63
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um programa estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9 , da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho. Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. A legislação de segurança do trabalho brasileira considera como riscos ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos. Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré estabelecidos. Agentes de Risco Agentes físicos - são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos podem ser: Ruído e vibrações; Pressões anormais em relação a pressão atmosférica; Temperaturas extremas ( altas e baixas); Radiações ionizantes e radiações não ionizantes. Agentes químicos são aquelas decorrentes da manipulação e processamento de matérias primas e destacam-se: Poeiras e fumos; Névoas e neblinas; Gases e vapores. Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles:

apostila tecnico de segurança

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: apostila tecnico de segurança

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um programa estabelecido pela  Norma Regulamentadora   NR-9 , da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho. 

Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos  ambientes de trabalho.

A legislação de segurança do trabalho brasileira considera como riscos ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos.  Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré estabelecidos. 

Agentes de Risco

Agentes físicos - são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos podem ser:

Ruído e  vibrações;  Pressões anormais em relação a pressão atmosférica;  Temperaturas extremas ( altas e baixas);  Radiações ionizantes e radiações não ionizantes. 

Agentes químicos são aquelas decorrentes da manipulação e processamento de matérias primas e destacam-se:

Poeiras e  fumos;  Névoas e neblinas;  Gases e vapores. 

Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles:

Genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, e outros. 

Objetivos do programa (PPRA)   O objetivo primordial e final é evitar acidentes que possam vir a causar danos à saúde do trabalhador, entretanto existem objetivos intermediários que assegurarão a consecução da meta final.  

Page 2: apostila tecnico de segurança

Objetivos intermediários:

Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários.  Reduzir ou eliminar improvisações e a "criatividade do jeitinho".  Promover a conscientização em relação a riscos e agentes

existentes no ambiente do trabalho. Desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das

diferentes  situações ( presente e futuras) do ambiente do trabalho. Treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia. 

Metodologia   O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:

Antecipação e reconhecimento dos riscos; Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; Monitoramento da exposição aos riscos; Registro e divulgação dos dados. 

Obrigatoriedade da implementação do PPRA

 

A Legislação é muito ampla em relação ao PPRA, as atividades e o número de estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que torna impossível a ação da fiscalização e em decorrência disto muitas empresas simplesmente ignoram a obrigatoriedade do mesmo.   A lei define que todos empregadores e instituições que admitem trabalhadores como empregados são obrigadas a implementar o PPRA.   Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral onde haja vinculo empregatício está obrigada a implementar o programa ou seja : indústrias; fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias; escolas; supermercados; hospitais; clubes; transportadoras; magazines etc. 

Aqueles que não cumprirem as exigências desta norma estarão sujeitos a penalidades que variam de multas e até interdições.   Evidentemente que o PPRA tem de ser desenvolvido especificamente para cada tipo de atividade, sendo assim, torna-se claro que o programa de uma drogaria deve diferir do programa de uma indústria química.  

Page 3: apostila tecnico de segurança

Fundamentalmente o PPRA visa preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e isto significa:

antecipar; reconhecer; avaliar e controlar 

riscos existentes e que venham a ser introduzidos no ambiente do trabalho.

 

Opções de implementação do programa   Para uma grande indústria que possui um organizado Serviço Especializado de Segurança, a elaboração do programa não constitui nenhum problema, para um supermercado ou uma oficina de médio porte, que por lei não necessitam manter um SESMT, isto poderá vir a ser um problema.   As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são :

Empresas com SESMT - neste caso o pessoal especializado do SESMT será responsável  pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.

Empresas que não possuem  SESMT - nesta situação a empresa deverá contratar uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do Trabalho para desenvolvimento das diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.

Precauções e cuidados

 

A principal preocupação é evitar que o programa transforme-se no  principal objetivo e a proteção ao trabalhador transforme-se em  um objetivo secundário.   Muitas empresas conseguem medir a presença de algum agente em partes por bilhão (ppb) e utilizam sofisticados programas de computador para reportar tais medidas, entretanto não evitam e não conseguem evitar que seus trabalhadores sofram danos a saúde.   Algumas empresas de pequeno e médio porte, não possuindo pessoas especializadas em seus quadros, contratam serviços de terceiros que aproveitam a oportunidade para vender sofisticações tecnológicas úteis para algumas situações e absolutamente desnecessárias para outras (algo como utilizar uma tomografia computadorizada para diagnosticar unha encravada).  

Page 4: apostila tecnico de segurança

O PPRA é um instrumento dinâmico que visa proteger a saúde do trabalhador e, portanto deve ser simples pratico, objetivo e acima de tudo facilmente compreendido e utilizado. 

Page 5: apostila tecnico de segurança

NORMAS REGULAMENTADORAS  

 

De que trata cada Norma Regulamentadora (NR), urbanas e rurais. Nos botões, você pode conferir o texto original das Normas, direto no site do Minstério do Trabalho e Emprego.

NR1 - Disposições Gerais Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.    NR2 - Inspeção Prévia

Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da CLT.

   

NR3 - Embargo ou Interdição Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer

paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.

   

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

 Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas,

que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da CLT.

   

Page 6: apostila tecnico de segurança

NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT. Para ver a explicação detalhada desta norma

   

NR6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI Estabelece e define os tipos de EPI's a que as empresas estão

obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da CLT.

   

NR7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT.

  

NR8 – Edificações Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser

observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT.

  

NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por

parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A

Page 7: apostila tecnico de segurança

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT.

  

NR10 - Instalações e Serviços em Eletricidade Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a

segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT.

  

NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da CLT.

  

NR12 - Máquinas e Equipamentos Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do

trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT.

  

NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão Estabelece todos os requisitos técnicos-legais relativos à

instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.

  

NR14 – Fornos Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à

construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT.

 

Page 8: apostila tecnico de segurança

  NR15 - Atividades e Operações Insalubres

Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.

  

NR16 - Atividades e Operações Perigosas Regulamenta as atividades e as operações legalmente

consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT.A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como sendo o 3° agente periculoso é a Lei n° 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A portaria MTb n° 3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionozantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que não existe lei autorizadora para tal.

  

NR17 – Ergonomia Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das

condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

  

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na industria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso I da CLT.  

 NR19 - Explosivos: 

Page 9: apostila tecnico de segurança

        Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.  

NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis Estabelece as disposições regulamentares acerca do

armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores m seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

 

NR21 - Trabalho a Céu Aberto Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção

de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedreiras. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

  

NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas

empresas que desemvolvam trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT.

  

NR23 - Proteção Contra Incêndios Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios, estabelece as

medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

  

NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

Page 10: apostila tecnico de segurança

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

  

NR25 - Resíduos Industriais Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas

empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

  

NR26 - Sinalização de Segurança Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como

sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT.

  

NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho  

Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem seu embasamento jurídico assegurado través do artigo 3° da lei n° 7.410 de 27 de novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de 9 de abril de 1986.

  

NR28 - Fiscalização e Penalidades Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização

trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, a nível de legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional - BTN, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e posteriormente, pelo artigo 1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de 1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN.

 

Page 11: apostila tecnico de segurança

  NR29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da OIT.

