251
Planejamento, Monitoramento e Avaliação de Projetos Sociais. Prefeitura Municipal de Curitiba Instituto Municipal de Administração Pública – IMAP Área: Desenvolvimento Social

Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Planejamento, Monitoramento

e Avaliação de Projetos Sociais.

Prefeitura Municipal de

Curitiba

Instituto Municipal de

Administração Pública – IMAP

Área:

Desenvolvimento Social

Page 2: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 3: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Luciano Ducci

Prefeito Municipal

Carlos Homero Giacomini

Presidente

Maria do Carmo A. de Oliveira Superintendente

Elaine Rossi Ribeiro Diretora da EAP

Elaboração:

Lycia Tramujas Vasconcellos Neumann

Page 4: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 5: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Bahia. Secretaria de PlanejamentoSistemática de monitoramento e avaliação em programas

e projetos governamentais. Salvador: SEPLAN/SGA, 2005.66p. il.

1. Programa governamental – Sistematização. 2.Metodologia. 3. Técnica de trabalho. I. Título.

CDU: 001.81(061)

Page 6: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Junho de 2006

Page 7: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS4

Governador do Estado da BahiaPaulo Ganem Souto

Secretaria do PlanejamentoArmando Avena

Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma AgráriaPedro Barbosa de Deus

Secretaria de Combate a Pobreza e Desigualdades SociaisPe. Clodoveo Piaza S. J.

Page 8: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 5

APR

ESEN

TAÇÃ

O

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

APRESENTAÇÃO

Investir na institucionalização do processo de monitoramento e avaliação (M&A)

constitui um imperativo básico para a conquista da excelência dos serviços prestados

pelo Estado. O Governo da Bahia encontra-se engajado nesse movimento internacio-

nal e com a criação da Superintendência de Gestão e Avaliação (SGA), no âmbito da

Secretaria do Planejamento (Seplan), manifestou a vontade política de disseminar a

cultura da avaliação nas Secretarias e órgãos do Estado, responsáveis pelo planejamen-

to e operacionalização das políticas públicas.

O documento que se apresenta, constitui um referencial para ser utilizado como

catalisador dos diversos instrumentos e práticas de monitoramento e avaliação utiliza-

dos pelos diferentes órgãos gestores da administração pública estadual e está contem-

plado no Programa de Monitoramento e Avaliação, desenvolvido pela Seplan/SGA,

tendo como um dos objetivos a criação de mecanismos essenciais para a gestão eficaz

de programas e projetos estratégicos de Governo.

A Sistemática de Monitoramento e Avaliação é, portanto, uma das ferramentas

que deverá ser utilizada para a medição do grau de eficácia, efetividade e eficiência das

intervenções do Estado na sociedade.

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS

Page 9: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS6

Oferece ainda aos clientes da avaliação, um mapa dos caminhos a serem persegui-

dos, subsidiando a tomada de decisão para o aperfeiçoamento do programa ou do

projeto ao longo de sua execução, com a descrição da seqüência de eventos relaciona-

dos, conectando o problema ou a oportunidade diagnosticada, com os resultados es-

perados. A ferramenta permite visualizar e compreender como os investimentos rea-

lizados na geração de produtos (bens ou serviços) podem contribuir para alcançar os

objetivos planejados, servindo de base para a criação de procedimentos e processos

de monitoramento e avaliação. O resultado esperado será a criação de um sistema de

monitoramento e avaliação mantido e alimentado por todas as Secretarias do Estado,

constituindo um poderoso instrumento de planejamento.

Espera-se que esta semente encontre um terreno fértil para sua germinação, pro-

duzindo bons frutos: a melhoria do nível de excelência dos serviços públicos.

Armando Avena

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS

APR

ESEN

TAÇÃ

O

Page 10: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 7

SUM

ÁRIO

09 O processo de criação da sistemática

11 A linguagem do monitoramento e avaliação

15 Aspectos conceituais

17 O processo em 12 passos

19 PASSO 1: Definição do programa ou projeto a ser avaliado

20 PASSO 2: Formação de equipe mista de avaliação eelaboração do plano de trabalho

22 PASSO 3: Identificação e entrevista com os potenciais clientesda avaliação

26 PASSO 4: Elaboração do Modelo Lógico de Gestão e Análisede Avaliabilidade do Programa

28 PASSO 5: Análise de Avaliabilidade

29 PASSO 6: Definição do escopo da avaliação

32 PASSO 7: Análise dos instrumentos e registros já disponíveisdo Programa

33 PASSO 8: Definição dos indicadores de monitoramento eavaliação a serem utilizados

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SUMÁRIO

Page 11: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS8

37 PASSO 9: Definição e criação dos instrumentos para coleta de dados

40 PASSO 10: Coleta dos dados

42 PASSO 11: Tabulação e análise dos dados coletados

46 PASSO 12: Elaboração e disseminação do Relatório de Avaliação

47 Estrutura modelo do relatório de avaliação

48 Conclusão

49 Glossário

53 Referências Bibliográficas

Anexos

54 ANEXO I – Modelo Lógico de Gestão do Programa Cabra Forte

59 ANEXO II – Questionário para levantamento de informações

62 ANEXO III – Instrumento usado para análise dos dados coletados sobre oPrograma Cabra Forte

SUM

ÁRIO

Page 12: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 9

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA SISTEMÁTICA

A construção da Sistemática de Monitoramento e Avaliação em Programas e Projetos Go-

vernamentais teve como principio básico a premissa de que o processo avaliativo de políticas

públicas permite aperfeiçoar a gestão das ações desenvolvidas por um governo para atender de

modo eficiente e eficaz as demandas da sociedade e constitui uma ferramenta estratégica que

permite conhecer, entender, decidir e planejar de modo aprimorado com o aprendizado do pas-

sado e do presente.

O Programa de Monitoramento e Avaliação que vem sendo conduzido pela Secretaria do

Planejamento, através da Superintendência de Gestão e Avaliação, busca assegurar a eficácia das

políticas públicas, seus planos, programas, projetos e atividades e o bom uso dos recursos sob

responsabilidade das organizações. O Programa está estruturado em quatro estratégias que se

complementam e vêm gerando um conjunto diversificado de processos e produtos.

A estratégia de formação visa sensibilizar e capacitar servidores estaduais para atuarem em

monitoramento e avaliação de programas e projetos governamentais e a divulgação de experiên-

cias exitosas. A estratégia de informação tem por objetivo produzir, analisar e veicular informa-

ções confiáveis e tempestivas para subsidiar a tomada de decisão, a correção de procedimentos

e a retroalimentação do processo de planejamento. Na estratégia de articulação/comunicação

está sendo implementado um trabalho em parceria com as Secretarias e órgãos estaduais, visando

aperfeiçoar o formato e o fluxo das informações das ações de Governo. Por fim, a estratégia de

Planejamento, visa estimular boas práticas de planejamento focadas em resultado e resulta na

construção das matrizes lógicas, onde estão explicitados os objetivos, atividades, produtos, re-

sultados e impactos, com a definição dos respectivos indicadores para cada secretaria. A imple-

mentação destas estratégias já apresenta melhorias na qualidade da programação, execução, mo-

nitoramento e avaliação das ações governamentais, contribuindo para uma maior racionalização

no ciclo de gestão do Estado.O P

RO

CE

SS

O D

E C

RIA

ÇÃ

O

Page 13: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS10

A construção e implementação de uma sistemática de monitoramento e avaliação em

programas e projetos governamentais é um dos componentes do Programa de M&A e apre-

senta-se como um pré-requisito básico para o aperfeiçoamento do processo de gestão e

para a criação das condições da retroalimentação da programação de Governo.

Um outro determinante para a elaboração deste documento foi o compromisso em

preencher uma lacuna na gestão pública estadual, face à inexistência de uma cultura avaliativa

e de uma sistemática que oriente metodologicamente o processo de monitoramento e ava-

liação para a otimização na utilização dos recursos públicos e na maximização dos resultados.

O documento foi construído por uma equipe composta por representantes de diversas

Secretarias, envolvidas na implementação do Programa selecionado, denominada Matricial, lide-

rada pela Seplan/SGA, contando ainda com o apoio da Fundação Luis Eduardo Magalhães (FLEM).

A adoção desta Sistemática possibilitou, de um lado, produzir e testar metodologias e

instrumentos de M&A capazes de medir o grau de eficiência, eficácia e efetividade das inter-

venções governamentais e, de outro lado, capacitar técnicos da SGA e demais Secretarias e

entidades responsáveis pela concepção e implementação do Programa Cabra Forte, progra-

ma escolhido para testar a ferramenta da Sistemática.

Resultado de um trabalho prático e participativo, a partir de discussões e contribuições

de diversos profissionais do setor público estadual, em oficinas e reuniões, foi possibilitado

um aprendizado consistente sobre o assunto e a construção dos passos da metodologia. A

elaboração do Modelo Lógico de Gestão de Programas e Projetos Governamentais (MLGP),

é um dos passos mais importantes para a utilização desta Sistemática, na medida que possi-

bilita o compartilhamento de informações sobre o real funcionamento de uma intervenção

governamental, através da explicitação das atividades planejadas e dos resultados esperados,

demonstrando as premissas e os objetivos do programa a ser monitorado e avaliado.

É importante registrar que este documento constitui-se em um primeiro esforço de constru-

ção metodológica para nortear as práticas de M&A no Estado, contribuindo para a disseminação dos

aspectos teóricos e processuais na gestão dos programas e projetos governamentais.

O P

RO

CE

SS

O D

E C

RIA

ÇÃ

O

Page 14: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 11

A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O A LINGUAGEM DO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Apesar da crescente disseminação de trabalhos de monitoramento e avaliação

em instituições públicas e privadas do Brasil e do mundo, ainda encontramos muito

dissenso sobre alguns dos seus principais conceitos. Assim, torna-se imprescindível na

elaboração de qualquer sistemática de monitoramento e avaliação, uma definição pré-

via dos conceitos a serem adotados ao longo do trabalho.

No início deste projeto foi realizada uma oficina de Alinhamento Conceitual onde

foram apresentadas definições dos termos “monitoramento” e “avaliação” adotados

por organizações nacionais e internacionais. A partir de uma síntese dessas definições,

foi elaborado o quadro abaixo que ressalta as diferenças entre os dois instrumentos:

Foram também analisados diferentes tipos de avaliação e seus objetivos, ficando

então definido que a Sistemática aqui apresentada será instrumento para a realização

de avaliações com as seguintes características:

Interna (Internal Evaluation) – conduzida por membros das organizações as-

sociadas ao programa, projeto ou objeto que está sendo avaliado.

Monitoramento Avaliação

Atividade de gestão interna e contínua. Atividade interna ou externa.

Acontece durante a implementação Pode acontecer antes, durante ou depois dado programa ou projeto. implementação de um programa ou projeto.

Compara o que está sendo realizado Com base em dados levantados pelocom o que foi planejado. monitoramento e outras fontes, julga o

desempenho de um projeto de acordo comcritérios pré-estabelecidos, tais como: eficácia, efi-ciência, efetividade, sustentabilidade, dentre outros.

Page 15: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS12

Formativa (Formative Evaluation) – utilizada durante a implementação de um

programa ou projeto, para fornecer informações que permitam o seu aprimo-

ramento. Avaliações Formativas são usadas para dar um retorno às equipes

técnicas sobre os componentes do programa/projeto que estão funcionando

e aqueles que precisam ser modificados.

De Programas ou Projetos (Program Evaluation) – utilizada para determinar se

os objetivos, formato e resultados do programa ou projeto estão adequados, as-

sim como seu grau de eficiência, eficácia e efetividade na aplicação dos recursos.

Dentro do ciclo governamental de criação e execução de políticas e programas,

esta Sistemática visa à realização de avaliações de processo e resultados de programas

em fase de implementação, conforme demonstrado na figura a seguir:

Formato Estratégicoda Política

Formulação do Programa

Início daoperacionalização Implementação

Reformulação,expansão,redução,

encerramento

Avaliação dasnecessidades/

questõesprioritárias

Avaliaçãoprévia

Avaliação deprocesso

Avaliação deresultados

Avaliaçãofinal

A Avaliação no Ciclo das Políticas Públicas A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 16: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 13

Avaliações de processo e resultados podem acontecer simultaneamente,

complementando-se na função de orientar as equipes gestoras para maior compre-

ensão do programa, seu funcionamento e seus resultados junto ao público-alvo.

A avaliação de processo visa determinar o grau em que o programa está ope-

rando conforme planejado. Este tipo de avaliação tem como objetivo entender o

funcionamento do programa – a partir da análise do que ele faz e de quem são seus

beneficiários – para, assim, aprimorar suas ações. A avaliação de processo também

ajuda na identificação dos elementos essenciais para o melhor desempenho do pro-

grama em termos de produtos, resultados e impactos. Em geral, responde a pergun-

tas em duas categorias – cobertura e processo.

Cobertura: analisa o alcance do programa e as características dos

beneficiários.

Processo: analisa a consistência do programa e a qualidade de sua im-

plementação.

Exemplos de Perguntas Avaliativas de Processo

Quanto à cobertura:

Quais são as principais características dos participantes?

Estamos atendendo quem deveríamos atender?

Em qual proporção estamos conseguindo atender aqueles que nos procuram?

Quanto ao processo de implementação do programa:

As atividades estão acontecendo conforme planejado?

Quais são os pontos fortes e fracos das estratégias e atividades do programa?

Como os diferentes atores percebem o programa?A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 17: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS14

A avaliação de resultados analisa em que grau o programa vem produzindo os

benefícios e transformações a que se propõe. As atividades de um programa produzem

três tipos de resultado: produtos (outputs), resultados (outcomes) e impactos (impact).

Atividades: procedimentos do programa que são mobilizados visando à ob-

tenção dos efeitos desejados (como o treinamento de produtores, perfuração

de poços, etc.).

Produtos: efeitos imediatos de cada atividade do programa (como o número

de pessoas capacitadas, aulas dadas, materiais produzidos, etc.).

Resultados: impactos de curto prazo, resultado direto do programa nos seus

beneficiários (normalmente referem-se a mudanças de conhecimento, habili-

dades, comportamento e valores).

Impactos: benefícios e transformações de médio e longo prazo para os parti-

cipantes e beneficiários indiretos do programa (suas famílias e comunidades).

Exemplos de Perguntas Avaliativas de Resultado

Quanto aos produtos:

Estamos fazendo o que dissemos que íamos fazer?

As metas estão sendo cumpridas? Se não, por que não?

Quanto aos resultados:

Estamos fazendo a diferença que planejamos fazer?

Que efeitos o programa tem sobre os beneficiários diretos e indiretos?

Quanto aos impactos:

O programa causou os impactos esperados?

Que grandes transformações o programa provocou na vida de seus beneficiários?

A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 18: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 15

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ASPECTOS CONCEITUAIS

A metodologia utilizada nesta Sistemática de Monitoramento e Avaliação baseia-

se em alguns conceitos, princípios e práticas mundialmente adotados por instituições e

profissionais da área.

Três foram os principais princípios norteadores deste trabalho:

1. A avaliação deve ser um instru-

mento de gestão, desde a sua

elaboração até o futuro uso de

seus resultados.

2. O valor da avaliação está na sua

utilidade, na sua capacidade de

atender às necessidades de infor-

mação de seus usuários.

3. O processo de avaliação deve ser

construído e implementado de

maneira compartilhada pelos

avaliadores com a equipe técni-

ca executora do programa.

Estes princípios baseiam-se

em conceitos de Michael Quinn

Patton, ex-presidente da Associação

Americana de Avaliação (American

Evaluation Association). Em sua obra

“Avaliação com Foco na Utilização”

(Utilization-focused Evaluation), Patton

reforça a idéia de que “avaliações

deveriam ser julgadas pela sua

utilidade e real uso”. Visando garantir

esta utilidade, Patton defende a prévia

identificação e engajamento dos

usuários da avaliação, pois, segundo

ele, “é mais provável que os

potenciais clientes da avaliação a

utilizem se eles compreenderem e se

apropriarem do processo de avaliação

e seus resultados”2.2 Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: thenew century text. Londres: Sage Publications.A

SP

ECT

OS

CO

NCE

ITU

AIS

Page 19: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS16

OBJETIVOS

A Sistemática de Monitoramento e

Avaliação tem como objetivos:

1. Proporcionar avaliações periódi-

cas do desempenho dos progra-

mas, instrumentalizando as equi-

pes do Governo na gestão de

recursos e obtenção de resulta-

dos mais efetivos.

2. Incorporar a atividade de moni-

toramento e avaliação como um

instrumento de rotina em pro-

gramas governamentais.

Para estar apta a coordenar

as atividades, a equipe Matricial deve

ser capacitada em temas como:

Os mitos sobre avaliação;

Os principais conceitos e tipos de

avaliação;

A lógica e os valores da avaliação;

A avaliação com foco na utilização

– seus passos e desafios;

Os princípios da avaliação

participativa;

A relação entre políticas,

programas e projetos;

A análise de avaliabilidade;

O modelo lógico de gestão do

programa – sua função e seus

componentes.

AS

PE

CTO

CO

NCE

ITU

AIS

Page 20: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 17

Page 21: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS18

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOS

A Sistemática de Monitoramento e Avaliação é uma metodologia

para ser aplicada em programas e projetos estratégicos do Governo3. Ela permite

a obtenção periódica de informações sobre o desempenho das ações governa-

mentais, propiciando o aprimoramento da sua execução, subsidiando a tomada de

decisão quanto a novos projetos e parcerias e, assim, resultando na melhoria da

gestão nos níveis estratégico, tático e operacional.

Para facilitar a aplicação desta Sistemática, foram definidos 12 passos a partir da

experiência-piloto vivida com o Programa Cabra Forte.

3 A Sistemática aqui apresentada pode ser aplicada tanto a programas quanto aprojetos governamentais. Neste roteiro, o termo “programa” é usado de maneirageneralizada, representando programas e projetos. O

PR

OC

ES

SO

EM

12

PA

SS

OS

Page 22: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 19

PASSO 1: Definição do programa ou

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

projeto a ser avaliado

O processo de avaliação de um programa é complexo e exige bastan-

te dedicação não só dos avaliadores, mas também da equipe gestora. Por isso, a deci-

são de avaliar determinado programa deve ser tomada a partir do comprometimento

de todos os envolvidos na sua execução.

A definição de critérios técnicos para auxiliar na decisão de qual programa

deverá ser avaliado, ajuda no estabelecimento das diretrizes do trabalho e alinha o

entendimento de todos os participantes sobre a importância do estudo avaliativo a

ser desenvolvido.

Entre os critérios que podem ser adotados na seleção de programas a serem

avaliados estão:

Prioridade do tema: grau de importância do tema foco do programa.

Clareza de foco: grau de clareza dos objetivos do programa.

Visibilidade: grau de visibilidade do programa para a população da Bahia.

Interesse dos gestores e responsáveis institucionais em avaliar: grau de inte-

resse em avaliar o programa.

Concordância: grau de entendimento entre os gestores envolvidos quanto aos

objetivos, metas e resultados.

Conhecimento: existência de informações que permitam o acompanhamento

da execução física e financeira.

Volume de recursos orçamentários: recursos orçamentários disponíveis para

o programa.PA

SS

O

1

Page 23: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS20

PASSO 2: Formação de equipe mista de avaliação

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

e elaboração do plano de trabalho

A metodologia adotada nesta Sistemática prevê a formação de uma equipe

mista de avaliação, formada por avaliadores da própria unidade gestora do programa a

ser avaliado, equipe técnica do programa e, se necessário, consultores externos contra-

tados. A Seplan dará o apoio em todo o processo de avaliação quanto aos procedimen-

tos, normas e nas atividades relativas ao planejamento, articulação e gestão da informa-

ção. No caso de avaliação de programas multisetoriais, todas as Secretarias e Órgãos

envolvidos na execução do programa

deverão estar representados na equi-

pe mista de avaliação. Desta forma,

garante-se que todas as perspectivas

setoriais serão consideradas no estudo.

A primeira tarefa a ser execu-

tada pela equipe mista de avaliação

é a elaboração do plano de trabalho

para a aplicação da Sistemática de

Monitoramento e Avaliação no pro-

grama escolhido. A partir de infor-

mações do programa a ser avaliado

e da disponibilidade de recursos (hu-

manos, financeiros e de tempo) a

equipe deverá detalhar as etapas

apresentadas neste roteiro, definin-

do prazos e responsáveis.

Principais Funções da Equipe

Mista de Avaliação:

Articular o processo avaliativo com os

interesses e necessidades dos potenci-

ais clientes da avaliação;

Participar da elaboração do Modelo

Lógico de Gestão do Programa e da

definição do escopo da avaliação;

Coletar, analisar e sistematizar as

informações sobre o desempenho do

programa para garantir seu contínuo

monitoramento;

Elaborar relatórios de avaliação do

programa com recomendações para

seu aprimoramento. PA

SS

O 2

Page 24: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 21

PL

AN

O D

E T

RA

BA

LH

O

PLANO DE TRABALHO

12. Elaboração e disseminação do Relatório de Avaliação

11. Tabulação e análise dos dados coletados

10. Coleta de dados

9. Criação dos instrumentos para coleta de dados

8. Definição dos indicadores de M&A

7. Análise de instrumentos de M&A e registros existentes

6. Definição do escopo de avaliação

5. Análise das expectativas dos clientes de avaliação

4. Elaboração do Modelo Lógico de Gestão

3. Entrevista com potenciais clientes de avaliação

2. Formação da equipe mista de avaliação

1. Definição do programa a ser avaliado

Page 25: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS22

PA

SS

O

3PASSO 3: Identificação e entrevista com os

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

potenciais clientes da avaliação

Os potenciais clientes de uma avaliação são as pessoas e grupos

que são afetados pelos seus resultados, estão em posição de tomar decisões

sobre a avaliação, e pretendem usar as informações sobre o processo e os resul-

tados da avaliação para definir futuras ações.

A equipe de avaliação deverá definir no início dos trabalhos quem são os potenci-

ais clientes da avaliação e entrevistá-los para conhecer suas expectativas e necessida-

des de informação que o estudo avaliativo deverá atender.

PROGRAMA CABRA FORTE

Potencias clientes da avaliação entrevistados: Secretários da Agricultu-

ra, de Combate à Pobreza e do Planejamento; Representantes das Superinten-

dências da Seplan; Gestor do Programa Cabra Forte; Representantes das unida-

des envolvidas: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), Com-

panhia de Engenharia Rural da Bahia (CERB), Companhia de Desenvolvimento e

Ação Regional (CAR) e Superintendência de Articulação e Programas Especiais da

Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (SPE/Secomp).

Page 26: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 23

MODELO DE QUESTIONÁRIO A SER APLICADO COMOS CLIENTES DA AVALIAÇÃO.

Com relação à avaliação do programa:

1. Quais são as suas expectativas sobre o processo e os resultados desta

avaliação?

2. Como esta avaliação poderia contribuir para o aperfeiçoamento deste projeto?

3. Quais perguntas você gostaria que fossem respondidas por esta avaliação?

4. De que maneira as respostas a essas perguntas ajudariam no seu trabalho?

5. Quais decisões os resultados da avaliação poderiam influenciar?

6. Que dados e informações são necessários para esta tomada de decisão?

7. Quem deveria estar envolvido no processo de avaliação para orientá-lo

quanto às suas expectativas?

8. Como nós poderemos saber no futuro se esta avaliação foi útil?

9. Outras informações e comentários?

Dados do Responsável

Nome:

Cargo:

Telefone:

PA

SS

O

3

Page 27: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS24

As informações coletadas junto aos potenciais clientes da avaliação deverão ser

tabuladas e analisadas de maneira a orientar a definição do escopo da avaliação a ser

realizada. Este processo de tabulação e análise deverá ser feito em três etapas:

1. Despersonalização das informações.

2. Tabulação por categoria de análise.

3. Priorização das expectativas e perguntas de avaliação.

PROGRAMA CABRA FORTEExpectativas dos Clientes sobre a Avaliação

Quanto ao processo:

Que utilize procedimentos de avaliação adequados às características do

Programa;

Que apure os resultados com qualidade e eficiência;

Que identifique a necessidade de um eficiente banco de dados para controle

e monitoramento do Programa;

Que torne possível o monitoramento das ações do Programa de uma forma

que seja facilmente exeqüível;

Que crie um instrumento de fácil execução.

Quanto aos produtos:

Que possibilite a criação de banco de dados;

Que gere informações sobre a eficiência, eficácia e efetividade do Programa;

Que possibilite análise das transformações provocadas pelo Programa no

seu público-alvo (resultados);

PA

SS

O

3

Page 28: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 25

Que evidencie os resultados (positivos ou não) das intervenções, e se os

investimentos realizados atendem às necessidades e expectativas dos pe-

quenos criadores de caprinos e ovinos;

Que demonstre se o Programa está alcançando os objetivos preconizados,

ou seja, a melhoria da qualidade de vida da população e da região;

Que analise até que ponto o Programa atende às necessidades dos beneficiários;

Que analise o desempenho do Programa.

Quanto aos resultados:

Que possibilite maior registro e disseminação para conscientização das equi-

pes sobre os trabalhos que estão sendo realizados;

Que possibilite a transparência, eficiência e eficácia dos recursos aplicados

nos projetos do Governo;

Que as equipes internalizem os conceitos de avaliação e passem a vê-los

como instrumentos de gestão, para o aprimoramento e reconhecimento

de seus esforços;

Que possibilite a melhoria do fluxo de informações entre as equipes de trabalho;

Que tenha continuidade no processo de avaliação da ação governamental;

Que tenha continuidade para que a metodologia seja preservada e se tenha

registro de séries históricas.

Quanto ao futuro uso:

Que sirva de subsídio para o planejamento estadual e para a tomada de

decisões quanto a novos financiamentos e parcerias;

Que leve à correção dos desvios identificados e subsidie outros programas.PA

SS

O

3

Page 29: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS26

PA

SS

O

4○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 4: Elaboração do Modelo Lógico de Gestão

O Modelo Lógico de Gestão do Programa (MGLP) é um instru-

mento visual e sistêmico de apresentação e compartilhamento de informações so-

bre os recursos alocados em um programa, as atividades previstas, os produtos e as

mudanças que se esperam alcançar no curto, médio e longo prazo. De forma sim-

ples, o MLGP retrata um programa conforme ele vem sendo executado, facilitando

a comunicação sobre o seu propósito fundamental e tornando-se um ponto de refe-

rência para todos os envolvidos na sua implementação. É importante sinalizar que

apenas as atividades prioritárias para o desenvolvimento do programa deverão ser

incluídas no Modelo Lógico de Gestão.

Oficinas deverão ser realizadas com os principais responsáveis pela execução do

programa a ser avaliado, para construção conjunta do MLGP.

Apresenta-se a seguir a sugestão da estrutura do Modelo Lógico de Gestão a ser

adotado nesta Sistemática, e sua lógica de leitura.

Page 30: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 27

PA

SS

O

4

Page 31: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS28

PA

SS

O

5○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 5: Análise de avaliabilidade

A análise de avaliabilidade tem por objetivos buscar informações sobre o

formato do programa, explorar sua realidade e ajudar a conhecer sua estrutura, antes

que seja feita a avaliação de seus resultados. Ela ajuda a definir se o programa pode ser

efetivamente avaliado e se sua avaliação contribuiria para melhorar seu desempenho.

Sendo uma espécie de “pré-avaliação”, esta análise traz benefícios como:

prevenir o desperdício de recursos com avaliação;

ajudar os potenciais clientes da avaliação a formularem perguntas avaliativas

importantes e significativas;

facilitar o consenso entre avaliadores e equipe técnica do programa sobre o

objeto e escopo da avaliação a ser realizada, e a metodologia que será adotada.

Realizada com base no Modelo Lógico de Gestão, a análise de avaliabilidade deve

buscar responder a cinco questões básicas:

1. Quais são os principais componentes do programa?

2. Quais são os principais objetivos e metas do programa?

3. As pessoas envolvidas na gestão no programa concordam com seus objetivos?

4. Existe uma conexão lógica entre os objetivos, atividades e resultados

esperados?

5. Quais seriam os melhores indicadores e/ou critérios para avaliar o alcance dos

objetivos?Se não houver consenso sobre o que é oprograma e seus principais componentes, ele

ainda não pode ser avaliado.

