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FUNDAMENTOS III ROSANE SOUZA Rosane- [email protected]

Apresentação Fundamentos III

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FUNDAMENTOS III

ROSANE SOUZA

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“ O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. È necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários” IAMAMOTO

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O tempo contemporâneo, marcado pelo processo de fetichização do capital, desafia-nos e convoca-nos a desvelar o emaranhado complexo desse período. Iamamoto, afirma que para que compreendamos o serviço social na contemporaneidade é necessário alargar os horizontes, para o movimento das Classes Sociais e do Estado em suas relações com a sociedade para, então, iluminar as particularidades profissionais;

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A atualidade nos confronta e desafia: o mercado requer, além de um trabalho na esfera da execução, a formulação de políticas públicas e a gestão de políticas sociais. As requisições da atualidade exige uma ruptura com a atividade burocrática e rotineira, que reduz o trabalho do assistente social a mero emprego e no cumprimento burocrático de horário, ao cumprimento de atividade preestabelecidas;

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Uma outra forma de compreender é vê-la como PROFISSÃO que eleva a ação profissional e, conseqüentemente seus agentes como sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Tal compreensão exigirá que as ações profissionais avancem para além da s rotinas institucionais , buscando apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nelas presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional;

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Uma outra forma de compreender é vê-la como PROFISSÃO que eleva a ação profissional e, conseqüentemente seus agentes como sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Tal compreensão exigirá que as ações profissionais avancem para além da s rotinas institucionais , buscando apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nelas presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional;

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O entendimento da profissão hoje como um tipo de trabalho na sociedade, colocando todas as conseqüências que as mudanças no mundo do trabalho acarretam na profissão, pois que sendo o serviço social uma especialização do trabalho na sociedade , não foge a esses determinantes, exigindo apreender os processos macroscópicos que atravessam todas as especializações do trabalho e, logo, o serviço social.

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Por outro lado, os assistentes sociais também participam como trabalhadores assalariados, do processo de produção e/ou redistribuição da riqueza social (seu trabalho não tem apenas valores úteis, mas tem efeitos na produção ou na redistribuição de valor e da mais-valia. Já na esfera do Estado, no campo da prestação de serviços sociais, pode participar do processo de redistribuição do fundo público;

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A terceira questão que se coloca ao compreender a profissão como trabalho é privilegiar a produção e a reprodução da vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das classes que vivem do trabalho, nos termos de Ricardo Antunes;

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Questão Social e Serviço Social O Serviço Social tem na questão social a base de sua

fundação como especialização do trabalho. Questão social apreendida como um conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem como uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada , monopolizada por uma parte da sociedade(contradição da sociedade capitalista entre o trabalho coletivo e a apropriação privada da atividade , das condições e do fruto do trabalho).

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Os assistentes sociais trabalham nas mais variadas expressões da questão social, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área da habitação, na saúde, na assistência social. “Questão social que sendo desigualdades é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam desigualdades e a elas resistem e se opõe.

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O cenário em que se insere o serviço social hoje

Questão social que sofrem, na atualidade, uma profunda transformação com as inflexões verificadas no padrão de acumulação, cujas múltiplas expressões são objeto do trabalho cotidiano do assistente social;

Os trinta gloriosos - pós-guerra até o final da década de 70 - foram marcados pela expansão da economia capitalista, sob a liderança do capital industrial, apoiada em uma organização da produção de bases tayloristas e fordistas, como estratégias de organização e gestão do processo de trabalho;

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Continuaçao

Ao Estado coube a viabilização de salários indiretos por meios da políticas sociais públicas, operando uma rede de serviços sociais, que permitisse liberar parte da renda monetária da população para o consumo de massa e conseqüentemente dinamização da produção econômica. A implantação de uma rede pública de serviços sociais em parte da chamada regulação Keynesiana da economia , uma das estratégias de reversão das crises cíclicas do capitalismo do pós-guerra.

