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    CURSO PROGRESSO

    Prof. Jean Castelo

    0001/09 - 1/52www.cursoprogressao.com.br

    LEI N 8112/90Art. 1. Esta lei institui o Regime Jurdico dos Servidores

    Pblicos Civis da Unio, das autarquias, inclusive as emregime especial, e das fundaes pblicas federais.

    Nasceu para integrar

    Preceitos contidosno art. 37 da CF

    CAMPO DE ATUAO

    EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIRIOPres. da Rep Senado federal Todos os TribunaisMinistrios Cmara dos deputados ( Exceto TJs dos Estados )AutarquiasFundaes Pblicas

    E tambm TCU e MPU (Federal, DFT, Trabalho, Militar e Eleitoral).

    Esta Lei se aplica aos ocupantes de cargoscomissionados e de cargos temporrios?

    Este estatuto se aplica aos ocupantes de cargos efetivos e noque couber, aos ocupantes de cargos em comisso econtratados nos termos do art. 37, IX CF/88 (IX - a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico ), mas no alcana os ocupantes de cargos

    eletivos, vitalcios e polticos.Ou seja, o art. 37, IX da CF/88 faz meno ao Contratotemporrio (Lei 8745), muito embora, quando for analisarresponsabilidades, tem que ir para a lei 8112/90 (por isso noque couber).

    Campo de Disciplina da lei n 8112/90A Lei n 8.112/90 a referncia normativo-jurdica no campo

    da disciplina dos direitos, deveres, obrigaes,responsabilidades, garantias, vantagens, proibies epenalidades dos agentes pblicos administrativos estatutriosda Unio.

    Assim, a Lei n 8.112/90 se torna o novo paradigma normativopara orientar a legislao administrativa federal no que tange aoregime jurdico dos servidores federais. Ou seja, a legislao

    administrativa federal constituda de leis, decretos, portarias,instrues normativas, ordens de servio, etc, passa a encontrarna Lei n 8.112/90 o seu referencial normativo legal de base.

    O Estatuto dos Servidores Federais somente se inclinaperante a Constituio, observando as regras que integram osartigos 37 a 41 daLex Mater .

    Entretanto, a Lei no 8.122/90 tambm no prevalecer sobreoutra lei que a supervenha dispondo sobre matria estatutria,aplicando-se neste caso a regra geral de direito em que norma

    posterior revoga a anterior quando versem sobre matria demesmo teor.Entende-se por regime jurdico o conjunto de regras que

    compem o universo de direitos, deveres, obrigaes,responsabilidades, garantias, vantagens, proibies epenalidades incidentes sobre determinadas relaes sociais juridicamente qualificadas.

    Toda relao jurdica recebe a incidncia de normas de direitocujo papel orientar a conduta das partes que a integram. Asregras que disciplinam as diversas relaes jurdicas existentesconstituem o regime jurdico dessas relaes.

    Por isso falamos em regime jurdico de casamento (comunhoparcial, por exemplo), para reger as questes concernentes aodireito patrimonial entre o casal.

    No mesmo sentido o raciocnio se aplica rbita dos estatutosdos servidores pblicos. Sabemos existirem servidores federais,estaduais e municipais. Existem direitos que so comuns, comopor exemplo frias, em todas as esferas administrativas.Todavia, a regncia desse direito no concebida da mesmaforma pelas diversas Administraes em seus respectivosestatutos. A guisa de ilustrao, para certas administraes oservidor entra em exerccio sem o direito de frias, vindo aconquist-lo somente aps doze meses de efetivo exerccio,como o caso previsto no Decreto-lei estadual do Rio deJaneiro n 220/75, art.18 combinado com o art.90 2 do seuregulamento (Decreto n 2.479/79). Para outras administraes,como o caso federal, o servidor entra em exerccio com odireito, porm somente poder goz-lo aps doze meses deefetivo exerccio.

    Os diplomas legais que tutelam os diversos regimes jurdicosrecebem o nome de estatutos. Por isso, a Constituio ocasionalmente chamada pelos constitucionalistas de EstatutoPoltico.

    Do exposto, conclui-se que a expresso regime jurdicorepresenta o conjunto de regras averbadas num estatuto cujopapel estabelecer a regncia normativa de determinadasrelaes sociais qualificadas pelo direito.

    Assim, a aplicao da Lei no 8.112/90 somente se faz ante osservidores que atuam no aparelho administrativo federal, sejaele revelado na estrutura do Poder Executivo, Legislativo,Judicirio, Ministrio Pblico, Tribunal de Contas, todos daUnio, bem como das autarquias e fundaes pblicas federais.Ficam excludas as administraes das entidades estaduais emunicipais, por disporem cada uma delas de autonomiaconstitucional-administrativa prpria, dotada de capacidade jurdica para estabelecerem seus prprios estatutos.

    A seqncia de palavras utilizadas para a composio daredao do art.1, a saber, ...da Unio, das autarquias,inclusive as em regime especial, ..., nos autoriza o exameexegtico do alcance objetivo da Lei, tambm denominado deeficcia objetiva.

    Com essa redao o legislador se ocupou de definir osdestinatrios institucionais da Lei.

    Assim, por trs da palavra Unio encontram-se todos osrgos que compem a estrutura administrativa dos Poderes(Executivo, Legislativo e Judicirio), bem como os rgos daestrutura institucional do Ministrio Pblico da Unio(MPF/MPT/MPM/MPDFT) e o Tribunal de Contas da Unio(TCU). Noutra locuo, esse conjunto de rgos compe o quetradicionalmente se denomina Administrao Pblica direta daUnio (Poderes+MP+TC).

    Por outro lado, somente parte da Administrao indireta se valcanada por essa Lei, pois que os agentes administrativosque integram os quadros funcionais das autarquias e fundaespblicas tambm se encontram sob a tutela desse diploma.Assim, so servidores estatutrios os agentes administrativos

    Criaoda Lei

    n8112/90

    Institui o RJUdos servidorespblicos civis

    federais

    Com o advento da EC 19/98, o RJU para osservidores pblicos da Unio, Estados, DF e

    Municpios foi extinto. Sendo assim, cada

    uma das esferas governamentais podeadotar qualquer dos regimes jurdicosexistentes: Estatutrio ou Celetista.

    SOMENTEUNIO

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    das autarquias e fundaes pblicas federais, como, porexemplo, o INSS e a FIOCRUZ, respectivamente.

    Na Administrao indireta ficam de fora da incidncia da Lei n8.112/90 as empresas governamentais federais (sociedades deeconomia mista e empresas pblicas), pois que estas tm seufuncionalismo regido pela Consolidao das Leis do Trabalho(CLT).

    Ensina a obra o eminente professor Hely Lopes Meirelles quealgumas leis referem-se a autarquias em regime especial, semdefinir o seu contedo. Diante dessa impreciso conceitual, dese dizer que autarquia em regime especial toda aquela a quea lei instituidora conferir privilgios especficos e aumentar suaautonomia comparativamente com as autarquias comuns, seminfringir os preceitos constitucionais pertinentes a essasentidades de personalidade pblica.

    Conclui-se, portanto, que para o legislador da Lei no 8.112/90,a despeito da lei instituidora especfica de determinadasautarquias, as quais receberam o ttulo de autarquias especiaisem funo da disposio legal que outrora as criou, no campodo regime jurdico dos servidores dessas pessoas jurdicas dedireito pblico, encontram-se revogadas as disposies quecontraditem o novo regime institudo por este diplomanormativo.

    Por outro lado, quer-se tambm com essa declarao doartigo 1 firmar tese no sentido de que no se subtraem aoalcance da Lei n o 8.112/90 as autarquias cujas leis instituidorastenham permitido o privilgio de possurem um regime jurdicoprprio para os seus servidores, havendo casos, inclusive, deaplicao exclusiva da CLT ao invs do regime estatutrio.

    Art. 2. Para os efeitos desta lei, servidor a pessoalegalmente investida em cargo pblico.

    VAMOS IMAGINAR ATRAVS DAS ILUSTRAES O QUEISSO SIGNIFICA:

    Cargo: a menor parcela de poder do Estado previsto emnumero certo e ocupado por servidor pblico. Para Hely LopesMeirelles cargo o espao preenchido por um servidorpblico.

    Emprego: a unidade ocupada por quem possui vinculocontratual regido pela CLT.

    Funo: o rol de atribuies desempenhadas pelos agentespblicos. a atribuio ou conjunto de atribuies que aadministrao confere a cada categoria profissional, ou cometeindividualmente a determinados servidores para a execuo deservios eventuais ou temporrios.

    Funo de confiana exercida exclusivamente por servidorde cargo efetivo, destina-se apenas s atribuies de direo,chefia ou assessoramento para brasileiros ou estrangeiros naforma da lei.Todo cargo ou emprego possui funo ( nestecontexto, atribuies legais ). Todavia, poder haver funoindependentemente de emprego ou cargo.

    PAD.: A forma peremptria conferida redao do art. 2decorre da conscincia que o legislador tem acerca da grandedivergncia doutrinria e jurisprudencial existente sobre oconceito jurdico de servidor pblico. Vrias leis, inclusive,tratam da figura do funcionrio, do servidor, do agente pblicocomo expresses que ora se equivalem ora tem significadodiverso. o caso, por exemplo, do Cdigo Penal que em seuartigo 327 define funcionrio pblico para efeitos penais; a Leide Abuso de Autoridade (Lei n 4.898/65, art. 5) defineautoridade pblica de maneira tal que seu conceito tambmatinge a pessoa do servidor ou funcionrio pblico; o mesmoocorre com a Lei n 8.429/92 ao definir agente pblico em seuartigo 2. Assim, no sendo uniforme o emprego do termoservidor pblico,para que no haja dvidas de naturezainterpretativa quando do seu emprego ao longo dasdisposies da Lei no 8.112/90, resolve legisladorestatutrio federal estabelecer o seu entendimento,impondo interpretao autntica contextual para o exegetae aplicador desse diploma jurdico.

    Na medida em que este art. 2se encontra nas DisposiesPreliminares da Lei, absolutamente apropriada a presentedisposio, evitando-se, com isso, eventuais embaraos futurosno uso do termo.

    A imposio de uma interpretao autntica contextual nope fim discusso doutrinria e jurisprudencial. Ainterpretao contextual, porm, evita tal confuso no mbito daaplicao dessa Lei.

    Assim, a divergncia conceitual ainda perdura, mas a despeitoda autoridade acadmica dos ilustres autores de direitoadministrativo, bem como das posies assumidas pelos doutosmagistrados, o legislador assume uma linha conceitual prpriano admitindo interpretao diversa.

    Doutrinariamente, predomina a percepo de que servidorpblico o agente pblico administrativo, regido por umestatuto, ocupante de cargo pblico efetivo (isolado ou decarreira) ou em comisso (DAS - Direo e AssessoramentoSuperior ou DA Direo e Assistncia Intermediria).

