Direito Comercial - Milton.pdf

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  • C672c COELHO, Milton Schmitt

    Caderno de Direito Comercial Dom Alberto / Milton Schmitt Coelho. Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.

    Inclui bibliografia.

    1. Direito Teoria 2. Direito Comercial Teoria I. COELHO, Milton Schmitt II. Faculdade Dom Alberto III. Coordenao de Direito IV. Ttulo

    CDU 340.12(072)

    Catalogao na publicao: Roberto Carlos Cardoso Bibliotecrio CRB10 010/10

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  • APRESENTAO

    O Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto teve sua semente lanada no ano de 2002. Iniciamos nossa caminhada acadmica em 2006, aps a construo de um projeto sustentado nos valores da qualidade, seriedade e acessibilidade. E so estes valores, que prezam pelo acesso livre a todos os cidados, tratam com seriedade todos processos, atividades e aes que envolvem o servio educacional e viabilizam a qualidade acadmica e pedaggica que geram efetivo aprendizado que permitem consolidar um projeto de curso de Direito.

    Cinco anos se passaram e um ciclo se encerra. A fase de crescimento, de amadurecimento e de consolidao alcana seu pice com a formatura de nossa primeira turma, com a concluso do primeiro movimento completo do projeto pedaggico.

    Entendemos ser este o momento de no apenas celebrar, mas de devolver, sob a forma de publicao, o produto do trabalho intelectual, pedaggico e instrutivo desenvolvido por nossos professores durante este perodo. Este material servir de guia e de apoio para o estudo atento e srio, para a organizao da pesquisa e para o contato inicial de qualidade com as disciplinas que estruturam o curso de Direito.

    Felicitamos a todos os nossos professores que com competncia nos brindam com os Cadernos Dom Alberto, veculo de publicao oficial da produo didtico-pedaggica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto.

    Lucas Aurlio Jost Assis Diretor Geral

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  • PREFCIO

    Toda ao humana est condicionada a uma estrutura prpria, a uma natureza especfica que a descreve, a explica e ao mesmo tempo a constitui. Mais ainda, toda ao humana aquela praticada por um indivduo, no limite de sua identidade e, preponderantemente, no exerccio de sua conscincia. Outra caracterstica da ao humana sua estrutura formal permanente. Existe um agente titular da ao (aquele que inicia, que executa a ao), um caminho (a ao propriamente dita), um resultado (a finalidade da ao praticada) e um destinatrio (aquele que recebe os efeitos da ao praticada). Existem aes humanas que, ao serem executadas, geram um resultado e este resultado observado exclusivamente na esfera do prprio indivduo que agiu. Ou seja, nas aes internas, titular e destinatrio da ao so a mesma pessoa. O conhecimento, por excelncia, uma ao interna. Como bem descreve Olavo de Carvalho, somente a conscincia individual do agente d testemunho dos atos sem testemunha, e no h ato mais desprovido de testemunha externa que o ato de conhecer. Por outro lado, existem aes humanas que, uma vez executadas, atingem potencialmente a esfera de outrem, isto , os resultados sero observados em pessoas distintas daquele que agiu. Titular e destinatrio da ao so distintos.

    Qualquer ao, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo ou alegria, temor ou abandono, satisfao ou decepo, at os atos de trabalhar, comprar, vender, rezar ou votar so sempre aes humanas e com tal esto sujeitas estrutura acima identificada. No acidental que a linguagem humana, e toda a sua gramtica, destinem aos verbos a funo de indicar a ao. Sempre que existir uma ao, teremos como identificar seu titular, sua natureza, seus fins e seus destinatrios.

    Consciente disto, o mdico e psiclogo Viktor E. Frankl, que no curso de uma carreira brilhante (trocava correspondncias com o Dr. Freud desde os seus dezessete anos e deste recebia elogios em diversas publicaes) desenvolvia tcnicas de compreenso da ao humana e, consequentemente, mecanismos e instrumentos de diagnstico e cura para os eventuais problemas detectados, destacou-se como um dos principais estudiosos da sanidade humana, do equilbrio fsico-mental e da medicina como cincia do homem em sua dimenso integral, no apenas fsico-corporal. Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua famlia foram capturados e aprisionados em campos de concentrao do regime nacional-socialista de Hitler. Durante anos sofreu todos os flagelos que eram ininterruptamente aplicados em campos de concentrao espalhados por todo territrio ocupado. Foi neste ambiente, sob estas circunstncias, em que a vida sente sua fragilidade extrema e enxerga seus limites com uma claridade nica,

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  • que Frankl consegue, ao olhar seu semelhante, identificar aquilo que nos faz diferentes, que nos faz livres.

    Durante todo o perodo de confinamento em campos de concentrao (inclusive Auschwitz) Frankl observou que os indivduos confinados respondiam aos castigos, s privaes, de forma distinta. Alguns, perante a menor restrio, desmoronavam interiormente, perdiam o controle, sucumbiam frente dura realidade e no conseguiam suportar a dificuldade da vida. Outros, porm, experimentando a mesma realidade externa dos castigos e das privaes, reagiam de forma absolutamente contrria. Mantinham-se ntegros em sua estrutura interna, entregavam-se como que em sacrifcio, esperavam e precisavam viver, resistiam e mantinham a vida.

    Observando isto, Frankl percebe que a diferena entre o primeiro tipo de indivduo, aquele que no suporta a dureza de seu ambiente, e o segundo tipo, que se mantm interiormente forte, que supera a dureza do ambiente, est no fato de que os primeiros j no tm razo para viver, nada os toca, desistiram. Ou segundos, por sua vez, trazem consigo uma vontade de viver que os mantm acima do sofrimento, trazem consigo um sentido para sua vida. Ao atribuir um sentido para sua vida, o indivduo supera-se a si mesmo, transcende sua prpria existncia, conquista sua autonomia, torna-se livre.

    Ao sair do campo de concentrao, com o fim do regime nacional-socialista, Frankl, imediatamente e sob a forma de reconstruo narrativa de sua experincia, publica um livreto com o ttulo Em busca de sentido: um psiclogo no campo de concentrao, descrevendo sua vida e a de seus companheiros, identificando uma constante que permitiu que no apenas ele, mas muitos outros, suportassem o terror dos campos de concentrao sem sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido para a vida.

    Neste mesmo momento, Frankl apresenta os fundamentos daquilo que viria a se tornar a terceira escola de Viena, a Anlise Existencial, a psicologia clnica de maior xito at hoje aplicada. Nenhum mtodo ou teoria foi capaz de conseguir o nmero de resultados positivos atingidos pela psicologia de Frankl, pela anlise que apresenta ao indivduo a estrutura prpria de sua ao e que consegue com isto explicitar a necessidade constitutiva do sentido (da finalidade) para toda e qualquer ao humana.

    Sentido de vida aquilo que somente o indivduo pode fazer e ningum mais. Aquilo que se no for feito pelo indivduo no ser feito sob hiptese alguma. Aquilo que somente a conscincia de cada indivduo conhece. Aquilo que a realidade de cada um apresenta e exige uma tomada de deciso.

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  • No existe nenhuma educao se no for para ensinar a superar-se a si mesmo, a transcender-se, a descobrir o sentido da vida. Tudo o mais morno, sem luz, , literalmente, desumano.

    Educar , pois, descobrir o sentido, viv-lo, aceit-lo, execut-lo. Educar no treinar habilidades, no condicionar comportamentos, no alcanar tcnicas, no impor uma profisso. Educar ensinar a viver, a no desistir, a descobrir o sentido e, descobrindo-o, realiz-lo. Numa palavra, educar ensinar a ser livre.

    O Direito um dos caminhos que o ser humano desenvolve para garantir esta liberdade. Que os Cadernos Dom Alberto sejam veculos de expresso desta prtica diria do corpo docente, que fazem da vida um exemplo e do exemplo sua maior lio.

    Felicitaes so devidas a Faculdade Dom Alberto, pelo apoio na publicao e pela adoo desta metodologia sria e de qualidade. Cumprimentos festivos aos professores, autores deste belo trabalho. Homenagens aos leitores, estudantes desta arte da Justia, o Direito.

    .

    Luiz Vergilio Dalla-Rosa Coordenador Titular do Curso de Direito

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  • Sumrio

    Apresentao...........................................................................................................

    Prefcio....................................................................................................................

    Plano de Ensino.......................................................................................................

    Aula 1 Diviso Didtica do Direito Comercial.....................................................................

    Aula 2 Ttulos de Crdito....................................................................................................

    Aula 3 Bilhete de Loteria e Ao Monitria: Questes sobre Ttulos de Crdito.....................................................................................................................

    Aula 4 Diviso do Direito Comercial, com Relao com os demais ramos do Direito.......................................................................................................................

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Centro de Ensino Superior Dom Alberto

    Plano de Ensino

    Identificao Curso: Direito Disciplina: Direito Comercial Carga Horria (horas): 30 Crditos: 2 Semestre: 7

    Ementa Ttulo de Crdito: Conceito e Teoria - Letra de Cmbio - Nota Promissria - Cheque - Duplicata Mercantil - Duplicata de Proteo de Servios - Duplicata Fiscal - Ttulos de crdito: Rural, Industrial, Comercial, Imobilirio, Conhecimento de Depsito, de Transporte, Warrant, Ttulos de Dvida Agrria, Ttulos de Sociedades por Aes (Aes, Partes Beneficirias, Debntures, Bnus de Subscrio).

