ARGUMENTAÇÃO E DELITO

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  • 7/24/2019 ARGUMENTAO E DELITO

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    Pedro Fonseca Jorge

    ARGUMENTAO E DELITOProjetar teoria ou teorizar projeto.

    Mais do que nunca, existe a ideia subconsciente, entre a comunidade de arquitetos e aspirantes, de que a

    prtica do projeto constitui uma entidade separada da teorizao do mesmo, com a depreciao desta ltima.

    So vrios os motivos para a implementao desta ideia, e que derivam de origens dspares. A mais comum a

    prpria aspirao do estudante de arquitetura que "quer integrar-se num ateli, no analisando outras

    hipteses" (Cruz, p. 56). Neste campo so mltiplas as afirmaes que posso citar da minha experincia

    enquanto estudante de licenciatura (1995-2001), em que determinado docente de teoria era desprezado "por s

    ter desenhado um porto na vida" ou outro de projeto por "ser um terico".

    Mais do que ser uma constatao meramente emprica (mas crtica) de uma ideia generalizada, certos

    pensadores reforam-na, referindo que o arquiteto investigador encarado depreciativamente como se no

    possusse habilidade para projetar, enquanto o professor de projeto ideal o que possui sucesso profissional

    como projetista (Gnshirt, 2007, p. 7)1.

    tica e cosmtica

    A dialtica sentida dentro do campo acadmico, ou mesmo entre aqueles que lhe aspiram pertencer no se lhe

    resume, sendo legtimo argumentar que fortemente alimentada por fontes exteriores que privilegiam o projeto,

    e mais especificamente a sua imagem ou aspeto, em detrimento do contedo terico que justifica e insere a

    obra num determinado espao e tempo. A entrada da arquitetura num contexto social em que os objetos so

    apreciados pelo seu prestgio para alm das suas qualidades intrnsecas conduziu certamente glorificao da

    imagem por parte do observador, no importa se este versado na matria ou um ocasional observador.

    Legitimar o projeto atravs da sua imagem , indiretamente, desmerecer o contedo terico sobre a qual a

    proposta foi elaborada, e por conseguinte, aprofundar o fosso supracitado entre teoria e prtica. O meio de

    comunicao e o modo como este elaborado so os principais responsveis, mas no se restringem s"revistas do corao", dado que, dentro das publicaes da especialidade se assiste a uma cada vez maior

    aderncia a estes princpios. Sem que haja necessidade de referir ttulos, todos sentimos j nas nossas

    consultas arquitetnicas correntes que cada vez mais se d uma maior importncia fotografia do projeto em

    detrimento de outros meios de leitura do mesmo: plantas, cortes alados, reduzidos na escala ao nvel da

    incompreenso. Estas fotografias, glamorosas porque despidas de vida corrente e decoradas com mobilirio

    icnico (sempre o mesmo?) funcionam como comunicao da obra a um pblico mais abrangente, mas falham

    redondamente como comunicao de arquitetura2. (fig. 1)

    Esterilidade e reproduo assistida

    contudo fcil culpar os "media" assumindo-nos como espectadores inocentes de um processo irreversvel.

    Quem produz arquitetura so os arquitetos, e estes ditam os seus cnones. Pode contudo dar-se o caso (e

    talvez se tenha dado) de que a "nossa criao" nos tenha fugido ao nosso controlo.

    A arquitetura recente tem assistido a um processo depurativo que conduziu asseptizao da mesma. O

    Minimalismo vem-nos facilmente memria, fonte de volumes puros e monocromticos, facilmente replicveis

    formalmente (mas no teoricamente), mas o facto que a referida esterilidade no se refere (apenas)

    simplificao: refere-se descontextualizao do objeto do seu entorno que se fez atravs da abolio dos

    sinais com que identificvamos a forma com o local3e assim "lamos" a sua paternidade.

    Refiro-me aqui quilo que irei designar como os "elementos definidores de arte", que, principalmente ao longo

    do sc. XX, foram desaparecendo das manifestaes do nosso engenho. Refiro-me ao Signo, ao Significado e

    ao Significante, que gradualmente foram sendo abandonados (Jorge, 2012, p. 197) em prol de uma

    comunicao da obra mais abstrata e exclusiva. O Signo (Llorens, 1973, p. 405) foi o primeiro a desaparecer a

    medida que as formas se iam tornando abstratas, estranhas ao nosso reconhecimento imediato, mas mesmo

    assim cumprindo o seu desgnio. O Significado (Nome) permaneceu, pois a figura humana encontrava-se ainda

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    nos quadros de Picasso e Adolf Loos depurava os elementos decorativos daquilo que permanecia uma

    habitao (Loos, 1908).

