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ESTUDO DAS DEFINIÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E HIGIENE DO TRABALHO Prof. Flávio E. Becker SEGURANÇA DO TRABALHO: Segurança do trabalho é o estado no qual as pessoas, materiais, edifícios e outros elementos encontram-se livre de dano, perigo ou moléstia. Segurança do trabalho é o conjunto de verificações e medidas práticas que visem a prevenção de acidentes do trabalho. Segurança do trabalho é a isenção de riscos inaceitáveis de danos. (OHSAS 18001-1999 - [ISO/IEC Guide 2) Segurança e Saúde no Trabalho (SST) são as condições e fatores que afetam o bem-estar de funcionários, trabalhadores temporários, pessoal contratado, visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho. (OHSAS 18001-1999) SAÚDE Saúde, com relação aos trabalhadores, abrange não só a ausência de afecções ou de doenças, mas também os elementos físicos e mentais que atentam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e higiene no trabalho ( Artigo 3 ítem ”c” da Convenção 155 da OIT, de 22/06/81, promulgada pelo Decreto 1254 de 29/09/94). HIGIENE DO TRABALHO Higiene do trabalho é a ciência e arte destinada ao reconhecimento, a avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes são os fatores ambientais ou inerentes às próprias atividades, que podem, eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto ou eficiência do trabalhador. Em outras palavras é tudo o que se pode fazer em um ambiente de trabalho para prevenir doenças profissionais. Dentro destes conceitos percebe-se uma maior amplitude, pois denota também aspectos de bem estar e produtividade. Classificação dos riscos profissionais: Os riscos profissionais são as condições inseguras do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador. As condições inseguras relativas ao processo operacional, por exemplo: máquinas desprotegidas, pisos escorregadios, empilhamento inseguro, são chamados de risco de operação. As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, por exemplo: a presença de gases e vapores tóxicos, ruído e calor intenso, são chamados os riscos ambientais. 1

Apostila Segurança Do Trabalho 01 Prof Flavio Becker

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ESTUDO DAS DEFINIÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO, SAÚDE E HIGIENE DO TRABALHO Prof. Flávio E. BeckerSEGURANÇA DO TRABALHO:Segurança do trabalho é o estado no qual as pessoas, materiais, edifícios e outros elementos encontram-se livre de dano, perigo ou moléstia.

Segurança do trabalho é o conjunto de verificações e medidas práticas que visem a prevenção de acidentes do trabalho.

Segurança do trabalho é a isenção de riscos inaceitáveis de danos. (OHSAS 18001-1999 - [ISO/IEC Guide 2)

Segurança e Saúde no Trabalho (SST) são as condições e fatores que afetam o bem-estar de funcionários, trabalhadores temporários, pessoal contratado, visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho. (OHSAS 18001-1999)

SAÚDESaúde, com relação aos trabalhadores, abrange não só a ausência de afecções ou de doenças, mas também os elementos físicos e mentais que atentam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e higiene no trabalho ( Artigo 3 ítem ”c” da Convenção 155 da OIT, de 22/06/81, promulgada pelo Decreto 1254 de 29/09/94).

HIGIENE DO TRABALHO Higiene do trabalho é a ciência e arte destinada ao reconhecimento, a avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes são os fatores ambientais ou inerentes às próprias atividades, que podem, eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto ou eficiência do trabalhador.

Em outras palavras é tudo o que se pode fazer em um ambiente de trabalho para prevenir doenças profissionais.

Dentro destes conceitos percebe-se uma maior amplitude, pois denota também aspectos de bem estar e produtividade.

Classificação dos riscos profissionais:Os riscos profissionais são as condições inseguras do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador.As condições inseguras relativas ao processo operacional, por exemplo: máquinas desprotegidas, pisos escorregadios, empilhamento inseguro, são chamados de risco de operação.As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, por exemplo: a presença de gases e vapores tóxicos, ruído e calor intenso, são chamados os riscos ambientais.

Riscos profissionais:- de operação (segurança do trabalho previne e controla-os )- de ambiente (higiene do trabalho previne e controla-os).

Agentes Ambientais- Agentes físicos: ruído, vibrações mecânicas, temperaturas extremas, pressões anormais,

radiações ionizantes.- Agentes químicos :substâncias tóxicas absorvidas via respiratória, cutânea e digestiva.:

aerodispersóides, gases, vapores.- Agentes biológicos: microorganismos patogênicos – vírus, bactérias, parasitas, fungos,

bacilos.- Agentes ergonômicos: monotonia, posição e ritmo de trabalho, movimentos repetitivos,

esforço intenso, fadiga visual, mobiliário e posto de trabalho, fatores de conforto(temperatura , umidade, ruído, iluminação, contaminantes atmosféricos),

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Reconhecimento Dos Agentes AmbientaisLevantamento preliminar qualitativo dos riscos profissionais, baseados em:- Diferentes formas dos agentes ambientais e dos riscos específicos de cada atividade

profissional;- Características intrínsecas e propriedades tóxicas dos materiais usados;- Conhecimento dos processos e operações industriais desde o recebimento da matéria

prima até os produtos finais desejados e indesejados.

Avaliação Dos Agentes AmbientaisAvaliação quantitativa dos agentes ambientais por métodos normatizados.

Controle Dos Agentes AmbientaisMedidas de controle:- relativas ao meio ambiente de trabalho: no projeto; substituição do agente; modificação do processo; ventilação (geral diluidora, local exaustora), enclausuramento, ordem e limpeza, manutenção adequada.- ou relativas ao trabalhador: EPI; treinamento e conscientização; exames médicos pré-admissionais e periódicos; limitação do tempo de exposição.

ACIDENTE DO TRABALHO

Conceito Legal

Art. 19 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.

Art. 20 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

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c) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art. 21 - Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Art. 22 - A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

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§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

Art. 23 - Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro...............................

Art. 11 - São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:

I - como empregado:

a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;

c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;

e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;

g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.

h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;

II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;

III - como empresário: o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não-empregado, o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de

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indústria e o sócio-quotista que participe da gestão ou receba remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural;

IV - como trabalhador autônomo:

a) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;

b) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;

V - como equiparado a trabalhador autônomo, além dos casos previstos em legislação específica:

a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

b) pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;

c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo;

d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social;

e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país do domicílio.

VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento;

VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo.

§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.

§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.

§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.

§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regimento Geral de Previdência Social - RGPS de antes da investidura.

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Conceito Prevencionista

Acidente do Trabalho: ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulta ou possa resultar lesão pessoal. (NBR 14280:2001)

Conceito Prevencionista: é toda a ocorrência estranha ao andamento do trabalho e não programada, da qual pode resultar danos físicos, funcionais ou morte ao trabalhador e danos materiais e econômicos à empresa. (Prática da Prevenção de Acidentes – Álvaro Zocchio)

CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE DE TRABALHO

PARA A FAMÍLIA1. Perda de ente querido (caso de morte) - filhos órfãos de pai ou mãe – sofrimento – dor –

trauma psicológico e financeiro2. Ônus de ter que cuidar de um inválido até o final de seus dias de vida3. Diminuição da renda familiar: remuneração inferior (por exercer função menos qualificada

ou perda de gratificações) ou despesas superiores (necessidade de tratamento permanente com medicamentos caros ou dieta especial mais cara)

4. Perda do trabalho (as empresas sérias e políticas de segurança voltadas para a prevenção não querem trabalhadores que se acidentam)

PARA A EMPRESA

1. Abalo na imagem da empresa com reflexos na cotação das ações da mesma2. Passivo trabalhista (ações cíveis indenizatórias altas)3. Diminuição do clima organizacional interno (diminuição do “moral”)4. Diminuição do lucro devido às despesas (custos diretos e indiretos) com o acidente5. Aumento da fiscalização sobre a empresa6. Perda de produção, produtividade e qualidade nos produtos7. Perda da capacidade produtiva do trabalhador devido a incapacidade parcial

permanente: perda de dedo, perda de olho, de um membro ou mesmo de seu movimento

PARA A NAÇÃO1. Custo social desnecessário aos contribuintes: custo de tratamento médico hospitalar,

imediato ou permanente, 2. Falta de recursos públicos para necessidades mais nobres, tais como: educação,

saneamento básico, campanhas de prevenção à saúde da população, etc.3. Geração de contingente de inválidos sem capacidade laboral4. Diminuição da capacidade de competitividade do país por perda de trabalhadores

treinados e capacitados5. Desperdício de investimento público feito com a educação e formação de trabalhadores

em estabelecimentos públicos Imagem negativa do país no exterior e frente a organismos internacionais (OIT, direitos humanos, etc.)

ESTUDO DAS CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO: CONDIÇÃO INSEGURAATO INSEGURO, FATORES PESSOAIS.

A. ACIDENTE

1- Acidente do Trabalho: ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulta ou possa resultar lesão pessoal. (NBR 14280:2001)

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2- Conceito Prevencionista: é toda a ocorrência estranha ao andamento do trabalho e não programada, da qual pode resultar danos físicos, funcionais ou morte ao trabalhador e danos materiais e econômicos à empresa. (Prática da Prevenção de Acidentes – Álvaro Zocchio)

3- Incidente ou quase acidente: ocorrência com potencial de causar danos a alguém ou alguma coisa, mas que nenhum dano visível ou mensurável ocasionou. (NBR 14280:2001). Evento que deu origem a um acidente ou que tinha o potencial de levar a um acidente.(OHSAS 18001:1999)

4- Acidente Impessoal: acidente cuja caracterização independe de existir acidentado, não podendo ser considerado como causador direto da lesão pessoal. (NBR 14280: 2001). (Quadro 2 – pág. 15 e 16)

5- Acidente Pessoal: acidente cuja caracterização depende de existir acidentado. (NBR 14280:2001). (Quadro 3 – pág. 17 a 19)

Na caracterização de acidente impessoal é necessário considerar-se que, muitas vezes, um acidente impessoal gera outro acidente impessoal, que, por sua vez, pode gerar outro acidente impessoal e assim por diante, sendo cada um desses acidentes impessoais capaz de gerar mais acidentes pessoais.Exemplo: um galpão que armazena inflamáveis, atingido por um raio (primeiro acidente impessoal) incendeia-se (segundo acidente impessoal) e, em virtude desse incêndio, cai a rede elétrica externa (terceiro acidente impessoal), atingindo alguém (acidente pessoal) que sofre choque elétrico (lesão pessoal).

O acidente impessoal não pode ser considerado causador direto da lesão pessoal. Há sempre, entre eles e a lesão um acidente pessoal intermediário, como mostram os exemplos a seguir:

Acidente Impessoal Acidente Pessoal Lesão PessoalQueda de objeto Impacto sofrido pela pessoa Fratura

Explosão de caldeira Contato com objeto ou substância a temperatura elevada (vapor)

Queimadura

Explosão de caldeira Impacto sofrido por pessoa de fragmento de caldeira

Fratura

Explosão de caldeira Nenhum Nenhuma

Inundação Imersão Afogamento

Inundação Picada de cobra Envenenamento

Inundação Contato com condutor elétrico Choque elétrico

B. CAUSAS DOS ACIDENTES

1. Condição Ambiente de Insegurança (condição ambiente): condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para sua ocorrência. (NBR 14280:2001).

Condições Inseguras apresentam-se como deficiências técnicas na:a) Construção e instalações: em que se localiza a empresa: áreas insuficientes,

pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de sinalização, piso escorregadio, buracos, saliências, plataforma sem corrimão, sem rodapé(falha de projeto) iluminação inadequada(falta e excesso), ventilação inadequada, etc;

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b) Maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes móveis polias, engrenagens e pontos de agarramento, máquinas apresentado defeitos, falta de dispositivos de segurança, etc;

c) Proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas não apropriadas, calçados impróprios, equipamento de proteção com defeito.

d) Elaboração e redação de procedimentos e normas de trabalho.

e) Execução de ordens advindas de superior, mesmo que informalmente.

Estas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentes são provocados por haver condições e atos inseguros ao mesmo tempo.

2. Ato Inseguro: ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente. (NBR 14280:2001). Eles podem ser:

Conscientes - as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo;

Inconscientes - as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem;

Circunstancial – as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva a prática da ação insegura. Exemplos: tentativa de salvar alguém em situação perigosa, tentativa de evitar algum prejuízo à empresa; ou mesmo fazer algo errado por pressão da chefia.

Quanto à ação perigosa das pessoas, nada muda nos três exemplos; o que diferencia um dos outros é o estado de consciência das pessoas ou o motivo que as levou a praticar o ato inseguro. Convém não confundir, no caso, ato com atitude. Atitude é a decisão mental de praticar a ação física que aproxima as pessoas do perigo.

