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O papel do farmacêutico
no controle e auxílio do
tratamento das doenças
crônicas, como as
dislipidemias
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
Richard B. David
Graduado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre e doutor em Ciências Fisiológicas pelo Programa Interinstitucional de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)/Unesp. Atua como professor de Fisiologia Humana no Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). É docente permanente dos Programas de Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares e em Ciências Morfofuncionais, ambos na UFC, onde pesquisa a interação entre hipertensão arterial e comportamento ingestivo em modelos experimentais.
CONFLITO DE INTERESSES
De acordo com a Norma nº 1.595/2000 do Conselho Federal de Medicina e a Resolução RDC nº 96/2008 da Agência de Vigilância Sanitária, declaro não ter conflito de interesses.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
A transição demográfica no Brasil
➢ Impacto para a saúde: doenças crônicas2
➢ Doenças cardiovasculares (DCVs),
diabetes, câncer e doenças respiratórias
crônicas compõem o grupo das doenças
crônicas não transmissíveis.2
1. Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21(4):539-48.
2. PAHO/WHO. Healthy Aging and Non-Communicable Diseases.
➢ A estrutura etária iniciou seu processo de
envelhecimento no Brasil.1
➢ As quedas dos níveis de mortalidade,
natalidade e fecundidade caracterizaram
a transição demográfica brasileira.1
Fonte: Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21(4):539-48.1
Figura. Pirâmide etária. Brasil, 1950 a 2010
Fonte: Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21(4):539-48.1Tabela. Indicadores de estrutura etária, fecundidade e mortalidade. Brasil, 1950 a 2010
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
Aspectos epidemiológicos
das DCVs no Brasil➢ Taxa de mortalidade por DCVs
(casos/100.000 hab.) geral,
segundo região de residência.
Brasil, 1996-2015.4
1511 1309070501 039997Ano
250
200
150
100
50
➢ Percentual de óbitos por
DCVs e outras doenças.
Brasil, 2015.4
➢ Doenças
cardiovasculares:3
✓ Doença coronariana
✓ Doença cerebrovascular
✓ Doença arterial periférica
✓ Doença cardíaca reumática
✓ Cardiopatia congênita
✓ Trombose venosa profunda
e embolia pulmonar
3. Pan American Health Organization (PAHO)/World Health Organization (WHO). Cardiovascular diseases.
4. Magalhães LBNC, et al. Rev Bras Hipertens. 2018;25(1):6-12.
Figura. Percentual de óbitos por DCVs e outras doenças
no Brasil em 2015.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Um evento agudo, como ataque cardíaco e acidente vascular encefálico, geralmente decorre de
uma combinação de fatores de risco.3
Aspectos epidemiológicos
das DCVs no Brasil
1996 2015
Hipertensão arterial sistêmica 4,2 11,8
Acidente vascular encefálico 30,6 19,9
Infarto agudo do miocárdio 35,6 44,4
Total 70,4 76,1
Taxa de mortalidade/100.000 hab. no Brasil:4
Fonte: SIM/DATASUS, IBGE.
3. Pan American Health Organization (PAHO)/World Health Organization (WHO). Cardiovascular diseases.
4. Magalhães LBNC, et al. Rev Bras Hipertens. 2018;25(1):6-12.
➢ Principais fatores de risco para DCVs.3,4
• Patológicos:
• Comportamentais:
• Subjacentes:
✓ Dislipidemia
✓ Hipertensão arterial sistêmica
✓ Diabetes
✓ Tabaco
✓ Álcool
✓ Dieta (obesidade; Na+)
✓ Estresse
✓ Envelhecimento populacional
✓ Fatores socioeconômicos
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ A prevalência de diagnóstico médico de colesterol alto autorreferido na população adulta
brasileira foi de 12,5%, sendo 15,1% entre as mulheres e 9,7% entre os homens. Dados
da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 envolvendo 60.202 entrevistados.5
➢ Os dados do Estudo Longitudinal de
Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) revelam
que “a prevalência de LDL-c elevado
é alta, com níveis indesejáveis de
ciência, tratamento e controle,
especialmente entre indivíduos com
altíssimo risco de morte por questões
cardiovasculares”.6
Aspectos epidemiológicos
das dislipidemias no Brasil
5. Lotufo PA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;108(5):411-6.
6. Lotufo PA, et al. J Clin Lipidol. 2016;10(3):568-76.
Fonte: Lotufo PA, et al. J Clin Lipidol. 2016;10(3):568-76.6
Metabolismo lipídico
e dislipidemias
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
Lipídeos
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Conjunto de substâncias que possuem em comum a solubilidade em solventes orgânicos e insolubilidade em água de parte ou toda a estrutura molecular.7
➢ Presentes no corpo:7
Classe Função
Colesterol Estrutura das membranas, precursor de
ácidos biliares e síntese de esteroides
Ácidos graxos Energia
Triglicerídeos Energia (armazenamento)
Fosfolipídeos Estrutura das membranas
Eicosanoides Inflamação, coagulação sanguínea etc.