 

NR30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário      

Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

  

NR31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura        

Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no

ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

  

NR32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde 

Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

  

Page 12: apostila tecnico de segurança

NR33 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana que possua ventilação deficiente para remover contaminantes, bem como a falta de controle da concentração de oxigênio presente no ambiente.

 

NRR1 - Disposições Gerais

Estabelece os deveres dos empregados e empregadores rurais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

 

NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – SEPATR

Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento serviços especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CIPATR

Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR4 - Equipamento de Proteção Individual – EPI

Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a seus empregados Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de conservação, a fim

Page 13: apostila tecnico de segurança

de protege-los dos infortúnios laborais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR5 - Produtos Químicos

Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do Trabalho rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

Page 14: apostila tecnico de segurança

Legislação de Segurança do Trabalho     

A regulamentação da prevenção de acidentes no Brasil está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. O efetivo detalhamento dos requisitos prevencionistas estão estipulados nas  Normas Regulamentadoras - NRs, e constituem a espinha dorsal da legislação de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional no Brasil.  Estas Normas estão sendo desenvolvidas ao longo do tempo e ainda estão passando por revisões objetivando torna-las consistentes com parâmetros internacionais e nacionais.

Abrangência das Normas Regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras - NRs, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras - NRs aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

A observância das Normas Regulamentadoras - NRs não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

Definição de Termos

a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados; b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos; d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório; e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento; f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

Empregador & Empregado As Normas Regulamentadoras estipulam as seguintes obrigações para empregadores e empregados:

Page 15: apostila tecnico de segurança

 Cabe ao empregador: a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer

e cumprir; III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição,

pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de

acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; V - adotar medidas determinadas pelo MTb; VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as

condições inseguras de trabalho. c) informar aos trabalhadores:

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela

empresa; III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de

diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de

trabalho. d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.  Cabe ao empregado: a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; b) usar o EPI fornecido pelo empregador; c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR; d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR; Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

Page 16: apostila tecnico de segurança

Adicional de Insalubridade e de Periculosidade  

O Que São

Adicionais, de natureza pecuniária,  devidos ao servidor que venha a exercer suas atividades em condições consideradas insalubres, perigosas, de risco ou de caráter penoso.

O Que Você Deve Saber

         A caracterização da atividade insalubre, perigosa ou penosa depende da realização de perícia;

         Os Adicionais incidem apenas sobre o vencimento básico. No caso de Periculosidade, no percentual único de 30% (trinta por cento) sobre o salário básico. Tratando-se de Insalubridade, os percentuais são de 10%, 20% e 40% sobre o Salário Mínimo da região, conforme o grau de Insalubridade seja considerado mínimo, médio ou máximo, respectivamente;

         O servidor tem direito aos Adicionais enquanto estiver exercendo atividades em ambientes de condições adversas, identificadas pela perícia. Caso as condições ensejadoras da concessão dos Adicionais sejam eliminadas ou reduzidas pela adoção de medidas de segurança, a exemplo de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, pode não persistir o direito aos Adicionais ou ser reduzido o percentual concedido;

         Os Adicionais de Periculosidade e de Insalubridade não são incorporáveis aos proventos de aposentadoria por falta de amparo legal;

         Não há regulamentação no âmbito do Serviço Público para a concessão de aposentadoria especial pelo exercício de atividades insalubres ou perigosas;

         O servidor que fizer jus, simultaneamente, aos Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade deverá optar por um deles;

         A servidora, enquanto estiver gestante ou amamentando, será, obrigatoriamente, afastada do exercício da atividade tida como insalubre, perigosa ou penosa, deixando de perceber os adicionais enquanto durar o afastamento;

         O servidor que se afastar, independentemente do motivo, perderá o direito ao adicional no período correspondente ao afastamento.

Base Legal...Artigo 68 da Lei nº 8.112/90.Artigo 12 da Lei nº 8.270/91.

Page 17: apostila tecnico de segurança

Insalubridade e Periculosidade - 2  

A insalubridade e a periculosidade têm como base legal a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ,em seu Título II, cap.V seção XIII., e  lei 6.514 de22/12/1977, que alterou a CLT, no tocante a Segurança e Medicina do Trabalho.Ambas foram regulamentadas pela Portaria 3.214, por meio de Normas regulamentadoras. 

INSALUBRIDADE

"- Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos." 

  "- A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá: 

I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente do trabalho dentro dos limites de tolerância; 

II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo aos limites de tolerância." 

"Artigo 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20%, e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio ou mínimo. " 

A insalubridade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 15, por meio de 14 anexos. 

Os Equipamentos de Proteção Individual ( EPIs) foram regulamentados na Norma regulamentadora de No 06. 

 Limite de Tolerância -" é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral." 

Os agentes classificam-se em: 

         químicos, exemplo chumbo;

          físicos, exemplo calor;  

Page 18: apostila tecnico de segurança

         biológicos; exemplo doenças infecto-contagiosas. 

PERICULOSIDADE "São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aqueles que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. "   "O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa."  A periculosidade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No 16, por meio de dois anexos. 

         " Liquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor inferior a 70oC epressão de vapor que não exceda 2,8 Kg/cm2 absoluta a 37,7oC." 

         " Explosivos são substancias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas." 

O contato permanente pode se dar de maneira contínua ou intermitente.   A periculosidade só cessa sob o ponto de vista legal com a total eliminação do risco.   "A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de PERÍCIA a cargo de Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do trabalho." 

"O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco a sua saúde ou integridade física....".

Page 19: apostila tecnico de segurança

MANUAL DE USO CORRETO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal - http://www.andef.com.br/epi/

Introdução

O uso seguro de produtos fitossanitários exige o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). As recomendações hoje existentes para o uso de EPI são bastante genéricas e padronizadas, não considerando variáveis importantes como o tipo de equipamento utilizado na operação, os níveis reais de exposição e, até mesmo, as características ambientais e da cultura onde o produto será aplicado. Estas variáveis acarretam muitas vezes gastos desnecessários, recomendações inadequadas e podem aumentar o risco do trabalhador, ao invés de diminuí-lo.

Este material foi desenvolvido com os seguintes objetivos:

        aprofundar a discussão sobre o uso adequado dos EPI;

        otimizar os investimentos em segurança;

        aumentar o conforto do aplicador;

        combater o uso incorreto, que vai desde o não uso até o uso exagerado de EPI;

        melhorar a qualidade dos EPI no mercado;

        incentivar o uso da receita agronômica para recomendar de forma criteriosa os EPI necessários para cada aplicação;

        acabar com alguns mitos.

Ao final, esperamos ajudá-lo a identificar e avaliar de forma mais criteriosa o risco, em função dos níveis de exposição ao produto fitossanitário e da operação a ser executada na lavoura, assim como a maneira pela qual você recomenda, adquire, usa (veste, tira, lava, guarda) e descarta os EPI.

Por que usar EPI?

EPI são ferramentas de trabalho que visam proteger a saúde do trabalhador rural, que utiliza os Produtos Fitossanitários, reduzindo os riscos de intoxicações decorrentes da exposição.

As vias de exposição são:

Page 20: apostila tecnico de segurança

A função básica dos EPI é proteger o organismo do produto tóxico, minimizando o risco.

Intoxicação durante o manuseio ou a aplicação de produtos fitossanitários é considerado acidente de trabalho.

