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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis MÓDULO IV FASE DECISÓRIA – 1 AULA 15ª AULA 11. Razões Finais. Prazo e oportunidade 12. Modalidades de manifestação judicial. Características de retratabilidade e recorribilidade 12.1 Despacho ordinatório 12.2 Decisão interlocutória 12.3 Sentença 12.3.1 Estrutura da sentença: Relatório, fundamentação e dispositivo 12.3.2 Requisitos 12.3.3 Modalidades. Com e sem resolução do mérito. Hipóteses e efeitos. FASE DECISÓRIA Concluída a produção das provas, o Juízo encerra a fase probatória e inicia a fase decisória. No Rito Ordinário: O primeiro passo da fase decisória é a apresentação de Razões Finais. Art. 850 da CLT - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Podem ser escritas (memoriais) ou verbais (debates orais). A CLT determina que sejam feitas oralmente, no prazo de 10 minutos a cada parte, primeiro o reclamante e depois a reclamada. O juiz pode, verificando a complexidade do processo, suspender a sessão para permitir a apresentação de memoriais.

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Mini curriculum

Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

MÓDULO IV FASE DECISÓRIA – 1 AULA

15ª AULA 11. Razões Finais. Prazo e oportunidade

12. Modalidades de manifestação judicial. Características de retratabilidade e recorribilidade

12.1 Despacho ordinatório

12.2 Decisão interlocutória

12.3 Sentença

12.3.1 Estrutura da sentença: Relatório, fundamentação e dispositivo

12.3.2 Requisitos

12.3.3 Modalidades. Com e sem resolução do mérito. Hipóteses e efeitos.

FASE DECISÓRIA

Concluída a produção das provas, o Juízo encerra a fase probatória e inicia a fase decisória. No Rito Ordinário: O primeiro passo da fase decisória é a apresentação de Razões Finais.

Art. 850 da CLT - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

Podem ser escritas (memoriais) ou verbais (debates orais). A CLT determina que sejam feitas oralmente, no prazo de 10 minutos a cada parte, primeiro o reclamante e depois a reclamada. O juiz pode, verificando a complexidade do processo, suspender a sessão para permitir a apresentação de memoriais.

No CPC:

Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. § 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. § 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.

No Sumário: Nas causas sujeitas ao procedimento sumário (Lei n. 5.584/70, art. 2º, §4º), as razões finais cumprem uma função específica, uma vez que por meio delas "poderá qualquer das partes impugnar o valor da causa fixado" pelo juiz (Lei n. 5.584/70, art. 2-º, § 1º).

§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional. § 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

A impugnação do valor da causa no procedimento sumário pode ser feita até o momento da apresentação das razões finais. No Sumaríssimo: Nas causas submetidas ao procedimento sumaríssimo, não há previsão legal para as razões finais, mas também não há proibição para que o juiz, logo após a instrução, também faculte às partes o oferecimento de alegações finais orais ou escritas. Para o que serve as Razões Finais: É o momento da adequação entre a fase postulatória e a fase probatória. (mini R.O.) Aqui o advogado(a) deve apresentar o raciocínio lógico, com fundamento no “Ônus da Prova” entre o pedido e a impugnação face as provas produzidas nos autos, defendendo naturalmente o interesse da parte que representa. Da Importância Processual das Razões Finais: (PROTESTOS)

Este é o primeiro momento legalmente concedido às partes para manifestação nos autos. Estabelece o art. 795 da CLT:

Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

Aqui está, portanto, o momento a que se refere a Lei quanto a nulidade ocorrer em audiência. Jurisprudência:

A autora requer nulidade da-sentença por cerceamento de defesa, pelo fato do julgador de origem ter-indeferido o pleito de quesitos complementares. Sem razão. Instada a se-manifestar sobre o laudo pericial, a reclamante apresentou quesitos-complementares (fls. 105-106)- os quais restaram indeferidos pelo-magistrado "a quo", conforme despacho de fl. 112. O indeferimento dos-quesitos complementares chegou ao conhecimento da autora, de acordo com-certidão de publicação (fl. 113). A autora ficou silente. Na audiência que se seguiu (ata, fl. 114)- foi encerrada instrução processual com-razões finais remissivas, sem qualquer tipo de protesto ou insurgência-da autora, a qual estava presente à audiência juntamente com seu-procurador. Assim, não tendo a autora arguido nulidade na primeira vez-em que teve oportunidade de falar em audiência ou nos autos,-descumprindo determinação do art. 795 da CLT , houve preclusão da-pretensão. TRT-9 - 2172009653901 PR 217-2009-653-9-0-1 (TRT-9) Data de publicação: 25/05/2010