Esfingolipídeos Estrutura de células nervosas
Vitaminas
A, D, E e K
Visão; metabolismo do Ca2+;
antioxidantes; coagulação sanguínea
Colesterol
Triglicerídeo
7. Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica
clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.
Lipoproteínas
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Complexos macromoleculares de lipídeos
(colesterol, triglicerídeos, fosfolipídeos) e
proteínas (apolipoproteínas, enzimas), unidos por interações não covalentes.7
➢ Estrutura básica das lipoproteínas:7
▪ Núcleo hidrofóbico de triglicerídeos e/ou
ésteres de colesterol.
▪ Superfície hidrofílica de fosfolipídeos
anfipáticos, colesterol não esterificado e
proteínas. Isola o núcleo hidrofóbico do meio
ambiente aquoso.
7. Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica
clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.
Lipoproteínas
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Principais características físico-químicas:7
Classe Densidade
hidratada
(g/mL)
Diâmetro
(nm)
Peso molecular
(kDa)
Apoliproteína
principal no
complexo
Quilomícron <0,95 75-1.200 >50.000 B-48
VLDL – lipoproteína de densidade muito baixa 0,950-1,006 30-200 10.000-80.000 B-100
IDL – lipoproteína de densidade intermediária 1,006-1,019 25-35 5.000-10.000 B-100
LDL – lipoproteína de densidade baixa 1,019-1,063 28-25 2.300 B-100
HDL – lipoproteína de alta densidade
2 1,063-1,120 9-13 400 A-I (e A-II)
3 1,120-1,210 7-9 200 A-I
Pré-β1 1,210 5-7 70 A-I
7. Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica
clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.
Apolipoproteínas
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Moléculas anfipáticas, com
região hidrofílica voltada
para o ambiente aquoso.7
➢ Funções fisiológicas:7
▪ Estrutural para as
lipoproteínas;
▪ Ligantes específicos para
receptores;
▪ Ativadores/inibidores
enzimáticos do
metabolismo lipoproteico.
Apo Origem Função estrutural
A-I Fígado/Intestino delgado HDL (até 80%)
A-II Fígado/Intestino delgado HDL (até 20%)
A-IV Intestino delgado Livre/Quilomícrons/HDL
A-V Fígado HDL
B-100 Fígado VLDL/IDL/HDL
B-48 Intestino delgado Quilomícrons
C-I Fígado VLDL/IDL/HDL
C-II Fígado Quilomícrons/VLDL/HDL
C-III Fígado/Intestino Quilomícrons/VLDL/IDL/HDL
D VLDL/IDL/LDL/HDL
E Fígado Quilomícrons/VLDL/HDL
M HDL
(a) Lipoproteína(a) = Lp(a)
7. Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica
clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.
Metabolismo das lipoproteínas de
baixa densidade (com Apo B)
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
INTESTINO
FÍGADOCÉLULA PERIFÉRICA
TG
AG + MG
TGCOL
Digestão
QM
ENDOTÉLIO
VASCULAR
VLDL
VLDLIDLLDL
LDL
COL
IDL
50%
LDL
AG
TG
QMQMR
AG
QMR
P/ adipócitos, hepatócitos e demais tecidos (oxidação)
TG
AG + MG
AG
Sais biliares
Bile
COL
3-hidroxi-3 metilglutaril-CoA
...Ácido mevalônico
Adaptado de: Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.7
Metabolismo das lipoproteínas de
alta densidade (com Apo A)
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
INTESTINO
FÍGADOCÉLULA PERIFÉRICA
ENDOTÉLIO
VASCULAR
VLDLIDL QMQMR
AG
LDL
HDL-Pré-β1 HDL-3
COLFosfolipídeo
HDL-2
COLFosfolipídeosApolipoproteínas
Sais biliares
Bile
COL
Prot. Transferência de Ésteres de Colesterol
Adaptado de: Bayly GR. Lipídeos e disfunções do metabolismo lipoproteico. In: Marshall WJ, Lapsley M, et al (ed.). Bioquímica clínica: aspectos clínicos e metabólicos. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2016. cap. 37, p. 721-56.7
Transporte
reverso de COL
LDL e aterosclerose
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Mecanismo de formação de placa
