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Deveres Cvicos & Liberdade ReligiosaAbril 2001

APRESENTAO

Caros colegas do Ministrio dos Deveres Cvicos e da Liberdade Religiosa, da Unio Central Brasileira da Igreja Adventista do Stimo Dia. Face ao grande nmero de consultas e a necessidade de que o grupo de departamentais esteja apto para, no s orientar mas tambm auxiliar nossos irmos, principalmente o grupo dos mais jovens da Igreja, que fomos estimulados a atualizar este trabalho que teve sua primeira edio preparada em 1991, pelo estimado amigo e hoje advogado da Diviso Sul Americana, Dr. Misael de Lima Barreto. evidente que no um tratado ou um trabalho que encerra em si mesmo o assunto, muito pelo contrrio, nossa inteno abrir espao para um trabalho melhor, com a colaborao dos colegas. Trata-se, no momento, de uma coletnea de documentos importantes, modelos sugestivos e outras matrias necessrias a um melhor desempenho de nossa misso. Quando forem utilizar os modelos de requerimentos e outros, no podem esquecer-se de que o papel dever ser timbrado da UCB, da Associao ou mesmo da igreja ou ainda do pastor. No usar papel timbrado da Instituio Central, da Instituio Paulista ou outra, de escolas, do IAE, da ASA, ou outro qualquer que no seja das entidades religiosas, dentro da estrutura legal da UCB. Aproveito o ensejo desta ocasio para apresentar aos colegas nossos agradecimentos pelo empenho que vem sendo dispensado no sentido de levar segurana aos nossos queridos irmos, quando pressionados a dar prova de sua f. Temos que reconhecer o lindo trabalho que os desbravadores vem desenvolvendo, marcando presena em desfiles oficiais e em inmeras outras oportunidades onde tem se apresentado. Tambm devemos ser reconhecidos ao trabalho que vem sendo desenvolvido nas escolas, atravs dos Centros Cvicos e em participao em desfiles. importante que os filhos de nossa igreja sejam ensinados quanto aos valores culturais e cvicos, valorizando os smbolos nacionais. Especialmente chamamos a ateno dos colegas para o uso mais marcante da Bandeira Brasileira, em primeiro lugar em nossas prprias salas, e em nossa sede, em segundo lugar em nossas instituies e estabelecimentos e finalmente em nossas prprias igrejas, em respeito a soberania nacional. H instituies que possuem o mastro mas nunca hastearam o smbolo nacional mesmo porque jamais adquiriram uma. O dar a Csar o que de Csar comea com respeito dignidade do Estado. Portanto, importante que dediquemos tempo para manter contato com autoridades polticas, civis e militares, alm de eclesisticas de outras denominaes pois todas estas tem interesse e influncia na manuteno da liberdade religiosa, este bem que tanto gostamos de usufruir.

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Desejo ainda ressaltar neste trabalho a importncia de se promover nas igrejas e nas Associaes, Cursos Preparatrios para Habilitao ao Servio Militar Obrigatrio, tais como: Curso de Formao de Socorristas Padioleiros, Cursos para cozinheiros, Cursos de Preparo de Operadores de Computao e outros mais. Porm, o assunto que mais nos tem preocupado no momento o que est ocorrendo com os nossos alunos das universidades e os vestibulandos. Estes ltimos tem sido deixados de lado sem nossa presena maior em suas tenses prprias do momento dos exames de ingresso nas faculdades. Algum trabalho de preparao de terreno tem que ser desenvolvido com bastante antecedncia, antes que sejam fixadas as datas nos calendrios escolares. Na ltima hora o trabalho infrutfero pois j haver toda uma estrutura montada, difcil de ser alterada. Bem colegas, eis a o incio de um trabalho que juntos poderemos desenvolver e entregar nas mos do Senhor, para que atravs de seu Esprito Santo os frutos brotem em seu devido tempo. Ao concluir este trabalho estou orando a Deus pelo seu resultado e pelas bnos que ele poder gerar a ns e aos nossos queridos irmos.

Alcides Coimbra Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa Unio Central Brasileira IASD

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NDICE

APRESENTAO ........................................................................................................................................................ 4 LDERES DE DEVERES CVICOS E LIBERDADE RELIGIOSA ........................................................................... 7 OBSERVNCIA DO SBADO - ORIENTAES - 108/906 DOCUMENTO ASSOCIAO GERAL ............... 8 POR QUE OS ADVENTISTAS DO STIMO DIA SO NO-COMBATENTES .................................................. 21 OS ADVENTISTAS DO STIMO DIA E O GOVERNO CIVIL .............................................................................. 30 O ESPRITO DE PROFECIA E O SERVIO MILITAR ........................................................................................... 39 OS ADVENTISTAS E A POLTICA .......................................................................................................................... 54 OS ADVENTISTAS DO STIMO DIA, O VOTO E A POLTICA .......................................................................... 63 ADVENTISTAS DO STIMO DIA E VOTAO .................................................................................................... 68 TEXTOS CONSTITUCIONAIS ................................................................................................................................. 74 DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM ............................................................................... 78 DECLARAO DA IGREJA ADVENTISTA DO STIMO DIA A PROPSITO DO 50 ANIVERSRIO DA DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................... 83 DECLARAO SOBRE A ELIMINAO DE TODAS AS FORMAS DE INTOLERNCIA E DE DISCRIMINAO FUNDADAS NA RELIGIO OU CRENA DE 25.11.1981 ............................................. 84 LEI ESTADUAL N. 10.066/98 PRESTAO DE ASSISTNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES CIVIS E MILITARES DE INTERNAO COLETIVA ................................................................................................. 85 DECRETO N. 44.395/99 REGULAMENTA APRESENTAO DE ASSISTNCIA RELIGIOSA DE QUE TRATA A LEI N. 10.066 ....................................................................................................................... 87 LEI N LEI 9.982/00 PRESTAO DE ASSISTNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES HOSPITALARES PBLICAS E PRIVADAS, BEM COMO NOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS CIVIS E MILITARES .................................................................................................................... 90 EMENDA CONSTITUCIONAL N. 16 REELEIO ............................................................................................ 91 LEI N. 4898/65 ABUSO DE AUTORIDADE ......................................................................................................... 92 LEI N. 7.437/85 DEFINE COMO CONTRAVENO PRECONCEITOS DE RAA, COR, SEXO ................. 97 LEI N. 9.459/97 DEFINE PUNIES CONTRA OS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITOS DE RAA OU DE COR ......................................................................................................... 99 LEI N. 1.784/97 FIXA HORRIOS PARA CONCURSOS E EXAMES NO D.F. .............................................. 100 LEI ESTADUAL N. 10.435/72 SEGUNDA CHAMADA PARA EXAMES E PROVAS NOS CASOS QUE ESPECIFICA ....................................................................................................... 101 LEI N. 8239/91 REGULA O SERVIO MILITAR ALTERNATIVO .................................................................. 102 PORTARIA N. 111, DE 13/02/2001 ESTABELECE CONDIO PARA O SERVIO MILITAR ALTERNATIVO ............................................................................................................... 104 LEI N. 1.110/50 CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL ................................................................. 106 LEI N. 6015/73 REGISTROS PBLICOS ........................................................................................................... 107 MODELOS DE REQUERIMENTOS E OUTROS .................................................................................................. 108 DECRETO N. 4 DE 19 DE NOVEMBRO DE 1889 ESTABELECE OS DISTINTIVOS DA BANDEIRA E ARMAS NACIONAIS ......................................................................................................... 121 LEI 5700/71 APRESENTAO DOS SMBOLOS NACIONAIS ....................................................................... 122 DESENHO DA BANDEIRA NACIONAL .............................................................................................................. 130 DESENHO MODULAR DA BANDEIRA NACIONAL ......................................................................................... 131 A BANDEIRA BRASILEIRA .................................................................................................................................. 132 NORMAS SOBRE A APRESENTAO DA BANDEIRA NACIONAL ............................................................... 133 NORMAS E APRESENTAO DOS SMBOLOS NACIONAIS ......................................................................... 134 HINO BANDEIRA ............................................................................................................................................... 146 AS ARMAS NACIONAIS ........................................................................................................................................ 144 O SELO NACIONAL ............................................................................................................................................... 148 O HINO NACIONAL ............................................................................................................................................... 149 DATAS SUGESTIVAS PARA O HASTEAMENTO DA BANDEIRA EM NOSSAS SEDES ESTABELECIMENTOS E INSTITUIES ...................................................................................................... 150

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LDERES DE DEVERES CVICOS E LIBERDADE RELIGIOSA

DSA UCB ABC APaC APL APO APS AP APlaC MMT

Pr. Silo de Almeida Dr. Alcides Coimbra Pr. Lins Alves de Miranda Pr. Edson Caravelli Pr. Enildo do Nascimento Pr. Luiz Carlos de Arajo Pr. Srgio Octaviano Pr. Valdir Carlos Dr. Daniel Fiuza Prof. Evaldo Zorzim

Apostila preparada pelo Departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa da UCB

Expediente:Presidente: Pr. Tercio Sarli Secretrio: Pr. Getlio Ribeiro de Faria Ecnomo: Pr. Andr Marcos Pasini Depto. Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa: Dr. Alcides Coimbra Secretria: Marilene Maran A. Serain Capa e Diagramao: Edimar Oliveira Veloso Tiragem: 250 exemplares

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OBSERVNCIA DO SBADO ORIENTAES - 108/906 DOCUMENTO ASSOCIAO GERAL

90-321 VOTADO registrar o voto DSA 90-639 como segue: VOTADO registrar o seguinte documento da Associao Geral, Observncia do SbadoOrientaes: A presente orientao, junto com a Bblia e o Esprito de Profecia pode servir de pauta para atender algumas das perguntas que tem surgido, contudo de nenhum modo impede o direito pessoal de seguir os ditames da prpria conscincia desde que dirigida pelo Esprito Santo. Propsito e Perspectiva O principal objetivo deste documento sobre a observncia do sbado oferecer conselhos ou diretrizes aos membros da igreja que desejam uma experincia mais rica e significativa de observncia do sbado. Espera-se que se produza um estmulo para uma genuna reforma quanto guarda do sbado em mbito mundial. Conhecendo-se o fato de que a comunidade mundial de adoradores encontra numerosos problemas quanto observncia do sbado, originrios de determinados contextos culturais e ideolgicos, tentou-se tomar essas dificuldades em considerao. No pretende este documento abranger todas as questes relativas guarda do sbado, mas apresentar princpios bblicos e diretrizes do Esprito de Profecia que ajudem os membros da igreja em seu esforo por seguir a orientao do Senhor. Espera-se que os conselhos dados neste documento sejam teis, em ltima anlise, entretanto, as decises feitas sob circunstncias crticas devem ser motivadas pela f e confiana pessoal no Senhor Jesus Cristo. Sbado - Salvaguarda de Nosso Relacionamento com Deus O sbado engloba toda a nossa relao com Deus. uma indicao dos atos de Deus em nosso favor no passado, presente e futuro. O sbado protege a amizade do homem com Deus e proporciona o tempo essencial para o desenvolvimento dessa relao. O sbado esclarece o relacionamento entre Deus e a famlia humana, pois aponta a Deus como Criador numa poca em que os seres humanos gostariam de usurpar a posio de Deus no universo. Nesta era de materialismo, o sbado conduz homens e mulheres quilo que espiritual e pessoal. So srias as consequncias de esquecer o dia de sbado para o santificar. Esse esqueci-

