Apresentação do PowerPoint - Patrícia Ruiz Spyere Código de Nuremberg Primeiro documento internacional sobre pesquisa em seres humanos ... Não foram informados sobre o diagnóstico

BIOÉTICA

Patrícia Ruiz Spyere


Bioética

Principais temas

Principialismo

Conceito

Datas e acontecimentos

importantes

Estudo de caso


CONCEITO

Bioética


Bioética Conceito

Origens da filosofia

grega Pensadores

tratavam das ques-

tões do comporta-

mento humano

ÉTICA


Bioética Conceito

“Bioética”

Van Rensselaer Potter (1970)

Doutor em Bioquímica, pesquisador

na área de oncologia

“Nós temos uma grande necessidade de uma ética

da terra, uma ética para a vida selvagem, uma

ética de populações, uma ética do consumo, uma

ética urbana, uma ética internacional, uma ética

geriátrica e assim por diante... Todas elas

envolvem a bioética, (...)”.


Bioética Conceito

Valores morais e

princípios ideais do

comportamento hu-

mano

Vida


Bioética Conceito

Bioética

Reflexão ética sobre os seres vivos tais como eles

se apresentam nas relações cotidianas do mundo

vivido e nos contextos teóricos, bem como práticos,

da ciência e da pesquisa


Bioética Conceito

Aplicada à vida humana e não humana

Abrange questões relacio-

nadas com o meio ambiente

e o trato com animais


Bioética Conceito

"Bioética nada mais é do

que os deveres do ser

humano para com o outro

ser humano e de todos para

com a humanidade”

André Comte-Sponville


Bioética Conceito

Não é uma disciplina isolada envolve

questões da vida relacionadas com diversas

áreas Biologia

Teologia

Nutrição

Medicina

Política

Direito

Filosofia

Sociologia

Antropologia

Ecologia


Bioética Conceito

"Bioética não é uma disciplina, nem mesmo uma

nova disciplina. Ela se tornou um campo de

encontro para numerosas disciplinas, discursos e

organizações envolvidas com questões

levantadas por questões éticas, legais e sociais

trazidas pelos avanços da medicina,

ciência e biotecnologia"

Onora O’Neall,, 2002


Bioética Conceito

Bioética INTERDISCIPLINARIEDADE

Interação de diferentes saberes e

segmentos profissionais para

estabelecer as normas que devem

reger a ação no campo da intervenção

técnico-científica do homem sobre a

sua própria vida


Bioética Conceito

Critério ético

fundamental

Respeito ao ser

humano, a seus direitos,

a seu bem-estar

Dignidade da pessoa

Elucidar e refletir acerca das so-

luções para questões éticas pro-

vocadas, principalmente, pelo avanço

das tecnociências biomédicas


PRINCIPAIS

TEMAS

Bioética


Bioética Principais temas

Diagnóstico pré-natal; conselhos genéticos;

eugenia fetal; terapia genética



Práticas abortivas, esterilização masculina

e feminina



Reprodução humana assistida em todas as suas

modalidades e suas implicações técnicas (bancos

de esperma, bancos de embriões, mães de

aluguel)



Terapia e manipulação genética em todas as

suas formas



Experiências com seres humanos, embriões

e cadáveres em qualquer fase do ciclo vital



Experiências com animais



Reanimação, eutanásia e

direito a uma morte digna



Suicídio e ajuda ao suicídio



Informações clínicas e a sua comunicação ao

paciente



Transplantes de órgãos humanos



Biogenética animal e vegetal



Investigação e desenvolvimento de armas

biológicas e químicas



DILEMAS BIOÉTICOS "A Bioética é uma ética aplicada

que se ocupa do uso correto

das novas tecnologias na área

das ciências médicas e da

solução adequada dos dilemas

morais por elas apresentados"

Clotet, 1995

PRINCIPIALISMO


PRINCIPIALISMO

Bioética


Bioética Principialismo

Conjunto de princípios, de referenciais, de

meios, que contribuem para orientar a

reflexão e a efetivação da ação ética

Origem: EUA – Relatório de Belmont e

Beauchamp e Childress

Atualmente tem abrangência mundial

Principialismo



Comissão com 11 profissionais de diversas áreas

(membros da Comissão Nacional para Proteção

dos Sujeitos Humanos da Pesquisa Biomédica –

EUA)

Princípios éticos para abordagem dos problemas

envolvidos na pesquisa com seres humanos

Relatório de Belmont (1978)

Respeito pelas pessoas

Beneficência

Justiça



Texto de referência para o Principialismo

Além dos princípios relacionados à experimen-

tação com seres humanos (Relatório de Belmont),

apresentou princípios da prática clínica e

assistencial

Publicação do livro “Principles of

Biomedical Ethics” - Beauchamp e

Childress (1979)



