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FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS PROFª. ESP. ANA MARIA SANTANA Contatos: e-mail: [email protected] +55 (63) 8119-1767 PALMAS-TO. 2011

APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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Page 1: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

PROFª. ESP. ANA MARIA SANTANA

Contatos: e-mail: [email protected]

+55 (63) 8119-1767

PALMAS-TO.

2011

Page 2: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

APRESENTAÇÃO

Prezados colegas,

O CURSO denominado FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

objetiva capacitar os servidores do Poder Executivo Estado do Tocantins,

para lhes possibilitar a habilidade necessária para gerir, acompanhar e

fiscalizar os contratos administrativos, nos termos determinados no artigo

67 da Lei nº 8.666/93.

Assim, estudaremos a legislação pertinente, os

embasamentos teóricos e, na medida do possível, tentaremos uma

aproximação maior com a realidade a partir do manuseio de casos

concretos, discussão de fatos que acontecem no nosso cotidiano.

Todo o desenvolvimento do curso será permeado por

exemplos, buscando uma contextualização das várias fases e etapas da

fiscalização dos contratos, relacionando assim, teoria e prática.

Ressaltamos que este material ora disponibilizado para você

foi elaborado com amparo nas normas em vigor, nos ensinamentos

doutrinários e jurisprudências das Cortes de Contas, em especial do

Tribunal de Contas da União e do Tribunal de Contas do Estado do

Tocantins.

Aproveitem bastante, participando com perguntas e sugestões

para alcançarmos pleno êxito neste Curso e sucesso na vida prática.

Um excelente e proveitoso curso a todos nós!

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FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

O artigo 58, III c/c o artigo 67 da Lei 8.666/93 impõe, como obrigatoriedade

para a Administração Pública que a execução do contrato será acompanhada e

fiscalizada por um representante da administração formalmente designado por

autoridade competente. Vejamos os textos legais aqui mencionados:

Art. 58.O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta

Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: [...]

III - fiscalizar-lhes a execução; [...]”

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada

por um representante da Administração especialmente designado,

permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de

informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas

as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o

que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do

representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil

para a adoção das medidas convenientes.

O artigo 58, III da Lei nº 8.666/93 ao mencionar a palavra “prerrogativa” na

verdade estabelece um poder-dever à Administração Pública de fiscalizar a

execução dos contratos por ela celebrados. Logo, não é mera faculdade

assegurada ao Administrador Público, é um dever a ser exercido para melhor

realizar os interesses fundamentais. Segundo o Professor Marçal Justen Filho o

legislador “parte do pressuposto, inclusive, de que a fiscalização induz o

contratado a executar de modo mais perfeito os deveres a ele impostos”.

Há casos em que a aplicação estrita dos artigos acima transcritos será

dispensável, ou seja, a Administração não necessitará da atividade de fiscalização

do contrato, como, por exemplo, na compra de um bem com entrega imediata, do

qual não resulte obrigação futura – uma caneta comum, por exemplo.

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A importância destes dispositivos se revela, exemplificativamente, em um

contrato de obras, de serviço de engenharia, de serviço de limpeza, serviço de

vigilância armada, manutenção de veículos, fornecimento de combustível, dentre

outros.

O artigo 67 caput da Lei nº. 8.666/93 faculta que Administração contrate

terceiros para acompanhamento da atividade de fiscalização para gerir os

contratos públicos. Isto ocorre nos casos em que a especialidade ou a

complexidade da gestão superam os limites da atuação dos agentes

administrativos, sendo necessário contar com a colaboração de outros particulares

para fiscalizar o desempenho do contratado.

O fiscal de contratos deve agir de forma pró-ativa e preventiva, observar o

cumprimento, por parte das empresas contratadas, das regras previstas no

instrumento contratual, buscando os resultados esperados no ajuste de modo a

trazer benefícios e economia para a Administração Pública. Deve adotar todas as

providências necessárias ao fiel cumprimento do contrato que estiver sob seus

cuidados, tendo, sempre por parâmetro, a legislação vigente, encaminhando aos

seus superiores em tempo hábil os fatos que demandarem decisões e

providências que ultrapassarem a sua competência.

A designação do gestor recairá sobre o titular da unidade que tenha

conhecimento técnico do objeto do contrato, sendo necessária a sua indicação já

no projeto básico. Por exemplo: para o acompanhamento, fiscalização e gestão de

um contrato que envolva bens e serviços de informática será designado um

servidor da área de informática, cujos conhecimentos são específicos daquela

unidade. Da mesma forma serão os casos de passagens aéreas, almoxarifado,

patrimônio, transportes, manutenção etc.

No Dicionário Aurélio encontramos as seguintes definições:

Gerenciar “[De gerência + ar] Verbo transitivo direto. Dirigir (uma

empresa) na qualidade de gerente”

Fiscalizar “[De fiscal + izar] Verbo transitivo direto. Velar por; vigiar;

examinado”.

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Logo, as expressões não se confundem, mas se completam. A gestão de

contratos é o serviço de gerenciamento de todos os contratos. A fiscalização é

pontual, pois é realizada sobre um contrato específico. Um servidor pode

gerenciar vários contratos fiscalizados por outros funcionários, ou seja, o primeiro

pode se responsabilizar pelo setor de gerenciamento, por exemplo, conhecer

todos os contratos firmados pela Administração e, inclusive, sugerir à autoridade

superior o nome específico de um colega para fiscalizar determinado contrato, em

razão do conhecimento prático-teórico dessa pessoa.

Assim, o gerenciamento de contratos é um serviço administrativo que pode

ser exercido por uma pessoa, ou por um setor composto por uma equipe

multifuncional, com conhecimentos diversificados, tais como: direito, contabilidade,

economia, administração, etc.

A fiscalização por sua vez é exercida por servidor que cuidará exatamente

de um ou vários contratos atinentes ao seu conhecimento, cujas falhas detectadas

durante a execução serão informadas ao gestor para a adoção das providências

cabíveis.

Para fiscalizar é preciso deter conhecimento sobre o objeto a ser

fiscalizado. Se o servidor público detém esta qualidade está apto a exercer tal

atribuição, inclusive, se a estrutura administrativa permitir, desde o nascedouro da

compra ou do serviço, elaborando o Termo de Referência ou Projeto Básico,

acompanhando todo o desenvolvimento do procedimento licitatório até alcançar a

execução, os pagamentos e demais acontecimentos ligados a esta atividade

fiscalizatória.

Por isso, costumamos denominar o fiscal de contratos de “AGENTE 67”

em analogia ao personagem James Bond, também conhecido pelo código 007,

que é um agente secreto britânico fictício, criado pelo escritor Lan Fleming em

1953. Bond trabalha no serviço de espionagem MI-06, abreviatura de Military

Intelligence, section 6, que é a designação tradicional, mas ainda vulgarmente

usada, do Secret Intelligence Service - SIS. Assim, MI-06 é o serviço britânico de

informações (ou de inteligência) encarregado de dirigir as atividades de

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espionagem, as quais são conduzidas, em princípio, no exterior, ao contrário do

MI5, cuja ação é principalmente interna.

Faço então esta comparação para fixar a ideia de que o fiscal de contratos

tem como ação principal zelar pela execução do contrato, visando, acima de tudo

munir, seu superior e o Ordenador de Despesas com informações que conduzam

à correta aplicação do dinheiro público, preservando-os de sanções que podem

ser aplicadas pelos órgãos de Controles Externos: Tribunal de Contas da União,

dos Estados e Municípios.

Assim sendo, o fiscal de contratos (o “Agente 67”) deve agir de forma

pró-ativa e preventiva, observando o cumprimento das obrigações assumidas pela

contratada, buscando os resultados esperados no ajuste, de modo a trazer

benefícios e economia para a Administração Pública.

O fiscal de contratos deve adotar todas as providências necessárias ao fiel

cumprimento do contrato que estiver sob seus cuidados, tendo por parâmetro a

legislação vigente, encaminhando aos seus superiores, em tempo hábil, os fatos

que demandarem decisões e providências que ultrapassarem a sua competência.

Apesar da ausência de previsão na Lei nº 8.666/93, a fim de evitar prejuízos

para a Administração, é importante que o referido ato designe também um

suplente de fiscal de contratos para atuar nas eventuais ausências ou

impedimentos do titular.

Em regra, o servidor público não pode recusar a designação para exercer a

fiscalização de contrato administrativo, salvo se por motivo justificado como:

impedimento, suspeição, ausência de conhecimento específico, hipóteses que

devem ser oficialmente levadas ao conhecimento da autoridade designante com a

solicitação de substituição.

Nos casos em que a falta de conhecimento específico não for acatada,

restando mantida a designação, o servidor deverá cumprir o encargo, sob pena de

desobediência, mas estará resguardado de eventual erro e, até mesmo, de

responsabilização direta, se porventura ocorrer falha atribuída ao

desconhecimento técnico, caso a Administração não o tenha capacitado para tal

atividade.

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Os artigos 18 a 20 da Lei Federal nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que

regulamenta o processo administrativo no âmbito da administração pública federal,

trata de impedimento e suspeição dos servidores públicos, a qual por analogia

pode ser aplicada aos fiscais de contratos:

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou

autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou

representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,

companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou

respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve

comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.

Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento

constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que

tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados

ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o

terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de

recurso, sem efeito suspensivo.

CONTRATAÇÃO DE TERCEIRO PARA FISCALIZAR CONTRATOS

PÚBLICOS

O artigo 67 caput da Lei nº. 8.666/93 faculta que Administração

contrate terceiros para acompanhamento da atividade de fiscalização para gerir os

contratos públicos. Isto ocorre nos casos em que a especialidade ou a

complexidade da gestão superam os limites da atuação dos agentes

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administrativos, sendo necessário contar com a colaboração de outros particulares

para fiscalizar o desempenho do contratado.

PERFIL DO FISCAL DE CONTRATOS

A Lei nº. 8.666/93 não faz referência expressa ao perfil do gestor do

contrato. Todavia, em face da relevância do encargo, é importante que o servidor

designado detenha as seguintes qualificações:

a) Boa reputação ético-profissional;

b) Possuir conhecimentos específicos do objeto a ser fiscalizado e do contrato

a ser gerido.

c) Não estar, preferencialmente, respondendo a processo de sindicância ou

processo administrativo disciplinar;

d) Não possuir em seus registros funcionais punições em decorrência da

prática de atos lesivos ao patrimônio público, em qualquer esfera do

governo;

e) Não ter sido responsabilizado por irregularidades junto ao Tribunal de

Contas da União ou Tribunais de Contas de Estado, do Distrito Federal ou

de Municípios;

f) Não ter sido condenado em processo criminal por crimes contra a

Administração Pública, capitulados no Título XI, Capítulo I, do Código Penal

Brasileiro, na Lei 7.492/1986 e na Lei 8.429/1992.

ATRIBUIÇÕES DO FISCAL DE CONTRATOS

A eficiência de um contrato está diretamente relacionada com o

acompanhamento de sua execução. O gestor tem grande responsabilidade pelos

seus resultados, por isto deve estar atento e ser diligente quanto ao cumprimento

das obrigações impostas às partes no instrumento contratual.

Conforme preconiza o artigo 66 da Lei nº. 8.666/93, o contrato

deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas

estabelecidas e as normas constantes da citada lei, respondendo cada qual pelas

conseqüências de sua inexecução total ou parcial.

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Em suma, são atribuições do gestor de contrato:

1) Elaborar Projeto Básico ou Termo de referência, dependendo da

modalidade de licitação que for adotada para o caso concreto.

2) Encaminhar o Projeto Básico ou o Termo de Referência à Diretoria Geral ou

setor equivalente para as providências relativas à avaliação de

conveniência e oportunidade da aquisição do bem ou da contratação do

serviço objetivado, a fim de se alcançar a aprovação pela autoridade

competente, e formalização do procedimento: autuação, pesquisa de

preços, informação da disponibilidade orçamentária, elaboração do edital,

realização da sessão, assinatura do contrato, publicidade etc.

3) Acompanhar o processo licitátorio em todas as suas fases, até a assinatura

do contrato;

4) Abrir pasta para cada contrato, visando arquivar eventuais termos aditivos;

5) Controlar o prazo de vigência do instrumento contratual sob sua

responsabilidade, e encaminhar o processo administrativo à unidade de

contratos, nos prazos legais, com a respectiva solicitação de prorrogação,

se for o caso (art. 57, II da Lei nº 8.666/93).

6) Elaborar projeto básico referente ao objeto do contrato sob sua

responsabilidade, quando necessária nova contratação, observado os

prazos legais;

7) Encaminhar à unidade de contratos, após a confirmação de recursos

disponíveis pela unidade de programação orçamentária, com antecedência

mínima de 120 dias do término da garantia do fabricante, processo

administrativo com o projeto básico para contratação de serviços de

manutenção;

8) Verificar se a entrega de materiais, execução de obras ou a prestação de

serviços será cumprida integral ou parceladamente;

9) Anotar em formulário próprio todas as ocorrências relacionadas com a

execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização

das faltas ou defeitos observados.

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Modelo sugerido para anotações de ocorrências

Nome da Contratada: Processo n°: Contrato n°:

Objeto:

Ocorrência(s): Providência(s) Tomada(s):

10) Manter controle atualizado dos pagamentos efetuados, em ordem

cronológica, observando para que o valor do contrato não seja

ultrapassado;

Modelo sugerido para controle de pagamentos efetuados

Nome da

Contratada

Processo n° Proc. de

Pgto n°

Contrato n° NE n° Valor

Empenhado Modalidade

( ) Ordinário

( ) Global

( ) Estimativa

Mês/Ano Descrição Documento

Pagamento

Data OB n° Data Valor

Total da Despesa Realizada

Saldo Disponivel (Despesa Empenhada - Despesa Realizada)

Observação:

11) Receber e atestar as notas fiscais e encaminhá-las à unidade competente

para pagamento, fazendo isto conjuntamente com a Comissão responsável

pelo recebimento e atesto concernente.

12) Solicitar à unidade de programação orçamentária disponibilidade de

recursos para o pagamento de valores que tenham extrapolado o valor do

Page 11: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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contrato e necessitem de reconhecimento de dívida (esta hipótese deve ser

raríssima e altamente evitada pela Administração Pública);

13) Acompanhar a evolução dos preços de mercado referentes ao objeto

contratado e informar à unidade competente as oscilações bruscas que

porventura acontecerem;

14) Comunicar à unidade competente, formalmente, irregularidades cometidas

passíveis de penalidade, após os contatos prévios com a contratada;

15) Solicitar à unidade competente esclarecimentos de dúvidas relativas ao

contrato sob sua responsabilidade;

16) Informar à unidade de programação orçamentária e financeira, até 15 de

dezembro de cada ano, ou em outra data definida pela Administração, as

obrigações financeiras não liquidadas no exercício, visando à obtenção de

reforço, cancelamento e/ou inscrição de saldos de empenho à conta de

restos a pagar;

17) Encaminhar à unidade de programação orçamentária e financeira até o mês

de novembro de cada exercício os pedidos de empenhamento para os

contratos ainda em vigor no exercício seguinte;

18) Autorizar, formalmente, quando do término da vigência do contrato, a

liberação da garantia contratual em favor da contratada;

19) Manter sob sua guarda os processos de contratação, ou se a Administração

preferir deixá-los em outro departamento, ter sob sua guarda as cópias dos

contratos e das notas de empenhos;

20) Verificar se o prazo de entrega, especificações e quantidades encontram-se

de acordo com o estabelecido no instrumento contratual;

21) Receber, provisória e definitivamente, as aquisições, obras ou serviços sob

sua responsabilidade, mediante termo circunstanciado, quando não for

designada Comissão de Recebimento ou outro servidor ou em conjunto

com a Comissão existente.

22) Comunicar à unidade competente eventuais atrasos nos prazos de entrega

e/ou execução do objeto, bem como os pedidos de prorrogação, se for o

caso;

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23) Zelar pela fiel execução da obra, sobretudo no que concerne à qualidade

dos materiais utilizados e dos serviços prestados;

24) Acompanhar o cumprimento do cronograma físico-financeiro;

25) Receber as etapas de obra mediante medições precisas e de acordo com

as regras contratuais;

26) Apresentar, mensalmente ou quando solicitado, relatório circunstanciado de

acompanhamento de execução da obra;

27) Manter, no local da obra, o Livro-Diário, e registrar todas as ocorrências

relevantes;

28) Encaminhar à unidade de contratos os pedido de alteração em projeto,

serviço ou de acréscimos (quantitativos e qualitativos) ao contrato,

acompanhado das devidas justificativas e observadas as disposições do

artigo 65 da Lei nº. 8.666/1993;

29) Estabelecer prazo para correção de eventuais pendências na execução do

contrato e informar à autoridade competente ocorrências que possam gerar

dificuldades à conclusão da obra ou em relação a terceiros;

30) Encaminhar à autoridade competente eventuais pedidos de modificações

no cronograma físico-financeiro, substituições de materiais e equipamentos,

formulados pela contratada, devidamente justificado e fundamentado;

31) Confrontar os preços e quantidades constantes da nota fiscal com os

estabelecidos no contrato;

32) Encaminhar junto à fatura/nota fiscal, a nota fiscal de simples remessa ou o

rol dos materiais utilizados na obra pela contratada;

33) Cientificar à autoridade competente, com antecedência mínima de sessenta

dias, da possibilidade de não conclusão do objeto na data aprazada, com

as devidas justificativas;

34) Elaborar projeto básico para todos os serviços de engenharia

complementar;

35) Realizar, juntamente com a contratada, as medições dos serviços nas datas

estabelecidas, antes de atestar as respectivas notas fiscais.

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RESPONSABILIDADES DO FISCAL DE CONTRATOS

O gestor do contrato, por força de suas atribuições formalmente estatuídas, tem

particulares deveres que, se não cumpridos, poderão resultar em

responsabilização civil, penal e administrativa.

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS APLICÁVEIS AO GESTOR DE CONTRATOS

A Lei Estadual nº 1.818/2007 – Estatuto do Servidor Público Civil do Estado do

Tocantins-, em seu artigo 152, prevê as penalidades disciplinares a serem

aplicadas aos servidores pelo exercício irregular de atribuições a eles afetas, quais

sejam:

a) advertência;

b) suspensão;

c) demissão;

d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

e) destituição de cargo em comissão;

f) destituição de função comissionada.

Na aplicação dessas penalidades, serão consideradas a natureza e a

gravidade da infração cometida, bem como os danos que dela provierem para o

serviço público. As sanções administrativas poderão cumular-se com as sanções

civis e penais, sendo estas independentes entre si.

De acordo com o artigo 141 da referida Lei nº 1.818/2007, a

responsabilidade civil decorre de ato omisso ou comissivo, doloso ou culposo, que

resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

RESPONSABILIDADE PENAL APLICÁVEL AO FISCAL DE CONTRATOS

No que se refere à responsabilidade penal, esta abrange os crimes e

as contravenções imputadas ao servidor nessa qualidade, conforme preconiza o

artigo 170 da Lei 1.818/207. Se comissão de sindicância ou de processo

administrativo disciplinar concluir que a infração constitui ilícito penal, os autos

serão encaminhados ao Ministério Público. São crimes contra a Administração

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Pública: improbidade administrativa, aplicação irregular de dinheiro público, lesão

aos cofres públicos e dilapidação nacional e corrupção.

