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Metabolização de Açúcares C5 de Caldo Fermentativo e Coprodução de Ácidos Orgânicos por Bactérias Isoladas de Frutos em Processo de Decomposição Introdução / Objetivo Experimental PIBIC-CNPq Elisa Bellan Menegussi, Sheila Montipó, Roselei C. Fontana, Henrique Baudel, Suelen O. Paesi, Marli Camassola Durante o pré-tratamento da biomassa lignocelulósica há a liberação das hemiceluloses que, por sua vez, acabam inutilizadas durante o processo fermentativo a bioetanol [1,2]. Entretanto, os açúcares C5, como a xilose, provenientes da hidrólise dessas hemiceluloses, podem ser empregados para a produção de insumos químicos de interesse industrial [2], como o ácido acético (AA) e o ácido láctico (AL). Esses ácidos orgânicos (AO) podem ser produzidos por bactérias pertencentes aos gêneros Acetobacter e Lactobacillus, por exemplo. O presente trabalho tem como objetivo isolar, selecionar e identificar bactérias acéticas e lácticas aptas na metabolização de xilose, além de direcioná- las à coprodução de AA e AL a partir de açúcares remanescentes da fermentação de etanol 2G. Obtenção de espécies isoladas Placas com culturas isoladas de bactérias em meio MRS-ágar modificado (20 g L -1 xilose) contendo ou não azul de bromofenol e posterior cultivo em meio submerso. Pré-tratamento do capim-elefante (CE) e análise da composição química Resultados e Discussão Conclusão Referências Bibliográficas Dentre os 40 micro-organismos inicialmente isolados, 7 apresentaram resultados mais promissores, sendo que a linhagem LI (Acetobacter sp.), proveniente do limão-cravo, mostrou um rendimento máximo de AO em meio MRS modificado, atingindo 7,9 g L -1 de AA e 15,0 g L -1 de AL, com metabolização total do açúcar em um período de apenas 22 horas. A linhagem LA (Lactobacillus brevis), isolada da laranja-da-terra, também evidenciou resultados favoráveis, metabolizando toda a xilose em 36 horas de cultivo e produzindo 6,6 g L -1 de AA e 13,2 g L -1 de AL. Figura 1. Produção de ácido acético e ácido láctico e consumo de xilose em meio MRS empregando micro-organismos isolados de abacate (AB); bergamota (BE); cenoura (CE); húmus (HU); laranja (LA); limão (LI); e tomate (TO). A partir do presente estudo foi possível evidenciar a eficiência dos isolados na metabolização da xilose e na produção de AO. Estudos posteriores serão desenvolvidos com o intuito de avaliar as técnicas de pré-tratamento do CE aqui abordadas, simulando processos de hidrólise e fermentação etanólica e, assim, empregar a biomassa residual na produção de AO. 0 12 16 22 36 45 65 95 0 5 10 15 20 0 5 10 15 20 Tempo (h) Xilose (g L -1 ) Ácido acético (g L -1 ) 0 12 16 22 36 45 65 95 0 5 10 15 20 0 5 10 15 20 Tempo (h) Xilose (g L -1 ) Ácido láctico (g L -1 ) Caracterização molecular via reação em cadeia da polimerase (PCR) Pré-cultivo (24 h) Amplificação do DNA [4] Kit GoTaq ® Green Master Mix (Promega) Purificação do DNA Fosfonuclease I e fosfatase de camarão alcalina Sequenciamento Sequenciador automatizado ABI-PRISM 3130xl (Applied Biosystems) Identificação Comparação com sequências de DNA depositadas no GenBank [1] Rubin, 2008. Nature. 454, 841-845. [2] Montipó et al., 2018. Bioresour. Technol. 249, 1017-1024. 205 , 10 min (ABT008) Pré-tratamento com H 2 SO 4 3% (v/v) em autoclave 121 , 30 min [3] Análise dos carboidratos presentes na biomassa pré-tratada: Sequenciamento do DNA: Os micro-organismos encontrados em uma primeira análise foram identificadas com o auxilio da ferramenta BLAST como pertencentes aos gêneros Lactobacillus (isolado LA) e Acetobacter (isolado LI), os quais são identificados na literatura, respectivamente, como bactérias ácido lácticas e bactérias ácido acéticas. Gel de agarose Pré-tratamento por explosão a vapor Pennisetum purpureum PRONEM2 Carboidratos [2,3] [3] Singh & Trivedi, 2013. Int. J. ChemTech Res. 5, 727-734. [4] Ferris et al., 1996. Appl. Environ. Microbiol. 62, 340-346 Figura 2. Análise composicional dos polissacarídeos presentes na biomassa de capim-elefante após pré- tratamento ácido em autoclave (PAA) e pré- tratamento por explosão a vapor (PEV). PAA PEV 0 20 40 60 80 100 Celulose Hemicelulose Carboidratos totais Concentração (%) Conforme a Figura 2, a composição de carboidratos gerais foi similar para os dois pré-tratamentos. A biomassa apresentou rendimento máximo de celulose com a emprego do pré-tratamento ácido, atingindo um valor de 67,18% do polissacarídeo e evidenciando que essa técnica de pré-tratamento, apesar da utilização de uma temperatura inferior, é eficiente para a liberação de açúcares. Pelo fato do pré-tratamento com H 2 SO 4 ser uma técnica de baixo custo que pode ser feita com a utilização de uma autoclave, como mencionado em Singh & Trivedi (2013) [3], essa metodologia será aplicada para a avaliação dos processos de fermentação acética e láctica com o emprego da biomassa de CE e das bactérias isoladas.

