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Caro (a) leitor (a)Apesar de existirem diversos materiais e informações de diferentes origens sobre tuberculose, a idéia desta cartilha é trazer aos profissionais da saúde das diferentes

áreas algumas informações básicas sobre a tuberculose

Este trabalho é resultado da reflexão de questões elaboradas em discussões acadêmicas voltadas à visão e ao conhecimento do profissional da saúde na sua prática e rotina de atenção básica. O conteúdo presente nos textos, apresentados

na forma de perguntas e respostas, foi baseado nas informações do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, PNCT/MS, 2010.

A nossa integração multidisciplinar facilita a abrangência da abordagem na pro-jeção da idéia desta cartilha, elaborada para você e para seus colegas nas diferentes

especialidades.

Esclarecer dúvidas, alertar para cuidados simples e essenciais na lida diária do pa-ciente e do cidadão, pode ajudar no combate e no controle da tuberculose.

APRESENTAÇÃO

Aviso importante: Você que se interessou, se quiser acrescentar, corrigir ou atualizar informações para a próxima edição impressa, mande sua mensagem ao: [email protected]

Salvador, julho de 2011.Equipe de autores.

Jacy Andrade – Médica. Professora Associada de Infectologia – FAMEB-HUPES –UFBA. Coordenadora do CRIE-UFBA-SESAB. Membro do INCT-DT/MCT/CNPq.

Lilia Moura Costa – Médica. Professora Associada de Microbiologia – ICS -UFBA . Professora Permanente do Curso de Mestrado em Biotecnologia – ICS- UFBA. Membro do INCT-DT/MCT/CNPq.

Roberto Meyer – Médico. Professor Titular de Imunologia da UFBA. Professor Permanente do PPGIm, RENORBIO Colaborador do Programa de Pós-Grad-uação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas. Pesquisador do CNPq. Membro do INCT-DT/MCT/CNPq.

Songeli Menezes Freire – Farmacêutica e Bioquímica. Professora Adjunto de Bioética e de Biossegurança – ICS – UFBA . Professora Permanente do PPGIm, e do Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas. Professora Colaboradora do RENORBIO. Professora Adjunto -EBMSP. Pesquisa-dora do CNPq. Membro do INCT-DT/MCT/CNPq.

Ilustração e Desenho: Caio Lopes, Lucas Macedo, Andrei Oliveira

Editoração: Caio Lopes, Lucas Macedo, Eduardo M. Netto, Jacy Andrade,Marilda Casela, Valdirene Leão, Rosa Guedes, Songeli Menezes Freire

Revisão: Lucas Macedo, Eduardo M. Netto, Jacy Andrade, Valdirene Leão, Rosa Guedes, Songeli Menezes Freire

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária de Saúde, SIBI - UFBA.

Dicas e cuidados para o profissional de saúde: tuberculose pulmonar. / Lucas Sousa Macedo...[et al.] – Salvador: UFBA, 2011.

88 p.: il.

D545

1. Saúde. 2. Tuberculose. 3. Profissional de Saúde. I. Macedo, Lucas Sousa. II. Universidade Federal da Bahia. III. Título.

CDU: 614

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ÍNDICE

Informações adicionais: Todas as imagens e figuras utilizadas nesta cartilha são de domínio público.

Pag011)Como suspeitar de Tuberculose Pulmonar?2)Como buscar os Sintomáticos Respiratórios?

Pag023)O que é Tuberculose Latente?4)Como diagnosticar a Tuberculose Pulmonar?

Pag055)Como tratar a Tuberculose Pulmonar?

Pag066)O que fazer com os contatos familiares do indivíduo portador de Tuberculose?

Pag077)O que fazer com os contatos adultos que são profissionais de saúde?

Pag098)Quando deve ser feita a quimioprofilaxia?

Pag109)Vale à pena fazer a prova tuberculínica todo ano para o profissional de saúde?