O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através de suas Normas Regulamentadoras*. O não cumprimento poderá acarretar em ações de responsabilidade cível e penal, além de multas aos infratores.

* E revisão.

Risco

O risco de intoxicação é definido como a probabilidade estatística de uma substância química causar efeito tóxico. O Risco é uma função da toxicidade do produto e da exposição.

Risco = f ( toxicidade; exposição)

A toxicidade é a capacidade potencial de uma substância causar efeito adverso à saúde. Em tese, todas as substâncias são tóxicas, e a toxicidade depende basicamente da dose e da sensibilidade do organismo exposto. (Quanto mais tóxico um produto, menor é a dose necessária para causar efeitos adversos).

Sabendo-se que não é possível ao usuário alterar a toxicidade do produto, a única maneira concreta de reduzir o risco é através da diminuição da exposição. Para reduzir a exposição o trabalhador deve manusear os produtos com cuidado, usar equipamentos de aplicação bem calibrados e em bom estado de conservação, além de vestir os EPI adequados.

RISCO TOXICIDADE EXPOSIÇÃO

ALTO ALTA ALTA

ALTO BAIXA ALTA

Page 21: apostila tecnico de segurança

BAIXO ALTA BAIXA

BAIXO BAIXA BAIXA

Responsabilidades

A legislação trabalhista prevê que:

É obrigação do empregador

fornecer os EPI adequados ao trabalho

instruir e treinar quanto ao uso dos EPI

fiscalizar e exigir o uso dos EPI

repor os EPI danificados

É obrigação do trabalhador

usar e conservar os EPI

Quem falhar nestas obrigações poderá ser responsabilizado

O empregador poderá responder na área criminal ou cível, além de ser multado pelo Ministério do Trabalho.

O funcionário está sujeito a sanções trabalhistas podendo até ser demitido por justa causa.

É recomendado que o fornecimento de EPI, bem como treinamentos ministrados, sejam registrados através de documentação apropriada para eventuais esclarecimentos em causas trabalhistas.

Os responsáveis pela aplicação devem ler e seguir as informações contidas nos rótulos, bulas e nas Fichas de Informação de Segurança de Produto (FISPQ) fornecidas pelas indústrias, sobre os EPI que devem ser utilizados para cada produto.O papel do Engenheiro Agrônomo durante a emissão da receita é fundamental para indicar os EPI adequados pois, além das características do produto, como a toxicidade, a formulação e a embalagem, o profissional deve considerar os equipamentos disponíveis para a aplicação (costal, trator de cabina aberta ou fechada, tipo de pulverizadores e bicos), as etapas da manipulação e as condições da lavoura, como o porte, a topografia do terreno, etc.

Page 22: apostila tecnico de segurança

Aquisição dos EPI

Os EPI existem para proteger a saúde do trabalhador e devem ser testados e aprovados pela autoridade competente para comprovar sua eficácia.

O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPI disponíveis no mercado através da emissão do Certificado de Aprovação (C.A.). O fornecimento e a comercialização de EPI sem o C.A. é considerado crime e tanto o comerciante quanto o empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei.

A indústria de produtos fitossanitários incentiva seus canais de distribuição a comercializarem EPI de qualidade e a custos compatíveis.

Consulte a lista de fornecedores de EPI.

Principais equipamentos de proteção individual

Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado, além de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e o uso:

Luvas

Page 23: apostila tecnico de segurança

Um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as partes do corpo com maior risco de exposição: as mãos.

Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo com o tipo de formulação do produto a ser manuseado.

A luva deve ser impermeável ao produto químico. Produtos que contêm solventes orgânicos, como por exemplo os concentrados emulsionáveis, devem ser manipulados com luvas de BORRACHA NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes materiais são impermeáveis aos solventes orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC podem ser usadas para produtos sólidos ou formulações que não contenham solventes orgânicos.

De modo geral, recomenda-se a aquisição das luvas de "borracha NITRILICA ou NEOPRENE", materiais que podem ser utilizados com qualquer tipo de formulação.

Existem vários tamanhos e especificações de luvas no mercado. O usuário deve certificar-se sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas existentes na embalagem.

Respiradores

Geralmente chamados de máscaras, os respiradores têm o objetivo de evitar a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas tóxicas através das vias respiratórias. Existem basicamente dois tipos de respiradores: sem manutenção (chamados de descartáveis) que possuem uma vida útil relativamente curta e recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de baixa manutenção que possuem filtros especiais para reposição, normalmente mais duráveis.

Os respiradores mais utilizados nas aplicações de produtos fitossanitários são os que possuem filtros P2 ou P3. Para maiores informações consulte o fabricante.

Os respiradores são equipamentos importantes mas que podem ser dispensados em algumas situações, quando não há presença de névoas, vapores ou partículas no ar, por exemplo:

a) aplicação tratorizada de produtos

Page 24: apostila tecnico de segurança

granulados incorporados ao solo;b) pulverização com tratores equipados com cabines climatizadas.Devem estar sempre limpos, higienizados e os seus filtros jamais devem estar saturados.

Antes do uso de qualquer tipo de respirador, o usuário deve estar barbeado, além de realizar um teste de ajuste de vedação, para evitar falha na selagem.

Quando estiverem saturados, os filtros devem ser substituídos ou descartados.

É importante notar que, se utilizados de forma inadequada, os respiradores tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa verdadeira fonte de contaminação.

O armazenamento deve ser em local seco e limpo, de preferência dentro de um saco plástico.

Viseira facial

Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o manuseio e a aplicação.

A viseira deve ter a maior transparência possível e não distorcer as imagens. Deve ser revestida com viés para evitar corte. O suporte deve permitir que a viseira não fique em contato com o rosto do trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar conforto ao usuário e permitir o uso simultâneo do respirador, quando for necessário.

Quando não houver a presença ou emissão de vapores ou partículas no ar o uso da viseira com o boné árabe pode dispensar o uso do respirador, aumentando o conforto do trabalhador.

Existem algumas recomendações de uso de óculos de segurança para proteção dos olhos. A substituição do óculos pela viseira protege não somente os olhos do aplicador mas também o rosto.

Page 25: apostila tecnico de segurança

Jaleco e calça hidro-repelentes:

São confeccionados em tecido de algodão tratado para se tornarem hidro-repelentes, são apropriados para  proteger o corpo dos respingos do produto formulado e não para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É fundamental que jatos não sejam dirigidos propositadamente à vestimenta e que o trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação.

Os tecidos de algodão com tratamento hidro-repelente ajudam a evitar o molhamento e a passagem do produto tóxico para o interior da roupa, sem impedir a transpiração, tornando o equipamento confortável.

Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para reduzir a absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a sua reutilização.

Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser usadas nas aplicações onde exista alta exposição do aplicador à calda do produto (pulverização com equipamento manual, por exemplo).

Jaleco e calça em nãotecido

São vestimentas de segurança confeccionados em nãotecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vários tipos de nãotecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível de proteção que oferecem.

Além da hidro-repelência, oferecem impermeabilidade e maior resistência mecânica à névoas e às partículas sólidas.

O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta melhoram sua performance, com maior absorção do suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relação ao calor.

As vestimentas confeccionadas em nãotecido têm durabilidade limitada e não devem ser utilizadas quando danificadas.