    Somos finalmente confrontados com a mera permanncia do Significante (ou Conceito) que esconde ele/aquilo

    numa tela em branco e por vezes obscurece o propsito real da obra de arquitetura, desejosa de se manifestar

    e fazer ver.

    Podemos por isso argumentar que o ltimo reduto da arte (arquitetura includa) para se tornar legtima a tica(Jorge, 2009, p. 14), uma vez que a palavra, falada ou escrita, que suporta, justifica e faz compreender o que

    os olhos no veem ou entendem4. (fig. 2)

    A galinha e o ovo e a galinha e o ovo e a galinha

    A sujeio ao poder da imagem no domnio do ensino da arquitetura no nova, podendo ser assimilada a

    processos em que existe um corte radical entre forma precedente e posterior: Walter Gropius pretendia atravs

    da Bauhaus criar uma nova mentalidade e um novo processo criativo, mas muito do seu impacto nos estudantes

    e profissionais se deveu ao novo estilo e aos seus clichs (Neto, p. 32)5.

    O estudante de arquitetura, ao longo do seu percurso, necessariamente ingnuo e impressionvel, dado que

    no ensino universitrio que produz o seu primeiro contacto com a arquitetura, prtica e terica6. A separao

    entre estes dois contextos por isso impossvel pois criaria duas "arquiteturas" distintas, pelo que o paralelismo

    no seu ensino obrigatrio.

    O contexto em que se insere esta afirmao possui todo o sentido para o professor/estudante de arquitetura,

    pois a conjuntura em que se movem por vezes a que aceitam como "normal". Estudos de investigadores

    exteriores arquitetura identificam contudo uma especificidade no seu ensino que consideram as suas

    instituies aparte do prottipo acadmico (Medway, 2002, p. 126): o ateli ou as aulas de projeto so uma

    especialidade da arquitetura, a principal disciplina para se aprender a projetar (Mouat, 2010, p. 298). Medway,

    investigador no campo da lingustica, baseia a sua apreciao numa investigao realizada numa escola

    canadiana (acerca dos cadernos de apontamentos dos estudantes de arquitetura) que assimila a outras norte-

    americanas e que possuem inclusive notrias similitudes com o ensino em Portugal7.

    Esta "comunidade em particular" (Mouat, 2010, p. 297) refere por isso, com base no estudo referido, que o

    ensino da arquitetura se baseia em duas prticas pedaggicas opostas: por um lado os alunos produzem um

    trabalho altamente individualizado, atravs de uma relao muito prxima com os professores; por outro lado asua avaliao tambm composta por avaliadores externos (por exemplo, o regente da cadeira), onde o

    discurso oral possui grande peso.

    neste contexto que reintroduzimos a temtica da correlao entre investigao e prtica no ensino do projeto,

    pois a prtica deste ltimo pressupe um discurso que permita enquadrar criticamente o seu trabalho (embora

    exista a postura pedaggica em que se espera que o projeto "fale por si").

    Reintroduz-se tambm a questo acerca da qualidade do professor de projeto baseada unicamente na sua

    experincia profissional em ateli. Tal crena induziria de imediato concluso que o suporte crtico

    desnecessrio na obra. certo que o valor destes deriva no s da sua prtica mas tambm da sua habilidade

    de refletir sobre a sua mesma obra e transformar o seu conhecimento implcito em conhecimento "comunicvel,

    verificvel, passvel de discusso" (Gnshirt, 2007, p. 12), mas segundo o mesmo autor (pg. 16) a investigao

    e o desenho relacionam-se,pois ambos produzem conhecimento, mas de diferentes tipos, sendo que odesenho no pode ser substitudo pela investigao.