Pag1110)Profissional de saúde com Prova Tuberculínica negativa deve ser vacinado com BCG?11)Como o profissional de saúde pode se proteger ao prestar cuidados a um indivíduo porta-dor de Tuberculose?

Pag1212)Que medidas de proteção podem ser tomadas a nível coletivo em ambientes hospitalares e outros ambientes de risco?13)Quais são as principais orientações para a proteção dos contatos familiares de um porta-dor de Tuberculose Pulmonar?

Pag1314)Quais são os grupos mais susceptíveis à Tuberculose?15)Quem tem Tuberculose deve fazer teste de HIV?

AutorAutores – Dados de apresentação:

Lucas Sousa Macêdo- Acadêmico do curso de Medicina-UFBA, Bolsista de Ini-ciação científica vinculado ao Projeto INCT-DT/MCT/CNPq.

Catarina Alfaya - Acadêmica do curso de Biotecnologia-UFBA, Bolsista de Ini-ciação científica vinculada ao Projeto INCT-DT/MCT/CNPq.

Danilo Jobim - Acadêmico do curso de Biotecnologia-UFBA, Bolsista de Ini-ciação científica vinculado ao Projeto INCT-DT/MCT/CNPq.

Filipe Sampaio - Acadêmico do curso de Biotecnologia-UFBA, Bolsista de Ini-ciação científica vinculado ao Projeto INCT-DT/MCT/CNPq.

Juliana Sacramento - Acadêmica do curso de Biotecnologia-UFBA, Bolsista de Iniciação científica vinculada ao Projeto INCT-DT/MCT/CNPq.

Caio Lopes -Acadêmico do curso de Biotecnologia-UFBA.

Andrei Oliveira- Acadêmico do curso de Engenharia da Computação-ÁREA1.

Marilda Casela Batista- Farmacêutica do lab. do HEOM, Pesquisadora do Labo-ratório de Imunologia e Biologia Molecular – ICS-UFBA. Mestranda do Progra-ma de Pós-graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas.

Rosalina Guedes Donato Santos– Biomédica, Pesquisadora do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular – ICS-UFBA. Mestre em Imunologia. Dou-toranda do Programa de Pós-Graduação em Imunologia – UFBA.

Valdirene Leão Carneiro – Farmacêutica e Bioquímica, Pesquisadora do Labo-ratório de Imunologia e Biologia Molecular – ICS-UFBA. Mestre em Imunologia. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Imunologia – UFBA. Professora Assistente da UNEB.

Eduardo Martins Netto – Médico; Mestre em Saude Publica; Doutor em Medici-na. Professor PPgMS - UFBA. Medico pesquisador do IBIT-FJS.

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1) Quando suspeitar de Tuberculose Pulmonar?

• A tuberculose (TB) pulmonar pode se apresentar sob a forma primária, secundária ou disseminada. Os sinais e sintomas clássi-cos da TB pulmonar são: tosse persistente e produtiva (com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagre-cimento.

Mas ATENÇÃO!!! Nem sempre todos estes sintomas estão presentes, e muitos deles estão presentes em outras doenças, sobretudo as doenças respiratórias.

• Sintomático Respiratório (SR) é o indivíduo com tosse por tempo igual ou superior a três semanas, que deve ser alvo de investigação precoce.• Em populações com alto risco de adoecimento, como por exemplo profissionais de saúde, a investigação deve ser realizada em indivíduos com tosse igual em período ou superior a duas semanas, visando aumentar a sensibilidade da busca.

A cada 100 SR examinados, em média 3 a 4 são bacilíferos, podendo variar de acordo com a incidência da doença em cada região.

2) Como buscar os Sintomáticos Respiratórios?

-Interrogar sobre a presença e duração da tosse à clientela dos serviços de saúde, independentemente do motivo da procura e orientar os SR identificados para a coleta do exame de escarro.