As vestimentas de nãotecido não devem ser passadas a ferro, não são a prova ou retardantes de chamas, podem criar eletricidade estática e não devem ser usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente potencialmente inflamável ou explosivo, pois se auto-consumirão.

As vestimentas em nãotecido devem ser destruídas em incineradores profissionais para não causarem danos ao ambiente.

Page 26: apostila tecnico de segurança

Boné árabe

Confeccionado em tecido de algodão tratado para  tornar-se hidro-repelente.

Protege o couro cabeludo e o pescoço de respingos e do sol.

Capuz ou touca

Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser em tecidos de algodão tratado para tornar-se hidro-repelente ou em nãotecido.

Substituem o boné árabe na proteção do couro cabeludo e pescoço.

Avental

Produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC, bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou nãotecidos), aumenta a proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados durante a preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal.

Page 27: apostila tecnico de segurança

Botas

Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto e resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC.

Sua função é a proteção dos pés. É o único equipamento que não possui C.A.

Risco X exposição x operação

Os EPI não foram desenvolvidos para substituir os demais cuidados na aplicação e sim para complementá-los, evitando-se a exposição. Para reduzir os riscos de contaminação, as operações de manuseio e aplicação devem ser realizadas com cuidado, para evitar ao máximo a exposição.

Atenção: Esta tabela não deve ser considerada como único critério para utilização dos EPI. As condições do ambiente de trabalho poderão exigir o uso de mais itens ou dispensar outros para aumentar a segurança e o conforto do aplicador. Leia as recomendações do rótulo e bula. Observe a legislação pertinente.

Uso dos EPI

Page 28: apostila tecnico de segurança

Para proteger adequadamente, os EPI deverão ser vestidos e retirados de forma correta.

Veja como vestir os EPI:

1. Calça e Jaleco

A calça e o jaleco devem ser vestidos sobre a roupa comum, fato que permitirá a retirada da vestimenta em locais abertos. Os EPI podem ser usados sobre uma bermuda e camiseta de algodão, para aumentar o conforto. O aplicador deve vestir primeiro a calça do EPI, em seguida o jaleco, certificando-se este fique sobre a calça e perfeitamente ajustado. O velcro deve ser fechado com os cordões para dentro da roupa. Caso o jaleco de seu EPI possua capuz, assegure-se que este estará devidamente vestido pois, caso contrário, facilitará o acúmulo e retenção de produto, servindo como um compartimento. Vale ressaltar que o EPI deve ser compatível com o tamanho do aplicador.

2. Botas

Impermeáveis, devem ser calçadas sobre meias de algodão de cano longo, para evitar atrito com os pés, tornozelos e canela. As bocas da calça do EPI sempre devem estar para fora do cano das botas, a fim de impedir o escorrimento do produto tóxico para o interior do calçado.

Page 29: apostila tecnico de segurança

3. Avental Impermeável

Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o preparo da calda e pode ser usado na parte de traz do jaleco durante as aplicações com equipamento costal.

Para aplicações com equipamento costal é fundamental que o pulverizador esteja funcionando bem e sem apresentar vazamentos.

4. Respirador

Deve ser colocado de forma que os dois elásticos fiquem fixados corretamente e sem dobras, um fixado na parte superior da cabeça e outro na parte inferior, na altura do pescoço, sem apertar as orelhas. O respirador deve encaixar perfeitamente na face do trabalhador, não permitindo que haja abertura para a entrada de partículas, névoas ou vapores. Para usar o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem barbeado.

Page 30: apostila tecnico de segurança

5. Viseira facial

Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a cabeça do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco afastada do rosto para não embaçar.

6. Boné árabe

Deve ser colocado na cabeça sobre a viseira. O velcro do boné árabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando que toda a face estará protegida, assim como o pescoço e a cabeça.

7. Luvas

Último equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a evitar o contato do produto tóxico com as mãos.

As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mãos do usuário, (não podendo ser muito justas, para facilitar a colocação e a retirada, e nem muito grandes, para não atrapalhar o tato e causar acidentes).

As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das mangas do jaleco, com exceção de quando o trabalhador pulveriza dirigindo o jato para alvos que estão acima da linha do seu ombro (para o alto).

Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das mangas do jaleco. O objetivo é evitar que o produto aplicado escorra para dentro das luvas e atinja as mãos.

Page 31: apostila tecnico de segurança

Como retirar os EPI

Após a aplicação, normalmente a superfície externa dos EPI está contaminada. Portanto, na retirada dos EPI, é importante evitar o contato das áreas mais atingidas com o corpo do usuário.

Antes de começar retirar os EPI, recomenda-se que o aplicador lave as luvas vestidas.

Isto ajudará a reduzir os riscos de exposição acidental.

Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:

1. Boné árabe

Deve-se desprender o velcro e retirá-lo com cuidado.

2. Viseira facial

Deve-se desprender o velcro e colocá-la em um local de forma a evitar arranhões

Page 32: apostila tecnico de segurança

3. Avental

Deve ser retirado desatando-se o laço e puxando-se o velcro em seguida.

4. Jaleco

Deve-se desamarrar o cordão, em seguida curvar o tronco para baixo e puxar a parte superior (os ombros) simultaneamente, de maneira que o jaleco não seja virado do avesso e a parte contaminada atinja o rosto.

Page 33: apostila tecnico de segurança

5. Botas

Durante a pulverização, principalmente com equipamento costal, as botas são as partes mais atingidas pela calda.

Devem ser retiradas em local limpo, onde o aplicador não suje os pés.

6. Calça

Deve-se desamarrar o cordão e deslizar pelas pernas do aplicador sem serem viradas do avesso.

7. Luvas

Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo simultaneamente.

Não devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o próximo uso e contaminaria a parte interna.

Page 34: apostila tecnico de segurança

8. Respirador

Deve ser o último EPI a ser retirado, sendo guardado separado dos demais equipamentos para evitar contaminações das partes internas e dos filtros.

Importante: após a aplicação, o trabalhador deve tomar banho com bastante água e sabonete, vestindo roupas LIMPAS a seguir.

Lavagem e manutenção

Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior vida útil. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da família.

Lavagem

A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.

As vestimentas de proteção devem ser abundantemente enxaguadas com água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização.

A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa, preferencialmente com sabão neutro (sabão de coco). As vestimentas não devem ficar de molho. Em seguida, as peças devem ser bem enxaguadas para remover todo o sabão.

O uso de alvejantes não é recomendado, pois vai danificar o tratamento do tecido.

Page 35: apostila tecnico de segurança

As vestimentas devem ser secas à sombra. Atenção: somente use máquinas de lavar ou secar, quando houver recomendações do fabricante.

As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas com água abundante após cada uso. É importante que a VISEIRA NÃO SEJA ESFREGADA, pois isto poderá arranhá-la, diminuindo a transparência.

Os respiradores devem ser mantidos conforme instruções específicas que acompanham cada modelo. Respiradores com manutenção (com filtros especiais para reposição) devem ser higienizados e armazenados em local limpo. Filtros não saturados devem ser envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o contato com o ar.