ateromatosa dependente de LDL:8➢ Exemplos de artéria coronária com placa
ateromatosa:9
9. Brasileiro Filho G. Bogliolo – Patologia; 2016.
Adaptada de: Golan DE, et al. Principles of Pharmacology: The Pathophysiologic Basis of Drug; 2011.8
Figura. Cortes histológicos de artéria coronária a cerca de 1 cm um do outro. A. Placa ateromatosa com obstrução mínima. B. Placa aterosclerótic
com obstrução acentuada.
Figura. Artéria coronária com placa aterosclerótica com áreas de calcificação (asteriscos).
Valores de referência e de alvo terapêutico* de acordo com o risco cardiovascular estimado para adultos
com mais de 20 anos de idade
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Baseados na atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose10
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.
• * Conforme avaliação de risco
cardiovascular estimado pelo
médico solicitante.
• † Colesterol total >310 mg/dL –
probabilidade de
hipercolesterolemia familiar.
• ‡ Quando os níveis de triglicérides
estiverem acima de 440 mg/dL
(sem jejum), o médico solicitante
faz outra prescrição para a
avaliação de triglicérides com
jejum de 12 horas e deve ser
considerado um novo exame de
triglicérides pelo laboratório
clínico.
Lípides Com jejum (mg/dL) Sem jejum (mg/dL) Categoria referencial
Colesterol total† <190 <190 Desejável
HDL-c >40 >40 Desejável
Triglicérides <150 <175‡ Desejável
Categoria de risco
LDL-c
<130 <130 Baixo
<100 <100 Intermediário
<70 <70 Alto
<50 <50 Muito alto
Não LDL-c
<160 <160 Baixo
<130 <130 Intermediário
<100 <100 Alto
<80 <80 Muito alto
Dislipidemias
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Alterações no metabolismo lipídico com repercussão nos níveis das lipoproteínas.
➢ Classificação etiológica:10
▪ Dislipidemias Primárias: genética (ex.: hipercolesterolemia familiar)
▪ Dislipidemias Secundárias: decorrentes de doenças, medicamentos ou estilo de vida
➢ Classificação laboratorial:10
▪ Hipercolesterolemia isolada: LDL-c ≥160 mg/dL
▪ Hipertrigliceridemia isolada: TG ≥150 mg/dL (ou ≥175 mg/dL sem jejum)
▪ Hiperlipidemia mista: LDL-c ≥160 mg/dL + TG ≥150 mg/dL (ou ≥175 mg/dL sem jejum)
▪ Obs.: se TG ≥400 mg/dL, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar
a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c ≥190 mg/dL.
▪ HDL-c baixo: ♂ <40 mg/dL ou ♀ <50 mg/dL isolado ou em associação ao ↑ LDL-c ou ↑TG
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.
Dislipidemias secundárias
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
Doença/estilo de vida CT HDL-c TG
Insuficiência renal crônica/síndrome
nefrótica
↑ - ↑
Hepatopatia crônica ↑ a ↑↑↑↑ ↑↑ ou ↓ - ou ↑
Diabetes mellitus tipo II - ↓ ↑
Síndrome de Cushing ↑ - ↑↑
Hipotireoidismo ↑↑ ↑ ou ↓ ↑
Obesidade ↑ ↓ ↑↑
Bulimia ↑ - ↑
Anorexia ↑ - -
Tabagismo - ↓ -
Etilismo - ↑ ↑
Ingestão excessiva de gordura trans ↑ ↓ ↑
Sedentarismo ↑ ↓ ↑
Medicamentos CT HDL-c TG
Diuréticos - ↓ ↑
Betabloqueadores - ↓ ↑
Anticoncepcionais ↑ - ↑
Corticosteroides ↑ - ↑
Anabolizantes ↑ ↓ -
Inibidores de protease ↑ - ↑↑↑
Isotretinoína ↑ ↑ ↑
Ciclosporina ↑ ↑ ↑↑
Estrógenos - →↓ →↑
Progestágenos - →↓ →↑
Tibolona - ↓↓ -
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
Dislipidemias:
Tratamento não farmacológico
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.
