meio pelo qual se transfere a propriedade de um título de credito. É um método translativo da sua propriedade ou titularidade.

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( i ) ENDOSSANTE:- é aquele para quem o título de crédito é transferido por meio do endosso.

(ii) ENDOSSATÁRIO: - É aquele para quem o título de crédito é transferido por meio do endosso.

Para a constituição do endosso, basta a assinatura do ENDOSSANTE. Se este for analfabeto, no entanto, for analfabeto, precisará nomear um MANDATÁRIO para endossar em seu nome um título de crédito.

O endosso:a) Vincula o endossante ao pagamento do título de crédito, na qualidade de

coobrigado;b) Transfere a propriedade do título de crédito ao endossatário;c) O endossatário passa a ser o novo credor do título de crédito;d) Gera uma nova garantia para o endossatário.

Espécies de endosso:a) ENDOSSO PRÓPRIO;- É aquele translativo de propriedade.

Pode ser:( i ) Em preto: - é aquele que especifica o nome do endossatário; Contém o nome do endossatário.( ii ) Em branco: - é aquele que não identifica o endossatário e transforma o título de crédito em título ao portador. Contém apenas a assinatura do endossante, sem indicação expressa do nome do beneficiário em favor de quem se endossa.

b) ENDOSSO IMPRÓPRIO: Pode ser:( i ) Endosso Mandato: - Não transfere a propriedade do título de crédito, mas apenas investe o endossatário na qualidade de mandatário para o fim especial de cobrar o título de crédito. Deve, portanto, constar a expressão “valor a cobrar”;

( ii ) Endosso Pignoratício: - Promove a transferência do título de crédito a título de penhor. A propriedade do título de crédito não é transferida.

( iii ) Endosso sem garantia: - Aquele que transfere a propriedade do título de crédito, sem se obrigar ao seu pagamento. Deve contar a expressão “válido sem garantia”.

c) ENDOSSO PÓSTUMO: É aquele posterior à ocorrência do protesto por falta de pagamento. O ENDOSSANTE não se obriga cambialmente ao pagamento do título de crédito. Neste caso, o endosso tem efeito de cessão civil de crédito.

Observação: Em regra o endosso é lançado no verso do título de crédito, sem identificação do ato. Porém, nada impede que seja lançado no anverso, contato que seja feita a identificação do ato.

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ENDOSSO X CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO

ENDOSSO CESSÃO CIVIL DE CRÉDITONo endosso, o endossante responde pela existência do crédito e por seu adimplemento e, se o devedor não pagar, o endossante poderá ser executado.

Na cessão civil de crédito, o cedente responde apenas pela existência do crédito e não por seu adimplemento, nos termos do artigo 1.073 do código civil de 2002.

No endosso, se executado o devedor, não poderá ser alegada matéria relativa à sua relação com o endossante.

Na cessão civil de crédito, o devedor,se executado, poderá eleger matéria relativa à sua relação com o cessionário.

O endosso é ato unilateral de declaração de vontade que impõe forma escrita.

A cessão civil de crédito constitui acordo bilateral de vontade, que pode assumir qualquer forma.

O endosso é direito autônomo ao crédito transferido e a nulidade de um endosso não afeta a validade dos outros endossos.

A cessão civil de crédito é vinculada ao crédito transferido e a nulidade de uma acarreta a nulidade dos posteriores.

No endosso, o endossatário pode cobrar a dívida de todos os coobrigados.

Na cessão civil de crédito, o cessionário pode cobrar a dívida somente do devedor.

É nulo o endosso parcial, nos termos do parágrafo único do artigo 912 do Código Civil.

Na cessão civil, o crédito pode ser cedido parcialmente ou mediante a satisfação de alguma condição

d) AVAL : - É a obrigação cambiária assumida por alguém como uma garantia de pagamento firmado por terceiro. É uma garantia pessoal de natureza cambial prestada pelo avalista, pessoa física ou jurídica, que se obriga pelo avalizado (devedor), assumindo, total ou parcialmente, obrigação pecuniária contraída pelo afiançado com base num título de crédito.

Por meio do aval, o AVALISTA assume a posição de DEVEDOR de um título de crédito. O AVALISTA é a pessoa que prestou o aval e o AVALIZADOR é aquele em favor de quem foi prestado o aval.

O aval é instituto AUTÔNOMO, ou seja, ainda que o título de crédito seja nulo ou mesmo a obrigação principal o seja, o aval pode não sê-lo.

De acordo com o artigo 32 da Lei Uniforme o AVALISTA é responsável da mesma forma que o seu AVALIZADO. Sua obrigação equivale á do avalizado. Assim, eventual nulidade da obrigação do avalizado não compromete o avalista.

O AVALISTA responde perante todos os credores do avalizado. Após o pagamento, o avalista terá direito de regresso em face dos coobrigados anteriores sacador, endossantes anteriores/avalistas anteriores) e do próprio avalizado.

O aval necessariamente deve ser completo, ou seja, deverá cobrir toda a quantia estipulada no título. O instituto do aval parcial foi vedado pelo código civil de 2002 – parágrafo único do artigo897.

Formaliza-se o aval com a assinatura do avalista no anverso do título de crédito, sem indicação do ato. Se o aval for lançado no verso do título, o aval deve ser identificado mediante a expressão “bom para aval” ou equivalente.

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O aval pode ser de duas formas: a) EM BRANCO – quando não identifica o nome do avalizado, sendo presumido que este será o SACADOR - art. 13 da Lei Uniforme. B) AVAL EM PRETO - quando é indicado o nome do avalizado.

O devedor de cambial poderá ter sua obrigação garantida por mais de um avalista. É o que se denomina AVAL SIMULTÂNEO. Neste caso os avalistas serão solidários, mas apenas quando avalizarem o mesmo devedor. É a existência de vários avalistas em um único título e que simultaneamente avalizam referido título, de forma limitada ou não.

Observação: O AVAL distingue-se da FIANÇA. Veja:AVAL FIANÇA

Aval é obrigação autônoma. Fiança é garantia acessória da obrigação principal.

Aval não possui benefício de ordem. Fiança, se nada constar, possui benefício de ordem.

Aval é privativo do direito cambial (títulos de crédito).

Fiança é utilizada para contratos e não para títulos de crédito.

e) PAGAMENTO : - Configura o cumprimento da obrigação cambiária assumida. f) PROTESTO : - É o formal ato extrajudicial que objetiva conservar e ressalvar

direitos e demonstrar que não foi efetuado o pagamento de um título de crédito. Não tem caráter de pena. É, sim, meio de prova de que não foi efetuado o

pagamento relativo a um título de crédito. O protesto é elemento que positiva o não-cumprimento da obrigação cambial, caracterizando a mora do devedor.

Nos termos do artigo 1º, da Lei 9.492/97, o protesto é o “ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”. Note-se que nesse conceito não se enquadra o protesto por falta de aceite, possível para as letras de câmbio.

O protesto é de responsabilidade do CREDOR que figura como beneficiário no título e pode ser motivado pela:

Falta de aceite - naqueles títulos que admitem aceite: (Letra de câmbio e duplicata).

Falta de data do aceite – quando o título não foi aceito pelo sacado. Falta de pagamento – contra o próprio devedor.

1. - LETRA DE CÂMBIO:

Origem na Idade Média italiana. Criada para evitar que grandes somas em dinheiro fossem roubadas em vias

inseguras. A moeda era trocada pela Letra de Câmbio e entregue na praça de destino.

Na França - século XVII – surgiram o ENDOSSO e o ACEITE da LETRA DE CÂMBIO.

Século XIX – na Alemanha – a Letra de Câmbio adquiriu o contorno que lhe é hoje reconhecido e passou a ser considerada título de crédito.

1.1.– CONCEITO:

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É uma ORDEM DE PAGAMENTO, à vista ou a prazo, por meio da qual o SACADOR dirige ao SACADO uma ordem para que se pague a importância consignada na letra a um terceiro denominado TOMADOR.

É um título ABSTRATO, afastando-se, assim, da causa que lhe deu origem.

1.2.– FIGURAS INTERVENIENTES: (relação tringular)

a) SACADOR : - É o EMISSOR do título e aquele que manda o outro pagar.

b) SACADO : - É aquele que paga.

c) TOMADOR ou BENEFICIÁRIO: - É aquele em favor de quem a ordem foi dada, ou seja, é o credor do título de crédito.

1.3.– FORMAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO:

Constituição ocorre com o SAQUE – que é o ato de lançamento da Letra de Câmbio.

Após o SAQUE é que o tomador estará autorizado a procurar o sacado para receber a quantia referida no titulo.

Torna o sacador vinculado ao pagamento da Letra de Câmbio.

1.4.– REQUISITOS LEGAIS:

- Requisitos essenciais: É um documento FORMAL Deve preencher os requisitos essenciais:

a) conter a denominação “letra de Câmbio”;b) ser ordem de pagamento de determinada quantia em dinheiro,

especificando a espécie da moeda;c) designar o nome da pessoa que deve pagar (SACADO), bem como sua

identificação, o nome do beneficiário e a assinatura do SACADOR;d) especificar o local do pagamento;e) especificar a data e o local do saque.