Das Tentativas de Conciliação: O Juiz pode tentar a conciliação em qualquer momento do processo. Entretanto, em duas oportunidades a tentativa de conciliação é obrigatória: Primeira: Assim que instaurada a audiência, antes da apresentação da defesa:

Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.

Última: Após a realização das razões finais em antes do julgamento. Se diz última e não segunda porque o Juiz pode, facultativamente, realizar outras tentativas no curso da audiência.

Art. 850 da CLT - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

Interpretação conjunta com o art. 794 da CLT.

Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá

nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

A ausência destas tentativas gera NULIDADE RELATIVA do processo. Jurisprudência:

AUDIÊNCIA TRABALHISTA. AUSÊNCIA DE PROPOSTAS CONCILIATÓRIAS. MERA IRREGULARIDADE PROCESSUAL, NÃO PASSÍVEL DE NULIDADE - É certo que o rito prescrito na CLT obriga o magistrado, tão logo iniciada a audiência e antes mesmo de receber a contestação, a propor a conciliação (art. 846). Somente se frustrada a avença, seria dada a oportunidade para a parte contrária aduzir defesa (art. 847 da CLT), devendo, após as razões finais, o juiz renovar a proposta conciliatória (art. 850 da CLT). Trata-se, na verdade, de mero ordenamento dos atos processuais a ser observado durante a audiência, de modo que a eventual ausência das tentativas de conciliação podem ser consideradas como mera irregularidade processual, não passíveis de nulidade, por não trazer nenhum preJuizo às partes, uma vez que na Justiça do Trabalho a possibilidade de conciliação pode ocorrer em qualquer fase processual (art. 764 da CLT), pois esta é uma das características e anseios desta Justiça Especializada. Além disso, nenhuma das partes apresentou a sua proposta conciliatória até o momento, mostrando que não têm interesse na realização de acordo para pôr fim ao processo, pelo menos por enquanto. Por fim, em razões finais, nenhuma das partes alegou nulidade processual pela ausência de tentativa final de conciliação (art. 795 da CLT), restando preclusa a questão, mesmo porque não houve preJuizo processual às partes nem à marcha processual que deve seguir adiante, em respeito aos princípios da celeridade e da economia processual. Argüição de nulidade rejeitada. TRT-9 - 13422200628905 PR 13422-2006-28-9-0-5 (TRT-9) Data de publicação: 09/10/2007

Se frutífera a conciliação será lavrado o respectivo termo. A homologação do Juiz valerá como decisão irrecorrível (art. 831, parágrafo único, CLT), salvo para a Previdência Social.

Art. 831, Parágrafo único da CLT - No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

O processo resolve-se com mérito (art. 487, III, “b” do CPC).

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: III - homologar: b) a transação;

Sendo irrecorrível a decisão, há transito em julgado imediato.

Súmula nº 259 do TST TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT.

Ação Rescisória se presente alguma hipótese do art. 966 do CPC e art. 836 da CLT.

Formas de Manifestação do Juízo no Processo:

Art. 203 do CPC - Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

Despacho de mero expediente: São manifestações judiciais que se destinam a movimentar o processo, sem conteúdo decisório.

Art. 203, § 3º do CPC - São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.

Decisões interlocutórias: São manifestações judiciais que se destinam a solucionar incidentes que surgem no curso do processo e, portanto, tem conteúdo decisório mas, não põe fim ao litígio.

Art. 203, § 2º do CPC - Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.