A IDENTIFICAÇÃO DO SR É IMPORTANTE PARA DETECÇÃO PRECOCE DE TB PULMONAR

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A pronta solicitação do teste anti-HIV e a agilidade de seu resultado em pacientes com tuberculose é fundamental para o correto manejo do trata-mento da coinfecção TB-HIV

A decisão sobre o início da Tratamento Antiretroviral TARV deve ser reali-zada em unidades de referência para HIV, ou sob supervisão de um profis-sional com experiência no manejo clínico do paciente HIV/aids

A integração entre os Programas de Controle da Tuberculose e Programas de DST/aids é fundamental para o sucesso terapêutico do paciente

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de Controle da Tuberculose, 2010.

Lista de abreviaçõesTuberculose (TB)Sintomático Respiratório (SR)Prova Tuberculínica (PT)Mycobacterium tuberculosis (Mtb)Infecção Latente da Tuberculose (ILTB)Bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR)Profissional de Saúde (PS)Unidades de tuberculina (UT)Tratamento Diretamente Observado (TDO)

• Rifampicina (R)• Izoniazida (H)• Pirazinamida (Z)• Etambutol (E)Bacilo Calmette-Guérin (BCG)Interferon gamma realease assay (IGRA)Programa Nacional de Controle da Tuber-culose/Ministério da Saúde (PNCT/MS)

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3) O que é Tuberculose Latente?

A maioria das pessoas resiste ao adoecimento após a infecção por Mycobacte-rium tuberculosis (Mtb) e desenvolve imunidade parcial à doença. No entanto alguns bacilos permanecem vivos, embora bloqueados pela reação inflamatória do organismo. A esse estado denomina-se Tuberculose Latente ou Infecção Latente da Tuberculose (ILTB).

• Cerca de 5% das pessoas com ILTB não conseguem impedir a multiplicação dos bacilos e adoecem na seqüência da primoinfecção;• Outros 5%, apesar de bloquearem a infecção nessa fase, adoecem posterior-mente por reativação desses bacilos ou em conseqüência da exposição a uma nova fonte de infecção;• O maior risco de adoecimento concentra-se nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas o período de incubação pode se estender por muitos anos e mesmo décadas.

Fatores relacionados com maior risco de adoecimento:• Infecção pelo HIV;• Doenças ou tratamentos imunossupressores;• Idade < 2 anos;• Idade > 60 anos;• Desnutrição.

4) Como diagnosticar a Tuberculose Pulmonar?

ӵDiagnóstico clínico/epidemiológico

Investigar os sinais e sintomas clássicos já mencionados e cor-relacionar com a epidemiologia do local.

14) Quais são os grupos mais susceptíveis à Tuber-culose?

• População privada de liberdade;• População em situação de rua;• Povos indígenas;• Profissionais de saúde;• Pessoas portadoras de HIV/AIDS.

Diferentes fatores tornam esses grupos mais susceptíveis ao contágio da tuber-culose. A imunossupressão é um fator extremamente importante e pode ser observado em populações privadas de liberdade, em situação de rua, indígenas e portadores de HIV/aids. Profissionais de saúde apresentam risco maior devido a um maior contato com o bacilo. Esse contato maior também é comum ocorrer em população privada de liberdade e indígenas (devido a aglomerações e ambi-entes pouco ventilados/iluminados).

15) Quem tem Tuberculose deve fazer teste de HIV?• Sim! É muito freqüente o diagnóstico da soropositividade para HIV durante o diagnóstico de tuberculose e, além disso, a tuberculose é a maior causa de mortalidade entre pessoas com HIV;• Faz-se necessário garantir aos pacientes com tuberculose: acesso precoce ao diagnóstico da infecção pelo HIV e seu trata-mento;

• Faz-se necessário garantir às pessoas vivendo com HIV: realização da Prova Tuberculínica (PT), diagnóstico e tratamento da tuberculose quando indicado.

Atenção! O tratamento da tuberculose em pessoas infectadas pelo HIV segue as mesmas recomendações para os não infectados tanto nos esquemas quanto na duração total do tratamento.