    No entanto, para ilustrar uma concepo diversa, o Cdigo de

    tica dos Servidores do Poder Executivo da Unio, baixado peloDecreto n 1.171/94,esclarece em seu inciso XXIV que parafins de apurao do comprometimento tico, entende-se porservidor pblico todo aquele que, por fora de lei, contrato ou dequalquer ato jurdico, preste servios de natureza permanente,temporria ou excepcional, ainda que sem retribuiofinanceira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquerrgo do poder estatal, como as autarquias, as fundaespblicas, as entidades paraestatais, as empresas pblicas e associedades de economia mista, ou em qualquer setor ondeprevalea o interesse do Estado.

    Do exposto, ressalte-se que o entendimento da Lei n8.112/90 prprio, exigindo do seu aplicador fidelidade aodisposto no art. 2 do Estatuto dos Servidores Federais, adespeito de concepes diversas, inclusive no mbito da prpria

    legislao federal, como o caso do Decreto n 1.171/94(Cdigo de tica dos Servidores do Poder Executivo da Unio).

    POSSE = INVESTIDURA( AT 30 DIAS PARA

    TOMAR POSSE )

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    CARGO OCUPADOPOR SERVIDOR COM

    ATRIBUIES ERESPONSABILIDADES

    PREVISTAS EM LEI

    Sobre InvestiduraInvestidura representa a insero da pessoa fsica no

    corpo da Administrao Pblica. Por meio dela, infunde-se noagente pblico a parcela de poder pblico necessria para odesempenho regular das atribuies do cargo.

    Normalmente, cristaliza-se a investidura pela assinatura dotermo de investidura. Uma cpia autenticada deste documento entregue ao servidor, ficando o original na sua pasta deassentamentos funcionais.

    comum buscar-se entender a investidura a partir da idia deposse, o que um erro!Mas, consequentemente, dever seobservar o diploma que se aplica. Afinal, conforme adisposio da Lei n 8112/90 ( art. 7 ), a investidura se dcom a posse. Mas, parte da doutrina tem razo em afirmar que,a posse, representa um ato de resposta do indivduo que,nomeado, se manifesta favoravelmente convocao . Eis que a Administrao Pblica, ento, diante da manifestao clara, livre e consciente do nomeado, realiza um ato jurdico revestido de solenidade a posse, capaz de, pela sua cerimonialidade, consolidar o ato administrativo de provimento do cargo pblico. Assim, se por um lado a posse depende dainiciativa do nomeado, a investidura, por outro, depende dainiciativa da Administrao.

    Uma segunda razo na qual pode se orientar no sentido deque a investidura no se confunde com a posse, est no fato deque em algumas administraes, como por exemplo naAdministrao estadual do Rio de Janeiro, a investidura ocorrecom o exerccio e no com a posse, no primeiro caso, oocupantes de cargos efetivos, j que cargos comissionados oufuno gratificada ( de confiana ) se dar com a posse.

    Ou seja, a ptica sempre estar na lei que se observa, nestecaso, da lei 8112/90, a investidura se d com a POSSE!Conforme orientao jurisprudencial e do prprio art. 7.

    Ou seja:

    LEI 8112/90 2 ETAPAS

    INVESTIDURA DO SERVIDOR

    A investidura definitiva em cargo pblicocom a aquisio da estabilidade, apstrs anos de efetivo exerccio, como umCasamento. Acompanhe as etapas:

    Art. 3. Cargo pblico o conjunto de atribuies eresponsabilidades previstas na estrutura organizacional que devemser cometidas a um servidor.

    Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos osbrasileiros, so criados por lei, com denominao prpria evencimento pago pelos cofres pblicos, para provimento emcarter efetivo ou em comisso.

    Um esquema ilustrativo para se perceber do que se trata o cargopblico se imaginar uma fila de carros e entre cada qual existisseuma vaga, um espao entre eles. Para cada espao ocupado, umaatribuio ou responsabilidade, ou seja, como se quando ocupassea vaga com o carro fosse uma forma de preencher = Provimento;e se, por uma alguma razo deixar a vaga = Vacncia. Vamosverificar.

    PROVIMENTO

    VACNCIA

    1 ETAPA

    PROVAS OU DEPROVAS E DETTULOS

    Avaliaconhecimentosbsicos e gerais

    para odesempenho das

    funes.

    Avaliaofsico mental

    2 ETAPA

    CURSO DEFORMAO

    PROFISSIONAL ______________

    Capacita e avaliaos conhecimentosespecficos para odesempenho das

    fun es.

    NOMEAO

    Forma deprovimentooriginrio.

    Tenho cargo no tenhofuno.

    POSSE

    Ato de investidurastricto sensu. D-secom a assinatura do

    termo de posse.Admite viaprocuraoespecfica.

    (at 30 dias a contarda nomeao)

    Tenho cargo no

    tenho funo.

    EXERCCIO

    Efetivo desempenhodas funes do cargo.

    A partir daqui umSERVIDOREFETIVO.

    (at 15 dias a contarda posse)

    Tenho cargo e jtenho funo.

    At 30 dias para tomar posse. Se nocomparecer, o ato de nomeao torna-se sem

    efeito. No h revogao, nem anulao. sem efeito.

    At 15 dias para entrarem exerccio. Caso no

    entre, exonerao.

    Com aprovaoprvia no CP

    INVESTIDO EMCARGO PBLICO

    APS NOMEAO,POSSE E EXERCCIO

    QUANDO DEIXA AVAGA, DEPENDENDO

    DE CADA CASO,PODER RETORNAR

    OU SER EMDEFINITIVO, MUITOEMBORA TAMBM

    POSSA SERCOLOCADO EM

    DISPONIBILIDADE.

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    REQUISITOS

    BSICOS

    vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos,exceto:

    - A de dois cargos de professor;- A de um cargo de professor com outro, tcnico ou

    cientifico;- A de dois cargos privativos na rea de sade. Aos Juzes vedado: ainda que em disponibilidade, outro

    cargo ou funo, salvo uma de magistrio.

    PODE SE ACUMULAR CARGOS PBLICOS?NO!!! EXCEO:

    = E AINDA, SE HOUVER:

    +

    +

    A regra de no acumular cargosExiste argumento no sentido de dizer que estaria regularizada

    a questo da acumulao ilegal de cargos a partir do momentoem que o servidor pedisse o cancelamento do pagamento deum dos cargos, vez que o texto constitucional mencionaexpressamente a palavra remunerada. O simples cancelamento do pagamento relativo a um dos cargos,entretanto, no torna a acumulao lcita, exatamente porqueestaria sendo inobservada a regra contida neste art.4. Paramanter-se um vnculo funcional com a Administrao Federal,

    sem a correspondente remunerao pelos servios prestados, necessrio haver previso legal expressa. o caso tpico dosagentes pblicos honorficos (*mesrio eleitoral, escrutinador,membros do jri, etc).

    Seria recomendvel que o legislador federal inserisse umartigo no Captulo I Disposies Preliminares, aludindo questo da inacumulabilidade. Nestes termos poderamosencontrar disposio no seguinte sentido:

    O servidor titular de cargo efetivo no poder, sem prejuzode seu cargo, investir-se em outro cargo, salvo, havendocompatibilidade de horrios, nas hipteses admitidas pelaConstituio da Repblica.

    EM SUMA

    Art.5. So requisitos bsicos para investidura em cargopblico:

    I - a nacionalidade brasileira;II - o gozo dos direitos polticos;III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais;IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do

    cargo;V - a idade mnima de dezoito anos;VI - aptido fsica e mental.

    MACETE: JAPONESINHA NAGO QUINI IDAMEN

    +

    +

    1. As atribuies do cargo podem justificar a exignciade outros requisitos estabelecidos em lei.

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    Os Requisitos exigidos no art. 5, comosendo bsicos para investidura em cargo

    pblico no so taxativos, masexemplificativos, j que a Lei prev outros

    requisitos caso se justifique pelasatribuies do cargo especializao, por

    exemplo.

    2. s pessoas portadoras de deficincia assegurado odireito de se inscrever em concurso pblico paraprovimento de cargo cujas atribuies sejam compatveiscom a deficincia de que so portadoras; para tais pessoassero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagasoferecidas no concurso.

    3. As universidades e instituies de pesquisa cientficae tecnolgica federais podero prover seus cargos comprofessores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordocom as normas e os procedimentos desta Lei.

    O caput do artigo 5 cuida dos requisitos bsicos para ainvestidura em cargo pblico. E o que isso significa? Estadisposio normativa determina que todo e qualquer cargo,efetivo ou em comisso, no mbito do Servio Pblico Federal,tem que observar o elenco de incisos constantes desse artigo5. Ou seja, a investidura em cargo pblico federal, qualquerque seja, somente ser possvel se o nomeado preencher taisrequisitos.

    Sendo requisitos bsicos, deflui-se que alm das exignciasconstantes dos seis incisos que compem o artigo 5 da Lei n

    8.112/90, outras prescries podem ser feitas considerando anatureza das atribuies, o grau de complexidade eresponsabilidade de cada cargo pblico, etc.

    Portanto, o elenco do artigo 5 no esgota a relao deexigncias formais para a efetivao da investidura. Pode umoutro instrumento legal estabelecer novas exigncias.Entretanto, a estipulao de novas exigncias deve pautar-seem critrios razoveis para que no se deturpe e a suafinalidade seletiva.

    O que se quer salientar neste comentrio a figura doconcurso pblico.

    Observe que o concurso pblico no constitui um dosrequisitos bsicos de investidura. Por qu? A razo simples. Aregra contida no artigo 5 do Estatuto Federal se projeta nocargo pblico, seja ele de carter efetivo ou em comisso.

    Como se sabe, o cargo em comisso no requer a realizaode concurso. Sendo assim, acertadamente no se fala naaprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provase ttulos como requisito bsico de investidura, sob pena de

    limitar-se o alcance desta regra ao provimento apenas doscargos em efetivos.

    Nos termos do art. 7a investidura ocorrer com a posse.Assim, podemos sustentar que as comprovaes relativas aopreenchimento desses requisitos somente podem ser feitasquando da tomada de posse, caracterizando inadequadoexerccio do poder regulamentar qualquer norma administrativainfralegal que antecipe essa formalidade.

    O gozo dos direitos polticos se faz provar pela filipeta que entregue ao cidado quando da sua participao nas eleies,bem como por certido extrada na zona eleitoral qual estivervinculado o eleitor.

    Sobre a capacidade de direitoO Cdigo Civil, artigo 5, Pargrafo nico, inciso III estabelece

    que o menor de 18 anos de idade adquire a maioridade,cessando sua incapacidade para os atos da vida civil, quandodo exerccio de emprego pblico efetivo. Evidentemente, apalavra "emprego" deve ser interpretada em sentido amplo,indicando vnculo jurdico de prestao de servio, no aludindoexclusivamente ao vnculo celetista de trabalho.