Page 32: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 29

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 6: Definição do escopo da avaliação

O escopo da avaliação é uma combinação de sua(s) principal(is) finalidade(s)

e do foco que o estudo deverá ter, ou seja, as perguntas avaliativas que deverá respon-

der para cumprir esta finalidade.

Vale destacar que o foco de todo processo avaliativo deve estar na sua utilidade

para os tomadores de decisão e gestores do programa. Para garantir que a avaliação

possa ser um efetivo instrumento gerencial, é fundamental que se tenha clareza sobre

o objeto a ser avaliado e sobre as expectativas dos seus principais usuários, os potenci-

ais clientes da avaliação.

A partir destas expectativas com relação aos produtos, resultados e futuro uso da

avaliação, pode-se definir a(s) sua(s) principal(is) finalidade(s). E então, todo o processo

de definição de indicadores e criação de instrumentos deverá ser realizado de maneira

a garantir o alcance desta(s) finalidade(s).

A definição das perguntas avaliativas deverá ser feita a partir da análise das

perguntas trazidas pelos potenciais clientes sob a ótica dos critérios de avaliação a

serem adotados no estudo.

PA

SS

O

6

Page 33: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS30

PROGRAMA CABRA FORTEPerguntas Avaliativas sugeridas pelos Clientes de Avaliação

Estamos fazendo o que nos propusemos a fazer (melhoria genética, poços, etc.)?

As metas estão sendo cumpridas quanto a: quantidade de produtores benefici-

ados, sistemas construídos, cisternas, pulmão verde implantados, assistência

técnica disponível e crias distribuídas para melhoria genética do rebanho?

Que resultados estão sendo alcançados em comparação com os previstos?

Os sistemas de abastecimento de água (a partir de poços e barragens) e de

cisternas construídos atendem às necessidades dos grupos de produtores e co-

munidades eleitos como público do Projeto?

Quais os principais componentes do Projeto que contribuem positiva e negati-

vamente para o alcance de seus resultados?

Qual é a diferença que o Projeto está fazendo junto ao seu público-alvo?

(Efetividade)

Os resultados estão sendo positivos para a população beneficiada?

O objetivo do Programa está sendo atingido?

Que ações estamos fazendo para que os produtores efetivamente assumam a

propriedade do processo? (Sustentabilidade)

Qual o custo x benefício do Programa?

Qual o grau de eficiência na alocação de recursos neste Programa?

PA

SS

O

6

Page 34: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 31

As perguntas avaliativas deverão ser sintetizadas segundo os seguintes crité-

rios de avaliação:

Eficácia – expressa o grau em que o programa realiza o que havia sido pro-

posto, alcançando suas metas e objetivos;

Eficiência – estabelecida pela menor relação custo x beneficio possível para

a realização das atividades e alcance dos objetivos do programa;

Efetividade – o grau em que o programa alcança os resultados e impactos

pretendidos junto ao seu público-alvo.

PROGRAMA CABRA FORTEPerguntas Avaliativas Sintetizadas

1. Qual o grau de alcance das metas e objetivos do Programa?

Análise do grau de eficácia da implantação do Programa até o momento.

2. Qual o custo x benefício das principais estratégias do Programa?

Análise do grau de eficiência a partir do levantamento do total de recursos

aplicados em cada estratégia do Programa e os produtos por ela gerados.

3. Qual é a diferença que o Programa está fazendo junto ao seu público-alvo?

Análise do grau de efetividade do Programa na obtenção de resultados sele-

cionados a partir do Modelo Lógico de Gestão.

PA

SS

O

6

Page 35: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS32

PA

SS

O 7PASSO 7: Análise dos instrumentos e registros

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

já disponíveis do programa

Parte importante das informações que subsidiam a avaliação de eficácia

e eficiência de um programa vem dos registros administrativos gerados ao longo de sua

execução. A partir do registro sistematizado das atividades, seus principais produtos e

custos, a equipe gestora do programa dispõe de dados para comparar o realizado com o

previsto em determinado período, monitorando, assim, o desempenho do programa.

O levantamento e análise dos registros administrativos antecede e subsidia a mon-

tagem dos instrumentos de monitoramento. Daí a necessidade de registros confiáveis,

tempestivos, úteis e bem estruturados.

Nesta etapa do trabalho deverão ser analisados os modelos de registro das reali-

zações já em uso pela equipe gestora e pelos técnicos, nos vários níveis de execução

do programa. Essa pesquisa fornecerá aos avaliadores importantes informações sobre

falhas ou inadequação dos instrumentos de registro e dos processos de sistematização

dessas informações. A partir do que já existe, de seu funcionamento e uso, os avaliado-

res poderão propor formas de aprimorar o fluxo de informações, de maneira que

permita realizações periódicas de avaliações sobre o desempenho do programa.

Para checagem e complementação das informações é necessário, no entanto,

que se apliquem também outros instrumentos quantitativos e qualitativos junto aos

beneficiários do programa e aos atores intermediários no seu processo de execução.

O diagrama a seguir retra-

ta o fluxo de informações pro-

posto por esta Sistemática de

Monitoramento e Avaliação:

Page 36: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 33

PASSO 8: Definição dos indicadores de monito-

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ramento e avaliação a serem utilizados

Indicadores são medidas quan-

titativas e/ou qualitativas que funcio-

nam como um termômetro do pro-

gresso de um programa, indicando os

avanços obtidos em relação aos obje-

tivos e metas traçados. Como o pró-

prio nome sugere, são sinalizadores

que buscam expressar algum aspecto

da realidade, de forma que possamos

observá-lo ou mensurá-lo.

Indicadores de desempenho

são usados para verificar e mensurar os

possíveis impactos, resultados, produtos,

processos e recursos alocados em um

programa, permitindo, assim, seu moni-

toramento e avaliação. A partir do que se

quer avaliar, ou seja, das perguntas

avaliativas e da análise dos principais com-

ponentes do programa apresentados no

seu Modelo Lógico de Gestão, devem ser

definidos os indicadores de desempenho

a serem utilizados para o monitoramen-

to e avaliação do programa.

Características de umbom indicador

Ser válido – que meça o que se

supõe dever ser medido;

Ser confiável – que seja verificável;

Ser relevante – que tenha relevância

em relação aos objetivos do programa;

Ser sensitivo – que seja sensível às

mudanças da situação que é observada;

Ser aceitável – que seja aceito pela

população em estudo e pelos

principais clientes da avaliação;

Ser específico – que seja

especificamente adaptado aos

objetivos do programa;

Ser oportuno – que possa ser consti-

tuído e reportado em tempo hábil;

Ser tecnicamente viável – que os

dados requeridos possam ser

coletados e mensuráveis;

Ser custo-efetivo – que os dados

requeridos possam ser coletados a

um custo razoável.PA

SS

O 8

Page 37: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS34

Nesta etapa, é fundamental que se realize um exercício para a seleção dos indica-

dores a serem utilizados e a definição de seus respectivos descritores. Os descritores

são fundamentais para garantir a uniformidade de conceitos e um entendimento com-

partilhado sobre o que será medido.

O Descritor do Indicador traduz em linguagem simples e objetiva o que está

sendo medido. Seu uso garante o alinhamento de conceitos entre os responsáveis pela

coleta dos dados, dando maior consistência às informações produzidas pela avaliação.

Além disso, deve-se também, definir as principais fontes de informação para a

obtenção dos dados necessários à composição de cada indicador e a periodicidade

com que esta informação pode ser obtida. O quadro a seguir exemplifica como este

exercício pode ser realizado:

PROGRAMA CABRA FORTESíntese do processo de construção dos indicadores

Após a validação do escopo da avaliação com a equipe Matricial, deu-se início o traba-lho de construção conjunta dos indicadores de M&A do Programa. O primeiro passo foidefinir para cada atividade a ser avaliada:

indicadores de produto;

seus descritores (para garantir uniformidade de conceitos com os responsáveispelo fornecimento dos dados);

a periodicidade ideal da coleta dos dados;

as melhores fontes de informação.

PA

SS

O 8

Page 38: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 35

PROGRAMA CABRA FORTEEste trabalho foi desenvolvido em uma oficina de quatro horas, onde

a equipe Matricial, dividida em grupos por estratégia do Programa e orientada pelos

avaliadores, detalhou o foco da avaliação.

Nessa oficina, foi também realizada uma consulta com a equipe Matricial sobre

o grau de execução das estratégias do Programa, para verificar se o tempo de

implantação de cada atividade, descrita no Modelo Lógico de Gestão, tornava viável

a sua avaliação nas três categorias: eficácia, eficiência e efetividade. A conclusão a

que se chegou, foi que este estudo avaliativo deveria priorizar o levantamento de

dados referentes à eficácia (o que o Programa realizou desde seu início até o mo-

mento atual) e à eficiência do Programa (a relação custo x benefício das atividades).

O planejamento da avaliação de efetividade das ações de um programa depen-

de da análise dos dados relativos ao grau de realização das atividades, sua

espacialização geográfica e o momento de sua execução. Estas informações são

fundamentais para que se estabeleçam os procedimentos metodológicos adequa-

dos para verificar os resultados, ou impactos de curto prazo, no público-alvo.

Apenas como exercício de capacitação da equipe de avaliadores, foram selecio-

nados alguns resultados do Programa – considerados os mais estratégicos – para

comprovar as transformações já realizadas pelo Cabra Forte na vida dos seus bene-

ficiários, para os quais foram definidos indicadores de efetividade.

PA

SS

O 8

Page 39: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS36

PROGRAMA CABRA FORTE

1.1.1 Perfuração e recuperação depoços tubulares

• Poços instalados• Produtores beneficiados/

Comunidades de abrangência• Produção de água

1. Nº de poços instalados no período

2. Nº de produtores beneficiados/comunidade (grupo de produtores) /município/ pólo

3. Produção potencial de geração deágua disponível por poço instalado /comunidade / município / pólo

4. Produção efetiva de geração deágua disponibilizada por poçoinstalado/ comunidade / município /pólo

1. Nº de Sistemas Simplificados deAbastecimento de Água (SSAA)entregues à comunidade a partir depoços, em condições de oferecerágua em quantidade e qualidadeadequadas para consumo animal.

2. Produtores pertencentes àscomunidades do Programabeneficiados com os novos poçosinstalados.

3. Capacidade potencial de produçãode água dos poços instalados,medida em m³/hora.

4. Capacidade real de produção deágua dos poços instalados, medidapor m³/hora.

1. Mensal

2. Mensal

3. Mensal (dosnovos poçosinstalados)

4. Mensal (dosnovos poçosinstalados).

Técnicos da Cerb

Componentes a Serem Avaliados Indicadores de Desempenho Descritor dos IndicadoresPeriodicidade da

InformaçãoFonte de

Informação

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtores.

Estratégia: 1.1. Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtores.

PERGUNTA AVALIATIVA Eficácia: Qual o grau de alcance das metas e objetivos do Programa?

PA

SS

O 8

Page 40: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 37

PASSO 9: Definição e criação dos instrumentos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

para coleta de dados

A definição dos instrumentos para a coleta de dados a serem utilizados

no estudo avaliativo depende da escolha do tipo de abordagem que se quer adotar.

Abordagens quantitativas têm a vantagem de permitir mensuração, comparação e

generalização das informações obtidas, no entanto as abordagens qualitativas per-

mitem uma análise mais aprofundada das experiências estudadas.

Os métodos de coleta de dados quantitativos mais comumente utilizados são a

pesquisa de dados disponíveis em sistemas de acompanhamento e monitoramento do

programa, e a aplicação de questionários ou formulários junto aos beneficiários e ato-

res intermediários da sua execução. No caso de abordagens qualitativas, os métodos

de coleta de dados mais usados são entrevistas, grupos focais e observação direta.

Cada instrumento criado deverá ser pré-testado para análise de sua consistência e

clareza, e avaliação da relevância e viabilidade dos dados por ele coletados. Uma simu-

lação da tabulação e análise dos dados coletados no pré-teste também ajuda no apri-

moramento do instrumento antes da sua aplicação generalizada.

O sucesso desta etapa é fundamental para a realização de uma avaliação que per-

mita uma utilização plena de seus resultados. Não basta escolher bons indicadores

teóricos e de aplicações gerais, torna-se imprescindível a relevância, bem como

pertinência ao objeto avaliado e, sobretudo, a operacionalidade, sem implicar em ex-

cessos de utilização de recursos (tempo, recursos financeiros e recursos humanos).

PA

SS

O 9

Page 41: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS38

PROGRAMA CABRA FORTEO levantamento dos indicadores

Em oficina, produziu-se um levantamento preliminar das informações existen-

tes sobre a eficácia e eficiência do Programa e, a partir destes dados, elaborou-se

uma estratégia para avaliação da efetividade, já que esta última requer a aplicação

de instrumentos qualitativos e uso de técnicas de amostragem, o que só pode ser

definido a partir de informações concretas sobre as realizações do Programa, sua

temporalidade e espacialização.

Foram criados os instrumentos para a coleta dos dados elaborados a partir da

definição das informações necessárias para a alimentação dos Indicadores de Eficá-

cia e Eficiência selecionados para esta avaliação, conforme modelo previamente

estabelecido.

Os instrumentos foram validados pelos membros da equipe Matricial respon-

sáveis por cada estratégia.

Ficou estabelecido que fossem criados formulários para coleta dos dados nos

seguintes períodos:

Consolidado 2003

Consolidado 2004

Mês a mês – de janeiro a abril de 2005P

AS

SO

9

Page 42: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 39

PROGRAMA CABRA FORTE

Eficácia:

• Nº poços instalados x nº previsto• Nº de produtores beneficiados x nº previsto• Espacialização dos poços instalados• Espacialização dos produtores beneficiados• Produção potencial de geração de água disponível nos

poços instalados• Produção efetiva de geração de água disponibilizada

nos poços instalados

Eficiência:

• Produção potencial de geração de água x produçãoefetiva de geração de água disponibilizada nos poçosinstalados

• Custo de produção da água com poço x Nº deprodutores atendidos

• Nº de poços instalados no período/ comunidade/município/ pólo.

• Meta de instalação de poços no período/ comunidade/município/ pólo.

• Nº de produtores beneficiados/ comunidade (grupode produtores)/ município/ pólo.

• Meta de produtores a serem beneficiados com poçosno período/ comunidade/ município/ pólo.

• Capacidade potencial de produção de água dospoços instalados (em m³/hora)/ poço/ comunidade/município/ pólo.

• Capacidade real de produção de água dospoços instalados (em m³/hora)/ poço/comunidade/ município/ pólo.

• Custo de instalação dos poços no período/comunidade/ município/ pólo.

1.1.1 Perfuração erecuperação de poçostubulares

COMPONENTES DADOS A SEREM COLETADOS INDICADORES

Exemplo de dados a serem coletados e definição de alguns indicadores

Para uma completa visualização das realizações do Programa, foi acordado com a equipe

Matricial que os dados seriam coletados nos seguintes níveis de desagregação:

por pólo do Programa

por município atendido

por comunidade beneficiada

por grupos de produtores beneficiados

Desta maneira, as informações poderiam ser espacializadas e consolidadas nos diferen-

tes níveis de execução do Programa, permitindo comparações sobre as realizações e

alocações de recursos.

PA

SS

O 9

Page 43: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS40

PA

SS

O 1

0○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 10: Coleta dos dados

O processo de coleta dos dados deve ser planejado a partir da definição

dos instrumentos que serão utilizados, das informações que serão pesquisadas e do

prazo de que se dispõe para a obtenção dessas informações. A característica da popu-

lação-alvo, a característica espacial e os indicadores de desempenho físico-financeiro

são dados relevantes para serem coletados.

As primeiras informações a serem levantadas dizem respeito ao processo de exe-

cução do programa e seus produtos. A partir dos dados sobre as realizações do pro-

grama, obtidos no sistema de monitoramento e de outras fontes de informações, os

avaliadores poderão coletar os indicadores de eficácia e eficiência definidos. Os indica-

dores de eficácia e eficiência são obtidos, freqüentemente, a partir dos registros admi-

nistrativos do próprio programa. Já os indicadores de efetividade, exigem seu levanta-

mento direto junto à população beneficiária ou a registros censitários.

Na coleta de dados com beneficiários do programa, pode-se optar pela pesquisa

com toda a população a ser estudada ou por amostragem. Censos demográficos e

econômicos, relatórios de acompanhamento da execução físico-financeira, relatórios

de avaliações anteriores, artigos ou informações de divulgação, são fontes que podem

ser consultadas para o levantamento das informações.

Nesta etapa, é importante dispor de um banco de dados de registros adminis-

trativos consistente com o MLGP. É necessário também, capacitar os executores

do programa, especialmente os técnicos responsáveis pela obtenção das informa-

ções primárias.

Page 44: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 41

PROGRAMA CABRA FORTEProcesso de coleta de dados

A partir das fontes de informação de cada indicador definidas pela equipe

Matricial, o processo de coleta dos dados foi desenhado, respeitando a estrutura

operacional do Programa Cabra Forte. Como o Programa é uma combinação de

estratégias sob a responsabilidade de várias Secretarias e Órgãos Governamen-

tais, foi definido que cada entidade executora ficaria responsável pelo repasse das

informações referentes à sua parte no Programa. A equipe de avaliadores sinteti-

zou e analisou os dados, validando-os com a equipe Matricial antes da elaboração

do relatório de avaliação.

Os instrumentos de coleta de dados foram enviados aos membros da equipe

Matricial, que ficaram responsáveis por criar os canais adequados para a obtenção

dessas informações nos níveis operacionais do Programa. Ao final do trabalho, o

resultado da avaliação deve retornar aos vários níveis garantindo a disseminação

das informações obtidas, conforme ilustração a seguir:

PA

SS

O 1

0

Page 45: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS42

PA

SS

O 1

1PASSO 11: Tabulação e análise dos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

dados coletados

Todos os dados devem ser tabulados, ou seja, organizados de maneira

a facilitar a sua interpretação e análise, tendo em vista as perguntas avaliativas a serem

respondidas. A tabulação e análise dos dados serão decorrentes da sua natureza: quan-

titativos ou qualitativos.

Em uma avaliação, os textos e observações coletados vêm de várias fontes como:

respostas a perguntas abertas de questionários, transcrições de grupos focais ou entre-

vistas, roteiros de observação de casos, ou, ainda, resumos de relatórios e documen-

tos pesquisados.

Tanto as fontes de informações, como as técnicas quantitativas e qualitativas utili-

zadas para a coleta de dados, devem ser combinadas para uma compreensão mais

abrangente do programa. As informações sobre o previsto e o realizado, os principais

produtos entregues aos beneficiários, e a espacialização destas realizações, são dados

importantes para subsidiar a avaliação de desempenho do programa.

Page 46: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 43

PROGRAMA CABRA FORTETabulação e análise dos dados coletados (alguns exemplos)

PA

SS

O 1

1

Page 47: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS44

PA

SS

O 1

1

Page 48: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 45

INDICADOR DE EFETIVIDADE

(Qual a diferença que o Programa está fazendo no seu público-alvo?)

RESULTADOS ESPERADOSMaior acesso dos produtores a água de qualidade para consumo animal +Dessedentação dos animais.

SITUAÇÃO IDEALProdutores percorrendo no máximo 1.500 metros para obter água para seu rebanho.

INDICADORES DE RESULTADO SELECIONADOSDistância média percorrida pelos produtores para obter água para seu rebanho (emmetros) - antes e depois;Consumo médio de água / cabeça / dia (em litros) x capacidade instalada dos poços;Freqüência com que não obteve a quantidade de água necessária para dessedentar osanimais - antes e depois.

INSTRUMENTO CRIADOQuestionário a ser aplicado por amostragem com produtores beneficiados compoços do Programa.P

AS

SO

11

Page 49: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS46

PA

SS

O 1

2PASSO 12: Elaboração e disseminação do

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Relatório de Avaliação

Toda avaliação deve resultar em um

relato claro e objetivo sobre o processo e os re-

sultados obtidos quanto ao desempenho do progra-

ma analisado. Estas informações devem ser disse-

minadas entre os principais clientes da avaliação de

maneira a influenciar futuras decisões quanto ao apri-

moramento do programa ou ao estabelecimento de

novas diretrizes de ação.

A comunicação dos resultados de uma avaliação pode ser feita de forma oral ou

escrita, mas deve sempre ser simples, direta e livre de jargões. A ênfase deve estar nos

importantes resultados obtidos e nas recomendações, sempre com o foco nos princi-

pais clientes da avaliação, suas expectativas e necessidades de informação.

Page 50: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 47

ESTR

UTU

RA

MO

DEL

O

ESTRUTURA MODELO DO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

1. Capa – título do relatório, autores, instituições patrocinadoras/ participantes,lugar e data.

2. Índice – capítulos e subcapítulos do relatório.3. Créditos – agradecimento a todas as pessoas e instituições que possibilitaram a

realização do estudo.4. Resumo Executivo – apresentação do estudo incluindo objetivos, metodologia

adotada, principais resultados encontrados, conclusões/ recomendações. Deveter no máximo quatro páginas.

5. Introdução – contexto e antecedentes da avaliação: caracterização do proble-ma, justificativa do estudo, finalidade da avaliação, perguntas avaliativas e circuns-tâncias especiais.

6. Metodologia – desenho da avaliação: coleta e análise dos dados e limitações.Texto curto com maior detalhamento nos anexos (cópias dos instrumentos utili-zados, cálculo de tamanho de amostra, etc.).

7. Resultados – principais resultados encontrados e apresentados em gráficos etabelas com breve análise.

8. Conclusões – síntese dos dados encontrados e apresentados de maneira aresponder às perguntas avaliativas.

9. Recomendações – prescrição do que deve ser feito a partir das conclusõesdo estudo. O nível de detalhamento das recomendações depende da finalidade daavaliação e do perfil dos seus clientes.

10. Referências Bibliográficas – identificação de todo o aporte bibliográficoque norteou a avaliação.

11. Anexos – instrumentos para a coleta dos dados utilizados, procedimentosmetodológicos adotados, dados adicionais obtidos ou com maior desagregação,entre outros documentos relevantes.

Page 51: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS48

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CONCLUSÃO

Buscando instrumentalizar as equipes gestoras dos programas e pro-

jetos estratégicos do Governo do Estado da Bahia, a Secretaria do Planejamento e

a Fundação Luis Eduardo Magalhães criaram e testaram uma Sistemática de Moni-

toramento e Avaliação.

Testada no Programa Cabra Forte, programa multisetorial que visa melhorar a

qualidade de vida de 26.000 pequenos produtores rurais e suas famílias, através do

aumento da renda proveniente da ovinocaprinocultura, a Sistemática aqui apresentada

tem o objetivo de ser disseminada entre as equipes das Secretarias e Órgãos Governa-

mentais do Estado.

A partir da compreensão das etapas que levaram a construção desta metodologia

de monitoramento e avaliação, as equipes poderão implantá-la em outros programas e

projetos seguindo o roteiro apresentado neste Guia. Capacitações, orientações e acom-

panhamento periódico deverão ser oferecidos por avaliadores da Seplan aos Órgãos

Gestores, no sentido de garantir a implantação desta Sistemática de forma gradual,

consistente e efetiva.

A disseminação dos conceitos, princípios, processos e instrumentos, permitirá que

técnicos dos níveis estratégico, tático e operacional do Governo estejam constantemen-

te informados sobre o desempenho dos programas e projetos sob sua responsabilidade.

Ao fazer do monitoramento e da avaliação efetivos instrumentos de gestão, o

Governo do Estado da Bahia demonstra sua preocupação com o aprimoramento da

habilidade gerencial de suas equipes, visando aumentar a eficácia, eficiência e efetividade

das suas políticas, programas e projetos.

CON

CLU

SÃO

Page 52: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 49

GL

OS

RIO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

GLOSSÁRIO

Acompanhamento /MonitoramentoExame contínuo ou periódico realizado pela ad-ministração, em todos os níveis hierárquicos, domodo como se está executando um projeto ouatividade. Tem como objetivo prover os gestorese principais stakeholders com regular feedback eindicações do progresso ou possíveis falhas no al-cance dos resultados esperados.

O termo acompanhamento freqüentemente temsido associado a um mero registro contábil. En-tretanto, é preciso considerar que o acompanha-mento tem necessariamente que produzir infor-mações úteis para o gerenciamento do projeto ouatividade.

Análise de AvaliabilidadeTem por objetivos buscar informações sobre oformato do programa, explorar sua realidade eajudar a conhecer sua estrutura, antes que sejafeita a avaliação de seus resultados.

Apreciação Prévia (Appraisal)Apreciação global da pertinência, viabilidade esustentabilidade provável de uma intervenção dedesenvolvimento antes que a decisão deimplementação seja tomada.

AtividadesProcedimentos do programa que visam à obten-ção dos efeitos desejados. Do ponto de vista daprogramação orçamentária é um conjunto de ope-rações que se realizam de modo contínuo e que

concorrem para a manutenção e o funcionamentode órgãos e entidades governamentais e para aprestação de serviços públicos utilizados pelapopulação.

AvaliaçãoApreciação sistemática e objetiva do valor oumérito de um projeto, programa ou política, an-tes, durante ou após a intervenção, quanto à suaconcepção, execução e resultados. Tem como pro-pósito determinar a pertinência, eficiência, eficá-cia, efetividade, impacto e sustentabilidade da in-tervenção.

Avaliação de ProcessoVisa determinar o grau em que o programa estáoperando conforme planejado. Este tipo de avali-ação tem como objetivo entender o funcionamen-to do programa – a partir da análise do que ele faze de quem são seus beneficiários – para, assim,aprimorar suas ações. A avaliação de processotambém ajuda na identificação dos elementos es-senciais para o melhor desempenho do programaem termos de produtos, resultados e impactos.Em geral, responde a perguntas em duas categori-as – cobertura e processo.

Avaliação de ResultadosAnalisa em que grau o programa vem produzindoos benefícios e transformações a que se propõe.As atividades de um programa produzem três ti-pos de resultado: produtos (outputs), resultados(outcomes) e impactos (impact).

Page 53: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS50

Avaliação de Meio Percurso oude Meio TermoTipo de avaliação realizada durante o processode implementação de um programa ou projeto.Seu principal objetivo é avaliar o progresso reali-zado, permitir conclusões iniciais sobre o seugerenciamento e fazer recomendações para a con-tinuidade dos trabalhos. Esta avaliação analisaquestões operacionais relevantes e a performance,extraindo lições aprendidas até aquele momento.

Avaliação de Programa ou ProjetoAvaliação feita para determinar se os objetivos,formato e resultados do programa ou projeto es-tão adequados, assim como o grau de eficiência,eficácia e efetividade na utilização dos recursos.

Avaliação ExternaAvaliação conduzida por um ou mais avaliadoresque não estão diretamente envolvidos na formula-ção, implementação e/ou gerenciamento do obje-to da avaliação. Normalmente é realizada porpessoas de fora da organização envolvida. É tam-bém chamada de avaliação independente.

Avaliação FormativaRefere-se ao processo de execução do programa,servindo para melhorar seu funcionamento. Sãomodalidades complementares a serem utilizadasde acordo com cada situação concreta.

Avaliação InternaAvaliação conduzida por membros de organiza-ções associadas com o programa, projeto ou ob-jeto que está sendo avaliado.

Avaliação Final (Avaliação ex-post)Avaliação de uma intervenção após a sua conclu-são, podendo ser realizada logo após a conclusãoda intervenção ou algum tempo depois. O objeti-vo é identificar os fatores de sucesso ou de fracas-so, apreciar a sustentabilidade dos resultados e osimpactos, e tirar conclusões que possam ser gene-ralizadas para outras intervenções.

Avaliação ParticipativaAvaliação coletiva de um projeto ou programa,realizada pelos stakeholders ou beneficiários. Sãoavaliações reflexivas, pró-ativas, que visam capa-citar os envolvidos no programa e têm como prin-cipal objetivo atender as necessidades de infor-mação dos stakeholders.

Avaliação Prévia (Avaliaçãoex-ante)Avaliação efetuada antes da implementação de umaintervenção.

BeneficiáriosIndivíduos, grupos ou organizações que se benefi-ciam do programa ou projeto direta ou indireta-mente, intencionalmente ou não.

CoberturaAnalisa o alcance do programa e as característi-cas dos beneficiários.

