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Apostila ENEM 2010

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Page 1: Apostila ENEM 2010

ÍNDICE

REDAÇÃO ......................................................................................................................................................... 2

CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO OU DISSERTATIVO ............................................3

CAPÍTULO 2 – MONTAGEM DO TEXTO ............................................................................................................ 5

CAPÍTULO 3 – TEMA E TÍTULO ......................................................................................................................... 6

CAPÍTULO 4 – SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE ARGUMENTATIVAS ............................................................... 6

CAPÍTULO 5 – A CARTA ...................................................................................................................................9

ORAÇÕES REDUZIDAS .................................................................................................................................... 10

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................. 12

CADERNO DE EXERCÍCIOS ...............................................................................................................................13

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REDAÇÃO

1. O que é necessário para escrever um bom texto?Para se escrever um bom texto é necessário que este tenha qualidade e prenda a atenção do leitor.

O principal ingrediente para se escrever é o pensamento, mas este deve ser colocado no papel de forma organizada para que o leitor apreenda tudo o que o autor da redação quer informar, criticar ou questionar.

A principal maneira de se organizar um texto escrito é fazendo com que ele tenha coerência e coesão, em outras palavras, tenha clareza. Redigir é difícil, por isso muitas pessoas costumam dizer que têm ótimas idéias sobre determinado tema, no entanto não as conseguem colocar no papel. Como solucionar esse problema?

É importante que se saiba que ninguém jamais saberá tudo sobre redação, pois se a língua está sempre em constante mudança, a redação, que é formada através dessa mesma língua, vai obviamente passar por mudanças também. Porém, para aprimorar constantemente a redação, é importante que se leia muito para ter informações novas e alimentar os pensamentos com dados novos. Contudo, não basta ler se não praticar! Da mesma maneira que um pianista não vai tocar piano se souber só as técnicas e não praticar, uma pessoa não vai saber escrever se só ler e estudar, sem pegar um papel e uma caneta para colocar seu conhecimento em prática.

Como já foi falado, o pensamento é a base de toda redação. Um dos grandes erros cometidos atualmente, principalmente por estudantes, é que se escreve o que pensa, da maneira que se pensa, mas se esquece de que quem lê seu texto, lê apenas o texto e não seus pensamentos. Ninguém pode entrar na sua cabeça, penetrar em seu cérebro e conhecer o modo como você pensa.1 Cada um tem seu jeito de pensar e deve estruturar o que pensa de maneira a fazer com que o leitor compreenda. Sempre que se termina uma redação, seu autor deve relê-la como se fosse um simples leitor, para avaliar assim se esta está inteligível, ou seja, se um leitor qualquer conseguirá entendê-la. Numa redação, a meta é o leitor.

2. Tipos e gêneros textuaisÉ importante que se saiba qual a diferença entre tipo e gênero textual. Os gêneros textuais são, na

verdade, o formato em que o texto se encontra. Alguns exemplos de gêneros são a carta, o poema, uma conversa telefônica, a crônica, o romance, etc.

Os principais tipos de texto são o narrativo, o descritivo e o dissertativo. A seguir, há a definição dos mesmos com exemplos de cada um:

Narrativo: Narrar é contar, relatar episódios e acontecimentos. Há o predomínio de verbos de ação, pois a narração deve ter movimento, ser dinâmica. Devem-se analisar os seguintes itens para escrever uma narração: o acontecimento; o protagonista e o antagonista; a maneira como aconteceu o fato; o tempo; o local; a razão; o resultado ou conseqüência.

Descritivo: Descrever é escrever o que se observou dando suas características através de, principalmente, adjetivos, locuções adjetivas e comparações. A descrição deve ser viva, real e pormenorizada.Ex:

Duas horas da tarde. Um sol ardente esquentava a paisagem. As pessoas sorridentes banhavam-se na fonte suja e com a pintura descascada pelo tempo, mas a única que trazia alegria para a cidade.

Dissertativo: Dissertar é expor um fato. Hoje em dia, dissertar e argumentar estão intimamente ligados, assim, uma dissertação é um texto no qual se expõe um fato e se argumenta sobre o mesmo, defendo um ponto-de-vista, uma opinião através da chamada persuasão.