Outros motivos para realização do teste para HIV em pacientes com tuberculose:a) Maior frequência de formas extrapulmonares e disseminadas em pessoas infectadas pelo HIV, em relação às não infectadas;b) Taxas maiores de falência terapêutica e recorrência da tuberculose em coinfectados;c) Maior incidência e prevalência de eventos adversos (hepatotoxicidade e neuropatia periférica) entre coinfectados, segundo alguns estudos.

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¶ Diagnóstico bacteriológico

Baciloscopia direta - pesquisa dos bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) no exame de escarro (TB pulmonar)

• Método simples e seguro• Deve-se solicitar para: SR; pacientes com suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, independentemente do tempo da tosse; pacientes com suspeita clínica de TB extrapulmonar.

A baciloscopia do escarro deve ser realizada em, no mínimo, duas amostras: uma no momento da consulta e outra no dia seguinte, pela manhã, preferen-cialmente ao despertar. Se ambas forem negativas e a suspeita clínica e/ou radi-ológica permanecer, podem ser solicitadas amostras adicionais.

Cultura para micobactéria

• O material de amostra também é o escarro do paciente• Teste de elevada sensibilidade e especificidade no diagnós-tico da TB• Resultados demoram entre 14 a 30 dias (podendo se estender por 8 semanas)• Deve-se solicitar para: pacientes com suspeita clínica e/ou radiológica com ba-ciloscopia repetidamente negativa; pacientes com suspeita de TB com amostras paucibacilares (poucos bacilos); pacientes com suspeita de TB com dificuldades na obtenção de amostras (ex: crianças); pacientes com suspeita de TB extrapul-monar; casos suspeitos de infecções causadas por Micobactérias Não Tuberculo-sas.Além da cultura, teste de sensibilidade aos medicamentos de 1ª linha deve ser realizado nas seguintes indicações:• Indivíduos contatos de paciente com tuberculose resistente;• Paciente com história de tratamento prévio; • Imunodeprimidos (principalmente portadores de HIV);• Pacientes com baciloscopia positiva ao final do 2º mês do tratamento;• Falência ao tratamento anti-TB;• Em investigação de populações com alto risco de possuírem cepas resistentes de M. tuberculosis (profissionais de saúde, população de rua, privados de liber-dade, pacientes internados em hospitais que não adotam medidas de biossegu-rança adequadas, instituições de longa permanência) ou com difícil abordagem subseqüente (ex: indígenas).

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Utilizada em ambientes com falta de estrutura adequada de ventilação (salas de espera e emergência, por exemplo) enquanto os pacientes aguardam definição do caso ou no deslocamento de pacientes do isolamento para exames ou pro-cedimentos.

Mas ATENÇÃO!!!

As medidas de proteção individual, apesar de extremamente importantes, não são as mais eficientes na proteção contra o BK. Medidas administrati-vas e de controle ambiental devem ser priorizadas e implementadas pelas equipes responsáveis.

12) Que medidas de proteção podem ser tomadas a nível coletivo em ambi-entes hospitalares e outros ambientes de risco?

ӵ Medidas administrativas:• Visam desenvolver e implementar políticas escritas e protocolos para assegurar a rápida identificação, isola-mento respiratório, diagnóstico e tratamento de indivídu-os com provável TB pulmonar;• Educação permanente dos profissionais de saúde para diminuir o retardo no diagnóstico de TB pulmonar e promover o adequado tratamento anti-TB;

• É o tipo de medida mais eficiente no controle da TB pulmonar. ӵ Medidas de controle ambiental:

• Adaptação de mobiliário, adaptação de espaços de atendimento com eventuais reformas ou construção de espaços adequados.

13) Quais são as principais orientações para a proteção dos contatos famil-iares de um portador de Tuberculose Pulmonar?

• Manter o ambiente arejado, com luz solar;• Evitar aglomeração;• O SR ou paciente com TB deve cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir.

As pessoas que convivem com um portador de tuberculose devem procurar o serviço de saúde para serem avaliadas.