Dados da Linha de Base(Baseline Data)Informação inicial sobre um programa ou seus com-ponentes, coletada antes das atividades serem exe-cutadas. Os dados de linha de base são normal-mente coletados em entrevistas ou observações eusados posteriormente para comparações que de-terminarão mudanças em um programa.

GL

OS

RIO

Page 54: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 51

Descritor do IndicadorTraduz em linguagem simples e objetiva o que estásendo medido. Seu uso garante o alinhamento deconceitos entre os responsáveis pela coleta dosdados, dando maior consistência às informaçõesproduzidas pela avaliação.

DesempenhoO grau com que um programa ou projeto éimplementado de forma eficaz, eficiente e efetiva.

EfeitoMudança esperada ou não, direta ou indiretamen-te atribuída a uma intervenção.

EfetividadeO grau em que o programa alcança os resultadose impactos pretendidos junto ao seu público-alvo.

EficáciaExpressa o grau em que o programa realiza oque havia sido proposto, alcançando suas me-tas e objetivos.

EficiênciaEstabelecida pela menor relação custo x benefíciopossível para a realização das atividades e alcan-ce dos objetivos do programa.

Estudos de BaseAnálise que descreve a situação antes do lança-mento de uma intervenção de desenvolvimento, aqual se podem fazer comparações ou apreciar osprogressos.

ImpactoBenefício e transformação de médio e longo pra-zo para os participantes e beneficiários indiretosdo programa (suas famílias e comunidades).

IndicadorMedida quantitativa e/ou qualitativa que funcionacomo um termômetro do progresso de um pro-grama, indicando os avanços obtidos em relaçãoaos objetivos e metas traçados.

Indicador de desempenhoUsado para verificar e mensurar os possíveis im-pactos, resultados, produtos, processos e recur-sos alocados em um programa, permitindo assimseu monitoramento e avaliação.

Modelo Lógico de Gestão dePrograma/ProjetoInstrumento visual e sistêmico de apresentação ecompartilhamento de informações, voltado paraa gestão e avaliação de programas e projetos.Permite analisar as relações causais entre os re-cursos alocados, atividades, produtos, resulta-dos e impactos.

ObjetivoSituação futura desejada com a execução de pro-grama, projeto ou atividade, descrita com conci-são e precisão e sempre mensurável por um indi-cador, que expressa o produto ou resultado espe-rado sobre o público-alvo.

Pressupostos (Hipóteses)Suposições sobre fatores ou riscos que podem terrepercussões na evolução ou no sucesso da inter-venção de desenvolvimento.G

LO

SS

ÁR

IO

Page 55: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS52

ProcessoAnalisa a consistência do programa e a qualidadede sua implementação.

ProdutoEfeito imediato de cada atividade do programa.

ProgramaÉ o instrumento de organização da ação governa-mental com vistas ao enfrentamento de um pro-blema, atendimento a uma demanda ou o aprovei-tamento de uma oportunidade.

ProjetoInstrumento de programação orçamentária paraalcançar o objetivo de um programa, envolven-do um conjunto de operações, limitadas no tem-po, das quais resulta um produto que concorrepara a expansão ou aperfeiçoamento da açãode Governo.

Público-alvoConjunto de pessoas, famílias, comunidades, insti-tuições ou setores que serão atingidos pelo pro-grama.

Recursos (Inputs)Meios financeiros, humanos e materiais usadospara uma intervenção de desenvolvimento.

ResultadoImpacto de curto prazo causado pelo diretamen-te pelo programa nos seus beneficiários (normal-mente referem-se a mudanças de conhecimento,habilidades, comportamento e valores).

Retroalimentação (Feedback)Transmissão das constatações resultantes do pro-cesso de avaliação a todos os que podem tirarlições úteis e pertinentes das mesmas, com o obje-tivo de facilitar a aprendizagem. Isto pode impli-car reunir e difundir as constatações, conclusões,recomendações e lições aprendidas.

StakeholdersGrupos que tem um papel ou interesse nos objeti-vos e implementação de um programa ou projeto.Incluem o público-alvo, os beneficiários diretos,os responsáveis por garantir que os resultadosserão alcançados conforme planejado, e os res-ponsáveis por prestar contas dos recursosalocados nos trabalhos.

SustentabilidadeContinuação dos benefícios resultantes de uma in-tervenção de desenvolvimento mesmo após a suaconclusão. Probabilidade de os benefícios perdu-rarem no longo prazo. Situação em que as vanta-gens líquidas são suscetíveis de resistir aos riscosao longo do tempo.

GL

OS

RIO

Page 56: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 53

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alberta Consultative Health Research Network.(2001-2002) Evaluability Assessment.Disponível em http://www.achrn.org/Evaluability.htm

Buvinich, Manuel Rojas. (1999). Ferramentas paramonitoramento e avaliação de programas eprojetos sociais. Unicef.

Instituto do Banco Mundial. (sem data).Introdução ao Monitoramento & Avaliação:Apostila do Participante.

International Development Research Centre.Identifying the Intended Use(s) of anEvaluation. Abril de 2004. Disponível emwww.idrc.ca

International Development Research Centre.Identifying the Intended User(s) of anEvaluation. Março de 2004. Disponível emwww.idrc.ca

Kayano, Jorge, e Caldas, Eduardo L. (2001).Indicadores para o diálogo. São Paulo:Instituto Pólis; Programa Gestão Pública eCidadania/ EAESP/ FGV.

McNamara, Carter. Basic Guide to ProgramEvaluation. 1999. Disponível em http://www.mapnp.org/library/evaluatn/fnl_

Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: the new century text.Londres: Sage Publications.

Rodrigues, Maria Cecília Prates. (1998).Avaliação e monitoramento. Texto base paraa disciplina de Monitoramento e Avaliaçãoministrada no âmbito do curso de Gerênciade Programas Sociais, promovido pela FESP/ISAPE/CPG.

United Way of America. (1996). Measuringprogram outcomes: a practical approach.

Valarelli, Leandro Lamas (1999). Indicadores deresultados de projetos sociais. RITS.Disponível em: http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_jul99.cfm

W.K. Kellogg Foundation. (2001). Logic ModelDevelopment Guide: Using Logic Models toBring Together Planning, Evaluation, &Action.

3 Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: the new century text.Londres: Sage Publications.

BIB

LIO

GR

ÁF

ICA

S

O documento está disponível em: http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_jul99.cfm

Page 57: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS54

Modelo Lógico de Gestão doPrograma Cabra Forte

ANEXO 1

AN

EX

O 1

Page 58: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 55

AN

EX

O 1

Page 59: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS56

AN

EX

O 1

Page 60: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 57

AN

EX

O 1

Page 61: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS58

Questionário para levantamento de informaçõessobre os resultados da implantação de poços peloPrograma Cabra Forte

ANEXO 2

AN

EX

O 2

Page 62: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 59

AN

EX

O 2

QUESTIONÁRIO A SER APLICADO COM

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PRODUTORES DO PROGRAMA

Propriedade:

Proprietário:

1 - Qual a área (em tarefas) da propriedade?

tarefas

2 - Quantas cabeças de ovinos e caprinos existem na propriedade?

Ovinos: cabeças

Caprinos: cabeças

3 - Quantos litros de água por dia são necessários para o consumo do rebanho?

litros

4 - Existe alguma reserva de água na propriedade? Que tipo?

( ) Sim ( ) Não Tipo:

ANTES DA INSTALAÇÃO DOS POÇOS

5 – Qual(is) a(s) alternativa(s) de acesso a água para consumo dos animais?

( ) Reserva própria ( ) Reserva de vizinhos ( ) Açude ou barragem comunitária

( ) Outras. Citar

Page 63: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS60

AN

EX

O 26 - O produtor tinha como garantir água para o rebanho durante todo o ano?

( ) Sim ( ) Não Por quê ?

7 - Qual a distância que o produtor (ou rebanho) percorria para ter acesso à água?

metros

8 - Em média, quantos meses no ano a água era insuficiente para atender à necessidade do

rebanho? meses

APÓS A INSTALAÇÃO DOS POÇOS

9 - Qual a distância que o produtor (ou rebanho) percorre para ter acesso à água?

metros

10 – Com que frequência a água do poço é insuficiente para atender à necessidade do reba-

nho?

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Frequentemente ( ) Sempre

11 - Qual o grau de facilidade que a instalação do poço trouxe para o acesso à água pelo

rebanho?

( ) Pouca ( ) Regular ( ) Muita

Comente:

Page 64: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 61

AN

EX

O 3

Instrumento usado para análisedos dados coletados sobre oPrograma Cabra Forte

ANEXO 3

Page 65: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS62

Secretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGA

PROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕES

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtoresEstratégia: Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtoresAAAAAtividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULARESPeríodo: 2003

Programado para o período

Pólo / Município /Comunidade / Grupo

de Produtores

Realizado no período

Total do Programa

Pólo de Remanso

Campo Alegre de Lurdes

Casa Nova

Pilão Arcado

Remanso

Pólo de Jaguarari

Andorinha

Curaçá

Jaguarari

Juazeiro

Monte Santo

Uauá

Pólo de Conceição do Coité

Barrocas

Conceição do Coité

Nova Fátima

Retirolândia

Santaluz

São Domingos

Serrinha

Valente

Nº de poçosa serem

instalados

Nº deprodutores doprograma a

serembeneficiados

Capacidadepotencial deprodução deágua (m³/h)

Nº de Poçosinstalados

Nº deprodutores do

programabeneficiados

Capacidadeefetiva de

produção deágua (m³/h)

Custo deinstalaçãodos poços

(R$)

AN

EX

O 3

Page 66: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 63

AN

EX

O 3

Secretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGA

PROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕES

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtoresEstratégia: Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtoresAAAAAtividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULARESPeríodo:

Programado para o período

Pólo / Município /Comunidade / Grupo

de Produtores

Realizado no período

Nº de poçosinstalados

Nº de poçosinstalados X

previsto

Nº de produtoresbeneficiados

Nº de produtoresbeneficiados

X previsto

Capacidade realde produção de

água XCapacidadepotencial

Custo deinstalação X Nºde produtoresbeneficiados

Conceição do Coité

Nova Fátima

Retirolândia

Valente

Santa Luz

São Domingos

Serrinha

Barrocas

Remanso

Remanso

Casa Nova

C. Alegre de Lourdes

Pilão Arcado

Jaguarari

Jaguarari

Uauá

Juazeiro

Monte Santo

Andorinha

Curaçá

TOTAL GERAL

Qde. % Qde. %

Page 67: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS64

AN

OTA

ÇÕ

ES

Page 68: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 65

AN

OTA

ÇÕ

ES

Page 69: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO - SEPLAN

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO E AVALIAÇÃO - SGASonia Sobral

Diretorias de Monitoramento e AvaliaçãoMaria da Conceição SáMário Sebastião Freitas

COORDENAÇÃO GERAL (FLEM)Lycia Tramujas Vasconcellos Neumann

Equipe de Coordenação:Secretaria do Planejamento / Superintendência de Gestão e Avaliação

Anibal Picanço BentesAntônio Leopoldo MeiraNair Mamede CoutoPalmiro Torres de OliveiraRoberto Sampaio CostaZélia Maria Abreu Góis

Fundação Luis Eduardo MagalhãesViviane Quenia Brito de Jesus

Equipe Matricial:Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

Edilson Bartolomeu - SuperintendenteMaria Suzana Lima de SouzaRenata VieiraRicardo AndradeAntônio Lemos Maia Neto (ADAB)Francisco Benjamin (EBDA)

Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades SociaisElisa Cristina Guimarães Pellegrini - SuperintendenteFátima AmaralSoane Maria Minck de MatosTânia XavierZélia Fajardini

Secretaria do PlanejamentoDário Tavares (CAR)

Secretaria da Indústria, Comércio e MineraçãoAna Célia Tanajura (EBAL)

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos HídricosJoão Batista Andrade (CERB)

Secretaria da SaúdeMaria Claudia da Costa MontalMaria Lea Rocha Fagundes

Secretaria do Trabalho, Assistência Social e EsporteMarizete Pereira AndradeTerezinha Almeida

FICHA TÉCNICAConsultoria ExternaFundação Luis Eduardo Magalhães - Flem

Redação final de textoTacilla Siqueira

Projeto Gráfico e EditoraçãoAutor Visual Comp. Gráfica Ltda

Fotografias gentilmente cedidas pela Agecom, Arquivo Cacob-Diren-Seinfra, Ascom-Funceb, Ascom-Seagri, Ascom-Secomp,Adenilson Nunes, Alceu Elias, Angeluci Figueiredo, Aristeu Chagas, Jorge Cordeiro, Lázaro Sérgio, Marcos Souza e Roberto Viana

Page 70: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 71: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 72: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Bahia. Secretaria de PlanejamentoSistemática de monitoramento e avaliação em programas

e projetos governamentais. Salvador: SEPLAN/SGA, 2005.66p. il.

1. Programa governamental – Sistematização. 2.Metodologia. 3. Técnica de trabalho. I. Título.

CDU: 001.81(061)

Page 73: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

Junho de 2006

Page 74: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS4

Governador do Estado da BahiaPaulo Ganem Souto

Secretaria do PlanejamentoArmando Avena

Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma AgráriaPedro Barbosa de Deus

Secretaria de Combate a Pobreza e Desigualdades SociaisPe. Clodoveo Piaza S. J.

Page 75: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 5

APR

ESEN

TAÇÃ

O

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

APRESENTAÇÃO

Investir na institucionalização do processo de monitoramento e avaliação (M&A)

constitui um imperativo básico para a conquista da excelência dos serviços prestados

pelo Estado. O Governo da Bahia encontra-se engajado nesse movimento internacio-

nal e com a criação da Superintendência de Gestão e Avaliação (SGA), no âmbito da

Secretaria do Planejamento (Seplan), manifestou a vontade política de disseminar a

cultura da avaliação nas Secretarias e órgãos do Estado, responsáveis pelo planejamen-

to e operacionalização das políticas públicas.

O documento que se apresenta, constitui um referencial para ser utilizado como

catalisador dos diversos instrumentos e práticas de monitoramento e avaliação utiliza-

dos pelos diferentes órgãos gestores da administração pública estadual e está contem-

plado no Programa de Monitoramento e Avaliação, desenvolvido pela Seplan/SGA,

tendo como um dos objetivos a criação de mecanismos essenciais para a gestão eficaz

de programas e projetos estratégicos de Governo.

A Sistemática de Monitoramento e Avaliação é, portanto, uma das ferramentas

que deverá ser utilizada para a medição do grau de eficácia, efetividade e eficiência das

intervenções do Estado na sociedade.

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS

Page 76: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS6

Oferece ainda aos clientes da avaliação, um mapa dos caminhos a serem persegui-

dos, subsidiando a tomada de decisão para o aperfeiçoamento do programa ou do

projeto ao longo de sua execução, com a descrição da seqüência de eventos relaciona-

dos, conectando o problema ou a oportunidade diagnosticada, com os resultados es-

perados. A ferramenta permite visualizar e compreender como os investimentos rea-

lizados na geração de produtos (bens ou serviços) podem contribuir para alcançar os

objetivos planejados, servindo de base para a criação de procedimentos e processos

de monitoramento e avaliação. O resultado esperado será a criação de um sistema de

monitoramento e avaliação mantido e alimentado por todas as Secretarias do Estado,

constituindo um poderoso instrumento de planejamento.

Espera-se que esta semente encontre um terreno fértil para sua germinação, pro-

duzindo bons frutos: a melhoria do nível de excelência dos serviços públicos.

Armando Avena

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS

APR

ESEN

TAÇÃ

O

Page 77: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 7

SUM

ÁRIO

09 O processo de criação da sistemática

11 A linguagem do monitoramento e avaliação

15 Aspectos conceituais

17 O processo em 12 passos

19 PASSO 1: Definição do programa ou projeto a ser avaliado

20 PASSO 2: Formação de equipe mista de avaliação eelaboração do plano de trabalho

22 PASSO 3: Identificação e entrevista com os potenciais clientesda avaliação

26 PASSO 4: Elaboração do Modelo Lógico de Gestão e Análisede Avaliabilidade do Programa

28 PASSO 5: Análise de Avaliabilidade

29 PASSO 6: Definição do escopo da avaliação

32 PASSO 7: Análise dos instrumentos e registros já disponíveisdo Programa

33 PASSO 8: Definição dos indicadores de monitoramento eavaliação a serem utilizados

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SUMÁRIO

Page 78: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS8

37 PASSO 9: Definição e criação dos instrumentos para coleta de dados

40 PASSO 10: Coleta dos dados

42 PASSO 11: Tabulação e análise dos dados coletados

46 PASSO 12: Elaboração e disseminação do Relatório de Avaliação

47 Estrutura modelo do relatório de avaliação

48 Conclusão

49 Glossário

53 Referências Bibliográficas

Anexos

54 ANEXO I – Modelo Lógico de Gestão do Programa Cabra Forte

59 ANEXO II – Questionário para levantamento de informações

62 ANEXO III – Instrumento usado para análise dos dados coletados sobre oPrograma Cabra Forte

SUM

ÁRIO

Page 79: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 9

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA SISTEMÁTICA

A construção da Sistemática de Monitoramento e Avaliação em Programas e Projetos Go-

vernamentais teve como principio básico a premissa de que o processo avaliativo de políticas

públicas permite aperfeiçoar a gestão das ações desenvolvidas por um governo para atender de

modo eficiente e eficaz as demandas da sociedade e constitui uma ferramenta estratégica que

permite conhecer, entender, decidir e planejar de modo aprimorado com o aprendizado do pas-

sado e do presente.

O Programa de Monitoramento e Avaliação que vem sendo conduzido pela Secretaria do

Planejamento, através da Superintendência de Gestão e Avaliação, busca assegurar a eficácia das

políticas públicas, seus planos, programas, projetos e atividades e o bom uso dos recursos sob

responsabilidade das organizações. O Programa está estruturado em quatro estratégias que se

complementam e vêm gerando um conjunto diversificado de processos e produtos.

A estratégia de formação visa sensibilizar e capacitar servidores estaduais para atuarem em

monitoramento e avaliação de programas e projetos governamentais e a divulgação de experiên-

cias exitosas. A estratégia de informação tem por objetivo produzir, analisar e veicular informa-

ções confiáveis e tempestivas para subsidiar a tomada de decisão, a correção de procedimentos

e a retroalimentação do processo de planejamento. Na estratégia de articulação/comunicação

está sendo implementado um trabalho em parceria com as Secretarias e órgãos estaduais, visando

aperfeiçoar o formato e o fluxo das informações das ações de Governo. Por fim, a estratégia de

Planejamento, visa estimular boas práticas de planejamento focadas em resultado e resulta na

construção das matrizes lógicas, onde estão explicitados os objetivos, atividades, produtos, re-

sultados e impactos, com a definição dos respectivos indicadores para cada secretaria. A imple-

mentação destas estratégias já apresenta melhorias na qualidade da programação, execução, mo-

nitoramento e avaliação das ações governamentais, contribuindo para uma maior racionalização

no ciclo de gestão do Estado.O P

RO

CE

SS

O D

E C

RIA

ÇÃ

O

Page 80: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS10

A construção e implementação de uma sistemática de monitoramento e avaliação em

programas e projetos governamentais é um dos componentes do Programa de M&A e apre-

senta-se como um pré-requisito básico para o aperfeiçoamento do processo de gestão e

para a criação das condições da retroalimentação da programação de Governo.

Um outro determinante para a elaboração deste documento foi o compromisso em

preencher uma lacuna na gestão pública estadual, face à inexistência de uma cultura avaliativa

e de uma sistemática que oriente metodologicamente o processo de monitoramento e ava-

liação para a otimização na utilização dos recursos públicos e na maximização dos resultados.

O documento foi construído por uma equipe composta por representantes de diversas

Secretarias, envolvidas na implementação do Programa selecionado, denominada Matricial, lide-

rada pela Seplan/SGA, contando ainda com o apoio da Fundação Luis Eduardo Magalhães (FLEM).

A adoção desta Sistemática possibilitou, de um lado, produzir e testar metodologias e

instrumentos de M&A capazes de medir o grau de eficiência, eficácia e efetividade das inter-

venções governamentais e, de outro lado, capacitar técnicos da SGA e demais Secretarias e

entidades responsáveis pela concepção e implementação do Programa Cabra Forte, progra-

ma escolhido para testar a ferramenta da Sistemática.

Resultado de um trabalho prático e participativo, a partir de discussões e contribuições

de diversos profissionais do setor público estadual, em oficinas e reuniões, foi possibilitado

um aprendizado consistente sobre o assunto e a construção dos passos da metodologia. A

elaboração do Modelo Lógico de Gestão de Programas e Projetos Governamentais (MLGP),

é um dos passos mais importantes para a utilização desta Sistemática, na medida que possi-

bilita o compartilhamento de informações sobre o real funcionamento de uma intervenção

governamental, através da explicitação das atividades planejadas e dos resultados esperados,

demonstrando as premissas e os objetivos do programa a ser monitorado e avaliado.

É importante registrar que este documento constitui-se em um primeiro esforço de constru-

ção metodológica para nortear as práticas de M&A no Estado, contribuindo para a disseminação dos

aspectos teóricos e processuais na gestão dos programas e projetos governamentais.

O P

RO

CE

SS

O D

E C

RIA

ÇÃ

O

Page 81: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 11

A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O A LINGUAGEM DO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Apesar da crescente disseminação de trabalhos de monitoramento e avaliação

em instituições públicas e privadas do Brasil e do mundo, ainda encontramos muito

dissenso sobre alguns dos seus principais conceitos. Assim, torna-se imprescindível na

elaboração de qualquer sistemática de monitoramento e avaliação, uma definição pré-

via dos conceitos a serem adotados ao longo do trabalho.

No início deste projeto foi realizada uma oficina de Alinhamento Conceitual onde

foram apresentadas definições dos termos “monitoramento” e “avaliação” adotados

por organizações nacionais e internacionais. A partir de uma síntese dessas definições,

foi elaborado o quadro abaixo que ressalta as diferenças entre os dois instrumentos:

Foram também analisados diferentes tipos de avaliação e seus objetivos, ficando

então definido que a Sistemática aqui apresentada será instrumento para a realização

de avaliações com as seguintes características:

Interna (Internal Evaluation) – conduzida por membros das organizações as-

sociadas ao programa, projeto ou objeto que está sendo avaliado.

Monitoramento Avaliação

Atividade de gestão interna e contínua. Atividade interna ou externa.

Acontece durante a implementação Pode acontecer antes, durante ou depois dado programa ou projeto. implementação de um programa ou projeto.

Compara o que está sendo realizado Com base em dados levantados pelocom o que foi planejado. monitoramento e outras fontes, julga o

desempenho de um projeto de acordo comcritérios pré-estabelecidos, tais como: eficácia, efi-ciência, efetividade, sustentabilidade, dentre outros.

Page 82: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS12

Formativa (Formative Evaluation) – utilizada durante a implementação de um

programa ou projeto, para fornecer informações que permitam o seu aprimo-

ramento. Avaliações Formativas são usadas para dar um retorno às equipes

técnicas sobre os componentes do programa/projeto que estão funcionando

e aqueles que precisam ser modificados.

De Programas ou Projetos (Program Evaluation) – utilizada para determinar se

os objetivos, formato e resultados do programa ou projeto estão adequados, as-

sim como seu grau de eficiência, eficácia e efetividade na aplicação dos recursos.

Dentro do ciclo governamental de criação e execução de políticas e programas,

esta Sistemática visa à realização de avaliações de processo e resultados de programas

em fase de implementação, conforme demonstrado na figura a seguir:

Formato Estratégicoda Política

Formulação do Programa

Início daoperacionalização Implementação

Reformulação,expansão,redução,

encerramento

Avaliação dasnecessidades/

questõesprioritárias

Avaliaçãoprévia

Avaliação deprocesso

Avaliação deresultados

Avaliaçãofinal

A Avaliação no Ciclo das Políticas Públicas A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 83: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 13

Avaliações de processo e resultados podem acontecer simultaneamente,

complementando-se na função de orientar as equipes gestoras para maior compre-

ensão do programa, seu funcionamento e seus resultados junto ao público-alvo.

A avaliação de processo visa determinar o grau em que o programa está ope-

rando conforme planejado. Este tipo de avaliação tem como objetivo entender o

funcionamento do programa – a partir da análise do que ele faz e de quem são seus

beneficiários – para, assim, aprimorar suas ações. A avaliação de processo também

ajuda na identificação dos elementos essenciais para o melhor desempenho do pro-

grama em termos de produtos, resultados e impactos. Em geral, responde a pergun-

tas em duas categorias – cobertura e processo.

Cobertura: analisa o alcance do programa e as características dos

beneficiários.

Processo: analisa a consistência do programa e a qualidade de sua im-

plementação.

Exemplos de Perguntas Avaliativas de Processo

Quanto à cobertura:

Quais são as principais características dos participantes?

Estamos atendendo quem deveríamos atender?

Em qual proporção estamos conseguindo atender aqueles que nos procuram?

Quanto ao processo de implementação do programa:

As atividades estão acontecendo conforme planejado?

Quais são os pontos fortes e fracos das estratégias e atividades do programa?

Como os diferentes atores percebem o programa?A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 84: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS14

A avaliação de resultados analisa em que grau o programa vem produzindo os

benefícios e transformações a que se propõe. As atividades de um programa produzem

três tipos de resultado: produtos (outputs), resultados (outcomes) e impactos (impact).

Atividades: procedimentos do programa que são mobilizados visando à ob-

tenção dos efeitos desejados (como o treinamento de produtores, perfuração

de poços, etc.).

Produtos: efeitos imediatos de cada atividade do programa (como o número

de pessoas capacitadas, aulas dadas, materiais produzidos, etc.).

Resultados: impactos de curto prazo, resultado direto do programa nos seus

beneficiários (normalmente referem-se a mudanças de conhecimento, habili-

dades, comportamento e valores).

Impactos: benefícios e transformações de médio e longo prazo para os parti-

cipantes e beneficiários indiretos do programa (suas famílias e comunidades).

Exemplos de Perguntas Avaliativas de Resultado

Quanto aos produtos:

Estamos fazendo o que dissemos que íamos fazer?

As metas estão sendo cumpridas? Se não, por que não?

Quanto aos resultados:

Estamos fazendo a diferença que planejamos fazer?

Que efeitos o programa tem sobre os beneficiários diretos e indiretos?

Quanto aos impactos:

O programa causou os impactos esperados?

Que grandes transformações o programa provocou na vida de seus beneficiários?

A L

ING

UA

GE

M D

OM

ON

ITO

RA

ME

NT

O E

AVA

LIA

ÇÃ

O

Page 85: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 15

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ASPECTOS CONCEITUAIS

A metodologia utilizada nesta Sistemática de Monitoramento e Avaliação baseia-

se em alguns conceitos, princípios e práticas mundialmente adotados por instituições e

profissionais da área.

Três foram os principais princípios norteadores deste trabalho:

1. A avaliação deve ser um instru-

mento de gestão, desde a sua

elaboração até o futuro uso de

seus resultados.

2. O valor da avaliação está na sua

utilidade, na sua capacidade de

atender às necessidades de infor-

mação de seus usuários.

3. O processo de avaliação deve ser

construído e implementado de

maneira compartilhada pelos

avaliadores com a equipe técni-

ca executora do programa.

Estes princípios baseiam-se

em conceitos de Michael Quinn

Patton, ex-presidente da Associação

Americana de Avaliação (American

Evaluation Association). Em sua obra

“Avaliação com Foco na Utilização”

(Utilization-focused Evaluation), Patton

reforça a idéia de que “avaliações

deveriam ser julgadas pela sua

utilidade e real uso”. Visando garantir

esta utilidade, Patton defende a prévia

identificação e engajamento dos

usuários da avaliação, pois, segundo

ele, “é mais provável que os

potenciais clientes da avaliação a

utilizem se eles compreenderem e se

apropriarem do processo de avaliação

e seus resultados”2.2 Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: thenew century text. Londres: Sage Publications.A

SP

ECT

OS

CO

NCE

ITU

AIS

Page 86: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS16

OBJETIVOS

A Sistemática de Monitoramento e

Avaliação tem como objetivos:

1. Proporcionar avaliações periódi-

cas do desempenho dos progra-

mas, instrumentalizando as equi-

pes do Governo na gestão de

recursos e obtenção de resulta-

dos mais efetivos.

2. Incorporar a atividade de moni-

toramento e avaliação como um

instrumento de rotina em pro-

gramas governamentais.