1 http://www.espirito.org.br/portal/palestras/klickeducacao/index.html

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CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO OU DISSERTATIVO

Quanto mais se lê, mais crítica uma pessoa se torna. Uma das acepções de criticar no dicionário é examinar, notando a perfeição ou os defeitos de.2, é isso que a sociedade espera de alguém, que o professor espera do aluno, que a banca do vestibular espera dos vestibulandos. Quando lhe é dado um tema, você deve examiná-lo, expondo o que é bom e o que é ruim com relação a ele.

Antes de a opinião ser colocada no papel, deve-se ficar atento a vários fatores:

Leia com atenção: Na prova de redação, você vai deparar com a exposição de uma coletânea que pode incluir textos verbais e textos não verbais (ilustrações, fotos e gráficos). Tal coletânea se estabelece em torno do tema e muitas vezes conduz, entre seus textos, abordagens divergentes e até mesmo contraditórias. O primeiro desafio é fazer uma leitura cuidadosa e dar atenção a todas as informações antes de tomar qualquer decisão sobre sua redação.

Analise: Determine quais são os principais elementos, ou subdivisões, que compõem o tema apresentado. Para não ser perder nas ideias, você pode sublinhar trechos ou anotar no rascunho. Por exemplo, se a proposta tratar da relação dos adolescentes com as drogas, anote em poucas palavras os pontos principais expostos, que podem ser: o crescimento do consumo de drogas nas escolas; as campanhas de conscientização; o papel dos pais etc. Esse material o ajudará a sustentar sua opinião mais tarde.

Questione: Antes de procurar respostas, é preciso fazer perguntas. Indagar é a melhor maneira de começar a abordar um assunto, pois isso vai expor com clareza os problemas que estão ligados a ele. Afinal, sua dissertação precisará propor questões para depois poder apresentar respostas. Assim, elabore um breve questionamento com base nos próprios dados apresentados na prova. Isso vai ajudá-lo, depois, a apresentar seus argumentos de forma ordenada.

Use seu conhecimento: Anote as ideias que lhe vêm à cabeça sobre o tema. Filmes que você já viu, livros, conceitos, fatos que aprendeu em aulas de geografia, história, filosofia. Relacione pensamentos, autores e obras artísticas reconhecidas. Deixar esse repertório pronto será útil quando você precisar de exemplos para ilustrar a opinião que defenderá na redação. Para uma preparação ainda melhor, organize essas ideias de modo progressivo, ou seja, dos argumentos mais simples para os mais complicados.

Escolha seu caminho: Decida qual ponto de vista você pretende defender. Será uma possível solução para o problema apresentado? Ou uma crítica ao modo como as pessoas encaram a situação descrita? Identifique nos textos da coletânea e em seu próprio repertório os argumentos favoráveis e contrários. Então faça um esquema do caminho analítico que planeja percorrer:- Como introduzir a questão?- Quais aspectos abordar para tornar a questão bem clara para o leitor? Em que ordem?- Quais argumentos serão necessários para conduzir o leitor até a conclusão pretendida?- Procure criar um título claro, abordando o tema e seu ponto de vista sobre ele.3

2 LUFT, Celso Pedro.3 Curso Preparatório ENEM e Vestibulares 2010. Abril.

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A falta de planejamento e de organização é um dos principais problemas enfrentados por quem vai escrever uma redação. Para isso não ser um problema para você e para que você possa fazer a exposição do que se pensa, é necessário estruturar o texto em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

1. IntroduçãoIntroduzir significa levar para dentro, portanto, na introdução de uma redação, o autor vai levar o

leitor para dentro do tema a ser discutido. Ela é muito importante, pois deve ser atrativa ao leitor, por isso, o escritor deve se dedicar de uma forma especial à mesma, para que essa desperte a atenção do leitor. Ao mesmo tempo, não pode ser longa, deve ser objetiva.

A introdução pode-se apresentar de várias formas: pode ser uma declaração, uma pergunta, uma citação... Caso se opte por uma pergunta, o autor tem de estar muito atento, pois deve dar uma resposta para tal pergunta, portanto, só pergunte o que sabe responder.

Enfim, a introdução serve, como o próprio nome diz, para introduzir o assunto da redação, despertando a curiosidade no leitor.