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mento produzir uma distoro e final destruio do relacionamento de uma pessoa com Deus. Quando guardado o sbado, ele torna-se testemunha do repouso que advm de confiar apenas em Deus como sustentador, como base de nossa salvao e como o fundamento de nossa esperana no futuro. Como tal, o sbado um deleite porque entramos no descanso de Deus e aceitamos o convite para comungar com Ele. Quando Deus pede que nos lembremos do dia de sbado, Ele o faz porque deseja que nos lembremos dEle. Princpios e Teologia da Observncia do Sbado Natureza e Propsito do Sbado. A origem do sbado encontra-se na Criao, quando Deus descansou de Sua obra no stimo dia (Gn. 1-3). O sbado tem importncia como sinal perptuo do concerto eterno entre Deus e Seu povo a fim de que soubessem Quem os criou (xo. 31:17) e os santifica (xo. 31:13, Eze. 20;12), e para que O reconhecessem como o Senhor seu Deus (Eze. 20:20). O carter Singular do Sbado. O sbado uma ocasio especial para adorao de Deus como Criador e Redentor, e como o Senhor da Vida, com quem toda a famlia humana se reunir por ocasio do segundo advento. O mandamento do sbado forma o centro da lei moral como o selo da autoridade de Deus. Sendo que constitui um smbolo do relacionamento de amor de Deus com Seus filhos terrestres, os seres humanos so obrigados a respeitar este dom no sentido de que faro o possvel para promover e envolver-se em atividades que ajudem a estabelecer e reforar um relacionamento duradouro com Deus. Assim, Seu povo se envolver apenas em atividades voltadas para Deus e seus semelhantes e no naquelas que se inclinam para a gratificao do prprio eu ou dos prprios interesses. A Universalidade do Sbado. A universalidade tem sua raiz na Criao. Dessa maneira seus privilgios e obrigaes so vigentes para todas as naes, classes ou setores. (ver xo. 20:11, 23:12; Deu. 5:13; Isa. 56:1-8). A observncia do sbado diz respeito a todos os membros da casa, incluindo as crianas, e estende-se at mesmo ao estrangeiro que est dentro das tuas portas (xo. 20:10). Os Limites de Tempo do Sbado. Dados bblicos: o sbado comea no final do sexto dia da semana e dura um dia, de anoitecer a anoitecer (Gn. 1; Mar. 1:32). Esse tempo coincide com o tempo do ocaso do sol. Nos lugares onde for difcil determinar claramente a hora do pr-do-sol, o guardador do sbado comear o sbado no final do dia marcando pela diminuio da luz. Princpios que orientam a Observncia do Sbado. Embora a Bblia no trate diretamente de muitas questes especficas que podemos ter atualmente quanto observncia do sbado, ela nos apresenta princpios gerais aplicveis hoje (Ver xo. 16:29, 20:8-11, 34:21; Isa. 58:13; Nee. 13:15-22). A lei probe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o ganha-po deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundanos lcito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor de criar e repousou ao sbado, e o abenoou, assim deve o homem deixar as ocupaes da vida diria, e devotar essas sagradas horas a um saudvel repouso, ao culto e as boas obras. (O Desejado de Todas as Naes, p.186)

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Esse conceito, entretanto, no apoia a inatividade total. O Antigo e Novo Testamentos nos convidam a cuidar das necessidades e aliviar os sofrimentos dos outros, pois o sbado um bom dia para todos, particularmente para os humildes e oprimidos (xo. 23:12; Mat. 12:10-13; Mar. 2:27; Luc. 13:11-17; Jo. 9:1-21). Contudo, nem mesmo as boas obras devem obscurecer a principal caracterstica bblica da observncia do sbado, a saber, o repouso (Gn. 2:1-3), Isso inclui tanto o repouso fsico (xo. 23:12), como o espiritual em Deus (Mat. 11:28). O ltimo leva o observador do sbado a procurar a presena de Deus e a comunho com Ele no culto (Isa. 48:13) tanto na meditao silenciosa (Mat. 12:1-8), como na adorao pblica (Jer. 23:32; II Rei. 4:23, 11:4-12; I Cr. 23:30; Isa. 56:1-8). Seu objetivo reconhecer a Deus como Criador e Redentor (Gn. 2:1-3; Deu. 5:12-15), e compartilhado pela famlia isoladamente e pela comunidade maior (Isa. 56:1-8). O Sbado e a Autoridade da Palavra de Deus. Ellen White assinala que o mandamento do sbado nico pois contm o selo da lei de Deus. Unicamente ele apresenta no s o nome mas o ttulo do Legislador. Declara ser Ele o Criador dos cus e da Terra e mostra assim, o Seu direito reverncia e culto, acima de todos. Afora este preceito, nada h no declogo para mostrar por que autoridade a lei dada. (O Grande Conflito, pp. 451-452) O sbado, como sinal do Criador aponta para Sua autoridade e direito de propriedade. Uma significativa observncia do sbado, portanto, indica a aceitao de Deus como Criador e Possuidor e reconhece Sua autoridade sobre toda a Criao, inclusive o prprio ser. A observncia do sbado baseia-se sobre a autoridade da Palavra de Deus. No h para ela outra razo lgica. Os seres humanos tem a liberdade de entrar em relacionamento com o Criador do universo como um amigo pessoal. Os guardadores do sbado podem ter de enfrentar resistncias por vezes devido a seu compromisso com Deus no sentido de santificar o sbado. Para aqueles que no reconhecem a Deus como seu Criador, parece arbitrrio ou inexplicvel que algum deixe seu trabalho no dia de sbado meramente por motivos religiosos. A observncia significativa do sbado testifica do fato de que escolhemos obedecer ao mandamento de Deus. Assim reconhecemos que nossa vida agora vivida em obedincia Palavra de Deus. O sbado constituir uma prova especial no tempo do fim. O crente ter de fazer uma escolha, submeter-se Palavra de Deus ou autoridade humana (Apoc. 14:7, 12).

A Vida no Lar e na Famlia e sua Relao com o SbadoIntroduo. A vida domstica a pedra angular da apropriada observncia do sbado. Somente quando as pessoas observam o sbado conscienciosamente no lar assumem suas correspondentes responsabilidades como membros da famlia, a Igreja como um todo revelar ao mundo as alegrias e privilgios do santo dia de Deus. Diferentes tipos de Lares. No sculo XX h vrios tipos de lar; por exemplo, o lar onde h marido, esposa e filhos; o lar onde h marido e esposa, sem filhos; o lar onde h apenas um pai (ou uma me) com filhos (onde devido a um falecimento ou divrcio o pai ou me precisam atuar como pai e me ao mesmo tempo); o lar em que uma pessoa nunca tenha se casado ou em que a morte ou

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o divrcio tenha deixado algum sozinho, sem filhos; ou o lar em que apenas o pai ou a me seja membro da Igreja. Ao levar em conta as necessidades e os problemas dessas categorias, deve-se entender que alguns dos princpios e sugestes enunciados se aplicaro a todos os grupos, e alguns sero mais especializados. Duas Instituies Sagradas. O lar e o sbado. No princpio Deus colocou um homem e uma mulher no Jardim do den, seu lar. Tambm no princpio Deus deu o sbado aos seres humanos. Essas duas instituies, o lar e o sbado andam juntas. Ambas so dons de Deus. Portanto, ambas so sagradas, sendo que a ltima fortalece e enriquece de maneira nica os laos da primeira. O companheirismo ntimo um elemento importante do lar. O companheirismo ntimo com outros seres humanos tambm elemento importante do sbado. Ele aproxima as famlias a Deus e os indivduos uns dos outros. Vista partir dessa perspectiva, a importncia do sbado para o lar no pode ser superestimada. Responsabilidade dos adultos como mestres. Ao escolher Abrao como o pai do povo escolhido, Deus disse: Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele (Gn. 18:19). Parece claro, ento, que foi dada aos adultos uma enorme responsabilidade no lar com vistas ao bem-estar espiritual dos filhos. Tanto por preceito como por exemplo, devem eles proporcionar o tipo de estrutura e atmosfera que torne o sbado um deleite e uma parte to vital da vida crist que, mesmo muito tempo depois de deixar o lar, os filhos continuem os costumes que lhes foram ensinados na infncia. Em harmonia com a injuno Tu as inculcars (as palavras e mandamentos de Deus) a teus filhos (cf. Deu. 6:4-9), os membros adultos da famlia devem ensinar os filhos a amarem a Deus e guardarem Seus mandamentos. Devem ensin-los a serem leais a Deus e a seguir Sua direo. Desde a mais tenra infncia, as crianas devem ser ensinadas a participar do culto familiar a fim de que o culto na casa de Deus se torne uma extenso do costume da famlia. Tambm desde a infncia as crianas devem ser ensinadas sobre a importncia da assistncia igreja aprendendo que a verdadeira observncia do sbado envolve ir casa de Deus para o culto e o estudo da Bblia. Os adultos da famlia devem dar o exemplo, assistindo aos cultos de sbado; formando um padro que ser visto como importante quando os filhos tomarem decises sobre aquilo que tem valor na vida. Atravs de discusses, enquanto as crianas crescem e se tornam mais maduras, e atravs do estudo da Bblia deve-se-lhes ensinar o significado do sbado, sua relao com o viver cristo e sua natureza permanente. Preparao para o Sbado. Se o sbado deve ser observado devidamente, a semana inteira deve ser programada de tal maneira que todos os membros estejam prontos para receber o santo dia de Deus quando ele chegar. Isso significa que os membros adultos da famlia faro planos para que as tarefas domsticas - a compra e o preparo de alimentos, o preparo das roupas e todas as outras necessidades da vida diria - sejam completadas antes do pr-do-sol de sexta-feira. O dia de repouso deve tornar-se o eixo em torno do qual gira a roda da semana inteira. Quando se aproximar o pr-do-sol e o anoitecer de sexta-feira, adultos e crianas podero saudar o sbado com tranquilidade de mente, tendo concludo todos os preparativos e com a casa pronta para passar as 24 horas seguintes com Deus e uns com os outros. As crianas podem ajudar nesse sentido assumindo responsabilidades de preparo para o sbado de acordo com seu grau de maturidade. A maneira como a famlia se aproxima do incio doSubsdios para o Departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa

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sbado ao pr-do-sol de sexta-feira e a maneira como passada a noite de sexta-feira, constituiro o cenrio para o recebimento das bnos que o Senhor tem em reserva para todo o dia que segue. Vesturio apropriado para o Sbado. Onde h crianas no lar, ao vestir-se a famlia no sbado de manh para ir Igreja, os adultos podem por preceito e exemplo ensinar os filhos que uma forma de honrar a Deus ir Sua casa com roupas limpas que representem apropriadamente a cultura em que vivem. A Importncia da hora do Estudo da Bblia. Nos lugares onde as crianas no tem a vantagem de frequentar escolas adventistas, a Escola Sabatina torna-se o mais importante meio de instruo religiosa fora do lar. No se pode superestimar o valor desta hora de estudo da Bblia. Os pais, portanto, devem assistir aos cultos de sbado de manh e fazer todo o possvel para levar os filhos consigo. Atividades da Famlia no Sbado. Na maioria das culturas, a refeio de sbado ao meio-dia quando a famlia se rene em torno da mesa para o almoo no lar um ponto alto da semana. O esprito de sagrada alegria e companheirismo, iniciado na hora de levantar e continuado durante a programao da manh na igreja, intensifica-se. Sem as distraes de uma atmosfera secular, a famlia pode conversar sobre temas de interesse mtuo e manter a disposio espiritual do dia. Quando compreendida a natureza do sbado e existe um relacionamento de amor entre pais e filhos, todos procuraro evitar a intromisso nas horas sagradas de msica secular, rdio, programas de televiso e vdeo, jornais, livros e revistas. As tardes de sbado, tanto quanto possvel sero empregadas em atividades de famlia explorar a natureza, fazer visitas missionrias a doentes ou pessoas de resguardo ou a outras que necessitem de encorajamento - e assistir s reunies da igreja. medida que as crianas crescem, as atividades se ampliaro para abranger outros membros de sua faixa etria na Igreja, sempre com a pergunta em mente: Esta atividade me leva compreender melhor a verdadeira e sagrada natureza do sbado? Assim, a devida observncia do sbado no lar exercer uma influncia duradoura para o tempo e a eternidade.

A Observncia do Sbado e as Atividades RecreativasIntroduo. A observncia do sbado inclui o culto e a comunho. amplo e generoso o convite para desfrutar ambos. O culto sabtico dirigido a Deus geralmente ocorre numa comunidade de crentes. A mesma comunidade prov comunho. Tanto o culto como a comunho oferecem um potencial ilimitado de louvor a Deus e enriquecem a vida dos cristos. Quando o culto sabtico ou a comunho so distorcidos ou abusados, o louvor a Deus e o enriquecimento pessoal ficam ameaados. Como o dom de Si mesmo que Deus nos faz, o sbado traz genuno gozo no Senhor. uma oportunidade para que os crentes reconheam e atinjam o potencial que receberam de Deus. Assim, para o crente, o sbado um deleite. Fatores alheios observncia do Sbado. O sbado pode ser facilmente invadido por elementos alheios ao seu esprito. Na experincia do culto e da comunho o crente deve estar sempre alerta em relao com fatores que prejudiquem a sua percepo da natureza sagrada do sbado. O senso da santidade do sbado ameaado particularmente por tipos errados de comunho e atividades. Por contraste, a santidade do sbado exaltada quando o Criador permanece como centro desse dia santo.

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Fenmenos culturalmente condicionados na observncia do sbado. importante compreender porque os cristos prestam obedincia a Deus e, dessa maneira, observam o sbado no lugar histrico e cultural onde vivem. possvel que tanto a histria como a cultura nos condicionem de maneira falsa e produzam a distoro de nossos valores. Ao apelar para a cultura, podemos ser culpados de dar-nos a desculpa ou licena de condescender com esportes e atividades recreativas incompatveis com a santidade do sbado. Por exemplo, o exerccio fsico intenso e vrias formas de turismo no se harmonizam com a verdadeira observncia do sbado. Qualquer tentativa de regulamentar a observncia do sbado alm dos princpios bblicos preparando listas de proibies para o dia de sbado sero contraprodutivas para uma experincia espiritual slida. O cristo submeter a sua experincia sabtica ao teste do princpio. Ele sabe que o principal objetivo do sbado fortalecer o elo de unio entre si mesmo e Deus. Dessa forma, so aceitveis as atividades guiadas por princpios bblicos e as que contribuem para esse fortalecimento. Visto que ningum pode avaliar corretamente os motivos pessoais dos outros, o cristo deve ser muito cuidadoso para no criticar seus irmos que vivem em contextos culturais diferentes do seu prprio. Em viagem, os turistas adventistas devem fazer todo esforo no sentido de observar o sbado juntamente com seus irmos daquela regio. Por respeito santidade do stimo dia, recomenda-se que os adventistas evitem us-lo como dia livre para passeios tursticos e atividades seculares.

Igrejas e Instituies da IgrejaAo estabelecer diretrizes e praxes especficas para a Igreja como um todo e para as instituies da igreja, a organizao est apresentando um exemplo da guarda do sbado para os membros em geral. responsabilidade dos membros a aplicao dos princpios da verdadeira observncia do sbado sua prpria vida. A igreja pode ajudar apresentando princpios sobre a guarda do sbado encontrados na Bblia e no Esprito de Profecia, mas no pode ser conscincia para os membros. Igrejas - O papel da igreja e da famlia nas atividades de sbado tarde. O pastor e os lderes da igreja local tem a responsabilidade de oferecer atividades sabticas cuidadosamente planejadas para crianas, jovens, adultos e idosos, bem como para famlias e pessoas que vivem sozinhas, enfatizando a importncia de tornar o sbado um dia de alegria, adorao e repouso. As atividades da igreja devem complementar e no substituir as atividades da famlia e do lar. Igrejas - Msica de sbado. A msica produz um impacto poderoso sobre a disposio de esprito e as emoes da pessoa. Os lderes da igreja selecionaro a msica e os msicos que realaro a atmosfera reverente do repouso sabtico e o relacionamento do adorador com Deus. Os ensaios do coral no sbado devem ser evitados durante os horrios de reunies sabticas regularmente programadas. Igrejas - Penetrao na comunidade. Embora os cristos possam participar de certos tipos de obra social em favor de estudantes, jovens e pobres nos subrbios e favelas devem tomar cuidado de exercer uma influncia exemplar de guarda coerente do sbado. Quando envolvidos numa classe de extenso ou escola especial para crianas e jovens, devem escolher assuntos e classes que

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sejam diferentes das matrias seculares normais ou aulas da semana e incluir atividades que contribuam para a cultura espiritual. Passeios pela vizinhana ou junto natureza podem substituir os recreios; caminhadas ou excurses junto natureza que exijam apenas esforo mnimo podem substituir matrias ou aulas seculares. Igrejas - Recolta. O procedimento geral das igrejas adventistas do stimo dia realizar a recolta em dia que no seja o sbado. Nos lugares onde for costume recoltar no sbado, a atividade deve ser executada de modo a fazer benefcios espirituais a todos os participantes. Igrejas - Arrecadao de fundos no sbado. A doutrina da mordomia crist encontra-se em todas as Escrituras. O ato de dar tem lugar definido nos cultos de adorao. Quando se fazem apelos para ofertas, devem ser feitos de tal maneira que preservem a santidade do culto e do sbado. Igrejas - Casamentos aos sbados. A cerimnia matrimonial sagrada e em si mesma no estaria em desacordo com o esprito da guarda do sbado. Contudo, a maioria dos casamentos envolve um considervel trabalho e quase inevitavelmente se cria uma atmosfera secular durante os preparativos e a recepo. A fim de que no se perca o esprito do sbado, deve-se desaconselhar a realizao de casamentos aos sbados. Igrejas - Funerais aos sbados. Em geral, os adventistas devem tentar evitar os funerais aos sbados. Em alguns climas e sob certas condies, entretanto, pode ser necessrio realizar os funerais sem demora, apesar do dia de sbado. Nesses casos, devem ser feitos arranjos antecipados com agentes funerrios e funcionrios do cemitrio para que realizem suas tarefas de rotina antes do dia de sbado reduzindo assim o trabalho. Em alguns casos, a cerimnia fnebre pode ser realizada no sbado deixando-se o sepultamento propriamente dito para mais tarde. Instituies mdicas adventistas. As instituies mdicas adventistas constituem o nico contato que muitas pessoas tem com a Igreja Adventista do Stimo Dia. Os hospitais adventistas devem ser mais do que meramente sistemas de atendimento mdico. Tem eles a oportunidade nica de dar um testemunho cristo 24 horas por dia junto s comunidades a que servem. Alm disso, tem o privilgio de apresentar a mensagem do sbado pelo exemplo cada semana. Na cura dos enfermos e na libertao dos portadores de debilidade fsicas, mesmo no sbado, Cristo deixou um exemplo que consideramos a base para o estabelecimento e funcionamento das instituies mdicas adventistas. Portanto, uma instituio que oferea atendimento mdico ao pblico, deve estar preparada para ministrar as necessidades dos enfermos e sofredores independente de horas ou dias. Esse fato coloca uma grande responsabilidade sobre as instituies no sentido de elaborarem e executarem regulamentos que reflitam o exemplo de Cristo e apliquem os princpios da observncia do sbado encontrados nas Escrituras e ensinados pela Igreja Adventista do Stimo Dia. Os administradores tem a responsabilidade especial de cuidar para que todos os departamentos mantenham o verdadeiro esprito da guarda do sbado, instituindo procedimentos apropriados e evitando a frouxido na observncia do stimo dia. Recomenda as seguintes aplicaes dos princpios de observncia do sbado: 1. oferecer atendimento mdico de emergncia sempre que necessrio com boa disposio, nimo e alto nvel de profissionalismo. Entretanto, nem as instituies nem os mdicos e dentistas adventistas devem oferecer os mesmos servios de clnica ou consultrio que oferecem nos outros dias da semana.