No Processo do conhecimento são Irrecorríveis. EXCEÇÃO:

Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

No Processo de Execução:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;

Jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO DE PETIÇÃO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. CABIMENTO QUANDO IMPUGNADA DECISÃO TERMINATIVA EM SEDE DE EXECUÇÃO. Verificando-se que o Juízo de primeiro grau dirimiu a controvérsia relativa ao pedido de reflexos de complementação de aposentadoria na pensão da viúva/agravante, de modo que o comando judicial impugnado não possui natureza interlocutória em sentido estrito, pois revela-se terminativo em relação ao tema, não se aplicam ao caso os termos expostos pelo § 1º, do artigo 893, da Consolidação das Leis do Trabalho. Agravo de Instrumento da viúva do reclamante conhecido e provido. TRT-1 - Agravo de Instrumento em Agravo de Petição AI 00002813920135010036 RJ (TRT-1) Data de publicação: 01/07/2014

Sentença: São manifestações judiciais que se destinam a extinguir o processo, com ou sem resolução do mérito.

Art. 203, § 1º do CPC - Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

Diferencia-se das decisões interlocutórias porque tem conteúdo decisório e põe fim ao processo. Trata-se aqui do termo “sentença” no sentido amplo, porque no sentido estrito sentença é a decisão proferida pelo primeiro grau. A decisão do segundo grau é chamada de Acórdão e do terceiro e quarto graus é denominada de Aresto, embora a praxe já venha designando as decisões de terceiro e quarto graus também como Acórdão. A Sentença extingue o processo COM ou SEM Resolução de Mérito: SEM resolução do mérito (terminativa) ou COM resolução do mérito (definitiva). Quando há extinção sem resolução do mérito, o juiz está negando ao autor o pedido imediato, ou seja, o pedido de tutela jurisdicional. Por alguma razão, está decretando que o exercício do direito de ação (postular uma tutela jurisdicional do Estado) foi exercido de forma irregular. Hipóteses Extinção SEM Resolução de Mérito: (sentença terminativa)

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial (após o Juízo inicial de admissibilidade);

Súmula nº 263 do TST PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).

II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias (II e III, intimar pessoalmente o

autor para que o faça em 5 dias); Jurisprudência:

EXTINÇÃO DO FEITO SEM APRECIAÇÃO DO MÉRITO. ART. 267, III, DO CPC. PENALIDADE DE EXTINÇÃO EXPRESSA NA INTIMAÇÃO. INTERESSE SUBJETIVO DO AUTOR EM DAR CONTINUIDADE AO PROCESSO. Intimado o autor em 27.10.2011, para dar andamento ao feito em 30 dias, sob pena de extinção, deixou transcorrer in albis o prazo. Correta, pois, a decisão que extinguiu o feito sem apreciação do mérito, pois o acionante não demonstrou qualquer interesse em prosseguir com a ação, cumprindo a determinação da ata de fl. 45. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00794000720095010451 RJ (TRT-1) Data de publicação: 10/04/2014

IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

De Constituição - a competência do Juizo para a causa, a capacidade civil das partes e a sua representação por advogado. De Desenvolvimento Válido – É a regularidade formal da petição inicial, que provoca a jurisdição identificado pelas partes, pela causa de pedir e pelo pedido.

V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada (impossibilidade de renovar a ação se a extinção se deu por este inciso);

PEREMPÇÃO/DUPLO ARQUIVAMENTO: Não existe no processo do trabalho a figura da perempção (art. 846, § 3º da NCPC).

§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

Jurisprudência (Cível):

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. PEREMPÇÃO. CONFIGURAÇÃO. Verifica-se a perempção quando, por mais de três vezes, é extinta a ação em decorrência do abandono da causa ou de não ter a parte procedido a diligências que lhe competiam, tudo de acordo com o disposto nos arts. 267, VI, e 268, Parágrafo único, do CPC. É a hipótese dos autos. Desimporta ao reconhecimento da perempção o fato de que as demandas tenham sido preteritamente ajuizadas no Juizado Especial Cível. Apelo desprovido. (TJ-RS - AC:

70062052238 RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Data de Julgamento: 16/04/2015, Décima Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 17/04/2015)

O instituto equivalente é o previsto no art. 732 c/c o art. 731 da CLT, - Duplo Arquivamento. Pede-se a extinção do processo, sem resolução do mérito (art. 485, V do CPC), quando o

reclamante, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento da ação.