“Há ideologias que pressupõem seja o homem um ser naturalmente inclinado à guerra, essencialmente agressivo. São idéias fundamentadas na teoria da evolução, nos conceitos de luta pela existência, em que o mais forte ocupa as altas posições econômicas e políticas.” (John Lewis)

P.S.: A redação começa na linha 1 e não no título.

2. Desenvolvimento

Já que a introdução corresponde à tese, o desenvolvimento é o debate da tese. O desenvolvimento nada mais é que o corpo da redação, pois é nele que aparecem as idéias, os argumentos e, principalmente, a originalidade de seu autor, ou seja, seus pensamentos.

Apresenta-se cada um dos argumentos ordenada e detalhadamente, sendo assim, o desenvolvimento é a parte mais longa da redação. Sendo a parte mais longa, deve-se tomar cuidado para que os pensamentos não se percam e ela não se torne a parte mais confusa. Para que isso não aconteça, é interessante que se faça uma análise prévia das idéias que se tem sobre o tema para que possam ser escolhidas as que mais convierem, já que não há necessidade de muitas idéias, principalmente porque normalmente não se tem muito espaço para isso. Só comece a escrever depois de escolhidas as idéias, para que as mesmas possam ser correta e objetivamente expostas.

“No entanto, estas concepções são completamente contrárias à tendência evolucionária humana, que retrocede não só até a evolução em nível animal, mas também ao baixo nível de luta animal. Nem mesmo os carnívoros se alimentam uns dos outros, como um homem competitivo devora os rivais.” (John Lewis)

“Nenhum futuro evolucionário espera o homem que segue este caminho. A luta competitiva não deixará sobreviventes. Mesmo que se limite a uma guerra econômica, só pode acabar em contenda social, em crises de desemprego, em apuros financeiros e num fracasso quanto à utilização dos recursos do mundo da maneira mais completa e eficiente.” (John Lewis)

“Fora de uma atitude mútua de colaboração social e da produção voltada e planejada para o consumo, não há solução para tais dificuldades. Enquanto se mantiverem as condições atuais, o homem seguir-se-á agressivo, estará preparado para assegurar seu próprio bem-estar às custas do próximo.” (John Lewis)

3. ConclusãoConclusão é concluir, encerrar, é convencer-se de algo, por isso, nesta parte do texto, o autor vai

retomar resumidamente tudo o que escreveu no texto, como mais uma forma de convencer o leitor de que o que ele pensa é certo, portanto, a conclusão é a comprovação da tese que foi levantada na introdução e defendida no desenvolvimento. A conclusão, a exemplo da introdução, não deve ser longa.

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“Esta, contudo, não é a natureza do homem, e sim a natureza do homem sub-humano. Se o colocarmos em condições de trabalho realmente humanas, tendo em vista o bem comum, sua natureza tornar-se-á mais humana, mais cooperativa, e seu futuro estará assegurado. Se fracassarmos neste propósito, seu futuro será a guerra e a destruição.” (John Lewis)

Conectando os exemplos de introdução, desenvolvimento e conclusão, tem-se um exemplo pronto de um texto argumentativo, cujo esquema de idéias é:

Introdução: Segundo a teoria da evolução, o homem é naturalmente agressivo e deve competir para

viver. Desta competição, sairá vencedor o mais forte e mais importante.

Desenvolvimento: Na luta competitiva, o homem retrocede ao mais baixo nível animal. A competição entre os homens acabará por destruir a civilização e as possibilidades de

progresso. A única solução é a colaboração social e produção voltada e planejada para o consumo.

Conclusão: O futuro do homem assegurado é a condição humana de trabalho. Perdurando a atual situação, o homem destruir-se-á.