    Objetivos Geral: Explorar o conhecimento jurdico no mbito privado, a partir do contedo especfico dos ttulos de crdito buscando aprimorar no aluno competncias e habilidades atinentes ao direito empresarial.

    Especficos: Conhecer os ttulos de crdito analisando as suas caractersticas individuais e a sua importncia para o desenvolvimento da atividade jurdico-empresarial.

    Inter-relao da Disciplina

    Horizontal: Direito Civil, Processo Civil I, II, III e IV, Contratos Bancrios.

    Vertical: Direito Civil I, II e III, Processo Civil I, II, III e IV e Prtica Jurdica.

    Competncias Gerais Interpretao e aplicao do Direito Comercial no ramo empresarial e nas relaes de consumo; Pesquisa e utilizao da legislao, da jurisprudncia, da doutrina e de outras fontes do Direito; Adequada atuao tcnico-jurdica, com a devida utilizao de processos, atos e procedimentos; Correta utilizao da terminologia jurdica ou da Cincia do Direito; Utilizao de raciocnio jurdico, de argumentao, de persuaso e de reflexo crtica diante do caso concreto, em acompanhamento com a evoluo doutrinrio e jurisprudencial; Julgamento e tomada de decises; Domnio de tecnologias e mtodos para permanente compreenso e aplicao do Direito..

    Competncias Especficas Capacidade de reconhecer e analisar os ttulos de crdito no caso concreto. Capacidade de buscar a soluo mais adequada para os conflitos que tem por objeto os ttulos de crdito.

    Habilidades Gerais Interpretar e aplicar o Direito Comercial no ramo empresarial e nas relaes de consumo; Pesquisar e utilizar a legislao, a jurisprudncia, a doutrina e de outras fontes do Direito; Manter atuao tcnico-jurdica adequada a cada caso concreto, com a devida utilizao de processos, atos e procedimentos; Utilizar terminologia jurdica adequada a cada caso concreto; Dominar a tecnologia e mtodos para permanente compreenso e aplicao do Direito.

    Habilidades Especficas - Pesquisar e utilizar a legislao, a jurisprudncia, a doutrina e de outras fontes do Direito, quanto ao entendimento mais atualizado a respeito dos ttulos de crdito. - Reconhecer e analisar os ttulos de crdito no caso concreto. - Estar apto a buscar a soluo mais adequada para os conflitos que tem por objeto os ttulos de crdito.

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Contedo Programtico

    Estratgias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) Aulas expositivas dialgico-dialticas. Trabalhos individuais e em grupo e preparao de seminrios. Leituras e fichamentos dirigidos. Elaborao de dissertaes, resenhas e notas de sntese. Utilizao de recurso udio-Visual.

    Avaliao do Processo de Ensino e Aprendizagem A avaliao do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contnua, cumulativa e sistemtica com o objetivo de diagnosticar a situao da aprendizagem de cada aluno, em relao programao curricular. Funes bsicas: informar sobre o domnio da aprendizagem, indicar os efeitos da metodologia utilizada, revelar conseqncias da atuao docente, informar sobre a adequabilidade de currculos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc.

    Para cada avaliao o professor determinar a(s) formas de avaliao podendo ser de duas formas:

    1 Avaliao um trabalho com peso 10,0 (dez); 2 Avaliao: Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrnicas SPE (mdia de trs provas do SPE).

    Avaliao Somativa A aferio do rendimento escolar de cada disciplina feita atravs de notas inteiras de zero a dez, permitindo-se a frao de 5 dcimos. O aproveitamento escolar avaliado pelo acompanhamento contnuo do aluno e dos resultados por ele obtidos nas provas, trabalhos, exerccios escolares e outros, e caso necessrio, nas provas substitutivas. Dentre os trabalhos escolares de aplicao, h pelo menos uma avaliao escrita em cada disciplina no bimestre. O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliaes, tais como: projetos, seminrios, pesquisas bibliogrficas e de campo, relatrios, cujos resultados podem culminar com atribuio de uma nota representativa de cada avaliao bimestral. Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem mdia semestral de aprovao igual ou superior a sete (7,0) e freqncia igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) so considerados aprovados. Aps cada semestre, e nos termos do calendrio escolar, o aluno poder requerer junto Secretaria-Geral, no prazo fixado e a ttulo de recuperao, a realizao de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de substituir uma das mdias mensais anteriores, ou a que no tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como mdia final de aprovao igual ou superior a cinco (5,0).

    Sistema de Acompanhamento para a Recuperao da Aprendizagem Sero utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantes Tira-Dvidas que so realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h00min s 18h50min, na sala de aula.

    Recursos Necessrios Humanos

    Professor. Fsicos

    Laboratrios, visitas tcnicas, etc. Materiais

    Recursos Multimdia.

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Bibliografia Bsica

    ABRO, Carlos Henrique. Contra Ordem e Oposio no Cheque. So Paulo: Leud, 2003. MARTINS, Fran. Ttulos de Crdito. Rio de Janeiro: Forense, 2008. MAZZAFERA, Luiz Braz. Curso bsico de direito empresarial. So Paulo: Edipro, 2007. GONALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. 5.ed. So Paulo: Saraiva, 2008. v.3. REQUIO, Rubens. Curso de Direito Comercial. V. 2. So Paulo: Saraiva.

    Complementar

    COELHO, Fbio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. V. 1.So Paulo: Saraiva, 2009. ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e Prtica dos Ttulos de Crditos. So Paulo: Saraiva, 2008. MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro : Ttulos de crdito. v. 3. So Paulo: Atlas , 2006. MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado: direito das obrigaes. T. 35, 36 e 37. Campinas: Bookseller, 2005. Atualizado por Vilson Rodrigues Alves. LUZ, Aramy Dornelles da. Negcios Jurdicos Bancrios: O Banco Mltiplo e seus Contratos. So Paulo: Revista dos Tribunais, 1996.

    Legislao: NERY JR.,Nelson. Cdigo Civil Comentado. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

    Peridicos Revistas: Sntese, Magister.

    Sites para Consulta www.cjf.jus.br www.tj.rs.gov.br www.trf4.gov.br www.senado.gov.br www.stf.gov.br www.stj.gov.br www.ihj.org.br www.oab-rs.org.br.

    Outras Informaes Endereo eletrnico de acesso pgina do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por

    Cronograma de Atividades

    Aula Consolidao Avaliao Contedo Procedimentos Recursos

    1

    2

    3

    4 Primeira: Trabalho

    5

    6

    7 1

    8 Segunda

    9 Substitutiva

    Legenda Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Procedimentos Recursos Cdigo Descrio Cdigo Descrio Cdigo Descrio AE Aula expositiva AE Aula expositiva AE Aula expositiva

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    TG Trabalho em grupo

    TG Trabalho em grupo TG Trabalho em grupo

    TI Trabalho individual

    TI Trabalho individual TI Trabalho individual

    SE Seminrio SE Seminrio SE Seminrio

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  • Diviso Didtica do Direito Comercial Diviso proposta por Waldrio Bulgarelli

    Teoria Geral do Direito Comercial conceituao, delimitao, posio no mbito do Direito e contedo introdutrio.

    Direito Empresarial e Societrio estuda o empresrio individual e tambm as sociedades empresariais.

    Direito Industrial estuda o estabelecimento comercial, a propriedade industrial (marca e patente) e o Direito Concorrencial.

    Direito das Obrigaes Mercantis estuda as obrigaes e os contratos mercantis, subdividindo-se em: a) Direito Bolsstico; b) Direito Bancrio; c) Direito dos Transportes.

    Direito Falimentar ou Concursal estuda falncias, recuperaes judiciais e liquidaes extrajudiciais.

    Direito da Navegao composto do transporte por gua (comercio martimo e fluvial) ou pelo ar (navegao area).

    Ttulos de Crdito Estuda os ttulos de crdito (cheque, NP, etc.).

    Teoria Geral do Direito Comercial O Direito se divide em primeiro lugar em duas grandes classes: 1) Direito Pblico: aquelas que se referem ao Estado e traduzem o

    predomnio do interesse coletivo. EX: Direito Penal, Direito Tributrio, Direito

    Administrativo

    2) Direito Privado: O homem no vive apenas em relao com o Estado, mas tambm e principalmente com seus semelhantes: a relao entre pai e filho, marido e esposa, entre quem compra e quem vende, a relao entre empresas que negociam entre si. Essas relaes interessam ao indivduo ou pessoa jurdica enquanto particulares. Essas so as relaes de Direito Privado. EX: Direito Civil, Comercial e do Consumidor.

    Direito Comercial O Cdigo Civil de 2002 adotou parcialmente a tese monista,

    unificando o Direito das Obrigaes. Por isso, revogou a 1. Parte do CCom de 1850 (arts. 1. a 456).

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  • A 3. parte j havia sido revogada (das quebras art. 797 a 913) pela Lei de Falncias (Dec.-Lei n 7.661/45) , que, por sua vez, foi revogada pela nova Lei n. 11.101/2005.