Alguns atos inseguros destacam-se entre os catalogados como mais freqüentes, embora a maior evidência de um ou de outro varie de empresa para empresa. Os mais conhecidos são:

- Ficar junto ou sob cargas suspensas- Colocar parte do corpo em lugar perigoso- Usar máquinas sem habilitação ou autorização- Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga- Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento- Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais- Uso de dispositivo de segurança inutilizados- Não usar proteções individuais- Uso de roupas inadequadas ou acessórios desnecessários- Manipulação insegura de produtos químicos- Transportar ou empilhar inseguramente- Fumar ou usar chamas em lugares indevidos- Tentativa de ganhar tempo- Brincadeiras e Exibicionismo

Na caracterização do ato inseguro deve-se levar em consideração o seguinte:a) o ato inseguro pode ser algo que a pessoa fez quando não deveria fazer ou deveria fazer de outra maneira, ou, ainda, algo que deixou de fazer quando deveria ter feito;

b) o ato inseguro tanto pode ser praticado pelo próprio acidentado como por terceiros;

c) a pessoa que o pratica pode fazê-lo consciente ou não de estar agindo inseguramente;

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d) quando o risco já vinha existindo por certo tempo, anteriormente a ocorrência do acidente – sendo razoável esperar-se que durante esse tempo a administração o descobrisse e eliminasse – o ato que criou esse risco não deve ser considerado ato inseguro, pois o ato inseguro deve estar intimamente relacionado com a ocorrência do acidente, no que diz respeito ao tempo;

e) o ato inseguro não significa,necessariamente, desobediência às normas ou regras constantes de regulamentos formalmente adotados,mas também se caracteriza pela não observância de práticas de segurança tacitamente aceitas. Na sua caracterização cabe a seguinte pergunta: nas mesmas circunstâncias, teria agido do mesmo modo uma pessoa prudente e experiente?

f) a ação pessoal não deve ser classificada como ato inseguro pelo simples fato de envolver risco. Por exemplo: o trabalho com eletricidade ou com certas substâncias perigosas envolve riscos óbvios, mas, embora potencialmente perigoso, não deve ser considerado, em si, ato inseguro. Será, no entanto, considerado ato inseguro trabalhar com eletricidade ou com tais substâncias, sem a observância das necessárias precações;

g) só se deve classificar uma ação pessoal como ato inseguro quando tiver havido possibilidade de adotar processo razoável que apresenta menor risco. Por exemplo: se o trabalho de uma pessoal exigir a utilização de certa máquina perigosa, não provida de dispositivo de segurança, isso não deve ser considerado ato inseguro. Entretanto, será considerado ato inseguro a operação da máquina dotada de dispositivo de segurança, quando tiver sido esse dispositivo retirado ou neutralizado pelo operador;

h) os atos de supervisão, tais como decisões e ordens de chefe no exercício de suas funções, não devem ser classificados como atos inseguros. Assim, também, nenhuma ação realizada em obediência a instruções diretas de supervisor deve ser considerada ato inseguro.

3. Fator Pessoal de Insegurança: causa relativa ao comportamento humano, que pode levar a ocorrência de acidente ou a prática de ato inseguro. (NBR 14280:2001) (Quadro 5 – pág. 36)

Alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticar atos inseguros:

a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais. Exemplos: sexo (mina); idade (serviços pesados); tempo de reação aos estímulos; coordenação motora(deficientes físicos); estabilidade X estabilidade emocional; extroversão / introversão (conversa); agressividade; impulsividade, problemas neurológicos; nível de inteligência; grau de atenção; percepção; coordenação visual-motora; voluntariedade (iniciativa).

b. Fatores Circunstanciais: são os fatores que estão influenciando o desempenho do indivíduo no momento. Exemplos: problemas familiares; abalos emocionais; discussão com colegas; alcoolismo e toxicomania (consumo de drogas); grande preocupações; doença; estado de fadiga.

c. Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los. Causados por: seleção ineficaz; falhas de treinamento; falta de treinamento (em novatos): negação do risco (quando elevado).

d. Desajustamento: relacionado com certas condições específicas do trabalho. Exemplos: problemas com chefia; problemas com os colegas; política salarial imprópria; política promocional imprópria; clima de insegurança; pressão por produtividade.

e. Personalidade: fatores que fazem parte das características de personalidade do trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios. Exemplos: o desleixado; o “machão”; o exibicionista calado; o exibicionista falador; o desatento o

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brincalhão; o negligente; o desleixado; o apressado; o indisciplinado; excesso de autoconfiança.

4. Fator Material do agente do Acidente: causa relativa a condição ambiental de insegurança que pode levar a ocorrência de acidente ou a sua existência.

falha de projeto; erro ou desvios em instalação (na execução do projeto); falha ou falta de manutenção; desorganização ou indisciplina (indicam incompetência ou desleixo da chefia e

falta de talento para comando, às vezes imputando pressa ao trabalho); falta ou não liberação de verba, recursos (falha nas decisões administrativas); desvios e improvisações nos processos (segurança não é envolvida nas

mudanças no processo produtivo).

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CAUSAS ACIDENTE NSEQUÊNCIAS

IMPESSOAL DANO MATERIAL (ou não)NÀO HÁ VÍTIMA

FONTE DA LESÃO LESÃO

HOMEM FATORPESSOAL ATOS INSEGUROS PESSOAL VÍTIMA (acidentado)

DANO MATERIAL

MEIO FATOROU AGENTE

CAUSAS ACIDENTE CONSEQUÊNCIAS

FATORPESSOAL DEINSEGURANÇA

FATOR MATERIALDOAGENTE DO ACIDENTE

CONDIÇÃO AMBIENTEDE INSEGURANÇA

ATOS INSEGUROIS

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INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO, DEFINIÇÃO, IMPORTÂNCIA, MÉTODOS DE AVALIAÇÃO, ESTUDO DE CASO.

Definição:É um processo que se baseia no levantamento de dados e a apuração de fatos que contribuíram para a ocorrência do acidente, bem como o estudo e dados para chegar à causa – ou às causas – do acidente e analisando estas causas, determinar que medidas preventivas devem ser tomadas para evitar a recorrência ou minimizar a probabilidade de novas ocorrências semelhantes.

Importância:Ter uma sistemática que nos possibilite a oportunidade de aprender com os acidentes, evitando que estes se repitam. Não desejamos os acidentes, mas, uma vez que ocorrem, devemos aprender com os mesmos.

Roteiro Para Investigação de Acidente;O processo de investigação deve começar o mais cedo possível, após o acidente. Isto porque, quaisquer alterações que venham a ser praticadas no cenário do acidente podem dificultar as investigações, ou mesmo desvia-la dos rumos mais favoráveis à elucidação dos fatos. O ideal é que nada se altere, a não ser em casos inevitáveis, para prevenir outras conseqüências, como estancar um vazamento de produtos perigoso, remoção do que ainda poderá cair ou explodir, etc.

O profissional que investiga um acidente deve sempre usar com cautela as informações que recebe, principalmente as primeiras. Não é conveniente formular hipóteses sobre as primeiras informações e se deixar emocional por qualquer que seja a origem ou o tipo de informação.

Boa parte do sucesso de uma investigação de um acidente depende de quem se encarrega dela: do domínio que tem do assunto, da sensibilidade na busca e no uso das informações – aceite ou rejeição, da habilidade de comunicação e de envolvimento de pessoas que devem participar e fornecer informações.

Uma habilidade importante do investigador é a de fazer perguntas. Ele deve entender, antes de tudo, o sentido que as tradicionais perguntas feitas nas investigações em geral tomam nas investigações de acidente de trabalho. São perguntas indispensáveis, mas para serem feitas nas oportunidades certas e de maneira a se obter respostas satisfatórias. Perguntas que ensejam respostas “sim” ou “não” podem não acrescentar dados ou outras informações úteis à investigação e até criar barreiras ou constrangimento entre os interlocutores.

“Quem?” A pergunta refere-se às pessoas ou presumivelmente envolvidas na ocorrência: quem se ”acidentou?” Quem mais participava do trabalho? Quem fez isto errado ou deixou de fazer? E assim por diante, de acordo com a necessidade ou conveniência.“O Que?” É muito empregado para esclarecer danos ocasionais pelo acidente ou de algo que tenha contribuído para a ocorrência: o que resultou do acidente? O que falhou? O que deixou de ser feito ou foi feito errado? Deve estar sempre na mente a pergunta: o que teria evitado que o acidente acontecesse?

“Qual?” Pode substituir as perguntas acima comentadas, por parecerem mais claras em certas ocasiões, ou por questão de estilo. Em vez de perguntar: o que faz normalmente? Pode-se perguntar: qual a atividade normal dele? Qual foi a parte do corpo afetada? Qual a norma de segurança que deixou de ser cumprida?

“Quando” É a pergunta que procura localizar no tempo os fatores que levaram ao desencadeamento do acidente. Ela busca respostas como: foi no dia e hora tal;...Quando alimentava a máquina X;... Quando soltava a braçadeira do acoplamento, etc.

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“Onde?” Esta procura localizar o acontecimento no espaço, isto é, onde aconteceu o acidente: no prédio ”X", na seção “Y”, na máquina “Z”, no trabalho de..., etc.

“Como” É a pergunta para saber como o acidente aconteceu, ou como aconteceram outras coisas que contribuíram para que tenha acontecido. Costuma haver divergências entre as versões dos acidentados, de testemunhas, da supervisão e de outros. Nenhuma deve ser escolhida como a correta, quando isto acontece. É necessário compara-las entre si e com outras informações obtidas e indícios ou evidências encontradas no local do acidente. De tudo isso deve sair o “como” definitivo.

“Por quê” É a pergunta que mais se faz; ela pode ser feita em seqüência e para esclarecer respostas às outras perguntas. Não há limite para essa pergunta. Ela deve ser repetida até que exista algo que possa ser por ela esclarecido. O importante é saber coloca-la à medida que cada assunto arrolado na investigação for sendo desenvolvido.

Quem investiga não deve temer o constrangimento. Deve, isso, sim, perguntar o porquê de tudo, de conformidade com a necessidade o a conveniência. Deve, além do mais, discutir as respostas quando não as entender ou não forem convincentes e procurar não perder a seqüenciados “porquês” até estar convencido que chegou ao que desejava.

Elementos da VítimaEstes elementos são fundamentais na investigação, pois, dão pistas das possíveis causas do acidente.

Dados pessoais: Alguns dados referentes ao acidentado e mesmo de outros envolvidos na ocorrência mesmo sem sofrer lesão poderão ser úteis no transcorrer da investigação e no final para as conclusões. Entre eles, além da identificação funcional do empregado estão: idade, tempo de casa, função que exerce e se é especialista no assunto, tempo que exerce a função, se tem instruções se segurança para o que faz, etc.Agente do Acidente - coisa, substância ou ambiente que, sendo inerente à condição ambiente de insegurança, tenha provocado o acidente. (Vide quadro 4 – NBR 14280:2001, pág. 21 a 34)

Agente do acidente – Indicar a coisa, substância ou ambiente a que se relaciona a condição de insegurança. Não se indica como agente do acidente coisa que, no momento do acidente, constituía estrutural e fisicamente, parte de alguma outra, mesmo quando dela se projetou ou se destacou imediatamente antes do acidente.A característica do “agente do acidente” é apresentar condição ambiente de insegurança e ter contribuído para a ocorrência do acidente.Sua escolha é baseada apenas nesse fato, sem se considerar se provocou ou não lesão.Notas1-A relação entre a condição ambiente de insegurança e o agente e tal que, quando as duas classificações são comparadas, a condição ambiente indica, necessariamente, o agente do acidente.2-O agente do acidente pode ser ou não coincidente com a fonte da lesão. As duas classificações são inteiramente independentes uma da outra.

Agente do acidente e fonte de lesãoPara usar-se a classificação da NBR 14280:2001 é necessário que se tenha pleno conhecimento de tudo o que está estabelecido com relação à condição ambiente, agente e fonte da lesão.A classificação do agente e da fonte da lesão tem normalmente a mesma denominação, porém nos casos de diversas manifestações de energia que, classificáveis como fonte de lesão, não devem, no entanto, ser consideradas como agente (o agente, sempre depende da inexistência de uma condição ambiente de insegurança, é o equipamento que libera a referida energia): ou o caso das substâncias ou equipamentos emissores das radiações ionizantes que, classificáveis como agente

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não devem ser considerados como fonte da lesão- ex. motor elétrico (AA), energia elétrica(FL); equipamento de mergulho (AA), pressão ambiente anormal (FL); equipamento de raio X (AA), radiação ionizante (FL); lixadeira (AA), ruído (FL).