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A crise desse padrão eclode em meados da década de 70, quando a economia mundial apresenta claros sinais de estagnação, com altos índices inflacionários e com uma mudança na distribuição do poder no cenário mundial;

Ao mesmo tempo, em 1980, o desmonte do Leste Europeu (experiência socialista), há um redimensionamento das relações de poder no mundo: estabelece-se intensa concorrência por novos mercados, acirrando a competividade intercapitalista , que passa a exigir mudança no padrão de acumulação. O novo processo de acumulação busca uma maior flexibilidade em relação ao antigo modelo fordista de rigidez na linha de produção, da produção em massa e em série

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As tendências do mercado de trabalho, apontadas por inúmeros estudiosos, indicam que a classe trabalhadora polarizada com uma pequena parcela com empregos estáveis, dotada de força de trabalho altamente qualificada e com acesso a direitos trabalhistas e sociais e uma larga parcela da população com trabalhos precários, temporários e subcontratados. Aparece, nesse contexto, o trabalhador polivalente, aquele que é chamado a exercer várias funções , no mesmo trabalho e com o mesmo0 salário, como conseqüência do enxugamento do quadro de pessoal das empresas.Esse processo de modernização da produção recria antigas formas de trabalho, como exemplo o trabalho a domicilio, trabalho familiar e, logo, o não reconhecimento dos direitos sociais e trabalhistas e, fundamentalmente, um maior índice de desemprego estrutural.

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Essa terceira ver revolução industrial vem acompanhado de profundas transformações mundiais. Segmentos cada vez maiores de população tornam-se sobrantes, desnecessários. Essa é a raiz de uma nova pobreza de amplos segmentos da população, cuja força de trabalho não tem preço, porque n ao tem mais lugar no mercado de trabalho. Fenômeno que não é exclusivo dos países em desenvolvimento.Visualizam estoques de força de trabalho descartáveis para o mercado de trabalho, colocando em risco para esses segmentos a possibilidades de defesa e reprodução da própria vida.

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Transformaçoes na esfera do Estado

As transformações do mundo do trabalho vêm acompanhadas de profundas mudanças na esfera do Estado, consubstanciadas na reforma do Estado, exigidas pelo consenso de Washington.

O projeto neoliberal surge como uma reação do Estado do Bem-Estar Social contra a social democracia. Com a crise do s anos 70, as idéias neoliberais são assumidas como a grande saída, preconizando a desarticulação do poder do sindicato como condição de possibilitar o rebaixamento salarial, aumentar a competividade dos trabalhadores e impor a política de ajuste monetário. Medidas que objetivam por fim ao poder dos sindicatos, tornarem possível a ampliação da taxa de desemprego, implantar uma política de estabilidade Monetária e uma reforma fiscal que reduza os impostos sobre as altas rendas e favoreça a elevação das taxas de juros, preservando os rendimentos do capital financeiro.

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A gravidade da questão social já foi demonstrada pelo IPEA pelo Mapa da Fome em 1993.A noção de pobreza que já foi representada por vários estereótipos, sofre com todo o processo em curso: anos 50, a pobreza foi construída em torno do Jeca Tatu( preguiçoso, indolente e sem ambição); nos anos 60, representada pela figura do malandro, aquele que não trabalha, mas vive espertamente, sendo objeto de indiferença e desprezo; hoje a imagem da pobreza é radicalizada: é o perigoso , o transgressor, o que rouba, o que não trabalha, sujeito a repressão e a extinção( classes perigosas);

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As mudanças no mercado profissional

As transformações societárias em curso apontam a um processo de refilantropização social, em que grandes corporações econômicas passam a se preocupar e a intervir na questão social dentro de uma perspectiva de filantropia empresarial. Os programas e projetos mantidos por organizações empresariais privadas,enfatizam a qualidade dos serviços prestados, estabelecidos conforme escolhas e prioridades das corporações em suas ações filantrópicas, em detrimento da garantia da universalidade no acesso.

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As alterações visíveis no mercado de trabalho profissional mostram que uma parcela dos assistentes sociais encontram-se dentro de um campo que ampliou-se diversificou-se , qual seja: as organizações não-governamentais.