    A parte final do CCom (Da administrao da justia nos negcios e causas comerciais), j havia sido revogada pelo CPC/39.

    Com a entrada em vigor do CC/2002, somente resta vigendo a Parte Segunda do CCom (arts. 457 a 796), que trata do Comercio Martimo.

    Autonomia do Direito Comercial Ainda que tenha havido unificao do direito das obrigaes,

    compreendendo as relaes civis e comerciais, o Direito Comercial continua guardando sua autonomia relativamente ao Direito Civil (Jornada STJ 75).

    A unificao foi legislativa, mas no modifica a natureza desses dois importantes ramos do Direito Privado.

    Os princpios do Direito Comercial nem sempre coincidem com os do Direito Civil.

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    Ttulos de Crdito

    1. Histria

    O primeiro ttulo de crdito que surgiu, foi a letra de cmbio. o ttulo ao qual deu origem ao demais. Verdadeiramente cambial. Surgiu para substituir o dinheiro. apenas um papel, temos trs pessoas que se relacionam:

    A B C Sacador Sacado Tomador (credor)

    uma ordem de pagamento em que A d para B, para que este pague a C. (A credor de B e devedor de C), portanto, h duas relaes de dbito e crdito.

    Surgiu na Idade Mdia, a partir do Sc. XIII.

    Assaltos Carta (Littera) Banqueiros Comerciante (vendedor)

    Comprador (Viajante)

    Endosso: Transferncia do ttulo a terceiro: Constava no ttulo uma determinao (ordem) para pagamento ao terceiro. Aval : Garantia de pagamento: Declarao de pessoa conhecida do vendedor.

    Perodo italiano: sc. XIII a 1673: instrumento de pagamento: Comrcio nas cidades italianas da Idade Mdia: (Multiplicidade de pequenos Estados na Itlia: Moedas diferentes, distncia) troca de moedas: Cambium trajecticium. Contrato de cmbio celebrado entre comprador e vendedor da moeda: Instrumento de troca e de transporte de dinheiro. Perodo francs: Inst. De pagamento: 1673 a 1848: novo conceito : Endosso + clusula ordem: Circularidade (cadeia do endosso e aval): Lastro: origem: contrato inicial: proviso. Perodo alemo: ttulo de crdito: a partir de 1848 *abstrato: No existe proviso assinatura *literal: S vale pelo que est nele escrito. *completo: No depende de qualquer contrato anterior *formal: requisitos em Lei. Perodo moderno: Uniformizao: 1930: Genebra: Lei Uniforme de Genebra: LUG: Brasil. Novos Rumos: Internet: carto magntico, assinaturas criptografadas, assinatura digital.

    2. Direito Cartular

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    Ttulo: Documento que representa um fato (escrito). Crdito: (coisa mvel): promessa de pagamento (compra / venda / troca) entrega a mercadoria no presente (prestao) para um pagamento futuro (prestao). Diferente de compra vista: pagamento imediato Confiana / Tempo

    3. Conceito

    Vivante: Ttulo de Crdito o documento necessrio para o exerccio do direito, literal e autnomo, nele mencionado

    Caractersticas: Incorporao: a materializao do direito no documento (papel ou crtula), de tal

    forma que o direito (direito cartular) no pode ser exercido sem a exibio do documento. O direito incorporado no papel aquele que pode ser exercido por seu titular, exatamente como se encontra ali escrito. Documento que representa o crdito.

    Literalidade: Vale por aquilo que nele est escrito que corresponde delimitao do direito do legtimo possuidor. Define a existncia, o contedo, a extenso e as modalidades do direito constantes do ttulo (uma obrigao que nele no conste, nele no se integra).

    Autonomia: do direito, das obrigaes, do ttulo (desvinculao): autonomia do direito: o direito do legtimo possuidor independentemente em relao aos direitos dos anteriores possuidores do ttulo, aos quais no se vincula.

    Autonomia das obrigaes: Significa que as obrigaes entre si independem umas das outras, cada um obrigado independentemente do outro. O titulo nunca nulo; a obrigao poder ser.

    Autonomia do ttulo: os ttulos de crdito foram feitos para circular, pois o crebro da economia atravs do endosso (transferncia do ttulo e do direito dele emergente).

    4. Princpios Gerais Aplicveis

    Abstrao: O ttulo de crdito pode nascer de qualquer negcio jurdico. A causa que gerou a emisso do titulo irrelevante, ou seja, independe da causa que lhe deu origem. O ttulo vale por si s. (sem rabo)

    Independncia: So ttulos que no dependem de outro ttulo ou de outro papel para sua validade. (excees).

    Circularidade: destina-se a fazer circular o crdito ou direito de crdito: Endosso (transferncia)

    Posse de boa-f: permite que os negcios sejam realizados, sem a necessidade do exame formal das assinaturas ou de causas anteriores que deram origem `a emisso do ttulo ou endosso.

    Proteo da aparncia jurdica: o ttulo vale pelo que apresenta ser. Impossibilidade das excees pessoais: d ao legtimo possuidor a garantia de

    que, se o que se pretende discutir judicialmente no se refere causa de que

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    participou a defesa do executado no lhe poder ser oposta (inoponibilidade ao terceiro de boa-f)

    Formalismo: Documento formal: prescrita pela lei. Incondicionalidade: No posso impor uma condio para pagar o ttulo, se coloco,

    considerado no escrito (tira a fora do ttulo). Ou uma clusula extra-cambiria. Apresentao: O ttulo para ser pago dever ser apresentado ao devedor.

    Queimou-se o ttulo, queimou-se o direito (princ. Incorporao) Solidariedade: todas as pessoas que se obrigam pelo ttulo, respondem

    solidariamente, pois so responsveis. (a escolha do credor de quem quer cobrar).

    Executividade: d direito a ao de execuo. Art. 585, I CPC

    5. Classificao quanto circulao

    Circulao cambial: consiste na possibilidade de se transferir, para terceiros, o titulo de credito e o direito dele emergente. Nos ttulos ao portador, essa transferncia d-se por simples tradio. Sendo o titulo nominativo e `a ordem, a transferncia d-se pelo endosso:

    6. Quanto causa originria

    Causais: nascem de causa determinada: duplicatas, conhecimento de depsito, o warrant, etc. Abstratos: nascem de qualquer causa: Letra de Cmbio, Nota Promissria, Cheque, etc.

    7. Legislao aplicvel

    Letra de Cmbio e Nota Promissria:LUG (Anexo I, II Arts 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 19 e 20 - Dec. 57663/66) e o Decreto 2044/1908. Cheque: Lei 7357/85 Conhecimento de Depsito e Warrant: Lei 1102/1908 Duplicata: Lei 5474/1968 Res. 102/68 Cdigo Civil: Lei 10404/02: Ttulos atpicos

    Art. 887: cpia de Vivante: Leis especiais Art. 903: Lei de regncia do novo ttulo de crdito

    8. Requisitos

    1. agente capaz: emitente: art.5 C.C.B. 2. objeto licito, possvel e determinvel: Lei tipicidade ou legalidade 3. emisso licita: ato jurdico unilateral: art. 138 e ss. C.C.B. (negcios anulveis);

    art.51 C.D.C.; art.814: aposta: tais defeitos somente podem ser objeto de contestao entre o emitente e o beneficirio, no atinge o 3 de boa-fe (limita-se as partes principio da autonomia e inoponibilidade das excees pessoais)

    4. forma prescrita em lei: titulo formal

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    9. Declarao Cambial

    a manifestao de vontade do signatrio no sentido de criar, completar, garantir ou transferir o ttulo de crdito. Na transferncia englobam-se o ttulo e o direito dele emergente.

    Assinatura do declarante: obrigao no ttulo. (valida) Necessria ou Originria: emisso ou saque. Eventuais ou Sucessivas: aceite, endosso e aval (acessrias/autnomas).

    Quanto mais assinaturas tiverem um titulo, maior garantia ele oferece ao portador.

    Emisso ou Saque: criao do ttulo de crdito: declarao principal: momento em que o ttulo de crdito nasce, se exterioriza.

    Nota Promissria: promessa direta de pagamento: emisso Letra de Cmbio: promessa indireta de pagamento: saque ( uma declarao cambial originria, necessria, produtiva de obrigao, em que faz nascer o ttulo, ou seja, d origem a ele. Sem a ordem, a assinatura daquele que cria o ttulo, no existe o titulo.)

    OBS:Nenhuma obrigao cambial resultar para algum ocorrendo falsidade da assinatura do declarante ou se o signatrio for incapaz. Entretanto, havendo no ttulo outras assinaturas verdadeiras e de pessoas capazes, o ttulo no se invalida em razo da assinatura falsa ou de assinatura do incapaz criando o ttulo. As obrigaes dos outros signatrios permanecem vlidos. O portador de boa-f nada poder exigir do incapaz ou daquele cuja assinatura foi falsificada, mas poder exigir todo o direito que decorre do ttulo dos outros signatrios capazes, que respondem perante ele.