- Requisitos não essenciais:

época do pagamento, sendo que, se não houver, o vencimento será considerado a vista;

local do pagamento, sendo que, se não houver, será considerado como local do pagamento o local do domicílio do sacado ou o local indicado ao lado de seu nome.

Observações:

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( I ) Súmula nº 387 – Supremo Tribunal Federal – a Letra de Câmbio pode ser sacada, ou pode circular em branco ou incompleta, mas deve ter seus requisitos preenchidos antes da data do seu vencimento ou do protesto;

( II ) Quanto à quantia em dinheiro, predomina hoje o entendimento de que a lei não veda a emissão de cambial indexada ou com cláusula de correção monetária, desde que o índice adotado seja oficial ou de amplo conhecimento.

1.5.– VENCIMENTO DA LETRA DE CÂMBIO :

Poderá ser:a) À VISTA:- é aquela que ocorre quando o Sacado recebe o título para

pagamento imediato. A Letra de Câmbio vence quando da apresentação do título ao SACADO;

b) A DIA CERTO:- ocorre naquelas situações em que é convencionado um dia certo e determinado para o vencimento e respectivo pagamento do título. O SACADOR determina uma data específica como sendo a data do vencimento da letra;

c) A TEMPO CERTO DA DATA:- ocorre após a fluência do ermo fixado no título para o pagamento, termo que se inicia na data de criação do título. O SACADOR determina um prazo a contar da data de emissão para que se dê o vencimento da Letra de Câmbio;

d) A TEMPO CERTO DA VISTA:- ocorre em um prazo determinado, posterior à vista e ao aceite do título por parte do sacado. O prazo para o vencimento da letra só começa a correr a partir da data do aceite, ou, na falta deste, do protesto.

1.6.- ACEITE NA LETRA DE CÂMBIO:

O aceite não é obrigatório, ou seja, nada obriga o sacado a aceitar. O SACADO de uma Letra de Câmbio não tem nenhuma obrigação cambial pelo fato de o sacador ter-lhe endereçado a ordem de pagamento. O SACADO estará vinculado cambiariamente apenas SE CONCORDAR em aceitar a ordem que lhe foi dirigida.

A recusa do SACADO em aceitar a Letra de Câmbio, porém, provoca VENCIMENTO ANTECIPADO do título de crédito, conforme artigo 43 da Lei Uniforme a letra da câmbio deve ser levada a protesto, tendo o seu vencimento antecipado à data do referido protesto.. Se o SACADO não aceitar a ordem de pagamento que lhe foi dirigida, o tomador poderá cobrar a letra de câmbio de imediato do sacador. Por este motivo também o SACADOR é considerado como coobrigado ao pagamento da letra. A recusa em aceitar é provada por meio de PROTESTO por falta de pagamento.

O aceitante é o sacado que aceita a Letra de Câmbio e torna-se o devedor principal do título.

O aceite pode ser PARCIAL ou TOTAL

O momento do aceite será qualquer data anterior à data de vencimento da Letra de Câmbio.

25 [email protected]

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O aceite deve ser oposto no anverso da Letra de Cambio, normalmente à esquerda e na vertical. Não há necessidade da identificação do ato cambiário.

É possível proibir o aceite, desde que conste na letra a chamada cláusula não aceitável;

Se houver recusa de aceite, o sacado não se obriga cambiariamente, só cabendo contra o sacado a ação ordinária, na qual dever ser mencionada a origem do débito.

O cancelamento da Letra de Câmbio será possível, desde que anterior à restituição do título de crédito.

O sacado que retém indevidamente a Letra de Câmbio que lhe foi apresentada para aceite está sujeito à prisão administrativa prevista pelos artigos 885 do Código de Processo Civil, medida coercitiva, de natureza civil, destinado a forçar a restituição da letra ao seu portador. Não é sanção penal, e, por isso, a prisão deve ser imediatamente revogada na hipótese de devolução ou do pagamento da Letra de Câmbio.

1.7.– PAGAMENTO DA LETRA DE CÂMBIO: O pagamento constitui a meta principal da emissão de uma Letra de Câmbio. O

pagamento da Letra de Câmbio deve ser solicitado pelo credor, pois devido à circulação do título, o devedor não tem condições de saber quem é o credor, até que este se identifique por meio da apresentação da Letra de Câmbio.

Paga a Letra de Câmbio, esta deve ser entregue pelo credor ao devedor. O portador da Letra de Câmbio deverá apresentá-la ao sacado. Caso o sacado já

tenha aceito a letra e possua avalista, esta poderá ser apresentada ao seu avalista.

Quando a Letra de Câmbio estiver com o devedor, seu pagamento é presumido. E o devedor quiser pagar, mas a letra não lhe foi apresentada para pagamento,

ele pode depositar a quantia em juízo e o juiz da comarca oficiará os cartórios de protesto da praça, nos termos do artigo 42 da Lei Uniforme. Esta é a chamada AÇÃO DE DEPÓSITO.

Em princípio, o pagamento deve ser feito no valor integral constante da Letra de Câmbio. No entanto, a Lei Uniforme admite o pagamento parcial ao prescrever, em seu artigo 39, que o portador não pode recusar qualquer pagamento parcial.

1.8.– O PROTESTO NA LETRA DE CÂMBIO:

Na Letra de Câmbio existem duas modalidades principais de protesto:a) PROTESTO POR FALTA OU RECUSA DE ACEITE.Quando da apresentação da Letra de Câmbio ao sacado, o mesmo poderá aceitá-lo ou não. Se o sacado não aceita a ordem formulada na letra, faz-se necessário comprovar a recusa do sacado, por meio do protesto por falta ou recusa de aceite.

b) PROTESTO POR FALTA OU RECUSA DO PAGAMENTO.O protesto por falta de pagamento deve ocorrer quando, após o vencimento da letra, o sacado não efetuar o pagamento. O protesto constitui uma prova de

26 [email protected]

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que, após o vencimento da letra, a obrigação constante na mesma não foi cumprida. O credor deverá encaminhar o título pra protesto num dos 02 dias úteis seguintes ao vencimento do título.

1.9. - VISULAIZAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO:

ANVERSO

ESPAÇO PARA ACEITE

( NOME DO SACADO) ACEITA PAGAR r$ 1.000,00 ( DATA)

FLORIANÓPOLIS, (DATA DO ACEITE)

ASSINATURA DO SACADO

- ACEITANTE

LETRA DE CÂMBIO

(NOME DO SACADO) deverá pagara (BENEFICIÁRIO) a quantia de R$ 1.000,00 (hum mil reais), em (DATA), no seguinte (LOCAL)

Florianópolis, 15 de janeiro de 2006

(ASSINATURA DO SACADOR)

(LOCAL PARA AVAL)Exemplo: Aval para (NOME DO ENDOSSANTE)]

(ASSINATURA)

VERSO ( LOCAL PARA ENDOSSO)

Ex. Eu, (Beneficiário), endosso o presente para (Endossatário)

(Assinatura do beneficiário – endossante.

2.- NOTA PROMISSÓRIA

2.1.- CONCEITO:

É uma PROMESSA DIRETA E UNILATERAL DE PAGAMENTO, à vista ou a prazo, feita, por escrito, por uma pessoa em benefício de outra ou à sua ordem.

É uma PROMESSA do SUBSCRITOR de pagar quantia determinada ao TOMADOR, ou à pessoa a quem esse transferir o título.

É um título de crédito abstrato, ou seja, afastado da sua causa e origem.

Surgiu concomitantemente com a Letra de Câmbio, ou seja, nos fins da Idade

Média. Sua origem remonta às atividades dos banqueiros italianos, que recebiam dos

mercadores certas importâncias em depósito e emitiam documentos em que prometiam pagar a soma depositada ao depositante ou a um representante.

27 [email protected]

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No Brasil a Nota Promissória ganhou regulamentação em 1908, com o Decreto nº 2.044/1908 que regulou as cambiais e caracterizou a Nota Promissória como um título próprio, distinto da Letra de Câmbio.

2.2. - PARTES INTEGRANTES:

a) SACADOR é aquele que emite a Nota Promissória e seu devedor principal;b) BENEFICIÁRIO ou TOMADOR é aquele a quem é feita a promessa.

2.3.- REQUISITOS: Estão previstos nos artigos 75 e 76 da Lei Uniforme. São eles:a) a denominação “nota promissória”b) a promessa de pagamento de soma em dinheiro;c) o nome do beneficiário;d) a assinatura do emitente;e) a data do saque;f) o local do saque, ou menção de um lugar ao lado do nome do subscritor.

Observação: Apesar de não haver obrigatoriedade legal, recomenda-se que constem da Nota Promissória a época e o local do pagamento. Se a época do pagamento não for estipulada pro escrito, o vencimento da Nota Promissória será a vista. Se, por outro lado, faltar o local do pagamento, considera-se pagável a nota no local do saque ou no local mencionado lado do nome do subscritor.

2.4. – LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: Decreto nº 2.044/1908 Lei Uniforme

2.5.- ENDOSSO NA NOTA PROMISSÓRIA:

No Brasil, atualmente, a Nota Promissória somente pode ser emitida como título “à ordem”.

Os direitos conferidos pelas Notas Promissórias podem ser transferidos por ENDOSSO. Geralmente, a assinatura do endossante constará do verso da Nota Promissória.