DEFINIÇÕES IMPORTANTES AO FISCAL DE CONTRATOS

1. Termos de Referência ou Projeto Básico: Não há forma ou modelo

legalmente definido de Termos de Referência a ser elaborado. O essencial é que

seu conteúdo contemple todas as informações necessárias à justificativa do

pedido, bem como à elaboração do edital de licitação e do contrato.

2. Termo de Referência é o documento que deverá conter elementos capazes de

propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado,

considerando os preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a

estratégia de suprimento e o prazo de execução do contrato (artigo 8º, II da

10.520/2002).

Previsão legal para os Termos de Referência: Art. 3º I, (lei

10.520/02); Art. 8º, II (Decreto n.º 3.555/00) e Art. 9º, I (Decreto n.º 5.450/05)

Quem será responsável pela elaboração do Termo de Referência?

R: O Órgão requisitante, nos termos do artigo 9º, I do Decreto Federal nº 5.450/05.

3. Projeto Básico: é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível

de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras

ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos

técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado

tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação

do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução. (art. 6º, IX da

Lei nº 8.666/93).

4. Diferença entre termo de referência e projeto básico: a diferença

fundamental entre o Termo de Referência e o Projeto Básico está na modalidade

Page 15: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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de licitação a ser adotada pela Administração Pública. Para as modalidades

convite, tomada de preço e concorrência, a Lei nº 8.666/93 exige a elaboração de

Projeto Básico. A Lei nº 10.520/2002, que disciplina a modalidade de licitação

pregão, determina à Administração Pública preparação de Termo de Referência.

5. Termo Contratual: é o instrumento formal que expressa a contratação, cuja

obrigatoriamente ocorre nos seguintes casos:

Licitações realizadas nas modalidades tomadas de preços, concorrência;

Dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja compreendido nos

limites das modalidades tomada de preços e concorrência;

Contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações futuras, por

exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto, assistência técnica,

garantia técnica, serviços a serem prestados em etapas/mensais.

Nos demais casos, o termo de contrato é facultativo, podendo ser

substituído pelos instrumentos hábeis, como carta-contrato, nota de empenho de

despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

A administração também pode dispensar o termo de contrato nas

compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, das quais não

resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

6. Cláusulas Necessárias ao Contrato: A seguir, serão descritas com detalhes

as cláusulas consideradas necessárias ao contrato (vide artigo 55 da Lei nº

8.666/93).

Objeto: O objeto do contrato contém a descrição da obra, do serviço ou do

fornecimento do bem contratado. A partir do objeto são definidas as demais

condições contratuais.

Regimes de Execução/Forma de fornecimento: A execução de obras e

serviços pode ser direta ou indireta.

Page 16: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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A execução é direta quando a Administração executa o objeto, com

utilização dos seus próprios meios. Exemplo: o órgão dispõe, em seu

quadro de pessoal, marceneiro que faz reparos em móveis do órgão.

A execução é indireta quando a Administração contrata com terceiros.

Exemplo: contratação de empresa para fazer a limpeza do prédio do

órgão.

Preço: os preços a serem pagos pelo serviço, obra ou fornecimento devem

estar definidos em cláusula própria do contrato. O valor deve ser igual

àquele obtido na licitação ou no procedimento de dispensa ou de

inexigibilidade.

Todos os valores utilizados nas contratações serão expressos em Real (R$)

– moeda corrente nacional, ressalvados os casos de contratações

internacionais. Devem ser grafados em algarismo e por extenso, no que

couber. No contrato, os preços devem estar discriminados conforme

constar do edital e da proposta, por exemplo:

Item Quant. Discriminação. Vlr unit. R$ Vlr Total R$

01 10 Borrachas 1,50 15,00

02 10 Lápis 1,00 10,00

03 10 Canetas 2,00 20,00

Valor total do itens 45,00

Os preços apresentados em lote ou grupo devem constar do contrato

conforme cotados na proposta. Os grupos ou lotes são geralmente

compostos de subgrupos, subitens etc. Cuidado: a regra é a licitação por

ITEM, conforme entendimento dos Tribunais de Contas da União e dos

Estados.

Page 17: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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Cronograma de Desembolso: a Lei nº 8.666, de 1993, estabelece a

obrigatoriedade de cláusula contratual prevendo, nas condições de

pagamento, cronograma de desembolso máximo por etapa, parcela, tarefa

ou período, conforme a disponibilidade de recursos financeiros.

Para obras e serviços de engenharia, esse cronograma é usualmente

chamado na prática administrativa de cronograma físico-financeiro.

Cronograma físico-financeiro é o documento em que estão previstas as

etapas de execução da obra, da prestação dos serviços e do desembolso

que a Administração deve fazer por ocasião das medições e efetivação dos

pagamentos.

Trata-se de documento importante para a Administração que contrata obras

ou serviços, em especial durante o acompanhamento das etapas de

execução. O cronograma físico-financeiro deve estar em harmonia com o

projeto básico, de forma que possa refletir o andamento e a realidade da

obra ou do serviço e definir claramente, em especial:

o Os limites para pagamento de instalação e mobilização para execução das

obras ou prestação dos serviços, previstos obrigatória e separadamente

das demais etapas, parcelas, tarefas ou períodos;

o As datas de início de execução, de conclusão e de entrega de cada etapa,

parcela, tarefa ou período;

o O valor a ser pago por etapa, parcela, tarefa ou período concluído.

Uma das deliberações do TCU trata justamente da importância do

cronograma de desembolso, a Decisão 835/2002, diz o seguinte: “Devem

ser providenciados cronogramas físico-financeiros atualizados que

possibilitem visualizar o acompanhamento da sua programação e a

compatibilidade da execução contratual ao longo do prazo estipulado para

Page 18: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

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seu término, bem como facilitar sua supervisão, em conformidade com o

disposto nos arts. 6º, IX, 8º e 67, da Lei nº 8.666, de 1993.”

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades

com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das

fundações por ele instituídas ou mantidas;

Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua

totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua

execução.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação

de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa

atribuição.vistos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua

execução.

Garantia Técnica: A contratada é obrigada a reparar, corrigir, remover,

reconstruir ou substituir, à suas expensas, o objeto do contrato em que se

verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de

materiais empregados. O gestor deverá informar o prazo de garantia

técnica pretendido.

Garantia Contratual - Artigo 56 Da Lei 8.666/93: Avaliar a necessidade da

exigência de garantia, de acordo com a complexidade do objeto do

contrato, visando assegurar sua execução e evitar prejuízos ao patrimônio

público. O valor da garantia contratual não poderá exceder a 5% (cinco por

cento) do valor do contrato, exceto para obras, serviços e fornecimento de

grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros

consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado

pela autoridade competente, que o limite da garantia poderá ser elevado

para até 10% do valor do contrato.

Caso seja verificada a necessidade de prestação de garantia

contratual, o contratado pode optar por uma das seguintes modalidades:

• Caução em dinheiro;

• caução em títulos da dívida pública;

Page 19: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

19

• seguro-garantia;

• fiança bancária.

O gestor deverá autorizar expressa e formalmente, quando do

término da vigência do contrato, a liberação da garantia em favor da contratada, e,

no caso de garantia prestada em dinheiro, a devolução será feita após atualizada.

Vigência. Artigo 57 Da Lei 8.666/93. O gestor deverá informar o prazo de

vigência do contrato. O artigo 57 da Lei 8.666/93 estabelece que os

contratos devem ter sua vigência limitada aos respectivos créditos

orçamentários, em observância ao princípio da anualidade do orçamento.

Sendo assim, os contratos vigoram até 31 de dezembro do exercício

financeiro em que foram formalizados, independentemente da data em que

iniciaram.

O mesmo artigo 57 da Lei 8.666/93, porém, admite exceções para

que os contratos possam ultrapassar a vigência dos respectivos créditos

orçamentários, são elas:

• Projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas

estabelecidas no Plano Plurianual, que podem ser prorrogados, se houver

interesse da Administração e previsão no ato convocatório. Exemplo: construção

de nova sede;

• serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a

sua duração prorrogada por até 60 meses. Exemplo: serviços de limpeza e

conservação, e vigilância; (vide INSTRUÇÃO NORMATIVA No 02, de 30 de abril

de 2008, que dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços,

continuados ou não, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão).

• aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática,

que podem ser prorrogados pelo prazo de 48 meses. Exemplo: licença de uso de

software.

Repactuação: É uma forma de negociação entre a Administração e a

contratada, que visa à adequação dos preços contratuais aos novos preços

Page 20: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

20

de mercado. Não está vinculada a qualquer índice. Somente os contratos

que tenham por objeto a prestação de serviços de natureza contínua

podem ser repactuados. Para repactuação de preços deve ser apresentada

demonstração analítica da variação dos componentes dos custos do

contrato, devidamente justificada. A repactuação que vise a aumento de

despesa não é permitida antes de decorrido, pelo menos, 01 (um) ano de

vigência do contrato.

Compensação Financeira: A compensação financeira é admitida nos

casos de eventuais atrasos de pagamento pela Administração, desde que o

contratado não tenha concorrido de alguma forma para o atraso. É devida

desde a data limite fixada no contrato para o pagamento até a data

correspondente ao efetivo pagamento da parcela.

No exercício do controle externo, o TCU utiliza o Índice de Preços ao

Consumidor Ampliado – IPCA da Fundação Getúlio Vargas para

atualização dos débitos e multas aplicadas.

Nas compras para entrega imediata, cujo pagamento venha a ocorrer em até 15

dias, pode ser dispensada a compensação financeira correspondente ao período

compreendido entre a data do adimplemento e a data prevista para o pagamento.

ENTREGA IMEDIATA é aquela com prazo de entrega de até trinta dias da data da

contratação.

A atualização monetária pode ser aplicada nos casos em que o contratado tiver

executado o objeto ou cumprido sua obrigação e a Administração não tenha

efetuado o pagamento dentro do prazo estipulado no ato convocatório e no

contrato.

A atualização monetária, quando aplicável, deve ser calculada por critérios

estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório e no contrato.

Page 21: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

21

6. Equilíbrio Econômico-Financeiro (Cláusula Exorbitante): consiste na

manutenção das condições de pagamento inicialmente estabelecidas no contrato,

a fim de que se mantenha estável a relação entre as obrigações do contratado e a

retribuição da Administração, para a justa remuneração da obra, serviço ou

fornecimento, se justificando nas seguintes ocorrências:

Fato imprevisível, ou previsível, porém de conseqüências incalculáveis,

retardadores ou impeditivos da execução do que foi contratado.

Caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea

econômica (probabilidade de perda concomitante à probabilidade de lucro)

extraordinária e extracontratual.

Para que possa ser autorizado e concedido o reequilíbrio econômico-

financeiro do contrato, normalmente pedido pelo contratado, deverá ser verificado:

Os custos dos itens constantes da proposta contratada com a planilha de

custos que acompanha o pedido de reequilíbrio;

A ocorrência de fato imprevisível, ou previsível, porém de conseqüências

incalculáveis, que justifique as modificações do contrato para mais ou para

menos.

O reequilíbrio econômico-financeiro não está vinculado a qualquer

índice, ocorre quando for necessário o restabelecimento da relação econômica

que as partes pactuaram inicialmente.

7. Reajuste de Preços: Em contratos com prazo de duração igual ou superior a

um ano, é admitida cláusula com previsão de reajuste de preços, que,

efetivamente, só poderá ocorrer quando a vigência do contrato ultrapassar 12

(doze) meses, contados a partir da data limite para apresentação da proposta. Isto

por força da dos artigos 2º1 e 3º2 da Lei Federal nº 10.192, de 14 de fevereiro de

1 Art. 2o É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos

custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano.

§ 1o É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano. § 2o Em caso de revisão contratual, o termo inicial do período de correção monetária ou reajuste, ou de nova revisão, será a data em que a

anterior revisão tiver ocorrido.

§ 3o Ressalvado o disposto no § 7º do art. 28 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, e no parágrafo seguinte, são nulos de pleno direito quaisquer expedientes que, na apuração do índice de reajuste, produzam efeitos financeiros equivalentes aos de reajuste de periodicidade

inferior à anual.

Page 22: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

22

2001, que preconiza ser “nula de pleno direito qualquer estipulação de

reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano” nos

contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração Pública direta ou

indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O reajuste de preços está vinculado a índice previamente definido no contrato, que

na maioria dos casos é o IGP/DI-FGV (Índice Geral de Preços/Disponibilidade

Interna, calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas).

8. Termo Aditivo: Os contratos administrativos podem ser modificados nos casos

permitidos em lei. Essas modificações são formalizadas por meio de instrumento

usualmente denominado termo de aditamento, comumente denominado termo

aditivo.

O termo de aditamento pode ser usado para efetuar acréscimos ou

supressões no objeto, prorrogações, repactuações, além de outras modificações

admitidas em lei que possam ser caracterizadas como alterações do contrato.

O termo de aditamento deve ser numerado seqüencialmente.

Exemplo: Primeiro Termo de aditamento ao Contrato nº 01/2005, Segundo Termo

de aditamento ao Contrato nº 1/2005, Terceiro Termo de aditamento ao Contrato

nº 1/2005.

Estão dispensadas de termo de aditamento as modificações que

puderem ser efetuadas por simples apostila, conforme determina o § 8° do art. 65

desse dispositivo legal.

§ 4o Nos contratos de prazo de duração igual ou superior a três anos, cujo objeto seja a produção de bens para entrega futura ou a

aquisição de bens ou direitos a eles relativos, as partes poderão pactuar a atualização das obrigações, a cada período de um ano, contado a

partir da contratação, e no seu vencimento final, considerada a periodicidade de pagamento das prestações, e abatidos os pagamentos,

atualizados da mesma forma, efetuados no período.

§ 5o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos contratos celebrados a partir de 28 de outubro de 1995 até 11 de outubro de 1997. (Vide Medida Provisória nº 2.223, de 4.9.2001).

§ 6o O prazo a que alude o parágrafo anterior poderá ser prorrogado mediante ato do Poder Executivo. (Vide Medida Provisória nº 2.223,

de 4.9.2001). 2 Art. 3o Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, e, no que com ela não

conflitarem, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

§ 1o A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se referir.

§ 2o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.

Page 23: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

23

Art. 65 (...)

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto

no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras

decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de

dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não

caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,

dispensando a celebração de aditamento.

9. Termo de Apostilamento: Apostila é a anotação ou registro administrativo que

pode ser:

Feita no termo de contrato ou nos demais instrumentos hábeis que o

substituem, normalmente no verso da última página do contrato;

Juntada por meio de outro documento ao termo de contrato ou aos demais

instrumentos hábeis.

A apostila pode ser utilizada nos seguintes casos:

Variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato;

Compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de

pagamento;

Empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu

valor corrigido.

Acórdão 576/2004 Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União diz:

“Restrinja a formalização de reajuste de contrato por apostila somente às

previsões expressas no artigo 65, § 8º, da Lei n.º 8.666/1993.” Ficando, portanto o

apostilamento sujeito apenas ao previsto no dispositivo legal mencionado.

10. Prorrogação da Vigência do Contrato - Artigo 57 da Lei 8.666/93: O prazo

contratual para a prestação de serviços contínuos pode ser prorrogado por iguais

e sucessivos períodos, até o limite de 60 (sessenta) meses, a fim de que se possa

obter preços e condições mais vantajosos para a Administração.

Page 24: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

24

O Fiscal de contratos deverá informar à unidade de Contratos, nos

respectivos autos, o interesse na prorrogação dos contratos sob sua

responsabilidade, apresentando:

1. Avaliação de desempenho da contratada;

2. Levantamento de informações quanto aos aspectos técnicos e

mercadológicos que comprovem a existência de condições e preços

vantajosos para a Administração, por meio de pesquisa de mercado

realizada em pelo menos três empresas do ramo ou em Órgãos da

Administração Pública que mantenham contratos semelhantes;

3. Manifestação da contratada em relação à prorrogação e ao reajuste de

preços;

4. Nos casos de prorrogação de contratos de prestação de serviços, anexar

aos autos cópia da convenção coletiva de trabalho, devidamente registrada

na Delegacia Regional do Trabalho, ou do Dissídio Coletivo;

5. Nos caso de dispensa e inexigibilidade de licitação informar se a contratada

continua mantendo, em relação à execução do objeto, as condições que

ensejaram sua contratação, de conformidade com a fundamentação legal

pertinente.

Na hipótese em que os contratos não puderem ser prorrogados em

virtude de expiração do prazo limite de vigência, deverá ser elaborado Projeto

Básico visando à realização de novo procedimento licitátorio.

Os autos, contendo o pedido de prorrogação ou novo projeto básico,

deverão ser encaminhados antes da expiração da vigência do respectivo contrato.

Recomenda-se a observância dos seguintes prazos:

1. Até 60 (sessenta) dias para os procedimentos relativos à inexigibilidade e

dispensa de licitação;

2. Até 90 (noventa) dias para os procedimentos relativos à licitação nas

modalidades de Convite e Pregão;

3. Até 120 (cento e vinte) dias para os procedimentos relativos à licitação nas

modalidades de Tomada de Preços e Concorrência.

Page 25: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

25

É importante observar o cumprimento dos sobreditos prazos os

trâmites processuais obrigatórios ao procedimento licitatório necessitam de tempo

considerável para sua consecução final.

Os contratos somente poderão ser prorrogados caso não tenha

havido interrupção do prazo de vigência, ainda que a interrupção tenha ocorrido

por apenas um dia o ajuste não poderá ser prorrogado.

CLÁUSULAS EXORBITANTES

1. Rescisão Contratual - Artigo 77 a 80 da Lei nº 8.666/93: a inexecução total

ou parcial do contrato pode acarretar a sua rescisão, com as conseqüências

estabelecidas no próprio contrato e aquelas previstas em lei ou regulamento. São

motivos para rescisão do contrato, segundo a Lei nº 8.666/93:

O não cumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais,

especificações, projetos ou prazos;

A lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a

impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos

prazos estipulados;

O atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

A paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e

prévia comunicação à Administração;

A subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado

com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, da execução do

objeto, bem como a fusão, cisão ou incorporação da contratada, quando

não admitida no ato convocatório e no contrato;

O desatendimento das determinações regulares da autoridade designada

para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus

superiores;

O cometimento reiterado de faltas na sua execução;

A decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

A dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

Page 26: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

26

A alteração social, a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa,

que prejudique a execução do contrato;

Razões de interesse público de alta relevância e amplo conhecimento,

justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera

administrativa a que está subordinada a Administração, e exaradas no

processo administrativo a que se refere o contrato;

A supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,

acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite

permitido;

A suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por

prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade

pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por

repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente

do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e

contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações, e outras

previstas, assegurando ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela

suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja

normalizada a situação;

O atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela

Administração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas

deste, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,

grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o

direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até

que seja normalizada a situação.