    Contudo, o desenho no tambm investigao? Pode levar a atos de inovao que podem ser considerados

    como pesquisa meritria, mas tero mais valor como auxiliar desta (Neveu, 2007, p. 9). Neste contexto

    podemos argumentar que a investigao necessria ao estudante para suportar criticamente o seu trabalho

    pode ser obtido atravs das aulas tericas que ocorrem paralelamente s aulas de projeto8. Neste sentido

    ilibamos o professor de projeto da necessidade de conhecimento adicional. Mas no nos podemos esquecer

    que o conhecimento terico assim adquirido genrico e nunca referenciado s condicionantes locais,

    histricas, topogrficas ou sociais do problema de projeto que se apresenta ao aluno. Como tal, imprescindvel

    que o professor de projeto possua o substrato ideolgico obtido atravs da investigao para guiar a

    investigao prtica do aluno no sentido de dar resposta s questes prticas e sociais que lhe so colocadas.

    E, consequentemente, defender oralmente a forma que prope. (fig. 3)

    O umbigo

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    Conclumos assim que a cultura adquirida pelo desenho (ou prtica projetual) no suficiente para a formao

    prtica de um arquiteto. E pelas questes supracitadas de tica e cosmtica, no sentido em que o contexto

    formal e terico de uma obra um processo que se constri durante a elaborao do projeto, no fomentar este

    procedimento alimentar a imagem da arquitetura como nico propsito da mesma, destituindo-a dos seus

    outros valores, dado que o substrato ideolgico no existe e adicionado como um resduo da forma destinado

    a impressionar o impressionvel.

    Um professor de projeto destitudo de "outras" culturas que no a "sua", tendenciosamente ir fazer uso dos

    conhecimentos e ferramentas limitadas com que trabalha na sua atividade projetual. Deste modo induzir o

    aluno a uma prtica que se assemelha aquela que exerce, quando outras vias existiro. O tipo de relao que

    se estabelece, para resultar, ter a de ser a de mestre/aprendiz, em que existe uma confiana cega do segundo

    nos ensinamentos do primeiro: um modelo que facilmente resulta numa espcie de "lavagem ao crebro" (Neto,

    p. 38).

    Multiplicar este processo chegar ao modelo de ensino tradicional, onde os temas de projeto se sucedem ao

    longo dos anos, e com eles, os professores. Assumindo o(s) professor(es) de projeto como autnomo(s) da

    investigao, manifestar-se-o contnuas lavagens ao crebro9. Se no entanto o aluno adotar uma postura,

    ainda que saudvel, de ceticismo face ao que lhe transmitido, finalizar os seus estudos com uma

    aprendizagem reduzida (por falta de fontes adicionais). (fig. 4)

    Scrates

    Assim sendo, um modelo de aprendizagem prximo do ideal seria aquele que em que se produz um dilogo

    entre professor e estudante onde as questes e as justificaes se vo sucedendo. Colocam-se questes,

    obtm-se respostas, refutam-se as mesmas num processo que comummente designado como "Mtodo

    Socrtico". Neste, a abordagem ao problema (projeto) reflexiva, pois a base da discusso a refutao

    baseada no que foi afirmado pelo interlocutor e no em definies preconcebidas; por fim, o "conhecimento

    obtido prtico" (Neveu, 2007, p. 1).

    Este tipo de prtica, que tambm reflexiva, constantemente referida e elogiada no contexto do ensino, mas

    enquanto aplicada ao ensino da arquitetura, nomeadamente de projeto, possui vantagens adicionais que no s

    omitem as carncias pedaggicas sentidas no ensino tradicional, como fazem por contornar o prprio "status

    quo" da arquitetura enquanto prtica.

    Como arte, a arquitetura no pode ambicionar a uma tipologia de investigao cientfica cujos resultados sejam

    inequvocos: Scrates refuta a afirmao inicial do interlocutor, procurando prova-la errada apenas segundo

    determinadas premissas. O meio como a discusso se processa horizontal, em que o professor e o aluno so

    colocados num plano de igualdade: a nica hierarquia consiste no facto do aluno ser aquele que primeiro afirma

    para ser refutado.