Podem ter diversos endossos; não há um limite legal importo. Os endossos podem ser:

a) EM PRETO - com indicação do nome do beneficiário;b) EM BRANCO – sem a indicação do nome do beneficiário.

2.6. – ACEITE NA NOTA PROMISSÓRIA:

Por ser uma PROMESSA DE PAGAMENTO não são aplicáveis as mesmas regras concernentes ao aceite. O aceite é um ato cambiário próprio de ordem de pagamento.

O aceite é relevante nas Notas Promissórias com vencimento a certe termo da vista. Nesse caso, porém, o aceite só serve para a determinação da data a partir da qual começará a correr o prazo do vencimento.

2.7.- AVAL NA NOTA PROMISSÓRIA:

28 [email protected]

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Aplica-se a Nota Promissória como uma forma de garantir o pagamento das mesmas. O avalizado pode tanto ser o emissor da nota, como algum dos endossantes.

No que concerne ao aval, aplicam-se às notas promissórias as mesmas disposições relativas ao aval em Letras de Câmbio.

2.8. – VENCIMENTO DA NOTA PROMISÓRIA:

a) A VISTA – a nota vence quando da apresentação do título ao seu emitente;b) A DIA CERTO – fica determinada na nota uma data específica como sendo a data

do seu vencimento;c) A TEMPO CERTO DA DATA - o emitente determina um prazo a contar da ta do

visto para que se dê o vencimento da nota;d) A CERTO TEMPO DA VISTA – sendo aqui possível a utilização do aceite a partir

do qual passara a contar o prazo para vencimento.

2.9. – PAGAMENTO DA CAMBIAL NA NOTA PROMISSÓRIA:

O pagamento da Nota Promissória deverá ser solicitado pelo CREDOR, igualmente ao que ocorre nas Letras de Câmbio, devido à impossibilidade de o devedor identificar quem é o credor do título.

2.10. – PROTESTO NA NOTA PROMISSÓRIA:

SOMENTE POR FALTA OU RECUSA DO PAGAMENTO ; O protesto por falta de pagamento é necessário para que o tomador possa

executar os coobrigados da letra. O protesto para a execução dos devedores principais (sacado e seu avalista) é

facultativo. No protesto por falta de pagamento, o credor deverá entregar o título em cartório

num dos 2 dias úteis seguintes ao seu vencimento.

2.11. – PRESCRIÇÃO DA NOTA PROMISSÓRIA: a) quando exigíveis as obrigações cambiais, ou seja, após o vencimento da Nota

Promissória – PARA OS DEVEDORES PRINCIPAIS; b) após o protesto – também para os COOBRIGADOS.

2.12.- VISUALIZAÇÃO DA NOTA PROMISSÓRIA:

ANVERSO:

NOTA PROMISSÓRIA

(NOME DO EMISSOR DA NOTA) promete pagar a (BENEFICIÁRIO) a quantia de (VALOR), em (DATA), no seguinte (LOCAL).

Florianópolis =, 15 de abril de 2006-03-15

(ASSINATURA DO EMISSOR DA NOTA)(LOCAL PARA AVAL)

Exemplo: Aval para (NOME DO EMISSOR DA NOTA)

(ASSINATURA DO AVALISTA)

29 [email protected]

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VERSO:

(LOCAL PARA ENDOSSO)

Ex. Eu, (BENEFICIÁRIO), endosso o presente para (ENDOSSATÁRIO)

(ASSINATURA DO BENEFICIÁRIO – ENDOSSANTE)

3. - CHEQUE

3.1. CONCEITO:

É uma ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA, em favor próprio ou de terceiros, contra fundos disponíveis em poder de instituição financeira.

É um título de crédito de modelo vinculativo, cuja forma é fixada pelo Banco Central do Brasil.

É um título causal, sendo que sua causa é a existência de um contrato de depósito de fundos existente entre o sacador e a instituição financeira.

3.2.- ORIGENS: Remonta à segunda metade da Idade Média, período em que eram comuns na

Europa as ordens de pagamento contra bancos, com características muito semelhantes às dos cheques utilizados hoje.

3.3.- LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: Primeira referência no Brasil – Decreto nº 438/1845, que determinava que as

instituições financeiras poderiam receber dinheiro de qualquer pessoa e verificariam os pagamentos e as transferências por meio de cautelas destacadas dos talões.

Lei nº 7.357, de 1985.

3.4.- PARTES INTERVENIENTES:A) SACADOR (Emitente ou passador):- aquele que emite o cheque (correntista). É o

titular de conta-corrente junto a uma instituição financeira.B) SACADO (instituição financeira):- aquele que paga (instituição financeira). É o

agente pagador (não é devedor) sua obrigação é acatar as ordens de pagamento emitidas pelo Sacador ou emitente até o valor disponível em conta-corrente mantida junto ao banco sacado.

C) BENEFICIÁRIO ou tomador:- aquele que recebe (credor). Aquele em favor de quem o cheque deve ser pago, podendo ser um terceiro ou o próprio emitente; este pode emitir um cheque em seu nome para depósito em outra conta-corrente de sua titularidade).

3.5. – REQUISITOS ESSENCIAIS DO CHEQUE:a) denominação “cheque” deve estar inscrita no título;b) ordem incondicional de pagar quantia determinada;

30 [email protected]

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c) indicação do valor a ser sacado, que deverá estar escrito por extenso e em algarismos; entretanto prevalecerá sempre a primeira forma;

d) nome do banco ou da instituição financeira que deve fazer o pagamento;e) indicação do lugar do pagamento;f) indicação da data e do local da emissão;g) assinatura do sacador.

3.6. – ENDOSSO EM CHEQUE: No cheque, é presumida a existência da cláusula à ordem, o que significa que o

cheque é transferível por ENDOSSO. Se inserida cláusula “não à ordem”, a transferência do cheque será regida pelas

regras do direito civil referentes à cessão civil de crédito. O cheque SÓ PODE SER ENDOSSADO UMA VEZ, de acordo com o artigo 17 da

Lei nº 9.311/96, que instituiu a contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) no Brasil.

No cheque não é admitido o ENDOSSO CAUÇÃO. Com o endosso do cheque, a posição do beneficiário é transmitida ao

endossatário. O endossante passa a ser coobrigado ao pagamento do cheque.

3.7.- ACEITE NO CHEQUE: O CHEQUE, APESAR DE SER UMA ORDEM DE PAGAMENTO, NÃO ADMITE

ACEITE, POIS O TÍTULO JÁ POSSUI ASSINATURA DO DEVEDOR (EMITENTE). Portanto, não se aplicam ao cheque as disposições concernentes ao aceite.

3.8.- VENCIMENTO DO CHEQUE: O cheque constitui uma ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA e, portanto, seu

pagamento pode ser exigido a partir do momento em que o cheque é emitido até O PRAZO DE APRESENTAÇÃO.

3.9.- PRAZO DE APRESENTAÇÃO E PAGAMENTO: O BENEFICIÁRIO de um cheque tem um prazo pra apresentá-lo ao SACADO para

o respectivo pagamento. Prazos para apresentação:

a) 30 dias para os cheques emitidos no local no qual devem ser pagos ou da mesma praça;

b) 60 dias para os cheques emitidos cujo local de pagamento for diferente do local da emissão, ou de praças diferentes.

Se o portador não apresentar o cheque dentro do prazo: a) perderá o direito à propositura de ação executiva contra os seus endossantes e

seus avalistas, - art. 47 da Lei 7.657/85; b) a perda do direito à propositura de ação executiva contra o emitente do cheque,

se quando este dispunha de fundos durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, nos termos do § 3º do artigo 47 do mesmo diploma legal.

Apresentando o cheque ao sacado no prazo, este verificará se o emitente dispõe de fundos e promoverá a compensação do cheque, extinguindo-se, assim, a obrigação.

A emissão de cheque sem fundos gera efeitos nos âmbitos civil e penal. No âmbito civil, o cheque deverá ser levado a protesto no prazo de apresentação. No âmbito penal, a emissão de cheques sem fundo caracteriza crime de estelionato, art. 171, § 2º, inciso VI do código Penal.

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O portador de cheque poderá promover ação de execução do cheque contra seu emitente e avalistas e, ainda, contra os endossantes e seus avalistas. Neste último caso, é necessário que seja comprovada a recusa do pagamento, por meio de protesto do título.

3.10 – AVAL DE CHEQUE: Segundo o art. 29 da Lei nº 7.357/85, o pagamento do cheque pode ser garantido,

no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro. O aval é lançado no cheque ou na folha de alongamento. Exprime-se pelas

palavras por aval, ou fórmula equivalente, com a assinatura do avalista. O aval no cheque deve indicar o avalizado. Na falta de indicação considera-se

avalizado o emitente. O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o

avalizado e contra os obrigados para com este em virtude do cheque.

3.11. – PRESCRIÇÃO: 6 (SEIS) MESES A CONTAR DA DATA DO TÉRMINO DO PRAZO PARA DE

APRESENTAÇÃO DO CHEQUE.. Para ação contra o emitente (avalista), o prazo começa a contar da data da

apresentação do cheque ao mesmo. Para a ação de um dos coobrigados contra os demais, o prazo começa a contar

da data em que o coobrigado tinha que pagar o cheque ou do dia em foi acionado. A execução do cheque em fade cós coobrigados deverá comprovar que o cheque

foi apresentado em tempo hábil e que houve recusa do pagamento nos termos de declaração do sacado, com indicação do dia da apresentação.