Ainda, pode o contrato ser rescindido de forma unilateral não

dependem de cláusula expressa para se concretizarem. De toda a forma, a Lei de

Licitações disciplina em seus art.s 65, I, “a” e “b” as hipóteses em que a

Administração poderá exercer de tais prerrogativas.

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas

justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

Page 27: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

27

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor

adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta

Lei;

2. As Alterações Contratuais - Artigo 65 da Lei 8.666/93: Os contratos poderão

ser alterados desde que haja interesse da Administração, e para atender ao

interesse público. Para que as alterações sejam consideradas válidas devem ser

justificadas por escrito, fundamentadas e previamente autorizadas pela autoridade

competente para celebrar o contrato. As alterações podem ser unilaterais ou por

acordo entre as partes.

3. Alterações Unilaterais: A alteração unilateral pode ocorrer nas seguintes

situações:

Alteração qualitativa: quando a Administração necessitar modificar o projeto

ou as especificações para melhor adequação técnica aos seus objetivos.

Alteração quantitativa: quando for necessária a modificação do valor do

contrato em razão do acréscimo ou diminuição nos quantitativos do seu

objeto.

4. Alterações por Acordo entre as Partes: Podem ocorrer, por exemplo:

Quando for conveniente substituir a garantia efetuada para execução do

contrato;

Quando for necessária a modificação do regime de execução da obra ou

serviços ou do fornecimento;

Quando for necessária modificação da forma de pagamento, por imposição

de circunstâncias que surgirem após a assinatura do contrato, devendo ser

mantido seu valor inicial atualizado;

Quando for necessário restabelecer as relações inicialmente pactuadas,

objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do

contrato.

5. Acréscimos e Supressões: de acordo com a Lei nº 8.666/93, art. 65, § 1º, o

contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições do contrato original,

Page 28: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

28

acréscimos ou supressões, respeitados os limites admitidos. Diante da

necessidade de acrescer ou suprimir quantidade de algum item do contrato, a

Administração deve considerar o valor inicial atualizado do item para calcular o

acréscimo ou a supressão pretendida. Os prazos de execução do objeto

contratado poderão ser aumentados ou diminuídos proporcionalmente aos

acréscimos ou supressões que por acaso ocorrerem.

A administração pode alterar o contrato quando forem necessários

acréscimos ou supressões nas compras, obras ou serviços, desde que

respeitados os seguintes limites legais:

Para as compras, obras ou serviços: acréscimos ou supressões de até 25%

do valor atualizado do contrato.

Para reforma de edifício ou equipamento: acréscimos até o limite de 50%

do valor atualizado do contrato.

Independentemente desta possibilidade, muitas alterações poderiam

ser evitadas se houvesse adequado planejamento para compras e serviços, uma

vez que os fatos não previstos geram descontroles orçamentários.

Acima desses percentuais, somente são permitidas as supressões

resultantes de acordo celebrados entre as partes. O gestor deverá informar a data

em que iniciará a alteração do contrato.

6. Controle do Contrato: Outro poder peculiar a Administração é a possibilidade

de controlar o perfeito andamento do contrato, ou seja, da consecução do objeto

avençado, através do gestor de contrato, ou seja, ao Poder Público é permitido

fiscalizar, supervisionar, intervir e acompanhar a execução do contrato, conforme

art. 67 da Lei 8.666/93.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e

fiscalizada por um representante da Administração especialmente

designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e

subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Convém mencionar que esse controle não retira do particular o direito de executar

o avençado nos conformes pactuados no instrumento de contrato. Cumpre a

Page 29: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

29

Administração, por meio do seu poder de controle, verificar se o contratado está

agindo para o alcance do objeto contratado. A Administração poderá intervir para

assegurar a continuidade do serviço ao verificar algum evento estranho que

paralise ou retarde a execução do objeto.

De um modo geral, o poder de controle do contrato tem função de zelar pela “...

exatidão dos trabalhos, dando orientação conveniente e impondo as modificações

que o interesse público exigir”.

7. Aplicação de Penalidades Contratuais: Prevista na Lei de Licitações, inc. IV

do art. 58, a aplicação de sanções pela inexecução total ou parcial do contrato é

também uma prerrogativa do Poder Público. Diferente do que ocorre nos contratos

privados, diante de hipótese de inexecução do contrato, é permitido nos contratos

administrativo que uma das partes – o Poder Público – imponha sanção à outra

parte, independente de intervenção judiciária.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído

por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a

prerrogativa de:

(...)

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do

ajuste;

Tal prerrogativa deriva da possibilidade da Administração em controlar os

contratos firmados por ela. Isso porque, diante de falta por parte do particular,

cabe a Administração penalizá-lo de alguma forma.

Assim, se o contratado, por exemplo, atrasar a consecução do objeto, de forma

injustificada, estará sujeito à aplicação de multa pela Administração, nos moldes

previstos no contrato e/ou instrumento convocatório que antecedeu. Devido a

importância desse item, o veremos em separado.

Page 30: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

30

PENALIDADES APLICÁVEIS À CONTRATADA – ARTIGO 87 DA

LEI 8.666/93

Podem ser aplicadas à contratada as seguintes sanções:

a. Advertência;

b. Multa, de acordo com o previsto no contrato;

c. Suspensão temporária de participar de licitação e impedimento de

contratar com a Administração, pelo prazo de até 02 (dois) anos;

d. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos

determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação

perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.

Além das penalidades citadas, o contratado fica sujeito às demais

sanções civis e penais previstas em lei.

Para validade da aplicação das penalidades é indispensável que seja

assegurado ao contratado o direito de ampla defesa e do contraditório, no prazo

de cinco dias úteis. As penalidades deverão estar motivadas em processo

administrativo. Caso o Gestor verifique a inexecução total ou parcial do objeto

contratado deverá proceder da seguinte maneira:

1. registrar em formulários próprios todas as ocorrências observadas

(conforme sugerido no capitulo IV, item 3, subitem 9);

2. oficiar a empresa contratada acerca das falhas apontadas, concedendo

prazo para manifestação da mesma;

3. analisar as justificativas da empresa, e caso não sejam aceitas,

encaminhar os autos com as devidas observações para a unidade de

contratos visando, se for o caso, a abertura de procedimento

administrativo para aplicação da penalidade;

4. acatando as justificativas da empresa, e conforme o caso, advertir a

contratada que novas ocorrências poderão acarretar aplicação de

penalidade.

Page 31: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

31

MODELO PARA SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DE SANÇÕES

Nome do Órgão:

Nome da Contratada:

Nº do Processo:

Nº do Contrato:

Objeto do Contrato:

Autoridade responsável:

Pena sugerida:

Advertência ( ) Suspensão ( ) Declaração de Inidoneidade ( ) Multa ( )

(Transcrição das justificativas para a aplicação da penalidade proposta)

OUTRAS OBSERVAÇÕES:

Local, ____ de ___________________________ de 200___.

Assinatura/ Carimbo do Gestor de Contratos

Atenção: Encaminhar este relatório à Unidade de Contratos, nos autos, quando ocorrer (em)

irregularidade(s) não solucionada(s) pelo próprio Gestor de Contratos.

A ESTRUTURA MÍNIMA DE UM TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO

BÁSICO

O Termo de Referência e o Projeto Básico devem conter, no mínimo:

1. Justificativa do Pedido: A solicitação de aquisição de bem, de prestação de

serviços, de alienação, de locação, realização de obra ou qualquer atividade que

envolva terceiros, deverá ser acompanhado das razões ou motivação do que se

pretende e das suas finalidades.

Caso o gestor se depare com um objeto que tenha uma natureza

especial ou a exigência de particulares atributos, ou ainda, que possua

características que apenas algumas pessoas detêm, deverá justificar de forma

objetiva, pois o interesse público não pode ser confundido com pretensão

Page 32: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

32

particular. O gestor deve observar se os resultados a serem almejados estão

compatíveis com o investimento.

Formular pedido, na Administração Pública, envolve grande

responsabilidade. É preciso conjugar a necessidade do órgão com o que é

oferecido pelo mercado, sob pena de cometimento de ilegalidade.

2. Objeto da Contratação: O objeto deverá ser descrito de forma clara, objetiva e

sucinta. A expressão “objeto da licitação” pode ser definida como o bem ou a

utilidade que a Administração busca adquirir ou alienar. É o objeto sobre o qual

versará o contrato que a Administração pretende firmar.

2. Características do Objeto: Especificações - Artigo 3º § 1º da Lei 8.666/93:

As características do objeto deverão ser minuciosamente detalhadas, não

podendo deixar margem a qualquer dúvida ou complementação a posteriori,

sendo vedada à Administração a inclusão de qualquer cláusula ou condição que

frustre o caráter competitivo da licitação. É vedado aos agentes públicos, admitir,

prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que

comprometam, restrinja ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam

preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos

licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o

específico objeto do contrato. A regra é a mais ampla participação de interessados

na licitação, para que seja selecionada a proposta mais vantajosa ao interesse

público, logo se deve evitar pedidos com especificações fielmente transcritas de

prospectos ou catálogos de determinado fornecedor. Adicionalmente, deve-se

observar o artigo 7º, § 5º, da Lei 8.666/93, que veda a realização de licitação cujo

objeto inclua bens e serviços sem similaridade, ou produtos de marcas,

características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for

tecnicamente justificável, ou ainda, quando o fornecimento de tais materiais e

serviços for feito sob o regime de “administração contratada”, previsto e

discriminado no edital.

Page 33: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

33

3. Relação de Bens a Serem Manutenidos: Indicar a relação de bens a serem

cobertos pelo contrato, contendo, dentre outros, marca, modelo, número de série,

número de tombamento e local onde o bem está alocado.

4. Quantidade – Artigo 7, § 4º, da Lei 8.666/93: É vedada a licitação de

quantidades indefinidas, por esta razão, no projeto básico deverá constar,

obrigatoriamente, a estimativa das quantidades a serem adquiridas. Nos casos em

que houver dificuldades para a definição das quantidades, ainda assim, deverá ser

elaborada uma estimativa, dentro dos limites permitidos pela técnica. O

recomendável é que a definição das quantidades seja a mais exata possível, a fim

de que sejam evitadas solicitações que possam acarretar acréscimos além dos

limites legais, quando da execução do objeto.

5. Prazos: O projeto básico deverá prever, de acordo com a natureza de seu

objeto, dentre outros prazos, os de início de etapas de execução, de conclusão, de

entrega, de testes, observação, garantia técnica, recebimento definitivo, no caso

de fornecimento de bens, o prazo que a contratada terá para entregar os bens

solicitados pelo contratante ou para substituir o produto rejeitado.

9. Regime de Execução Ou Forma de Fornecimento. Artigo 10º Da Lei

8.666/93: As obras e serviços poderão ser executados de forma direta ou indireta.

Execução Direta: A execução do objeto de forma direta consiste na

utilização dos próprios meios disponíveis no órgão. Como exemplo, pode-se citar

a prestação de serviços de marcenaria a partir do emprego de mão-de-obra

existente em seu próprio quadro de pessoal.

Execução Indireta: O regime de execução indireta do objeto, por

seu turno, consiste na contratação de terceiros para a prestação dos serviços, em

razão da inviabilidade de emprego de seus próprios meios, ou em função da

verificação da vantajosidade econômica a ser obtida pela terceirização. Como

Page 34: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

34

exemplo, pode-se citar a contratação de empresa para fazer a limpeza prédio

onde o órgão está instalado. O regime de execução indireta divide-se em 04

(quatro) modalidades, sendo elas: empreitada por preço global, por preço unitário,

tarefa e empreitada integral.

Empreitada Por Preço Global: Esta modalidade é utilizada quando se

contrata a execução de obra ou serviço por preço certo e total. Seu uso se

verifica, geralmente, em contratações de objeto com características

consideradas comuns, isto é, quando os quantitativos envolvidos estiverem

sujeitos a poucas alterações durante a execução do objeto, e, por esta

razão, puderem ser facilmente aferidos.

Empreitada Por Preço Unitário: A empreitada por preço unitário é usada

quando se contrata a execução de obra ou serviço por preço certo de

unidades determinadas. É empregada com mais freqüência em projetos de

maior complexidade, quando as quantidades de serviços e materiais,

relativos às parcelas de maior relevância e valor significativo, não estiverem

definidas de forma exata no ato convocatório, tampouco no orçamento

apresentado constante da proposta obtida junto a fornecedor. Esta

modalidade será a mais indicada quando o objeto incluir o fornecimento de

materiais ou serviços com previsão de quantidades, ou quando os

quantitativos corresponderem às previsões reais do projeto básico, ou do

projeto executivo, os quais deverão retratar, com adequado nível de

precisão, a realidade da execução da obra ou da prestação de serviços.

Tarefa: A tarefa é utilizada quando se contrata a mão-de-obra para

pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de

materiais.

Empreitada Integral: A empreitada integral é usada quando se pretende

contratar o objeto em sua totalidade, ou seja, compreendendo todas as

Page 35: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

35

etapas da obra, serviços e instalações necessárias. Nesse regime o

contratado assume inteira responsabilidade pela execução do objeto, até a

sua entrega ao órgão em condições de ser utilizado.

PRINCIPAIS FALHAS E CUIDADOS NECESSÁRIOS NA ELABORAÇÃO DO

TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO BÁSICO.

Não poderá ser indicada marca, nem se direcionar a especificação

para algum fornecedor (a inobservância destas regras são as falhas mais comuns

em um Termo de Referência). A Administração Pública deve ter o cuidado de não

inserir no edital cláusulas que restrinjam a competição entre os licitantes; informar

nos autos a disponibilidade orçamentária e financeira para fazer face à despesa

pretendida, efetivar a publicação dos avisos de licitações; remeter cópias dos

editais aos Órgãos de Fiscalização Interna e externa nos termos da legislação

pertinente, dentre outros.

REQUISITOS A SEREM EXIGIDOS NO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

Relacionar os pré-requisitos empresariais, científicos, técnico-

profissionais ou pessoais dos interessados, como por exemplo:

registro ou inscrição na entidade profissional competente;

comprovar aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível

com o objeto, mediante apresentação de atestado de capacidade técnica;

indicar o sindicato de que fazem parte os empregados que realizarão os

serviços e a data-base da categoria;

não subcontratar, ceder ou transferir, total ou parcialmente, o

compromisso a ser assumido;

vistoriar as instalações e equipamentos envolvidos no objeto e declarar

essa vistoriam por meio de seu responsável técnico (engenheiro) e

demais profissionais que julgar pertinentes;

Page 36: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

36

indicar a marca e outros elementos identificadores dos materiais a serem

empregados;

com todas as despesas diretas e indiretas relativas à execução dos

serviços, incluindo-se as atinentes a emolumentos, taxas, licenças, de

modo a que não reste quaisquer ônus adicionais além do valor proposto

pela interessada;

garantir totalmente os serviços executados e os materiais empregados por

período mínimo de cinco anos, a contar do recebimento definitivo;

apresentar as principais características de cada um dos equipamentos,

além das especificações obrigatórias, como marca, modelo, código de

identificação único (interno do interessado ou do fabricante), quantidades,

incluindo seus componentes expansíveis, opcionais ou que possam

oferecer variação de configuração, tais como discos, memórias, placas

adaptadoras etc.;

apresentar, manuais, catálogos, folhetos, impressos ou publicações

originais do fabricante; apresentar amostra de materiais/serviços para fins

de verificar a adequação dos mesmos com as especificações do objeto.

OBRIGAÇÕES A SEREM EXIGIDAS DA EMPRESA A SER CONTRATADA

Relacionar as obrigações a serem exigidas da empresa contratada,

como por exemplo:

Manter seus empregados sujeitos às normas disciplinares do Órgão

licitante;

Fornecer, sempre que solicitado pelo contratante, cópia integral da folha

de pagamento; responsabilizar-se por danos causados aos equipamentos

e/ou outros bens de propriedade do CONTRATANTE, ou de terceiros,

ocasionados por seus funcionários, em virtude de dolo ou culpa, quando

na execução do objeto contratado;

A contratada fornecerá, sem ônus adicionais, uniformes completos aos

funcionários destacados para a prestação dos serviços, conforme descrito

Page 37: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

37

em anexo, bem como fornecerá todos os equipamentos de proteção

individual e coletiva sempre que necessário à execução dos serviços;

A contratada deverá corrigir, às suas expensas, todos os serviços

executados em que se verificarem imperfeições, vícios ou incorreções,

dentro do prazo estipulado, em cada caso, pelo contratante.

EXECUÇÃO DAS PRESTAÇÕES DO CONTRATO. ARTIGO 66 DA LEI 8.666/93

As formas de execução devem estar previstas e definidas, deverão

ser observados diversos aspectos, como: a forma em que o objeto será solicitado

(requisição por escrito, e-mail, fax, ofício, etc); dias e horários da execução do

objeto; locais de execução do objeto; fases de execução do objeto; orientações

que a contratada deverá observar na execução do objeto.

RECEBIMENTO DO OBJETO - ARTIGO 73 C/C ARTIGO 74 DA LEI 8.666/93

É importante informar todos os aspectos que envolverão o

recebimento do objeto. A seguir estão elencados alguns itens importantes a serem

considerados:

Dias e horários em que se dará o recebimento do objeto ou a prestação

do serviço; local de entrega;

Trâmites que a contratada deverá seguir para realizar a entrega; previsão

de entrega que poderá incluir a instalação;

Indicação de comissão de recebimento, se for o caso;

Recebimento provisório e definitivo; forma que o objeto, no caso de

fornecimento ou aquisição, deverá ser entregue pela empresa contratada,

tipo de embalagem, previsão contra danos no transporte e manuseio;

Como será efetuada a desembalagem;

Necessidade de realização de exame;

Previsão para capacitação técnica acerca dos produtos adquiridos, (carga

horária, número de treinandos, conteúdo programático, objetivo do

treinamento, dias e horários do treinamento, material de treinamento,

etc.).

Page 38: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

38

ESTIMATIVA DE CUSTOS - Artigo 16, inciso I da LC 101/00, c/c artigo 7º, § 2º,

da Lei 8.666/93.

A Lei 8.666/93 preceitua que as obras e os serviços somente

poderão ser licitados quando existir orçamento detalhado em planilhas que

expressem a composição de todos os seus custos unitários, além de ampla

pesquisa de mercado, com pelo menos três empresas do ramo ou em Órgãos da

Administração Pública que mantenham contratos semelhantes, a fim de embasar

as estimativas de custos. O gestor deverá prever a estimativa do impacto

orçamentário-financeiro no exercício em que o contrato entrar em vigor, bem como

nos dois anos subseqüentes. Exemplo: No caso de aquisição de veículos deverão

ser previstos os gastos com seguro, manutenção, combustível e etc.

PROCESSO DE PAGAMENTO

1. Processo de Pagamento: A abertura do Processo de Pagamento para cada

exercício financeiro é de responsabilidade da unidade de análise de faturamento e

liquidação de despesas, que procederá à sua abertura e composição, com os

seguintes documentos: contrato, termos aditivos, nota de empenho, portaria de

designação do gestor e portaria de designação da comissão de recebimento.

Cabendo-lhe informar ao gestor o número do processo de pagamento de cada

contrato sob sua responsabilidade.