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As amostras de escarro devem ser coletadas em local aberto, de preferência ao ar livre ou em sala bem arejada em condições adequadas de biossegurança. (Para mais informações, ver questões 11 e 12 ou consultar o manual do PNCT/MS, 2010)

ӵ Diagnóstico Radiológico

• A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande im-portância na investigação da tuberculose;

ӵ Imunodiagnóstico: Prova Tuberculínica (PT)

• Há pouco tempo era chamado de PPD;• Consiste na inoculação intradérmica de um de-rivado protéico purificado de M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a estes antígenos;

• Diferentes achados radiológicos apontam para a suspeita da doença em ativi-dade ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar;• Deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar.

O maior diâmetro transverso da área do endurado palpável deve ser medido com régua milimetrada transparente, e o resultado, registrado em milímetros. A classificação isolada da PT em: não reator, reator fraco e reator forte não está mais recomendada, pois a interpretação do teste e seus valores de corte podem variar de acordo com a população e o risco de adoecimento.

10) Profissional de saúde com Prova Tuber-culínica negativa deve ser vacinado com BCG?

• Não existem evidências de que a revacinação por BCG traga benefícios para o Profissional de Saúde no sentido de proteção contra TB, além de dificultar o monitoramento das medidas de controle de infecção na interpretação de novas provas tuberculínicas;

• Em resumo, não se deve realizar vacinação com BCG para o PS independentemente do resultado da PT.

11) Como o profissional de saúde pode se proteger ao prestar cuidados a um indivíduo portador de Tubercu-lose?

ӵ Uso de máscaras do tipo PFF2 ou N95 pelo profissional:

• Recomendado para profissionais de saúde ou visitantes ao entrarem em áreas de alto risco de transmissão;• Quando o paciente deixa o local de atendimento, os bacilos permanecem no ambiente por até 9 horas (dependendo da iluminação e ventilação do local). Por isso, o uso de máscaras PFF2 ou N95 pelos profissionais de saúde deve ser con-tínuo nos ambientes de risco;• É necessário treinamento especial para uso das máscaras PFF2 ou N95 uma vez que devem ser perfeitamente adaptadas ao rosto do funcionário. Estas más-caras podem ser reutilizadas, desde que estejam íntegras e secas, em atenção às recomendações da legislação vigente.

Áreas de alto risco de transmissão:

Quartos de isolamento respiratório, ambulatório para atendimento referen-ciado de SR, bacilíferos e portadores de TB com suspeita de ou resistência comprovada aos fármacos anti-TB.

ӵ Uso de máscaras cirúrgicas pelos pacientes: • Recomendado para pacientes com TB pulmonar ou SR em situação de poten-cial risco de transmissão;• O objetivo é reduzir a emissão de gotículas em aerossóis pelos pacientes com-provadamente ou potencialmente bacilíferos.

• No Brasil, a tuberculina é aplicada por via intradérmica no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1mL, que contém 2 UT (unidades de tuberculina);• A aplicação e a leitura devem ser feitas por profissionais treinados. A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo este prazo ser esten-dido para 96 horas caso o paciente falte à leitura na data agendada;• Solicitar para: investigação de infecção latente no adulto e investigação de in-fecção latente e TB doença em crianças;• Indivíduos com PT prévia documentada e resultado igual ou superior a 10 mm não devem ser retestados.

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ӵ Outros métodos diagnósticos• Diagnóstico histopatológico;• Testes sorológicos (ex. IGRA - não padronizados no Brasil);• Testes fenotípicos (provas bioquímicas);• Testes moleculares (genótipos);

Diagnóstico da TB na criança (menores que 10 anos)

• A forma pulmonar difere do adulto, pois costuma ser abacilífera, isto é, negativa ao exame bacteriológico, pelo reduzido número de bacilos nas lesões. Além disso, crian-ças, em geral, não são capazes de expectorar;• O principal achado clínico é a febre, habitualmente moderada, persistente por 15 dias ou mais, frequentemente vespertina;

5) Como tratar a Tuberculose Pulmonar? • A tuberculose é uma doença curável em praticamente 100% dos casos novos sensíveis aos medicamentos anti-TB;• Princípios básicos para o tratamento adequado: associação medicamentosa, doses corretas e uso por tempo padronizado, em geral 6 meses;• O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tubercu-lose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão;

• O diagnóstico de tuberculose pulmonar, na prática, envolve avaliação clínica, radiológica, prova tuberculínica e história de contato com adultos portadores de TB.