Para estar apta a coordenar

as atividades, a equipe Matricial deve

ser capacitada em temas como:

Os mitos sobre avaliação;

Os principais conceitos e tipos de

avaliação;

A lógica e os valores da avaliação;

A avaliação com foco na utilização

– seus passos e desafios;

Os princípios da avaliação

participativa;

A relação entre políticas,

programas e projetos;

A análise de avaliabilidade;

O modelo lógico de gestão do

programa – sua função e seus

componentes.

AS

PE

CTO

CO

NCE

ITU

AIS

Page 87: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 88: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 17

Page 89: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS18

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOSO PROCESSO EM 12 PASSOS

A Sistemática de Monitoramento e Avaliação é uma metodologia

para ser aplicada em programas e projetos estratégicos do Governo3. Ela permite

a obtenção periódica de informações sobre o desempenho das ações governa-

mentais, propiciando o aprimoramento da sua execução, subsidiando a tomada de

decisão quanto a novos projetos e parcerias e, assim, resultando na melhoria da

gestão nos níveis estratégico, tático e operacional.

Para facilitar a aplicação desta Sistemática, foram definidos 12 passos a partir da

experiência-piloto vivida com o Programa Cabra Forte.

3 A Sistemática aqui apresentada pode ser aplicada tanto a programas quanto aprojetos governamentais. Neste roteiro, o termo “programa” é usado de maneirageneralizada, representando programas e projetos. O

PR

OC

ES

SO

EM

12

PA

SS

OS

Page 90: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 19

PASSO 1: Definição do programa ou

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

projeto a ser avaliado

O processo de avaliação de um programa é complexo e exige bastan-

te dedicação não só dos avaliadores, mas também da equipe gestora. Por isso, a deci-

são de avaliar determinado programa deve ser tomada a partir do comprometimento

de todos os envolvidos na sua execução.

A definição de critérios técnicos para auxiliar na decisão de qual programa

deverá ser avaliado, ajuda no estabelecimento das diretrizes do trabalho e alinha o

entendimento de todos os participantes sobre a importância do estudo avaliativo a

ser desenvolvido.

Entre os critérios que podem ser adotados na seleção de programas a serem

avaliados estão:

Prioridade do tema: grau de importância do tema foco do programa.

Clareza de foco: grau de clareza dos objetivos do programa.

Visibilidade: grau de visibilidade do programa para a população da Bahia.

Interesse dos gestores e responsáveis institucionais em avaliar: grau de inte-

resse em avaliar o programa.

Concordância: grau de entendimento entre os gestores envolvidos quanto aos

objetivos, metas e resultados.

Conhecimento: existência de informações que permitam o acompanhamento

da execução física e financeira.

Volume de recursos orçamentários: recursos orçamentários disponíveis para

o programa.PA

SS

O

1

Page 91: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS20

PASSO 2: Formação de equipe mista de avaliação

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

e elaboração do plano de trabalho

A metodologia adotada nesta Sistemática prevê a formação de uma equipe

mista de avaliação, formada por avaliadores da própria unidade gestora do programa a

ser avaliado, equipe técnica do programa e, se necessário, consultores externos contra-

tados. A Seplan dará o apoio em todo o processo de avaliação quanto aos procedimen-

tos, normas e nas atividades relativas ao planejamento, articulação e gestão da informa-

ção. No caso de avaliação de programas multisetoriais, todas as Secretarias e Órgãos

envolvidos na execução do programa

deverão estar representados na equi-

pe mista de avaliação. Desta forma,

garante-se que todas as perspectivas

setoriais serão consideradas no estudo.

A primeira tarefa a ser execu-

tada pela equipe mista de avaliação

é a elaboração do plano de trabalho

para a aplicação da Sistemática de

Monitoramento e Avaliação no pro-

grama escolhido. A partir de infor-

mações do programa a ser avaliado

e da disponibilidade de recursos (hu-

manos, financeiros e de tempo) a

equipe deverá detalhar as etapas

apresentadas neste roteiro, definin-

do prazos e responsáveis.

Principais Funções da Equipe

Mista de Avaliação:

Articular o processo avaliativo com os

interesses e necessidades dos potenci-

ais clientes da avaliação;

Participar da elaboração do Modelo

Lógico de Gestão do Programa e da

definição do escopo da avaliação;

Coletar, analisar e sistematizar as

informações sobre o desempenho do

programa para garantir seu contínuo

monitoramento;

Elaborar relatórios de avaliação do

programa com recomendações para

seu aprimoramento. PA

SS

O 2

Page 92: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 21

PL

AN

O D

E T

RA

BA

LH

O

PLANO DE TRABALHO

12. Elaboração e disseminação do Relatório de Avaliação

11. Tabulação e análise dos dados coletados

10. Coleta de dados

9. Criação dos instrumentos para coleta de dados

8. Definição dos indicadores de M&A

7. Análise de instrumentos de M&A e registros existentes

6. Definição do escopo de avaliação

5. Análise das expectativas dos clientes de avaliação

4. Elaboração do Modelo Lógico de Gestão

3. Entrevista com potenciais clientes de avaliação

2. Formação da equipe mista de avaliação

1. Definição do programa a ser avaliado

Page 93: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS22

PA

SS

O

3PASSO 3: Identificação e entrevista com os

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

potenciais clientes da avaliação

Os potenciais clientes de uma avaliação são as pessoas e grupos

que são afetados pelos seus resultados, estão em posição de tomar decisões

sobre a avaliação, e pretendem usar as informações sobre o processo e os resul-

tados da avaliação para definir futuras ações.

A equipe de avaliação deverá definir no início dos trabalhos quem são os potenci-

ais clientes da avaliação e entrevistá-los para conhecer suas expectativas e necessida-

des de informação que o estudo avaliativo deverá atender.

PROGRAMA CABRA FORTE

Potencias clientes da avaliação entrevistados: Secretários da Agricultu-

ra, de Combate à Pobreza e do Planejamento; Representantes das Superinten-

dências da Seplan; Gestor do Programa Cabra Forte; Representantes das unida-

des envolvidas: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), Com-

panhia de Engenharia Rural da Bahia (CERB), Companhia de Desenvolvimento e

Ação Regional (CAR) e Superintendência de Articulação e Programas Especiais da

Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (SPE/Secomp).

Page 94: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 23

MODELO DE QUESTIONÁRIO A SER APLICADO COMOS CLIENTES DA AVALIAÇÃO.

Com relação à avaliação do programa:

1. Quais são as suas expectativas sobre o processo e os resultados desta

avaliação?

2. Como esta avaliação poderia contribuir para o aperfeiçoamento deste projeto?

3. Quais perguntas você gostaria que fossem respondidas por esta avaliação?

4. De que maneira as respostas a essas perguntas ajudariam no seu trabalho?

5. Quais decisões os resultados da avaliação poderiam influenciar?

6. Que dados e informações são necessários para esta tomada de decisão?

7. Quem deveria estar envolvido no processo de avaliação para orientá-lo

quanto às suas expectativas?

8. Como nós poderemos saber no futuro se esta avaliação foi útil?

9. Outras informações e comentários?

Dados do Responsável

Nome:

Cargo:

Telefone:

PA

SS

O

3

Page 95: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS24

As informações coletadas junto aos potenciais clientes da avaliação deverão ser

tabuladas e analisadas de maneira a orientar a definição do escopo da avaliação a ser

realizada. Este processo de tabulação e análise deverá ser feito em três etapas:

1. Despersonalização das informações.

2. Tabulação por categoria de análise.

3. Priorização das expectativas e perguntas de avaliação.

PROGRAMA CABRA FORTEExpectativas dos Clientes sobre a Avaliação

Quanto ao processo:

Que utilize procedimentos de avaliação adequados às características do

Programa;

Que apure os resultados com qualidade e eficiência;

Que identifique a necessidade de um eficiente banco de dados para controle

e monitoramento do Programa;

Que torne possível o monitoramento das ações do Programa de uma forma

que seja facilmente exeqüível;

Que crie um instrumento de fácil execução.

Quanto aos produtos:

Que possibilite a criação de banco de dados;

Que gere informações sobre a eficiência, eficácia e efetividade do Programa;

Que possibilite análise das transformações provocadas pelo Programa no

seu público-alvo (resultados);

PA

SS

O

3

Page 96: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 25

Que evidencie os resultados (positivos ou não) das intervenções, e se os

investimentos realizados atendem às necessidades e expectativas dos pe-

quenos criadores de caprinos e ovinos;

Que demonstre se o Programa está alcançando os objetivos preconizados,

ou seja, a melhoria da qualidade de vida da população e da região;

Que analise até que ponto o Programa atende às necessidades dos beneficiários;

Que analise o desempenho do Programa.

Quanto aos resultados:

Que possibilite maior registro e disseminação para conscientização das equi-

pes sobre os trabalhos que estão sendo realizados;

Que possibilite a transparência, eficiência e eficácia dos recursos aplicados

nos projetos do Governo;

Que as equipes internalizem os conceitos de avaliação e passem a vê-los

como instrumentos de gestão, para o aprimoramento e reconhecimento

de seus esforços;

Que possibilite a melhoria do fluxo de informações entre as equipes de trabalho;

Que tenha continuidade no processo de avaliação da ação governamental;

Que tenha continuidade para que a metodologia seja preservada e se tenha

registro de séries históricas.

Quanto ao futuro uso:

Que sirva de subsídio para o planejamento estadual e para a tomada de

decisões quanto a novos financiamentos e parcerias;

Que leve à correção dos desvios identificados e subsidie outros programas.PA

SS

O

3

Page 97: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS26

PA

SS

O

4○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 4: Elaboração do Modelo Lógico de Gestão

O Modelo Lógico de Gestão do Programa (MGLP) é um instru-

mento visual e sistêmico de apresentação e compartilhamento de informações so-

bre os recursos alocados em um programa, as atividades previstas, os produtos e as

mudanças que se esperam alcançar no curto, médio e longo prazo. De forma sim-

ples, o MLGP retrata um programa conforme ele vem sendo executado, facilitando

a comunicação sobre o seu propósito fundamental e tornando-se um ponto de refe-

rência para todos os envolvidos na sua implementação. É importante sinalizar que

apenas as atividades prioritárias para o desenvolvimento do programa deverão ser

incluídas no Modelo Lógico de Gestão.

Oficinas deverão ser realizadas com os principais responsáveis pela execução do

programa a ser avaliado, para construção conjunta do MLGP.

Apresenta-se a seguir a sugestão da estrutura do Modelo Lógico de Gestão a ser

adotado nesta Sistemática, e sua lógica de leitura.

Page 98: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 27

PA

SS

O

4

Page 99: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS28

PA

SS

O

5○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 5: Análise de avaliabilidade

A análise de avaliabilidade tem por objetivos buscar informações sobre o

formato do programa, explorar sua realidade e ajudar a conhecer sua estrutura, antes

que seja feita a avaliação de seus resultados. Ela ajuda a definir se o programa pode ser

efetivamente avaliado e se sua avaliação contribuiria para melhorar seu desempenho.

Sendo uma espécie de “pré-avaliação”, esta análise traz benefícios como:

prevenir o desperdício de recursos com avaliação;

ajudar os potenciais clientes da avaliação a formularem perguntas avaliativas

importantes e significativas;

facilitar o consenso entre avaliadores e equipe técnica do programa sobre o

objeto e escopo da avaliação a ser realizada, e a metodologia que será adotada.

Realizada com base no Modelo Lógico de Gestão, a análise de avaliabilidade deve

buscar responder a cinco questões básicas:

1. Quais são os principais componentes do programa?

2. Quais são os principais objetivos e metas do programa?

3. As pessoas envolvidas na gestão no programa concordam com seus objetivos?

4. Existe uma conexão lógica entre os objetivos, atividades e resultados

esperados?

5. Quais seriam os melhores indicadores e/ou critérios para avaliar o alcance dos

objetivos?Se não houver consenso sobre o que é oprograma e seus principais componentes, ele

ainda não pode ser avaliado.

Page 100: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 29

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 6: Definição do escopo da avaliação

O escopo da avaliação é uma combinação de sua(s) principal(is) finalidade(s)

e do foco que o estudo deverá ter, ou seja, as perguntas avaliativas que deverá respon-

der para cumprir esta finalidade.

Vale destacar que o foco de todo processo avaliativo deve estar na sua utilidade

para os tomadores de decisão e gestores do programa. Para garantir que a avaliação

possa ser um efetivo instrumento gerencial, é fundamental que se tenha clareza sobre

o objeto a ser avaliado e sobre as expectativas dos seus principais usuários, os potenci-

ais clientes da avaliação.

A partir destas expectativas com relação aos produtos, resultados e futuro uso da

avaliação, pode-se definir a(s) sua(s) principal(is) finalidade(s). E então, todo o processo

de definição de indicadores e criação de instrumentos deverá ser realizado de maneira

a garantir o alcance desta(s) finalidade(s).

A definição das perguntas avaliativas deverá ser feita a partir da análise das

perguntas trazidas pelos potenciais clientes sob a ótica dos critérios de avaliação a

serem adotados no estudo.

PA

SS

O

6

Page 101: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS30

PROGRAMA CABRA FORTEPerguntas Avaliativas sugeridas pelos Clientes de Avaliação

Estamos fazendo o que nos propusemos a fazer (melhoria genética, poços, etc.)?

As metas estão sendo cumpridas quanto a: quantidade de produtores benefici-

ados, sistemas construídos, cisternas, pulmão verde implantados, assistência

técnica disponível e crias distribuídas para melhoria genética do rebanho?

Que resultados estão sendo alcançados em comparação com os previstos?

Os sistemas de abastecimento de água (a partir de poços e barragens) e de

cisternas construídos atendem às necessidades dos grupos de produtores e co-

munidades eleitos como público do Projeto?

Quais os principais componentes do Projeto que contribuem positiva e negati-

vamente para o alcance de seus resultados?

Qual é a diferença que o Projeto está fazendo junto ao seu público-alvo?

(Efetividade)

Os resultados estão sendo positivos para a população beneficiada?

O objetivo do Programa está sendo atingido?

Que ações estamos fazendo para que os produtores efetivamente assumam a

propriedade do processo? (Sustentabilidade)

Qual o custo x benefício do Programa?

Qual o grau de eficiência na alocação de recursos neste Programa?

PA

SS

O

6

Page 102: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 31

As perguntas avaliativas deverão ser sintetizadas segundo os seguintes crité-

rios de avaliação:

Eficácia – expressa o grau em que o programa realiza o que havia sido pro-

posto, alcançando suas metas e objetivos;

Eficiência – estabelecida pela menor relação custo x beneficio possível para

a realização das atividades e alcance dos objetivos do programa;

Efetividade – o grau em que o programa alcança os resultados e impactos

pretendidos junto ao seu público-alvo.

PROGRAMA CABRA FORTEPerguntas Avaliativas Sintetizadas

1. Qual o grau de alcance das metas e objetivos do Programa?

Análise do grau de eficácia da implantação do Programa até o momento.

2. Qual o custo x benefício das principais estratégias do Programa?

Análise do grau de eficiência a partir do levantamento do total de recursos

aplicados em cada estratégia do Programa e os produtos por ela gerados.

3. Qual é a diferença que o Programa está fazendo junto ao seu público-alvo?

Análise do grau de efetividade do Programa na obtenção de resultados sele-

cionados a partir do Modelo Lógico de Gestão.

PA

SS

O

6

Page 103: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS32

PA

SS

O 7PASSO 7: Análise dos instrumentos e registros

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

já disponíveis do programa

Parte importante das informações que subsidiam a avaliação de eficácia

e eficiência de um programa vem dos registros administrativos gerados ao longo de sua

execução. A partir do registro sistematizado das atividades, seus principais produtos e

custos, a equipe gestora do programa dispõe de dados para comparar o realizado com o

previsto em determinado período, monitorando, assim, o desempenho do programa.

O levantamento e análise dos registros administrativos antecede e subsidia a mon-

tagem dos instrumentos de monitoramento. Daí a necessidade de registros confiáveis,

tempestivos, úteis e bem estruturados.

Nesta etapa do trabalho deverão ser analisados os modelos de registro das reali-

zações já em uso pela equipe gestora e pelos técnicos, nos vários níveis de execução

do programa. Essa pesquisa fornecerá aos avaliadores importantes informações sobre

falhas ou inadequação dos instrumentos de registro e dos processos de sistematização

dessas informações. A partir do que já existe, de seu funcionamento e uso, os avaliado-

res poderão propor formas de aprimorar o fluxo de informações, de maneira que

permita realizações periódicas de avaliações sobre o desempenho do programa.

Para checagem e complementação das informações é necessário, no entanto,

que se apliquem também outros instrumentos quantitativos e qualitativos junto aos

beneficiários do programa e aos atores intermediários no seu processo de execução.

O diagrama a seguir retra-

ta o fluxo de informações pro-

posto por esta Sistemática de

Monitoramento e Avaliação:

Page 104: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 33

PASSO 8: Definição dos indicadores de monito-

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ramento e avaliação a serem utilizados

Indicadores são medidas quan-

titativas e/ou qualitativas que funcio-

nam como um termômetro do pro-

gresso de um programa, indicando os

avanços obtidos em relação aos obje-

tivos e metas traçados. Como o pró-

prio nome sugere, são sinalizadores

que buscam expressar algum aspecto

da realidade, de forma que possamos

observá-lo ou mensurá-lo.

Indicadores de desempenho

são usados para verificar e mensurar os

possíveis impactos, resultados, produtos,

processos e recursos alocados em um

programa, permitindo, assim, seu moni-

toramento e avaliação. A partir do que se

quer avaliar, ou seja, das perguntas

avaliativas e da análise dos principais com-

ponentes do programa apresentados no

seu Modelo Lógico de Gestão, devem ser

definidos os indicadores de desempenho

a serem utilizados para o monitoramen-

to e avaliação do programa.

Características de umbom indicador

Ser válido – que meça o que se

supõe dever ser medido;

Ser confiável – que seja verificável;

Ser relevante – que tenha relevância

em relação aos objetivos do programa;

Ser sensitivo – que seja sensível às

mudanças da situação que é observada;

Ser aceitável – que seja aceito pela

população em estudo e pelos

principais clientes da avaliação;

Ser específico – que seja

especificamente adaptado aos

objetivos do programa;

Ser oportuno – que possa ser consti-

tuído e reportado em tempo hábil;

Ser tecnicamente viável – que os

dados requeridos possam ser

coletados e mensuráveis;

Ser custo-efetivo – que os dados

requeridos possam ser coletados a

um custo razoável.PA

SS

O 8

Page 105: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS34

Nesta etapa, é fundamental que se realize um exercício para a seleção dos indica-

dores a serem utilizados e a definição de seus respectivos descritores. Os descritores

são fundamentais para garantir a uniformidade de conceitos e um entendimento com-

partilhado sobre o que será medido.

O Descritor do Indicador traduz em linguagem simples e objetiva o que está

sendo medido. Seu uso garante o alinhamento de conceitos entre os responsáveis pela

coleta dos dados, dando maior consistência às informações produzidas pela avaliação.

Além disso, deve-se também, definir as principais fontes de informação para a

obtenção dos dados necessários à composição de cada indicador e a periodicidade

com que esta informação pode ser obtida. O quadro a seguir exemplifica como este

exercício pode ser realizado:

PROGRAMA CABRA FORTESíntese do processo de construção dos indicadores

Após a validação do escopo da avaliação com a equipe Matricial, deu-se início o traba-lho de construção conjunta dos indicadores de M&A do Programa. O primeiro passo foidefinir para cada atividade a ser avaliada:

indicadores de produto;

seus descritores (para garantir uniformidade de conceitos com os responsáveispelo fornecimento dos dados);

a periodicidade ideal da coleta dos dados;

as melhores fontes de informação.

PA

SS

O 8

Page 106: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 35

PROGRAMA CABRA FORTEEste trabalho foi desenvolvido em uma oficina de quatro horas, onde

a equipe Matricial, dividida em grupos por estratégia do Programa e orientada pelos

avaliadores, detalhou o foco da avaliação.

Nessa oficina, foi também realizada uma consulta com a equipe Matricial sobre

o grau de execução das estratégias do Programa, para verificar se o tempo de

implantação de cada atividade, descrita no Modelo Lógico de Gestão, tornava viável

a sua avaliação nas três categorias: eficácia, eficiência e efetividade. A conclusão a

que se chegou, foi que este estudo avaliativo deveria priorizar o levantamento de

dados referentes à eficácia (o que o Programa realizou desde seu início até o mo-

mento atual) e à eficiência do Programa (a relação custo x benefício das atividades).

O planejamento da avaliação de efetividade das ações de um programa depen-

de da análise dos dados relativos ao grau de realização das atividades, sua

espacialização geográfica e o momento de sua execução. Estas informações são

fundamentais para que se estabeleçam os procedimentos metodológicos adequa-

dos para verificar os resultados, ou impactos de curto prazo, no público-alvo.

Apenas como exercício de capacitação da equipe de avaliadores, foram selecio-

nados alguns resultados do Programa – considerados os mais estratégicos – para

comprovar as transformações já realizadas pelo Cabra Forte na vida dos seus bene-

ficiários, para os quais foram definidos indicadores de efetividade.

PA

SS

O 8

Page 107: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS36

PROGRAMA CABRA FORTE

1.1.1 Perfuração e recuperação depoços tubulares

• Poços instalados• Produtores beneficiados/

Comunidades de abrangência• Produção de água

1. Nº de poços instalados no período

2. Nº de produtores beneficiados/comunidade (grupo de produtores) /município/ pólo

3. Produção potencial de geração deágua disponível por poço instalado /comunidade / município / pólo

4. Produção efetiva de geração deágua disponibilizada por poçoinstalado/ comunidade / município /pólo

1. Nº de Sistemas Simplificados deAbastecimento de Água (SSAA)entregues à comunidade a partir depoços, em condições de oferecerágua em quantidade e qualidadeadequadas para consumo animal.

2. Produtores pertencentes àscomunidades do Programabeneficiados com os novos poçosinstalados.

3. Capacidade potencial de produçãode água dos poços instalados,medida em m³/hora.

4. Capacidade real de produção deágua dos poços instalados, medidapor m³/hora.

1. Mensal

2. Mensal

3. Mensal (dosnovos poçosinstalados)

4. Mensal (dosnovos poçosinstalados).

Técnicos da Cerb

Componentes a Serem Avaliados Indicadores de Desempenho Descritor dos IndicadoresPeriodicidade da

InformaçãoFonte de

Informação

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtores.

Estratégia: 1.1. Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtores.

PERGUNTA AVALIATIVA Eficácia: Qual o grau de alcance das metas e objetivos do Programa?

PA

SS

O 8

Page 108: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 37

PASSO 9: Definição e criação dos instrumentos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

para coleta de dados

A definição dos instrumentos para a coleta de dados a serem utilizados

no estudo avaliativo depende da escolha do tipo de abordagem que se quer adotar.

Abordagens quantitativas têm a vantagem de permitir mensuração, comparação e

generalização das informações obtidas, no entanto as abordagens qualitativas per-

mitem uma análise mais aprofundada das experiências estudadas.

Os métodos de coleta de dados quantitativos mais comumente utilizados são a

pesquisa de dados disponíveis em sistemas de acompanhamento e monitoramento do

programa, e a aplicação de questionários ou formulários junto aos beneficiários e ato-

res intermediários da sua execução. No caso de abordagens qualitativas, os métodos

de coleta de dados mais usados são entrevistas, grupos focais e observação direta.

Cada instrumento criado deverá ser pré-testado para análise de sua consistência e

clareza, e avaliação da relevância e viabilidade dos dados por ele coletados. Uma simu-

lação da tabulação e análise dos dados coletados no pré-teste também ajuda no apri-

moramento do instrumento antes da sua aplicação generalizada.

O sucesso desta etapa é fundamental para a realização de uma avaliação que per-

mita uma utilização plena de seus resultados. Não basta escolher bons indicadores

teóricos e de aplicações gerais, torna-se imprescindível a relevância, bem como

pertinência ao objeto avaliado e, sobretudo, a operacionalidade, sem implicar em ex-

cessos de utilização de recursos (tempo, recursos financeiros e recursos humanos).

PA

SS

O 9

Page 109: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS38

PROGRAMA CABRA FORTEO levantamento dos indicadores

Em oficina, produziu-se um levantamento preliminar das informações existen-

tes sobre a eficácia e eficiência do Programa e, a partir destes dados, elaborou-se

uma estratégia para avaliação da efetividade, já que esta última requer a aplicação

de instrumentos qualitativos e uso de técnicas de amostragem, o que só pode ser

definido a partir de informações concretas sobre as realizações do Programa, sua

temporalidade e espacialização.

Foram criados os instrumentos para a coleta dos dados elaborados a partir da

definição das informações necessárias para a alimentação dos Indicadores de Eficá-

cia e Eficiência selecionados para esta avaliação, conforme modelo previamente

estabelecido.

Os instrumentos foram validados pelos membros da equipe Matricial respon-

sáveis por cada estratégia.

Ficou estabelecido que fossem criados formulários para coleta dos dados nos

seguintes períodos:

Consolidado 2003

Consolidado 2004

Mês a mês – de janeiro a abril de 2005P

AS

SO

9

Page 110: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 39

PROGRAMA CABRA FORTE

Eficácia:

• Nº poços instalados x nº previsto• Nº de produtores beneficiados x nº previsto• Espacialização dos poços instalados• Espacialização dos produtores beneficiados• Produção potencial de geração de água disponível nos

poços instalados• Produção efetiva de geração de água disponibilizada

nos poços instalados

Eficiência:

• Produção potencial de geração de água x produçãoefetiva de geração de água disponibilizada nos poçosinstalados

• Custo de produção da água com poço x Nº deprodutores atendidos

• Nº de poços instalados no período/ comunidade/município/ pólo.

• Meta de instalação de poços no período/ comunidade/município/ pólo.

• Nº de produtores beneficiados/ comunidade (grupode produtores)/ município/ pólo.

• Meta de produtores a serem beneficiados com poçosno período/ comunidade/ município/ pólo.

• Capacidade potencial de produção de água dospoços instalados (em m³/hora)/ poço/ comunidade/município/ pólo.

• Capacidade real de produção de água dospoços instalados (em m³/hora)/ poço/comunidade/ município/ pólo.

• Custo de instalação dos poços no período/comunidade/ município/ pólo.

1.1.1 Perfuração erecuperação de poçostubulares

COMPONENTES DADOS A SEREM COLETADOS INDICADORES

Exemplo de dados a serem coletados e definição de alguns indicadores

Para uma completa visualização das realizações do Programa, foi acordado com a equipe

Matricial que os dados seriam coletados nos seguintes níveis de desagregação:

por pólo do Programa

por município atendido

por comunidade beneficiada

por grupos de produtores beneficiados

Desta maneira, as informações poderiam ser espacializadas e consolidadas nos diferen-

tes níveis de execução do Programa, permitindo comparações sobre as realizações e

alocações de recursos.

PA

SS

O 9

Page 111: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS40

PA

SS

O 1

0○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PASSO 10: Coleta dos dados

O processo de coleta dos dados deve ser planejado a partir da definição

dos instrumentos que serão utilizados, das informações que serão pesquisadas e do

prazo de que se dispõe para a obtenção dessas informações. A característica da popu-

lação-alvo, a característica espacial e os indicadores de desempenho físico-financeiro

são dados relevantes para serem coletados.

As primeiras informações a serem levantadas dizem respeito ao processo de exe-

cução do programa e seus produtos. A partir dos dados sobre as realizações do pro-

grama, obtidos no sistema de monitoramento e de outras fontes de informações, os

avaliadores poderão coletar os indicadores de eficácia e eficiência definidos. Os indica-

dores de eficácia e eficiência são obtidos, freqüentemente, a partir dos registros admi-

nistrativos do próprio programa. Já os indicadores de efetividade, exigem seu levanta-

mento direto junto à população beneficiária ou a registros censitários.

Na coleta de dados com beneficiários do programa, pode-se optar pela pesquisa

com toda a população a ser estudada ou por amostragem. Censos demográficos e

econômicos, relatórios de acompanhamento da execução físico-financeira, relatórios

de avaliações anteriores, artigos ou informações de divulgação, são fontes que podem

ser consultadas para o levantamento das informações.

