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Fala sobre os aspectos da liderança de forma clara e objetiva.
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Disciplina: Liderança e Gestão de Equipes / ADM / UNINOVE
Prof. Dr. Renato Cancian
Aula introdutória
Aspectos teóricos da LIDERANÇA: enfoque sociológico com base nos estudos do cientista social
alemão Max Weber (1864-1920).
LIDERANÇA pode ser concebida como um processo “relacional”, porque se configura como uma
relação social envolvendo, de um lado, o líder (que é aquele que está numa posição de mando e
autoridade); e de outro, os liderados (aqueles que estão sendo comandados).
Para que está relação seja estável (ou seja, para que perdure) é necessário que esteja baseada em
algum tipo de legitimação. Legitimidade pode ser entendida como aceitação por parte daqueles
que se sujeitam ao líder, obedecendo-o e acatando suas ordens e mandos. Com base nestas
considerações, podemos afirmar que existem apenas três (somente três) fontes motivacionais que
sustentam a legitimidade da autoridade de um líder. São elas:
AUTORIDADE CARISMÁTICA:
1) A relação está fundamentada na devoção afetiva ao líder portador de carisma. Este carisma pode
se manifestar por meio de faculdades mágicas, poderes sobrenaturais, feitos heróicos, poder
intelectual e de oratória. Neste caso, obedece-se exclusivamente à pessoa do líder por suas
qualidades excepcionais.
2) Este tipo de vínculo de obediência é característico de épocas remotas, geralmente se manifesta
em comunidades tribais e agrárias e é muito comum em movimentos religiosos radicais onde
aparece a figura do profeta (líder) e dos seguidores ou discípulos (liderados).
3) Na época moderna, o carisma também subsiste, mas de forma muito superficial, geralmente a
figura representativa é a do político demagogo. Este tipo de vínculo de obediência é o mais
instável e precário porque subsiste enquanto perdurar as qualidades excepcionais do líder
portador de carisma.
AUTORIDADE TRADICIONAL:
1) Se fundamenta no respeito das normas dos costumes vigentes ou ordenações sagradas. Neste
caso, a autoridade do líder está respaldada nas tradições de tempos imemoriais (remotos,
antigos). A tradição fixa a posição de líder e também estabelece seu grau de autoridade perante
os que o obedecem.
2) A relação de autoridade é de tipo patriarcal, aquele que lidera é conhecido como senhor e
aqueles que obedecem são os súditos. Este tipo de autoridade é muito comum em sociedades e
comunidades tribais ou organizadas em clãs, geralmente onde as crenças e princípios religiosos
são muito arraigados. Vigorou em tempos passados, na época das comunidades dominadas por
príncipes, reis e sultões.
3) Este tipo de vínculo de autoridade ainda subsiste nos dias atuais, mas em alguns poucos países
subdesenvolvidos, os exemplos mais característicos são: Índia (que é uma sociedade de castas),
Paquistão, Afeganistão, alguns países do oriente médio e comunidades tribais da África.
AUTORIDADE BUROCRÁTICA (OU LEGAL - legalidade):
1) Se fundamenta no respeito aos estatutos normativos (que são as leis). Aquele que ocupa um
cargo de liderança detém autoridade prevista em leis e regulamentos escritos. Desse modo, nós
obedecemos às normas estatuídas e não a pessoa detentora do cargo de autoridade.
2) Neste caso, o princípio básico da legitimidade da autoridade burocrática está fundamentado na
ideia (ou consciência) de que qualquer lei ou norma pode ser criada racionalmente mediante
consenso e acordos.
3) A pessoa detentora do cargo de autoridade “encarna” a lei, esta mesma lei também fixa os limites
de sua autoridade. As regras de competência profissional geralmente são os critérios para se
ocupar um cargo de liderança. Os exemplos são variados: é o caso de juízes, policiais, chefes de
polícia, políticos, chefes de empresas.
4) A autoridade burocrática é a que vigora no mundo moderno e contemporâneo, na maioria dos
países, e envolve a relação chefe/subordinado.
É importante ressaltar que nenhum dos vínculos de legitimidade que sustentam a liderança existe
na sua forma pura. Ou seja, na realidade, todos os três tipos de fatores motivacionais envolvidos
na relação líder/liderados se mesclam. Esse fato é mais verdadeiro quando observamos a
relação de autoridade envolvendo o político, o líder empresarial ou o chefe de uma organização,
todos.