AÇÃO COGNITIVA DE ENRIQUECIMENTO INDEVIDO – deverá ser proposta no prazo máximo de dois anos – art. 61 da Lei nº 7.357/85.

Ocorrendo a prescrição da via executiva, é possível a cobrança do cheque pela via ordinária, por meio de propositura de ação monitória ou mesmo de ação ordinária. Neste caso, o prazo prescricional é de cinco anos – art.206, § 5º, inciso I do Código Civil.

3.12. – PROTESTO DE CHEQUE: Deverá ser feito ANTES DE EXPIRADO O PRAZO PARA A APRESENTAÇÃO DO

CHEQUE. O artigo 50 da Lei nº 7.357/85 permite que o título seja dispensado de protesto,

mediante a inserção das cláusulas “sem protesto” ou “sem despesas”. O protesto do cheque só é necessário nos casos de propositura de ação contra os

endossantes e seus avalistas. Quando a ação for proposta contra o emitente os seus avalistas, não há

necessidade de protesto, sendo ele facultativo.

3.13.- SUSTAÇÃO DO CHEQUE: Segundo a Lei nº 7.357/85 – duas hipóteses de sustação do cheque:

a) REVOGAÇÃO ou CONTRA-ORDEM: Artigo 35 da Lei nº 7.357/85. Só poderá ser solicitada pelo emitente do cheque, após expirado o prazo de apresentação do cheque. É ATO EXCLUSIVO DO EMITENTE.

b) OPOSIÇÃO ou SUSTAÇÃO: Artigo 36 da Lei nº 7.357/85. Pode ser feita mesmo durante o prazo de apresentação. PODE SER EFETIVADA PELO EMITENTE ou CREDOR (PORTADOR LEGITIMADO).

Com a sustação, a instituição financeira fica impedida de liquidar o cheque.

32 [email protected]

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3.1.4- TIPOS DE CHEQUE:

A) CHEQUE AO PORTADOR: É aquele no qual o nome do beneficiário não é indicado. Sua circulação foi restringida pela Lei nº 8.021/90. Antes do pagamento, torna-se

necessária identificação do beneficiário, exceção feita a cheques cujo valor seja inferior a R$ 100,00.

B) CHEQUE NOMINAL: Caracteriza-se pela identificação do beneficiário.

C) CHEQUE PÓS-DATADO: Representa um acordo entre tomador e emitente. É uma ordem de pagamento, emitida à data determinada, posterior à de sua

emissão. Prática consagrada no comércio, sendo conhecido como cheque “pré-datado”. Não existe para fins legais. Sua vedação foi efetuada pelo artigo 32 da Lei nº

7.357/85, que dispõe que “O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação”.

D) CHEQUE CRUZADO: Utilizado para identificar o título destinado ao serviço de compensação. É caracterizado por duas linhas paralelas cortando o cheque,NO ANVERSO DO

TÍTULO, indicando que o mesmo só pode ser pago de banco para banco ou a um cliente do banco sacado.

Tanto o emitente quanto o sacador poderão fazer o cruzamento. O cruzamento pode ser EM BRANCO ou EM PRETO. No cruzamento EM PRETO

deve ser indicado entre as linhas o nome de uma instituição financeira.

E) CHEQUE PARA CREDITAR EM CONTA: É aquele que não pode ser pago em dinheiro, mas tão-somente creditado na

conta bancária do beneficiário. Segundo a artigo 46 da Lei do cheque, o emitente ou o credor podem proibir o seu pagamento em dinheiro mediante a inscrição transversal da cláusula para ser creditado em conta, no anverso do título ou outra inscrição equivalente.

F) CHEQUE VISADO: É aquele no qual é atestada, pelo sacado, a suficiência de provisão de fundos do

emitente. Os fundos são separados pra permanecerem à disposição do portador legitimado.

G) CHEQUE MARCDO: Não admitido pela Lei nº 7.357/85 é aquele em que o sacador e o beneficiário

marcam uma data para pagamento normalmente mediante a expressão “bom para”. Tal qual o cheque pré-datado, não existe para efeitos legais.

H) CHEQUE TURISMO: É o TRAVELLER’S CHECK” – sacado por instituições financeiras para pagamento

em agências ou sucursais, tanto em território nacional quanto no estrangeiro. Somente instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil poderão emitir cheques turismo.

33 [email protected]

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I) CHEQUE POSTAL: Estabelecido no artigo 66 da Lei nº 7.357/85. Caiu em desuso, principalmente em

face do franqueamento dos Correios.

J) CHEQUE FISCAL: É emitido pelo PODER PÚBLICO para a restituição de tributos recolhidos em

excesso. Não é mais utilizado.

K) CHEQUE ADMINISTRATIVO: Fornece maior segurança quanto ao recebimento do valor. Instituição financeira emite contra si um cheque. É um auto-saque

L) CHEQUE PRÉ-DATADO OU PÓS-DATADO:O popularmente CHEQUE PRÉ-DATADO nada mais é do que uma mera

convenção entre emitente e tomador. Não obstante a Lei do Cheque não contemplar a existência do cheque pré-datado, a jurisprudência atualmente tem amparado a sua existência, sendo considerado como mera promessa de pagamento, de modo que o emitente deverá apresentar saldo disponível em sua conta-corrente apenas na data pactuada com o beneficiário para apresentação don título.

4.- DUPLICATA

4.1. – CONCEITO:

É um título de crédito CAUSAL, vinculado a operações de compra e vendas mercantis, à prazo ou à vista, e prestações de serviços, realizadas entre partes domiciliadas no Brasil. É, portanto, um título causal.

É ORDEM DE PAGAMENTO, emitida obrigatoriamente pelo credor contra devedor. Trata-se de título de crédito causal, ou seja, só pode ser sacado em determinados casos, conforme hipóteses previstas em lei.

A emissão de duplicata sem causa constitui crime, nos termos do art. 172 do Código Penal. É a conhecida duplicata fria.

Tem como pressuposto para sua emissão o contrato de venda mercantil ou o contrato de prestação de serviços.

A duplicata merece este nome por se uma cópia de um documento chamado fatura.

A emissão da duplicata depende da prévia existência de uma fatura, que é a nota na qual o emitente relaciona e discrimina s mercadorias vendidas ou os serviços prestados à outra parte.

4.2. – ORIGENS: É de origem brasileira. Surgiu como uma forma de garantir o cumprimento da obrigação de pagamento do

comprador, decorrente da entrega da cosia vendida, A PRAZO. Foi regulamentada em 1922, através da Lei nº 4.625 e regulada pela Lei nº 187,d

e 1936.

34 [email protected]

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4.3. – LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: Lei nº 5.474, de 1968 Decreto-lei nº 434, de 1969.

4.4.- PARTES INTERVENIENTES:

a) SACADOR ou CREDOR-EMISSOR – É o VENDEDOR (titular – empresário ou não) do crédito originado contra o adquirente de produtos ou contratante de serviços.

b) SACADO: É o COMPRADOR ou tomador dos serviços contratados. É aquele contra quem a ordem é emitida, seja um adquirente de produtos, seja

4.5. – REQUISITOS ESSENCIAIS:c) denominação “duplicata”;d) data de sua emissão;e) número da fatura;f) importância a ser paga em algarismos e por extenso;g) data certa do vencimento ou declaração de ser a duplicata a vista;h) nome e domicílio do comprador e do vendedor;i) cláusula à ordem;j) declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigatoriedade de pagá-la,

a ser assinada pelo comprador como aceite cambial;k) assinatura do emitente;l) praça do pagamento.

Observação: Vale ressaltar que, na maior parte das vezes, a duplicata nem chega a ser emitida, ocorrendo um mero lançamento escritural.

4.6.- ACEITE DA DUPLICATA: Constitui o aceite da duplicata a assinatura do comprador/tomador do serviço,

reconhecendo a exatidão do título e comprometendo-se a efetuar o pagamento. O aceite da duplicata desvincula-se de sua causalidade. É obrigatório, salvo nas causas mencionadas no artigo 8º da Lei nº 5.474/68, quais

sejam: a) não-recebimento das mercadorias; b) vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou quantidade das mercadorias; c) divergências nos prazos ou preços ajustados.

Havendo recusa em aceitar, o comprador/tomador do serviço deverá devolver a duplicata acompanhada de justificativa escrita pela sua recusa em aceita-la em até 10 dias.

Pode haver recusa de aceite:a) não correspondência com os serviços efetivamente prestados;b) vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, desde que

devidamente comprovados;c) divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

A duplicata deve ser apresentada para aceite em 30 dias contados da data de sua emissão – inciso VIII do § 1º do artigo 1º da Lei nº 5.474/68. Se a duplicata for apresentada para aceite por mandatário especial, o prazo de apresentação será de 10 dias contados da data do recebimento do título de crédito no prazo do pagamento (artigo 6º, § 2º da Lei de Duplicata).