Todo esse processo vem repercutindo no mercado de trabalho do assistente social de várias maneiras.. Na área empresarial, cresce a atuação do assistente social mantém –se na área das assistências social , ao mesmo tempo em que cresce a atuação nas áreas de recursos humanos , na esfera da assessoria gerencial e na recriação dos comportamentos produtivos favoráveis para a força de trabalho. Ampliam-se as demandas ao nível da atuação nos círculos de controle de qualidade( CCQS), das equipes interprofissionais, dos programas de qualidade total, valorizando um discurso de chamanento à participação .

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No decurso do processo democrático do país cuja carta constitucional de 1988 prevê a descentralização e municipalização da política social, instituindo os conselhos de Direitos. Essas são possibilidades de trabalho abertas ao nível do município , de reforço do poder local, ampliando os canais de participação da população na formulação , fiscalização e gestão de políticas de sociais. Tais oportunidades podem representar formas de partilhamento do poder e, portanto, de aprofundamento e expansão da democracia. No entanto, podem também ser um reforço do populismo, da pequena política que movem os interesses particularista e demarca a tradição Política Brasileira.

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As novas possibilidades de trabalho se apresentam e necessitam ser apropriadas, decifradas e desenvolvidas;se os assistentes sociais não o fizerem, outros farão, absorvendo progressivamente espaços ocupacionais ate então a eles reservados. Aqueles que ficarem prisioneiros de uma visão burocráticos e rotineiros do papel do assitente social e de seu trabalho entenderão , como desprofissionalização ou desvio de funções , as alterações que vem se processando nessa profissão. A polivalencia, a terceirização , a subcontratação, a queda de padrão salarial, a ampliação de contratos de trabalho temporários, o desemprego são dimensões constitutivas da propria feição atual do Serviço Social e não uma realidade alheia e externa , que afeta os outros.

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A Contempooraneidade e o Serviço Social

A contemporaneidade sintetiza os novos tempos que nos desafia decifrar. Exige um profissional qualificado, que reforce e amplie a sua competência crítica. Não somente executivo, mas que pensa , analisa, pesquisa e decifra a realidade. Alimentado por uma atitude investigativa, o exercício profissional cotidiano tem ampliadas as possibilidades de vislumbrar novas alternativas de trabalho nesse momento de profundas alterações na vida em sociedade.

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A prática como trabalho e a inserção do assistente social em processos de

trabalho O grande desafio na atualidade é transitar da bagagem teórica acumulada

ao enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao mesmo tempo, uma maior atenção às estratégias, táticas e técnicas do trabalho profissional, em função das particularidades dos temas que são objetos de estudo e ação do assistente social.

A categoria se viu prisioneira nos últimos anos: o teoricismo, o policismo e o teoricismo. Os elementos - o teórico-metodológico, o ético-politico e o técnico-operativo – são fundamentais e complementares entre si. Porém aprisionados em si mesmos, transformam-se em limites e vêm tecendo o cenário de algumas dificuldades, identificadas pela categoria profissional, que necessitam ser ultrapassadas: O TEORICISMO, O MILITANTISMO E O TECNICISMO.

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A pesquisa deve ser afirmada como uma das dimensões integrantes do exercício profissional, visto ser uma condição para formular respostas capazes de impulsionar propostas profissionais que tenham efetividade e permitam atribuir materialidade aos princípios éticos-politicos norteadores do projeto profissional. Para tanto, mister que enfrentemos dois desafios: entender a gênese da questão social e as situações particulares e fenômenos singulares com os quais os assistentes sociais se defrontam . a pesquisa, nesse sentido, torna-se um recurso fundamental para a formulação de propostas de trabalho e para a ultrapassagem de um discurso genérico, que não dá conta das situações particulares.

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Dois elementos de ruptura com as representações profissionais mdos

anos 80 O primeiro relaciona-se a consideração

sobre a questão social como base de fundação sócio-histórica do serviço social e o segundo é apreender a “ prática profissional “ como trabalho e o exercício profisisonal inscrito em processos de trabalho.