Nesta etapa, é importante dispor de um banco de dados de registros adminis-

trativos consistente com o MLGP. É necessário também, capacitar os executores

do programa, especialmente os técnicos responsáveis pela obtenção das informa-

ções primárias.

Page 112: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 41

PROGRAMA CABRA FORTEProcesso de coleta de dados

A partir das fontes de informação de cada indicador definidas pela equipe

Matricial, o processo de coleta dos dados foi desenhado, respeitando a estrutura

operacional do Programa Cabra Forte. Como o Programa é uma combinação de

estratégias sob a responsabilidade de várias Secretarias e Órgãos Governamen-

tais, foi definido que cada entidade executora ficaria responsável pelo repasse das

informações referentes à sua parte no Programa. A equipe de avaliadores sinteti-

zou e analisou os dados, validando-os com a equipe Matricial antes da elaboração

do relatório de avaliação.

Os instrumentos de coleta de dados foram enviados aos membros da equipe

Matricial, que ficaram responsáveis por criar os canais adequados para a obtenção

dessas informações nos níveis operacionais do Programa. Ao final do trabalho, o

resultado da avaliação deve retornar aos vários níveis garantindo a disseminação

das informações obtidas, conforme ilustração a seguir:

PA

SS

O 1

0

Page 113: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS42

PA

SS

O 1

1PASSO 11: Tabulação e análise dos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

dados coletados

Todos os dados devem ser tabulados, ou seja, organizados de maneira

a facilitar a sua interpretação e análise, tendo em vista as perguntas avaliativas a serem

respondidas. A tabulação e análise dos dados serão decorrentes da sua natureza: quan-

titativos ou qualitativos.

Em uma avaliação, os textos e observações coletados vêm de várias fontes como:

respostas a perguntas abertas de questionários, transcrições de grupos focais ou entre-

vistas, roteiros de observação de casos, ou, ainda, resumos de relatórios e documen-

tos pesquisados.

Tanto as fontes de informações, como as técnicas quantitativas e qualitativas utili-

zadas para a coleta de dados, devem ser combinadas para uma compreensão mais

abrangente do programa. As informações sobre o previsto e o realizado, os principais

produtos entregues aos beneficiários, e a espacialização destas realizações, são dados

importantes para subsidiar a avaliação de desempenho do programa.

Page 114: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 43

PROGRAMA CABRA FORTETabulação e análise dos dados coletados (alguns exemplos)

PA

SS

O 1

1

Page 115: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS44

PA

SS

O 1

1

Page 116: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 45

INDICADOR DE EFETIVIDADE

(Qual a diferença que o Programa está fazendo no seu público-alvo?)

RESULTADOS ESPERADOSMaior acesso dos produtores a água de qualidade para consumo animal +Dessedentação dos animais.

SITUAÇÃO IDEALProdutores percorrendo no máximo 1.500 metros para obter água para seu rebanho.

INDICADORES DE RESULTADO SELECIONADOSDistância média percorrida pelos produtores para obter água para seu rebanho (emmetros) - antes e depois;Consumo médio de água / cabeça / dia (em litros) x capacidade instalada dos poços;Freqüência com que não obteve a quantidade de água necessária para dessedentar osanimais - antes e depois.

INSTRUMENTO CRIADOQuestionário a ser aplicado por amostragem com produtores beneficiados compoços do Programa.P

AS

SO

11

Page 117: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS46

PA

SS

O 1

2PASSO 12: Elaboração e disseminação do

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Relatório de Avaliação

Toda avaliação deve resultar em um

relato claro e objetivo sobre o processo e os re-

sultados obtidos quanto ao desempenho do progra-

ma analisado. Estas informações devem ser disse-

minadas entre os principais clientes da avaliação de

maneira a influenciar futuras decisões quanto ao apri-

moramento do programa ou ao estabelecimento de

novas diretrizes de ação.

A comunicação dos resultados de uma avaliação pode ser feita de forma oral ou

escrita, mas deve sempre ser simples, direta e livre de jargões. A ênfase deve estar nos

importantes resultados obtidos e nas recomendações, sempre com o foco nos princi-

pais clientes da avaliação, suas expectativas e necessidades de informação.

Page 118: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 47

ESTR

UTU

RA

MO

DEL

O

ESTRUTURA MODELO DO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

1. Capa – título do relatório, autores, instituições patrocinadoras/ participantes,lugar e data.

2. Índice – capítulos e subcapítulos do relatório.3. Créditos – agradecimento a todas as pessoas e instituições que possibilitaram a

realização do estudo.4. Resumo Executivo – apresentação do estudo incluindo objetivos, metodologia

adotada, principais resultados encontrados, conclusões/ recomendações. Deveter no máximo quatro páginas.

5. Introdução – contexto e antecedentes da avaliação: caracterização do proble-ma, justificativa do estudo, finalidade da avaliação, perguntas avaliativas e circuns-tâncias especiais.

6. Metodologia – desenho da avaliação: coleta e análise dos dados e limitações.Texto curto com maior detalhamento nos anexos (cópias dos instrumentos utili-zados, cálculo de tamanho de amostra, etc.).

7. Resultados – principais resultados encontrados e apresentados em gráficos etabelas com breve análise.

8. Conclusões – síntese dos dados encontrados e apresentados de maneira aresponder às perguntas avaliativas.

9. Recomendações – prescrição do que deve ser feito a partir das conclusõesdo estudo. O nível de detalhamento das recomendações depende da finalidade daavaliação e do perfil dos seus clientes.

10. Referências Bibliográficas – identificação de todo o aporte bibliográficoque norteou a avaliação.

11. Anexos – instrumentos para a coleta dos dados utilizados, procedimentosmetodológicos adotados, dados adicionais obtidos ou com maior desagregação,entre outros documentos relevantes.

Page 119: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS48

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CONCLUSÃO

Buscando instrumentalizar as equipes gestoras dos programas e pro-

jetos estratégicos do Governo do Estado da Bahia, a Secretaria do Planejamento e

a Fundação Luis Eduardo Magalhães criaram e testaram uma Sistemática de Moni-

toramento e Avaliação.

Testada no Programa Cabra Forte, programa multisetorial que visa melhorar a

qualidade de vida de 26.000 pequenos produtores rurais e suas famílias, através do

aumento da renda proveniente da ovinocaprinocultura, a Sistemática aqui apresentada

tem o objetivo de ser disseminada entre as equipes das Secretarias e Órgãos Governa-

mentais do Estado.

A partir da compreensão das etapas que levaram a construção desta metodologia

de monitoramento e avaliação, as equipes poderão implantá-la em outros programas e

projetos seguindo o roteiro apresentado neste Guia. Capacitações, orientações e acom-

panhamento periódico deverão ser oferecidos por avaliadores da Seplan aos Órgãos

Gestores, no sentido de garantir a implantação desta Sistemática de forma gradual,

consistente e efetiva.

A disseminação dos conceitos, princípios, processos e instrumentos, permitirá que

técnicos dos níveis estratégico, tático e operacional do Governo estejam constantemen-

te informados sobre o desempenho dos programas e projetos sob sua responsabilidade.

Ao fazer do monitoramento e da avaliação efetivos instrumentos de gestão, o

Governo do Estado da Bahia demonstra sua preocupação com o aprimoramento da

habilidade gerencial de suas equipes, visando aumentar a eficácia, eficiência e efetividade

das suas políticas, programas e projetos.

CON

CLU

SÃO

Page 120: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 49

GL

OS

RIO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

GLOSSÁRIO

Acompanhamento /MonitoramentoExame contínuo ou periódico realizado pela ad-ministração, em todos os níveis hierárquicos, domodo como se está executando um projeto ouatividade. Tem como objetivo prover os gestorese principais stakeholders com regular feedback eindicações do progresso ou possíveis falhas no al-cance dos resultados esperados.

O termo acompanhamento freqüentemente temsido associado a um mero registro contábil. En-tretanto, é preciso considerar que o acompanha-mento tem necessariamente que produzir infor-mações úteis para o gerenciamento do projeto ouatividade.

Análise de AvaliabilidadeTem por objetivos buscar informações sobre oformato do programa, explorar sua realidade eajudar a conhecer sua estrutura, antes que sejafeita a avaliação de seus resultados.

Apreciação Prévia (Appraisal)Apreciação global da pertinência, viabilidade esustentabilidade provável de uma intervenção dedesenvolvimento antes que a decisão deimplementação seja tomada.

AtividadesProcedimentos do programa que visam à obten-ção dos efeitos desejados. Do ponto de vista daprogramação orçamentária é um conjunto de ope-rações que se realizam de modo contínuo e que

concorrem para a manutenção e o funcionamentode órgãos e entidades governamentais e para aprestação de serviços públicos utilizados pelapopulação.

AvaliaçãoApreciação sistemática e objetiva do valor oumérito de um projeto, programa ou política, an-tes, durante ou após a intervenção, quanto à suaconcepção, execução e resultados. Tem como pro-pósito determinar a pertinência, eficiência, eficá-cia, efetividade, impacto e sustentabilidade da in-tervenção.

Avaliação de ProcessoVisa determinar o grau em que o programa estáoperando conforme planejado. Este tipo de avali-ação tem como objetivo entender o funcionamen-to do programa – a partir da análise do que ele faze de quem são seus beneficiários – para, assim,aprimorar suas ações. A avaliação de processotambém ajuda na identificação dos elementos es-senciais para o melhor desempenho do programaem termos de produtos, resultados e impactos.Em geral, responde a perguntas em duas categori-as – cobertura e processo.

Avaliação de ResultadosAnalisa em que grau o programa vem produzindoos benefícios e transformações a que se propõe.As atividades de um programa produzem três ti-pos de resultado: produtos (outputs), resultados(outcomes) e impactos (impact).

Page 121: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS50

Avaliação de Meio Percurso oude Meio TermoTipo de avaliação realizada durante o processode implementação de um programa ou projeto.Seu principal objetivo é avaliar o progresso reali-zado, permitir conclusões iniciais sobre o seugerenciamento e fazer recomendações para a con-tinuidade dos trabalhos. Esta avaliação analisaquestões operacionais relevantes e a performance,extraindo lições aprendidas até aquele momento.

Avaliação de Programa ou ProjetoAvaliação feita para determinar se os objetivos,formato e resultados do programa ou projeto es-tão adequados, assim como o grau de eficiência,eficácia e efetividade na utilização dos recursos.

Avaliação ExternaAvaliação conduzida por um ou mais avaliadoresque não estão diretamente envolvidos na formula-ção, implementação e/ou gerenciamento do obje-to da avaliação. Normalmente é realizada porpessoas de fora da organização envolvida. É tam-bém chamada de avaliação independente.

Avaliação FormativaRefere-se ao processo de execução do programa,servindo para melhorar seu funcionamento. Sãomodalidades complementares a serem utilizadasde acordo com cada situação concreta.

Avaliação InternaAvaliação conduzida por membros de organiza-ções associadas com o programa, projeto ou ob-jeto que está sendo avaliado.

Avaliação Final (Avaliação ex-post)Avaliação de uma intervenção após a sua conclu-são, podendo ser realizada logo após a conclusãoda intervenção ou algum tempo depois. O objeti-vo é identificar os fatores de sucesso ou de fracas-so, apreciar a sustentabilidade dos resultados e osimpactos, e tirar conclusões que possam ser gene-ralizadas para outras intervenções.

Avaliação ParticipativaAvaliação coletiva de um projeto ou programa,realizada pelos stakeholders ou beneficiários. Sãoavaliações reflexivas, pró-ativas, que visam capa-citar os envolvidos no programa e têm como prin-cipal objetivo atender as necessidades de infor-mação dos stakeholders.

Avaliação Prévia (Avaliaçãoex-ante)Avaliação efetuada antes da implementação de umaintervenção.

BeneficiáriosIndivíduos, grupos ou organizações que se benefi-ciam do programa ou projeto direta ou indireta-mente, intencionalmente ou não.

CoberturaAnalisa o alcance do programa e as característi-cas dos beneficiários.

Dados da Linha de Base(Baseline Data)Informação inicial sobre um programa ou seus com-ponentes, coletada antes das atividades serem exe-cutadas. Os dados de linha de base são normal-mente coletados em entrevistas ou observações eusados posteriormente para comparações que de-terminarão mudanças em um programa.

GL

OS

RIO

Page 122: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 51

Descritor do IndicadorTraduz em linguagem simples e objetiva o que estásendo medido. Seu uso garante o alinhamento deconceitos entre os responsáveis pela coleta dosdados, dando maior consistência às informaçõesproduzidas pela avaliação.

DesempenhoO grau com que um programa ou projeto éimplementado de forma eficaz, eficiente e efetiva.

EfeitoMudança esperada ou não, direta ou indiretamen-te atribuída a uma intervenção.

EfetividadeO grau em que o programa alcança os resultadose impactos pretendidos junto ao seu público-alvo.

EficáciaExpressa o grau em que o programa realiza oque havia sido proposto, alcançando suas me-tas e objetivos.

EficiênciaEstabelecida pela menor relação custo x benefíciopossível para a realização das atividades e alcan-ce dos objetivos do programa.

Estudos de BaseAnálise que descreve a situação antes do lança-mento de uma intervenção de desenvolvimento, aqual se podem fazer comparações ou apreciar osprogressos.

ImpactoBenefício e transformação de médio e longo pra-zo para os participantes e beneficiários indiretosdo programa (suas famílias e comunidades).

IndicadorMedida quantitativa e/ou qualitativa que funcionacomo um termômetro do progresso de um pro-grama, indicando os avanços obtidos em relaçãoaos objetivos e metas traçados.

Indicador de desempenhoUsado para verificar e mensurar os possíveis im-pactos, resultados, produtos, processos e recur-sos alocados em um programa, permitindo assimseu monitoramento e avaliação.

Modelo Lógico de Gestão dePrograma/ProjetoInstrumento visual e sistêmico de apresentação ecompartilhamento de informações, voltado paraa gestão e avaliação de programas e projetos.Permite analisar as relações causais entre os re-cursos alocados, atividades, produtos, resulta-dos e impactos.

ObjetivoSituação futura desejada com a execução de pro-grama, projeto ou atividade, descrita com conci-são e precisão e sempre mensurável por um indi-cador, que expressa o produto ou resultado espe-rado sobre o público-alvo.

Pressupostos (Hipóteses)Suposições sobre fatores ou riscos que podem terrepercussões na evolução ou no sucesso da inter-venção de desenvolvimento.G

LO

SS

ÁR

IO

Page 123: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS52

ProcessoAnalisa a consistência do programa e a qualidadede sua implementação.

ProdutoEfeito imediato de cada atividade do programa.

ProgramaÉ o instrumento de organização da ação governa-mental com vistas ao enfrentamento de um pro-blema, atendimento a uma demanda ou o aprovei-tamento de uma oportunidade.

ProjetoInstrumento de programação orçamentária paraalcançar o objetivo de um programa, envolven-do um conjunto de operações, limitadas no tem-po, das quais resulta um produto que concorrepara a expansão ou aperfeiçoamento da açãode Governo.

Público-alvoConjunto de pessoas, famílias, comunidades, insti-tuições ou setores que serão atingidos pelo pro-grama.

Recursos (Inputs)Meios financeiros, humanos e materiais usadospara uma intervenção de desenvolvimento.

ResultadoImpacto de curto prazo causado pelo diretamen-te pelo programa nos seus beneficiários (normal-mente referem-se a mudanças de conhecimento,habilidades, comportamento e valores).

Retroalimentação (Feedback)Transmissão das constatações resultantes do pro-cesso de avaliação a todos os que podem tirarlições úteis e pertinentes das mesmas, com o obje-tivo de facilitar a aprendizagem. Isto pode impli-car reunir e difundir as constatações, conclusões,recomendações e lições aprendidas.

StakeholdersGrupos que tem um papel ou interesse nos objeti-vos e implementação de um programa ou projeto.Incluem o público-alvo, os beneficiários diretos,os responsáveis por garantir que os resultadosserão alcançados conforme planejado, e os res-ponsáveis por prestar contas dos recursosalocados nos trabalhos.

SustentabilidadeContinuação dos benefícios resultantes de uma in-tervenção de desenvolvimento mesmo após a suaconclusão. Probabilidade de os benefícios perdu-rarem no longo prazo. Situação em que as vanta-gens líquidas são suscetíveis de resistir aos riscosao longo do tempo.

GL

OS

RIO

Page 124: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 53

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alberta Consultative Health Research Network.(2001-2002) Evaluability Assessment.Disponível em http://www.achrn.org/Evaluability.htm

Buvinich, Manuel Rojas. (1999). Ferramentas paramonitoramento e avaliação de programas eprojetos sociais. Unicef.

Instituto do Banco Mundial. (sem data).Introdução ao Monitoramento & Avaliação:Apostila do Participante.

International Development Research Centre.Identifying the Intended Use(s) of anEvaluation. Abril de 2004. Disponível emwww.idrc.ca

International Development Research Centre.Identifying the Intended User(s) of anEvaluation. Março de 2004. Disponível emwww.idrc.ca

Kayano, Jorge, e Caldas, Eduardo L. (2001).Indicadores para o diálogo. São Paulo:Instituto Pólis; Programa Gestão Pública eCidadania/ EAESP/ FGV.

McNamara, Carter. Basic Guide to ProgramEvaluation. 1999. Disponível em http://www.mapnp.org/library/evaluatn/fnl_

Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: the new century text.Londres: Sage Publications.

Rodrigues, Maria Cecília Prates. (1998).Avaliação e monitoramento. Texto base paraa disciplina de Monitoramento e Avaliaçãoministrada no âmbito do curso de Gerênciade Programas Sociais, promovido pela FESP/ISAPE/CPG.

United Way of America. (1996). Measuringprogram outcomes: a practical approach.

Valarelli, Leandro Lamas (1999). Indicadores deresultados de projetos sociais. RITS.Disponível em: http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_jul99.cfm

W.K. Kellogg Foundation. (2001). Logic ModelDevelopment Guide: Using Logic Models toBring Together Planning, Evaluation, &Action.

3 Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: the new century text.Londres: Sage Publications.

BIB

LIO

GR

ÁF

ICA

S

O documento está disponível em: http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_jul99.cfm

Page 125: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS54

Modelo Lógico de Gestão doPrograma Cabra Forte

ANEXO 1

AN

EX

O 1

Page 126: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 55

AN

EX

O 1

Page 127: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS56

AN

EX

O 1

Page 128: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 57

AN

EX

O 1

Page 129: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS58

Questionário para levantamento de informaçõessobre os resultados da implantação de poços peloPrograma Cabra Forte

ANEXO 2

AN

EX

O 2

Page 130: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 59

AN

EX

O 2

QUESTIONÁRIO A SER APLICADO COM

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PRODUTORES DO PROGRAMA

Propriedade:

Proprietário:

1 - Qual a área (em tarefas) da propriedade?

tarefas

2 - Quantas cabeças de ovinos e caprinos existem na propriedade?

Ovinos: cabeças

Caprinos: cabeças

3 - Quantos litros de água por dia são necessários para o consumo do rebanho?

litros

4 - Existe alguma reserva de água na propriedade? Que tipo?

( ) Sim ( ) Não Tipo:

ANTES DA INSTALAÇÃO DOS POÇOS

5 – Qual(is) a(s) alternativa(s) de acesso a água para consumo dos animais?

( ) Reserva própria ( ) Reserva de vizinhos ( ) Açude ou barragem comunitária

( ) Outras. Citar

Page 131: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS60

AN

EX

O 26 - O produtor tinha como garantir água para o rebanho durante todo o ano?

( ) Sim ( ) Não Por quê ?

7 - Qual a distância que o produtor (ou rebanho) percorria para ter acesso à água?

metros

8 - Em média, quantos meses no ano a água era insuficiente para atender à necessidade do

rebanho? meses

APÓS A INSTALAÇÃO DOS POÇOS

9 - Qual a distância que o produtor (ou rebanho) percorre para ter acesso à água?

metros

10 – Com que frequência a água do poço é insuficiente para atender à necessidade do reba-

nho?

( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Frequentemente ( ) Sempre

11 - Qual o grau de facilidade que a instalação do poço trouxe para o acesso à água pelo

rebanho?

( ) Pouca ( ) Regular ( ) Muita

Comente:

Page 132: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 61

AN

EX

O 3

Instrumento usado para análisedos dados coletados sobre oPrograma Cabra Forte

ANEXO 3

Page 133: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS62

Secretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGA

PROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕES

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtoresEstratégia: Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtoresAAAAAtividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULARESPeríodo: 2003

Programado para o período

Pólo / Município /Comunidade / Grupo

de Produtores

Realizado no período

Total do Programa

Pólo de Remanso

Campo Alegre de Lurdes

Casa Nova

Pilão Arcado

Remanso

Pólo de Jaguarari

Andorinha

Curaçá

Jaguarari

Juazeiro

Monte Santo

Uauá

Pólo de Conceição do Coité

Barrocas

Conceição do Coité

Nova Fátima

Retirolândia

Santaluz

São Domingos

Serrinha

Valente

Nº de poçosa serem

instalados

Nº deprodutores doprograma a

serembeneficiados

Capacidadepotencial deprodução deágua (m³/h)

Nº de Poçosinstalados

Nº deprodutores do

programabeneficiados

Capacidadeefetiva de

produção deágua (m³/h)

Custo deinstalaçãodos poços

(R$)

AN

EX

O 3

Page 134: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 63

AN

EX

O 3

Secretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSecretaria do Planejamento – SeplanSuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGASuperintendência de Gestão e Avaliação - SGA

PROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETPROGRAMA CABRA FORTE - COLETA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕESA DE INFORMAÇÕES

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtoresEstratégia: Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtoresAAAAAtividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULAREStividade: PERFURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE POÇOS TUBULARESPeríodo:

Programado para o período

Pólo / Município /Comunidade / Grupo

de Produtores

Realizado no período

Nº de poçosinstalados

Nº de poçosinstalados X

previsto

Nº de produtoresbeneficiados

Nº de produtoresbeneficiados

X previsto

Capacidade realde produção de

água XCapacidadepotencial

Custo deinstalação X Nºde produtoresbeneficiados

Conceição do Coité

Nova Fátima

Retirolândia

Valente

Santa Luz

São Domingos

Serrinha

Barrocas

Remanso

Remanso

Casa Nova

C. Alegre de Lourdes

Pilão Arcado

Jaguarari

Jaguarari

Uauá

Juazeiro

Monte Santo

Andorinha

Curaçá

TOTAL GERAL

Qde. % Qde. %

Page 135: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS64

AN

OTA

ÇÕ

ES

Page 136: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS E PROJETOS GOVERNAMENTAIS 65

AN

OTA

ÇÕ

ES

Page 137: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO - SEPLAN

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO E AVALIAÇÃO - SGASonia Sobral

Diretorias de Monitoramento e AvaliaçãoMaria da Conceição SáMário Sebastião Freitas

COORDENAÇÃO GERAL (FLEM)Lycia Tramujas Vasconcellos Neumann

Equipe de Coordenação:Secretaria do Planejamento / Superintendência de Gestão e Avaliação

Anibal Picanço BentesAntônio Leopoldo MeiraNair Mamede CoutoPalmiro Torres de OliveiraRoberto Sampaio CostaZélia Maria Abreu Góis

Fundação Luis Eduardo MagalhãesViviane Quenia Brito de Jesus

Equipe Matricial:Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

Edilson Bartolomeu - SuperintendenteMaria Suzana Lima de SouzaRenata VieiraRicardo AndradeAntônio Lemos Maia Neto (ADAB)Francisco Benjamin (EBDA)

Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades SociaisElisa Cristina Guimarães Pellegrini - SuperintendenteFátima AmaralSoane Maria Minck de MatosTânia XavierZélia Fajardini

Secretaria do PlanejamentoDário Tavares (CAR)

Secretaria da Indústria, Comércio e MineraçãoAna Célia Tanajura (EBAL)

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos HídricosJoão Batista Andrade (CERB)

Secretaria da SaúdeMaria Claudia da Costa MontalMaria Lea Rocha Fagundes

Secretaria do Trabalho, Assistência Social e EsporteMarizete Pereira AndradeTerezinha Almeida

FICHA TÉCNICAConsultoria ExternaFundação Luis Eduardo Magalhães - Flem

Redação final de textoTacilla Siqueira

Projeto Gráfico e EditoraçãoAutor Visual Comp. Gráfica Ltda

Fotografias gentilmente cedidas pela Agecom, Arquivo Cacob-Diren-Seinfra, Ascom-Funceb, Ascom-Seagri, Ascom-Secomp,Adenilson Nunes, Alceu Elias, Angeluci Figueiredo, Aristeu Chagas, Jorge Cordeiro, Lázaro Sérgio, Marcos Souza e Roberto Viana

Page 138: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 139: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides
Page 140: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

1

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Lycia Tramujas Vasconcellos NeumannOficina ministrada para técnicos da Prefeitura Municipal de Curitiba - 2010

Objetivos da Oficina

Há dois propósitos principais para esta oficina:

� Promover a troca de conhecimentos sobre teorias e práticas em Planejamento, Monitoramento e Avaliação de programas e projetos Sociais.

� Levar os participantes a desenvolverem um olhar avaliativo e uma lógica de planejamento e gestão voltada para melhores resultados em programas e projetos sociais.

Page 141: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

2

Agenda de Trabalho

Esta oficina foi dividida em 2 partes:

� Concepção e planejamento políticas e projetos sociais (12h)

� Elaboração, gestão e avaliação de projetos sociais (20h)

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 1: Elaboração de Políticas

Page 142: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

3

Para reflexão

“O planejamento não diz respeito a decisões

futuras, mas às implicações futuras de

decisões presentes.”(Peter Drucker)

Políticas, programas e projetos

Alinhamento Conceitual

Page 143: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

4

� Um curso ou método claro de ação, escolhido (pelo governo, instituição, grupo ou indivíduo) dentre algumas alternativas e a partir da análise de determinadas condições, que normalmente determina as decisões presentes e futuras. (adaptado de Webster’s)

� Conjunto de princípios básicos e diretrizes a eles associadas, formulados e implementados pelo grupo gestor da organização, para direcionar e limitar suas ações visando o alcance de objetivos de longo prazo.(adaptado de Business Dictionary.com)

O que se define por política?

� Política é como a organização decide atuar com relação a determinados temas.

� Existem políticas que determinam o funcionamento interno da organização (ex.: Recursos Humanos, Prevenção de Acidentes de Trabalho)

� E políticas que determinam a atuação técnica da organização – através das quais ela busca realizar sua missão e alcançar sua visão de futuro.

Políticas institucionais

Page 144: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

5

Políticas públicas - conceitos

“É o Estado em ação: o Estado implantando um projeto

de governo, através de programas, de ações voltadas

para setores específicos da sociedade”.

(Gobert & Mueller, citado por Höfling)

Para reflexão

“Política Pública não é o mesmo que Decisão Política,

pois, uma Política Pública envolve mais que uma

decisão e requer diversas ações estrategicamente

selecionadas para implementar as decisões tomadas”.

(Pereira, 2007)

Page 145: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

6

Políticas Sociais

Existem 3 níveis de formulação de ação social:

� o nível dos grandes objetivos e eixos estratégicos de ação: a Política

� um nível intermediário em que as políticas são traduzidas em linhas mestras de ações temáticas e/ou setoriais: os Programas

� o nível das ações concretas, delimitadas no tempo, no espaço e pelos recursos existentes, que possam realizar os programas e as políticas: os Projetos

(Armani, citado por Pogoda, Pires e Moretti, s.d.)

PROJETOS

PROGRAMAS

POLÍTICA

Do Estratégico ao Operacional

Page 146: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

7

Do Estratégico ao Operacional

� Programas e projetos tornam operacional uma política

na medida em que traduzem com clareza seus

objetivos e concretizem sua implementação mediante a

aplicação de recursos.

Design Estratégico da Política

Implementação

Reformulação, expansão, redução, encerramento.

Formulação do Programa/ Projeto

Início da operacionalização

Ciclo de um Projeto

Page 147: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

8

Fases das Políticas Públicas

1. Formação de AgendaCom questões que merecem políticas definidas.

2. Formulação Definição dos objetivos, marco jurídicos, administrativo e financeiro.

3. Implementação Elaboração dos planos, programas e projetos que permite executar a política.

4. AvaliaçãoCompara os fins alcançados aos meios mobilizados e aos objetivos inicialmente estabelecidos.

Elaboração - É a preparação para a tomada de decisão.