Reativação do tratamento hidro-repelente

Testes comprovam que, quando as calças e jalecos confeccionados em tecido de algodão tratado, para tornarem-se hidro-repelentes, são passados a ferro (150 a 180°C), a vida útil é maior. Somente as vestimentas de algodão podem ser passadas a ferro.

Descarte

A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos fabricantes e checada rotineiramente pelo usuário. Os EPI devem ser descartados quando não oferecem os níveis de proteção exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas devem ser lavadas para que os resíduos do produto fitossanitário sejam removidos, permitindo-se o descarte comum.

Atenção: antes do descarte, as vestimentas de proteção devem ser rasgadas para evitar a reutilização.

Mitos

Existem alguns mitos que não servem mais como desculpa para não usar EPI:

EPI são desconfortáveis

Page 36: apostila tecnico de segurança

Realmente os EPI eram muito desconfortáveis no passado, mas, atualmente, existem EPI confeccionados com materiais leves e confortáveis. A sensação de desconforto está associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso incorreto.

O Aplicador não usa EPI

O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando não foi conscientizado do risco e da importância de proteger sua saúde. O aplicador profissional exige os EPI para trabalhar. Na década de 80, quase ninguém usava cinto de segurança nos automóveis. Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem a importância.

EPI são caros

Estudos comprovam que os gastos com EPI representam, em média, menos de 0,05% dos investimentos necessários para uma lavoura. Alguns casos como a soja e milho, o custo cai para menos de 0,01%. Insumos, fertilizantes, sementes, produtos fitossanitários, mão-de-obra, custos administrativos e outros materiais somam mais de 99,95%. O uso dos EPI é obrigatório e não cumprimento da legislação poderá acarretar em multas e ações trabalhistas. Precisamos considerar os EPI como insumos agrícolas obrigatórios.

Consideracões Finais

O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não garante a proteção da saúde do trabalhador e nem evita contaminações. Incorretamente utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.

Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a um conjunto de informações e regras básicas de segurança são as ferramentas mais importantes para evitar a exposição e assegurar o sucesso das medidas individuais de proteção a saúde do trabalhador.

O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a reciclagem contínua dos profissionais que atuam na área de ciências agrárias através de treinamentos e do acesso a informações atualizadas. Bem informado, o profissional de ciências agrárias poderá adotar medidas cada vez mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores, além de evitar problemas trabalhistas.

Fornecedores de Equipamentos de Proteção Individual

Vestimenta em Tecido Hidrorrepelente

ADN ROUPAS PROFISSIONAISRua Fiação da Saúde, 391Saúde - SP - 04144-020Tel. (11) 275 5436 - Fax: (11) 275 3443

Page 37: apostila tecnico de segurança

E-mail: [email protected]

WebSite: www.adnroupas.com.br

AZEREDORua Senador Saraiva, 210 - CentroEspírito Santo do Pinhal - SP - 13990-000Tel/Fax: (19) 3651 3273E-mail: [email protected]: www.azeredoepi.com.br

AZR IND. COM. CONFECÇÕES LTDA.Rua das Camélias, 864 - Bairro MirandópolisSão Paulo - SP - 04048-061Tel: (11) 5589 8523              (11) 5589 8523       Fax: (11) 5583 0923E-mail: [email protected]: www.azr.com.br

ENGESEL EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA LTDA.Rua Manoel Fernando Dias, 126Jardim Novo Campos Elíseos -Campinas - SP - 13060-210Tel:  (19) 3227 9844              (19) 3227 9844        - 0800 149844

PROTEC EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO LTDA.Rua Maria Isabel Tomas, 66Campinas - SP - 13083-792Tel: (19) 3287 0024 - 9106 2023

TEM TEMAv. João Pessoa, 751 - MartinsUberlândia - MG - 38400-338Tel: (34) 3216 1200              (34) 3216 1200       - Fax: (34) 3216 2313E-mail: [email protected]

UNLINE IND. COM. LTDA.Rua São Judas Tadeu, 198Piracicaba - SP - 13424-200Tel: (19) 3422 3326              (19) 3422 3326      E-mail: [email protected]

Vestimenta em Nãotecido

DUPONT DO BRASIL S.A. - DIVISÃO NÃOTECIDOSAlameda Itapecuru, 506 - AlphavilleBarueri - SP - Cep: 06454-080Tel: (11) 4166 8304              (11) 4166 8304       - Fax: (11) 4166 8257TeleDuPont: 0800 171715WebSite: www.dupont.com.br

Luvas

ANSELL HEALTHCARERua Manoel Matheus, 1084 - Sala 3Jardim Junco, Vinhedo, SP, 13.280-000Disque Ansell: (19) 3129-0031              (19) 3129-0031       / 3129-0032Marcus Vinicius Mello MazzaCel: (19) 8137-7842              (19) 8137-7842      E-mail: [email protected]: [email protected]

CALIFORNIA RUBBER INDÚSTRIA & COMÉRCIO DE ARTEFATOS DE LATEX LTDA.Av. Ponta Grossa, 2025 - Parque IndustrialCalifórnia - PR - 86820-000Tel. (43) 429 1394 - Fax: (43) 429 1411E-mail: [email protected]

Page 38: apostila tecnico de segurança

I.C. LEAL LTDA.Rua Clímaco Barbosa, 171São Paulo - SP - 01523-000Tel. (11) 3346 7324              (11) 3346 7324       - Fax: (11) 3279 6606E-mail: [email protected] WebSite: www.leal.com.br

MUCAMBO S.A.Rua do Rócio, 351São Paulo - SP - 04552-000Tel. (11) 3846 1888              (11) 3846 1888       - Fax: (11) 3846 2450E-mail: [email protected]: www.mucambo.com.br

Respiradores

3M DO BRASILVia Anhanguera, km 110 - Caixa Postal 123Sumaré-SP - 13001-970Disque Segurança: 0800 550705Tel: (19) 3864 7000              (19) 3864 7000      

WebSite: www.3m.com.br

AIR SAFETY INDÚSTRIA & COMÉRCIO LTDA.Rua Titicaca, 611 - bairro Regina LiceBarueri - SP - 06412-080Tel: (11) 5522 0988              (11) 5522 0988      E-mail: [email protected]: www.airsafety.ind.br

CONNEX COMERCIAL LTDA.Av. Juan Esper, 190 - VeleirosSão Paulo - SP - 04771-000Tel: (11) 5547 9185 - 5521 2699

EPICON - IND. DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL LTDA.R. Bandeirantes, 653Diadema - SP - 09912-230Tel/Fax: (11) 4043-4296E-mail: [email protected]: www.epicon.com.br

LUMAC EQUIP. DE PROTEÇÃO INDUSTRIAL LTDA.Rua Itiúba, 207 - Vila PrudenteSão Paulo - SP - 03158-010Tel. (11) 6965-3800              (11) 6965-3800       - Fax: (11) 6966 3809E-mail: [email protected]: www.lumac.com.br

MSA DO BRASIL EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE SEGURANÇA  LTDA.Av. Roberto Gordon, 138Diadema - SP - 09990-901 - Caixa Postal 376Tel. (11) 4071-1499              (11) 4071-1499       - Fax: (11) 4071-2020E-mail: [email protected]: www.msanet.com.br

DRAEGER IND. COM. LTDA.Al. Pucuruí, 51Barueri - SP - 06460 100Tel: (11) 4689 4944              (11) 4689 4944       - Fax: (11) 4191 3508E-mail: [email protected]: www.draeger.com.br