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A formulação da proposta curricular mínimo, que ficariam evidentes dois elementos que representaria a ruptura com a concepção predominante nos anos 80. O primeiro relaciona-se a consideração sobre a questão social como base de fundação sócio-histórica do serviço social e o segundo é apreender a “ prática profissional “ como trabalho e o exercício profisisonal inscrito em processos de trabalho.

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A análise da prática do assistente social como trabalho , integrado em um processo de trabalho permite mediatizar entre o exercício do serviço social e a prática da sociedade. Ela não surge ao acaso. O trabalho é uma atividade fundamental do homem, pois mediatiza a satisfação de sua necessidade diante da natureza e de outros homens. Pelo trabalho o homem se afirma como um ser social e, portanto, distinto da natureza. O trabalho é a atividade própria do ser humano, seja material, intelectual ou artística. É por meio do trabalho que o homem se afirma com o um ser que dá resposta prático-conscientes aos seus carecimentos , às suas necessidades. O trabalho é, pois, o selo distintivo da atividade humana., dispondo de uma dimensão teleológica. E, além disso, o homem é o único que é capaz de criar meios e instrumentos de trabalho, afirmando essas atividades caracteristicamente humana. È pelo trabalho que as necessidades humanas são satisfeitas, ao mesmo tempo em que o trabalho cria outras necessidades.

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Todo processo de trabalho implica uma matéria-prima ou objeto sobre o qual incide a ação;meios ou instrumentos de trabalho que potenciam a ação do sujeiro sobre o objeto;e a própria atividade, ou seja, o trabalho direcionado a um fim que resulta em um produto. Tais elemetos estão presentes na análise de qualquer processo de trabalho.

O Objeto de trabalho, aqui considerado, é a questão social. É ela , em suas múltiplas expressões , que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente; ao idoso, a situações de violência contra mulher e outros.Essas expressões da questão social são a matéria-prima do trabalho do assistente social

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Rumos éticos políticos do trabalho profissional

O Serviço Social contemporâneo tem como desafio é redescobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional; traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daquelas que a vivenciam como sujeitos que lutam pela preservação e conquista de sua vida, de sua humanidade.( nos anos 80 a profissão teve os olhos mais voltados para o Estado e menos para a sociedade).

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O Código de Ética afirma, como valor ético central, o compromisso com a liberdade. Ela implica a autonomia, emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais, o que tem repercussões efetivas nas formas de realização do trabalho profissional e nos rumos a ele impressos.

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O que se busca construir é uma cultura política democrática em que a sociedade tenha um papel questionador, propositivo, por meio do qual se possa partilhar poder e diferentes responsabilidades. O assistente social é tido como o profissional da participação, entendida como partilhamento de decisões, de poder. Pode impulsionar formas democráticas na gestão de políticas e programas, socializar informações, alargar canais que dão voz e poder decisório a sociedade civil, permitindo ampliar sua possibilidade de ingerência na coisa públi

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Os assistentes sociais ao exercerem suas ações profissionais; exercem a função de um educador político, um educador comprometido com uma política democrática ou um educador envolvido com a política dos “donos do poder”. Mas é nesse campo atravessado por feixes de tensões que se trabalha e nele é que são abertas inúmeras possibilidades ao exercício profissional.

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Em busca da consolidação do projeto ético-político do Serviço

Social o desafio de tornar os espaços de trabalho do

Assistente Social, espaços de fato públicos, alargando os canais de interferência da população na coisa pública, permitindo um maior controle, por parte da sociedade, nas decisões que lhe dizem respeito. Isso é viabilizado pela socialização de informações; ampliação do conhecimento de direitos e interesses em jogo; acesso às regras que conduzem a negociação dos interesses atribuindo-lhes transferência; abertura e/ou alargamento de canais que permitam o acompanhamento da implementação das decisões por parte de coletividade; ampliação de fóruns de debate e de representação etc.

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Requer uma nova natureza do trabalho profissional, que não recusa as tarefas socialmente atribuídas a esse profissional, mas lhes atribui um tratamento teórico-metodológicos e ético-político diferenciado.