Fonte da Lesão – coisa, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a lesão. (Vide quadro 4 – NBR 14280:2001, pág. 21 a 34)

Se uma lesão resultar do contato violento com dois ou mais objetos, simultaneamente ou em rápida seqüência, sendo impossível determinar qual foi o objeto que diretamente produziu a lesão, escolher a fonte da lesão na foram seguinte:

a)Quando a opção for entre um objeto em movimento e outro parado, escolher o objeto em movimento;b)quando a opção for entre dois objetos em movimento ou entre objetos parados, escolher o objeto tocado por último;c)indicar “movimento do corpo” como fonte da lesão, apenas quando a lesão tiver resultado, exclusivamente, de tensão provocada por movimento livre do corpo ou suas partes (voluntário ou involuntário) ou de posição do corpo forçada ou anormal. Compreendem-se, aí , os casos de distensões, luxações, torções, que tenham resultado de esforços diversos, inclusive os necessários para retomar o equilíbrio, desde que a perda de equilíbrio não culmine em queda ou em contato violento com um objeto acima da superfície de sustentação;d)não indicar “movimento de corpo” como fonte da lesão se esta tiver ocorrido durante uma queda, ou se tiver decorrido de batida em um objeto qualquer, ou do ato de levantar, empurrar, puxar, manusear ou arremessar objetos. No caso de queda, indicar a superfície ou o objeto sobre o qual o corpo da pessoa veio a parar. No caso de levantar, empurrar, puxar, manusear ou arremessar um objeto, indicar o objeto sobre o qual o esforço físico foi exercido;e)se, em decorrência de acidente com veículo, uma pessoa que estava nesse veículo sofrer lesão, indicar o veículo como fonte de lesão;f)deve ser assegurada relação entre a fonte da lesão e a natureza da lesão, que possibilite a análise comparativa desses elementos.

Natureza da Lesão – expressão que identifica a lesão, segundo suas características principais (contusão, escoriação, distensão, torção, luxação, fratura, queimadura, lesões múltiplas, congelamento, geladura, asfixia, afogamento, insolação, dermatose, ferida incisa/corte). (Vide quadro 8 – NBR 14280:2001, pág. 44 a 46)

Localização da Lesão – indica a sede da lesão (cabeça, ouvido(D, E), olho, nariz, braço(D, E), antebraço, mão, perna, pé, joelho, etc.) . Muitas vezes a identificação da fonte da lesão só se dá por meio da localização desta. O estudo estatístico da localização da lesão pode determinar a existência de determinado fator de insegurança, seja por condição ambiental, administrativa ou “ato inseguro”. (Vide quadro 9 – NBR 14280:2001, pág. 46 a 48)

ESTUDO DE CASO – ACIDENTE COM PEDRO

Pedro estava furando um cano. Para executar o serviço se equilibrava em cima de umas caixas em forma de escada, pois a escada estava muito distante e o serviço precisava ser feito rapidamente, afinal de contas, ele já tinha feito isto inúmeras vezes e era um dos mais experientes. Utilizava uma furadeira elétrica portátil. Ele já havia feito vários furos e a broca estava com o fio gasto e, por esta razão, Pedro estava forçando a penetração da mesma.Por um instante, a sua atenção fora desviada por algumas faíscas que saíam do cabo de extensão, exatamente onde havia um rompimento, que deixava expostos os fios condutores de eletricidade. Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo, forçando a broca no furo. Com a pressão ela quebrou e, neste mesmo instante, ele voltou o rosto para ver o que ocorrera, sendo atingido por um estilhaço

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da broca em um dos olhos (direito). Com um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no rosto, perdeu o equilíbrio e caiu.

Um acontecimento semelhante, ocorrido há um ano atrás com um novato, nesta mesma empresa, determinava o uso de óculos de segurança na execução desta tarefa. O óculo que Pedro deveria ter usado estava sujo e quebrado, pendurado em um prego.Segundo o que o encarregado dissera, não ocorrera nenhum acidente nos últimos meses e o pessoal não gostava de usar os óculos. Por esta razão, ele não se preocupou em recomendar o uso do mesmo nesta operação, porque tinha coisas mais importantes a fazer.

ExercícioAnalise as causas deste acidente, separando-as em condições ambientais de insegurança, atos inseguros e os fatores pessoais relacionados, bem como o agente do acidente. Aponte também a fonte, natureza e localização da lesão e as medidas preventivas para evitar-se acidente semelhante.

Caracterização do acidente e da lesão

Agente do acidente Furadeira elétrica (broca)

Fonte da lesão Furadeira elétrica (broca)

Natureza da lesão Lesão ocular

Localização da lesão Olho (direito)

Causas do Acidente

Condição ambiente de insegurança Medidas Preventivas

Broca com fio gasto - Treinamento sobre afiação de broca.- Revisar procedimento de trabalho quanto a riscos de acidente operando com broca sem fio.- Escolher broca adequada para cada tipo de material a furar.

Cabo de extensão com fios expostos - Treinamento sobre inspeção e preenchimento de check-list de ferramentas manuais antes de operá-las.- Revisar procedimento de trabalho- Não usar extensões com emenda

Óculo sujo e quebrado - Re-treinamento sobre importância do uso de EPI- Conscientização da responsabilidade do superior em fazer cumprir as normas de segurança (EPI)- Substituição de óculo quebrado (definir claramente as responsabilidades)

Superior não exigia o uso obrigatório do

óculo de segurança, conforme

recomendação.

- Conscientização da responsabilidade do superior em fazer cumprir as normas de segurança (EPI)- Revisar ou definir uma política de segurança

Caixas no lugar de escada (não contribuiu

para o acidente)

- Remover caixas do local

Ato Inseguro Fator pessoal de insegurança Ações preventivas

Forçar a penetração da broca - Excesso de autoconfiança - A pressão sobre o trabalho deve ser avaliada frente ao risco de acidente - Retreinamento

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Não usar óculo de segurança - Excesso de autoconfiança- Problemas com chefia (não cumprimento de normas de segurança)

- Retreinamento- Atitude pró-ativa frente aos riscos de acidente (não fazer tarefa se existir risco de acidente)

Não examinar o cabo da extensão

antes de iniciar o trabalho

- Negligência do colega com seu equipamento de trabalho- Desconhecimento dos riscos da fiação exposta

- Retreinamento

Improvisar caixas como escada - Excesso de autoconfiança - Retreinamento- Atitude pró-ativa frente aos riscos de acidente (não fazer tarefa se existir risco de acidente)

GRUPOS DE RISCOS

CARACTERIZAÇÃO , CONSEQÜÊNCIAS, MEDIDAS DE CONTROLE COLETIVAS E

INDIVIDUAIS POR AGENTES

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GRUPO DE RISCO: FÍSICO

AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Ruídos O ruído é caracterizado pela sua freqüência, intensidade.Seus efeitos dependem do NPS e tempo de exposição.

(Vide NR 15- Anexo 1 e 2.)

1.Surdez temporária ou permanente2.Irritabilidade, fadiga,Alteração do sistema cardiovascular.3.Nervosismo, fadiga mental, frustração, prejuízo no desempenho do trabalho(faltas)

1.Na fonte: diminuição das forças dinâmicas e velocidade, balanceamento, novas máquinas2.Enclausuramento da máquina geradora de ruído (controle na trajetória) por materiais absorventes ou refletivos de som.3.Trajetória: Barreiras para a propagação do ruído

-Protetor auricular-Rodízio de pessoas-Redução da jornada

Vibrações

(Vide NR 15- Anexo 8)

Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, podendo ser nocivas ao trabalhador.A sensibilidade do corpo humano varia em função da freqüência e aceleração:-tórax-abdômen: 3 a 6 Hz,-globo ocular: 60 a 90 Hz,-mandíbula e lábios: 200 a 300 Hz.

Enjôo ou náuseas (01 a 1 Hz e aceleração de 5 a 100 m/s2); Afundamento do tórax – constrição do peito e tosse (< 16 Hz e 140 dB); Artrose do cotovelo, necrose dos ossos dos dedos, problemas nervosos, alteração do tato (equipamento manual vibrante)

-Amortecedores

-Isolamento (através de amortecedores, fixação

não rígida)

Revezamento dos expostos.

Radiações Ionizantes

(Vide NR 15- Anexo 5)

Radiações de interesse: gama, raios X, beta, alfa e nêutron

Natural: minerais radiativos – U-238; K-40; tório-232; C-14; etc.Artificial: Iodo-131; Estrôncio-90; Au-198; Co-60

Radiações são formas de energia transmitidas pelo espaço como ondas eletromagnéticas. Efeitos principais sobre o organismo: ionização e excitação.

Ionização: radiação atinge o átomo subdividindo-o em 2 partes carregadas eletricamente (par iônico).

Operadores de RX e de Radioterapia estão expostos à radiação ionizante.Radiação beta: percorre curto trajeto no ar

Fontes pontuais de raios X, gama e nêutrons: a intensidade da radiação varia inversamente com a distância. I1 = (R2)2 I2 = (R1)2

1.Efeitos dependem da dose da radiação 2.Somáticos: 2.1.crônicos – catarata, anemia, leucemia, câncer de tireóide ou de pele2.2. agudos – dor de cabeça, náuseas, vômitos, queda de cabelo, perda de apetite, fadiga, infecção na garganta, diarréia .

3.Genéticos: mutação nos genes: aniridia (ausência de íris do olho), surdo-mudez, cataratas

Radiação externa:1.Blindagem: uso de barreiras adequadas, constituídas de materiais que tenham a capacidade de absorver as radiações ionizantes. Ex. chumbo ou concreto (espessura determinada em função do tipo e energia da radiação incidente).2.Distância: afastar expostos da fonte (beta)3.Limitação do tempo de exposição:Radiação interna:1.Cabines especiais: em trabalhos de laboratório onde há desprendimento de gases ou outros compostos radioativos – ventilação adequada evita que a radiação espalhe pelo ambiente, atingindo o trabalhador. Podem ser usadas cabines hermeticamente fechadas (materiais altamente perigosos à saúde). A manipulação é feita com luvas especiais acopladas à cabine. O trabalho é mais lento.

Enclausuramento da fonte de radiação: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raios-X

1.Vestimenta especial que impede o contato do organismo com material radiativo.

2.Máscaras para proteção respiratória contra fontes radiativas dispersas no ar.

3.Limitação do tempo de exposição (caso de radiações de elevada intensidade – um menor tempo de exposição para a dose não ultrapassar o LT).

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Radiação não ionizante

Excitação: radiação atinge o átomo excitando-o, aumentando sua energia interna (não tem energia suficiente para ionizá-lo).A radiação pode ser transmitida através do vácuo(radiação solar). 1.Microondas: 1 mm < < 1 m (Vide NR 15- Anexo 7)

2.Radiação infravermelha: 1 m < < 1 mm ; emitida por corpos cuja superfície encontra-se à temperatura maior que a do ambiente ao redor deles. Também chamado de calor radiante. Fontes: solar; fornos metalúrgicos, siderúrgicos e na ind. vidro, solda oxiacetilênica. (Vide NR 15- Anexo 3)

3. Radiação ultravioleta: 10 nm < < 400 nm ; 3.1. 250 nm < < 350 nm (faixa eritemática e germicida)- fontes: solda elétrica, metais em fusão, maçaricos, lâmpadas germicidas. (Vide NR 15- Anexo 7)

4.Raios laser: emissão de apenas um comprimento de onda 9radiação altamente concentrada. (Vide NR 15- Anexo 7)

Freqüência: é o nº de vezes que um ciclo se repete.1 cps = 1 Hzcomprimento de onda ( ): é a distância percorrida pela onda durante um ciclo.

(*) Intensidade de corrente elétrica - Sombra Nº 5 – 75 9 75 - 200 10 - 11 200 – 400 12 - 13 > 400 14

1.Efeito térmico nos órgãos internos (menor a freqüência, maior o risco – maior a potência e tempo de exposição, maior possibilidade de órgãos expostos ficarem doentes).

2.Queimaduras na pele ( < 1,5 m), cataratas e lesões na retina(casos extremos)

3.1. Conjuntivite (após horas de exposição) e câncer de pele (exposição repetida durante muitos anos de exposição – equivalente à irradiação solar).

4. Olhos e pele

1.Vedação do equipamento e parada da fonte em caso de abertura do aparelho.

2. Isolamento da fonte de radiação (biombo p/ proteção da operação de solda)

Sinalização da área/fonte radioativa.

3.1. Barreiras de chapas metálicas, cortinas opacas, ou materiais transparentes ou semi-transparentes à luz, que eliminam frações importantes da radiação.

1.Óculos específicos e roupas protetoras para microondas em caso de emergência.

2. Óculos de segurança e vestimenta contra o calor radiante(luva, avental e perneira de raspa).

3.1. Protetores oculares e faciais, mãos, braços e tórax em materiais que refletem ou absorvem o U.V. para evitar doença de pele: luva, avental e perneira de raspa; óculos com sombra 2 por baixo da máscara de solda para evitar exposição aos outros soldadores(*).

4. Óculos de segurança de densidade ótica (D.O.) indicada para a energia envolvida.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Temperatura Extrema - Frio

Em atividades ao ar livre em regiões de clima frio. Em atividades em câmaras frigoríficas de conservação, como pescados, alimentos congelados. Perde-se a destreza manual.