    A harmonia entre o Cdigo Civil e a Lei n 8.112/90, no quetange idade, duvidosa, pois na esfera federalno possvel que algum exera cargo pblico efetivo antes dos18 anos de idade, sob pena de ilegalidade porinobservncia da regra contida no inciso V do artigo 5 doEstatuto Federal.

    Por outro lado, ressalta-se que o indivduo no atinge amaioridade por ser aprovado em concurso pblico, mas portitularizar um cargo ou emprego pblico de carter efetivo( conquista a denominada emancipao por condioeconmica muito embora isso, aos olhos da lei 8112/90, no aplicvel, muito embora aplicado ao maior de 16 anos e menorde 18 anos no Cdigo Civil o que se conclui que, paraocupar cargo efetivo na esfera federal necessrio tercompletado os 18 anos at o dia da posse .

    Tem limite de idade? comum questionar-se acerca da existncia de limite de

    idade mxima para o ingresso no Servio Pblico.Em face do disposto no artigo 39 pargrafo 3 combinado

    com o artigo 7 inciso XXX da CF/88, em princpio, incompatvel com o regime constitucional vigente a adoode critrio de limitao de idade para o preenchimento decargo ou emprego na Administrao Pblica.

    Por outro lado, a Lex Matter tambm estabelece regra nosentido da aposentadoria compulsria, impondo a inatividade aoservidor que atinge 70 anos de idade. H tambm o caso daaposentadoria voluntria, no qual exige-se a permanncia porpelo menos cinco anos no cargo no qual pretenda se aposentaro servidor, sendo ainda obrigado o servidor a demonstrar quepossui dez anos de Servio Pblico (CF/88, art. 40, 1).

    Cortejadas as disposies acima apresentadas constata-se aincidncia de regras do direito previdencirio sobre a relao jurdico-administrativa concernente ao concurso pblico.Aquelas regras acabam criando, assim, uma limitao oblqua

    no processo seletivo pblico. Portanto, a limitao de idade noprovm do direito administrativo, mas do direito constitucional-previdencirio pblico.

    A regra do 1 confirma a disposio normativa estabelecidano caput do art. 5, ou seja, o elenco de seis incisos do artigo 5da Lei n 8.112/90 ilustra os requisitos bsicos de investidura.Sendo assim, nos termos do 1: "As atribuies do cargopodem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidosem lei".

    Sobre os novos requisitosDeixa-se registrada a seguinte reflexo: a exigncia de novos

    requisitos somente pode ser estabelecida por ato legislativo? Parece evidente que a capacidade jurdica para

    estabelecerem-se novos requisitos de investidura no

    reconhecida a qualquer instrumento normativo, especialmenteos infralegais.Ora, se o cargo pblico possui toda uma solenidade no que

    respeita sua criao, por conseqncia, o estabelecimento deexigncias para o seu respectivo provimento e investidura

    JUSTIFICA ASEXIGNCIAS DE OUTROS

    REQUISITOS

    ASSEGURADO

    O

    DIREITO DE SE

    INSCREVER EM

    C.P.

    PROVIMENTO EMCARGO

    COMPATVEL COMA DEFICINCIA

    AT 20% DASVAGAS

    RESERVADAS

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    PODEROPROVER OS

    CARGOSCONFORME A

    LEI, ASUNIVERSIDADESE INSTITUIES

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    O que deve ser enfatizado aqui, particularmente, a menoao inciso XXV , 1 parte, pois o fundamento constitucional para opresente artigo 6 da Lei n 8.112/90 encontra-se nesse exatodispositivo.

    Art. 7 A investidura em cargo pblico ocorrer com aposse.

    O artigo que fixa o momento em que, para a esfera daadministrao federal, ocorre a investidura. No pretenso doartigo discorrer acerca do contedo jurdico do instituto dainvestidura.

    Portanto, nos termos do presente artigo 7 da Lei no 8.112/90,entendeu o legislador federal que o momento adequadopara o reconhecimento jurdico da investidura seja o daposse .

    Embora fique assim disciplinada a presente questo, nodevemos confundir os institutos posse e investidura, que temcontedos conceituais prprios.

    Investidura o reconhecimento oficial da parcela de poderpblico necessria e suficiente para o regular desempenho dasatribuies do cargo.

    Posse o evento jurdico no qual se confirma o interesse donomeado em dar provimento ao cargo para o qual tenha sidoconvocado. A posse se cristaliza com a assinatura do respectivotermo de posse, conforme estabelece o artigo 13 caput dapresente Lei. Neste sentido indica o parecer tcnico daAdministrao Federal intitulado Formulao no 339/77 queesclarece: a posse do indivduo nomeado para o cargo, efetivoem comisso, significa a aceitao da investidura.

    Art. 8So formas de provimento de cargo pblico:I - nomeao;II promoo;III (ascenso) revogado pela Lei no 9.527/97;IV (transferncia) revogado pela Lei no 9.527/97;V - readaptao;VI - reverso;VII - aproveitamento;VIII - reintegrao;IX - reconduo.

    MACETE: 4 Rs NO APROPROPromoo a elevao de nvel entre classes de uma mesma

    categoria. Ou seja, um determinado cargo X qualquer caracteriza uma das diversas categorias existentes nos quadrosda Administrao (AFRF Auditor Fiscal da Receita Federal,por exemplo). Sendo o cargo efetivo dividido em classes, porexemplo, AFRF de primeira classe at a stima classe, e sendoas classes subdivididas em nveis/padres, criamos ascondies jurdicas necessrias para operar as elevaesfuncionais denominadas progresso, promoo e ascenso.

    Progresso a elevao de nvel dentro da mesma classe e,de regra, no constitui uma forma de provimento. Assim,servindo-nos do exemplo ilustrativo acima traado, a elevaode determinado servidor de AFRF de terceira classe nvel B,

    para a terceira classe nvel A, constitui progresso.No representa uma forma de provimento porque no possuifundamento legal no artigo oitavo da Lei no 8.112/90.

    A elevao de nvel de entre classe da a mesma categoria em a denominada promoo e constitui forma de provimento,conforme estabelece o inciso II do artigo 8.

    Em termos tcnicos, existe a elevao de nvel entre classesde categorias diversas, denominada ascenso. Todavia, estaforma de provimento apontada como inconstitucional emfuno de operar o preenchimento de cargo pblico efetivodiverso do de origem sem a realizao do concurso pblico.Sendo assim, embora alguns cargos pertenam a mesmaatividade funcional, como por exemplo a policial, a elevao deum cargo qualquer de segundo grau escolar para outro deterceiro grau escolar dentro da mesma rea de atuao

    funcional configura burla ao preceito constitucional contido noinciso II do artigo 37.A ascenso foi contemplada na redao original da Lei n

    8,112/90, no inciso III do artigo 8. Este dispositivo,entretanto, foi revogado em funo do entendimento de sua

    incongruncia com o artigo 37, inciso I, da ConstituioFederal.

    O elenco do artigo 8 fechado, ou seja,numerus clausus .No se admitem, portanto, outras modalidades de provimento,sob pena de vcio de ilegalidade. Nestes termos, aplica-se sformas de provimento de cargos pblicos oprincpio dareserva legal.

    PAD.: Observando os incisos art. 8 e art. 33, revela-seexistiremformas comuns de provimento e de vacncia .

    Assim, a promoo , a ascenso (instituto revogado), atransferncia (instituto tambm revogado) e areadaptao , soexplicitamente atos administrativos que ao mesmo tempooperam a vacncia de um cargo e o provimento em outro cargo.

    Desta observao, porm, percebe-se que a reconduovem representada no inciso IX do art. 8 e no figura noelenco dos incisos do art. 33 , o que causa surpresa. Afinal,sea reconduo o retorno do servidor pblico estvel ao cargo anteriormente ocupado em razo da inabilitao em estgio probatrio em outro cargo ou em decorrncia do retorno do reintegrando, conclui-se que tal retorno implica vacncia do cargo atualmente ocupado e provimento no cargo anterior .

    Exatamente por no figurar no rol do art. 33,a reconduomerece toda a nossa ateno, pois o erro formalcaracterizado pela no redao legislativa no retira anatureza jurdica do fato que se faz prevalecer por fora dasua substncia .

    Sendo assim, uma pergunta capciosa e inteligente seria,apesar da falta da observao legislativa, em concursos,colocar a reconduo como forma comum entre vacncia eprovimento. Como no h previso na Lei, isso provocariaenxurrada de recursos dependendo das respostas.

    Art. 9A nomeao far-se-:I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de

    provimento efetivo ou de carreira;II - em comisso, inclusive na condio de interino, para

    cargos de confiana vagos.Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em

    comisso ou de natureza especial poder ser nomeado parae exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, semprejuzo das atribuies do que atualmente ocupa, hiptese emque dever optar pela remunerao de um deles durante operodo da interinidade.

    Nomeao forma de provimento operada para opreenchimento de cargos pblicos efetivos ou em comisso.

    PAD.: As funes gratificadas, tambm denominadas defunes comissionadas, no so acessadas por meio do ato denomeao, mas pelo ato administrativo chamadodesignao .

    Os atos administrativos denominados nomeao edesignao no se confundem. Nomeao forma deprovimento que se relaciona figura do cargo pblico.Designao termo utilizado para indicar o acesso s diversasfunes existentes na Administrao Pblica.

    Por isso, fala-se em nomeao para o cargo efetivo ou emcomisso, e em designao para o acesso funo desindicante, de substituto, etc.

    Conforme se observa com absoluta transparncia da leiturado art.9, a nomeao tanto se opera ante o cargo efetivocomo ante o cargo em comisso.

    No caso do cargo efetivo , a nomeao depender deaprovao prvia em concurso pblico de provas ou deprovas e ttulos, nos termos do inciso II, primeira parte, doartigo 37 da CF.

    Quanto nomeao para o cargo em comisso, com basenaquele mesmo dispositivo constitucional, sua segunda parte, epor se tratar de cargo relacionado s atividades de chefe, diretorou de assessor, a nomeao opera-se de forma livre, ou seja,regula-se por um regime discricionrio.O cargo pblico efetivo se divide em duas espcies, asaber: isolado e de carreira.

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    Denomina-se cargo pblico efetivo isolado aquele de classe singular, ou seja, trata-se de cargo no dividido em srie de classes.

    Em funo dessa estrutura peculiarseu titular no objetode promoo , uma vez que a promoo implica a elevao denvel entre classes que compem uma categoria funcional.Sendo o cargo isolado, no h que se falar em elevao declasses, ou seja, em promoo . a diviso do cargo emclasses que possibilita a promoo.

    Nestes termos, sendo o cargo hipottico X um cargo efetivosingular, no encontraremos nele um escalonamento emclasses, como por exemplo,cargo X de 1 classe, cargo X de2 classe e cargo X de 3 classe. A elevao de classe paraclasse caracterizaria a figura da promoo. Sendo o cargoisolado, tal situao no ocorre.

    Os cargos isolados so, de regra, institudos paraatenderem s necessidades operacionais dos rgosquanto s atividades-meio de que caream, instituindo-os como firme propsito de alcanarem a realizao de suas metasinstitucionais.