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2. suspender todas as atividades rotineiras que podem ser adiadas. Geralmente, isso significa fechar completamente os departamentos e instalaes que no tenham relao direta com o atendimento aos pacientes e manter um nmero mnimo de pessoas qualificadas em outros departamentos para tratar das emergncias. 3. adiar servios eletivos de diagnsticos de terapia. O mdico de planto deve decidir o que necessrio ou de natureza emergencial. Se ele abusar desse direito, os casos devem ser tratados pela administrao do hospital. Os funcionrios da instituio que no trabalham na administrao no devem envolver-se nas decises nem serem obrigados a enfrentar o(s) mdico(s) de planto. Pode-se evitar mal-entendidos deixando claro em estatutos para a equipe mdica que somente sero realizados procedimentos cirrgicos, teraputicos ou de diagnstico que no possam ser adiados devido a condio do paciente. Um atendimento claro com todos os que so designados para a equipe no momento da admisso far muito para evitar mal-entendidos e abusos. 4. fechar os escritrios administrativos para atendimentos de rotina. Embora possa ser necessrio admitir ou dar alta a pacientes no sbado, recomenda-se que seja evitada a apresentao de contas e o recebimento de dinheiro. Jamais deve a guarda do sbado ser motivo de irritao para aqueles que procuram servir e salvar, mas sim constituir o sinete dos filhos da luz (Ef. 5:8, AA 260). 5. fazer do sbado um dia deleitoso para os pacientes, um dia em que intensa atividade de rotina seja posta de lado e a equipe esteja livre para passar mais tempo com os pacientes, instrulos, aconselh-los e familiariz-los com o maravilhoso amor de Deus. Essa atividade missionria ser uma lembrana do testemunho cristo que jamais ser esquecida. A guarda significativa do sbado ser conseguida muito mais facilmente em uma instituio que empregue uma equipe predominantemente adventista. A apresentao do sbado sob um prisma favorvel pode ser conseguida pelos obreiros encarregados do atendimento aos pacientes, e pode constituir uma influncia convincente na vida dos que no pertencem nossa f. 6. o atendimento aos enfermos uma atividade dos sete dias da semana. A doena no conhece calendrio, entretanto, ao escalar os funcionrios, as instituies mdicas devem tomar em considerao as crenas, observncias e prticas sinceras dos empregados ou futuros empregados. A instituio deve dar margem razovel a essas crenas a menos que se demonstre que essa acomodao reconhece que a conscincia das pessoas varia em relao com a convenincia do trabalho aos sbados. Nem a igreja nem suas instituies pode atuar como conscincia para seus empregados. Em vez disso, deve-se dar margem razovel para a conscincia individual. 7. resistncia s presses para afrouxar as normas adventistas. Algumas instituies tem sido pressionadas por comunidades, equipes mdicas e/ou empregados (quando a maioria se compe de no-adventistas) no sentido de abandonar ou enfraquecer os princpios quanto guarda do sbado e suas prticas, de modo que o sbado seja tratado como qualquer outro dia. Em alguns casos, temse feito presso para manter os servios completos no sbado, reduzindo-se ento no domingo. Essa atitude deve ser vigorosamente combatida. A aquiescncia levaria a um srio reexame do relacionamento dessa instituio com a igreja. 8. instruir os empregados que no so adventistas, quanto aos princpios de guarda do sbado praticados pela instituio. Todos os no-adventistas no momento da admisso em uma instituio mdica adventista devem tomar conhecimento dos princpios adventistas do stimo dia, especialmente praxes institucionais relativas observncia do sbado. Embora os no-adventistas possam

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no crer como ns, eles devem saber desde o incio como se espera que se encaixem no programa da instituio para ajud-la a atingir seus objetivos. 9. estimular uma atitude de contnuo testemunho cristo entre os empregados adventistas. O nico contato que muitos funcionrios no-adventistas podero ter com os adventistas do stimo dia, ser na instituio que os emprega. Todos os relacionamentos devem ser cordiais, bondosos e representativos do amor exemplificativo na vida e obra do Grande Mdico. A compaixo para com os enfermos, a abnegada considerao para com os semelhantes, a solcita disposio para servir e uma irrestrita lealdade para com Deus e a Igreja podem bem construir um cheiro de vida para a vida. A guarda do sbado privilgio e honra, bem como dever. Jamais deve tornar-se pesada ou tediosa para os que a observam ou para os que nos rodeiam. O trabalho aos sbados em hospitais no-adventistas. Embora seja essencial nas instituies mdicas que constantemente se realize um mnimo de trabalho para manter o bem-estar e conforto dos pacientes, os empregados adventistas em instituies no-adventistas onde as horas do sbado no trazem diminuio dos deveres rotineiros, encontram-se sob a obrigao de recordar os princpios que regem as atividades sabticas. Para evitar situaes em que os membros da igreja enfrentem problemas com a guarda do sbado em instituies no-adventistas, recomenda-se que: 1. quando os adventistas aceitam emprego num hospital no-adventista, tornem conhecidos seus princpios de guarda do sbado e solicitem um horrio de trabalho que os isente dos deveres no dia de sbado. 2. nos lugares onde os horrios de trabalho ou outros fatores no permitam esse arranjo, os adventistas devem identificar claramente as tarefas, se houver alguma que podero realizar conscienciosamente no sbado bem como sua frequncia. 3. nos casos em que no for possvel acomodar-se aos arranjos acima, os membros devem tornar supremas as exigncias de lealdade a Deus e abster-se de tarefas rotineiras. Instituies educacionais adventistas. As escolas adventistas de segundo grau com internato desempenham um papel importante na formao de hbitos de observncia do sbado das futuras geraes de membros da igreja, e os colgios e universidades adventistas fazem muito para molar o pensamento do ministrio e da classe profissional da igreja. importante, portanto, que a teoria e a prtica sobre como maximizar as deleitosas bnos do sbado se aproximem o mximo do ideal nessas instituies. A aplicao desse princpio deve incluir: 1. preparo adequado para o sbado. 2. demarcao do incio e final das horas sabticas. 3. atividades apropriadas para o lar e a escola: culto, grupos de orao, trabalho missionrio, etc. 4. deveres necessrios reduzidos ao mnimo. De preferncia, devem ser confiados a pessoas que os realizem como servio voluntrio e no s que recebem pagamento pelo mesmo trabalho durante a semana. 5. cultos inspiradores de preferncia servindo como modelo daquilo que se espera caracterize os cultos nas igrejas das escolas.

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6. atividades variadas e apropriadas para as tardes de sbado. 7. estruturao do programa semanal de modo que o sbado represente uma alegria que permanece alm do clmax da semana, em vez de ser um preldio para atividades contrastantes no sbado noite. a. Vendas no refeitrio. Os refeitrios so destinados a servir os estudantes e os pais que os visitam, bem como os hspedes autorizados; no devem abrir ao pblico no sbado. Para evitar transaes desnecessrias durante as horas sagradas, a instituio deve tomar providncias para que os pagamentos sejam feitos fora das horas do sbado. b. Participao do corpo docente em reunies de profissionais. Em alguns pases, os adventistas do stimo dia tem o privilgio de assistir a encontros de profissionais a fim de manter-se a par do progresso em sua rea de especializao. Pode ser tentador justificar a assistncia a essas reunies no sbado. Recomenda-se entretanto, que o pessoal acadmico participe do culto junto com os outros membros da igreja, em vez de unir-se aos colegas profissionais trabalho. c. Estaes de rdio. As estaes de rdio dos colgios podem ser uma bno para a comunidade. Para maximizar essas bnos, a programao durante as horas do sbado deve refletir a filosofia da igreja. Se durante o sbado forem feitos apelos quanto arrecadao de fundos, eles devem ser feitos de tal maneira que exaltem a santidade do dia. d. Viagens promocionais. A fim de manter a natureza de reverncia do dia de sbado, as viagens promocionais devem ser planejadas de forma que reduzam ao mnimo as viagens aos sbados, proporcionando o mximo de tempo para o culto com os irmos. As horas do sbado no devem ser usadas em viagem com o objetivo de que haja tempo livre para um programa no sbado noite. e. A observncia do sbado na educao para o Ministrio. Os pastores tem a grande responsabilidade de moldar a vida espiritual da igreja por seu exemplo pessoal. Portanto, as instituies que preparam os pastores e as esposas de pastores precisam ensinar seus alunos a formar uma slida filosofia de observncia do sbado. A devida orientao recebida na escola pode ser um instrumento na experincia de um genuno reavivamento das alegrias do sbado em sua prpria vida, bem como na vida de sua Igreja. f. Exames no sbado. Os adventistas do stimo dia que enfrentam o caso de exames aos sbados em escolas no-adventistas, ou que prestam exames para receber autorizao por parte dos conselhos profissionais para o exerccio da profisso, encontram problemas especiais. Ao lidarem com essas situaes, recomenda-se que faam arranjos com a administrao para poderem prestar os exames em oras que no sejam do sbado. A Igreja deve incentivar os membros quanto cuidadosa observncia do sbado e, sempre que possvel, interceder junto s autoridades competentes para que possibilitem a reverncia para com o dia de Deus e o acesso aos exames. Muitos empregadores em assim chamadas reas de servios essenciais esto dispostos a fazer concesses aos guardadores do sbado. Quando essas no forem feitas, os membros devem rever cuidadosamente os princpios bblicos sobre a guarda do sbado e, sob essa luz, examinar o tipo de atividades, ambiente, exigncias do trabalho e motivos pessoais antes de envolver-se nos trabalhos aos sbados. Devem perguntar ao Senhor como o fez Paulo na estrada de Damasco: Senhor, que queres que eu faa? Quando prevalece essa atitude de f, somos persuadidos de que o Senhor levar o crente a discernir Sua vontade e suprir a fora e sabedoria para segui-la.

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Decises morais relativas observncia do sbado. Os privilgios sabticos so algumas vezes negados ou restringidos por organizaes militares, educacionais, polticas ou outras. Para evitar e/ou reduzir essas situaes lamentveis, devem-se considerar as seguintes sugestes: Um administrador competente da Igreja, de preferncia o diretor do departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa, deve ser designado para manter-se informado quanto a circunstncias que poderiam minar a liberdade de culto aos sbados. Quando necessrio, esse oficial procurar as autoridades responsveis para interceder no caso da possibilidade de um impacto adverso sobre os adventistas do stimo dia como consequncia de alguma legislao ou medida em perspectiva. Essa linha de ao pode evitar a promulgao de leis que restrinjam ou neguem os privilgios sabticos. Os membros adventistas devem ser encorajados a defender pela f o princpio da guarda do sbado independentemente das circunstncias, descansando na certeza de que Deus honrar a lealdade para com Ele. Os membros da igreja devem oferecer ajuda espiritual, moral e, se necessrio, material para outros membros que estejam passando por problemas por causa do sbado. Esse apoio servir para fortalecer a dedicao ao Senhor, no s da pessoa que est enfrentando os problemas relativos ao sbado, mas da Igreja como um todo.