Após o recebimento e análise dos documentos fiscais, em confronto

com o termo contratual e com a legislação vigente, a unidade de análise de

faturamento e liquidação de despesas providenciará a juntada aos autos de toda a

documentação obrigatória para pagamento, emitirá o Relatório de Liquidação de

Despesas e encaminhará a unidade de pagamento de despesas contratuais e

diversas para as providências necessárias aos lançamentos contábeis no Sistema

Integrado de Administração Financeira (SIAFEM), obedecendo às fases da

despesa, previstas na Lei 4.320/64, abaixo discriminadas.

Page 39: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

39

2. Notas Fiscais:As notas fiscais referentes aos contratos de prestação de

serviços e/ou fornecimento de material devem ser encaminhadas pela empresa

contratada à área gestora para as providências necessárias à conferência e atesto

dos documentos fiscais. O gestor do contrato, ao atestar a fatura/nota fiscal, está

declarando que o serviço ou material a que ela se refere foi satisfatoriamente

prestado ou fornecido e que o seu valor está em conformidade com o termo

contratual.

Após atesto os documentos de cobrança devem ser encaminhados à

unidade de execução orçamentária e financeira no prazo de até 02 (dois) dias

úteis.

Quando se tratar de fatura/nota fiscal de telefonia, água, luz ou

assemelhados, com a data de vencimento expressa no corpo do documento, o

mesmo deve ser encaminhado à unidade de execução orçamentária e financeira

com a antecedência mínima de 04 (quatro) dias úteis da data prevista para

pagamento. Caso a fatura/nota fiscal seja encaminhada fora do prazo supracitado,

e não haja possibilidade de efetuar seu pagamento na data aprazada, a mesma

será restituída ao gestor para as providências necessárias à prorrogação do prazo

de vencimento.

A fatura/nota fiscal, após análise da unidade de execução

orçamentária e financeira, poderá eventualmente ser restituída à área gestora

para que a mesma interaja junto à contratada objetivando a substituição ou

correção do documento fiscal.

Caso os documentos fiscais sejam encaminhados à unidade de execução

orçamentária e financeira sem que a documentação estipulada em contrato esteja

completa, será solicitado à área gestora as providências necessárias à

complementação da documentação, possibilitando, assim, a liquidação e

pagamento.

Despesa

Page 40: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

40

Considera-se despesa pública o gasto autorizado no orçamento para atendimento

às finalidades do estado, isto é, o que pode ser realizado pelo governo, entrando

neste item os contratos e os repasses de convenio.

A execução da despesa se divide em três fases:

Empenho;

Liquidação; e

Pagamento.

No contrato deve constar a indicação do crédito pelo qual deve correr a despesa,

quanto à classificação funcional (programa de trabalho) e à natureza da despesa.

A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de:

Categoria econômica;

Grupo de natureza da despesa;

Elemento de despesa.

ESTÁGIOS DA DESPESA

Mesmo em se tratando de contrato, deve-se respeitar os estágios da despesa. De

acordo com o Código de Contabilidade de 1922 e a Lei n° 4.320/64, as estágios

da despesa são:

EMPENHO

LIQUIDAÇÃO

PAGAMENTO

Deve-se observar que antes do comprometimento da despesa, ela deve ser

enquadrada na legalidade, conforme preceitua o art. 37 da CFRB, ou seja, se for

Page 41: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

41

aquisição de bens, serviços, materiais ou obras, na Lei n° 8.666/93, pessoal, na

legislação de pessoal, diária, na norma que disciplina a concessão de diárias e

suprimentos de fundos, na norma referente a suprimento de fundos.

Empenho

É o ato da autoridade competente ou, por delegação de competência (ordenador

de despesa), que cria para a obrigação do pagamento dentro do limite dos

créditos concedidos no orçamento para cada despesa. Comprometendo os

créditos orçamentários recebidos por consignação no orçamento, de acordo com o

art. 58 da Lei 4.320/64,

“ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a

obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de

condição”

A mesma Lei, em seu art. 60 da mesma Lei, diz:

“É vedada a realização da despesa sem prévio empenho.”

É prévio, ou seja, precede a realização da despesa e está restrito ao limite do

crédito orçamentário; conseqüentemente, é vedada a realização de despesa sem

prévio empenho. A emissão do empenho deduz o seu valor da dotação

orçamentária, tornando a quantia empenhada indisponível para nova aplicação por

força do compromisso assumido, observando sempre o art. 59 da supracitada Lei,

“O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos

concedidos”

Os empenhos são classificados em:

a) Ordinário ou Normal: utilizado pelo ordenador da despesa quando o

valor do empenho é igual ao da compra ou do serviço, e a liquidação e os

pagamentos devem ser efetuados em uma única vez.

Page 42: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

42

Refere-se a um determinado fornecimento de material, à prestação de serviço ou

à execução de obra. Não há parcelamento na liquidação da obrigação, nem

descontos, nem acréscimos. São perfeitamente definidos o valor e o credor. Como

exemplos citamos:

Aquisição de materiais;

Manutenção de veículos, etc.

b) Estimativa: quando a obrigação financeira assumida pela entidade

ainda não tem o seu valor líquido e certo, o qual é determinado no momento da

liquidação, conforme estipula o § 2° do art. 60 da Lei 4.320/64,

“será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante

não se possa determinar.”

O valor total da despesa é estimado, podendo ser liquidado e pago em parcelas

mensais. Como exemplos citam:

Pessoal e seus encargos;

Obras por medição;

Energia Elétrica;

Suprimento de fundos;

Telefones;

Água e Esgoto;

Combustíveis.

c) Global: efetuado para despesas contratuais, ou outras nas quais o

pagamento será de forma parcelada e fixa, em que já se conhece o valor da

obrigação até o final do contrato, de acordo com o § 3° do art. 60 da Lei 4.320/64,

“É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras,

sujeitas a parcelamento.”

Page 43: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

43

Como exemplos citamos:

Serviços de limpeza;

Serviços de segurança;

Aluguéis, etc.

Antes do empenho, entretanto, o executor do orçamento terá de verificar:

a) Se há necessidade ou não de efetuar a licitação por qualquer das

modalidades conhecidas, dependendo do limite estabelecido na

legislação;

b) Se a despesa foi ou não incluída no orçamento. Em caso afirmativo,

se a dotação é suficiente ou não para suportá-la.

Obtidas as respostas afirmativas, ordena-se o empenho.

Sob o aspecto administrativo, o empenho é um mecanismo que permite o controle

das dotações fixadas para as despesas programadas.

Nota de Empenho

Importante, a emissão de empenho será realizada mediante autuação de processo

administrativo, observando-se a forma legal de aquisição de bens ou contratação

de serviços no âmbito da administração pública.

Para cada empenho, será extraído um documento denominado “Nota de

Empenho”, que indicará o nome do credor, a especificação e a importância da

despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria, assinada

devidamente pela autoridade competente e pelo emissor.

Liquidação

O art. 62 da Lei 4.320/64, diz:

Page 44: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

44

Art. 62 - O pagamento da despesa só será efetuado quando

ordenado após sua regular liquidação.

Portanto, liquidação é o ato da administração que verifica o direito adquirido pelo

credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios.

De acordo com o § 3° e seus incisos do art. 63 da citada Lei, Essa verificação tem

por fim apurar:

I. A origem e o objetivo do que se deve pagar;

II. A importância exata a pagar;

III. A quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

A LIQUIDAÇÃO, em consonância com o § 2° e seus incisos do art. 63 da Lei

4.320/64, como verificação física da despesa, terá por base:

I. O contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II. A Nota de Empenho;

III. Os comprovantes da entrega do material, da prestação

de serviços e outros.

Observação: Todas as despesas, de origem orçamentária ou não, passam pelo

estágio da Liquidação.

Pagamento:

O pagamento é o último estágio da despesa. Por ele se extinguem as obrigações

assumidas com terceiros. Segundo o art. 64 da Lei 4.320/64, o pagamento é

ordenado pela autoridade competente, quando a despesa for considerada

liquidada ou processada.

A Ordem de Pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelo

Setor Financeiro, tais como: emissão de cheques, DOC, TED, depósitos ou outros

procedimentos adotados pelos Conselhos, e encaminhados, posteriormente, ao

Setor de Contabilidade, para as providências sob sua responsabilidade (art. 65 da

Lei 4.320/64).

Page 45: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

45

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA

SISTEMAS INTEGRADOS DE ACOMPANHAMENTO FINANCEIRO - SIAF

N O T A D E E M P E N H O

Emissão: Empenho nº: Espécie:

Órgão:

Unidade:

Sub-Unidade:

Proj.-Ativ.

Credor: Código:

CNPJ:

Endereço:

Município: UF: CEP:

Observação / Finalidade:

Banco: Agência: Conta:

Características:

Recurso: Tipo Empenho:

Adiantamento: Data Limite: Diferido:

Obra: Escritural: Previsão Pgto:

Utilização: Forma

Licitação:

Res. Saldo: Convênio:

DEMONSTRATIVO DO SALDO ORÇAMENTÁRIO

Dotação Orçamentária:

Saldo Orçamento Anterior Valor Empenhado

Saldo

Orçamento

Atual

Valor do Empenho: R$

Page 46: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

46

Especificação do Material ou Serviço:

Total:

Data Autorização Despesa:

Ordenador da Despesa:

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA

SISTEMAS INTEGRADOS DE ACOMPANHAMENTO FINANCEIRO - SIAF

L I Q U I D A Ç Ã O D E E M P E N H O

Emissão: Liquidação nº: Empenho nº:

Órgão:

Unidade:

Sub-Unidade:

Proj.-Ativ.

Credor: Código:

CNPJ:

Endereço:

Município: UF: CEP:

Dotação Orçamentária:

Forma de Pagamento:

Valor Liquidado:

Data de Vencimento: Estorno de Saldo:

Page 47: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

47

Histórico:

Ordenador da Despesa:

CONTROLE DO SALDO A LIQUIDAR

Valor Total do Empenho: Esta Liquidação:

Saldo a Liquidar Anterior: Valor Estornado:

Saldo a Liquidar Atual:

DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SOBRE A NECESSIDADE

DO FISCAL DE CONTRATOS:

Fiscalização

dos

contratos

Contratos de

publicidade

Deve haver a fiscalização da execução dos

contratos de publicidade, em especial os pontos de

maior vulnerabilidade, como a efetiva prestação do

serviço/fornecimento de bens pelas contratadas (e

subcontratados) e a idoneidade dos orçamentos

apresentados pelas agências de publicidade.

Acórdão nº

1.999/2005

TCU-Plenário

Fiscalização

dos

contratos

Diário de obras Os administradores de contratos, na ocasião de

ocorrências que possam ensejar atrasos na

execução de obras e, conseqüentemente, futuros

termos aditivos de prorrogação

dos respectivos contratos, devem promover os

registros desses fatos no "Diário de Obra",

observando, assim, os ditames do art. 67, § 1º, da

Lei nº 8.666/93.

Acórdão nº

262/2006

TCU-2ª Câmara

Fiscalização

dos

contratos

Fiscal de

contrato

Deve haver a designação de representante para

acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos,

em obediência ao art. 67 da Lei nº 8.666/93, bem

como devem ser observadas observe as

disposições sobre recebimento de bens e serviços

constantes do art. 73, I, alínea "b", da Lei nº

8.666/93.

Acórdão nº

892/2005

TCU-2ª Câmara

Fiscalização

dos

contratos

Fiscal do

contrato

O fiscal do contrato é o responsável por sua

perfeita execução, cabendo-lhe atestar o

recebimento dos serviços prestados mediante

termo de recebimento circunstanciado, conforme

arts. 67 e 73 da Lei nº 8.666/93.

Acórdão nº

3.097/2005

TCU-1ª Câmara

Page 48: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

48

Fiscalização

dos

contratos

Fiscal do

contrato

Deve-se, na execução de contratos, cumprir o

preceituado no art. 67 da Lei nº 8.666/93, quanto à

necessária nomeação de fiscais para os contratos

celebrados, que deverá ser efetuada

tempestivamente, evitando a emissão de portarias

de nomeação após o início da vigência daqueles.

Acórdão nº

634/2006

TCU-1ª Câmara

Fiscalização

dos

contratos

Fiscal do

contrato

Deve ser nomeado representante, pertencente aos

quadros próprios de pessoal da Administração,

especialmente designado para acompanhar e

fiscalizar a execução dos contratos, permitida a

contratação de agentes terceirizados apenas para

assiti-lo a essa atribuição, a teor do art. 67 da Lei

nº 8.666/93.

Acórdão nº

690/2005

TCU-Plenário

Fiscalização

dos

contratos

Medições Deve ser especificado, nos registros de

apropriação de serviços (ou em outro documento

de suporte à medições), o serviço que foi o

prestado e o material utilizado, com a suficiente

identificação do

local, equipamento, sistema e outras informações

que permitam a

rastreabilidade dos respectivos serviços e

materiais; evitando, assim, a ocorrência de

pagamentos em duplicidade e possibilitando uma

ação mais eficiente da fiscalização.

Acórdão n°

1.125/2005

TCU-Plenário

Fiscalização

dos

contratos

Nomeação dos

fiscais

Deve-se observar, na execução de contratos, o

preceituado no art. 67 da Lei nº 8.666/93, quanto à

necessária nomeação de fiscais para os contratos

celebrados, que deverá ser efetuada

tempestivamente, evitando a emissão de portarias

de nomeação após o início da vigência daqueles.

Acórdão nº

634/2006

TCU-1ª Câmara

Todos os precedentes do subtema - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E

FISCALIZAÇÃO; subtema: Responsáveis pela fiscalização e atestação

Excerto [Prestação de Contas do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial -

Page 49: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

49

Administração Regional no Estado do Espírito Santo - Senac/ES. Designação

de fiscal de contrato]

9.5.4. designe fiscal para cada contrato em que figurar como Responsável por

despesas na condição de contratante, inclusive para as relativas a serviços

decorrentes de convênios, de forma a garantir a correta execução de

obrigações custeadas com receitas de contribuições parafiscais;

Informações

AC-0412-03/09-1 &nbspSessão: 10/02/09 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

II &nbspRelator: Ministro Marcos Bemquerer Costa - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 20975 2 2 2 2 0 5

Excerto

[Relatório de Auditoria. Contrato. Representante da administração para

acompanhamento]

ACÓRDÃO

9.1. dadas as impropriedades verificadas na execução de contratos de repasse

celebrados com o Ministério do Esporte e com o Ministério do Turismo,

determinar ao Município de Mallet/PR que atente para que:

[...]

9.1.3. os contratos devem ser executados com o devido acompanhamento e

fiscalização a cargo de um Representante da Administração especialmente

designado para esse fim, conforme exigido pelo art. 67 da Lei n.º 8.666/93;

Informações

AC-0212-02/09-2 &nbspSessão: 03/02/09 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

III &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 20835 2 2 2 2 0 5

Excerto

[Prestação de contas simplificada. Designação formal do fiscal do contrato.]

[ACORDÃO]

1.6. Determinar ao Museu da República que:

1.6.4 proceda à designação formal de representantes para o efetivo

acompanhamento e fiscalização da execução de cada contrato firmado,

Page 50: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

50

conforme caput do art. 67 da Lei 8.666/93, observando as prescrições dos §§

1º e 2º do artigo citado;

Informações

AC-2803-51/08-P &nbspSessão: 03/12/08 &nbspRelator: Ministro

AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI - TOMADA E PRESTAÇÃO DE

CONTAS

Controle 20335 2 2 2 2 0 5

Excerto

[Tomada de Contas Simplificada. Acompanhamento e fiscalização de

contrato.]

[ACÓRDÃO]

1.6.1. à Delegacia Regional do Trabalho - DRT/RS que:

[...]

1.6.1.13. promova a indicação formal de representante da Unidade para

acompanhamento e fiscalização de contratos, mesmo nas situações em que o

titular antes designado esteja afastado,e também quando houver convênios,

nos termos do arts. 67 e 116 da Lei nº 8.666/1993;

Informações

AC-4571-39/08-2 &nbspSessão: 28/10/08 &nbspRelator: Ministro

ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO - TOMADA E PRESTAÇÃO DE

CONTAS

Controle 20384 2 2 2 2 1 5

Excerto

[SUMÁRIO]

5º COMANDO AÉREO REGIONAL - V COMAR. [...] EXECUÇÃO DE

CONTRATOS SEM A DEVIDA FISCALIZAÇÃO [...].

[RELATÓRIO]

No tocante à execução de contratos, com valores significativos, sem a

designação de representante da Administração para o seu acompanhamento e

a sua fiscalização, da mesma forma não há como acatar os argumentos

aduzidos, os quais se restringem a noticiar a adoção de medidas saneadoras.

A falha ostenta gravidade, eis que, além de afronta à legislação pertinente,

evidencia incúria no trato com recursos públicos, eis que expõe a

Administração a riscos desnecessários com a eventual má-execução dos

Page 51: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

51

contratos. Somente por meio do acompanhamento e da fiscalização da

execução do contrato, tem a Administração oportunidade de verificar

tempestivamente o cumprimento, por parte do contratado, das obrigações

acordadas e impor a adoção de medidas corretivas no tempo oportuno, caso

sejam identificadas falhas na implementação do ajuste. Trata-se de dever da

Administração, ao qual não pode se furtar de exercer.

[...]

No escólio de Marçal Justen Filho (op. cit., p.563):

`O regime de direito administrativo atribui à Administração o poder-dever de

fiscalizar a execução do contrato (art. 58, III). Compete à Administração

designar um agente seu para acompanhar diretamente a atividade do outro

contratante. O dispositivo deve ser interpretado no sentido de que a

fiscalização pela Administração não é mera faculdade assegurada a ela. Trata-

se de um dever, a ser exercitado para melhor realizar o interesse público.

Parte-se do pressuposto, inclusive, de que a fiscalização induz o contratado a

executar de modo mais perfeito os deveres a ele impostos¿.

Na mesma linha, Lucas Rocha Furtado assevera (op. cit., p. 298):

`Ao se examinar a fiscalização da execução do contrato, deve ser enfatizada

outra distinção existente entre os contratos administrativos e os contratos

celebrados no âmbito do direito privado. Neste último, como regra, incumbe

às partes verificar se a outra cumpriu o resultado esperado, se o objeto

contratual foi de fato cumprido. Interessa aos contratos de direito privado

basicamente a obtenção do resultado esperado. No âmbito dos contratos

administrativos, ao contrário, a Administração terá não apenas o direito, mas

igualmente o dever de acompanhar a perfeita execução do contrato. Fala-se,

assim, em poder-dever da Administração de promover a devida fiscalização

da execução do contrato.

Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a

Administração assumir posição passiva e aguardar que o contratado cumpra

todas as suas obrigações contratuais. Não pode a Administração esperar o fim

do termo do contrato para verificar se seu objetivo foi efetivamente

Page 52: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

52

alcançado, se seu objeto foi cumprido. Durante a própria execução do

contrato deverá ser verificado se o contratado está cumprindo todas as etapas

e fases do contrato. Essa forma de agir preventiva apenas benefícios traz para

a Administração¿.