(Vide NR 15- Anexo 9)

Queimaduras pelo frio (geladuras), gripes, inflamações das amídalas e da laringe, resfriados, algumas alergias, congelamento das mãos e pés, problemas circulatórios.

1.Isolamento das fontes de

frio.

Vestimentas contra o frio: jaquetas e calças térmicas, meias e luvas.

Temperatura Extrema - Calor

Presentes em atividades profissionais ligadas à indústria siderúrgica, indústria de vidro, têxtil e outros ramos que liberam grandes quantidades de energia térmica. Presente também em atividades ao ar livre (construção civil e trabalho no campo).Mecanismos de trocas térmicasCondução: quando dois corpos em temperaturas diferentes são colocados em contato, haverá um fluxo de calor do corpo com temperatura maior para o de temperatura menor. Fluxo nulo quando temperaturas tornam-se iguais.Condução-convecção: a troca térmica se processa como no caso anterior, no entanto, neste caso, pelo menos um dos corpos é um fluido. Neste caso a transmissão do calor provocará a movimentação do fluido. (diferença de temp. vide fig. Pág.34 – Riscos Físicos – Fundacentro)Radiação: quando dois corpos encontram-se com temperaturas diferentes, haverá uma transferência de calor, por emissão de radiação infravermelha, do corpo com temperatura maior para ao corpo de temperatura menor. O calor transmitido através deste mecanismo é denominado de calor radiante.Evaporação: Um líquido que envolve um sólido, em uma determinada temperatura, transforma-se em vapor, passando para o meio ambiente. É função da quantidade de vapor já existente no meio e da velocidade do ar na superfície do sólido. Neste caso o líquido retira calor do sólido para passar a vapor. Conclui-se que o sólido perdeu calor ao meio ambiente pelo mecanismo da evaporação. (Vide NR 15- Anexo 3)

Vasodilatação periférica;

Sudorese;

Doenças do calor:1. exaustão do calor, 2. desidratação, 3. Câimbras de calor, 4. Choque térmico (mudança brusca de temperatura em ambientes diferentes)

1.Insuflação de ar fresco no local de trabalho – altera a temperatura e velocidade do ar.

2.Ventilação local exaustora com a função de retirar umidade relativa, calor e gases dos ambientes.

3.Utilização de barreiras refletoras (alumínio polido, aço inoxidável) ou absorventes (ferro ou aço oxidado) de radiação infravermelha, colocadas entre a fonte e o trabalhador.

4. Isolamento das fontes de calor (p. ex. tubulações).

1. Aclimatização (é total em aproximadamente 2 semanas)

2. Ingestão de água e sal (perdido pela sudorese).

3. Limitação do tempo de exposição – alternância com local de repouso térmico.

4. Óculos com lentes especiais (reter 95% da radiação infravermelho incidente) p/ fontes de calor radiante.Luvas, mangotes, aventais e capuzes de amianto(isolante térmico) revestido por tecido aluminizado (refletir calor radiante).

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Pressões Anormais Pressão normal é a atmosférica.Patm = 101,3 Kpa (ao nível do mar)1 Atm = 760 mm Hg a 0º C1 Pa = 1 N / m2

Baixas pressões: atividades realizadas onde a pressão ambiente está abaixo da atmosférica. Ex.: tarefas em grandes altitudes. Pilotos em aviões não pressurizados esporadicamente expostos.

Altas pressões: atividades realizadas onde a pressão ambiente está acima da atmosférica. Ex.: tarefas realizadas em tubulão de ar comprimido, máquinas de perfuração (“shield”), caixões pneumáticos, campânulas; trabalhos realizados por mergulhadores.

Tubulão de ar comprimido: em escavações abaixo do lençol freático. A pressão acima do normal é para evitar infiltração de água e instabilidade da escavação.

Caixão pneumático: compartimentos estanques para realizar trabalhos submersos: fundo dos mares, rios e represas. Usado na construção de pontes e barragens.

(Vide NR 15 - Anexo 6)

Devido à compressão:1.Rompimento do tímpano devido ao aumento brusco da pressão.2.Irritação nos pulmões : a 5 atm, o oxigênio, em sua concentração normal no ar. 3.A 15 atm, o ar pode ser tolerado por apenas 3 horas.4.Efeito narcótico no nitrogênio: a + de 4 atm. 5.Perda de consciência: a + de 10 atm.

Devido à descompressão:1.Ruptura dos alvéolos pulmonares se a expansão brusca do ar nos pulmões.2.Dores nas juntas, pruridos, suores frios, palidez, equimoses, ruptura do tímpano e dores nos ouvidos.

As contidas na NR 15 – Anexo 6.

As contidas na NR 15 – Anexo 6.

Umidade Atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

(Vide NR 15- Anexo 10)

Gripes, inflamações das amídalas e da laringe, resfriados.

1.Colocação de estrados de madeira

2.Ralos para escoamento.

Botas, avental e luvas de borracha para empregados em galvanoplastia, cozinha, limpeza, etc.

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GRUPO DE RISCO: QUÍMICO

AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Substâncias, compostos ou produtos químicos em geral

Vide NR 15 – Anexos 11 e 13

1.Agentes químicos que podem poluir o local de trabalho e entrar em contato com o organismo dos trabalhadores. Podem ter ação localizada ou distribuídos em diversos órgãos e tecidos.

2.Vias de ingresso no organismo:a-Inalação: principal via de ingresso e disseminação no organismo –a superfície dos alvéolos pulmonares no adulto é de 80 a 90 m2- , o que facilita a absorção de gases e vapores, que podem passar ao sangue e distribuir-se por todo o organismo.b-Absorção cutânea: quando uma substância de uso industrial entra em contato com a pele, podem acontecer as seguintes situações:a-A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora efetiva. (Nada ocorre)b-O agente pode agir na superfície da pele, provocando uma irritação primária.c-A substância química pode combinar com as proteínas da pele e provocar uma sensibilização.d-O agente pode penetrar através dela, atingir o sangue e atuar como um tóxico generalizado. Ex. ácido cianídrico, mercúrio, chumbo tetraetila, alguns defensivos agrícolas.c-Ingestão: via secundária de ingresso, pois somente ocorre acidentalmente (ninguém ingere deliberadamente – só se estiver comendo em local contaminado).

Para avaliar o potencial tóxico das substâncias químicas, alguns fatores devem ser considerados:-Concentração: > concentração, + rápido efeitos-Índice respiratório: representa a quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada (é função da atividade).-Sensibilidade individual: resistência varia de indivíduo p/ indivíduo.-Toxicidade: é o potencial tóxico da substância no organismo.-Tempo de exposição: é o tempo que o organismo fica exposto ao contaminante.

Em função das características de cada substância, mas basicamente as mesmas descritas abaixo.

1. Substituição do produto químico utilizado por outro menos tóxico ou não tóxico.2.Mudança ou alteração do processo ou operação.3.Enclausuramento do processo.4.Segregação da operação ou processo (levar para fora).5. Ventilação Geral diluidora6.Ventilação e exaustão do local.(captura do contaminante no local de origem) associado a ciclones, câmaras de sedimentação, filtro de mangas, precipitadores eletrostáticos, processos úmidos, lavadores de gases.7.Armazenamento adequado.8.Fazer refeições em refeitório (não no local de trabalho)

Máscara de proteção respiratória, luvas de borracha, neoprene, aventais e botas.

Limitação da exposição.

Controle médico.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Vapores e Gases

Vide NR 15 – Anexos 11 e 13

Vapor: é a fase gasosa de uma substância, que a 25º C e 760 mm Hg é líquida ou sólida. Ex. vapores de água, vapores de gasolina, vapores de naftalina, mercúrio.

Gás: é a denominação dada às substâncias que, em condições normais de pressão e temperatura (25º C e 760 mm Hg), estão no estado gasoso. Ex. hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, butano, GLP.

Classificam-se, segundo a ação sobre o homem:1.Irritantes: -Primários: ação sobre as vias respiratórias superiores: sobre os brônquios; sobre os pulmões; irritantes atípicos. -Secundários:além de irritantes, têm ação tóxica generalizada sobre o organismo. Ex. gás sulfídrico

2.Anestésicos: maioria dos solventes orgânicos; ação depressiva sobre o sistema nervoso central. De acordo com a ação sobre o organismo:a.Anestésicos primários: substâncias que não produzem outro efeito além da anestesia, mesmo em exposições repetidas a baixas concentrações. Ex. hidrocarbonetos alifáticos (butano, propano, eteno), ésteres, aldeídos, cetonas.b.Anestésicos de efeitos sobre as vísceras: Ex. hidrocarbonetos clorados (tetracloreto de carbono, tricloroetileno, percloroetileno).c.Anestésicos de ação sobre o sistema formador do sangue: substâncias que se acumulam preferencialmente nos tecidos graxos, medula óssea e sistema nervoso. Ex. hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno, xileno)d.Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso: Ex. Álcoois (metílico e etílico, ésteres de ácidos orgânicos, dissulfeto de carbono)e.Anestésicos de ação sobre o sangue e o sistema circulatório: Ex. Nitrocompostos orgânicos (nitrotolueno, nitrito de etila, nitrobenzeno, anilina, toluidina).

3.Asfixiantes: chama-se de asfixia o bloqueio dos processos vitais tissulares, causado por falta de oxigênio.Os gases podem ser subdivididos em:a.Asfixiantes simples: substâncias que tem a propriedade de deslocar o oxigênio do ambiente (alta concentração). O ar deve ter no mínimo 18% de O2 para que a vida humana seja mantida sem risco algum. Ex. hidrogênio, nitrogênio, hélio (fisiologicamente inertes); metano, etano, acetileno (também anestésicos simples, de ação narcótica muito fraca); CO2 (devido a outros efeitos, possui LT)b.Asfixiantes químicos: substâncias que, ao ingressarem no organismo, interferem na perfeita oxigenação dos tecidos. Não alteram a concentração do oxigênio no ambiente. O asfixiante não permite que o oxigênio seja adequadamente aproveitado pelo organismo. Ex. CO, anilina e ácido cianídrico.

1. Inflamação na pele, na conjuntiva ocular e nas vias respiratórias. Gases e vapores altamente solúveis em água atacam o nariz e a garganta, enquanto que os de baixa solubilidade os alvéolos pulmonares.

2.b.Dano ao fígado e aos rins2.c.Anemia irreversível e leucemia (benzeno)Hipertrofia do fígado e anemia discreta (tolueno e xileno).2.d.Perturbação da visão e conjuntivites; inconsciência, dificuldade de respiração, depressão cardíaca, coma e morte (dependendo da concentração)

2.e.Alteração na hemoglobina do sangue.

Idem às acima descritas.

No caso de asfixiantes simples, avaliar a concentração de O2 para tomar ações preventivas.

Limitação da exposição.

2.d.Óculos de segurança; Quando a concentração for superior ao LT, usar respiradores com filtros químicos.

Controle médico.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Aero- dispersóides (poeiras, fumos, névoas, neblinas)

Vide NR 15 – Anexos 12 e 13.

1.Poeiras: são partículas sólidas, produzidas por ruptura mecânica de sólidos. Geradas nos processos de moagem, perfuração, explosão, transporte e minérios; limpeza abrasiva (jateamento de areia); corte e polimento de mármore e granitos. Diâmetro da partícula < 100μ (mícron: que é a milésima parte de 1 mm). Partículas < 0,5 μ são reexaladas ao exterior. Maior problema é a sílica livre cristalizada. Pós orgânicos: Processos envolvendo atividades com vegetais: (Vide NR 15 - Anexo 12).

2.Fumos: são partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de vapores de substâncias que são sólidas a temperatura normal. Processos de combustão de madeira ou fusão de metais: chumbo, mercúrio, arsênio, cromo, manganês e seus compostos (mais importantes), antimônio, estanho, cobre, níquel, zinco, cádmio, selênio, ferro e seus compostos (menor importância).

3.Névoas: são partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquidos.

4.Neblinas: são partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são líquidas a temperatura normal.

1. Silicose (sílica); asbestose (asbesto); pneumoconiose(minerais contendo sílica livre cristalizada ou silicatos, carvão mineral); doenças broncopulmonares crônicas: bissinose (algodão, agave (sisal), bagaçose (bagaço de cana); alergias, asmas ou dermatoses (semente de rícino, de amido e de tabaco).2.Saturnismo ou plumbismo (fumos de chumbo); distúrbios do sistema nervoso central (mercúrio);desarranjo intestinal (zinco)

-Ventilação e exaustão do local.(captura do contaminante no local de origem) associado a ciclones, câmaras de sedimentação, filtro de mangas, precipitadores eletrostáticos, processos úmidos, lavadores de gases.-Ventilação Geral diluidora-Enclausuramento do processo-Limpeza do local-Fazer refeições em refeitório (não no local de trabalho)

-Limitação da exposição.

-Óculos de segurança; Quando a concentração for superior ao LT, usar respiradores para poeira ou com filtros químicos

-Controle médico.