    Teoria da emisso: entrega voluntria do ttulo ao terceiro. O subscritor no se obriga se o ttulo sair de suas mos contra sua vontade. Teoria da criao: d eficcia constituio do ttulo com base na declarao unilateral de vontade do seu criador. atribudo a fim futuro detentor, qualquer que seja, um direito de crdito. Teoria da aparncia: tutela a aparncia jurdica. Tranqilidade circular, possuidor de boa-f. (2 alnea do art. 16 da LUG e art. 24 da Lei 7.357/85)

    Assinatura para obrigar a pessoa jurdica: as assinaturas de seus representantes autorizados devem atender aos termos da lei

    Denominao: Cristiane Trani Gomes

    Jurunas Tour Passeios Ecolgicos Ltda.

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  • Misso: "Oferecer oportunidades de educao contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

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    Firma ou Razo Social: Trani & Vilanova Ltda. Trani & Vilanova Ltda.

    Aceite: declarao cambial eventual e sucessiva, pela qual o signatrio (sacado) reconhece dever o valor do ttulo e promete cumprir a ordem contra ele dada. O aceite no necessrio para a validade do papel. O signatrio do aceite chama-se aceitante.

    Aval: a declarao cambial, eventual e sucessiva, pela qual o signatrio garante o pagamento do ttulo. O signatrio do aval chama-se avalista. Forma de garantia eminentemente cambial, existindo apenas em ttulo de crdito. autnoma e solidria. Por aval. Uma obrigao subsidiria e de regresso, ou seja, igual ao endosso. Todos so coobrigados, mas o exerccio de regresso s posso faz-lo contra quem est antes de mim (responde sozinho). Quem recebe o aval chama-se avalizado.

    Endosso: declarao cambial derivada, eventual e sucessiva, pela qual o signatrio transfere o titulo a terceiro e, por conseqncia, transfere tambm o direito cambial emergente do ttulo. Seu signatrio chama-se endossante e o beneficirio do endosso chama-se endossatrio. O endosso produz para o endossante uma obrigao subsidiria e de regresso, porque, em ltima anlise, uma promessa indireta de pagamento, j que o endossante pode responder pelo pagamento do ttulo, se este no for pago pelo obrigado principal e havendo protesto cambial em tempo hbil (1 dia til seguinte ao dia do vencimento). E uma ordem dada pelo endossante, para que o sacado pague a terceiro o valor do ttulo: transferncia de propriedade.

    OBS: existem ttulos que no comportam todas as declaraes cambiais, porm deve haver o saque obrigatoriamente. O art. 8 da LUG regula a declarao cambial sucednea: mandatrio ou representante legal de outrem, sem poderes( devidamente autorizado), sucede (substituir) aquele que diz representar. Sua obrigao ser pessoal e direta.

    9.1 Aceite

    Declarao cambial pela qual o signatrio admite a ordem contra ele dada para pagar uma quantia determinada, concordando com os termos do saque e assumindo a qualidade de responsvel principal pelo pagamento do titulo.

    O sacado a pessoa indicada para pagar o ttulo. ele quem deve aceit-lo. Depois que assina, o sacado passa a denominar-se aceitante. O aceite dado produz uma obrigao direta e principal. A assinatura do sacado pode ser seguida ou no de uma declarao: aceito, concordo, prometo pagar. Ir ser cobrado antes de todos, apesar da solidariedade das obrigaes cambirias. Se o ttulo for pago por um obrigado de regresso , o aceitante responde, da mesma forma, `a quem pagou o ttulo (sacador, endossante, avalista).

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    O aceite irretratvel (circular), porm pode ser cancelado pelo aceitante antes que ele restitua o ttulo ao apresentante. A ao de execuo contra o aceitante independe do

    protesto cambial.

    A falta de aceite deve ser comprovada pelo protesto cambial (vencimento antecipado do ttulo). Porm, o sacado no se obriga nem havendo o protesto do ttulo. Sua obrigao s ocorrer se aceitar a ordem (assinatura).

    O aceite qualificado (aceite limitado ou modificativo) aquele em que o aceitante restringe a ordem, no o aceitando inteiramente.

    Data de vencimento: Aceito para pagar no dia 18 de setembro de 2006 Praa de pagamento: Aceito para pagar no Serro

    Valor: Aceito pagar R$ 1000,00

    Portanto, ocorrer recusa parcial de aceite. O aceitante fica obrigado nos termos do aceite por ele dado. Porm, o possuidor do ttulo poder levar o ttulo a protesto por falta ou recusa parcial de aceite, promovendo, logo aps o protesto, a ao de execuo contra os outros obrigados nas condies originais do titulo. S o aceitante, que no concordou com parte do ttulo, deve ser cobrado dentro dos limites por ele prprio fixados e aps o vencimento do ttulo (datado).

    Pode haver aceite por interveno, que o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou no para aceitar o ttulo, o aceita para evitar o seu protesto (antecipao do vencimento: promover a execuo) e honrar o nome de algum j obrigado no ttulo (indicada ou voluntria). O possuidor ter de aguardar o vencimento regular para receber o valor do ttulo. O interveniente (indicado ou voluntrio) fica diretamente obrigado no ttulo com o portador ou para com o endossante posterior `aquele por honra de quem interveio.

    A B C D Y (credor / possuidor)

    (se este pagar o ttulo) X

    Sua obrigao equipara-se do obrigado principal: o aceitante. Contudo, se o interveniente (voluntrio ou indicado) aceitou e pagou o ttulo, no tem ele ao alguma contra aquele cujo nome honrou e nem contra qualquer outro obrigado no ttulo.

    Letra de Cmbio e Duplicata: sem o aceite, na letra de cmbio, o sacado no assume obrigao alguma no titulo, j que no o assinou. Este no ser parte legtima ad causam para figurar no plo passivo da execuo.

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    9.2 Aval

    Forma de garantia eminentemente cambial, existente apenas em ttulos de crditos. No existe aval em contrato. Autnomo e solidrio. Se a pessoa assina no titulo de crdito passa responder solidariamente pelo seu pagamento. Se no estiver dito a quem se avaliza presume-se que ao sacador. Se a obrigao do sacador for nula, a do avalista no ser, pois autnoma. O aval a assinatura no anverso da letra que no seja do sacador e nem do sacado.

    Por aval. Poder ser simultneo (avais a uma mesma pessoa) e o sucessivo (aval de um aval). Para existir aval sucessivo, deve estar escrito (expresso).

    O credor poder escolher de qualquer avalista para receber seu crdito, pois uma declarao cambial derivada facultativa, produtiva, subsidiria de regresso, ou seja, igual ao endosso. Todos so co-obrigados, mas o exerccio de regresso s posso faz-lo contra quem esto antes de mim.

    A B C D Buscar o credor e o devedor / a | | \ a b b c

    No caso b e b, no ser direito de regresso, mas solidariedade. A no pode cobrar de C; C pode cobrar de B. b e b no podem cobrar de A, pois B e devedor de A. b pode cobrar tudo de B, ou cobrar metade do b e a outra metade do B (ou vise-versa) a e a garante, pois A deve C; b e b garante, pois B deve A; c garante, pois C deve D;

    Se algum se adianta e avaliza o sacado quando este no aceita o titulo? O aval no dado ao sacado, mas ao credor. O aval por ser autnomo, vale por si s; no tem o direito de regresso contra o sacado, pois este no aceitou o titulo, portanto, pagar o titulo, caso seja escolhido pelo credor e s poder cobrar do sacado por indenizao longe do titulo de credito.

    Se o avalista (b ou b) deu o aval ao aceitante / sacado (B), ele garantir seu pagamento como obrigado principal. Assim sendo, se o aceitante no pagar a letra no vencimento, o avalista dever pag-la e depois exigir que seu avalizado pague para ele. Por isso, diz a lei que o avalista responsvel da mesma maneira que a pessoa por ele avalizada.

    Se o avalista deu o aval para o sacador (A) ou a um endossante (C), garantir, entretanto, o pagamento como obrigado de regresso. Assim sendo, a ao contra o avalista do aceitante ao cambiria direta; a ao contra o avalista do sacador (a e a) e do endossante (c) a ao cambiria de regresso.

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    O avalista, ao pagar a letra, torna-se titular dela e pode, portanto, agir contra o avalizado e contra os obrigados para com o avalizado, isto , aqueles contra os quais o avalizado poderia agir. Esses coobrigados, devedores cambirios, no podero opor ao avalista que pagou a letra as excees baseadas nas relaes pessoais que tenham com o avalizado. Se o aval foi dado para o obrigado principal (B), isto , para o aceitante, o avalista que pagar a letra adquire direito apenas contra o aceitante avalizado. Se, porm, for dado a um obrigado de regresso, o avalista que pagar a letra adquire direitos contra o avalizado e contra todos os endossantes anteriores, alm do aceitante, que o obrigado principal. V- se, assim, o avalista ou todo aquele que no seja o obrigado principal, ao pagar a letra, torna-se proprietrio dela at que seja pago pelo devedor direto principal: o aceitante (B). Quando o aceitante pagar a letra, extingue-se o crdito cambirio: a aplicao do direito de regresso.

    AVAL Autor: Dr. Antonio Carlos Zarif Advogado, ps-graduado "lato-sensu" em direito processual civil e organizador do presente site.