[ACÓRDÃO]

9.3.1. observe o disposto no art. 67 da Lei n.° 8.666/1993, que determina que

a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a

contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes;

Informações

AC-0540-10/08-P &nbspSessão: 02/04/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

IV &nbspRelator: Ministro Guilherme Palmeira - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 11945 2 2 2 2 0 5

Excerto

[SUMÁRIO]

5º COMANDO AÉREO REGIONAL - V COMAR. [...] EXECUÇÃO DE

CONTRATOS SEM A DEVIDA FISCALIZAÇÃO [...].

[RELATÓRIO]

No tocante à execução de contratos, com valores significativos, sem a

designação de representante da Administração para o seu acompanhamento e

a sua fiscalização, da mesma forma não há como acatar os argumentos

aduzidos, os quais se restringem a noticiar a adoção de medidas saneadoras.

A falha ostenta gravidade, eis que, além de afronta à legislação pertinente,

evidencia incúria no trato com recursos públicos, eis que expõe a

Administração a riscos desnecessários com a eventual má-execução dos

contratos. Somente por meio do acompanhamento e da fiscalização da

execução do contrato, tem a Administração oportunidade de verificar

tempestivamente o cumprimento, por parte do contratado, das obrigações

acordadas e impor a adoção de medidas corretivas no tempo oportuno, caso

sejam identificadas falhas na implementação do ajuste. Trata-se de dever da

Page 53: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

53

Administração, ao qual não pode se furtar de exercer.

[...]

No escólio de Marçal Justen Filho (op. cit., p.563):

`O regime de direito administrativo atribui à Administração o poder-dever de

fiscalizar a execução do contrato (art. 58, III). Compete à Administração

designar um agente seu para acompanhar diretamente a atividade do outro

contratante. O dispositivo deve ser interpretado no sentido de que a

fiscalização pela Administração não é mera faculdade assegurada a ela. Trata-

se de um dever, a ser exercitado para melhor realizar o interesse público.

Parte-se do pressuposto, inclusive, de que a fiscalização induz o contratado a

executar de modo mais perfeito os deveres a ele impostos¿.

Na mesma linha, Lucas Rocha Furtado assevera (op. cit., p. 298):

`Ao se examinar a fiscalização da execução do contrato, deve ser enfatizada

outra distinção existente entre os contratos administrativos e os contratos

celebrados no âmbito do direito privado. Neste último, como regra, incumbe

às partes verificar se a outra cumpriu o resultado esperado, se o objeto

contratual foi de fato cumprido. Interessa aos contratos de direito privado

basicamente a obtenção do resultado esperado. No âmbito dos contratos

administrativos, ao contrário, a Administração terá não apenas o direito, mas

igualmente o dever de acompanhar a perfeita execução do contrato. Fala-se,

assim, em poder-dever da Administração de promover a devida fiscalização

da execução do contrato.

Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a

Administração assumir posição passiva e aguardar que o contratado cumpra

todas as suas obrigações contratuais. Não pode a Administração esperar o fim

do termo do contrato para verificar se seu objetivo foi efetivamente

alcançado, se seu objeto foi cumprido. Durante a própria execução do

contrato deverá ser verificado se o contratado está cumprindo todas as etapas

e fases do contrato. Essa forma de agir preventiva apenas benefícios traz para

a Administração¿.

[ACÓRDÃO]

Page 54: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

54

9.3.1. observe o disposto no art. 67 da Lei n.° 8.666/1993, que determina que

a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a

contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes;

Informações

AC-0540-10/08-P &nbspSessão: 02/04/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

IV &nbspRelator: Ministro Guilherme Palmeira - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 11945 2 2 2 2 0 5

Excerto

[ACORDÃO]

[...]

9.4. recomendar, com fulcro nos arts. 43, I, da Lei nº 8.443/1992 e 250, III,

do Regimento Interno do TCU, à Secretaria Executiva do Ministério da

Justiça que:

[...]

9.4.19. adote processo formal para acompanhar a execução contratual, em

atenção ao princípio constitucional da eficiência, incluindo controles que

permitam aos fiscalizadores dos contratos identificarem se todas as

obrigações do contratado foram cumpridas antes de autorizar o pagamento,

em observância ao disposto no art. 6º, IX, ¿e¿, da Lei nº 8.666/1993;

Informações

AC-1163-23/08-P &nbspSessão: 18/06/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

V &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14621 2 2 2 2 0 4

Excerto

Cumpre destacar que as agências de turismo não atuam como intermediadoras

somente dos serviços de hospedagem como também dos serviços de

fornecimento de passagens aéreas, sendo que com relação a estes últimos o

Tribunal já se manifestou favoravelmente à participação dessas empresas nos

processos licitatórios (Decisões nºs 409/94 e 592/94, ambas do Plenário), para

fins de contratação.

Page 55: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

55

(...)

Observo, por outro lado, que o Cerimonial [do MRE] tem assumido tarefas

que seriam de competência da empresa contratada, o que a propósito julgo

compreensível, ante as peculiaridades dos serviços da unidade, que envolvem,

entre outras, questões de segurança e de especificidades da autoridade

visitante.

Todavia, considerando que a unidade tem avocado para si essas tarefas e,

ainda, que existe a possibilidade de ela também conseguir descontos

diretamente junto aos hotéis, tenho por pertinente a determinação sugerida

pelo Diretor, no sentido de que seja avaliada a real necessidade da

contratação de agência de viagens para disponibilização de hospedagens a

autoridades estrangeiras no Brasil.

(...)

e) determinar ao Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores que:

e.1) avalie a real necessidade da contratação de agência de viagens para

disponibilização de hospedagens a autoridades estrangeiras no Brasil, levando

em consideração tanto o aspecto da economicidade dessa contratação quanto

as circunstâncias que levam a unidade a assumir tarefas que, a princípio,

seriam da empresa contratada;

e.2) caso venha a considerar necessária a contratação mencionada na alínea

anterior:

e.2.1) estabeleça, nos próximos procedimentos licitatórios, critérios que

permitam, de forma clara e objetiva, selecionar a melhor proposta para a

administração;

e.2.2) defina, com clareza, no edital da licitação e no contrato correspondente,

as taxas que eventualmente serão cobradas pelos hotéis e que serão

repassadas à unidade;

e.2.3) exija que as faturas dos serviços prestados sejam discriminadas

detalhadamente, fazendo constar a natureza das tarifas e os percentuais de

descontos repassados, permitindo, assim, um maior controle, na execução do

contrato, dos preços efetivamente cobrados;

Page 56: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

56

e.2.4) estabeleça com clareza as atribuições que cabem à empresa contratada,

assumindo somente as tarefas que considerar imprescindíveis à

administração;

Informações AC-0165-28/01-P &nbspSessão: &nbspClasse: V &nbspRelator:

Ministro Guilherme Palmeira

Controle 585 2 2 2 2 0 3

Excerto

Voto

[...]

[...] ausência de fiscalização do contrato por parte do FNDE, ficando a sua

administração sob o encargo da contratada. Esse procedimento, além de

contrariar os termos do art. 67 da Lei nº 8.666/93, pode ser tido como

causador dos grandes problemas observados na contratação, inclusive no que

se refere à inserção indevida de cobranças e de serviços outros.

Nesse contexto, restou confirmado que a Fundação cobrou do FNDE

despesas que, consoante os termos contratuais, seriam de sua

responsabilidade, tais como: despesas de estada de técnicos em Brasília e

outras cidades; despesas com malotes; despesas de táxi e refeições e despesas

com viagens de maneira geral. Consoante os auditores independentes que

analisaram o processo: "Todas essas despesas, após planilhadas, eram

alocadas dentre os diversos tipos de serviço e cobradas do FNDE como se

fossem 'serviços de consultoria', 'análise de sistema' e outros. Assim sendo, o

cálculo do valor cobrado não foi realizado através de multiplicação do

número de horas trabalhadas pelo valor da hora, mas, ao contrário, ou seja:

primeiro obtinha-se o total gasto e, posteriormente, dividia-se esse total pelo

valor hora respectivo, tendo-se o número total de horas a ser cobrado do

FNDE."

Esse fato [...] além de justificar a multa propugnada pela Secex aos

respectivos responsáveis, ante a inobservância das normas contratuais, enseja

a adoção de prontas providências deste Tribunal no sentido de determinar a

quantificação do dano e a qualificação dos responsáveis.

Page 57: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

57

Informações DC-0120-08/00-P &nbspSessão: &nbspClasse: V &nbspRelator:

Ministro Adylson Motta - FISCALIZAÇÃO - REPRESENTAÇÃO

Controle 4805 2 2 2 2 0 3

Excerto

[Tomada de Contas Especial instaurada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego contra gestores em irregularidades na aplicação de recursos

transferidos do FAT, por meio de convênio. Responsabilidade do dirigente

máximo por conduta omissiva, por não garantir o acompanhamento,

supervisão e fiscalização, com o fito de evitar dano provocado pela execução

contratual deficiente]

[VOTO]

40. As falhas detectadas no processo de seleção e contratação da entidade,

notadamente, ausência de licitação para escolha e verificação da efetiva

capacidade estrutural, administrativa e operacional para a realização dos

cursos, bem como as irregularidades verificadas durante a execução do

contrato sob comento, apontam para um quadro de desídia administrativa, que

decorreu, em grande parte, da conduta omissiva do então titular da Seter, que

não forneceu aos seus subordinados treinamento e meios materiais

necessários ao fiel desempenho das suas atribuições, nem adotou as

providências que garantissem a liquidação de despesas mediante a efetiva

comprovação de execução adequada dos serviços prestados.

41. Nessa linha, menciono que, acaso tivesse cumprido com a obrigação de

manter pessoal técnico qualificado e suficiente às medidas de controle

administrativo e operacional do contrato, que lhe garantisse o

acompanhamento, supervisão e fiscalização, dificilmente se estaria agora

discutindo dano provocado pela execução contratual deficiente, incompleta e

fraudulenta. A propósito, da obra do administrativa Hely Lopes Meirelles

colhem-se os seguintes ensinamentos (Direito Administrativo Brasileiro. 28ª

ed. São Paulo: Malheiros, 2003. pp. 84, 85, 101/102 e 643):

¿A natureza da administração pública é a de um múnus público para quem a

exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos

Page 58: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

58

bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao

administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do

Direito e da Moral administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido

em função ou cargo público, todo agente do poder assume para com a

coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do

povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses

administrados pelo Estado.¿

[...]

42. Em consonância com essa doutrina, este Tribunal tem entendido que

compete ao administrador público controlar de forma efetiva as atividades de

seus subordinados. Nesse sentido, cito a seguinte passagem constante da

Decisão 158/2001 - Plenário (TC-275.079/1997-0), in verbis:

¿10. O administrador público deve sempre manter vivo o Princípio do

Controle previsto no próprio Decreto-lei 200/67, em seu artigo 13: `O

controle das atividades da administração federal deverá exercer-se em todos

os níveis e em todos os órgãos¿.

[...]

"

43. Ademais, o titular de um órgão deve escolher seus auxiliares diretos com

esmero, sob pena de responder por culpa in eligendo, consoante dispunha o

art. 1.521, inciso III, do Código Civil então vigente. De se observar, ainda,

que a comissão de cadastro apenas recebeu documentos de habilitação

realizando mero check-list das instituições que se candidataram à habilitação

para execução contratual das ações do programa. Como mencionado pela

unidade técnica, a escolha dessas se deu de forma discricionária, quando, em

razão da celebração de contratos, deveria a Seter/MS atentar para as

orientações legais, como a Lei de Licitações, das quais não pode se esquivar o

administrador público.

[...]

55. Disso resulta que responde pelo dano o gestor que contribui culposamente

para que ele se concretize, mediante omissão, imprudência ou negligência no

Page 59: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

59

cumprimento a cláusulas obrigacionais de convênio celebrado com a União,

de contrato celebrado com terceiro para viabilização do objeto convenial, ou,

ainda, decorrente de inobservância de prescrições legais regedoras da

realização de despesas, licitações e contratações, ainda que o dano decorra de

inexecução contratual pelo terceiro contratado, pois mediante condutas

omissivas, imprudentes ou negligentes, assume para si o risco da malversação

de verbas públicas, sendo o que foi apurado nestes autos.

56. Dessa forma, entendo estar perfeitamente caracterizado o nexo de

causalidade entre a conduta desse agente e o dano apurado nos autos, razão

pela qual deve ter suas contas julgadas irregulares pelo Tribunal, com sua

condenação ao débito apurado.

[ACÓRDÃO]

9.1. com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, III, alínea ¿c¿, e § 2º, 19,

caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992, julgar irregulares as presentes

contas e condenar solidariamente os responsáveis [diversos interessados], ao

pagamento das quantias abaixo especificadas [...]:

[quantias especificadas]

Informações

AC-1157-23/08-P &nbspSessão: 18/06/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

IV &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 14594 2 1 2 2 0 3

Todos os precedentes do subtema - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E

FISCALIZAÇÃO; subtema: Execução e fiscalização

Excerto

[SUMÁRIO]

5º COMANDO AÉREO REGIONAL - V COMAR. [...] EXECUÇÃO DE

CONTRATOS SEM A DEVIDA FISCALIZAÇÃO [...].

[RELATÓRIO]

Page 60: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

60

No tocante à execução de contratos, com valores significativos, sem a

designação de representante da Administração para o seu acompanhamento e

a sua fiscalização, da mesma forma não há como acatar os argumentos

aduzidos, os quais se restringem a noticiar a adoção de medidas saneadoras.

A falha ostenta gravidade, eis que, além de afronta à legislação pertinente,

evidencia incúria no trato com recursos públicos, eis que expõe a

Administração a riscos desnecessários com a eventual má-execução dos

contratos. Somente por meio do acompanhamento e da fiscalização da

execução do contrato, tem a Administração oportunidade de verificar

tempestivamente o cumprimento, por parte do contratado, das obrigações

acordadas e impor a adoção de medidas corretivas no tempo oportuno, caso

sejam identificadas falhas na implementação do ajuste. Trata-se de dever da

Administração, ao qual não pode se furtar de exercer.

[...]

No escólio de Marçal Justen Filho (op. cit., p.563):

`O regime de direito administrativo atribui à Administração o poder-dever de

fiscalizar a execução do contrato (art. 58, III). Compete à Administração

designar um agente seu para acompanhar diretamente a atividade do outro

contratante. O dispositivo deve ser interpretado no sentido de que a

fiscalização pela Administração não é mera faculdade assegurada a ela. Trata-

se de um dever, a ser exercitado para melhor realizar o interesse público.

Parte-se do pressuposto, inclusive, de que a fiscalização induz o contratado a

executar de modo mais perfeito os deveres a ele impostos¿.

Na mesma linha, Lucas Rocha Furtado assevera (op. cit., p. 298):

`Ao se examinar a fiscalização da execução do contrato, deve ser enfatizada

outra distinção existente entre os contratos administrativos e os contratos

celebrados no âmbito do direito privado. Neste último, como regra, incumbe

às partes verificar se a outra cumpriu o resultado esperado, se o objeto

contratual foi de fato cumprido. Interessa aos contratos de direito privado

basicamente a obtenção do resultado esperado. No âmbito dos contratos

administrativos, ao contrário, a Administração terá não apenas o direito, mas

Page 61: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

61

igualmente o dever de acompanhar a perfeita execução do contrato. Fala-se,

assim, em poder-dever da Administração de promover a devida fiscalização

da execução do contrato.

Em decorrência da supremacia do interesse público, não pode a

Administração assumir posição passiva e aguardar que o contratado cumpra

todas as suas obrigações contratuais. Não pode a Administração esperar o fim

do termo do contrato para verificar se seu objetivo foi efetivamente

alcançado, se seu objeto foi cumprido. Durante a própria execução do

contrato deverá ser verificado se o contratado está cumprindo todas as etapas

e fases do contrato. Essa forma de agir preventiva apenas benefícios traz para

a Administração¿.

[ACÓRDÃO]

9.3.1. observe o disposto no art. 67 da Lei n.° 8.666/1993, que determina que

a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a

contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes;

Informações

AC-0540-10/08-P &nbspSessão: 02/04/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

IV &nbspRelator: Ministro Guilherme Palmeira - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 11945 2 2 2 2 0 5

Excerto

[ACORDÃO]

[...]

9.4. recomendar, com fulcro nos arts. 43, I, da Lei nº 8.443/1992 e 250, III,

do Regimento Interno do TCU, à Secretaria Executiva do Ministério da

Justiça que:

[...]

9.4.19. adote processo formal para acompanhar a execução contratual, em

atenção ao princípio constitucional da eficiência, incluindo controles que

permitam aos fiscalizadores dos contratos identificarem se todas as

Page 62: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

62

obrigações do contratado foram cumpridas antes de autorizar o pagamento,

em observância ao disposto no art. 6º, IX, ¿e¿, da Lei nº 8.666/1993;

Informações

AC-1163-23/08-P &nbspSessão: 18/06/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

V &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14621 2 2 2 2 0 4

Excerto

Cumpre destacar que as agências de turismo não atuam como intermediadoras

somente dos serviços de hospedagem como também dos serviços de

fornecimento de passagens aéreas, sendo que com relação a estes últimos o

Tribunal já se manifestou favoravelmente à participação dessas empresas nos

processos licitatórios (Decisões nºs 409/94 e 592/94, ambas do Plenário), para

fins de contratação.

(...)

Observo, por outro lado, que o Cerimonial [do MRE] tem assumido tarefas

que seriam de competência da empresa contratada, o que a propósito julgo

compreensível, ante as peculiaridades dos serviços da unidade, que envolvem,

entre outras, questões de segurança e de especificidades da autoridade

visitante.

Todavia, considerando que a unidade tem avocado para si essas tarefas e,

ainda, que existe a possibilidade de ela também conseguir descontos

diretamente junto aos hotéis, tenho por pertinente a determinação sugerida

pelo Diretor, no sentido de que seja avaliada a real necessidade da

contratação de agência de viagens para disponibilização de hospedagens a

autoridades estrangeiras no Brasil.

(...)

e) determinar ao Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores que:

e.1) avalie a real necessidade da contratação de agência de viagens para

disponibilização de hospedagens a autoridades estrangeiras no Brasil, levando

em consideração tanto o aspecto da economicidade dessa contratação quanto

as circunstâncias que levam a unidade a assumir tarefas que, a princípio,

Page 63: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

63

seriam da empresa contratada;

e.2) caso venha a considerar necessária a contratação mencionada na alínea

anterior:

e.2.1) estabeleça, nos próximos procedimentos licitatórios, critérios que

permitam, de forma clara e objetiva, selecionar a melhor proposta para a

administração;

e.2.2) defina, com clareza, no edital da licitação e no contrato correspondente,

as taxas que eventualmente serão cobradas pelos hotéis e que serão

repassadas à unidade;

e.2.3) exija que as faturas dos serviços prestados sejam discriminadas

detalhadamente, fazendo constar a natureza das tarifas e os percentuais de

descontos repassados, permitindo, assim, um maior controle, na execução do

contrato, dos preços efetivamente cobrados;

e.2.4) estabeleça com clareza as atribuições que cabem à empresa contratada,

assumindo somente as tarefas que considerar imprescindíveis à

administração;

Informações AC-0165-28/01-P &nbspSessão: &nbspClasse: V &nbspRelator:

Ministro Guilherme Palmeira

Controle 585 2 2 2 2 0 3

Excerto

Voto

[...]