Apresentação do PowerPoint - Jovens Pesquisadoresjovenspesquisadores.com.br/2019/uploads/posteres/1/new... · 2020. 5. 29. · O presente trabalho tem como objetivo isolar, selecionar

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Metabolização de Açúcares C5 de Caldo Fermentativo e Coprodução de Ácidos Orgânicos por Bactérias Isoladas de Frutos em Processo de Decomposição

Introdução / Objetivo

Experimental

PIBIC-CNPq

Elisa Bellan Menegussi, Sheila Montipó, Roselei C. Fontana, Henrique Baudel, Suelen O. Paesi, Marli Camassola

Durante o pré-tratamento da biomassa lignocelulósica há a liberação dashemiceluloses que, por sua vez, acabam inutilizadas durante o processofermentativo a bioetanol [1,2]. Entretanto, os açúcares C5, como a xilose,provenientes da hidrólise dessas hemiceluloses, podem ser empregados para aprodução de insumos químicos de interesse industrial [2], como o ácido acético(AA) e o ácido láctico (AL). Esses ácidos orgânicos (AO) podem ser produzidos porbactérias pertencentes aos gêneros Acetobacter e Lactobacillus, por exemplo.

O presente trabalho tem como objetivo isolar, selecionar e identificarbactérias acéticas e lácticas aptas na metabolização de xilose, além de direcioná-las à coprodução de AA e AL a partir de açúcares remanescentes da fermentaçãode etanol 2G.

Obtenção de espécies isoladas

Placas com culturas isoladas de bactérias em meio MRS-ágar modificado (20 g L-1

xilose) contendo ou não azul de bromofenol e posterior cultivo em meio submerso.

Pré-tratamento do capim-elefante (CE) e análise da composição química

Resultados e Discussão

Conclusão

Referências Bibliográficas

Dentre os 40 micro-organismos inicialmente isolados, 7 apresentaramresultados mais promissores, sendo que a linhagem LI (Acetobacter sp.),proveniente do limão-cravo, mostrou um rendimento máximo de AO em meioMRS modificado, atingindo 7,9 g L-1 de AA e 15,0 g L-1 de AL, com metabolizaçãototal do açúcar em um período de apenas 22 horas. A linhagem LA (Lactobacillusbrevis), isolada da laranja-da-terra, também evidenciou resultados favoráveis,metabolizando toda a xilose em 36 horas de cultivo e produzindo 6,6 g L-1 de AA e13,2 g L-1 de AL.

Figura 1. Produção de ácido acético e ácido láctico e consumo de xilose em meio MRS empregandomicro-organismos isolados de abacate (AB); bergamota (BE); cenoura (CE); húmus (HU); laranja (LA);limão (LI); e tomate (TO).

A partir do presente estudo foi possível evidenciar a eficiência dosisolados na metabolização da xilose e na produção de AO. Estudos posterioresserão desenvolvidos com o intuito de avaliar as técnicas de pré-tratamento do CEaqui abordadas, simulando processos de hidrólise e fermentação etanólica e,assim, empregar a biomassa residual na produção de AO.

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Ácid

o lá

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L-1)

Caracterização molecular via reação em cadeia da polimerase (PCR)

Pré-cultivo

(24 h)

Amplificação

do DNA

[4]

Kit GoTaq®

Green Master

Mix (Promega)

Purificação

do DNA

Fosfonuclease I e

fosfatase de

camarão alcalina

Sequenciamento

Sequenciador automatizado

ABI-PRISM 3130xl

(Applied Biosystems)

Identificação

Comparação com

sequências de DNA

depositadas no

GenBank[1] Rubin, 2008. Nature. 454, 841-845.[2] Montipó et al., 2018. Bioresour. Technol. 249, 1017-1024.

205 ℃, 10 min (ABT008)

Pré-tratamento com H2SO4

3% (v/v) em autoclave121 ℃, 30 min [3]

Análise dos carboidratos presentes na biomassa pré-tratada:

Sequenciamento do DNA:Os micro-organismos encontrados em uma primeira análise foram

identificadas com o auxilio da ferramenta BLAST como pertencentes aos gênerosLactobacillus (isolado LA) e Acetobacter (isolado LI), os quais são identificados naliteratura, respectivamente, como bactérias ácido lácticas e bactérias ácidoacéticas.

Gel de agarose

Pré-tratamento por explosão a vapor

Pennisetum purpureum

PRONEM2

Carboidratos [2,3]

[3] Singh & Trivedi, 2013. Int. J. ChemTech Res. 5, 727-734.[4] Ferris et al., 1996. Appl. Environ. Microbiol. 62, 340-346

Figura 2. Análise composicional dos polissacarídeospresentes na biomassa de capim-elefante após pré-tratamento ácido em autoclave (PAA) e pré-tratamento por explosão a vapor (PEV).

PAA PEV

0

20

40

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80

100Celulose Hemicelulose Carboidratos totais

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Conforme a Figura 2, acomposição de carboidratos gerais foisimilar para os dois pré-tratamentos.A biomassa apresentou rendimentomáximo de celulose com a empregodo pré-tratamento ácido, atingindoum valor de 67,18% do polissacarídeoe evidenciando que essa técnica depré-tratamento, apesar da utilizaçãode uma temperatura inferior, éeficiente para a liberação de açúcares.

Pelo fato do pré-tratamento com H2SO4 ser uma técnica de baixo custoque pode ser feita com a utilização de uma autoclave, como mencionado emSingh & Trivedi (2013) [3], essa metodologia será aplicada para a avaliação dosprocessos de fermentação acética e láctica com o emprego da biomassa de CE edas bactérias isoladas.