Botas

Page 39: apostila tecnico de segurança

BRACOL IND. COM.Rua Bauru, 964Lins - SP - 16401 100Fax: (14) 3533 2202E-mail: [email protected]

FUJIWARA EPIAv. Governador Roberto da Silveira, 751 - Vila São CarlosApuracana - PR - 86800-520Tel. (43) 420 5000E-mail: [email protected]: www.fujiwara.com.br

SÃO PAULO ALPARGATAS S.A.Rua Urussui, 300 - Itaim BibiSão Paulo - SP - 04542 903Tel: (11) 3847 7322              (11) 3847 7322      WebSite: www.alpargatas.com.br

VICHI EQUIP. DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL LTDA.Rua Enéas de Barros, 346 - PenhaSão Paulo - SP - 03613-000Tel: (11) 6957 3003              (11) 6957 3003      

Associações e Entidades

ANIMASEG - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE MATERIAL DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO DO TRABALHORua Francisco Tapajós, 627 - sala 3 - SaúdeSão Paulo - SP - 04153-001Tel/Fax: (11) 5058 5556E-mail: [email protected]: www.animaseg.com.br

FUNDACENTRORua Capote Valente, 710São Paulo - SP - 05409-002PABX: (11) 3066-6000              (11) 3066-6000      Fax: (11) 3066-6343E-mail: [email protected]: www.fundacentro.gov.br

SINDISEG - SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO AO TRABALHO NO ESTADO DE SÃO PAULOPraça da República, 473 - 1° andarSão Paulo - SP - 01095-001Tel: (11) 3361 9355 - 3361 7593E-mail: [email protected]: www.sindseg.com.br

SINTESP - SINDICATO DOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO DO ESTADO DE SÃO PAULORua 24 de Maio, 104 - 5° andarRepública - Centro - SPTel: (11) 3362 1104              (11) 3362 1104      E-mail: [email protected]: www.sintesp.org.br

IPT - INSTITUTO DE PESQUISA TECNOLÓGICA DE SÃO PAULOAv. Wilson Bergo, 300 - Caixa Postal 72Franca - SP - 14406 091Tel: (16) 3720 1033              (16) 3720 1033      

E-mail: [email protected]

ANEST - ASSOCIAÇÃO NACIONA DE ENGENHEIROS DE SEGURANÇA DO TRABALHORua Genebra, 25 - 5° andarSão Paulo - SP - 01316-901

E-mail: [email protected]

Page 40: apostila tecnico de segurança

APAEST - ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ENGENHEIROS DE SEGURANÇA DO TRABALHORua Genebra, 17São Paulo - SP - 01316-901E-mail: [email protected]

WebSite: www.apaest.org.br

PROTETORES AUDITIVOS : RECOMENDAÇÕES PARA SELEÇÃO, USO,

CUIDADO E MANUTENÇÃO  

Page 41: apostila tecnico de segurança

Samir N. Y. Gerges                                                  

PhD. Presidente da Sociedade Brasileira de Acústica e da Federação

Íbero-Americana de Acústica

 

Este artigo é baseado na norma ISO/EN-458 e dirigido para orientar

os fornecedores, compradores, usuários dos protetores auditivos e

estimular o uso de alguns critérios para seleção, uso, cuidado e

manutenção dos protetores auditivos.

Proteção efetiva contra ruído é conseguida quando o trabalhador

usa o protetor auditivo durante todo o tempo de exposição aos níveis

acima do permitido. Atenuação de ruído dos protetores é relacionada ao

conforto e aceitação, que devem ser considerados na seleção do protetor

auditivo a ser utilizado.

No planejamento do Programa de Conservação Auditiva deve ser

considerado como prioridades os seguintes passos de um plano inicial:

1 – Identificação das áreas de risco de ruído com nível igual ou

maior que 85 dBA por 8 horas diárias de exposição;

2 - Quantificação dos níveis de pressão sonora em dBA e Dose

Diária de ruído de grupos homogêneos de trabalho;

3 - Elaboração do plano de ações de controle de ruído no curto,

médio e longo prazo, com verbas financeira planejada

anualmente;

4 - Determinação de ações de afastamento do trabalho do

trabalhador com perda auditiva irreversível e acompanhar os

testes audiométricos e planejamento de uso dos protetores

auditivos com treinamento.

 

Seleção dos protetores auditivos

Page 42: apostila tecnico de segurança

Deve ser escolhido entre os diversos tipos e modelos os protetores

mais adequados para cada tarefa e ambiente. Os fatores que devem ser

considerados na escolha do protetor auditivo são:

1 - Verificação da existência de certificado de aprovação (CA) do

protetor fornecido pelo Ministério do Trabalho;

2 - Atenuação do ruído fornecido pelo protetor auditivo;

3 - Conforto do protetor auditivo;

4 - Ambiente de trabalho e atividade do trabalhador;

5 - Problemas de doenças auditivas (irritação, dores, infeção do

canal auditivo, etc.);

6 - Compatibilidade entre o uso de protetor auditivo e outros

equipamentos de proteção individual, tais como, capacete,

óculos, protetor de rosto, protetor respiratório.

 

Uso do protetor auditivo

Para evitar resistência ao uso dos protetores, treinamento e

explicações devem ser fornecidos. O protetor auditivo deve ser usado

durante todo o tempo de exposição ao ruído.

 

Colocação dos protetores auditivos

Para conseguir atenuação máxima dos protetores, eles devem ser

colocados conforme instrução dos fabricantes.

 

Comunicação verbal e sinal sonoro de alarme

É natural que a comunicação verbal entre trabalhadores usuários

de protetores auditivos seja em voz alta. Os sinais de alarme sonoro

devem ser escolhidos para serem ouvidos com o uso dos protetores

auditivos.

 

Uso do protetor durante atividades ruidosas

É estimulado o uso de protetores auditivos fora do horário de

trabalho, durante atividades de lazer ruidosas, tais como: tiros, discoteca,

evitar usar headphone com níveis altos de ruído, etc.

 

Page 43: apostila tecnico de segurança

Orientação para uso do protetor auditivo

Treinamentos e orientações devem ser fornecidos para os usuários

especificamente:

1 - A importância do uso dos protetores auditivos o tempo todo de

exposição ao ruído;

2- Disponibilidade dos protetores com acesso fácil a qualquer ponto

e qualquer hora;

3 - Efeito da comunicação verbal e sinal sonoro de alarmes;

4 - Efeito da colocação e vedação do ouvido;

5- A importância de ler e aplicar as instruções dos fabricantes;

6 - Compatibilidade com outros equipamentos de proteção

individual.

 

Cuidado e Manutenção dos Protetores

Os protetores devem ser guardados limpos para evitar perda,

doenças de pele e/ou outros problemas gerados pelo mal cuidado. Os

protetores devem ser verificados em intervalos de tempo contra

deformação, gastos, mudanças de característica original, troca de

almofada, estado de higiene, etc.

Page 44: apostila tecnico de segurança

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA                      

INTRODUÇÃO

Nas muitas atividades de trabalho existem inúmeros e minúsculos contaminantes que ficam suspensos no ar.