Quadro -
Dislipidemias:
Tratamento farmacológico
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Fármacos com ação predominante sobre a colesterolemia:10
▪ Estatinas – lovastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina,
rosuvastatina e pitavastatina:10
▪ Inibição da HMG-CoA → ↓ colesterol celular → ↑ Rec. LDL → ↓ VLDL-c → ↓ LDL-c;
▪ Primeira opção na prevenção primária e secundária da doença aterosclerótica;10
▪ Geralmente bem toleradas; podem causar miopatia e/ou miosite com rabdomiólise.10
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.
Dislipidemias:
Tratamento farmacológico
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Fármacos com ação predominante sobre a colesterolemia:
▪ Ezetimiba: ↓ colesterol cel. → ↑ Rec. LDL
▪ Inibição da NPC1L1 → ↓ QM-c → ↓ VLDL-c → ↓ LDL-c (até 20% em 1 dose/dia);10,11
▪ Estudo IMPROVE-IT:12 a associação ezetimiba-sinvastatina reduziu o LDL-c em até 16,7 mg/dL
(~ 24%) em comparação à monoterapia com sinvastatina.
▪ Estudo GRAVITY:13 a associação ezetimiba-rosuvastatina é mais efetiva que ezetimiba + sinvastatina
no controle dos níveis de LDL-c.
▪ Resinas ou sequestradores dos ácidos biliares – colestiramina:10,14
▪ Resinas catiônicas não absorvíveis que se ligam não covalentemente aos ácidos biliares aniônicos
no intestino, impedindo a absorção: ↑ Síntese de ácidos biliares → ↓ colesterol hepático → ↓ LDL-c;
▪ Recomendados para crianças hipercolesterolêmicas, ou quando a meta de redução do LDL-c não é
obtida (associado às estatinas); indicados no período reprodutivo, gravidez e durante a
amamentação.12. Cannon CP, et al. N Engl J Med. 2015;372(25):2387-97.
13. Ballantyne CM, et al. Atherosclerosis. 2014;232(1):86-93.
14. LiverTox. al Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases; 2012.
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76.11. Danaf JA, et al. ACC. 2016.
Dislipidemias:
Tratamento farmacológico
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Fármacos com ação predominante sobre a trigliceridemia:
▪ Fibratos – bezafibrato, genfibrozila, etofibrato, fenofibrato, ciprofibrato:
▪ Ativação do receptor PPARα nos hepatócitos → alterações no metabolismo lipídico → ↓ TG; ↑ HDL-c;10
▪ Recomendado para TG >204 mg/dL com HDL-c <34 mg/dL, isolado ou com estatina, e para TG
>500 mg/dL) associado a medidas não farmacológicas.10
▪ Niacina:
▪ Possível inibição às lipases dos hepatócitos → ↓ TG; Requer altas doses (1 a 2 g/dia);10
▪ Recomendada, excepcionalmente, para baixo HDL-c, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia ou
dislipidemia mista resistente.10
▪ Ácidos graxos ômega 3:
▪ Recomendados em altas doses (4 a 10 g ao dia) associados a outros hipolipemiantes em portadores
de hipertrigliceridemia grave que não atingiram níveis desejáveis com o tratamento.10
10. Faludi et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109:1-76.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Estatinas:
• Em pacientes com hipotireoidismo descompensado, podem aumentar risco de miopatia;10,15
Interações e efeitos adversos
• Sintomas musculares relacionados ao uso de estatinas (SMRE): fraqueza, mialgia ou câimbras
noturnas. Miopatia pode evoluir para rabdomiólise e insuficiência renal;10,15
• Aumento de enzimas hepáticas ocorre entre 0,5% e 2,5% dos casos, dose-dependente.15
Mecanismo Fármaco
Inibidores da CYP3A4
↑ concentração sérica desinvastatina e
atorvastatina
Macrolídeos – Imidazol – Fluoxetina –
Verapamil – Varfarina – Inibidores de
protease (ritonavir, nelfinavir, atazanavir,
indinavir etc.)