Deveres “Prima facie”

Princípios

1. Respeito da autonomia

2. Não-maleficência

3. Beneficência

4. Justiça

Princípios básicos, evidentes e incontestáveis que

fundamentam a vida moral

Obrigatórios numa primeira consideração



Deveres Prima Facie

Devem ser cumpridos, a não ser que

entrem em conflito com outro dever igual

ou mais forte, numa situação particular

Quando comparados entre si podem ser priori-

zados de acordo com a circunstância

Quando ocorre um conflito entre deveres deve

ser tomada a decisão de qual deve ser tomado

como prioritário



Princípio da Autonomia

Autonomia Capacidade de pensar, decidir e

agir de modo livre e independente

“Sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente, o

indivíduo é soberano”

John Stuart Mill (1806-1883)



Respeito à pessoa autônoma

Capaz de deliberar e agir de acordo com

suas convicções

Considerar suas opiniões e escolhas e evitar

a obstrução de suas ações

Proteção às pessoas com autonomia diminuída

Indivíduos mentalmente comprometidos, pes-

soas institucionalizadas (prisioneiros), etc.

Princípio da Autonomia



Beneficência Fazer o bem

Obrigação moral de agir para o benefício do outro

Deve-se fazer o bem ao outro independente

de desejá-lo ou não

Princípio da Beneficência

"Usarei meu poder para ajudar os doentes com o

melhor de minha habilidade e julgamento; abster-me-

ei de causar danos ou de enganar a qualquer homem

com ele.“

Hipócrates (430 a.C.)



Não causar dano intencional, não prejudicar

Princípio da Não-maleficência

"Usarei meu poder para ajudar os doentes com o melhor

de minha habilidade e julgamento; abster-me-ei de causar

danos ou de enganar a qualquer homem com ele.“




Princípio da

Não-maleficência


"Pratique duas coisas ao lidar com as doenças;

auxilie ou não prejudique o paciente".

Princípio da

Beneficência



Justiça distributiva distribuição

justa, equitativa e apropriada na

sociedade, de acordo com normas

que estruturam os termos da

cooperação social

Princípio da Justiça

Distribuição de benefícios e encargos de acordo

com suas propriedade ou situações particulares


AUTONOMIA

(Paciente)

JUSTIÇA

(sociedade)

NÃO-MALEFICÊNCIA

(médico)

BENEFICÊNCIA

(médico/paciente)

Os quatro princípios, com a sua formulação elementar,

proporcionam uma linguagem clara e acessível, mesmo aos

leigos, para o debate das questões, a deliberação e a decisão



DATAS E

ACONTECIMENTOS

IMPORTANTES

Bioética


AS PESQUISAS COM SERES

HUMANOS

Bioética Datas e acontecimentos importantes



1900 - Primeiro documento que

estabelecia os princípios éticos da

experimentação em humanos (Prússia)

Integridade moral do experimentador

Consentimento explicito do sujeito pesquisado,

após informação sobre as possíveis consequências

adversas resultantes da pesquisa

* Repercussões limitadas à região



1930 – Teste da vacina BCG (Alemanha)

Cem crianças sem consentimento dos

responsáveis

Morte de 75 crianças

“Desastre de Lübeck”



1931 - “Diretrizes para novas terapêuticas e a

pesquisa em seres humanos” (Alemanha)

Mais precisas e restritivas aos padrões técnicos e

éticos da pesquisa

Justificativa sobre mudanças no projeto inicial

Análise sobre possíveis riscos e benefícios;

Justificativa para pesquisas em pacientes vul-

neráveis

Obrigação de manter documentação escrita

relativa às pesquisas



1933 – 1945: Período Nazista e 2ª Guerra

Mundial

Inclusão progressiva das instituições mé-

dicas na formulação e rea-

Lização de políticas públi-

cas eugenistas e racistas



1. Lei sobre a esterilização (1933) - “Lei para

prevenção contra uma descendência

“hereditariamente doente”

Médicos e Magistrados “Tribunal de saúde

hereditária”

2. Lei da cidadania do Reich (1935) - “Lei para

proteção do sangue e da honra alemães”

Populações judias e ciganas

Interdição de casamentos entre

pessoas



3. Circular sobre a eutanásia de doentes

considerados incuráveis (1939)

“Vidas que não valiam a pena ser vividas”

Criação de 6 institutos

Morfina ou sufocamento em câmaras de gás

(monóxido de carbono e inseti-

cida)