Tão logo receba a duplicata para aceite, o sacado deverá alternativamente:

35 [email protected]

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Assinar a duplicata e devolvê-la ao sacador no prazo de 10 (dez) dias do recebimento, quando não for à vista;

Devolver a duplicata ao sacador sem aceite, acompanhada de declaração escrita das razões que motivam sua recusa em aceitá-la;

Reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, com o seu aceite, havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, e desde que o comprador comunique à apresentante do título o seu aceite e a sua retenção.

O aceite é suprido pela existência de comprovante de entrega da mercadoria/serviços devidamente assinado.

4.7.- VENCIMENTO E PAGAMENTO DA DUPLICATA: É emitida para ser paga em data certa ou a vista, sendo que, neste último caso, o

vencimento se dará quando o título for apresentado ao sacado. O pagamento da duplicata deverá ser efetuado na data do vencimento e

representa a efetivação da obrigação de pagar assumida pelo comprador/tomador de serviço no contrato de compra e venda ou de prestação de serviço.

4.8.- PROTESTO NA DUPLICATA: Artigo 13 da Lei nº 5474/68 – três tipos de protesto:a) protesto por falta de pagamento;b) protesto por falta de aceite – prazo de 10 dias contados do vencimento da

duplicata;c) protesto por falta de devolução.

Não existe na duplicata a figura do protesto obrigatório. Ele é sempre facultativo. O local para o protesto será aquele estipulado para o pagamento.

4.9.- PERDA OU EXTRAVIO: Em caso de perda ou extravio da DUPLICATA, o vendedor deverá emitir a

TRIPLICATA – uma cópia da duplicata e produz os mesmos efeitos e requisitos da duplicata.

4.10. – AÇÃO PARA COBRANÇA E PRESCRIÇÃO:

Prazo prescricional da ação executiva contra o sacado e seus avalistas – 3 anos contados da data de vencimento da duplicata.

Prazo prescricional da ação executiva contra endossantes e seus avalistas – 1 ano contado da data de vencimento da duplicata.

Prazo prescricional da ação executiva de qualquer coobrigado contra os demais – 1 ano contado da data em que haja sido feito o pagamento da duplicata por coobrigado anterior.

Observação: Duplicata que não preencher os requisitos necessários para o ingresso da

ação executiva, o portador do título poderá discutir a questão através da propositura de uma AÇÃO MONITÓRIA OU DE AÇÃO ORDINÁRIA. Prazo para interposição de ação de conhecimento ou monitória - 5 anos – artigo 206, § 5º, inciso I do Código civil de 2002.

4.11. – VISUALIZAÇÃO DO ANVERSO DA DUPLICATA:

36 [email protected]

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Nºxxxxxxxxxxxxxx

Vencimento xxxxxxxxxxxxx

Ag/CCxxxxxxxxxxxxxxx

Valor do documento R$________________

Aceite Cambial__________________________________________ (delcaração do comprador)

DUPLICATASacador: (QUALIFICAÇÃO COMPLETA E DOMICÍLIO)

Sacado:(QUALIFICAÇÃO COMPLETA E DOMICÍLIO)Pague por esta duplicata a quantia de ___________________________________ em _________________________(data) a ____________________________ ou a sua ordem.

(DATA DO DOCUMENTO)(ASSINATURA DO EMISSOR)(LOCAL PARA AVAL)

AÇÕES EXCUTIVAS CAMBIAIS E PRESCRIÇÃO: Todo título de crédito é também um título executivo extrajudicial (artigo 585, I, do Código de Processo Civil).Os títulos de crédito asseguram ao seu titular a possibilidade de propositura imediata de ação executiva, verificado o seu inadimplemento por parte do obrigado cambiário principal.Ação executiva cambial tem por objetivo atingir bens do patrimônio do devedor suficientes para saldar o valor do débito vencido e não pago (valor principal do título, acrescido de juros moratórios).

A AÇÃO CAMBIAL corresponde à cobrança do direito creditício mencionado no título de crédito. SEMPRE SERÁ DE EXECUÇÃO, uma vez que os títulos de crédito são definidos pelo Código de Processo Civil, no artigo 585, como títulos executivos extrajudiciais.

A AÇÃO CAMBIAL pode ser proposta:

c) quando exigíveis as obrigações cambiais, ou seja, após o vencimento da Letra de Câmbio – PARA OS DEVEDORES PRINCIPAIS;

d) após o protesto – também para os COOBRIGADOS.

FALÊNCIA – RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRA-JUDICIAL

O que garante o direito dos credores é o patrimônio da Sociedade Empresária ou do Empresário.

Resulta quando ocorre o inadimplemento de qualquer obrigação por parte do empresário ou sociedade empresária.

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A FALÊNCIA É A EXECUÇÃO CONCUSAL DO DEVEDOR EMPRESÁRIO ( Empresário Individual e Sociedade Empresária). Portanto, as regras aplicadas ao devedor empresário é diferente das regras aplicadas ao devedor civil.

Para que se instaure o processo de EXECUÇÃO CONCURSAL – denominado FALÊNCIA, torna-se necessária a existências de três pressupostos:

a) DEVEDOR EMPRESÁRIO (empresário Individual ou sociedade Empresária)b) INSOLVÊNCIAc) SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA

DEVEDOR SUJEITO A FALÊNCIA: Sempre que o DEVEDOR é legalmente EMPRESÁRIO, a EXECUÇÃO

CONCURSAL de seu patrimônio faz-se pela FALÊNCIA. Quando o DEVEDOR explora sua atividade econômica de forma

EMPRESARIAL – não sendo capaz de honrar suas obrigações no vencimento (ou estando presentes outros fato tipificados em lei, o JUIZ deve inaugurar um procedimento de EXECUÇÃO CONCURSAL – para atender os CREDORES – o que se chama de FALÊNCIA.

O DEVEDOR CIVIL – NÃO EMPRESÁRIO – (ex. COOPERATIVAS) não estão sujeitas a FALÊNCIA por inexistir a natureza mercantil.

ESTÃO totalmente EXCLUÍDOS DO REGIME FALIMENTAR:

a) As EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (art. 2º LF);

b) Que são SOCIEDADES EXERCENTES DE ATIVIDADE ECONÔMICA CONTROLADAS DIRETA ou INDIRETAMENTE por pessoas jurídicas de direito público (UNIÃO, ESTADOS, DISTRITIO FEDERAL, TERRITÓRIOS OU MUNICÍPIOS);

c) As CAMARAS ou PRESTADORAS DE SERVIÇOS de Compensação e de Liquidação financeira, que estão sujeitos ao Banco Central.

ESTÃO parcialmente EXCLUÍDOS DO REGIME FALIMENTAR OS EMRPESÁRIOS:

Estes Empresários parcialmente excluídos do regime falimentar podem ter a sua falência decretada, observadas as condições específicas legalmente previstas.

a) INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS – (o processo é LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL – Banco Central);

b) SOCIEDADES ARRENDADORAS – que exploram LEASING – (processo LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL – Banco Central);

c) SOCIEDADES QUE ADMINISTRAM CONCÓRCIOS, FUNDOS MÚTUOS (processo EXTRAJUDICIAL – Banco Central);

d) COMPANHIAS DE SEGURO ( falência é requerida pelo liquidante nomeado pela Superintendência de Seguros Privados quando frustrada a liquidação extrajudicial);

e) ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR e as de CAPITALIZAÇÃO;

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f) OPERADORAS DE PLANOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE (processo de LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL pela Agência Nacional de Saúde)

INSOLVÊNCIA: O estado patrimonial em que se encontra o DEVEDOR que possui o ATIVO

INFERIOR AO PASSIVO – denomina-se INSOLVÊNCIA.

Para efeitos FALIMENTAR – mesmo que o ATIVO seja MAIOR que o PASSIVO – O EMPRESÁRIO PODE RESPONDER POR FALÊNCIA, pois a INSOLVÊNCIA decorre de fatos previstos em lei.

Portanto, são causas da FALÊNCIA:

a) IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA ; (art. 94, I)Resultado por um título executivo, judicial ou extrajudicial.Não podem ser reclamadas na FALENCIA:- As OBRIGAÇÕES GRATUITAS (art. 5º I)A PROVA DE IMPONTUALIDADE É O PROTESTO DO TÍTULO. TÍTULO DE CRÉDITO – PROTESTO CAMBIAL. SENTENÇA JUDICIAL, CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - também deverá ser PROTESTADO.- Qualquer outro tipo de prova – testemunhal, documental, etc não é apto a demonstrar a impontualidade que requer a Lei de Falências.

PARA CARACTERIZAR A IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA PARA FINS DE FALÊNCIA O VALOR DO TÍTULO EM ATRASO DEVE SER NO

MÍNIMO DE 40 SALÁRIOS MINÍNMOS

VÁRIOS CREDORES, CUJOS CRÉDITOS INDIVIDUALMENTE NÃO ALCANÇAM 40 SALÁRIOS MÍNIMOS, MAS CUJA SOMA ALCANÇA,

PODEM SE REUNIR EM LITISCONRSÓCIO PARA REQUERER A FALÊNCIA DO DEVEDOR ( art. 94, par. 1º)

Valores inferiores a 40 salários mínimos podem ser executados mas não por falência

b) EXECUÇÃO FRUSTRADA; (art. 94, II)

A FRUSTRAÇÃO DA EXECUÇÃO se caracteriza, com:a) inexistência de pagamento;b) inexistência de depósito ou nomeação de bens à penhora por parte do empresário.NESSE CASO, A EXECUÇÃO DEVE SER ENCERRADA E O CREDOR, MUNIDO DE CERTIDÃO JUDICAL QUE ATESTE A VERIFICAÇÃO DA TRÍPLICE OMISSÃO – PEDE A FALÊNCIA DO DEVEDOR.