    Fonte: www.advocaciaconsultoria.com.br

    Aval a obrigao que uma pessoa assume por outra, a fim de garantir o pagamento de um ttulo de crdito, aquele que concede o aval se denomina avalista, e a pessoa em favor de quem concedido se chama avalizado. A simples assinatura na parte da frente do ttulo considerado aval, desde que no se trate das assinaturas do sacado e sacador. O aval tambm pode ser escrito no verso do ttulo, ou em folha anexa, devendo se exprimir pelos termos "bom para aval" ou qualquer outra equivalente e assinado pelo avalista. Na concesso do aval deve ser indicado quem o avalizado, se houver omisso considerar-se- que o aval foi dado em favor do sacador. O avalista responsvel pelo pagamento do ttulo da mesma forma que o avalizado, isto posto, o credor, na poca do vencimento, poder optar por cobrar diretamente do avalista o seu crdito. Mesmo sendo nula a obrigao do avalizado, continua valendo a do avalista, a exceo dessa regra ocorre apenas se houver vcio na formao do ttulo. O novo Cdigo Civil entre seus artigos 897 e 900 tratam do aval, o artigo 898, "caput" do Diploma Civil preceitua que: "O aval deve ser dado no verso ou anverso do prprio ttulo", ou seja, na frente ou nas costas, quando o aval for dado no anverso (parte da frente) suficiente a simples assinatura do avalista. Exceto no regime de separao absoluta, nenhum dos cnjuges poder sem autorizao do outro, prestar aval, essa regra estabelecida no Cdigo Civil no artigo 1647, inciso III. Na hiptese do avalista quitar o dbito, poder cobrar o que pagou do avalizado, ou daqueles que anteriormente ao aval haviam se obrigado pelo pagamento do ttulo.

    DIFERENAS ENTRE O AVAL E A FIANA

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    O aval e a fiana apesar de terem pontos em comum so distintos, a seguir citamos as diferenas entre ambos: 1. A fiana um contrato previsto no Cdigo Civil nos artigos 818 e seguintes. O aval uma forma de garantia prpria dos ttulos de crdito, a qual ocorre por meio de uma simples declarao de vontade do avalista. 2. O aval, como regra geral, deve ser lanado diretamente no ttulo e continua valendo mesmo sendo nula a obrigao do avalizado, exceto se houver vcio de forma, j a fiana um contrato acessrio que depende para sua existncia do contrato principal, desse modo, sendo nula a obrigao do afianado, se extingue tambm a obrigao do fiador. 3. O avalista se equipara ao avalizado, assim sendo o credor tem a opo de cobrar a dvida diretamente do avalista, enquanto que na fiana h o benefcio de ordem, ou seja, o fiador pode exigir no caso de no cumprimento da obrigao, que o credor cobre primeiro o afianado.

    9.3 Endosso

    Ato unilateral e abstrato, formal; deve ser puro e simples. Quando h condio que fique subordinado, considera-se como no escrita.

    Quem pode endossar o beneficirio do titulo. S o proprietrio do ttulo pode transferi-lo a terceiros. Aquele se encontra em todos os ttulos que nascem com o seu nome, pois o ttulo de crdito ao portador s existe, atualmente, nos cheques at R$ 100,00.

    Letra de Cmbio: o beneficirio o tomador (credor), a favor de quem a ordem dada. Nota Promissria e Cheque: beneficirio endossa a terceiros. Duplicata: sacador quem pode endossar o ttulo a terceiros.

    O endosso deu vida ao ttulo de crdito. forma de transferncia do ttulo pela assinatura do credor no verso do titulo (beneficirio-endossante). O endosso obriga o endossante: responde solidariamente com outros endossantes (pode escolher qualquer um para executar): garante o aceite quanto o pagamento do ttulo (art. 15 da LUG).

    autnomo (independe entre si): principio da autonomia das obrigaes cambiais (art 7 LUG). As assinaturas continuam vlidas, a despeito da possvel invalidade de alguma outra obrigao contida no mesmo ttulo.

    Endosso Pleno (endosso completo): aquele em que a transferncia do ttulo e do direito dele decorrente se d por completo. O endossante torna-se obrigado indireto por fora do endosso, mas ele deve ser capaz de se obrigar, se for incapaz, no se obrigar.

    Endosso Nominativo ou Endosso em Preto: especifica o nome de quem se deve pagar. Ex: Paga-se a Alexandre Rodrigues, Fulano

    Endosso em Branco: a simples assinatura do endossante. Ex: Giovanni Endosso ao portador: discrimina, pague-se ao portador. Ex: Pague-se ao portador, Alexandre Silva.

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    Obs: o endosso em branco diferente ao portador. Se o deixei em branco como fazer para que ele circule ao portador ou nominativo? Para ser sempre ao portador, deve estar escrito ao portador.

    Endosso mandato: ocorre quando o credor do ttulo o transfere no para que o endossatrio torna-se proprietrio do ttulo, mas para que ele receba seu crdito pelo endossante. tipo uma procurao. O instrumento o prprio ttulo. A forma a cobrana: entrega o ttulo para que a pessoa receba por si. Deve usar as expresses valor a cobrar, para cobrana, por procurao; Se no usar a Expresso, presume-se que translativo (comum, pleno, pois transfere o ttulo). O endossante indica o endossatrio como seu procurador, subentendendo-se a outorga ao mandatrio de todos os poderes para cobrana e recebimento do ttulo.

    Endossante (mandante) / endossatrio (mandatrio)

    Qualquer endosso posterior ao endosso-mandato, ainda que sem as expresses antes mencionadas, ser considerado endosso-mandato. Portanto, no transmite a propriedade do ttulo e nem direito dele emergente a terceiro. A 3 alnea do art. 18 LUG deve ser lida: o mandato que resulta de um endosso-mandato no se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante (e no do mandatrio). Ex: Pague-se a Fulano de Tal, valor a cobrar Assinatura da pessoa. Pague-se Fulano de Tal, por procurao Assinatura da pessoa

    Endosso cauo (endosso pignoratcio ou endosso garantia): o ttulo transferido ao endossatrio apenas como garantia de alguma obrigao. O endossatrio recebe, alm da posse do ttulo, todos os poderes para cobrana e recebimento do valor do ttulo. No se transmite a propriedade do ttulo e nem os direitos dele emergentes, mas apenas a posse do ttulo, para garantia do crdito do endossatrio e para cobrana ou recebimento do valor (art 19 LUG): valor em cauo, valor em penhor, valor garantia. Ex: Pague-se a Carlos da Silva Custos, valor garantia. Assinatura da pessoa

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    DIREITO COMERCIAL TTULO DE CRDITO

    AULA 03

    BILHETE DE LOTERIA E AO MONITRIA QUESTES SOBRE TTULO DE CRDITO

    PORTARIA LOTERJ N. 161/2001 DE 20 DE AGOSTO DE 2001 - DO BILHETE

    Art.6 - O Bilhete de Loteria o documento pelo qual o apostador se habilita ao sorteio e ser considerado para todos os efeitos, ttulo ao portador.

    Art.15 - O bilhete um ttulo ao portador e quando premiado, o prmio devido ser pago unicamente ao portador, aps a deduo dos tributos fiscais.

    A pessoa injustamente desapossada de ttulos ao portador, s mediante interveno judicial poder impedir que ao ilegtimo detentor se pague a importncia do capital, ou seu interesse.

    A classificao mais importante dos ttulos de crdito feita quanto a sua circulao, da seguinte maneira:

    a) Ttulos ao Portador, que so aqueles que no expressam o nome da pessoa beneficiada. Tem como caracterstica a facilidade de circulao, pois se processa com a simples tradio.

    Ao Monitria. de Cndido Rngel Dinamarco (33) a lio que: Como a tcnica da tutela

    monitria constitui um patamar intermedirio entre a executiva e a cognitiva, tambm para valer-se dela o sujeito deve fornecer ao juiz uma situao na qual, embora no haja toda aquela probabilidade que autoriza executar, alguma probabilidade haja e

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    seja demonstrada prima facie. uma questo de grau, portanto, e s a experincia no trato do instituto poder conduzir definio de critrios mais objetivos.

    Carreira Alvim sustenta que: "Para fundamentar uma ao monitria, o que se exige que se trate de prova escrita, pouco importando a sua natureza ou o momento da sua formao. Pouco importa tambm suas caractersticas, podendo ser um bilhete privado, uma carta missiva, um bilhete de loteria, um bilhete de rifa, desde que tenha autoria comprovada (no sentido de quem seja o seu autor) (34)".

    (34. Procedimento Monitrio. 2. ed., Curitiba: Juru, 2001, p. 52)

    ENDOSSO e AVAL

    1. ENDOSSO

    A letra de cmbio ttulo sacado, em regra, com a clusula ordem. Isto significa que o seu credor pode negociar o crdito por ela representado mediante um ato jurdico trasladador da titularidade do crdito, de efeitos cambiais, chamado endosso. Conceitua-se, ento, endosso como o ato cambirio que opera a transferncia do crdito representado por ttulo ordem. claro, a alienao do crdito fica, ainda, condicionada tradio do ttulo, em decorrncia do princpio da cartularidade.

