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Gulnar Azevedo S. Mendonça Coordenação de Prevenção e Vigilância Seminário de 20 e 21 de outubro de 2005

Apresentação do PowerPoint - INCA · Epidemiologia ambiental Inicialmente se concentrava em agentes biológicos, distribuição de água, esgotos e alimentos Atualmente tem trabalhado:

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Gulnar Azevedo S. MendonçaCoordenação de Prevenção e Vigilância

Seminário de

20 e 21 de outubro de 2005

Magnitude do problema

Câncer é a segunda causa de morte no Brasil.

Mortalidade por câncer vem aumentando, inclusive para menores de 50 anos.

Cerca de 30% dos casos de câncer poderiam ser evitados através de ações de prevenção primária.

Cerca de 30% das mortes por câncer poderiam ser evitadas através de ações de detecção precoce articuladas à ampliação do acesso a tratamento adequado dos casos.

MortalidadeTaxas de mortalidade* para todas as neoplasias, homens e mulheres,

Brasil, 1979 a 2002

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

Fontes: MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIMMP/Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGEMS/INCA/Conprev/Divisão de Informação

* Ajustadas pela População Padrão Mundial, 1960.

Homens

Mulheres

Estimativa de casos novos de câncer* homens e mulheres, Brasil 2005

Homens Mulheres

Próstata 46.330 27 %Traquéia, Brônquio e Pulmão 17.110 10 %Estômago 15.170 9 %Cólon e Reto 12.410 7 %Cavidade Oral 9.985 6 %Esôfago 8.140 5 %Leucemias 5.115 3 %Pele Melanoma 2.755 2 %Outras Localizações 56.175 32 %

Mama Feminina 49.470 27 %Colo do Útero 20.690 11 %Cólon e Reto 13.640 8 %Traquéia, Brônquio e Pulmão 8.680 5 %Estômago 7.975 4 %Leucemias 4.075 2 %Cavidade Oral 3.895 2 %Pele Melanoma 3.065 2 %Esôfago 2.450 1 %Outras Localizações 67.290 37 %

* Exceto pele não nelanoma.Fonte: MS/Instituto Nacional de Câncer - INCA.

A questão ambiental

• No ambiente – modelo de desenvolvimento - maior capacidade de impacto

• Modernização da agricultura, processo acelerado de urbanização, a transformação sustentada dos recursos naturais e a dependência energética de fontes não renováveis - tendência a homogeneização da economia mundial - forte agressão aos ecossistemas

Interesses antagônicos e dependentes

– “Mundo desenvolvido” – interesse reparativo

– Países subdesenvolvidos• maior agressão ao ambiente (reclamam seu direito

ao desenvolvimento)

• Riqueza convive com a miséria e marginalização -> agressão aos ecossistemas

• Saúde analisada em sua questão mais amplaLeal, Sabroza,Rodriguez e Buss (orgs), 1992

Desenvolvimento, espaço e saúde

• Desde o início da constituição das ciências biológicas no século XIX – condições de saúde são determinadas pela articulação entre o meio interno e externo

• A higiene e depois a medicina preventiva –identificaram e quantificaram o risco de fatores localizados no meio externo - passíveis de controle por medidas específicas efetivas

• Com o aumento de problemas de saúde relevantes (diferentes de doenças infecciosas e carências nutricionais) –– passou-se a considerar como ambiente não só os meios físicos e biológicos mas também as condições culturais, socio-políticas e científicas

• “Apenas com o desenvolvimento das relações sociais de produção e com a democratização do controle político, a acumulação obtida resultou em melhores condições de vida e saúde” Berlinger, 1978

• Epidemiologia – disciplina que possibilita a identificação das causas das doenças e determinantes de suas distribuições – eficaz para o conhecimento do processo saúde/doença

Epidemiologia ambiental

Inicialmente se concentrava em agentes biológicos, distribuição de água, esgotos e alimentos

Atualmente tem trabalhado:1. Avaliação de agentes químicos e físicos -

compostos orgânicos voláteis, metais, material particulada, pesticidas e radiação - originados de diversas fontes (veículos motores, emissões industriais, resíduos de pesticidas em alimentos ou em reservatórios de água, radônio natural, aditivos químicos, materiais de limpeza, cosméticos, etc)

2. Desastres (guerras, enchentes e terremotos)

• Com o enfoque em agentes químicos e físicos - se liga a epidemiologia ocupacional: exposição de fumaça e poeira em mineradores - levantou a questão da poluição nas cidades