NESSE CASO NÃO PRECISA PROTESTO DO TÍTULO E O VALOR PODE SER INFERIOR A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS.

c) ATOS DE FALÊNCIA; (art. 94, III).

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São pressupostos que levam a INSOLVENCIA ENTENDIDA COMO ESTADO PATRIMONIAL DO DEVEDOR:I) LIQUIDAÇÃO PRECIPITADA:

a) empresário promove liquidação de negócio de forma precipitada;

a) Emprego de meios fraudulentos ou ruinosos para realizar pagamento;b) Contratação de empréstimos a juros excessivos;c) Venda de instrumentos indispensáveis ao exercício de seu comércio.

II) NEGÓCIO SIMULADO:

A) retardar pagamentos ou fraudar credores;B) tentar alienar total ou parcialmente o estabelecimento empresarial.

III) ALIENAÇÃO IRREGULAR DE ESTABELECIMENTO:

a) alienação do estabelecimento empresarial sem o consentimento de seus credores;

IV) SIMULAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE ESTABELECIMENTO: a) O empresário muda o local do estabelecimento com intuito de

fraudar.V) GARANTIA REAL:

a) concede garantia real em favor de determinado credor.VI) ABANDONO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: a) abandono sem constituir procurador.VII) DESCUMPRIMENTO DO LANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: a) empresário beneficiado com recuperação empresarial e não

cumpre o plano estabelecido.

PROCESSO FALIMENTAR:

Fases do processo falimentar 1- Fase preliminar ou Pré-falimentar = requerimento da falência até

sentença declaratória de falência2- Fase falencial propriamente dita = sentença declaratória da falência até

o encerramento da falência;3- Fase da reabilitação = compreende a declaração da extinção das

responsabilidades de ordem civil do devedor falido.

Competência = FALÊNCIA, RCUPERAÇÃO JUDICIAL e HOMOLOGAÇÃO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E SEUS INCIDENTES – Juízo do principal estabelecimento do devedor. (art. 3º LF) (principal estabelecimento do devedor é aquele que é centrado o maior volume de negócios; maior negócio do ponto de vista econômico).

JUIZO UNIVERSAL. Todas as ações referentes aos bens, interesses e negócios da massa falida serão processadas e julgadas pelo juízo em que tramita o processo da falência. (art. 76)- Exceções a esta regra: a) ações não-reguladas pela lei falimentar em que a massa falida for autora

ou litisconsorte (art. 76); b) reclamações trabalhistas – competência Justiça do Trabalho 9art. 114 –

art. 76); c) execuções tributárias (art. 187 CTN) não se sujeitam ao juízo falimentar;

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d) ações de conhecimento em que é parte interessada a União Federal – competência da Justiça Federal ( CF art.109, I);

e) ação que demanda obrigação ilíquida (CF, art. 6º, par. 1º);

PEDIDO DE FALÊNCIA: a) CREDOR ( quando comerciante, deve provar a regularidade do exercício de

empresário. O credor civil não necessita provar o exercício de sua atividade econômica para legitimar o pedido).

b) Próprio EMPRESÁRIO DEVEDOR – AUTOFALÊNCIA (ART. 105);c) CÔNJUGE SOBREVIVENTE, os HERDEIROS e o INVENTARIANTE;d) SÓCIO DE SOCIEDADE DEVEDORA. (art. 97)

SENTENÇA DECLRATÓRIA DE FALÊNCIA: (art.99 da LF e 458 CPC) Tem caráter constitutivo. Pressupõe a instauração do processo de execução. Introduz o falido e seus credores no regime jurídico-falimentar.

SENTENÇA DECLARATÓRIA DEVE CONTER: O conteúdo genérico de qualquer sentença judicial e o mais específico prescrito

para este tipo de ação. O relatório, os fundamentos da decisão e o dispositivo legal que embasa a

sentença. Identificação do devedor, a localização do estabelecimento principal do devedor e

a designação dos sócios se for sociedade. O TERMO LEGAL, se possível; A NOMEAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL ( antigo SÍNDICO). Determinar as medidas cautelares no interesse da massa, como seqüestro de

bens. Deve ser publicada no órgão oficial e em jornal de grande circulação.

NOTA:- da sentença declaratória da falência cabe RECURSO de AGRAVO POR INSTRUMENTO. Prazo para interposição – de acordo com legislação comum – art. 189.

TERMO LEGAL DA FALÊNCIA:

É o LAPSO TEMPORAL anterior à decretação da falência que tem importância para determinar a INEFICÁCIA DE DETERMIANDOS ATOS DO FALIDO perante a massa.

O JUIZ DETERMINA NA SENTENÇA DECLARATÓRIA; Não pode retrotrair por mais de 90 DIAS DO PRIMEIRO PROTESTO POR FALTA

DE PAGAMENTO OU NO CASO DE AUTOFALÊNCIA E FALÊNCIA SEM PROTESTO DE TÍTULO – 90 DIAS DA PETIÇÃO INICIAL.

SENTENÇA DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA: Quando o juiz julga improcedente o pedido de falência. Se ocorreu dolo manifesto por parte do requerente – além da denegação o juiz

deve, na sentença denegatória, condená-lo ao pagamento de indenização em favor dor requerido (art. 101)

ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA:Três Agentes:

a) O MAGISTRADO

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b) O REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICOc) ÓRGÃOS DA FALÊNCIA:

- Administrador Judicial- Assembléia de credores- Comitê dos credores

Ao JUIZ COMPETE:

A) Presidir a administração da falência – superintendendo as ações do administrador judicial.

B) É o ADMINISTRADOR da falência, cabendo-lhe por exemplo: a) venda antecipada de bens; b) o pagamento dos auxiliares do administrador judicial; c) aprovar a prestação de contas do administrador judicial .

Ao MINISTÉRIO PÚBLICO COMPETE: A) Intervém no feito;B) Fiscal da lei.

Aos ÓRGÃOS DA FALÊNCIA COMPETE:

A) ADMINISTRADOR JUDICIAL COMPETE: Agente auxiliar do Juiz na Administração da falência Para fins penais é considerado funcionário público

- É ESCOLHIDO PELO JUIZ e deve ser: - Profissional idôneo; - Preferencialmente – ADVOGADO, ECONOMIAS, ADMINISTRADOR DE

EMPRESAS OU CONTADOR OU PESSOA JURÍDICA ESPECIALIZADA. - Função de ADMINISTRADOR é INDELEGÁVEL. - Pode contratar profissionais para auxiliá-lo

- Pode DEIXAR suas funções por: a) SUBSTITUIÇÃO – não há sanção infligida ao Administrador Judicial. - Pode voltar a ser nomeado ADMINISTRADOR JUDICIAL em outra

falência. - Ex. – Renúncia motivada pela morte, incapacidade civil ou falência.

b) DESTITUIÇÃO – É uma SANÇÃO AO ADMINISTRADOR JUDICIAL – que não cumpriu a contento com suas obrigações.

- Não pode ser mais escolhido para a mesma função em qualquer outra falência nos 5 anos seguintes (art. 30)

Ex.:- Inobservância de prazo legal, interesse conflitante com o da massa, recusa da nomeação ou a falta de compromisso no prazo da lei.

ATOS PROCESSUAIS DE RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR JUDICIAL:

a) VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS :- (ART. 7º a 20 LF). É feito pelo Administrador Judicial, cabendo ao juiz decidir apenas as impugnações apresentadas pelos credores ou interessados.

b) RELATÓRIO INICIAL :- (Art. 22, III, e, da LF) – Este ato deve examinar as causas e circunstâncias que acarretaram a falência, bem como apresentar uma análise do comportamento do falido.

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c) CONTAS MENSAIS :- (ART. 22, III, p, LF). O Administrador judicial deve apresentar , até o décimo dia de cada mês, a prestação de contas relativa ao período do mês anterior.

d) RELATÓRIO FINAL :- (ART. 155 da LF). O Administrador judicial deve, no prazo de 10 dias contados do término da liquidação e do julgamento das contas, elaborar o relatório final.

B) ASSEMBLÉIA DE CREDORES :- É órgão integrado por TODOS OS CREDORES DA MASSA FALIDA E COMPETE:-

a) aprovar a constituição do COMITÊ DE CREDORES e eleger seus membros;b) adotar modalidades extraordinárias de realização do ativo do falido;c) deliberar sobre assuntos de interesse geral do credores.

C) COMITÊ DOS CREDORES : Eleitos pela ASSEMBLÉIA DE CREDORES PARA FISCALIZAR O ADMINISTRADOR JUDICIAL.Composto por:

a) UM REPRESENTANTE DOS CREDORES TRABALHISTASb) UM DOS TITULARES DE DIREITOS REAIS DE GRANTIA E

PRIVILÁGIOS ESPECIAISc) UM DOS DEMAIS CREDORES

Obs:- Cada um dos representantes tem um SUPLENTE.