[...] ausência de fiscalização do contrato por parte do FNDE, ficando a sua

administração sob o encargo da contratada. Esse procedimento, além de

contrariar os termos do art. 67 da Lei nº 8.666/93, pode ser tido como

causador dos grandes problemas observados na contratação, inclusive no que

se refere à inserção indevida de cobranças e de serviços outros.

Nesse contexto, restou confirmado que a Fundação cobrou do FNDE

despesas que, consoante os termos contratuais, seriam de sua

responsabilidade, tais como: despesas de estada de técnicos em Brasília e

outras cidades; despesas com malotes; despesas de táxi e refeições e despesas

Page 64: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

64

com viagens de maneira geral. Consoante os auditores independentes que

analisaram o processo: "Todas essas despesas, após planilhadas, eram

alocadas dentre os diversos tipos de serviço e cobradas do FNDE como se

fossem 'serviços de consultoria', 'análise de sistema' e outros. Assim sendo, o

cálculo do valor cobrado não foi realizado através de multiplicação do

número de horas trabalhadas pelo valor da hora, mas, ao contrário, ou seja:

primeiro obtinha-se o total gasto e, posteriormente, dividia-se esse total pelo

valor hora respectivo, tendo-se o número total de horas a ser cobrado do

FNDE."

Esse fato [...] além de justificar a multa propugnada pela Secex aos

respectivos responsáveis, ante a inobservância das normas contratuais, enseja

a adoção de prontas providências deste Tribunal no sentido de determinar a

quantificação do dano e a qualificação dos responsáveis.

Informações DC-0120-08/00-P &nbspSessão: &nbspClasse: V &nbspRelator:

Ministro Adylson Motta - FISCALIZAÇÃO - REPRESENTAÇÃO

Controle 4805 2 2 2 2 0 3

Excerto

[Tomada de Contas Especial instaurada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego contra gestores em irregularidades na aplicação de recursos

transferidos do FAT, por meio de convênio. Responsabilidade do dirigente

máximo por conduta omissiva, por não garantir o acompanhamento,

supervisão e fiscalização, com o fito de evitar dano provocado pela execução

contratual deficiente]

[VOTO]

40. As falhas detectadas no processo de seleção e contratação da entidade,

notadamente, ausência de licitação para escolha e verificação da efetiva

capacidade estrutural, administrativa e operacional para a realização dos

cursos, bem como as irregularidades verificadas durante a execução do

contrato sob comento, apontam para um quadro de desídia administrativa, que

decorreu, em grande parte, da conduta omissiva do então titular da Seter, que

não forneceu aos seus subordinados treinamento e meios materiais

Page 65: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

65

necessários ao fiel desempenho das suas atribuições, nem adotou as

providências que garantissem a liquidação de despesas mediante a efetiva

comprovação de execução adequada dos serviços prestados.

41. Nessa linha, menciono que, acaso tivesse cumprido com a obrigação de

manter pessoal técnico qualificado e suficiente às medidas de controle

administrativo e operacional do contrato, que lhe garantisse o

acompanhamento, supervisão e fiscalização, dificilmente se estaria agora

discutindo dano provocado pela execução contratual deficiente, incompleta e

fraudulenta. A propósito, da obra do administrativa Hely Lopes Meirelles

colhem-se os seguintes ensinamentos (Direito Administrativo Brasileiro. 28ª

ed. São Paulo: Malheiros, 2003. pp. 84, 85, 101/102 e 643):

¿A natureza da administração pública é a de um múnus público para quem a

exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos

bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao

administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do

Direito e da Moral administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido

em função ou cargo público, todo agente do poder assume para com a

coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do

povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses

administrados pelo Estado.¿

[...]

42. Em consonância com essa doutrina, este Tribunal tem entendido que

compete ao administrador público controlar de forma efetiva as atividades de

seus subordinados. Nesse sentido, cito a seguinte passagem constante da

Decisão 158/2001 - Plenário (TC-275.079/1997-0), in verbis:

¿10. O administrador público deve sempre manter vivo o Princípio do

Controle previsto no próprio Decreto-lei 200/67, em seu artigo 13: `O

controle das atividades da administração federal deverá exercer-se em todos

os níveis e em todos os órgãos¿.

[...]

"

Page 66: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

66

43. Ademais, o titular de um órgão deve escolher seus auxiliares diretos com

esmero, sob pena de responder por culpa in eligendo, consoante dispunha o

art. 1.521, inciso III, do Código Civil então vigente. De se observar, ainda,

que a comissão de cadastro apenas recebeu documentos de habilitação

realizando mero check-list das instituições que se candidataram à habilitação

para execução contratual das ações do programa. Como mencionado pela

unidade técnica, a escolha dessas se deu de forma discricionária, quando, em

razão da celebração de contratos, deveria a Seter/MS atentar para as

orientações legais, como a Lei de Licitações, das quais não pode se esquivar o

administrador público.

[...]

55. Disso resulta que responde pelo dano o gestor que contribui culposamente

para que ele se concretize, mediante omissão, imprudência ou negligência no

cumprimento a cláusulas obrigacionais de convênio celebrado com a União,

de contrato celebrado com terceiro para viabilização do objeto convenial, ou,

ainda, decorrente de inobservância de prescrições legais regedoras da

realização de despesas, licitações e contratações, ainda que o dano decorra de

inexecução contratual pelo terceiro contratado, pois mediante condutas

omissivas, imprudentes ou negligentes, assume para si o risco da malversação

de verbas públicas, sendo o que foi apurado nestes autos.

56. Dessa forma, entendo estar perfeitamente caracterizado o nexo de

causalidade entre a conduta desse agente e o dano apurado nos autos, razão

pela qual deve ter suas contas julgadas irregulares pelo Tribunal, com sua

condenação ao débito apurado.

[ACÓRDÃO]

9.1. com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, III, alínea ¿c¿, e § 2º, 19,

caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992, julgar irregulares as presentes

contas e condenar solidariamente os responsáveis [diversos interessados], ao

pagamento das quantias abaixo especificadas [...]:

[quantias especificadas]

Informações AC-1157-23/08-P &nbspSessão: 18/06/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

Page 67: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

67

IV &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti - TOMADA E

PRESTAÇÃO DE CONTAS

RESENHA - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO; subtema:

Medição de obras e serviços

Título MECANISMOS PARA MEDIÇÃO, CONTROLE E QUALIDADE DOS

SERVIÇOS

Texto

Os editais de licitação para contratação de serviços e para realização de obras

públicas deverão conter mecanismos para medição, critérios de controle e de

avaliação da qualidade dos serviços, assegurando assim o pagamento somente

dos serviços efetivamente realizados e atestados.

Datas Última alteração do texto: 14/12/07

Controle 298 4 2 2 4.20 0

Excertos relacionados

Excerto

[Representação. Contratação de empresa para prestação de serviços de apoio

técnico em Tecnologia da Informação.]

9.2. determinar à Secretaria Executiva do MPOG:

[...]

9.2.3. que, em licitações futuras, atente para:

9.2.3.1. estabelecer e explicitar detalhadamente a metodologia de mensuração

dos serviços efetivamente prestados, incluindo os critérios utilizados para

verificação das quantidades e dos valores expressos nas notas fiscais emitidas

pelas empresas contratadas, em sintonia com o art. 3º do Decreto n° 2.271/97,

c/c os arestos citados no item 4.3.2.1.2 desta instrução; e

Informações AC-4665-43/08-1 &nbspSessão: 25/11/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

Page 68: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

68

VI &nbspRelator: Ministro Valmir Campelo - FISCALIZAÇÃO -

REPRESENTAÇÃO

Controle 19883 2 2 2 2 0 5 5 5

Excerto

[RELATÓRIO]

15.5 Não nos alinhamos, também, com o raciocínio da Unidade Técnica no

sentido de que, por ser o executor [de uma obra] um órgão público, não

seriam necessárias algumas tarefas da empresa supervisora.

15.6 Um órgão público, como executor, realizará exatamente as mesmas

tarefas que exerceria uma empresa privada e, portanto, poderá incorrer nas

mesmas falhas, como atrasos de execução e problemas de qualidade. Nesse

sentido, não parece razoável supor que a tarefa da empresa supervisora estaria

diminuída nesse caso.

15.7 Como é evidente, os pagamentos somente podem ser realizados se

executadas as parcelas da obra correspondentes. Portanto, independentemente

de o órgão executor ser público, a realização das tarefas de medição, pela

empresa supervisora, são necessárias para fins de pagamento.

15.8 Por essas razões, alinhamo-nos ao argumento do recorrente no sentido

de que não se vislumbram hipóteses de redução dos encargos da empresa

supervisora, como forma de exigir repactuação do contrato.

[VOTO]

3. A pretensa redução do valor do contrato de supervisão PG-139/2001-00,

sob a suposição de que a empresa encarregada não precisará mais fazer

algumas medições de serviços, já que o Exército passou a ser o executor de

parte das obras, não procede. Mesmo com toda a seriedade que caracteriza o

Exército, não é apropriado que as obras prescindam de alguém independente

que as fiscalize e gerencie.

4. Por outro lado, sem dispor de elementos concretos demonstrativos de que o

preço contratual ficou desconforme com o mercado, não se justifica requerer

uma repactuação, tendo por base somente a hipótese de que o passar do

tempo desequilibrou o acordo. Afinal, não houve indicativo de sobrepreço e,

Page 69: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

69

do ponto de vista da contratada, existe cláusula de reajuste que assegura a

manutenção do preço oferecido.

[...]

7. Assim, como sustentado pela Serur, o recurso merece provimento.

Informações

AC-0140-06/07-P &nbspSessão: 14/02/07 &nbspClasse: I

&nbspRelator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça - FISCALIZAÇÃO -

LEVANTAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 10210 2 2 2 2 0 4 4 5

Excerto

VOTO

[...]

16. Em outros processos congêneres, constatou-se ser muito comum a fixação

do critério de pagamento das contratadas baseado nas horas-trabalhadas. Esse

critério possibilita a incidência do ¿paradoxo lucro-incompetência¿ (quanto

menor a qualificação dos profissionais alocados na prestação de serviço,

maior o número de horas necessário para executar o serviço, maior o custo

para a Administração), bem como a remuneração de todas as horas de

disponibilidade dos empregados da empresa, ainda que não produtivas. Esse

problema foi examinado de modo mais aprofundado nos trabalhos que

resultaram na prolação do Acórdão 786/2006-Plenário, o qual estabeleceu as

diretrizes para a elaboração de uma metodologia de remuneração de serviços

de informática baseada na mensuração dos resultados.

[...]

18. [...] a entidade adotou um sistema de remuneração híbrido que, embora

utilize as horas trabalhadas como referencial, condiciona o pagamento à

entrega de resultados. [...] foram estabelecidos controles para

acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos, inclusive

sujeitando a realização dos pagamentos à aceitação dos serviços pela agência.

Assim, [...] se evitou a previsão de remuneração baseada simplesmente no

total de horas gastas nas atividades e [...] se adotou uma metodologia que se

ajusta às diretrizes constantes do Acórdão 786/2006-Plenário [...]

Page 70: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

70

,

Informações

AC-1111-27/06-P &nbspSessão: 05/07/06 &nbspClasse: VII

&nbspRelator: Ministro - FISCALIZAÇÃO - MONITORAMENTO -

INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 4968 2 2 2 2 0 4 4 5

Excerto

[VOTO]

No que diz respeito à segunda ocorrência, restou demonstrado nos autos que a

empresa cobrava em relação a diversos profissionais 190, 200, 210, 220 horas

mensais, em vez das 176 horas básicas previstas no contrato e que

eqüivaleriam a uma jornada média de oito horas diárias. Verificou-se ainda

que não eram pagas horas extras, pois eventuais excessos verificados durante

uma jornada eram compensados em períodos seguintes.

Ou seja, com o intuito de se afastar do valor do homem/hora fixado

contratualmente, passou-se, sem qualquer aditivo contratual, a pagar horas

fictícias com o alegado intuito de melhor remunerar alguns profissionais.

[...]

Do exposto, verifica-se a ocorrência de despesas sem cobertura contratual,

pois não havia a previsão para o pagamento de horas fictícias, além de fuga

ao regular procedimento licitatório, pelo fato de a empresa ter recebido

valores superiores àqueles licitados. Em outras palavras, em havendo a

necessidade de melhor remuneração dos profissionais, tal fato deveria constar

das propostas das empresas licitantes. A inclusão posterior gera dúvidas

inclusive quanto à regularidade do certame, pois não há como se garantir que

não haveria outra proposta mais vantajosa para a Administração caso fosse

divulgada previamente a possibilidade de pagamentos de horas fictícias para

determinados profissionais, o que na prática eqüivale em simples majoração

do valor da hora constante da proposta inicial.

[...]

Observo, outrossim que a jurisprudência do Tribunal preconiza que os

serviços de informática devem ser contratados por tarefa e não por horas

Page 71: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

71

trabalhadas, de forma que entendo adequada a realização de determinação

para que a contratação em tela não seja prorrogada após o término de sua

vigência.

[...]

[ACÓRDÃO]

9.8. determinar à Coordenação Geral de Informática e Telecomunicações do

Ministério da Educação (CEINF/MEC) que:

[...]

9.8.7.1. subdivida a contratação de tecnologia da informação em diversos

serviços independentes, de acordo com as características específicas do órgão

e de acordo com os padrões e melhores práticas aplicáveis (e.g.

desenvolvimento e manutenção de software, suporte e manutenção de banco

de dados, suporte e manutenção de rede, atendimento e suporte ao usuário

etc) e promova licitações distintas para cada serviço, observando os requisitos

de qualificação técnica específicos de cada serviço e estabelecendo as

métricas de medição desses serviços para fins de pagamento;

[...]

9.8.7.3. abstenha-se de contratar a prestação serviços de tecnologia da

informação com base em alocação de mão-de-obra;

Informações

AC-0606-11/08-P &nbspSessão: 09/04/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

REPRESENTAÇÃO

Controle 12297 2 2 2 2 0 3 4 5

Excerto

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em

sessão do Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em:

(...)

9.3. determinar à Diretoria Técnico-Científica do Departamento de Polícia

Federal - Ditec/DPF que, nos próximos editais, projetos básicos e contratos

porventura elaborados em substituição à Concorrência 002/2006 - Ditec,

objetivando a contratação dos serviços de manutenção do Sistema Afis e

Page 72: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

72

demais ali descritos:

(...)

9.3.5. estabeleça critérios de aferição do adimplemento das obrigações

contratuais, com base na mensuração de resultados, evitando o pagamento de

valores fixos, em observância ao princípio da economicidade e em

consonância com o Acórdão 667/2005-TCU-Plenário, item 9.3 e subitens;

Informações

AC-0889-20/07-P &nbspSessão: 16/05/07 &nbspClasse: VII

&nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti - FISCALIZAÇÃO -

REPRESENTAÇÃO

Controle 2945 2 2 2 2 0 3 4 5

RESENHA - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO; subtema:

Medição de obras e serviços

Título CONTRATO / DESPESA / LIQUIDAÇÃO - REGULAR LIQUIDAÇÃO DA

DESPESA

Texto O pagamento de qualquer despesa somente pode ser efetuado após sua regular

liquidação.

Datas Última alteração do texto: 14/12/07

Controle 262 4 2 2 0

Excertos relacionados

Excerto

[DECISÃO]

[...]

8.3. determinar ao Parque de Material Bélico da Aeronáutica, com fulcro no

Page 73: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

73

art. 43, inciso I, da Lei 8.443/92 c/c o art. 194, inciso II, do Regimento

Interno/TCU, a adoção das seguintes medidas:

8.3.1. efetue o pagamento somente quando haja a efetiva prestação do serviço

ou entrega do material, conforme Lei 4.320/64, arts. 62 e 63, § 2º, III;

8.3.2. efetue a devida medição dos serviços realizados em obras antes da

realização dos pagamentos;

[VOTO]

[...]

10.No que tange aos pagamentos antecipados gostaria de destacar o ocorrido

nas contratações realizadas com vistas à construção do alojamento e do

depósito de materiais bélicos, bem como a urbanização de área contígua.

11.Consoante constatado in loco pela equipe de auditores do Tribunal (fl. 31,

Vp.) e ratificado pelo próprio Comando da Aeronáutica no Rio de Janeiro

(fls. 98/100, Vol. I e fls. 255/156, Vp.), apenas 58,23% das obras e serviços

foram concluídos, não obstante terem sido pagos integralmente em

26.12.2001 (fls. 96/97, Vol. I). Desse modo, considerando que o total

contratado por meio dos convites nºs 204 a 206/00 alcança R$ 493.800,00, o

valor de R$ 206.260,26 não foi executado, o que corresponde a 41,77% do

volume contratado. Assim sendo, ante a comprovação de que foram efetuados

diversos pagamentos anteriormente ao recebimento das obras e serviços,

ficou configurada a prática de ato antieconômico que resultou em dano

quantificável ao erário, o que enseja a conversão do presente processo em

tomada de contas especial. [...]

13.Por oportuno, faço alusão à jurisprudência do Tribunal mencionada no

item 3.3.10 do relatório de inspeção (fls. 32/33, Vp), a saber:

¿ Acórdão nº 93/99-1ª Câmara:

¿abstenha-se de efetuar pagamento antecipado ao fornecimento de materiais,

da execução de obras ou prestação de serviços, exceto quando tal

procedimento for tecnicamente justificável e estiver previsto no instrumento

convocatório (art. 38, Decreto nº 93.872/86, c/c o art. 62 da Lei 4.320/64 e

art. 65, II, 'c', da Lei 8.666/93);¿

Page 74: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

74

ACÓRDÃO nº 237/99-Plenário:

¿A questão do pagamento antecipado é tema controvertido, sendo admitido

por uns e repelido por outros.

Os que se opõem ao adiantamento alegam que o art. 62 da Lei nº 4.320/64,

quando ordenou o pagamento de despesa somente após sua liquidação, vetou

a realização do pagamento antecipado. Outro argumento, é a vedação

presidencial do pagamento antecipado, prevista no projeto de lei da atual lei

de licitações, art. 55, § 1º, da Lei nº 8.666/93.

Os que admitem tal prática alegam que o art. 40, inc. XIV, alínea 'd' , da Lei

nº 8.666/93, autoriza previsão no edital de cláusula acerca de antecipação de

pagamento. Os que defendem este entendimento não se esquecem dos riscos

envolvidos na questão. O saudoso Hely Lopes Meirelles assim comentou

sobre o assunto: 'O que a Administração pode exigir, por cautela, é fiança

bancária, até o recebimento do objeto do contrato' (Licitação e Contrato

Administrativo, RT, 1990, pág. 149).

Também o professor Marçal Justen Filho: 'a Administração não poderá sofrer

qualquer prejuízo. Por isso, o pagamento antecipado deverá ser condicionado

à prestação de garantias efetivas e idôneas destinadas a evitar prejuízos à

Administração' (Comentários à Lei de Licitações e Contratos

Administrativos, Aide, 1995, pág. 355).