• Compete aos serviços de saúde prover os meios necessários para garantir que toda a pessoa com diagnós-tico de tuberculose venha a ser, sem atraso, adequadamente tratada;• Tratamento Diretamente Observado (TDO), realizado em algumas situações, consiste na observação da tomada do medicamento por um profissional treinado desde o início do tratamento até a cura do paciente.

A adesão do paciente é CONDIÇÃO BÁSICA para o sucesso do tratamento

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• Quimioprofilaxia secundária (tratamento da ILTB): consiste na administração de izoniazida (H) por um período mínimo de 6 meses e está indicado para certas pessoas de acordo com um conjunto de fatores:

- resultado da PT - idade - probabilidade de ILTB - risco de adoecimento

Grupos com indicação de tratamento profilático:

Crianças contatos de casos bacilíferos

• PT igual ou superior a 5mm -> em crianças não vacinadas com BCG, cri-anças vacinadas há mais de 2 anos ou crianças portadoras de qualquer con-dição imunossupressora.• PT igual ou superior a 10mm -> crianças vacinadas com BCG há menos de 2 anos.

Adultos e adolescentes (> 10 anos)

• Em adultos e adolescentes com ILTB, a relação risco-benefício do trata-mento deve ser avaliada, devido à hepatotoxicidade inerente à droga em uso (isoniazida).• Profissionais de Saúde devem realizar a quimioprofilaxia apenas se ocor-rer conversão, que é a segunda PT com incremento de 10mm em relação à PT anterior. • (ver mais informações nas perguntas 6 e 7)

9) Vale à pena fazer a prova tuberculínica todo ano para o profissional de saúde?• Os exames periódicos devem ser realizados anualmente, uma vez que muitos profissionais de saúde convivem em ambientes de alto risco e podem apresentar infecção recente por Mtb;• Se o PS já tem documentado uma PT ≥ 10 mm, não é necessário repeti-la;• Caso a PT persista < 10 mm, ela deverá ser realizada continuamente, uma vez por ano, como controle;• Caso haja conversão, tratamento da ILTB deve ser considerado.

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Quais são as drogas anti-TB do esquema básico de tratamento?• Rifampicina (R)• Izoniazida (H)• Pirazinamida (Z)• Etambutol (E)

Atenção!Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), junta-mente com o seu Comitê Técnico Assessor reviu o sistema de tratamento da TB no Brasil, introduzindo o Etambutol como quarto fármaco na fase inten-siva de tratamento (dois primeiros meses) do Esquema básico.

6) O que fazer com os contatos familiares do indivíduo portador de Tuber-culose?

Caso índice – Todo paciente com TB pulmonar ativa, prioritariamente com baciloscopia positiva

Contato – Toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso índice no momento do diagnóstico da TB. Este convívio pode ocorrer em diversos ambientes e o grau de exposição do contato deve ser avaliado individual-mente

• Contatos sintomáticos devem realizar radiografia de tórax, baciloscopia de escarro e/ou outros exames de acordo com cada caso;• Contatos assintomáticos (adultos e adolescentes > 10 anos) devem realizar prova tuberculínica (PT);• Contatos assintomáticos (crianças < 10 anos) devem realizar radiografia de tórax e prova tuberculínica (PT).