    O dilogo que se processa acerca da proposta arquitetnica sobre a mesa exigente a nvel de teoria e

    investigao para ambas as partes, pois exige conhecimento de diversas posturas arquitetnicas, passadas ou

    presentes, para que o discurso seja fludo. Deste modo se anula a ideia de que o professor de projeto se desliga

    da investigao, em que esta outra faceta da arquitetura. A nica refutao para este facto consiste na

    postura do professor que, como um mestre, possuir o desejo de influenciar ou persuadir, o que na prtica a

    definio de insucesso do indivduo enquanto professor universitrio (Adorno, 1970, citado por Gnshirt, 2007,

    p. 12). (Fig. 5)Da parte do aluno so exploradas tambm as suas capacidades de argumentao, ao proceder defesa,

    refutao e mesmo questionando o seu professor (colocado no mesmo plano). A este nvel so exigidos aos

    alunos dotes de investigador, sob o risco de se tornar um espectador ou uma marioneta nas mos de quem

    quer influenciar ou persuadir. A exposio do seu conhecimento oral, pelo menos nesta fase de

    aprendizagem, mas prepara um contexto em que a exposio da sua defesa possa ser escrita. Segundo Mouat

    (2010, p. 4) o aluno no possui tempo suficiente para desenvolver as suas capacidades de escrita, dado que os

    breves textos que acompanham as representaes grficas apenas guiam o discurso oral do estudante e

    expem caractersticas fundamentais do projeto. Este ser contudo um problema relativo dado o peso da

    avaliao externa da proposta do aluno, auxiliada pelo seu professor, e tambm porque, dados os argumentos

    acima, a oralidade decorrente do processo de desenvolvimento do projeto valida o discurso.

    Finalmente, e relativamente ao "star system" em que vivemos o aluno aprende desde o incio da sua

    aprendizagem a construir um discurso fluido, coerente e verdadeiro que suporta a sua proposta formal dentro

    dos contextos e quesitos particulares a que se encontra associado. A inteno do dilogo socrtico tambm a

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    de levar o interlocutor a desenvolver a sua prpria racionalidade moral, resultando na sobreposio da tica

    sobre a apreciao imagtica (cosmtica).

    Perfazimento

    A arquitetura, enquanto confundida como mera prtica projetual, induz em erro tanto o aspirante quanto o

    arquiteto experiente. Quem sabe fazer, faz, deixa a obra falar por si e ensina a fazer. Quem no sabe fazer,

    ensina a falar. Dado vivermos num momento histrico e social em que no se sabe falar ou ler, em que apenasnos deixamos extasiar pelo que vemos, cria-se um vazio terico (e formal, que s no futuro nos daremos conta)

    que urge ser colmatado desde o ensino. Equiparar o desenho investigao assumir tambm o oposto, pelo

    que a correlao entre ambos tem de existir. A rotatividade no ensino pode ser tambm uma aposta, mas

    arrisca-se a fomentar processos de investigao superficiais, dada a variedade temtica. Ensinar projeto

    segundo o processo acima descrito tambm um ato de tica e humildade, pelo consistir na base perfeita para

    uma arquitetura mais verdadeira.

    1 fabuloso!

    2 a) "Esta interveno tenta marcar a sua contemporaneidade atravs do uso de sinais modernos que no se sobrepes construo original"; b)

    "Esta interveno tenta marcar a sua contemporaneidade atravs do uso de sinais modernos que no se sobrepes construo original"; c) "Esta

    interveno"

    3 Teoresenhar = teorizar + desenhar

    4 Factos vs "Argumentos"

    5 Verso modificada do grfico de Healey, por Roberts (2007, pg. 16). Verifica-se que a "nfase dada ao processo e aos problemas" corresponde

    ao modelo de ensino que aqui se defende.

    Pedro Fonseca Jorge, Benedita, 1977. Professor Auxiliar na Escola Superior Gallaecia, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Portugal, e

    Investigador no Centro de Estudos Sociais, Portugal. Mestre em Interveno no patrimnio Arquitetnico pela Faculdade de Arquitetura da

    Universidade do Porto e Doutorado em Habitao de Custos Controlados na mesma instituio. Investigador no grupo de Investigao Habitar, na

    Escola Tcnica Superior de Arquitetura de Valls, Barcelona (2011). Ateli na Benedita desde 2003. Email: [email protected]

    Cruz, A. (2010), Ensino de Arquitectura,Arquitectura21, (13), 5657. Disponvel em:

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    Gnshirt, C. (2007), Tool for Ideas, an introduction to architecture design, BaselBostonBerlin: Birkhuser, 2007.