    A clusula ordem pode ser expressa ou tcita. Ou seja, basta que no tenha sido inserida a clusula no ordem na letra de cmbio para que ela seja transfervel por endosso (LU, art. 11).

    O alienante do crdito documentado por uma cambial chamado de endossante ou endossador; o adquirente, de endossatrio. Com o endosso, o endossante, evidentemente, deixa de ser credor do ttulo, posio jurdica que passa a ser ocupada pelo endossatrio. Tambm evidente que somente o credor pode

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    alienar o crdito, e, portanto, somente o credor pode ser endossador. Assim, o primeiro endossante de qualquer letra de cmbio ser, sempre, o tomador; o segundo endossante, necessariamente, o endossatrio do tomador; o terceiro, o endossatrio do segundo endossante e assim sucessivamente. No h qualquer limite para o nmero de endossos de um ttulo de crdito; ele pode ser endossado diversas vezes, como pode, simplesmente, no ser endossado.

    O endosso produz, em regra, dois efeitos: a) transfere a titularidade do crdito representado na letra, do endossante para o endossatrio; b) vincula o endossante ao pagamento do ttulo, na qualidade de coobrigado (LU, art. 15). H endossos que no produzem um ou outro destes efeitos, conforme se estudar em seguida.

    O endosso pode ser de duas espcies: em branco, quando no identifica o endossatrio, ou em preto, quando o identifica. Resulta o endosso da simples assinatura do credor do ttulo lanado no seu verso, podendo ser feita sob a expresso Pague-se a Antonio Silva (endosso em preto), ou simplesmente Pague-se (endosso em branco), ou sob outra expresso equivalente. O endosso poder, tambm, ser feito no anverso do ttulo, mas, neste caso, obrigatria a identificao do ato cambirio praticado, ou seja, no poder o endossante se limitar a assinar a letra.

    O endosso em branco transforma a letra, necessariamente sacada nominativa, em ttulo ao portador. O endossatrio de um ttulo por endosso em branco poder transferir o crdito nele representado por mera tradio, hiptese em que no ficar coobrigado.

    A lei veda ao endossante limitar o endosso a uma parte do valor da letra, considerando nulo o endosso parcial (LU, art. 12; CC, art. 912, pargrafo nico). Outrossim, o endosso condicional, em que a transferncia do crdito fica subordinada a alguma condio, resolutiva ou suspensiva, no nulo, mas referida condio ser ineficaz, porque a lei a considera no-escrita (art. 12).

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    A doutrina costuma reunir sob a rubrica de endosso imprprio aquele que no produz o efeito de transferir a titularidade do crdito documentado pela letra de cmbio, mas legitima a posse sobre a crtula exercida pelo seu detentor. Com efeito, em determinadas circunstncias, poder o credor da letra transferir, legitimamente, a sua posse a um terceiro, sem transferir-lhe a titularidade do crdito representado. No caso de o credor da letra incumbir a um seu procurador o recebimento do ttulo, dever praticar um ato cambirio especfico destinado a legitimar a posse do seu mandatrio sobre ele. Caso tal ato no seja praticado, na prpria letra, o devedor que efetuar o pagamento no se liberar, validamente, em virtude da aplicao dos princpios da cartularidade e da literalidade. O endosso imprprio que legitima a posse do procurador do credor o endosso-mandato (LU, art. 18; CC, art. 917).

    Outro exemplo de endosso imprprio o endosso-cauo, em que a letra, considerada bem mvel, onerada por penhor, em favor de um credor do endossante. No endosso-cauo, o crdito no se transfere para o endossatrio, que investido na qualidade de credor pignoratcio do endossante. Cumprida a obrigao garantida pelo penhor, deve a letra retornar posse do endossante. Somente na eventualidade de no-cumprimento da obrigao garantida, que o endossatrio por endosso-cauo apropria-se do crdito representado pela letra. O endossatrio por endosso-cauo no pode endossar o ttulo, salvo para praticar o endosso-mandato (LU, art. 19; CC, art. 918).

    J o endosso que no produz o efeito de vincular o endossante ao pagamento do ttulo o chamado endosso sem garantia, previsto no art. 15 da LU. Com esta clusula, o endossante transfere a titularidade da letra, sem se obrigar ao seu pagamento. A regra, como visto, a da vinculao do endossante (lembre-se que o art. 914 do CC no se aplica em razo do art. 903 do mesmo Cdigo). O ato do endossante de inserir no endosso a clusula sem garantia, porm, afasta a vinculao prevista em lei.

    O ato jurdico trasladador da titularidade de crdito de efeitos no-cambiais a cesso civil de crdito. Esta difere do endosso em dois nveis: quanto extenso da

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    responsabilidade do alienante do crdito perante o adquirente e quanto aos limites de defesa do devedor em face da execuo do crdito pelo adquirente. Quanto ao primeiro aspecto, acentue-se que o endossante responde, em regra, tanto pela existncia do crdito quanto pela solvncia do devedor. Em outros termos, o endossatrio poder executar o crdito contra o endossante, caso o devedor no tenha realizado o pagamento deste. J o adquirente responde, em regra, apenas pela existncia do crdito e no pela solvncia do devedor (CC, arts. 295 e 296). No tocante ao segundo aspecto, o devedor poder defender-se, quando executado pelo cessionrio, argindo matrias atinentes a sua relao jurdica com o cedente (CC, art. 294), mas no poder defender-se, quando executado pelo endossatrio, argindo matrias atinentes a sua relao jurdica com o endossante (princpio da autonomia das obrigaes cambiais e subprincpio da inoponibilidade das excees pessoais aos terceiros de boa-f, referidos no art. 17 da LU e 916 do CC).

    H alguns endossos que produzem efeitos de cesso civil de crdito. Ou seja, endossos em que o endossante no responde, em regra, pela solvncia do devedor e em que o endossatrio no adquire obrigao autnoma. So duas as hipteses de endossos com efeitos de cesso civil de crdito, a saber: a) endosso praticado aps o protesto por falta de pagamento ou do transcurso do prazo legal para a extrao desse protesto (art. 20); b) endosso de letra de cmbio com a clusula no ordem (art. 11).

    Em relao a esta ltima hiptese de endosso com efeitos de cesso civil de crdito, faz-se necessrio observar que a letra pode ser emitida com a clusula no ordem, ou seja, transmissvel mediante cesso civil de crdito. Essa clusula pode ser inserida pelo sacador e, assim, desnaturar todo e qualquer endosso que venha a ser feito na letra de cmbio, ou pode ser inserida por um endossante, proibindo que o ttulo seja novamente endossado. A forma de inserir na crtula tal proibio atravs da clusula no ordem, posto que, assim, a transferncia da titularidade do crdito representado somente poder operar-se pela cesso civil de crdito e no mais pelo endosso, com as conseqncias advindas das j

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    examinadas diferenas entre um e outro ato jurdico. Por esta razo que a lei estabelece que o endosso de uma letra na qual foi inserida a clusula no ordem tem, a rigor, os efeitos de cesso civil (art. 11). Outrossim, como forma de se desestimular situaes como estas, o endossante que inserir a clusula no ordem em seu endosso, ou seja, que proibir novos endossos da letra, no garante o seu pagamento seno para o seu prprio endossatrio (art. 15). Quem adquirir o crdito representado por uma letra de cmbio endossada com a clusula no ordem ao alienante no ter a garantia nem deste, que cedente, nem do endossante anterior, que proibir novos endossos.

    2. AVAL

    O pagamento de uma letra de cmbio pode ser, total ou parcialmente, garantido por aval. Por este ato cambial de garantia, uma pessoa, chamada avalista, garante o pagamento do ttulo em favor do devedor principal ou de um coobrigado. O devedor em favor de quem foi garantido o pagamento do ttulo chamado de avalizado.

    O avalista responsvel da mesma forma que o seu avalizado, diz o art. 32 da LU (CC, art. 899). Isto no significa, contudo, uma atenuao do princpio da autonomia. A obrigao do avalista autnoma em relao do avalizado, como esclarece a prpria lei. Eventual nulidade da obrigao do avalizado no compromete a do avalista. Quando a lei equiparou as responsabilidades de um e de outro coobrigado, pretendeu, em suma, apenas prescrever que o avalista responde pelo pagamento do ttulo perante todos os credores do avalizado e, uma vez realizando o pagamento, poder voltar-se contra todos os devedores do avalizado, alm do prprio evidentemente.

    Questo altamente controvertida surge da autorizao legal do aval antecipado, constante do art. 14 do Decreto n. 2.044/1908. Teria o avalista antecipado do sacado que recusa o aceite alguma obrigao cambial? Uma leitura

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    precipitada do texto da Lei Uniforme, atinente equiparao da responsabilidade do avalista do respectivo avalizado, poderia dar a entender que, inexistindo obrigao por parte do avalizado (o sacado, lembre-se, no tem qualquer responsabilidade cambial antes do aceite), tambm inexistiria por parte do avalista. No se poder, contudo, esquecer o princpio da autonomia das obrigaes cambiais. O avalista antecipado de sacado que recusa o aceite responde pelo valor do ttulo na exata medida em que se assumiu, com o aval, uma obrigao autnoma, independentemente de qualquer outra representada no mesmo ttulo de crdito.