Compra de Bens e Servios no Sbado1. O sbado foi designado para prover liberdade e gozo espiritual para todas as pessoas (xo. 20:8-11). Como cristos, devemos apoiar esse direito humano bsico que o Criador concedeu a todos. Como regra geral, comprar produtos, comer em restaurantes e pagar por servios a serem prestados por terceiros so coisas que devem ser evitadas por estarem em desarmonia com o princpio e a prtica da guarda do sbado. 2. Alm disso, as atividades comerciais mencionadas acima desviaro a mente da santidade do sbado (ver Nee. 10:31, 13:15). Com o devido planejamento, podem-se tomar com antecedncia medidas apropriadas referentes a necessidades previsveis do sbado. Viagens aos sbados. Embora possa ser necessria uma viagem no sbado em conexo com atividades sabticas, no se deve permitir que as viagens aos sbados se tornem um evento secular; portanto, os preparativos devem ser feitos com antecedncia. O combustvel do veculo e outros elementos necessrios devem ser providenciados antes do incio do sbado. Devem ser evitadas viagens em transportes comerciais para atender a assuntos particulares ou de trabalho. Como tratar um problema especfico de trabalho. Quando um membro da igreja acha necessrio renunciar a um trabalho ou perde seu emprego por causa de problemas de guarda do sbado, e admitido pela denominao numa atividade semelhante; e quando o novo trabalho, por sua natureza, requer que o membro trabalhe no sbado, recomenda-se as seguintes sugestes: 1. dar-se- ao membro uma cuidadosa explanao sobre a natureza essencial do trabalho. 2. a organizao deve fazer todos os esforos no sentido de certificar-se de que somente os aspectos essenciais do novo trabalho sejam executados no sbado. Os administradores tambm devem explicar ao novo empregado os propsitos religiosos e objetivos bsicos da organizao empregadora.

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3. adotar-se- um programa de rodzio para que o membro que conscienciosamente aceita esse trabalho aos sbados, possa com frequncia participar de uma comemorao mais completa do dia do sbado. Trabalho em turno. Quando um adventista do stimo dia trabalha onde existe o sistema de turnos, o empregador poder solicitar-lhe que trabalhe no sbado ou em parte do sbado. Nessas circunstncias, encoraja-se o membro envolvido a considerar o seguinte: 1. o membro deve esforar-se por ser o melhor funcionrio que puder, um empregado de valor, a quem o empregador no se d ao luxo de perder. 2. se surge um problema, o membro deve procurar resolv-lo atravs de entendimento direto com o empregador, solicitando-lhe um arranjo baseado em boa vontade e justia. 3. o membro deve ajudar o empregador sugerindo-lhe arranjos como: a. trabalhar com um horrio flexvel b. aceitar um turno indesejvel c. trocar de turno com outro empregado d. trabalhar nos feriados 4. se o empregador resiste idia de um arranjo, o membro deve imediatamente procurar a ajuda do pastor e do departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa nos pases onde houver envolvimento nessas atividades.

Emprego e Comrcio Secular Relacionados com o SbadoDeclarao de Princpio. A viso bblica do sbado inclui uma dimenso divina e humana (Mat. 12:7). A partir da perspectiva divina, o sbado convida o crente a renovar seu compromisso com Deus, cessando o trabalho dirio para adorar a Deus mais plena e livremente (xo. 20:8-11, 31:15-16; Isa. 58:13-14). Na perspectiva humana, o sbado convoca o crente a comemorar o amor criador e redentor de Deus, revelando misericrdia e solicitude para com o prximo (Deu. 5:12-15, Mat. 12:12, Luc. 13:12, Jo. 5:17). O sbado, assim, abrange a cessao do trabalho secular com o propsito de honrar a Deus, e a realizao de atos de amor e bondade para com os semelhantes. Trabalho Essencial e de Emergncia. A fim de exaltar a santidade do sbado, os adventistas do stimo dia devem fazer escolhas sbias na questo do emprego, guiados por uma conscincia iluminada pelo Esprito Santo. A experincia tem demonstrado que h riscos na escolha de vocaes que no permitam a adorao do Criador no sbado, livre de envolvimento com trabalho secular. Isso significa que evitaro tipos de emprego que, embora essenciais para o funcionamento de uma sociedade tecnologicamente avanada, possam oferecer problemas quanto observncia do sbado. As Escrituras e o Esprito de Profecia so explcitos quanto aos nossos deveres como cristos para com os semelhantes, mesmo no dia de sbado. No contexto moderno, muitos empregados em ocupaes relacionadas com a salvao de vidas e propriedades so chamados a tratar de emergncias. Arranjar trabalho regular de fim de semana que requeira o uso emergencial, ou aceitar traba-

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lho nos fins de semana em ocupaes de emergncia para aumentar a renda familiar, no se harmoniza com os princpios de observncia do sbado apresentados por Cristo. Atender situaes de emergncia que envolvam risco de vida e segurana diferente de ganhar o sustento por envolverse rotineiramente nessas ocupaes durante o sbado, j que frequentemente so acompanhadas por atividades comerciais, seculares ou rotineiras. (Ver os comentrios de Cristo sobre o resgate de bois e ovelhas cados em valetas e sobre a ajuda a pessoas em necessidade - Mat. 12:11, Luc. 13:16). Ausentar-se da casa de Deus e negar-se comunho com os outros membros no sbado pode exercer um efeito desanimador sobre a vida espiritual.

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POR QUE OS ADVENTISTAS DO STIMO DIA SO NO-COMBATENTES

Esta declarao foi oficialmente aprovada pela Mesa Administrativa da Associao Geral, em Washington-DC., aos 11 de outubro de 1943 , depois de haver sido submetida a cuidadoso estudo por um perodo de muitos meses. Antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, entrou em vigor uma legislao concedendo completa iseno ao combate e ao porte de armas a todos os que a isso se opusessem conscientemente. Essa lei favorece as organizaes no-combatentes. Portanto, por deciso do Congresso, os Adventistas do Stimo Dia esto includos entre os que tem garantida sua iseno ao combate durante a guerra, com base em crena religiosa. Os Adventistas do Stimo Dia tem sido no-combatentes atravs de sua histria. Declararam sua posio durante a Guerra Civil. Tem-na reafirmado sucessivamente atravs dos anos subsequentes. O reconhecimento governamental dos Adventistas do Stimo Dia como no-combatentes tambm remonta aos dias da Guerra Civil. Esse status lhes tem sido concedido nos conflitos armados em que nossa nao tem estado envolvida desde aquele tempo. Considerando que os Adventistas do Stimo Dia so frequentemente solicitados a explicarem as razes de sua crena na no-combatividade, foi publicada esta declarao com a esperana de lhes prestar auxlio ao dar uma resposta inteligente. Foi adotado o seguinte pronunciamento oficial, pela Mesa Administrativa da Diviso NorteAmericana dos Adventistas do Stimo Dia, numa reunio celebrada em Huntsville, Alabama, dia 18 de abril de 1917: s autoridades: Em nome dos Adventistas do Stimo Dia nos Estados Unidos da Amrica, a Mesa Administrativa da Diviso Norte-Americana dos Adventistas do Stimo Dia respeitosamente apresenta a seguinte declarao: Cremos que o governo civil ordenado por Deus e que, no exerccio de suas legtimas funes, deve receber o apoio de seus cidados. Cremos no princpio sobre o qual este governo foi fundado. Somos leais Constituio baseada nos princpios da democracia, garantindo liberdade civil e religiosa a todos os seus cidados. Deploramos o fato de que nossa nao tenha sido envolvida pelos horrores da guerra, e oraremos continuamente para que o Deus do cu possa muito em breve trazer paz a nosso pas. Temos sido no-combatentes atravs de nossa histria. Durante a Guerra Civil nosso povo declarou oficialmente: Que reconhecemos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, justia e a calma possam ser mantidas em nossa terra; que o povo de Deus possa viver vida pacfica e sossegada em toda piedade e honestidade.

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De acordo com esse fato, reconhecemos a justia de prestar tributo, honra e reverncia ao poder civil, como prescrito no Novo Testamento. Enquanto ns, alegremente, damos a Csar as coisas que as Escrituras mostram a ele pertencerem, somos compelidos a declinar de toda participao em atos de guerra e derramamento de sangue, como sendo inconsistentes com os deveres a ns ordenados por nosso divino Mestre em relao aos nossos inimigos e para com toda a humanidade. Ns, por meio desta, reafirmamos a declarao anterior. Pedimos que nossas convices religiosas sejam reconhecidas por aqueles em posio de autoridade, e que sejamos solicitados a servir nosso pas apenas em atividades que no violem nossa obedincia consciente lei de Deus contida no declogo interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificada em Sua vida.

Guerra nos Tempos do Velho TestamentoUma das primeiras perguntas feitas aos que requerem iseno dos deveres de combate com base na religio, : Se vocs crem que errado tirar a vida humana em guerras, como explicam as guerras do Antigo Testamento, nas quais Deus ordenava que Israel se envolvesse? Em resposta a isso necessrio observar a forma especial de governo do povo de Israel. Quando Deus conduziu a Israel para fora do Egito, organizou o povo numa nao que devia ser Seu reino exclusivo. Seus dirigentes eram designados por Deus e suas leis foram enviadas do cu. Essa forma de governo - conhecida como uma teocracia - uma nao em que Deus governa diretamente sobre os sditos. No houve jamais outro semelhante desde ento - e no h sobre a terra governo como esse agora.

A Teocracia de IsraelO governo de Israel foi nico na histria humana, no sentido de que foi uma tentativa de Deus de governar Seu povo sobre a Terra, diretamente. Ele seria Seu Governador, Legislador e Juiz. Alm disso, jamais foi propsito de Jeov que Israel, Seu povo, se transformasse num reino, ou estado ou governo como as naes a seu redor. Esse povo deveria ser separado para Deus de todos os povos que h sobre a face da terra (xo. 33:16). Eis que este povo habitar s, e entre as gentes no ser contado (Nm. 23:9). Esta era uma nao que tambm era uma igreja, chamada no Novo Testamento a igreja no deserto (Atos 7:38). Esse aspecto bem apresentado num trabalho Adventista do Stimo Dia: Israel seria agora tomado em uma relao ntima e peculiar para com o Altssimo - sendo incorporado como uma igreja e nao sob o governo de Deus. A mensagem dada a Moiss, para o povo, foi: Vs tendes visto o que fiz aos egpcios, como vos levei sobre asas de guias, e vos trouxe a Mim; ento sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a Terra Minha. E vs Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.