    Medway, P. (2002) Fuzzy Genres and Community Identities: The case of Architecture Students' Sketchbooks , Hampton Press, Inc, Cresskill, New

    Jersey, 2002. Disponvel em: http://osuarchitecture.wikispaces.com/file/view/The+Rhetoric+%26+Ideology+of+Genre+Ch6+pp123-153.pdf. Agosto

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    Montaner, J. M. (2001), Depois do Movimento Moderno: Arquitectura da segunda metade do sc. XX, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2001.

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    EVALUATE_AND_PROMOTE_THE_INNOVATION. Agosto 2012.

    Neto, M. J. P. (n. d.) O ensino da Arquitectura e a formao do arquitecto. [Online]. Disponvel em:

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    Neveu, M. J. (2007, 13-15 Setembro), Educating the Ethical Practitioner. [Conferncia]. The Reconciling Poetics and Ethics Conference, Canadian

    Center for Architecture, Montral, PQ, Canada. [Online]. Disponvel em: http://www.arch.calpoly.edu/research/documents/research-

    0708/Neveu_01_0708.pdf. Julho 2012.

    Roberts, A. (2007, Outubro), The link between research and teaching in Architecture. Journal for education in the built environment, 2(2).[Online].

    Disponvel em: http://cebe.cf.ac.uk/jebe/pdf/AndrewRoberts2(2).pdf. Julho 2012.

    1 Inclusivamente, um estudo realizado em 2003 no Reino Unido (referido por Roberts, 2007, p. 4) aponta para o facto das prticas da teoria e doprojeto serem independentes, e de que deveria haver instituies distintas para o ensino dos diferentes campos do mesmo saber. Para ocandidato a estudante esta uma soluo claramente injusta, pois o desconhecimento, partida, dos constituintes de cada temtica impede-o deexercer uma escolha consciente da sua formao.

    2 Em jeito de piada, entre amigos, foi referido que o melhor amigo do arquiteto contemporneo o fotgrafo, pois este, para alm de saber"esconder" os defeitos da obra realizada, ainda trs os seus prprios mveis com que decora a casa para a sesso fotogrfica. Logicamenterecolhidos posteriormente para nova sesso fotogrfica numa outra obra de arquitetura.

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    3 E j agora, com os seus moradores, atravs da sua prpria moblia e objetos pessoais

    4 Sobre este tpico ser interessante ler o artigo de Will Self onde este critica fortemente os arquitetos de topo que diz ignorarem a tica em proldas suas carreiras: http://www.bdonline.co.uk/navigation/news/top-architects-lack-principles-says-will-self/5039573.article# [08.2012]

    5 Montaner (2001, p. 13) refere que o Estilo Internacional se deveu unicamente a uma inveno sublinhada pela exposio no MoMA em 1932:escolha cuidada das obras expostas para corresponder aos cnones defendidos pelo Moderno, apresentao de fotografias apenas a preto ebranco, omisso de exemplos Futuristas ou da Escola de Amsterdo, tudo para criar uma falsa homogeneidade na arquitetura europeia.

    6 Neveu (2007, p. 8) pelo contrrio considera que os estudantes de arquitetura entram na faculdade com um conhecimento real da construo deum edifcio e de experienciar a arquitetura, pois todos vivem em edifcios. Neste contexto questiona-se se a perceo que o futuro aluno tem doque a arquitetura a verdadeira.

    7 "aulas de projeto realizadas em espaos abertos "interrompido por pilares" em que os estudantes demarcam os seus postos de trabalho. Asaulas decorrem em trs meios-dias semanais (fora o trabalho executado extracurricularmente). Ocasionalmente o professor rene o grupo paraconselhos e instrues, mas na maior parte do tempo circula, sentando-se com cada estudante e discutindo o seu trabalho" (traduo livre).

    8 " O principal veculo da integrao da pesquisa e do ensino no currculo arquitetnico so provavelmente o ensino nas aulas de projeto, ousegundo mtodos pedagogicamente mais tradicionais como seminrios ou palestras" (Neveu, 2007, p. 9)

    9 No estudo realizado por Andrew Roberts (2007, p. 18), o autor afirma que na Universidade de Newcastle os estudantes tinham a perceo deque o propsito das aulas era a de aprenderem acerca da investigao do professor.A Welsh School of Architecture foi a nica que ofereceu aosseus estudantes liberdade na escolha da matria da sua investigao, e mesmo as metodologias de investigao adotadas pelos mesmo no serelacionaram necessariamente com aquelas usadas pelos investigadores das escolas.