Baseado na metodologia de

“Policy Analysis” de Eugene Bardach

Elaborando Políticas

Page 148: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

9

1. Defina o problema

2. Colete as evidências

3. Construa alternativas de ação

4. Selecione os critérios

5. Projete os resultados

6. Reflita sobre as desvantagens

7. Tome a decisão

8. Conte sua história

Passos críticos na elaboração de Políticas

� Comece com uma definição clara e objetiva sobre o(s)

problema(s) que procura resolver ou minimizar com a

política.

� Isto lhe dará a razão para realizar todo este trabalho e

norteará a coleta de informações e evidências.

� As primeiras definições do problema poderão ser revisadas

quando mais conhecimento for construído sobre as questões

envolvidas.

1. Defina o problema

Page 149: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

10

1. Defina o problema

Dicas na definição do problema:

� Pense em faltas e excessos (ex.: há muito disso, há pouco daquilo);

� Evite o uso de termos subjetivos (ex.: bom ou ruim, insatisfatório, etc.);

� Quantifique se possível (mesmo que os números não sejam definitivos, darão uma boa idéia do tamanho do problema);

� Condições que causam o problema também são problemas (busque identificar a relação causal entre os problemas e suas condicionantes);

� Perder oportunidades também é um problema.

� Definido o problema é hora de analisar o contexto no qual a

política será implementada e coletar dados e informações para

evidenciar a questão sobre seus vários ângulos.

� Nesta etapa são analisados “o que”, “o onde”, “o quando” e “o

porquê” do problema identificado.

� Para isso deve-se mergulhar na literatura e documentos já

produzidos, realizar pesquisas, entrevistas e análises de

tendências.

2. Colete evidências

Page 150: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

11

2. Colete evidências

� Dados: são fatos ou representação de fatos sobre o mundo. São normalmente valores, medidas, estatísticas, mas podem ir além disso.

� Informações: são formadas por um conjunto de dados devidamente ordenados e organizados de forma a terem significado.

� Evidências: tudo aquilo que pode ser usado para provar que uma determinada afirmação é verdadeira ou falsa.

“Evidências são informações que afetam as crenças das

pessoas (inclusive as suas) sobre aspectos significantes do

problema que está sendo estudado.”

(Bardach)

2. Colete evidências

� Razões para buscar evidências:� Para compreender a natureza e a dimensão do(s)

problema(s) que está tentando definir;

� Para conhecer e analisar características particulares do contexto onde a politica atuará;

� Para avaliar boas práticas, políticas que se mostraram efetivas em situações semelhantes.

O material coletado ajudará não só na melhor formulação do

problema central, como na construção de alternativas de ação e na

definição de resultados esperados.

Page 151: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

12

3. Construa alternativas

Dicas na construção de alternativas:� Comece abrangente e termine bem focado, com no máximo 4

alternativas.� Considere as alternativas propostas por atores-chave no processo

decisório (técnico e político).

� Sempre inclua a alternativa “status quo” nesta análise (ou seja, a manutenção da situação como está).

� Identifique o conceito central de cada alternativa e procure descrevé-lo de forma simples.

� Faça a distinção entre a alternativa básica e suas variações.

Pense nas diferentes políticas, cursos de ação ou estratégias de intervenção que podem ser adotadas para minimizar o problema.

4. Selecione critérios de avaliação

Selecione critérios para avaliar os potenciais resultados de cada alternativa, e não a alternativa em si.

� Um dos principais critérios é o quanto os impactos esperados com a política diminuirão ou resolverão o problema identificado (efetividade).

� Outros critérios comumente usados são: viabilidade, eficiência (custo-efetividade/ custo-benefício); equidade, tempo, ética, legalidade, aceitação política.

Page 152: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

13

5. Projete os resultados

Nesta etapa é importante pensar em todos os potenciais resultados e impactos das alternativas de ação.

É a etapa mais difícil!

Procure ser o mais realista possível!

Perguntas para avaliar a potencial efetividade:

1. Qual é o nível mínimo aceitável de efetividade?

2. Que processo pode produzir este nível de efetividade?

3. Quão provável é que este processo alcance este resultado?

4. Qual a probabilidade de fracasso?

5. Projete os resultados

Elabore uma matriz de resultados, cruzando alternativas com os critérios selecionados:

Critério 1 Critério 2 Critério 3

Alternativa 1 Resultado Resultado Resultado

Alternativa 2 Resultado Resultado Resultado

Alternativa 3 Resultado Resultado Resultado

Cuidado:� Deve ficar claro nos critérios a unidade e o “valor” que será considerado na análise dos resultados (ex: % de redução de emissão de gases, ou tempo de implantação em meses).

Page 153: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

14

6. Reflita sobre as desvantagens

� Algumas alternativas podem se mostrar superiores nos vários critérios e se tornarem alternativas dominantes.

� Mas, normalmente, uma alternativa é superior em um critério e inferior em outro. É a hora de pesar vantagens x desvantagens de cada uma.� Desvantagem = quando você tem que abrir mão de algo valioso

ou desejável

A análise mais comum de vantagens x desvantagens é entre uso de mais recursos para gerar mais benefícios aos cidadãos.

Ex.: Vale a pena gastar R$100.000/ mês para manter a biblioteca da universidade aberta todos os dias da semana? Ou é melhor manter os gastos atuais e fechá-las nos finais de semana?

7. Decida

� Mesmo que a decisão final não seja sua, se nesta etapa

você ainda não tiver segurança sobre a melhor

alternativa é porque as vantagens e desvantagens não

foram bem pesadas, ou porque alguns aspectos sobre

as alternativas não ficaram bem claros.

� Revise o processo e busque aprimorá-lo.

� Consulte importantes “stakeholders” para evitar futuras

resistências.

Page 154: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

15

8. Conte sua história

� O teste do motorista de táxi� Você acabou de chegar no aeroporto e pegou um táxi. No

trajeto até o hotel o motorista pergunta o que você faz.

� Você responde que trabalha na Prefeitura de Curitiba e está atualmente está trabalhando com o problema X.

� Interessado ele pergunta “qual é a solução para este problema?”

� Você tem 1 minuto para apresentar a resposta de forma clara, coerente e muito simples, antes que ele te acuse de ser um intelectual incompreensível ou uma pessoa muito confusa.

8. Conte sua história

� Ao elaborar o relatório, tenha sempre em mente a audiência (direta e indireta).

� Seja na forma escrita ou oral, a apresentação do relatório tem que fluir, demonstrando consistência e lógica.

� Evite longas digressões e considerações de caráter filosófico.

� Seja direto, objetivo e preciso no uso da linguagem.

� Não caia na armadilha de descrever todas as etapas vividas e os aprendizados. Mantenha o foco no que é importante, considerando a audiência.

Page 155: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

16

O produto final

O que temos ao final deste processo?

� O problema que precisa ser resolvido ou minimizado.

� Algumas alternativas de ação que podem ser tomadas.

� Para cada alternativa, uma série de resultados potenciais.

� Se nenhuma alternativa é dominante considerando os critérios selecionados, as alternativas são analisadas segundo vantagens x desvantagens identificadas.

� Quando solicitado, pode-se apresentar recomendações sobre qual a melhor alternativa de política.

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 2: Tendências em Projetos Sociais

Page 156: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

17

Alinhamento Conceitual

Programas e Projetos Sociais

Projeto - conceito

“Um projeto é um empreendimento planejado que

consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas

e coordenadas para alcançar objetivos específicos

dentro dos limites de um orçamento e de um período de

tempo dados”.(ONU, citado por Almeida, s.d.)

Page 157: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

18

Programa - conceito

� Programa é um conjunto de projetos de caráter institucional,

com diretrizes bem definidas, voltado para um ou mais

objetivos de uma instituição.

� Geralmente se acha sob a responsabilidade de um coordenador ou

equipe de coordenadores

� Na elaboração de vários projetos sobre o mesmo tema e objetivo,

eles devem ser reunidos e organizados de forma mais ampla em

um programa. Assim, os recursos e esforços podem ser otimizados

e integrados.

(São Paulo.Secretaria do Meio Ambiente, 2005)

Para Reflexão

“O termo projeto carrega o sentido de organizar idéias,

pesquisar, analisar a realidade e desenhar uma

proposta articulada com intencionalidade”.(Marcos José Pereira da Silva)

Page 158: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

19

Projetos Sociais - conceito

� Projetos são ferramentas de ação que delimitam uma

intervenção quanto aos objetivos, metas, formas de

atuação, prazos, responsabilidades e avaliação.

� Projetos sociais são uma forma de organizar ações para

transformar determinada realidade social.

(baseado em Schuckar, 2005)

Para reflexão

“Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade.(...)

Os projetos sociais tornam-se, assim, espaços

permanentes de negociação entre nossas utopias

pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas –, e

as possibilidades concretas que temos para realizar

estas mudanças – a realidade”. (Stephanou, Muller e Carvalho)

Page 159: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

20

Projetos Sociais

Riscos da ação social sob a forma de projeto:

� Fragmentação e duplicidade das ações;

� Orientação pela linha do financiador e não pela missão

institucional;

� Descontinuidade de ações;

� Dificuldade de avaliar a efetividade das ações e interpretar

seus desdobramentos.

Tendências e desafios:

� Ênfase na ação local;

� Gestão compartilhada;

� Flexibilização de programas e serviços;

� Gestão em rede;

� Participação social nas decisões, controle e execução de

projetos ou programas.

(baseado em Stephanou, s.d.)

Projetos Sociais – contexto atual

Page 160: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

21

Redes Sociais

Tendências em projetos sociais

Rede - conceito

“Rede é um sistema de nós e elos capaz de organizar

pessoas, organizações e instituições, de forma

igualitária e democrática, em torno de um objetivo

comum, descentralizando a informação, estimulando a

participação cooperativa e garantindo autonomia a cada

um de seus integrantes”.

(Instituto Ecoar para a Cidadania, 2010)

Page 161: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

22

Redes: componentes

� Nós: são os integrantes (pessoas, organizações, territórios),

atores sociais às vezes organizados em grupos e sub-grupos

em torno de propostas comuns.

� Elos: são os fios que dão consistência à rede; as trocas de

informações e a comunicação entre seus integrantes.

A força de uma rede não se mede pelo número de integrantes,

mas pela qualidade da comunicação entre eles.

Redes de Compromisso Social

“Redes em que parcerias são mobilizadas a partir da

percepção compartilhada de situações ou problemas

que rompem ou colocam em risco o equilíbrio da

sociedade ou as perspectivas de seu desenvolvimento e

para cujo equacionamento não é suficiente a ação

isolada de organizações públicas e/ou privadas”.(Inojosa, citada por Schlithler, 2004)

Page 162: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

23

Para reflexão

“A interligação em rede, de pessoas e/ou entidades, se

estabelece a partir da identificação de objetivos comuns

e/ou complementares cuja realização melhor se

assegurará com a formação da rede”.(Whitaker, 1993)

Mudança de olhar = nova abordagem

Tendências em projetos sociais

Page 163: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

24

Tendência em projetos sociais

� Desde a década de 90, o objetivo dos investimentos sociais

passa a ser desenvolver a capacidade das pessoas para o

auto-desenvolvimento.

� As pessoas devem ser as protagonistas do processo de

desenvolvimento.

“Ser protagonista significa ser “o primeiro lutador”, ou proto

agonistes em grego; ser, portanto, o primeiro agente de

transformação”.

(Neumann e Neumann, 2004)

� Toda pessoa, assim como toda comunidade é um copo meio

cheio, meio vazio.

� O olhar determina o movimento. Se o copo é vazio, procura-se

enchê-lo. Se dá para ver água no copo, busca-se completá-lo.

deficiências e necessidades

talentos e recursos

Mudança de Olhar

Page 164: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

25

De clientes para cidadãos

� Clientes são aqueles que dependem de outros para viver e

que, enxergando apenas seus defeitos, esperam que outros

também vejam suas deficiências e os ajudem, atendendo às

suas necessidades.

� Cidadãos, ao contrário, são aqueles que vêem seus

problemas e dificuldades, mas que também percebem suas

qualidades, capacidades e potencial para mudar a realidade.

Eles acreditam no poder coletivo e buscam parceiros com

quem possam construir um futuro melhor.

De “máquinas de refrigerante”...

� De um lado estão as instituições públicas e privadas que

desenvolvem projetos e programas sociais baseados nas

deficiências e necessidades das comunidades e dos

beneficiários das ações.

� Atuando como meros provedores de serviços, as instituições

são como “máquinas de refrigerante”: ao terem seus botões

acionados, ofertam produtos e serviços baseados em modelos

padrão e desenvolvidos para “consertar” pessoas e suas

realidades.

Page 165: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

26

... a Construtores de Celeiros

� De outro lado, estão as instituições que, em vez de simplesmente

proverem serviços, atuam como “construtores de celeiros”.

� Promovem o engajamento dos cidadãos no desenvolvimento de

projetos e programas, fazendo com que estes se tornem co-

responsáveis pela busca de alternativas para sua promoção social

e econômica.

� Quando se deparam com um novo problema, esses cidadãos não

perguntam “O que o governo ou as ONGs farão por nós?”, mas,

sim, concentram-se em definir “O que nós vamos fazer, juntos,

para resolver esta questão?”

(Neumann e Neumann, 2004)

Para reflexão

“Bons clientes são péssimos cidadãos.

Bons cidadãos constróem comunidades fortes.”

(Osborne e Gaebler)

Page 166: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

27

O que é e como construir

Parceria

Parceria - conceito

“A relação entre duas ou mais partes que, tendo

objetivos compatíveis, estabelecem um acordo para

fazer alguma coisa juntos. Parcerias são pessoas

trabalhando juntas em uma relação mutuamente

benéfica, muitas vezes fazendo juntos o que não

conseguiriam realizar sozinhos”.(Frank & Smith, 2000)

Page 167: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

28

Diferentes Graus de Parceria

INFORMAÇÃO

CONSULTA

COOPERAÇÃO

COLABORAÇÃO

1. Informação – é o primeiro estágio de qualquer parceria. Quando os parceiros passam a se conhecer melhor e a compreender como se afetam mutuamente.

2. Consulta – quando os parceiros passam a trocar idéias sobre como fazer determinadas coisas. Requer que os parceiros se conheçam e se respeitem.

3. Cooperação – quando um parceiro precisa da ajuda de outros para operacionalizar uma idéia. Nesta etapa, o planejamento e a tomada de decisão sobre o que será feito ainda é unilateral.

4. Colaboração – é o grau maior e mais complexo de parceria. Quando os parceiros planejam juntos o que fazer e como, tornando-se conjuntamente responsáveis pelo projeto e seus resultados. Neste estágio o poder pela tomada de decisão é compartilhado.

Segredos e desafios

Colaboração

Page 168: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

29

Colaboração

� Considerada a “marca” da década de 90, quando

profissionais e pesquisadores passaram a recomendar

parcerias colaborativas entre múltiplos setores como

estratégia para tranformações sistêmicas em áreas

como: desenvolvimento humano e social, governo e

mobilização comunitária.

Para reflexão

“Colaboração é um processo através do qual atores

que vêem diferentes aspectos de um problema ou

questão podem construtivamente explorar suas

diferenças e buscar soluções que vão além dos

limites de sua visão”(adaptado de Gray, citado por Borden e Perkins)

Page 169: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

30

Tipos de colaboração

Dentro da hierarquia de uma organização, as colaborações podem ser:

� Interinstitucional no nível estratégico – com o propósito maior de coordenação de programas e serviços

� Interinstitucional no nível operacional – com o objetivo de criar uma rede entre os prestadores de serviço

� Intrainstitucional – quando envolve parcerias entre os vários níveis hierárquicos de uma mesma organização

� Técnico-família – quando a parceria é criada com as famílias para prover serviços mais efetivos e individualizados aos beneficiários.

(adaptado de Hodges, Nesman & Hernandez, 1999)

Elementos críticos para o sucesso

� Objetivo maior ou visão de futuro compartilhados

� Comunicação eficaz

� Confiança e comprometimento

� Preservação da identidade e autonomia

� Respeito à diversidade

� Papéis e responsabilidades claras

� Participação voluntária

� Estrutura de governança que favoreça a troca de

informações e as tomadas de decisão

� Avaliação contínua

Page 170: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

31

Articulação ≠ Integração

� Quando falamos em integrar as ações, torna-se comum

o entendimento de que cada qual vai deixar de fazer o

que faz para realizar um novo trabalho.

� Articulação significa cada um trazer seus

conhecimentos, habilidades e práticas e através de

parcerias descobrir novas formas de trabalhar em

conjunto e ser mais efetivo.(Curitiba. Prefeitura Municipal, 2002)

Para reflexão

“O objetivo maior de uma colaboração deve ser

estabelecer um processo contínuo de

resolução de problemas, e não ser um fim em

si mesmo”.(Hodges, Nesman & Hernandez, 1999)

Page 171: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

32

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 3 – Planejamento de Projetos Sociais

Elaboração de Projetos Sociais

Page 172: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

33

Ciclo de vida do projeto social

1. Elaboração : é o momento da identificação do problema, definição dos objetivos, programação das atividades e confecção da proposta técnica do projeto.

2. Estruturação : uma vez decidido que o projeto vai ser realizado, é hora de organizar a equipe executora e mobilizar os meios necessários para executá-lo.

3. Realização : é o período quando as atividades previstas são realizadas e acompanhadas, de acordo com o planejado. Por vezes é necessário alterar a programação, em razão de fatos não previstos.

4. Encerramento : ao término do projeto é preciso analisar seus resultados e impactos, comparando-se o que se pretendia originalmente com o realmente alcançado. Também é o momento de cuidar da desmobilização do projeto, caso não haja prosseguimento.

(Campos, Abegão e Delamaro, 2002)

Para reflexão

“Elaborar projetos é uma forma de independência.

É uma abordagem para explorar a criatividade

humana, a mágica das idéias e o potencial das

organizações. É dar vazão para a energia de um

grupo, compartilhar a busca da evolução”. (Rosana Kisil)

Page 173: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

34

Elaboração de projetos sociais

Dois importantes momentos:

� Concepção: o grupo deve dedicar tempo para realizar um bom

diagnóstico sobre o contexto e a situação problemática que

pretende enfrentar. Em seguida, construir seu caminho.

� É aconselhável que todas as pessoas envolvidas no projeto dele participem diretamente na fase de concepção com visão ampla e criatividade na busca de sua viabilidade.

Elaboração de projetos sociais

Dicas para o êxito na concepção de um projeto:

� Realizar um diagnóstico consistente.

� Ter objetivos e resultados claramente definidos.

� Construir um clima de colaboração e envolvimento da equipe.

� Sempre que possível contar com a participação de potenciais beneficiários diretos do projeto no planejamento das principais atividades.

� Ouvir todos os integrantes envolvidos de forma a harmonizar divergências.

(baseado em Armani, citado por Almeida,s.d.)

Page 174: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

35

Elaboração de projetos sociais

2º momento:

� Redação: é um exercício de síntese do processo anterior. Nele, é

melhor contar com poucas pessoas do grupo. Tudo que foi

produzido no tempo anterior será agrupado em um roteiro que

demonstre, de modo objetivo, o que será realizado.

(adaptado de Silva, 2010)

Theory of Change - TOCTeoria da Transformação

Page 175: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

36

TOC - Origens

� Inicialmente usada como ferramenta de avaliação, a Teoria da

Tranformação vem sendo aprimorada e disseminada como uma

ferramenta simples e prática que ajuda a retratar a complexidade

envolvida em promover efetivas tranformações sociais.

� A TOC é considerada a melhor forma de descrever as condições

que explicam:

� de um lado os passos que levam ao alcance dos objetivos de longo prazo;

� de outro as conexões entre as atividades do programa e os resultados que

devem acontecer ao longo do caminho.

Resultados: conceito

� Outcome = Efeitos ou transformações provocadas pelo

programa ou projeto em seus beneficiários.

� Normalmente referem-se a mudanças de conhecimento,

percepção, habilidades, atitudes, opiniões, aspirações,

motivação, comportamentos, práticas, condição ou status.

Que diferença o programa faz?

Page 176: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

37

Situação: Você está com uma dor de cabeça terrível. O que fazer?

Exemplo do cotidiano

Consegue o remédio

Toma o remédio

Sente-se melhor

Qual é o resultado?

Para reflexão

“Não é sobre quantas minhocas o

pássaro alimentou seus filhotes,

mas quão bem os passarinhos

conseguiram voar”

(United Way of America)

Page 177: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

38

A relação de causalidade

TOC - Conceitos

� A Teoria da Transformação define todos os marcos que são necessários para o alcance de um objetivo de longo prazo.

� Esses marcos - muitas vezes chamados de resultados, efeitos, realizações ou pré-condições – são representados em um mapa chamado de “caminho da transformação”, que ilustra graficamente o processo de transformação e a relação de causalidade entre seus componentes.

Page 178: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

39

O caminho da transformação

Visão de Futuro

Pré-condiçõesnecessárias

Resultados de médio prazo

Resultados de curto prazo

Exemplo: Projeto Supermulher

Mulheres vítimas de violência doméstica com emprego fixo e bom salário

Mulheres que foram vítimas de violência

precisam estar emocionalmente preparadas para

trabalhar.

Pressuposto: premissa que embasa o Projeto, justificando as estratégias adotadas, a partir dos resultados esperados.

(baseado no projeto desenvolvido por ActKnowledge e Aspen Institute Roundtable on Community Change, 2003)

Page 179: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

40

Exemplo: Projeto Supermulher

Mulheres vítimas de violência doméstica com emprego fixo e bom salário

Mulheres sabem como obter ajuda e lidar com suas

questões

Mulheres participam de estágios em empresas e organizações

Mulheres participam de

aconselhamento entre pares

Mulheres participam de

palestras sobre as expectativas do

mercado

Mulheres participam de capacitação profissional

Empregadores são sensibilizados e preparados para

trabalhar com estagiários

Exemplo: Projeto Supermulher

Mulheres vítimas de violência doméstica com emprego fixo e bom salário

Mulheres sabem como obter ajuda e lidar que suas questões

Mulheres participam de estágios em empresas e organizações

Mulheres participam de aconselhamento

entre pares

Mulheres participam de palestras sobre as

expectativas do mercado

Mulheres participam de capacitação profissional

Empregadores são sensibilizados e preparados para

trabalhar com estagiários

Mulheres inscrevem-se no Projeto

Mulheres contam com creche para seus filhos

Mulheres estão prontas e comprometidas em participar do Projeto

Page 180: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

41

Finalidades da TOC

1. Compreender e comunicar uma iniciativa já existente.

2. Planejar uma nova iniciativa.

3. Repensar e reorganizar uma iniciativa.

Que diferença faz a TOC?

� Retrata a complexidade das iniciativas delineando um

plano para seu sucesso.

� Orienta a avaliação dos resultados mais estratégicos,

no momento e na sequência corretos.

� Ajuda a compreender e explicar porque uma iniciativa

teve sucesso ou não, e o que exatamente não

funcionou.

Page 181: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

42

Passos para construção da TOC

1. Forme o grupo e estabeleça os princípios de trabalho (colaboração)

2. Garanta o consenso sobre a questão central a ser trabalhada com o projeto

3. Defina o Objetivo de Longo Prazo (a visão de futuro)

4. Estabeleça as pré-condições para que este Objetivo se concretize (resultados de médio e curto prazo)

5. Paralelamente, registre os pressupostos identificados (as premissas que justificam a relação de causalidade)

6. Procure chegar até o nível operacional (a descrição do que o projeto deverá fazer)

Para reflexão

A demonstração de uma Teoria da Transformação oferece

um retrato dos marcos importantes e nos guia quanto

ao que devemos encontrar ao longo da jornada para

garantir que estamos no caminho certo.

(baseado em Annie E. Casey Foundation)

Page 182: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

43

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 4 – Redação e Gestão de Projetos Sociais

Colocando no papel o projeto concebido

Redação de Projetos Sociais

Page 183: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

44

Roteiro para alinhamento: 7W3H

Sigla Tradução Conceito

1W: Who Quem Quem vai realizar o projeto

2W: What O que O que será feito

3W: Why Por que Por que deve ser feito

4W: to Whow Para quem Quem serão os beneficiários

5W: for What Para que Que diferença o projeto vai fazer

6W: When Quando Quando o projeto acontecerá

7W: Where Onde Onde o projeto acontecerá

1H: How Como Como o projeto acontecerá

2H: How much Quanto custa Quanto custará realizá-lo

3H: How many Quantos Quais são as metas do projeto (produtos e beneficiários)

Do roteiro para o projeto

Sigla Tradução Conceito No projeto

1W: Who Quem Quem vai realizar o projeto 1. Apresentação da instituição

2W: What O que O que será feito 3. Proposta

3W: Why Por que Por que deve ser feito 2. Justificativa

4W: to Whow Para quem Quem serão os beneficiários 7. Público-alvo

5W: for What Para que Que diferença o projeto vai fazer 4. Objetivos

6W: When Quando Quando o projeto acontecerá 9. Cronograma

7W: Where Onde Onde o projeto acontecerá 8. Localização

1H: How Como Como o projeto acontecerá 6. Metodologia

2H: How much Quanto custa Quanto custará realizá-lo 10. Orçamento

3H: How many Quantos Quais são as metas do projeto (produtos e beneficiários)

5. Metas

Page 184: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

45

Estrutura do projeto

1. Apresentação – identificação e histórico da instituição proponente (ressaltar se há parceiros na execução)

2. Justificativa – apresentação das razões para a realização do projeto (caractericação do problema)

3. Proposta – o que é o projeto, o que ele se propõe a realizar

4. Objetivos – o que se quer transformar a partir do projeto (normalmente apresentados em Geral e Específicos)

5. Metas - apresentação dos resultados a serem atingidos pelo projeto (quantitativos e qualitativos)

6. Metodologia – as ações revistas para a realização do projeto (devem ser claramente descritas e relacionadas aos objetivos específicos)

7. Público-alvo – identificação do(s) público(s) ao qual o projeto se destina

8. Localização – descrição da comunidade ou local onde aconterá o projeto

9. Cronograma – apresentação das etapas ou principais ações do projeto na linha do tempo

10. Orçamento - iIndicação dos recursos financeiros necessários para execução do projeto, com valores unitários e totais.

A partir da lógica avaliativa

Gestão de Projetos Sociais

Page 185: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

46

Ciclo de gestão tradicional

Planejamento

DesenvolvimentoControle

Avaliação

Ciclo de gestão de projeto social

AnáliseSituacional

Elaboração do Projeto,

Negociação�

Marco Zero �

Implementação

Avaliação de Processo

Avaliação deResultado�Utilização �

Comunicação

Replicação

Institucionalização

(adaptado de Marino e Cancellier, 2004)

Page 186: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

47

A Implementação do Projeto

RECURSOS

ATIVIDADES

PRODUTOS

RESULTADOS

IMPACTOS

Produtos ≠ Resultados ≠ Impactos

Todo projeto resulta em:

� Produtos (Outputs) - bens ou serviços criados ou fornecidos pelo projeto através de suas atividades.

� Resultados (Outcomes) – benefícios ou transformações para os participantes gerados durante ou logo após sua participação no projeto. � Ex.: mudanças de consciência, conhecimentos, habilidades,

comportamentos, aspirações e motivação.

� Impactos (Impact) – benefícios de médio e longo prazo para os participantes e beneficiários indiretos do projeto (suas famílias e comunidades).

Page 187: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

48

Modelo Lógico de Gestão de Projetos -MLGP

Program Logic Model

Modelo Lógico de Gestão do Projeto

� É um instrumento visual e sistêmico de apresentação e compartilhamento de informações sobre os recursos alocados em um projeto, as atividades previstas, os resultados e as mudanças que se espera alcançar.

� De forma simples, o MLGP retrata as relações causaise os pressupostos que são base da operacionalização do projeto.

Page 188: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

49

A Visualização

� É um instrumento importante no desenvolvimento de um

trabalho participativo porque facilita o processo de comunicação,

ao mesmo tempo que objetiva o trabalho do grupo.

� As principais vantagens da visualização:◦ Facilita a participação ativa – permite a cada participante ver suas

contribuições e identificar sua parcela no trabalho conjunto;◦ Aumenta a qualidade da comunicação – facilita a estruturação de

idéias; possibilita representar de forma didática situações complexas.◦ Fortalece o efeito da aprendizagem – racionaliza a discussão

possibilitando seu aprofundamento.◦ Aumenta a integração do grupo – torna transparente o processo de

trabalho.