TODOS os contatos devem ser convi-dados a comparecer à unidade de saúde para serem avaliados

09

Figura 1 - Fluxograma para avaliação da infecção latente em Profissionais de Saúde

Repetir a PT em 1 a 3 semanas

PS admissional Realizar PT

PT<10mm PT 10mm

Descartar doença, orientar e não repetir

Caracterizado efeito “booster”

Persistência de PT<10mm

Repetir em 12 meses quando PS atua em locais de risco

Orientar e não repetir

Figura adaptada do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, PNCT/MS, 2010.8) Quando deve ser feita a quimioprofilaxia?

Primeiramente, deve-se diferenciar a quimioprofilaxia primária (prevenção da ILTB) da quimioprofilaxia secundária (tratamento da ILTB).

• Quimioprofilaxia primária (prevenção da ILTB): recomendada em recém-nas-cidos coabitantes de caso índice bacilífero, seguindo-se o fluxograma a seguir:Figura 2 – Fluxograma para quimioprofilaxia primária em recém-nascidos.

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, PNCT/MS, 2010.

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07 08

Prova Tuberculínica:

Adultos e Adolescentes (> 10 anos)Se a PT ≥ 5 mm -> está indicada a quimioprofilaxia com IsoniazidaSe a PT < 5 mm -> repetir entre 5 a 8 semanas para avaliar se há conversão

Crianças (< 10 anos)Se a PT ≥ 5mm em crianças vacinadas (BCG) há mais de 2 anos ou com imu-nossupressão -> está indicada quimioprofilaxia com IsoniazidaSe a PT ≥ 10mm em crianças vacinadas (BCG) há menos de 2 anos -> está indicada quimioprofilaxia com isoniazidaSe a PT < 5mm -> repetir em 8 semanas para avaliar se há conversão

OBSERVAÇÃO: Será considerado conversão quando houver um incremento de pelo menos 10 mm em relação à PT anterior, independente da faixa etária

Contatos com história prévia de TB tratada anteriormente não devem ser tratados para ILTB, independente do resultado da PT;

Se o contato não com-parecer à unidade de saúde, uma visita domi-ciliar deve ser realizada.

7) O que fazer com os contatos adultos que são profissionais de saúde?

• Profissionais de saúde (PS) devem ser avali-ados nos exames admissionais e periodica-mente por meio da prova tuberculínica (PT). (Observar legislação vigente).

Prova Tuberculínica em Profissionais de Saúde (ver questão 9)

PT < 10 mm: repetir em 1 a 3 semanas para avaliação do efeito booster.

Efeito “booster” positivo: não repetir PT futuramente; não tratar ILTB.

Persistência de PT < 10 mm: repetir a PT a cada 12 meses, quando o profis-sional de saúde (PS) atuar em locais de elevado risco de transmissão por Mtb. Será considerada ILTB recente quando houver conversão da PT (incremento de 10 mm em relação à PT anterior) – neste caso considerar tratamento de ILTB.

PT ≥ 10 mm: documentar, afastar TB ativa. Nesses casos não será necessária a repetição da PT.

Na Figura 1, a seguir, encontra-se o fluxograma da conduta de avaliação da infecção latente em PS

Caso o PS já tenha documentada uma PT ≥ 10 mm, não é necessário repeti-la, mas em caso de dúvida ou PT < 10 mm, deve-se avaliá-lo como se nunca fora testado.

O que é o efeito “Booster”?• O efeito “Booster” representa a reativação da resposta tuberculínica pelas célu-las de memória (BCG ou infecção remota por M. tuberculosis);• É definido quando a segunda PT é ≥ 10 mm, com incremento de pelo menos 6 mm em relação à primeira PT;• Nestes indivíduos não há indicação de tratamento da ILTB, pois o risco de adoecimento é muito baixo;• A segunda aplicação da tuberculina é utilizada apenas para excluir uma falsa conversão no futuro em indivíduos testados de forma seriada;• Se o resultado da 2ª aplicação for ≥ 10 mm, mesmo sem incremento de 6 mm em relação à 1ª, a PT não deve ser realizada futuramente;