Decisão dos médicos



4. Criação dos campos de extermínio

Participação de médicos e juristas no planejamento e

execução desses programas

“Legitimidade” científica e moral

Organizados pelos responsáveis pelo programa de

morte por eutanásia

* Violação do princípio do

consentimento voluntário

(Diretrizes de 1900 e 1931)*



1933 -1945: Período Nazista e 2ª Guerra

Mundial

Destinação de recursos públicos à pesquisa científica

envolvendo indivíduos não portadores das enfermidades

que iriam ser investigadas

As práticas de pesquisa consistiam em

provocar a doença em indivíduos para que

pudesse ser investigada

Internados em hospitais psiquiátricos,

asilos ou penitenciárias



1945: Fim da 2ª Guerra Mundial e das atrocidades

nazistas

1946: Tribunal de Nuremberg Tribunal militar

internacional

1947: Julgamento dos médicos nazistas no Tribunal

de Nuremberg

Foram levantadas questões

éticas sobre a experimentação

com seres humanos



1947: Código de Nuremberg

Primeiro documento internacional sobre pesquisa em seres

humanos

Consentimento livre e esclarecido

Liberdade para desistir a qualquer momento

Teste em animais

Relação risco/benefício favorável

Pesquisadores qualificados, metodologia adequada

Exerceu influência no processo de conscientização dos

pesquisadores em relação a questões éticas e forneceu

fundamentação de outras regulamentações



1948: Declaração Universal dos Direitos

Humanos (ONU)

Art. 1º: “Todos os homens nascem livres e

iguais em dignidade e direitos. São dotados

de razão e consciência e devem

agir em relação uns aos outros

com espírito de fraternidade”



1950 - 1970: Injeção do vírus da hepatite em

crianças com deficiência mental (Hospital

Estadual de Willowbrook -N.Y.)

1963: Injeção de células cancerosas vivas em

pacientes idosos doentes (Hospital Israelita

de Doenças Crônicas - N.Y.)

* Mobilização pública *



1964 - Declaração de Helsinque (Assembléia

da Associação Médica Mundial - Finlândia)

Primeiro esforço significativo da comunidade mé-

dica para regulamentar a pesquisa

Primeiro padrão internacional de pesquisa bio-

médica

Base para a maioria dos documentos subse-

quentes



Declaração de Helsinque

Protocolo de pesquisa princípios científicos

Pesquisadores qualificados

Avaliação de risco e benefícios

Formulário de consentimento por escrito

Autonomia recusa não deve interferir na relação

médico-paciente

Bem-estar do ser humano deve sempre prevalecer

sobre os interesses da ciência e da sociedade



Declaração de Helsinque

1975 (Tóquio) Aprovação prévia por um CEP

1983 (Veneza) Direito moral da criança e do

adolescente em participarem em pesquisa clínica

(consentimento)

1989 (Hong Kong) / 1996 (África do Sul)

2000 (Edimburgo) Uso do placebo

2008 (Coréia do Sul) Uso do placebo, acesso ao

tratamento pós-investigação, pesquisa em crianças

e gestantes



1932 – 1972: Caso Tuskegee (Alabama, EUA)

399 negros, pobres e analfabetos com sífilis

Não foram informados sobre o diagnóstico da

doença e não deram consentimento informado

Pesquisa de progressão natural da doença Não

receberam tratamento

Denunciado pela imprensa

Restavam apenas 74 pessoas

vivas



1982 – Diretrizes Éticas Internacionais para a

Pesquisa com Seres Humanos (CIOMS /

OMS)

Traçou 15 diretrizes a serem se-

guidas nas pesquisas com seres

humanos



OS AVANÇOS

TECNOCIENTÍFICOS E OS

DEBATES DECORRENTES



1953 – Descoberta da estrutura do

DNA

Novas perspectivas aplicadas à

engenharia genética e ao controle e trans-

formação dos sistemas e processos vivos

Questões éticas até então impensadas



1954 – Primeiro transplante renal

Irmãos gêmeos univitelinos

Falecimento do receptor após 8

anos por problemas coronarianos

Novas questões éticas e legais



1960 – Hemodiálise

Tratamento novo, experimental, alto

custo

Companhias de seguro resistiam em pagar um

tratamento experimental

Seattle Artificial Kidney Center – capacidade para 9

leitos Comitê de seleção de hemodiálise de

Seattle (God Commission)



Comitê de seleção de hemodiálise de Seattle (God

Commission)

Composto por 7 pessoas de diferentes formações

Análise caso a caso Critério mérito social

(sexo, idade, status conjugal, número de

dependentes, escolaridade, ocupação, potencial

futuro)

Primeiro problema ético historicamente

conhecido como “bioético”