Art. 731- Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. Art. 732- Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Art. 786 – A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo. Parágrafo Único: Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 05 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.

Jurisprudência:

DUPLO ARQUIVAMENTO. PEREMPÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ART. 267, V CPC. O duplo arquivamento de reclamações trabalhistas, fundado no não- comparecimento do Autor à audiência inaugural (CLT art. 844), conduz à perda, por seis meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho (CLT, art. 732 c/c art. 731). Constatado que o Autor ajuizou nova reclamação trabalhista antes de completados os seis meses do último arquivamento, resta impositivo extinguir o processo, sem exame do mérito, nos termos do artigo 267, V, do CPC. Recurso conhecido e desprovido. (209200400410006 DF 00209-2004-004-10-00-6, Relator:

Desembargador DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES, Data de Julgamento: 12/08/2004, 3ª Turma, Data de Publicação: 20/08/2004)

VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual (observar que foi retirada a “possibilidade jurídica” bem como a referência às condições da ação);

No CPC de 1973:

Art. 267, VI – quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;

No Dissídio Coletivo: § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as

disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

No Dissídio Individual: NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA.

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

R$ 5.531,31 x 2 = R$ 11.062,62 Por conta da reforma Trabalhista, o entendimento estudado continua valendo, pois a decisão arbitral será válida, SOMENTE, para empregado que receba remuneração superior duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do INSS.

Art. 1º Lei 9.307/1996 - As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

O Direito do Trabalho é de natureza indisponível, eis que vige o princípio da irrenunciabilidade de direitos. Compromisso arbitral: o compromisso estabelecido pelas partes extingue o processo, no entanto, havendo qualquer sombra de dúvida ou mesmo lesão a direito do Reclamante a questão será novamente analisada em sede de Reclamação Trabalhista (princípios que norteiam o direito material e processual do trabalho). Jurisprudência:

ARBITRAGEM. LEI 9.307 /96. APLICÁVEL ÀS RELAÇÕES INDIVIDUAIS DO TRABALHO. VALIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL QUANDO INEXISTENTE VÍCIO DE CONSENTIMENTO OU COAÇÃO. As regras contidas na Lei 9.307 /96 são aplicáveis às relações individuais de trabalho e a sentença arbitral deve ser declarada válida nas demandas trabalhistas quando não demonstrado nenhum vício de consentimento, coação ou irregularidade capaz de torná-la nula. TRT-5 - Recurso

Ordinário RecOrd 00003351820125050201 BA 0000335-18.2012.5.05.0201 (TRT-5) Data de publicação: 18/09/2014

Em sentido contrário: ARBITRAGEM. INAPLICABILIDADE AO DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO. No âmbito da Justiça do Trabalho tutelam-se direitos individuais, indisponíveis e irrenunciáveis, previstos em normas cogentes com a finalidade de proteger o trabalhador hipossuficiente. Em razão disso, a jurisprudência trabalhista tem admitido a validade da sentença arbitral e do compromisso arbitral apenas no âmbito do Direito Coletivo do Trabalho, restringindo sua aplicação ao âmbito do direito individual, vez que o art. 1º da Lei 9.307/1996 somente admite arbitragem

para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Em razão disso, não possui validade a quitação de parcelas trabalhistas embasada em sentença arbitral, não obstante devam ser compensados os valores ali recebidos, sob pena de enriquecimento sem causa do trabalhador. (TRT-10 - RO: 01155201301210001 DF 01155-

2013-012-10-00-1 RO, Relator: Desembargador Dorival Borges de Souza Neto, Data de Julgamento: 23/07/2014, 1ª Turma, Data de Publicação: 04/08/2014 no DEJT)

VIII - homologar a desistência da ação;

REFORMA TRABALHISTA – NOVIDADE

Art. 841, § 3º da CLT - Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. Art. 847, Parágrafo único da CLT - A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.