    O indivduo que d provimento a um cargo isolado, por nosofrer nenhuma elevao funcional, tem seu aumento deremunerao condicionado aquisio de vantagenspecunirias tradicionais (indenizaes, gratificaes eadicionais) e edio de leis que alterem os valores depagamento, nos termos da CF, art. 37, inciso X.

    Considerando isso: ISOLADO

    CARREIRA

    Cargo em comisso termo utilizado para fazer referncia aoconjunto de atribuies e responsabilidades desempenhadosnos nveis intermedirio e superior de administrao pblica.

    O cargo em comisso corresponde s atividades de chefia,direo e assessoramento. Assim, cargo cujo provimentodepende da confiana que se deposita na pessoa

    eventualmente convidada a dar-lhe provimento.Por essa razo o preenchimento desse tipo de cargo d-seem carter no-permanente, no podendo ser invocado o direito estabilidade, ainda que o seu titular permanea na funo pormais de trs anos de ininterrupto exerccio.

    Segundo disciplina constitucional vigente fulcrada no artigo 37inciso V, os cargos em comisso possuem uma reservapercentual destinada aos servidores ocupantes de cargosefetivos.

    Assim, um percentual mnimo dos cargos em comissoexistentes na Administrao, incluindo a Federal, ser destinadoaos servidores ocupantes de cargos efetivos. O restantepercentual poder ser provido por aliengenas, ou seja, porpessoas que no so oriundas dos prprios quadros daAdministrao. Tais pessoas passam a ostentar a condio de

    servidores na medida em que titularizam um cargo pblico. oque se depreende do disposto no artigo 3 e seu pargrafo.Evidentemente, o vnculo jurdico existente entre a

    Administrao e o titular de cargo em comisso, aliengena, de carter no-permanente.

    CARGO COMISSIONADO X FUNO DE CONFIANA

    Qual a diferena fundamental entre cargo em comisso efuno gratificada/comissionada?

    Antes de cuidarmos da diferena, de bom tom que sejasalientada a identidade existente entre o cargo em comisso e afuno gratificada/comissionada. Assim, antes de falarmos dadiferena, vamos tratar das semelhanas.

    1) Tanto o cargo em comisso quanto a funo gratificadareferem-se s atividades de chefia, direo eassessoramento. Portanto, so funes de confiana.Ningum defere uma chefia a algum sem que hajasuficiente confiana na pessoa indicada, no importandose essa indicao para um cargo em comisso(nomeao) ou para uma funogratificada/comissionada (designao).

    A DIFERENA DO QUE RESIDE NO ACIMA EXPOSTO, estno fato de que o cargo em comisso tem suas atribuiesassociadas aos nveis superiores e intermedirios deadministrao pblica. Quanto s funesgratificadas/comissionadas, estas se destinam a atividades dechefia, direo e assessoramento desempenhadas nos nveissubalterno e intermedirio de administrao.

    Tendo em vista essa distribuio, os cargos em comissoexercem expressivo poder discricionrio de cunhoadministrativo, predominando nas funes gratificadas oexerccio de poderes vinculados, embora tambm detenhamcerta margem de discricionariedade.

    Entende-se por poder discricionrio a liberdade de atuaoque a ordem jurdica reconhece ao agente pblico para, dentrodos limites legais, deliberar acerca da convenincia,oportunidade, utilidade, necessidade e adequao de certasdecises que venha a tomar em nome da Administrao. O noreconhecimento de poderes discricionrios d lugar vinculao, que se traduz na ausncia de liberdade para tomardecises, cabendo ao agente cumprir fielmente o comandoinsculpido na lei para o ato administrativo de sua competncia.

    A pessoa que for convidada para exercer as funes de umcargo em comisso, ainda que interinamente (transitoriamente),tambm deve passar pelas formalidades e exigncias doprovimento do cargo pblico. Assim,o ocupante de cargo emcomisso, mesmo de carter interino, deve preencher osrequisitos formais para a sua posse e conseqenteinvestidura , apresentando declarao se detm outro cargo,emprego ou funo pblica; se aposentado ou pensionista;nacionalidade; gozo dos direitos polticos; grau de escolaridadecompatvel com o cargo; conhecimento tcnico necessrio, etc,conforme regra contida no artigo 5 desse Estatuto.

    Quando se diz que a nomeao para cargo em comisso,bem como adesignao para a funo gratificada, livre, nose deve interpretar que tal liberdade no observe alguns limiteslegais.

    No se pode escolher qualquer pessoa para o desempenhodo cargo em comisso, sendo indispensvel a observncia deum critrio mnimo de seleo para o acesso funo deconfiana. Requisitos mnimos devem ser atendidos para que onomeado exera regularmente as atribuies de chefia, direoou assessoramento correspondente ao nvel hierrquico deadministrao a que se refira.

    Art.10. A nomeao para cargo de carreira ou cargoisolado de provimento efetivo depende de prviahabilitao em concurso pblico de provas ou de provas ettulos, obedecidos a ordem de classificao e o prazo desua validade.

    Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e odesenvolvimento do servidor na carreira, mediante

    promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar asdiretrizes do sistema de carreira na Administrao PblicaFederal e seus regulamentos.

    CARGOS

    EFETIVO

    COMISSO

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    remanescente de concurso anterior com prazo de validadeainda no expirado.

    Evidentemente, no h nenhuma inconstitucionalidade nessapostura do legislador federal j que a prpria Constituiodefere a prerrogativa de abrir ou no um novo processoseletivo.

    A regra contida no pargrafo 2 do artigo 12 da Lei n8.112/90 cria impedimento jurdico para abertura de novoconcurso enquanto houver candidato aprovadoremanescente de determinado certame com prazo devalidade ainda no expirado.

    Logo, conclui-se que, caso tenham sido convocados todoscandidatos aprovados em determinado por concurso pblicocom prazo ainda no expirado nenhum impedimento legalexistir para que a Administrao Federal, caso hajanecessidade, abra novo processo seletivo para a mesmacategoria funcional.

    SEO IVDa Posse e do ExerccioArt.13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo

    termo no qual devero constar as atribuies, os deveres,as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargoocupado, que no podero ser alterados unilateralmente,por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofcioprevistos em lei.

    1 A posse ocorrer no prazo de 30 (trinta) diascontados da publicao do ato de provimento.

    2 Em se tratando de servidor, que esteja na data depublicao do ato de provimento, em licena prevista nosincisos I, III e V do artigo 81, ou afastado nas hipteses dosincisos I, IV, VI, VIII, alneas a, b, d, e e f, IX e X doart. 102, o prazo ser contado do trmino do impedimento.

    3 A posse poder dar-se mediante procuraoespecfica.

    4 S haver posse nos casos de provimento de cargopor nomeao.

    5 No ato da posse, o servidor apresentar declaraode bens e valores que constituem seu patrimnio edeclarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo,emprego ou funo pblica.

    6 Ser tornado sem efeito o ato de provimento se aposse no ocorrer no prazo previsto no 1deste artigo.

    DEPENDEM DE NOMEAO,

    MAS SOMENTE O DE SERVIDORPBLICO EM CARGO EFETIVO SEDIVIDE EM SINGULAR OU DE

    CARREIRA.

    Lembre-se funo gratificada, funo comissionada oufuno de confiana, o que h Designao para funo.

    SOBRE A POSSEA regra contida neste art. 13 estabelece que aposse se

    cristaliza com a assinatura do termo de posse . Trata-se,portanto, de procedimento administrativo que ultima oprocesso de provimento do cargo pblico efetivo ou emcomisso .

    Conforme ressaltamos nos comentrios ao artigo 7, posse einvestidura so conceitos distintos, embora esta ocorra comaquela.

    A posse ato formal de ordem procedimental , cujaefetivao depende da iniciativa do nomeado no sentido dedemonstrar seu interesse no provimento do cargo .Investidura a consagrao do encontro de interesses entre aAdministrao que nomeia e o agente que vem tomar posse.

    Posse, portanto, materialmente considerada, a confirmaoem resposta positiva nomeao dirigida a uma pessoainteressada em dar provimento a um cargo pblico.Formalmente, posse a assinatura de respectivo termo,conforme regra descrita no caput do art. 13 da Lei n8.112/90.

    O Cdigo de tica dos Servidores do Poder Executivo daUnio, baixado pelo Decreto n 1.171/94, determina em seuinciso XXV que emcada rgo do Poder Executivo Federal emque qualquer cidado houver de tomar posse ou ser investidoem funo pblica, dever ser prestado, perante a respectivaComisso de tica, um compromisso solene de acatamento eobservncia das regras estabelecidas por este Cdigo de ticae de todos os princpios ticos e morais estabelecidos pelatradio e pelos bonscostumes.

    O ingresso do agente no cargo pblico no se opera por meiodo direito contratual, ou seja, no regido pelas premissastpicas do direito privado.

    A nica forma de provimento que reclama a formalidade daposse a nomeao, no sendo exigida esta nos casos depromoo, readaptao, reintegrao, reconduo, reverso eaproveitamento.

    Se somente haver posse nos casos de provimento decargo por nomeao, donde se conclui que serimprescindvel o ato de posse, com todas as suasimplicaes, quando do preenchimento do cargo efetivo oudo cargo em comisso .

    Em razo do disposto neste artigo 13, pargrafo 5, instituiuse a Lei n8.730, de 10 de novembro de 1993, que estabelece aobrigatoriedade da declarao de bens e rendas para oexerccio de cargos, empregos e funes nos PoderesExecutivo, Legislativo e Judicirio.

    O artigo 1 da referida Lei estabelece que " obrigatria aapresentao de declarao de bens de, com indicao dasuma fonte de renda, no momento da posse ou, inexistindo esta,na entrada do exerccio do cargo, emprego ou funo, bemcomo no final de cada exerccio financeiro, no trmino da gestoou mandato e nas hipteses de exonerao, renncia ouafastamento definitivo, por parte das autoridades e servidores

    pblicos adiante indicados:"O pargrafo 6 ao estabelecer que "ser tornado sem efeitoato de provimento se a posse no ocorrer no prazo previsto" noartigo 13, firmou tese no sentido de queo ato administrativode nomeao deve ser tecnicamente classificado como atopendente, considerando a sua exeqibilidade .

    Por definio ato pendente "aquele que, embora perfeito,por reunir todos elementos de sua formao, no produz seuefeitos, por no verificado o termo ou a condio de quedepende sua exeqibilidade ou operatividade."

    Neste caso, no h que se falar em revogao do ato, poisque a prpria lei traz o destino do ato ao determinar de umaforma cogente a sua perda de eficcia.

    O ato de provimento mencionado pelo pargrafo 6 refere-se,evidentemente, nomeao. Inclusive porque, como o

    registrado no pargrafo 4, a posse s devida nos casos denomeao.

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    A no interrupo da contagem do tempo de exerccio indica aexistncia de soluo de continuidade entre a situao jurdicaanterior e posterior promoo, especialmente no que diz respeito apurao do tempo de servio.