1960 – FDA aprova o primeiro

contraceptivo oral

Seguiram-se debates sobre aborto

Emergência de uma Bioética

Feminista, sobre a autonomia da

mulher em gerir seu corpo



1973 – Caso Roe vs Wade

A Suprema Corte dos EUA deu ganho de causa a

uma mulher do Texas que recorreu contra a lei que

proibia o aborto, datada do século XIX

Estabeleceu que nenhuma lei esta-

dual poderia restringir o direito de uma

mulher, de acordo com seu médico, de

se submeter ao aborto no 1º trimestre

de gravidez



1968 – Definição de morte cerebral

O critério de morte de parada cardiorrespiratória

torna-se obsoleto novo critério de morte cerebral

Discussão sobre os danos para as pessoas com

morte cerebral mantidas por medidas artificiais

Discussões sobre eutanásia e obtenção de

órgãos para transplante



1967 – Primeiro transplante de coração

(África do Sul)

Emerge a questão da definição de

morte, uma vez que é necessário que o

coração ainda esteja batendo para ser

transplantado



1976 – Caso Karen Ann Quinlan

A Suprema Corte dos EUA deu

ganho de causa aos pais de Karen

que queriam o desligamento do

respirador artificial e obrigou os

médicos a retirarem esse suporte

Karen viveu sem suporte artificial,

em estado vegetativo por 9 anos



1978 – Nascimento de Loise Brown,

o primeiro bebê de proveta

Novas possibilidades de tratamento médico

para casais com problemas de fertilidade

Novas questões éticas e legais pela prática

generalizada da reprodução medicamente

assistida



1982 – Caso Baby Doe 1

Nasceu em Indiana um menino

com síndrome do Down e fístula

traqueoesofágica. Os pais recusaram a correção ci-

rúrgica do defeito

O caso foi levado aos tribunais e os juízes delibe-

raram a favor dos pais. No dia seguinte se fez

recurso da sentença ao Tribunal Supremo, mas o

menino morreu neste mesmo dia



1983 – Caso Baby Doe 2

Nasceu uma menina em New York, com má-

formações múltiplas (hidrocefalia). Os pais recusaram

a cirurgia corretiva, cujo prognóstico era de sobrevida

de 20 anos com severo retardo mental, epilepsia e

paralisia e que, provavelmente, viveria em cima de

uma cama, com um constante cuidados, sujeita a

graves infecções.

O Departamento de Justiça do Governo julgou que

não fazer a cirurgia constituiria discriminação contra o

recém-nascido deficiente.



A partir deste dois casos surge intenso

debate ético/legal sobre as medidas

neonatais e a participação dos pais em

decisões que afetam a vida de seus

filhos



1997 – Nascimento da Ovelha

Dolly - primeiro mamífero clonado

por transferência nuclear

Abre-se o debate sobre a

clonagem humana, já que a

técnica é a mesma



2000 – Genoma humano

Novas possibilidades se colocam tanto no

diagnóstico das doenças genéticas como na

terapia gênica

Primeiro rascunho, com 97%

da sequência do genoma humano


CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Bioética


Bioética Considerações finais

Bioética uma das áreas de estudo e

reflexão de maior crescimento no mundo nas

últimas décadas

Em evidência nos dias atuais: jornais,

revistas, discussões na mídia

Interesse da comunidade científica e leiga





O Principialismo é um conjunto de

postulados básicos que, mesmo não

possuindo um caráter de princípios

absolutos, serve para ordenar as discussões

bioéticas

A vantagem do Principialismo é ser

operacional, facilitando a análise dos casos,

e constitui-se num componente necessário

do debate bioético


ESTUDO DE CASO

Bioética


Bioética Estudo de casos

Caso

Menina de 5 anos que apresenta insuficiência

renal;

Os dois irmãos são excluídos por não terem

idades suficientes;

A mãe não é histocompatível;

O pai opta não doar e pede confidencialidade ao

médico;

O médico concorda em não contar e fala para mãe

que o pai não é histocompatível.



Conflitos éticos

1º conflito: a decisão do pai está correta?

2º conflito: o médico agiu corretamente em con-

cordar com o pedido de confidencialidade do pai?



Possíveis cursos de ação

1º conflito: doar ou não o rim?




1º conflito: doar ou não o rim?

Defesa do curso de ação:

Segundo o principialismo, quando o pai se recusa a

doar seu rim os princípios de respeito pela

autonomia e as regras correlacionadas de

privacidade e de liberdade exigem que não se

passe por cima de sua escolha contra a sua

vontade




2º conflito: o médico deve guardar ou não a

confidencialidade?




2º conflito: o médico deve guardar ou não a

confidencialidade?

Defesa do curso de ação:

Segundo o principialismo, o médico não deve

guardar confidencialidade visando aos princípios da

beneficência e não-maleficência, porém a verdade

poderia colocar em risco a estrutura familiar

Documents

Apresentação do PowerPoint - Patrícia Ruiz Spyere Código de Nuremberg Primeiro documento internacional sobre pesquisa em seres humanos ... Não foram informados sobre o diagnóstico