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Orientar o trabalho profissional nos rumos citados requisita um profissional culto e atento às possibilidades descortinadas pelo mundo contemporâneo, capaz de formular, avaliar e recriar propostas ao nível das políticas sociais e da organização da forças da sociedade civil. Um profissional informado, crítico e propositivo, que aposte no protagonismo dos sujeitos sociais.

Um profissional versado no instrumental técnico-operativo, capaz de realizar as ações profissionais, aos níveis de assessoria, planejamento, negociação, pesquisa e ação direta, estimuladoras de participação dos usuários na formulação, gestão e avaliação de programas e serviços sociais de qualidade.

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Ressalta a dimensão política da prática profissional através da perspectiva educativa (o Serviço Social lida com as formas de ver, julgar e agirdos sujeitos sociais).Esse rumo ético-político requer um profissional informado, culto, crítico e competente. Exige romper tanto com o teoricismo estéril, quanto com o pragmatismo, aprisionados no fazer pelo fazer. Demanda competência nas esferas política, pedagógica, teórica e técnica.

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Como consolidar o projeto político-profissional nesses tempos adversos? Os valores da idolatria da moeda; fetiche do mercado

e do consumo; o individualismo possessivo; e a lógica contábil e financeira, todos estes estão sobrepostos às necessidades e direitos humanos e sociais. Marilda ressalta que a liberdade é valor ético central, o que implica desenvolver o trabalho profissional para reconhecer a autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, reforçando princípios e práticas democráticas. Envolve também o empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, afirmando-se o direito à participação dos grupos socialmente discriminados e o respeito às diferenças.

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sinaliza a importância de nos aproximarmos das condições de vida e trabalho das classes sociais, com ênfase nas classes subalternas – via o instrumento da pesquisa.O desafio é captar os núcleos de contestação e resistência, as formas de imaginação e invenção do cotidiano, de defesa de vida e dignidade do trabalhador. A democracia como valor universal envolve a luta pela ampliação da cidadania; a luta pela manutenção do caráter universalizante das políticas sociais públicas – em especial à seguridade social – é um desafio que se atualiza no dia a dia do assistente social.

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importância de incorporar a pesquisa como atividade constitutiva do trabalho profissional, acumulando dados sobre as múltiplas expressões da questão social, campo em que incide o trabalho do assistente social. É fundamental que os projetos de trabalho elaborados, estejam calçados em dados e estatísticas disponíveis, munidos de informações atualizadas e fidedignas, que respaldem a capacidade de argumentação e negociação dos profissionais na defesa de suas propostas de trabalho junto às instâncias demandatárias ou compe

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O cotidiano de trabalho do assistente social apresenta-se como um campo de expressões concretas das desigualdades, de manifestações de desrespeito aos direitos sociais e humanos, atingindo inclusive o direito à vida. Atribuir-lhes visibilidade é um meio de potenciar a dimensão política inerente a esse trabalho especializado

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Demandas e respostas da categoria aos projetos societários

A prática profissional não tem o poder miraculoso de revelar-se a si mesma. Ela adquire inteligibilidade e sentido na história da sociedade da qual é parte e expressão. Assim, desvendar a prática profissional cotidiana supõe inseri-la no quadro das relações sociais fundamentais da sociedade, ou seja, entendê-la no jogo tenso das relações entre as classes sociais, suas frações e das relações destas com o Estado brasileiro.

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Condições de Trabalho e Respostas Profissionais

Por um lado, o crescimento da pressão da demanda por serviços, cada vez maior, por parte da população usuária mediante o aumento de sua pauperização. Esta se choca com a já crônica – e agora agravada – falta de verbas e recursos das instituições prestadoras de serviços sociais públicos, expressão da redução de gastos sociais recomendada pela política econômica governamental, que rege o mercado com a “mão invisível” que guia a economia.

Amplia-se cada vez mais a seletividade dos atendimentos, fazendo com que a proclamada universalização dos direitos sociais se torne letra morta. Esse quadro tem sido fonte de angústia e questionamentos sobre o nosso papel profissional, diante da dificuldade de criar, recriar e implementar propostas de trabalho podendo estimular a burocratização e o vazio institucional