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Moiss voltou ao acampamento, e, tendo convocado os ancios de Israel, repetiu-lhes a mensagem divina. Sua resposta foi: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. Assim entraram em um concerto solene com Deus, comprometendo-se a aceit-lo como seu Governador, pelo que se tornavam, em sentido especial, sditos sob Sua autoridade (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 309) O governo de Israel caracterizou-se pela organizao mais completa, maravilhosa tanto pelo seu acabamento como pela sua simplicidade. A ordem, to admiravelmente ostentada na perfeio e arranjo de todas a obras criadas de Deus, era manifesta na economia hebria. Deus era o centro da autoridade e do governo, o Soberano de Israel. (Idem, 389) O governo de Israel era administrado em nome e pela autoridade de Deus. O trabalho de Moiss, o dos setenta ancios, dos prncipes e juzes, era simplesmente pr em execuo as leis que Deus dera; no tinham eles autoridade para legislar para a nao. Esta foi, e continuou a ser a condio da existncia de Israel como nao. De tempos em tempos homens inspirados por Deus eram enviados para instrurem o povo, e gui-lo na execuo das leis. (Idem, 645) Mas o povo de Israel fracassou ao executar o plano de Deus. Finalmente pediram um rei, para que pudessem ser semelhantes s naes a seu redor. E embora esse pedido fosse atendido, os princpios sobre os quais estava fundada a teocracia deveriam ser mantidos. Deus devia ser reconhecido como o Chefe da Nao, e Sua lei executada como a lei suprema do pas. (Idem) Est claro, portanto, que a teocracia de Israel era um governo cujos poderes derivavam diretamente e imediatamente de Deus. Por sinais, maravilhas e poderosos milagres, Deus os havia livrado da escravido do Egito; havia-os livrado da destruio no Mar Vermelho; conduzido atravs do deserto; alimentado miraculosamente; protegido da destruio por seus inimigos; havia expulsado as naes pags para fora da Terra Prometida; havia-os estabelecido em sua possesso. Eles eram Seu povo; Ele era seu Deus. Deve-se dizer aqui, entretanto, que Deus no ordenou nem tampouco sancionou todas as guerras nas quais Israel se envolveu. Como j foi indicado, Israel falhou ao desempenhar o glorioso propsito de Deus, como Sua nao escolhida. Mas Deus no mudou imediatamente a forma teocrtica de governo por causa desse fracasso, mas Ele foi paciente com suas transgresses at que no houvesse mais remdio. Vrias vezes os puniu por sua desobedincia. Serviu-se at mesmo de reis pagos como instrumentos de punio para Seu povo. A histria da nao hebraica, conforme registro do Velho Testamento, teria sido muito diferente se o povo tivesse apreciado inteiramente o plano de Deus e vivido em obedincia aos princpios de sua lei. Jeov, s vezes, instrua a Israel quanto s guerras com seus inimigos, assegurando-lhes o sucesso nesses empreendimentos. Um notvel exemplo registrado no dcimo captulo do livro de Josu. Relata-se que cinco reis se uniram para aniquilar as hostes de Israel. E o Senhor disse a Josu: No os temas, porque os tenho dado na tua mo: nenhum deles parar diante de ti. ...E o Senhor os conturbou diante de Israel e os feriu de grande ferida em Gibeom. ...O Senhor lanou sobre eles, do cu, grandes pedras at Azeca, e morreram; e foram muitos mais os que morreram das pedras de saraiva do que os que os filhos de Israel mataram espada. Ento Josu falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus na mo dos filhos de Israel, e disse aos olhos dos israelitas: sol, detm-te em Gibeom, e tu lua no vale de Ajalom. O sol se deteve, e a lua parou, at que o povo se vingou de seus inimigos. (Jos. 10:8-13)Subsdios para o Departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa

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Quando a nao saa para a batalha sob a interposio direta de Deus, at mesmo as agncias sobrenaturais eram usadas contra os inimigos - pois as batalhas eram as batalhas do Senhor. Por outro lado, houve muitas ocasies em que Seu povo esqueceu que era apenas instrumento nas mos de Deus para cumprir Seus propsitos na terra. Nessas ocasies tomavam o problema em suas prprias mos e faziam decises sem a direo ou liderana divinas. Um exemplo disso foi a presuno de Israel de lutar contra Amaleque em direta desobedincia ao conselho de Deus. A mensagem de Deus transmitida por Moiss foi: No subais, pois o Senhor no estar no meio de vs, para que no sejais feridos diante dos vossos inimigos. ...Contudo, temerariamente, tentaram subir ao cume do monte. ...Ento desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram, derrotando-os at Horn. (Nm. 14:42-45) Dessa forma Israel frequentemente se envolvia em batalhas sem a orientao divina, e sempre com resultados desastrosos.

A Teocracia subvertidaA teocracia, governo direto de Deus, no mais existe na terra. Que aconteceu com ela? Deus no nos deixa sem uma resposta. Ao rei Zedequias, o ltimo rei de Jud, o rei que quebrou o concerto, Deus disse: E tu, profano e mpio prncipe de Israel, cujo dia vir no tempo da extrema maldade, assim diz o Senhor Jeov: tira o diadema, e levanta a coroa; esta no ser a mesma, exalta ao humilde, e humilha ao soberbo. Ao revs a porei, e ela no ser mais, at que venha aquele a quem pertence de direito e a ele a darei. (Eze. 21:25-27) Assim o reino de Israel teve de sujeitar-se a Babilnia. Essa foi a remoo do diadema e da coroa. Depois disso, Israel tornou-se sucessivamente cativo da Medo-Prsia, Grcia e Roma, cumprindo acuradamente a profecia. Durante o reinado de Roma foi quebrado o ltimo vestgio do poderio de Israel e sua nao foi inteiramente destruda. Por divina predio, a teocracia foi limitada em durao ao tempo do primeiro advento de Cristo. Quando Cristo foi a julgamento, o povo declarou dEle: No queremos que este reine sobre ns (Luc. 19:14). Pilatos perguntou aos judeus: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: No temos rei, seno a Csar (Jo. 19:14). Ao escolher um governante pago, a nao judaica renunciava completamente a teocracia. Havia finalmente rejeitado a Deus como Rei e portanto Deus fora compelido a rejeit-la como Sua nao peculiar. A teocracia havia chegado ao fim e a ordem divina era de que no mais existiria at que Cristo viesse e estabelecesse o Seu reino literal e visvel na terra. Isso no acontecer, entretanto, at o Segundo Advento de Cristo. Ento Ele sentar no trono de Seu pai Davi e reinar para todo o sempre (Luc. 1:32,33; Apo. 11:15). Este o reino vindouro de glria, que ser estabelecido por Cristo quando Ele anular toda autoridade e quando reinar de oriente a ocidente, enchendo a terra com a glria do Senhor (Ver Zac. 9-10, e Nm. 14:21). At aquele tempo, consequentemente, Deus no administra diretamente o governo de qualquer nao como fez nos dias de Israel.

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Estabelecendo um reino espiritualHoje o reino de Deus neste mundo um reino espiritual, no temporal. No h nao hoje em que todos os cidados pertenam ao reino espiritual de Deus. De modo semelhante, no h nao hoje, da qual todos os cidados sejam inimigos de Deus. O trigo e o joio crescem juntos at a ceifa, e a ceifa o fim do mundo (Ver Mat. 13:29, 30, 39). Verdadeiramente, Deus hoje est juntando de todo o mundo um povo para o Seu reino de glria por vir, mas Ele o est juntando de todos os reinos da terra e no de outra nao (Ver Apo. 14:6; Mat. 28:18; Atos 10:34,35). O reino de Deus hoje invisvel. Indivduos tornam-se Seus sditos ao se renderem voluntariamente a Sua direo. E Deus no faz acepo de pessoas, mas ...lhe agradvel aquele que, em qualquer nao, O teme e obra o que justo (Atos 10:34,35). Se meu reino fosse deste mundo declarou Jesus, pelejariam os meus servos, ...mas agora o meu reino no daqui (Joo 18:36). Se, consequentemente, os verdadeiros sditos do reino espiritual de Deus se envolvessem em combate, estariam lutando um contra o outro. Sendo que se encontram espalhados entre todas as naes, seriam encontrados em todos os exrcitos. Portanto, cristos estariam matando cristos. O povo de Deus recebeu a ordem de pregar o evangelho de Cristo a todos os povos, e batizar os crentes em todas as naes (Mat. 28:18-20). Se, contudo, comeam a matar as pessoas dessas naes, como ento as salvaro da pregao do evangelho? Nos dias de Israel, Deus usou Seu povo como instrumento de punio e destruio de certas naes, porque tais naes haviam rejeitado por completo a justia e haviam enchido a taa de sua iniquidade (Gn. 15:16; Deu. 9:4). Quando, por conseguinte, o povo de Deus se lanava a essa destruio, faziam-no sob a ordem direta de Deus e agiam inteiramente como Seus agentes escolhidos. Mas desde a derribada da teocracia e o estabelecimento do reino espiritual de Cristo na terra, Deus no mais administra diretamente os negcios das naes como fazia e acontecia com Israel, e por isso no so recebidas ordens dEle quanto destruio de certos povos. Nos dias da teocracia, Israel deveria primeiro consultar a Deus e esperar Suas ordens, antes de sair para a batalha. Hoje, porm, Deus no comanda os exrcitos da terra. Consequentemente, o cristo jamais teria certeza, ao destruir vidas humanas, de que estaria fazendo a vontade de Deus. Seguramente, nunca poderia fazer isso com a convico de que estava cumprindo uma ordem direta de Deus. Considerando a ausncia de uma tal ordem direta, os Adventistas do Stimo Dia conscienciosamente crem que no devem portar armas nem tomar parte em misses de destruio, mas sim, crem que sua misso a mesma de seu Mestre conforme Ele mesmo declarou: O Filho do homem no veio para destruir as almas dos homens, mas para salv-las (Luc. 9:56). E porque, qual Ele , somos ns tambm neste mundo (I Joo 4:17).

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Ensinos e exemplo de CristoOs ensinos e o exemplo de Cristo constituem a orientao do cristo. Isso to verdade em relao guerra, como a tudo o mais. por causa disso que os Adventistas do Stimo Dia, na Assemblia da Diviso Norte-Americana, realizada em Huntsville, Alabama, em abril de 1917, adotaram a declarao mencionada no incio deste artigo, e a apresentaram ao Governo dos Estados Unidos como a posio histrica de seu povo. Nessa apresentao feito um requerimento ao Governo, para que nossas convices religiosas sejam reconhecidas por aqueles em posio de autoridade, e que sejamos solicitados a servir nosso pas apenas em atividades que no violem nossa obedincia consciente lei de Deus contida no declogo, interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificados em Sua vida. Com base nessa declarao, os Adventistas do Stimo Dia buscam a iseno dos servios de combate, porque os ensinos e o exemplo de seu Mestre, os quais so os ensinos e a interpretao da lei de Deus, foram tanto em palavras como em ao opostos a tal procedimento. Cristo veio ao mundo para salvar vidas, no para destru-las (Luc. 9:56). Quando Pedro desembainhou sua espada para defender o seu Senhor, Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada, porque todos os que lanarem mo da espada, espada morrero (Mat. 26:52). Ele resumiu Seu ensino em duas declaraes estupendas. A primeira delas conhecida como a Regra urea. Portanto, tudo o que vs quereis que os homens vos faam, fazei-lho tambm vs, porque esta a lei e os profetas (Mat. 7:12). A segunda ensina o amor supremo a Deus e o amor inesgotvel para com todos os homens. Amars o Senhor teu Deus de todo o teu corao, e de toda a tua alma, e de todo o seu pensamento. Este o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, : Amars o teu prximo como a ti mesmo (Mat. 22:37-39). Esse amor deve ser manifesto por todo seguidor de Cristo, at mesmo para com seus inimigos. Ouvistes o que foi dito: Amars o teu prximo, e aborrecers o teu inimigo. Eu, porm, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que est nos cus, porque faz que o Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desa sobre justos e injustos (Mat. 5:43-45). A busca da paz deve ser o compromisso dos cristos. O mal no deve ser pago com o mal, mas vencido com o bem. A ningum torneis mal por mal, procurai as coisas honestas perante todos os homens. Se for possvel, quanto estiver em vs, tende paz com todos os homens. No vos vingueis a vs mesmos, amados, mas dai lugar ira, porque est escrito: Minha a vingana, eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, d-lhe de comer; se tiver sede, d-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoars brasas de fogo sobre a sua cabea. No te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem (Rom. 12:17-21).