CAPÍTULO 2 – MONTAGEM DO TEXTO

Pare e pense! Quando você entra na casa de alguém e encontra uma verdadeira bagunça, com tudo fora de lugar, o que você sente? A maioria das pessoas vão achar tudo tão confuso que vão querer ir embora do lugar. O mesmo acontece com um texto. Se o leitor pegar um texto para ler e encontrar tudo bagunçado, não vai querer ler. A estética é muito importante em um texto, portanto, algumas dicas são válidas:

Não use ponto final no título de seu texto, a não ser que se trate de uma citação; Entre o título e o texto solte, pelo menos, uma linha de espaço; Dê uma distância de aproximadamente três centímetros (3 cm) da margem para iniciar um

parágrafo; Apenas o parágrafo inicial pode ser constituído por um período (ou dois) somente, os

outros devem ter vários, portanto, devem ter vários pontos finais; Procure não rasurar sua redação. A maioria dos vestibulares disponibilizam folhas para

rascunho e isso faz a rasura, na folha oficial, ser muito mal vista; não tendo outro jeito, apenas dê um traço sobre a palavra errada e escreva a correta na frente;

Cuide de sua letra. Ela pode anular sua redação.No que diz respeito ao lado “interno” do texto, é de extrema importância que se respeitem os

seguintes aspectos: correção; clareza; concisão; originalidade; elegância e harmonia.A correção é a ausência de erros. Devem ser observadas a concordância, a regência, a colocação e a

grafia das palavras. Quanto à colocação, não se pode esquecer que nunca se começa frase com pronome oblíquo (Te passaram a mensagem?) e nunca se põe o mesmo depois de vírgulas; quando ocorrem palavras como não, nunca, que, porque, quando, enquanto, se, para que, o pronome oblíquo deve ser usado antes do verbo (ênclise).

Para se obter clareza no texto, faça um esquema sobre o que vai escrever; evite períodos longos; empregue a palavra precisa; e evite ambigüidade. Cuidado para não “encher lingüiça”. Clareza é sinônimo de qualidade.

A concisão, ou seja, ser curto e direto no que quer passar, está extremamente ligada à clareza. Evite a repetição de palavras e o uso de palavras desnecessárias. Observe o texto a seguir. O que está riscado pode ser retirado.

“Em uma certa noite eu saí de minha casa para dar um giro para espairecer. Fui até à casa de um amigo meu. Vejam vocês que eu não tinha nenhum plano traçado, e algo sensacional, que eu não esperava, me aconteceu...”

Mais uma vez: Evite “encher lingüiça”!

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Quanto à originalidade, podem se perguntar: O que é ser original? Ser original em um texto nada mais é que evitar clichês, ou seja, aquilo que todo mundo diz. Ex: “A união faz a força”.

Elegância é ter estética; e harmonia é ter todos esses aspectos reunidos em seu texto.CAPÍTULO 3 – TEMA E TÍTULO

Tema e título são duas palavras muito confundidas pelos alunos. Estranho isso, pois o tema e o título exercem funções bem diferentes no texto.

O tema é o assunto a ser abordado no texto, o que será exposto e avaliado pelo autor do texto. Geralmente os vestibulares expõem o tema através de citações e até mesmo poemas.

Já o título nada mais é que o nome que se dá ao texto, devendo ter destaque na redação, por isso, vem no cabeçalho da folha e centralizado.

Assim como a um filho, só dê o nome à sua redação depois de pronta.

Ex:Tema: “Não concordo com uma palavra sequer do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso

direito de dizê-las.” (Voltaire)

Título: Liberdade de opinião.

CAPÍTULO 4 – SUBJETIVIDADE E OBJETIVIDADE ARGUMENTATIVAS

O que é ser objetivo quando produzindo um texto? No dicionário LUFT, encontra-se a definição de ser objetivo como excluir sentimentos, ser oposto de subjetivo. Mas o que é subjetividade?

Escrever um texto subjetivo é escrevê-lo com sentimento, tentando apelar para a emoção do leitor. Há o predomínio da linguagem metafórica, às vezes poética. Quando se escreve utilizando seu sentimento, é comum o uso da primeira pessoa do singular (eu, na minha opinião, eu acho que...), pelo fato de o autor se ver dentro do problema discutido. No entanto, o uso da primeira pessoa não é muito bem visto e pouquíssimo aceito nos vestibulares. É preferível que o texto seja objetivo.

O texto objetivo é marcado pela impessoalidade, ou seja, o autor se vê distante do fato, apenas analisando-o de longe. A função referencial e a linguagem denotativa, ou seja, literal, são características importantes de um texto objetivo. Nesse caso, deve-se utilizar a terceira pessoa, ou, no máximo, a primeira do plural.