GRUPO DE RISCO: BIOLÓGICO

AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos

Os agentes biológicos podem ser encontrados na indústria da alimentação, em hospitais, laboratórios, na limpeza pública (coleta de lixo), em estações de tratamento de esgoto, estábulos, etc. As vias de entrada dos agentes são:1-Cutânea: contato pela pele2-Digestiva: na ingestão de alimentos3-Respiratória: ao inalar o ar contaminado (Vide NR 15 – Anexos 14)

-Infecção por tétano em ferimentos e machucados (esmagamento) em atividades com carne e aves .-Hepatite, tuberculose, micoses da pele que podem ser levados por outros funcionários ao ambiente de trabalho.-Diarréias causadas por falta de asseio e higiene em ambientes destinados à alimentação.1-leptospirose: pelo contato com águas contaminadas com urina de rato.3-Pneumonia

-Saneamento básico-Anti-ratização.-Higiene rigorosa nos locais de trabalho-Hábitos de higiene pessoal-Vacinação-Ventilação / exaustão adequada-Treinamento

-Uso de EPI: máscara cirúrgica; luvas de látex ou cirúrgica, avental e botas de borracha ou látex; - Controle médico permanente-Roupas adequadas

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GRUPO DE RISCO: ERGONÔMICOS

AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Esforço físico intenso -O esforço físico realizado pelo trabalhador é incompatível com sua capacidade de força e comprometa a sua saúde ou sua segurança. (17.2.6)

(Vide NR 17 – Ergonomia)

-Leões na coluna, lombalgia, hérnia,

-Rever o processo produtivo-O esforço deve ser compatível com a capacidade de força do trabalhador.-Trabalhos em dupla-Usar equipamentos ou ferramentas que diminuam o esforço físico.-Treinamento

- Controle médico e das queixas

Levantamento e transporte manual de peso

-Transporte manual de sacas em distâncias acima de 60 m (11.2.2)-O peso para levantamento manual de carga é superior a 23 kg.

(Vide NR11 – Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais)

-Leões na coluna, lombalgia, hérnia,

-Rever o processo produtivo-Usar o critério do NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) para levantamento de cargas para determinar o peso máximo.-Usar equipamentos ou ferramentas que diminuam o esforço físico.- Treinamento

- Controle médico e das queixas

Exigência de postura inadequada

-O posto de trabalho foi feito exclusivamente em função do processo. O fator humano não foi contemplado no projeto.-Mobiliário inadequado.

-Lombalgias, lesão na coluna

-O posto de trabalho deve ser feito em função de fatores psico-fisiológicos.-Disponibilizar mobiliário ergonômico- Treinamento

-Corrigir postura do trabalho- Controle médico e das queixas

Controle rígido de produtividade

-O desempenho ou a produção é controlada individualmente e nível de exigência é severo.

-Stresse -Rever o processo produtivo-Não realizar controle rígido de produtividade.

- Controle médico e das queixas

Imposição de ritmos excessivos

Ritmo de trabalho muito intenso -Fadiga -Rever o processo produtivo-Alteração no ritmo de trabalho

- Controle médico e das queixas

Trabalho em turno e noturno

-O trabalho em turno de revezamento ou noturno vai contra o ritmo biológico: horários de sono principalmente.

-Insônia, perturbação do sono-Estresse

-Rever o processo produtivo - Controle médico e das queixas

Jornadas de trabalho prolongadas

-Necessidade freqüente de realização de horas extras ou jornadas prolongadas, causando sono, desconcentração, cansaço, maior probabilidade de ocorrência de acidentes.

-Sono, fadiga, estresse -Rever o processo produtivo-Planejamento adequado das atividades de forma a não ser necessário a realização de HE.

- Controle médico e das queixas

Monotonia e repetitividade Trabalhos muito parados, sem mobilidade, repetitivos (ciclos < 30 s e que corresponde a + de 50% da jornada).

-Sono, desconcentração, fadiga, estresse, DORT

Rever o processo - Controle médico e das queixas

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GRUPO DE RISCO: DE ACIDENTEAGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE

COLETIVA INDIVIDUALArranjo físico inadequado

Layout inadequado impossibilitando a circulação segura das pessoas. Partes baixas constituindo-se em obstáculos a passagem e possibilidade de se bater com a cabeça. Piso com aberturas desprotegidas ou não sinalizadas (saliências, depressões). Piso escorregadio (8.3).Falta de proteção contra intempéries (8.4)Partes móveis de máquinas com menos de 0,70 m de faixa livre (12.1.3). Distância entre máquinas e equipamentos menor do que 0,60 m (12.1.4).

(Vide NR 8 – Edificações e NR 12 – Máquinas e Equipamentos)

Lesões na cabeça (contusão, corte, ferida contusa, hematomas) mãos, braços, joelhos e pés (torção, luxação), pernas.

-Projeto considerando todas as normas de segurança.-Almofadas de proteção-Sinalização de partes baixas e salientes no piso.

Capacete

Máquinas e equipamentos sem proteção

Máquinas e equipamentos sem proteção de partes móveis, dispositivos de segurança; válvulas de segurança, micro-switch, fim de curso, travas de segurança,dispositivos de parada de emergência (12.2 e 12.3), freios, dispositivos de controle de poluição.

(Vide NR 12 – Máquinas e Equipamentos)

Lesões do tipo amputação, contusão, esmagamento, luxação, fratura, corte, ferida contusa.

-Proteções de partes móveis (polias, engrenagens, correntes, eixos, excêntricos, etc).-Micro-switch-Válvulas de segurança testadas periodicamente-Acionadores de parada de emergência-Tapetes de segurança-Cortina de proteção

Ferramentas inadequadas ou defeituosas

Chaves de boca e de fenda rombudas, tortas, desgastadas; cunhas encabeçadas (rombudas). Ferramentas com cabos rachados (martelo, enxada, picareta, etc.); ferramentas de uso em eletricidade sem proteção isolante ou apresentando rompimento.

Leões do tipo corte, ferida contusa, esmagamento, fratura.

-Ferramentas em boas condições-Substituição de ferramentas defeituosas-Check-list de ferramentas

-Luvas de raspa ou vaqueta-Óculo de segurança

Iluminação inadequada

Nível de iluminância abaixo dos valores estabelecidos pela NBR 5413.

(Vide NR 17 – Ergonomia)

-Fadiga visual.-Quedas, batidas em função da pouca visibilidade.

Adequação aos níveis especificados pela NBR 5413.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLECOLETIVA INDIVIDUAL

Eletricidade Instalações elétricas desprotegidas. Falta de aterramento de motores, máquinas e equipamentos.Falta de sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Acúmulo de eletricidade estática.

(Vide NR 10 – Instalações e serviços em eletricidade)

-Parada cardio-respiratória-Queimaduras-Fibrilação-Morte

-Relés de fuga-Sistema de aterramento contra eletricidade estática, curtos circuitos, descargas atmosféricas.-Testador de presença de tensão-Cabos para realização de aterramento-Duplo isolamento-Hastes e varas de manobra

-Calçado de segurança para eletricista-Luvas de proteção para trabalhos em eletricidade

Probabilidade de incêndio ou explosão

Ambientes como depósitos de materiais combustíveis e inflamáveis com atmosfera dentro da faixa de explosividade.

-Perda de patrimônio. -Morte, queimadura, fratura

-Depósitos organizados e limpos;-Ventilação adequada;-Sistema de iluminação e equipamentos a prova de explosão-Sistemas de combate a incêndio fixas (hidrantes, sprinklers) e móveis (extintores).-Sinalização de áreas de risco;-Proibição de condução/geração de faísca, chama, fonte de calor.

Armazenamento inadequado

Empilhamento inadequado, acima do limite de altura (mais de 30 fiadas de saco, quando o processo é mecanizado; ou mais de 20 fiadas de sacos, quando o processo de empilhamento é manual) (11.2.5 e 11.2.6) ou com número de embalagens empilhadas acima do recomendado pelo fabricante.O empilhamento interfere na iluminação(11.3.4).Afastamento de menos de 50 cm entre o material empilhado e as estruturas laterais do prédio, ou obstruindo o acesso a equipamentos de combate a incêndio (11.3.2 e 11.3.3).

(vide NR 11- Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais)

-Morte, fratura, contusão, esmagamento

-Armazenamento dentro das normas de segurança, conforme previsto na NR 11.-Empilhamento de embalagens segundo a especificação do fabricante.

Animais peçonhentos (venenosos)

Áreas rurais ou próximas de vegetação, mata, ou em materiais advindos de áreas rurais possibilitam a ocorrência de cobras, aranhas, escorpiões, taturanas.

Empeçonhamento -Ambientes roçados e limpos;-Colocação de telas de proteção ou outra forma de vedação de aberturas.

-Luvas de raspa ou vaqueta; perneiras; botas de segurança

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MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAISÁREA/SETOR: Caldeiras N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO RISCO: 10 (safra) 2 (entre safra)CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO: Fulano de Tal     GRUPO I: RISCOS FÍSICOS (sinalizar no mapa com círculo verde) DATA 31/07/04

  FOLHA 1

RISCO FONTE GERADORANº no MAPA PROTEÇÃO INDIVIDUAL/COLETIVA RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES

Ruído Compressores, 1 EPIs Uso obrigatório de protetor auricular  exaustores e     Diálogo prevencionista.  insufladores          Vibrações                       Radiações Ionizantes                       Radiações não Ionizantes Caldeira e Soldas 4 EPI'S Usar os EPIs específicos para         cada função.               Pressões Anormais                       Temperaturas extremas Fornalhas das caldeiras. 6 EPIs Usar os EPIs específicos para cada função        Atenção ao descer no porão das caldeiras.         Treinamento específico e diálogo.Umidade                       Outros                       

MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAISÁREA/SETOR:Caldeiras N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO RISCO: 10

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CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO: Fulano de Tal e Cicrano de Talio

GRUPO II: RISCOS QUÍMICOS (sinalizar no mapa com círculo vermelho) DATA 31/07/04

FOLHA 1 / 1RISCO FONTE GERADORA N° no MAPA PROTEÇÃO INDIVIDUAL/COLETIVA RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES

Poeiras Lenha, carregamento do 10 EPIs Uso de máscara para poeiras.    pó e cinza da fornalha.                     Fumos                       Névoas                       Vapores                       Gases Monóxido de carbono 14   Manter a caldeira em perfeito estado de         funcionamento, evitando vazamento de CO        para o ambiente interno. Ventilar em caso de        situação anormal ou de emergência.Produtos químicos em Produtos para tratamento 15 EPIs específicos Máscara c/ filtro, avental, luvas nitrílicas,    Geral da água da caldeira.     calçado de segurança, treinamento e        diálogo prevencionista.Neblina                       Outros                                  

MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAISÁREA/SETOR: Caldeiras N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO RISCO: 10

CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO: Fulano de Tal e Cicrano de Talio    DATA: 31/07/2004GRUPO III: RISCOS BIOLÓGICOS (sinalizar no mapa com círculo marrom) FOLHA : 1 / 1

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   RISCO N° no MAPA LOCAL RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES

Vírus 16 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Bactérias 17 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Protozoários 18 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Fungos 19 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Bacilos 20 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Parasitas 21 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-      ção quanto ao uso correto. Quem limpa       usar EPIs adequados.Outros                    

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Page 30: Apostila Segurança Do Trabalho 01 Prof Flavio Becker

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

1. Conceitos:

EPC é todo equipamento que é usado para a proteção de mais de uma pessoa contra um determinado risco

ou uma combinação de riscos.

Equipamento de Proteção Individual - EPI , segundo a NR 6, em seu item 6.1, é todo dispositivo ou produto, de

uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança

e a saúde no trabalho.

No item 6.1.1 o legislador complementa, dizendo que : Entende-se como Equipamento Conjugado de

Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra

um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e

a saúde no trabalho

2. Quando usar EPC

De acordo com o conceito prevencionista a prioridade deve ser dada sempre para proteção coletiva (vide NR

9 – PPRA)

9.3.5.2 - O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer a seguinte hierarquia: a) medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.

9.3.5.3 - A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.

CUSTO DOS ACIDENTES DO TRABALHO

CUSTO SEGURADO é o total das despesas cobertas pelo seguro de acidente do trabalho (NBR 14280 de fev/2001) (é de responsabilidade do INSS). CUSTO NÃO SEGURADO é o total das despesas não cobertas pelo seguro de acidente do trabalho (exclusivas da empresa).