Se o reclamante não poderá desistir da ação é porque a contestação, ainda que juntada eletronicamente, afastará a revelia? Outro Ponto:

Art. 485, VIII = Desistência X Art. 487 “C” = Renúncia IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. (o rol não é taxativo. Ex: Art 142 do CPC – lide simulada; art. 115 do CPC – litisconsórcio necessário etc).

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé. Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será: Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.

REFORMA TRABALHISTA – NOVIDADE:

Art. 611-A, § 5º da CLT - Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos

Hipóteses Extinção COM Resolução de Mérito: (sentença definitiva)

Significa que o juiz irá atender ao pedido imediato, ou seja, entregará a tutela jurisdicional e irá analisar o pedido mediato, ou seja, o próprio mérito da causa, que é o conflito surgido na relação jurídica de base (bem da vida = direito material). Também ocorre extinção com resolução do mérito, por definição legal (art. 487, CPC), quando o juiz acolhe decadência e prescrição, homologa acordo entre as partes, ocorrendo a renúncia do autor sobre o direito que fundava a ação.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

Súmula nº 153 do TST. PRESCRIÇÃO (mantida) Não se conhece de prescrição não argüida na instância ordinária.

NOVIDADE – REFORMA TRABALHISTA

Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.

III - homologar:

Art. 831, Parágrafo único da CLT - No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

REFORMA TRABALHISTA AUTOCOMPOSIÇÃO

CAPÍTULO III-A DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início porpetição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. § 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum. § 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de suacategoria. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6ºdo art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8ºart. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juizanalisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirásentença. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazoprescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.

Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

Súmula nº 418 do TST MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

Observar aparente contradição entre o art. 487, parágrafo único com o art. 332, § 1º ambos do CPC/2015.

Art. 332 do CPC - Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: § 1º do CPC - O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

O parágrafo único do art. 487 do CPC trata do contraditório real determinando ao Juiz que ouça as partes sobre eventual pronunciamento, de ofício, da decadência ou prescrição. O art. 332, § 1º do CPC, estabelece a possibilidade de julgamento liminar de improcedência pela ocorrência de decadência ou prescrição. Na JT momento de arguir:

Súmula nº 153 do TST PRESCRIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se conhece de prescrição não argüida na instância ordinária.

O devedor trabalhista deve arguir a prescrição até o momento em que apresentar as suas razões ou contrarrazões de recurso ordinário. Depois disso, não mais poderia fazê-lo nas instâncias especial (recurso de revista) ou extraordinária (recurso extraordinário). Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. ALEGAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. POSSIBILIDADE. A prescrição pode ser argüida quando da interposição de recurso ordinário, ainda que não tenha sido suscitada na contestação, a teor do art. 193 do

Código Civil /2002, c/c art. 303, III, do CPC. Inteligência da Súmula nº 153 /TST. TRT-7 - Recurso Ordinário RO 7664820105070013 CE 0000766-4820105070013 (TRT-7) Data de publicação: 10/02/2012

Art. 193 do CCB - A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

Inclusive o §5º do art. 219 do CPC/73 não foi renovado no CPC/2015:

Art. 219, §5º do CPC/73 - O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. Todavia, pode o Juiz, através do que dispõe o parágrafo único do art. 487 provocar as partes para que se manifestem sobre este tema? A CLT é omissa. Entretanto, se não pode pronunciar a prescrição de ofício, não poderia provocar a parte a manifestar-se sobre este tema. Da Conversão do Julgamento em Diligência Se no momento de redigir a sentença o juiz verificar a existência de irregularidades que poderiam ter sido corrigidas no momento oportuno e não o foram, poderá converter o julgamento em diligência, cujo escopo reside no saneamento da irregularidade.

Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;

Jurisprudência: NULIDADE PROCESSUAL - CERCEIO DE PROVA - PRECLUSÃO - CONVERSÃO DE JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA - INOCORRÊNCIA. O encerramento da fase instrutória do processo ocorreu com regularidade, devido à ausência das partes na audiência de instrução e julgamento. Até aquele momento processual o recorrente não formulou qualquer requerimento de exames periciais, pelo que sua pretensão está sepultada pela preclusão. Consoante dispõe o artigo 796, alínea "b", da CLT, não se pronuncia nulidade a favor de quem lhe tiver dado causa. O MM. Juízo a quo converteu o julgamento em diligência, por ter verificado que o recorrente não havia participado dos exames periciais. Em assim procedendo, o MM. Juízo a quo preveniu a possibilidade de argüição de nulidade (artigo 796, alínea "a", da CLT). Quando o Juiz converte o julgamento em diligência não está a reabrir fases processuais já encerradas, logo não estando adstrito a acolher requerimentos formulados pelas partes e já sepultados pela preclusão. Na conversão do julgamento em diligência, o Juiz conduz a prática dos atos processuais ex officio, sem qualquer possibilidade de interferência das partes, salvo quando entenda conveniente lhes conceder a oportunidade manifestação nos autos, ainda assim o fazendo com objetivo de formar o seu livre convencimento, não estando adstrito a qualquer necessidade de garantia do contraditório para as partes, pois na fase

decisória do processo somente ele pratica atos no processo, que são atos exclusivamente jurisdicionais. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 2643309 00113-2004-091-03-00-2 (TRT-3) Data de publicação: 23/11/2009

Dos Poderes, Deveres e Responsabilidades do Juiz:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento; II - velar pela duração razoável do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.

Da Obrigação de Julgar:

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Dos Limites da Decisão: Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi

demandado.

Jurisprudência: RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E PROCESSUAL DO TRABALHO. PLEITO DE NULIDADE DO PEDIDO DE DEMISSÃO. INEXISTÊNCIA. JULGAMENTO "ULTRA PETITA". O Juízo de primeiro grau, a teor do disposto no art. 141 do CPC/2015, não pode conhecer de questões não propostas, e que a depender da iniciativa das partes. E de igual modo, o art. 492 daquele diploma legal proíbe que se decida causa diferente da que foi proposta, ou que se condene a parte em objeto diverso ou quantidade superior à que foi demandada. No caso, na petição inicial, o reclamante alegou que foi "dispensado imotivadamente em 16.04.2015, sem NADA receber dos seus direitos trabalhistas", e não fez qualquer menção a pedido de demissão, tampouco pleiteou fosse desconsiderado eventual pedido de demissão por vício de vontade, de modo que o Juízo "a quo", ao anular o pedido de demissão juntado aos autos e considerar que o obreiro foi dispensado sem justa causa, incorreu em julgamento "ultra petita", que é o julgamento além do pedido, impondo-se a correção do julgado. Recurso ordinário parcialmente provido. (Processo: RO - 0001291-60.2015.5.06.0020, Redator: Maria do Socorro Silva Emerenciano, Data de julgamento: 09/08/2017, Primeira Turma, Data da assinatura: 15/08/2017)

Da Pena por Litigar de Forma Temerária:

Art. 142 do CPC - Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

REFORMA TRABALHISTA - NOVIDADE Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. R$ 5.531,31

NOVIDADE QUANTO A TESTEMUNHA

Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.

Possibilidade de Ação Regressiva contra o Juiz da Causa Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

DA SENTENÇA A sentença é composta de relatório, fundamentação e dispositivo (também chamado de decisum), salvo no rito sumaríssimo onde o relatório é dispensado. Relatório:

Art. 832 da CLT - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.

Art. 489 do CPC - São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

Art. 852-I da CLT - A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

No relatório o juiz faz uma breve narrativa dos fatos ocorridos no processo até aquele momento, indicando resumidamente o objeto da petição inicial, as razões de defesa, as provas produzidas e o que de mais entender conveniente relatar. Fundamentação: Na fundamentação o juiz indicará as razões de decidir. É aqui que o juiz deve aplicar o Princípio da Persuasão Racional, que é a demonstração lógica do convencimento do Juiz no julgamento da causa. O Princípio do Livre Convencimento, garante ao juízo atribuir mais valor a uma prova do que a outra, independentemente de sua natureza (oral, documental, pericial). Estando portanto, adstrito somente à lei e à sua consciência. Entretanto, deve convencer racionalmente o leitor de suas razões. Quando se diz “convencer”, evidentemente não se quer dizer que o leitor irá concordar

com o que foi decidido (e para isto existem os recursos) mas deve compreender o processo lógico de raciocínio do juiz para chegar àquela decisão.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença: ... II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

A fundamentação da decisão deve ser realizada em três passos:

1º Passo: Fixar o fato que reputa verdadeiro; 2º Passo: Indicar a prova que o convenceu do fato E de quem era o ônus da prova que não foi produzida; 3º Passo: Aplicar o direito sobre o fato reconhecido.