    Esta redao repercute diretamente na contagem de tempo deservio para efeito de aposentadoria, embora o critrio hoje sebaseie no tempo de contribuio. Outros direitos tambm tm porbase de clculo a apurao do tempo de servio, o que implicaavaliao do efetivo exerccio. o caso, por exemplo, da licenapara capacitao (artigo 87).

    Sendo assim, ao ser promovido o servidor assume nova condio

    jurdica frente Administrao, sendo que a data em que se realizao ato de provimentono "zera" a contagem para que se inicienovo clculo apuratrio de tempo.

    Na verdade, a consignao que se faz nos assentamentosfuncionais servem, basicamente, para a calculao relativa futuraspromoes. Entre uma promoo e outra h que se cumprir uminterstcio mnimo estabelecido em lei, regulamento ou regimento.Cumprido esse perodo estar, juntamente com outros requisitos,estar o servidor em condies de ser promovido, caso j no tenhachegado o topo da carreira.

    Art.18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpioem razo de ter sido removido, redistribudo, requisitado,cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo dez e,no mximo, trinta dias de prazo, contados da publicao do ato , para a retomada do efetivo desempenho das atribuies do

    cargo, includo nesse prazo o tempo necessrio aodeslocamento para a nova sede.1. Na hiptese de o servidor encontrar-se em licena ou

    afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo sercontado a partir do trmino do afastamento.

    2. facultado ao servidor declinar dos prazosestabelecidos no caput.

    O prazo deslocamento a que se refere o caput do artigo 18 denominado perodo de trnsito. Nos termos do artigo 102 inciso IX,ser considerado como de efetivo exerccio o afastamento emvirtude de deslocamento para a nova sede.

    Art.19. O ocupante de cargo de provimento efetivo fica sujeitoa 40(quarenta) horas semanais de trabalho, salvo quando a leiestabelecer durao diversa.

    1. O ocupante de cargo em comisso ou funo deconfiana submete-se a regime de integral dedicao aoservio2,3,, observado o disposto no art.120, podendo serconvocado sempre que houver interesse da Administrao.

    2. O disposto neste artigo no se aplica a durao detrabalho estabelecida em leis especiais.

    OBS.: A Constituio da Repblica em seu artigo 39, pargrafo3, estabelece que aplica-se aos servidores ocupantes de cargopblico ou o disposto no artigo 7, inciso XIII, onde se l que adurao da jornada semanal de trabalho no deve ser superior a44h.

    Considerando a redao conferida pelo legislador constituinte aoinciso XIII do art. 7 da Lei Maior, deduz-se que o legisladorordinrio tem o poder de estabelecer perodo menor para ajornada de certas categorias funcionais , j que a durao nopode ser superior a 44h semanais. Para tanto, deve considerar anatureza das atribuies, o grau de complexidade eresponsabilidade das diversas atividades laborativas existentes,sejam elas desempenhadas no Servio Pblico ou no servioprivado.

    Art.20. Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado paracargo de provimento efetivo ficar sujeito a estgio probatriopor perodo de 36 (TRINTA E SEIS) meses mudanaconstitucional ( de 24 para 36 meses ) - durante o qual a suaaptido e capacidade sero objeto de avaliao para odesempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

    I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V - responsabilidade.

    1. Quatro meses antes de findo o perodo do estgioprobatrio, ser submetida homologao da autoridadecompetente a avaliao do desempenho do servidor, realizadade acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento do

    sistema de carreira, sem prejuzo da continuidade de apuraodos fatores enumerados nos incisos I a V deste artigo.

    2. O servidor no aprovado no estgio probatrio serexonerado ou, se estvel, reconduzido ao cargo anteriormenteocupado, observado o disposto no pargrafo nico do art. 29.

    3. O servidor em estgio probatrio poder exercerquaisquer cargos de provimento em comisso ou funes dedireo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade delotao, e somente poder ser cedido a outro rgo ouentidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos deprovimento em comisso do Grupo Direo e

    Assessoramento Superiores DAS, de nveis 6, 5 e 4, ouequivalentes.

    ESTGIO PROBATRIO

    - Avaliao do servidor no exerccio de suas atribuies legais oufuno legal.

    - Pela Lei, o tempo para aquisio da estabilidade ps-perodo doEstgio so de 24 ( vinte e quatro ) meses.

    - Muito embora, caso no concurso pblico no venha nada escrito,ou seja, a questo formulada no aponte sob a gide da Lei, oprazo ser de 36 ( trinta e seis ) meses.

    HABILITAO

    - Adquire ESTABILIDADEno SERVIO PBLICO, eno no cargo pblico.- Estabilidade umacondio especial adquiridano servio pblico.- Art. 21 da lei 8112/90 -O servidor habilitado em concurso pblico e empossado em cargo de provimento efetivo adquirir estabilidade no servio pblico ao completar 2 (dois) anos de efetivo exerccio. (prazo 3 anos - vide EC n 19). - H uma 2 avaliao feita por uma comisso.- Art. 20, 1da lei 8112/90- 4 (quatro) meses antes de findo o perodo do

    estgio probatrio , ser submetida homologao da autoridade competente a avaliao do desempenho do servidor, realizada por comisso constituda para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuzo da continuidade de apurao dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.- Art. 41 da CF/88 -Soestveis aps trs anosde efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. 4 Como condio para a aquisio da estabilidade, obrigatria a avaliao especial de desempenho por comisso instituda para essa finalidade.

    INABILITADOEXONERADO FORMADE VACNCIA

    32 MESES

    Estgio Probatrio

    EFETIVO

    EXERCCIO

    Avaliao de

    desempenho, ondese avalia acapacidade e aptidopara o exerccio dasfunes do cargo.

    AVALIAO DEDESEMPENHO

    ESPECIAL

    ESTABILIDADE( Aps trs anos deefetivo exerccio )

    http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art6http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art6http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art6http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art6
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    Efetividade Aps entrada em exerccio em cargopblico efetivo.Estgio probatrio - Avaliao de desempenho, ondese avalia a capacidade e aptido para o exerccio dasfunes do cargo.Estabilidade - Condio especial adquirida no serviopblico.

    AFINAL, QUAL O PERODO DO ESTGIOPROBATRIO, 24 OU 36 MESES?

    A regra contida no caput do artigo 20 reveste-se de aparentesimplicidade.

    Nos termos daquela redao, ao entrar em exerccio oservidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficarsujeito a estgio probatrio por um perodo de 24 meses,durante o qual a sua aptido e capacidades sero objeto deavaliao para o desempenho do cargo, observadosdeterminados critrios.

    Todavia, o disposto no referido artigo 20 da Lei 8.112/90perde em singeleza quando o iluminamos com o temaestabilidade, previsto naConstituio Federal artigo 41.

    A confuso entre os conceitos estabilidade e estgioprobatrioestimula a presente anlise. Apresentamos, aqui, oentendimento que achamos mais apropriado. Salientamos que,infelizmente, textos doutrinrios quanto ao tema so muitoacanhados. A jurisprudncia, por seu turno, igualmente no semostra uniforme.

    J se sabe que a Emenda Constitucional no 19/98 alterou operodo de aquisio da estabilidade de dois para trs anos deefetivo exerccio.

    A estabilidade consiste no direito constitucional no perdado cargo, seno pela as razes estabelecidas na prpria LexMater. Assim, estabilidade direito com funo de garantia.

    Os motivos constitucionalmente admitidos para a perda docargo pblico do servidor estvel so motivados, basicamente,por duas razes, a saber: infracionais e no-infracionais.

    Na hiptese infracional, a Constituio determina a demissodo servidor estvel cujo comportamento desviante revelepotencial lesivo de natureza grave, notadamente quandoassociados a condutas tipificadas pelo ordenamento penal.

    Assim, a perda do cargo motivada por infrao funcional denatureza grave implica a demisso do servidor estvel,observados os princpios do contraditrio e da ampla defesa,verificados em processo judicial ou administrativo, conforme ocaso.

    As causas de ndole no-infracionais admitidas pelaConstituio para a perda do cargo pblico, embora titularizadopor servidor estvel, encontramos nos artigos 41, pargrafo 1,inciso III, que se refere avaliao peridica de desempenho, eo disposto no art. 169, relativo questo de ordemoramentria. Nessas hipteses a perda do cargo opera-se porexoneraoex officio , observado o princpio do devido processolegal.

    Por seu turno, podemos afirmar que o estgio probatriopossui natureza jurdica de ordem administrativa. Probatrio

    termo indicativo de prova, teste, experimentao. Assim, ochamado estgio probatrio destina-se a experimentar acapacidade de adaptao do servidor s demandas e realidadedo cargo que ocupa.

    O estgio probatrio, de acordo com o regime jurdico federal,representa o terceiro momento de aferio do indivduo queacede ao cargo pblico efetivo. Num primeiro momento testam-se os seus conhecimentos por meio dos exames de provas oude provas e ttulos. Numa segunda ocasio a Administraoafere a aptido fsica e mental por meio dos exames mdicos.

    Finalmente, entra em cena o estgio probatrio, expedienteutilizado para levantar-se a capacidade laborativa do novoservidor, bem como suas condies psicolgicas.

    Do exposto, evidencia-se a natureza administrativa doestgio.

    Se o regime jurdico do instituto da estabilidade de ordem constitucional, seu regramento deriva diretamente da atividadedo Poder Constituinte. Por outro lado, sendo o instituto doestgio probatrio aplicado no mbito dos interesses erelaes administrativas, sua regncia normativa fica a cargo

    dos legisladores ordinrios (infraconstitucionais). Este o nossosegundo elemento de considerao.

    Numa terceira linha de anlise, todavia tomando por base osargumentos acima desenvolvidos, vamos salientar o fato de quea estabilidade traduz-se num direito e o estgio probatrio emdever.

    Outro argumento, tendo ainda por base a rpida explanaoanteriormente apresentada, a estabilidade d-se no ServioPblico, o estgio opera-se ante o cargo.

    Para no nos delongarmos, apresentamos uma ltima peapara o nosso mosaico. A estabilidade instituto associado aoprincpio da continuidade do servio pblico, enquanto o estgioprobatrio fundamenta-se no princpio da eficincia.

    Outros argumentos poderiam ser apresentados. Cremos,porm, sejam suficientes para o nosso propsito estes acimadeclinados.

    Compreendidas estas distines, o que nos permite criar umdiscernimento entre os institutos, despoluindo, assim, oambiente de conceitos equivocados, passemos a discorreracerca dos prazos para cada um dos institutos.

    O perodo aquisitivo da estabilidade, nos termos daConstituio Federal vigente de trs anos de efetivo exerccio.Antes da Emenda Condicional 19/98 a redao originalestabelecia o perodo aquisitivo de dois anos.

    A indagao que fica a ser respondida a seguinte: tendosido alterado o perodo de aquisio da estabilidade de doispara trs anos, tal mudana implica necessariamente alteraodo prazo do estgio probatrio?