Dicas para vestibular: “Não se inclua na redação, não cite fatos de sua vida particular, nem utilize o texto com fins

doutrinários. Redija na 3ª pessoa do singular ou do plural, ou ainda na 1ª pessoa do plural.”4

Evite o uso de palavras vagas como “coisa”.Cuidado com a redundância, ou repetição.

Exercício:

1. Analise as seguintes redações, que obtiveram nota máxima no ENEM5 de 2006 e responda ao que se pede:

Ler para compreender

Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.

4 Coleção OBJETIVO. Redação.5 http://www.enem.inep.gov.br/

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A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.

Isso tudo é comprovado por meio de pesquisas as quais revelam que, na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria.

Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações.

Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura.

Quadro Negro

Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.

Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito devemos a esses escritos. Desta forma, iniciarmos o nosso processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.

A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma freqüente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.

A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias, pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

Quando o sol da cultura está baixo, até os mais ínfimos seres emitem luz

Marcel Proust, grande escritor e exemplo máximo de uma vida dedicada unicamente à leitura e à literatura, disse em seus escritos “cada leitor, quando lê, é um leitor de si mesmo”. O que Proust evidencia nessa frase deixa em aberto uma série de interpretações que podem ser realizadas a partir do hábito entusiástico e não visto como uma obrigação, pela leitura.

Estar em contato com o universo das palavras e nele encontrar uma atividade prazerosa, ao mesmo tempo que nos leva a absorver todo o conhecimento exterior, também nos conduz a uma busca de tudo que representa algo de nós mesmos nesse conhecimento que chega até nós. Em cada nova leitura, ocorre algo semelhante a uma lapidação de nossos desejos e predileções.

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Os livros constituem um tipo de transporte de conhecimento diferente da televisão por exemplo, onde as informações são transmitidas a todo o momento, e para tal, só precisa de nossa permissão para a passagem de suas imagens através de nosso córtex. O nível de saber que podemos extrair de um livro possui o mesmo limite de nossa vontade de fazê-lo. E, ao contrário das informações “prontas” da televisão, temos a total liberdade de interpretação, o que confere o aperfeiçoamento de nosso senso crítico e o melhoramento de como nos posicionamos diante do mundo.

O hábito da leitura não possui caráter elitista e nem está associado ao poder aquisitivo. Em qualquer cidade, por menor que seja, há uma biblioteca, basta que tenhamos interesse em desvendar todo o mistério contido nela. Ao ler, nos tornamos mais cultos, mais seguros de nossas convicções, nos expressamos e escrevemos melhor. Medidas públicas devem ser realizadas para garantir essa acessibilidade e assim, seus respectivos países possam brilhar, iluminados pelo sol da cultura.

Benefícios da leitura

A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem (sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do Brasil.

Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se viver.

Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam que crianças que tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.

Como a leitura pode transformação nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.

Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.

1) Qual o tema das redações? E o título?2) Por que aparece a expressão (sic) em alguns trechos?

3) A tese é a mesma em todos os textos? Quais os argumentos que seus autores utilizam para defendê-la?

4) A próxima redação está com seus parágrafos fora de ordem. Organize-os a fim de colocar a redação na estrutura dissertativa adequada.

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CAPÍTULO 5 – A CARTA

A carta é um gênero redacional livre, pois nela podem aparecer narração, descrição e dissertação. O que determina a abordagem e o vocabulário é o destinatário, sendo assim, ela terá características diferentes se for destinada a um amigo ou a uma autoridade.

Algumas universidades oferecem ao candidato a possibilidade de optar pela redação de uma carta. Quando isso ocorrer, o que será avaliado, acima de tudo, é o uso correto da língua e do vocabulário. Caso seja pedida uma carta a alguma autoridade, deve-se empregar o pronome de tratamento correto. Se for dirigida a um amigo, o vocabulário será informal devido à intimidade com o mesmo.

Como a redação no vestibular é sigilosa, o candidato não deve assinar o nome. O destinatário e o vocativo são opcionais.