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Embora os seguidores de Cristo no possam em sentido algum, tomar parte em Seu trabalho expiatrio, podero ser chamados a ser obreiros juntamente com Ele ao levar as bnos de Seu evangelho aos homens perdidos. Isso no pode ser feito fora. Deve ser feito da maneira como Seus seguidores foram instrudos, como ministros de Deus, tornando-nos recomendveis em tudo: na muita pacincia, nas aflies, nas necessidades, nas angstias, nos aoites, nas prises, nos tumultos, nos trabalhos, nas viglias, nos jejuns, na pureza, na cincia, na longanimidade, na benignidade, no Esprito Santo, no amor no fingido (II Cor. 6:4-6). Nessa lista, nada existe que sugira o uso da fora. Jesus apresentado como um exemplo para que sigais as Suas pisadas: ...o qual, quando o injuriavam, no injuriava, e quando padecia no ameaava, mas entregava-se quele que julga justamente (I Ped. 2:21-23).

Dupla lealdadeDessa maneira, a vinda de Cristo ao mundo fez diferena. No uma diferena em Deus, em Cristo, na moralidade, na tica, na verdade bsica. uma diferena no relacionamento, na atitude, na obrigao, na responsabilidade, da parte dos seguidores de Deus. No h diferena em seu relacionamento com Deus. Mas h uma evidente diferena em sua relao para com o governo. Quando a teocracia existia, os seguidores de Deus tinham to somente uma lealdade, aquela com Deus. Nesse aspecto no poderia haver conflito entre as exigncias de sua religio e as de seu governo, pois ambos tinham um nico Cabea. Era Deus. Depois da teocracia, os seguidores de Deus tem dupla lealdade: a primeira, e mais importante, para com Deus, cujo trono est no cu; a segunda, e subordinada, ao governo terrestre. Alm de reconhecer a autoridade de Deus, Cristo dirige Seus seguidores ao reconhecimento e respeito dos direitos e poder do estado. Cada verdadeiro filho da igreja, cada leal seguidor de Cristo, ser um leal servo do estado. O cristo, portanto, deve uma dupla fidelidade; a saber: a Deus e tambm ao estado. Sua submisso a Deus est em primeiro lugar, suprema, sem reservas. Sua submisso ao estado alterada somente por sua submisso a Deus. , por conseguinte, secundria, mas divinamente requerida. Nada, no relacionamento de um cristo com Cristo, requer dele que se oponha ao governo, recuse ajuda ao governo, desobedea ordens, mesmo na guerra, a no ser onde tal obedincia o colocaria em conflito com as exigncias de Deus. Em caso de qualquer conflito entre as exigncia dos dois, o cristo deve sempre seguir o princpio Mais importa obedecer a Deus do que aos homens (Ato. 5:29). Muitas pessoas pensam que os homens devem obedecer a toda e qualquer ordem que as autoridades constitudas resolvam dar. H homens que no hesitam em defender o ponto-de-vista de que - se surgir um conflito entre a conscincia individual e as exigncias do estado - a conscincia deve ceder o lugar para que se cumpra a ordem do estado. A esses, parece presuno colocar as convices pessoais contra as convices das autoridades. Mas o direito independente das maiorias; a conscincia pessoal mais importante que a aprovao pblica; a lealdade a Deus maior que a lealdade ao governo civil; e quando surge um conflito entre as demandas do governo e as deSubsdios para o Departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa

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Deus, Deus deve ser o primeiro. Com isso tambm concordam as palavras de Hughes, Chefe de Justia da Suprema Corte dos Estados Unidos, pronunciadas a 25 de maio de 1931, a respeito do caso Estados Unidos vs. Douglas Clyde MacIntosh. Muito tem sido falado sobre o supremo dever para com o estado, um dever a ser reconhecido mesmo que esteja em conflito com convices relacionadas a Deus. Sem dvida alguma, esse dever para com o estado existe dentro do domnio do poder, pois o governo pode forar a obedincia a leis, desconsiderando escrpulos. Quando a crena de algum colide com o poder do estado, este supremo dentro de sua esfera, seguindo-se a submisso e a punio. Mas, no frum da conscincia, o dever para com um poder moral mais alto que o estado tem sido sempre mantido. A guarda dessa suprema obrigao, como questo de princpio, seria inquestionavelmente mantida por muitos de nossos cidados conscienciosos. A essncia da religio a crena numa relao com Deus, envolvendo deveres superiores queles que surgem de qualquer relao humana.

Reconhecimento dos deveres da conscincia gratificante saber que, nesse aspecto, alguns governos concedem o devido reconhecimento aos direitos de conscincia. Referimo-nos, por exemplo, s medidas de Selective Trianing and Service Act de 1940, nos Estados Unidos da Amrica. A seo 5, subseo g desse voto, estabelece que: Nada, nestes estatutos, deve ser interpretado como querendo de qualquer pessoa a obrigatoriedade de prestar servios e treinamento de combate, nas foras terrestres ou navais dos Estados Unidos, se, por razo de crena religiosa, conscientemente se opuser participao em guerra em qualquer forma. E tal pessoa requerendo iseno de treinamento de combate e servio por causa de suas objees de conscincia, cujo pedido for sustentado pela comisso local, dever, no caso de ser alistada nas foras terrestres ou navais, ser designada para servios de nocombatividade, conforme definio do Presidente. este princpio que tem sido reconhecido em relao com os participantes na guerra e em servio de guerra pelos lderes do Governo dos Estados Unidos, e mui claramente expressos pelo General Lewis B. Hershey, diretor do Sistema Nacional do Servio de Seleo, em seu primeiro relatrio ao Presidente Roosevelt. O General Hershey diz: Reconhecemos os direitos que um indivduo tem de abraar crenas em oposio guerras e de se recusar a prestar formas de servio militar em conflito com tais crenas. Diz ele mais adiante, no mesmo relatrio: parte desses amplos conceitos de liberdade e personalidade humana, em jogo nesta guerra, que o julgamento da conscincia individual oposta vontade nacional receba considerao e lhe seja permitida uma forma de cooperao em acordo com seus julgamentos, se estes resultarem de crena e experincia religiosa (Selective Service in Peacetime, p. 188 - agosto de 1942) Reconhecemos, na base da objeo de conscincia, aquela simples declarao do Novo Testamento: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. Pode ser invencvel ignorncia, m compreenso ou emoo, mas se o indivduo considera os seus atos como sua resposta a um chamado de Deus ou da vontade de Deus, ento, a Nao, de acordo com suas tradies, sente-se obrigada a reconhec-lo (Idem, p. 256, 3 de abril de 1943).

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So esses os princpios sobre os quais os Adventistas do Stimo Dia tem tomado sua posio. por causa desses princpios que se colocam a servio de seu pas nas fileiras da no-combatividade, sentindo que, ao assim fazer, esto verdadeiramente servindo a seu Deus. Nos vrios fronts de batalha nesta terra, encontram-se jovens Adventistas do Stimo Dia que no participam na luta, que no destroem vidas, que se esforam por no causar danos, mas que no procuraram evitar as linhas de frente. Sua misso unir, trazer alvio aos desamparados. Eles vo a lugares de maior perigo, em misso de misericrdia e cura. Em lugar de espada e ao, carregam seu equipamento de alvio e salvao. No portam armas. Sua primeira preocupao no sua prpria segurana. Arriscam suas vidas, sem qualquer arma de defesa, confiando na armadura celestial. Eles ministram aos seres humanos sofredores, muitos como enfermeiros treinados, e milhares em outras linhas do servio mdico, tendo recebido treinamento por oficiais de suas igrejas, os quais os capacitaram especialmente para essa fase de servio. A posio de no-combatividade, tomada pelos Adventistas do Stimo Dia, portanto, baseada em profunda convico religiosa. Nenhum homem que sinceramente mantm, procurar escapar ao dever e responsabilidade patriticos que so a obrigao e o alto privilgio de todo cidado fisicamente capaz cooperao para o bem-estar comum de seu pas. Sua posio no covardia fsica ou moral. Ao contrrio, ela exige coragem e lealdade. Mantm os homens fiis ao cumprimento do dever mesmo com o risco da prpria vida, mesmo porque, esse dever tanto para com os seus semelhantes como para o governo, visto como sendo o dever para com Deus. Sobre a plataforma dessa dupla lealdade para com Deus e o pas, encorajamos nossos membros em toda parte a manterem firme sua suprema lealdade a Deus, enquanto mantm sua devotada lealdade a seus governos e a seus semelhantes.

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OS ADVENTISTAS DO STIMO DIA E O GOVERNO CIVIL

Esta declarao foi autorizada pela Mesa Administrativa da Associao Geral dos Adventistas do Stimo Dia, aos 25 de setembro de 1940, em Takoma Park, Washington-DC Os Adventistas do Stimo Dia, atravs de sua histria, tem sido advogados constantes dos princpios de liberdade civil e religiosa, princpios sobre os quais a grande Repblica Americana e certos outros governos foram fundados. Esta igreja tem crido e ensinado que o primeiro e mais elevado dever do cristo est relacionado com sua comunho com Deus, que ele deve tambm nas palavras do apstolo Paulo, estar sujeito s potestades, ou seja, ao governo civil; e que dever executar suas obrigaes para com o governo civil, no por causa de temor, mas pela conscincia (Rom. 13:1-5).

Sujeito a poderes mais altosO cristo viver uma vida de lealdade ao governo sob o qual vive. Pagar seus impostos, no de m vontade ou com hesitao, mas alegremente e com gratido pela proteo que o governo concede na preservao da vida e da propriedade. Procurar obedecer s leis do pas, mesmo que, por desvios, pudesse aumentar seu prprio ganho. Para ilustrar, ele no trar para o pas artigos tributveis sem pagar a devida taxa. No violar os regulamentos do trnsito feitos para a proteo do pblico em geral. No acender fogueiras em acampamentos, quando sabe que colocar em perigo a propriedade pblica e quando as leis do seu estado ou pas o proibirem estritamente. Ser cuidadoso em extinguir fogueiras que a lei no probe acender. Falamos disso apenas como exemplos das mil e uma exigncias em prtica para o controle da sociedade. O cristo leal e fiel a seu governo nas questes atinentes vida civil. Em harmonia com a exortao da Escritura, ele procurar a paz da cidade onde vive (ver Jer. 29:7). Atravs de sua vida piedosa, de devoo ao servio de Deus e o bem da humanidade, ele demonstra seu esprito bondoso para com todos os homens. Ele prova, por uma vida de sobriedade e calma que no um agitador ou um revolucionrio.