Indutores da CYP3A4
↓ concentração sérica desinvastatina e
atorvastatina
Fenitoína – Barbitúricos – Rifampicina –
Carbamazepina – Griseofulvina – Troglitazona
– Inibidores da transcriptase reversa não
nucleosídeos (efavirenz, etravirina e rilpivirina)
Mecanismo Fármaco
Inibidores da CYP2C9
↑ concentração sérica defluvastatina, pravastatina
e rosuvastatina
Cetoconazol – Fluconazol –
Amiodarona – Cimetidina –
Cotrimoxazol – Fluoxetina –
Ticlopidina – Zafirlucaste
Indutores da CYP2C9
↓ concentração sérica defluvastatina, pravastatina
e rosuvastatina
Barbitúricos – Carbamazepina –
Fenitoína – Rifampicina
10. Faludi AA, et al. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2):1-76. 15. Schulz I. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006;50(2):344-59.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Ezetimiba:
• Geralmente é muito bem tolerada;15
• Podem ocorrer aumento de enzimas hepáticas e distúrbios digestivos (especialmente diarreia).15
➢ Niacina:
• O problema mais frequente é o flushing (enrubescimento) cutâneo;15
• Doença péptica, náusea, sensação de má digestão, prurido e acantose nigricans.15
Interações e efeitos adversos
➢ Colestiramina:
• Ligação com fármacos de carga negativa;15
• Distúrbios gastrointestinais: constipação, dor abdominal e flatulência.15
15. Schulz I. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006;50(2):344-59.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Revisão sistemática de artigos
relativos a Austrália, Canadá,
Emirados Árabes Unidos, EUA, Índia,
Hong Kong e Tailândia:16
✓ Pacientes diabéticos que
receberam intervenções do
farmacêutico clínico sozinho ou
em equipe multiprofissional;
✓ Reduções significativas nos
valores de colesterol total
(figura), LDL-c, PA e IMC.
Farmácia clínica
16. Santschi V, et al. Diabetes Care. 2012;35(12):2706-17.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Resolução nº 585/CFF, de 29 de agosto de 2013:17
• Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico no país;
• Farmácia clínica: área da farmácia voltada à ciência e à prática do uso
racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao
paciente de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e
bem-estar e prevenir doenças.
➢ Consultas farmacêuticas para pacientes com alto risco cardiovascular,
atendidos em ambulatório de hospital de grande porte promoveram:18
• ↑ Número de pacientes com dislipidemias controladas (de 51% para 76%).
• Aumento do número de morbidades controladas.
Farmácia clínica no Brasil
17. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013.18. Reis WCT, et al. Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2019;9(2):1-5.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ Avança em países desenvolvidos, com alguns estudos demonstrando:19
• Melhoria do quadro clínico de pacientes diabéticos ou asmáticos;
• Aumento da aderência ao tratamento;
• Identificação e solução de problemas relacionados à farmacoterapia;
• Redução de custo ao serviço de saúde.
➢ No Brasil, ainda é incipiente. Há potencial para:19
• Reduzir custos para o setor público;
• Ser diferencial de atendimento e fidelização do cliente para o setor privado.
Atenção farmacêutica
19. Pereira LRL, Freitas OD. Rev Bras Ciênc Farm. 2008;44(4):601-12.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ “Neste estudo de coorte incluindo 100 pacientes recentemente recuperados de COVID-19
(…), imagens de exame de ressonância magnética cardíaca revelaram acometimento
cardíaco em 78 pacientes (78%) e inflamação do miocárdio em curso em 60 pacientes
(60%), independentes de condições preexistentes, gravidade e progresso geral da doença
aguda, ou do tempo decorrido desde o diagnóstico original”20
Sequelas cardiovasculares
pós-COVID-19 (?)
20. Puntmann VO, et al. JAMA Cardiol. 2020;5(11):1265-73.
Material exclusivo, produzido para o site CONECTA SANOFI (www.sanoficonecta.com.br)
➢ O Brasil está em processo de envelhecimento da população, o que demanda maior atenção às
doenças crônicas, especialmente as DCVs.1,2
➢ Os farmacêuticos ocupam posição estratégica na prevenção e no tratamento das DCVs:15-19
• Equipes multidisciplinares;
• Contato direto com o paciente;
• Alta capilaridade de distribuição profissional, sendo as farmácias os estabelecimentos de
saúde mais próximos da população.
Conclusão
➢ A colaboração entre farmacêuticos, demais profissionais da saúde e gestores, no âmbito
público e privado, pode ampliar o acesso da população às ações preventivas, de
acompanhamento e promoção da adesão ao tratamento.15-19
1. Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21(4):539-48.
2. PAHO/WHO. Healthy Aging and Non-Communicable Diseases.
15. Schulz I. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006;50(2):344-59.
16. Santschi V, et al. Diabetes Care. 2012;35(12):2706-17.
17. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 585, de 29 de agosto de 2013.
18. Reis WCT, et al. Bras Farm Hosp Serv Saúde. 2019;9(2):1-5.
19. Pereira LRL, Freitas OD. A Rev Bras Ciênc Farm. 2008;44(4):601-12.
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