CUSTO PARA A EMPRESA

CUSTO DIRETO (CD)É o gasto que a empresa tem dependendo do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), que possui alíquota variável em função do grau de risco de acidente do trabalho considerado leve, médio ou grave, conforme tabela constante do anexo V do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999:

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a) Empresa cuja atividade preponderante é de risco leve – 1% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas

b) Empresa cuja atividade preponderante é de risco médio – 2% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas

c) Empresa cuja atividade preponderante é de risco grave – 3% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas

Esta taxação visa cobrir os seguintes despesas para a seguradora (INSS):a) Despesas – médicas, hospitalares e farmacêuticas necessárias na recuperação do

acidentadob) Pagamento de diárias e indenizações – enquanto afastado do serviço por motivos de

acidente do trabalho, o acidentado receberá diárias paga pelo INPS, a partir do dia imediato ao do acidente. O acidentado com lesão permanente fará jus ao pagamento da indenização, que será calculado em função da natureza e extensão da lesão, da idade e profissão do acidentado. O valor do auxílio doença acidentário corresponde a 91% do salário de benefício.

c) Transporte do acidentado – do local de trabalho ao local de atendimento, ou de sua residência a este último(ida e volta) durante tratamento.

CUSTO INDIRETOElementos componentes do custo indireto (ou não segurado) do acidente de trabalho:

1. despesas com reparo ou substituição de máquinas, equipamento ou material avariado;2. despesas com serviços assistenciais não segurados(despesas no ambulatório da própria

empresa, com remoção da vítima);3. pagamento de horas extras em decorrência do acidente (atrasos da produção, serviços

urgentes);4. despesas jurídicas;5. salário do dia do acidente e complementação salarial ao empregado acidentado (benefício

ou acordo sindical);6. prejuízo decorrente da queda de produção pela interrupção do funcionamento da máquina

ou da operação de que estava incumbido o acidentado, ou da impressão que o acidentado causa aos companheiros de trabalho;

7. desperdício de material ou produção fora de especificação em virtude da emoção causada pelo acidente;

8. redução da produção pela baixa do rendimento do acidentado, durante certo tempo, após regresso ao trabalho;

9. horas de trabalho despendidas pelos empregados que suspendem seu trabalho normal para ajudar o acidentado;

10. horas de trabalho despendidas (não produtivas) pelos supervisores e por outras pessoas:a. na ajuda do acidentado;b. na investigação da causa do acidente;c. em providências para que o trabalho do acidentado continue a ser executado;d. na seleção e treinamento de novo empregado;e. na assistência jurídica;f. na assistência médica para os socorros de urgência;g. no transporte do acidentado.

ESCLARECIMENTOS SOBRE OS CUSTOS COM ACIDENTE PARA O INSS.

Ocorrido um acidente de trabalho, suas conseqüências podem ser categorizadas em:

Simples assistência médica - o segurado recebe atendimento médico e retorna imediatamente às suas atividades profissionais;

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Incapacidade temporária - o segurado fica afastado do trabalho por um período, até que esteja apto para retomar sua atividade profissional. Para a Previdência Social é importante particionar esse período em inferior a 15 dias e superior a 15 dias, uma vez que, no segundo caso, é gerado um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente do trabalho;

Incapacidade permanente - o segurado fica incapacitado de exercer a atividade profissional que exercia à época do acidente. Essa incapacidade permanente pode ser total ou parcial. No primeiro caso o segurado fica impossibilitado de exercer qualquer tipo de trabalho e passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso o segurado recebe uma indenização pela incapacidade sofrida (auxílio-acidente), mas é considerado apto para o desenvolvimento de outra atividade profissional.

Óbito - o segurado falece em função do acidente de trabalho.

Lei nº 8213, de 24/07/91

SUBSEÇÃO XIDo Auxílio-Acidente

Art. 86 - O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.

§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

SUBSEÇÃO VDo Auxílio-Doença

Art. 59 - O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Parágrafo único - Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Art. 60 - O auxílio-doença será devido ao segurado empregado e empresário a contar do 16º (décimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.

§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento.

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§ 2º REVOGADO.

§ 3º Durante os primeiros 15 (quinze) dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral ou, ao segurado empresário, a sua remuneração.

§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes ao período referido no § 3º, somente devendo encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.

Art. 61 - O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art.33 desta Lei.

Art. 33 - A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir os salários-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição, ressalvado o disposto no art.45 desta Lei.

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

a. ConceitoVentilar consiste em trocar o ar de um recinto fechado, podendo ser por meios naturais ou mecânicos.Ventilação industrial consiste na substituição do ar local ou ambiente de trabalho feita normalmente por meios mecânicos, visando controlar a temperatura, a distribuição do ar, a umidade e a eliminar agentes poluidores do ambiente, tais como gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, microorganismos e odores.

b. ObjetivosA ventilação industrial tem por objetivo estabelecer e manter ambientes em condições seguras à produção, ao produto e ao trabalhador, conferindo qualidade aos primeiros e bem estar físico aos últimos.

c. ClassificaçãoSegundo a natureza: natural ou mecânico;Segundo o método: exaustão, insuflamento ou processo misto.Segundo o objetivo: para conforto, para controle da poluição, para processos industriais de fabricação e conservação.

2. AR ATMOSFÉRICO E AR POLUÍDO

a. Composição do Ar

Ar externo seco Ar c/ umidade relativa de 50% e temperatura 21º C (recintos com pessoas)

Substâncias % em volume

% em peso % em volume

Nitrogênio, gases raros, hidrogênio 79,00 76,80 78,00Oxigênio 20,97 23,16 20,69CO2 0,03 0,04 0,06Vapor de água 0 0 1,25

b. Poluentes e contaminantesOs contaminantes ou poluentes do ar podem ter origem: Em processos de manufatura (solda, corte, fundição, etc.); Nos tratamentos superficiais (limpeza com solventes, pintura, jateamento, polimento, etc.); No transporte e transferência de materiais particulados (correias transportadoras, enchimento de recipientes, etc).Segundo o estado físico do contaminante ele pode estar disperso no ar na forma de: gases, vapores, particulados (fumos, poeiras, fumaças, névoas, organismos vivos).

c. Valores limites de tolerância- Consultar NR 15 – Anexo 11 – Quadro I (Tabela de Limites de Tolerância)- Consultar TLVs da ACHIH (Limites de Exposição)

d. OdoresPresentes no ar, indicando a presença de substâncias orgânicas voláteis, dão a sensação de ar viciado ao ambiente. O odor das pessoas em um ambiente também necessita de ventilação que reduza ou elimine estes poluentes.

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e. BactériasLançadas ao ar em espirros ou tosse são propagadoras de doenças do trato respiratório. A ventilação de maneira eficaz reduz a poluição bacteriana.

3. REVISÃO DA MECÂNICA DOS FLUIDOS

a. Condição padrão do ar Temperatura: 20º C; Pressão atmosférica: 101,3 kPa (ao nível do mar); Viscosidade cinética: 1,5 x 10 –5 m2 / s; Massa específica: 1,2 kg / m3.

b. Equação da ContinuidadeO fluxo de massa que escoa ao longo de um sistema de dutos e ramais é constante e pode ser expresso por:Q= V x A = m = constante ou Q1 = V1 x A1 = V2 x A2 = Q2 e Q3 = Q1 + Q2

c. Conceito de pressão de um fluidoA pressão de um fluido é o esforço de compressão por unidade de área e é expresso em N / m2, lb / in2 ou psi. No sistema internacional de unidades, a pressão é expressa em Pascal (Pa) e é igual a 1 N / m2 .

d. Tipos de pressão de escoamentoVide 2.5 a seguir.

4. VENTILAÇÃO NATURALA ventilação industrial natural em galpões ou edifícios fabris é a que se obtém pela ação dos agentes naturais: ventos e diferenças de temperatura interna e externa. Os ventos penetrando no interior das instalações podem renovar o ar interior, removendo em parte os poluentes(solução não confiável). Processos industriais de secagem de couro, papel ou sal, podem ser conduzidos por ventilação natural. A diferença de temperatura entre massas de ar interna e externa leva a uma ventilação pela elevação do ar aquecido, de menor densidade, com substituição pelo ar fresco, de maior densidade.O controle destas variáveis é muito difícil e depende de condições favoráveis para ser eficaz. No entanto, em tempo quente e sem ventos a ventilação mecânica se faz necessária.

5. VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA

a. Tipos de VGD Insuflação mecânica e exaustão natural (insuflação) Insuflação natural e exaustão mecânica (exaustão) Insuflação e exaustão mecânica (misto)

b. VENTILAÇÃO POR INSUFLAMENTO (INSUFLAÇÃO)Um ou mais ventiladores sopram ar novo para dentro do recinto. A pressão do ar internamente, Pr, torna-se maior do que a pressão do ar externo, Pe, tornando o ambiente pressurizado. Esta diferença de pressão, (Pr – Pe), é responsável pela saída do ar para a vizinhança pelas aberturas específicas e frestas existentes. Pode-se aproveitar o efeito direcional do jato de ar para obter um alto grau de movimentação do ar junto aos ocupantes do recinto, tendo em vista a diluição de contaminantes no ambiente, diminuição da temperatura e arejamento.

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Outras características do sistema de insuflação: O ar contaminado exaurido, através das aberturas, não deve causar problema para a vizinhança devido as suas características (temperatura, contaminantes); Devido Pr > Pe um eventual ar contaminado do ambiente externo ou vizinhança não irá contaminar o recinto ventilado; A tomada de ar deve ser livre. Através de duto ou plenum, até a parede onde está o ventilador, ou deste, em local afastado externo ao recinto, levando ar através de duto ou plenum até o ambiente a ser ventilado. O ar deste ambiente externo não pode estar contaminado; Nas aberturas para tomada de ar exterior deve-se garantir a impossibilidade de penetração de corpos estranhos e animais, mediante telas, e de água de chuva, construindo-se platibandas, marquises, etc; Quando necessário, prever a instalação de filtros adequados para a tomada de ar externo, escolhidos em função das condicionantes estabelecidas para o ambiente a ser ventilado.

c. VENTILAÇÃO POR EXAUSTÃOUm ou mais ventiladores succionam o ar contaminado para fora do recinto. A pressão do ar internamente, Pr, torna-se menor do que a pressão do ar externo, Pe, tornando o ambiente despressurizado. Esta diferença de pressão, (Pe – Pr), é responsável pela entrada do ar novo da vizinhança pelas aberturas específicas e frestas existentes. Neste tipo de ventilação é difícil controlar a pureza do ar novo, em função do número de aberturas e, principalmente, das frestas existentes. Em contrapartida, permite facilmente o controle da pureza do ar a ser lançado no ambiente externo.Outras características do sistema de insuflação: Normalmente custa menos que a insuflação mecânica; Pode haver necessidade de mais de uma abertura de entrada de ar, o que depende como as mesas de trabalho ou equipamentos se distribuem no recinto; No caso de ventilador exaustor ser do tipo axial, deverá ser localizado na parede oposta à admissão de ar e em nível o mais alto possível em relação ao piso.Quando não for possível, considerar a utilização de redes de dutos; Nas aberturas para tomada de ar exterior deve-se garantir a impossibilidade de penetração de corpos estranhos e animais, mediante telas, e de água de chuva, construindo-se platibandas, marquises, etc; Quando necessário, prever a instalação de filtros adequados para a tomada de ar externo, escolhidos em função das condicionantes estabelecidas para o ambiente a ser ventilado.

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d. SISTEMA MISTOUsando-se os dois sistemas tem o sistema misto, que, dependendo das vazões de insuflamento e exaustão de ar, ter-se-á um ambiente interno sob pressão positiva ou negativa.

A escolha de um sistema ou outro dependerá dos objetivos e situações particulares. Por exemplo, a ventilação de sanitários e cozinhas deve ser mantida sob pressão negativa, evitando que contaminantes e odores se espalhem nos ambientes vizinhos. No caso de ventilação de um recinto que não deva ser contaminado pelo ar da vizinhança, o tipo de ventilação a ser adotado deve ser sob pressão positiva, de modo que a troca seja sempre do ambiente ventilado para a vizinhança. Se por alguma razão é necessário canalizar o ar novo e o de exaustão, o sistema misto é o mais adequado.

Na figura 6.5, tem-se indicações feitas pela ACGIH quanto a localização inadequadas e adequadas de ventiladores, para diversas hipóteses em relação à entrada de ar no recinto. Vê-se que a utilização de uma câmara grande com ampla área de saída para o ar atende a condições mais favoráveis, conquanto seja de maior custo.

Na figura 6.6 percebem-se situações satisfatórias e situações insatisfatórias devido à formação de “regiões mortas”, isto é, de estagnação do ar.

O ar contaminado no recinto poderá ser lançado no exterior livremente, em certos caso, por ventiladores nas paredes ou no teto, e, se necessário, deverá ser “tratado”, isto é, despoluído, antes de descarregado na atmosfera.Chamando-se Qent a vazão de ar que entra insuflado, de Qsaída a vazão de ar exaurido, a pressão no recinto de pr e pext a pressão reinante no exterior, a relação de dependência é a seguinte:Qent > Qsaída pr > pext

Qent = Qsaída pr = pext

Qent < Qsaída pr < pext

Em muitos casos considera-se Qent = 1,5 x Qsaída .