Segue abaixo a lista de pronomes de tratamento: Vossa Alteza: príncipe, rei. Vossa Eminência: cardeal. Vossa Excelência: arcebispo, bispo, deputado, embaixador, general, governador, juiz,

ministro, prefeito, presidente da República, secretário de Estado, senador, vereador. Vossa Magnificência: reitor. Vossa Reverendíssima: sacerdote. Vossa Santidade: papa. Vossa Senhoria: chefe de seção, diretor de repartição pública, funcionário público (abaixo

de ministro), major, oficiais até coronel, tenente, tenente-coronel.

Exemplo de carta (comercial):

CASAS DA SÉ6

Balmes e Cia. Ltda.Comércio de PapéisAv. José Cardoso, 7643Cuiabá – MT

Cuiabá, 20 de maio de 1995

Ilmo. Sr.

Carlos Bandeira

Saudações:

Confirmamos ter recebido a solicitação de remessa nº 49/81, de 02 de abril. Agradecemos sua preferência pelo nosso atendimento. Pedimos escusas por termos remetido a referida encomenda, por estarmos em falta com 2 modelos para nova propaganda.

Queremos adiantar que seu pedido será remetido por via aérea, já no dia 22-5-95.Nada mais havendo, reafirmamos os nossos protestos de elevada estima e consideração.

Atenciosamente.

Costa BalmesGerente

6 MAZZAROTTO, Luiz Fernando.

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GRAMÁTICA

ORAÇÕES REDUZIDAS

São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio. As orações reduzidas podem, em geral, ser desenvolvidas em orações subordinadas.

As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo. No caso de se fazer uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou não. Na frase:

Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.

Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a oração seja reduzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal.

As orações podem ser reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio. Analise as seguintes classificações:

1. Infinitivo Substantivas

Subjetivas: são as que exercem função de sujeito do verbo de outra oração.Ex: Não convém agires assim.

É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados.

Urge partires imediatamente.

Objetivas Diretas: são as que têm a função de objeto direto do verbo de outra oração.Ex: Ordenou saírem todos logo.

Respondeu estarem fechadas as matrículas.

As crianças fazem rir seus rivais.

O professor assegurou serem os exames para avaliar e não para derrotar os alunos.

Peça-lhes fazer silêncio.

Objetivas Indiretas: são as que funcionam como objeto indireto do verbo da outra oração.Ex: Aconselho-te a sair imediatamente.

Predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Ex: O importante é não se deixar corromper pela desonestidade.

Seu desejo era adquirir um automóvel.

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Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam como complemento de um nome da oração principal. Ex: Maíra estava disposta a sair da casa.

Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros.

Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto da oração principal. Ex: Fez uma proposta a sua companheira: viajarem pelo interior, no fim do ano.

Recomedou-lhe dois procedimentos: ler e refletir exaustivamente a obra de Manuel Bandeira.

Adverbiais São aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Ex: Chegou para poder colaborar. (final)

Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)

Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições invejáveis. (concessivas)

Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência. (condicional)

Não compareceu por se encontrar doente. (causal)

É alegre de fazer inveja. (consecutiva)

AdjetivasSão aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Ex: Ele foi o único a apreciar o show.

2. Gerúndio Adjetivas

Ex: Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto.

AdverbiaisEx: Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal)

João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe galhardamente. (concessiva)

Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos exames. (condicional)

Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal)3. Particípio

AdjetivasEx: As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais.

Adverbiais:Ex:Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal)

Reconhecido seu direito, teriam tido outro comportamento. (condicional)

Acossado pela política, não se entregou. (concessiva)

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Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal)

BIBLIOGRAFIA

MAZZAROTTO, Luiz Fernando. Manual básico de redação e gramática aplicada. 5 ed. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2001.

MASSARANDUBA, Elizabeth de M.; CHINELLATO, Thaís Montenegro. Redação: In _ Coleção Objetivo. Cered, s/d.

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2004.

LUFT, Celso Pedro. Mini dicionário LUFT. 3 ed. São Paulo: Scipione, 1991 http://www.espirito.org.br/index.asp

http://www.algosobre.com.br/

http://www.brasilescola.com/

http://www.enem.inep.gov.br/

http://www.ufjf.br/

http://www.ufsj.edu.br/

http://www.algosobre.com.br/gramatica/oracoes-reduzidas.html

Dicas de bibliografia

Consultem também:http://www.ufop.br/http://www.ufmg.br/http://www.ufv.br/http://www.ufla.br/http://www.unipac.br/

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