Na esfera federal, a questão esta regulamentada no Decreto nº 93.872, art. 38,

de 23/12/86, que disciplinou expressamente da seguinte forma: 'Não será

permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de

obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se,

todavia mediante as indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de

parcela contratual na vigência do respectivo contrato, convênio, acordo ou

ajuste, segundo a forma de pagamento nele estabelecida, prevista no edital da

licitação ou nos instrumentos formais da adjudicação direta'.

Assim, a ausência de garantias fez transparecer a falta de zelo do responsável

para com os recursos públicos, pois não adotou as cautelas necessárias na

defesa dos interesses do Estado. Por isso, rejeitamos a presente justificativa.¿

Page 75: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

75

Decisão nº 933/00-Plenário:

¿5.1.1Portanto, a irregularidade está configurada pela realização de

pagamentos antecipados, de acordo com cláusula contratual, sem a caução

das garantias previstas no art. 38, do Decreto nº 93.872/86.

5.1.2 A jurisprudência deste Tribunal, por intermédio da Decisão Plenária nº

67/93 (Ata nº 09/93), admite em procedimentos dessa natureza a antecipação

do pagamento, desde que existam garantias contratuais suficientes ao

ressarcimento do Erário, em caso de possível inadimplência do contratado.¿

Decisão nº 444/93-Plenário:

"Em sessão de 20.08.87, este Tribunal, endossando a Declaração de Voto do

eminente Ministro Carlos Átila, ao apreciar o TC 004.509/84-6, Prestação de

Contas da Companhia Brasileira de Alimentos - COBAL (Anexo XIII à Ata

58/87), entendeu que 'o pagamento antecipado, parcial ou total, somente se

deve efetuar em caráter excepcional, quando, comprovadamente, seja esta a

única alternativa para obter o bem ou assegurar a prestação do serviço

desejado, ou ainda quando a antecipação propiciar sensível economia de

recursos (grifei), circunstâncias que justificaram, por exemplo, a aquiescência

desta Corte em dois casos anteriormente julgados, no TC 041.020/73, Sessão

de 03.09.74, Anexo VII à Ata nº 66/74, e no TC 018.476/85-6, Sessão de

16.09.86, Anexo V, Ata nº 66/86'.

Informações

DC-1552-43/02-P &nbspSessão: 13/11/02 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro UBIRATAN AGUIAR - FISCALIZAÇÃO -

REPRESENTAÇÃO

Controle 13598 2 2 2 2 0 5 5 5

Excerto

[...] como bem demonstrado na detida análise empreendida pela Secretaria de

Recursos, cujo relatório, no essencial, reproduzi e adotei como minhas razões

de decidir, o ex-Prefeito não foi capaz de rebater as evidências apontadas na

deliberação recorrida, no que se refere aos documentos da suposta licitação

realizada pela Prefeitura de [...], sendo, assim, imprestáveis à finalidade a que

foram destinados.

Page 76: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

76

[relatório]

17. Quanto à justificativa do recorrente, para o pagamento antecipado, não

pode prosperar, pois se a empresa não estava apta a cumprir o pactuado, seria

caso de rescisão do acordo, por culpa da contratada, conforme cláusula sexta

do ajuste [...]. Ademais, o pagamento antecipado é vedado pela Lei nº

4.320/64:

`Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua

regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido

pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do

respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados

terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do

serviço.¿ (grifo nosso).

Informações

AC-1761-19/07-1 &nbspSessão: 19/06/07 &nbspClasse: I

&nbspRelator: Ministro Valmir Campelo - TOMADA E PRESTAÇÃO DE

CONTAS

Controle 4415 2 2 2 2 0 3 4 5

Excerto

[Tomada de Contas Especial de responsabilidade do ex-Prefeito Municipal de

Santana do Pirapama - MG, instaurada em razão do não-cumprimento do

objeto constante de Contrato consistente na implantação de infra-estrutura e

serviços de apoio à agricultura familiar naquele município]

[...]

Page 77: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

77

2. De fato, o responsável juntou aos autos notas de empenho e documentos

fiscais emitidos ainda na gestão de sua antecessora, [omissis]. Não obstante,

foi dele a responsabilidade pelos pagamentos efetuados, à vista dos extratos

bancários e cópias de cheques remetidos pela Caixa Econômica Federal.

3. Consoante disciplinado pelo art. 62 da Lei 4.320/64, o pagamento da

despesa somente poderá ser efetuado após sua regular liquidação. E ainda,

nos termos do § 2º do art. 63 do mesmo diploma, a liquidação da despesa por

fornecimentos ou serviços prestados terá por base ¿os comprovantes da

entrega de material ou da prestação efetiva do serviço¿.

4. Dessa forma, pouco importa se a despesa foi empenhada antes de seu

período de gestão e se já existiam documentos fiscais relativos aos supostos

serviços prestados. Ao autorizar a realização dos pagamentos, [responsável]

tinha a obrigação de conferir os serviços prestados.

Informações

AC-2667-34/07-2 &nbspSessão: 25/09/07 &nbspClasse: II

&nbspRelator: Ministro Aroldo Cedraz - TOMADA E PRESTAÇÃO DE

CONTAS

Controle 7153 2 2 2 2 1 3 4 5

Excerto

[voto]

Nos termos dos arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/1964, o pagamento da despesa

deve ocorrer após a regular liquidação. Entende-se por liquidação a

verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e

documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Informações

AC-0034-01/08-2 &nbspSessão: 29/01/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

I &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - TOMADA E PRESTAÇÃO

DE CONTAS

Controle 9597 2 2 2 2 0 4 4 5

Excerto

[voto]

endosso a proposta de encaminhamento fornecida pela Unidade Técnica, que

examinou pontualmente os argumentos apresentados pelos recorrentes.

Considero, a respeito desse pronunciamento, que o Sr. Analista elencou

Page 78: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

78

motivos suficientes para justificar o conhecimento e não provimento do

recurso sob exame, razão pela qual incorporo a este Voto as ponderações

contidas nos tópicos de ¿Análise¿ de sua instrução (itens 6 a 9, 12 a 17, 19 a

22 e 24 a 28).

[relatório]

13. O inciso III do § 2º do art. 63 da Lei n. 4.320, de 1964, é claro ao indicar

a necessidade de se comprovar a entrega do bem ou serviço para que se efetue

a liquidação da despesa, senão vejamos:

¿Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido

pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do

respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados

terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do

serviço.¿ (grifamos)

14. Ressalte-se que o dispêndio posterior dos recursos, mesmo que tenha se

dado sem a ocorrência de dano ao Erário, conforme se alega, não tem o

condão de elidir a irregularidade. A inexistência de dano, por si só, não é

indicativo da boa e regular aplicação dos recursos públicos envolvidos.

Informações

AC-3247-41/07-2 &nbspSessão: 13/11/07 &nbspClasse: I

&nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

ACOMPANHAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 8926 2 2 2 2 0 4 4 5

Assunto não Consolidado - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO;

Page 79: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

79

subtema: Medição de obras e serviços

Título CONTRATO / FORMA DE EXECUÇÃO / EXECUÇÃO INDIRETA - FORMA

DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Texto

Controle 1608 2 2 2 0

Excertos relacionados

Excerto

[VOTO]

[Auditoria de conformidade versando sobre Terceirização em Tecnologia da

Informação]

6. Contudo, entendo que as duas irregularidades merecem destaque. O

Contrato nº 43/2005, celebrado pelo Ministério da Educação e pela empresa

[omissis] Ltda. prevê a medição dos serviços prestados em horas. Entretanto,

apesar de os profissionais alocados trabalharem em jornadas semanais

regulares de 40 horas (176 horas/mês), existem indícios de que as medições

não se atém às horas efetivamente trabalhadas. Há diversos registros de

profissionais com medições mensais e regulares de 220 horas e outros que,

mesmo cumprindo jornada regular, têm medição inferior a 150 horas.

7. Segundo a equipe de auditoria, essas variações no pagamento dos serviços

prestados decorreria do fato de o MEC utilizar as horas medidas como

instrumento de política salarial, visando aumentar o valor pago a

determinados profissionais considerados mais capacitados.

8. Essa forma de pagamento, caso seja comprovada, além de desrespeitar as

cláusulas contratuais, pode ensejar prejuízos para o erário devido ao

pagamento de serviços não executados. Diante disso, a equipe de auditoria

formulou representação no âmbito da qual será devidamente apurada essa

suposta irregularidade (TC nº 024.801/2007-4).

[...]

Page 80: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

80

[ACÓRDÃO]

9.4. determinar ao Ministério da Educação, com fulcro nos arts. 43, I, da Lei

nº 8.443/1992 e 250, II, do Regimento Interno do TCU, que:

[...]

9.4.12. nas contratações de serviços relativos à tecnologia da informação,

sempre que a prestação do serviço objeto da contratação puder ser avaliada

por determinada unidade quantitativa de serviço prestado, prever essa forma

de avaliação no edital e no respectivo contrato e utilizá-la como um dos

parâmetros de medição e aferição de resultados, evitando-se a mera alocação

de mão-de-obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por posto de serviço,

em observância ao disposto no art. 3º, § 1º, do Decreto n° 2.271/1997;

[...]

9.4.14. em atenção ao princípios da economicidade e da eficiência, nas

contratações de serviços relativos à tecnologia da informação, estabeleça

remuneração vinculada a resultados ou ao atendimento de níveis de serviço,

de acordo com a natureza dos serviços;

Informações

AC-0669-12/08-P &nbspSessão: 16/04/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

V &nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - FISCALIZAÇÃO -

AUDITORIA DE CONFORMIDADE - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 12555 2 2 2 2 0 3 5 5

Excerto

[Fixação de pisos salariais para as categorias profissionais prestadoras de

serviço. Concorrência com o objetivo de contratar empresa expecializada para

a prestação de serviços de operação, suporte e manutenção de banco de

dados, mediante a instalação de postos de trabalho.]

[ACÓRDÃO]

9.3. determinar à Secretaria Executiva e à Subsecretaria de Planejamento,

Orçamento e Administração do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior que:

[...]

9.3.2. realizem, tempestivamente, processo licitatório com vistas a contratar

Page 81: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

81

os serviços de operação, suporte e manutenção de banco de dados,

observando, fielmente, ao longo do desenvolvimento do certame, as

determinações contidas nos Acórdãos 1.094/2004-Plenário, 667/2005-

Plenário e 2.171/2005-Plenário, especialmente quanto à questão da vedação à

fixação de remuneração mínima dos profissionais pelo edital;

9.3.3. evitem a formulação e a implementação de modelos de contratação de

serviços de tecnologia da informação baseados na alocação de postos de

trabalho (locação de mão-de-obra) e no pagamento da empresa contratada

com base em horas trabalhadas, adotando soluções voltadas para a

mensuração e o pagamento por resultados, a exemplo da aplicação de

metodologias de mensuração específicas, como ponto por função, e do

estabelecimento de acordos de nível de serviço, entre outras possibilidades;

9.3.4. observem as linhas de conduta na formulação de editais de licitação e

na gestão de contratos de execução indireta e contínua de serviços

estabelecidas no item 9.3.3 do Acórdão 614/2008-Plenário;

[VOTO]

4. Na etapa de realização do certame, a 5ª Secex constatou que, em resposta à

solicitação de esclarecimentos formulada pela empresa [omissis] [...], a

Comissão de licitação decidiu dar nova interpretação aos itens 6.2 e 6.3 do

edital, passando a considerar que o valor do salário do posto de trabalho

estimado naqueles itens referia-se ao piso a ser pago pela empresa contratada

ao profissional executor dos serviços [...]. De acordo com as explanações

inicialmente oferecidas pelos responsáveis, esse entendimento teria se

respaldado no Acórdão 256/2005-Plenário, que admitiu a adoção de piso

salarial para os profissionais contratados para a prestação de serviços em

outra unidade integrante da Administração Pública Federal. O novo

posicionamento ministerial foi comunicado aos licitantes [...].

[...]

6. Anote-se que a situação ora examinada se faz idêntica à constante do TC-

016.124/2005-0 [...]. Em especial, veja-se que o ponto principal da audiência

dos responsáveis - a questão da fixação de valores mínimos para o salário dos

Page 82: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

82

profissionais alocados na prestação de serviços - já foi amplamente debatido

quando da apreciação do referido processo.

7. No âmbito do TC-016.124/2005-0, o Plenário deste Tribunal expediu o

Acórdão 614/2008 na sessão de 9/4/2008, preconizando a adoção das

seguintes providências:

"[...]

9.3.2. realizem, tempestivamente, processo licitatório com vistas a contratar

os serviços de modernização e organização administrativa, observando,

fielmente, ao longo do desenvolvimento do certame, as determinações

contidas nos Acórdãos 1.094/2004-Plenário, 667/2005-Plenário e 2.103/2005-

Plenário, especialmente quanto à questão da vedação à fixação de

remuneração mínima dos profissionais pelo edital;

9.3.3. observem as seguintes linhas de conduta na formulação de editais de

licitação e na gestão de contratos de execução indireta e contínua de serviços:

9.3.3.1. para modelos de execução indireta de serviços, inclusive os baseados

na alocação de postos de trabalho, se a categoria profissional requerida se

encontra amparada por convenção coletiva de trabalho, ou outra norma

coletiva aplicável a toda a categoria, determinando o respectivo valor salarial

mínimo, esse pacto laboral deve ser rigorosamente observado nas licitações

efetivadas pela Administração Pública e nas contratações delas decorrentes;

9.3.3.2. é vedada a fixação de piso salarial para serviços que devem ser

medidos e pagos por resultados;

9.3.3.3 no âmbito do Contrato 24/2006 e em outros termos ajustados com a

Administração Pública em que os respectivos editais de licitação fixaram os

pisos salariais das categorias profissionais executoras dos serviços, o órgão

contratante deverá efetuar os seguintes controles, entre outros que entenda

necessários:

9.3.3.3.1. com fundamento nos arts. 54, § 1º, in fine, e 55, inciso XI, da Lei

8.666/1993, adotar as providências necessárias ao aditamento do contrato

com vistas a explicitar que a empresa contratada se obriga a pagar os salários

lançados em sua proposta;

Page 83: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

83

9.3.3.3.2. fiscalizar periodicamente o efetivo pagamento dos valores salariais

lançados na proposta contratada, mediante a verificação das folhas de

pagamento referentes aos meses de realização dos serviços, de cópias das

carteiras de trabalho dos empregados, dos recibos e dos respectivos

documentos bancários, entre outros meios de fiscalização cabíveis;

[...]¿.

8. Em vista da identidade das circunstâncias, entendo que se deva dar ao caso

presente o mesmo encaminhamento contido no Acórdão 614/2008-Plenário,

especialmente quanto ao acolhimento das razões de justificativa dos

responsáveis.

Informações

AC-1238-25/08-P &nbspSessão: 25/06/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti -

FISCALIZAÇÃO - MONITORAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14750 2 2 2 2 0 4 5 5

Excerto

[CONCORRÊNCIA COM O OBJETIVO DE CONTRATAR EMPRESA

ESPECIALIZADA PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE

DESENVOLVIMENTO, IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO E

DOCUMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE SÍTIOS

WEB, MEDIANTE A INSTALAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO.]

[VOTO]

14. Ultrapassada a questão da responsabilização dos gestores pela fixação de

pisos salariais, há que se examinar ainda a propriedade de se contratar os

serviços de fiscalização do desenvolvimento de sistemas por meio da

alocação de postos de trabalho e remuneração da contratada com base em

horas trabalhadas, conforme definido na Concorrência 06/2005.

15. Como já se disse, o Mdic pretende contratar serviços de desenvolvimento

de sistemas, pagos por mensuração de resultado (metodologia de ponto por

função), e serviços de fiscalização do desenvolvimento de sistemas, com

alocação de postos de trabalho (locação de mão-de-obra) e remuneração das

horas trabalhadas.

Page 84: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

84

16. Há, claramente, uma contradição nessa sistemática. De um lado, os

serviços de desenvolvimento serão remunerados com base no resultado e, de

outro, a fiscalização desse resultado será remunerada por meio da alocação de

pessoas permanentemente à disposição da Administração. Ora, se os serviços

de desenvolvimento podem - e devem, diga-se - ser pagos à medida que são

entregues os produtos, o mesmo pode ser feito com relação aos serviços de

fiscalização de tais produtos, ou seja, eles podem - e devem - ser pagos à

medida que são concluídas as avaliações dos produtos apresentados pela

primeira contratada. Logo, não há justificativa para o modelo concebido pelo

Mdic para contratação dos referidos serviços de fiscalização.

17. A meu ver, a desconformidade apontada decorre da desconsideração da

natureza dos serviços de tecnologia da informação. Os serviços fornecidos

pela área de Tecnologia da Informação (TI) podem ser parametrizados

segundo métricas e indicadores, que definem precisamente o esforço

requerido e o resultado a ser alcançado, tanto do ponto de vista quantitativo,

como do qualitativo. São, portanto, serviços cuja gestão pode - e deve - ser

estruturada, o que pressupõe a especificação objetiva de produtos/serviços, a

definição precisa de responsabilidades, o estabelecimento de custos, a

identificação de riscos e a definição de métricas, indicadores e mecanismos

de acompanhamento. Nesse contexto, fica bem evidente que os serviços de TI

não se revestem da mesma natureza dos serviços de alocação de postos de

trabalho (locação de mão-de-obra terceirizada), esses relacionados à simples

colocação de pessoal à disposição da Administração e ao pagamento por

horas trabalhadas. Conseqüentemente, não é razoável sob a perspectiva da

gestão, nem vantajoso economicamente, que se adote, para serviços de TI, o

mesmo modelo de pagamento de serviços aplicável à alocação de postos de

trabalho, porque tal modelo não leva em consideração uma característica

positiva dos serviços de TI: a possibilidade de definir objetivamente os

resultados requeridos e efetuar-se o pagamento somente quando atingidos

esses resultados.

18. É em decorrência das características específicas dos serviços de TI e da

Page 85: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

85

necessidade de solucionar os problemas peculiares a essa área que há um

movimento em nível global, por parte de governos e organizações, no sentido

de abandonar os modelos de contratação baseados na alocação de postos de

trabalho (locação de mão-de-obra) e no pagamento de horas trabalhadas.

Hoje, cada vez mais disseminadamente, vêm sendo adotados modelos de

contratação em TI fundados na mensuração de esforço e resultados por

otimizarem a gestão dos serviços e os respectivos custos. São exemplos de

ferramentas utilizadas para esse fim a adoção da metodologia de ponto por

função e os acordos de nível de serviço, contratos em que são especificados

os serviços requeridos e os padrões de desempenho necessários para aceitação

dos serviços.

19. Essa tendência já foi reconhecida pela Secretaria de Logística e

Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão (SLTI/MPOG) ao editar a Instrução Normativa 04/2008, que dispõe

sobre o processo de contratação de serviços de Tecnologia da Informação

pela Administração Pública Federal e que entrará em vigor a partir de janeiro

de 2009. É de se notar que a norma traz disposições que disciplinam a

contratação dos referidos serviços, estabelecendo que a forma de pagamento

deverá ser feita com base na mensuração dos resultados e vedando a

contratação por postos de trabalho, salvo em situações excepcionais (art. 14,

inciso II, alínea ¿i¿, e § 2º, da IN/SLTI 04/2008). Diga-se, aliás, que esse

novo disciplinamento é plenamente compatível com as determinações

endereçadas pelo Tribunal ao Mdic nos Acórdãos 1.094/2004-Plenário,

667/2005-Plenário e 2.171/2005-Plenário.