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS DE VGDElemento Insuflamento Exaustão

Pressão ambiente Maior MenorPureza do ar novo Com controle Sem controle

Efeito direcional do ar Existente Não existenteCusto Normalmente maior Normalmente menor

Remoção de contaminantes Menos eficaz Mais eficaz

d. TAXA DE VENTILAÇÃO“Taxa de ventilação” é a vazão de ar que, pela ventilação geral diluidora, é introduzida ou retirada do ambiente, sendo expressa em m3 / min ou pés3

/ min.

Quando, em um ambiente ou recinto de volume V, a ventilação geral diluidora introduz num certo tempo um volume de ar igual ao volume do ambiente, diz-se que ocorre uma troca de ar neste ambiente, de modo que o número de trocas de ar por minuto será dado por:

Nº de trocas de ar por minuto = taxa de ventilação (m 3 / min) volume do recinto (m3)

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SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Direção PreventivaÉ dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas dos outros e das Condições adversas.

Motorista PreventivoAdota 3 atitudes fundamentais•Reconhecer o perigo. (Analise as condições adversas)•Saber o que fazer. (Esteja preparado para agir)•Agir a tempo. (Faça a sua parte)

CONDIÇÕES ADVERSAS

Condições que colocam em risco a nossa segurança e com as quais temos de conviver Diariamente: Luz, tempo, estrada, trânsito, veículo e motorista.

LUZ

A intensidade da luz natural ou artificial pode afetar nossa capacidade de ver e sermos vistos.

Dirigindo Com Segurança A Noite

•Nunca viaje mais depressa do que permite o raio de alcance dos faróis.•Ao receber luz ofuscante em sentido contrário, concentre a visão central no lado direito da pista.

Visão Periférica

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Dirigindo Com Segurança Durante O Dia (Com A Ação Do Sol) Use o quebra-sol e, se possível, óculos escuros.

TEMPO

As condições atmosféricas influenciam bastante a capacidade visual das pessoas.Tornam as estradas escorregadias e exigem maior perícia para você fazer curvas, parar ou

manobrar

.

Dirigindo Com Segurança Na Chuva

•Aumente a distância do veículo da frente.•No início da chuva, a água mistura-se com pó, óleo e combustíveis impregnados no solo, formando uma camada deslizante e exigindo o máximo cuidado.Se a chuva for fraca, a falta de aderência dos pneus se prolonga.•Com chuva forte surge outro perigo: a aquaplanagem ou hidroplanagem.•O carro fica praticamente flutuando sobre a camada de água da pista.•Reduza a velocidade em pista molhada, sem pisar no freio.Geada, Granizo, Neblina: Como Enfrentá-Los

•Reduza a velocidade.•Acenda os faróis e lanternas.•Se possível, pare num local seguro.•Nunca ande com o pisca-alerta em funcionamento.•Cuidado com ventos fortes.

ESTRADA

•Procure conhecer as condições da estrada: curvas, morros, largura da pista, tipo de pavimento, elevações, desníveis.•Observe as sinalizações e os limites de velocidade.

Curvas

•Segure o volante com as duas mãos.•Nunca entre com excesso de velocidade.•Em curvas para a esquerda, fique no centro da sua faixa.•Em curvas para a direita, fique próximo do lado interno da curva.Condições Da Pista

•Trechos alternados de estrada molhada, escorregadia e seca podem resultar no descontrole do veículo. •Em trechos com lama ou areia, prefira uma marcha mais longa e não acelere muito, evitando que as rodas patinem.

TRÂNSITO

Processo coletivo de negociação de espaço, já que motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas movimentam-se e utilizam a mesma via.

Fatores Que Contribuem Para O Aumento No Índice De Acidentes De Trânsito•Horas do Dia ; Dias da Semana; Épocas do Ano; Trechos das Estradas; Tipos de Veículos

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•Manter a distância de seguimento (Na estrada, manter sempre 2 segundos de distância do carro da frente.)•Só ultrapassar com segurança.•Ficar atento às manobras dos outros motoristas.•Vigiar os carros da frente, de trás e dos lados.•Agir antes que a situação de trânsito se torne perigosa.•Respeitar a sinalização e os limites de velocidade.

VEÍCULO

Deve estar em perfeitas condições. O motorista é responsável pelas falhas técnicas que o veículo apresentar por falta de manutenção.

•Inspecionar: direção, freios, calibragem dos pneus, buzina, limpadores de pára-brisa, luzes, amortecedores, into de segurança.•Jamais dirigir com todos os vidros fechados.•Conhecer o veículo e suas características. Cinto De Segurança

•Numa colisão a 20 km/h, o corpo é arremessado para a frente com uma força equivalente a 6 vezes o nosso peso.•O cinto deve ser usado também pelo passageiro do banco de trás.

Encosto De Cabeça

•É tão importante quanto o cinto.•Em caso de colisão, o movimento da cabeça pode causar graves lesões à coluna e até a morte.

MOTORISTA

Fadiga, álcool, stress, preocupações, medo, deficiência visual ou auditiva interferem no seu modo de dirigir.

NUNCA BEBA ANTES DE DIRIGIR, NEM DIRIJA DEPOIS DE BEBER!•A bebida alcoólica dá uma falsa sensação de segurança.•Diminui o controle muscular, o reflexo e a coordenação.•Prejudica a habilidade de avaliar velocidades, distâncias.•Reduz a capacidade de lidar com o inesperado.O organismo elimina o álcool pela transpiração (10%) e pela oxidação (90%). A oxidação ocorre principalmente no fígado, mediante um processo químico que transforma o álcool em acetaldeído (componente tóxico), depois em ácido acético (encontrado no vinagre) e, finalmente, em água e dióxido de carbono. O processo de eliminação se realiza num tempo determinado. A única maneira de eliminar a bebida alcóolica é esperar passar o tempo necessário para a transformação do álcool, pelo fígado, em água e dióxido de carbono.Há interferência direta na visão, no julgamento e na coordenação motora do indivíduo quando este está alcoolizado e conduz um veículo. No campo visual, tende a fixar os obstáculos, quando o correto é que ele mantenha o olhar em movimento, a fim de assegurar uma boa atenção difusa, dificultando portanto, a faculdade de avaliar distâncias. Como a adaptação à luz comum é mais lenta, os riscos de ofuscamento aumentam.

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Maneira de Dirigir

A maneira de conduzir o veículo é também uma das causas de acidentes.

Os motivos para o volante escapar das mãos do motorista são os mais variados. Os mais comuns são:

1. dirigir apenas com uma das mãos; 2. apanhar objetos dentro do veículo em movimento; 3. acender cigarros; 4. espantar insetos com o veículo em movimento; 5. efetuar manobras bruscas com o veiculo; 6. estar o volante escorregadio, devido ao suor do motorista; 7. usar telefonia móvel celular, a não ser que opere o equipamento especial de viva voz.

É importante lembrar que as condições adversas não aparecem isoladas. Mas, mesmo quando houver apenas uma, o motorista deve estar consciente e procurar ajustar o seu modo de dirigir, de maneira a não ser afetado por ela.

Defesas Para Evitar Colisões

Com o veículo da frente Com o veículo de trás

•Fique alerta•Domine a situação•Mantenha distância•Pare mais cedo

•Saiba o que fazer•Sinalize suas intenções•Pare suave e gradativamente•Livre-se dos “colados” na traseira

Nos cruzamentos Em ultrapassagens

•Reduza a marcha•Certifique-se de que o caminho esta livre.•Sinalize suas intenções.

•Ao ser ultrapassado, reduza a marcha e facilite a passagem do veículo.•Ao ultrapassar, certifique-se de que esta manobra será absolutamente segura.

Motociclista

É obrigatório trafegar sempre com o farol aceso. Conhecer bem as regras de circulação de trânsito. Conhecer bem o equipamento que utiliza e fazer, com freqüência, a devida manutenção. Usar os equipamentos de segurança recomendados: capacete, luvas, calçado fechado, calça

em tecido resistente e jaqueta de cores claras. Ver e ser visto. Manter distância de segurança em relação aos outros veículos. Pegar "carona" em outros veículos poderá colocar em risco a sua segurança. Indicar, com sinalização adequada, sua intenção de manobra. Andar em zig-zag é perigoso, tanto para você quanto para os demais condutores de veículos. Ultrapassar um veículo parado observando com atenção a porta do motorista, pois ela poderá

ser aberta repentinamente. Andar, sempre, no meio da faixa ao circular por uma estrada. Conduzir outro passageiro somente se ele também estiver usando os equipamentos de

segurança.

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Fumar e conversar com o carona são as principais distrações ao volante

Do lado de fora, há atrativos que desviam a atenção do motorista, mas o perigo também viaja no interior do carro.

O professor de mestrado Adolfo Sachsida, da Universidade Católica de Brasília (UCB), traçou os três principais causadores de distração dentro dos automóveis, e em quanto eles aumentam o risco de batidas. A pesquisa foi baseada em acidentes em Brasília em 2001.

Engana-se quem pensa que o celular ficou em primeiro. Pela pesquisa, fumar ao volante é o ato que mais aumenta o risco de acidentes, 20%.

— Não há risco apenas na hora de acender o cigarro. Fumar relaxa e deixa a pessoa mais desatenta — diz Sachsida.

Código proíbe se dirigir só com uma mão no volante

Fumar ao volante não é proibido, mas o Código Brasileiro de Trânsito não permite que se dirija com apenas uma das mãos ao volante, as exceções são os casos que o motorista precisar sinalizar, mudar de marcha, ou acionar equipamentos do veículo. Ou seja: ficar com uma mão segurando o cigarro, ou outro objeto, é uma infração média (4 pontos na carteira e multa de R$ 85,13).

Na pesquisa da UCB, conversar dentro do carro aumenta a chance de acidentes em 15%. Se for uma discussão, muito pior, já que o motorista fica ainda mais distraído. Quando crianças estão no carro o risco é maior, principalmente se uma mulher estiver dirigindo. O instinto materno as faz verificar constantemente se o bebê está bem ou tentar resolver as brigas dos pimpolhos. Algumas até direcionam o retrovisor para o banco de trás, para controlar os rebentos.

O celular, que faz dirigir lentamente ou ziguezagueando como um bêbado, aparece em terceiro na pesquisa da UCB. Ele aumenta as chances de acidentes em 11%. E lembre que usar o aparelho com o carro em movimento é proibido por lei, uma infração média. Só é permitido com viva-voz.

— Não é preciso manipular o celular para se distrair. O ato de pensar no que falar ou prestar atenção no que a outra pessoa está contando rouba a atenção no trânsito — alerta Fábio Racy, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Nos Estados Unidos, rádio provoca mais acidentes

Um levantamento do NHTSA (órgão americano de segurança viária) também fez um ranking das causas dos acidentes. Nos Estados Unidos, porém, mexer na aparelhagem de som foi apontado como o principal responsável por acidentes provocados por desatenção.

— O motorista se esquece do que está à frente e olha para os botões do rádio ou para o CD que será colocado no aparelho. Até a música, em alguns casos, tira a atenção — explica Racy.

Por isso algumas montadoras optam por usar rádios com botões grandes, para roubar menos atenção. A Toyota chegou a mudar o aparelho do novo Corolla nacional, pouco depois do seu lançamento, em 2002, exatamente para adotar botões de comandos maiores.

O efeito sedutor do rádio, porém, já é um velho conhecido. Na década de 30, alguns estados americanos tentaram banir dos automóveis a grande novidade. A alegação era que eles distraíam os motoristas.

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Uma pesquisa de outra entidade americana revela um agravante moderno no equipamento. Segundo a AAA Foundation for Traffic Safety, 70% dos rádios automotivos tinham menos de 11 botões em 1991. Hoje, 65% têm mais de 11 teclas. Equipamentos mais complicados, mais chance de distração.

Mexer em outros aparelhos (ar, computador de bordo, DVD) é o quarto item do ranking do NHTSA. Cada vez mais numerosos, e com mais botões, eles ficam atrás apenas de falar com outro ocupante ou de mover objetos no interior.

— A modernidade traz benefícios, mas há o custo da distração. A sociedade precisa avaliar o que quer — afirma Adolfo Sachsida.

Os limpadores de pára-brisas são um exemplo. Quando surgiram nos carros, nos idos de 1910, foram muito criticados. Algumas pessoas diziam que o ritmo cadenciado distraía e até hipnotizava. Hoje, é impensável um carro sem eles.

Na pesquisa do NHTSA, o uso do celular e fumar aparecem, respectivamente, em sexto e sétimo lugares na lista da distração. Ficam atrás de comer e beber ao volante, uma tradição na terra do drive-thru . Mas outros fatores de desatenção foram registrados: ler jornal ou mapas, limpar os óculos e até fazer a barba.

No Brasil, maquiagem e namoro desviam a atenção

O Brasil também tem comportamentos típicos. Segundo pesquisadores, as motoristas adoram retocar o batom ou arrumar os cabelos usando o retrovisor ou o espelho de cortesia. E não é incomum colisões durante beijos ou até carinhos mais quentes...