    De fato, coerente que o servidor adquira estabilidade aps ocumprimento do estgio probatrio. Assim, convm aconcomitncia na aplicao dos dois institutos. Todavia,conforme as premissas acima apresentadas, no devemosconfundir os dois institutos por razes de ordem meramentepragmticas. necessrio respeitarmos as naturezas, osobjetivos, os fundamentos que informam cada um dos institutosem epgrafe.

    Inclusive, para trazermos certa ponderao ao nosso estudo,vamos lembrar que se o servidor estvel no Servio PblicoFederal vier a ser aprovado em outro concurso pblico naesfera federal, ainda que em outro Poder, carrega consigo aestabilidade j adquirida, no estando, porm, isento documprimento de estgio probatrio correspondente ao novocargo a que acede.

    Se estgio probatrio e estabilidade fossem institutos comunsviriam disciplinados pelo legislador da 8.112/90 numa mesmaSeo do Ttulo II, o que no acontece.

    Cremos que quando da elaborao da Lei 8.112/90 olegislador ordinrio estabeleceu a concomitncia em face doestgio probatrio tendo em vista o perodo aquisitivo daestabilidade ento vigente (dois anos). Conforme afirmamosacima, coerente que o servidor adquira estabilidade aps ocumprimento do estgio probatrio.

    Nestes termos, o art. 2 do Estatuto Federal estabeleceu operodo de 24 (vinte e quatro) meses para o cumprimento doestgio probatrio, com odies a quo fundado no mesmo marcotemporal para o termo inicial da aquisio da estabilidade.

    Estando na esfera do legislador ordinrio a competncia paralegislar sobre o estgio probatrio, entendeu o legislador federal(coerentemente) que seria oportuno aplicar a avaliao doestgio dentro do perodo da aquisio da estabilidade. Essaconcomitncia propiciou a confuso dos conceitos, chegandomesmo a perderem sua prpria identidade no discurso dealguns autores e professores.

    Levado pela confuso dos institutos tem-se dito, sem maiorcautela, que o estgio probatrio , atualmente, de 36 mesespor fora da alterao do texto constitucional que passou aestabilidade de dois para trs anos.

    A rigor, portanto, o prazo do estgio probatrio no mbito daAdministrao Federal ainda de 24 meses. Evidentemente, talafirmativa causa espcie a observao de qualquer estudante,pois a lacuna que remanesce entre o trmino do estgio

    probatrio e a concluso dos trs anos relativos aquisio daestabilidade fica em aberto.O que fazer, ento?Adotar o anteriormente dito, luz da Constituio Federal e a

    Luz do Estatuto. Tudo depender da questo.

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    CUIDADO!!!O servidor em estgio probatrio que no seja considerado

    apto para o desempenho das atribuies do cargo efetivoserexonerado de ofcio . A exonerao de ofcio, embora contrarieas expectativas de permanncia daquele que sofre seus efeitos,no tem carter punitivo. O servidor ser retirado do cargo,gerando vacncia do mesmo, sem deixar mcula em seusassentamentos individuais.

    A exonerao de ofcio, procedida na hiptese dereprovao em estgio probatrio, no dispensa aAdministrao Federal da observncia do princpio dodevido processo legal . Sendo assim, o servidor tem direito aum processo no qual se exercite o contraditrio e ampla defesa,embora no seja estvel e no esteja sendo acusado da prticade uma infrao disciplinar.

    A medida punitiva imposta ao servidor infrator e que implica asua sada do servio pblico denomina-se demisso. Ademisso difere da exonerao de oficio exatamente pelo fatode que esta no motivada pela prtica de uma infraofuncional e aquela requer tal acontecimento. Tais situaesrepercutem no tipo de processo. Assim, o processo deexonerao no depende de uma motivao especfica,existindo vrias causas justificadoras para a determinao davacncia do cargo. Quanto demisso, cabe Administraoacusar e demonstrar cabalmente a ocorrncia infracional,tipificando-a e atribuindo a penalidade correspondentedevidamente fundamentada no direito estatutrio.

    Conforme posio sumulada no STF, verbete 21 ofuncionrio em estgio probatrio no pode ser exonerado nemdemitido sem inqurito, ou sem as formalidades legais deapurao da sua capacidade.

    A legislao administrativa conta, hoje, com a lei no 9.784, de29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo nombito da Unio. Nesse diploma dispem-se que uma de suasfinalidades proteo dos direitos dos administrados e aomelhor cumprimento dos fins da Administrao (Art.1, caput).

    Assim, tanto no PAD (processo administrativo disciplinar), emque o servidor acusado da prtica de uma infrao funcional,como no processo administrativo ordinrio, a observncia doprincpio do devido processo legal imprescindvel.

    Quanto ao servidor em estgio probatrio, a Lei n 8.112/90admite, singularmente, que o servidor assuma encargos dedireo, chefia ou assessoramento. Isso, porm,no o isentade ainda ser avaliado quando assiduidade, disciplina,capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade .

    Parece, que o legislador assim disps, em face da escassezde funcionrios nos quadros da Administrao Pblica, ouporque motivada pela percepo de sangue novo, sem vciose com a animao prpria daqueles que ingressam no ServioPblico, podendo com isso contar mais efetivamente com essesnovos funcionrios do que com aqueles que j pertenam categoria funcional h mais tempo.

    Pede-se venia quanto os argumentos dos prximos pargrafos .

    4. Ao servidor em estgio probatrio somente poderoser concedidas as licenas e os afastamentos previstosnos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assimafastamento para participar de curso de formaodecorrente de aprovao em concurso para outro cargo daAdministrao Pblica Federal.

    5. O estgio probatrio ficar suspenso durante aslicenas e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, 1o,86 e 96, bem assim na hiptese de participao em cursode formao, e ser retomado a partir do trmino doimpedimento.

    Art . 81. Conceder-se- ao servidor licena:I - por motivo de doena em pessoa da famlia;II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro;III - para o servio militar;IV - para atividade poltica;Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintesdisposies:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado docargo;

    II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhefacultado optar pela sua remunerao;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo,sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo;b) no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhefacultado optar pela sua remunerao. 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuir para aseguridade social como se em exerccio estivesse. 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista no poder serremovido ou redistribudo de ofcio para localidade diversa daquela ondeexerce o mandato.Seo IIIDo Afastamento para Estudo ou Misso no ExteriorArt. 95. O servidor no poder ausentar-se do Pas para estudo ou missooficial, sem autorizao do Presidente da Repblica, Presidente dos rgosdo Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 1 A ausncia no exceder a 4 (quatro) anos, e finda a misso ou estudo,somente decorrido igual perodo, ser permitida nova ausncia. 2 Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo no ser concedidaexonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorridoperodo igual ao do afastamento, ressalvada a hiptese de ressarcimento dadespesa havida com seu afastamento. 3 O disposto neste artigo no se aplica aos servidores da carreiradiplomtica. 4 As hipteses, condies e formas para a autorizao de que trata esteartigo, inclusive no que se refere remunerao do servidor, serodisciplinadas em regulamento.Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional deque o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se- com perda total daremunerao.

    SEO VDa Estabilidade

    Art.21. O servidor habilitado em concurso pblico eempossado em cargo de provimento efetivo adquirirestabilidade no servio pblico ao completar 2 (dois) anosde efetivo exerccio. ( AO INVS DE DOIS SUBSTITUI-SEPOR TRS ANOS CONFORME DISPOSIOCONSTITUCIONAL )

    Estabilidade direito constitucional queadquire o servidortitular de cargo pblico efetivo (isolado ou de carreira) apstrs anos de atividade funcional, com funo de garantia jurdica contra a perda cargo por razes ex officio e/ou

    imotivadas, sendo a eventual vacncia somente possvel combase nos motivos constitucionais.Assim, a estabilidade subtrai do Poder Legislativo a

    capacidade normativa de criar novos institutos e hipteses devacncia do cargo pblico por mero ato de ofcio. Ou seja, nodispe o legislador do poder de legislar acerca de novasmodalidades de vacncia ex officio de cargo pblico em faceservidor estvel.

    O servidor pblico estvel somente perder o seu cargo emquatro hipteses:

    a)quando cometer infrao de natureza grave que o leve demisso;

    b)quando considerado inapto no procedimento de avaliaoperidica de desempenho, o que acarretar a sua exoneraode ofcio;

    c)quando houver problemas de ordem oramentria em facedo desequilbrio entre a arrecadao e a despesa com folha depagamento do funcionalismo. Nesta hiptese tambm serexonerado de ofcio o servidor selecionado para a vacncia;

    d)quando da declarao de extino ou desnecessidade docargo, que nos termos do art. 41, 3 da CF dar direito aoservidor estvel de ir para a disponibilidade, ou seja, gozar dodireito inatividade.

    Nas hipteses a, b e c o servidor perde o cargo e ovnculo com a Administrao, ou seja, retirado do ServioPblico, por fora da declarao de vacncia do cargo. Noprimeiro caso a vacncia decorre do ato de demisso, nos doisltimos a vacncia resulta da exonerao ex offcio. Em todosos casos, porm, deve-se observncia ao princpioconstitucional do devido processo legal, com direito ao exercciodo contraditrio e ampla defesa.

    Na quarta hiptese, a perda do cargo ante o servidor estveldecorre da declarao de extino ou desnecessidade de seucargo. Neste caso, o preceito constitucional contido nopargrafo 3 da Lei Maior defere o direito ao servidor estvel

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    disponibilidade (direito de inatividade). Com a declarao deextino ou desnecessidade ocorre a perda do cargo, mas estefato no faz o servidor perder o seu vnculo jurdico-administrativo com a Administrao.

    A estabilidade direito que adquire o servidor ante o ServioPblico.

    Por isso no se deve falar em estabilidade no cargo.O servidor estvel no Servio Pblico carrega consigo esse

    direito. Caso seja provido em outro cargo no mbito da mesmaAdministrao o servidor estvel faz jus ao reconhecimento daestabilidade. Para tanto, basta no haver hiato entre a sada docargo anterior e provimento no novo cargo.

    Conforme se l no incio do artigo 21 a regra da estabilidadese aplica ao servidor habilitado em concurso pblico.Assim, otitular de cargo em comisso que no seja titular de cargoefetivo, embora permanea no servio pblico federaldesempenhando funes de chefia, direo ou assessoramentopor mais de trs anos contnuos, no poder invocar o direito estabilidade. A natureza de sua atribuio requer confiana e talcondio no se coaduna com a expectativa de manuteno darelao jurdica de prestao de servio em carter permanente.

    O titular de cargo em comisso que no seja servidor titular decargo efetivo, comumente referido pela doutrina comoaliengena, tem conscincia, desde a sua nomeao, que a suarelao jurdica de carter no permanente, baseada naconfiana, e segundo os estritos interesses da Administraoque o admite, sem reconhecimento, portanto, do direito estabilidade.