• Na comunidade podem ser observadas as mesmas exposições ocupacionais em níveis baixos

• Dificuldade de medir exposições ambientais -efeitos sutis com longos períodos de indução -exposições ocupacionais - exposições intensas e específicas a substâncias e processos industriais

• Exposição a agentes ambientais - fortemente relacionada com fatores sociais

• Resultados dos estudos de avaliação de risco orientam planejamento do controle, inclusive da legislação - sérias implicações sociais e econômicas

• Medidas de saneamento e legislação específica para controle alimentar - tiveram impacto em países desenvolvidos - ainda muitas regiões no mundo com condições ambientais precárias

• A experiência da Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo

Fatores de risco ambientais para câncer• Avaliação de exposições ambientais deve considerar

Indivíduos da mesma família - compartilham genes e muitos outros fatores externos

“distinção e mensuração entre eles – difícil”

• Mudanças no modo de vida - evitariam mais da metade de mortes prematuras (antes dos 70 anos) Doll, 1999

• Causas atribuíveis para cânceres fatais: fumo, dieta, infecções, hormônios reprodutivos, radiação eletromagnética, álcool, ocupação, poluição do ar/água/alimentos, inatividade física e produtos farmacêuticos.

Fatores de risco ambientais para câncer

• Industrialização - influenciando de forma contraditória a saúde das populações

• Países em desenvolvimento - processo global de industrialização trouxe conseqüências mais graves -transferência de indústrias danosas, desemprego, peso do setor informal, trabalho migratório e infantil e falta de legislação. Pearce et al., 1994

Câncer ocupacional

. De 2-4 % dos casos de câncer são atribuídos a exposições ocupacionais. Boffetta, 2004

. A área de Saúde do Trabalhador ainda não está sensível para o problema

. O controle da exposição ocupacional pode atingir grande efetividade

. No Brasil o acesso ao tratamento de câncer é ainda insuficiente

Educação

• Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos a que estão expostos

• Os compostos cancerígenos devem ser substituídos por outros mais seguros

• Os equipamentos de proteção individual e coletivos devem estar disponíveis e serem usados

• Os trabalhadores devem ter direito à saúde integral por tempo indeterminado.

Classificação IARC

Até 2004 a IARC examinou 899 agentes ou grupos de agentes físicos, químicos ou biológicos, misturas e condições complexas de exposição, que foram classificadas conforme as evidências existentes em cinco grupos

Grupo 1: Reconhecidamente cancerígeno para humanos. Dos 95 agentes e misturas, 29 estão relacionadas ao trabalho e ambiente e 12 circunstâncias de exposição (Boffeta, 2004).

Grupo 2A: Provavelmente cancerígeno para humanos. Grau de evidências de carcinogenicidade em humanos é limitado, sendo no entanto suficiente em experimentos com animais.

Classificação IARC

Grupo 2B: Possivelmente cancerígeno para humanos.Limitada evidência de carcinogenicidade em humanos e menos que suficiente evidência de carcinogenicidade em animais.

Grupo 3: condições não classificáveis quanto àcarcinogenicidade em humanos. Esta categoria é usada mais comumente quando a evidência de carcinogenicidadeé inadequada em humanos e inadequada ou limitada em experimentos com animais.

Grupo 4: o agente, mistura ou circunstância de exposição provavelmente não é carcinogênico para humanos

Legislação Ocupacional do MTE, Brasil

Legislação desatualizada: Portaria 3214 de 1978, MTE

Limite de exposição - NR15 Substâncias proíbidas

Sílica 4-aminodifenil,

Amianto (uso controlado) produção de benzidina,

Radiação ionizante Beta-naftilamina

Benzeno

(Com Nac Permanente)

Vigilância do Câncer Ocupacional e AmbientalPropostas de implementação

• Realização de estudos pilotos de avaliação de risco em áreas geográficas específicas com exposição à carcinógenosambientais. Exemplo: radônio.

• Apoio a ações regionais relacionadas à vigilância em parceria com as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde.

• Estruturação de Sistema de Informação para monitoramento de cancerígenos ocupacionais e ambientais.

• Desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas para embasamento das ações de controle.

• Disponibilização de informações sobre agentes, classificados como cancerígenos pela IARC, que tenham relevância para a saúde pública no Brasil (site do INCA).