O ar que respiramos é composto de aproximadamente 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Nesta combinação, estes gases mantêm a vida. Sua saúde depende do ar puro que você respira, porém quando outras subtâncias estão presentes, você está sujeito a irritações, indisposições, problemas de saúde e até mesmo a morte.

Os riscos em um ambiente de trabalho, muitas vezes, não são percebidos

Qual o papel da empresa? Sua empresa deverá inspecionar regularmente os locais de trabalho para identificar e avaliar a natureza dos riscos que podem estar presentes. Também proporcionar aos seus funcionários a proteção respiratória adequada, bem como informações e treinamento, sobre o uso correto dos equipamentos.

Você também desempenha um importante papel. Depois de selecionar o respirador apropriado deve utilizá-lo sempre que estiver em uma área que necessite de proteção respiratória. Para sua própria segurança, verifique se o seu respirador está se ajustando bem ao rosto e se é necessário algum reparo.

Também deve comunicar à sua supervisão se houver problemas com o equipamento ou se você tem alguma enfermidade como asma, alergias ou pressão arterial elevada, que o impeça de usar um respirador.

Você e sua empresa podem trabalhar juntos para proteger a saúde dos trabalhadores em situação perigosa.

CONHECENDO OS RISCOS

É importante conhecer os possíveis riscos que podem afetar a sua saúde. Simplesmente porque o ar parece puro, não significa que não existem riscos, muitas das vezes eles não são visíveis e nem têm cheiro.

Se você conhecer a existência dos perigos, poderá proteger-se deles.

De forma geral, as atividades de trabalho podem apresentar as seguintes situações de risco ao sistema respiratório:

Page 45: apostila tecnico de segurança

Poeiras, fumos e névoas

São pequenas partículas que permanecem suspensas no ar, podendo ser facilmente inaladas

As poeiras são formadas quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado. Quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar, sendo maior a chance de ser inalada. Ex: minério, madeira, poeiras de grãos, amianto, sílica, etc.

Os fumos ocorrem quando um metal ou plástico é fundido (aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, formando partículas muito finas que ficam suspensas no ar. Ex: soldagem, fundição, extrusão de plásticos, etc.

As névoas são encontradas quando líquidos são pulverizados, como operação em pinturas. São formadas normalmente quando há geração de spray.

Gases e Vapores

São substâncias que têm a mesma forma do ar, por isso se misturam perfeitamente a ele, e passam pelos pulmões, atingindo a corrente sangüínea, através da qual chegam a todos os órgãos do corpo humano, como cérebro, rins, fígado, etc.

Os gases são substâncias não líquidas ou sólidas nas condições normais de temperatura e pressão, tais como oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, etc.

Os vapores ocorrem através da evaporação de líquidos ou sólidos, geralmente são caracterizados pelos odores (cheiro), tais como gasolina, querosene, solvente de tintas, etc.

Deficiência de Oxigênio

Um ar limpo é composto, normalmente por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Uma pessoa em repouso respira de 20 a 30 litros de ar por minuto. Quando está realizando algum trabalho ou fazendo exercícios físicos, o consumo de ar aumenta para 30 a 40 litros por minuto. A deficiência de oxigênio pode ocorrer em locais fechados, onde a porcentagem de oxigênio é muito baixa. Deve-se normalmente a uma reação química, um processo de combustão (um incêndio), à presença de um gás que desloca o oxigênio ou o consumo do oxigênio do ar por microorganismos.

Temperaturas extremas

Um ar muito quente ou muito frio também pode ser perigoso, dependendo da temperatura e do tempo que uma pessoa está exposta ao ambiente.

Page 46: apostila tecnico de segurança

EFEITO DOS CONTAMINANTES À SAÚDE

Sistema Respiratório

Um fantástico mecanismo natural a nosso serviço. Sua finalidade é absorver o oxigênio do ar e transferi-lo para o sangue. Durante a respiração, o ar penetra pelo nariz ou boca, e através da traquéia atinge os pulmões. Nos pulmões, o ar ainda passa por pequenos tubos (bronquíolos), até chegar aos alvéolos, onde o oxigênio é transferido para a corrente sangüínea. Nesta fase do processo, os alvéolos trocam o oxigênio pelo gás carbônico do sangue (que é o gás residual não aproveitado pelos órgãos do corpo) e o transfere para ser expirado. O oxigênio é então distribuído pelo sangue por todos os órgãos do corpo humano, os quais realizarão suas funções distintas. Como podemos ver, o sistema respiratório é de fundamental importância para a realização do milagre da vida. Alguns contaminantes provocam reações imediatas no organismo como tosse, tonturas, dores de cabeça, espirros ou falta de ar. Existem, porém, doenças provocadas por certos ar, que só são descobertas após vários anos de exposição.

Defesas naturais do organismo

O corpo humano tem um incrível sistema respiratório que leva o ar contendo oxigênio para os pulmões. Para que possamos respirar um ar limpo e normal, as defesas do nosso organismo agem como purificadores de ar.

Pêlos: os pêlos do nariz , servem para segurar e prender as partículas maiores que inalamos juntos com o ar.

Cílios: os cílios são pequenos pêlos, que auxiliam no trabalho de purificação do ar. Pulsando 10 a 12 vezes por segundo, eles movimentam as partículas que possam ter passado pelo nariz, de modo que seja possível expectorá-las.

Muco: as vias respiratórias possuem uma substância líquida chamada muco, que serve, juntamente com os cílios, para arrastar essas ártículas até a garganta. A tosse é um reflexo do corpo que expulsa e joga fora essas partículas.

Doenças

Apesar das defesas naturais, alguns contaminantes conseguem penetrar profundamente no sistema respiratório e causar algumas doenças, como as pneumoconioses. Veja abaixo alguns exemplos de pneumoconioses:

Silicose - é causada por partículas da sílica, muito comum nas indústrias cerâmicas, minerações, pedreiras e metalúrgicas, provocando uma redução na capacidade respiratória.

Page 47: apostila tecnico de segurança

Abestose - é causada pelas fibras do asbesto (amianto), provocando redução na capacidade de transferência de oxigênio para o sangue, além de câncer.

Antracose - também conhecida como "doença do pulmão preto" ou "doença dos mineiros". É causada pela inalação de partículas de carvão mineral.

Bissinose - é causada principalmente pelas partículas de algodão, comum nas indústrias têxteis. Provocam redução na capacidade respiratória, febre e tosses freqüentes.

Pulmão dos fazendeiros - é provocada pala inalação de partículas dos cereais (sementes), madeiras ou fenos. Causam um tipo de cicatrização nos pulmões, febre, calafrios, tosse, dores musculares e redução na capacidade de respiração.

Doenças mais comuns - bronquites, resfriados crônicos, alergias e sinusites são também provocadas pela inalação de contaminantes.

COMO SE PROTEGER DOS CONTAMINANTES

Uma das formas de proteger o trabalhador contra a inalação de contaminantes atmosféricos é através do uso de Equipamento de proteção Respiratória (EPR).

Estes equipamentos, popularmente conhecidos como respiradores (máscaras), são constituídos por uma peça que cobre, no mínimo, a boca e o nariz, através da qual o ar chega à zona respiratória do usuário, passando por um filtro ou sendo suprido por uma fonte de ar limpa.