    Art. 22. O servidor estvel s perder o cargo em virtude desentena judicial transitada em julgado ou de processoadministrativo disciplinar no qual lhe seja asseguradaampla defesa.

    CUIDADO!!!Na verdade a perda do cargo no se d apenas por meio

    dessas formas preconizadas no artigo 22, sendo possveltambm ocorrer a perda por processo administrativo ordinrio(aplicado nas hipteses de inpsia funcional verificada emavaliao peridica de desempenho CF/88, Art. 41, 1 - equando o oramento indicar insuficincia de recursosfinanceiros para a manuteno do funcionalismo CF/88, Art.169) e quando da declarao de extino ou desnecessidadedo cargo, indo o servidor para a disponibilidade (CF/88, Art. 41,3).

    =

    SEO VI

    Da TransfernciaArt.23. (Revogado pela Lei no 9.527/97)

    Da ReadaptaoArt.24. Readaptao a investidura do servidor em cargo

    de atribuies e responsabilidades compatveis com alimitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica oumental verificada em inspeo mdica.

    1 Se julgado incapaz para o servio pblico, oreadaptando ser aposentado.

    2A readaptao ser efetivada em cargo de atribuiesafins, respeitada a habilitao exigida, nvel de escolaridadee equivalncia de vencimentos e, na hiptese deinexistncia de cargo vago, o servidor exercer suasatribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.

    A readaptao implica nova investidura, nos termos do caputdo artigo em epgrafe. Trata-se de investidura derivada, poissupe prvia investidura em outro cargo pblico efetivo.

    A readaptao, embora enseje nova investidura, no requer acerimnia da posse. Esta solenidade somente devida noscasos de provimento por nomeao, nos termos do art. 13, 4.

    Embora o texto do caput do artigo 24 se valha apenas dapalavra cargo, evidente que a readaptao somente se fazpossvel ante o cargo efetivo, sendo inaplicvel para o caso decargo em comisso.

    A limitao de ordem fsica ou mental sofrida pelo servidorno o dispensa do vnculo jurdico com o Servio Pblico, salvose julgado incapaz por junta mdica oficial, hiptese em queser recomendada a sua aposentadoria por invalidez.

    Para saber que destino dar situao funcional do servidorincapacitado, o servio de biometria da Administrao passa aacompanhar a evoluo do quadro clnico-funcional do servidor-paciente.

    O funcionrio gozar, ento, da licena para tratar da prpriasade, limitada at o perodo de 24 meses e remunerada. Aofinal desta licena (LTS), caber junta mdica oficial deliberaracerca da destinao do servidor-paciente: retorno s funesdo cargo em face da reabilitao; readaptao em outro cargocompatvel com as limitaes verificadas; ou, aposentadoria porinvalidez. Mas nada impede junta em prorrogar a licena, casofique evidenciado que possvel a cura do servidor-paciente.

    = APOSENTADORIA

    = FICAR LICENCIADOAT QUE SEJACONSIDERADOCURADO PELAJUNTA. RETORNARAO CARGO, EHAVENDOLIMITAES, EMATRIBUIESCOMPATVEIS A ESTA.

    Da Reverso

    Art. 25. Reverso o retorno atividade de servidoraposentado:I por invalidez, quando junta mdica oficial declarar

    insubsistentes os motivos da aposentadoria; ouII no interesse da administrao, desde que:a) tenha solicitado a reverso;b) a aposentadoria tenha sido voluntria;c) estvel quando na atividade;d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos

    anteriores solicitao;e) haja cargo vago. 1 A reverso far-se- no mesmo cargo ou no cargo

    resultante de sua transformao. 2 O tempo em que o servidor estiver em exerccio ser

    considerado para concesso de aposentadoria.

    3 No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo,o servidor exercer suas atribuies como excedente, at aocorrncia de vaga.

    4 O servidor que retornar atividade por interesse daAdministrao perceber, em substituio aos proventos

    DISPONIBILIDADEREMUNERADA

    PROPORCIONAL AOTEMPO DE SERVIO

    Investidura em cargo comatribuies e

    responsabilidadescompatvel com a limitao

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    de aposentadoria, a remunerao do cargo que voltar aexercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoalque percebia anteriormente aposentadoria.

    5 O servidor de que trata o inciso II somente ter osproventos calculados com base nas regras atuais sepermanecer pelo menos cinco anos no cargo.

    6 O Poder Executivo regulamentar o disposto nesteartigo.

    Art. 26. (Revogado pela Medida Provisria no 1.971).Art. 27. No poder reverter o aposentado que j tiver

    completado 70 (setenta) anos de idade.

    Condies:

    1

    2

    A reverso forma de provimento que implica,essencialmente, mudana, de estado ou situao jurdica doservidor que passa da condio de inativo (por aposentadoria)para ativo, no implicando nova investidura porque asatribuies cometidas ao revertido no lhe so estranhas.

    A eficcia jurdica da reverso reside exatamente nacapacidade de restaurar as funes para as quais fora outrorainvestido o funcionrio, operando a mudana de seu estadofuncional de inativo para ativo.

    Ao aposentar-se o servidor ainda mantm vnculo jurdico coma Administrao. Prova disso que cabe a ela efetuar ossucessivos pagamentos dos proventos ao servidor inativo. Emfuno da persistncia desse vnculo entre a Administrao e oservidor inativo possvel operar-se a reverso, observadoscertos requisitos legais.

    O retorno do servidor para o Servio Pblico se d no mesmocargo. Essa a ratio iuris que torna desnecessria aformalizao de uma nova investidura. Tambm, pela mesmarazo, no h que se falar em posse.

    A causa motivadora tradicional que fundamenta a reverso,contemplada em todos os diplomas estatutrios dofuncionalismo pblico brasileiro, a insubsistncia das razesgeradoras da aposentadoria por invalidez.

    Assim, a reverso normalmente entendida como forma deprovimento que opera o retorno do servidor aposentado porinvalidez quando insubsistentes os motivos que o levaram condio de inativo.

    Inova o Estatuto do Servidor Federal, quando por medidaprovisria passa a contemplar outra causa motivadora para areverso, representada pelo inciso II e suas alneas.

    Portanto, para efeito do regime jurdico federal a reversoresulta de dois fatos fundamentais:

    a) declarao formal de insubsistncia dos motivos justificadores da aposentadoria por invalidez;

    b) interesse da administrao, observados certos requisitoslegais.

    A declarao formal por junta mdica oficial da insubsistnciados motivos justificadores da aposentadoria por invalidez criasituao jurdica de regime vinculado para o servidor no sentidode que seja revertido para a situao funcional de ativo, nopodendo se opor deliberadamente e sem justo motivo.

    Assim, a reverso, com fulcro no inciso I do art. 25, exige oretorno imediato do servidor inativo que dever ser provido noseu cargo de origem.

    A reverso com base no inciso II do art.25 de regramentodiscricionrio. Cabe Administrao o juzo de convenincia, deoportunidade, de utilidade e necessidade da reverso solicitadapelo servidor interessado.

    Embora o servidor preencha todos os requisitos legais para areverso a pedido, a ordem jurdica no reconhece direitosubjetivo ao servidor quanto ao deferimento de sua petio.

    Atualmente, considerando a disciplina jurdica imposta pela leino 9.784/99, a discricionariedade reconhecida pelo novo incisoII Administrao no dispensa a autoridade administrativacompetente de fundamentar o eventual indeferimento do pedidode reverso encaminhado pelo servidor interessado. O artigo 50desse diploma que rege o processo administrativo no mbito daUnio estabelece que os atos administrativos devero sermotivados com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos,quando: I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses.

    A reverso pode ser operada a despeito da transformao docargo de origem do servidor revertido.A transformao de um cargo pblico implica a reestruturao

    de determinada categoria funcional acarretando, normalmente,a sua redenominao e o estabelecimento de novos requisitosde investidura.

    A transformao de um cargo pblico de carreira pode vir (enormalmente vem) ou no acompanhada de umareclassificao da categoria. Assim, se o cargo original eradividido em 3 classes, pela transformao operada comreclassificao pode ser aumentado ou diminudo o nmero declasses.

    Ocorrendo a reverso numa hiptese em que o cargo tenhasido transformado o revertido ser provido na nova categoriafuncional.

    Lamentavelmente o novo artigo 25 deixou de contemplar umaregra que dispusesse acerca dos efeitos da reclassificao nocaso da reverso.

    Parece evidente que a reverso deva observar o regime de classificao a que pertencia o servidor. Essa deve ser a mesma soluo para os reintegrados e aproveitados.

    SEO IXDa ReintegraoArt. 28. A reintegrao a reinvestidura do servidor

    estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargoresultante de sua transformao, quando invalidada a suademisso por deciso administrativa ou judicial, comressarcimento de todas as vantagens.

    1 Na hiptese de o cargo ter sido extinto, o servidor

    ficar em disponibilidade, observado o disposto nos arts.30 e 31. 2 Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual

    ocupante ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito

    RETORNO ATIVIDADE NO

    SERVIO PBLICO

    DECLARAO DEINSUBSISTNCIA DOS MOTIVOS

    QUE DERAM CAUSA AAPOSENTADORIA POR

    INVALIDEZ

    DESDE QUE

    1. SOLICITOU A REVERSO2. APOSENTADORIA VOLUNTRIA3. ERA ESTVEL QUANDO NO EXERCCIO4. PARA SOLICITAO = CONTADOS AT CINCO

    ANOS APS A DATA DA APOSENTADORIA5. HAJA CARGO VAGO

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    indenizao ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,posto em disponibilidade.

    No exemplo abaixo, vamos imaginar o servidor comosendo um carro parado numa vaga, que nesse caso,representa o cargo pblico que ele ocupa.

    O instituto da reintegrao representa uma outra forma deprovimento em cargo pblico efetivo. Seu fundamento jurdico-positivo e regime de aplicao tm sido, infelizmente, malestudado pela doutrina.

    Com freqncia ouve-se que a reintegrao constitui-se numaforma de provimento cujo fundamento-jurdico positivo opargrafo 2 do art. 41 da Constituio da Repblica.

    Tomando-se a questo por este prisma, o legislador da Lei n8.112/90apenas copiou um tema j previamente estabelecidoem documento de maior grau.

    Respeitosamente, equivocam-se aqueles que, sem maiorcritrio, se valem desse discurso, porque o seu carter restritivo,quanto ao alcance, lhe imprime grave erro.

    Da forma como normalmente se leciona acerca do temapassa-se a idia de que a reintegrao direito constitucionalapenas reconhecido aos servidores estveis que tenham sidoindevidamente demitidos do Servio Pblico.

    Na verdade, a reintegrao no se restringe apenas aosservidores estveis, pois seu fundamento jurdico se encontrana nulidade do ato de vacncia.