Além disso, MLGPs são úteis para todas as partes envolvidas em uma iniciativa, pois são capazes de:

� comunicar o propósito fundamental do projeto;

� demonstrar porque o projeto é importante;

� apresentar o que se espera resulte do projeto;

� descrever as atividades que levarão ao alcance dos resultados esperados;

� servir de base para determinar se as atividades planejadas serão capazes de levar aos resultados esperados.

� tornar-se uma linguagem comum e um ponto de referência para todos os envolvidos no projeto;

(W.K. Kellogg Foundation, 2001)

Modelo Lógico de Gestão do Projeto

Page 189: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

50

MODELO LÓGICO DE GESTÃO DE PROJETOSMODELO LÓGICO DE GESTÃO DE PROJETOSSI

TUA

ÇÃ

O A

NTE

RIO

R

QU

ESTÕ

ES

PR

IOR

ITÁ

RIA

S

RECURSOSALOCADOS

Humanos (equipes e

voluntários)

Materiais (próprios ou

doados)

Financeiros

Tecnológicos

Parcerias

ESTRATÉGIAS/ ATIVIDADES

O que faz

para a

realização de

cada Objetivo

Específico

IMPACTOS

Médio prazo:

Mudanças

em:

•Atitudes

•Práticas

•Tomadas de

decisão

Longo prazo:

Mudanças

em:

Condições

Sociais,

Econômicas e

Ambientais

PRESSUPOSTOS FATORES EXTERNOS

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

Situações

esperadas por

conseqüência

do projeto =

benefícios

esperados ao

público-alvo

RESULTADOS

Impactos de

curto prazo:

Transformação

em:

•Consciência

•Conhecimento

•Habilidades

•Opinião

•Aspirações

•Motivação

OBJETIVO GERALA “missão” do projeto

PÚBLICO-ALVOBeneficiários diretos do projeto

PRODUTOS

Bens/ Serviços

ofertados

Beneficiários

A Relação de Causalidade

O QUE O PROJETO FAZ

PARA QUE FAZ

O QUE RESULTA DELE

OBJETIVO GERAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

ESTRATÉGIAS

ATIVIDADESPRODUTOS

RESULTADOS

IMPACTO

Page 190: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

51

MLGP vs. TOC

MLGP ≠ TOC?

Modelos Lógicos de Gestão ilustram os componentes

do programa e construí-los ajuda os vários atores a

identificarem claramente os resultados esperados,

recursos que estão sendo alocados e atividades que

serão desenvolvidas.

Teorias da Transformação buscam ligar resultados

esperados às atividades do projeto para explicar como

as transformações desejadas vão acontecer.

Page 191: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

52

MLGP ≠ TOC Como?

Modelos Lógicos de Gestão normalmente começam com a definição de um programa e ilustram seus componentes.

Teorias da Transformação podem começar com um programa, mas são melhores quando iniciadas a partir de um Objetivo de Longo Prazo para então definir que abordagens programáticas são necessárias.

TOC + MLGP?

A combinação das duas ferramentas é um poderoso

instrumento para a gestão com foco em resultados.

1. Começar com a Teoria da Tranformação para saber: onde se quer chegar e o que deve ser feito para chegar lá.

2. Detalhar o projeto no Modelo Lógico de Gestão para garantir alinhamento entre o que o projeto faz e o para que faz.

Page 192: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

53

Para Reflexão

“Se você não sabe para onde está indo, como vai saber

quando chegar lá? “

(Yogi Berra)

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 5 – Gestão com Foco em Resultados

Page 193: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

54

Gestão com Foco em Resultados

Elementos críticos para o sucesso

� Foco claroMLGP

� Consistência

� Persistência

Page 194: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

55

�Para a gestão = é um instrumento visual e sistêmico de apresentação e compartilhamento de informações sobre o que é o programa e seus objetivos, e como ele está sendo operacionalizado. Permite a rápida identificação de “desvios de rota” e orienta a busca por novos recursos.

�Para a avaliação = é o primeiro instrumento de avaliação. Apresenta o programa como ele vem sendo implementado, e destaca os componentes a serem monitorados e avaliados para análise de sua performance.

Modelo Lógico de Gestão do Projeto

MODELO LÓGICO DE GESTÃO DE PROJETOSMODELO LÓGICO DE GESTÃO DE PROJETOS

SITU

ÃO

AN

TER

IOR

QU

ESTÕ

ES

PR

IOR

ITÁ

RIA

S

RECURSOSALOCADOS

Humanos (equipes e

voluntários)

Materiais (próprios ou

doados)

Financeiros

Tecnológicos

Parcerias

ESTRATÉGIAS/ ATIVIDADES

O que faz

para a

realização de

cada Objetivo

Específico

IMPACTOS

Médio prazo:

Mudanças

em:

•Atitudes

•Práticas

•Tomadas de

decisão

Longo prazo:

Mudanças

em:

Condições

Sociais,

Econômicas e

Ambientais

PRESSUPOSTOS FATORES EXTERNOS

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

Situações

esperadas por

conseqüência

do projeto =

benefícios

esperados ao

público-alvo

RESULTADOS

Impactos de

curto prazo:

Transformação

em:

•Consciência

•Conhecimento

•Habilidades

•Opinião

•Aspirações

•Motivação

OBJETIVO GERALA “missão” do projeto

PÚBLICO-ALVOBeneficiários diretos do projeto

PRODUTOS

Bens/ Serviços

ofertados

Beneficiários

Page 195: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

56

Os Componentes do MLGP

� Questões Prioritárias:

As questões ou problemas que o projeto quer resolver ou minimizar.

A definição clara e precisa dos problemas que o projeto quer resolver é o primeiro requisito para

alcançar o impacto desejado .

Para maior alinhamento e consistência, pode-se usar ferramentas

para ajudar na identificação da relação de causalidade entre as

questões levantadas. Ex.: árvore de problemas

� Objetivo Geral –É a contribuição maior que o projeto fará e que deve corresponder à solução ou redução do problema central identificado nas questões prioritárias.

Só deve haver um Objetivo Geral por projeto.

É a missão do projeto!

Os Componentes do MLGP

Exemplo:Problema – Alta incidência de mortalidade infantil na região X.Objetivo Geral – Reduzir a mortalidade infantil na região X.

Page 196: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

57

� Objetivos Específicos: O que o projeto espera alcançar para realizar seu Objetivo Geral.

Devem descrever condições ou transformações a serem obtidas para que o Objetivo Geral se concretize.

Os Componentes do MLGP

O Objetivo Geral do projeto deve estar diretamente ligado à grande

questão identificada e os Objetivos Específicos às questões

identiificadas como causadoras da questão principal.

� Estratégias:As alternativas de ação escolhidas para o alcance dos objetivos propostos.

Refletir sobre as estratégias ajuda a clarificar o propósito das atividades realizadas e a garantir mais qualidade nos processos de trabalho.

� Atividades:Ações que o projeto realiza, dentro de cada estratégia, para alcançar os objetivos específicos

Os Componentes do MLGP

Page 197: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

58

� Produtos:Bens ou serviços criados ou fornecidos pelo projeto através de suas atividades e a quem beneficiam.

Por serem o resultado direto da realização de cada atividade, sua descrição e quantificação comprovam a realização e a dimensionam.

Os Componentes do MLGP

Exemplo:Atividade – Oferecer cursos de inglês para os jovens.Produtos – Cursos oferecidos

Jovens beneficiados

� Resultados:

Benefícios ou transformações para os participantes gerados durante ou logo após sua participação no programa.

Normalmente referem-se a mudanças de consciência, conhecimentos, habilidades, comportamentos, aspirações e motivação.

Muitas vezes os resultados são resultados de mais de uma atividade ou até estratégia.

Os Componentes do MLGP

Os resultados comprovam a diferença que o programa está fazendo na vida dos participantes.

Page 198: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

59

� Impactos:Benefícios ou transformações de médio e longo prazo para os participantes e beneficiários indiretos do projeto.

Os efeitos (esperados ou não-esperados) de um projeto nos seus beneficiários, suas famílias, comunidades e sociedade em geral.

Os Componentes do MLGP

Quanto mais de longo prazo, mais a concretização dos impactos depende não só da efetividade do projeto, como também de outros fatores “externos” à sua gestão e mandato.

� Recursos – Os recursos financeiros, humanos, materiais e tecnológicos com os quais o projeto/ programa conta para realizar suas atividades.

� Pressupostos – As premissas que norteiam a definição de objetivos e atividades e as condições necessárias para que as relações causais levem ao alcance dos resultados e impactos esperados.

� Fatores Externos – Fatores e/ou condições externas ao controle do projeto que podem influenciar no atingimento de

seus objetivos.

Os Componentes do MLGP

Page 199: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

60

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 6 – Avaliação como Instrumento de Gestão

Avaliação

Alinhamento Conceitual

Page 200: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

61

Conceito de avaliação

Do dicionário:

“avaliar é determinar ou estabelecer o valor de;

examinar e julgar”(Worthen, 2004)

Como nasceu a avaliação

A estória da Avaliação segundo Gênesis:

No início, Deus criou a Terra e o Céu. Ele olhou para tudo que havia criado e disse: “isso

está muito bom”. No 7º dia ele descansou.

Foi quando chegou seu arcanjo, ou coordenador de avaliação, e perguntou: “Senhor,

como você sabe que o que criou é muito bom? Qual são seus critérios, e que dados usou

para fazer seu julgamento? Que impactos estava esperando ter com esta criação? O

Senhor não está perto de mais de todo o trabalho para fazer um julgamento imparcial?

Deus pensou sobre todas essas questões durante o dia todo e seu descanso foi

seriamente perturbado. No 8º dia, Deus disse:

“VÁ PARA O INFERNO, LÚCIFER!” ...e nasceu a avaliação.

(adaptado de Patton, 1999)

Page 201: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

62

Alguns Mitos sobre Avaliação

� Muitas pessoas vêem a avaliação como uma atividade inútil que gera um monte de dados chatos e leva a conclusões sem utilidade.

� Este era o problema no passado quando as metodologias de avaliação eram escolhidas com base na sua precisão científica, confiabilidade e validade.

� Mais recentemente, especialmente pelo resultado do trabalho de Michael Patton com a Avaliação com Foco na Utilização, a avaliação passou a ter seu foco na utilidade, relevância e praticidade tanto quanto na validade científica.

� Muitas pessoas acreditam que avaliação é sobre provar o sucesso ou fracasso de um programa.�Sucesso é estar aberto para periódico feedback e fazer os

ajustes de acordo. A avaliação oferece este feedback.

� Muitas pessoas acreditam que a avaliação é um processo único e complexo que deve sempre acontecer no mesmo momento, de uma certa maneira e normalmente por especialistas externos. �Elas acreditam que deveriam entender termos como validade e

confiabilidade, e na verdade não precisam. Precisam é saber que informação necessitam para tomar decisões sobre o projeto e suas deficiências.

(adaptado de Carter McNamara, 1999)

Alguns Mitos sobre Avaliação

Page 202: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

63

Para Reflexão

“O que se define por avaliação e o nome dado à

uma avaliação em particular é uma questão de

discussão, clarificação e negociação.”

(Michael Quinn Patton)

� MonitoramentoProcesso contínuo de coleta e análise de dados implementado para avaliar um projeto (programa ou política) e compará-lo com a performance esperada.

� AvaliaçãoAnálise sistemática e objetiva dos resultados alcançados por um projeto, programa ou política, realizada com o objetivo de avaliar sua relevância, coerência, a eficiência da implementação, sua efetividade e impacto, e sua sustentabilidade.

(Instituto do Banco Mundial, s.d.)

Definições

Page 203: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

64

Monitoramento ≠ Avaliação

Monitoramento AvaliaçãoAtividade de gestão interna e contínua

Atividade interna ou externa

Acontece durante a implementação do projeto

Pode acontecer antes, durante ou depois da implementação de um projeto

Compara o que está sendo realizado com o que foi planejado

Com base em dados levantados pelo monitoramento e outras fontes, julga o desempenho de um projeto de acordo com critérios pré-estabelecidos

A avaliação usa extensivamente os dados gerados pelo sistema de

monitoramento, mas além dele usa outras fontes de informação.

Principais Critérios de Avaliação

� Eficácia: cumprimento e alcance das metas e objetivos propostos � Fizemos o que dissemos que íamos fazer?

� Eficiência: uso otimizado, com economia e qualidade, dos bens e recursos empregados na execução das ações.� Estamos usando os recursos da melhor maneira possível?

� Efetividade: o alcance dos resultados e impactos esperados. � Que diferença o projeto faz?

� Equidade – a capacidade de contribuir para a redução das desigualdades e da exclusão social.� Sustentabilidade – a capacidade de desencadear mudanças sociais permanentes, que alteram o perfil da própria demanda por políticas/programas sociais.

Page 204: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

65

Avaliação de Programas

“É a coleta cuidadosa de informações sobre um programa ou um aspecto do programa para que sejam tomadas as decisões necessárias sobre ele.”

(McNamara, 1999)

“É a coleta sistemática de informações sobre as atividades, características e resultados dos programas para propiciar julgamentos sobre ele, melhorar sua efetividade, e/ou subsidiar decisões sobre a criação de novos programas.” (Patton, 1997)

Tipos de Avaliação

� Uma avaliação de programa pode incluir um ou mais

dos 35 tipos de avaliação que existem: ex-ante, ex-

post, formativa, somativa, de processo, de resultado,

de impacto, custo x benefício, etc.

O tipo de avaliação que deve ser realizada para subsidiar o

aprimoramento de um programa depende do que se quer saber

sobre ele.

Page 205: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

66

Para Reflexão

“Não se preocupe com o tipo de avaliação que deve

ser feito, preocupe-se em definir o que você precisa

saber para tomar importantes decisões sobre o

programa, e como a informação pode ser

corretamente coletada e analisada”.

(Carter McNamara)

Avaliação como Instrumento de Gestão

Desmistificando a Avaliação

Page 206: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

67

� O que é avaliado, é feito;

� Se você não mede resultados, não pode separar o sucesso do fracasso;

� Se você não vê o sucesso, não tem como premiá-lo;

� Se você não premia o sucesso, está provavelmente premiando o fracasso;

� Se você não vê o sucesso, não pode aprender com ele;

� Se você não reconhece o fracasso, não pode corrigi-lo;

� Se você demonstrar resultados, ganhará apoio público.

(adaptado de Osborne & Gaebler, 1992 Premissas de um Governo Orientado para Resultados)

Para Reflexão

Avaliação como Instrumento de Gestão

Permite:

� Compreender, analisar e aumentar o impacto das políticas, programas e projetos desenvolvidos pela instituição;

� Aperfeiçoar os métodos empregados para aumentar a eficiência, eficácia e efetividade das ações;

� Facilitar a gestão e o estabelecimento de novas diretrizes de trabalho;

� Produzir informações que possam ser utilizadas junto à sociedade, financiadores e outros parceiros.

Page 207: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

68

Mudança de Paradigma

DE: Mecanismo de Controle PARA: Processo de Aprendiz agem

Tarefa imposta às equipes pelos dirigentes ou financiadores.

Valioso instrumento para ajudar a organização a perseguir sua missão.

Considerada tarefa tediosa e que toma tempo de “trabalho real”, representando um luxo para a organização.

Considerada um trabalho de todos. Todos da organização levantam informações e se perguntam: "O que e como podemos fazer melhor?”

Resultados da avaliação pouco incorporados no planejamento e tomada de decisões da organização.

Resultados da avaliação orientando o desenvolvimento dos projetos e as mudanças de direção.

Temor de que resultados pouco satisfatórios tragam conseqüências negativas, tais como a perda do trabalho dos envolvidos.

Ambiente onde não existe medo de se correr risco; onde as pessoas podem examinar algo que não deu certo sem medo de conseqüências negativas.

A avaliação é complexa e onerosa financeiramente, já que deve ser feita por especialistas.

Os instrumentos e metodologias são simples, não onerosos e podem ser adaptados a diferentes realidades e necessidades.

(baseado em Marino, 2001)

Page 208: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

69

Avaliação no Ciclo do Projeto

Avaliação no Ciclo do Projeto

AnáliseSituacional

Elaboração do Projeto,

Negociação�

Marco Zero �

Implementação

Avaliação de Processo

Avaliação deResultado�Utilização �

Comunicação

Replicação

Institucionalização

(baseado em Marino e Cancellier, 2004)

Page 209: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

70

Análise Situacional

� Também chamada de Avaliação Diagnóstica ou apenas Diagnóstico.

� Tem por objetivo organizar informações que caracterizem, dimensionem e evidenciem as questões ou problemas que o projeto vai buscar resolver ou minimizar.

� Neste momento, sempre que possível, deve-se reunir outros stakeholders para caracterizar o problema sob vários pontos de vista.

Avaliação de Marco Zero

� A partir da análise situacional e dos resultados esperados, deve-se realizar a avaliação de marco zero que aprofunda aspectos identificados na análise situacional, servindo de base norteadora para as equipes do projeto.

� Deve ocorrer antes do início de qualquer atividade do projeto pois produzirá os parâmetros de julgamento para a avaliação de resultados.

Page 210: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

71

Avaliação de Processo

� Visa determinar o grau em que o programa está operando conforme o planejado.

� Analisa o que faz o programa e quem são seus beneficiários.

� Identifica quais são os elementos essenciais para que os objetivos do programa sejam alcançados.

� Em geral, responde a perguntas em duas categorias:� Cobertura: analisa o alcance do projeto e as características dos

beneficiários.

� Processo: analisa a consistência do projeto e a qualidade de sua implementação.

Avaliação de Resultados

A avaliação de resultados analisa os benefícios/transformações

proporcionados aos participantes (que são resultantes dos

esforços do projeto) durante e/ou logo após a sua participação no

mesmo.

�Deve ser realizada a partir da fase intermediária e próximo ao final do

projeto.

�Pode-se também avaliar os resultados do projeto junto aos parceiros,

equipe responsável e outros stakeholders.

Por que medir resultados?

Para saber se o programa realmente faz diferença.

Page 211: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

72

Standards of Evaluation

Parâmetros de Qualidade

Parâmetros de Qualidade

� Princípios orientadores desenvolvidos em 1994 por um Comitê formado por 16 associações profissionais dos Estados Unidos (hoje aceitos por avaliadores em todo o mundo)

� Um processo avaliativo de qualidade deve ter 4 atributos:

� Utilidade – voltado para responder reais necessidades de informação dos seus usuários

� Viabilidade – realizado de maneira realística, prudente, diplomática e moderada

� Propriedade – conduzido dentro de normas legais e éticas, respeitando todos os envolvidos no processo

� Precisão – produzindo informações tecnicamente adequadas sobre aspectos que determinam o mérito e a relevância do programa avaliado.

(Chianca, Marino e Schiesari, 2001)

Page 212: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

73

A Lógica e os Valores do Avaliador

1. Ser claro = ser claro sobre os objetivos e propósitos; sobre o que está sendo avaliado; sobre que dados serão coletados; sobre que julgamentos serão feitos; sobre como os resultados da avaliação serão usados; enfim, ser claro sobre tudo.

2. Ser específico = a pergunta favorita de um avaliador é: “o que exatamente você quer dizer com isso?”.

3. Ter foco e prioridade = você não pode fazer ou cuidar de tudo. Avalie com cuidado o que vale a pena fazer e saber.

4. Ser sistemático = Planeje o que fazer, e faça o que planejou . Registre cuidadosamente o que acontece em cada estágio da tomada de decisão e da coleta de dados.

5. Ser claro sobre os pressupostos = defina com clareza os pressupostos que norteiam o trabalho, e o que pode ou não ser comprovado.

6. Fazer a distinção entre recursos, processos e resul tados = confundir processos com resultados é comum, cuidado!

7. Ter dados para apoiar empiricamente às conclusões = o que significa assumir um compromisso de fazer a lógica e as evidências se sobreporem às crenças e às intensidades das emoções.

8. Separar “declarações de fatos baseadas em dados”, d e “interpretações” e de “julgamentos” = interpretações vão além dos dados e precisam ser entendidas pelo que são –interpretações. Julgamentos envolvem valores, determinando o que é e o que não é desejável.

(adaptado de Patton, 1997)

A Lógica e os Valores do Avaliador

Page 213: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

74

Construindo Avaliações Úteis

Duas abordagens para maior efetividade

A Avaliação com Foco na Utilização (Utilization-focused Evaluation)

� Baseada na premissa de que avaliações deveriam ser

julgadas pela sua utilidade e uso real.

� Assim, o foco da metodologia está no futuro uso das

informações, conforme definido pelos principais clientes da

avaliação.

� O avaliador atua como facilitador ajudando os principais clientes da

avaliação a definirem que tipo de avaliação eles precisam. Isso requer

muita negociação onde o avaliador oferece um menu de possibilidades

dentro da lógica do projeto, e dos princípios e modelos de avaliação.

Page 214: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

75

Construindo uma avaliação útil

� Do início ao fim, o processo de avaliação deve ser

criado e implementado com o foco nas necessidades

dos principais clientes.

� Eles têm a responsabilidade de fazer as coisas de maneira

diferente (tomar decisões, mudar estratégias, agir, mudar

políticas, etc.) por causa do seu comprometimento com o

processo e os resultados da avaliação.

(International Development Research Centre, 2004)

A Lógica da AFU

Os potenciais clientes da avaliação tenderão a usá-la quanto melhor eles compreenderem e se apropriarem do processo de avaliação e seus resultados.

Eles compreenderão e se apropriarão da avaliação quanto mais ativamente forem envolvidos no processo.

Ao envolver ativamente os principais clientes, o avaliador prepara-os para o uso, cria base técnica para a utilização da avaliação e reforça, ao longo de todo o processo, a importância e a utilidade das informações coletadas.

Page 215: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

76

Avaliação = entendimentos compartilhados

� A avaliação depende de e facilita uma comunicação mais

clara entre os atores.

� Entendimentos compartilhados são especialmente importantes

no que se refere a resultados esperados

� (Que resultados especificamente vocês estão comprometidos a alcançar? E

como vocês saberão se vocês os alcançaram?).

� Quando realizada de forma apropriada, a avaliação facilita o

comprometimento compartilhado com os resultados de um

programa entre os vários níveis hierárquicos.

(adaptado de Patton,1997)

A Avaliação Participativa

“As pessoas que participam da criação de algo

tendem a se sentir mais donas do que foi criado,

percebem melhor sua utilidade e preocupam-se

mais em cuidar dele.”

(Michael Patton)

Page 216: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

77

Princípios da Avaliação Participativa

� O processo de avaliação envolve os participantes em um

aprendizado sobre a lógica e as técnicas de avaliação.

o Para isso, os participantes aprendem, por exemplo, sobre: o

estabelecimento de objetivos, a definição de prioridades, a

formulação de perguntas, a interpretação de dados, decisões com

base em evidências, e as conexões entre processos e resultados.

� Os participantes definem o foco da avaliação em processos

e resultados que eles consideram importantes e com os

quais estão comprometidos;

� Todos os aspectos da avaliação, incluindo os dados, fazem

sentido para os participantes.

� O avaliador-facilitador reconhece e valoriza as diferentes

perspectivas e conhecimentos de cada participante, e

trabalha para que eles sejam reconhecidos e valorizados por

todo o grupo.

� As diferenças de status entre o avaliador-facilitador e os

participantes são minimizadas.

Princípios da Avaliação Participativa

Page 217: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

78

Para reflexão

“Aprender a ver o mundo como um avaliador o vê,

normalmente tem um impacto maior e mais

duradouro naqueles que participam da avaliação, do

que as informações que constam no relatório final”.

(Michael Patton)

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 7 – Construindo uma avaliação

Page 218: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

79

Passo a passo de uma avaliação formal, interna e formativa de um programa ou projeto

Planejando a avaliação

Avaliação formal

“Avaliação formal é:� um julgamento (porque envolve valores)

� sistemático (porque baseia-se em critérios e procedimentos previamente reconhecidos)

� dos processos ou dos produtos

� de uma política, programa ou projeto,

� tendo como referência critérios explícitos, a fim de contribuir para

� o seu aperfeiçoamento, a melhoria do processo decisório, o aprendizado institucional e/ou o aumento da accountability.

(Rua, 2000)

Page 219: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

80

Avaliação interna e externa

� Interna – conduzida por técnicos das instituições associadas com o programa, projeto ou objeto que está sendo avaliado.

� Externa – conduzida por um ou mais avaliadores que não estão diretamente envolvidos na formulação, implementação e/ou gerenciamento do objeto da avaliação. Também chamada de avaliação independente.

Avaliação formativa

� Formativa - tipo de processo de avaliação usado

durante a implementação de um programa ou projeto,

para fornecer informações que permitam o seu

aprimoramento.

� Usada para prover informações essenciais para que os gestores

possam introduzir mudanças a fim de melhorá-lo ainda durante

seu processo de implementação.

Page 220: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

81

Avaliação somativa

� Somativa – conduzida após o término do programa ou

projeto.

� Serve basicamente para julgar o mérito e a relevância de um

programa ou projeto em relação a determinados critérios,

possibilitando a decisão sobre sua continuidade, extensão,

reformulação ou encerramento.

(baseado em Chianca, Marino e Schiesari, 2001)

Plano de Trabalho

• Formação da equipe de avaliação• Formação da equipe de avaliação

• Elaboração do Modelo Lógico de Gestão• Elaboração do Modelo Lógico de Gestão

• Análise de Avaliabilidade• Análise de Avaliabilidade

• Identificação dos principais clientes da avaliação• Identificação dos principais clientes da avaliação

• Definição das finalidades da avaliação• Definição das finalidades da avaliação

• Seleção das perguntas avaliativas• Seleção das perguntas avaliativas

• Identificação dos indicadores de avaliação• Identificação dos indicadores de avaliação

• Definição dos métodos de coleta e análise de dados• Definição dos métodos de coleta e análise de dados

• Coleta e análise dos dados• Coleta e análise dos dados

• Apresentação dos resultados• Apresentação dos resultados

Page 221: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

82

1. Formação da equipe de avaliação

� Sendo uma avaliação interna, a equipe deverá ser

formada por técnicos da organização que conduz o

programa.

� No caso de projetos multisetoriais ou desenvolvidos em

parceria com organizações privadas, o ideal é que a

equipe seja formada por técnicos de todas as

instituições envolvidas.

A Avaliação de Projetos e o Modelo Lógico

� Uma efetiva avaliação de projeto faz mais do que coletar,

analisar e reportar dados. Ela permite que os stakeholders

tenham acesso e usem as informações para continuamente

aprender sobre e aprimorar os projetos nos quais estão

envolvidos.

� O uso de avaliação e de modelos lógicos dos projetos resulta

em melhor planejamento, oportunidades de aprendizado,

melhor documentação dos resultados e um conhecimento

compartilhado sobre o que está funcionando e porque.

Page 222: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

83

2. Elaboração do MLGP

� A elaboração do Modelo Lógico de Gestão do Projeto é

um dos momentos mais importantes da avaliação e deve

ser realizado com representantes de todas as

organizações responsáveis pela execução do projeto.

� É fundamental que o MLGP retrate o projeto como está

sendo executado na prática, e não como foi elaborado e

consta no papel.

3. Análise de Avaliabilidade

� É um processo que tem por objetivos: clarificar informações sobre o design do programa/ projeto, explorar sua realidade e ajudar a redefinir sua estrutura, antes que seja feita a avaliação de seus resultados.

� Ajuda a definir se o projeto pode ser efetivamente avaliado e se sua avaliação contribuiria para melhorar sua performance.

Page 223: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

84

As Etapas da Análise de AvaliabilidadeEtapa 1: Conhecendo o programa

Identificação e análise da teoria ou lógica do projeto para avaliar se as percepções dos stakeholders sobre como o projeto funciona são razoáveis.

Um método comum para analisar as diferentes percepções sobre o projeto é construir um Modelo Lógico de Gestão do Projeto (MLGP).

O processo de construção do MLGP pode revelar que os princípios conceituais do projeto são fracos ou inconsistentes. Neste caso, os gestores devem repensar o projeto e seu designantes de avaliá-lo.