    O aval resulta da simples assinatura do avalista no anverso da letra de cmbio, sob alguma expresso identificadora do ato praticado (Por aval ou equivalente) ou no. Se o avalista pretender firmar o verso do ttulo, somente poder faz-lo identificando o ato praticado.

    O aval pode ser em branco ou em preto. Do primeiro tipo o aval que no identifica. O aval em branco, determina o art. 31 da LU, dado em favor do sacador. ele o avalizado pelo aval em branco.

    O ato de garantia de efeitos no-cambiais a fiana, que se distingue do aval quanto natureza da relao com a obrigao garantida. A obrigao do fiador acessria em relao do afianado (CC, art. 837), ao passo que a obrigao do avalista autnoma, independentemente da do avalizado (LU, art. 32). Como conseqncia desta distino, a lei concede ao fiador o benefcio de ordem (CC, art. 827), inexistente para o avalista.

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    DIVISO DO DIREITO COMERCIAL COM RELAO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO

    O Direito Comercial como ramo do Direito que uma cincia considerada social, em contraposio as cincias fsicas ou naturais relaciona-se estreitamente com as demais cincias scias (como Sociologia, a Histria, a Poltica): e, tendo em vista as suas caractersticas aproxima-se mais estreitamente da Economia, pois os fatos econmicos constituem o substrato do Direito Comercial.

    Internamente, conforme os seus institutos apresentam certa unidade, para efeitos de classificao e de estudo, so comumente subdivididos da seguinte forma:

    A) Teoria Geral do Direito Comercial, que compreende toda a parte geral da disciplina, sua conceituao, sua posio no quadro geral das cincias e a delimitao da sua matria, e, portanto, do seu contedo;

    B) Direito das empresas e das sociedades, que compreende o estudo do empresrio, quer individual o antigo comerciante em nome individual e os agentes auxiliares do comrcio quer coletivo, que so as sociedades comerciais, nos seus vrios tipos;

    C) Direito industrial, que, modernamente, estuda a teoria jurdica do estabelecimento comercial e a propriedade industrial, hoje, na Faculdade de direito da USP, chamado de Direito de Propriedade Industrial e, mais recentemente, de Direito da Concorrncia;

    D) Direito cambirio, ou cartular, que compreende os ttulos de crdito; E) Direito das obrigaes mercantis, que compreende o estudo das

    operaes e contratos mercantis, que se subdivide em: direito bolsstico (referente s operaes da Bolsa): direito bancrio (referente aos bancos); direito securitrio (referente aos seguros) e direito dos transportes (referente aos transportes):

    F) Direito falimentar ou concursal, referente s falncias, concordatas e liquidao extrajudiciais;

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    G) Direito da navegao, que compreende o transporte por gua (comercio martimo) ou pelo ar (navegao area).

    As Relaes do Direito Comercial com:

    DIREITO CIVIL Em relao ao direito privado, o direito comercial comparte com o direito civil esse ramo, tendo, portanto, relaes estreitas, j que o direito civil que regula as condies das pessoas, as coisas e as relaes gerais. Essas relaes sero melhor estudadas no ponto referente autonomia do direito comercial, j que se pretende a unificao do direito comercial ao direito civil.

    DIREITO CONSTITUCIONAL Em relao ao direito pblico, so tambem estreitas as relaes mantidas pelo direito comercial com os seus varias ramos. Assim ocorre com o direito constitucional, que cuida da organizao do Estado e dos direito dos cidados, da forma de aquisio e exerccio p poder, considerando inclusive como um superdireito. Pois na constituio a Lei Magna, que se fixam as bases dos vrios ramos do Direito. Particularmente em relaes ao direito comercial, na Constituio que se encontram disciplinados os princpios e normas gerais atinentes ordem econmica e social, fixadas as bases da atividade econmica privada e inclusive restries ao exerccio da atividade empresarial, decorrentes da interveno do Estado no domnio econmico.

    Cabe a Unio legislar sobre o direito Constitucional.

    DIREITO ADMINISTRATIVO Conseqncia dessa mesma interveno estatal no domnio econmico so as relaes do direito comercial com o direito administrativo, que regula a atividade do Estado. A existncia hoje de empresas estatais, de carter descentralizado como as autarquias sociedades de economia mista e empresas pblicas, adotando a forma de sociedades comercias, torna mais estreitas as relaes do direito coemrcial com o administrativo, alm, claro, da atuao do Estado, revestido do seu Poder, nos negcios comercias.

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    DIREITO ECONMICO Fala-se em direito econmico para significar as normas de interveno do Estado na economia, e, ainda, de direito de desenvolvimento econmico, representativo da conjuno dessas normas, vista do ngulo da teoria do desenvolvimento econmico.

    DIREITO DO TRABALHO O Direito do Trabalho, tambm conhecido de Legislao Trabalhista, direito social, etc, as conexes do direito comercial soa importantes, isto porque as empresas mantm relaes de emprego com seus trabalhadores, que cabe ao direito do trabalho regular. A propsito, a prpria empresa possui em relao ao direito do trabalho uma regulamentao diferente, dentro da concepo institucionalista. Tambm no nosso direito trabalhista, em caso de falncia, os direito dos empregados so antes decididos na justia do trabalho, para depois serem habilitados no processo falimentar.

    DIREITO TRIBUTRIO Outro ramos do Direito que mantm estreitas relaes com o direito comercial, e hoje, por fora da amplitude que tornou, exerce uma grande influencia, o direito tributrio. Regulando um sem-nmero de relaes de natureza econmica para efeito de tributao, os negcios ficam-lhe adstritos, e at de maneira restritiva em muitos casos. Utiliza o direito tributrio os conceitos e institutos do direito comercial, com o de comerciante, industrial, e dos prprios negcios jurdicos. Como exemplo, pode-se citar a Duplicatas de Mercadorias, hoje regulada pela Lei n 5.474, de 18/07/1968, que esteve ligada durante muitos anos ao recolhimento de impostos. Tambm os livros obrigatrios impostos pelo Fisco aos comerciantes etc.

    DIREITO PENAL Tambm com o direito penal mantm o direito comercial, intensas relaes, no s porque muitas atividades comerciais raiam ao licito penal, como tambm porque as atividades comerciais, como obvio, interessam diretamente ordem pblica. Sendo o direito penal o ramo do direito pblico que visa prevenir e reprimir os fatos que atentam contra a ordem publica

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    (jurdica e social), definindo as infraes e cominando as penas, muitas dessas infraes soa de natureza econmica e interessam ao direito comercial. Tanto que se chega a citar a existncia de um direito comercial penal. Caractersticas so os crimes decorrentes da falncia, da concorrncia desleal, etc., e ainda os crimes chamados de colarinho branco, pela Lei n 7.492, de 16/06/86.

    DIREITO INTERNACIONAL Finalmente dado o seu carter internacional, o direito comercial mantm estreitas relaes com o direito internacional privado, sobretudo no que tange a uniformizao dos procedimentos econmicos nos vrios pases, conforme j vimos. Os tratados e convenes sobre direito cambirio, propriedade industrial e certos contratos comerciais so comuns aos dois ramos do Direito.

    Em continuidades com as aulas anteriores e prosseguido com a disciplina...

    Endosso Endosso a forma de transmisso dos ttulos de crdito. O proprietrio do

    ttulo faz o endosso lanando sua assinatura no dorso ou no verso do documento. Trata-se de negcio jurdico unilateral, cuja eficcia se verifica com a

    sada do ttulo das mos do endossante e a posse pelo adquirente. O endosso pode se apresentar das seguintes formas: Endosso em branco / incompleto, no qual se verifica a assinatura do

    endossante, mas no h a identificao do beneficirio; Endosso em preto / completo, no qual se verifica a assinatura do

    endossante seguida da identificao do beneficirio. Por outro lado, o endosso imprprio no serve para a transmisso do

    ttulo, podendo se apresentar na forma de endosso procurao ou endosso calo. No endosso procurao, o endossante outorga poderes de apresentao

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    ao mandatrio para cobrana. J no endosso calo, o endosso serve para prestao de garantia real (calo / penhor).

    Aval uma garantia de pagamento do ttulo dada por terceiro, tpica do Direito

    Cambirio (arts. 897 e 898 do Cdigo Civil). O avalista gera para si a obrigao pelo avalizado, comprometendo-se a satisfaze-la de forma solidria ao devedor principal.

    No importa ao instituto do aval se ele realizado antes ou depois do vencimento do ttulo. Em ambos os casos, seus efeitos sero os mesmos (art. 900 do Cdigo Civil). Alm disso, vedado o aval parcial (art. 897, pargrafo nico, do Cdigo Civil).

    O avalista responde pelo pagamento do ttulo perante todos os credores do avalizado e, uma vez realizado o pagamento, poder voltar-se contra todos os demais devedores.

    O aval pode ser em preto ou em branco, conforme identificado ou no o avalizado.

    importante ressaltar que, se o avalista for casado sob qualquer regime de bens que no o de separao absoluta, necessria a concordncia do cnjuge para a constituio do aval (art. 1647, III, do Cdigo Civil).

    Apresentao - A apresentao o ato de submeter uma ordem de pagamento ao reconhecimento do devedor principal, com a finalidade obter o pagamento.