Quando a Sentença NÃO estará fundamentada, passo a passo

Passo nº 01:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

Evidente e sem controvérsia. Como vimos acima, o 3º passo é aplicar o direito sobre o fato, não podendo, evidentemente, lançar o direito sem dizer qual sua relação com o fato.

Art. 489, § 2º do CPC - No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

Deverá o juízo manifestar-se aobre a fundamentação legal apresentada pelas partes. Passo nº 02:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

Evidente e sem controvérsia. Assim como o texto legal, textos de doutrina podem fundamentar o convencimento do julgador, desde que, evidentemente, estejam relacionados ao caso concreto.

Art. 489, § 3º do CPC - A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

Passo nº 03:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

Ainda pior. Aplicabilidade evidente: Texto pronto é inadmissível. A decisão deve ser particularizada, ainda que, evidentemente, possa ser idêntica à decisões proferidas em idênticas causas, o que, obviamente, deve ser mencionado, nomeadamente nas causas que discutem matéria de direito exclusivamente. Passo nº 04:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: IV - não enfrentar TODOS os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Histórico: Reação legislativa à posição jurisprudencial até então consolidade no sentido de que o Juiz não está obrigado a rebater “ponto a ponto” todos os argumentos das partes. CONTROVÉRSIA: Maior parte da magistratura é contra este dispositivo. Maior parte da advocacia é a favor. Argumentos da Magistratura: Com o computador os advogados lançarão teses infinitas que tornarão o julgamento inviável. Argumentos da Advocacia: As partes têem direito a pronunciamento jurisdicional sobre suas argumentos (pretensão e resistência) e a negação deste dispositivo implica na negação do próprio acesso ao Poder Judiciário. Os juízes não lêem suas manifestações. O art. 3º da IN 39 do TST afirma que o artigo é aplicável ao Processo do Trabalho.

Art. 3° Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: IX - art. 489 (fundamentação da sentença);

Eventual abuso por parte do Advogado ao invocar teses despropositadas e procrastinatórias devem ser punidas com litigância de má-fé. Eventual negligência do Magistrado na sua conduta deve ser punida disciplinarmente, além de nulidade da decisão não fundamentada. De qualquer sorte o dispositivo legal estabelece a necessidade de pronunciamento judicial sobre “... argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a

conclusão adotada pelo julgador”. A questão a saber é se o julgador:

(1) poderá utilizar uma expressão genérica afirmando que “... Os demais argumentos deduzidos no processo não são capazes de infirmar a conclusão adotada pelo julgador”, ou

(2) se terá que explicar porque tais argumentos não tem esta aptidão. Se a solução for a primeira, então nada muda, pois o Juiz se pronunciará apenas sobre aqueles que achar relevantes. Se a solução for a segunda, o juiz terá que manifestar-se sobre todos os argumentos. Questão que só será solucionada na jurisprudência futura. Passo nº 05:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

Evidente e sem controvérsia. Como já se disse nos comentários anteriores. Não pode aplicar norma, conceito doutrinário e, agora, jurisprudência, sem relacionar com a hipótese fática em exame. Passo nº 06:

Art. 489, § 1º do CPC - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Aqui altíssima controvérsia que será profundamente analisada no módulo de recursos. Alteração de paradigma no Direito Processual Brasileiro ao tornar obrigatória a aplicação de Súmulas, Jurisprudências e Precedentes. Exemplo:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (ADI 5766) II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. Dispositivo: O juiz indicará o resultado do julgamento e suas conseqüências jurídicas.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença: III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

As sentenças são recorríveis, sejam terminativas ou definitivas. As sentenças não são retratáveis. Da Remessa Necessária:

Da Remessa Necessária Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária. § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.