Os respiradores filtrantes são geralmente compostos de várias camadas de filtros, que retém certos contaminantes suspensos no ambiente de trabalho.

SELECIONANDO O RESPIRADOR ADEQUADO

Existem basicamente, duas classes de respiradores: os que filtram o ar do ambiente local são chamados de purificadores de ar; e os respiradores que recebem o ar de uma fonte externa ao ambiente de trabalho, os de ar mandado (ou linha de ar comprimido) e a máscara autônoma.

Ainda, os respiradores podem ser: peça semifacial ou peça facial inteira. Na classe de repiradores de ar, temos:

Respiradores semifaciais sem manutenção

Estes respiradores auto-filtrantes podem ser destinados à proteção contra a inalação de partículas, gases ou vapores, dependendo do tipo de contaminante e filtros existentes. Se este contaminante é uma partícula,

Page 48: apostila tecnico de segurança

será necessário um filtro mecânico. Para os gases e vapores será um filtro químico, composto de carvão ativado ou outro adsorvente.

Estes respiradores cobrem o nariz e a boca, e como qualquer outro respirador, devem ser ajustados e usados corretamente, sendo necessários trocá-los sempre que estiverem saturados ou deformados, não precisando de reparos ou trocas de peças.

Respiradores semifaciais reutilizáveis (purificadores de ar)

Como o nome diz estes respiradores semifaciais cobrem a região do nariz e da boca. Normalmente são compostos por uma peça feita de borracha, silicone ou outro elastômero e a purificação do ar é feita através da colocação de filtros e ou cartuchos para partículas, gases ou vapores; que deverão ser trocados sempre que estiverem saturados; isto é, quando a pessoa estiver sentindo ou gosto do contaminante.

Para que haja proteção contra os contaminantes é muito importante que se utilize o filtro correto para cada situação.

Além disso, nunca se esqueça de ajustar o respirador no rosto e examiná-lo, verificando se está em perfeito estado de uso.

Respiradores de peça facial inteira (purificadores de ar)

Os respiradores peça facial inteira protegem além do sistema respiratório, também os olhos. Além disso, são recomendados para ambientes com concentrações mais altas de contaminantes do que as peças semifaciais.

Podem ser utilizados com filtros para eliminar poeiras, fumos, névoas, gases ou vapores de ar.

Se compararmos, quando utilizamos um respirador tipo peça semifacial podemos reduzir em 10 vezes a concentração do contaminante no ambiente; já se usarmos a peça facial inteira podemos obter no mesmo ambiente uma redução de 100 vezes a concentração do contaminante.

Esta diferença deve-se ao fato de que o respirador facial inteiro envolve todo o rosto permitindo uma melhor vedação. Estes respiradores vedam a região da testa, uma superfície mais plana, se comparada ao nariz.

Respiradores com suprimento de ar

Os equipamentos de suprimento levam o ar através de uma traquéia plástica para dentro do respirador.

Este ar pode estar sendo enviado por um ar comprimido ou um conjunto de cilindros de ar comprimido (linha de ar comprimido); ou no caso das máscaras autônomas de ar é armazenado em um cilindro, sob alta pressão dando maior mobilidade ao usuário.

Page 49: apostila tecnico de segurança

A autonomia de ar destes equipamentos é de normalmente de 30 a 60 minutos, dependendo da atividade que será realizada e das dimensões e pressão do cilindro.

Certos tipos de respiradores com suprimento de ar protegem contra deficiência de oxigênio, concentrações muito elevadas de poeiras, fumos, névoas, gases e vapores, onde os respiradores purificadores de ar não podem ser utilizados.

COMO IDENTIFICAR UM BOM RESPIRADOR

Para que o respirador seja adequado e garanta uma eficiente proteção respiratória, devemos considerar as seguintes características:

Eficiência do filtro - A qualidade do elemento filtrante é muito importante para a adequada proteção respiratória. É muito importante que se faça a escolha do filtro apropriado para cada situação e contaminante.

Vedação - Um respirador que não se ajusta bem à face não dará uma boa vedação, e não estará protegendo o usuário, uma vez que os contaminantes entrarão pelas deficiências de vedação.

Tempo de uso - Após ter sido selecionado, com base nos riscos existentes no ambiente de trabalho, o respirador deve ser usado por todo o tempo em que você permanecer no ambiente contaminado. A exposição a estes ambientes, mesmo que por curtos períodos pode causar doenças ocupacionais ou até mesmo a morte.

COMO COLOCAR ADEQUADAMENTE UM RESPIRADOR

Sem manutenção

1. Leve o respirador ao rosto, apoiando-o inicialmente no queixo e depois cobrindo a boca e o nariz. Puxe o elástico superior, ajustando-o bem, acima das orelhas. depois faça o mesmo com o elástico de baixo, passando-o pela cabeça e ajustando-o na nuca.

2. Com dois dedos de cada mão pressione a peça de alumínio de forma a moldá-la ao seu formato de nariz.

3. Para verificar o ajuste, coloque as mãos na frente do respirador cobrindo toda sua superfície e inale. O ar não deve passar pelas laterais.

De borracha, silicone ou elastômero

1. Coloque o respirador no rosto e posicione o elástico superior sobre a cabeça. Encaixe os elásticos inferiores (de baixo) ligando as presilhas atrás do pescoço.

Page 50: apostila tecnico de segurança

2. Puxe as extremidades dos elásticos superiores, e depois os inferiores, para fazer o ajuste do respirador ao rosto.

3. Verificação de vedação com pressão positiva: Coloque a palma da mão sobre a válvula de exalação e assopre suavemente várias vezes. A peça facial deverá se expandir suavemente sem ocorrer vazamento.

4. Teste de pressão negativa: Coloque as mãos sobre os cartuchos e/ou filtros e inale profundamente várias vezes. A peça facial deverá comprimir levemente contra o rosto sem ocorrer vazamento.

CUIDADOS COM O RESPIRADOR

Para que o respirador possa ter um bom tempo de duração e conservação, são necessários alguns cuidados do usuário. Antes de entrar em uma área contaminada, verifique se o respirador não está danificado.

No caso de respiradores com filtros recambiáveis, lave o respirador em água corrente com detergente neutro, como indicam as instruções; retirando as peças se necessário. Caso os filtros e cartuchos estiverem saturados troque-os por novos. Não suje nem danifique a parte interna do respirador, que ficará em contato com a região da boca e do nariz. Se estiver que manusear seu respirador com as mãos sujas, pegue-o pela parte externa. Não o deixe sobre equipamentos ou lugares sujeitos a poeiras ou contaminantes.

Ao fim do trabalho ou nos intervalos de descanso, guarde o respirador em um saco plástico e coloque-o em lugar apropriado (gaveta, armário, etc.). Se sentir dificuldade na respiração, cheiro ou gosto do produto que está trabalhando, pode ser que esteja na hora de trocar de respirador (respiradores sem manutenção) por um novo, ou substituir os filtros (respiradores com manutenção).

A barba impede o ajuste e vedação adequados do respirador, facilitando a passagem dos contaminates. Por isso pessoas com barba não devem usar respiradores que necessitem vedação facial.

Em caso de dúvida ou pra informação adicional, procure o responsável pela segurança de sua empresa.