    De fato, tanto a redao da Constituio (art.41, 2 - inseridono artigo da estabilidade) quanto a da Lei n 8.112/90 (art. 28,

    caput) sugerem que a reintegrao somente seja aplicada anteo servidor estvel que tenha sido indevidamente demitido.Todavia, isso no significa dizer que esta forma de provimentosomente ocorra em tal hiptese. o caso, por exemplo, doservidor, estvel ou no, exonerado de seu cargo por razes

    arbitrrias ou sem fundamento legal. Pergunta-se: no teria eledireito ao reconhecimento jurdico da nulidade do ato devacncia? Claro que sim! E qual seria a medida a ser tomadapara o seu retorno ao Servio Pblico com o conseqenteprovimento do cargo anteriormente ocupado? A reintegrao,evidente.

    Demonstra-se, com esse simples exemplo, que a forma deprovimento denominada reintegrao no se opera apenas emface do servidor estvel que tenha sido indevidamente demitido.

    A razo jurdica da reintegrao no a invalidaodemisso, mas a nulidade da vacncia em si mesmaconsiderada, seja ela operada por demisso ou exoneraoex officio , incidente sobre o servidor estvel ou no.

    Inclusive, essa ratio iuris vem explicitamente revelada nocorpo da prpria redao dos dispositivos constitucional e legalpertinentes. Ambas as redaes falam em deciso invalidada.

    A reintegrao implica a reinvestidura do servidor no cargoanteriormente ocupado, porque supe o rompimento indevidode um vnculo jurdico outrora existente entre o Estado-administrao e o indivduo reintegrado.

    Quando a reintegrao ocorrer na situao de cargotransformado, como foi o caso de TTN (Tcnico do TesouroNacional) para TRF (Tcnico da Receita Federal), oreintegrando no poder ser submetido s novas exignciaslegais impostas pela legislao superveniente vacncia.Assim, se quando o servidor foi exonerado ou demitido o seucargo era de 2 grau escolar, e se quando da reintegrao ocargo transformado tiver passado para 3 escolar, tal exignciano poder ser imposta ao reintegrado. Tal fato se deve aofenmeno do efeitoex tunc da deciso judicial ou administrativaque determina a reintegrao do servidor, retroagindo data doato impugnado, restaurando ostatus a quo ante, tal como seconfigurava poca da vacncia invalidada.

    A invalidao da vacncia opera efeitoex tunc . Retroagindoat a data do ato impugnado, sendo resgatados todos osdireitos e vantagens que deixou de gozar o servidor em funoda demisso (ou exonerao ex officio, conforme o caso).

    Assim, o servidor ter direito ao ressarcimento de todos ospagamentos que deixou de receber, as promoes a que teriadireito, contagem de tempo de servio, frias, gratificaesnatalinas, etc.

    Da ReconduoArt. 29. Reconduo o retorno do servidor estvel ao

    cargo anteriormente ocupado e decorrer de:I - inabilitao em estgio probatrio relativo a outro

    cargo;II - reintegrao do anterior ocupante.Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo de

    origem, o servidor ser aproveitado em outro, observado odisposto no art. 30.

    A segunda situao precisa de umailustrao parte, mas observando a ilustrao do art. 28 sobrea reintegrao:

    DEMISSO PORDECISO

    JUDICIAL OUADMINISTRATIVA

    INVALIDADADECISO QUEDEU CAUSA A

    DEMISSO

    Reinvestido no cargo ou do resultante de suatransformao.Caso tenha sido extinto ou julgado desnecessrio o cargo, serposto em disponibilidade

    Se for estvel, ser reconduzido ao seu cargo de origem,ou seno, aproveitado em outro cargo, mas na extino deste, ser posto emdis onibilidade.

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    SEO XI

    Da Disponibilidade e do AproveitamentoArt. 30. O retorno atividade de servidor em

    disponibilidade far-se- mediante aproveitamentoobrigatrio em cargo de atribuies e vencimentos

    compatveis com o anteriormente ocupado.

    A disponibilidade representa um direito de inatividade doservidor. Por isso, oaproveitamento o retorno a atividade do servidor posto em disponibilidade .

    Aaposentadoria representa umoutro direito de inatividadereconhecido aos servidores pblicos . A rigor, o EstatutoFederal deveria ter um captulo, inserido no Ttulo III, dedicadoaos direitos de inatividade. Portanto, ao lado dos captulosconcernentes s licenas, s frias, aos afastamentos, sconcesses, etc, deveria existir um captulo regrando o direitode inatividade.

    Para cada um desses direitos de inatividade o Estatuto prevuma forma de provimento, indicando o retorno do servidor atividade. Assim, o retorno atividade do servidor aposentadoopera-se por meio da reverso. Por seu turno, o retorno atividade do servidor posto em disponibilidade chama-seaproveitamento.

    A disponibilidade direito de inatividade do servidorpblico estvel que vem a ter o seu cargo declarado extintoou desnecessrio.

    Segundo o regime constitucional vigente - art. 41, 3 - nadisponibilidade o servidor perceber proventos proporcionais aotempo de servio.

    O tempo em que permanecer em disponibilidade sercomputado para efeito de aposentadoria, considerado o tempoinativo como tempo de contribuio.

    A disponibilidade no constitui fato gerador de vacncia, vistoque resulta de uma declarao de extino ou desnecessidadedo cargo.

    Extinto o cargo, este no mais existe. A declarao dedesnecessidade do cargo, por sua vez, tambm no implicavacncia, pois o propsito da declarao exatamente nofomentar nenhuma forma de provimento ou vacncia daquelescargos tidos como desnecessrios.

    Em princpio, o reconhecimento da desnecessidade deveacarretar a extino do cargo. Todavia, por meio do expedienteda declarao de desnecessidade possvel apenas no sedestinar recursos financeiros no oramento anual para oprovimento de certas categorias funcionais, obstando-se, assim,eventuais provimentos.

    Nos termos do artigo 8, inciso VII, o aproveitamento constitui-se numa das formas de provimento de cargo pblico. Suaefetivao ocorre quando do retorno do servidor posto emdisponibilidade, alterando a sua situao jurdica de servidorinativo para servidor ativo.

    OBS.: Para que ocorra o aproveitamento necessrio sejamobservados alguns critrios de equivalncia entre o cargoanteriormente ocupado e o novo cargo para o qual seraproveitado o servidor. O aproveitamento exige opreenchimento da compatibilidade entre a natureza dasatribuies, o grau de complexidade e responsabilidade, osrequisitos de investidura, o padro de pagamento, etc.

    Art. 31. O rgo Central do Sistema de Pessoal Civildeterminar o imediato aproveitamento de servidor emdisponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos rgos ouentidades da Administrao Pblica Federal.

    Pargrafo nico. Na hiptese prevista no 3 do art. 37, oservidor posto em disponibilidade poder ser mantido sobresponsabilidade do rgo central do Sistema de PessoalCivil da Administrao Federal SIPEC, at o seu adequadoaproveitamento em outro rgo ou entidade.

    Art. 32. Ser tornado sem efeito o aproveitamento ecassada a disponibilidade se o servidor no entrar emexerccio no prazo legal, salvo doena comprovada porjunta mdica oficial.

    A cassao de disponibilidade penalidade disciplinarprevista no art. 127, inciso IV, deste diploma.

    A medida punitiva no tem o condo de gerar vacncia docargo, uma vez que no se encontra elencada no artigo 33como fato gerador de vacncia.

    A cassao da disponibilidade implica , na verdade,cassao do direito de inatividade, fazendo com que o servidor

    RECONDUO

    Sero observados, diante doaproveitamento obrigatrio, a

    compatibilidade entre a naturezado cargo a ser ocupado e o

    anterior, requisitos de investidura,padro de pagamento, etc.

  • 8/2/2019 apostila esquematizada TRF

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    punidoretorne condio jurdica de ativo para que ento,se for o caso, seja eventualmente demitido .

    O no retorno ao servio pblico no prazo legal acarreta,assim, a perda dos efeitos jurdicos da disponibilidade, entreeles o pagamento de proventos, a contagem de tempo deservio, entre outros, e a conseqente imposio de penalidadepor desobedincia.

    CAPTULO IIDa VacnciaArt. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de:I - exonerao;II - demisso;III - promoo;IV (Revogado pela Lei no 9.527/97);V - (Revogado pela Lei no 9.527/97);

    VI - readaptao;VII - aposentadoria;VIII - posse em outro cargo inacumulvel;IX - falecimento.

    MACETE: FALE: PO DEXA PRO READ

    Vacncia indica forma ou motivo de esvaziamento do cargopblico.

    Do cotejo entre os artigos 33 e 8 resulta a constatao deque algumas formas de provimento tambm acarretamvacncia. o caso, por exemplo, da promoo, da readaptaoe da reconduo.

    Peculiar a situao da reconduo. A despeito de o art. 33no contemplar no elenco de seus incisos a figura da

    reconduo, fato que esta forma de provimento tambmimplica vacncia.Analisando-se essas formas de vacncia sob a tica dateoria

    dos atos administrativos vamos concluir que todas elas tm

    um mesmoobjeto , ou seja, um mesmo fim especfico, deixar ocargo vago, variando entre si no quesitomotivo .

    As formas de vacncia diferenciam-se pela causa motivadoraque justifica a operao de cada uma delas. Assim, porexemplo, no se confundem a exonerao e a demisso, poisesta ltima possui carter punitivo e a primeira no. Para oregime jurdico estatutrio, a demisso implica vacncia por sera penalidade mais severa a ser imposta contra o servidor ativo,tendo em vista a desonra que de sua conduta causa em facedos interesses da Administrao. A exonerao, mesmo namodalidade ex officio , jamais assumir o papel de medidapunitiva.

    O legislador da n 8.112/90 deixou de registrar no art. 33 umaoutra forma de vacncia de cargo pblico, embora verificvelapenas nos cargos em comisso. Trata-se dadestituio .

    O servidor titular de cargo em comisso, ao cometer umainfrao disciplinar que macule a dignidade e o decoro daAdministrao, desautorizando a sua permanncia no ServioPblico na condio de chefe, diretor ou assessor, ser punidocom a medida da destituio do cargo em comisso, nos termosdo arts. 127, V c/c 135, o que acarreta a vacncia do cargoocupado.

    Logo, a destituio do cargo em comisso tambm representauma forma de vacncia de cargo pblico, incidente apenas noscargos em comisso. Muito embora prevista noutros estatutoscomo forma de vacncia, na Lei 8112/90 no o .

    Art. 34. A exonerao de cargo efetivo dar-se- a pedido doservidor, ou de ofcio.Pargrafo nico. A exonerao de ofcio dar-se-:I - quando no satisfeitas as condies do estgioprobatrio;II - quando, tendo tomado posse, o servidor no entrar emexerccio no prazo estabelecido.

    DE

    OFFICIO

    A exonerao constitui-se numa forma de vacncia motivadapelas razes insculpidas nos incisos I e II desse artigo 34,quando ex officio, ou em atendimento ao desejo do prprio doservidor, que almeja a sua sada do Servio Pblico Federal.

    Assim, a exonerao se apresenta em duas modalidades:exonerao a pedido e exonerao de ofcio.

    No primeiro caso, cabe ao servidor, titular de c