20. Em vista dessas ponderações, entendo cabível determinar ao Mdic que

evite a formulação e a implementação de modelos de contratação de serviços

de tecnologia da informação baseados na alocação de postos de trabalho

(locação de mão-de-obra) e no pagamento da empresa contratada com base

em horas trabalhadas, uma vez que tais modelos não se ajustam às

características intrínsecas dos referidos serviços, como reconhecido pelo

MPOG mediante a Instrução Normativa 04/2008.

Page 86: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

86

21. A título de informação, acrescente-se também que o art. 6º da referida

norma veda expressamente a previsão em edital da remuneração dos

funcionários dos fornecedores desses serviços, o que se harmoniza com a

determinação dirigida ao Mdic no subitem 9.3.3 do Acórdão 1.094/2004-

Plenário, questão exposta nos itens precedentes.

[...]

[ACÓRDÃO]

9.1.2. evite a formulação e a implementação de modelos de contratação de

serviços de tecnologia da informação baseados na alocação de postos de

trabalho (locação de mão-de-obra) e no pagamento da empresa contratada

com base em horas trabalhadas, adotando soluções voltadas para a

mensuração e o pagamento por resultados, a exemplo da aplicação de

metodologias de mensuração específicas, como ponto por função, e do

estabelecimento de acordos de nível de serviço, entre outras possibilidades;

Informações

AC-1239-25/08-P &nbspSessão: 25/06/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti -

FISCALIZAÇÃO - MONITORAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14746 2 2 2 2 0 5 5 5

Excerto

[Concorrência com o objetivo de contratar empresa especializada para a

prestração de serviços de suporte e manutenção de banco de dados, mediante

a instalação de postos de trabalho.]

[VOTO]

9. Cabe acrescentar que, após adotada a deliberação acima, foi editada, pela

Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão, a Instrução Normativa 04/2008, que

dispõe sobre o processo de contratação de serviços de Tecnologia da

Informação pela Administração Pública Federal, com entrada em vigor a

partir de janeiro de 2009. É de se notar que a norma, em seu art. 6º, veda

expressamente a previsão em edital da remuneração dos funcionários dos

fornecedores desses serviços.

Page 87: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

87

10. Além disso, a mesma norma traz disposições que disciplinam a

contratação dos referidos serviços, estabelecendo que a forma de pagamento

deverá ser feita com base na mensuração dos resultados e vedando a

contratação por postos de trabalho, salvo em situações excepcionais (art. 14,

inciso II, alínea ¿i¿, e § 2º, da IN/SLTI 04/2008).

11. Diga-se, a propósito, que o novo disciplinamento da questão é plenamente

compatível com as determinações endereçadas pelo Tribunal ao Mdic nos

Acórdãos 1.094/2004-Plenário, 667/2005-Plenário e 2.171/2005-Plenário .

12. Os serviços fornecidos pela área de Tecnologia da Informação (TI) podem

ser parametrizados segundo métricas e indicadores, que definem

precisamente o esforço requerido e o resultado a ser alcançado, tanto do

ponto de vista quantitativo, como do qualitativo. São, portanto, serviços cuja

gestão pode - e deve - ser estruturada, o que pressupõe a especificação

objetiva de produtos/serviços, a definição precisa de responsabilidades, o

estabelecimento de custos, a identificação de riscos e a definição de métricas,

indicadores e mecanismos de acompanhamento. Nesse contexto, fica bem

evidente que os serviços de TI não se revestem da mesma natureza dos

serviços de alocação de postos de trabalho (locação de mão-de-obra

terceirizada), esses relacionados à simples colocação de pessoal à disposição

da Administração e ao pagamento por horas trabalhadas. Conseqüentemente,

não é razoável sob a perspectiva da gestão, nem vantajoso economicamente,

que se adote, para serviços de TI, o mesmo modelo de pagamento de serviços

aplicável à alocação de postos de trabalho, porque tal modelo não leva em

consideração uma característica positiva dos serviços de TI: a possibilidade

de definir objetivamente os resultados requeridos e efetuar-se o pagamento

somente quando atingidos esses resultados.

13. É em decorrência das características específicas dos serviços de TI e da

necessidade de solucionar os problemas peculiares a essa área que há um

movimento em nível global, por parte de governos e organizações, no sentido

de abandonar os modelos de contratação baseados na alocação de postos de

trabalho (locação de mão-de-obra) e no pagamento de horas trabalhadas.

Page 88: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

88

Hoje, cada vez mais disseminadamente, vêm sendo adotados modelos de

contratação em TI fundados na mensuração de esforço e resultados por

otimizarem a gestão dos serviços e os respectivos custos. São exemplos de

ferramentas utilizadas para esse fim a adoção da metodologia de ponto por

função e os acordos de nível de serviço, contratos em que são especificados

os serviços requeridos e os padrões de desempenho necessários para aceitação

dos serviços.

14. Diante dessas ponderações, entendo cabível determinar ao Mdic que evite

a formulação e a implementação de modelos de contratação de serviços de

tecnologia da informação baseados na alocação de postos de trabalho

(locação de mão-de-obra) e no pagamento da empresa contratada com base

em horas trabalhadas, uma vez que tais modelos não se ajustam às

características intrínsecas dos referidos serviços, como já reconhecido pelo

MPOG mediante a IN/SLTI 04/2008.

Informações

AC-1238-25/08-P &nbspSessão: 25/06/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti -

FISCALIZAÇÃO - MONITORAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14751 2 2 2 2 0 5 5 5

Excerto

[Monitoramento do subitem 9.4 do Acórdão 786/2006-P, que recomendou

Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação ¿ SLTI ¿ do Ministério

do Planejamento, Orçamento e Gestão a elaboração de modelo de licitação e

contratação de serviços de informática para a Administração Federal]

[VOTO]

6. Ressaltei, na ocasião [Acórdão 786/2006 ¿ Plenário], que o modelo de

contratação antes adotado por diversos outros órgãos da Administração

Federal consistia na adjudicação de todos os serviços de informática do órgão

contratante a uma única empresa, celebrando-se com ela um único e grande

contrato, cuja previsão de pagamento se dava por horas trabalhadas (modelo

do tipo postos de serviço).

[...]

Page 89: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

89

9. Sob o prisma da economicidade da execução contratual, esse modelo de

contratação comportava risco de disfunções negativas como a maior oneração

do contrato à medida em que a alocação de profissionais de menor

qualificação, na execução contratual, demanda maior número de horas na

execução do serviço e, conseqüentemente, maior o faturamento da empresa

contratada e a despesa da Administração. Ou, ainda, em razão de que a

tendência era de remunerar todas as horas de disponibilidade dos empregados

da empresa, ainda que não produtivas (em razão apenas da presença desses

nos postos de trabalho), levando a possíveis distorções como a cobrança e o

pagamento sem que houvesse efetiva e aproveitada utilização das equipes

alocadas na execução de serviços.

10. A partir dos monitoramentos realizados [nas licitações do MDIC para

contratação de serviços de informática], permitiu-se o esboço de novo modelo

de licitação e contratação de serviços de informática, com quebra do modelo

paradigma de contratações anterior, [...]

[...]

12. O modelo evolutivo da forma de contratação de serviços de TI transmuda

a maneira de execução indireta de serviços, propiciando salto positivo em

busca da eficiência, eficácia e economicidade, na medida em que dá

preferência à prestação de serviços mensurados por resultados em

contraposição à simples locação de mão-de-obra. A licitante é contratada para

realizar atividade de prestação de serviço por sua conta e risco, interessando

ao contratante apenas os resultados ou os produtos obtidos no prazo fixado

segundo especificações preestabelecidas, independentemente do número de

funcionários alocados pela empresa, que passa a se preocupar com a

produtividade como fator de elevação de seus lucros.

[...]

37. [...] A realização de licitações e contratações de TI, diferentemente

daqueles outros [vigilância, limpeza e conservação], deve estar focada sempre

que possível na prestação dos serviços por resultados em vez de simples

locação de mão-de-obra e do pagamento por postos de serviço ou hora-

Page 90: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

90

trabalhada.

Informações

AC-1480-32/07-P &nbspSessão: 01/08/07 &nbspClasse: V

&nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti - FISCALIZAÇÃO -

MONITORAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 14800 2 2 2 2 1 4 5 5

Todos os precedentes do subtema - área: CONTRATO; tema: EXECUÇÃO E

FISCALIZAÇÃO; subtema: Recebimento de objeto

Excerto

[Relatório:]

4. [Trechos do parecer do dirigente da Unidade Técnica:]

" [...] 7. Tampouco pode vingar a alegação de que todos os módulos foram

construídos, constante do próprio parecer técnico. É evidente que não basta

que o número de construções seja equivalente ao contratado; é necessário

também que tenham sido executadas conforme o contratado, seguindo as

especificações técnicas definidas e de acordo com as normas técnicas

vigentes. Por isso, é que o processo de atestação era feito por engenheiro

civil, com capacitação técnica para análise destes pontos. Caso o processo de

atestação se resumisse à mera conferência númerica do número de módulos

executados, a tarefa poderia ser delegada a qualquer servidor, sem

qualificação técnica na área. [...]"

5. [parecer do MP/TCU:]

"[...]

As normas de execução orçamentário-financeira condicionam o atesto à

verificação da regular execução do objeto, pois, por meio deste, certifica-se a

conformidade do objeto contratado com o objeto efetivamente executado. É,

pois, o atesto, por excelência, o ato mais importante do processo de

liquidação da despesa, que consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e os documentos comprobatórios do

respectivo crédito (artigo 63 da Lei 4.320/1964). Mediante o atesto, o Poder

Público, por intermédio de servidor competente, busca garantir que o

Page 91: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

91

pagamento a ser efetuado é realmente o pagamento devido.

No caso, a mudança na base de sustentação da casinha, prevista no projeto

básico em alvenaria argamassada de tijolo comum [...], mas executada em

placas de concreto pré-moldado, e o fato de parte do serviço ter sido

executada em solo de pouco resistência [...] deveriam ter sido questionadas

pelo sr. [responsável pela fiscalização da execução dos serviços] previamente

à atestação dos serviços. Somente à vista de esclarecimentos satisfatórios

eventualmente prestados pela [contratada] e acolhidos pela Funasa poderia ter

sido dado o competente atestado da execução dos serviços. [...]"

[Voto:]

3. As falhas verificadas decorreram de execução em moldes distintos do que

os especificados para a base dos sanitários (placas de concreto pré-moldado

em vez de alvenaria de tijolo comum), que se revelaram inadequadas ao solo

de baixa resistência dos locais em que foram assentados, conforme laudo de

vistoria técnica mencionado no Relatório supra. Tal alteração foi

implementada por iniciativa daquela construtora. O referido responsável, na

qualidade de fiscal, por sua vez, contribuiu decisivamente para a consumação

da irregularidade, pois cabia a ele acusá-la. Restou, portanto demonstrada a

responsabilidade de ambos os citados agentes.

Informações

AC-3307-42/07-2 &nbspSessão: 20/11/07 &nbspClasse: II

&nbspRelator: Ministro Benjamin Zymler - TOMADA E PRESTAÇÃO DE

CONTAS

Controle 8783 2 2 2 2 0 5

Excerto

[FISCALIZAÇÃO MENSAL DO RECEBIMENTO DOS SALÁRIOS

PELOS EMPREGADOS CONFORME CONSIGNADOS NA PROPOSTA

DA CONTRATADA.]

[ACÓRDÃO]

9.3. determinar à Secretaria Executiva e à e Subsecretaria de Planejamento,

Orçamento e Administração do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior que:

Page 92: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

92

[...]

9.3.3. observem as seguintes linhas de conduta na formulação de editais de

licitação e na gestão de contratos de execução indireta e contínua de serviços:

[...]

9.3.3.3 no âmbito do Contrato [...] e em outros termos ajustados com a

Administração Pública em que os respectivos editais de licitação fixaram os

pisos salariais das categorias profissionais executoras dos serviços, o órgão

contratante deverá efetuar os seguintes controles, entre outros que entenda

necessários:

9.3.3.3.1. com fundamento nos arts. 54, § 1º, in fine, e 55, inciso XI, da Lei n.

8.666/1993, adotar as providências necessárias ao aditamento do contrato

com vistas a explicitar que a empresa contratada se obriga a pagar os salários

lançados em sua proposta;

9.3.3.3.2. fiscalizar periodicamente o efetivo pagamento dos valores salariais

lançados na proposta contratada, mediante a verificação das folhas de

pagamento referentes aos meses de realização dos serviços, de cópias das

carteiras de trabalho dos empregados, dos recibos e dos respectivos

documentos bancários, entre outros meios de fiscalização cabíveis;

[VOTO]

43. [...] destaco que me alinho ao posicionamento do Ministro-Relator [...], no

tocante à necessidade de os órgãos contratantes constatarem a ocorrência do

efetivo pagamento, pelas empresas contratadas, dos exatos valores

estipulados nos orçamentos para remuneração da mão-de-obra terceirizada.

44. Nesse sentido, considero bastante acertada a determinação contida no

Acórdão proposto no âmbito destes autos para que sejam examinadas,

periodicamente, as folhas de pagamento referentes aos meses de realização

dos serviços, bem como as cópias das carteiras de trabalho dos empregados e

os respectivos documentos bancários.

45. De fato, a estipulação de remuneração mínima para a mão-de-obra

aplicada na execução indireta de serviços pagos por disponibilidade ou

baseados na locação de postos de trabalho só alcança o resultado esperado de

Page 93: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

93

incremento na qualidade dos serviços a serem prestados, se restar

comprovado o repasse, in totum, para os empregados, dos valores pactuados

com a Administração Pública.

Informações

AC-0614-11/08-P &nbspSessão: 09/04/08 &nbspGrupo: II &nbspClasse:

VII &nbspRelator: Ministro Augusto Sherman Cavalcanti -

FISCALIZAÇÃO - MONITORAMENTO - INICIATIVA PRÓPRIA

Controle 15072 2 2 2 2 0 4

Excerto

[Tomada Contas Especial. Município de Carnaubais/RN, enfocando recursos

repassados àquela municipalidade nos exercícios de 2001 a 2004, no âmbito

do Programa Nacional de Alimentação Escolar]

[ACÓRDÃO]

9.2.2. abstenha-se de designar parentes de fornecedores da Prefeitura

Municipal de Carnaubais/RN para as funções de requisição, recebimento,

guarda, controle e distribuição dos produtos adquiridos;

[VOTO]

6. [...] o questionamento mais importante reside mesmo no parentesco da

dona da empresa. A Secex/RN reconhece o direito de a firma participar das

licitações da prefeitura, em respeito aos princípios constitucionais da livre-

concorrência e da livre-iniciativa. Apenas não aceita que o esposo da

proprietária, como secretário municipal da educação, tenha sido o responsável

pelo aceite, recebimento e distribuição das mercadorias adquiridas. Haveria aí

ofensa a outro princípio constitucional, desta feita o da moralidade

administrativa.

[...]

11. [...] Nada obstante, consoante alvitrado pela unidade técnica, resta a pecha

da imoralidade na conduta do ex-Secretário de Educação por ter adquirido e

atestado o recebimento de materiais escolares fornecidos por empresa

pertencente à sua esposa. A fim de se evitar que fatos dessa natureza voltem a

ocorrer, considero adequada a proposta apresentada pela Secex no sentido de

determinar à Prefeitura Municipal de Carnaubais/RN que se abstenha

Page 94: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

94

designar parentes de fornecedores como responsável pela requisição,

recebimento, guarda, controle e distribuição de bens adquiridos pela

municipalidade.

12. Feitas essas considerações, penso que nada há a excepcionalizar a relação

contratual da prefeitura com a empresa ZC, no conjunto de todos os contratos

firmados pela municipalidade para o fornecimento de gêneros para a merenda

escolar. Cumpre ressaltar que, de acordo com os documentos constantes dos

autos, o município desenvolveu regularmente, nos períodos questionados, o

Programa de Alimentação Escolar, tendo sido devidamente acompanhado

pelo conselho municipal competente e com todas as suas prestações de contas

aprovadas pelo FNDE.

Informações

AC-3538-38/08-1 &nbspSessão: 21/10/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

II &nbspRelator: Ministro Augusto Nardes - TOMADA E PRESTAÇÃO

DE CONTAS

Controle 19380 2 1 2 2 0 3

Excerto

[Tomada Contas Especial. Município de Carnaubais/RN, enfocando recursos

repassados àquela municipalidade nos exercícios de 2001 a 2004, no âmbito

do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Correta liquidação da

despesa]

[ACÓRDÃO]

9.2.1. na gestão de recursos federais transferidos ao município, observe as

normas previstas na Lei nº 4.320/1964 e na Instrução Normativa STN nº

1/1997 relativas à correta liquidação da despesa, providenciando a atestação

da entrega dos produtos adquiridos e mantendo controles adequados do seu

armazenamento e distribuição;

[VOTO]

10. A falta de controles sobre o recebimento e distribuição dos gêneros para

as escolas realmente configura inobservância dos procedimentos de

liquidação da despesa previstos na Lei nº 4.320/1964. Em inspeção realizada

na prefeitura pela Secex/RN, a equipe encontrou alguns poucos formulários

Page 95: APOSTILA FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS

95

de controle de estoques, considerados insuficientes. Assim, justifica-se

inteiramente a transmissão de determinação no sentido da correção do

procedimento, conforme sugerido pela unidade técnica.

Informações

AC-3538-38/08-1 &nbspSessão: 21/10/08 &nbspGrupo: I &nbspClasse:

II &nbspRelator: Ministro Augusto Nardes - TOMADA E PRESTAÇÃO

DE CONTAS

Controle 19381 2 1 2 2 0 3

Excerto

[ACÓRDÃO ]

Determinações:

6. ao responsável pela Unidade [...] que:

6.1. atente para o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320/64, no sentido de efetuar

o atesto de recebimento dos bens ou serviços nos comprovantes de despesas,

de modo a evitar a possível ocorrência de pagamento por material não

recebido ou serviço não prestado;

Informações AC-2149-23/08-1 &nbspSessão: 08/07/08 &nbspRelator: Ministro

Valmir Campelo - TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS

Controle 15042 2 2 2 2 0 3

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Contratações da Administração Pública. 6ª ed. São Paulo: Renovar, 2003.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos

Administrativos. 10ª ed. São Paulo: Dialética, 2004.

JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos

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LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da

Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração

Pública e dá outras providências.

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 - Estabelece normas de

finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras

providências.

LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 - Institui, no âmbito da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e

serviços comuns, e dá outras providências.

FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Contratação direta sem licitação. 5. ed.

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MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas licitações e contratos. 9. ed. atual. Belo

Horizonte: Del Rey, 2002.

MACHADO JR., J. Teixeira e REIS, Heraldo da Costa. A Lei nº 4.320 Comentada.

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