� Etapa 2: Analisando o grau de implementação do projeto

Para isso, deve ser analisado:

� se as instalações do projeto já estão funcionando;

� se as equipes técnicas já foram treinadas;

� se as atividades estão sendo implementadas mais ou menos como foram planejadas;

� se o público-alvo do projeto é o que de fato vem sendo atendido;

� se o projeto já está em curso há tempo suficiente para produzir as transformações esperadas.

As Etapas da Análise de Avaliabilidade

Se falhas graves são encontradas, elas devem ser corrigidas antes que se

proceda a avaliação.

Page 224: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

85

Identificando os principais clientes

Clientes de Avaliação

Principais Clientes da Avaliação

� Os principais clientes de uma avaliação são as pessoas e grupos que:� são afetados pelos seus resultados,

� estão em posição de tomar decisões sobre a avaliação, e

� pretendem usar as informações sobre o processo e os resultados da avaliação para definir futuras ações.

� Os principais clientes de uma avaliação devem ser definidos no início do processo e o avaliador deve manter contato freqüente com eles para engajá-los e ter a certeza de que a avaliação respeita seus valores e atende às suas necessidades.

Page 225: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

86

Quem são os Clientes da Avaliação?

� São aqueles quem tem “vontade”, “autoridade” e “habilidade”

de usar os aprendizados do processo e resultados da

avaliação de alguma forma.

� É importante distinguir entre os clientes e a audiência de

uma avaliação.

� A audiência é um grupo interessado na avaliação, mas com uma

relação mais passiva com ela do que os principais clientes.

Identificando os clientes da avaliação1. Quem são os principais clientes da avaliação?

� Para quem estamos fazendo este trabalho?

2. Quem são as audiências-alvo desta avaliação � Quem tem interesse nas informações que ela levantará?

3. Que grupos e pessoas serão mais afetados pela avaliação?

4. Que grupos e pessoas estão em posição de tomar decisões sobre o projeto/programa a ser avaliado?

5. Quem terá suas ações e decisões mais influenciadas pelo seu engajamento no processo de avaliação e seus resultados?

Page 226: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

87

Pensando a estratégia

� Após identificar os principais clientes da avaliação é

hora de planejar a estratégia de atuação junto a eles.

� É hora de refletir sobre:

• Como os principais clientes da avaliação poderiam ser envolvidos

no processo?

• Que desafios e barreiras poderemos encontrar para identificar e

engajar esses clientes?

Para reflexão

Tentações que afastam do foco no cliente: os Sete Pecados Capitais (Patton, 1997)

� Os avaliadores fazerem deles próprios os principais clientes da avaliação;

� Identificar audiências vagas e passivas ao invés de pessoas reais como clientes;

� Selecionar organizações como clientes e não pessoas específicas;

� Focar nas decisões ao invés de nos tomadores de decisão;� Assumir que o financiador é automaticamente o principal cliente

da avaliação;� Esperar até ter os resultados da avaliação para então identificar

os clientes e futuros usos dela;� Colocar-se acima das questões pessoais e políticas.

Page 227: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

88

A importância de identificar os futuros usos da avaliação

� Enquanto a pergunta “quais são os futuros usos desta avaliação?” parece simples e direta ela é uma das questões mais críticas no planejamento de uma avaliação.

� A qualidade de muitos aspectos da avaliação depende do grau com que eles respondem a esta pergunta.

� Ao identificar e clarificar o futuro uso da avaliação para clientes dela, a tarefa complexa de planejar uma avaliação torna-se mais simples e com foco, e o processo de avaliação, mais efetivo.

Como definir os possíveis futuros usos de uma avaliação?

� A definição dos futuros usos de uma avaliação envolve uma negociação entre o avaliador (a pessoa que está conduzindo o processo de avaliação e que é também responsável por facilitar o seu uso) e os principais clientes.

� Na maioria dos casos, uma avaliação terá múltiplos usos.

� Ao envolver todos os principais clientes de uma avaliação no processo de definição do tipo de avaliação que é necessária, as várias perspectivas são consideradas e os clientes acabam por obter consenso sobre os principais futuros usos das informações coletadas.

Page 228: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

89

Perguntas para ajudar a identificar futuros usos da avaliação

1. Quais são suas expectativas quanto aos resultados deste processo de avaliação?

2. Como esta avaliação poderia contribuir para o aperfeiçoamento do projeto em questão?

3. Quais decisões os resultados da avaliação poderiam influenciar? Quem é o responsável por tomar essas decisões?

4. Que dados e informações são necessários para esta tomada de decisão?

5. Como nós poderemos saber no futuro se esta avaliação foi útil?

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Dia 8 – Construindo uma avaliação

Page 229: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

90

Perguntas avaliativas

Perguntas Avaliativas

“São as perguntas que dão direção, fundamento e foco à

avaliação. Especificam exatamente o que a avaliação vai

responder e guiam o projeto e o planejamento da avaliação”.(Worthen, 2004)

� A definição das perguntas avaliativas deverá ser feita a partir

da análise das perguntas trazidas pelos potenciais clientes e

considerando o que foi definido e acordado como as

principais finalidade da avaliação.

Page 230: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

91

Para Reflexão

“As perguntas avaliativas devem gerar as

informações necessárias para basear o

julgamento do valor de alguma coisa”. (Chianca, Marino e Schiesari, 2001)

Matriz de seleção de perguntas avaliativas (Chianca, 2001)

Critérios PA 1 PA 2 PA 3

É relevante para os principais clientes?

Contribui para diminuir dúvidas existentes, trata de informações que não estão disponíveis no momento?

Possibilita gerar informações importantes, que podem facilitar a tomada de decisão sobre o projeto?

Está centrada em elementos críticos do projeto, que serão de interesse constante das pessoas e não apenas de interesse momentâneo?

Os objetivos e a amplitude da avaliação seria seriamente comprometidos sem esta pergunta?

É possível responder com os recursos financeiros e de pessoal disponíveis?

É possível responder com os métodos e tecnologias disponíveis?

É possível responder dentro do tempo de que se dispõe?

Resultado Final (somatório de respostas positivas)

Page 231: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

92

Indicadores

O que são Indicadores

“Em projetos sociais, indicadores são parâmetros

qualificados e/ou quantificados que servem para

detalhar em que medida os objetivos de um projeto

foram alcançados, dentro de um prazo delimitado de

tempo e numa localidade específica”.(Valarelli, citado em Pogoda, Pires e Moretti, s.d.)

Page 232: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

93

O que são Indicadores

� São medidas quantitativas e/ou qualitativas que indicam o grau de alcance dos objetivos e metas de um projeto. Permitem analisar em que medida um resultado esperado está sendo alcançado.

� Como o próprio nome sugere, são uma espécie de “marca” ou sinalizador, que busca expressar algum aspecto da realidade sob uma forma que possamos observá-lo ou mensurá-lo.

� Eles indicam mas não são a própria realidade. Baseiam-se na identificação de uma variável, ou seja, algum aspecto que varia de estado ou situação, variação esta que consideramos capaz de expressar um fenômeno que nos interessa.

Exemplo

“O programa é a variável independente que se espera

cause alterações na variável dependente”. (Banco Mundial)

Variável: saúde

Indicador: temperatura do corpo

Unidade de medida: graus Celsius

Instrumento: termômetro

Parâmetro: 37,5º = boa saúde

Page 233: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

94

Características de um bom indicador

� Ser válido – que meça o que se supõe deve ser medido;� Ser confiável – que seja verificável;� Ser relevante – aos objetivos do programa;� Ser sensitivo – às mudanças da situação que é observada;� Ser aceitável – pela população em estudo e pelos principais

clientes da avaliação;� Ser específico – adaptado aos objetivos do programa;� Ser oportuno – que possa ser constituído e reportado em

tempo hábil;� Ser tecnicamente viável – que os dados requeridos

possam ser coletados e mensuráveis;� Ser custo-efetivo – que os dados requeridos possam ser

coletados a um custo razoável.

Para reflexão

“Indicadores são referências que ajudam a

responder às perguntas avaliativas”.

(Thomaz Chianca)

Page 234: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

95

Construindo a matriz avaliativa

Pergunta Avaliativa

Componentes do programa a serem

avaliados(no MLGP)

IndicadoresDescritores dos

IndicadoresFontes de

InformaçãoPeriodicidade da

Informação

PERGUNTA AVALIATIVA Qual o grau de alcance das metas e objetivos do programa?

Objetivo Específico: Ampliar e melhorar a oferta de água para os produtores.Estratégia: 1.1. Disponibilizar ponto de água confiável para grupos de 15 a 20 produtores.

COMPONENTES A SEREM AVALIADOS

INDICADORES DE PRODUTO

Descritor Periodicidade do Indicador

F.I.

1.1.1 Perfuração e recuperação de poços tubulares

1. Nº de poços instalados no período

2. Nº de produtores beneficiados/ comunidade/ município/ pólo

3. Produção potencial de geração de água disponível por poço instalado / comunidade / município / pólo

4. Produção efetiva de geração de água disponíbilizada por poço instalado/ comunidade / município / pólo

1. Nº de Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água (SSAA) entregues à comunidade a partir de poços, em condições de oferecer água em quantidade e qualidade adequadas para consumo animal.

2. Produtores pertencentes às comunidades do programa beneficiados com os novos poços instalados.

3. Capacidade potencial de produção de água dos poços instalados, medida em m³/hora.

4. Capacidade real de produção de água dos poços instalados, medida por m³/hora.

1. Mensal

2. Mensal

3. Mensal (dos novos poços instalados)

4. Mensal (dos novos poços instalados

Técnicos da CERB

Page 235: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

96

Definindo os Parâmetros de AvaliaçãoEstes parâmetros, também chamados de padrões de referência ou benchmarks, podem ser de vários tipos:

� Padrão absoluto – as metas estabelecidas para o programa são o padrão a ser perseguido;

� Padrão histórico – o desempenho obtido em períodos anteriores são a referência adotada para comparação;

� Padrão normativo – compara o desempenho de um programa com o de outros similares, considerados bem sucedidos;

� Padrão teórico – determinado durante o planejamento do próprio programa, a partir de referências teóricas de situações consideradas ideais;

� Padrão “com/sem” – comparações do tipo com/sem o programa, a partir da criação de grupos de controle com pessoas com características semelhantes aos beneficiários do programa, mas em cuja realidade o programa não interviu.

(adaptado de Rodrigues, 1998)

Métodos de coleta de dados

Page 236: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

97

Métodos de Coleta de Dados

� Métodos quantitativos têm a vantagem de permitir mensuração, comparação e generalização das informações obtidas, no entanto os métodos qualitativos permitem análise mais aprofundada de questões específicas sobre as experiências estudadas.

� Métodos quantitativos possibilitam o levantamento de informações junto a um maior número de respondentes, a um menor custo. Além disso, permitem a realização de análises estatísticas, o que favorece a comparação e generalização dos resultados encontrados.

Métodos de Coleta de Dados

� Os métodos de coleta de dados quantitativos mais comumente utilizados são pesquisa de dados disponíveis em sistemas de acompanhamento e monitoramento do programa, e aplicação de questionários ou formulários junto aos beneficiários e atores intermediários da sua execução.

� No caso de abordagens qualitativas, os métodos de coleta de dados mais usados são entrevistas, grupos focais e observação direta.

Page 237: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

98

Comparativo de Métodos

Método de coleta de dados

Descrição Vantagens Desvantagens

Pesquisa de dados disponíveis

Pesquisa focada em registros administrativos, sistemas de acompanhamento, avaliações anteriores do programa, outros relatórios e documentos, dados de censos, etc.

- Baixo custo e rapidez na obtenção de informações.

- Os dados disponíveis podem não ser adequados, precisos, válidos ou confiáveis para o que se quer avaliar.

Pesquisa de campo Aplicação de questionários padronizados com perguntas abertas ou fechadas. O questionário pode ser auto-administrável ou não, ser aplicado em forma de entrevista pessoal ou por telefone.

- Questionários e entrevistas bem estruturados facilitam a tabulação e análise dos dados coletados.

- O desenvolvimento e a aplicação dos instrumentos requer bastante tempo.

Método de coleta de dados

Descrição Vantagens Desvantagens

Observação de casos Observação direta de um ambiente ou situação, com ou sem o conhecimento dos participantes.

- Adequada para compreender processos e formular hipóteses. - Proporciona descrição detalhada da realidade encontrada.

- Pouco adequada para a generalização dos resultados encontrados.- Parcialidade e subjetividade do observador.

Grupos focais Formação de grupos pequenos (de 6 a 12 pessoas) para debate sobre temas, obtenção de informações e sugestões sobre a execução do programa. É essencial a presença de um bom facilitador.

- São relativamente rápidos de se realizar.- Estimula a geração de novas idéias.- Permite o exame de diferentes perspectivas.- Contato direto com os beneficiários ou atores do programa.

- A tabulação é análise consome muito tempo.- Risco de parcialidade por parte dos participantes e do facilitador.- Necessidade de controlar participantes dominantes.

Comparativo de Métodos

Page 238: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

99

Métodos de coleta de dados

� A definição do tipo de abordagem e método de coleta de dados a ser utilizado depende das perguntas avaliativas que se quer responder e dos recursos disponíveis para a avaliação.

� Na maioria das vezes o mais adequado é a utilização mista de abordagens e métodos, o que proporciona uma perspectiva mais completa da realidade encontrada, e permite que as desvantagens de uma sejam balanceadas pelas vantagens de outra.

A importância do pré-teste

� Cada instrumento criado deverá ser pré-testado para análise de sua consistência e clareza, e avaliação da relevância e viabilidade dos dados por ele coletados.

� Uma simulação da tabulação e análise dos dados coletados no pré-teste também ajuda no aprimoramento do instrumento antes da sua aplicação generalizada.

Page 239: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

100

Trabalhando com amostras

“É importante comparar o perfil das

pessoas que responderam ao questionário,

ou que foram entrevistadas, com o perfil

geral da população que se quer estudar”.(Chianca, Marino e Schiesari, 2001)

Tipos de Amostragem

� Probabilística ou aleatória – aquela em que cada elemento da população tem uma chance igual de ser selecionado para compor a amostra. Deve ser representativa da população como um todo para que os resultados obtidos possam ser generalizados como verdadeiros para toda a população.

� Não-probabilística ou não aleatória – aquela em que a composição da amostra é intencional e seleção dos seus participantes depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador. Limitada na capacidade de generalizar a informação para o todo da população estudada.

Page 240: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

101

Alerta

Quando a amostra é não-probabilística ou não aleatória

pode-se apenas relatar os resultados em termos de

porcentagem de entrevistados, sem generalizar para o

universo estudado.

Ex.: 60% dos jovens pesquisados afirmou estar satisfeito com seu

plano de saúde.

Análise de Dados

� Todos os dados devem ser tabulados, ou seja

organizados de maneira a facilitar a sua interpretação,

e analisados tendo em vista as perguntas avaliativas

que se quer responder.

Page 241: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

102

Análise de Dados Quantitativos

Dados quantitativos são normalmente analisados estatisticamente. As formas mais comuns de análise estatística utilizadas são:� Freqüência – número de vezes em que determinada resposta

foi dada (ex.: 20 participantes do curso tinham mais que 60 anos; ou, 25 dos 30 participantes disseram aprovar o conteúdo do curso).

� Porcentagem – expressa a informação como um percentual do todo (ex.: 83% dos participantes aprovou o conteúdo do curso).

Uma prática comum na apresentação de dados em porcentagem é

dizer o número total de casos a partir dos quais a porcentagem foi

calculada.

Análise de Dados Quantitativos

Medidas de tendência central – usadas para caracterizar o que é típico

para o grupo de respondentes. Normalmente calcula-se as três medidas e

se avalia qual a mais apropriada para relatar a situação avaliada.

� Média – uma das formas mais comuns de apresentação de dados, é calculada a partir da soma dos valores divididos pelo total de respostas.

� Quando há valores extremos na relação de respostas, a média fica distorcida.

� Moda – é a resposta ou valor mais freqüentemente obtido. É bastante usada quando há um número grande de respostas obtidas, pois não sofre distorção com valores extremos como acontece com a média.

� Mediana – é o valor do meio, quando listadas todas as respostas em ordem crescente.

� Quando a listagem de respostas obtidas apresenta valores extremos e destoantes da maioria, a mediana é mais precisa do que a média como valor representativo do todo.

Page 242: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

103

� Dados qualitativos são compostos de palavras e não

números, por isso sua análise deve ser diferenciada.

� Em uma avaliação, os textos e observações coletados vêm

de várias fontes como: respostas a perguntas abertas de

questionários, transcrições de grupos focais ou entrevistas,

roteiros de observação de casos, ou, ainda, resumos de

relatórios e documentos pesquisados.

Análise de Dados Qualitativos

Análise de Dados Qualitativos

“Agrupar as respostas em categorias específicas para calcular a

frequência de respostas para cada categoria é uma abordagem

comum para tratar dados pouco complexos, como as informações

geradas a partir de questionários com perguntas preestabelecidas”.

Quando os dados são mais densos e complexos, o grande desafio

é conseguir diminuir o volume de informação, identificar os temas

mais significativos e desenvolver uma estratégia para comunicar

aos diferentes interessados a essência do que os dados revelam”

(Chianca, Marino e Schiesari, 2001)

Page 243: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

104

Toda análise qualitativa é influenciada pela subjetividade da interpretação do pesquisador. Para diminuir sua interferência e aumentar a credibilidade dos resultados encontrados, alguns cuidados devem ser observados:

� Use várias fontes de informação – busque combinar, por exemplo, entrevistas individuais com grupos focais, de maneira a checar as informações obtidas e ter maior confiança nas suas conclusões.

Cuidados na Análise de Dados Qualitativos

Cuidados na Análise de Dados Qualitativos� Registre todos os passos do processo de análise – todas as escolhas

e procedimentos feitos devem ser registrados para que outros possam

entender como as conclusões finais foram obtidas.

� Evite fazer generalizações – o objetivo da análise qualitativa não é

obter informações generalizadas sobre toda a população estudada.

Ao contrário, sua finalidade é fornecer dados sobre o objeto avaliado

a partir da perspectiva dos respondentes.

� Identifique as limitações encontradas – todo estudo avaliativo tem

limitações que devem ser reportadas para facilitar o entendimento das

conclusões finais. Estas limitações podem ser de ordem

metodológica, ou relativas aos dados coletados.

Page 244: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

105

Apresentação dos resultados

Para Reflexão

“Processos e resultados da avaliação são úteis

quando contribuem para decisões informadas,

esclarecem as opções de tomada de decisão,

identificam pontos fortes e fracos, e fornecem

lições aprendidas e recomendações para

melhorar programas, políticas e estratégias”.

(Manuel Rojas Buvinich)

Page 245: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

106

Quando a avaliação não é útil

Apesar do uso dos resultados de uma avaliação ser sua

grande razão de existir e um dos pressupostos básicos

que devem nortear todo o seu processo de elaboração,

estudos demonstram que na maioria das organizações

há um aproveitamento muito pequeno das informações

fornecidas em um relatório de avaliação.

Algumas características das avaliações analisadas refletiram no seu mal aproveitamento como instrumento de gestão:

� A maioria das avaliações foram realizadas apenas para atender a interesses dos financiadores, sendo a disseminação de seus resultados bastante limitada dentro da organização gestora do programa;

� Os relatórios de avaliação eram muito longos, técnicos e de difícil entendimento;

� Algumas avaliações deixaram de analisar aspectos importantes da execução do programa;

� Muitos relatórios ficaram prontos depois que importantes decisões já haviam sido tomadas.

(adaptado de Hourton et al., 2003)

Quando a avaliação não é útil

Page 246: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

107

Boa comunicação de resultados

A comunicação dos resultados de uma avaliação pode ser

feita de forma oral ou escrita, mas deve sempre ser

simples, direta e livre de jargões.

A ênfase deve estar nos importantes resultados obtidos e

nas recomendações, sempre com o foco nos principais

clientes da avaliação, suas expectativas e necessidades

de informação.

Estrutura do Relatório de Avaliação

� Capa – título do relatório, autores, instituições patrocinadoras/ participantes, lugar e data.

� Índice – capítulos e sub-capítulos do relatório.

� Créditos – agradecimento a todas pessoas e instituições que fizeram o estudo possível.

� Resumo Executivo – apresentação do estudo e seus objetivos, metodologia adotada, principais resultados encontrados, conclusões/ recomendações. Deve ter no máximo 4 páginas.

� Introdução – contexto e antecedentes da avaliação: caracterização do problema, justificativa do estudo, finalidade da avaliação, perguntas avaliativas, circunstâncias especiais.

� Metodologia – desenho da avaliação: coleta e análise dos dados, limitações. Texto curto com maior detalhamento nos anexos (cópias dos instrumentos utilizados, cálculo de tamanho de amostra, etc.).

� Resultados – principais resultados encontrados apresentados em gráficos e tabelas com breve análise.

� Conclusões – síntese dos dados encontrados apresentados de maneira a responder às perguntas avaliativas.

� Recomendações – prescrição do que deve ser feito a partir das conclusões do estudo. O nível de detalhe das recomendações depende da finalidade da avaliação e do perfil dos seus clientes.

� Referências Bibliográficas – identificação de todo o aporte bibliográfico que norteou a avaliação.

� Anexos – instrumentos para coleta de dados utilizados, procedimentos metodológicos adotados, dados adicionais obtidos ou com maior desagregação, outros documentos relevantes.

Page 247: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

108

PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Lycia Tramujas Vasconcellos NeumannOficina ministrada para técnicos da Prefeitura Municipal de Curitiba - 2010

Este material foi desenvolvido tendo como base as seguintes obras e documentos

Referências Bibliográficas

Page 248: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

109

Referências Bibliográficas

ActKnowledge; Aspen Institute Roundtable on Community Change. (2003). Theory of Change . Guided example: Project Superwomen. Disponível emwww.theoryofchange.org

Alberta Consultative Health Research Network. (2001-2002) .Evaluability Assessment . Disponível em http://www.achrn.org

Almeida, Maria Cristina Salomão. (s.d.). Roteiro para elaboração de projeto.Disponível em www.fibrj.com.br/projetos_sociais.htm

Bardach, Eugene. (2000). A practical guide for policy analysis: the eightfol d path to more effective problem solving . New York: Seven Bridges Press, LLC.

Borden, L.M.; Perkins, D.F. (1999). Assessing your collaboration: A self evaluation tool . Journal of Extension, Vol.37, No.2.

Buvinich, Manuel Rojas. (1999). Ferramentas para monitoramento e avaliação de programas e projetos sociais. Unicef.

Referências Bibliográficas

Canada. Federal/Provincial/Territorial Committee of Officials for the Federal/Provincial/Territorial Ministers Responsible for Seniors. The Seniors’ policy handbook: a guide for developing and evaluating pol icies and programs for seniors . Junho de 2009.

Chianca, Thomaz; Marino, Eduardo; Schiesari, Laura. (2001).Desenvolvendo a cultura de avaliação em organizações da sociedade civil . São Paulo: Editora Global.

Curitiba. Prefeitura Municipal. (2002). Modelo colaborativo: Experiência e aprendizados do desenvolvimento comunitário em Curitiba . Curitiba: Instituto Municipal de Administração Pública.

Frank, F.; Smith, A. (2000). The partnership handbook . Escrito para Human Resources Development Canada. Disponível em www.hrdc-drhc.gc.ca/common/partnr.shtml

GETS .Grupo de Estudos do Terceiro Setor; United Way of Canada – Centraide Canada. Facilitando oficinas: da teoria à prática . São Paulo, 2002.

Page 249: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

110

Hodges, S.; Nesman, T.; Hernandez, M. (1999). Promising practices: building collaboration in systems of care. Systems of Care: Promising Practices in Children’s Mental Health, 1998 Series, Volume VI. Washington, D.C.: Center for Effective Collaboration and Practice, American Institutes for Research.

Höfling, Eloisa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais . Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro/2001.

Hourton, Douglas et al. (2003). Evaluating capacity development: experiences from research and development organizations around the w orld. IDRC.

Instituto do Banco Mundial. (s.d.). Introdução ao monitoramento & avaliação:apostila do participante.

Instituto Ecoar para a Cidadania. (2010). Oficina de Futuro . Disponível em www.ecoar.org.br/website/edu_oficina.asp

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas

International Development Research Centre.Identifying the Intended Use(s) of an Evaluation . Abril de 2004. Disponível em www.idrc.ca

_________. Identifying the Intended User(s) of an Evaluation . Março de 2004. Disponível em www.idrc.ca

Marino, Eduardo. (2001). Avaliação: a mudança do paradigma . Artigo parte do livro Desenvolvendo a Cultura da Avaliação em Organizações da Sociedade Civil. São Paulo: Instituto Fonte

Marino, Eduardo; Cancellier, Everton L. P. de Lorenzi. (2004). Ciclo de vida de projetos Sociais: um estudo dos projetos de Vitae – Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social . Artigo escrito para o Programa de Liderança para o Desenvolvimento Local Sustentável no Nordeste.

McNamara, Carter. Basic Guide to Program Evaluation . (1999). Disponível em www.mapnp.org

Neumann, Lycia Tramujas Vasconcellos; Neumann, Rogerio Arns. (2004). Desenvolvimento comunitário baseado em talentos e r ecursos locais - ABCD . São Paulo: Editora Global.

Page 250: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

111

Neumann, Lycia Tramujas Vasconcellos; Neumann, Rogerio Arns. (2004). Repensando o investimento social: a importância do protagonism o comunitário . São Paulo: Editora Global.

Osborne,D., & Gaebler, T. (1993). Reinventing Government: How the Entrepreneurial Spirit is Transforming the Public S ector . New York: Plume.

Patton, Michael Quinn. (1997). Utilization-focused evaluation: the new century text. Londres: Sage Publications.

_________. (2000). Utilization-focused evaluation in Africa . Training sessions delivered to the Inaugural Conference of the African Evaluation Association.

Pereira, Elson Manoel. (2007). Políticas públicas: conceitos e condicionantes . Disponível em http://www.alesc.sc.gov.br

Pogoda, Cristina Fedato; Pires, João Teixeir; Moretti, Telma. (s.d.). Avaliação de resultados de programas e projetos sociais . Estudo de caso elaborado para o VI SEMEAD.

Referências Bibliográficas

Rodrigues, Maria Cecília Prates. (1998). Avaliação e monitoramento . Texto base para a disciplina de Monitoramento e Avaliação ministrada no âmbito do curso de Gerência de Programas Sociais, promovido pela FESP/ISAPE/CPG.

Rua, Maria das Graças. (2000). Avaliação de políticas e programas: notas introdutórias . Mimeo.

São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico e Educação Ambiental. Manual para Elaboração, Administração e Avaliação de Projetos Socioambienta is. São Paulo: SMA / CPLEA, 2005.

Schlithler. Célia Regina Belizia. (2004). Redes de desenvolvimento comunitário: iniciativas para a transformação social . São Paulo: Editora Global.

Schuckar. Myriam. (2005). Captação de recursos para projetos sociais . Disponível em www.usc.br/assecom/encontropsm1.ppt

Silva, Marcos José Pereira da. (2010). Elaboração de projetos sociais . Artigo publicado na Revista Carta na Escola. Disponível em www.acaoeducativa.org.br.

Referências Bibliográficas

Page 251: Apostila Planejamento Monitoramento e Avaliacao de Projeto Sociais e Slides

19/05/2010

112

Stephanou, Luis. (s.d). Projetos sociais: importância para a sustentabilida de. Disponível em www.me.org.br.

Stephanou, Luis; Muller, Lúcia Helena; Carvalho, Isabel Cristina de Moura. (2003). Guia para a elaboração de projetos sociais . Porto Alegre: Editora Sinodal e Fundação Luterana de Diaconia.

United Way of America. (1996). Measuring program outcomes: a practical approach .

Whitaker. Francisco (1993). Rede: uma estrutura alternativa de organização . Série Procurando entender – Textos para discussão.

W.K. Kellogg Foundation. (2001). Logic Model Development Guide: Using Logic Models to Bring Together Planning, Evaluation, & Ac tion.

Worthen, Blaine. (2004). Avaliação de programas: concepções e práticas . São Paulo: Editora Gente.

Wright, J.D. ; Rodal, A.B. (1997). Partnerships and Alliances. New Public Management and Public Administration in Canada.

Referências Bibliográficas

Contato:

LYCIA TRAMUJAS VASCONCELLOS NEUMANN

(41) 9674-7490

[email protected]