O dever para com Deus - o primeiro e mais importanteO cristo no pode, conscientemente, obedecer a qualquer ordem humana que o leve a violar a lei de Deus. O governo de Deus supremo. Os mandamentos de Deus vem em primeiro lugar. Isso tem sido atestado atravs dos sculos pelos leais mrtires que foram ao suplcio mas no renunciaram s suas convices religiosas.

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O relacionamento do cristo com o governo terrestreOs deveres do cristo com referncia ao governo sob o qual vive, so esclarecidos na Sagrada Escritura: Toda a alma esteja sujeita s potestades superiores, porque no h potestade que no venha de Deus, e as potestades que h, foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste potestade, resiste ordenao de Deus... (Rom. 13:1-2). Cristo reconheceu e ensinou a existncia da linha divisria que separa a autoridade do governo civil da esfera de relaes espirituais. queles que vieram perguntar-lhE se era lcito pagar tributo a Csar - ao governo civil - o Mestre, depois de lhes chamar a ateno para o fato de que eles estavam reconhecendo o governo de Csar ao usar as moedas com sua efingie, respondeu: Dai pois a Csar o que de Csar e a Deus o que de Deus (Mat. 22:16-21). H uma esfera dentro da qual Csar pode, com todo o direito, exercer poder. No campo das relaes civis ele pode se mover livremente. Deve ser um terror para as ms obras, um vingador para castigar o que faz o mal, nisso ele ministro de Deus, sendo o cristo sujeito a essa autoridade civil no somente pelo castigo, mas tambm pela conscincia (Rom. 13:3-6). O cristo deve dar a cada um o que deve: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ningum devais coisa alguma, a no ser o amor com que vos ameis uns aos outros, porque quem ama aos outros cumpriu a lei (Rom. 13:7-8). O apstolo, ento, passa a mencionar os cinco ltimos mandamentos, que definem as relaes civis dos homens. Ele nada menciona sobre a primeira tbua da lei, porque os primeiros quatro mandamentos se referem relao do homem para com Deus e pertencem somente esfera do governo e da jurisdio de Deus. Nessa esfera, o governo civil no tem o direito de entrar.

Limite da autoridade dos governos humanosCom que autoridade tem Deus investido os governos civis? inconcebvel que ele lhes tenha conferido poder ilimitado. Isso tornaria o governo terrestre, na extenso da capacidade humana, igual ao governo de Deus. Seria colocar o trabalho de Deus na terra - Seu evangelho, Sua igreja, os negcios da humanidade - fsica, social, civil e espiritualmente sob o controle do governo humano sem referncia a sua atitude para com os problemas e princpios envolvidos. No podemos crer que o grande Governador do universo faria isso. Somos, por conseguinte, forados a concluir que a jurisdio do governo humano limitada esfera das relaes civis, deciso de questes que governam o relacionamento do homem com seus semelhantes. H uma esfera - a relao pessoal do homem com seu Criador - dentro da qual o governo civil no tem nenhum direito conferido por Deus ou ordenado por Deus, de se intrometer.

Jurisdio Civil - no espiritualNem possvel, pela natureza do caso, que o governo civil lide com a segunda tbua da lei de Deus no sentido espiritual dos mandamentos dessa tbua. Esse campo espiritual pertence somenteSubsdios para o Departamento de Deveres Cvicos e Liberdade Religiosa

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a Deus. Com a relao civil definida nos seis ltimos mandamentos, o governo civil pode agir. Tem o direito de punir o assassino, o adltero, o ladro; no porque eles tenham cometido um erro moral, mas porque violaram a lei da tica civil. O governo lida com atos abertos. Deus, entretanto, olha para trs do ato descoberto e observa os pensamentos do corao, os motivos e propsitos da vida. Em Sua maneira de ver, o homem que odeia seu irmo, mesmo que no cometa o ato, assassino (I Joo 3:15). O homem sensual, de modo semelhante viola o mandamento mesmo que no tenha, exteriormente, ofendido a lei da castidade (Mat. 5:28).

Lealdade ao governoQuando o governo civil, consciente ou inconscientemente, passa por cima dos limites que Deus estabeleceu para ele, e, procura regular ou controlar as relaes espirituais e pessoais existentes entre o homem e seu Criador, qual deveria ser a atitude do cristo em relao ao governo? Deus o Ser Supremo e Suas exigncias esto acima das outras. A Ele, o cristo deve fidelidade sem reservas. Ele no pode exercer essa fidelidade por ordem de qualquer mestre humano. E quando as leis de seu governo requerem que viole as leis de Deus, no tem outra alternativa a no ser obedecer a Deus. Acima de qualquer temor que possa ter do homem, que pode destruir somente seu corpo, ele deve temer o grande Deus do cu, que poderoso para destruir tanto o corpo como a alma (Mat. 10:28). A atitude do cristo deveria sempre ser a de lealdade a seu governo, at onde no haja conflito com seu dever para com Deus. Como dever manifestar lealdade quando as leis do governo entrarem em conflito com as exigncias de Deus? Deve obedecer a seu Deus custe o que custar, mas ele pode ao mesmo tempo esforar-se por colocar diante do pblico e dos legisladores os princpios envolvidos. Ele pode procurar fazer com que a lei seja revogada. Pode tentar modificla por seu prprio esforo e ajuda de outros, por todas as formas ilcitas. O cristo nunca poder recorrer violncia pessoal para atingir esse fim. No se envolver em brigas nem promover rebelies e alvoroos. Em lugar disso, sofrer mansamente a penalidade da lei, embora injusta, deixando com Deus a vingana de sua causa. Atravs dessa conduta e no esprito de trabalhar para reparar o mal, o cristo est dando a maior prova de sua lealdade ao governo. Ele est ao lado de princpios fundamentais e, ao procurar induzir o governo a restringir suas atividades quela esfera que Deus, com justia lhe designou, estar prestando o mais alto servio.

Posio dos Adventistas do Stimo Dia diante da guerraEm harmonia com sua profisso de seguidores do Prncipe da Paz, podem os Adventistas do Stimo Dia se envolver na destruio de seus semelhantes? Essa uma pergunta que os Adventistas tem encarado desde o incio de sua histria. De seu estudo sobre a vida e o exemplo de Cristo, Seus ensinos do evangelho, declararam-se no-combatentes desde o tempo de sua organizao. O que entendem sobre os princpios evanglicos de no-combatividade pode ser expresso brevemente como segue: 1. O reino de Cristo no deste mundo. Disse Cristo a Pilatos: Se meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos (Joo 18:36).

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2. Recebemos a ordem de amar at mesmo nossos inimigos. Declara o Salvador: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem (Mat. 5:44). 3. O Filho do homem no veio para destruir as almas dos homens, mas para salv-las (Luc. 9:56). Devemos levar avante o trabalho do Mestre. Foi-nos dito: Mas se algum no tem o esprito de Cristo, esse tal no dEle (Rom. 8:9). 4. Disse mais o Mestre: No resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe tambm a outra (Mat. 5:39). 5. Quando Pedro quis defender seu Senhor com a espada, Cristo lhe disse: Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lanarem mo da espada, espada morrero (Mat. 26:52). 6. O apstolo Pedro apresenta esta descrio do carter de Cristo, nosso grande Exemplo: Porque para isto sois chamados, pois tambm Cristo padeceu por ns, deixando-nos o exemplo para que sigais as suas pisadas; o qual no cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano, o qual, quando o injuriavam e quando padecia, no ameaava, mas entregava-se quele que julga justamente (I Ped. 2:21-23).

Nosso registro histrico sobre no-combatividade1864 - Na data de 2 de agosto de 1864, em Battle Creek, Michigan, ento sede da Igreja, a Mesa Administrativa da Associao Geral dos Adventistas do Stimo Dia endereou uma carta ao governador do estado de Michigan, na qual foi feita a seguinte declarao: A denominao de cristos que se chamam Adventistas do Stimo Dia, tomando a Bblia como sua regra de f e prtica, so unnimes em seu ponto-de-vista de que seus ensinos so contra o esprito e a prtica da guerra; da, objetarem sempre conscienciosamente ao porte de armas. Com uma declarao de lealdade ao Governo, solicitaram ao governador do estado onde estava localizado o escritrio central, que endossasse seu pedido de reconhecimento como nocombatentes, com voto do Congresso. No dia seguinte, dia 3 de agosto, o governador Austin Blair, emitiu a declarao que segue: Estou satisfeito por encontrar correta a anterior declarao dos Adventistas do Stimo Dia quanto a seus princpios e prticas. Eles tem direito a todas as imunidades garantidas por lei queles que conscientemente se opem ao porte de arma e ao envolvimento em guerras. A declarao anterior, com o endosso do governador de Michigan, foi apresentada dia 30 de agosto de 1864 ao Governo de Washington. Dia 1. de setembro, o Marechal se manifestou quanto ao mtodo de estabelecer o status de no-combatentes. 1865 - O seguinte voto foi tomado pela Associaco Geral dos Adventistas do Stimo Dia, em Assemblia Geral realizada em Battle Creek, Michigan, dia 17 de maio de 1865: Resolvido que reconheamos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, a justia e a paz sejam mantidas na terra e que o povo de Deus possa viver vidas sossegadas e pacficas em toda piedade e honestidade.

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De acordo com esse fato, reconhecemos a justia de render tributo, honra e reverncia ao poder civil como prescrito no Novo Testamento. Enquanto alegremente damos a Csar as coisas que as Escrituras nos mostram a ele pertencerem, somos compelidos a declinar de toda participao em atos de guerra e derramamento de sangue, como sendo inconsistentes com os deveres a ns comissionados por nosso divino Mestre, em relao a nossos inimigos e para com toda a humanidade. 1917 - Esta declarao dos dias da Guerra Civil foi reafirmada pela Mesa Administrativa da Diviso Norte-Americana dos Adventistas do Stimo Dia, em reunio realizada em 18 de abril de 1917, em Huntsville, Alabama, como segue: Ns, por meio desta, reafirmamos a declarao anterior. Solicitamos que nossas convices religiosas sejam reconhecidas por aqueles em posio de autoridade, e que sirvamos nosso pas em atividades que no violem nossa obedincia consciente lei de Deus contida no declogo, interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificada em Sua vida. Em maio de 1934, a Associao Geral dos Adventistas do Stimo Dia aprovou um documento de instruo aos jovens da igreja, sendo que dois dos pargrafos se referiam no-combatividade, como segue: Os no-combatentes - Embo