APURAÇÃO DO ATIVO:

Proferida a SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA – INICIA O PROCESSO FALIMENTAR PROPRIAMENTE DITO. SURGE O FALIDO.

Instaura-se, a EXECUÇÃO COLETIVA DO DEVEDOR EMPRESÁRIO.O processo falimentar tem como objetivo a definição do ATIVO e PASSIVO DO DEVEDOR.

- OCORRE A ARRECADAÇÃO DOS BENS DO FALIDO.

VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO:

- CABE AO ADMINISTRADOR JUDICIAL A VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS.

- QUALQUER DIVERGÊNCIA ENTRE O ADMINISTRDOR JUDICIAL E CREDORES ACERCA DOS PRÓPRIOS CRÉDITOS – CABE AO JUIZ DECIDIR O CONFLITO.

- A VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS INICIA COM A PUBLICAÇÃO DA RELAÇÃO DOS CREDORES.

- ESTÃO DISPENSADOS DA HABILITAÇÃO - APENAS O CREDOR FISCAL (PORQUE NÃO PARTICIPA DO CONCURSO DE CREDORES) E OS TITULARES DE CRÉDITOS REMANESCENTES DA RECUPEAÇÃO JUDICIAL.

- OS CRÉDITOS HABILITADOS, COSNTANTES DA RELAÇÃO ELABORADA PELO ADMINISTRADOR JUDICIAL, PODEM SER IMPUGNADOS.

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LIQUIDAÇÃO DO PROCESSO FALIMENTAR:

- A LIQUIDAÇÃO TEM INÍCIO TÃO LOGO INSTAURADO O PROCESSO FALIMENTAR.

- PROVIDÊNCIAS:

A) REALIZAÇÃO DO ATIVO - vendendo-se os bens arrecadados;

B) PAGAMENTO DO PASSIVO - pagando os credores admitidos, de acordo com a NATUREZA DE SEU CRÉDITO E AS CONDIÇÕES DA MASSA FALIDA.

- A VENDA DOS BENS ARRECADADOS PODE SER FEITA ENGLOBADA OU SEPARADAMENTE – em leilão, por propostas ou pregão. ( VERIFICAR O QUE É MAIS FAVORÁVEL Á MASSA FALIDA).

- O dinheiro resultante da venda dos bens do falido deve ser depositado em CONTA BANCÁRIA DA MASSA FALIDA pelo Administrador Judicial.

- EXAURIDO O PRODUTO DA VENDA DOS BENS ARRECADADOS O ADMINISTRADOR JUDICIAL DEVE APRESENTAR A PRESTAÇÃO DE CONTAS.

- EM SEGUIDA À PRESTAÇÃO DE CONTAS O JUIZ PROFERE A SENTENÇA DECLRANDO ENCERRADO O PROCESSO FALIMENTAR, que é publicada por edital.

REABILITAÇÃO DO FALIDO:

- APÓS A SENTENÇA DE ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA – TERMINA O PROCESSO FALIMENTAR.

- OCORRE A REABILITAÇÃO DO FALIDO PARA EXERCER A ATIVIDADE EMPRESARIAL.

- A REABILITAÇÃO COMPREENDE A EXTINÇÃO DAS RSPONSABILIDADES CIVIS E PENAIS DO FALIDO.

NO CAMPO DO DIREITO CIVIL DEVRÁ O FALIDO REQUERER A DECLRAÇÃO, POR SENTENÇA, DA EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES, QUE OCORRERÁ NAS SEGUINTES HIPÓTESES:

a) pagamento dos créditos ou NOVAÇÃO DOS CRÉDITOS COM GARANTIA REAL ( art.158, I);

b) rateio de mais de 50% do passivo, após a realização de todo o ativo . (art. 158, II);

c) decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência se não houver crime falimentar do falido (art. 158, III)

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d) decurso do prazo de 10 anos após o encerramento da falência,s e houver condenação do falido ou do representante legal da sociedade falida por crime falimentar (art. 158, IV);

e) prescrição das obrigações anteriores ao decurso desses prazos decadenciais (art. 158)

O FALIDO REABILITADO CIVIL E CRIMINALMENTE PODE VOLTAR A EXPLORAR REGULARMENTE ATIVIDADE EMRPESARIAL.

PESSOA E BENS DO FALIDO:

O FALIDO NÃO É UM INCAPAZ. Apenas a sua capacidade jurídica sofre RESTRIÇÃO no tocante ao DIREITO DE PROPRIEDADE.

A PARTIR DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA – O DEVEDOR PERDE O DIREITO DE ADMINISTRAR E DISPOR DO SEU PATRIMÔNIO.

- SOMENTE PERDE A PROPRIEDADE DE SEUS BENS APÓS A LIQUIDAÇÃO – A VENDA DELES NA LIQUIDAÇÃO.

- A ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DO DEVEDOR COMPETE AOS ÓRGÃOS DA FALÊNCIA A PARTIR DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA.

- O FALIDO PODERÁ PRATICAR TODOS OS ATOS DA VIDA CIVIL NÃO PATRIMONIAIS.

- NÃO PODE O FALIDO AUSENTAR-SE DO LUGAR DA FALÊNCIA, SEM RAZÃO JUSTIFICADA E AUTORIZAÇÃO DO JUIZ.

- AO ADMINISTRADOR JUDICIAL CABE A GUARDA E CONSERVAÇÃO DOS BENS ARRECADADOS.

CONTINUAÇÃO PROVISÓRIA DA EMPRESA DO FALIDO: A continuação da EMPRESA é uma política importante visando o lado ECONÔMICO E SOCIAL.

NA SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA, O JUIZ DEVE SE PRONUNCIAR SOBRE A CONTINUAÇÃO PROVISÓRIA DAS ATIVIDADES DO FALIDO OU A LACRAÇÃO DO SEU ESTABELECIMENTO (ART. 99, VI E XI E 109) . CABERÁ AO ADMINISTRDOR JUDICIAL A GERÊNCIA DA ATIVIDADE NESTE PERÍODO PROVISÓRIO.

PATRIMÔNIO SEPARADO: CADA VEZ MAIS O LEGISLADOR TEM SE VALIDO DA FIGURA DO PATRIMÔNIO SEPRADO (CHAMADO DE DE AFETAÇÃO OU SEGREGADO.) – PARA PROTEGER INTERESSES DE CREDORES, NA FALÊNCIA DE ALGUNS EMPRESÁRIOS.

Ex.- Incorporação de edifícios – a incorporação pode ser submetida ao REGIME DE AFETAÇÃO.

REGIME JURÍDICO DOS ATOS E CONTRATOS DO FALIDO:

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- ATOS REPUTADOS INEFICAZES PELA LEI DE FALÊNCIA NÃO PRODUZEM QUALQUER EFEITO JURÍDICO PEANTE A MASSA. Não são atos nulos ou anuláveis - são ineficazes. SÃO AQUELES ATOS PRATICADOS PELO FALIDO DURANTE O TERMO LEGAL (período suspeito) DA FALÊNCIA.

ATOS TIPIFICADOS COMO ENEFICAZES – art. 129 da LF: - OCORRE A DECLARAÇÃO JUDICIAL DA INEFICÃCIA DO ATO;a) dentro do termo legal, sem obedecer a ordem de créditos, pagamento de dívidas não

vencidas.b) dentro do termo legal, sem obedecer a ordem de créditos, pagamento de dívida

vencida.c) dentro do termo legal, sem obedecer a ordem de créditos, constituição de direito real

de garantia em relação a obrigação assumida antes.d) Alienação do estabelecimento empresarial, sem anuência expressa ou tácita de todos

os credores.

EFEITOS DA FALÊNCIA QUANTO AOS CONTRATOS DO FALIDO: A SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA importa a disciplina dos CONTRATOS DO FALIDO.

- Os CONTRATOS BILATERAIS (locação, compra e venda, etc) não se resolvem pela falência, mas sim pelo ADMINISTRADOR JUDICIAL.

COMPETE AO ADMINISTRADOR JUDICIAL E AO COMITÊ DE CREDORS A DECISÃO QUANTO AO CUMPRIMENTO OU À REOLSUÇÃO DO CONRATO, VERIFICANDO O QUE É MAIS CONVENIENTE PRA A MASSA.

SOBRE CONTRATOS VER ART. 120 E SEUS ITENS.

REGIME JURIDICO DOS CREDORES DO FALIDO:

FALÊNCIA = PROCESSO DE EXECUÇÃO CONCURSAL DO DEVEDOR EMPRESÁRIO = COMPREENDE TODOS OS CREDORES DO FALIDO, CIVIS OU COMERCIAIS.

- CREDORES AFASTADOS DA FALÊNCIA:

a) credor por obrigação a título gratuito;b) crédito por despesa individualmente feita para ingresso na massa falida, salvo

custas em litígio com esta.

O CREDOR PODE:a) intervir, como assistente, em qualquer ação ou incidente em que a massa seja

parte ou interessada;b) fiscalizar a administração da massa;c) requerer e promover, no processo de falência, o que for do interesse dos credores;d) examinar, sempre que desejar e independentemente de autorização judicial, os

livros e demais documentos da massa.