    Aceite - O aceite o ato pelo qual o devedor principal reconhece que deve, mediante assinatura no ttulo, passando a ser considerado aceitante. Pode ser total ou parcial. Sua falta ou recusa provada pelo protesto. No caso da letra de cmbio, a recusa do aceite gera o vencimento antecipado da obrigao.

    Protesto - O protesto a apresentao pblica do ttulo ao devedor para aceite ou pagamento. tirado apenas contra o devedor principal ou originrio, devendo por ele serem avisados os co-obrigados. O protesto indevido ou abusivo pode ser sustado atravs de Ao Cautelar Inominada de Sustao de Protesto, com a calo ou depsito da quantia reclamada. Entretanto, se o protesto j ocorreu,

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    deve-se pleitear o seu cancelamento (Lei n. 6.690/79), que pode ocorrer: p defeito do protesto, por defeito do ttulo reconhecido por sentena ou pelo pagamento do ttulo protestado com a anuncia do credor.

    O protesto obrigatrio para suprir o aceite nos ttulos em que aceite obrigatrio, no pedido de falncia por impontualidade e na execuo contra os codevedores.

    Ao Cambial - A ao cambial a execuo de um ttulo de crdito, atravs da qual o credor tentar receber seu crdito de qualquer devedor cambial. O prazo prescricional para o ajuizamento da ao cambial definido da seguinte forma:

    Credor: em trs anos, a contar do vencimento, para o exerccio do direito de crdito contra o devedor principal e seu avalista; Credor: em um ano, a contar do protesto, para o exerccio do direito de crdito contra o endossante;

    Quem pagou: em seis meses, a contar do pagamento ou do ajuizamento da cambial, para o exerccio do direito de regresso por qualquer do coobrigados.

    Espcies de Ttulo e Crdito Letra de Cmbio Legislao Decreto n. 2.444, de 31 de dezembro de 1908. Decreto n. 57.663, de janeiro de 1996 Lei Uniforme. uma ordem de pagamento do sacador (aquele que emite o ttulo de

    crdito) dirige ao sacado, para que este pague a importncia consignada a um terceiro, denominado tomador / sacador (art. 1 do Decreto n. 2.444/08).

    So figuras intervenientes da letra de cmbio: Sacador aquele que d a ordem de pagamento, que emite a letra de

    cmbio; se no for o prprio credor, ser considerado um co-obrigado; Sacado o destinatrio da ordem, aquele que deve realizar o pagamento

    ordenado; Tomador o beneficirio da ordem de pagamento, o credor da quantia

    mencionada no ttulo, podendo ser um terceiro ou o prprio sacador.

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    O sacado no est obrigado a aceitar a letra de cmbio. Porm, recusando-a, provoca o vencimento antecipado do ttulo, possibilitando ao tomador sua cobrana imediata ao sacador por meio do protesto.

    Em se tratando em letra de cmbio a vista, o prazo de apresentao de um ano, a contar da emisso do ttulo.

    So requisitos essenciais da letra de cmbio: Denominao letra de cmbio; Quantia que deve ser paga; Nome do tomador; Data e lugar do saque; poca do vencimento; Assinatura do sacador.

    Nota Promissria - Legislador Decreto n. 2.444, de 31 de dezembro de 1908. Decreto n. 57.663, de janeiro de 1996 Lei Uniforme.

    a promessa de pagamento que uma pessoa (sacador) faz a outra (sacado).

    So figuras intervenientes da nota promissria: Sacador, que o emitente e quem se compromete a pagar a quantia

    determinada. o devedor principal do ttulo; Sacado, que beneficirio do ttulo, o credor. So requisitos essenciais: Expresso nota promissria; Promessa incondicional de pagar quantia determinada; Nome do beneficirio da promessa; Assinatura do emitente; Data e local do saque ou da emisso; Data e local do pagamento. Pode se tratar de uma promessa de pagamento que depende da

    assinatura do devedor para ser emitida, no h que se falar em aceite ou vencimento antecipado por recusa de aceite.

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    Se a nota promissria tiver vencimento a certo termo da vista, o prazo de apresentao ser de um ano.

    Cheque - Legislao Lei n. 7.357, de 02 de setembro de 1985. uma ordem de pagamento vista, sacada contra um banco e com base

    em suficiente proviso de fundos depositados pelo sacador em mos do sacado. Pode ser passada em favor prprio ou de terceiro. Qualquer clusula de ps-datao do cheque no produz nenhum efeito cambial. um ttulo de modelo vinculado, cuja emisso somente pode ser feita em documento padronizado (art. 1). Possui independncia, pois no se vincula a nenhum outro documento para sua existncia. Pode ser nominativo ou ao portador, podendo, ainda, ser transmitido por endosso (art. 17).

    So figuras intervenientes do cheque: Sacador, que o devedor principal do cheque, ou seja, quem o emite; Sacado, que o banco; Beneficirio, que credor do cheque. So requisitos essenciais do cheque: Denominao cheque no prprio ttulo; Ordem incondicional de pagar quantia determinada; Identificao do banco sacado; Local do pagamento; Data de emisso; Assinatura do sacador ou mandatrio com poderes especiais, bem como

    sua identificao (RG e CPF). So modalidade de cheque: Cheque cruzado o cheque que apresenta traos transversais, e, em

    virtude disso, ser pago mediante depsito em conta corrente (art. 44); Cheque visado o cheque em que o banco sacado declara a suficincia

    de fundos; Cheque administrativo o cheque do prprio banco sacado.

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    O prazo de apresentao de 30 dias, contados da emisso, para a mesma praa, e sessenta dias, contados da emisso, para praas diferentes (art. 33).

    Seno observar o prazo de apresentao, o portador perde o direito de crdito (decadncia) contra os co-obrigados (endossantes e respectivos avalistas).

    Perde-o tambm com relao ao emitente se durante o prazo de apresentao havia fundos e estes deixaram de existir, aps o prazo, por fato no imputvel ao correntista.

    O prazo prescricional do cheque de seis meses, contados do prazo de apresentao (art. 59).

    O pagamento do cheque pode ser sustado ou revogado. A sustao produz efeito imediato, podendo ser emitida pelo sacador (emitente) ou pelo portador legitimado (tomador beneficirio), por relevantes razes e direito (furto, roubo, extravio ou apropriao indbita) e a revogao (contra - ordem), somente depois de expirado o prazo de apresentao, sendo que uma exclui a outra.

    O sacado pode recusar-se a pagar a ordem quando houver falta de fundos do emitente, falsidade comprovada, ilegitimidade do portador ou falta de requisitos essenciais.

    A emisso de cheque sem proviso de fundos crime tipificado no Cdigo Penal, nos termos do art. 171, 2, VI.

    Duplicata Mercantil - Legislao Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968. um ttulo de crdito que tem origem de uma compra e venda mercantil

    ou de uma prestao de servio. sempre antecedida de uma fatura comercial (nota fiscal). Desta fatura, o vendedor poder extrair a duplicata (art. 2), que dever ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias de sua emisso, e este dever devolve-la nos prximos 10 dias, com sua assinatura de aceite ou declarao escrita esclarecendo porque no a aceita (art. 7).

    So figuras intervenientes da duplicata mercantil: Sacador, que o emitente do ttulo, o empresrio e o credor da duplicata; Sacado, que devedor da duplicata mercantil. So requisitos essenciais da duplicata mercantil:

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    Denominao duplicata; Data de sua emisso e nmero de ordem; Nmero da fatura da qual foi extrada; Data do vencimento ou declarao de ser a vista; Nome e domicilio do vendedor e do comprador; Importncia a ser paga; Local do pagamento; Declarao de sua exatido e da obrigao de paga-la a ser assinada

    pelo comprador (aceite). A duplicata ttulo de modelo vinculado, devendo ser lanada em

    impresso prprio do devedor. , ainda, ttulo causal, ou seja, vinculado a causa a qual se origina: compra e venda mercantil ou prestao de servio. duplicata ttulo de aceite obrigatrio, independente da vontade do comprador.

    A recusa s admitida pelo sacado quando: No receber a mercadoria ou esta vier avariada, no sendo, neste caso, o

    transporte de responsabilidade do sacado; Houver vcio, diferenas na qualidade ou na quantidade da mercadoria,

    defeitos ou divergncias no preo ou prazos ajustados, entre outros. A duplicata pode ser protestada por falta de aceite, de devoluo ou de

    pagamento (art. 13), no prazo de trinta dias a partir do vencimento, sob pena de perder o direito de crdito contra os co-obrigados. Se o comprador no restituir o ttulo ao vendedor, o protesto ser feito por indicaes ou triplicata (exceo ao princpio da cartularidade art. 13 da LD).

    Se a duplicata no corresponder efetiva compra e venda mercantil, no produzir os efeitos cambiais e ser considerada duplicata fria ou simulada, constituindo crime tipificado no Cdigo Penal, art. 172.

    Conhecimento de Depsito So ttulos emitidos por uma empresa de armazns gerais entregues ao

    depositante, que com eles fica habilitado a negociar a mercadoria depositada junto ao emitente, passando a circular os ttulos em vez da mercadoria por eles apresentado.

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