Com tantas formas de distração há solução para esta epidemia automotiva?

— O ideal é manter a concentração no carro. Se for desviar a atenção, o motorista precisa se conscientizar de que está fazendo algo perigoso. Isso já o deixa mais alerta. — ensina Ingo Hoffman, piloto e instrutor de direção defensiva.

Só um segundinho...

Um, dois, três, quatro segundos é o tempo médio para sintonizar o rádio de um automóvel. Curtíssimo? Não, muito longo se o veículo estiver a 100km/h. Enquanto o motorista se distrai olhando para os botões e o dial, o carro percorre 110 metros, o equivalente a uma fila de 28 carros pequenos — isso, se não bater no meio do caminho.

Não é muito comentado, nem pesquisado, mas diversos acidentes com automóveis são provocados por pequenas desatenções ao volante. E cuidado: ao dirigir, não fique admirando mulheres como a Luisa Brunet. Espiar beldades que passam na calçada também é um fator que costuma distrair os motoristas e resultar em colisões.

Acidentes por desatenção só começaram a ser mais estudados no fim dos anos 90, motivados pela proliferação dos celulares. Mas as pesquisas surpreenderam os especialistas, por mostrarem que muitos fatores, e não só o celular, roubam a atenção dos motoristas.

Estudos americanos e ingleses revelam que cerca de 30% desses acidentes são provocados por distração do motorista. E metade destes casos tem como causa a simples, e rápida, transferência de atenção do trânsito para um objeto, pessoa ou evento, dentro ou fora do carro. A outra metade está relacionada com sonolência, circunspeção, consumo de álcool e drogas.

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Além do número elevado de ocorrências por pura perda de atenção, os motivos também impressionam. A contemplação do que está do lado de fora do veículo é a principal causa de acidentes. O motorista se desliga do trânsito, mas o carro continua andando. Às vezes só percebe uma situação de perigo quando não há como esboçar reação.

— Estava olhando para uma loira maravilhosa no carro ao lado e não vi que o trânsito parou na minha frente. Não tive tempo nem de frear, bati num táxi— lembra o publicitário Marcelo Schvartzer.

Fonte: Infocarro www.infocarro.com.br

TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

EQUIPAMENTOS DE GUINDAR (talhas e guindastes)

Inspecionar cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos. Carga máxima de trabalho permitida indicado em lugar visível. 0peradores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser habilitados, portando

cartão de identificação com o nome e fotografia, em lugar visível. (validade anual: revalidação - exame de saúde completo).

Quando o guindaste se movimenta sem carga o gancho deve ser preso à estrutura a fim de não oscilar.

Quando a lança de um guindaste pode entrar em contato com os cabos de alta tensão, nas proximidades da área de trabalho: limitar-se o ângulo da lança e fazer aterramento do guindaste.

Durante sua operação ninguém deverá permanecer sob as cargas que poderão se soltar (acidentes fatais) :isolar a área.

As cargas devem ser transportadas a no máximo 30 cm do solo. Um ajudante deve engatar a carga. Se necessário usar corda para impedir que a carga oscile.

Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina).

Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos. Check-list: Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e as

peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente substituídas.

Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos, por máquinas transportadoras deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos limites permissíveis.(local fechado e sem ventilação é proibido tais máquinas transportadoras).

As talhas devem ter cabo de aço com fator de segurança 5 e seus ganchos ser forjados e com capacidade igual ou superior a da talha.

A talha elétrica deve ser dotada de “limites de parada”em todo o levantamento vertical, a fim de impedir a ruptura ou esforço indevido do cabo.

Quando totalmente esticado o cabo ainda deve haver 2 voltas no tambor. Nunca os cabos de controle vertical devem ser usados para deslocamento horizontal. Deve

ser de material não condutor e mesmo assim aterrada. Operador da talha nunca deve ficar em baixo da mesma ao movimentar cargas. Seguir as informações e recomendações do fabricante (elaborar um check-list de verificação

que o operador deve preencher antes do uso de qualquer equipamento de guindar). Cargas com centro de gravidade indefinido devem ser elevadas vagarosamente(a poucos

cm do piso), para então proceder a subida segura. Evitar movimento pendular exagerado.

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TRANSPORTADORES INDUSTRIAIS (correia transportadora de esteira, de roletes, roscas sem fim)

Quando extensas há o risco de contato acidental e ninguém estar por perto (cordão de segurança) – caso de minerações.

A manutenção deve ser feita sempre com o equipamento desligado. Plataformas laterais ao longo do transportador para acesso de inspeção e manutenção. Proteção das partes móveis (acionamentos: polias, engrenagens, correntes, rolos e roletes,

onde há risco de aprisionamento, esmagamento ou agarramento de dedos e mãos). Passagens destes transportadores por paredes devem ser isoladas para não propagar

incêndio. O botão de acionamento deve ser localizado de tal forma que o operador tenha o maior

alcance da visão e isto não sendo possível deve haver meio de comunicação entre o operador e auxiliares que tenham visão completa.

Transportadores que atravessam paredes e pisos devem ter painel de acionamento de partida e parada em ambos os lados.

Transportadores operando em série devem ter dispositivos que ao interromper um, também interrompam os demais (evitar entupimentos, queda de materiais, sobrecarga).

Não se deve trabalhar com roupa larga próximo a estes transportadores. No transportador de rosca sem fim há perigo de preensão, esmagamento nas engrenagens,

se desprotegidas, e na própria rosca (hélice do transportador) – deve sempre estar coberta e de preferência com dispositivo que interrompa o movimento quando a tampa é aberta em operação.

EMPILHADEIRAS

Evite levantar ou transportar qualquer carga que possa cair sobre o operador ou qualquer outra pessoa. Uma empilhadeira com protetor de operador e protetor de carga protege o operador contra quedas de objetos, mas não protege  o operador contra todos os acidentes. Nunca leve "passageiros" na empilhadeira. Quando tiver que elevar pessoas use uma plataforma de segurança, com protetores laterais, a qual deverá estar bem presa aos garfos.Mantenha os braços e pernas dentro do compartimento do operador, principalmente ao operar em espaços apertados. Isso pode tornar-se extremamente perigoso.Fique longe e não deixe que outras pessoas se aproximem do mecanismo de elevação quando estiver movimentando a empilhadeira. Não permita que ninguém passe ou fique embaixo da carga ou do carro de elevação.

Evite a passagem por buracos, manchas de óleo e materiais soltos, que possam fazer a empilhadeira derrapar ou tombar. Faça curvas lentamente e dirija  com cuidado principalmente nas esquinas, fazendo sempre uso da buzina. Quando deixar a empilhadeira, desligue o motor, engate uma marcha, abaixe completamente os garfos e puxe o freio de mão. Calce as rodas quando estacionar numa rampa e sempre que estiver fazendo um reparo na empilhadeira. Não desça rampas de frente com a máquina carregada. A carga além de escorregar dos garfos, pode também tombar a máquina. Mantenha sempre a carga voltada para o alto da rampa. Não abasteça a máquina com o motor em funcionamento. Incêndios e explosões podem ocorrer da não observância desta simples regra.

Evite partidas ou freadas bruscas. Freadas bruscas podem ocasionar queda de carga. E lembre-se: marcas de pneus no piso são sinais de uma má operação. Observe cuidadosamente o espaço que você deverá usar, para evitar batidas especialmente com os garfos, torre de elevação, protetor de operador e contrapeso. Não transporte cargas superiores à capacidade nominal da máquina.Não movimente cargas instáveis ou desequilibradas.

Centralize bem a carga sobre os garfos, de maneira que não fique muito peso para um lado só, especialmente para cargas largas. Não transporte cargas apoiadas em um só garfo.

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Tome cuidado para que cargas cilíndricas e compridas não girem sobre os garfos. Mantenha a carga encostada no carro de elevação. Nunca transporte uma carga elevada.

Quando as cargas são transportadas em posição elevada a estabilidade da máquina fica reduzida. Para melhor visibilidade e segurança, transporte cargas grandes em marcha ré, mas sempre olhando na direção do movimento, mantendo a carga normalmente inclinada para trás, especialmente em rampas com mais de 10% de inclinação. Eleve ou abaixe a carga sempre com a torre na vertical ou um pouco inclinada para trás. Incline para frente cargas elevadas, somente quando elas estiverem sobre o local de empilhamento. Dirija com cuidado, observe as regra de trânsito e mantenha sempre o controle da empilhadeira. Conheça bem todas as regras de operação segura.É obrigatório o uso de cinto de segurança.

Não permita nem opere o veículo enquanto existirem pessoas transitando na área de carga e descarga.

Somente pessoas treinadas e habilitadas podem operar veículos industriais.

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TABELA DE OBSERVAÇÃO – CHECK-LIST

Nome MatrículaSetor Data / /Empilhadeira nº InicioHorímetro Témino

Sim Não

1 - A carga da bateria está no nível operacional?

2 - A direção responde ao comando?

3 - A chave de reversão está funcionando?

4 - A buzina está funcionando?

5 - Os comandos hidráulicos estão normais e sem vazamentos?

6 - A bateria está devidamente colocada e travada?

7 - O extintor está carregado, completo, sem danos e dentro do prazo de validade?

8 - O sistema de iluminação/alerta (faróis, setas e freios) está funcionando perfeitamente?

9 - A torre está operando normalmente? Existem pontos de solda quebrados ou trincados e/ou qualquer outro dano visível?

10 - As pistas dos roletes estão engraxadas e as correntes se movimentam livremente?

11 - Os garfos estão igualmente espaçados e sem trincas ao longo da lâmina e nos tacões?

12 - Há desgaste excessivo ou partes dobradas ou esmagadas nos tubos de óleo hidráulico e suas conexões?

13 - Os pneus estão excessivamente gastos, partidos ou com fendas?

14 - Os pneus estão com pressão de ar correta?

15 - O sistema de retrak está funcionando?

16 - A empilhadeira apresenta alguma parte amassada ou trinca?

17 - A quantidade de gás está a nível operacional?

18 - Existe algum vazamento de gás nas conexões?

19 - Como está a pressão de conteúdo e o estado da mangueira/difusor do extintor?

20 - Como está a limpeza dos volantes, alavancas, pedais e piso?

21 - Qual é a condição dos pedais (embreagem, freio e acelerador)?

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MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

INSTALAÇÕES E ÁREAS DE TRABALHO Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos devem ser

vistoriados e limpos, sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que os tornem escorregadios.

As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam movimentar-se com segurança.

Entre partes móveis de máquinas e/ou equipamentos deve haver uma faixa livre variável de 0,70m (setenta centímetros) a 1,30m (um metro e trinta centímetros), a critério da autoridade competente em Segurança e Medicina do Trabalho.

A distância mínima entre máquinas e equipamentos deve ser de 0,60m (sessenta centímetros) a 0,80m (oitenta centímetros), a critério da autoridade competente em Segurança e Medicina do Trabalho.

Além da distância mínima de separação das máquinas devem haver áreas reservadas para corredores e armazenamento de materiais, devidamente demarcadas com faixa nas cores indicadas pela NR - 26.

As vias principais de circulação, no interior dos locais de trabalho, e as que conduzem às saídas devem ter, no mínimo, 1,20m de largura e ser devidamente demarcadas e mantidas permanentemente desobstruídas.

NORMAS DE SEGURANÇA PARA DISPOSITIVOS DE ACIONAMENTO, PARTIDA E PARADA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS As máquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de acionamento e parada localizados de modo que:

a) seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho; b) não se localize na zona perigosa da máquina ou do equipamento; c) possa ser acionado ou desligado em caso de emergência, por outra pessoa que não seja o operador; d) não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador, ou de qualquer outra forma acidental; e) não acarrete riscos adicionais. As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica, fornecida por fonte externa, devem possuir chave geral, em local de fácil acesso e acondicionada em caixa que evite o seu acionamento acidental e proteja as suas partes energizadas. O acionamento e o desligamento simultâneo, por um único comando, de um conjunto de máquinas ou de máquina de grande dimensão, deve ser procedido de sinal de alarme.

NORMAS SOBRE PROTEÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS As máquinas e os equipamentos devem ter suas transmissões de força enclausuradas dentro de sua estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados. As transmissões de força, quando estiverem a uma altura superior a 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros), podem ficar expostas, exceto nos casos em que haja plataforma de trabalho ou áreas de circulação em diversos níveis. As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de ruptura de suas partes, projeção de peças ou partes destas, devem ter os seus movimentos, alternados ou rotativos, protegidos. As máquinas e os equipamentos que, no seu processo de trabalho, lancem partículas de material, devem ter proteção, para que essas partículas não ofereçam riscos. As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados eletricamente. Os protetores removíveis só podem ser retirados para execução de limpeza, lubrificação,

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reparo e ajuste, ao fim das quais devem ser, obrigatoriamente, recolocados.

Prof. Flávio Eduardo Becker

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