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Os CREDORES podem constituir PROCURADOR para representá-los na falência. Se o mandatário for ADVOGADO, basta outorga de PROCURAÇÃO COM A CLÁUSULA AD JUDICIA. A PROCURAÇÃO com a cláusula AD NEGOTIA também habilita o outorgado a representar o credor.

Os credores DEBENTURISTAS serão representados pelo AGENTE FIDUCIÁRIO.

EFEITOS DA FALÊNCIA QUANTO AOS CREDORES:

A SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA produz quatro efeitos principais em relação dos credores:a) formação da massa falida subjetiva;b) suspensão das ações individuais contra o falido;c) vencimento antecipado dos créditos;d) suspensão da fluência dos juros

MASSA FALIDA SUBJETIVA = SUJEITO DE DIREITO DESPERSONALIZADO VOLTADO Á DEFESA DOS INTERESSES GERAIS DOS CREDORES DE UM EMRPESÁRIO FALIDO

MASSA FALIDA OBJETIVA = É O CONJUNTO DE BENS ARRECADADOS DO FALIDO.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS:

- Credores não são tratados igualmente.- A natureza do crédito importa definição de uma ORDEM DE PAGAMENTO.

ORDEM DE PAGAMENTO – SEGUINTES CATEGORIAIS:A) CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS – (art. 84) – Remuneração do administrador

Judicial; despesas com a arrecadação e administração dos bens do falido; as custas judiciais.

B) CRÉDITOS POR ACIDENTES DE TRABALHO E CRÉDITOS TRABALHISTAS . Dívidas do empresário para os seus empregados;

O crédito trabalhista está limitado ao valor de 150 salários mínimos por credor. C) CRÉDITOS COM GARANTIA REAL : até o limite do valor do bem gravado;Ex.- hipoteca sobre bem imóvel do falido ou penhor sobre bem móvel.

D) DÍVIDA ATIVA – de natureza TRIBUTÁRIA ou NÃO TRIBUTÁRIA excetuadas as multas;Dívida ativa para a União, os estados, o distrito Federal, os Municípios e suas autarquias. Esta dívida pode ter origem tributária ou não. Primeiro são satisfeitos os créditos da União e suas autarquias, em seguida os Estados, Distrito Federal, Territórios e suas autarquias, finalmente os Municípios e suas autarquias.Aqui também se incluem os créditos para-fiscais (SESC, SESI, PIS, FGTS.

E) CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO ESPECIAL a) credor por benfeitorias necessárias ou úteis sobre coisa beneficiada;b) o autor da obra, pelos direitos do contrato de edição;

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c) credor titular de Nota de Crédito Industrial sobre os bens referidos pelo art. 17 do Dec.lei nº 413/69.

F) CRÉDITOS COM PRIVILÉGIO GERAL a) Mencionados no art. 965 do CPC;b) Decorrente de debêntures com garantia flutuante;c) Honorários dos advogados.

G) CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS; a) Credores de títulos de crédito;b) Indenização por ato ilícito (salvo acidente de trabalho);c) Contratos mercantis em geral

H) MULTAS CONSTRATUAIS E PENAS PECUNIÃRIAS POR INFRAÇÃO Á LEGISLAÇÃO PENAL OU ADMINISTRATIVA.;

I) CRÉDITOS SUBORDINADOS. Pago somente após a satisfação dos credores sem qualquer garantia:a) os créditos dos sócios ou administradores sem vínculo empregatício;b) créditos por debêntures subordinadas emitidas pela S.A.

RECUPERAÇÃO DA EMPRESA:

A Lei de Recuperação de Empresas – art. 50 – apresenta MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA EMPRESA:

A) CONCESSÃO DE PRAZOS E CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA PAGAMENTO DAS OBRIGAÇÕES VENCIDAS OU VINCENDAS;

B) CISÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU TRANSFORMAÇÃO DE SOCIEDADE, CONSTITUIÇÃO DE SUBSIDIÁRIA INTEGRAL (SOCIEDADE COM UM ÚNICO SÓCIO – PORÉM TEM QUE SER UMA SOCIEDADE BRSILEIRA ESTE SÓCIO);

C) CESSÃO DE COTAS OU AÇÕES, RESPEITOS OS DIREITOS DOS SÓCIOS;D) ALTERAÇÃO DO CONTROLE SOCIETÁRIO;E) SUBSTITUIÇÃO TOTAL OU PARCIAL DOS ADMIISTRADORES DO DEVEDOR

OU MODIFICAÇÃO DE SEUS ÓRGÃOS;F) CONCESSÃO AOS CREDORES DE DIREITO DE ELEIÇÃO EM SEPRADO DE

ADMINSITRADORES;G) AUMENTO DE CAPITAL SOCIAL;H) TRESPASSE (TRANSFERÊNCIA DO ESTABELECIMENTO) OU

ARRENDAMENTO DE ESTABELECIMENTO;I) REDUÇÃO SALARIAL, COMPENSAÇÃO DE HORÁRIOS E REDUÇÃO DE

JORNADA;J) DAÇÃO EM PAGAMENTO OU NOVAÇÃO DE DÍVIDAS DO PASSIVO COM OU

SEM GRANTIA PRÓPRIA OU DE TERCEIRO;K) CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE DE CREDORES;L) VENDA PARCIAL DOS BENS;M) USUFRUTO DE EMPRESA;N) EMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (DEBÊNTURES, PARTES

BENEFICIÁRIAS E BÕNUS DE SUBSCRIÇÃO – EMITIDOS POR S/A);O) CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO) ( OBJETO

DEFINIDO.

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A PRÁTICA DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL tem por meta sanear a situação gerada pela crise econômico-financeira da EMPRESA DEVEDORA. O devedor postula um tratamento especial para remover a situação econômico-financeira da empresa.

São IMPEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:- Falta de inscrição no Registro Competente;- Falta de registro há mais de 2 anos;- Falência sem extinção das obrigações;- Recuperação judicial anterior há 5 anos;- Condenação por crimes previstos na Lei de Recuperação de Empresas.Microempresa e empresa de pequeno podem requerer a recuperação judicial e extrajudicial.

ADMINISTRADOR JUDICIAL:- É QUEM FISCALIZA OS NEGÓCIOS DA EMPRESA EM RECUPEAÇÃO JUDICIAL, SOB A SUPERVISÃO DO JUIZ.

Pode ser ADMINISTRADOR JUDICIAL:-a) profissional idôneo de nível superior;b) formado preferencialmente em direito. Economia,

administração de empresas ou Contabilidade.

CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA:-Característica da RECUPERAÇÃO – EVITAR A FALÊNCIA.Se o PLANO DE RECUPERAÇÃO FRACASSAR pode ser TRASNFORMADA EM FALÊNCIA.

CUMPRIMENTO DA RECUPERAÇÃO: - Pagamento dos credores;- Satisfação de todas as obrigações assumidas no Plano de Recuperação Judicial;

Assim o DEVEDOR deve REQUERER ao Órgão Judiciário a SENTENÇA DE ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

AO DECRETAR O ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL, O JUIZ DEVE DETERMINAR:

A) PAGAMENTO DO SALDO DE HONORÁRIOS DEVIDOS AO ADMINSITRADOR JUDICIAL;

B) SALDO DE CUSTAS JUDICIAIS NÃO RECOLHIDAS;C) APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIO SOBRE A EXECUÇÃO DO PLANO;D) DISSOLUÇÃO DO COMITÊ, SE HOUVER;E) EXONERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL;F) COMUNICAÇÃO AO REGISTRO DE EMRPESAS.

RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL:-

O CANDIDATO À RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL DEVE:A) EXERCER REGULARMENTE SUAS ATIVIDADES HÁ MAIS DE 2 ANOS,

INSCRITO NO REGISTRO DE EMRPESAS;B) NÃO PODE SER FALIDO;

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C) SE FOR FALIDO, ESTAREM EXTINTAS AS RESPECTIVAS OBRIGAÇÕES, POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO;

D) NÃO PODE, HÁ MENOS DE 5 ANOS, TER DESFRUTADO DA COM CESSÃO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL;

E) NÃO PODE, HÁ MENOS DE 8 ANOS, TER OBTIDO CONCESSÃO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL COM BASE NO PLANO ESPECIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMRPESAS;

F) NÃO PODE TER SIDO CONDENADO POR CRIMES FALIMENTARES;

É UMA FORMA DE RECUPERAÇÃO MENOS FORMAL PRA OS CREDORES.

É UM PROCEDIMENTO CONCURSAL PREVENTIVO - CONTÉM:- UMA FASE PREAMBULAR DE LIVRE CONTRATAÇÃO;- E OUTRA FINAL ANCORADA À FORMALIZAÇÃO JUDICIAL.

Obs:- A VALIDADE DO PACTO CELEBRADO ENVOLVENDO CREDORES (TODOS OU ALGUNS) E DEVEDOR É CONDICIONADO À HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL.

SOMENTE OS CREDORES QUE ANUÍREM EXPRESSAMENTE AO PLANO FICAM SUJEITOS AOS SEUS EFEITOS.

BIBLIOGRAFIA

BERTOLDI, Marcelo M. RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. 3 ed. Reform.,atual. E ampl. São Paulo: Revista dos Tribnais, 2006.

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